Projecto Bovino Mer

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Sistemas de produção de bovinos


Amelia Manuel Dias1
1. estudante do Curso de Engenharia Agropecuária, faculdade de Engenharia agropecuário da UniZambeze,
Angónia- Tete.

Introdução

O presente projecto ira cingir - se no Sistema de produção em Moçambique, país que possui três raças
nativas de bovinos nomeadamente Nguni, Bovino de Tete e o Angoni, mas este irá descrever
com maior peso a raça Nguni. Mais adiante fala sobre o melhoramento genético do bovino e a tecnologia
de transferência do embrião, etapas, sanidade, higiene, dentre varias fases.

1. Produção Animal

Em Moçambique observa-se de uma forma geral, uma erosão dos recursos genéticos animais que se deve
a cruzamentos descontrolados na maioria das explorações pecuárias do sector familiar do país, situação
esta, condicionada por um lado devido a falta de infraestruturas para separação das manadas e por outro
lado devido a falta de uma estratégia nacional de melhoramento e utilização sustentável dos recursos
genéticos animais no país.

Cordeiro (2011), refere que quanto maior a dimensão ou produtividade do efectivo de uma exploração,
maior é a necessidade de cuidados… no que diz respeito a manutenção do seu bem-estar. Ainda refere no
seu manual do criador de gado bovino que “qualquer alteração que se pretenda executar numa exploração
e que afecte o sistema de produção, maneio e os alojamentos dos animais nao deve ser realizada sem
previamente se avaliar as suas repercussões em termos de bem-estar animal.”

Na produção animal, o objetivo principal é desenvolver métodos e ferramentas que auxiliem o


organismo animal a manter esse equilíbrio fisiológico em situações de alto desempenho produtivo.
A pecuária representa uma das atividades econômicas mais importantes do mundo em particular em
Moçambique. E devido ao crescimento da demanda no mundo, possivelmente o sector terá de aumentar
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significativamente a produção de alimentos de origem animal. Uma das possibilidades para atender a
demanda, é a adopção da terminação de animais em confinamento.
O sector agropecuário actual busca uma produção sustentável e eficiente, buscando-se optimizar a
utilização das áreas já exploradas (SILVA et al., 2013).
Neste aspecto, a bovinicultura tem se mostrado em pleno desenvolvimento, com a contribuição de fatores
como a nutrição, manejo, sanidade e genética, que melhora rapidamente graças ao desenvolvimento e
disseminação das biotecnologias da reprodução.

2. Sistema de produção em Moçambique

A criação de animais tem sido, a par da agricultura, uma das actividades com importante papel
socioeconómico para as famílias rurais africanas; tendo a dupla função de renda e alimentação. O seu
desenvolvimento passa por vários desafios ligados à elaboração e implementação de políticas e outros
instrumentos normativos.

Capaina (2020), concluiu no seu estudo Produção bovina em moçambique: desafios e perspectivas - o
caso da província de Maputo, que “a prática mais comum na criação de bovinos é a extensiva tradicional,
onde o efectivo pecuário cresce em pastagens naturais sem suplementação”. Como que a desafiar as
políticas e pressupostos governamentais onde a criação é baseada em raças nativas com fortes
capacidades de adaptação a condições extremas e sobrevivência a baixos níveis de alimentação.
A unidade de produção animal classifica-se de acordo com a sua actividade principal, podendo ser:
bovinicultura, suinicultura, avicultura, e outra produção animal, quando a criação a que se refere não
inclui animais considerados nas categorias anteriores, qualquer que seja o fim a que se destina.
A bovinicultura compreende a criação de gado bovino para obtenção da carne, a produção de leite de
vaca, a desnatação de leite quando feita na própria exploração e o duplo propósito de produção de leite e
carne.
Existem dois sistemas de produção pecuária: a pecuária intensiva e a extensiva. A primeira, é aquela em
que a criação de gado é feita num espaço reduzido e delimitado de forma a receber melhores cuidados por
parte dos criadores. Caracteriza-se por grandes investimentos de capitais, com o objectivo de produzir
para o mercado, o gado é criado em estábulo, emprego de tecnologia moderna, alimentação adequada
(ração), e selecção das espécies de maior valor (Mayer, 2017), em suma pode se dividir em semi-
intensivo onde a criação dos animais tem alguma intervenção do criador no campo da assistência
veterinária, da alimentação e do controlo reprodutivo e intensivo propriamente dito onde a criação dos
animais esta totalmente dependente do criador (saude, alimentação e reprodução).
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Na pecuária extensiva, a criação bovina é realizada num espaço maior, e recebe insuficientes cuidados por
parte dos criadores. Caracteriza-se por baixos investimentos, produção de carne, tendência de aumentar o
rebanho (Lozano et al, 2013) e condicionado pelos pastos disponíveis, dependentes do clima, solo e
extensão da propriedade onde se realiza a actividade pecuária (Mayer, 2017; Rico et al, 2013), neste
ultimo a criação dos animais é feita sem qualquer intervenção no campo da saude animal, alimentação e
controlo reprodutivo.
No geral, existem vários factores determinantes para a produção. 1) naturais: recursos hídricos (água);
pastos adequados e forragens; clima adequado, solos aráveis e boa topografia (relevo), 2)
socioeconómicos: mão-de-obra, mercado para a comercialização, capital financeiro, transportes e vias de
acesso, 3) técnicos: selecção genética das espécies, disponibilidade de pessoal veterinário, sistemas de
assistência veterinária, qualidade e condições das instalações, sistemas de abeberamento, existência de
instituições de investigação, sistemas de conservação e de transporte dos produtos (Donoso, 2013; Lozano
et al, 2013; UGR-BC, 2009).
Actualmente, a oferta mundial de carne encontra-se afectada por dois factores transversais. O que consiste
na transição gradual dos centros de produção e exportação desde a Europa Ocidental para outras regiões
do mundo, particularmente América do Sul, Canadá e Austrália. O segundo é o impacto que a indústria
dos biocombustíveis teve sobre os preços dos insumos alimentícios para a indústria ganadeira que
engorda na base de cereais (UGR-BC, 2009).
Influência nutricional
Vários estudos realizados em rebanhos leiteiros demostraram claramente que um aumento acentuado na
produção de leite durante o início da lactação aumenta a incidência de vários problemas reprodutivos
(Grohn et al, 1994; Macmillan et al., 1996; Poso et al., 1996). Além disso, a capacidade genética para alta
produção de leite, juntamente com as mudanças no estado nutricional e o aumento dos plantéis têm sido
associados a uma gradual diminuição da fertilidade.

2.1. O sistema de produção de bovinos


Este compreende as fases de cria (desde a cobertura da vaca até a fase de desmama), recria
(entre as fases desmama e terminação) e terminação (fase de engorda). Com a adoção de técnicas de
manejo nessas fases, é possível abater animais mais precoces, com melhor qualidade para o mercado
consumidor, (SENAR, 2018).
A puberdade é definida como a idade em que o animal se torna sexualmente capaz de se reproduzir. Nas
fêmeas, a puberdade coincide com o aparecimento do primeiro estro clínico, acompanhado de ovulação
(FREITAS et al., 2004a). Nos machos, a puberdade é caracterizada pela liberação do pênis do prepúcio, o
que propicia a cópula, e pela presença de espermatozoides móveis no ejaculado.
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A idade em que os animais atingem a puberdade varia entre raças, dentro da mesma raça e com o manejo
nutricional e sanitário do rebanho. A puberdade poderá ser influenciada pelo desenvolvimento corporal,
fotoperíodo, latitude e temperatura. Entretanto, a ocorrência do primeiro estro em raças de climas
tropicais é mais dependente do peso corporal do que da idade (Nogueira et al, s.d).

A fase de cria na bovinicultura de corte corresponde aos bezerros e bezerras criados na propriedade, às
matrizes (envolvendo vacas em reprodução e novilhas aptas à cobertura) e aos reprodutores).
Fase de recria compreende o final da desmama até o momento em que o novilho é destinado à
terminação. Nessa fase, o peso é o principal fator que determina o seu término, com o animal com 360 a
400kg. Normalmente, as fêmeas são destinadas à reprodução (matrizes) e os machos à produção
(terminação).

A fase de recria é um ponto-chave para a antecipação da idade de abate. Nela, o animal tem boa
conversão alimentar e permite ganhos adicionais a baixo custo, já que a base da dieta é o pasto.
Diante disso, o ponto forte para a recria, no Brasil, é o manejo correto das pastagens. Nesse sentido, uma
pastagem de alta qualidade, e em quantidade suficiente, possibilita que o animal tenha
maior aproveitamento dos nutrientes, altas taxas de crescimento e ganho de peso.

A fase de terminação tem o objetivo de fazer com que o animal atinja peso e acabamento de carcaça
adequados, agregando valor ao produto e ao trabalho desenvolvidos na cria e recria.
Nessa etapa, o ganho de peso diário e a conversão alimentar diminuem, visto que a composição de ganho
do animal passa a ser constituída principalmente por tecido adiposo.
A terminação de bovinos pode ser a pasto ou em confinamento.

2.2. Raças Bovinas em Moçambique


O bovino é a espécie pecuária de maior importância no país. Três raças nativas conhecidas no país, são a
Landim, o Angoni e o bovino de Tete.
A Landim é um ecótipo da raça Nguni, já internacionalmente reconhecida pela sua capacidade produtiva e
sistemas de maneio extensivos, nomeadamente a alta fertilidade, baixa mortalidade, boa rusticidade e boa
produção e carne. Encontra-se distribuído em quase todo o país, com maior destaque para a zona Sul.
O Angoni encontra-se fundamentalmente no planalto de Angónia (área livre da mosca Tsé-Tsé),
província de Tete, onde o clima é fortemente influenciado pela altitude. É o mais pequeno das três raças e
possui uma bossa. É uma raça que já demonstrou excelentes resultados (fertilidade alta e baixa
mortalidade) em condições pouco favoráveis. Pensa-se que esta raça seja tolerante a Febre da Costa
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Oriental de África, a julgar pelos baixos índices de mortalidade por esta doença, numa região onde esta
doença é realmente uma endemia.
O bovino de Tete encontra-se em zonas áridas e semiáridas de baixa altitude, a Sul da província de Tete e
é uma raça com maior corpulência que o Angoni e menor que o Landim. Tem também uma bossa menos
desenvolvida que o Angoni. Pouco se sabe sobre as suas características reprodutivas e origem desta raça.
Estudos preliminares sugerem que esta raça tenha um certo grau de tolerância à tripanossomíase.

Importa referir que este artigo tem como referencia a raça Angoni que se encontra fundamentalmente no
planalto de Angónia (área livre da mosca Tsé-Tsé), província de Tete, onde o clima é fortemente
influenciado pela altitude. É o mais pequeno das três raças e possui uma bossa. É uma raça que já
demonstrou excelentes resultados (fertilidade alta e baixa mortalidade) em condições pouco favoráveis.
Pensa-se que esta raça seja tolerante a Febre da Costa Oriental de África, a julgar pelos baixos índices de
mortalidade por esta doença, numa região onde esta doença é realmente uma endemia.
Red Angus
O Red Angus é a variação vermelha do Aberdeen Angus, e, portanto, detém as mesmas caraterísticas zootécnicas.
Na prática as pecuaristas têm, muitas vezes, preferido utiliza-lo em cruzamentos, por entenderem que os F1de cor
vermelha, ou tons de vermelho, se saem melhor em condições de grande exposição aos raios solares e são menos
perseguidos pelas ectoparasitas. Porém, alguns resultados de recentes pesquisas tem mostrado que isso não é
verdadeiro.
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Aberdeen Angus
Raça britânica de origem escocesa. Mocho de pelagem preta, especializado em produção de carne. Os animais são
de porte pequeno e grau de musculatura moderada, com precocidade sexual e de acabamento(marmoreio). São
férteis e longevos. Imprimem ainda, habilidade materna, sendo usados em cruzamentos maternais.

Brangus (Ibagé)
O Ibagé é um sintético brasileiro criado na fazenda Cinco Cruzes, Embrapa Bagé - RS; sua genética é 5/8
Aberdeen Angus e 3/8 Nelore. Foi criada com o objetivo de unir a produtividade e precocidade sexual do Angus
com à adaptação ao clima tropical do gado Nelore.
O resultado: animais de médio porte e grau de musculatura moderada, com melhor desempenho a campo que o
angus, e nas fêmeas boa habilidade Materna. Nos Estados Unidos o Brangus vem sendo formado com 5/8 de
sangue Angus e 3/8 de Brahma.
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Referência bibliográfica
CORDEIRO, J. M. Moras, (2011). Manual do Criador de gado bovino. Europress, Lda, Huambo-
Angola.

Capaina, Nelson. (2020). Produção bovina em Moçambique: desafios e perspectivas - o caso da


província de Maputo. OMR.

LOZANO, M. S. Rubio et al (2013). Sistemas de Producción y Calidad de Carne Bovina. México DF.
MAYER, A. F. (2017). Producción de carne y leche bovina en sistemas silvopastoriles. Buenos Aires,
INTA.

DONOSO, María G.E. (2013). Búsqueda de Estrategias para Innovación en Producción de Carne Bovina.
Informe del Sector, Situación y Desafíos Futuros.

RICO, S. et al. (2013). Comparación de la estructura y rendimientos ganaderos en sistemas de


producción tradicional y ecológico de bovino de carne en Extremadura. II Jornadas de la Ciencia de la
Salud.

_______ Bovinicultura: manejo e alimentação de bovinos de corte em confinamento. (2018). SENAR,


Brasília.

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