Simplicidade que funciona! Roteiro direto e objetivo abrilhantado com direção e fotografia incríveis. A estética do filme é espetacular, a direção de fotografia parece recriar pinturas de Edward Hopper. Mesmo sem as cores fortes presentes nos quadros do pintor americano o filme consegue retratar a decadência e a solidão urbana assim como as obras de Hopper. Os personagens simples sem muita complexidade se tornam incríveis graças as atuações brilhantes, e aqui destaque total pro Françoi Périe como comissário da polícia…

Fazia muito tempo que eu não ficava tão apreensivo com um filme de terror. Acredito que é justamente isso que faz esse filme ser tão bom. A atmosfera densa, que se sustenta durante a trama inteira, é absurdamente agonizante.
O filme se enquadra nessa nova onda do horror (mais um para o grupo do Post-Horror, de Steve Rose) em que a atmosfera, por si só, sustenta o terror. Nesse ponto, as atuações colaboram muito para construção da sensação de perigo…

O leopardo é um reflexo da política moderna, onde os discursos se diferem, mas as ações são as mesmas. Dom Fabrizio representa a aristocracia em decadência observando de longe as mudanças no país, tentando preservar suas tradições enquanto seu sobrinho ascende ao poder por meio de sua ambição implacável, onde  o lado político que importa é aquele que oferece maior benefícios. 
Com uma fotografia impecável, o filme apresenta uma narrativa contemplativa que propõe uma reflexão sobre as revoluções ao longo…