Favorite films
Don’t forget to select your favorite films!
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A apofenia é uma aflição muito comum. A ânsia de descobrir padrões e estruturas onde na verdade só há caos deve ter dado muito jeito ao homem primitivo para encontrar rastos de presas ou escolher os melhores calhaus para fabricar dardos. Mas hoje só me faz ter ideias meio tontas, como a pulsão para agrupar obras de arte, inventando ligações camufladas entre elas, que só existem na minha cabeça.
Vi agora o portentoso “All of Us Strangers”; um filme que…
E pumba. Levei com a desilusão do ano: “Il sol dell'avvenire”, do Nanni Moretti.
Deuses meus; que pastelão intragável, que pilha amorfa de ideias desprovidas de interesse e homenagens atoleimadas.
Ainda por cima, até tinha gostado do “Mia Madre”, de 2015, mesmo que já cheirasse um pouco a ensimesmamento e repetição. Mas Moretti decaiu num velho chato, repetitivo, umbiguista e, pior que tudo, sem graça alguma.
Mais uma vez, repete a personagem de sempre, talvez a única que consegue encarnar:…
Bendita Internet. Sem ela, teria perdido uma obra-prima, convencido de que estava a ver um pastelão sem nexo. É no que dá ver filmes densos após um jantar bem regado: desorientei-me na justaposição fracturada de planos temporais, não percebi as estranhas opções de casting, achei apenas bizarros os textos declamados a meio da coisa (na realidade, de Arseniy Tarkovsky), enfim, passou-me tudo ao lado e desisti ao fim de meia hora.
Vá lá que me lembrei de ler uma coisa…
Passei por isto na RTP Memória. Credo; as cançonetas, os diálogos, alguns dos actores (?). Um dia ainda hei-de perceber o culto memorialístico votado a estas traquitanas. Até lá, vou rever o "Meet Me in St. Louis", do mesmo ano de 1944.