Depois do momento central, o filme fica um pouco repetitivo. Mas os momentos de emoção compensam bem essa derrapada. E a passagem de Emilie Dequenne me fez ter um outro nível de comoção com sua personagem, por vezes até superando o plot principal.

A cotação é basicamente para a atuação de Mia Goth, que consegue segurar o filme da péssima direção de West, que definitivamente não sabe criar tensão psicológica, deixando todo o esforço para a atriz principal.

Gosto de filmes, como este "O Trator" e "Drive My Car" (que também assisti recentemente), que não tem o menor senso de urgência em apresentar a trama principal, permitindo que seus personagens ganhem um desenvolvimento sólido em oposição aos roteiros frenéticos e muitas vezes vazios de Hollywood.

A música e os depoimentos são da melhor qualidade, mas o "filme" em si na verdade se distancia daquilo que é propriamente cinematográfico: a repetição da proposta em todas as entrevistas evidencia que o projeto seria mais bem sucedido como série. Resultado: na metade da exibição já aparece um cansaço narrativo que vai aumentado até o final.