2 - Prova de Alegoria Animal
2 - Prova de Alegoria Animal
2 - Prova de Alegoria Animal
Objetivos Associar os recursos simblicos oferecidos pelo animal com os modos de expresso dramtica da narrao, provocando uma viso fantasmtica das relaes familiares com projeo das angstias e dos desejos inconscientes; Detectar os elementos que, no imaginrio do examinando que vive uma determinada situao familiar, filtram e orientam, por sua ao simblica, seja as percepes, seja as aes, isto , seu modo de adaptao ao ambiente familiar. Material Uma folha de papel ofcio; Um lpis preto comum. 1 Parte Pede-se que o examinando imagine sua famlia sob a forma de animais. Como seria cada membro de sua famlia? A seguir pede-se que ele os desenhe em forma de bichos. O terapeuta deve observa e anotar a ordem em que cada animal desenhado, se segue a progresso esquerda/direita, se no h uma orientao espacial definida, etc... Deve tambm observar as resistncias do tipo: "no sei desenhar...", "desenhar animal muito difcil...", etc... Contra tais resistncias, argumentar que no
se trata de um concurso de desenho, mas apenas de uma representao, que o examinando pode desenhar como achar que deve, sem se preocupar com a parte esttica. 2 Parte Pedir que o examinando escreva ou indique o nome de cada animal desenhado, correspondendo-o a cada um dos membros de sua famlia, inclusive a si prprio. Caso o examinando no se desenhe a si mesmo, no chamar sua ateno para o fato. Porm, se ao nomear os membros da famlia der falta de sua pessoa, pode-se permitir que ele retome o desenho. 3 Parte Iniciar um jogo simblico com o examinando, pedindo-lhe que imagine aqueles animais falando uns com os outros. O que eles diriam? Ir perguntando da seguinte maneira: O que fala o pai (macaco, cachorro, dependendo do animal desenhado) para a me (citar o tipo de animal desenhado)? O que ela lhe responde? E assim fazer o mesmo com os demais membros da famlia, de forma a que todos conversem entre si.
Dica
O terapeuta deve anotar os dilogos, em papel suplementar. No deve fazer anotaes no mesmo espao do desenho. Avaliao Como todo teste projetivo, a avaliao qualitativa e no quantitativa.
As hipteses levantadas devem ser coerentes com a histria de vida do examinando, coletada durante a anamnese ou a EOCA e tambm com as observaes que j foram realizadas nas sesses anteriores. Alguns indicadores: Os animais pertencem todos mesma espcie? Ou so de espcies diferentes (ex: pai um cachorro, a me uma gata, o filho um coelho, etc...). No primeiro caso, evidencia-se que o examinando percebe sua famlia de forma integrada e estruturada. No segundo caso, pode-se pensar numa viso fragmentada da famlia, em situaes nas quais o processo de identificao prejudicado ou em que as relaes objetas esto bem diferenciadas; Que tipos de animais foram desenhados? Tentar conversar com o examinando para inferir se o critrio de escolha foi semelhana fsica, semelhana moral ou semelhana comportamental; Pode ser que s vezes o animal escolhido tenha obedecido ao critrio de facilidade de desenho. Isso muito importante para se afastar hipteses infundadas; Qual o tamanho do desenho em relao folha? Analisar as relaes espaciais. Desenhos muitos pequenos podem indicar baixa auto-estima, da mesma forma que muito grandes podem demonstrar a existncia de um egocentrismo acentuado. Verificar se h diferenas entre os tamanhos dos animais entre si. Ex: o pai muito maior do que os outros membros da famlia; algum membro desenhado em tamanho muito menor do que os demais. Estabelecer relaes com a histria familiar; Observar as distncias ou proximidades das personagens entre si, a possibilidade de estarem juntas ou no, de manterem ou no uma relao, e sob quais formas. Como utiliza um animal familiar contra outro? para ajud-lo ou para neutralizar o outro? importante
observar a conscincia do examinando em relao sua realidade familiar. Como ele v a si mesmo e aos outros. Visto que as falas das personagens podem ser consideradas como transposies de situaes relacionais e de um sistema de posies e de papis dos diferentes parceiros da relao familiar, por intermdio de sua anlise, pode-se inferir o comportamento dos elementos do grupo em relao ao examinando e o comportamento do examinando em relao sua famlia; Observar o tipo de animal escolhido para representar os membros da famlia, tendo em vista a identificao com animais amados, a contra-identificao com animais no amados, de forma a situar a temtica inconsciente que preside as escolhas e as rejeies. Num estudo realizado com crianas entre 04 e 10 anos de idade, N. Bon distinguiu algumas zonas de escolha e algumas relaes: No campo das identificaes, cavalo e macaco so os animais mais representados, seguidos por animais passivos ou pacficos, como gato e cachorro. H tambm prevalncia de animais flicos, com problemtica de fora e dominao, como leo, elefantes e felinos (pantera, ona, lobo, ect...); Nas contra-identificaes encontram-se animais agressivos, que exprimem o medo de ser agredido ( leo, felinos, crocodilo, cobra e vaca, touro ou rinoceronte (por causa dos chifres); animais com atributos de dominao, tais como elefante, girafa ou de feiura, como o macaco; animais vulnerveis, que se deixam matar, ou que vivem de modo precrio, tais como pssaros, coelho, camundongo, insetos.
Neste estudo Bon conclui que quatro animais concentram quase a metade das escolhas de crianas de 04 a 10 anos: cachorro, cavalo, leo e gato; o cachorro e o gato aparecem como smbolos de atitudes de submisso aos pais e de interiorizao dos modelos parentais e sociais do perodo de latncia. O pssaro, escolha narcsica, costuma aumentar em intensidade, com a idade.
Leitura sugerida
POSTIC, M. O Imaginrio na Relao Pedaggica. Rio de Janeiro, Zahar,1993;
www.psicopedagogavaleria.com.br