eu ficava o tempo todo imaginando o que mais o garoto podia perder.
começou perdendo a família. depois, parte da audição, com a queda de bombas perto dele, o que, em seguida, leva-o a perder a sanidade. por último, perde a própria identidade, ganhando um novo nome e uma vasta família improvisada e provisória para tentar se esconder dos alemães. ele ganha o nome de um homem morto, a vida de um homem morto. assim, neste mundo, até mesmo o…
esse aqui foi uma grata surpresa. fiquei boa parte traçando paralelos com O Labirinto do Fauno, cuja inspiração muito provavelmente del Toro retirou de O Espírito da Colmeia. o filme mostra como a fantasia pode transformar até uma guerra civil, com o adicional de que, diferentemente d'O Labirinto, essa fantasia é proporcionada pelo cinema, bastante presente aqui como metalinguagem e fio condutor do enredo. é de certo modo simples, mas bastante profundo.
que espetáculo de luzes e cores! de narrativa! de adaptações extremanete bem colocadas!
as inovações em relação à história original funcionam bastante bem. já começamos com uma mãe solteira, profundamente atormentada pela morte do marido e de outras esperanças que um dia habitaram aquelas terras. por não ter mais seu marido, ela é direta com os filhos e não se preocupa em deixar bem claro a eles que as crianças precisam sair de casa o quanto antes, alegando não haver…
This review may contain spoilers. I can handle the truth.
lembro de uma vez específica em que fiquei bastante empolgado com a reinvenção de uma história. foi quando conheci a versão de Roald Dahl da Chapeuzinho Vermelho, na qual a garota mata o lobo com um revólver. eu já era bastante familiarizado com o conceito de reinventar narrativas existentes, mas, a partir dessa experiência, eu percebi até que ponto era possível tornar sua a história de outra pessoa; a narrativa passa a ser inquestionavelmente sua, em um tipo de "furto"…
