O primeiro ponto estrutural que eu posso elogiar deste projeto é sua escrita narrativamente rica, ao ponto que em 1 hora e 40 minutos consegue manter o interesse nos expectadores mais dispostos com um roteiro que preza diálogos e monólogos longos de apenas dois personagens em uma única locação. Essa construção se molda com a premissa de semear a história base do filme e daqueles personagens nos mostrando as implicações geradas a partir de um grande acontecimento que nunca vemos…

Aftersun é sobre o sol, um sol de amarelo tão vibrante que cega os tons frios. É sobre a lua, uma lua sombria, que não só habita, como vive à escuridão. É sobre tal escuridão incessante, que oculta-se quando acolhida pela passagem efêmera da luz. Com o sol, a lua se faz tão radiante quanto, mas a grande questão é: o que resta à lua depois do sol?

Confesso, durante a sessão, como alguém que não sabia de praticamente nada…