Dá pra perceber que a produção tem muito carinho pelo primeiro filme. Gostei de rever Chicó e João Grilo e achei que a reestilização para deixar o visual mais teatral funciona. O filme seria muito bom se tivessem uma história nova para contar.

Tem muita coisa acontecendo com Baby. Achei que o filme puxou pontas demais e acabou não abordando nada direito. Se tivessem escolhido algum tema da vida do protagonista para trabalhar mais aprofundadamente, mesmo que mantivessem outras tramas paralelas mais rasas, acho que o resultado teria me agradado mais. No entanto, gostei do resultado geral filme.

Desde que fiquei sabendo dessa produção me perguntava como adaptariam uma escrita de puro fluxo de consciência existencialista para fazê-la funcionar em uma obra audiovisual. O fato é que resolveram não fazê-lo e optaram simplesmente por declamar integralmente o texto do livro na tela. Não sei se teria outra maneira de fazer essa adaptação...
Pessoalmente, gostei do que vi no cinema, mas talvez teria dificuldade de assimilar um texto tão verborrágico, no tempo de tela que o filme dispõe, se não o conhecesse por já ter lido o livro. Maria Fernanda Cândido está, como sempre, maravilhosa e a fotografia e a montagem são muito boas.

Tinha uma VHS e ainda lembro das falas da dublagem em português. Esse deve ser o filme que mais assisti na vida.