Enquanto eu assistia esse filme eu simplesmente não entendia o que ele queria me passar.
Seria uma crítica às condições da realidade da prostituição? Mas o filme não foi tão assertivo em relação a isso em sua grande parte.
Era uma comédia pastelão cérebro liso? Mas não era engraçado ou cômico o suficiente para isso também.
Seria só um romance desprovido de qualquer intencionalidade que terminaria como um conto de fadas?
O que me fez achar esse filme tão maravilhoso…
Da mesma forma que Wong Kar-Wai me marcou muito com In The Mood For Love, Past Lives me ganha com uma história de almas gêmeas que que estão destinadas a não ficarem juntas.
Esse tipo de filme mostra como nosso cérebro é viciado com a narrativa tradicional hollywoodiana. Eu esperava odiar o Arthur, e ele nos dá o melhor diálogo do filme. “It's just that you make my life so much bigger and i'm wondering if I do the same…
O que mais me deixou pensativo sobre esse filme é sobre as contradições constantes que a protagonista sofre diante de sua existência. Bella não é adulta e também não é criança. Ela tem vontades de adulta e necessidades de criança. Ela é uma coisa nova, e isso é extremamente desconfortável diante de nossas concepções de ser e de corpo.
Além da clara crítica à necessidade de poder masculina, o filme dá muita margem para reflexões e sentimentos pessoais à cada um que assiste. Realmente muito bom.
À medida que eu lia Alta Fidelidade eu me perguntava como um livro tão repleto de emoções transmitidas pelo narrador poderia ser adaptado para o cinema, e listava o caminhão de sentimentos que provavelmente ficariam para trás.
Resultado: esse problema foi pior do que eu imaginava. Havia alguma regra que os filmes deveriam durar 1 hora e 30 minutos nos anos 2000? Porque esse, especificamente, precisava de pelo menos mais uma hora para fazer um pouco de sentido.
Por determinado…
