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O encontro de Donald Trump com Roy Cohn no passado é um vislumbre do que ele vai se tornar no futuro. Aos poucos, o homem sem escrúpulos (e com conceitos deturpados sobre verdade, liberdade e democracia) fecha cada vez mais os olhos para suas próprias contradições, como o self-made man que é moldado pela depravação moral (e neo-liberal) dos outros gangsters em seu entorno. Trump é uma versão de Dante que se integra ao inferno apresentado por Virgílio, e o aprendiz acaba superando seu mestre em tudo. Inclusive, no bronzeamento artificial.
Assim como A Substância, Sorria 2 se aproveita dos arquétipos do h0rror grotesc0 para tecer uma crítica ácida sobre as perniciosidades do show business mainstream. Em ambos, dualidades internas são exteriorizadas, monstros ocultos tomam forma e o ambiente hostil ao redor da protagonista é cada vez mais opressor. No final, o filme nos faz questionar o vampirism0 que pode estar por trás de cada sorriso, em uma linguagem secreta que só o m@l entende.
Apesar da atuação impecável de Timothée Chalamet, Um Completo Desconhecido recorre à convenção de gênero mais comum das cinebiografias de ídolos da música e suaviza os aspectos históricos que permeiam essas figuras, disfarçando essas lacunas com canções que todos nós conhecemos. Indo por esse caminho, a pedra errante da vida real é romantizada no filme, afastando-se da música que dá nome ao título. Talvez seja uma assinatura do diretor, que prefere aprofundar em seus protagonistas do que nos contextos em que eles estão inseridos.
Miyazaki percorre os voos traçados pela própria imaginação sem cometer qualquer desvio de rota. Sabe utilizar elementos do surrealismo sem extrapolar as ramificações que a espinha dorsal da narrativa necessita para ser bem contada. O resultado comprova que seu Estúdio Ghibli segue com força na produção de novos clássicos da animação japonesa.