DULTRA, Maruzia. Edições AKANA: criações intermídias a partir da literatura expandida do filme Aka Ana, de Antoine d'Agata. In: PIVETTA, Rejane; CAIMI, Claudia Luiza; BARROS Júnior, Antonio Brito de. (Org.). Literatura, imagem e mídias. 1ed.Porto Alegre: Bestiário/Class, 2021, v. 1, p. 394-415.
Este trabalho aborda o livro transdisciplinarmente, abarcando a intermidialidade e a literatura e... more Este trabalho aborda o livro transdisciplinarmente, abarcando a intermidialidade e a literatura expandida, na qual são limiares as demarcações dos diversos gêneros literários, meios e suportes de exploração da palavra, além de ultrapassar o alfabeto na criação de imagens e objetos. Com o objetivo de discutir as relações transmidiáticas entre o filme Aka Ana (França, 2008), de Antoine d’Agata, e a coleção de livros de artista e pôsteres Edições AKANA (produção poética de pesquisa pós-doutoral em curso), é apresentado o processo crítico-criativo de transposição do primeiro texto em seus desdobramentos. A narrativa de Aka Ana, filmada nas noites de Tóquio, é costurada pelas vozes e corpos de sete prostitutas japonesas que leem suas cartas escritas ao artista francês e se relacionam sexualmente com ele em cena. Os livros e pôsteres artesanais então derivados possuem dobraduras, cortes e encadernação japonesa, além de formatos diversos de apresentação do que é narrado no filme, desde a variação de línguas à materialidade da escrita (carimbada, caligrafada, datilografada, etc). Constitui-se, portanto, na tradução de uma obra intermídia (Aka Ana, então considerada como literatura expandida) gerando outras obras intermídias que valorizam a palavra também em seus aspectos plástico-visuais, através da arte de fazer livro. Ao esposar as palavras do filme em páginas, é como se as Edições AKANA conferissem-nas o estatuto de Literatura na forma física tradicional – a bibliográfica. Porém o livro não está em jogo como mero suporte. Através do gênero “livro de artista”, as tiragens únicas de AKANAs recobram a dimensão cinematográfica de Aka Ana, já que “(...) o tal ‘suporte’ deixa de suportar depósitos gráficos para ser uma superfície extensiva, folhas ‘quase cinema’, um campo de aterrissagem para sinais transitivos, com alta voltagem poética.” (DERDYK, 2013, p. 12).
Palavras-chave: Livro de artista; Literatura expandida; Intermidialidade.
Registros fotográficos das obras citadas no texto estão reunidos neste link: https://online.pubhtml5.com/agxi/ronu/
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A vídeo-carta que está por vir não é feita por mim, não apenas em nossa relação. A vídeo-carta por vir foi gravada em seu cotidiano, é você me dizendo a data da filmagem, seu turno, embora eu já pudesse adivinhar pela incidência do sol... A vídeo-carta por vir me denuncia o sabor de seu chá, me faz sentir a temperatura, se ideal para tomar agora ou alguns minutos depois. A vídeo-carta por vir tem mais de imaginação, faz acender nosso imaginário, é alguma coisa que explode. A vídeo-carta por vir é suave, macia, embora epicentro. A vídeo-carta por vir sustenta o compromisso (po)ético do pensamento, seja na Academia ou fora dela. A vídeo-carta por vir é uma continuação. Ao mesmo tempo, ela é o limite, ali onde o pensamento se esgueira, na ponta da palavra.
Este trabalho trata da potência do silêncio presente na imagem. Tecemos um breve panorama poético-conceitual acerca do que podemos e não podemos dizer imageticamente, analisando forma e conteúdo do filme-carta em questão, ratificando a importância da concatenação entre esses dois aspectos na montagem videográfica. Estendendo a discussão, de modo autorreflexivo, ao âmbito da Academia, problematizamos o lugar do pensamento na sua formalização como imagem e como escrita, com o que desafiamos a iconocracia e o logocentrismo, desestabilizando a engrenagem sociocultural mantida pelo sistema macropolítico. Assim, apontamos e propomos formatos videográficos outros como meio para o debate, numa perspectiva micropolítica, nas esferas artística e intelectual.
Créditos do vídeo:
Música: Vejle, de Jorge Moniz (álbum 'Inquieta Luz').
Participação vocal: Élida Lima.
Este trabalho trata das relações entre o poema-livro 'Clorântida', de Rosalina Marshall, e sua leitura musicada, apresentando-se sob um formato que é em si mesmo condizente com o tema da intermidialidade. É nessa imbricação entre diferentes tipos de mídias e linguagens que se pode tecer uma “crítica expandida” como a aqui proposta. A abordagem audiovisual de “Clorântida” entrega ao leitor-espectador a plasticidade sonoroverbal de seus versos, fazendo deste trabalho também um bloco de sensações situado no limiar entre o debate e a fruição.
Créditos do vídeo:
Voz e Poema: Rosalina Marshall
Piano e 2ª Voz: Luísa Gonçalves (Improvisação sobre “Ich Grolle Nicht”, de Robert Schumann)
Imagens (por ordem de aparição): CrazyFuzituka; shota0212; Josu Relax; ohayuni71; Joaquim Viana; Maruzia Dultra.
Concepção, Texto crítico e Edição: Maruzia Dultra
O trabalho, pensado como uma resenha audiovisual, foi criado a partir da videoperformance de montagem do "Livro-bichobjeto (AKANA #0)", o primeiro exemplar das Edições AKANA. Estas são uma coleção de escrituras expandidas concebidas na pesquisa de pós-doutorado realizada no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura do Instituto de Letras da UFBA (PPGLitCult/ILUFBA).
Créditos do vídeo:
Criação: Maruzia Dultra.
Citação plástica: obra 'Bichos', de Lygia Clark.
Supervisão de pesquisa: Sandro Ornellas.
Produção: LABOR.POET.CO.
Música: 'Vejle', de Jorge Moniz.
Texto manuscrito disponível no link: https://issuu.com/minitecca/docs/isto_nao_e_um_bicho-papao
Neste trabalho, apresento a dissertação-obra Corpografias, um livro-objeto criado em contexto transdisciplinar que partiu de uma pesquisa em Poéticas Visuais. A obra em questão tem como operador conceitual o corpo do pensamento e cartografa o próprio constituir-se da pesquisa. Já o operador poético é o toque, o que demanda contato físico com o outro para que a obra aconteça em sua inteireza, implicando o leitor numa proposta corpográfica de leitura tátil a compor seu próprio corpo do pensamento. Na dissertação-obra, portanto, o resultado científico coincide com o trabalho artístico, afirmando a pesquisa acadêmica como espaço de invenção.
Créditos do vídeo:
Vozes: Élida Lima, Joana Almeida, Maruzia Dultra, Peter Pál Pelbart.
Música e piano: Vítor Araújo ("Valsa pra lua")
Books by Maruzia Dultra
Booktrailer: https://youtu.be/jcrlo8Lcc4o
Free-ebook_acesse_copie_adultere_distribua:
https://www.livrideo.online/br/colecao-no-prelo
Booktrailer: https://youtu.be/SE2bc8DM3q4
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https://www.livrideo.online/br/colecao-no-prelo
preenchido por qualquer pessoa, já que “(...) pensar faz parte da vida − e não se pretende o signo de uma casta qualquer de mandarins.” (PELBART, 2018). Vago a ser preenchido não apenas com letras anatomicamente arquitetadas em alfabeto, mas também com desenhos, colagens, fotografias; vagueza a ser recortada, dobrada, amassada, costurada, carimbada, pintada... Enfim, espaço de criação para pensamentos outros. {Compõe a tese de doutorado "Vídeo-cartas (não) filosóficas: percurso de aparição de um corpoimagem" (DULTRA, 2018)}
Papers by Maruzia Dultra
[Versão feita à mão disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/matlit/article/view/9650/7691]
A vídeo-carta que está por vir não é feita por mim, não apenas em nossa relação. A vídeo-carta por vir foi gravada em seu cotidiano, é você me dizendo a data da filmagem, seu turno, embora eu já pudesse adivinhar pela incidência do sol... A vídeo-carta por vir me denuncia o sabor de seu chá, me faz sentir a temperatura, se ideal para tomar agora ou alguns minutos depois. A vídeo-carta por vir tem mais de imaginação, faz acender nosso imaginário, é alguma coisa que explode. A vídeo-carta por vir é suave, macia, embora epicentro. A vídeo-carta por vir sustenta o compromisso (po)ético do pensamento, seja na Academia ou fora dela. A vídeo-carta por vir é uma continuação. Ao mesmo tempo, ela é o limite, ali onde o pensamento se esgueira, na ponta da palavra.
Este trabalho trata da potência do silêncio presente na imagem. Tecemos um breve panorama poético-conceitual acerca do que podemos e não podemos dizer imageticamente, analisando forma e conteúdo do filme-carta em questão, ratificando a importância da concatenação entre esses dois aspectos na montagem videográfica. Estendendo a discussão, de modo autorreflexivo, ao âmbito da Academia, problematizamos o lugar do pensamento na sua formalização como imagem e como escrita, com o que desafiamos a iconocracia e o logocentrismo, desestabilizando a engrenagem sociocultural mantida pelo sistema macropolítico. Assim, apontamos e propomos formatos videográficos outros como meio para o debate, numa perspectiva micropolítica, nas esferas artística e intelectual.
Créditos do vídeo:
Música: Vejle, de Jorge Moniz (álbum 'Inquieta Luz').
Participação vocal: Élida Lima.
Este trabalho trata das relações entre o poema-livro 'Clorântida', de Rosalina Marshall, e sua leitura musicada, apresentando-se sob um formato que é em si mesmo condizente com o tema da intermidialidade. É nessa imbricação entre diferentes tipos de mídias e linguagens que se pode tecer uma “crítica expandida” como a aqui proposta. A abordagem audiovisual de “Clorântida” entrega ao leitor-espectador a plasticidade sonoroverbal de seus versos, fazendo deste trabalho também um bloco de sensações situado no limiar entre o debate e a fruição.
Créditos do vídeo:
Voz e Poema: Rosalina Marshall
Piano e 2ª Voz: Luísa Gonçalves (Improvisação sobre “Ich Grolle Nicht”, de Robert Schumann)
Imagens (por ordem de aparição): CrazyFuzituka; shota0212; Josu Relax; ohayuni71; Joaquim Viana; Maruzia Dultra.
Concepção, Texto crítico e Edição: Maruzia Dultra
O trabalho, pensado como uma resenha audiovisual, foi criado a partir da videoperformance de montagem do "Livro-bichobjeto (AKANA #0)", o primeiro exemplar das Edições AKANA. Estas são uma coleção de escrituras expandidas concebidas na pesquisa de pós-doutorado realizada no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura do Instituto de Letras da UFBA (PPGLitCult/ILUFBA).
Créditos do vídeo:
Criação: Maruzia Dultra.
Citação plástica: obra 'Bichos', de Lygia Clark.
Supervisão de pesquisa: Sandro Ornellas.
Produção: LABOR.POET.CO.
Música: 'Vejle', de Jorge Moniz.
Texto manuscrito disponível no link: https://issuu.com/minitecca/docs/isto_nao_e_um_bicho-papao
Neste trabalho, apresento a dissertação-obra Corpografias, um livro-objeto criado em contexto transdisciplinar que partiu de uma pesquisa em Poéticas Visuais. A obra em questão tem como operador conceitual o corpo do pensamento e cartografa o próprio constituir-se da pesquisa. Já o operador poético é o toque, o que demanda contato físico com o outro para que a obra aconteça em sua inteireza, implicando o leitor numa proposta corpográfica de leitura tátil a compor seu próprio corpo do pensamento. Na dissertação-obra, portanto, o resultado científico coincide com o trabalho artístico, afirmando a pesquisa acadêmica como espaço de invenção.
Créditos do vídeo:
Vozes: Élida Lima, Joana Almeida, Maruzia Dultra, Peter Pál Pelbart.
Música e piano: Vítor Araújo ("Valsa pra lua")
Booktrailer: https://youtu.be/jcrlo8Lcc4o
Free-ebook_acesse_copie_adultere_distribua:
https://www.livrideo.online/br/colecao-no-prelo
Booktrailer: https://youtu.be/SE2bc8DM3q4
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preenchido por qualquer pessoa, já que “(...) pensar faz parte da vida − e não se pretende o signo de uma casta qualquer de mandarins.” (PELBART, 2018). Vago a ser preenchido não apenas com letras anatomicamente arquitetadas em alfabeto, mas também com desenhos, colagens, fotografias; vagueza a ser recortada, dobrada, amassada, costurada, carimbada, pintada... Enfim, espaço de criação para pensamentos outros. {Compõe a tese de doutorado "Vídeo-cartas (não) filosóficas: percurso de aparição de um corpoimagem" (DULTRA, 2018)}
[Versão feita à mão disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/matlit/article/view/9650/7691]
Palavras-chave: Escrita, Pesquisa, Espaço-tempo, Pensamento, Criação.
"Se você desaparecer, será um naufrágio. Naufrágio desta pesquisa, desta pretensa correspondência, da procura pela aparição de um corpoimagem... Hoje sonhei que era você quem aparecia: ao ouvir palavras sobre você, aos poucos, sua imagem ia-se formando, a imagem do seu corpo, e de repente era você quem estava lá, a falar algo de suas aulas - e eu sorrindo, sorria de saudade... (Faz de conta que eu não preciso morrer dela.) Mas o sonho acabou, e o despertar trouxe consigo a terrível verdade: se você desaparecer, será um naufrágio. (...)"
Arquivo disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/28733
No dia a dia, vida que se 'tese'... 'Teser' é o verbo de quem tece uma tese. Há um cotidiano do pesquisar, um cotidiano pesquisado, sobretudo quando essa pesquisa é realizada através dos olhos. Por isso as poéticas visuais me embrenham desde o despertar, quando inclino meu olhar para um primeiro raio de sol, para a textura do cobertor, para minha própria pele ou minha imagem no espelho. Os movimentos imagéticos sonhados parecem, nessa hora, reivindicar sua carne, mas o mundo onírico não encontra seu correspondente na lógica do mundo dito real. Daí o lugar da arte reservar este espaço da dúvida, da suspensão, que faz oscilar os pressupostos mais rigidamente estabelecidos a favor da força inventiva. O risco a ser aqui vivido é a utilização da cifra aceita, a palavra, da qual não escapamos na Academia. Ao mesmo tempo, ela é comunhão, é o elo de nossa vida em grupo. É neste sentido que trago, com este texto, um estado do meu pensamento e afetos enquanto criadora, entendendo que eles se inscrevem não apenas nas vídeo-cartas (não) filosóficas que produzi nos últimos três anos (2015-2017) no curso de doutorado, mas também no modo de realizar esta escrita através de um memorial crítico-poético. Com tal testemunho, convido a pessoa leitora, mais uma vez, a se tornar espectadora, abrindo a Caixa Portal (https://www.youtube.com/@caixa-portal), além de desejar fazer viver a natureza pós-disciplinar da obra em questão, que entremeia a arte à ciência e à filosofia – se é que essas denominações permanecem válidas neste contexto.
Como falar do corpo do pensamento, sem correr o risco de cristalizá-lo? O caminho é todo arriscado... Por isso o convite ao leitor para tocar neste trabalho, fazendo com ele seu próprio corpo poético.
Em 2014, o trabalho integrou a Exposição 'Trabalhos de arte' promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da USP na Biblioteca da ECA, com curadoria de Cláudio Mubarac.
(Capítulo 2.1 do e-book resultante do II Encontro Internacional Lusófono TODAS AS ARTES, TODOS OS NOMES, integrando a segunda parte da publicação intitulada "As metamorfoses contemporâneas das manifestações artísticas no Sul Global").
Palavras-chave: Livro de artista; Literatura expandida; Intermidialidade.
Registros fotográficos das obras citadas no texto estão reunidos neste link: https://online.pubhtml5.com/agxi/ronu/
silêncio; micropolítica.
"(...) Estar à deriva não é não ter direção: é estar à mercê das correntes do mar e do ar (mesmo sem resquício de mastros e velas...). Portanto, estar à deriva é não ter motor próprio ou tê-lo desligado; é deixar-se marear, embarcar na onda, entrar numa. É derivar novas rotas: caminhos imprecisos para quem não conhece suas cartas... (náuticas!) ou não sabe lê-las (náufragas!) - é fazer-se outro na mesma embarcação, sedenta por chuva, mas nem tanta, querente de ilha ou continente, um porto, um abrigo quase qualquer - é liberar-se da navegação... (...)"
textos surgidos a partir da quarta edição do festival Submidialogia, realizada em Belém (PA) no ano de 2009. Aqui, se encontrarão tanto textos acadêmicos, como 'Letramento Midiático e Digital', 'A fronteira
virtuosa', 'O Centro de Mídia Independente de Tefé' e 'Natureza, arte
e tecnologia: a mobilidade do audiovisual de bolso', quanto poesias, como a 'Subpoesia' ou o 'Subpoema'." (Adriano Belisário e fabiane Borges no texto introdutório "Submidialogias")
https://acasatombada.com.br/livros-a-mao-livros-livres-acesse-copie-adultere-distribua-por-maruzia-dultra/
https://acasatombada.com.br/corpografias-o-risco-como-rota-por-maruzia-dultra/
"Os resultados da revisão de literatura deste artigo revelam que a produção acadêmica sobre narrativas digitais e vídeo-cartas são recentes no Brasil, como os estudos Kieling (2012), Rodrigues (2020), Ruiz (2009) e Dultra (2018)." (DE PAULA; LEIRO, 2022, p. 243)
"No que diz respeito ao conceito de vídeo-cartas, existem múltiplas interpretações, assim como diferentes modos de produção desses materiais. Não existe um padrão único, pois a abertura às possibilidades é a tônica da criação artística desses recursos. A pesquisadora Ruiz (2009) considera as vídeo-cartas como dispositivos ou recursos audiovisuais para o compartilhamento de narrativas. Já a pesquisadora Dultra (2018) discute o conceito das vídeo-cartas na perspectiva da filosofia; em sua tese de doutorado, rompe paradigmas e discute a perspectiva das vídeo-cartas não filosóficas e seus significados. Também não existe uma única genealogia definida sobre as vídeo-cartas, pois pesquisadores como Bergala (2007), Reynoth (2020), Ruiz (2009) e Dultra (2018) trazem diferentes referências quanto às suas origens." (DE PAULA; LEIRO, 2022, p. 252)
"Na área acadêmica, no Portal da Capes e em outros sites de busca, utilizando-se a palavra-chave ‘vídeo-cartas’, foram encontradas a dissertação de mestrado de Ruiz (2009), Documentário-dispositivo e vídeo-cartas: aproximações, defendida no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e a tese de doutorado de Dultra (2018), intitulada Vídeo-cartas não filosóficas: percurso da aparição de um corpo imagem, defendida no Programa de Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Esses trabalhos são referências para os estudos de vídeo-cartas, bem como para o aprofundamento dos debates e das problematizações sobre as origens e os conceitos de vídeo-cartas no contexto nacional e internacional. As autoras também produziram vídeo-cartas expressivas, que são citadas em seus trabalhos e estão disponíveis na internet. Dultra (2019) escreveu um artigo em que traz outras referências a respeito das origens das vídeo-cartas, como as vídeo-cartas trocadas pelos artistas japoneses Shuntarõ Tanikawa e Shûji Terayama no período de 1982 a 1983. A autora afirma que foram dezesseis vídeo-cartas trocadas em um período de nove meses, nas quais eles discutiram a filosofia da linguagem no campo das artes visuais. Neste mesmo texto, Dultra (2019) cita outros exemplos de vídeo-cartas no Brasil, na década de 1980, como as vídeo-cartas produzidas por Fernando Gabeira na TV Bandeirantes, que continham uma série de denúncias sobre problemas do país, e o filme Elena, de Petra Costa. Dultra (2019) afirma que as vídeo-cartas estão inseridas nos campos das artes, das letras e da filosofia, nos processos de investigação das ciências sociais e na metodologia que ela denomina de vídeo-cartAgrafiOs. Advinda do campo da filosofia, a pesquisadora problematiza esses campos e as fronteiras disciplinares, bem como produz vídeo-cartas (não) filosóficas como forma de ruptura disciplinar. Dultra (2019, p. 282) também discute os diferentes significados atribuídos às vídeo-cartas: “Ainda hoje, o gênero é cercado de indefinições, assim como outras derivações do vídeo, a começar pela denominação: vídeo-carta ou videocarta?”." (DE PAULA; LEIRO, 2022, p. 253).
"É possível ter o gênero resenha um formato epistolar e manter o propósito de resumir, comentar e avaliar? Observe como foi produzida a resenha do livro A perda de si: cartas de Antonin Artaud (Rio de Janeiro: Rocco, 2017), por Maruzia Dultra. Conheça a resenha no link: https://portalseer.ufba.br/index.php/revteatro/article/view/24879/17251 " (MOTA; MAGALHÃES; FRANCO, 2020, p. 58-59).
"Distanciando-se de uma perspectiva anátomo-fisiológica anteriormente usuais nas pesquisa na área da educação física e do ensino de ciências e impulsionadas pelas teorizações de Michel Foucault as pesquisas começam a situar corpo no centro de relação de saber/poder. Valendo-se de conceitos trabalhados no que se convencionou chamar de fase genealógica dos estudos foucaultianos, as pesquisas descrevem como o sistema educacional, a mídia, as instituições religiosas, dentre outros espaços, usam o poder disciplinar para forjar comportamentos, corpos. Também distantes do enfoque organicista localizamos muitos trabalhos fundamentados pelas perspectivas críticas, usando Marx, Freud, Lacan, Durkein, Adorno, Hokheimer. Contudo, sem que percam o espaço nas pesquisas, à esses autores vem sendo se incluindo outros olhares, advindos de Félix Guattari e Gilles Deleuze principalmente. Escritas não tão apegadas às palavras, trabalhos que se permitem ousar, e num devir de criação mais livre, renovam e reinventam a escrita acadêmica, como por exemplo o trabalho de Dultra (2012, s/p) que em meio à desenhos e escritas cursivas, nos leva a percorrer o caminho por ela trilhado em sua 'dinâmica de experimentação do pensamento num contexto acadêmico'." (TAVARES; CHAVES, 2017, p. 11).
"Tabela 1 - Primeira geração de vídeo celular: (...) 'Inexorável' (Bel Sousa, Jailson Brito, Mariana Marinho e Maruzia Dultra - Poesia)." (ASSIS, 2017, p. 59).
"Sendo assim, a arte ao estar interligada a funções sociais, leva o sujeito à compreensão da realidade onde se insere, remodelando-a ao fomentar a consciência crítica, o questionamento e a reflexão, enquanto potencial criativo e crítico, como requalificadora de valores e desenvolvimento de diferentes formas de vida e realidades (Almeida, 2007). Referencia-se o projeto artístico ´Escape - Natureza` de Dultra e Brunet (2009) (Figura 2), que pretendeu ampliar a relação das pessoas com o meio ambiente e propor a reflexão entre os conceitos arte, ambiente e tecnologia. Assim, os sujeitos dispõem de diferentes vídeos alusivos à natureza local, onde se podem sintonizar com o ritmo da natureza no seu dia-a-dia, como alternativa à despersonalização e stress característicos da vida urbana. Neste sentido, a natureza está mais presente no quotidiano das pessoas, através destes vídeos de bolso, verificando-se o uso da arte interligada à tecnologia como incentivo ao apreço e respeito pelo meio ambiente." (ALMEIDA, 2015, p. 10).
Trabalho completo disponível em: https://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/3333/1/Tese.pdf
"Assim como a sombra, a posição da bailarina colabora para a precisão de um cenário invisível. Segundo Dultra (2007, p. 1), 'o dançarino precisa estar num estado de prontidão, tal que esteja conectado aos dois tipos de ambiente simultaneamente, o real e o imagético, uma vez que interage com a imagem [...]'." (CAPELATTO; MESQUITA, 2014, p. 82).
"O ensaio visual intitulado “Psicorpografias” foi produzido com desenhos, encáustica e impressões, a partir de interlocuções estabelecidas com a artista Maruzia Dultra." (OLIVEIRA, 2013, p. 220).
Trabalho disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tint/article/view/6415/4544
"Com isso, Dultra (2007), quando integrante do grupo de pesquisa Poéticas Tecnológicas, dirigido pela Dra. Ivani Santana, complementa a respeito dessa relação da dança com a tecnologia que 'Este fator proporciona mudanças de configurações na maneira 'convencional' do dançarino lidar com o elemento tempo. Ele deve aprender a resolver com o corpo os imprevistos que surgem e dependem das circunstâncias externas. Os padrões de movimento eram criados para e através da interação com a imagem: a noção de dimensão do corpo, seu e do outro passa a ter outra conotação diante da imagem sintética projetada. O olhar e foco ganham uma importância fundamental que é proporcionar ao espectador e exigir do dançarino múltiplas atenções. O dançarino precisa estar num estado de prontidão, tal que esteja conectado aos dois tipos de ambiente simultaneamente, o real e o imagético, uma vez que interage com a imagem e com outros dançarinos ao mesmo tempo' (DULTRA, 2007, p. 1)." (TAPIA, 2012, p. 62).