Sinto coragem, o ímpeto de ir ao mundo e de carregar a dor da terra e o prazer da terra.
De lutar contra tempestades e enfrentar a ira do trovão.
A lua esconde a sua luz, a lâmpada se apaga.
Devo levantar, devo levantar.
Agora, eu não quero mais a parte.
Eu quero toda vida.
Eu quero toda vida.
Quem está aqui quer partir, quem está fora quer voltar. A sensação de não pertencimento é o que mais se faz…
We're emotional illiterates.
Assisti agora à versão de tv de 5 horas do Bergman, anos depois de ter assistido à refilmagem de 2021. Assim como da primeira vez, foi como uma imersão: é criada uma atmosfera tão penetrante, onde é possível se conectar e se identificar muito profundamente com ambos os protagonistas.
O Johan e a Marianne são pessoas comuns, que empurram seus problemas para debaixo do tapete, até que a convivência se torne tão sufocante ao ponto de não…
Um misto de solidão, carência e desespero que causa até constrangimento em quem está assistindo, e o Daniel Craig conseguiu interpretar isso muito bem. A busca por amor e acolhimento onde só há rejeição e indiferença. A forma como o Luca Guadagnino capta o desejo, os corpos, os toques, os olhares, a tensão, é quase como se a gente pudesse sentir junto. A trilha sonora me prendeu desde o início, vai de Nirvana até Caetano Veloso. Esse filme tem cheiro de suor, cigarro, desejo e solidão.
A fotografia é linda, como eu amo filme em preto e branco, tudo fica mais sensível e dramático. Já tinha achado perturbador, no fim ainda descobri que foi inspirado em fatos reais.
O mundo é um lugar horrível, mas precisamos acreditar que não é.
