Vigilância Ambiental em Saúde No Município de Três Rios
Vigilância Ambiental em Saúde No Município de Três Rios
Vigilância Ambiental em Saúde No Município de Três Rios
ARRANJOS INSTITUCIONAIS IMPLEMENTAO DA VIGILNCIA AMBIENTAL EM SADE NO MUNICPIO DE TRS RIOS AUTOR: SAULO PASCHOALETTO DE ANDRADE ORIENTADORA: Msc CARINE FERNANDES BOTELHO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INTRODUO
A implementao do conjunto de aes da Vigilncia Ambiental em Sade no Municpio de Trs Rios (CVAS/3Rios) ocorreu de forma gradativa culminando com o processo de descentralizao do Sistema nico de Sade (SUS) e o fortalecimento dos Ncleos Descentralizados de Vigilncia em Sade (NDVS), em especial, o NDVS localizado na Regio Centro Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Este trabalho apresenta a organizao estrutural desta coordenadoria e as aes que foram, e so executa das com a finalidade de diminuir os riscos envolvidos no processo sade-doena.
METODOLOGIA
Para a confeco deste trabalho, foi realizada uma pesquisa documental com os dados disponveis na Secretaria Municipal de Sade e Defesa Civil, Cmara Municipal e Coordenadoria de Vigilncia Ambien tal em Sade do Municpio de Trs Rios, localizado na regio Centro Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. De cunho terico, utiliza, principalmente, as atribuies e responsabilidades presentes na Portaria Ministerial 3.252/09 para sua fundamentao legal. Consultas a rede mundial de computadores (INTERNET) se fez necessrio para referenciar e complementar os dados apresentados, principalmente ao website do Painel Interativo de Sade Ambiental e Sade do Trabalhador (PISAST) e do Portal da Sade (Ministrio de Sade), em relao aos programa s inseridos no sistema VIGISUS. A histria da construo da Vigilncia Ambiental em Sade equivale a prpria constituio e consolidao dos princpios do SUS a nvel nacional/regional. Inicialmente as aes de controle de doenas endmicas era respon sabilidade da Superintendncia de Campanhas de Sade Pblica (SUCAN), modelo implementado pelo mdio-sanitarista Oswaldo Cruz na primeira dcada do sculo XX (FUNASA, 2011) realizado por profissionais contratados de empresas terceirizadas. Em 1996, o Ministrio da Sade decidiu rever sua estratgia e props o Programa de Erradicao do Aedes aegypti (PEAa). Ao longo do processo de implantao desse programa os municpios aderiram ao Programa Nacional de Combate a Dengue (PNCD) instituindo de forma municipalizada o Programa Municipal de Controle da Dengue (PMCD). Neste perodo foi constatado a inviabilidade tcnica de erradicao do mosquito transmissor da dengue a curto e mdio prazo. Mesmo no atingindo seus objetivos, o Ministrio da Sa de props a necessidade de atuao multissetorial e a construo de um modelo descentralizado de combate s doenas endmicas, com a participao das trs esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal (Ministrio da Sade, 2011).
RESULTADOS
Com a implementao da Vigilncia em Sade (VS), as aes de combate as doenas endmicas, controle de zoonoses e vigilncia de doenas emergentes apresentaram um aspecto multissetorial nas Secretarias Municipais de Sade, porem em 2009, com a posse do atual governo no municpio de Trs Rios e os incentivos financeiros proveniente do Ministrio da Sade, foi criada a Coordenadoria de Vigilncia Ambiental em Sade que trabalha alicerado em dois eixos: Fatores de Risco Biolgicos e Fatores de Risco No Biolgicos. Os Fatores de Riscos Biolgicos compreendem a integrao entre vetores, reservatrios e hospedeiros. Os trs elementos possuem um fluxograma prprio que envolve a transmissibilidade de doenas pelos vetores para os hospedeiros intermedirios (denominados reservatrios) e os hospedeir os definitivos (denominados hospedeiros). Esta interao uma via de mo dupla entre vetores e os demais envolvidos, conforme o esquema abaixo. Sade no computada em meros nmeros, mas com o intuito de consolidar as principais aes executadas ao longo de trs anos pelos colaboradores da Coordenadoria de Vigilncia Ambiental em Sade, apresentado os dados a seguir.
Fluxo de interao entre vetores, reservatrios e hospedeiros. Uma peculiaridade deste fluxo que a transmissibilidade de doenas conh ecidas como zoonoses altamente dependente do elemento vetor, sem a qual no seria possvel sua propagao. No existe fl uxo entre reservatrios e hospedeiros, mas ambos so elementos importantes na manuteno das doenas endmicas e epidmicas. Os Fatores de Riscos No Biolgicos compreendem um conjunto de programas, Sistema VIGISUS, que envolvem o controle, acompanhamento, vigilncia e interferncia nos fatores abiticos e bitico s do ambiente, seja de forma direta ou indireta. Os programas foram previamente definidos pelo Ministrio da Sade e so executados nas trs esferas de governo Unio, Estados e Municpios. Os principais programas envolvem fatores que causam a maior parte das morbimortalidade nos pases em desenvolvimento, como o caso do Brasil. VIGIAGUA, VIGIAR, VIGISOLO e VIGIDESASTRES compem o sistema VIGISUS.
A maior parte das aes esta concentrada no combate ao vetor transmissor da dengue, perfazendo um total de 97,8% de todas as visitas domiciliares realizadas no municpio, uma mdia de 11.598 visitas/ms. As aes de zoonoses (desratizao e desinsetizao) correspondem a 2% do total e as aes de vigilncia dos fatores de riscos no biolgicos somam, somente, 0,2%.
PERSPECTIVAS FUTURAS
Assim como a prpria luta pela consolidao e fortalecimento do Sistema nico de Sade (SUS), desde a poca da reforma sanitria, a Coordenadoria de Vigilncia Ambiental em Sade no Municpio de Trs Rios enfrentar diversos desafios para o pleno desenvolvimento das aes de preveno/correo necessrios a garantir um ambiente saudvel (compreendido como um espao comum de baixo risco a populao local). Partindo da legalidade e insero das aes dentro do cdigo sanitrio municipal g arantindo maior agilidade e resolubilidade nas tomadas de decises a valorizao dos recursos humanos especializados e maior agilidade na contratao de mo de obra qualificada.
CONCLUSO
A transio entre a responsabilidade de um setor que geria somente um programa, PMCD, para o gerenciamento de uma coordenadoria recentemente criada para preencher a lacuna existente entre o processo sade-doena, de carter ambiental/epidemiolgico, traz consigo diversos aspectos que favorecem uma analise mais ampla dos riscos ambientais que envolvem a sociedade atual. Estes aspectos so programas especificamente criados para determinado fim e auxiliam na promoo da sade e preveno de doenas, principalmente as endmicas. Novos arranjos institucionais formam novas atribuies que geram novas responsabilidades. Todo este processo s foi possvel devido ao trabalho em equipe e a vontade poltica/administrativa dos gestores municipal frente aos desafios que surgiram, e surgiro.