É interessante como o filme se constrói, mesmo que tenha uma perda considerável de ritmo no meado do filme, isso é recuperado no final.
O que chama atenção mesmo é esse jogo de imagem, o interesse pela foto, pelo momento, pela captura. Sabe-se apenas que é uma guerra civil, mas o foco desses personagens é outro, eles não participam da guerra, mas é fato que sem eles, quem poderia contextualizar toda essa narrativa.
Enfim, interessante, mesmo com alguns momentos que simplesmente são insossos.
Dizer que isso aqui é engraçado é pouco. Como o humor pode ser tão bem construído, tão inteligente ao ponto de emocionar e te deixar vibrando pelos personagens, é um filme que te convence a todo segundo e quando você pensa que nada pode ficar melhor, ele simplesmente atinge o ápice narrativo no último segundo, na última fala do filme.
“A vida real não se enquadra nas histórias em quadrinhos.”
Shyamalan sempre fascinante.
A maneira que ele desconstrói e reconstrói o arco narrativo clássico de um quadrinho sobre heróis aqui é interessantíssimo. Sem sombra de duvidas um dos melhores filmes que envolvem essa temática já feito, ainda mais quando pensamos em um filme de origem, sobre a jornada do herói até se entender como um herói.
Sobre contrastes, e a própria narrativa já deixa isso claro no ritmo do filme,…
"É o país do homem de neve. Quando sai o sol, o homem de neve derrete e desaparece. Uma vez, quando fazia amor com hao-hao... Teve a impressão de que ele era como o homem de neve... Que desaparecia quando saísse o sol. Nesse dia, fazer amor foi triste. Anos depois, ainda se lembrava..."
A partir de um olhar superficial, realmente funciona como um retrato da juventude, dos seus devaneios, desafios, desejos e vontades diante de um novo milênio, mas…
