Valparaíso é uma sinfonia urbana, uma viagem entre as colinas e o mar.
O cotidiano se espalha pelos espaços, elevadores, casas e escadarias – o vento.
O sangue é sempre o quarto elemento na América Latina.
A história é implacável. A poesia e a vida também.
Nas palavras de Chris Marker: “Sua mentira é o sol. Sua verdade é o mar.”
Assisti Marmita em uma sessão muito especial no Espaço Villa Rica, ao lado de três ótimos filmes londrinenses: Dodói, de Raquel Deliberador; Rastros de Sangue, de Victor Hugo Santos; e O Roubo do Trator, de Diogo Blanco — uma produção do nosso coletivo Filmes ao Vento. A exibição fez parte do cineclube Sessão Kinopus, que, desde 2015, tem sido um ponto de encontro para o cinema londrinense, uma iniciativa muito massa do diretor e amigo Rodrigo Grota.
Marmita, filme de…
Um filme construído pela língua do cinema, sensorialmente agudo, que provoca o espectador do início ao fim. Lucrecia Martel possui uma forma fascinante de observar o mundo através de sua câmera, com um talento único para pensar o som e a imagem – aquilo que vemos e o que permanece invisível. Tudo isso transborda da película e faz o espectador assistir com todo o corpo; é impossível não sentir o cheiro de cloro e shampoo de hotel.
"La niña santa"…
Dez anos após o fim da Segunda Guerra, Alain Resnais revela o horror ocorrido nos campos de concentração da Polônia sob o domínio nazista. O terror como uma marca fantasma, assombrando o corpo do mundo, uma cicatriz impregnada nas ruínas do inferno. Um filme de terror – real, material.
Resnais estabelece para o cinema um paradigma moral sobre como filmar o Holocausto. Como apresentar o horror e as atrocidades da longa noite nazifascista? Sem espetáculo, apenas a maldade nua e…
