O 6

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 13

Atlas Escolar do Município Paulista de Ribeirão Preto: projeto,

desenvolvimento, finalidade e desdobramentos.

Profa. Dra. Andréa Coelho Lastória1 - FFCLRP / USP

RESUMO

Este trabalho apresenta o projeto institucional que originou no Atlas


Escolar Histórico, Geográfico e Ambiental de Ribeirão Preto-SP como
um produto construído coletivamente por uma comunidade de
aprendizagem docente em processo de formação inicial e continuado.
Apresenta, também, os objetivos e a composição de tal comunidade,
no formato de um grupo de pesquisa que realiza ações de ensino,
pesquisa e extensão junto ao Laboratório Interdisciplinar de Formação
do Educador – LAIFE, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, desde março de 2006.
O Atlas Escolar Histórico, Geográfico e Ambiental de Ribeirão Preto-
SP possui formato em CDROM, versão em PDF e estará disponível
para download nos sites da USP e da Secretaria Municipal de
Educação. Envolve as principais temáticas do referido município e foi
distribuído gratuitamente para todas as escolas públicas da rede
municipal e estadual, além de atender a comunidade local e parte das
escolas privadas de ensino fundamental, médio e superior. Sua
construção envolveu articulação de saberes nas áreas de Educação,
História, Geografia e Cartografia.
A sistemática de desenvolvimento do Atlas privilegiou o estudo da
localidade e o desenvolvimento profissional dos membros envolvidos
por aproximadamente três anos. A finalidade do referido Atlas
relaciona-se a sua própria concepção, ou seja, trata-se de um material
escolar sobre a localidade municipal que reúne mapas temáticos,
textos, fotografias aéreas, imagens de satélite, desenhos, gráficos,
músicas e símbolos que focalizam Ribeirão Preto sob a ótica e a
linguagem escolar.
Os desdobramentos envolvem os processos de formação inicial e
continuada de professores do ensino fundamental, articulação de
saberes e áreas do conhecimento, valorização da Cartografia Escolar
como um importante campo do conhecimento, bem como, as buscas
por alternativas para a História e Geografia Escolar.

Palavras-chave: Atlas escolar; cartografia escolar; formação de


professores.

1. ORIGENS DA PESQUISA.

A prática de pesquisa descrita neste artigo refere-se ao projeto de


pesquisa, ensino e extensão apresentado pela autora por ocasião do
concurso público para provimento de cargo como Professor Doutor,
na área de Metodologia do Ensino de História e Geografia, no
Departamento de Psicologia e Educação, da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto - FFCLRP, na Universidade de
São Paulo - USP.
A elaboração deste projeto foi possibilitada graças à participação da
autora, durante sua trajetória acadêmica e profissional, em dois
importantes contextos de pesquisa em ensino.

1
lastoria@ffclrp.usp.br

1
O primeiro deles tinha como meta a formação continuada dos
professores, por meio da compreensão do desenvolvimento de Atlas
escolares municipais e da pesquisa2 em ensino. O grupo de pesquisa
objetivava a construção de três Atlas Municipais Escolares e o
desenvolvimento de seus membros enquanto profissionais docentes
que pesquisam sobre ensino. Tal objetivo envolvia uma tarefa que,
apesar de pouco desenvolvida no Brasil, que vem tomando vulto nos
últimos anos. As colocações de Aguiar (2002) salientam tal aspecto:

Atualmente vivemos um momento de efervescência no que concerne à


produção de Atlas escolares, sobretudo Atlas temáticos que buscam
representações em grandes e médias escalas, focando cidades e
municípios brasileiros. A produção desses Atlas, na maioria das
vezes, está pautada na articulação entre Universidades e Secretarias
de Educação, evidenciando o interesse de professores e educadores
no trabalho com representações espaciais, preenchendo, portanto,
uma lacuna existente no que diz respeito à Cartografia no ensino de
Geografia (p.19).

O referido grupo considerava o desenvolvimento de seus membros


não apenas na dimensão de profissionais da educação, mas também
como autores de um novo material didático. Sob este aspecto, os
professores tornaram-se escritores em suas áreas do conhecimento.
Envolveram-se com a tarefa de apresentar os novos materiais junto
aos seus alunos das escolas, trabalhando com eles em sala de aula e,
depois, modificando o próprio material a fim de que se tornassem
mais adequados a outros alunos. Com isso, foram envolvidos num
processo complexo de desenvolvimento profissional, pois realizavam
diferentes ações como pesquisadores e professores, tanto individual
quanto coletivamente.
A sistemática metodológica adquirida neste processo rompia com um
paradigma rotineiramente empregado nas pesquisas educacionais, pois
incluía os professores. Dava-lhes voz nos processos de construção de
seus próprios conhecimentos. Não deixava os docentes à margem de
tal construção. Afinal, concebia que os professores não deviam ser
alvos das investigações e sim aqueles que buscam a melhoria da
escola. Rompia, portanto, com a idéia de que os que sabem
(professores da Universidade) propõem e aqueles que não sabem
(professores da escola básica) executam.
O segundo contexto de pesquisa3 envolvia questões teóricas e
metodológicas sobre os diferentes processos de Formação Inicial e
Continuada de Professores. A inserção prolongada neste contexto
possibilitou que as complexas relações que envolvem os processos
formativos na área específica de História e Geografia fossem
suscitadas e desenvolvidas. A tese de doutorado em Educação da
autora apresenta-se como um dos produtos. Intitulada por
“Aprendizagem Profissional de Professores do Ensino Fundamental: o

2
Trata-se da pesquisa intitulada “Integrando Universidade e Escola Através
da Pesquisa em Ensino: a produção de Atlas municipal escolar – Limeira, Rio
Claro e Ipeúna”, coordenada pela Profa. Dra. Rosângela Doin de Almeida, na
Universidade Estadual Paulista, campus de Rio Claro. Financiada pela
FAPESP.
3
Coordenado pela Profa. Dra. Maria da Graça Nicoletti Mizukami, junto ao
Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de São Carlos –
UFSCar, em São Carlos-SP. Financiado pelo CNPq. Cadastrado no diretório
de grupos do CNPq.

2
Projeto Atlas”, ela foi defendida4, no Programa de Pós Graduação em
Educação, da Universidade Federal de São Carlos, no ano de 2003.
A questão focalizada na tese foi a compreensão do processo de
aprendizagem profissional de quatro professoras do ensino
fundamental, inseridas no contexto do projeto Integrando
Universidade e Escola por meio da pesquisa em ensino: a produção
de Atlas Municipais Escolares para Rio Claro, Limeira e Ipeúna.

A autora procurou evidenciar os diferentes tipos de aprendizagens


docentes (conhecimentos sobre a área específica de cada professor,
sobre o ensino dessa área específica e conhecimentos profissionais
gerais) e a forma como tais aprendizagens foram construídas durante o
projeto de formação continuada que privilegiou a produção de Atlas
Municipais Escolares, considerados, neste trabalho, como ferramentas
de promoção de processos de aprendizagem da docência.
O cenário de legitimação teórica foi construído a partir do paradigma
de pensamentos do professor, da base de conhecimentos para o ensino,
do processo de raciocínio pedagógico e dos processos de colaboração.
Este trabalho foi caracterizado como um estudo analítico-descritivo de
natureza qualitativa, apresentado sob a forma de quatro estudos de
caso. Sua realização implicou observação participante da
pesquisadora, que esteve inserida no grupo Atlas como membro da
pesquisa educacional. As professoras deste trabalho foram concebidas
como sujeitos – ora auxiliando a pesquisadora e ora aprendendo com
ela – e não como meros informantes ou objetos de estudo.
Os dados foram coletados por meio da observação participante, nos
diferentes momentos de trabalhos partilhados, por meio de entrevistas
biográficas e também pelos relatórios das professoras, relatos
autobiográficos, atas de reuniões do grupo e demais documentos.
Os resultados foram evidenciados nas próprias descrições analíticas
das trajetórias à luz dos referenciais teóricos adotados e foram
sintetizados em retratos individuais que revelam as diferentes facetas
das suas aprendizagens profissionais e do próprio projeto Atlas.

2. PROJETO ATLAS ESCOLAR HISTÓRICO, GEOGRÁFICO


E AMBIENTAL DE RIBEIRÃO PRETO-SP.

2.1 O DELINEAMENTO DA PESQUISA.

Esta pesquisa possui como premissa básica a idéia de que a Formação


Inicial e Continuada para o Ensino Fundamental e deve contribuir com
o desenvolvimento do trabalho dos professores por meio da
valorização da sua profissionalização e sua identidade docente, dentre
outros. Considera fundamental que os professores (formados ou em
formação) desenvolvam capacidades profissionais para selecionar
conteúdos e organizá-los adequadamente tendo em vista as situações
concretas de ensino e aprendizagem das diversas realidades escolares.
Considera, ainda, imprescindível que os professores participem
criticamente dos seus próprios processos de ensino e de aprendizagem.
Neste sentido, é importante trabalhar com as habilidades de pesquisa
como parte indispensável ao trabalho docente, nos diversos níveis e
modalidades de ensino. Segundo Ludke (1986), o movimento que
valoriza a pesquisa na formação do professor é bastante recente
(p.56).

4
Sob orientação da Profa. Dra. Maria da Graça Nicoletti Mizukami.

3
A autora afirma que tal movimento (que surgiu a cerca de apenas
trinta anos e possui variadas propostas) valoriza a articulação entre
teoria e prática na formação docente. Salienta que os cursos de
formação têm um importante papel na promoção do desenvolvimento
de atitudes “vigilantes e indagativas” que levem os professores a
tomarem decisões nas suas situações de ensino.
As colocações explicitadas remetem às distinções entre as pesquisas
dos professores (ou também chamada por “pesquisa dos práticos”) e
as pesquisas dos acadêmicos. Não se trata de hierarquizá-las, mas sim
de atribuir-lhes papéis diferenciados dentro dos processos de
desenvolvimento educacional e científico. Afinal, os professores não
devem ser preparados para serem “pesquisadores de segunda
categoria”. O necessário é que o professor se descubra como um
agente de mudança e um produtor de conhecimentos.
Entende-se, portanto, que a pesquisa deve ser concebida como um
eixo norteador dentro dos cursos de formação inicial e continuada dos
docentes. Ou por meio de uma reorganização curricular que prevê o
desenvolvimento de habilidades investigativas junto aos professores
em formação inicial. Ou por meio da inserção deles, junto às
pesquisas desenvolvidas pelo corpo docente das instituições
superiores de Educação. Ou ainda, por meio da pesquisa em
colaboração (que busca a articulação entre ensino e pesquisa, por meio
de parcerias entre Universidade e Escola, dentre outros).
A presente pesquisa está constituída a partir desta última colocação. A
idéia foi formar uma comunidade de aprendizagem, no formato de um
grupo de pesquisa. Cujos objetivos referem-se ao estudo a localidade,
a articulação dos saberes de História, Geografia, Cartografia e
Educação para desenvolver aprendizagens profissionais e buscar
alternativas teóricas e metodológicas para o ensino de História e
Geografia na escola fundamental. Tendo em vista tais objetivos e
buscando consolidar práticas pedagógicas renovadoras, o projeto
inicial previa a construção de um Atlas Escolar para o município
paulista de Ribeirão Preto, como um primeiro produto do grupo.

2.2 O GRUPO DE PESQUISA E O ESTUDO DA LOCALIDADE.

O Grupo de Estudos da Localidade – ELO iniciou suas atividades no


início do ano letivo de março de 2006, com professores de História e
Geografia do ensino fundamental de escolas públicas e privadas do
município de Ribeirão Preto-SP, alunos e professores da USP, alunos
e professores de outras Instituições de Ensino Superior - IES, dentre
outros.
O foco principal de discussões girou em torno da importância de se
incluir o estudo da localidade de Ribeirão Preto-SP, no ensino de
História e Geografia.
No meio educacional, o estudo da localidade ganhou destaque com a
publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Estas publicações
salientam que a História e a Geografia devem focar no estudo e na
problematização do contexto mais próximo dos alunos. É a partir
deste que o estabelecimento das relações temporais e espaciais entre
as diversas realidades do Brasil e do mundo devem ocorrer.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais orientam, para as séries iniciais,
um ensino que privilegie o estudo do espaço mais próximo dos alunos.
Assim sendo, a História e a Geografia Escolar devem partir do estudo
da escola, da família, do bairro, da cidade, do estado e da região para,
num processo de ir e vir, estabelecer relações com as questões
nacionais e mundiais.

4
Apesar desta idéia ser um consenso entre os professores, as práticas
educativas ainda parecem estar “amarradas” aos livros didáticos
veiculados por grandes editoras. Tais livros não dão conta de focar as
diversas localidades e realidades regionais brasileiras. Muitas vezes o
que ocorre é que o ensino de História acaba “transmitindo” a idéia de
um passado dissociado da vivência social dos próprios alunos. O
mesmo acontece no ensino de Geografia. Neste, a iniciação
cartográfica ou a representação do espaço nem sempre são trabalhadas
a partir de sua própria localidade. É comum encontrar mapa político
do Brasil, nos livros didáticos de Geografia para o primeiro ciclo (1a. e
2a. séries), mas não se encontra mapas do município onde os alunos
moram.
Além do debate teórico, o ensino de História e de Geografia vem
passando, nos últimos anos, por uma profunda reflexão metodológica.
Tal questão coloca em dúvida as perspectivas tradicionais que ligavam
(e ainda ligam) o uso de mapas, exclusivamente, à Geografia. Ainda
neste sentido, o ensino de História parece se dar por meio de fatos
descontextualizados que “desfilam” pela linha temporal (conhecida
como linha do tempo histórico). Essa questão promove uma idéia
equivocada dos ciclos e processos históricos. A perspectiva
econômica parece permear, com exclusividade, o ensino da História.
Tal aspecto dificulta que outras abordagens sejam desenvolvidas nas
escolas. Como exemplo, a que procura explicar os processos
civilizatórios a partir de suas histórias “não oficiais” (das minorias,
dos trabalhadores, dos afro-descendentes5, dos índios etc) e que
também é possível estudar História, considerando a organização
“espacial” que os fatos e acontecimentos foram se dando, no decorrer
dos tempos.
A produção coletiva de um Atlas Escolar para o município de
Ribeirão Preto – SP foi justificada na pesquisa pela necessidade de
subsidiar o ensino de História e Geografia no referido município. Tal
necessidade perpassa o uso de mapas escolares como um valioso
mecanismo para a consolidação de práticas pedagógicas que ressaltam
a preservação dos recursos naturais e a recuperação da memória ligada
à origem histórica de uma localidade municipal.

2.3 PARCERIAS, APOIOS E CONVÊNIOS.

Uma pesquisa colaborativa, pautada na epistemologia da prática


educativa, requer um conjunto de ações para ser efetivamente
desenvolvida. Uma delas diz respeito ao apoio institucional e
financeiro. Sob estes aspectos, a presente pesquisa foi desenvolvida no
Laboratório Interdisciplinar de Formação do Educador – Laife,
instalado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da
Universidade de São Paulo. A referida universidade também
reconheceu e certificou o Grupo de Estudos da Localidade – ELO,
possibilitando o adequado desenvolvimento do mesmo. O grupo foi
cadastrado no diretório de grupos do Conselho Nacional de Pesquisa
Brasileira – CNPq e possui logotipo registrado e custeado pela
Propriedade Intelectual da USP, no setor de registros e marcas do
Brasil.
5
Publicada no Diário Oficial da União, a Resolução n.1, de 17 de julho de
2004 do Conselho Nacional de Educação – CNE institui diretrizes
curriculares nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a serem observadas
pelas Instituições de ensino, que atuam nos níveis e modalidades da
Educação Brasileira.

5
Diante da necessidade de desenvolver mapeamentos, a autora
convidou o Laboratório de Estudos Aplicados e Práticas Pedagógicas
– LEAPP, dos cursos de História e Geografia, do Centro Universitário
“Barão de Mauá”. A idéia foi estabelecer uma parceria entre o grupo
ELO e tal laboratório, tendo em vista a necessidade de um técnico
especializado em Cartografia Digital para a elaboração dos mapas. Tal
convite foi oficializado com um convênio de cooperação acadêmica,
proposto pela autora, assinado entre a Universidade de São Paulo e o
Centro Universitário “Barão de Mauá”.
O Grupo de Estudos da Localidade – ELO decidiu publicar o Atlas de
modo impresso e distribuir o mesmo para as escolas da rede pública
de ensino. A publicação pauta-se na própria concepção de Atlas
assumida pelo ELO, ou seja, não se trata de uma coletânea de mapas
em escala pequena, mas sim, um material didático composto por
textos, mapas com escala grande, fotos aéreas, fotos antigas e de
diferentes paisagens urbanas, gráficos, desenhos e ilustrações que
serve às finalidades escolares. Para tanto, a coordenadora solicitou
verba para a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP. O pedido foi
atendido devido à relevância e coerência teórica e metodológica da
pesquisa. No entanto, para uma publicação com grande tiragem, o
grupo ELO buscou apoio da Secretaria Municipal de Educação de
Ribeirão Preto. A secretaria reconheceu o Atlas como um material
pedagógico inédito e de grande relevância para o ensino da localidade
na escola fundamental. Com isto, o grupo ELO, recebeu apoio
financeiro para a construção do Atlas.
O grupo ELO contou também com vários outros apoios institucionais
que foram também importantes para a concretização do referido Atlas.
A saber: Músicos e poetas de Ribeirão Preto e região (que autorizaram
a instalação de várias canções, músicas e poemas sobre a localidade),
o Arquivo Público Histórico de Ribeirão Preto (utilizado como uma
das fontes básicas da pesquisa), os “Amigos da Fotografia” e o acervo
fotográfico da família Miasaka (Tony Miasaka), a Secretaria
Municipal da Cultura, a Secretaria Municipal de Planejamento e
Gestão Ambiental, o Departamento Municipal de Água e Esgoto de
Ribeirão Preto (DAERP), o Programa USP – Recicla, a Fundação
Pau-Brasil, dentre outras.

3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

3.1 O GRUPO DE ESTUDOS DA LOCALIDADE


O Grupo de Estudos da Localidade iniciou-se com a apresentação do
projeto de pesquisa pela autora deste trabalho. Tal apresentação foi
realizada no anfiteatro André Jaquemin, da FFCLRP/USP.
Os participantes foram convidados diretamente pela autora por meio
de contatos com a Secretaria Municipal de Educação, com a Diretoria
Estadual de Ensino, com o Arquivo Público Municipal, com os alunos
e professores da Pedagogia da USP e de outras IES, com professores
do Departamento de Psicologia e Educação da FFCLRP/USP e com
professores de escolas privadas.
O grupo inicial foi composto por aproximadamente trinta e duas
pessoas que se dispuseram a se reunir semanalmente, durante pelo
menos, duas horas.
O grupo foi constituído por três diferentes categorias de membros. São
elas: Membros pesquisadores (entendidos como todos os que
participam semanalmente dos encontros e estudam a localidade de
Ribeirão Preto-SP), membros colaboradores (são os que não
participam de todas as ações ou projetos desenvolvidos. Freqüentando

6
o grupo com objetivo específico de colaborar em uma determinada
ação ou projeto) e os membros consultores (são os especialistas que
são consultados para auxiliar no esclarecimento teórico ou
metodológico de uma área específica).
Para facilitar o trabalho diante de um grupo com tais características, o
grupo ELO possui um coordenador e um vice-coordenador. Tais
categorias são escolhidas entre os membros. Diante de um trabalho ou
uma ação específica, o grupo é subdividido em grupos menores (que
planejam uma ação e depois trazem para o grupo maior que fica
responsável pelo replanejamento e desenvolvimento).
Atualmente a coordenação do Grupo ELO está a cargo da autora deste
trabalho e a vice-coordenação pertence à professora Noely Mendes
Paez Paes (Vice-diretora da Escola Pública Estadual Prof. Rafael
Leme Franco).
Os membros pesquisadores do Grupo ELO são: Antonio Vitor Rosa,
Carla Costa de Moraes, Cristiane Quilez Tavares Pereira, Daniel Junta
Bueno, Elidia de Souza Silva Rodrigues, Janeide Souza R. Nassar,
José Faustino da Almeida Santos, Luciene Oliveira, Luiza Maria de
Andrade S. Faeda, Marcelo Nonato Ferreira, Márcio Antonio do
Couto, Rafael Cardoso de Mello, Sandra Regina Firmino Abdala,
Sandro Luiz Sartório, Talita de Souza Dias.
Os membros colaboradores são: Clarice Sumi Kawasaki
(FFCLRP/USP), Daniela Cassa Sudan (USP Recicla), Evandro Gaiad
Fischer (CETESB), Fadel David Antonio Filho (UNESP), Filomena
Elaine Assolini (FFCLRP / USP), Gabriel Vendrúsculo de Freitas
(Centro Universitário “Barão de Mauá”), Idalina Nóbile Ambrósio
(LAIFE / USP), Lílian Rodrigues de Oliveira Rosa (Centro
Universitário “Barão de Mauá”), Maria Dalva de Souza Dezan
(UNESP), Olga Kotchetkff Henriques (Secretaria de Gestão
Ambiental / Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto), Perci Guzzo
(Secretaria de Gestão Ambiental / Prefeitura Municipal de Ribeirão
Preto), Regina M. Troca Queiroz (FFCLRP / USP), Silva Aparecida
de S. Fernandes (Centro Universitário “Barão de Mauá”), Solange
(UNESP), Valeria Cazetta (EACH / USP).
Os membros consultores são: Adriana Maria Corder Molnari
(UNICAMP), Adriano Rodrigo Oliveira (UNIOVI – Espanha),
Amanda Regina Gonçalves (UFMT), Hermes Fernando Petrini
(Faculdade Salesiana Dom Bosco de Piracicaba), Marcelo Tadeu
Motokane (FFCLRP / USP), Maria del Rosário Piñeiro Peteleiro
(UNIOVI – Espanha), Mera Helena Ramos de Oliveira (Museu do
Café), Maurício dos Santos Matos (FFCLRP / USP), Noeli Prestes
Padilha Rivas (FFCLRP / USP), Solange T. de Lima Guimarães
(UNESP), Tânia Regina Registro (Arquivo Público e Histórico de
Ribeirão Preto-SP).

3.2 A SISTEMÁTICA DE TRABALHO DO GRUPO ELO E


SEUS PRODUTOS

A sistemática do grupo foi proposta pela autora e discutida


coletivamente. Envolvia uma fase inicial de estudo de textos
norteadores tendo em vista o embasamento teórico nas áreas de
História e Geografia.
Esta fase foi importante para que o grupo estabelecesse uma base de
conhecimentos em comum, ou seja, era preciso esclarecer o que cada
membro entendia por uma noção ou conceito específico. Afinal, o
grupo era composto por membros de diferentes áreas do conhecimento
e em diferentes estágios de desenvolvimento profissional ou

7
formativo. O estabelecimento da base de conhecimentos em comum
possibilitou aproximações e articulações entre os saberes de História,
de Geografia e de Educação. Nesta fase ainda, o grupo buscou
esclarecer dúvidas sobre procedimentos da pesquisa em ensino e da
abordagem qualitativa - colaborativa.
O pressuposto que ancora tal abordagem diz respeito o tratamento
dado aos membros do grupo de pesquisa, isto significa, concebê-los
como possuidores de conhecimentos próprios da docência. Com
relação a essa idéia, Tardif, Lessard e Lahaye (1991) explicitam que a
prática docente integra diferentes tipos de saberes, dentre eles, os
saberes das disciplinas, os saberes curriculares, os saberes
profissionais e os saberes da experiência. Tais autores salientam que o
saber docente cotidiano é constituído, tanto por saberes científicos
(que se referem aos três primeiros tipos apontados), quanto por
saberes advindos da experiência (que se refere aos saberes construídos
no cotidiano). Ainda nesta mesma direção, os estudos de Caldeira
(1993), apontam que por meio dos saberes da experiência, os
professores mantêm uma relação de interioridade, e que é com este
mecanismo que os professores se apropriam dos demais. Para a
autora:

... o saber da experiência integra todos os saberes, mas somente


depois de terem sido submetidos à prática e convalidados por ela
(p.62).

Com base nesta idéia, Caldeira salienta que os programas de formação


docente devem deixar de reforçar apenas os aspectos técnicos da
profissão e ancorar-se na concepção de que os professores devem
aprender mais do que conteúdos de ensino ou estratégias do processo
de ensino-aprendizagem, eles devem pautar-se numa relação
metodológica (saber fazer).
A tese de Caldeira (1993) levou em conta os saberes produzidos e
apropriados pelos docentes em sua prática cotidiana, como resultado
de sua experiência, reflexão e experimentação. Não se tratou,
portanto, de investigar conhecimentos teóricos adquiridos nos cursos
de formação inicial ou continuada. A autora destacou que o trabalho
individual do professor não foi o seu foco de atenção, afinal ele não se
desenvolve isoladamente nas escolas, mas sim, nas suas relações com
os demais. Tratou-se, portanto, de um processo coletivo de elaboração
e reflexão. Afinal, segundo a autora, é através desta confrontação
coletiva que os saberes docentes ganham credibilidade (p.62).
A realização de uma pesquisa colaborativa na qual os membros em
diferentes estágios da carreira docente (alguns em formação inicial)
devem partilhar os significados que a mesma faz emergir é
desafiadora. No entanto, relaciona-se ao fato da não realização de um
trabalho científico no qual se confecciona uma investigação para os
professores, mas sim, com os professores, parafraseando Nóvoa
(1995).
Dentre os documentos oficiais, os Parâmetros Curriculares Nacionais
de História e Geografia foram estudados e discutidos. Textos sobre
Cartografia Escolar e Práticas Pedagógicas envolvendo o Ensino da
Localidade foram apresentadas. Palestras com professores que
participaram de pesquisas em contextos similares foram realizadas.
Visitas técnicas objetivando conhecer as várias instituições locais
foram realizadas. Dentre elas, destaca-se o Arquivo Público Municipal
que passou a ser uma das mais importantes fontes documentais para o
grupo. Participações em eventos científicos eram divulgados e

8
estimulados tendo em vista o desenvolvimento profissional e
acadêmico dos membros.
A fase seguinte envolveu o estudo de diferentes Atlas Escolares e a
concepção de Atlas Escolar Municipal. Buscou-se estudar as
finalidades dos diferentes atlas nas práticas escolares, assim como,
aspectos relacionados à problemática do mapa na sala de aula. Sobre
este aspecto, é importante destacar uma constatação feita pela
pesquisa de Oliveira (2007):

De modo geral, os artigos que tratam dos mapas, no setor


educacional, voltam-se mais para as finalidades e o seu uso pelos
professores e pelas crianças em situações escolares. Os mapas
considerados nesses estudos são os mapas do adulto. Sobre os mapas
da criança, a bibliografia é nitidamente escassa.(p.19)

A construção propriamente do Atlas Escolar Municipal iniciou-se pelo


levantamento dos temas mais emergentes da realidade de Ribeirão
Preto. A partir deste levantamento, foi necessário realizar o trabalho
de selecionar coletivamente os temas que eram mais abrangentes
tendo em vista os aspectos históricos, geográficos e ambientais6.
Para a pesquisa sobre os referidos temas, os membros se subdividiram
em grupos menores. Buscou-se uma composição que contemplasse,
pelo menos, um membro da área de História, um da área de Geografia
e um da Pedagogia. Tal sistemática facilitava o trabalho de pesquisa e
composição da página do Atlas. Procedimentos de coletas diversas de
dados (desde entrevistas orais, pesquisas documentais, registros
fotográficos etc) eram trabalhados pela coordenadora juntamente com
os subgrupos. Procedimentos éticos envolvendo as diversas fontes
consultadas foram esclarecidos coletivamente, assim como, o cuidado
em dar os créditos devidos aos entrevistados e aos documentos
originais.
O delineamento do perfil do Atlas, o padrão gráfico, a adequação à
linguagem escolar, a grandeza das escalas dos mapas, a distribuição
dos diversos elementos textuais, fotográficos, cartográficos nas
páginas foram definidos coletivamente pelo grupo. Este trabalho
exigiu articulação dos vários saberes envolvidos. Os membros
participantes puderam contar com professores ou profissionais
externos que passaram a ser concebidos como colaboradores do grupo
ELO. Alguns deles passaram a freqüentar o grupo semanalmente,
tornando-se também membros pesquisadores.
O atlas escolar municipal é o primeiro produto do grupo ELO. Seu
lançamento oficial ocorreu em 30 de setembro de 2008, num evento
organizado pela diretoria da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
de Ribeirão Preto. O evento reuniu professores e alunos das redes
municipal, estadual e privada de Ribeirão Preto, autoridades locais e
membros das diversas instituições que foram parceiras e que apoiaram
o Grupo ELO (Secretaria Municipal de Educação, Arquivo Público
Histórico de Ribeirão Preto, Museu do Café, Museu Histórico “Plínio
Travassos”, Secretaria Municipal da Cultura, Secretaria Municipal de
Planejamento e Gestão Ambiental, Colégio Marista, dentre outras).

6
A concepção de Geografia e História adotada pelo grupo ELO já envolve
as questões meio-ambientais. Objetivando destacar que a mesma foi
destacada nas diversas páginas temáticas o Atlas recebeu tal denominação.
A tradição curricular das escolas de ensino fundamental reforça tal adoção
de nomenclatura.

9
O Atlas foi organizado em torno de 32 temas históricos e geográficos,
num total de 133 páginas em hipertexto. A saber: De Ribeirão para o
mundo, Cultura indígena, Entrantes mineiros, Negro em movimento,
Comércio e serviços, Formação de Ribeirão Preto, Cultura Cafeeira,
Novos braços, novas culturas, Belle Èpoque, Legado dos coronéis,
Formação Geológica, Solos e Relevo, Tempo, Clima e Sociedade,
Vegetação natural, Transportes, Espaço em transformação, Indústrias,
Cultura Canavieira, Ocupação do campo, Faces da urbanização,
Espaços livres urbanos, Arborização urbana, Saneamento Básico,
Resíduos Sólidos, Lixo - Conceitos e Práticas, Águas de Ribeirão
Preto, Bacia Hidrográfica, Enchentes, Fotografias Aéreas Verticais,
Município de Ribeirão Preto e vizinhos, Imagens de Satélite, Bairros
de Ribeirão Preto e Hino e Símbolos. Cada especificidade temática
apresenta variada linguagem, ou seja, alguns são explicitados com
textos e mapas, outros com fotografias e desenhos, outros com poemas
e desenhos etc. Em todos os temas é possível escutar músicas de
artistas locais. O prefácio é assinado pela Professora Dra. Helena
Copetti Callai (autora do primeiro Atlas Municipal do Brasil). As
músicas, canções e poemas foram autorizadas diretamente pelos
músicos da localidade que aderiram ao projeto.
A distribuição dos Atlas para as escolas municipais de Ribeirão Preto
ocorreu no próprio ano de 2008, com verba da própria Secretaria
Municipal de Educação. A distribuição para as escolas estaduais (de
toda região que a Diretoria Regional de Ensino de Ribeirão Preto-SP
supervisiona) ocorreu no início do presente ano. A distribuição para a
comunidade local, escolas particulares e Instituições de Ensino
Superior está sendo feita durante o presente ano. O grupo
disponibilizou um link para download do Atlas no próprio site da
FFCLRP e outro no site do Laife. O objetivo é que o Atlas seja
utilizado também pela comunidade não-escolar. Para divulgar o Atlas,
o grupo desenvolveu um amplo trabalho de divulgação distribuindo
folders e utilizando o apoio da assessoria de imprensa da USP (que
veiculou o lançamento em emissoras de televisão), jornais (Jornal do
campus da USP de Ribeirão Preto, jornal da USP, Folha de São Paulo,
O Estado de São Paulo e Jornal “A Cidade”) revistas (Revide de
distribuição gratuita com tiragem de 40.000 exemplares), rádios locais
(Radio USP e Rádio CBN).
O segundo produto do grupo ELO consiste num painel (em material
durável) com oito mapas temáticos do município de Ribeirão Preto-
SP. Cada mapa possui um texto que complementa as informações
veiculadas por ele. Esses painéis foram construídos pelo grupo ELO,
com verba da pró-reitoria de Cultura e Extensão da USP, para serem
doados às escolas públicas municipais e estaduais de Ribeirão Preto-
SP. O objetivo foi contribuir com as mapotecas das escolas,
oferecendo mapas temáticos da localidade importantes para as práticas
escolares do ensino fundamental.
A produção do Atlas apoiou-se em processos formativos (que
envolveram aprendizagens profissionais da docência) e nas
especificidades das escolas municipais e estaduais de ensino
fundamental da cidade de Ribeirão Preto-SP. Os resultados regados
nesse processo foram, portanto, materiais (Atlas e painel de mapas
temáticos) e, ao mesmo tempo, formativos (no sentido de que
subsidiaram processos de ensino e de aprendizagem dos professores
envolvidos). Os dados disponibilizados no Atlas foram apresentados
por meio de diferentes linguagens (texto, mapas, fotografias aéreas,
fotografias antigas, imagens de satélite, narrativas das histórias orais,
desenhos, músicas e poemas).

10
4. DESDOBRAMENTOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

A título de conclusão, destaca-se que a construção coletiva do Atlas


Escolar Histórico, Geográfico e Ambiental para o município de
Ribeirão Preto – SP não se desenvolveu de modo linear e contínuo. O
processo envolveu avanços e retrocessos como é comum de se esperar
em todos os tipos de pesquisa desta natureza. Alguns membros iniciais
se desligaram do grupo por vários motivos. Outros não conseguem
freqüentar as reuniões em todas as semanas. Outros ainda, apesar de
terem assimilado os diversos procedimentos de pesquisa, não tiveram
uma produção adequada. No entanto, a maioria dos membros têm
demonstrado que desenvolveram competências profissionais de modo
individual e coletivo. As motivações apresentadas, por parte
considerável dos membros, evidenciam o tipo de amadurecimento
profissional que o grupo conquistou.
É necessário, ainda, afirmar que tal modelo de pesquisa, envolvendo
formação inicial e continuada de professores do ensino fundamental,
não é comumente desenvolvido em nosso país. Sobre tal questão,
Lastória (2003) explica:

As políticas públicas atuais, não têm priorizado esse tipo de


modalidade formativa. Programas que dão poder e autonomia para
que os próprios professores construam, individual ou coletivamente,
seus saberes por meio da produção de pesquisas não são
incentivados. Pelo contrário, cursos centrados em conteúdos
específicos ou em destrezas necessárias ao bom professor são
perpetuados ainda hoje, em nossa realidade brasileira, como
sinônimos de formação docente. Tais cursos não consideram as bases
da profissionalização docente por não romperem com racionalidades
educacionais perpetuadas até então. (p.214)

O Grupo de Estudos da Localidade encontra-se, atualmente, numa


segunda fase de trabalho e pesquisa. Esta, como um desdobramento da
primeira, assenta-se no projeto intitulado “Práticas Educativas com o
Atlas Escolar Municipal de Ribeirão Preto-SP”. A idéia é partir do
processo de planejamento de práticas educativas (escolares e não
escolares) para construir coletivamente ações a serem desenvolvidas
com o Atlas Escolar em diferentes escolas (municipais, estaduais e
privadas) e com diversas faixas etárias (Ensino Fundamental, Médio e
Superior). O projeto prevê registro sistemático das ações educativas,
avaliação das mesmas e publicação de uma coletânea de práticas com
o Atlas Escolar. Tal projeto conta com o apoio institucional do Laife /
FFCLRP / USP e com uma bolsa7 do Programa Aprender com Cultura
e Extensão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de
São Paulo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, R.D. de Cartografia Escolar. São Paulo: Contexto,


2007.
AGUIAR, V.T.B. de Atlas: concepção histórica e metodológica.
Anais Simpósio Ibero Americano de Cartografia para crianças, 1,

7
A bolsa objetiva incluir no projeto um aluno iniciante do curso de
Pedagogia da FFCLRP / USP.

11
2002, Rio de Janeiro. Resumo... Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira
de Cartografia, Geodésia, Fotogrametria e Sensoriamento Remoto,
2002. p.19.
BATLLORI, R. La escala de análisis: un tema central en didáctica de
la geografía. Iber – didáctica de lãs ciências sociales: geografia e
história, Barcelona, n. 32, abr, 2002. pp.6-18.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
curriculares nacionais: Geografia – Brasília: MEC/SEF, 1998.
156P.
CALDEIRA, A.M.S. La practica docente cotidiana de uma mestra
y el processo de apropriación y construccion de su saber: un
estúdio etnográfico. Barcelona. 1993. 347p. Tesis Doctoral,
Universidad de Barcelona.
CALLAI, H.C. Estudar o lugar para compreender o mundo. In:
CASTROGIOVANI, A.C. (org.) Ensino de Geografia: práticas e
textualizações no cotidiano. 5a. ed. Porto Alegre: Mediação, 2006.
CARLOS, A.F.A. O Lugar no/do Mundo. São Paulo: Hucitec, 1996.
GONÇALVES, A. R Os espaços-tempos cotidianos na Geografia
Escolar: do currículo oficial e do currículo praticado. Rio Claro,
2007. Tese (doutorado em Geografia)- IGCE, UNESP.
LASTÓRIA, A. C. Aprendizagem Profissional da docência: o
projeto Atlas. São Carlos, 2003.Tese (doutorado em Educação) –
CECH, UFSCar.
________________A construção coletiva do Atlas escolar do
município de Ribeirão Preto. Dialogus (Ribeirão Preto), v. 4, p. 125-
140, 2008.
________________A cartografia escolar e a concepção de Atlas
escolar municipal. Dialogus (Ribeirão Preto), v. 3, p. 111-126, 2007.
________________ (org.) Atlas Escolar Histórico, Geográfico e
Ambiental de Ribeirão Preto. USP: Ribeirão Preto, 2008.
__________________; MELLO, R. C. Cotidiano e lugar: categorias
teóricas da história e da geografia escolar. Universitas
(Fernandópolis), v. 4, p. 27-34, 2008.
__________________; GONÇALVES, A. R.; OLIVEIRA, A. R.
Saberes y prácticas docentes con el uso de Atlas Municipales
Escolares. In: Antonio Ernesto Gómez Rodríguez; María Pilar Núñez
Galiano. (Org.). Formar para investigar, investigar para formar en
Didáctica de las Ciencias Sociales. 1 ed. Málaga, Espanha:
Asociación Universitaria del Profesorado de Didáctica de las Ciencias
Sociales, 2006, v. 1, p. 245-253.
__________________; TINÓS, L.M.S. Comunidade de
Aprendizagem Profissional e estudo da Localidade de Ribeirão Preto-
SP. Anais Simpósio de Formação de Professores e Profissão Docente,
Ouro Preto, 2006.
LUDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A.; Pesquisa em educação:
abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
NÓVOA, A. (org.) Profissão Professor. 2ª. ed. Portugal: Porto, 1995.
NUNES, C.M. F. Saberes docentes e formação de professores: um
breve panorama da pesquisa brasileira. Revista Educação e
Sociedade. Dossiê “Os Saberes dos docentes e sua Formação”.
Campinas: CEDES, ano XXII, n. 74, 2001.
OLIVEIRA, A.R. A cartografia escolar e as práticas docentes nas
séries iniciais do ensino fundamental. São Carlos. Dissertação
(mestrado em Educação) – CECH, UFSCar, 2003.
_______________; PIÑEIRO PELETEIRO, Maria Del Rosário. La
representación y análisis del espacio - análisis de las representaciones

12
espaciales realizadas por escolares brasileños y españoles.
MAGISTER, UNIOVI, v. 21, p. 27-39, 2005.
_______________. El lenguaje cartográfico y la enseñanza del clima:
un análisis de los mapas en los libros de texto de España y Brasil.
Didáctica Geográfica, v. 8, p. 51-68, 2006.
________________CLAUDINO, S. Modelos de formação inicial de
professores de geografia: a experiência em Portugal e Brasil. Biblio
3w (Barcelona), Barcelona, v. X, n. 588, 2005.
OLIVEIRA, L. de Estudo metodológico e cognitivo do mapa. In:
ALMEIDA, R.D. de (org.) Cartografia Escolar. São Paulo:
Contexto, 2007. pp. 15-42.
PIÑEIRO, M.R.P. del Enseñanza de la geografía y sociedad.
Magíster. Oviedo: UNIOVI, n.18, pp.91-104, 2002.
______________ Los paradigmas geográficos y su concreción en el
currículo. Educación y Medio. Oviedo: UNIOVI. pp. 209-222, 1997.
_______________; MELÓN ARIAS, M. C. El papel del atlas en la
enseñanza. Íber (Barcelona), n. 13, p. 37-45, 1997.
SANTOS, C.R.B. dos Desenvolvimento Profissional de Professoras
de Geografia: contribuições de um grupo de estudo sobre o ensino
da localidade. São Carlos, 2007.Tese (doutorado em Educação) –
CECH, UFSCar.
SANTOS, M. Metamorfoses do Espaço Habitado. 5ª. ed. São Paulo:
Hucitec, 1997.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 3ª. ed.
Petrópolis: Vozes, 2003.
__________; LESSARD, C. e LAHAYE, L. Os professores face ao
saber: esboço de uma problemática do saber docente. Teoria &
Educação, n. 4, p. 215-233, 1991.

13

Você também pode gostar