A atmosfera sombria e densa desse filme consegue ser sedutora e assustadora. O glamour do clube e o silêncio das ruas se contrastam de forma brusca, como se as sombras e o vento gelado que a noite carrega ofuscassem as luzes e as músicas do El Caribe.
À medida que os conflitos vão se formando, somos tomados por essa sensação de "bola de neve", na qual o perseguidor se torna o perseguido e o peso das escolhas começa a transformar…
É em meio a uma breguice que se esconde uma obra tão potente, direta e frontal, que não tem medo de expor o desejo, os corpos e a sensualidade de seus personagens. A mulher que não tem vergonha de falar sobre sexo, sobre o que fez na noite passada; malandra, esperta, mas ainda assim com sonhos. E, ao aflorar sua sensibilidade e ingenuidade, é usada e descartada.
Sócrates diz que, ao procurarmos o prazer, encontramos a dor e, no processo doloroso, encontramos o prazer. É no meio da idealização de nossas vontades que somos explorados.
Obrigado por lerem minha análise 💜
Sendo minha introdução ao cinema de Michael Cimino, sinto que não poderia ter tido um pontapé melhor do que este. O Franco Atirador era uma das minhas maiores expectativas recentemente, e, com sobras, elas foram supridas.
As três horas de duração são acompanhadas por cenas cheias de potência e sensibilidade, com um ótimo ritmo que não cansa o espectador. A forma como o longa aborda o impacto da guerra em seus personagens é, sem dúvidas, um dos pontos mais louváveis…
Vejo projetos como esse com uma pulga atrás da orelha. Complicados, problemáticos e que abrem margem para uma interpretação contrária à intenção do autor, caindo em mais um exemplo de tiro no pé, como Tropa de Elite.
Ao trazer a vida de uma família nazista que é separada por um muro de Auschwitz, vemos uma rotina um tanto comum: um casal, filhos e um cachorro, uma bela casa, com um lindo jardim, cercado por muros que escondem um vasto e…
