uma ferida na pele não chega perto de uma mente dilacerada e um coração partido. os danos mais letais são aqueles que não sangram.
além dos livros, eu leio pessoas.
me sinto incapaz toda vez que sou questionado se tenho uma vida feliz. eu me perco em assuntos que não domino, e também não sei muito sobre felicidade, pois nossos encontros sempre foram um breve sopro.
olá a todos! vocês sabiam que o projeto #poetaslivres tem uma comunidade aqui no tumblr? se ainda não viu, é só clicar no link e participar! criei esse ambiente para ficarmos mais próximos e compartilharmos ainda mais sentimentos coletivos, ou não. ao entrar, leia atentamente o post fixado, por gentileza. é isso, sejam todos bem-vindos!
o silêncio só é a melhor resposta para aqueles que preferem ter paz do que razão.
há sempre uma forma de nomear uma dor, mas a sua intensidade ninguém pode medir e nem dar nome, porque ela é exclusiva de quem a tem e a carrega por aí.
minhas dicas para quando for num encontro:
evite falar muito de si, saiba também ser ouvinte. esqueça de vez do seu ex, não faça ele virar assunto novamente. não foque demais no assunto carreira/trabalho, o foco da conversa tem que ser os dois que estão saindo e não a sua carteira de trabalho.
não é o peso do que você tanto carregou, é a distância que conseguiu carregar. no destino, importará apenas o processo e não a grandeza do que foi feito até lá.
não quero me levantar... o meu corpo pesa tanto que acho ser possível eu acabar me fundindo com a cama. viver nesse mundo tão injusto e complicado não é para mim... são anos tentando não pirar, mas tudo ao redor parece querer acabar comigo. tudo conspira para o meu mal, tudo coopera para que eu sofra cada vez mais. pessoas me decepcionam, sentimentos intensos são acumulados sem chances de terem serventia. e todo esse acúmulo vai pesando e pesando dentro de mim.
nem sempre entendo o meu caos particular, por isso que sempre choro desesperado por não conseguir as respostas que tanto quero saber.
quero um dia receber a cura de todas as feridas sem sangue que ardem dentro de mim.
feridas na carne sempre foram menos complicadas de se curar. e as feridas na alma? por que não cicatrizam tão fácil? ou pior! por que algumas nunca deixam de sangrar? numa alma que é tão frágil, não deveria ser mais leve, ou minimamente, fácil de lidar? a resposta que eu mesmo me dei foi que não há curativo efetivo o bastante para machucados abstratos, porque não podemos tocá-los, nem vê-los, contudo eles doem tão intensamente quanto àqueles na pele. não há nada que eu, um simples corpo ambulante, possa fazer.
a gente ama quem escolhe ficar, e guarda ressentimento de quem não quis, mas o jogo vira quando nós precisamos partir, assim como as pessoas do passado tiveram que sair de nossas vidas. apenas na dificuldade de necessitar ir embora, que conseguimos compreender o quão complexo é o partir. não é sobre o que se foi, mas sim sobre o que tomou o lugar como substituto: a saudade.
— deixaram
ausência tem que gerar desinteresse e não saudade.
nem todas as nossas vivências se dissipam da memória. você foi um sopro tão breve em minha existência fútil, mas que de certa forma, trouxe um leve arrepio, capaz de percorrer toda minha espinha. acho interessante a forma que breves passagens podem deixar mais resquícios do que aquelas cheias de pausas, idas, vindas e atritos. comigo aconteceu assim... de quem eu deveria lembrar, esqueci, mas mantive bem guardado quem eu deveria ter esquecido.
eu nunca esperei me dizerem nada, porque já conseguia imaginar que as palavras de conforto, ou não seriam ditas, ou, se fossem, viriam tardiamente. por esse e muitos outros motivos, sempre tentei optar em me ouvir e dizer o que tanto precisei; tornei a minha fala, audição e mentalidade focadas na comunicação com o meu âmago. e com isso e outros fatores, acabei maturando minha mente antes do meu corpo. virei um jovem com a cabeça de um velhote bem vivido. a independência emocional chegou cedo para que eu não fosse encontrar-me tarde demais. e ainda bem que me encontrei.
viciar em permanências efêmeras me feriu para todo o sempre. a gente até quer que façam morada, mas no findar da tarde, ninguém aceita ajudar na arrumação da bagunça. a maioria apenas viram as costas e saem por onde entraram, mas outros abrem passagens diferentes, resultando em mais estragos para serem reparados. se chegar o dia em que você precisar ir embora da vida de alguém, por favor, tente causar o mínimo de danos possíveis. deixe sem arrancar pedaços.
— deixaram