Santo Agostinho Módulo IV Texto1
Santo Agostinho Módulo IV Texto1
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MDULO IV TEXTO 1
SANTO AGOSTINHO[1]
1. VIDA E OBRA
Pai pago, me crist, AGOSTINHO (354-430) participou das duas tradies em luta.
Natural de Tagaste, norte da frica, estudou em Cartago. Esprito inquieto, leu a
Bblia e no se encantou. Tornou-se maniquesta e partiu para Roma, onde o
ceticismo o atraiu por um tempo. Obteve uma ctedra em Milo e conheceu Santo
Ambrsio, cuja pregao, aliada leitura de Plotino, o fez converter-se em 386. A
partir da, consagrou sua vida e dotes intelectuais defesa da sua f contra o
paganismo e as heresias. Foi ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona, cidade
em que morreu quando os vndalos a cercavam.
Descreve seu itinerrio espiritual nas Confisses. Escreveu ainda De libero
arbtrio, De Ordine e sua obra-prima De Civitate Dei (413-426). Tem uma
produo imensa e em parte nunca mais localizada. Sabe-se que escreveu Contra
Faustum Manichaeum, Comentrios aos Salmos, Comentrios s Epstolas,
Sermes e outros.
2. A LEI ETERNA E A LEI NATURAL
Santo Agostinho integrou ao Cristianismo a teoria platnica das ideias. Ideias eram
modelos eternos das coisas na mente divina. A Lei eterna era a razo divina e a
vontade de Deus (ratio divina vel voluntas Dei) manda respeitar a ordem natural e
probe perturb-la.
Se Deus criou as coisas, deu-lhes um princpio regulador, uma lei. Nos seres
irracionais, a lei opera de modo necessrio. Para o homem, criatura racional, essa
lei depende de sua livre aceitao. A lei natural que se exprime na conscincia a
participao da criatura racional na ordem divina do universo.
3. O QUE SIGNIFICA ESSE PENSAMENTO?
Agostinho substitui o pantesmo de Herclito e dos estoicos o jusnaturalismo
cosmolgico[2] por um jusnaturalismo teocntrico. Ele foi a base de todas as
posteriores concepes crists.
A lei eterna reflete-se na conscincia humana como lei tica natural. Nenhuma
perversidade capaz de apagar a lei impressa nos coraes das pessoas. Os
homens, por mais imersos que estejam no pecado, conservam a faculdade de
distinguir o bem do mal, o justo do injusto. A lei natural, insculpida no corao do
homem, chamada a culminar e a aperfeioar-se na lex veritatis da revelao
crist, por isso que a lei natural prepara e sustenta a um s tempo a lei crist,
seja no aspecto histrico, seja no ontolgico.
4. AS LEIS HUMANAS
A lei eterna, cujo autor Deus e que se manifesta na intimidade da conscincia
humana como lei tica natural, o fundamento das leis humanas ou temporais.
Nada nas leis humanas existe de justo e legtimo, que no derive daquelas; ou
seja, o Direito Positivo baseia-se no Direito Natural, parte da lei eterna.
Para Agostinho, as leis humanas variam ao sabor das exigncias histricas, assim
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9. A REPBLICA CRIST
O governante perfeito ser o governante cristo. A imagem que dele esboou
Agostinho (Civitas Dei, V, 24) inspiraria inmeros espelhos de prncipes at poca
moderna. Carlos Magno tinha venerao por aquela imagem e com razo. J. Bryce
afirmou que a teoria do Sacro Imprio Romano se baseou na Cidade de Deus.
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11. PROPRIEDADE
Os bens deste mundo, criados por Deus, no podem ser maus em si prprios. S se
tornam maus pelo uso que deles venha a fazer o homem. Os bens so meios, no
fins. Meios ordenados ao aperfeioamento das criaturas. A propriedade qualifica-se
moralmente pelo esprito de quem tenha sido favorecido pela Providncia. Da o
dever da esmola, que transforma a riqueza material em riqueza espiritual. A
escravido consequncia do pecado e deve ser superada pelo esprito de caridade.
Tambm enaltece o trabalho nas diferentes atividades humanas, embora dentro de
uma hierarquia. Agostinho repudia a usura e prestigia o casamento. Seus fins:
perpetuao da espcie, unio espiritual, fidelidade e ajuda mtua dos esposos.
[1] Texto Adaptado da obra Por que Filosofia?de autoria deJos Renato Nalini, Revista dos Tribunais, So
Paulo, 2008.
[2] Jusnaturalismo cosmolgico predominante na Grcia antiga procurava encontrar na natureza, na
razo ou na divindade a formulao de um ideal de justia.
[3] SANTO AGOSTINHO, Confisses, Pensadores, v.VI, 1 ed, Abril Cultural, So Paulo, 1973, p.79.
[4] SANTO AGOSTINHO, op.cit., idem, p.82.
[5]SANTO AGOSTINHO, op.cit., idem, p.120.
[6]SANTO AGOSTINHO, op.cit., idem, p.200.
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Exerccio 1:
corre to dize r que a le i e te rna:
I. se m anife sta na intim idade da consci ncia hum ana com o le i tica natural.
II. o fundam e nto das le is divinas ou te m porais.
III. o Dire ito Positivo base ia-se no Dire ito Natural, parte da le i e te rna.
IV. a razo dos hom e ns e a vontade de De us.
Esto corre tas:
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