Carisma, Instituição e Pessoa - TCC Veronice Weber
Carisma, Instituição e Pessoa - TCC Veronice Weber
Carisma, Instituição e Pessoa - TCC Veronice Weber
VERONICE WEBER
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Prof. Ms. Adelino Pilonetto
ESTEF
ZUSAMMENFASSUNG
Diese Arbeit behandelt die Beziehung zwischen Charisma, Institution und Person im
Menschlich-Geistliche Reifungs-Prozess der Geweihte Person. Die Autonomie, die
Dienungs-Kraft und dass Gehorsam sind Wege die der Prozess der Menschlich-
Geistliche Reifung in der Institution des Ordens Leben begünstigen. Macht,
Herrschaft, Abhängigkeit, Kindischkeit sind Zeigen der Unreifung. Der Prozess der
Menschlich-Geistliche Reifung im Geweihten Leben erfordert persönliche
Verantwortung und die Verantwortung der Institution und ist fundamental für eine
kreative Treue zum Kongregations-Charisma in der Ordens Institution.
Schlüssel-Worten: Charisma. Institution. Geweihte Person. Menschlich-Geistliche
Reifung. Autonomie. Macht. Gehorsam. Herrschaft. Abhängigkeit. Kindischkeit.
Persönliche und Institutionelle Verantwortung.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5
1 O CARISMA E A INSTITUIÇÃO .............................................................................. 6
1.1 Carisma ............................................................................................................... 6
1.1.1 Carisma pessoal ................................................................................................ 8
1.1.2 Carisma congregacional ..................................................................................... 9
1.2 Instituição ......................................................................................................... 10
1.2.1 Instituinte, instituído e institucionalização ........................................................ 12
1.2.2 O desafio da humanização .............................................................................. 14
2 AUTONOMIA, PODER E OBEDIÊNCIA .............................................................. 16
2.1 Dominação, dependência e infantilismo ........................................................ 17
2.1.1 Dominação ...................................................................................................... 18
2.1.2 Dependência e infantilismo ............................................................................. 19
2.2 Autonomia, poder e obediência como caminhos de maturação .................. 21
2.2.1 Autonomia ....................................................................................................... 21
2.2.2 Poder ............................................................................................................... 23
2.2.3 Obediência ...................................................................................................... 24
3 PROCESSO DE MATURAÇÃO HUMANO-ESPIRITUAL NA VRC ..................... 28
3.1 Responsabilidade pessoal .............................................................................. 29
3.2 Responsabilidade institucional ....................................................................... 30
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35
INTRODUÇÃO
1.1 Carisma
Conclui-se que não é possível aceitar a tese de que igreja carismática e igreja
hierárquico-institucional sejam realidades antagônicas.
Com o Concílio Vaticano II, restituiu-se o significado primeiro ao termo
carisma. Visto, agora, não mais de forma reducionista, mas de forma mais ampla e
plena, não limitado a compreender os fatos extraordinários, mas, também, os mais
simples e comuns. Instaura-se uma eclesiologia na qual os carismas começam a ser
considerados a partir do interior da Igreja-Comunhão, no mistério do Corpo Místico
de Cristo, com equilíbrio entre dimensão institucional e carismática da Igreja.
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Alguns autores distinguem entre carisma de fundação, dom que habilita uma
pessoa a iniciar uma nova fundação, e carisma de fundador, que tem
relação com o conteúdo do dom inerente a qualquer fundador para
perceber, viver, e mostrar na história, uma experiência particular do mistério
de Cristo [...]. Na realidade, o carisma de fundação e o carisma de fundador,
são duas vertentes duma mesma realidade que se exigem mutuamente
(GÓMES, 2000, p. 159 e 160).
1.2 Instituição
movida por práticas não fundamentadas num discurso consistente e coerente com o
carisma e com a realidade e necessidades concretas se perde no ativismo, na ação
sem sentido e cansando no fazer pelo fazer. Por outro lado, carecendo a
consistência organizacional, mesmo com discurso e práticas definidos, a instituição
acaba se diluindo.
Cabe, também, considerar as dimensões da lei e do desejo na trama
institucional. A lei está no âmbito da instituição e o desejo no âmbito do carisma.
O desejo e a lei constituem fator determinante na formação da pessoa
humana. “Todo o processo formativo do ser humano, na condição de sujeito pessoal,
poder-se-ia identificar com a forma que assume a organização das relações entre o
desejo e a lei, na biografia de cada indivíduo” (LOSADA, et al, p. 40).
Na relação entre desejo e lei encontram-se diferentes modos de expressão.
Quando prevalece o desejo sem lei, depara-se com um indivíduo amoral, perverso, a
quem tudo é permitido, contanto que seus desejos sejam satisfeitos. Numa
instituição, trata-se do instituinte fechado em si mesmo, em seus interesses
egoístas. De outro lado, o desejo oprimido pela lei, faz a pessoa negar ou reprimir
seus desejos. “Dessa forma, o indivíduo se transformou em objeto-de-desejo-do-
outro”. (LOSADA, et al, 1999, p. 43). A instituição dominou o indivíduo. “[...] é o que
ocorre com as pessoas inibidas, neuróticas, obsessivas, legalistas e fanáticas [...]”
(LOSADA, et al, 1999, p. 44). Essas pessoas se fixam no instituído, na lei,
suportando-a e até defendendo-a. Lei que por elas nunca foi assumida e
personalizada. A função da lei torna-se, então, proibitiva e limitadora.
A relação ideal entre desejo e lei está no desejo segundo a lei. Aqui, o desejo
do sujeito
dinamismo fundante. Deste modo, a instituição se torna cada vez mais rígida, com
estruturas pesadas, levando à morte os indivíduos e a instituição.
2.1.1 Dominação
2.2.1 Autonomia
[...] faz parte do meu amadurecimento como ser humano poder distanciar-
me interiormente da ideologia de uma comunidade para seguir também a
minha própria consciência (GRÜN; SARTORIUS, 2008, p. 16).
2.2.2 Poder
Decisivos para avaliar se eles são usados para o bem será a finalidade
(para que), o jeito de fazer, os valores que estão envolvidos, e os
destinatários (para quem). De qualquer forma, é preciso deixar claro:
mesmo que um processo seja orientado para a causa do Reino, isso por si
só não justifica a concentração do poder e a consequente falta de
participação. [...] Na Vida Consagrada, em especial, a participação e o
exercício do poder passam pelo crivo das seguintes questões: para que,
para quem, como e com qual espírito. Elas, juntas, são o critério prático de
sua validação. (MURAD, 2007, p. 128 e 142).
2.2.3 Obediência
A sua função <<não é mandar, nem muito menos mandar muito, inventar
ou improvisar mandatos; mas servir, para que todos vivam o projeto
existencial de vida evangélica pelo qual foram arrebatados, e o vivam
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Abílio P. Ribeiro destaca que quem exerce autoridade deve ser mais coração
do que cabeça, pois, como o coração, órgão estimulante, precisa “acolher e
expandir, congregar e irradiar, reunir e enviar, observar e sugerir, escutar e insistir,
consultar e decidir” (1994, p. 167). Quanto à relação instituinte e instituído, pessoa e
obras, afirma que “a preocupação dominante não devem ser as obras, e sim as
pessoas” (1994, p. 170). Portanto, a função primordial no serviço da autoridade é
animar as/os/ religiosas/os na sua vida como consagradas/os. Isto é possível
quando quem exerce autoridade o faz no espírito de Cristo, o obediente do Pai.
Quem está no serviço da autoridade
“é chamado a fazer reviver visivelmente, irmão entre irmãos ou irmã entre
irmãs, o amor com que Deus ama os seus filhos, evitando, de um lado,
todo comportamento de dominação e, do outro, toda forma de paternalismo
ou maternalismo” (Instrução, p. 32).
amplia o seu raio de ação e aprofunda o seu sentido, estendendo até a sua
observância (não mais ligada a situações bem determinadas) e tornando-a
de certo modo ainda mais radical e evangélica, sobretudo quando
consegue subtraí-la ao âmbito puramente disciplinar-comportamental e a
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[...] existência da sombra coletiva. Não é fácil aceitar a sua existência, nem
a da sombra pessoal nem da coletiva. A autoimagem que a comunidade ou
instituição apresenta pode levar facilmente à rejeição de tudo quanto
ameace essa autoimagem. Isso ficará relegado ao domínio da sombra, o
lado escuro da comunidade ou instituição (2008, p. 55).
BOFF, Leonardo. Igreja: carisma e poder. Edição revista. Rio de Janeiro: Record,
2005.
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LINO, Jailton de Oliveira. Autonomia e comunidade. In: ANJOS, Márcio Fabri dos
(Org.). Vida religiosa e novas gerações: memória, poder e utopia. Aparecida:
Editora Santuário, 2007. p. 145-153.
MURAD, Afonso. Participar do poder na Vida Consagrada. In: ANJOS, Márcio Fabri
dos (Org.). Vida religiosa e novas gerações: memória, poder e utopia. Aparecida:
Editora Santuário, 2007. p. 127-144.
OLLA, Paulinus Yan. Reflexões sobre o carisma da vida consagrada e dos institutos
particulares. Convergência, Rio de Janeiro, n. 409, p. 32-43, jan/fev 2008.
RIBEIRO, A. Pina. Vida consagrada, sinal e serviço. 2. ed. Lisboa: Paulinas, 1994.