Um filme que representa de forma sintética tudo aquilo que o cinema experimental brasileiro dos anos 70 tinha de melhor e mais avançado em suas linguagens -e o que o diferenciava do cinema popular da época.
É com certeza um dos filmes mais hitchcockianos que ja vi. Apesar disso, sua abordagem frente ao sistema de linguagens voyeuristivo e classico de Vertigo é levado ao ápice do esvaziamento de tudo que foi significativo dentro desses filmes que o inspiraram. Tudo leva…
monótono, monocromatico e vazio. Um completo desprezo pelo plano em prol de "takes bonitos" que, no fundo, não dizem nada.
Não me impressionaria se 90% desses diretores de terror da A24 e do dito """"pós-horror"""" tivessem isso aqui como filme favorito.
Um dos mais interessante do festival ecrã de 2024, aposta muito numa abordagem Fluxo como forma de criar um certo fascínio emocional pelos padrões e estéticas criadas pela imagem e som digital, uma lógica que ao se destituir de quase toda realidade consegue fazer com que o espectador tente encontrar um significado naquilo tudo. E é nessa busca que mora todo conteudo do filme onde o único toque de realidade é os textos de conversa de Haaya com outras pessoas…
Gosto dessa certa ilogica total da imagem em prol de puramente criar um sentimento e um espaço meio triste, como se a pessoa que está dirigindo aquele carro estivesse á um passo iminente da tragédia, e que de alguma forma se relaciona com os bichos?? Não sei, mas acho que o tocante aqui é justamente essa falta de sentido dentro da jornada melancólica e bucólica que ele tenta criar pelos sentidos.
Alcança um aspecto fantástico apenas com a pura textura…
