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    Futevôlei: Compreender para Jogar (Melhor)
    Futevôlei: Compreender para Jogar (Melhor)
    Futevôlei: Compreender para Jogar (Melhor)
    E-book144 páginas1 hora

    Futevôlei: Compreender para Jogar (Melhor)

    De Eduardo Cecconi

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    Sobre este e-book

    Quem frequenta arquibancadas em partidas de futebol já ouviu – e provavelmente também proferiu – comentários elogiosos àqueles que se destacam pela antecipação dos acontecimentos em campo: ele vê o que os outros não veem, dizem; enxerga os atalhos. A inteligência de jogo potencializa o bom desempenho, como bem sabem os torcedores. É nessa prerrogativa que o autor se baseia para costurar os conceitos desenvolvidos em Futevôlei: compreender para jogar (melhor).
    IdiomaPortuguês
    EditoraEditora Appris
    Data de lançamento31 de mar. de 2021
    ISBN9786525001449
    Futevôlei: Compreender para Jogar (Melhor)

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      Futevôlei - Eduardo Cecconi

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      O que eu ouço, eu esqueço; o que eu vejo, eu lembro; o que eu faço, eu entendo

      (Confúcio, filósofo e pensador chinês)

      PREFÁCIO

      O futevôlei é um esporte em crescimento mundial devido ao número de participantes e adeptos. Porém, ainda não se tem dados estatísticos que comprovem esse crescimento. Mas, com certeza, podemos dimensionar que o futevôlei é um dos esportes mais praticados na atualidade pela sua ampla acessibilidade, pois tendo à mão uma rede e uma bola, é facilmente organizado desde as praias – considerada a modalidade do verão brasileiro – até em pequenos espaços e locais fechados. A característica básica dessa modalidade é o jogar com os pés, peito, pernas, e cabeça sem o uso das mãos, em todo e qualquer espaço possível de adaptações. Isso o torna atrativo e apreciado desde crianças até homens e mulheres de diversas faixas etárias e classes sociais variadas.

      Os jogadores têm por objetivo enviar a bola por cima da rede usando toques com os pés, coxas, peito, cabeça e ombros. Pode ser disputado com um número mínimo de 2x2 ou em 3x3 e 4x4, além das variações redinha, altinha, entre outros, o que amplifica ainda mais o número de interessados. Entretanto, para o jogo oficial só existe a opção de 2x2. O futevôlei, quando comparado com os outros esportes coletivos de rede, difere-se por utilizar bolas específicas e por ser disputados em sets com 18 pontos sem vantagem.

      Sua semelhança está em não possuir contato físico entre os adversários. Na ausência das bolas específicas, podem ser utilizadas bolas de futebol, voleibol ou bolas de borracha que possibilitem a prática. Além dessas adaptações, há outras vantagens, por se caracterizar como um treinamento de força e aeróbico fora das academias.

      Entre as diversas particularidades, estão o espírito de coletividade, a dinâmica e a complexidade, que exigem tomadas de decisões não só em jogadas isoladas, mas também nas variações de movimento que surgem durante a partida, e leva as pessoas a se apaixonarem e se encantarem por esse esporte. Os praticantes trabalham para melhorar cada vez mais a execução dos seus movimentos, o que torna fundamental o treinamento físico composto por exercícios específicos da modalidade, que levem em consideração as características biológicas de cada praticante.

      A diferença entre os já iniciados e aqueles que não praticam se percebe quando, ao observar uma partida de futevôlei, os leigos muitas vezes interpretam como um esporte fácil. Por exemplo: essa bola estava fácil, era só ter corrido mais. Isso acontece quando se assiste ao jogo sem um critério crítico.

      A essência para quem quer levar o futevôlei além de um esporte de diversão é o trabalho com determinação, associado ao talento. Essa conjunção pode levar à excelência, ao sucesso no esporte. Tudo com muito esforço, disciplina, perseverança e obstinação, características que são marcantes na minha trajetória como atleta e professor.

      Todos esses aspectos foram abordados pelo autor, em uma obra que resulta das suas observações como analista de desempenho e como aluno.

      Marcelo de Freitas Lima – Titi

      Bicampeão mundial de Futevôlei

      Professor do Team Villeroy Futevôlei

      APRESENTAÇÃO

      Meu primeiro encontro com o futevôlei foi tardio. Então com 37 anos, traumatizado por uma cirurgia para corrigir o rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho direito ocorrido durante partida de futebol 7 na grama sintética, estava há quase uma década sedentário. Para piorar, recém-descobrira uma combinação de coluna lombar retificada com protrusão discal (popularmente conhecida por bico de papagaio) entre as vértebras L1 e L2, provocando grande desconforto e inviabilizando muitas práticas esportivas.

      Foi então que um amigo sugeriu visitarmos uma escola de futevôlei para conhecermos a modalidade. Ele, também vitimado pela mesma lesão de joelho, argumentava que a areia era o piso mais adequado para realizarmos uma atividade física sem impacto. No fim, ele desistiu e fui sozinho. Era janeiro de 2017.

      O desafio físico para me adaptar, no início, foi imenso. Joelho frouxo, coluna inflexível, idade avançada na comparação com muitos dos iniciados ainda adolescentes, e nenhuma resistência após anos sem correr nem para pegar ônibus. Como driblar essas dificuldades e não desistir? Usando a cabeça. Não apenas para atacar, mas para pensar.

      Analista de desempenho, acostumado a observar jogos de futebol sob o viés de princípios e padrões de comportamento, passei a estudar a dinâmica funcional e a estrutura da modalidade. E descobri um latifúndio de possibilidades inexploradas, em um esporte muito praticado, mas pouco observado pela lupa acadêmica.

      Três anos depois, o resultado das pesquisas – baseadas principalmente na metodologia observacional e na teoria dos jogos esportivos coletivos, em especial vôlei e futebol – está nas páginas a seguir. O foco do livro é apresentar a metodologia de análise desenvolvida especificamente para o futevôlei, ilustrada pelos dados coletados em quase cem sets/jogos, compartilhando com o leitor o protocolo de scout, os indicadores de performance e as conclusões encontradas.

      Antes, entretanto, é necessário começar pelos conceitos que fundamentam este estudo, a teoria que alicerça a proposta metodológica voltada à análise. A intenção é proporcionar aos leitores a mesma experiência vivenciada por mim: compreender o jogo, para jogar melhor.

      Sumário

      1

      BOLA PARA O ALTO 13

      2

      ESTRUTURA E DINÂMICA 17

      3

      ESPAÇO 23

      4

      TEMPO 31

      5

      TAREFA 35

      6

      JOGADOR 39

      7

      DESEMPENHO 41

      8

      GESTO TÉCNICO 43

      9

      SAQUE 53

      10

      RECEPÇÃO 55

      11

      LEVANTADA 57

      12

      ATAQUE 59

      13

      DEFESA 63

      14

      EXIGÊNCIAS FÍSICAS 65

      15

      COMPETÊNCIAS PSICOLÓGICAS 69

      16

      TÁTICA E ESTRATÉGIA 73

      17

      ANÁLISE E SCOUT 89

      18

      BOLA PARA A FRENTE 107

      REFERÊNCIAS 109

      1

      BOLA PARA O ALTO

      Virou hashtag comum nas redes sociais o termo bola pro alto em fotos de futevôlei. Mais do que simplesmente agrupar as publicações e ajudar os algoritmos a encontrar a imagem, ela serve de mantra aos praticantes de um esporte que pode ser considerado o mais brasileiro entre todos aqueles jogados com os pés.

      A dinâmica do futevôlei requer o desenvolvimento de habilidades e capacidades motoras complexas, sob grande intensidade, para que os jogadores atendam a essa demanda: manter a bola no alto. É fácil, assistindo de fora, admirar

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