O cinema do cotidiano é uma estratégia comum no cinema contemporâneo, mas se mostra uma armadilha para diretores não muito experientes ou para aqueles que não fujam do lugar comum. Infelizmente, essa descrição se enquadra no caso de “Carvão”. Há uma tentativa até interessante em desconstruir a hipocrisia da nossa sociedade: os casamentos de fachada, a religiosidade que vai de encontro às ações dos personagens, ao etarismo (ideias preconceituosas que levam ao descuido com pessoas idosas e até mesmo maus…

Um dos elementos que demonstram que a Pixar ainda tem fôlego é a sua capacidade de, mesmo com fórmulas bem estabelecidas e bem executadas em filmes anteriores, nos trazer um projeto com um impacto emocional importante e, claro, nos divertir.

Inicialmente, é interessante colocarmos o filme na linha do tempo da pixar. É um longa que vem como um suposto “complemento” da franquia toy story (o texto de abertura comenta sobre isso), mas na prática consegue se separar muito bem.…

Um dos pontos altos do cinema contemporâneo é o fato de diretores manipularem os gêneros e os unirem em obras que trazem elementos de gêneros diversos e ainda propõem uma narrativa muito particular. Em “Tudo ao mesmo lugar ao mesmo tempo”, temos essa junção e uma narrativa com pontos altos e baixos, mas que tem dificuldade de delimitar uma proposta mais precisa, mesmo que isso implique em uma desconstrução dos gêneros referenciados.

Começamos o filme com uma narrativa mais tradicional…