Problemático na maneira como retrata esse protagonista e sua relação com o pai. Entendo que traumas de abandono são feridas complexas, mas tudo me pareceu abordado de forma fetichizada e pensada demais para soar autêntica, quase esbarrando em preconceitos. A notar que o diretor deste filme cubano é irlandês.
Ótimas atuações.
O formato mockumentário me pareceu prejudicar a graça do divertido plot e universo de personagens.
A impressão é de estar assistindo a versão piorada de um filme do Christopher Guest.
trecho do livro "Cinema: sonho e lucidez", de Fernando Coni Campos:
Eu tinha que fazer esse filme. Precisava entrar em sincronismo comigo mesmo. Sempre houve uma enorme defasagem entre a ideação e a realização. A impressão que eu tive quando vi o filme pronto era a de que eu tinha realizado o meu primeiro longa-metragem, longuíssima- metragem com dez anos de duração. E tudo que tinha feito eram sequências desse filme. Eu sempre fui muito acusado de fazer um cinema…
falta sujeira ao filme, que é limpo demais, bem produzido demais. Fica num lugar confortável de olhar a ditadura dessa época com os filtros da adolescência e da nostalgia, com o uso das músicas já respaldadas pelo tempo e com as coproduções certas para resultar num "produto" que possa percorrer o circuito internacional de "filmes de arte". Como produto, é um acerto; como arte, lhe falta algo.
