Norma é a estrela solitária de um céu apagado. O microfone, símbolo da Era de Ouro de Hollywood, aparta das telas os pináculos do cinema mudo e, em determinada cena, passa por cima da relíquia Desmond. É significativa a forma amarga com que o filme mostra a autofagia da indústria cinematográfica, que cresce com a construção e a decadência de seus ídolos. O plano final de Wilder, com um close-up em Gloria Swanson, ressalta o brilho esquecido da Era Silenciosa.
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The Passion of Joan of Arc 1928
O filme faz um jogo de contraposição: Joana é coerência; a igreja, hipocrisia. A mulher, apesar de sua simplicidade, tem um entendimento profundo sobre fé. O clero, por outro lado, é incapaz de reconhecer o valor da santa, pois está moralmente distante do que ela simboliza. A contradição eclesiástica é ressaltada pela ausência de compaixão. Maria Falconetti quase sempre aparece sozinha em tela, representando uma postura solitária diante da verdade. Dreyer cria um silêncio que grita.
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The Life of Oharu 1952
Oharu personifica o sofrimento de gênero em um contexto extremamente opressor. O arco da protagonista se fecha sem redenção, com um progressivo caminhar em direção à margem de seu mundo. A ela, não foi permitido amar, ter conforto, ser confiável ou cultivar esperança. A dor de Oharu só é vista pelo espectador, pois seus gritos são abafados por quem a cerca. Mizoguchi tenta mostrar o que uma sociedade feita por homens faz às mulheres. É desalentador.
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Belle de Jour 1967
O inconsciente revela, sem qualquer tipo de censura, o desejo. A personagem, no começo, reprime-se a todo instante, mas os sonhos escancaram sua vontade. Encontra-se quando se entrega ao que quer. O filme faz uso de uma metáfora psicanalítica: nos sonhos, o id; no início, o superego castrador; com o desenrolar da trama, o ego tentando se equilibrar. Uma bela obra sobre as contradições individuais, morais e culturais do desejo.
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