O filme é a prova de que bons atores não são suficientes para salvar filmes mal escritos.
Ele falha em tudo que se propõe a fazer e esse é o objetivo.
Durante o filme inteiro ele se equilibra entre se levar a sério ou não.
Mas apesar de todos os males, ele tem um certo charme. A química entre os atores é fantástica e isso rouba a atenção, a curiosidade sobre os mistérios deixa de existir e o que assume é a curiosidade pela sobrevivência do casal.
Para quem curte o cinema de Robert Eggers, vai amar esse. Ele pega tudo de melhor dos filmes anteriores e faz ainda melhor.
Toda a parte técnica é excelente. Você fica impressionado pelo som e deslumbrado pela fotografia.
A atuação dos atores principais tem o tom certo para te fazer acreditar em todo aquele cenário. Os únicos momentos em que me senti disperso eram quando os personagens de Aaron Taylor-Johnson e Emma Corrin apareciam.
É tudo muito bem feito e alcança seus objetivos.
No primeiro momento você só consegue ver o caos, mas depois você vai destrinchando as camadas que o filme tem e percebe o motivo dele ter chamado tanta atenção nessa season award.
Definitivamente as atuações de Mikey Madison e Yuriy Borisov fazem o filme acontecer, as nuances dos seus personagens que dão a sensação de que o buraco é mais embaixo.
E mesmo que você não entenda o filme, ele continua muito divertido.
É um filme facilmente amável desde o início. O mundo que foi criado funciona perfeitamente para que as coisas não pareçam tão assustadoras quanto são. Ele te engana e te seduz, te põe no lugar da Bella Baxter sobre como ela vê as coisas, mas também com os enquadramentos/jogo de câmera te coloca como o observador daquele experimento.
A execução é perfeita, dos cenários às roupas, da atuação ao timing que as coisas acontecem. E tem uma história fascinante que…
