O filme em que o Adrien Brody é o homem mais infeliz do mundo é sempre o próximo, não tem jeito. Aliás, ler esse filme só como propaganda sionista acaba perdendo muita coisa. Thóth sofre (e repete isso muitas vezes) não só por ser judeu húngaro, mas pod ser estrangeiro. Se ele fosse um designer palestino e o filme se passasse em 2024, haveria sofrimento parecido justamente porque a "terra dos livres, lar dos corajosos" é um pântano poluído por arrogância, hipocrisia e xenofobia.

Filmagens lindíssimas, figurino impecável e etc. Peca (risos) um pouco no compasso, e algumas partes são bem previsíveis - mas pra um domingo tá valendo.

Talvez a maior abominação da distopia atual seja ter que trabalhar mesmo depois de morto (metade do Ian Holm por metade do filme doeu). Deve ter sido bom ter gravado como o Alien.

Washington passou o filme todo deitado, mas conseguiu fazer um bom filme de Supercine. Amelia (Jolie) alterna entre indefesa e brilhante, mas não dá pra criar expectativa de algo muito diferente feito em 1999. Os bons enquadramentos ajudam a esquecer que o Noyce dirigiu Salt.