Aula 02 - Escolas Do Pensamento Jurídico
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AO ESTUDO DO DIREITO.
Escolas do pensamento jurídico.
O DEBATE ENTRE JUSNATURALISMO E POSITIVISMO JURÍDICO
É UM DOS MAIS ANTIGOS E IMPORTANTES NA HISTÓRIA DA
FILOSOFIA DO DIREITO. AMBAS AS TEORIAS BUSCAM
RESPONDER A QUESTÃO FUNDAMENTAL: QUAL É A FONTE DO
DIREITO?
As primeiras manifestações de jusnaturalismo são encontradas na Antiga
Grécia. Lá haverá o primeiro contexto histórico de desenvolvimento da
doutrina do Direito Natural
Geráclito de Éfeso (540 a 480 a.C.), que integrou a fase dos filósofos da
natureza, entendia que a natureza tudo fluía, mas algo permanecia imutável e
a isso ele chamou de logos, que seria uma lei universal eterna, a razão,
responsável pelo equilíbrio da natureza.
Platão, em suas obras constrói uma distinção entre corpo e alma e uma
proposta de justiça bastante ligada a moralidade. É aqui que fala que as leis
dos homens devem observar o engendramento da natureza para serem
construídas. Tal afirmação encontra fundamento na República.
O Direito Natural da Antiguidade está presente em Platão e em Aristóteles,
mas também é importante não olvidar que foi elaborado na cultura grega,
principalmente, pelos Estoicos, para quem toda a natureza era governada por
uma lei universal racional e imanente. Afirma Jacques Leclercq que o Direito
Natural é o resultado dos princípios mais gerais sobre a ordem do mundo,
usados para que se oponham aos governantes injustos.
JUSNATURALISMO
Convém lembrar a esse respeito a tragédia escrita por Sófocles,
Antígona, que é um excelente símbolo para demonstramos a
ideia da existência de um justo por natureza, que se contrapõe
a um justo por lei. Antígona deseja enterrar seu irmão Polinice,
que atentou contra a cidade de Tebas, mas o tirano da cidade,
Creonte, promulgara uma lei, impedindo que os mortos que
atentaram contra as normas da cidade fossem enterrados – o
que era uma grande ofensa para o morto e sua família, pois a
alma não faria a transição adequada ao mundo dos mortos.
Thomas Hobbes procurar conceituar o direito natural
concebendo-o como "a liberdade que cada homem tem de usar
livremente o próprio poder para a conservação da vida e,
portanto, para fazer tudo aquilo que o juízo e a razão
considerem como os meios idôneos para a consecução desse
fim"(HOBBES. Leviatã, parte 1ª, cap. XIV.) Direito natural
nasce a partir do momento que surge o Homem, aparece,
portanto, naturalmente para regular a vida humana em
sociedade.
Para Locke a lei natural é uma regra eterna para todos, sendo evidente e
inteligível para todas as criaturas racionais. A lei natural, portanto, é igual à lei da
razão. Para ele o homem deveria ser capaz de elaborar a partir dos princípios da
razão um corpo de doutrina moral que seria seguramente a lei natural e ensinaria
todos os deveres da vida, ou ainda formular o enunciado integral da lei da
natureza.
Roma não foi pródiga na concepção do jusnaturalismo, não obstante a escola
estóica tivesse influenciado decisivamente as idéias de Cícero, o maior expoente
do Direito Natural em Roma. Ulpiano chegou a definir o Direito Natural como
sendo aquele que a natureza ensinou aos homens e aos animais, cunhado na
celebre frase: ius naturale est quod natura omnia animália docuit.
Foi Cícero, entretanto, quem humanizou o Direito Natural, referindo-se a ele
como uma lei verdadeira, ditada pela natureza, aplicada a todos os homens,
imutável e terna.
JUSNATURALISMO
Friedrich Carl von Savigny foi um jurista alemão que, juntamente com outros estudiosos, fundou
a Escola Histórica do Direito no início do século XIX. A escola se opôs ao pensamento jurídico
racionalista e formalista, que buscava aplicar as leis de maneira uniforme e abstrata, ignorando as
especificidades históricas, culturais e sociais de cada sociedade.
A Escola Histórica do Direito argumentava que as leis e instituições jurídicas eram o resultado de
um processo histórico, desenvolvido de forma orgânica a partir das tradições e costumes de cada
sociedade. Para compreender o direito, era necessário estudar sua evolução histórica e suas raízes
culturais, em vez de simplesmente aplicar normas universais e abstratas.
Savigny, em particular, defendia que o direito não é uma criação do Estado, mas sim um produto
do povo, que se desenvolveu de forma natural ao longo do tempo. Ele argumentava que a lei
deve ser interpretada de acordo com a tradição e os costumes do povo, e não de acordo com
princípios universais ou abstratos.
POSITIVISMO JURÍDICO
A Teoria Pura do Direito parte da ideia de que o direito é uma ciência autônoma, que deve
ser estudada de forma separada de outras áreas do conhecimento, como a moral, a política
ou a sociologia. Kelsen argumenta que o direito não pode ser confundido com os valores
morais ou as normas sociais, e que sua validade não depende de sua justiça ou moralidade.
Positivismo jurídico de H.L.A. Hart: Hart propõe que o direito é uma união entre regras
primárias (normas que prescrevem ou proíbem ações) e regras secundárias (normas que
regulam a criação, modificação e aplicação das regras primárias). Ele enfatiza a
importância do papel do juiz na criação do direito, por meio da aplicação das regras
secundárias.
Hart também argumenta que a interpretação do direito deve levar em conta as condições
sociais e históricas em que as normas jurídicas são aplicadas. Ele reconhece a importância
dos valores morais e políticos na criação e aplicação do direito.
Essas correntes do positivismo jurídico apresentam abordagens distintas para a
compreensão do direito positivo, mas compartilham a crença na importância
da validade da lei positiva e na autoridade do Estado na criação e aplicação do
direito.
TEORIA TRIDIMENSIONAL DO
DIREITO