Maravilhoso filme em que a liberdade corporal e sexual de uma adolescente de 16 anos (Sandrine Bonnaire) se traduz como liberdade cinematográfica. Hj este filme seria impossível. O que mostra como regredimos ao puritanismo. O filme que é ao mesmo tempo utópico e nostálgico. Nós não perdemos esta liberdade sexual: nós simplesmente deixamos de alcançá-la. No entanto, o filme deixa claro que a liberdade de Stephane não era necessariamente felicidade, mas escolha, opção: deixar de lado o amor de sua vida pela liberdade do sexo. Neste caso, o filme é sobretudo feminista, embora as feministas contemporâneas não aceitem o filme. A emancipação dói.

Uma produção bem feita, mas parece que dá mais importância à proteção da família do que do país. Desnecessária a figura do carcereiro "do bem". Ainda estou aqui é menos um filme sobre ditadura e mais sobre a memória, ou sobre a perda desta. Por isso abundam no filme imagens de fotografias. O livro que inspirou o filme foi escrito em função do Alzheimer da protagonista. É todo um lamento sobre a perda de memória, individual e coletiva