me diga,

“Sem rodeios pra não te dar tontura, assim. Não magoa não, por favor. A gente se entende e se dá bem, a gente se acerta em uns pontos e eu gosto do gosto. É bom. Mas aqui ta tudo massacrado, esfarelado. Meus pedaços tão correndo soltos - nem tenta achar. Ta tudo magoado e com cor de sangue pisado, mas não sara. Nem com beijo de mãe. Sem exagero. Foi tão pouco que marcou muito, que demorou pra cicatrizar e deixou aquela marca feia. Foi fundo. Tão fundo que coloriu a alma, dum tom feio - cor de sangue pisado. Mas cê sabe, a alma não tem cor. Tem que ser transparente pra se enxergar por ela. Não olha assim… A minha vida é tua em algum lugar onde os espaços em volta do nossos peitos se preenchem. Em uma outra hora. Eu peguei o trem errado pra te encontrar, caí numa outra cidade longe daí e me perdi - de vez. Nem tenta me achar. Essa vida já ta com defeito, vai te dar dor de cabeça e, não tem remédio pra sarar. Passaria uma vida ao seu lado, mas não essa.”

Há muita esperança, só nao para nós.

“Me abrace com urgência.”