Em oposição a tratar A Virgem de Pessac como ficção, podemos tratar O Homem de Palha como documentário, mesmo porque, seja a fim da filmagem ou não, os atores de fato encenaram as cerimônias mostradas de forma ritualística, e talvez até religiosa – e não deixa de ser um reflexo cultural dos rituais semipagãos que impulsionaram o movimento contracultural da época. Há a criação de uma sociedade simbólica com leis e práticas próprias, assim o cinema deixa de ser o caminho para um produto final, absoluto, para ser um possibilitador de ritos, e um mecanismo de documentação daquela grande performance.
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The Margin 1967
O Limite da desesperança. Não que Limite já não seja desesperançoso, mas no filme de Mario Peixoto a falta de perspectiva é algo que assola apenas os tripulantes do barco, a natureza ainda era bela. Opressora com certeza, mas esplendorosa; romântica. Ainda há a pompa buñuelesca de filme europeu. Aqui, a estrutura é totalmente aprisionadora, o mundo perdido em sua miséria, em seu subdesenvolvido. Tudo é podre, tudo é sucateado. O filme terceiro-mundista final. O auto da barca do Tietê.
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La Belle Noiseuse 1991
“Todos os grandes filmes de ficção tendem ao documentário, como todos os grandes documentários tendem à ficção”
-Jean Luc GodardO cinema surge como uma derivação do teatro. Seja do vaudeville ou de espetáculos ilusionistas, o cinema, em seu início, não conseguia se desprender verdadeiramente dessa influência. Foi apenas com a evolução da linguagem, como com a montagem soviética e o expressionismo alemão, que o cinema conseguiu uma autonomia formal. Mas não para Jacques Rivette, diretor da Nouvelle Vague que,…
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