Jornalista
(Favoritos são os últimos 5 estrelas vistos)
É uma obra tateante. No bom sentido. Porque tenta encontrar caminhos para inserir o thriller erótico no novo mundo, sem ter muitas certezas de como fazer isso, mas que se interessa e que goza com o jogo. Também é nessa ideia de tatear que a diretora firma sua abordagem. Assim com Romy, a câmera tem medo e se sente atraída por aquela situação. Abrir-se ao outro não é fácil, afinal. No primeiro plano do longa, por exemplo, temos uma visão…
A troca do calor hispânico para a frieza desiludida dos Estados Unidos é um dado essencial para a obra. O cineasta compõe os EUA como um país em que as guerras são elementos constitutivo daquela sociedade. Viver no país é ser um sobrevivente sequelado de uma guerra. A subjetividade estadunidense se forma a partir deste contato constante com a morte.
A má notícia é que o mundo todo se tornou os Estados Unidos.
Sinto que é o oposto do que têm falado por aí (algo como, "a primeira metade é um suspense e a segunda uma desconstrução disso").
As sequências no estádio são todas pensadas como situações cômicas, esquetes de uma comédia de erros, que aqui se encaixaria mais como uma comédia de acertos do protagonista. Lógica aristotélica pra que? Se o público quer viradas, plot twists, que tal uma virada por cena?
Há algo de muito clássico, mudo mesmo, no Josh Hartnett.…
Como deixar de lado as interferências externas, as ideologias, as lutas da vida real ao discutir um filme como este? Ainda mais quando, pouco depois de sua estreia, são reveladas as tentativas de golpe e assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes planejadas pelos fascistas do exército brasileiro para favorecer Jair Bolsonaro. Difícil de acreditar que um juízo desinteressado, uma análise imparcial (que por si só é impossível) seja a melhor opção. Selar hermeticamente uma obra, deixa-la pairar no…