“A Cor Púrpura” é uma experiência desconfortável — e isso é exatamente o que o torna tão poderoso.
O filme exala um silêncio que sufoca. Um silêncio pesado, melancólico, que parece engolir o tempo. As lacunas temporais não trazem alívio, apenas ampliam a dor: anos se passam, e Celie continua ali, naquele mesmo lugar, presa à casa, ao homem, ao silêncio. Cada salto temporal carrega a expectativa de liberdade, mas o que encontramos é apenas mais tempo, mais silêncio, mais…