É interessante como o filme provê um espaço de tela considerável ao longo do seu primeiro ato apenas para construir a ambientação e nos envolver com a dinâmica familiar e de convívio da família Paiva. E faz isso muito bem, ao ponto de realmente já termos um panorama amplo do cenário, assim como da implementação de alicerces emocionais que serão desenvolvidos ao longo da narrativa.
Essa atenção às impressões e detalhes da rotina transparecem muito bem num estilo de direção…
Que baita decepção... A ideia é boa e a abordagem escolhida de misturar horror e comédia também seria um diferencial digno de repercussão, mas nem todo mundo é um Sam Raimi que saiba realmente fazer isso funcionar.
Um dos grandes problemas do filme é que ele acaba não conseguindo acertar em nenhuma de suas instâncias: o horror explode (literalmente) em tela, mas parece que seu impacto é vazio ou irrisório enquanto a onipresente e indissociável comédia simplesmente não é engraçada.…
Em estrutura, não deixa de ser uma cinebiografia musical como muitas outras já feitas. Há um primor em aspectos técnicos que habilmente insere a narrativa e seus personagens na conjuntura da efervescente década de 1960 e consegue criar bons e relaxantes momentos ao propor uma abordagem intimista da música folk, dando um considerável tempo de tela para a reprodução de várias canções. Entretanto, ao analisar sob um prisma que contemple o conjunto inteiro, parece que muita coisa acabou ficando entre…
"The Brutalist" é um caso complicado. Existe sim um grande filme aqui, mas ao mesmo tempo ele apenas quer parecer grandioso, o que torna vários momentos contraditoriamente diminutos. Por mais que seja uma produção independente de difícil veiculação comercial que automaticamente afastaria grandes estúdios, também contempla cenas que parecem apenas seguir uma certa tendência de filmes "oscarizáveis", quase podendo ser lido como um Oscar bait. Essas contradições diminuem muito o impacto geral que poderia ser atingido com o projeto.
Dividindo-se…
