Papers by IURY ARAGONEZ DA SILVA
Uma leitura dupla de “O homem duplicado”: a transposição do signo literário ao signo cinematográfico, 2019
Este trabalho tem o objetivo de analisar o romance O homem duplicado, escrito por José Saramago (... more Este trabalho tem o objetivo de analisar o romance O homem duplicado, escrito por José Saramago (2008), e compará-lo à sua versão cinematográfica homônima, dirigida por Denis Villeneuve (2013). A análise apresentada enfoca a transposição da obra literária para o cinema no intuito de verificar as relações intersemióticas produzidas entre os dois sistemas de linguagem. Consequentemente, o estudo alicerça-se na teoria Semiótica de Charles Peirce, a ciência dos signos. Peirce (2005) define o signo (representamen) como aquilo que representa algo para alguém de alguma forma. Em consonância com a teoria peirciana, utilizam-se as tipologias de tradução intersemiótica propostas por Julio Plaza (1987) para abordar os processos de transformações intersígnicas. Foram avaliados sete signos: (i) o insólito, (ii) o relacionamento de Tertuliano com Maria da Paz, (iii) a premonição de Carolina Máximo, (iv) os títulos das obras, (v) o duplo, (vi) o suspense, e (vii) a aranha. A análise da tradução intersemiótica apurou a prevalência de duas das modalidades esboçadas por Plaza (1987), a icônica e a simbólica, com primazia da primeira. Desse modo, grande parte dos signos-alvos transcodificados buscaram manter uma estrutura similar àquela dos signos-fontes. Evidenciou-se que ambos os sistemas semióticos, a literatura e o cinema, cada qual à sua maneira, criaram signos para representar a crise de identidade e a condição humana na pós-modernidade.
Revista de Letras Juçara, Dec 29, 2023
Resumo: Este artigo tem o objetivo de discutir as relações intersemióticas entre o romance Precio... more Resumo: Este artigo tem o objetivo de discutir as relações intersemióticas entre o romance Preciosa, de Sapphire, e o longa-metragem Preciosa: uma história de esperança, dirigido por Lee Daniels. Inserido no campo da pesquisa qualitativa, nosso trabalho se classifica como bibliográfico e documental. Com base na Semiótica de Peirce (2005), sobretudo na tricotomia primeiridade, secundidade e terceiridade, discutimos as transformações sígnicas que emergiram na tradução do livro para o filme com foco em dois signos específicos: a ambientação e a narração. No que diz respeito à ambientação, apontamos que a película recorre à fotografia, à iluminação e às cores para produzir sentidos a respeito das condições de existência da protagonista Precious. No que concerne à narração, constatamos que a narrativa em primeira pessoa, criada pela via discursiva no livro, foi traduzida, no filme, por meio de uma narradora homodiegética, utilizando a técnica de voz off. Em conclusão, ressaltamos o valor crítico, político e sociomaterial das duas obras analisadas, devido à sua potente contribuição para o debate de temas de grande relevância à vida humana, especialmente em relação a grupos minorizados e marginalizados.
Letras, Mar 22, 2024
O seguinte artigo tem por objetivo discutir a tradução intersemiótica da peça teatral Macbeth, es... more O seguinte artigo tem por objetivo discutir a tradução intersemiótica da peça teatral Macbeth, escrita por William Shakespeare, para a sua versão televisiva, dirigida por Mark Brozel. Com base nas tipologias das traduções intersemióticas desenvolvidas por Julio Plaza (1987), discutimos as alterações produzidas na recriação de seis signos da obra literária, sendo eles: (i) o tempo, (ii) o sobrenatural, (iii) as Irmãs Sinistras, (iv) as profecias, (v) o som, e (vi) o suicídio. Entendemos que a tradução intersemiótica de Macbeth contribui para a democratização do acesso a essa obra canônica da literatura ocidental.
O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, Dec 18, 2023
e expressões, das rubricas e dos espaços. No filme, em contrapartida, Serpa recorre à cenografia,... more e expressões, das rubricas e dos espaços. No filme, em contrapartida, Serpa recorre à cenografia, à profundidade de campo, aos enquadramentos, aos planos e aos movimentos de câmera. Já o signo morte ganha vida no livro por meio do tema, das personagens e do discurso. Na película, por sua vez, constrói-se por meio da fotografia, das cores, das personagens, da intertextualidade e da mise-en-scène. Palavras-chave: literatura; cinema; tradução intersemiótica; Morte e vida severina; João
Revista Letras Raras, Jun 6, 2023
Revista Letras Raras, Apr 27, 2023
Revista Letras Raras, Apr 27, 2023
problematização do ensino de variedades dos franceses africanos nos cursos de FLE em Goiânia.
Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, Dec 20, 2022
Revista Letras Raras, 2021
Conjuntura Global, 2015
O seguinte artigo busca analisar as estratégias de redução de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atm... more O seguinte artigo busca analisar as estratégias de redução de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera, os chamados mecanismos de flexibilização, utilizando o Comércio Europeu de Licenças de Emissões (CELE) e o sequestro de carbono, a fim de se delinear conclusões acerca de suas possíveis viabilidades e instabilidades num cenário de ausência do Protocolo de Kyoto. Palavras-chave: Protocolo de Kyoto; Comércio Europeu de Licenças de Emissões; sequestro de carbono.
Thesis Chapters by IURY ARAGONEZ DA SILVA
Intra-ações na educação digital onlife: uma leitura pós-humanista de uma sala de aula de francês, 2023
Esta dissertação tem como objetivo discutir experiências com a educação linguística em francês em... more Esta dissertação tem como objetivo discutir experiências com a educação linguística em francês em uma sala de aula de um centro de línguas de uma universidade pública, localizada no estado de Goiás, com estudantes brasileiros/as. O estudo foi realizado entre os meses de setembro a dezembro de 2021 de forma remota, devido à pandemia de COVID-19, com 12 estudantes de um grupo de Francês 6. Para problematizar as experiências compartilhadas ao longo do curso, tomo como alicerce praxiológico o Pós-humanismo, fundamentado na noção de que a matéria e o discurso são coconstitutivos (Barad, 2003, 2007). Entendo que uma orientação (neo)materialista (Canagarajah, 2018a) desestabiliza nossos entendimentos acerca dos eventos que (re)configuram o mundo ao ampliar o foco para além das relações humanas, possibilitando novas formas de apreender língua(gem) e educação linguística. Com base nisso, recorro à Linguística Aplicada Pós-Humanista (Canagarajah, 2018a, 2018b; Pennycook, 2018a, 2018b; Sousa, 2022), a qual busca problematizar língua-matéria-discurso-poder a partir das materialidades, isto é, da assemblagem de actantes humanos/as e não humanos/as. No escopo da perspectiva pós-qualitativa (St. Pierre, 2014a, 2014b, 2018), os materiais desta perguntação (Matos, 2021) compreendem: um questionário, aulas gravadas em áudio e vídeo pelo Google Meet, um diário de campo e produções escritas, orais e polissemióticas dos/as alunos/as. A partir de leituras difrativas (Barad, 2012) desses aparatos, busquei problematizar de que maneiras as pessoas, os materiais didáticos, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), as subjetividades, as emoções e as espaçotemporalidades intra-agiram para oportunizar a emergência de repertórios polissemióticos (Magalhães; Silva, 2022) atrelados à língua francesa em um contexto de educação digital onlife (Moreira; Schlemmer, 2020). Ao abordar as percepções dos/estudantes acerca de suas corpovivências (Almeida, 2023), brilhou o entendimento da sala de aula digital como um espaço liso (Deleuze; Guattari, 1997) que bagunça a produção linguageira ao mesmo tempo em que permite o exercício de intranomia (Sousa, 2022) para a coconstrução de repertórios em assemblagem com actantes não humanos/as e em espaçotempos distintos. Além disso, os eventos corpovivenciados apontam para a necessidade de uma educação linguística corporificada, entendendo que significados/sentidos emergem de maneira polissemiótica, para além do processamento mental de regras que resulta na primazia de formas verbais de expressão. Espero que o trabalho desenvolvido contribua para o fortalecimento de uma concepção rizomática (Canagarajah, 2018a) de língua(gem) como matéria, de modo a encorajar uma visão menos antropocêntrica acerca das produções linguageiras.
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