impossível não traçar paralelos com ainda estou aqui, mas sambizanga tem outra urgência, um filme em latência que, ao contrário do brasileiro, se coloca politicamente com ira. maria é movida pelo ódio, pela ânsia de libertar o marido. existe um clima de road movie aqui, misturado a um naturalismo bem ajustado, enquanto acompanhamos as longas estradas do congo que ela percorre, esposa e mãe, movida pelo desejo de reencontrar domingos. o final é arrebatador, traz conforto aos seus, uma esperança. um retrato absoluto da luta angolana contra o colonialismo tardio de portugal. um registro especial e muito bem dirigido, assim como sua liberdade.
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Cinema Paradiso 1988
gosto bastante de enxergar e perceber como o cinema uniu os protagonistas, assim como conectou também todos na vila. sua simplicidade e beleza são sutis, equilibradas na medida certa. essa sutileza nas relação é um artifício que mostra esse elo inquebrável de toda uma comunidade, é a memória coletiva em seu estado mais puro envolta no audiovisual.
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Queer 2024
é lindo como guadagnino trabalha os corpos em seus filmes; eles não são apenas presença, mas parte viva da narrativa. gestos e movimentos dizem mais do que qualquer diálogo, e aqui isso se intensifica: a sexualidade, oscilando entre o psicodélico e o alusivo, se torna o ápice da estética e da atmosfera emocional que ele vem desenvolvendo. não é um elemento forçado, mas algo que brota organicamente dos personagens, do desejo, da instabilidade. entre obsessão e dissolução do eu, ele…
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