Edição Especial: Temas Livres Do XIV Congresso Da Academia Brasileira de Neurocirurgia

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Volume 22 | n 1 | Janeiro - Maro 2011

Edio Especial
Temas Livres do XIV Congresso da
Academia Brasileira de Neurocirurgia
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N
3
ISSN 0103-5118
rgo Oficial da
Academia Brasileira de Neurocirurgia
Volume 22 Nmero 1 Binio 2009/2011
CONSELHO EDITORIAL INTERNACIONAL
Alvaro Campero (Cordoba, Argentina)
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Armando Basso (Buenos Aires, Argentina)
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Daniel Maitrot (Estrasburgo, Frana)
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Graziela Zuccaro (Buenos Aires, Argentina)
J acques Morcos (Miami, Florida, EUA)
J ulio Antico (Buenos Aires, Argentina)
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Sugit Prabul (Houston, EUA)
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EDITOR
pio Cludio Martins Antunes
Porto Alegre / RS
EDITORES ASSOCIADOS
Luiz Roberto Aguiar
Curitiba / PR
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So Paulo / SP
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Carolina Martins (Recife / PE)
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Helder Tedeschi (So Paulo, SP)
Hildo Cirne de Azevedo Filho (Recife / PE)
J ean Gonalves de Oliveira (So Paulo / SP)
J orge Wladimir J unqueira Bizzi (Porto Alegre / RS)
Luiz Renato Mello (Blumenau / SC)
Manoel J acobsen Teixeira (So Paulo / SP)
Osvaldo Vilela Filho (Goinia / GO)
Oswaldo Incio Tella J unior (So Paulo / SP)
Paulo Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro / RJ)
Ricardo Ramina (Curitiba / PR)
Sebastio Gusmo (Belo Horizonte / MG)
4
J Bras Neurocirurg 22 (1): 1-7, 2011
Expediente
Academia Brasileira de Neurocirurgia
Filiada World Federation of Neurosurgical Societies
DIRETORIA
Binio 2009/2011
Presidente: J os Luciano Gonalves de Arajo Natal, RN
Vice-presidente: Albedy Moreira Bastos Belm, PA
Presidente Eleito: Paulo Henrique Pires de Aguiar Campinas, SP
Secretrio: Mercia J eanne Duarte Bezerra Natal, RN
Tesoureiro: J oo Ferreira de Melo Neto Natal, RN
Editor do site: Marco Antonio Herculano J undia, SP
Editor do jornal: Apio Cludio Martins Antunes Porto Alegre, RS
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pio Cludio Martins Antunes
Carlos Tadeu Parise de Oliveira
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Flvio Belmino Barbosa Evangelista
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Hildo Rocha Cirne Azevedo Filho
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Luiz Roberto Aguiar
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Paulo Henrique Pires de Aguiar
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Secretrio geral: Edson Mendes Nunes RJ
Secretrio auxiliar: Hlio Ferreira Lopes RJ
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Rua da Quitanda, 159, 10 andar, Centro
20091-005 Rio de J aneiro, RJ Brasil
Telefax: (21) 2233-0323
abnc@abnc.org.br
PROJETO GRFICO E EDITORAO
Midia Arte
www.midiaarte.com.br
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 1-7, 2011
ndice
Contents / ndice
Original Articles / Artigos Originais
Anatomia Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo
tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica ..................8
Microsurgical anatomy and approaches to the cavernous sinus: an stereoscopic 3-D study with
clinical-radiological correlations
Gustavo Rassier Isolan, Leonardo Vedolin, Dbora Bertholdo, Leandro Infantini Dini,
Francisco Braga, Gerson Perondi, pio Cludio Martins Antunes, Nilo Mario Monteiro
Lopes, Marco Antnio Stefani, Paulo Oppitz, Mariana Werneck, Rafael Cristovam
The Role of Cortical Spreading Depolarizations in Delayed Cerebral
Ischemia after Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage ................................45
Depresso alastrante cortical e seu possvel papel na leso neuronal subseqente hemorragia
subaracnide aneurismtica
Norberto Andaluz, Mario Zuccarello, Jens P. Dreier, Jed A. Hartings
Impacto da hiperglicemia em pacientes vtimas de traumatismo
cranioenceflico severo ......................................................................................54
Impact of hyperglycemia in patients with severe traumatic brain injury
Rafaela Nunes Dantas, Carlos Umberto Pereira
Apnia do sono associada a obesidade. Alguma influncia na formao dos
aneurismas cerebrais?........................................................................................63
May sleep apnea associated with obesity play a role in brain aneurysm growth?
Paulo Henrique Pires de Aguiar, Icaro de Barros Miranda Barreto, Isis Lozzi da Costa,
Murilo Joseph, Maick Fernandes Neves, Renata Faria Simm, Marcos Vinicius Calfat Maldaun,
Bernardo Lembo Conde de Paiva, Alexandros Theodoros Panagopoulos, Miguel Melgar
Review Articles / Artigos de Reviso
Papel do citomegalovrus humano (HCMV) na oncomodulao de tumores
cerebrais ............................................................................................................. 66
The role of the human citomegalovirus in the oncomodulation of brain tumors
Maria Cristina Carlan da Silva, Eberval Gadelha Figueiredo, Clemar Correa,
Hector N. Cabrera, Matheus Schimdt, Manoel J. Teixeira
Fstula liqurica da base anterior do crnio: classificao, clnica e
diagnstico ..........................................................................................................72
Cerebrospinal fluid fistula of the anterior skull base: classification, clinical and diagnostic aspects
Alexandre Varella Giannetti, Ana Paula de Morais Silva Santiago, Paulo Fernando
Tormim Borges Crosara, Roberto Eustquio Santos Guimares
6
J Bras Neurocirurg 22 (1): 1-7, 2011
ndice
Diagnstico e Tratamento da Sndrome do Tnel do Carpo:
uma reviso .........................................................................................................82
Diagnosis and treatment of carpal tunnel syndrome. A review
Marjeane Hockmuller, Vincius Rosa de Castro, pio Cludio Martins
Antunes, Marco Antonio Stefani, Tiago Hochmuller Rodrigues
Case Report / Relato de Caso
Amaurose transitria ps-cirurgia da coluna cervical. Relato de caso .........86
Transient amaurosis after cervical spine surgery. Case report
Carlos Umberto Pereira, Guilherme Lepski, Liani Patrcia Andrade Santos, Rafaela Mota de Jesus
Meningite de Mollaret: relato de caso e reviso da literatura ....................... 90
Mollaret meningitis: case report and literature review
Denildo Csar Amaral Verssimo, Francisco Alves de Arajo Jnior, Marcelo Lemos
Vieira da Cunha, Roberta Rehder, Fbio Alex Viegas, Luis Alencar Biurrum Borba
Hemangioblastoma of the lateral ventricle: seventh case reported on the
literature .............................................................................................................94
Hemangioblastoma do ventrculo lateral: Relato do stimo caso na literatura
Carlos Augusto Ferreira Lobo, Albedy Moreira Bastos, Leonidas Braga Dias Junior
Scientific Events / Eventos Cientficos
Agenda de Eventos Cientficos ......................................................................... 97
Resumos de trabalhos a serem apresentados no Congresso da
Academia Brasileira de Neurocirurgia, em Natal / Summary
of papers to be presented at the Congress of the Brazilian
Neurosurgery Academy in Natal
Temas livres ......................................................................................................100
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 1-7, 2011
Normas para publicao
indexado na base de dados LILACS
O Jornal Brasileiro de Neurocirurgia o rgo oficial da Academia
Brasileira de Neurocirurgia e prope-se a publicar artigos sobre Neu-
rocirurgia e todas as cincias afins. Assim, trabalhos inditos, sob a
forma de artigos originais, resumo de teses, apresentao de casos ou
notas tcnicas podero ser aceitos, desde que no tenham sido envia-
dos para publicao em outro peridico.
Os trabalhos podem ser redigidos em Portugus ou Espanhol, com
resumo em Ingls, mas preferentemente redigidos em Ingls, com re-
sumo em Portugus. Todo e qualquer trabalho poder receber modifi-
caes, para que se adapte estrutura geral do Jornal. Os artigos que
no se enquadrarem nas normas ou que no forem adequados s ne-
cessidades editoriais do Jornal sero devolvidos ao(s) autor(es), para
que proceda(m) s adaptaes necessrias.
Os artigos devem ser enviados de preferncia por e-mail, mas sero
aceitos em CD ou DVD e podero ser utilizados os editores de texto
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A estruturao do artigo dever obedecer seguinte orientao:
a) pgina-ttulo, na qual constem o ttulo do artigo, nome completo
do(s) autor(es) e da instituio onde o trabalho foi realizado;
b) pgina constando a sinopse estruturada do trabalho (objetivo,
mtodos, resultados e concluso), com, no mximo, 200 pala-
vras, transmitindo a idia geral da publicao, seguida por um
Abstract, que deve incluir: objective, methods, results, and
conclusion;
c) corpo do artigo;
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sobrenome do primeiro autor, numeradas arbica e consecutiva-
mente para efeito de citao no texto, de acordo com as normas
Vancouver. Comunicaes pessoais e trabalhos em preparao
podero ser citados no texto, mas no constaro das referncias.
Artigos de peridicos
Schramm VL, Myers EN, Maroon JC. Anterior skull base surgery for
benign and malignant disease. Laryngoscope. 1979; 89(2):1077-91.
Netterville JL, Jackson CG, Schramm VL, Myers EN, Maroon JC,
Petersen R et al. Anterior skull base surgery for benign and malignant
disease. Laryngoscope. 1980; 90(2):107-11.
Livros
Donald PJ, editor. Surgery of the skull base. Philadelphia: Lippincott-
Raven; 1998.
Captulos de livros
Netterville JL, Jackson CG. Reconstruction of the skull base with re-
gional s and grafts. In: Donald PJ, editor. Surgery of the skull base.
Philadelphia: Lippincott-Raven; 1998. p. 623-39.
Dissertaes e teses
Marutinho AF. Alteraes neurolgicas em portadores de meningiomas.
[dissertao]. So Paulo: Universidade Federal de So Paulo. 2003.

Trabalhos apresentados em congressos, simpsios, encontros, semi-
nrios e outros
Petersen R, Grundman M, Thomas R, Thal L. Use of titanium mesh
for reconstruction of large anterior cranial base defects; 2004 July;
United States, Philadelphia; 2004.
Artigos em peridicos eletrnicos
Boog MCF. Construo de uma proposta de ensino de cirurgia de reta-
lho. Rev Bras Neuro [peridico eletrnico] 2002 [citado em 2002 Jun
10];15(1). Disponvel em: http://www.scielo.br/rn.
Textos em formato eletrnico
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Estatsticas da sade:
assistncia mdico-sanitria. Disponvel em: http://www.ibge.gov.br.
Acessado em: 5/2/2004.
Os artigos sero classificados em quatro tipos: artigos originais, rela-
tos de casos, artigos de reviso e notas breves.
Sugesto para elaborao do corpo de cada artigo:
Artigos Originais
- introduo
- material e mtodos
- resultados
- discusso
Relato de Casos
- introduo
- apresentao do caso
- discusso
Artigos de Reviso
- introduo
- apresentao do assunto
As ilustraes, para o caso de fotos ou exames por imagem, devem
ser enviadas em arquivo com extenso JPEG, nomeadas com a indi-
cao de sua entrada no texto (exemplo, Meningioma Fig1.jpeg), com
resoluo 300 dpi, evitando enviar imagens inseridas no arquivo de
Word ou Power Point, pois perdem a qualidade. Tabelas, algoritmos
e grficos podem ser inseridos no arquivo do texto ou em arquivo
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Os artigos devero ser enviados ao Editor-chefe, Dr. pio Antunes,
Rua Luciana de Abreu, 471, cj. 308 90570-060, Porto Alegre, RS
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End. eletrnico: apioantunes@gmail.com
apioantunes@hotmail.com
Jornal Brasileiro de Neurocirurgia
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 8-44, 2011
Isolan GR, Vedolin L, Bertholdo D, Dini LI, Braga F, Perondi G, Antunes ACM, Lopes NMM, Stefani MA, Oppitz P, Werneck M, Cristovam R - Anatomia
Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
8
Anatomia Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um
estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-
radiolgica
Microsurgical anatomy and approaches to the cavernous sinus: an
stereoscopic 3-D study with clinical-radiological correlations
Gustavo Rassier Isolan
1,3,4,5
Leonardo Vedolin
2
Dbora Bertholdo
2
Leandro Infantini Dini
4
Francisco Braga
5
Gerson Perondi
5
pio Cludio Martins Antunes
3
Nilo Mario Monteiro Lopes
1

Marco Antnio Stefani
3
Paulo Oppitz
3
Mariana Werneck
6
Rafael Cristovam
7
1. Servio de Neurologia e Neurocirurgia (Ncleo de Cirurgia da Base do Crnio) do Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre.
2. Servio de Neuroimagem do Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre
3. Servio de Neurologia (Unidade de Neurocirurgia) do Hospital de Clnicas de Porto Alegre.
4. Centro de Neurologia e Neurocirurgia Centenrio, So Leopoldo, RS
5. Programa de Ps-Graduao em Medicina: Cincias Cirrgicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
6. Acadmico de Medicina PUC-PR
7. Acadmico de Medicina UFRGS
SINOPSE
O seio cavernoso uma das regies mais complexas do corpo
humano e pode ser acometido por diversas patologias. Atu-
almente, diversos tipos de tratamento podem ser usados para
tratar doenas nesta regio, porm o conhecimento anatmico
ainda fundamental para estabelecer o melhor manejo. Nosso
objetivo apresentar a anatomia microcirrgica do seio caver-
noso, as abordagens cirrgicas (incluindo a abordagem endo-
nasal endoscpica), a correlao radiolgica desta anatomia,
bem como uma srie inicial de casos. As fotos so apresenta-
das pelo mtodo convencional e anaglfico estereoscpico. So
descritas as estruturas neurovasculares do seio cavernoso bem
como suas relaes sseas e durais, as paredes e os tringulos
da base do crnio relacionados ao seio cavernoso. As abor-
dagens crnio-rbito zigomtica, transpetrosa, zigomtica e
endonasal endoscpica so apresentadas, sendo as estruturas
anatmicas identificadas tambm nos exames de imagem. Ca-
sos ilustrativos ilustram esta anatomia.
Palavras-chave: seio cavernoso, abordagens cirrgicas,
anatomia, tumor, base do cranio
ABSTRACT
The cavernous sinus is one of the most complex regions of the
human body and can be affected by several diseases. Currently,
several types of treatment can be used in the management of
diseases in this region. The anatomical knowledge is essential
to establish the best management. Our goal is to present the
microsurgical anatomy of the cavernous sinus, its surgical ap-
proaches (including the endoscopic endonasal approach), the
correlation of radiological anatomy, including an initial series
of cases. The anatomic features are presented by the conven-
tional and stereoscopic anaglyphic method. The neurovascular
structures of the cavernous sinus and its dural and bony rela-
tionships, triangles and the walls of the skull base related to
it are presented with. We discuss the cranio-orbital zygomatic,
transpetrosal, zygomatic and endonasal endoscopic approach-
es; MRI studies also show the anatomical structures, including
illustrative cases.
Keywords: cavernous sinus, surgical approaches, anatomy, tumor,
skull base
Recebido em novembro de 2010, aceito em dezembro de 2010
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 8-44, 2011
Isolan GR, Vedolin L, Bertholdo D, Dini LI, Braga F, Perondi G, Antunes ACM, Lopes NMM, Stefani MA, Oppitz P, Werneck M, Cristovam R - Anatomia
Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
9
INTRODUO
O seio cavernoso (SC) considerado uma das mais complexas
regies do corpo humano devido sua intrincada anatomia,
sendo por este motivo tema de intenso debate nos dias atuais,
referentes conduta de se abordar ou no cirurgicamente le-
ses que acometem esta rea da base do crnio. O desenvolvi-
mento de estudos anatmicos e o entendimento da complexa
anatomia do SC que iniciaram com Parkinson
79-81
, Dolenc
23-28
,
Taptas
103
, Umansky
107,108
e Harris e Rhoton
33
enfatizavam a
necessidade de aprofundar o conhecimento da microanato-
mia cirrgica deste compartimento da base do crnio, antes de
abordar patologias neste local. Desta forma, uma regio consi-
derada at metade da dcada de 80 como sendo inopervel,
graas ao aprofundamento de seu conhecimento microanat-
mico
10,12,17,19,22,38-41,47,50,51,58,65-67,69,71,84-87,90,91,93,95,97,98,106,110-113,116,118

tornou-se abordvel cirurgicamente
3-8,12,15,16,18,20,21,23-32,36,37,43,44-
46,48,49,52,53,57,59,61,64,68,73-78,92,94,96,102,104,105,114,115
.
A base do crnio possui duas regies paraselares na fossa mdia,
uma de cada lado, que constituem os seios cavernosos, podendo
cada um destes e suas adjacncias ser dividido em 10 espaos
triangulares delimitados por estruturas anatmicas definidas,
sendo que quatro destes tringulos esto em ntima relao com
o SC, fornecendo vias de acesso ao seu interior, e seis esto ad-
jacentes a este
26,38,40,87,110
. Estes espaos constituem corredores
anatmicos naturais atravs do quais as leses no interior do SC
podem ser abordadas e ressecadas. Entretanto, em algumas afec-
es, principalmente tumores, esses espaos geomtricos po-
dem estar distorcidos e com formato atpico, sendo a escolha da
abordagem e as decises cirrgicas do transoperatrio mais bem
estabelecidas atravs de uma ou da combinao de vrias abor-
dagens que utilizam como parmetro uma das quatro paredes do
SC (lateral, medial, superior e inferior) ao invs de se basear na
anatomia esttica dos tringulos
3,7,91,93
.
Embora o seio cavernoso seja acometido por ampla gama de
patologias tumorais e no tumorais, ainda hoje muitos so os
departamentos de neurocirurgia que no consideram cirurgia
como alternativa de manejo para doenas nesta regio. Esta
atitude negativa em relao ao SC deve-se, por um lado, prova-
velmente falta de treinamento em laboratrio de microcirurgia
e conhecimento anatmico por parte do neurocirurgio e, por
outro, pelo fato do SC muitas vezes ser acometido por tumores
de crescimento lento, sendo proposto para os pacientes somente
o seguimento da leso com exames de imagem seriados ou ra-
diocirurgia como tratamento inicial, atitude esta que, na opinio
dos autores, muitas vezes no fornece um manejo racional.
Visando compreender tridimensionalmente a anatomia do seio
cavernoso, seu estudo deve ser realizado mediante diferentes n-
gulos de viso, ou seja, atravs das vias anterior, medial, lateral
e posterior. Somente desta maneira pode-se adquirir a chama-
da see-through, x-ray type knowledge
86,87
. Alm disso, a do-
cumentao fotogrfica estereoscpica fornece uma noo da
profundidade das estruturas anatmicas em material impresso,
facilitando o entendimento tridimensional do SC
88
.
Este um estudo original cujo propsito apresentar e discu-
tir a anatomia microcirrgica do SC e sua correlao radiol-
gica e as abordagens cirrgicas para as diferentes superfcies
da regio paraselar, atravs de documentao fotogrfica con-
vencional e estereoscpica, bem como discutir as implicaes
clnico-cirrgicas das principais patologias que acometem esta
regio e como o estudo anatmico se aplica a elas.
MATERIAL E MTODO
ANAToMIA MICRoCIRRgICA
Esse trabalho o resultado das disseces microanatmicas realiza-
das durante o perodo de dois anos e meio em dois diferentes labo-
ratrios de microcirurgia, em estudos de anatomia endoscpica rea-
lizada em departamento de anatomia (Universidade Federal do Rio
Grande do Sul), e em casustica inicial de trs anos de uma srie de
pacientes com tumores do seio cavernoso tratados cirurgicamente
por um dos autores (GRI). A primeira e maior parte deste trabalho,
na qual foram estudados blocos da base do crnio contendo o SC,
foi realizada no Laboratrio de Microcirurgia do Hospital Benefi-
cncia Portuguesa de So Paulo Instituto de Cincias Neurolgi-
cas ,durante perodo de 10 meses. A segunda parte desse estudo foi
desenvolvida no Microsurgical laboratory Diane and Gazi Yaargil
Education Center - University of Arkansas for Medical Sciences du-
rante um perodo de 16 meses. Os pacientes portadores de tumores
do seio cavernoso foram tratados cirurgicamente no Hospital de Cl-
nicas de Porto Alegre, Hospital Cajuru da PUC do Paran e Hospital
Moinhos de Vento de Porto Alegre.
Na primeira fase do estudo, trinta seios cavernosos (15 blocos da
poro central da base do crnio) formolizados e com artrias e
veias injetadas com silicone colorido, foram estudados com mi-
croscpio cirrgico. O material utilizado foi bancada ampla com
fontes de eletricidade e para drill, microscpio cirrgico D.F.
Vasconcelos M900, duas pinas de joalheiro, bisturi no. 11, mi-
crotesouras e tesoura de Metzenbaum, microdissectores Rhoton,
Drill de alta rotao Midas Rex III, aspirao-irrigao com cnu-
las de 3,5 e 10 (French) e fixador de House-Urban.
Aps posicionamento da pea anatmica no fixador de House-
Urban, a disseco para estudo do SC seguiu as seguintes etapas:
(1) inciso quadrangular na dura desde a poro mdia da bor-
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 8-44, 2011
Isolan GR, Vedolin L, Bertholdo D, Dini LI, Braga F, Perondi G, Antunes ACM, Lopes NMM, Stefani MA, Oppitz P, Werneck M, Cristovam R - Anatomia
Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
10
da esfenoidal at o planum esfenoidal com a dura sendo rebatida
para expor a clinide anterior, canal ptico, planum esfenoidal e
borda esfenoidal, (2) remoo com o drill do processo clinide
anterior e paredes do canal ptico com exposio do tringulo an-
teromedial e identificao do anel dural carotdeo, (3) inciso na
dura-mter ao longo da borda esfenoidal, deslocando-a acima do
nervo ptico e rebatendo-a medialmente para dar maior exposio
ao espao clinoideo, (4) liberao do nervo ptico inferiormen-
te, permitindo leve retrao superomedial, e inciso do anel dural
para deixar livre o segmento clinide da artria cartida interna
(ACI), permitindo sua mobilizao para expor a artria oftlmica
em sua origem e seu trajeto em direo ao canal ptico, (5) inciso
na camada dural do tringulo oculomotor at a fissura orbitria
superior com separao cuidadosa dos nervos cranianos da dura-
mter, identificando o segmento horizontal da cartida interna em
sua poro cavernosa, o nervo abducente, a artria inferior do seio
cavernoso e o tronco meningo-hipofisrio, (6) identificao do tri-
ngulo de Parkinson com continuao do peeling da camada dural
externa da parede lateral do SC e exposio do segmento vertical
e da curva medial da ACI ( poro cavernosa) e tronco meningo-
hipofisrio com seus ramos e (7) prolongamento da exposio
com identificao da artria inferior do seio cavernoso no tringu-
lo ntero-lateral. Os tringulos da fossa mdia foram identificados
com a disseco da dura-mter da fossa mdia, bem como os tri-
ngulos paraclivais.
Na segunda fase, dezoito seios cavernosos de cinco cabeas de
especimens cadavricos e quatro bases do crnio fixadas em for-
malina foram dissecadas usando aumento de 3x a 40x no micros-
cpio cirrgico e visualizadas sobre a perspectiva de diferentes
abordagens. As cabeas e bases de crnio foram injetadas com
silicone colorido, azul para as veias e vermelho para as artrias.
Cada cabea foi colocada no fixador de Mayfield, giradas 30 a 40
graus e ligeiramente estendidas a fim de simular a posio cirrgi-
ca da craniotomia crnio-rbito-zigomtica em dois especimens .
Duas cabeas foram fixadas em posio neutra e realizada dissec-
o atravs da abordagem combinada transesfenoidal/transmaxi-
lar extendida. Abordagem petrosa posterior foi realizada em ou-
tras duas cabeas e abordagem pr-auricular/ fossa infratemporal
em outras duas.
Em ambas as etapas, as disseces anatmicas foram documenta-
das utilizando-se tcnica para obteno de imagens tridimensio-
nais (3D), objetivando a produo de impresses estereoscpicas.
Neste mtodo, o mesmo objeto fotografado a partir de duas po-
sies diferentes, porm em um mesmo plano horizontal. A pri-
meira corresponde viso do olho esquerdo e a segunda, do olho
direito. As imagens foram superpostas com software previamente
definido, coordenadas e impressas. A utilizao de culos 3D com
lentes coloridas necessria para visualizao das imagens im-
pressas. Com a finalidade de documentar as disseces, foi utili-
zada uma cmera digital Nikkon D70 de 8,0 megapixel com lente
macro. O aparelho foi adaptado em uma barra deslizante montada
em um trip. A lente e a velocidade de disparo foram ajustadas em
f32 e 1/60 segundos, respectivamente.
Os seguintes tringulos do SC foram identificados e explorados.
1. Tringulo Clinoideo
2. Tringulo Supratroclear
3. Tringulo de Parkinson
4. Tringulo do Nervo Oculomotor
5. Tringulo ntero-medial
6. Tringulo ntero-Lateral
7. Tringulo Pstero-lateral (de Glasscock)
8. Tringulo Pstero-medial (de Kawase)
9. Tringulo nfero-medial
10. Tringulo Infero-lateral
Na terceira fase, 10 blocos da parte central da base do crnio
formalizados e com artrias e veias injetadas com silicone colo-
rido, totalizando 20 seios cavernosos, foram estudados sob uma
perspectiva inferior (endonasal endoscpica) no departamento de
Anatomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A abor-
dagem endonasal extendida foi usada para abordar o interior do
SC de acordo com descrio prvia em 02 blocos
14
. Instrumen-
tal microcirrgico, drill eltrico e endoscpio rgido de lente zero
graus (Karl Storz Co., Tuttlingen, Alemanha) de 4mm de dime-
tro e 18 cm de comprimento foram utilizados. O endoscpio foi
conectado a uma fonte de luz atravs de um cabo de fibra ptica e
ao monitor de vdeo.
ANAToMIA RADIolgICA
As imagens radiolgicas foram realizadas em aparelho de 1,5 Tes-
la (MAGNETOM Avanto: Siemens) com bobina de crnio. Foram
obtidas imagens usando a sequncia volumtrica de alta resoluo
ponderada em T1 (Volume Interpolated Breathold Exam - VIBE)
no plano axial aps uso de Gadolnio endovenoso, utilizando
TE:3,46; TR:9,0; NEX:2; espessura de corte de 1 mm e matriz
de 256 x 192. Foram tambm realizadas imagens volumtricas
de alta resoluo ponderadas em T2, aps o uso de Gadolnio en-
dovenoso nos planos coronal e axial (Constructive Interference in
the Steady State CISS) utilizando TE:2,52; TR:5,73; NEX:1;
espessura de corte de 0,6 mm e matriz de 256 x 256. As imagens
foram reformatadas em diversos planos na estao de trabalho.
O field of view (FOV) utilizado foi varivel. Foram tambm ad-
quiridas imagens de angiorressonncia magntica tridimensionais
com a tcnica time of flight (TOF) no plano axial utilizando TE:
7; TR:23; NEX: 1; espessura de corte de 0,5mm e matriz de 241
x 256. As imagens foram reformatadas utilizando a tcnica Maxi-
mum Intensity Projection (MIP) na estao de trabalho.
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Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
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CASUSTICA
De uma srie de 126 pacientes com tumores da base do crnio
avaliados e destes 89 pacientes portadores de tumores da base do
crnio operados por um dos autores (GRI) entre 2006 e 2010, 12
tinham envolvimento do seio cavernoso.
RESULTADOS
As figuras 1 a 22 ilustram a anatomia microcirrgica do SC.
RElAES SSEAS
A asa menor do esfenide tem como seu limite medial o pro-
cesso clinide anterior, o qual pode estar pneumatizado em al-
guns casos, sendo uma extenso do seio esfenoidal. Em raros
casos um processo clinide mdio pode fazer uma ponte ssea
ao unir-se ao processo clinide anterior e envolver ACI, o que
aumentaria o risco de uma lacerao da ACI caso no seja usa-
da tcnica de brocagem adequada. O processo clinide poste-
rior situado na poro posterior do teto do seio cavernoso, no
aspecto superior e lateral do dorso selar. O pilar ptico forma
o tero anterior do assoalho do tringulo clinoidal, separando
o canal ptico da fissura orbitria superior. Os foramens re-
dondo, oval e espinhoso esto localizados na fossa mdia da
base do crnio e do passagem, respectivamente, para o nervo
maxilar, mandibular e artria meningia mdia. O limbo esfe-
noidal, tubrculo selar e sulco quiasmtico esto localizados
na poro central da base do crnio e medialmente ao processo
clinide anterior (Figura 1)
Figura 1 - Relaes sseas da anatomia do seio cavernoso. 1. Lmina crivosa
do osso etmide, 2. processo clinide anterior, 3. assoalho da sela trcica, 4.
fissura orbitria superior, 5. foramen redondo, 6. foramen oval, 7. clivus, 8. parte
petrosa do osso temporal, 9. tubrculo jugular, 10. foramen jugular, 11. canal
ptico, 12. seio petroso superior, 13. sulco para a artria meningia mdia, 14.
canal semicircular superior, 15. seio esfenoidal, 16, processo pterigideo lateral,
17. fissura orbitria superior, 18. fissura orbitria inferior, 19. pilar ptico, 20.
canal ptico. A seta indica um septo sseo entre as clinides, que na pea ana-
tmica estaria envolvendo a artria cartida interna na sua poro subclinoidea.
Este achado teoricamente pressupe um risco de leso carotdea ao se ressecar
a clinide anterior sem drilagem adequada destas projees sseas.
RElAES DuRAIS
O tentorium adere-se aos processos clinides anterior e poste-
rior, bem como ao pice petroso, formando trs pregas da dura
mter, que so: prega petroclinoidea anterior, que se extende
do pex petroso ao processo clinide anterior. prega petrocli-
noidea posterior, que se extende do pex petroso ao processo
clinide posterior, e prega interclinoidea, que se localiza entre
os processos clinides anterior e posterior.
Essa trs pregas delimitam o tringulo oculomotor, que forma
a poro posterior do teto do SC. Esta dura-mter delimita me-
dialmente o diafragma selar e lateralmente confunde-se com a
dura-mter da fossa mdia. A extenso da dura-mter medial
ao processo clinide anterior forma o chamado ligamento fal-
ciforme, que corresponde a poro no ssea e inicial do teto
do canal ptico. A dura-mter que envolve a poro vertical
ascendente da ACI chama-se anel dural distal. Na parede la-
teral do SC, existem duas camadas durais e na parede medial
somente uma (Figura 2 e 3).
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Figura 2. Posio do seio cavernoso na base do crnio. O crculo azul nas
figuras A e B delimitam a posio aproximada no seio cavernoso na base do
crnio. 1. teto da rbira, 2. quiasma ptico, .3 mesencfalo, 4. tenda do cerebelo,
5. incisura da tenda, 6. cerebelo, 7. seio petroso superior, 8. fossa mdia, 9.
nervo oculomoor. IC cisterna interpeduncular, CC. Cisterna crural, AC. Cisterna
ambiens, QC. Cisterna quadrigeminal.
Figura 3 relaes durais do seio cavernoso. 1. teto da rbita (fossa anterior),
2. fossa mdia 3. dura sobre a fossa posterior, 4. processo clinide anterior,
5. ligamento falciforme constituindo a parte posterior do teto do canal ptico,
6. nervo ptico, 7. quiasma ptico, 8. processo clinide posterior, 9. nervo
oculomotor, 10. artria cartida interna intracavernosa, 11. topo da artria basilar,
12. pednculo cerebral, 13. artria cerebelar superior, 14. dura-mter da fossa
mdia (lmina externa da parede lateral do seio cavernoso), 15. Canal semicir-
cular superior, 16. veia de galeno, 17. artria cartida interna intracavernosa, 18.
gnglio de gasser, 19. seio petroso superior, 20. bulbo jugular, 21.seio transver-
so, 22. seio sigmide, 23. cndilo mandibular, 24. nervo troclear, 25. tringulo
infratroclear (Parkinson), 26. nervo trigmio.
O SC tem importante relao com as fossas pterigopalatina,
infra-temporal, rbita e fossa posterior (Figura 4 a 7).
Figura 4. Relaes neurovasculares do seio cavernoso. Viso lateral esquerda.
1. msculo reto lateral, 2. ramo oftlmico, 3. ramo maxilar entrando no teto do
seio maxilar e saindo no formen infra-orbitrio. As paredes superior e lateral do
seio maxilar foram removidas, 4. ramo mandibular do trigmio, 5. nervo troclear,
6.. nervo oculomotor, 7. artria cerebral mdia, 8. .artria cerebral posterior, 9.
gnglio de Gasser, 10. artria cartida interna, incio do segmento intrapetroso,
11. tuba auditiva, 12. artria cartida externa, 13. .artria meningia mdia, 14.
orofaringe, 15. processo estilide, 16. seio maxilar.
Figura 5. viso superior das relaes do seio cavernoso com o encfalo e a
regio cervical. 1. msculo reto lateral, 2. glndula lacrimal, 3. nervo olfatrio,
4, insula, 5. seio cavernoso, 6. seio petroso superior, 7. dura-mter da fossa
posterior exposta atravs do tringulo de Kawase, 8. gnglio geniculado, 9. nervo
facial, 10. V3, 11. artria meningia mdia, 12. seio maxilar, 13. nervos cranianos
baixos e veia jugular interna na sada do formen jugular, 14. seio sigmide, 15.
bulbo jugular. V1. Ramo oftmico do nervo trigmio, V2. Ramo maxilar do nervo
trigmio, V3. . Ramo mandibular do nervo trigmio
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Figura 6. Relaes do seio cavernoso com as fossas infratemporal e pterigopa-
latina. 1. artria temporal superficial (ramo frontal), 2. artria temporal superficial
(ramo parietal), 3. nervo auriculotemporal, 4. ramo fronto-orbiral do nervo facial,
5. gordura peribucal, 6. ducto parotdeo, 7. glndula partida, 8. nervo facial
(ramo zigomtico), 9. nervo facial (ramo bucal), 10. nervo facial (ramo mandi-
bular), 11. nervo facial (ramo cervical), 12. nervo auricular magno, 13. msculo
masseter, 14. nervo alveolar inferior, 15. .artria maxilar, 16. fossa condilar, 17.
mastide, 18. artria meningia mdia, 19. msculo digstrico (ventre posterior),
20. nervo infra-orbtrio, 21. artria cartida intrapetrosa, 22.. processo estilide,
23. cpsula ptica, 24. seio sigmide, 25. cerebelo, 26. artria vertebral, 27.
artria cartida externa, 28. artria faringia ascendente, 29. . ramo mandibular
do trigmio, 30. seio maxilar, 31. .artria meningia mdia, 32. V1, 33. msculos
estilofarngeo, estiloglosso e estilo-hiide, 34. nervo hipoglosso, 35. artria
maxilar, 36. V2 na fissura orbital inferior, 37. gnglio de V3, 38. seio maxilar, 39.
fossa pterigopalatina, 40. V3, 41, V2, 42. processo estilide.
Figura 7. Estruturas neurais nas fossas anterior e mdia relacionadas aos trin-
gulos do seio cavernoso. 1. canal semicircular superior, 2. gnglio geniculado,
3. Artria cartida interna (poro intra-petrosa), 4. artria meningia mdia, 5.
nervo petroso superficial maior, 6. gnglio de Gasser, 7. cabea superior no ms-
culo pterigide lateral na fossa infratemporal, 8. msculo reto lateral, 9. artria
oftlmica, 10. nervo ptico, 11. mucosa do seio etmide, 12. nervo oculomotor.
RElAES ARTERIAIS
ARTRIA CARTIDA INTERNA
A vascularizao do sistema nervoso central ocorre por dois
sistemas arteriais: o carotdeo e o vertebral. O primeiro ori-
ginado da artria cartida interna (ACI) e o segundo dos vasos
que correm dentro dos forames transversos da coluna cervical,
as artrias vertebrais. A artria cartida comum uma artria
de grande calibre que possui duas diferentes origens, uma em
cada lado: surge como ramo direto da aorta no lado esquerdo
ou como ramo do tronco subclvio, no lado direito. Este ca-
libroso vaso ao seu trmino bifurca-se, na altura da margem
superior da cartilagem tireidea, originando a artria cartida
interna( ACI ) , que se dirige para o sistema nervoso central e
a artria cartida externa, que ir irrigar a face e estruturas da
regio cervical. A ACI penetra na cavidade craniana atravs
do formen carotdeo, acompanhada pelo plexo nervoso sim-
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ptico e por um plexo venoso, e termina lateralmente ao quiasma
ptico, prxima hipfise, onde origina dois ramos terminais: a
artria cerebral anterior e a artria cerebral mdia. Em seu trajeto
a ACI pode ser dividida em quatro pores: C1 (Cervical), que
se extende da sua origem na bifurcao carotdea ao canal caro-
tdeo na base do crnio; C2 (Petrosa), que se extende do canal
carotdeo at a entrada no SC, tendo um trajeto intra-sseo no
osso temporal; C3 (Cavernosa), que poro da artria que cur-
sa dentro do seio cavernoso e termina na dura-mter do teto do
SC; e C4 (Supraclinidea), que se extende da entrada no espao
subaracnideo at sua bifurcao. Ainda existe uma poro sub-
clinoidia que se encontra entre os dois anis durais (proximal
e distal) e est recoberta pelo processo clinide anterior (Figura
4). Este segmento arterial forma a poro mdia do assoalho do
tringulo clinoidal e sua visualizao somente possvel aps
resseco do processo clinide anterior.
Os ramos principais da ACI, de caudal para rostral so a art-
ria oftlmica, que supre o nervo ptico e a poro interna da
retina; a artria comunicante posterior, que irriga estruturas do
diencfalo atravs de seus ramos perfurantes, e a artria coroi-
dia anterior, que supre partes do diencfalo e do telencfalo.
Estes ramos sero discutidos em maiores detalhes adiante.
A poro cervical da ACI, ou segmento C1, raramente emite
ramos. Origina-se na bifurcao da artria cartida comum e
ascende na regio cervical at sua entrada no canal carotdeo.
Na sua base existem duas estruturas responsveis pelo contro-
le da presso arterial: o seio carotdeo e o glomo carotdeo,
cujo objetivo a manuteno de uma perfuso sangnea ade-
quada e constante ao sistema nervoso central. O seio cartico
(ou carotdeo) uma dilatao no segmento inicial da artria
e contm receptores que captam mudanas na presso arterial,
enquanto que o glomo carotdeo um quimiorreceptor reativo
quantidade de oxignio e gs carbnico no sangue.
A poro petrosa, segmento C2, ou intra-petrosa (Figura 7 e
8), est localizada dentro da poro petrosa do osso temporal,
iniciando no nvel em que a artria entra pelo canal carotdeo
e se extendendo at o incio de sua entrada no SC, logo abai-
xo do ramo maxilar do nervo trigmeo (V2). Ao penetrar por
este canal, a artria se dobra anteromedialmente, dando a falsa
impresso de ter entrado pelo forame lacerado (o qual co-
berto de fibrocartilagem). Localiza-se lateralmente cclea e
inferiormente ao gnglio trigeminal, sendo separado deste pelo
fino teto do canal carotdeo. A poro intra-petrosa da ACI
cercada por um plexo venoso e um plexo autonmico. Possui
dois ramos principais que realizam anastomoses com artrias
oriundas da artria cartida externa: a artria caroticotimpni-
ca, um vaso pequeno que se anastomosa com as artrias maxilar
(poro timpnica) e estilomastidea; e a artria pterigidea,
ramo inconsistente, que se anastomosa com a artria palatina.
Figura 8. Fossa mdia. 1. canal semicircular superior, 2. canal semicircular
posterior, 3. canal semicircular lateral, 4. seio petroso superiro, 5. cclea, 6.
nervo facial, 7. nervo vestibular superior, 8. gnglio geniculado, 9. nervo petroso
superficial maior, 10. msculo tensor do tmpano, 11. artrica cartida interna
intra-petrosa, 12. V3, 13. pex petroso, 14.. membrana timpnica, 15. martelo,
16. bigorna.
A poro C3, tambm chamada segmento cavernoso ou intra-
cavernoso da ACI (Figura 9 e 10), localiza-se medialmente aos
nervos oculomotor, troclear, ramo oftlmico do nervo trigmeo
e abducente. O segmento intracavernoso da ACI apresenta trs
ramos arteriais: tronco meningo-hipofisrio, artria inferior
do seio cavernoso e artria de McConnell. O tronco meningo-
hipofisrio o maior e o mais constante deles. Originando-se
medialmente no tero mdio da curva medial da ACI, d ori-
gem, por sua vez, a outros trs ramos, que so a artria tento-
rial, a artria meningia dorsal e a artria hipofisria inferior.
A artria seguinte que tem origem na ACI intra-cavernosa
a artria inferior do seio cavernoso (ou tronco nfero-lateral),
na poro nfero-lateral ou lateral do segmento horizontal da
artria cartida intracavernosa. Um achado importante que
embora a artria oftlmica geralmente se origine distalmente
ao anel dural distal na metade medial da parede anterior da
ACI, em alguns casos pode se originar no interior do SC (figu-
ra 17), do segmento clinide da ACI ou at mesmo da artria
meningia mdia.
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Figura 9. .Parede lateral do seio cavernoso. A demonstra a camada dural externa
da parede lateral do seio cavernoso. B. remoo da camada externa da parede
lateral mediante peelind da fossa mdia. C. exposia das estruturas no interior
do seio cavernoso. D. gnglio de gasser rebatido anteriormente para evidenciar o
nervo abducente. 1. nervo ptico, 2. artria cartida interna, 3. processo clinide
anterior, 4. nervo oculomotor, 5. .V1, 6. V2, 7. V3, 8. nervo petroso superficial
maior, 9. nervo troclear, 10.
Figura 10. Viso superior do seio cavernoso evidenciando sua parede superior.
A. Foi retirada a camada externa da parede lateral do seio cavernoso e sob o
processo clinide anterior. B. observ-ase assoalho do tringulo clinoidal aps
retirada do processo clinide anterior. C Viso do VI par no interior do seio
cavernoso sob perspectiva superior visualizado aps retrao lateral do ramo
oftlmico do nervo trigmio. D. Disseca avanada do seio cavernoso expondo
sua relao com a rbita. 1. processo clinide anterior, 2. nervo oculomotor, 3.
nervo troclear, 4. tringulo supratroclear, 5. V1, 6. V2, 7. V3, 8. artria cartida
interna (poro supraclinoidia), 9, Nervo ptico, 10. Seio esfenoidal, 11. .pilar
ptico, 12. poro subclinoidia da artria cartida interna, 12. seio cavernoso,
correspondente ao tero posterior do assoalho do tringulo clinoiddal, 13. anel
dural distal, 14. anel dural proximal, 15. tronco inferolateral, 16. msculo reto
superior, 17. msculo pterigide lateral (cabea superior), 18. nervo abducente,
19. concha nasal mdia.
Segundo Rhoton
86
a poro intracavernosa da ACI pode ser
dividida em 5 regies: segmento vertical posterior, curva pos-
terior, segmento horizontal, curva anterior e segmento vertical
anterior. O segmento vertical posterior o segmento ascen-
dente da artria cartida interna logo aps a sua emergncia
do formen lcero. Este segmento termina quando a artria se
curva anteriormente para formar a curva posterior. Aps, a ACI
intracavernosa dirige-se anteriormente, com discreto desvio la-
teral, denominado segmento horizontal, que faz uma curvatura
de 90 graus nfero-medialmente ao processo clinide anterior
denominada curva anterior. Finalmente, a ACI assume uma di-
reo vertical para perfurar o teto do seio cavernoso e alcanar
o espao subaracnide, que denominado segmento vertical
anterior (Figura 11,14 e 16).
Figura 11. Parede superior do seio cavernoso dividida em tringulo clinoidal an-
teriormente e tringulo oculomotor posteriormente. 1. Nervo ptico, 2. ligamento
falciforme, 3. artria hipofisria superior, 4. nervo oculomotor.
Figura 12. Viso anatmica da abordagem trans-silviana transcavernosa para a
fossa posterior aps drilagem do processo clinide posterior. 1. nervo ptico, 2.
artria cartida interna, 3. processo clinide posterior, 4. artria basilar, 5. nervo
oculomotor direito, 6. artria cerebelar superior direita, 7. artrias perfurantes, 8.
seio cavernoso, 9. nervo oculomotor esquerdo, 10. artria cerebelar superior es-
querda, 11. artria cerebral posterior esquerda, 12. artria cerebral posterior direita.
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Figura 13. Parede medial do seio cavenoso. A delagada parede medial entre
a pituitria e a cartida intra-cavernosa foi removida. 1. artria cartida interna
(segmento petroso), 2. artria cartida interna (segmento intra-cavernoso), 3.
artria hipofisria inferior, 4. adenohipfise, 5. neurohipfise, 6. seio intercaverno-
so anterior, 7. clivo.
Figura 14. Parede posterior do seio cavernoso. A. .perspectiva posterior evi-
denciando a rea dos tringulos paraclivais, B. perspetiva ltero-superior direita
evidenciando a relao da fossa mdia com a fossa posterior, C. perspectiva
lateral esquerda do seio cavernoso e clivo. D. perspectiva trans-silviana direita do
processo clinide posterior aps disseca da fissura silviana. A retirada deste
processo expande o acesso a fossa posterior via aobordagem trans-silviana. 1.
nervo trigmio, 2. complexo VII/VIII entrando no meato acstico interno, 3. Ner-
vos cranianos IX,X e XI, 4. artria vertebral, 5. tubrculo jugular, 6. bubo jugular,
7. plexo basilar, 8. joelho posterior da artria cartida interna intracavernosa, 9.
cabea superior do msculo pterigide lateral aps brocagem da fossa mdia
entre V2 e V3, 10. cpsula tica (canais semicirculares), 11. Artria cartida
interna (poro petrosa), 12. Artria cartida interna (poro cavernosa), 13.
artria meningia dorsal, 14. nervo abducente, 15. cclea, 16. V1, 17. processo
clinide posterior, 18. nervo oculomotor, 19. artria basilar, 20. artria cerebelar
superior, 21. artria cerebral posterior, 22.. artria cerebral mdia, 23. lobo frontal
direito, 24. artria cartida interna supraclinoidia, 25. nervo ptico.
Figura 15. Viso posterior do seio cavernoso evidenciando os tringulos para-
clival medial (8) e paraclival lateral (9). 1. nervo oculomotor, 2. nervo trigmio,
3. nervo abducente, .4. nervo troclear, 5. artria meningia dorsal, 6. joelho
posterior da artria cartida interna intracavernosa, 7. Artria cartida interna
poro supraclinoidia.
A artria do tronco meningo-hipofisrio est presente em 90%
dos seios cavernosos, sendo responsvel pela nutrio da re-
gio da tenda do cerebelo, dura-mter que recobre o plexo ba-
silar e lobo posterior da glndula hipfise, atravs das arterias
tentorial, meningia dorsal e hipofisria inferior, que formam
uma trifurcao em 70% dos casos. O tronco meningo-hipo-
fisrio pode estar ausente ou hipoplsico e seus ramos podem
se originar diretamente do segmento intra-cavernoso da ACI
(Figura 16).
Figura 16. Viso lateral direita (A) e posterior (B,C e D) da relaes artrias do
SC. 1. artria cartida interna supraclinoidia, 2.Anel dural proximal, 3.tronco
meningo-hipofisrio, 4. artria tentorial, 5.artria hipofisria inferior, 6. artria
meningia dorsal, 7 tronco inferolateral, 8. artria cartida interna (poro petro-
sa) e fibras do plexo simptico, 9. nervo oculomotor, 10. nervo troclear, 11. V1,
12. V2, 13.V3, 14. seio esfenoidal, 15. ligamento de Gruber, 16. nervo abducente
no canal de dorello, 17. artria meningia dorsal, 18. Joelho posterior da artria
cartida interna poro intracavernosa.
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A artria tentorial, tambm denominada artria de Bernasconi-
Cassinari, est presente em 100% dos casos e tem origem ge-
ralmente no tronco meningo-hipofisrio, podendo se originar
diretamente do segmento intra-cavernoso da ACI ou da artria
do seio cavernoso inferior. Alm disso, quando essa artria
hipoplsica, pode haver uma artria tentorial acessria que se
origina na artria meningia mdia ou na artria do seio caver-
noso inferior. A artria tentorial emite ramos que nutrem os
nervos oculomotor e troclear, podendo tambm emitir ramos
para o teto do seio cavernoso, que podem se unir com os ramos
menngeos da artria oftlmica.
A artria meningia dorsal responsvel pela nutrio da dura-
mter situada no clivo e na regio posterior do seio cavernoso.
Origina-se do tronco meningo-hipofisrio em 90% dos casos
e ,nos demais, diretamente da ACI, artria hipofisria inferior
ou da artria do seio cavernoso inferior. Pode estar ausente
em 10% dos casos. A artria meningia dorsal dirige-se pos-
terior e nfero-medialmente, atravessando o espao venoso
pstero-superior, percorrendo o espao inferior ao ligamento
clino-petroso, tambm chamado ligamento de Gruber. Nesta
localizao essa artria situa-se medial ao nervo abducente
para entrar no plexo basilar, terminando na dura-mter sobre o
osso basilar, onde se anatomosa com a mesma artria contra-
lateral. No canal de Dorello emite ramos para nutrir o nervo
abducente. A artria hipofisria inferior tem origem do tronco
meningo-hipofisrio em 70 a 80% dos casos, podendo nos de-
mais seios cavernosos ter origem direta na face medial do seg-
mento horizontal da ACI. Aps sua origem, segue um trajeto
antero-medial, atravessando o espao venoso medial ACI. Ao
se aproximar do assoalho posterior da sela trcica, bifurca-se
ou trifurca-se em ramos superior ou inferior, que se dirigem
superiormente e inferiormente, terminando no sulco que divide
os lobos anterior e posterior da glndula hipofisria. Estes ra-
mos anastomosam-se com os do lado oposto.
A artria do seio cavernoso inferior, tambm chamada tron-
co nfero-lateral, tem origem lateralmente da poro mdia do
segmento horizontal da poro intra-cavernosa da ACI, aproxi-
madamente 5 a 8 mm distal origem do tronco meningo-hipo-
fisrio. Origina-se diretamente da cartida em 84% e do tronco
meningo-hipofisrio em 6%. Na srie de Parkinson (78), dos
200 seios cavernosos analisados foi identificada em 80% dos
casos. Esta artria emite ramos para a regio do formen espi-
nhoso que fazem anastomoses com ramos da artria meningia
mdia e meningia mdia acessria. Alm disso a principal
artria responsvel pela nutrio do gnglio de Gasser.
A artria capsular de McConnell o ramo do segmento intra-
cavernoso da ACI com menor freqncia, sendo identificada
em apenas 25% a 30% das casos.
A ltima poro da ACI, segmento C4 ou supraclinidea, pode
ser dividida em trs segmentos: oftlmico, comunicante e co-
roideo, nomeados de acordo com sua posio em relao s
artrias de nome semelhante que originam. Estes segmentos
originam tambm importantes ramos perfurantes (Figura 11).
O segmento oftlmico, o maior dos segmentos, estende-se
do teto do seio cavernoso (em raros casos a artria oftlmica
tem origem dentro do seio cavernoso Figura 17) at a ori-
gem da artria comunicante posterior. Deste segmento sairo,
em mdia, quatro ramos que se dirigem principalmente para o
quiasma ptico e para o infundbulo da hipfise. Essas artrias
formam uma rede anastomtica com as artrias infundibulares,
ramos da artria comunicante posterior, formando a chamada
anastomose circuloinfundibular, a qual ser responsvel pela
irrigao da poro anterior e haste da hipfise.
Figura 17. relaes nervosas e vasculares do seio cavernoso. 1. dorso da sela,
2. nervo trigmio, 3. nervo abducente, 4. nervos facial, vestibulares e troclear, 5.
pares cranianos baixos, 6. canal semicircular superior, 7. seio petroso superior,
8. artria cartida interna intracavernosa, 9. cclea, 10. artria cartida interna (por-
o intrapetrosa)., 11. plexo venoso pterigideo, 12. cabea superior do msculo
pterigideo lateral, 13. artria meningia mdia, 14. artria vertebral, 15. nervo
oculomotor, 16. artria cartida interna intracavernosa, 17. artria de bernasconi-
cassinari, 18. gnglio de Gasser, 19. .anel dural distal, 20. anel dural proximal, 21.
poro subclinoidia da artria cartida interna, 22. .artria oftmica com origem
incomum da poro intracavernosa da artria cartida interna, 23. seio esfenoidal,
24. seio etmoidal, 25. nervo ptico, 26. globo ocular, 27. glndula lacrimal, 28. ar-
tria etmoidal posterior anstomosando-se com artria oftlmica e etmoidal anterior.
O segmento comunicante se estende da origem da artria co-
municante posterior at a origem da artria coroidia anterior.
Desta poro originam-se ramos que terminam no trato ptico,
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 8-44, 2011
Isolan GR, Vedolin L, Bertholdo D, Dini LI, Braga F, Perondi G, Antunes ACM, Lopes NMM, Stefani MA, Oppitz P, Werneck M, Cristovam R - Anatomia
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18
na poro pr-mamilar do assoalho do terceiro ventrculo, no
quiasma ptico e no infundbulo. Entretanto, em metade dos
casos, nenhum ramo se origina desta poro (Figura 18 a 20).
A poro final de C4, o segmento coroideo, emite em mdia
quatro ramos, os quais se dirigem substncia perfurada ante-
rior, trato ptico e unco. Este segmento vai da artria coriidea
anterior at a bifurcao da cartida interna. Ramos originados
na parede da bifurcao, que se situem entre a origem das art-
rias cerebrais mdia e anterior so considerados como perten-
centes a C4 (Figura 18 a 20).
Figura 18. Viso obtida atravs de abordagem cranio-rbito-zigomtica esquerda
evidenciando as artrias supratentoriais sob perspectiva cirrgica. Note a rica
rede de ramos perfurantes oriundos das principais artrias do polgono. Observe
o nervo oculomotor entre a artria cerebral posterior e a artria basilar (no se
visualiza a artria cerebelar superior) entrando no teto do seio cavernoso ACA
artria cerebral anterior, ICA artria cartida interna, MCA artria cerebral
mdia, ON nervo ptico, ACoP artria comunicante posterior, BA artria
basilar, PCA artria cerebral posterior
Figura 19. Viso do seio cavernoso esquerdo pela via trans-silviana pr-temporal
aps peeling do folheto dural externo da parede lateral do seio cavernoso. 1.
nervo oculomotor, 2. tringulo supra-troclear, 3. nervo troclear, 4. tringulo
infra-troclear, .5 artria cerebelar superior, 6. artria cerebral posterior, 7. artria
comunicante posterior, 8. artria basilar, 9. processo clinide posterior, 10. artria
cartida interna (poro supraclinoidia)
Figura 20. Viso lateral e superior direita da base do crnio evidenciando os
segmentos intracranianos da artria cartida interna. 1. clula area etmoidal
posterior, .2. Hipfise, 3. artria hipofisria inferior, .4. seio esfenoidal, 5. origem
do tronco meningo-hipofisrio no segmento intra-cavernoso da ACI, .6. segmento
intra-cavernoso da ACI, 7. artria oftlmica saindo do segmento subclinoidal
da ACI (esta afirmaa somen te possvel, pois em etapa mais precoce de
disseco entre segmento da ACI estava abaixo do processo clinide anterior e
entre os dosi anis durais), 8. nervo ptico, 9. tronco infero-lateral, 10. V1, 11.
V2, 13. V3, 14. poro intrapetrosa da ACI, 15. cclea, 16. .plexo venoso basilar,
17. artria meningia dorsal, 18. nervo abducente esquedo, 19. nervos cranianos
baixos, 20. artria vertebral, 21. seio petroso superior, 22. canal semicircular
superior, 23. dorso da sela.
ARTRIA OFTLMICA
Costuma se originar inferiormente ao nervo ptico, anteriormen-
te ao processo clinideo anterior, acima do teto dural do seio
cavernoso. Sai da cartida interna formando um ngulo agudo
e percorre uma pequena distncia intracraniana antes de entrar
na rbita junto com o nervo ptico. Essa artria ir originar a
maioria dos vasos responsveis pela irrigao do globo ocular.
Um dos seus ramos mais importantes, a artria central da re-
tina, responsvel pelo suprimento de toda a parte ptica da
retina. Ela dirige-se para o globo ocular dentro da bainha do
nervo ptico.
POLGONO DE WILLIS
O polgono de Willis, localizado na face basal do crebro, cir-
cunda o quiasma ptico e o tber cinreo e formado pelas
trs artrias cerebrais responsveis pela irrigao da maior par-
te do telencfalo (anterior, mdia e posterior), e pelas artrias
comunicantes (anterior e posterior), as quais estabelecem as
anastomoses que unem estas artrias cerebrais. Apesar de o po-
lgono de Willis ser a descrio mais consagrada na literatura,
cabe ressaltar que essa estrutura como ns a concebemos ocor-
re apenas em 40% da populao. Em geral, o que ocorre a
ausncia de alguma das suas artrias, a hipoplasia de algum de
seus ramos e at mesmo a presena de um padro fetal.
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ARTRIA CEREBRAL ANTERIOR
A artria cerebral anterior se origina na bifurcao da ACI, na
extremidade medial do sulco colateral e lateralmente ao quias-
ma ptico. Cursa na fissura sagital e em torno do joelho do
corpo caloso, entre este e o giro do cngulo. Distribui-se ao
longo da face medial dos hemisfrios, do lobo frontal at o
sulco parieto-occipital, onde comea o territrio da artria ce-
rebral posterior. Na poro mais alta da superfcie lateral de
cada hemisfrio encontramos ramos da ACA, no limite entre
seu territrio com o territrio da ACM (Figura 21 e 22).
Figura 21. Viso lateral do crebro. Os lobos frontal, parietal e occipital esquer-
dos e parte do giro temporal superior do mesmo lado foram ressecados para
expor o lobo da insula. As setas duplas indicam os ramos M2 da artria cerebral
mdia enquanto a seta nica indica a artria cerebral anterior.

Figura 22. Tringulos do SC. 1. canal semicircular superior, 2. gnglio genicu-
lado, 3. nervo facial, 4. msculo tensor do tmpano, 5. nervo petroso superficial
maior, 6. artria cartida interna (poro petrosa), 7. juno incudomaleolar
(entre o martelo e a bigorna), 8. nervo glossofarngeo, 9. nervo trigmio, 10.
nervo abducente, 11. nervo troclear, 12. nervo culomotor.
Dividem-se os ramos principais oriundos deste vaso em trs
grupos: lenticuloestriado mediais, calosos e hemisfricos. Os
lenticuloestriados mediais irrigaro o aspecto dorsal do quias-
ma ptico, hipotlamo e ramo anterior da cpsula interna e por-
es do putmen e ncleo caudado. Os ramos calosos surgem
da artria pericalosa, que supre o septo pelcido e o frnice
e, finalmente, os hemisfricos suprem a superfcie medial dos
hemisfrios cerebrais e incluem os ramos orbitofrontais, fron-
topolares, frontais internos (anterior, medial e posterior), para-
centrais, e parietal interno (superior e inferior).
A ACA pode ser dividida em 3 segmentos, A1, A2 e A3, to-
mando como marcos anatmicos a juno da ACA com a
ACoA para a separao de A1 e A2 e a artria calosomarginal
para separao de A2 e A3.
Rhoton
86
divide a ACA em 2 partes, e estas, por sua vez, for-
mam 5 segmentos. Toma-se como referncia anatmica a
ACoA para a diviso nas duas partes chamadas de pr-comu-
nicante e ps-comunicante, sendo a parte proximal formada
pelo segmento A1 e a parte distal, pelos segmentos restantes
(A2-A5).
ARTRIA CEREBRAL MDIA
o maior dos ramos terminais da ACI e a maior e mais com-
plexa das artrias cerebrais (Figura 21 e 22). Pode ser dividida
em quatro segmentos, de M1 a M4. O segmento M1 (esfenoi-
dal) vai do final da ACI at a juno dos compartimentos es-
fenoidal e operculoinsular. O segmento M2 (insular) aquele
sobre os sulcos do lobo da insula, no assoalho da fissura silvia-
na. .O segmento M3 (opercular) so as artrias que se iniciam
no sulco circular da nsula e terminam na superfcie do sulco
lateral. O segmento M4 (cortical) so os ramos que saem do
sulco lateral e se estendem pelo crtex.
A ACM irriga a maior parte da superfcie lateral dos hemis-
frios cerebrais (via ramos corticais, discutidos adiante em
maiores detalhes), o lobo da nsula em sua totalidade, parte da
superfcie orbitria do lobo frontal, o plo temporal e a poro
lateral da superfcie inferior do lobo temporal. Seus ramos per-
furantes vascularizam os ncleos da base e a cpsula interna.
ARTRIA BASILAR
A artria basilar (AB) tem sua origem no sulco pontomedular,
onde as duas artrias vertebrais se unem. Ela cursa na cisterna
pr-pontina em um sulco na linha mdia da ponte chamado sul-
co para a artria basilar. Seu segmento distal alcana a cisterna
interpeduncular onde se divide nas duas artrias cerebrais pos-
teriores ao nvel do dorso da sela. O curso desta artria tortuo-
so na maioria da populao. Fenestrao na artria basilar pode
ser encontrada em 1% dos casos. Os ramos que tm origem na
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artria basilar so as artrias perfurantes circunferenciais e para-
medianas que suprem a maior parte da ponte e do mesencfalo.
Os ramos maiores com origem na AB so as artrias cerebelares
superior e antero-inferior (Figura 12,18 e 19).
ARTRIA CEREBRAL POSTERIOR
A artria cerebral posterior o ramo que se origina da poro
posterior do polgono de Willis, onde termina a artria basilar,
acima da fossa interpeduncular, a qual se bifurca nas artrias
cerebrais posteriores direita e esquerda. separada na sua ori-
gem pelo nervo oculomotor da artria cerebelar superior, art-
ria cujo segmento inicial paralelo ao da artria cerebral pos-
terior. Corre para a poro posterior dos hemisfrios pela face
inferior do lobo temporal e se dirige ao lobo occipital. Possui
outros ramos importantes, responsveis pela irrigao do tla-
mo, mesencfalo, plexo coriideo e ventrculos laterais (Figura
12). dividida em quatro segmentos, chamados de P1 a P4.
ARTRIA COMUNICANTE POSTERIOR
A artria comunicante posterior (ACoP) origina-se da poro
pstero-medial de C4 da ACI, entre a origem da artria oftl-
mica e a bifurcao de C4, junto hipfise e posicionada me-
dialmente ao nervo oculomotor. Realiza um trajeto de lateral
para medial, abaixo do trato ptico, encontrando-se com a ACP
ipsilateral, na qual se anastomosa (Figura 12,18 e 19).
A ACoP um ponto importante de anastomose do sistema ar-
terial carotdeo com o sistema basilar, ligando a artria cerebral
mdia artria cerebral posterior. Em fetos, antes de a ACP
ter origem do sistema arterial vrtebro-basilar, a prpria ACoP
originar a ACP. Alguns pacientes mantm esse padro de vas-
cularizao durante a idade adulta, no chamado padro fetal
da ACoP, nestes casos, cursando superior ou lateralmente ao
nervo oculomotor.
A ACoP emite entre 4 a 14 ramos, a maioria com origem na sua
metade anterior, dos quais o principal a artria pr-mamilar
(ou tlamo-tuberal) originada no tero mdio da ACoP e , por
definio, o maior ramo que penetra no terceiro ventrculo, ter-
minando (mais freqentemente) no tber cinreo. Irriga o hipo-
tlamo posterior, o tlamo anterior, o brao posterior da cpsula
interna e o subtlamo. Outros ramos da ACoP so responsveis
pela irrigao do hipotlamo, do tlamo ventral, do tero ante-
rior do trato ptico e do brao posterior da cpsula interna.
ARTRIA COMUNICANTE ANTERIOR
Essa pequena artria, que mede em mdia 2-3 mm, est loca-
lizada anteriormente ao quiasma ptico e responsvel pela
anastomose entre as duas artrias cerebrais anteriores, podendo
se apresentar das mais variadas formas e nmeros. Estima-se
que 40% da populao tenha mais que uma ACoA, ocorrendo
mais comumente um dos ramos ser mais largo do que os ou-
tros. Variaes de forma tambm so comuns e a artria pode
se apresentar como um espao entre as duas ACA, como tam-
bm ser apenas uma projeo direta de uma das ACA.
ARTRIA COROIDIA ANTERIOR
Origina-se geralmente do segmento C4, prximo origem da
ACoP e dirige-se pstero-medialmente ACI. Corre abaixo e
lateralmente ao trato ptico, posiciona-se medial ao corpo ge-
niculado medial e, aps passar a margem lateral do pednculo
cerebral, atinge o plexo coriideo do ventrculo lateral.
A artria coroidia anterior emite uma mdia de 9 ramos e
dividida em dois segmentos principais, cujo marco anatmico
para separao a fissura coriidea. O segmento proximal
chamado de cisternal. Seus ramos irrigam o trato ptico, o cor-
po geniculado, a poro posterior do brao posterior da cpsula
interna, o globo plido, a origem das radiaes pticas e o tero
mdio do pednculo cerebral. O segmento distal chamado de
plexal. Pode ser formado por vrios ramos, mas em geral ape-
nas um ramo nico que corre para a fissura coroidia irrigando
o plexo coride do corpo do ventrculo at o forame de Monro.
RELAES VENOSAS
O SC tem quatro espaos venosos que so definidos em relao
artria cartida intracavernosa. Esses espaos so medial, la-
teral, ntero-inferior e pstero-inferior. Medialmente, os SC de
ambos os lados comunicam-se atravs dos seios intercaverno-
sos. Os vasos aferentes do SC so as veias oftlmicas superior
e inferior, o seio esfenoparietal, a veia sylviana superficial e
as veias menngeas. Os vasos eferentes so o plexo basilar e o
seio petroso inferior. Lateralmente, pode haver uma comunica-
o com o plexo pterigide atravs de uma veia emissria ou
pelo forame oval. Pode haver uma variedade de plexos venosos
que se estendem inferiormente para o clivus, posteriormente e
abaixo do aspecto dural da fossa mdia inferior e lateralmente.
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21
PAREDES DO SEIO CAVERNOSO
A parede lateral do SC (Figura 9) formada por duas cama-
das (interna ou endosteal e externa ou menngea) fracamente
aderidas uma outra. Aps disseco da camada externa ou
menngea e da prpria dura da fossa mdia lateral ao SC, o III,
IV, V1, V2, V3, nervos petrosos superficiais maior e menor e
espaos venosos do SC so identificados. No SC, o III, IV e
V1 so visualizados atravs da poro externa semitransparen-
te da camada interna (camada reticular). No nvel do Cavo de
Meckel, a parede lateral do SC une-se com o revestimento da
dura da base. O corredor cirrgico para o interior do SC atravs
desta parede pode ser atravs dos espaos triangulares entre o
nervo oculomotor e troclear (tringulo supratroclear) ou entre
o nervo troclear e o limite superior de V1 (tringulo infratrocle-
ar ou de Parkinson). A camada externa encontra-se mais ade-
rida ao redor dos nervos no ponto de entrada dos respectivos
foramens. Devido a isso, a separao da camada externa da
camada interna tecnicamente mais difcil nas adjacncias da
fissura orbitria superior, formen oval e redondo (107,108).
A parede medial do SC (Figura 13) est localizada no corpo do
osso esfenide e formada pela parte interna da camada endos-
teal. Seus limites so a fissura orbitria superior (anterior), o
dorso da sela (posterior), a margem superior do nervo maxilar
(inferior) e o diafragma da sela (superior). H um plano entre a
cpsula da glndula pituitria e a parede medial do seio caver-
noso. Em nossas amostras, mesmo com aumento microscpico
de 40x , no foi encontrado qualquer defeito dural na parede
medial do SC. A dura-mter da parede medial do SC muito
delgada e compacta, no podendo ser separada em camadas.
Em nossas disseces, a artria cartida interna intracavernosa
estava em contato direto com a cpsula da glndula pituitria
em seis especimens. A parede medial do SC tem duas pores
bem definidas anatomicamente, uma em relao glndula pi-
tuitria e outra em relao ao sulco carotdeo.
A parede superior do SC formada por duas camadas (Figura
10,11,12), sendo a camada interna a mais delgada. Esta parede
pode ser dividida em dois tringulos, o clinoidal (anterior) e o
oculomotor (posterior). A parte anterior da parede superior
delimitada pelo nervo ptico confinado dentro do canal ptico,
a face medial do nervo oculomotor e a dura-mter que se ex-
tende entre o ponto de entrada dural do terceiro nervo craniano
e o nervo ptico. Aps ressecar o processo clinide anterior, o
segmento clinoidal da ACI identificado entre os anis durais
distal e proximal, este ltimo tambm chamado de membrana
cartido-oculomotora e forma o verdadeiro teto do SC
104,105
.
O segmento clinoidal da ACI pertence ao SC, considerando o
fato de que h sangue venoso abaixo do colar carotdeo. A par-
te posterior da parede superior delimitada pelas pregas durais
petroclinoideas anterior e posterior e interclinoideas, as quais
formam os lados do tringulo oculomotor. Os nervos oculomo-
tor e troclear entram na parte posterior da parede superior do
SC, dirigindo-se a seguir pela parede lateral (o nervo oculomo-
tor acima do troclear) para entrar na fissura orbitria superior.
Consideramos os limites da parede posterior (Figura 14) de
acordo com aqueles estabelecidos por Rhoton
86,87
: a prega du-
ral do ligamento petroclinoideo posterior (superior), a dura da
borda medial do porus trigeminal (lateral), a margem superior
da fissura petroclival (inferior) e a borda lateral do dorso da
sela (medial). O sexto nervo entra no SC atravs do canal de
Dorello, cujo limite superior o ligamento petroesfenoidal de
Grber, que um feixe fibroso que se estende do pice do osso
petroso ao clivus superior.
TRINGULOS DO SEIO CAVERNOSO
TRINgulo ClINoIDEo (ANTERoMEDIAl)
Os limites do tringulo anteromedial so o nervo ptico me-
dialmente, o nervo oculomotor ao entrar na fissura orbitria
superior lateralmente e a dura que se extende entre o ponto de
entrada dural da ACI ao passar para a regio supraclinoidea
(Figura 22). O anel dural contnuo medialmente com a dura
do diafragma selar. Outra membrana, a membrana cartido-
oculomotora, estende-se pela parte lateral da artria cartida,
atravs do intervalo entre a artria cartida e o III nervo, e me-
dialmente do III nervo at o processo clinoideo posterior para
fixar-se superiormente no ligamento interclinoideo. A parte
anterior desta membrana separa o seio cavernoso do segmento
clinoideo da artria cartida interna. O espao entre as duas
membranas chamado de espao clinoideo. Esta membrana
estende-se inferiormente at a parte lateral do seio cavernoso,
onde contnua com a membrana reticular interna da parede
lateral do seio.
TRINgulo SuPRATRoClEAR
Os limites do tringulo oculomotor so os seguintes: o ner-
vo oculomotor medialmente, o nervo troclear lateralmente e a
dura que se estende entre os pontos de entrada dos nervos III
e IV. O pice anterior do tringulo formado pelo nervo tro-
clear ao atravessar a borda superolateral do nervo oculomotor
, logo antes deste entrar na fissura orbitria superior. Foram
identificados neste tringulo o segmento horizontal da cartida
cavernosa, o nervo abducente, a artria inferior do seio caver-
noso e o tronco meningohipofisrio. A artria inferior do seio
cavernoso nasce da poro lateral do segmento horizontal da
ACI (Figura 16,19 e 22).
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TRINgulo INFRATRoClEAR (PARkINSoN)
Os limites do tringulo de Parkinson so o nervo troclear me-
dialmente, a diviso oftlmica do nervo trigmeo lateralmente
e a dura entre estes dois nervos posteriormente. Identificou-se o
segmento vertical e o looping medial da cartida cavernosa,
localizando o tronco meningohipofisrio, que o ramo mais
proximal a nascer abaixo do nvel do dorso da sela, prximo
ao pice do looping posterior. O tronco meningohipofisrio
divide-se em trs ramos: a artria tentorial (de Bernasconi-Cas-
sinari) que cursa em direo ao tentorium; a artria hipofisria
inferior, que cursa medialmente para suprir a parte posterior da
glndula pituitria; e a artria menngea dorsal que supre a dura
do clivus e o nervo abducente (Figura 16,19 e 22).
TRINgulo Do NERVo oCuloMoToR
O tringulo do nervo oculomotor corresponde ao ponto de en-
trada deste nervo na poro pstero-superior do teto do seio
cavernoso. O tringulo formado pela prega petroclinoidea
anterior, prega petroclinoidea posterior e prega interclinoidea,
que so pregas de dura que cobrem os processos clinide an-
terior, posterior e o apex na parte petrosa do osso temporal.
Atravs deste tringulo, pode-se expor e ressecar o processo
clinide posterior visando acessar as cisternas interpeduncular
e pr-pontina, bem como a artria basilar quando sua bifurca-
o encontra-se abaixo deste processo (Figura 11 e 22).
TRINgulo ANTERoMEDIAl
Os limites do tringulo anterolateral so a dura entre a primeira
e segunda divises do trigmeo anteriormente, a diviso oftl-
mica medialmente e a diviso maxilar lateralmente. Com uma
leve retrao da diviso oftlmica, a poro horizontal distal
da cartida cavernosa pode ser visualizada juntamente com o
nervo abducente. Identificou-se a artria inferior do seio caver-
noso passando entre o nervo abducente e a diviso oftlmica
em direo parede lateral do seio cavernoso. A abertura do
assoalho deste espao ir adentrar no seio esfenoidal. Em uma
perspectiva mais anterior, pode-se adentrar na fossa pterigopa-
latina (Figura 22).
TRINgulo NTERolATERAl
Os limites do tringulo ntero-lateral so a diviso maxilar an-
teromedialmente, a diviso mandibular posteriormente e, an-
terolateralmente sobre a parede lateral da fossa mdia, a dura
entre estas duas divises. Atravs deste tringulo podemos ob-
servar parte do seio esfenoidal. Drilando-se o osso da fossa
mdia lateralmente, ganha-se espao adicional para uma maior
exposio lateral e mais anteriormente pode-se adentrar na fos-
sa infratemporal (Figura 22).
TRINgulo PoSTERolATERAl (glASSCoCk)
A seguir esto descritas as etapas tcnicas para identificar este
tringulo. Aps expor a diviso mandibular do trigmeo, conti-
nuou-se a disseco posteromedialmente para localizar a art-
ria menngea mdia. A artria menngea mdia foi seccionada
no forame espinhoso e o nervo petroso maior foi localizado
na rea posterior ao forame espinhoso. O nervo petroso maior
geralmente muito aderente dura-mter. Seguiu-se o nervo
petroso maior anteromedialmente at onde ele passa abaixo do
gnglio de Gasser e da diviso mandibular, at o hiato facial.
Localizou-se o cavum de Meckel. Identificamos alguns mil-
metros lateralmente ao hiato facial o nervo petroso menor e
seu curso foi seguido anteromedialmente paralelo ao nervo pe-
troso maior em direo ao gnglio tico. Este pequeno nervo
frequentemente lesado quando elevamos a dura para expor
o nervo petroso maior. A eminncia arqueada foi localizada
sobre o canal semicircular superior.
Os limites do triangulo posterolateral de Glasscock so: uma
linha do foramen espinhoso at a eminncia arqueada lateral-
mente, o nervo petroso maior medialmente e a diviso mandi-
bular na sua base. Podemos expor a poro horizontal de ca-
rtida interna atravs de cuidadosa brocagem deste tringulo
(Figura 7, 8, 16 e 22).
Aps seccionar o nervo petroso maior, drila-se anteriormente
e adjacente ao sulco do nervo petroso maior e medialmente ao
hiato facial, para expor o msculo tensor do tmpano e a poro
horizontal da ACI. Deve-se ter cuidado para evitar a cclea,
que est localizada anteromedialmente ao gnglio geniculado
e ao canal do facial e imediatamente posterior ao looping
posterior da cartida interna.
TRINgulo PoSTERoMEDIAl ( kAwASE)
Expondo as estruturas da fossa mdia para abordar a cartida
interna petrosa, temos o tringulo posteromedial, que tem os
seguintes limites: a borda posterior do gnglio de Gasser ante-
riormente, o nervo grande petroso lateralmente e a borda petro-
sa com o seio petroso superior medialmente. Aps drilar o osso
petroso, a dura-mter da superficie petrosa na fossa posterior
exposta, dando acesso regio clival anterior. Os limites desta
exposio so o seio petroso superior e inferior medialmente,
o meato acstico interno e a cclea posteriormente e a artria
cartida petrosa lateralmente (Figura 7,8,16 e 22).
TRINgulo PARAClIVAl INFERoMEDIAl
Os limites do tringulo paraclival inferomedial so a dura-
mter entre o processo clinide posterior e o canal de Dorello,
onde tem entrada o nervo abducente; a dura entre o canal de
Dorello e o posto de entrada dural do nervo troclear no tentrio
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lateralmente, e o pice petroso na sua base. Neste tringulo
identifica-se aps o peeling da dura-mter, o plexo venoso ba-
silar, a artria meningia dorsal, o ligamento petroclinoideo,
o joelho posterior da ACI intracavernosa e a origem do tronco
meningo-hipofisrio (Figura 17 e 22).
TRINgulo PARAClIVAl INFERolATERAl
Os limites deste tringulo so a dura-mter entre o ponto de
entrada do nervo troclear e o canal de Dorello medialmente,
a dura entre o canal de Dorello e o ponto de entrada da veia
petrosa no seio petroso superior lateralmente, e o pice petroso
como sua base (Figura 17 e 22).
ABORDAGENS AO SEIO CAVERNOSO
As abordagens descritas a seguir no servem somente para o
SC, mas tambm para tumores clivais que se estendam para
este espao, como meningeomas e cordomas, e mesmo tumo-
res da fossa infratemporal que se extendam para o SC, tais
como carcinomas. Os princpios e variaes das abordagens do
SC para o tratamento dos aneurismas cerebrais complexos so
apresentados na discusso.
As figuras 23 a 36 ilustram a anatomia microcirrgica das
abordagens ao SC.
As Figuras 34 e 35 ilustram a anatomia da artria cartida na
regio cervical.
CRANIo-RBITo-zIgoMTICA
Nesta abordagem, a cabea do cadver foi rotada 30 graus para
o lado oposto ao SC abordado. Realizamos uma inciso por
planos na regio frontotemporal que iniciou 1 cm anterior
poro inferior do trago, extendendo-se de forma curvilnea
at a linha temporal superior contralateral. O retalho foi des-
locado anteriormente: foi realizada disseco subfascial (atra-
vessando a fscia temporal superficial ou temporoparietalis e
a fascia temporal profunda), iniciada 1 cm acima e paralela
borda superior da poro zigomtica do arco zigomtico. O
nervo supra-orbital foi identificado e deslocado para fora do
canal ou incisura supra-orbitria aps drilagem de suas pare-
des. O arco zigomtico foi seccionado com cortes oblquos em
sua poro anterior e posterior, esta ltima logo frente da arti-
culao temporo-mandibular, e aps deslocado inferiormente.
O prximo passo foi a realizao da craniotomia. O primeiro
buraco de trepanao foi colocado ao nvel do keyhole, pon-
to posterior e medial sutura fronto-zigomtica. Neste ponto
so expostas a dura-mter da fossa anterior superiormente e
a periorbita inferiormente, separadas uma da outra pelo teto
da rbita. A seguir osteotomia foi realizada na parede lateral
da rbita. O segundo e terceiro buracos de trepanao foram
posicionados respectivamente no osso temporal logo acima da
poro posterior do arco zigomtico e logo acima da reborda
supra-orbital, medialmente linha mdia e lateralmente in-
cisura ou foramen supra-orbitrio. Os buracos de trepanao
foram conectados com o cranitomo. Partindo-se do buraco de
trepanao frontal, a osteotomia foi realizada anterior e infe-
riormente em direo ao teto da rbita. A ltima osteotomia foi
realizada atravs do teto da rbita, tendo inicio no keyhole e
aprofundando-se medialmente. A poro intra-petrosa da ACI
foi exposta aps peeling da fossa mdia e a poro subclinoi-
deia da ACI foi exposta aps drilagem do processo clinoide an-
terior, entre os anis durais proximal e distal. Esta abordagem
exps as paredes superior e posterior do seio cavernoso, aps
disseco da fissura silviana e retrao posterior ou superior do
lobo temporal, respectivamente (Figura 23 a 26).
Figura 23. Abordagem crnio-rbito-zigomtica. A. A figura menor mostra o
local da inciso da pele (cabea rotada para a esquerda). B. msculo temporal
rebatido inferiormente aps zigomaticotomia, C e D. keyhole e craniotomia, E.
Retirada da poro posterior do teto da rbita para reconstruo a posteriori. F.
Peeling da fossa mdia evidenciando o seio cavernoso. 1. sutura fronto-zigom-
tica, 2. teto da rbita, 3. artria meningia mdia, 4. perirbita, 5. parte posterior
do teto da rbita, 6. seio cavernoso.
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 8-44, 2011
Isolan GR, Vedolin L, Bertholdo D, Dini LI, Braga F, Perondi G, Antunes ACM, Lopes NMM, Stefani MA, Oppitz P, Werneck M, Cristovam R - Anatomia
Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
24
Figura 23 viso estereocpica de C
Figura 24. Manejo do msculo temporal na craniotomia crnio-rbito-zigomti-
ca. A artria temporal superficial (ramo frontal) (1) bem como o peristeo (fscia
temporal profunda) devem ser preservados. 2. Artria temporal superficial (ramo
parietal), 3. msculo temporal, 4. glndula partida, 5. zigoma, 6. rebordo orbit-
rio, 7. fscia temporoparietalis do msculo temporal, 8. Fscia temporal profunda,
9.. dura-mter da fossa anterior, 10. perirbita. A seta indica o teto da rbita.
Figura 25. Exposio fornecida pela abordagem crnio-rbito-zigomtica
pr-temporal. A,B e C. Craniotomia a esquerda, D. Craniotomia a direita 1. nervo
ptico, ..2. artria cartida interna, 3, nervo oculomotor, 4. processo clinide
posterior, 5. artria cerebral mdia, 6. artria cerebral posterior, 7. artria cerebe-
lar superior, 8. nervo troclear, 9. artria cartida interna (poro intrapetrosa), 10.
nervo petroso superficial maior, 11. gnglo de Gasser, 12. artria cerebral anterior
Figura 26. .Viso subtemporal de abordagem crnio-rbito-zigomtica direita.
O lobo temporal est retrado superiormente pela esptula cerebral. 1.. nervo
oculomotor, 2. artria basilar, 3. artria cerebral posterior, 4. artria coroidia
pstero-medial, 5. .artria cerebelar superior, 6. .mesencfalo, 7. tringulo de
Parkinson, 8. V1.
TRANSPETRoSAS
ABORDAGEM PETROSA POSTERIOR
A cabea rotada 50 graus para o lado oposto e fletida leve-
mente. Uma inciso do tipo ponto de interrogao invertido
(inverted question-mark-shaped incision) realizada por
planos, tendo inicio anterior ao trago e contornando a orelha 3
cm acima e atrs de sua borda e extendendo-se inferiormente
em direo ao processo mastide. A fascia temporoparietalis
dissecada do msculo temporal e deslocada inferiormente e a
parte posterior do msculo temporal separada do osso tempo-
ral mediante disseco subperiosteal e refletida anteriormente.
Tendo-se como referncia o asterion e uma linha imaginria
continua com a parte posterior do zigoma, quatro buracos de
trepanao so realizados de modo a ficarem dois acima e dois
abaixo do seio transverso. O primeiro situa-se medial e infe-
rior ao asterion, o segundo na juno da mastide com a sutura
escamosa. Os outros dois so posicionados 3 cm mediais de
cada lado da topografia ssea do seio transverso. Craniotomia
occipital e temporal so realizadas, porm sem passar o cra-
nitomo entre os buracos acima do seio trasverso. Esta ponte
ssea remanescente drilada com broca cortante inicialmente
e aps diamantada. O prximo passo a mastoidectomia para
expor o seio sigmide e a duramater pr-sigmoidia, ou seja,
a que d acesso fossa posterior sob uma perspectiva lateral.
O seio petroso superior foi ligado e seccionado e a tenda do
cerebelo foi seccionada com tesoura de microcirurgia, parale-
lamente pirmide petrosa em direo incisura da tenda ao
nvel da cisterna ambiens. Nesta ltima etapa o nervo trocle-
ar deve ser cuidadosamente inspecionado e preservado. Esta
abordagem exps as paredes lateral e posterior do seio caver-
noso (Figura 27 a 29).
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Figura 27 Abordagem petrosa posterior. A. Local da inciso da pele, B. a linha
azul est em continuidade com o zigoma. Ela delimita dois buracos de trepanao
acima e dois abaixo do seio transverso. C. Craniotomia temporal e exposio do
nervo facial (no necessrio expor o nervo facial e os canais semicirculares
nesta abordagem, mas somente a dura-mter pr-sigmoidia). D. Abertura
da dura mter (A exposio completa do cerebelo no necessria nesta
abordagem. F. Viso subtemporal. 1.. mastide, 2. dura-mter da fossa mdia, 3.
dura-mter da fossa posterior, 4. .seio transverso, 5. msculo temporal rebatido
anteriormente, 6. canais semicirculares, 7. cerebelo, 8. veia de Labb.
Figura 27. Viso estereoscpica de F
Figura 28. Viso lateral do hemisfrio cerebral esquerdo evidenciando a veia de
Labb dirigindo-se para a juno entre os seios transverso e sigmide.
Figura 29. O conhecimento da anatomia da poro mastide do osso temporal
fundamental para realizar as petrosectomias. 1. antro mastide, 2. seio sigmide,
3. tegmen mastideo, 4. meato acstico externo, 5. canal semicircular lateral,
6. canal semicircular posterior, 7. nervo facial, 8. nervo corda do tmpano, 9.
recesso facial, 10. septo sseo, 11. epitmpano, 12. tenda do ventre posterior
do msculo digstrico, 13. Membrana timpnica, 14. .promontrio, 15. ngulo de
Citelli (sinodural), 16. bigorna.
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Figura 29. viso estereoscpica de D.
ABORDAGEM PETROSA ANTERIOR
A cabea posicionada contralateralmente ao lado a ser aborda-
do e levemente extendida. Procedeu-se inciso curvilnea, tendo
inicio 1 cm anterior ao trago ao nvel do arco zigomtico e ex-
tendida 1 cm atrs da linha de implantao do cabelo at a linha
temporal superior contralateral por planos. Disseco subfas-
cial foi realizada, visando proteger o ramo fronto-orbital do ner-
vo facial durante trao do retalho inferiormente. Procedeu-se a
zigomaticotomia com deslocamento inferior juntamente com o
msculo temporal, aps este ser dissecado do osso com tcnica
subperiosteal. Craniotomia temporal foi o prximo passo e a se-
guir peeling da fossa mdia com identificao inicial da artria
meningia mdia entrando no crnio atravs do foramen espi-
nhoso e do ramo mandibular do nervo trigmeo na fossa mdia.
O nervo petroso superficial maior foi dissecado da dura-mter
da fossa mdia. Com a continuao do peeling da fossa mdia
em direo medial , foram expostos o gnglio de Gasser e os
ramos oftlmico e maxilar do nervo trigmeo. O tringulo de
Kawase foi drilado, expondo a duramater da fossa posterior. O
seio petroso superior foi ligado e seccionado e a duramater aber-
ta, expondo as fossas mdia e posterior. Esta abordagem exps
todas as paredes do SC, exceto a medial.
ABORDAGEM PETROSA EXTENDIDA
(DOubLE PETROSAL APPROACh)
Esta abordagem uma combinao das duas abordagens an-
teriores. Neste caso, porm foram realizadas duas incises: a
primeira teve inicio 1 cm anterior ao trago, ao nvel do zigoma
e se extendeu de forma curvilnea at a linha temporal anterior
contra-lateral. A segunda inciso teve incio no tero anterior
da primeira, 3 cm acima da pina, porm se extendeu posterior-
mente circundando a orelha at o nvel do processo mastide.
Nesta abordagem o meato acstico externo foi seccionado e
separada a pele da cartilagem do meato, sendo a primeira ever-
tida pelo meato acstico externo e este sendo fechado em fun-
do de saco. O peeling da fossa mdia bem como a craniotomia
occipital e frontotemporal foram realizadas de acorda com a
descrio das duas abordagens anteriores. A diferena da abor-
dagem petrosa extendida que a resseco das estruturas do
rochedo do osso temporal so removidas, desta forma, no s o
seio sigmide esqueletizado e o tringulo de Trautman (dura
pr-sigmoidia) exposto, mas os canais semicirculares e a c-
clea so removidos, o que somado a drilagem do tringulo de
kawase, ir expor quase a totalidade da poro intra-petrosa da
ACI. Esta abordagem exps os teros mdio e superior do clivo
em sua poro intradural, os nervos cranianos desde os nervos
baixos (quando a dura-mater da fossa posterior foi tambm
aberta) at o nervo olfatrio, as cisternas pr-pontina, interpe-
duncular, do ngulo ponto-cerebelar, crural, ambiens, quias-
mtica, carotdea, todas as paredes do SC, exceto a medial e as
principais artrias infratentoriais e supratentoriais.
AbORDAGEM zIGOMTICA
A cabea foi rotada em direo contra-lateral ao seio cavernoso
a ser abordado. Procedeu-se a inciso pr-auricular inician-
do na linha temporal superior homolateral e se extendendo na
regio cervical ao nvel da borda anterior do msculo esterno-
clidomastoideo at o nvel da cartilagem cricide. Disseco
interfascial foi realizada para preservar o ramo fronto-orbital
do nervo facial. A artria temporal superficial foi identifica-
da e preservada. A ACI foi identificada e dissecada na regio
cervical. O nervo facial foi dissecado na sua entrada dentro da
glndula partida. Foi realizada zigomaticotomia, sendo o arco
zigomtico refletido inferiormente. Aps, o processo coroni-
de foi serrado em sua base e deslocado superiormente com o
tendo do msculo temporal. Craniotomia temporal foi reali-
zada, seguida de peeling da fossa mdia com drilagem desta
e exposio lateral da fossa infra-temporal. Nesta abordagem
lateral foram expostos os tringulos da fossa mdia bem como
a parede lateral do SC e a fossa infratemporal. Embora o ms-
culo temporal pudesse manter sua vascularizao pela artria
temporal superfical e ramos intradiplicos menngeos, durante
sua elevao superior as artrias temporais profundas anterior
e superior precisaram ser seccionadas (Figura 30).
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Figura 30. Abordagem zigomatica. A inciso pr-auricular esquerda comreba-
timento anterior da pele. B. Zigomaticotomia. C. retrao inferior do msculo
masseter e zigoma, D. Desconexo do processo coronide e retrao superior do
msculo temporal. 1. msculo masseter, 2. fscia temporoparietalis, 3. processo
coronide, 4. artria maxilar interna, 5. tendo do ventre superior do msculo di-
gstrico. Uma craniotomia na regio temporal e um peeling da fossa mdia (no
mostrados) aborda ao mesmo tempo o seio cavernoso e a fossa infratemporal.
Figura 30. Viso estereoscpica de D.
AbORDAGEM TRANS-ESFENOIDAL EXTENDIDA
COMbINADA COM MAXILOTOMIA TRANS-ANTRAL
Nesta abordagem anterior a cabea foi colocada em posio
neutra e levemente extendida. Foi realizada inciso sublabial
iniciando-se no dente incisivo de um lado e extendendo-se at o
terceiro molar do outro lado. Foi realizada disseco subperios-
teal superiormente at expor o tero inferior da abertura pirifor-
me e a parede anterior da maxila at o nvel de entrada do nervo
infra-orbital. Aps, as paredes anterior e media da maxilla foram
removidas. O concha nasal inferior e o duto nasolacrimal foram
preservados. O assoalho da sela trcica, o tero superior do clivo
e a parede medial do SC foram expostas com esta abordagem.
Esta abordagem exps o clivo superior, o assoalho da sela e o
seio cavernoso contra-lateral ao seio maxilar abordado. O limite
lateral que esta abordagem atinge no interior do SC a ACI em
sua poro intra-cavernosa (Figura 31).
Figura 31. Aspectos anatmicos da abordagem transmaxilar/trnasesfenoidal ex-
tendida. A. No canto superior esquerdo a imagem menor mostra o local onde ser
realizada inciso sublabial. A imagem maior mostra a exposio subperiosteal da
maxila e a fratura com de sua projeo superior. B A parede anterior da maxila
est marcada em preto, onde ser realizada a maxilectomia para adentrar na
maxila. Note o nervo infra-orbitrio no limite superior e a abertura piriforme me-
dialmente. C. Resseco das paredes anterior e medial da maxila. Note a concha
nasal inferior medialmente. D. Relao das relaes sseas com a parede medial
ressecada da maxila. O canal lacrimal est transfixado pelo dissector. E, F. Visua-
lizao das estruturas selares e para-selares. G. Representao esquemtica da
abordagem. Note a ampla abertura do especulo. H. Exposio da artria basilar
aps remoo do tero superior do clivus e abertura da dura-mter. 1. maxila, 2.
abertura piriforme, 3. parede anterior do seio maxilar, 4. parede posterior do seio
maxilar, 5. concha nasal mdia, 6. clivo (tero superior), 7. assoalho da sela, 8.
seio cavernoso, 9. pituitria (lobo anterior), 10. artria basilar, 11. ponte
AbORDAGEM ENDONASAL EXTENDIDA
O endoscpio foi introduzido na cavidade nasal entre a concha
nasal infeior e o septo nasal at atingir o stio esfenoidal. A
parede anterior do osso esfenide foi ressecada e seu assoalho
identificado. As clulas etmoidais posteriores foram removi-
das aps abertura das conchas nasais superior e suprema. As
proeminncias carotdea e ptica e o recesso ptico-carotdeo
foram identificados. O SC foi adentrado atravs de sua parede
medial e a partir do teto da maxila. As estruturas neurovascula-
res bem como a identificao dos tringulos do SC foram ob-
tidas atravs de uma perspectiva inferior, sendo considerados
os mesmos limites de sua viso sob perspectiva transcraniana.
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O tringulo anteromedial foi observado em apenas uma peque-
na parte quando comparado com a via transcraniana. O pilar
ptico que forma a poro mdia deste tringulo pode ser iden-
tificado na endoscopia como correspondente ao recesso ptico-
carotdeo, porm este somente pode ser visualizado endosco-
picamente se estiver pneumatizado. O tringulo supratroclear
pode ser identificado em somente sua extremidade anterior,
onde os nervos oculomotor e troclear atingem a fissura orbitria
superior. Este espao pode ser identificado somente aps des-
locar medialmente a ACI. O tringulo de Parkinson difcil de
identificar via endoscpica pela dificuldade de expor o trajeto
do nervo troclear. O tringulo oculomotor na foi identificado
adequadamente pela via endoscpica, mesmo se deslocando a
ACI medialmente. O tringulo anterolateral, por outro lado, foi
facilmente identificado. Seu pex, que corresponde ao ngulo
formado por V1 e V2 pode ser identificado aps isolamento e
retrao medial do segmento vertical ascendente da ACI. No
tringulo anterolateral, embora V2 seja facilmente identificado
pela via endonasla endoscpica, V3 somente em seu segmen-
to proximal ao gnglio de Gasser. Os tringulos de Glascock e
Kawase bem como os tringulos paraclivais no so facilmente
reconhecidos pela via endonasal endoscpica porque no tm
relao com o seio esfenoidal.
Por outro lado, com o endoscpio se identificam um corredor
em forma de S medial a ACI intra-cavernosa e um corredor la-
teral a ela. O corredor medial delimitado posteriormente pelo
dorso da sela e prega petroclinoidia posterior e para acessa-lo
necessrio entrar pela metade contra-lateral da cavidade na-
sal. A pituitria deve ser deslocada medialmente. O corredor
lateral (rea triangular) delimitado posterioemtne pela ACI
intra-cavernosa, inferiormente pelo nervo vidiano e anterior-
mente pelo processo pterigide medial. Aps a identificao
dos nervos na parede lateral do SC sob perspectiva inferior
so delimitadas as reas triangular superior (entre os nervos
oculomotor, abducente e ACI), quadrangular superior (entre os
nervos abducente e V2 e a parede lateral do seio esfenoidal)
e quadrangular inferior (rea extracavernosa presente quando
o seio esfenoidal bem pneumatizado lateralmente. Situada
entre V2 e o nervo vidiano) (Figuras 32 e 33).
Figura 32. viso endonasal endoscpica atravs da parede medial do seio
cavernoso. 1. clivo superior, 2. pituitria, 3. artria cartida interna (pora intra-
petrosa), 4. artria cartida interna intra-cavernosa, 5. nervo abducente, 6. nervo
trigmio, 7. nervo ocuomotor. * quiasma ptico
Figura 33. viso lateral dos seios da face e da parede medial do seio cavernoso.
O instrumento cirrgico simula a via de abordagem endoscpica ou convencional
anterior para a pituitria e seio cavernoso. 1. pituitria, 2. proeminncia carotdea
no inteior do seio esfenoidal, 3. seio esfenoidal, 4. clivo, 5. fossa de rosemuler,
6. palato mole, 7. cavidade oral, 8. corneto nasal inferior, 9. corneto nasal mdio,
10. corneto nasal superior, 11. nervo ptico, 12. fossa anterior
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Figura 34. Visa lateral esquerda da regia cervical e do tringulo carotdeo. A. A
pele foi dissecada expondo os msculos da mmica facia l o platisma.A seta in-
dica o ducto de Stenon B. Platisma rebatido superiormente. C platisma e glndula
partida ressecados evidenciando o tringulo carotdeo e a o msculo masseter.
D. Exposio dos limites do tringulo carotdeo (ventre posterior do msculo
digstrico, ramo superior do msculo omohioideo e borda anterior do msculo
esternoclidomastoideo) e seus componentes. 1.platisma, 2. partida, 3. msculo
bucinador, 4. msculos orbicular do olho, zigomtico maior e zigomtico menor,
5. ramos frontal da artria meningia mdia, 6. msculo temporoauricular (fibras
no interior da fscia temporoparietalis, 7. masseter, 8. esternoclidomastoideo, 9.
omohioideo, 10. nervo auricular magno, 11. veia jugular externa, 12. .linfonodos
submandibulares, 13. .veia jugular anterior, 14. glndula submandibular, 15. gor-
dura peribucal, 16. veia jugular interna, 17. veia facial, 18. veia tireoidia superior,
19. ventre posterior do msculo digstrico, 20.. Artria cartida comum
Figura 35. Viso lateral dos ramos da artria cartida externa. 1, artria tireoidia
superior; 2, msculo constrictor da faringe inferior; 3, cartilagem tireide; 4,
glndula submandibular; 5, artria lingual; 6, nervo hipoglosso; 7, Artria facial;
8, artria palatina ascendente; 9, msculo estilo-hiide; 10, msculo estiloglosso;
11, artria faringia ascendente; 12, Veia jugular interna seccionada; 13, artria
vertebral; 14, tringulo suboccipital; 15, processo estilide e artria auricular
posterior; 16, artria maxilar; 17, nervo infra-orbitrio; 18, msculo bucinador.
ANATOMIA RADIOLGICA
As Figuras 36 a 51 ilustram a anatomia acima descrita sob a
perspectiva neuroradiolgica
Figura 36. CISS axial ps-Gadolnio, com reformatao no plano sagital oblquo,
observando-se a entrada do nervo oculomotor no seio cavernoso. 1: processo
clinide anterior; 2: processo clinide posterior; 3: nervo oculomotor.
Figura 37. CISS axial ps-Gadolnio, com reformatao no plano axial oblquo,
demonstrando as relaes durais do tringulo oculomotor. 1: prega petroclinoidea
anterior; 2:prega interclinoidea posterior; 3: prega interclinoidea; 4: processo
clinide posterior; 5: processo clinide anterior; 6: artria cartida interna intraca-
vernosa; (*) tringulo oculomotor
Figura 38. CISS axial ps-Gadolnio, com reformatao no plano axial oblquo.
1: processo clinide anterior; 2: artria cartida interna intracavernosa; 3: prega
petroclinoidea anterior; 4: nervo oculomotor; 5: artria comunicante posterior
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Figura 39. CISS axial ps-Gadolnio, com reformatao no plano axial oblquo
demonstrando o nervo oculomotor no interior do tringulo oculomotor. 1: prega
petroclinoidea anterior; 2:prega interclinoidea posterior; 3: nervo oculomotor;
4: processo clinide posterior; 5: processo clinide anterior; 6: artria cartida
interna intracavernosa; (*) tringulo oculomotor
Figura 40. TOF axial com reconstruo MIP no plano sagital obliquo demons-
trando os ramos da artria cartida interna 1: tronco meningohipofisrio; 2: ACI
intracavernosa; 3: artria oftlmica; 4: artria comunicante posterior; 5: artria
cerebral posterior; 6: artria coroideia anterior; 7: artria cerebral mdia; 8: artria
cerebral anterior.
Figura 41. TOF axial com reconstruo MIP no plano sagital obliquo demons-
trando as divises da artria cartida interna
Figura 42. VIBE axial ps-Gadolnio 1: plexos intercavernosos; 2: artria
cartida interna intracavernosa; 3: haste hipofisria; 4: artria basilar; 5: seio
esfenoidal
Figura 43. VIBE axial ps-Gadolnio com reformatao no plano axial oblquo
demonstrando a relao dos seios petrosos com o seio cavernoso. 1: seio sig-
mide; 2: seio petroso superior; 3: seio petroso inferior; 4: artria cartida interna
intracavernosa; 5: artria basilar; 6: plexo basilar
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Figura 44. VIBE axial ps-Gadolnio com reformatao no plano axial oblquo
demonstrando as relaes venosas com o seio cavernoso. 1: seio esfenoparie-
tal; 2: veia cerebral mdia superficial; 3: artria cerebral mdia; 4: artria basilar;
5: seio intercavernoso; 6: artria cerebelar superior; 7: artria cartida interna
intracavernosa; 8: nervo ptico; 9: veia oftlmica superior
Figura 45. VIBE axial ps-Gadolnio com reformatao no plano axial oblquo 1:
veia jugular interna; 2: artria cartida interna segmento petroso; 3: seio petroso
inferior; 4: artria basilar; 5: artria cerebelar pstero-inferior.
Figura 46. CISS coronal ps-Gadolnio demonstrando os nervos cranianos
no interior do seio cavernoso. 1: artria cartida interna supraclinoidea; 2:
nervo oculomotor; 3: nervo troclear; 4: ramo oftlmico do nervo trigmio; 5:
ramo maxilar do nervo trigmio; 6: nervo abducente; 7: artria cartida interna
intracavernosa.
Figura 47. CISS coronal ps-Gadolnio com reformatao no plano axial obl-
quo demonstrando o nervo ptico entrando no canal ptico e sua relao com o
ligamento falciforme. 1: artria cartida interna; 2: processo clinide anterior; 3:
nervo ptico; 4: seio esfenoidal; cabea de seta: ligamento falciforme
Figura 48. CISS coronal ps-Gadolnio com reformatao no plano sagital
oblquo demonstrando o gnglio trigeminal e seus ramos. 1: nervo trigmio; 2:
gnglio trigeminal; 3: V1; 4: V2; 5: pice petroso; cabea de seta: V3

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Isolan GR, Vedolin L, Bertholdo D, Dini LI, Braga F, Perondi G, Antunes ACM, Lopes NMM, Stefani MA, Oppitz P, Werneck M, Cristovam R - Anatomia
Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
32
Figura 49. CISS coronal ps-Gadolnio e reformatao no plano sagital oblquo
demonstrando o nervo abducente entrando no canal de Dorelo. 1: nervo trigmio;
2: prega petroclinoidea anterior; 3: processo clinide anterior; 4: artria cartida
interna; 5; seio esfenoidal; 6: pice petroso; cabeas de seta pretas: nervo
abducente intracavernoso; cabea de seta branca: nervo abducente entrando no
canal de Dorelo
Figura 50. CISS coronal ps-Gadolnio com reformatao no plano axial oblquo
demonstrando o nervo abducente entrando no seio cavernoso e suas relaes com
o cavum de Meckel. 1: cavum de Meckel; 2: artria cartida interna intracavernosa;
3: seio esfenoidal; setas brancas: parede lateral do seio cavernoso; cabeas de seta
brancas : nervo abducente; cabeas de seta pretas: canal de Dorelo
Figura 51. Paciente de 49 anos com histria de perda visual progressiva do olho
direito h 3 meses, diplopia e pseudo-ptose palpebral direita h 2 meses. Cam-
pimetria com perda completa da viso no olho direito. Imagem superior esquerda
de RNM em T1 com gadolneo, corte coronal, evidenciando processo expansivo
paraselar a direita com impregnao homogna pelo gadolneo. Imagem superior
direita evidenciando a mesma leso no corte axial. Imagens inferiores do ps-
operatrio 3 meses aps a cirurgia. Realizada abordagem crnio-rbito-zigom-
tica com peeling da fossa mdia. Paciente no ps-operatrio imediato saiu com
paralisia completa do nervo oculomotor a direita a qual recuperou parcialmente
at o sexto ms de ps-operatrio. Houve recuperao completa da viso no
olho direito, porm paciente persiste com diplopia que tinha no pr-operatrio.
Anatomo-patolgico de meningeoma com Ki-67 menor que 2%. Paciente em
seguimento com RNM no evidenciando recidiva tumoral nos ltimos 2 anos.
Tempo cirrgico: 9 horas
CASOS ILUSTRATIVOS
De uma srie de 126 pacientes com tumores da base do cr-
nio avaliados e destes 89 pacientes portadores de tumores da
base do crnio operados por um dos autores (GRI) entre 2006 e
2010, 12 tinham envolvimento do seio cavernoso.
As figuras 52 a 57 apresentam os casos ilustrativos de tumores
do seio cavernoso bem como a conduta de manejo nestes casos.
Os dados de cada caso esto na legenda da figura correspondente.
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Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
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Figura 52. Paciente masculino, 43 anos, com queixa de cefalia, anacusia a
esquerda e episdios de vertigem nos ltimos 3 meses. Ao exame neurolgico
no foram detectadas alteraes na fora, motilidade extra-ocular ou alteraes
de campo visual. Imagem superior esquerda de RNM axial em T1 com gadolneo
evidenciando volumosa leso compatvel com meningeoma esfenopetroclival a
esquerda. Paciente submetido a petrosectomia posterior (abordagem pr-sigmoi-
dia supra-infratentorial) com extenso frontotemporal visando disseco ampla
da fissura silviana previamente a retrao superior do lobo temporal. Resseco
completa da poro petroclival do tumor sendo o VI nervo o limite medial da
resseco sem dficit ps-operatrio. Como o componente tumoral no clivus era
de consistncia dura optou-se pelo seguimento com imagem da poro tumoral
intracavernosa que no foi explorada cirurgicamente e permanece sem causar
sintomas ao paciente. Tempo cirrgico: 7 horas
Figura 53. Paciente feminina de 40 anos de idade com histria de hipoestesia
em V1 esquerda. Imagem superior esquerda e central de RNM axial em T1 com
gadolneo evidenciando leso paraselar com componente na fossa posterior.
Realizada abordagem crnio-rbito-zigomtica a esquerda com peeling da fossa
mdia para realizaa de petrosectomia anterior. Grande parte do tringulo de
Kawase j encontrava-se erodido pelo tumor, sendo necessria somente drilagem
da parte posterior deste. A parte superior direita da figura ilustra o conhecimento
da anatomia da fossa mdia necessria para este procedimento. Resseco da
leso foi atravs da via intradural. A monitorizao neurofisiolgica intraoperatria
evidenciou alteraes do nervo facial durante resseco deste junto ao tronco,
porm no houve qualquer dficit ps-operatrio. A parte inferior da figura
mostra resseco total da leso. Observe o retalho pediculado da poro anterior
do msculo temporal sobre a fossa mdia na parte inferior e central da figura.
Anatomo-patolgico evidenciou Schwanoma. Este tumor localiza-se na parede
lateral do seio cavernoso, no sendo necessrio adentrar neste espao. Paciente
desenvolveu alteraes de memria no ps-operatrio devido a discreta hidro-
celfalia tratada com derivao ventrculo-peritoneal com recuperaa completa.
Tempo cirrgico: 10 horas
Figura 54. Paciente feminina de 60 anos com histria de 2 cirurgias prvias
transfaciais seguidos por radioterapia para resseco de carcinoma adeno-
cstiico dos seios da face. Paciente apresentou quadro de cefalia progressiva
e vertigens. RNM em T1 com gadolneo, corte coronal, evidenciando leso
paraselar a esquerda com volumoso componente cstico superior causando
desvio da linha mdia (superior esquerda). Imagem superior direita de PET scan
evidneciando parte da leso na fossa pterigopalatina e infratemporal. Foi realizada
abordagem crnio-rbito-zigomtica com peeling da fossa mdia e resseca
da poro slido-cstica do tumor. A poro tumoral das fossas pterigopalatina
e infratemporal foram ressecadas aps drilagem da base do crnio. .A poro
tumoral do seio cavernoso localizava-se na sua parede lateral, no adentrando
este espao. Pequeno componente intra-orbitrio comprometendo o msculo reto
lateral visando evitar neste primeiro momento a exanterao da rbita. Paciente
sem dficit neurolgico, estvel nos ltimos 6 meses e sendo submetida a radio-
terapia. Tempo cirrgico: 8 horas
Figura 55. Paciente feminina de 50 anos com quadro de obstruo nasal crni-
ca. Exame neurolgico sem alteraes. RNM em T1 com gadolnio evidenciando
volumosa leso destrutiva comprometendo o clivo em toda a sua extenso (A,B).
Realizada abordagem endonasal endoscpica pura (porm campo operatrio
foi deixado preparado para degloving e maxilotomia se necessrio). Resseco
tumoral completa da leso com o auxlio de neuronavegao por tcnica endos-
cpica pura. Pequeno componente adentrando e deslocando a parede medial
esquerda do seio cavernoso, sendo ressecado e tamponado com msculo e cola
biolgica. Imagem inferior esquerda evidenciando RNM no terceiro ms de ps-
operatrio com resseco da leso (C). Anatomo-patolgico revelou estesioneu-
roblastoma (D). Tempo cirrgico: 4 horas.
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Figura 56. Paciente feminina de 40 anos relata histria de cirurgia de tumor cere-
bral h 4 anos em outro servio. Paciente com quadro de cefalia tipo tensional
e amaurtica no olho esquerdo logo aps procedimento h 4 anos. Musculatura
extra-ocular sem alteraes. Imagem superior e inferior esquerdas (RNM T1 com
gadolneo sagital e coronal) evidenciando leso paraselar com captao homog-
nia de contraste sugestiva de meningeoma (confirmado pela patologia). Imagens
centrais de RNM 6 meses aps a cirurgia evidenciando resseco da poro
extra-cavernosa do tumor. Imagens a direita de RNM atual evidenciando cresci-
mento do tumor. Pelo fato da paciente estar amaurtica do olho esquerdo h 4
anos (por provvel leso do nervo ptico), pelo fato da musculatura extra-ocular
estar preservada e pelo fato da leso j possuir diagnstico anatomo-patolgico
indicamos radiocirurgia extereotxica.
Figura 57. Paciente masculino, 67 anos de idade, com perda visual progressi-
va. Nas figuras superiores nota-se tumor extra-axial com captao homognea
de Gadolneo sugestivo de meningeoma do processo clinide anterior com
envolvimento do espao para-selar direito. Figuras inferiores mostram RNM no
ps-operatrio e monitorizao neurofisiolgica intra-operatria com Potencial
evocado motor, somatossensitivo e visual. Realizada craniotomia crnio-orbitria
sem zigomaticotomia. Paciente desenvolveu hidrocefalia e fstula liqurica que
foram tratados em um segundo procedimento. Paciente sem dficit neurolgico
ps-operatrio. Tempo cirrgico: 9 horas
DISCUSSO
O SC definido como um envelope dural dentro do qual cur-
sam o segmento cavernoso da ACI, o nervo abducente e os
nervos do plexo simptico. Sua parede lateral contm o tercei-
ro e o quarto nervos cranianos bem como a primeira diviso
do quinto nervo craniano. O SC uma regio de confluncia
venosa que recebe mltiplas veias que drenam a rbita, a fis-
sura silviana, as fossas anterior e mdia e mantm comunica-
o direta com os seios basilar, petrosos superior e inferior e
intercavernoso. Considera-se que o SC contm um plexo de
veias e no um grande espao venoso com mltiplas trabecula-
es
3,35,40
. A complexa anatomia do seio cavernoso vem sendo
desvendada em detalhes somente nas duas ltimas dcadas e a
apresentao desta em publicaes que utilizem a documeta-
o estereoscpica anaglfica com correlao radiolgica no
foram publicadas.
To importante quanto a anatomia dos espaos triangulares
que fornecem vias de acesso e corredores anatmicos ao SC
so as superfcies do SC (medial, lateral, superior, posterior, e
inferior), pois processos expansivos volumosos podem distor-
cer os tringulos e at engolfar os nervos que delimitam estes
espaos, de tal maneira que a identificao precisa desses es-
paos pode ser impossvel. Ao serem consideradas as paredes
(superfcies) do SC o planejamento cirrgico torna-se mais
prtico e efetivo em algumas patologias do que quando se con-
sideram seus tringulos isoladamente.
O SC pode ser acometido por uma variada gama de patolo-
gias, tais como meningeomas, os quais podem se originarem
de fora do SC (pr exemplo, dos processos clinides anterior
ou posterior, da asa do esfenide e do clivus), adenomas pitui-
trios, cordomas e schwanomas trigeminais. Outros tumores
histologicamente benignos so hemangioma, neurofibroma,
angiofibroma juvenil, tumor dermide, tumor de clulas gigan-
tes, condromixofibroma, condroma e outros tumores menos
comuns
17,20
. As leses no neoplsicas como os aneurismas e
sindrome de Tolosa-Hunt, leses malignas, como os carcino-
mas adeno-cstico, carcinoma de clulas escamosas dos seios
paranasais, condrosarcomas, linfomas no-hodgkins e mets-
tases tambm podem envolver esta regio
2,3,29,30
. O tratamento
de cada patologia segue um fluxograma prprio que pode in-
cluir desde seguimento da leso com RNM seriadas ou cirurgia
at radiocirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia, ou ainda a
combinaes de todas estas modalidades. Embora resseco
cirrgica seja o manejo inicial para a vasta maioria dos tumores
que acometem o SC, daremos nfasemais adiante a um dos
tpicos atuais mais controversos no campo na neurocirurgia
atual: os meningeomas do SC.
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35
Para leses vasculares que envolvem a artria cartida intra-ca-
vernosa, na maioria dos servios tcnicas endovasculares vem
sendo primeiramente consideradas como tratamento inicial,
mas h alguns exemplos que devem inquestionavelmente ser
tratadas com cirurgia, tais como aneurisma largo e fusiforme e
aneurismas gigantes de colo curto
25,27,30
. A indicao deve ser
sempre individualizada, sendo indicada em alguns casos so-
mente aps testes que verificam se a reserva vascular funcional
do crebro ( teste do balo para ocluso carotdea com ou sem
PET ou SPECT com sobrecarga de acetazolamida) permitem
a ocluso distal e proximal da ACI com ou sem interposio
de Bypass
7,11
. Por outro lado, quando se tem um conhecimento
profundo tridimensional da anatomia do SC, e neste ponto os
trabalhos pioneiros de Dolenc foram um divisor de guas
na cirurgia vascular do do SC, mais precisamente dos aneu-
rismas paraclinoideos, e se considerando que nos aneurismas
paraclinoideos gigantes a angiografia tem pouca acurcia para
prever o tamanho do colo (que pode ser surpreendentemente
curto) e que este somente ser realmente avaliado durante a
cirurgia, a clipagem direta como tratamento inicial de escolha
deve ser considerada sempre em detrimento dos procedimentos
endovasculares, que, embora elegantes, no tratam o efeito de
massa do aneurisma sobre o aparato ptico e so muitas vezes
falhos na ocluso de grandes leses.
Em relao aos aneurismas do topo da artria basilar, algumas
vezes torna-se necessrio obter controle proximal da artria ba-
silar atravs de uma via transcavernosa, que consiste em drilar
o processo clinide posterior e o dorso da sela e adentrar na
parede superior do SC visando obter controle sobre a poro
proximal da artria basilar
21,57,59,104,105
. O acesso transcavernoso
e suas variaes para aneurismas de topo da basilar comeou
com Dolenc
25
, que descreveu um acesso transcavernoso-tran-
selar onde a ACI medialmente deslocada. Outras sries re-
lataram o uso dos seguintes acessos: tempopolar extradural
18
,
transcavernoso pretemporal
21,104,105
e transcavernoso transzigo-
mtico pretemporal
32
. O acesso transcavernoso-transelar, asso-
ciado a uma craniotomia crnio-rbito-zigomtica aumenta a
exposio ao redor das cisternas interpeduncular e pr-pontina
obtida pelo acesso pterional atravs da parede anterior do espa-
o incisural anterior.
Como os casos ilustrativos apresentados refletem a experin-
cia inicial do primeiro autor no manejo cirrgico dos tumores
cerebrais que acometem o SC, a discusso sobre os detalhes
tcnicos-cirrgicos enfatizar esta entidade paolgica. Para
uma descrio detalhada das tcnicas de cirurgia vascular do
SC os trabalhos de Tedeschi et al., devem ser consultados
104,105
.
Um dos autores deste estudo, que o pioneiro da cirurgia do
SC em nosso pas, tambm deve ter seus trabalhos consultados
21,94,95,102,104,105
.
o MToDo DE DoCuMENTAo
ESTEREoSCPICA
Nosso crebro processa a viso estereoscpica atravs da ob-
servao de um objeto que captado por dois pontos diferentes
(retinas de cada um dos olhos) fornecendo uma noo de pro-
fundidade. A documentao fotogrfica estereoscpica fornece
esta noo de profundidade que do contrrio no seria concebi-
da com imagens convencionais bidimensionais. Atualmente o
armamentarium tridimensional est tendo um novo boom no
somente em publicaes mdicas, mas principalmente na mdia
em geral, o que se observa nos filmes e animaes em 3D nos
ltimos anos
88
. Deve-se ressaltar entretanto que esta tecnologia
no nova. Desde a publicao do Bassett Stereoscopic Atlas
9
,
originalmente publicado em 1961 e recentemente reeditado em
1994, chegando at os atlas de microcirurgia, um editado por
Poletti e Ojemann em 1985
82
e outro editado por Kraus e Bai-
ley em 1994
54
, apresentavam imagens estereoscpicas.
Recentemente, vdeos cirrgicos e anatmicos estereoscpicos
tem sido usados para fins pedaggicos atravs de projetores,
monitores de computador e o mtodo impresso (anaglfico).
Alm de oferecer uma melhor ilustrao anatmica e melhor
compreenso tridimensional a utilizao de imagens estereos-
cpicas tambm podem aumentar a familiaridade do indivduo
com a prpria tridimensionalidade e favorecer as habilidades
espacialmente relacionadas. De acordo com o artigo de Ribas
et al.,
88
( cujo autor um dos pioneiros da estereoscopia em
imagens mdicas), j era enfatizado que a forma a unidade
primitiva da percepo e que imagens estereoscpicas tm a
vantagem definitiva na produo de suas ilustraes. Ambien-
tes virtuais para o planejamento e treinamento cirrgico, que
esto sendo desenvolvidos atravs de sistemas de telecirurgias,
tambm iro exigir visualizao estereoscpica e a familiarida-
de do indivduo com a conceituao e estereoscopia 3D.
AS PAREDES E oS TRINguloS
Do SEIo CAVERNoSo
Os nervos oculomotor, troclear, e as divises oftlmica e maxi-
lar do nervo trigmeo esto localizados entre os dois folhetos
de dura-mter que constituem a parede lateral do SC, poden-
do ser visualizados por transparncia aps peeling do folheto
mais superficial. O tringulo supratroclear, localizado na pare-
de lateral, tem seu folheto profundo incompleto ou ausente e
isto deve ser mantido em mente durante o peeling do folheto
externo na cirurgia. Por outro lado, este ponto fraco pode ser
uma rota de extenso das leses e hemorragias do interior do
SC para o espao subdural
15,28
. A camada profunda (folheto in-
terno) tem um espao entre os nervos, no qual as bainhas esto
conectadas por uma membrana reticular
107,108
. Dolenc observou
que a parede medial do SC pode ter pequenos defeitos que po-
dem explicar o padro de invaso do SC por adenomas pitui-
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Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
36
trios
26,28
, porm outros autores no encontraram este tipo de
defeito
112,116
, incluindo nossas disseces. Yalmazylar et al.,
112

realizaram um estudo qualitativo e quantitativo da parede me-
dial do SC coradas com hematoxilina-eosina e com Tricromo
de Masson, este ltimo um marcador imunohistoqumico que
mensura as fibras de colgeno, no observando qualquer de-
feito microscpico na parede medial do SC, entretanto, o tero
posterior da parede medial do SC continha menos colgeno do
que o tero mdio e o tero anterior, com significncia estats-
tica, o que explicaria o padro de disseminao de patologias
localizadas na sela trcica para o interior do SC.
Na parede superior, aps a resseco do processo clinide
anterior expe-se o tringulo clinoidal, cujo tero posterior
corresponde ao teto do seio cavernoso. Ainda nesta parede, o
tringulo oculomotor tem parte de seus limtites formado por
pregas durais e neste local que o nervo oculomotor aden-
tra o teto do SC. Este tringulo tambm uma avenida para a
fossa posterior quando se quer te acesso a uma maior poro
da artria basilar, conforme ilustrado na figura 12. Na parede
lateral, embora o tringulo supratrocelar seja um espao es-
treito, o tringulo infratroclear (ou de Parkinson) uma das
principais avenidas de acesso para o interior do SC, expondo
a curva posterior da ACI intra-cavernosa e a origem do tron-
co meningo-hipofisrio. Na parede lateral do SC, o tringulo
antero-medial da fossa mdia situa-se entre os ramos oftlmico
e maxilar do nervo trigmio. A resseco ssea deste espao
ir dar acesso ao seio esfenoidal. O outro tringulo que faz par-
te da parede lateral do SC o tringulo anterolateral da fossa
mdia, entre os ramos maxilar e mandibular do nervo trigmio,
a abertura deste espao dar acesso o recesso lateral do seio
esfenoidal. Drilando-se a base do crnio anteriomente, adja-
cente aos ramos maxilar e mandibular, ir se adentrar, respecti-
vamente, nas fossa pterigopalatina e infratemporal. O tringulo
pstero-medial da fossa mdia (tringulo de Glasscock) tem
o formen espinhoso em seu espao. A drilagem ssea deste
tringulo ir expor a fossa infratemporal. O tringulo postero-
medial da fossa mdia (tringulo de Kawase) tem sua margem
anterior o segmento petroso da ACI e a cclea em sua parte
apical lateral. A remoo ssea de sua parte lateral ir expor
a cclea e a parede anterior do meato acstico interno e a re-
moo ssea de sua poro medial ir expor a dura-mter da
fossa posterior ao nvel dos teros mdio e superior do clivo e
o seio petroso inferior. Esta poro que drilada a que define
o procedimento chamado petrosectomia anterior. Os tringulos
praclivais, localizados na fossa posterior, so o tringulo pa-
raclival inferolateral, cuja abertura ir expor em seu centro a
parte posterior do nervo trigmio entrando no cavo de Meckel,
e o tringulo paraclival inferomedial, cuja disseco ir expor
o joelho posterior da ACI, a parede lateral do dorso da sela,
a poro superior da sutura petroclival e o VI nervo craniano
passando abaixo do ligamento de Gruber.
ABoRDAgENS CIRRgICAS Ao SEIo CAVERNoSo
O manejo das leses tumorais do SC, dependendo da sua his-
tologia, pode ser somente observao, remoo cirrgica, ra-
dioterapia, radiocirurgia, quimioterapia ou suas combinaes.
At que estudos clnicos com alto ndice de evidncia clnico-
epidemiolgica sejam concludos a opo teraputica inicial
deve ser individualizada baseando-se em fatores como o tipo
tumoral, estado clnico do paciente e experincia e conheci-
mento microanatmico da regio pelo neurcirurgio.
A abordagem Crnio-rbito-zigomtica fornece mltiplas rotas
anatmicas para alcanar a base do crnio, tais como transsyl-
viana, pterional, subtemporal e transbasal que abordam a base
do crnio anterior e mdia e o tero superior do clivo em uma
mesma abordagem
3,6,7
. Ao ser empregada esta abordagem temos
utilizado rotineiramente (em geral para todos os tumores com-
plexos da base do crnio e no somente os que envolvem o SC)
monitorizao intraoperatria neurofisiolgica. Colocam-se ele-
trodos para potencial evocado somatosensorial, potenciais evoca-
dos de tronco cerebral, potencial evocado motor e monitorizao
dos nervos V e VII. necessrio fazer antissepsia e posicionar
o membro inferior do paciente, pois pode ser necessrio enxerto
de fscia lata, gordura subcutnea, veia safena ou nervo sural, o
que definido em muitos casos no intra-operatrio. O manejo
do msculo temporal, a preservao do nervo supra-orbital, a
tcnica de zigomaticotomia e a craniotomia esto detalhadas nos
resultados e devem ser seguidas para evitar leses neurolgicas
e musculares
45,56
. Uma considerao especial durante a cranioto-
mia que durante a remoo do teto da rbita juntamente com o
flap craniano deve ser dada ateno para no fraturar esta poro
ssea com conseqente lacerao da perirbita. Para isso deve-
se separar a poro posterior do teto da rbita do restante do flap
sseo com formo enquanto a perirbita protegida anterior-
mente e a dura da fossa anterior posteriormente
3,6,7
. O teto da r-
bita que foi ressecado como pea separada reconstrudo junto
ao flap craniano no final do procedimento para evitar enoftalmia,
embora clinicamente seja um achado raro mesmo quando o teto
da rbita no reconstrudo.
Em relao a monitorizao dos nervos cranianos da muscula-
tura extra-ocular, os eletrodos de eletroneuromiografia podem
ser inseridos diretamente nos msculos reto superior, reto late-
ral e oblquo superior aps a abertura da fissura orbital superior
e retirada do teto da rbita ou atravs da pele da regio orbi-
tria. A prxima etapa consiste em expor a artria cartida in-
terna intrapetrosa
3,6,7
, ganhando o controle proximal deste vaso
antes de se entrar e explorar o interior do SC. O controle proxi-
mal da ACI pode ser adquirido tambm na regio cervical
91-93
.
Para controle do segmento intrapetroso, a dura-mter da fossa
temporal descolada da base ssea do crnio e a artria me-
ningia mdia coagulada e seccionada. O nervo petroso super-
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37
ficial maior dissecado e separado da dura da fossa mdia com
ateno para no o tracionar, o que pode levar leso do gnglio
geniculado e conseqente paralisia facial perifrica. Nesta etapa,
a monitorizao do nervo facial importante. Algumas vezes
necessrio seccionar o nervo petroso superficial maior para
evitar paralisia facial perifrica. Esse procedimento, no entanto,
resultar na sndrome do olho seco
6
. Continuando-se o peeling
da fossa mdia, o pice do tringulo de Glasscock visualiza-
do, expondo a artria cartida interna intrapetrosa. Da mesma
forma, e somente por uma questo de nmina, este segmento
pode ser exposto na margem anterior do tringulo de Kawase
48
.
importante lembrar que o osso sobre a ACI intrapetrosa pode
estar ausente em mais da metade dos pacientes
40,41
. Nos casos
em que a artria cartida intrapetrosa esta envolvida por tumor
se deve obter o controle proximal desta na regio cervical, no
entanto, alguns autores consideram que o controle proximal no
pescoo mais rpido e com menor retrao do lobo temporal
do que na exposio da fossa mdia, sendo feita esta opo em
todos os casos
91-93
. Esta a nossa conduta.
Caso a tuba de Eustquio, que corre adjacente e lateral ao ms-
culo tensor do tmpano, for lesionada durante a brocagem da
fossa mdia, esta deve ser vedada com msculo e cola biol-
gica. Nas abordagens do SC, o teto sseo do canal ptico e o
processo clinideo anterior devem ser removidos. O processo
clinide anterior desconectado e removido para expor o seg-
mento clinoidal da artria cartida interna entre os anis durais
distal e proximal, canal ptico, paredes do canal ptico e fis-
sura orbital superior
94,95
. Algumas consideraes importantes
devem ser mantidas em mente durante a remoo do processo
clinide anterior. Usualmente a remoo epidural recomen-
dada, mas um processo clinide espesso e alongado necessita
de remoo intradural. Isso no incomum em meningeomas
que invadem a clinide anterior, causando hiperostose
3
. O seg-
mento clinoideo da artria cartida pode ser lacerado quando
um forame caroticoclinoidal estiver presente. Dessa forma, o
processo clinide anterior deve ser removido pela desinsero
de sua base e no pela trao de seu pice.
Ao considerarem-se as abordagens por craniotomia, o SC pode
ser abordado atravs de sua parede superior (tringulos clinoi-
dal e oculomotor) ou lateral (tringulos supratroclear e infra-
troclear). A primeira via utilizada para leses adjacentes a
curvatura anterior da artria cartida intracavernosa e leses
superiores e/ou mediais artria cartida intracavernosa e a
segunda via para aquelas leses laterais e/ou inferiores a ACI
intracavernosa. Na abordagem superior, o cirurgio trabalha
subfrontalmente e atravs da fissura sylviana.
Na abordagem lateral, o cirurgio trabalha subtemporalmente
e atravs da fissura sylviana. Esta abordagem pode ser extra
ou intradural. A extradural consiste numa inciso e peeling da
dura sobrejacente ao ramo mandibular do nervo trigmio (V3)
com descolamento da dura da fossa mdia, expondo o ramo
maxilar (V2) e parte do gnglio do trigmio. Esta tcnica
usada para ressecar leses extradurais (cordomas, dermide,
alguns carcinomas). O descolamento da dura sobre V1 e V2
deve ser feito com cautela porque a dura mais aderente nestes
locais. Na abordagem extradural o processo patolgico pode
ser alcanado seguindo a artria cartida intrapetrosa (aborda-
gem inferior) ou entre os ramos do nervo trigmio (abordagem
anterolateral)
91-93
. Na exposio intradural, que usada para le-
ses grandes e praticamente todos os meningeomas, o terceiro
e quarto nervos cranianos so identificados e uma inciso
realizada adjacente e inferior ao quarto nervo e extendida 8
mm anteriormente
3,6
ou at a poro mais proeminente do tu-
mor
91-93
e 8 mm inferiormente. A camada dural externa desco-
lada completamente e o tringulo de Parkinson abordado
3,6
.
Outra tcnica fazer um peeling de toda a camada externa da
parede lateral do SC de anterior para posterior.
Uma exposio que se extenda do pex petroso at o segmento
intrapetroso da ACI, o que corresponde ao tringulo de Kawa-
se, pode ser obtida mediante brocagem para expor a parede
posterior do SC e o cavo de Meckel. Devido s veias do SC
serem comprimidas por tumores localizados no seu interior,
hemorragia venosa proveniente do interior do SC ocorre nos
estgios avanados da remoo tumoral e controlado com
discreta compresso (Gelfoam ou Surgicel) e elevao da
cabeceira. Este sangramento venoso que ocorre no final do pro-
cedimento torna o restante do tumor mais difcil de ser identifi-
cado no campo cirrgico bem como a identificao o VI nervo.
Para tumores que tenham extenso envolvimento do osso pe-
troso pode ser necessrio expor uma poro mais extensa da
ACI intrapetrosa, o que ir requerer a abertura da juno tem-
poromandibular e exciso do cndilo mandibular e da tuba de
eustquio em casos selecionados. Isso geralmente ocorre nos
carcinomas. Se a leso estende-se anteriormente, o assoalho
da fossa mdia ao redor do formen redondo deve ser drilado
para expor o seio esfenoidal e o assoalho adjacente ao forame
oval para revelar a fossa infratemporal. Conforme descrito ori-
ginalmente, a abordagem zigomtica indicada para tumores
que invadem o SC extraduralmente, confinados a fossa tempo-
ral ou cavum de Meckel, bem como queles que se estendem
para as fossas infratemporal ou pterigide
3
. Esta abordagem
uma modificao da abordagem preauricular lateral com a
vantagem de teoricamente preservar o suporte sangneo do
msculo temporal pelas artrias intra-diplicas. Embora esta
abordagem fornea excelente exposio lateral do SC e fossa
infra-temporal em um mesmo procedimento, em nossa dissec-
es as artrias temporais profundas tiveram que ser seccio-
nadas para dar acesso ao campo cirrgico. Desta forma, est
abordagem estaria indicada hipoteticamente em nossa opinio
apenas para aqueles tumores malgos que invadam o osso e
o msculo temporal. Uma abordagem pr-auricular subtem-
poral
93
na qual o msculo temporal deslocado inferiormente
fornece campo cirrgico muito semelhante.
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 8-44, 2011
Isolan GR, Vedolin L, Bertholdo D, Dini LI, Braga F, Perondi G, Antunes ACM, Lopes NMM, Stefani MA, Oppitz P, Werneck M, Cristovam R - Anatomia
Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
38
As abordagens petrosas so indicadas principalmente para tu-
mores intradurais que acometam o clivo, principalmente me-
ningeomas petroclivais. Estas abordagens foram estudadas
neste trabalho, pois muitas leses do SC tm origem na regio
petroclival. Para uma leso intradural que acomete o clivo, po-
rm localizada superior ao meato acstico interno, e que tenha
um componente no SC (meningeoma esfenopetroclival, por
exemplo) abordagem crnio-rbito-zigomtica com petrosec-
tomia anterior o ideal. Porm, quando o componente clival do
tumor est abaixo do meato acstico interno deve-se associar
petrosectomia posterior.
Embora leses extradurais do clivo (cordomas, estesioneuro-
blastomas, carcinoma, metstase) e da regio selar possam ser
abordadas anteriormente atravs das vias transfenoidal transsep-
tal, transmaxilar, degloving, transoral com ou sem mandibulec-
tomia, transcervical transclival extrafarngea e cervical anterior,
dependendo do nvel em que se encontra a leso, a abordagem
transfenoidal extendida/tansmaxilar ou clivectomia anterior
8

uma excelente opo para ressecar as leses situadas na linha
mdia que se extendam para o interior do SC, porm mediais
artria cartida intracavernosa. Esta abordagem particularmen-
te til para tratamento dos cordomas do clivo.
o uSo Do ENDoSCPIo No
ARMAMENTARIuM MICRoCIRRgICo
No tratamento das desordens sinonasais, o endoscpio tem
substitudo as tcnicas de abordagem usadas pelos otorrinola-
ringologistas desde a dcada de 90 porque permite ao cirurgio
ver estruturas escondidas da viso do microscpio e menos
invasiva
2
. Em neurocirurgia, embora o endoscpio possa ser
um complemento das tcnicas microcirrgicas para pratica-
mente todas as doenas que afetam no somente s estruturas
relacionadas ao esqueleto facial, mas tambm quelas intracra-
nianas, as abordagens puramente endoscpicas para a base do
crnio tm evoludo substancialmente. Aps ter sido superado
com o desenvolvimento do retalho pediculado de septo nasal
o problema inicial do alto ndice de fstulas liqricas no ps-
operatrio, cada vez mais leses complexas da base do crnio
esto sendo abordadas por endoscopia. Acreditamos, porm,
que imperativo no se esquecer que o endoscpio apenas
mais um armamentarium na cirurgia da base do crnio e que,
embora o manejo de fstulas liquricas da base do crnio e ade-
nomas hipofisrios tenham forte indicao para seu uso, se for-
mos utilizar o paradigma anatmico de nosso estudo, grande
parte das leses intradurais da base do crnio no podem ser
tratadas com este procedimento simplesmente porque os corre-
dores anatmicos no permitem (parede lateral do SC e leses
da poro mais lateral da base do crnio so alguns exemplos),
tendo sempre indicao as craniotomias.
Recentemente, Ceylan, et al.,
15
propuseram a abordagem en-
donasal endoscpica para adenomas pituitrios que invadam
o seio cavernoso, mesmo que localizados lateralmente a ACI
intracavernosa. A maioria dos adenomas no funcionantes que
se estendem para o seio cavernoso cresce atravs desses pontos
de fragilidade da parede medial do seio cavernoso. As leses
ideais para a abordagem endonasal so tumores moles, como
adenomas hipofisrios, cuja infiltrao da ACI incomum e
mostram um padro de crescimento mediolateral, resultando
em deslocamento lateral da ACI. Em contraste, os tumores
slidos e duros, como meningiomas, podem limitar as indica-
es para a via endoscpica endonasal. Para tumores de con-
sistncia mole e com extenso lateral a ACI intracavernosa a
abordagem endoscopia atravs dos corrredores medial e lateral
pode ser usada. Dispor deste mtodo torna-se importante uma
vez que adenomas funcionantes que invadam o seio cavernoso,
embora possam ter uma taxa de controle hormonal com radio-
cirurgia em 80% dos casos, esta normalizao pode demorar
at cinco anos naqueles tumores produtores de hormnio do
crescimento e IGF-I. Em nossa opinio as abordagens atravs
da parede lateral do SC so o corredor cirrgico mais efetivo
para os adenomas pituitrios cuja invaso do SC esteja lateral a
artria cartida interna.
MENINgEoMAS Do SEIo CAVERNoSo
Talvez as leses do SC que apresentem o tratamento mais de-
safiador sejam os meningeomas. No aspecto cirrgico, estes
tumores devem ser removidos atravs de um acesso intradural,
geralmente pela combinaa de uma abordagem pelas paredes
lateral e superior do SC. Em grande nmero de casos existe
uma extenso tumoral no canal ptico, no cavo de Meckel e/
ou na fossa posterior (meningeoma esfenopetroclival) e a por-
o tumoral no SC pode ser apenas uma parte de um volu-
moso tumor. Embora os Schawannomas
16
e os cordomas
8
do
SC possam ser ressecados por espaos limitados, os meninge-
omas devem ser ressecados atravs de uma exposio ampla
dos compartimentos do SC. Alguns meningeomas originam-se
em reas adjacentes ao SC, tais como o meningeoma clinoidal
4

sendo nestes casos menos difcil sua remoo porque podem
ser antes compressivos do que invasivos, ou seja, no adentram
no SC (figura 57). A invaso, por outro lado, o problema de
um meningeoma primrio do SC. J foi considerado ressecar o
SC em bloco, com a ACI e os nervos craninaos (pois h tumor
aderido a estas estruturas), para a resseco do meningeoma
ser considerada oncolgica. A problemtica desta conduta
que no haveria mais opo cirrgica de tratamento caso se ori-
ginasse um meningeoma no SC contra-lateral no seguimento
do paciente, alm de elevada morbidade ocular no lado opera-
do, que corresponderia ao chamado olho congelado
93
.
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 8-44, 2011
Isolan GR, Vedolin L, Bertholdo D, Dini LI, Braga F, Perondi G, Antunes ACM, Lopes NMM, Stefani MA, Oppitz P, Werneck M, Cristovam R - Anatomia
Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
39
Com os avanos da neurocirurgia atual baseada na anatomia
microcirrgica no resta dvida de que a regio paraselar
passvel de abordagem cirrgica. Schwanomas, cordomas,
condrosarcomas, adenomas, casos selecionados de carcinomas,
entre outros tumores so abordados com baixa morbidade. Me-
ningeomas, por outro lado, possuem algumas peculiaridades
que devem ser ressaltadas. Meningeomas so na sua maioria
tumores benignos de crescimento lento e, nestes casos, mais
importante do que um tratamento oncolgico estaria a preser-
vao neurofisiolgica, ou seja, a funo dos nervos cranianos
que trafegam no interior deste espao.
Embora o tratamento ideal dos meningeomas seja sua resseco
total, devemos primeiramente, ao discutir resultados cirrgicos,
compara-los com a histria natural da patologia desta doena.
De acordo com De monte et al.,
20
, a partir da dcada de 90
houve um grande entusiasmo na tentativa de resseco total
dos meningeomas do SC. Os resultados, porm, foram dspares
quando comparados diferentes autores
20,53,75
. Naquela dcada,
resseco total foi relatada variando de 0 a 76% e morbidade
dos nervos cranianos de 12 a 42%, com 14 a 50% destes em
relao aos sintomas clnicos prvios. Recidiva tumoral foi en-
contrado na mdia dos estudos (que totalizava 268 pacientes)
em 10% dos casos. Devido ao fato da mdia dos resultados ser
semelhante histria natural dos meningeomas do SC no tra-
tados
31
, de poucos neurocirurgies estarem aptos a realizarem
estas cirurgias e pela crescente emergncia da radiocirurgia,
um novo paradgima de manejo em sido proposto para tratar
meningeomas do SC na maioria dos departamentos de neuro-
cirurgia ao redor do mundo.
A radioterapia tem sido utilizada para tratar doenas neopl-
sicas quase desde que os raios X foram descobertos por Ro-
entgen, na virada do sculo passado. As leses malignas (es-
pecialmente tumores linfoproliferativos, incluindo linfoma e
plasmocitoma) podem ser muito radiossensveis. Tumores de
crescimento lento como meningeomas, por outro lado, pode-
riam ter uma atenuao de seu crescimento ou mesmo parada
de sua evoluo com baixa morbidade, o que se demonstrou
em estudos com 10 anos de segmento. No outro espectro, exis-
tem leses do seio cavernoso que, ou praticamente no sofrem
alterao com radiao ou no respondem a esta, tais como
inflamaes (pseudo-tumor, sndrome de Tolosa-Hunt podem
ter imagem que simule tumor), infeces (neurotuberculose,
infeo fngica), sarcoidose e cordomas e condrosarcomas),
leses estas que em muitos casos tem achado de imagem prati-
camente igual a um meningeoma do SC. Cinco questionamen-
tos principais ainda persistem hoje em relao radiocirurgia
dos meningeomas do SC. 1. Baseado no fato de que muitos
pacientes que foram irradiados no demonstravam crescimen-
to de seus tumores antes do tratamento, como saber o que
resultado da radiocirrugia e o que resultado da histria natu-
ral da doena (ou seja, o meningeoma simplesmente no iria
crescer)? Qual o risco de se estar irradiando uma leso sem o
diagnstico histolgico de meningeoma estabelecido? Qual o
efeito da radiocirurgia aps 10 anos (pois o seguimento das s-
ries curto)? Um meningeoma que irradiado primariamente
ou mais de uma vez e volta a crescer, qual o grau de aumento
da dificuldade tcnica devido s reaes da radiao nos planos
anatmicos considerando-se uma futura cirurgia? Uma ltima
questo seria relativa s complicaes da prpria radiao (sur-
gimento de outros tumores, radionecrose cerebral), que embo-
ra muito exploradas por alguns neurocirurgies, so incomuns
na radiocirurgia.
Na ltima dcada, houve um crescente interesse para a utili-
zao da radiocirurgia (gamma knife ou Linac). Se somados
todos os artigos, mais de 1000 meningeomas do seio caverno-
so j foram tratados com radiocirurgia, seja primariamente ou
aps resseco tumoral incompleta. Uma vez que o segmento
dos pacientes limita-se, na maioria das sries, a 4 a 8 anos, o
papel exato dessa modalidade ainda est para ser definido. A
nfase tem sido sobre o controle tumoral com baixa morbi-
dade. Para exemplificar Lee et al,
62
verificaram controle tumo-
ral em 90% dos 176 meningeomas tratados com gamma knife
(metade destes tinham sofrido cirurgia prvia) em 10 anos com
morbidade de 6,7% .
Em nossa opinio, um dos fatores preocupantes da radiocirur-
gia so aqueles meningeomas que invadem o canal ptico ou
que englobem ou desloquem os nervos pticos. A neuropatia
ptica pode ser to elevada quanto 77,8%, quando o nervo p-
tico recebe uma dose de 15 Gy ou mais. Portanto, as leses
devem estar situadas a pelo menos 3 mm de distncia da via
visual para um tratamento seguro. Por outro lado, os nervos
oculomotor e trigeminal so relativamente resistentes radia-
o. Apesar disso, problemas referentes a esses nervos j foram
relatados. A fim de diminuir a possibilidade de dano, vrios
investigadores sugerem reduzir a dose de radiao. Outros tm
enfatizado a importncia de tratar o tumor inteiro com uma
dose mnima de 14 Gy. Devido restrio da radiocirurgia, li-
mitando o tamanho tumoral para o tratamento (em geral 3 cm),
alguns defendem a terapia de radiao fracionada mesmo para
tumores maiores devido a baixa morbidade do procedimento.
Muitos autores
68,78
tm defendido a resseco extracavernosa
do meningeoma (por exemplo, ressecar a poro petroclival
e deixar a poro intracavernosa intacta em um meningeoma
esfenopetroclival) e complementar o tratamento com radioci-
rurgia para a poro intracavernosa remanescente, conduta esta
justificada por se descomprimir estruturas extra-cavernosas.
Outros
63
argumentam que tanto cirurgia quanto radiocirurgia
como tratamento primrio tm alta taxa de satisfao entre os
pacietes. Finalmente, alguns estudos
1,34
enfatizam radiocirurgia
para tratamento primrio dos meningeomas dos seio cavernoso
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Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
40
De acordo com Newman
75
, as ltimas duas dcadas contaram
com refinamento cirrgico no tratamento de leses da base do
crnio e com melhora dos resultados radiocirrgicos. O que
se deve propor ao paciente depende de uma discusso franca
com este sobre as opes de tratamento e uma avaliao rea-
lista dos riscos e benefcios da cirurgia, radiocirurgia, ambas
combinadas, ou simples seguimento da leso. De acordo com
este autor, provvel que no futuro, a cirurgia ter um papel
limitado para o tratamento das leses do seio cavernoso, sendo
que a combinao de um procedimento cirrgico menos agres-
sivo combinado com alguma forma de radiao poder reduzir
a morbidade associada ao tratamento cirrgico.
A melhor conduta para os meningeomas intracavernosos ainda
est para ser definida, pois os estudos em sua maioria so pro-
venientes de instituies que optam por uma modalidade em
detrimento de outra baseados em decises arbitrrias que refle-
tem provavelmente a filosofia da instituio. Isto no poderia
ser diferente, pois estas so leses incomuns, nas quais diferen-
tes critrios de tratamento foram utilizados em diferentes estu-
dos e nas quais o resultado cirrgico tem pouca validade ex-
terna, ou seja, no pode ser extrapolado para todos os centros.
O treinamento e a experincia de quem ir operar o paciente
decisivo. Este ltimo fator tem menor impacto na radiocirur-
gia, onde o resultado mais uniforme nos diferentes centros.
Outro aspecto a ser avaliado, conforme mencionamos, quanto
histria natural destes tumores, pois muitos meningeomas da
base do crnio no crescem ou mesmo estacionam seu cres-
cimento aps resseco parcial. Finalmente, embora a acurcia
da imagem seja alta para meningeomas, algumas leses sero
irradiadas erroneamente caso no se tenha um amostra do teci-
do tumoral a ser tratado.
Baseado nestes fatos, acreditamos que leses tumorais do SC
que estejam evoluindo clinicamente ou atravs de imagens se-
riadas de RNM devem sempre ser abordadas cirurgicamente
visando diagnstico histolgico e, nos casos de perda visual pro-
gressiva, tentar regredir as alteraes de campo visual atravs
de descompresso do nervo ptico. No intra-operatrio, caso a
leso seja passvel de resseco (tumor pouco aderido ou de con-
sistncia mole), esta deve ser tentada com adequada monitoriza-
o intra-operatria dos nervos cranianos, do contrrio deve-se
ressecar somente a poro extra-cavernosa do tumor. Para tumo-
res que persistam crescendo aps a cirurgia, para meningeomas
nos quais somente foi possvel fazer bipsia, ou para tumores de
comportamento biolgico mais agressivo (meningeomas atpi-
cos, malignos ou Grau II com Ki-67 elevado), sugerimos com-
plementar o tratamento com radiocirurgia extereotxica. Caso a
leso no evolua, por outro lado, consideramos segmento clnico
e com RNM de 6/6 meses. Pequenas leses assintomticas e que
no progridem so somente acompanhadas com exames de ima-
gem e campimetria a cada 6 meses.
o TREINAMENTo EM lABoRATRIo
CoMo AlICERCE PRINCIPAl DA CuRVA DE
APRENDIzADo EM NEuRoCIRuRgIA
O termo curva de aprendizagem um conceito que surgiu na
indstria aeronutica na dcada de 20 e com o passar dos anos
difundiu-se para outras reas. Em neurocirrgica, e no caso do
seio cavernoso, poderamos considerar que esta expresso re-
flete, no que tange a tcnica, a experincia do neurocirurgio
no manejo de pacientes portadores de doenas do SC tratados
cirurgicamente, sendo o ponto da curva no qual este neuro-
cirurgio se encontra diretamente relacionado ao nmero de
vezes que o procedimento foi executado.
Existe um difcil desafio tico inerente ao incio desta curva,
principalmente porque as leses do SC so incomuns e a cirur-
gia de alta complexidade tcnica. Uma questo crucial que se
impe a seguinte: onde deve ter incio esta curva? Ou melhor,
qual o treinamento prvio ideal necessrio para se ingressar
nela? Como propor para o paciente e seus familiares um trata-
mento cirrgico no incio da curva de aprendizagem? Quais os
resultados esperados?
Para um grande nmero de procedimentos neurocirrgicos,
talvez nica seja a frmula para o neurocirurgio maximizar
seus resultados cirrgicos no incio da sua carreira: o treina-
mento em laboratrio de microcirurgia. Visando minimizar a
morbidade qual os pacientes esto sujeitos em maior grau
no incio da curva de aprendizagem do neurocirurgio que for
trat-los, de acordo com o Dr. Ossama Al-Mefty (comunicao
pessoal), para determinados procedimentos cirrgicos o pri-
meiro paciente de um neurocirurgio deve corresponder ao seu
centsimo primeiro cadver dissecado, ou seja, o treinamento
em laboratrio de microcirurgia essencial para maximizar a
chance de um procedimento neurocirrgico ser bem sucedido.
Aliado a este treinamento em microanatomia neurocirrgica,
no qual o uso do microscpio cirrgico passou a ser usado ro-
tineiramente deste os trabalhos pioneiros do professor M.G.
Yasargil, o desenvolvimento da destreza manual e emprego de
novas tcnicas cirrgicas mediante treinamento em modelos
animais de suma importncia.
Como pioneiro da microneurocirurgia moderna, o professor Ya-
sargil cita informaes que na realidade so valiosos conselhos
para os neurocirurgies. Primeiramente, um conhecimento pro-
fundo da microanatomia neurocirrgica e sua correlao com os
exames de imagem, em especial as cisternas, estruturas paren-
quimatosas e vasculares essencial para a correta estratgica ci-
rrgica. Alm disso, deve-se ter um conhecimento aprofundado
da patologia a ser tratada. Conhecer a histria natural, bem como
toda a literatura referente a leses no seio cavernoso imperativo
antes de propor uma modalidade teraputica ao paciente.
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Isolan GR, Vedolin L, Bertholdo D, Dini LI, Braga F, Perondi G, Antunes ACM, Lopes NMM, Stefani MA, Oppitz P, Werneck M, Cristovam R - Anatomia
Microcirrgica e abordagens ao seio cavernoso - um estudo tridimensional estereoscpico com correlao clnico-radiolgica
41
Existem hoje no Brasil e no mundo vrios laboratrios de micro-
cirurgia onde exaustivo treinamento deve ser realizado pelo neu-
rocirurgio que deseja se dedicar cirurgia do seio cavernoso.
OBSERVAES FINAIS
A complexa anatomia do seio cavernoso deve ser conhecida
profundamente pelos neurocirurgies que pretendem abordar
cirurgicamente esta rea da base do crnio. Esta anatomia es-
tudada deve ser no somente a convencional, mas a perspectiva
de uma mesma regio sob diferentes abordagens e ngulos de
viso. Alm disso, o mtodo estereoscpico anaglfico fornece
uma noo de profundidade do campo fotografado, facilitando
a compreenso espacial da anatomia. No manejo cirrgico de
patologias do SC, treinamento em laboratrio de microcirurgia
essencial para iniciar a curva de aprendizagem em nvel avan-
ado. As peculiaridades de cada patologia devem ser entendi-
das de maneira multidisciplinar visando a melhor abordagem
teraputica bem como as correlaes anatomo-radiolgicas da
regio. Indicar radiocirurgia como conduta inicial para todos
os casos pelo fato de no se ter o conhecimento anatmico ou,
no outro espectro, abordar com objetivo nico de resseco total
toda a imagem tumoral diagnosticada na topografia do SC so
condutas arbitrrias que acarretaro maior risco para o paciente.
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AUTOR CORRESPONDENTE
Gustavo Rassier Isolan
Unidade de Neurocirurgia
Hospital de Clinicas de Porto Alegre,
email : gisolan@yahoo.com.br
Agradecimentos: Aos Drs. Evandro de Oliveira e
Ossama Al-Mefty pela oportunidade de realizar as
microdisseces nos laboratrios de microcirurgia
do Hospital Beneficncia de So Paulo e na
Universidade do Arkansas, respectivamente.
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 45-53, 2011
Andaluz N, Zuccarello M, Dreier JP, Hartings JA - The Role of Cortical Spreading Depolarizations in Delayed Cerebral Ischemia after
Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage
45
The Role of Cortical Spreading Depolarizations in Delayed Cerebral
Ischemia after Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage
Depresso alastrante cortical e seu possvel papel na leso neuronal
subseqente hemorragia subaracnide aneurismtica
Norberto Andaluz
1, 2
Mario Zuccarello
1-3
Jens P. Dreier
4
Jed A. Hartings
1,3
1. Department of Neurosurgery, University of Cincinnati Neuroscience Institute and College of Medicine, Cincinnati, OH
2. Department of Veterans Affairs Medical Center, Cincinnati, OH
3. Mayfield Clinic, Cincinnati, OH
4. Departments of Neurology and Experimental Neurology, Charit University Medicine Berlin, Berlin, Germany
ABSTRACT
Delayed cerebral ischemia (DCI) is the leading potentially
treatable cause of mortality and disability in patients with an-
eurysmal subarachnoid hemorrhage (SAH). However, to date
there is no effective treatment for this entity. The recently dem-
onstrated lack of clinical response to pharmacologic reversal of
arterial spasm as a result of SAH has spurred a reassessment
of the pathophysiological concepts on DCI that follows SAH.
DCI was long believed the consequence of the angiographically
visible arterial spasm observed in patients with SAH. Since the
measurement of cortical spreading depolarizations (CSD) in
patients with SAH, increasing evidence has suggested a role
for these phenomena in the pathophysiology of DCI. When in-
duced in a healthy brain, CSDs are associated with an increase
in regional cerebral blood flow that facilitates the delivery of
the necessary energy substrates for cellular repolarization. In
a brain that has been injured, however, CSDs can induce mi-
crovascular constriction, or cortical spreading ischemia. This
inverse hemodynamic response to CSD was first discovered in
an animal model replicating the conditions following SAH, and
later demonstrated in patients with SAH. The spreading isch-
emia leads to energy substrates shortage and hypoxia, result-
ing in cortical lesions, and may explain similar lesion patterns
which occur in SAH patients. This review describes the salient
characteristics of CSD and its potential relevance in the patho-
physiology, monitoring, and treatment of ischemic complica-
tions following SAH.
Keywords: cerebral vasospasm, cortical spreading depression,
subarachnoid hemorrhage, delayed ischemic neurologic deficit.
SINOPSE
Isquemia cerebral tardia (delayed cerebral ischemia; DCI)
a principal causa potencialmente tratvel de mortalidade
e incapacidade em pacientes com hemorragia subaracni-
de aneurismtica (HSA). No entanto, no existe tratamento
eficaz para esta condio at o momento. A recente demons-
trao da falta de resposta clnica reverso farmacolgi-
ca do espasmo arterial aps HSA estimulou uma reavalia-
o dos conceitos fisiopatolgicos na DCI que segue a HSA,
que foram por muito tempo creditados ao espasmo arterial
observado em doentes com HSA. Desde a demonstrao de
resultados eletrocorticogrficos de depresso cortical gene-
ralizada (cortical spreading depressions, CSD) em pacien-
tes com HSA, um crescente interesse foi despertado sobre o
papel destes fenmenos na fisiopatologia da DCI observa-
dos em pacientes com HSA. Quando induzida em um cre-
bro saudvel, a CSD est associada com aumento do fluxo
sanguneo cerebral, facilitando a distribuio de substratos
de energia necessrios para repolarizao celular cerebral.
Em um crebro lesado, no entanto, CSDs esto associados a
uma reduo do fluxo sanguneo cerebral, que, no contexto de
aumento das necessidades da energia, leva falha de ener-
gia e hipxia, acentuando a gravidade da leso cerebral. Esta
resposta inversa hemodinmica CSD foi descoberta pela
primeira vez em um modelo animal, replicando as condies
de HSA e, posteriormente, demonstrado em pacientes com
HSA. A isquemia leva escassez de substratos energticos e
propagao da hipxia, resultando em leses corticais, e po-
dem explicar os padres de leso, semelhantemente ao que
ocorre em pacientes com HSA. Estas observaes sugerem
que o dficit de energia produzida por CSD um fator chave
na patognese dos DCI observados como resultado da HSA.
Este artigo detalha as principais caractersticas de CSDs e
sua potencial relevncia na fisiopatologia das complicaes
isqumicas da HSA.
Palavras-chave: vasoespasmo cerebral, depresso cortical
generalizada, hemorragia subaracnide, dficit neurolgico
isqumico tardio.
Recebido em outubro de 2010, aceito em dezembro de 2010
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 45-53, 2011
Andaluz N, Zuccarello M, Dreier JP, Hartings JA - The Role of Cortical Spreading Depolarizations in Delayed Cerebral Ischemia after
Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage
46
INTRODUCTION
Delayed cerebral ischemia (DCI) is the leading potentially
treatable cause of mortality and disability in patients with an-
eurysmal subarachnoid hemorrhage (SAH). The occurrence of
cerebral vasospasm, however, does not necessarily lead to clini-
cal consequences: radiographic vasospasm may occur in up to
70% of patients with SAH, while clinical deterioration caused
by DCI
74
is observed in 20-30% of them
37, 38, 76
. Of those patients
who develop delayed clinical deterioration, approximately 50%
will develop stroke, and between 15 and 20% will die as a result
of cerebral ischemia, even despite intensive treatment
3, 8, 24
.
Since the description of the association between angiographic
arterial narrowing with the clinical syndrome of DCI in 1951
19
,
most research on delayed neurological deterioration as a result of
SAH was based on this axiom with vasospasm as the presump-
tive cause. However, a series of disappointing failures in clinical
trials targeting this pathophysiological model in the last 50 years
suggest that DCI, as a clinical phenomenon, cannot be explained
only as the direct result of arterial narrowing caused by extrava-
sation of blood and their toxic by-products. In the most emphatic
and eloquent failure, the CONSCIOUS-1 trial, it was clearly
demonstrated that the reduction in the incidence of angiographic
vasospasm with the use of clazosentan, a selective inhibitor of
the endothelin-1 receptor, did not result in a reduction of cerebral
ischemia and mortality (46). Conversely, previous trials with the
Ca2+ antagonist nimodipine showed improved patient outcome
and a significant reduction in delayed cerebral ischemia, but
without effect on angiographic vasospasm
20
. These results have
forced the scientific and medical communities to re-examine as-
sumptions about the pathophysiology underlying symptomatic
or clinical vasospasm, terms which themselves are at best pre-
sumptuous or at worst misleading
74
. The dogma of vasospasm as
the presumptive, prime mechanism of DCI has been refuted, at
a level equivalent to a paradigm shift, prompting a search for a
more complete and adequate theory that not only can explain the
discrepancies, but also lead to the development of an effective
specific treatment strategy
57
.
A major breakthrough toward a revised theory was spawned
in the recent decade by the emergence of clinical monitoring
of a novel cerebral pathology: cortical spreading depolariza-
tions. Spreading depolarizations are a broad class of electro-
chemical phenomena in cerebral grey matter characterized by
a propagating mass depolarization of neurons and astrocytes.
Measured by electrocorticography (ECoG), their occurrence in
a large percentage of patients with ischemic or traumatic brain
injury has captured the attention of many researchers as one of
the potential mechanisms of progressive deterioration subse-
quent to the initial injury. Indeed, initial studies have suggest-
ed that depolarizations are associated with, and possibly cause,
DCI after SAH. Here we will review this translational research
along with the patho-mechanisms and potential therapies.
A LITTLE BIT OF HISTORY
Cortical spreading depolarizations (CSDs) are a class of waves
originally described in 1944 by Dr. Aristides Azevedo Pacheco
Leo, a Brazilian neurophysiologist, while working on his doc-
toral thesis at Harvard University
43-45
. His discovery was a clas-
sic case in which the observation of an unexplained and seem-
ingly irrelevant artifact by an alert researcher initiated a new,
unexpected field of study
6
. Leo intended to study the propaga-
tion of epileptic discharges induced by electrical stimulation of
the rabbit cerebral cortex. To his surprise, instead of epileptic
discharges, he observed on some trials an electrocorticographic
silencing at the recording electrodes adjacent to the stimulated
cortex. This depression of spontaneous activity spread in an
orderly sequence to cover the entire ipsilateral cerebral cortex,
followed by recovery of activity in the same sequence as the
depression
45
. In Leos continued study of this phenomenon,
which he termed spreading depression, he described the es-
sential elements that characterize CSD, namely: 1) depression
of spontaneous electrocorticographic activity that lasts a few
minutes, 2) spread across contiguous cortex at a propagation
rate of 2-5 mm/min, 3) functional inactivation of affected cor-
tex, evidenced by the failure to elicit evoked potential waves by
either sensory or direct cortical stimulation, 4) induced epilep-
tic discharges are suppressed by the CSD, although sometimes
the CSD can be preceded or followed by tonic-clonic activity.
Later, once re-established in Brazil, Leo described what
would prove to be the hallmark characteristic of CSD: a nega-
tive slow voltage change lasting 1-2 min that accompanied the
depression period
45
. he concluded that the voltages recorded
are the expression of the depolarization of the normally po-
larized membrane of the neurons. Subsequent work con-
firmed that this negative shift of extracellular potential reflects
the mass, sustained depolarization of neurons/astrocytes that
defines CSD
21, 22, 27
. The negative shift closely relates to the
breakdown of electrochemical gradients across cellular mem-
branes and therefore roughly mirrors the rise of extracellular
K+ and decline of Na+ and Ca2+
27, 40
. In this state, action po-
tential generation is not possible due to the persistent inactiva-
tion of voltage-gated Na+ channels. This explains the depres-
sion of spontaneous activity, the lack of evoked potentials, and
the ability of CSD to abort seizures.
Leo further observed that recovery of spontaneous cortical
activity could be delayed by interruption of the cerebral circu-
lation, suggesting that repolarization is an energy-dependent
process. Thus, under physiologic conditions with circulation
intact, he found that vasodilation with increased blood flow in
the pial vessels occurred concomitantly with CSD
43, 44, 67
. This
regional surge in cerebral blood flow propagates along with the
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 45-53, 2011
Andaluz N, Zuccarello M, Dreier JP, Hartings JA - The Role of Cortical Spreading Depolarizations in Delayed Cerebral Ischemia after
Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage
47
electrochemical wave as a spreading hyperemia (Figure 1). The
very significant hyperemia accompanying depolarization is the
physiologic mechanism to increase the supply of glucose and
oxygen to meet the metabolic demands of repolarizing neurons
and astrocytes to terminate the CSD wave
65, 67, 69, 70
.
Leos electrophysiology findings were a timely fulfillment
of a prophecy put forth by neuropsychologist Karl Lashley
earlier in the decade
41
. For the first time, Lashley had mapped
the rate of propagation of the visual field scotoma (his own)
that often occurs in the aura prodrome of migraine headache.
Translating visual field coordinates to those of cerebral cortex,
he concluded that the cortex must support a pathologic activity
travelling at 3 mm/min. Thus, Leos work had an immediate
relevance to human disease, and to this day CSD remains a
central mechanism in the theory of migraine pathophysiolo-
gy
24, 47
. However, despite occasional speculation that CSD was
involved in other human conditions
6, 26, 48, 62
, for decades it was
considered largely an experimental curiosity, unproven in the
gyrencephalic human cortex. This tide began to change in the
1980s, as a growing body of experimental work in focal cere-
bral ischemia suggested an important endogenous role of CSD
in cortical lesion development.
A NOTE ON TERMINOLOGY
Strictly speaking, the terms spreading depolarization and
spreading depression should not be used synonymously since
spreading depolarizations can occur in cortex that has no spon-
taneous electrocorticographic activity. In such cases, as occur
in the ischemic penumbra or immediately following anoxia, de-
polarizations are observed by spreading negative slow voltage
changes only and further depression of spontaneous activity is
not possible. Therefore, spreading depolarization is nowadays
used as the generic term for the whole class of spreading depo-
larization phenomena, while the term spreading depression just
describes their effect to depress spontaneous cortical activity
when it is present
14
. This differentiation is in fact important for
the diagnostic evaluation of human recordings where spread-
ing depolarization with spreading depression of activity seems
to indicate a better prognosis of the event than spreading de-
polarization in isoelectric (i.e. persistently depressed) cortex
(Hartings et al., 2011).
Hartings JA, Watanabe T, Fabricius M, Dreier JP, Woitzik J,
Okonkwo D, Puccio A, Bullock MR, Shutter LA, Strong AJ
(2011) Spreading depolarizations have prolonged DC shifts
and are associated with poor outcome in traumatic brain injury.
Brain, in press.
CORTICAL SPREADING DEPOLARIZATIONS
IN STROKE: ANIMAL STUDIES
It is widely accepted that, in the intact brain, hyperemic CSD
does not cause persistent neurologic or histologic damage
54
. In
fact, the deliberate induction of CSD in rats confers a degree of
protection against subsequent ischemic injury
39, 51, 60, 73, 77
. Al-
though these findings might suggest that hyperemic CSD may
be harmless or beneficial, on the contrary, many experimental
studies argue against this potential effect in the context of brain
injury
9, 23, 35, 36
. Therefore, based on current evidence, the con-
clusion that CSD is usually a benign or protective phenomenon
is not valid. Factors such as the total number of depolariza-
tions and/or the plasma glucose concentration may be determi-
nants of the net beneficial or detrimental effect of CSD under
conditions of normal cerebral perfusion.
On the other hand, it is clear that pre-existing vascular patholo-
gy or other metabolic compromise endows CSDs with a great-
er cytotoxic potential
65-67, 69, 70
. In animal models of ischemic
stroke, usually induced by occlusion of the middle cerebral
artery, CSDs arise spontaneously from the rim of the evolving
core infarction, where sustained depolarization provides a con-
stant stimulus for repetitive CSDs
39, 52, 67
. Once evoked, CSDs
propagate through the penumbra outward into intact cortex
or may cycle through the penumbra around the infarct core
52
.
These penumbral CSDs, often called peri-infarct depolariza-
tions (PIDs), are associated with infarct expansion, or recruit-
ment of penumbral cortex into the ischemic core, and they have
even been shown capable of causing such expansion
2, 7, 73
.
Unlike CSDs in intact brain, PIDs can cause waves of microvas-
cular constriction, or cortical spreading ischemia, which may in
part underlie their deleterious effects
61, 65, 70
. Under conditions
of ischemic penumbra, it has been demonstrated that vascular
reactivity to stimulation of the cerebral cortex is reduced
61, 69
.
Thus, cerebral perfusion studies in mice have shown that as
PIDs spread through the penumbra, they are associated with a
profound reduction, rather than increase, of cortical perfusion,
and that perfusion recovery becomes less complete with each
recurring depolarization
61, 66;
(Figure 1). Recovery of glucose
levels in the tissue after PIDs is similarly incomplete
32
. Thus,
widespread and recurrent cortical depolarizations engender a
widespread developing ischemia.
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 45-53, 2011
Andaluz N, Zuccarello M, Dreier JP, Hartings JA - The Role of Cortical Spreading Depolarizations in Delayed Cerebral Ischemia after
Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage
48
Figure 1. Cortical spreading ischemia as a mechanism of cortical lesions.
Spreading depolarizations are measured as negative shifts in the DC potential of
the electrocorticogram (DC-ECoG) that propagate between adjacent recording
sites in cortex (black traces, arrows). With physiologic neurovascular coupling,
the metabolic workload of depolarization is matched by an increase in local
cerebral blood flow, a spreading hyperemia that allows rapid repolarization of cells
and forestalls neuronal damage. If vasodilatatory mechanisms are impaired, the
elevated extracellular K+ from mass depolarization instead causes vasoconstric-
tion and a wave of spreading ischemia. This triggers a vicious cycle, as ischemia
prolongs depolarization that can result in cortical laminar infarction.
The potential of CSDs to mediate neuronal damage in meta-
bolically compromised tissue was further shown in the brain
topical model of endothelin-1 (ET-1) in rats. This model al-
lows titration of the vasoconstrictive effect on the pial arter-
ies. An ET-1 concentration was chosen at which approximately
50% of animals developed a local low-flow region giving rise
to spontaneous CSDs. Subsequent histological analysis re-
vealed selective neuronal necrosis confined to this area. In the
remaining 50% of animals, the same ET-1 concentration led to
a low-flow region but neither CSD nor focal necrosis evolved
(=non-responders). However, when a single CSD was remotely
triggered chemically in non-responders, and invaded the ET-1
exposed cortex, the animals also developed focal neuronal ne-
crosis. This suggested that CSD mediates neuronal damage
in ischemic zones no matter whether it originates within the
ischemic zone or invades the ischemic zone from outside. This
ET-1 effect was mediated by the ETA receptor
12
.
A NOVEL HYPOTHESIS: CORTICAL SPREADING
DEPOLARIZATIONS IN SUBARACHNOID
HEMORRHAGE
Cortical spreading ischemia was originally discovered in an
animal model replicating the conditions present following
SAH
13
. In this rat model, erythrocyte degradation products
caused the normal hemodynamic response to CSD, hyperemia,
to change to the inverse hemodynamic responses, a cortical
spreading ischemia, in the absence of any preceding vascular
occlusion. The occurrence of spreading ischemia, as opposed
to hyperemia, was dependent on elevated K+ and the effect of
hemoglobin to scavenge the vasodilator nitric oxide; nitric ox-
ide inhibition had effects similar to application of hemoglobin.
This uncoupling of metabolism and cerebral blood flow result-
ed in a profound prolongation of the depolarization. Critically,
it was found that the CSD-triggered perfusion deficit was suf-
ficient to induce widespread focal cortical necrosis
11
. Spread-
ing ischemia is contrasted with hyperemic CSD in Figure 1.
Based on these animal experiments, it was hypothesized that
CSD with spreading ischemia might be an important mecha-
nism of DCI
13
.
Figure 2. Monitoring of spreading depolarizations and delayed ischemic lesions.
A: Linear electrode strip with 6 platinum contacts can be placed on cerebral
cortex during surgery for aneurysm clipping, providing a simple method to
monitor CSDs. B: Computed tomography scout image shows an electrode strip
in situ. The tail wire is exited through a stab incision 2-3 cm from the margin
of the craniotomy incision. The strip can remain in place up to 2 weeks and
removed by gentle traction at the bedside. C: Three-dimensional location of the
electrode contacts in relation to cortical lesions (arrow), as demonstrated by 3D
T1-weighted MRI without contrast, in a 35-year-old woman with a middle cerebral
artery aneurysm and Fisher grade 4 SAH. In 12 days of monitoring, she had 15
of 16 CSDs on days 9-13 post-SAH, prior to the MRI study on day 16. D: In the
same patient, 3D T1-weighted MRI pulse sequence shows a pattern of cortical
laminar infarction along sulci that is typical of delayed lesions after SAH and not
easily explained by proximal vasospasm.
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 45-53, 2011
Andaluz N, Zuccarello M, Dreier JP, Hartings JA - The Role of Cortical Spreading Depolarizations in Delayed Cerebral Ischemia after
Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage
49
A further stimulus for this idea was the inadequacy of proximal
vasospasm to explain the occurrence of delayed cortical lesions
after SAH (e.g. Figure 2D). Cortical lesions represented by far
the most abundant patho-morphological finding in a number
of autopsy studies of DCI after SAH
4, 55, 64;
such lesions were
found in over 70% of the autopsy cases. In particular, the cor-
tical lesions were much more frequent than territorial infarcts
in those patients where the surgical treatment of the aneurysm
was excluded as a confounding cause
16
. Clinical studies on
the cortical lesions after SAH have only gained momentum
with the improvement of imaging technology, since they are
often not visible in computed tomography scans
15, 58
. The le-
sions can occur outside the territory of the vessels affected by
proximal vasospasm, and reduction in blood flow due to va-
sospasm seems not sufficient to cause this ischemic injury
50
.
Furthermore, only half of patients with angiographic evidence
of vasospasm develop delayed ischemic lesions
50, 63
. Rather,
cortical lesions evolve more often in the vicinity of subarach-
noid blood, suggesting that the clots may directly cause lesions
through induction of microvascular spasm or through toxic ef-
fects on the underlying cortex
13, 64, 75
. Indeed, in a non-human
primate clot model of SAH, cortical infarcts developed exclu-
sively in areas with subarachnoid blood and did not correlate
with the degree of vasospasm in the middle cerebral artery
59
.
TRANSLATIONAL STUDIES: A REBIRTH
FOR LEO
Despite the accumulating experimental data, without evidence
from the human brain, at the turn of the century CSD remained
little more than a fashionable hypothesis for clinical neurologic
disorders. In 1996, Mayevsky et al. had looked for evidence of
CSD in a series of 14 patients suffering from severe traumatic
brain injury by using ECoG as part of an invasive multimodal
research monitor
49
. Although they impressively documented a
series of repetitive CSDs in one patient, including the extracel-
lular K+ and cerebral blood flow transients accompanying the
ECoG depressions, the negative results from the remaining 13
patients and the specialized nature of their monitor forestalled
a broader exploration of the clinical relevance of CSD. Other
efforts to study CSD in humans were similarly limiting in the
technique or produced negative results
1, 24
.
The story of Leos spreading depression took a dramatic
turn in 2002, however, when Strong and colleagues published
Spreading and synchronous depressions of cortical activity in
acutely injured human brain
68
. Anthony Strong, a neurosur-
geon who had contributed to the new concept of the ischemic
penumbra in the lab of Lindsay Symon in the late 1970s
72
,
recognized the opportunity to monitor CSD in patients who
required craniotomies for cerebral decompression or lesion
evacuation after cerebral hemorrhage or trauma. By placing
electrode strips in the subdural space during surgery, patients
could then be monitored for several days during intensive care
using ECoG techniques that are standard practice in epilepsy
patients (Figure 2). They found evidence for CSD in 8 of 14
patients, and, as important, introduced a technique that could
be widely adopted by others.
Subsequently, an international research consortium, the Co-
operative Study on Brain Injury Depolarizations (COSBID),
was established to study depolarizations occurring in the con-
text of brain injury, including malignant stroke, brain trauma,
and intracerebral and subarachnoid hemorrhage. To date, more
than 250 patients in Europe and the U.S. have been enrolled in
these studies which have unequivocally demonstrated a high
incidence of CSDs. For instance, almost all patients with ma-
lignant hemispheric stroke (10) and 55-60% of patients with
severe brain trauma
28, 29
experience CSD. The translational
findings and clinical relevance of CSDs for these diseases were
recently reviewed
42
.
CORTICAL SPREADING ISCHEMIA
IN THE HUMAN BRAIN
The advent of clinical CSD monitoring and the COSBID con-
sortium have enabled translational testing of the specific CSD/
spreading ischemia hypothesis of Dreier and colleagues. In a
work that may be recognized as a milestone in the study of
SAH, the occurrence of CSDs was first documented in 13 of 18
patients (72%) with severe SAH (Fisher grade 3)
17
. In a total
recording time of 2110 hours, 298 spreading depolarizations
were observed by continuous ECoG using subdural electrode
strips placed at the time of surgical aneurysm clipping. Con-
sistent with the results of animal studies, the evolution of cere-
brovascular ischemia was associated with clusters of CSD and
increasingly prolonged periods of ECoG depression
2, 30, 53, 56
. In
particular, the appearance of delayed infarcts, as demonstrated
in consecutive evaluation by computed tomography and mag-
netic resonance, was associated with depression periods that
evolved to 60 min or more, suggesting not only that CSD may
contribute to lesion development, but also that ECoG monitor-
ing of the progressive prolongation of depression periods could
serve as early indicator of impending necrosis. In addition, the
occurrence of a temporal cluster of repetitive CSDs had high
positive (86%) and negative (100%) predictive values for the
development of delayed ischemic neurologic deficits. Accord-
ingly, patients with this clinical syndrome (interquartile range:
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 45-53, 2011
Andaluz N, Zuccarello M, Dreier JP, Hartings JA - The Role of Cortical Spreading Depolarizations in Delayed Cerebral Ischemia after
Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage
50
7.3-8.2 days after SAH) had significantly more CSDs on days
7-9 than patients without. CSDs with depression periods of 10
minutes or more were associated with poor outcomes.
This initial study demonstrated an important association be-
tween CSD and delayed cerebral ischemia, but the question re-
mained whether the causal mechanism of lesion development
in animals - spreading ischemia- also existed in man. To ad-
dress this, the authors used a novel technique of embedding fi-
ber-optic probes for laser-Doppler flowmetry within the ECoG
electrode strip
14
. By this method, regional cerebral blood flow
and cortical activity could be measured simultaneously at mul-
tiple locations. In a series of 13 SAH patients, they found that
isolated CSDs predominantly induced a transient hyperemia,
the physiological hemodynamic response. In 5 patients with
temporal clusters of CSDs, however, the inverse response of
spreading ischemia was observed, which persisted in some cas-
es up to 144 min in duration. Tissue partial pressure of oxygen
(PtiO2), as measured with an intraparenchymal brain tissue
oxygen monitoring system probe (Licox, Integra Neurosci-
ences, Plainsboro, NJ), at the electrode strip increased during
hyperemic CSDs, but decreased during spreading ischemia.
Since the duration of the CSD-induced ischemia was corre-
lated with the ECoG depression period, these results showed
that spreading ischemia limits the critical delivery of oxygen
that is necessary for recovery of cortical activity, resulting in
prolonged depressions. As for prolonged depression periods,
hypoxic PtiO2 responses to CSD occurred predominantly in
patients with delayed ischemic neurological deficits
5
.
IMPLICATIONS OF CSD FOR POTENTIAL
THERAPEUTIC TARGETS
In summary, when induced in a healthy brain, CSD induces a
regional increase in cerebral blood flow, which facilitates the
delivery of brain energy substrates needed to restore ionic gra-
dients and repolarize neurons
14, 35, 62
. In an injured brain, how-
ever, CSD can be associated with a reduction in cerebral blood
flow, which in the context of increased energy needs, acceler-
ates energy failure and tissue hypoxia, resulting in cortical le-
sions
33, 68, 70
. These observations suggest that the energy deficit
caused by CSD is a key factor in the pathogenesis of DCI ob-
served as a result of SAH
52
and place CSD as a potential target
for therapeutic intervention.
Two possible strategies to mitigate against CSD-induced dam-
age are to prevent the electrochemical wave of CSD itself,
and secondly, to prevent the inverse hemodynamic response
of spreading ischemia. N-Methyl-D-aspartic acid (NMDA)
receptor antagonists are effective in preventing the spread of
CSD through normally perfused tissue, but are less effective in
blocking depolarizations in hypoxic or ischemic tissue where
they cause the most damage
62
. Preventing CSD-induced va-
soconstriction may be a more effective approach, as several
therapies with promising clinical efficacy have shown positive
effects against CSD in animal studies. For instance, nimodip-
ine, an L-type calcium channel antagonist, prevents spreading
ischemia and thereby allows for more rapid repolarization of
cells after CSD
13, 15
. Similar results are obtained by by increas-
ing nitric oxide concentration
12, 18
. Physiologic therapies such
as hypertension-hypervolemia-hemodilution may also play a
role. Moderate volume expansion/hemodilution can reduce the
degree of CSD-induced hypoperfusion
15
, and hypotension not
only increases the risk of CSD
29
, but also prolongs depolariza-
tion by abrogating the physiologic hyperemic response
70
.
Many of these therapies have been tested or are used clini-
cally and have limitations due to systemic side effects and in-
consistent efficacy. Thus, the continued development of drugs
and therapies more specifically targeted to pathophysiologic
signaling pathways is necessary. A complementary approach,
however, is to apply therapies more selectively to those pa-
tients who would benefit. For instance, if a candidate therapys
principal mechanism of action is prevention of CSD, then only
those patients exhibiting CSD, or particularly severe patterns of
CSD, would be expected to benefit from treatment. By only in-
cluding such patients, the chances of obtaining positive results
in clinical trials would be improved. The discovery of CSD in
SAH carries the major advantage that it can be monitored in
real-time and graded in severity if it occurs and as it evolves,
thus providing a mechanism to select patients for treatments
and tailor the therapeutic intensity according to individual pa-
tient needs. Importantly, such clinical trials will be required
to determine ultimately whether CSD and spreading ischemia
play a causative role in DCI, or whether they are a reflection of
other, more primary pathologic processes.
CONCLUSION
Discovery of a novel patho-mechanism with a potential impact
on the development of DCI, independent from angiographic
arterial spasm, in itself constitutes a breakthrough in SAH
research and provides an impetus for new research avenues
that could explain current paradoxes in the pathophysiology
of SAH. Cortical spreading depolarizations can be monitored
continuously in real-time and may play a central role in the
development of DCI after SAH, either as a direct mechanism
or a common final pathway of antecedent events. The potential
of spreading depolarizations and spreading ischemia as thera-
peutic targets, and of ECoG monitoring to guide therapy, need
to be explored in depth in future clinical studies.
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 45-53, 2011
Andaluz N, Zuccarello M, Dreier JP, Hartings JA - The Role of Cortical Spreading Depolarizations in Delayed Cerebral Ischemia after
Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage
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CORRESPONDING AUTHOR
Norberto Andaluz, M.D.,
c/o Editorial Office, Department of Neurosurgery,
University of Cincinnati College of Medicine,
ML 0515, Cincinnati, OH, 45267-0515
phone 513-558-3902, fax 513-558-7702
e-mail: andalun@uc.edu
Original
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Dantas RN, Pereira CU - Impacto da hiperglicemia em pacientes vtimas de traumatismo cranioenceflico severo
54
Impacto da hiperglicemia em pacientes vtimas de traumatismo
cranioenceflico severo
Impact of hyperglycemia in patients with severe traumatic brain injury
Rafaela Nunes Dantas
1
Carlos Umberto Pereira
2
1. Mdica graduada pela Universidade Federal de Sergipe. Aracaju Sergipe.
2. Professor Doutor Adjunto do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe. Neurocirurgio do Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncias de Sergipe Joo
Alves Filho. Aracaju Sergipe.
SINOPSE
Introduo: Estudos randomizados sugerem que hiperglice-
mia est associada a pior desfecho em pacientes crticos, po-
rm seu impacto em vtimas de TCE no est claro. Objetivo:
Determinar a relao entre hiperglicemia e prognstico em
vtimas de TCE severo. Pacientes e Mtodos: Estudo prospec-
tivo com pacientes vtimas de TCE severo, estratificados em
dois grupos segundo a glicemia da admisso (<200mg/dL vs.
200mg/dL). O prognstico foi mensurado atravs da morta-
lidade, incidncia de infeco, tempos de hospitalizao, de
ventilao mecnica e em UTI. Resultados: Estudo envolven-
do 282 pacientes, com mdia de idades de 32 15 anos. O
gnero masculino foi predominante (92%). A principal causa
de TCE severo foi o acidente automobilstico (82%). Os pa-
cientes hiperglicmicos apresentaram maiores taxas de mor-
talidade (30% vs. 12%, p<0,001) e de infeco (67% vs. 25%,
p<0,001), maiores tempos de hospitalizao, de permanncia
em ventilao mecnica e em UTI. O grupo hiperglicmico
teve risco de mortalidade trs vezes maior quando ajustados
por idade e ndice de gravidade do trauma (ISS). Concluso:
Hiperglicemia precoce preditor independente de prognsti-
co em vtimas de TCE severo. So necessrios estudos para
determinar os nveis crticos de glicose srica que geram da-
nos e estabelecer metas de tratamento.
Palavras-chave: Traumatismo cranioenceflico severo, Hi-
perglicemia, Prognstico.
ABSTRACT
Introduction: Randomized studies suggest that hyperglyce-
mia is associated with poor outcome in critically ill patients,
but its impact in traumatic brain injury is unclear. Objective:
To determine the relationship between hyperglycemia and out-
come in severe traumatic brain injury. Patients and Methods:
A prospective study of severe traumatic brain injury patients,
stratified into two groups according to admission blood glu-
cose (<200 mg/dL vs. 200 mg/dL). Prognosis was measured
by mortality, incidence of infection, time of hospitalization,
mechanical ventilation and ICU. Results: A study involving
282 patients, mean age 32 15 years. Male gender was pre-
dominant (92%). The main cause of severe TBI was traffic
accident (82%). Hyperglycemic patients had higher mortality
rates (30% vs. 12%, p <0.001) and infection rates (67% vs.
25%, p <0.001), longer times of hospitalization, mechanical
ventilation and ICU stay. The hyperglycemic group had mor-
tality risk three times greater when adjusted for age and injury
severity score (ISS). Conclusion: Hyperglycemia is an early
predictor of prognosis in severe traumatic brain injury. Stud-
ies are needed to determine the critical levels of serum glucose
that cause damage and establish treatment goals.
Keywords: Traumatic brain injury severe, Hyperglycemia,
Outcome.
INTRODUO
Com a evoluo da humanidade evidencia-se aumento progres-
sivo de vtimas de traumas mecnicos, os quais determinam
crescimento das mortes violentas, atualmente classificadas
como principais causas de bito e seqelas na populao abai-
xo de 45 anos de idade
6,13,22,30,34,38-39
. Dentre os traumas me-
cnicos, o traumatismo cranioenceflico (TCE) o principal
determinante de morbimortalidade em politraumatizados e a
causa mais comum de bito em traumatismo fechado, sendo,
por isso, definido pela Organizao Mundial de Sade (OMS)
como um problema de sade pblica
30
.
O TCE severo, entendido como escore na escala de coma de
Glasgow (ECGl) entre trs e nove, ocorre mais comumente em
grupos etrios mais jovens e, como conseqncia, resulta em
perda da independncia e da produtividade em uma proporo
significativa de sobreviventes
58
. Nos Estados Unidos, estima-se
em torno de 50.000 bitos e 235.000 hospitalizaes por esta
patologia anualmente
1, 33,
e entre 11 e 12 milhes de europeus
sofrem incapacidades por esta grave doena. Ainda que sua in-
Recebido em novembro de 2010, aceito em dezembro de 2010
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 54-62, 2011
Dantas RN, Pereira CU - Impacto da hiperglicemia em pacientes vtimas de traumatismo cranioenceflico severo
55
cidncia varie com as diferentes reas geogrficas, estima-se
que aproximadamente 200 de cada 100.000 habitantes sofram
TCE. A idade de mximo risco situa-se entre 15 e 30 anos,
razo pela qual o TCE gera enormes perdas em anos potenciais
de vida. Estima-se que para cada 250-300 TCE leves haja 15-
20 moderados e 10-15 graves, o que leva a altos custos econ-
micos e sociais
5,42
.
Os fatores relacionados morbimortalidade no TCE esto li-
gados gravidade da leso primria e s leses secundrias.
Classicamente, os fatores responsveis por leses secundrias
so: hipotenso arterial, hipxia, hipertenso intracraniana e
convulses. Mais recentemente, a hiperglicemia tem sido as-
sociada a desfecho adverso em pacientes crticos e tem sido
apontada como preditor independente de mau prognstico neu-
rolgico
12,21,27,35,52,54,68,70-72
.
Hiperglicemia de estresse definida como uma elevao tarn-
sitria da glicose plasmtica acima de 200 mg / dL, e tem como
causa um aumento nos nveis de cortisol, glucagon e epine-
frina
20,26,62
. O aumento nas catecolaminas circulatrias causa
no apenas hipertenso intracraniana, resposta cardiovascular
hiperdinmica e aumento na demanda de oxignio cerebral,
mas tambm uma elevao nos nveis sricos de glicose. Esta
hiperglicemia representa uma resposta ao estresse, refletindo
a extenso do TCE
5,20,26,47,57,62
. Durante estados de estresse, h
um excesso de catecolaminas estimulando a glicogenlise e
aumentando os nveis de glicognio. Adicionalmente, h uma
diminuio da produo de insulina e resistncia perifrica
insulina. O resultado global um aumento da gliconeognese
via cortisol e glucagon, aumento da glicogenlise via epinefri-
na, e resistncia perifrica insulina via glucagon e epinefri-
na
17,36,43,47,53,55-56
.
A hiperglicemia aguda comum em doentes crticos com ou
sem diagnstico de diabetes mellitus (DM)
57
. Ela se encontra
associada a complicaes similares as do DM descontrolado,
incluindo um aumento na mortalidade, uma elevao no nme-
ro de complicaes infecciosas, e dificuldade na cicatrizao
de feridas
47,57
. A presena de glicose srica elevada tambm
impede as defesas normais do hospedeiro contra infeces e
prejudica a resposta inflamatria normal
47,53,55
.
.A estratgia de controle glicmico rgido, com insulinoterapia
endovenosa, tem demonstrado reduo de mortalidade em uni-
dades de terapia intensiva (UTI), sendo considerada, atualmen-
te, o padro-ouro em pacientes crticos36. A melhor maneira
de reduzir a morbimortalidade do trauma em pacientes vtimas
de TCE severo o controle glicmico intensivo
32,36,61
. Alguns
autores acreditam que controlar o nvel glicmico com insulina
endovenosa muito importante como fator prognstico, e in-
dicam como meta uma glicemia entre 80 e 110 mg/dL
15,36,63,65
.
Apesar de o TCE severo ser considerado um problema de sa-
de pblica e de uma elevao persistente da glicemia ter sido
notada nestes pacientes, ainda no est claro se a hiperglice-
mia simplesmente um marcador de gravidade da doena
8,46

ou se um preditor de prognstico independente da gravidade
do trauma
66,69
. Aliado a isto, foi percebido que, no hospital de
estudo, no h uma padronizao em relao ao monitoramen-
to e ao tratamento da hiperglicemia nestes pacientes. Portan-
to, este trabalho props avaliar o impacto da hiperglicemia no
prognstico de pacientes vtimas de TCE severo em hospital de
referncia de Sergipe.
PACIENTES E MTODOS
Estudo prospectivo, descritivo e observacional, com pacientes
de ambos os gneros, sem distino de idade, admitidos no se-
tor de trauma do hospital de referncia em Sergipe, no perodo
de julho de 2009 a agosto de 2010, apresentando quadro cl-
nico e radiolgico de TCE severo. O trabalho foi previamente
submetido e aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa en-
volvendo seres humanos da Universidade Federal de Sergipe
(CEP/uFS), n CAAE 1069.0000.107.09. Foram excludos
do estudo: pacientes que no resistiram ao atendimento nas pri-
meiras 24 horas, pacientes com histria prvia de DM, a fim
de minimizar a sobreposio e a confuso entre hiperglicemia
aguda de estresse e hiperglicemia diabtica, e aqueles com da-
dos subnotificados no pronturio mdico.
Foram analisadas, atravs de um formulrio previamente ela-
borado, as seguintes variveis: idade (em anos), gnero (mas-
culino e feminino), causas do TCE, escore na ECGl no mo-
mento da admisso, exames de neuroimagem, concentrao de
glicose sangunea na admisso e prognstico.
Os pacientes foram estratificados pelo nvel de glicose srica
na admisso em dois grupos (< 200 mg/dl versus 200 mg/dl). A
presena de infeco foi avaliada atravs de exame clnico, do-
sagem de protena C-reativa, radiografias de trax, sumrio de
urina e urocultura, culturas sangunea e de ponta de cateteres.
A relao entre hiperglicemia e desfecho clnico foi analisada
pela presena de infeco, pelos tempos de permanncia hospi-
talar, em ventilao mecnica e na unidade de terapia intensiva
e pela taxa de mortalidade.
A anlise estatstica foi realizada com o software SPSS como
banco de dados. As variveis dicotmicas foram comparadas
usando o Teste do Qui-quadrado (X2) ou o Teste exato de Fi-
sher, e as variveis contnuas, o Teste t de Student. Modelos de
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Dantas RN, Pereira CU - Impacto da hiperglicemia em pacientes vtimas de traumatismo cranioenceflico severo
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regresso linear mltipla foram usados para avaliar a concen-
trao srica de glicose como preditor individual de progns-
tico em relao a outros fatores de risco potenciais como ida-
de, ndice de gravidade do trauma (ISS) e dias em ventilao
mecnica. So considerados significantes os resultados obtidos
quando p 0,05.
RESULTADOS
O estudo contou com 282 pacientes com idades entre quatro
e oitenta e cinco anos, e uma mdia de 32 15 anos, no ha-
vendo diferena significativa entre os dois grupos de estudo
(Tabela 1). O intervalo de idades mais frequente concentrou-se
entre 21 e 30 anos (38%). O gnero masculino (130 pacientes;
92%) predominou sobre o feminino (11 pacientes; 8%).
A principal causa de TCE severo foi o acidente de trnsito
(231 casos, 82%). Destes, 73% (169 pacientes) foram vtimas
de acidente automobilstico e 27% (62 pacientes), de atropela-
mento. Outras causas de TCE severo foram queda de altura, fe-
rimento por arma de fogo e agresso fsica (Fig. 1). Em relao
ao escore na ECGl no momento da admisso, o escore sete foi
o mais frequente (88 casos; 31%), seguido do escore trs (68
casos; 24%) e do oito (62 casos; 22%) (Fig. 2).
Figura 1 Causas de traumatismo cranioenceflico severo (FAF: ferimento por
arma de fogo).
Figura 2 Escore na escala de coma de Glasgow da admisso de pacientes
vtimas de traumatismo cranioenceflico severo.
Alm de serem vtimas de TCE, 190 pacientes (67%) sofre-
ram politraumatismo. Dos traumas associados ao TCE, o mais
frequente foi o traumatismo de extremidades (114 pacientes;
40%), seguido do trauma facial (84 pacientes; 30%) e do tor-
cico (42 pacientes; 15%) (Fig. 3).
Figura 3 Traumas associados ao traumatismo cranioenceflico severo (TRM:
trauma raquimedular).
Em um total de 146 pacientes (52%) foi diagnosticada infec-
o. Infeces respiratrias foram as mais comuns (58 pacien-
tes; 40%), seguidas por infeces geniturinrias (40 pacientes;
27%), de pele/ferida operatria (18 pacientes; 12%), gastroin-
testinais (18 pacientes; 12%) e sanguneas (12 pacientes; 8%)
(Fig. 4). Pacientes com hiperglicemia apresentaram uma taxa
de infeco significativamente maior (67% versus 25%; p <
0,001) (Tabela 1). Quando avaliado pelo ndice de infeco do
local especfico, o grupo hiperglicmico apresentou uma taxa
significativamente maior de infeces em todos os stios estu-
dados (Tabela 2).
Original
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Dantas RN, Pereira CU - Impacto da hiperglicemia em pacientes vtimas de traumatismo cranioenceflico severo
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Figura 4 Stios de infeco em vtimas de traumatismo cranioenceflico severo
(FO: ferida operatria).
Tabela 1 Variveis demogrficas e prognsticas estratificadas pelo nvel
de glicose srica.
Glicose <
200mg/dl
N=105
Glicose >
200mg/dl
N=36
p
Idade 32 13 35 15 NS
ISS 21 7 23 8 NS
Infeco 25% 67% < 0,001
Dias em VM 10 8 14 9 0,01
Dias em UTI 11 9 14 10 0,02
Dias de internamento 15 8 18 9 0,004
Mortalidade 13/105 (12%) 11/36 (30%) < 0,001
p: ndice de significncia; NS: no significante; ISS: ndice de gravidade do
trauma; VM: ventilao mecnica; UTI: unidade de terapia intensiva.
Tabela 2 Taxas de infeco de acordo com o stio especfico.
Stio Glicose srica
< 200mg/dl
Glicose srica
> 200mg/dl
p
Respiratrio 11 (10%) 9 (25%) 0,002
Geniturinrio 7 (7%) 6 (17%) 0,005
Pele/FO 3 (3%) 3 (8%) 0,04
Gastrintestinal 3 (3%) 3 (8%) 0,04
Sanguneo 2 (2%) 3 (8%) 0,01
p: ndice de significncia; FO: ferida operatria.
Em relao ao prognstico, o grupo hiperglicmico apresen-
tou um nmero significativamente maior de dias em ventilao
mecnica e de internao, e de mortalidade quando examina-
dos por anlise univariada (Tabela 1). Quando analisados por
regresso linear multivariada, os pacientes hiperglicmicos
mostraram um risco significativamente maior de infeco, de
maior permanncia hospitalar e em UTI, e aumento no nmero
de dias em ventilao mecnica. Alm disso, esses pacientes
tiveram trs vezes mais risco de mortalidade ajustados pela
idade e pelo ISS (Tabela 3).
Tabela 3 Anlise por regresso linear multivariada avaliando o risco rela-
tivo de pacientes com hiperglicemia na admisso e prognstico controlados
por idade e nvel glicmico.
Variveis Risco relativo p IC
Tempo de hospitalizao 6,0 0,008 1,6 7,5
Tempo em UTI 5,6 0,03 1,4 8,0
Tempo em VM 4,5 0,01 1,3 6,5
Infeco 4,0 < 0,001 1,5 5,5
Mortalidade 3,0 < 0,001 1,6 3,5
p: ndice de significncia; IC: ndice de confiana; UTI: unidade de terapia
intensiva; VM: ventilao mecnica.
Dentre os exames complementares realizados, a tomografia
computadorizada (TC) foi o exame de escolha nas vtimas de
TCE severo. De um total de 440 solicitaes de exames de
imagem, 300 (68%) foram de TC. Destas, 94% (282 casos) fo-
ram de TC de crnio e 6% (18 casos), de TC de coluna cervical.
Todos os pacientes foram submetidos TC de crnio, sendo
que 100% das tomografias demonstraram alteraes. Foram
11 diferentes alteraes apresentadas, das quais a hemorragia
subaracnidea foi a mais frequente (94 casos; 31%) (Fig. 5).
Figura 5 Alteraes encontradas na tomografia computadorizada de crnio de
pacientes com traumatismo cranioenceflico severo (HED: hemorragia extradural;
HSA: hemorragia subaracnidea; LAD: leso axonal difusa).
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DISCUSSO
O TCE severo uma importante causa de mortalidade e inca-
pacidades em todo o mundo e a causa mais comum de morte
em traumatismo fechado
1,33
. Atualmente, os traumas mecni-
cos so a quarta causa de morte nos Estados Unidos e a princi-
pal causa de bito entre um e 45 anos, sendo o TCE respons-
vel por cerca de 40% destes bitos
25
, e pela maioria das mortes
precoces em traumatizados graves
4
. O estudo de Langlois
29

revelou a importncia do tema e o impacto no planejamento
das aes de sade. Cerca de 1,5 milhes de TCE ocorrem anu-
almente nos EUA e os gastos diretos e indiretos com o TCE
chegam a 56 bilhes de dlares por ano.
Em relao ao perfil epidemiolgico das vtimas de TCE se-
vero, nosso estudo mostrou que ele acomete todas as faixas
etrias, sendo os homens jovens o grupo mais exposto ao risco,
com a mdia de idades de 32 15 anos e uma prevalncia
de 92% do gnero masculino. O predomnio de adultos jovens
do gnero masculino como vtimas de TCE corroborado por
diversos autores
7,25-26,39,49,57,
porm sem deixar de mencionar ou-
tros dois importantes picos de incidncia quanto faixa etria,
que so aqueles com mais de 60 anos de idade e vtimas na
primeira dcada de vida
16,24-25
.
Em relao etiologia, o acidente de trnsito (incluindo os aci-
dentes motociclsticos, automobilsticos e atropelamentos) foi a
principal causa de TCE severo, seguido da queda de altura, fato
confirmado por grande parte dos estudos envolvendo este tema
7,25,39
. Alm destas etiologias, autores enfatizam a importncia da
violncia urbana e agresses fsicas como causas crescentes de
trauma mecnico em grandes metrpoles
16,24-25
.
Pacientes crticos so frequentemente encontrados com hiper-
glicemia, e h evidncias que a hiperglicemia pode acarretar
pior desfecho
36
. Nossos resultados mostraram que a hipergli-
cemia da admisso, definida como glicose plasmtica > 200
mg/dL, est associada a maiores morbidade e mortalidade em
vtimas de TCE severo. Pacientes com hiperglicemia tiveram
uma taxa de infeco significativamente maior (67% versus
25%; p<0,001) quando comparados ao grupo normoglicmico,
sendo as infeces respiratrias as mais comuns. Em estudos
anteriores
26,57,71,
tambm foram descritos maiores ndices de in-
feco no grupo hiperglicmico, e a pneumonia foi tambm a
infeco mais comum
57,71
. Alm de maior morbidade infeccio-
sa, nossos pacientes com glicose srica > 200 mg/dl apresen-
taram um risco de mortalidade trs vezes superior e maiores
tempos de internao, de permanncia em UTI e em ventilao
mecnica. Estudos prvios em vtimas de TCE correlaciona-
ram o nvel srico de glicose com a taxa de mortalidade. Um
estudo observacional de 338 pacientes com TCE mostrou uma
relao linear entre a hiperglicemia que ocorre nas primeiras
24 horas aps o trauma e mortalidade
68
. Um outro estudo com
267 pacientes vtimas de TCE moderado, acompanhados por
um perodo de quatro anos, demonstrou pior prognstico para
aqueles com nveis mais elevados de glicose srica
52
. Os au-
tores tambm concluram que a hiperglicemia precoce foi um
componente freqente da resposta ao estresse aos traumas cra-
nianos, um importante indicador de sua gravidade, e um indi-
cador confivel de desfecho.
Hiperglicemia induzida por estresse tambm um problema
significativo em pacientes vtimas de trauma geral
28,37
. A hi-
perglicemia est associada com excesso de mortalidade, como
demonstrado por vrios investigadores anteriores. Perturba-
es no controle da glicose esto associadas com um aumento
da mortalidade e pior recuperao neurolgica aps o AVC,
independentemente de o paciente ser diabtico ou no
9
. Esta
mesma relao vale para pacientes com TCE severo, mais uma
vez demonstrando pior desfecho neurolgico e maior morta-
lidade
52
. Em pacientes hospitalizados aps infarto agudo do
miocrdio, a hiperglicemia est associada com maior morta-
lidade e desenvolvimento de choque cardiognico e insufici-
ncia cardaca congestiva
10
. Gore et al., estudando pacientes
queimados, demonstraram associaes entre hiperglicemia e
as taxas de infeco, reduo de enxerto de pele e aumento
da mortalidade
19
. Mowlavi e colaboradores fizeram concluses
semelhantes
44
. A hiperglicemia neste caso est associada a uma
resposta deprimida infeco invasiva, com uma reduo na
quimiotaxia de neutrfilos, aderncia ao endotlio vascular, fa-
gocitose e imunidade mediada por clulas
51
.
Golden e colaboradores relataram, recentemente, que hipergli-
cemia ps-operatria (nvel de glicose 200 mg / dL) foi asso-
ciada a um maior risco de infeco em pacientes submetidos
cirurgia coronariana
18
. Da mesma forma, zerr et al. concluram
que a incidncia de infeces de ferida operatria diminuiu
significativamente quando um protocolo para manter os nveis
de glicose abaixo de 200 mg / dL foi institudo no ps-ope-
ratrio
73
. Em uma coorte prospectiva de 1.000 pacientes car-
diotorcicos, a hiperglicemia ps-operatria foi associada com
maior risco de infeces de stio cirrgico, isto incluindo pa-
cientes diabticos e no diabticos
31
. Alm disso, Pomposelli e
colaboradores concluram que os pacientes que estavam hiper-
glicmicos no primeiro dia ps-operatrio tiveram 2,7 vezes
maior taxa de infeco em pacientes de cirurgia cardiovascular
e abdominal
50
.
Mais recentemente, Yendamuri e colaboradores avaliaram 738
pacientes de um centro de trauma geral em um estudo retros-
pectivo
71
. Pacientes com hiperglicemia (glicemia 200 mg/dL)
apresentaram morbidade infecciosa significativamente maior,
como demonstrado por pneumonia, infeces do trato urinrio,
infeces de feridas e bacteremia. Alm disso, o grupo hiper-
glicmico permaneceu por mais tempo em UTI e apresentou
taxa de mortalidade maior.
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Os mecanismos celulares pelos quais a normoglicemia benefi-
cia o organismo ainda necessitam de melhor elucidao. Uma
corrente terica relata a habilidade da insulina em inibir o fa-
tor de necrose tumoral e, possivelmente, outras citocinas que
modificam as propriedades dos receptores da insulina
2,14,59
. Ci-
tocinas, como a interleucina-6, tm sido associadas a maiores
nveis de norepinefrina e glucagon, alteraes na utilizao do
substrato energtico e hipermetabolismo
48
. Ao bloquear a pro-
duo de citocinas, a insulina pode moderar a resposta fisiol-
gica ao estresse
40,60
. No est claro se o estado de diminuio
da produo de citocinas, em vez do estado de normoglicemia,
a base deste processo. Outros sustentam que o estado de hi-
perglicemia em si pode contribuir para a morbidade e mortali-
dade, criando um ambiente txico celular, causando distrbios
eletrolticos e depresso da funo imune
3,41
.
O controle glicmico estrito tornou-se, ento, o padro-ouro
em pacientes crticos em todo o mundo, como foi demonstrado
em estudos randomizados e ensaios controlados para reduzir
mortalidade
64
. Apesar de os dados mostrarem que o controle
rigoroso melhora o prognstico, continua a ser debatido sobre
sua aplicao em todas as populaes de pacientes. Tem sido
sugerido que hiperglicemia em pacientes com anormalidades
intracranianas simplesmente um marcador de gravidade da
doena
8,46,
enquanto outros sugerem que a hiperglicemia in-
fluencia o prognstico independente da gravidade
66,69
.
Dada a importncia dos dados, a questo crtica : o controle
inicial rpido da hiperglicemia causaria impacto no prognsti-
co de pacientes com trauma? Um estudo que avaliou os efeitos
da hiperglicemia ps-traumtica sobre o volume de contuso
e acmulo de neutrfilos aps leso traumtica moderada em
ratos indicou que a hiperglicemia aguda agrava o desfecho his-
topatolgico e aumenta o acmulo de leuccitos polimorfonu-
cleares
23
. Os autores deste estudo, portanto, concluram que a
hiperglicemia aguda ps-traumtica pode piorar o prognstico,
aumentando os processos de leso secundria, incluindo a in-
flamao. Outro estudo com animais envolvendo infuso de
glicose versus infuso de soro fisiolgico aps a leso de im-
pacto cortical controlada revelou um aumento significativo na
taxa de mortalidade de 0% para 55%, com aumento adicional
no volume contusional e perda neuronal no grupo que recebeu
infuso de glicose
11
.
Para abordar a questo se o esquema de insulinoterapia para o
controle rgido da glicemia causa impacto sobre morbidade e
mortalidade, van den Berghe e colaboradores realizaram um
estudo prospectivo randomizado envolvendo 1.548 pacientes
adultos internados em UTI cirrgica que foram colocados em
ventilao mecnica
64
. O estudo consistiu de uma populao
heterognea de pacientes cirrgicos. No grupo de tratamento
intensivo, uma infuso de insulina foi iniciada quando o nvel
de glicose sangunea ultrapassou 110 mg/dL. O controle in-
tensivo da glicose mostrou reduzir a incidncia de septicemia
em 46% e a mortalidade em 32% (p < 0,04). Entretanto, houve
apenas um pequeno nmero de pacientes vtimas de trauma na
coorte em estudo.
H preocupao em relao aos eventos hipoglicmicos com
o aumento da prevalncia do controle glicmico rgido (80-
110 mg/dl) em UTI. Essa preocupao tem sido um dos fato-
res limitantes adoo universal dos protocolos de glicemia.
Usando tcnicas de microdilise, Vespa et al documentaram
hipoglicemia intracerebral relativa, apesar da euglicemia sist-
mica
45,67
. Este e outros trabalhos que documentam mau prog-
nstico em pacientes com traumatismo craniano com eventos
hipoglicmicos tm levantado a questo da segurana na apli-
cao do controle glicmico rgido na populao com TCE. A
maioria dos estudos tm-se centrado na manuteno da eugli-
cemia em uma variedade de anormalidades intracranianas, no
apenas na populao com TCE.
CONCLUSES
Foi investigada a utilidade da glicemia srica de admisso como
uma varivel de prognstico e sua relao com a evoluo do pa-
ciente e complicaes infecciosas em pacientes com TCE seve-
ro. Este estudo demonstrou que hiperglicemia precoce (glicose
plasmtica > 200 mg/dL nas primeiras 24 horas) um fator in-
dependente de prognstico em vtimas de TCE severo, associan-
do-se a maiores taxas de infeco e de mortalidade, e maiores
tempos de permanncia hospitalar, em ventilao mecnica e em
UTI, independente da idade e da gravidade do trauma.
Nossos resultados sugerem a necessidade de estudos randomi-
zados para determinar os nveis crticos (limiar) da concentra-
o srica de glicose que geram danos, alm da necessidade
de um ensaio clnico prospectivo a fim de investigar e estabe-
lecer as metas de insulinoterapia adequada a estes pacientes.
Enquanto isso, a intensidade do controle da glicose deve ser
cuidadosamente examinada individualmente e pode no ser to
rgida como sugerido por alguns investigadores anteriores.
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Original
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AUTOR CORRESPONDENTE
Rafaela Nunes Dantas
Rua Acre, 33
Siqueira Campos. CEP: 49075-020
Aracaju Sergipe - Brasil
E-mail: rafiinha_nunes@hotmail.com
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 63-65, 2011
Aguiar PHP, Barreto IBM, Costa IL, Joseph M, Neves MF, Simm RF, Maldaun MVC, Paiva BLC, Panagopoulos AT, Melgar M - Apnia do sono associada a
obesidade. Alguma influncia na formao dos aneurismas cerebrais?
63
Apnia do sono associada a obesidade. Alguma influncia na
formao dos aneurismas cerebrais?
May sleep apnea associated with obesity play a role in brain aneurysm growth?
Paulo Henrique Pires de Aguiar
1
Icaro de Barros Miranda Barreto
2
Isis Lozzi da Costa
1
Murilo Joseph
1
Maick Fernandes Neves
2
Renata Faria Simm
2
Marcos Vinicius Calfat Maldaun
1
Bernardo Lembo Conde de Paiva
2
Alexandros Theodoros Panagopoulos
1
Miguel Melgar
3
1. Diviso de Neurocirurgia do Hospital Santa Paula, Brasil
2. Diviso de Neurologia e Unidade de Terapia Intensiva Neurolgica do Hospital Santa Paula, Brasil.
3. Departmento de Neurocirurgia da Universidade Tulane, Nova Orleans, Estados Unidos
SINOPSE
Os autores selecionaram um grupo de pacientes com apnia
do sono e aneurismas cerebrais e procuraram correlacionar
com casos de sobrepeso e obesidade, encontrando 80% de
pacientes com obesidade do sexo feminino, com idades entre
49 e 72 anos (mdia de 60,6 anos), todas submetidas a gastro-
plastia prvia, e tendo sido submetidas a repetidos regimes
para emagrecer , com 60% de aneurismas rotos, todos Hunt-
Hess entre III e V e Fisher 4 .. Aqueles com sobrepeso, idade
entre 53 e 70 anos ( mdia 60,5 anos), 50% tabagistas, 75%
com aneurismas rotos, com gradao Hunt-Hess 3.3 em m-
dia, e Fisher de 3.3 em mdia. Concluir sobre a correlao
muito incipiente e mais estudos devem ser feitos neste sentido.
Palavras-chave: Obesidade, aneurisma cerebral, hemorra-
gia menngea, apnia do sono, hipertenso arterial.
ABSTRACT
The authors have selected a group of patients with sleep ap-
nea and brain aneurysms and sought to correlate with cases of
overweight and obesity. They have found a high incidence of
bleeding among those patients in both groups of obesity, most
of them at computed tomography with Fisher score of III to IV,
in patients with ruptured aneurysms (60% of rupture in severe
obesity and 75% in overweight), and clinical status of Fisher IV
in obese patients and 3.3 in overweighed patients. Beyond any
doubts, further studies should be accomplished to establish a
strong correlation between associated obesity and sleep apnea
and the patophysiology of brain aneurysms.
Keywords: Obesity, brain aneurysms, subarachnoid hemor-
rhage, sleep apnea, arterial hypertension.
INTRODUO
Apesar das conseqncias catastrficas da ruptura dos aneu-
rismas cerebrais, muito pouco compreendido sobre sua fi-
siopatologia, e no h marcadores preditivos confiveis para
identificar indivduos em risco. Alguns estudos apontaram
bases moleculares fisiopatolgicas e possveis mecanismos de
formao, crescimento e ruptura. A patognese e ruptura dos
aneurismas cerebrais esto associadas a processos inflamat-
rios, que esto implicados no desgaste e quebra da matriz ex-
tracelular da parede dos vasos cerebrais. Alm disso, o colapso
repetitivo das vias areas superiores durante a apnia obstrutiva
do sono expe o crebro a episdios freqentes e transitrios
de hipxia. A perda da reatividade cerebrovascular durante o
sono, em particular nos pacientes com apnia obstrutiva do
sono, significa que mecanismos fisiolgicos compensatrios
podem no garantir um nvel adequado de oxigenao cere-
bral, um fator que tambm pode contribuir para a formao e
ruptura dos aneurismas cerebrais. Pacientes com apnia obs-
trutiva do sono freqentemente esto acima do peso ideal (n-
dice de massa corprea IMC > 25), fator tambm associado
hipertenso arterial, por sobrecarga ventricular e aumento da
resistncia perifrica, como elementos preponderantes no dano
vascular sistmico.
Recebido em outubro de 2010, aceito em dezembro de 2010
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 63-65, 2011
Aguiar PHP, Barreto IBM, Costa IL, Joseph M, Neves MF, Simm RF, Maldaun MVC, Paiva BLC, Panagopoulos AT, Melgar M - Apnia do sono associada a
obesidade. Alguma influncia na formao dos aneurismas cerebrais?
64
MATERIAIS E MTODOS
Reviso de pronturio comum e eletrnico, utilizando o siste-
ma TASY, de pacientes portadores de aneurisma cerebral tra-
tados no Hospital Santa Paula, em sua maioria, obesos e com
apnia obstrutiva do sono, no perodo de 2003 a 2011.
RESULTADOS
Em nossa casustica, constam 32 pacientes, com aneurismas ce-
rebrais, tratados cirurgicamente de Janeiro de 2003 a Janeiro de
2011, 7 homens e 25 mulheres, com faixa etria entre 47 e 80
anos (mdia 61,8 e desvio mdio 7,62), sendo 13 com mais de
um aneurisma, nas seguintes topografias: 13 de artria cerebral
mdia, 11 de artria comunicante anterior, 7 de artria comuni-
cante anterior, 8 de artria oftlmica, 4 de artria basilar, 2 de
artria lenticular, 3 de bifurcao de artria cartida, 3 de artria
pericalosa ( total de 51 aneurismas, todos abordados na admis-
so); 17 deles eram rotos na admisso. Nos casos dos aneuris-
mas rotos, a escala de Hunt-Hess na admisso variou de 1 a 5
(mdia de 1.68) e escala de Fisher de 2 a 4 (mdia de 1.75).
Todos os 32 pacientes sofriam de apnia obstrutiva do sono,
sendo 8 deles hipertensos, 3 portadores de diabetes, 23 com
peso adequado, 4 com sobrepeso e 5 com obesidade. Onze pa-
cientes eram tabagistas. Entre os pacientes obesos, 80% eram
do sexo feminino, 100% com apenas 1 aneurisma, com idade
entre 49 e 72 anos (mdia 60,6), 20% eram tabagistas, 80%
hipertensos, 20% eram diabticos, 60% com aneurismas rotos,
dos quais o Hunt-Hess variou de 3 a 5 (mdia 4,0) e o escore
de Fisher foi 4 em todos os casos. Entre os pacientes com
sobrepeso, IMC>25 <40 , 50% eram do sexo masculino, 100%
com apenas 1 aneurisma, com idade entre 53 e 70 anos (mdia
60,5), 50% tabagistas, nenhum diabtico, 50% hipertensos,
75% com aneurismas rotos, dos quais o Hunt-Hess variou de 2
a 5 (mdia 3,3) e o Fisher, de 2 a 4 (mdia 3,3).
As figuras 1 I mostra um exemplo de paciente de 47 anos ,com
obesidade mrbida, com apnia do sono e hipertenso arterial
mal controlada, ps gastroplastia, ainda com sobrepeso, que
sofreu a ruptura de uma aneurisma de artria comunicante an-
terior. Aps 3 meses e 15 dias, recuperou-se completamente e
retornou sua atividade profissional.
Figura 1- Paciente de 49 anos sexo feminino, de origem nipo-brasileira, desenhista
de jias, hipertensa arterial, com apnia do sono. Um ano antes, submetida a
gastroplastia, mas ainda com sobrepeso, , chega ao pronto socorro em Glasgow
10 aps quadro de desmaio precedido por cefalia sbita .
A- angiotomografia 3-D mostra aneurisma sacular de artria comunicante anterior,
com fundo voltado para baixo e lateralmente ( incidencias em AP ( A ) e perfil ( B ).
C- Tomografia de crnio( TC ) na admisso do pronto socorro mostra hemorragia
cisternal grau IV . D- Paciente na UTI em Glasgow 10, alternava agitao psicomo-
tora com sonolncia, com dor de cabea intensa, E- TC ps operatria mostra o
clipe na regio arterial explorada, com retirada dos cogulos das cisternas.
F- Paciente recuperada aps 2 meses de UTI e mais 45 dias de internao G- Cra-
niotomia pterional mostra crebro avermelhado pela hemorragia subaracnoidia H-
Aps disseco microcirrgica, o aneurisma exposto, fundo e colo dissecados,
possibilitando a clipagem I- Clipagem do aneurisma, sem colo residual.
Original
J Bras Neurocirurg 22 (1): 63-65, 2011
Aguiar PHP, Barreto IBM, Costa IL, Joseph M, Neves MF, Simm RF, Maldaun MVC, Paiva BLC, Panagopoulos AT, Melgar M - Apnia do sono associada a
obesidade. Alguma influncia na formao dos aneurismas cerebrais?
65
DISCUSSO
O estresse do fluxo pulstil arterial sobre uma bifurcao com
rea de fraqueza da tnica mdia arterial, de etiologia congni-
ta, pode levar ao aumento e abaulamento da parede arterial nes-
ta rea de bifurcao, como ocorre na bifurcao de cartida e
na bifurcao da artria basilar, levando a aneurismas destas
localizaes . Este estresse arterial pulstil muito maior na
populao com hipertenso arterial do que nos pacientes com
controle medicamentoso ou sem hipertenso arterial
8
.
Dos 32 pacientes com aneurismas operados que apresentavam
apnia do sono, 9 eram portadores de IMC>25, e 80 % eram
hipertensos arteriais, mostrando que de alguma forma o estres-
se hemodinmico possa ser inferido nesta populao particular.
O estresse hemodinmico tem sido comprovado experimental-
mente, associado a processo inflamatrio peri-arterial
1
Obesidade e diabete mellitus so doenas frequentes na po-
pulao de diferentes etnias e podem causar consequencias
letais nos sistemas cardiovascular e respiratrio, como apnia
do sono e tromboembolismo, devido ao sedentarismo e insufi-
cincia venosa de membros inferiores .
A obesidade, principalmente abdominal, pode aumentar a vis-
cosidade sanguinea, e pode estar associada hiperhomocistei-
nemia em pacientes oriundos do mediterrneo, aumentando
o risco de acidente vascular cerebral. Muitos pacientes com
apneia do sono tem obesidade abdominal , bem como a sndro-
me metablica que podem manter nveis elevados de glicemia
sangunea, colesterol e hipertenso arterial
2,9,10,11
conhecida na literatura a relao entre hipertenso arterial,
nveis altos de colesterol , diabete mellitus e acidente vascular
cerebral, assim como estas trs co-morbidades esto associa-
das geralmente obesidade
4,5,6
.
O colapso repetitivo das vias areas superiores durante a ap-
nia obstrutiva do sono expe o crebro a episdios freqentes
e transitrios de hipxia e hipertenso arterial
3
. A perda da rea-
tividade cerebrovascular durante o sono, em particular nos pa-
cientes com apnia obstrutiva do sono, significa que mecanis-
mos fisiolgicos compensatrios podem no garantir um nvel
adequado de oxigenao cerebral, um fator que tambm pode
contribuir para a formao e ruptura dos aneurismas cerebrais
7
.
CONCLUSO
A apnia do sono em pacientes obesos pode ser um fator pre-
ditivo de formao de aneurismas cerebrais, sendo necessrios
mais estudos para avaliar tal correlao.
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AUTOR CORRESPONDENTE
Paulo Henrique Pires de Aguiar
Rua David Ben Gurion, 1077, Apto 11/12,
Jardim Mont Khemel, Morumbi,
So Paulo, Brasil. CEP - 05634-001.
phpaneurocir@gmail.com
Reviso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 66-71, 2011
Silva MCC, Figueiredo EG, Correa C, Cabrera HN, Schimdt M, Teixeira MJ - Papel do citomegalovrus humano (HCMV) na oncomodulao de tumores cerebrais
66
Papel do citomegalovrus humano (HCMV) na oncomodulao de
tumores cerebrais
The role of the human citomegalovirus in the oncomodulation of brain tumors
Maria Cristina Carlan da Silva
1
Eberval Gadelha Figueiredo
2
Clemar Correa
3
Hector N. Cabrera
4
Matheus Schimdt
5
Manoel J. Teixeira
6
1. Professora. Universidade Federal do ABC-UFABC, Centro de Cincias Naturais e Humanas, Santo Andr-SP
2. Professor Livre-Docente. Disciplina de Neurocirurgia Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo. Supervisor Diviso de Clnica Neurocirrgica. Hospital das Clnicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo
3. Mdico-Assistente. Diviso de Clnica Neurocirrgica. Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo
4. Diretor. Diviso de Neurocirurgia Funcional Instituto de Psiquiatria. Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo
5. Mdico-Preceptor. Diviso de Clnica Neurocirrgica. Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo
6. Professor- Titular. Disciplina de Neurocirurgia Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo. Diretor Diviso de Clnica Neurocirrgica. Hospital das Clnicas da Faculda-
de de Medicina da Universidade de So Paulo
SINOPSE
O citomegalovrus Humano (HCMV) um agente viral que
acomete indivduos imunocomprometidos e recm nascidos,
causando uma variedade de doenas graves e podendo levar
ao bito. Recentes evidncias indicam que o HCMV est en-
volvido no processo de progresso tumoral. Estudos demons-
traram que o DNA viral e protenas virais esto presentes em
diferentes tipos de cncer; protenas virais so capazes de in-
terferir com a progresso do ciclo celular, apoptose e ativao
do sistema imune e h indicaes de que a infeco de clulas
tumorais pelo HCMV aumenta a malignidade das mesmas.
Estas descobertas levaram criao do termo oncomodula-
o, definido como a habilidade do vrus em promover um
processo tumoral. Os estudos do papel do HCMV no processo
de malignidade de tumores esto avanando enormemente e
um melhor entendimento do fenmeno de oncomodulao
essencial para elucidao da participao do HCMV na pro-
gresso de tumores e para determinao de protenas virais
que podem ser alvo teraputico em certos tipos de cnceres.
Esta reviso discute os mecanismos envolvidos na oncogne-
se e oncomodulao de gliomas malignos promovidas pelo
HCMV.
Palavras-chave: citomegalovrus humano, gliomas, oncog-
nese, oncomodulao
ABSTRACT
Human cytomegalovirus (HCMV) is an important viral patho-
gen that causes a variety of diseases in imunocompromised
individuals and newborns that can culminate in death. Recent
evidences indicate that HCMV is involved in tumor progres-
sion. Studies demonstrated that the viral DNA and proteins are
present in many types of cancer tissues; viral proteins are able
to interfere with cell cycle, apoptosis and the immune system.
In addition, there are indications that the infection of tumor
cells by HCMV increases their malignity. These evidences led
to the creation of the term oncomodulation, defined as the abil-
ity of the virus to promote tumor progression. The studies of
the HCMV role in the process of tumor malignity are rapidly
advancing and a better understanding of the oncomodulation
phenomenon is essential to clarify the participation of HCMV
in malignancy and for the determination of specific viral pro-
teins that can be therapeutic targets in certain tumor types. This
review discusses the mechanisms of tumor progression and on-
comodulation promoted by HCMV in malignant gliomas.
Keywords: Human cytomegalovirus, gliomas, oncomodulation.
INTRODUO
O citomegalovrus humano (HCMV), tambm conhecido como
herpesvrus humano-5 (HHV-5), pertence famlia Herpesvi-
ridae, sub-famlia que formada por HCMV, HHV-6 e HHV-7
40. Em pases desenvolvidos, o nmero de indivduos infecta-
dos pelo HCMV varia de 40 a 60%, enquanto que em pases
em desenvolvimento a sua prevalncia pode chegar at 90%
44
.
A infeco primria geralmente ocorre na infncia e se carac-
teriza por uma fase aguda de replicao, onde ocorre intensa
reproduo viral em vrios tipos celulares tais como clulas
epiteliais, endoteliais e musculares. Esta fase seguida por ou-
tra de persistncia, na qual o vrus se replica lentamente devido
Recebido em novembro de 2010, aceito em dezembro de 2010
Reviso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 66-71, 2011
Silva MCC, Figueiredo EG, Correa C, Cabrera HN, Schimdt M, Teixeira MJ - Papel do citomegalovrus humano (HCMV) na oncomodulao de tumores cerebrais
67
ativao do sistema imune e ao controle da replicao viral.
Durante a fase de persistncia, o vrus se reproduz em clulas
das glndulas salivares e do rim e consequentemente excreta-
do esporadicamente na saliva e na urina
40
.
Como qualquer outro herpesvrus, o HCMV fica em estado de
latncia por toda a vida dos indivduos infectados e este estado
caracterizado pela presena do DNA viral em clulas infecta-
das e pela ausncia de replicao viral. No entanto, reativao
da replicao pode ocorrer em decorrncia de estmulos como
cancer e imunodeficincias
30
.
Em indivduos imunocompetentes, a infeco geralmen-
te assintomtica, devido a um equilbrio estabelecido entre
o sistema imune do indivduo infectado e a replicao viral.
No entanto, em indivduos nos quais o sistema imune no est
completamente desenvolvido ou naqueles imunocomprometi-
dos, o vrus pode causar doenas graves. Em pacientes trans-
plantados, o HCMV um dos principais agentes responsveis
por morte, especialmente em recipientes de rgos slidos
45
e
em indivduos com Sndrome da Imunodeficincia Adquirida
(AIDS). Apesar de a Terapia Antiretroviral Altamente Ativa
contra o HIV (HAART), o HCMV continua a ser um grave
problema, uma vez que alguns pacientes no respondem ou
no tm acesso ao tratamento
18
.
Alm disso, o vrus tambm causa significativa de morbidade
e mortalidade em recm-nascidos, sujeitos infeco transpla-
centria, durante o parto ou atravs de ingesto do leite ma-
terno. A transmisso vertical do vrus da me para o feto, que
ocorre atravs da placenta, comumente afeta o sistema nervoso
central e os rgos de percepo do feto, sendo o HCMV a
causa principal de surdez em recm nascidos
15
.
ESTRUTURA E COMPOSIO DO VRUS
A partcula viral do HCMV, tpica dos outros membros da fa-
mlia Herpesviridae
17
, formada por um capsdeoicosadrico,
contendo uma dupla fita de DNA linear de aproximadamente
235 Kbp, envolto por uma camada de protenas e RNA virais,
denominada tegumento, e pelo envelope. Estima-se que a part-
cula viral seja composta de aproximadamente 59 protenas estru-
turais e vrias protenas celulares
65
, alm do DNA e RNA virais
2
.
ORGANIZAO DO GENOMA DO
CITOMEGALOVRUS HUMANO
O genoma do HCMV, composto de uma dupla fita de DNA li-
near de aproximadamente 230.000 pares de bases, formado
por duas regies nicas: a regio nica longa (UL, do ingls
UniqueLong) e uma regio nica curta (US, do ingls Unique
Short). Estas regies so flanqueadas por seqncias terminais
repetidas longas e curtas (TRL, do ingls Terminal Repeat Large
TRS, Terminal Repeat Short) e por seqncias internas repeti-
das (IRL, do ingls InternalRepeatLong e IRS, InternalRepeat
Short)
40
. Estudos demonstram que o genoma viral possui 192
ORFs (Open Reading Frames) capazes de codificar protenas
41
.
REPLICAO DO HCMV
O HCMV tem um ciclo de replicao longo, quando comparado
a outros herpesvrus. A linhagem de laboratrio AD169 comple-
ta um ciclo de replicao entre 72 e 96 horas em fibroblastos em
cultura, e isolados clnicos replicam-se ainda mais lentamente.
O processo de replicao dividido nas seguintes etapas: ade-
so celular, penetrao, expresso dos genes virais, replicao
do DNA viral, montagem dos capsdeos, aquisio do envelo-
pe e liberao celular
40
. Inicialmente a partcula viral se liga
superfcie celular por interao com proteoglicanos de heparan
Sulfato
8
. Logo aps, uma ligao irreversvel ocorre entre a gli-
coprotena viral gB e o receptor celular de superfcie do fator
de crescimento epidrmico
66
, levando fuso do envelope viral
com a membrana plasmtica
8
e liberao dos capsdeos no ci-
toplasma celular. No citoplasma, os capsdeos se deslocam at
o ncleo onde o DNA viral liberado atravs dos poros nucle-
ares
33,43
.
No ncleo os genes virais so transcritos em forma de cascata,
dando origem aos immediate-early, early, e late transcripts
40
. A
maturao das partculas virais inicia no ncleo, com a forma-
o dos capsdeos e incorporao do DNA nos mesmos. Pos-
teriormente os nucleocapsdeos so transportados para o cito-
plasma atravs da membrana perinuclear. Durante esta etapa,
ocorre um processo de envelopamento e de-envelopamento, e
ao serem liberados no citoplasma, os capsdeos se deslocam
para o stio de aquisio do envelope final, que so provavel-
mente membranas derivadas do complexo de Golgi, contendo
glicoprotenas virais e algumas protenas do tegumento viral.
Finalmente, aps aquisio do envelope a partcula viral com-
pleta liberada da clula por exocitose
26,51,55
.
Reviso
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Silva MCC, Figueiredo EG, Correa C, Cabrera HN, Schimdt M, Teixeira MJ - Papel do citomegalovrus humano (HCMV) na oncomodulao de tumores cerebrais
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TIPOS CELULARES INFECTADOS E
LINHAGENS DO HCMV
O HCMV infecta vrios tipos celulares no organismo como:
clulas epiteliais, endoteliais, neuronais, musculares, fibro-
blastos, moncitos e macrfagos
46
. Clulas epiteliais so as
primeiras clulas infectadas e esto envolvidas em dissemina-
o e persistncia do vrus. O envolvimento dos outros tipos
celulares observado em casos de infeco disseminada em
imunocomprometidos e pacientes com cncer
40
.
CITOMEGALOVRUS E CNCER
A associao do HCMV com diferentes tipos de cncer tem
sido investigada por dcadas. Em 1971, Fuccillo et al. detec-
taram um aumento nos ttulos de anticorpos anti-HCMV em
pacientes com carcinoma de crvix comparado a indivduos
saudveis. Desde ento, muitos estudos compararam ttulos de
anticorpos em pacientes com cncer e pessoas saudveis, em-
bora com resultados inconclusivos
38
.
A transformao de fibroblastos de camundongo pelo HCMV
foi demonstrada por Geder et al.
16
. Estudos posteriores demons-
traram que o HCMV capaz de induzir mutaes em genes cr-
ticos para transformao oncognica. No entanto, o DNA viral
no foi detectado na maioria das clulas transformadas. Uma
tentativa de explicar o processo de transformao tumoral foi a
criao da teoria hit andrun, a qual sugere que o hCMV pode
ser um fator responsvel somente pela iniciao tumoral
1,12,42,54
.
Estudos subseqentes demonstraram que o HCMV no capaz de
induzir por si s a transformao em clulas normais, contudo, o
DNA viral, mRNA virais e protenas continuaram a ser detectados
em diversos tecidos tumorais e as evidncias destes achados leva-
ram criao do termo oncomodulao em 1996. Desta maneira,
durante o processo de oncomodulao, os distrbios em uma c-
lula cancerosa, como alteraes em vias de sinalizao celular e
controle transcricional proporcionam um ambiente propcio para
que o vrus exera seu potencial oncomodulatrio em clulas tu-
morais, aumentando a malignidade do tumor
3,4
.
Suporte para a oncomodulao veio a partir de resultados de
experimentos que mostraram que protenas do HCMV influen-
ciam propriedades celulares alteradas em clulas tumorais
incluindo proliferao celular, sobrevivncia, invaso, imuno-
genicidade, angiognese tumoral, estabilidade cromossomal
38
.
Estudos em bipsias, usando tcnicas altamente sensveis continu-
aram a detectar o HCMV em tumores como carcinoma coloretal
24
,
cncer de prstata
50
cncer de pele
67
, e especialmente em gliomas
malignos
5,39,53
. Importante mencionar que grupos que no usaram
tcnicas suficientemente sensveis falharam na deteco do vrus
em tecidos tumorais
20, 25, 34,47, 49
.
Os glioblastomas so os tumores mais estudados quanto a sua
relao com a infeco pelo HCMV. Cobbs et al.
5
e Mitchell
et al.
39
, detectaram o HCMV em cerca de 100% dos glioblas-
tomas com expresso restrita a clulas cancerosas, no sendo
a mesma detectada em tecidos saudveis adjacentes. Scheurer
et al.
53
detectaram uma frequncia de 76% de clulas HCMV
positivas em glioblastoma multiforme, comparado com frequ-
ncia de 48% em tumores de baixo grau.
Alm disso, experimentos in vitro demonstraram que a infeco
pelo HCMV em linhagens celulares de glioblastoma estimula
a progresso do ciclo celular e invasividade
6,7,35
. Em um estudo
especfico, com pacientes com glioblastoma, agrupados de acor-
do com o nvel de replicao do HCMV, surpreendentemente
pacientes com baixos nveis de replicao viral sobreviveram
quase o dobro do tempo comparado com pacientes com altos n-
veis de replicao viral, sugerindo, portanto, que a infeco pelo
HCMV em clulas tumorais altera o curso da doena
59
.
Enfim, muitas evidncias sugerem uma contribuio do HCMV
na progresso de tumores, especialmente glioblastomas.
TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
E GLIOBLASTOMA
Os tumores cerebrais so uma das principais causas de morte
entre a populao em geral. No total, estima-se que o cncer do
sistema nervoso central (SNC) compreende 1,1% dos tumores
malignos de ocorrncia recente, sendo a terceira causa de mor-
tes entre 15 a 34 anos de idade e a quarta em homens entre 35
a 54 anos
53
.
Estes tumores apresentam uma grande variedade de tipos e so
classificados de acordo com o local, o tipo de tecido envolvido
(se benigno ou maligno), e invasividade, alm de outros fatores
45
.
Os tumores em clulas da glia, chamados de glioma, so os
mais comuns. Quando ocorrem nos astrcitos recebem a deno-
minao de astrocitoma, que podem ocorrer em quatro nveis.
Os graus I e II correspondem a tumores benignos com clulas
diferenciadas, que no invadem tecidos adjacentes e no re-
sultam em metstases. J os de graus superiores (III e IV) so
tumores malignos que apresentam baixa taxa de sobrevivncia.
Gliomas grau IV so chamados de glioblastomas
11
.
Reviso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 66-71, 2011
Silva MCC, Figueiredo EG, Correa C, Cabrera HN, Schimdt M, Teixeira MJ - Papel do citomegalovrus humano (HCMV) na oncomodulao de tumores cerebrais
69
O glioblastoma o tumor do SNC mais freqente e o mais ma-
ligno. Caracteriza-se por apresentar uma proliferao celular
muito acelerada e uma alta capacidade de invaso de outros te-
cidos, e representam cerca de 50,7% dos tumores do crebro
37
.
POSSVEIS MECANISMOS MOLECULARES DE
INDUO DA ONCOMODULAO PELO HCMV
A biologia dos glioblastomas est associada com um uma des-
regulao de processos normais das clulas como: ciclo celu-
lar, proliferao, motilidade e reconhecimento do sistema imu-
ne. Vrias protenas codificadas pelo HCMV so capazes de
interferir com estes processos.
As protenas immediate early 1 (IE1-72), immediate early2
(IE2-86) e a protena do tegumento pp71 so capazes de se
ligar a protenas da famlia Rb (pRb, p107 e p130) e inibir suas
funes promovendo entrada das clulas na fase S do ciclo ce-
lular
23,31,32,48
. A protena kinase UL97 capaz de fosforilar e
inativar pRB, inibindo tambm sua funo.
Diversas protenas virais so capazes de inibir apoptose. A pro-
tena IE2-86, em alguns tipos celulares, capaz de se ligar a
p53 e inibir sua funo de transativao, impedindo a indu-
o de apoptose mediada por p53
63
; a protena codificada pelo
gene UL36 se liga caspase 8, inibindo apoptose mediada por
Faz
58
; a protena produto do gene UL37 exon1 (UL37x1) inibe
recrutamento dos membros da famlia Bcl-2, Bax e Bak para a
mitocndria, resultando em inibio de sua funo
19
e a protena
codificada pelo gene UL38 bloqueia ativao de caspase 3
64
.
Evidncias sugerem que o HCMV capaz de contribuir na in-
duo do processo angiognico, atravs da protena US28 (re-
ceptor viral acoplado a proteina G). Experimentos demonstra-
ram que esta protena induz expresso do fator de crescimento
endotelial vascular in vitro e in vivo. Alm disso, linhagens
celulares de glioblastoma que expressam US28 aumentam a
malignidade do tumor aps sua injeo em camundongos
36
.
Recentemente foi demonstrado que as protenas IE72 e IE86
so capazes de ativar a expresso da enzima telomerase, even-
to crucial para transformao celular
61
. Em resumo, existem
vrios indcios que o HCMV pode estar envolvido nos proces-
sos de oncognese e oncomodulao de tumores cerebrais. No
futuro, estratgias teraputicas especficas podem apresentar
impacto considervel no tratamento dos gliomas malignos.
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AUTOR CORRESPONDENTE
Prof. Dr. Eberval G. Figueiredo
Diviso de Clnica Neurocirrgica , Hospital
das Clnicas , Faculdade de Medicina, USP
Rua Dr. Eneas de carvalho Aguiar, 255
CEP 05403-000
So Paulo - SP

Reviso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 72-81, 2011
Giannetti AV, Santiago APMS, Crosara PFTB, Guimares RES - Fstula liqurica da base anterior do crnio: classificao, clnica e diagnstico
72
Fstula liqurica da base anterior do crnio: classificao, clnica e
diagnstico
Cerebrospinal fluid fistula of the anterior skull base:
classification, clinical and diagnostic aspects
Alexandre Varella Giannetti
1
Ana Paula de Morais Silva Santiago
2
Paulo Fernando Tormim Borges Crosara
2
Roberto Eustquio Santos Guimares
2
1. Servio de Neurocirurgia do Hospital das Clnicas da Universidade Federal de Minas Gerais
2. Servio de Otorrinolaringologia do Hospital das Clnicas da Universidade Federal de Minas Gerais
SINOPSE
A fstula liqurica (FL) da base anterior do crnio definida
como a comunicao do espao subaracnoideo com as vias
areas superiores. Sua importncia relaciona-se ao risco que
tal abertura pode levar infeco do sistema nervoso central.
A literatura mdica descreve diferentes definies e classifi-
caes dos tipos e etiologias de FL, cuja importncia prtica
nem sempre clara. As relaes entre os diversos tipos de FL
com a apresentao clnica e o prognstico so duvidosas.
Apesar dos avanos propeduticos, os desafios na confirma-
o diagnstica e topogrfica das FL permanecem. A presen-
te reviso apresenta uma anlise crtica dos dados da litera-
tura referentes aos aspectos da classificao, dos clnicos e do
diagnstico das FL.
Palavras-chave: Rinorreia de lquido cefalorraquidiano
base do crnio meningite tomografia computadorizada
ressonncia magntica
ABSTRACT
Anterior skull base cerebrospinal fluid (CSF) fistula is defined
as the communication between the subarachnoid space and the
upper air way. Its importance is due to the risk of development
of central nervous system infection. The medical literature re-
ports different definitions and classifications of CSF fistula,
with unclear practical importance. The relationship among the
different types of CSF fistula and their clinical presentation and
prognosis are doubtful. In spite of recent technical advances,
diagnostic confirmation and topographic location of CSF fis-
tulae are still a challenge. The present review shows a criti-
cal analysis of the literature data concerning the classification,
clinical and diagnostic aspects of CSF fistulae.
Keywords: cerebrospinal fluid rhinorrhea skull base menin-
gitis computerized tomography magnetic resonance imaging
INTRODUO
A fstula liqurica (FL) definida como a comunicao do
espao subaracnoideo com o meio externo. Tal abertura pode
ocorrer na calvria, na base anterior do crnio ou no osso tem-
poral. Em todas essas situaes, a principal consequncia o
risco do desenvolvimento de infeco no sistema nervoso cen-
tral (SNC). Apesar da similaridade conceitual, as trs locali-
zaes da FL acima descritas tm caractersticas diversas e,
portanto, devem ser abordadas separadamente.
As FL da base anterior do crnio manifestam-se principal-
mente por rinoliquorreia (RLR) sendo creditado a Miller, em
1826
41,56
, o primeiro reconhecimento desta caracterstica se-
miolgica, a qual foi mais amplamente estudada e divulgada
por Thomson em 1899
27,41,55,56
.
Ao longo dos anos, o conhecimento desta condio tem evo-
ludo, mas criando, s vezes, algumas divergncias conceitu-
ais entre os diversos autores. A confirmao diagnstica da
existncia de uma FL e sua localizao topogrfica ainda
um grande desafio antes do planejamento teraputico, apesar
da grande evoluo dos exames de imagem, nas ltimas trs
dcadas. O presente trabalho teve como objetivos: 1) rever os
conceitos e classificaes das FL descritos na literatura e apon-
tar a relevncia de cada um deles; 2) avaliar as caractersticas
clnicas apresentadas pelos diversos tipos de FL e suas reper-
cusses no tratamento e prognstico; 3) rever os diversos tipos
de propedutica existentes para a confirmao da FL e de sua
localizao, com nfase para a sensibilidade e especificidade
de cada procedimento e sua real utilidade nos dias atuais.
Recebido em outubro de 2010, aceito em novembro de 2010
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Giannetti AV, Santiago APMS, Crosara PFTB, Guimares RES - Fstula liqurica da base anterior do crnio: classificao, clnica e diagnstico
73
Foi feito levantamento bibliogrfico atravs do PubMed dos
artigos publicados em lngua inglesa ou portuguesa a partir
do ano de 1990 at os dias atuais. Os descritores utilizados na
pesquisa foram: fstula liqurica, base do crnio, tomografia
computadorizada e ressonncia magntica. Artigos que apre-
sentavam dados conceituais ou de classificao, informaes
clnicas e de diagnstico foram considerados para anlise. Ar-
tigos citados anteriores data de 1990 e que apresentaram re-
levncia tambm foram includos.
DEFINIES E CLASSIFICAES
A literatura mdica apresenta vrias propostas de definies e
classificaes da FL da base anterior do crnio. Em geral, estas
classificaes so baseadas em etiologia e fisiopatologia. En-
tretanto, a principal razo para se fazer uma classificao que
ela oriente o diagnstico e/ou o tratamento. Nesses aspectos,
todas deixam um pouco a desejar.
A classificao mais difundida de FL da base anterior do cr-
nio foi proposta por Ommaya em 1964 e revista pelo mesmo
autor em 1968. Ela se baseia na origem traumtica e no trau-
mtica da leso
42,43
.
As FL traumticas podem ser divididas em iatrognica (cirr-
gica) ou acidental (no cirrgica). Ambas podem ser subdivi-
didas em recentes e tardias
43
. Esta subdiviso til na deciso
teraputica, pois as recentes podem ser tratadas conservadora-
mente ou com drenagem liqurica, enquanto as tardias necessi-
tam de tratamento cirrgico, pois se acredita que a epitelizao
do trajeto fistuloso impede seu fechamento espontneo. Contu-
do, a literatura no define claramente o perodo de tempo que
delimite as duas categorias: recente ou tardia.
FL iatrognicas podem ser diferenciadas entre no planejadas
(complicao transoperatria) ou planejadas (quando a abertu-
ra dural foi necessria para o tratamento da doena que levou
interveno cirrgica, mas houve falha na reconstruo da base
do crnio)
27
. Bachmann et al. acrescentaram o termo FL oculta
quela que se desenvolve no transoperatrio e que passa des-
percebida, podendo se manifestar no ps-operatrio
2
. Qualquer
que seja a subdiviso da FL iatrognica, tais caractersticas tm
pouca relevncia prtica, pois, em todas essas situaes, o tra-
tamento e a abordagem so semelhantes.
FL de origem traumtica acidental podem ser divididas em pe-
netrantes ou no penetrantes
27
. Mais uma vez, esta subdiviso
tambm tem pouca importncia prtica, j que o tratamento de-
pender principalmente do tamanho do defeito steo-menngeo.
FL no traumtica tambm chamada por diversos autores
como espontnea
29,41,56
. Esta denominao, porm, tem provo-
cado grande divergncia de definio. De uma maneira geral,
o termo espontneo usado no meio mdico como etiologia
no traumtica. Todavia, segundo o dicionrio Novo Aur-
lio, espontneo quer dizer: que se origina em sentimento ou
tendncia natural que vegeta sem interveno humana. O
dicionrio Houaiss da lngua portuguesa tambm tem defini-
o semelhante: sem artificialismo, natural, que se faz sem
interveno. Nota-se que tais denominaes dos dicionrios
so utilizadas especialmente para o comportamento humano.
Alguns autores preferem o termo espontneo para os casos em
que a etiologia no bem aparente
9,16,45,51
.
Para evitar o termo espontneo e propondo uma classificao
mais baseada na fisiopatologia, Ommaya et al. dividiram as FL
no traumticas naquelas ligadas hipertenso intracraniana e
quelas com presso intracraniana normal. As primeiras seriam
associadas a tumor intracraniano ou hidrocefalia; as ltimas,
relacionadas a alteraes congnitas, osteomielite, eroso ou
atrofia focal na base do crnio
43
.
Entretanto, existe um grupo mais raro de FL cuja alterao na
base do crnio no bem evidente, de ocorrncia predominan-
te no sexo feminino e em que h aparente oscilao da presso
intracraniana como a que ocorre em portadores de pseudotu-
mor cerebral. Este grupo de pacientes no foi satisfatoriamente
contemplado na classificao de Ommaya. Para caracterizar
melhor as FL no traumticas, existe a subdiviso de FL espon-
tneas em secundrias, que inclui aquelas relacionadas etio-
logia bem determinada como leses tumorais, inflamatrias
ou congnitas da base do crnio ou relacionadas hipertenso
intracraniana, ficando reservada a denominao de espontnea
primria ou idioptica para aquelas sem causa aparente
41
. Esta
ltima classificao parece ser a melhor do ponto de vista pr-
tico. Em relao ao diagnstico, os exames de imagem con-
seguem distinguir facilmente as duas situaes. Do ponto de
vista do tratamento, nas secundrias, a presena da FL passa
a ter importncia mdica menor, sendo sua correo, frequen-
temente, consequncia do tratamento da doena de base. J as
FL espontneas primrias apresentam desafios de confirmao
diagnstica, localizao da brecha steo-menngea e tratamen-
tos mais difceis.
Se por um lado a RLR sugere que a localizao do trajeto fis-
tuloso esteja na base anterior do crnio, existe uma situao
particular denominada de RLR paradoxal ou otorrinorreia, na
qual a sada do liquor do interior do crnio se faz para o ouvido
mdio e, como o tmpano est intacto, no pode haver extra-
vasamento para o exterior. Entretanto, o liquor pode ganhar as
vias areas superiores atravs da tuba auditiva, exteriorizando-
se pela narina
12
.
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Finalmente, existe um tipo de FL cuja comunicao se faz en-
tre a poro ntero-medial da fossa mdia e o seio esfenoide.
Embora, anatomicamente, no seja originada da fossa anterior
do crnio, ela estudada em conjunto com as fstulas da base
anterior por apresentar sintomatologia, abordagem diagnstica
e teraputica semelhante s deste grupo.
ASPECTOS CLNICOS DAS FSTULAS
LIQURICAS DA BASE ANTERIOR DO CRNIO
IDADE E SExo
As FL podem surgir em indivduos de todas as idades e se-
xos
50,57,61
. Predominam na idade adulta, mas as faixas etrias
e distribuio entre os sexos variam segundo a etiologia. FL
de origem traumtica acidental so mais comuns em homens
jovens
7,23,39,50
, enquanto as FL espontneas primrias ocorrem
em pacientes com idade mdia de 36 a 50 anos. H importante
predomnio do sexo feminino, com a relao mulher: homem,
variando de 1,75:1 at 6,5:1
22,23,35,39,46,49,51,59
.
ETIologIA
Quanto etiologia, a frequncia varia na literatura segundo
uma srie de fatores. Se a casustica mais antiga, predomi-
nam os casos de origem traumtica acidental, pois no passado,
possivelmente devido a dificuldades de propedutica, as FL
espontneas eram menos diagnosticadas
19
. Se o artigo origi-
nrio de servio de neurocirurgia, as FL traumticas acidentais
e iatrognicas ps-procedimentos neurocirrgicos aparecem
com maior frequncia
21,36,50
. Por outro lado, sries publicadas
por otorrinolaringologistas apresentam maior nmero de casos
de origens espontnea e iatrognica secundria a procedimen-
tos naso-sinusais
13,14,17,31,34,40,58,60,61
. Alguns artigos enfocam um
nico tipo especfico de etiologia
7,11,19,22,35,50,51
.
loCAlIzAo DA FSTulA lIquRICA
A comunicao do espao subaracnoideo pode se desenvolver
para qualquer dos seios paranasais (frontal, etmoide ou esfe-
noide) ou diretamente na cavidade nasal pela regio da lmina
crivosa. A distribuio da frequncia de cada topografia pode
estar relacionada etiologia.
As FL traumticas acidentais predominam na regio
fronto-etmoidal e cribriforme. Por outro lado, a localizao
esfenoidal pouco frequente
23,31,50,51
. Scholsem et al. trataram
109 pacientes com FL traumtica acidental. Foram encontra-
das leses durais na regio da lmina crivosa e teto do etmoide
(87% dos casos), parede posterior do seio frontal (83% dos ca-
sos), teto da rbita (52% dos casos) e plano esfenoidal (11% dos
casos). Mltiplas leses durais foram identificadas em 71% dos
pacientes, embora isso no signifique que todas contriburam para
a formao da FL. Em 11% dos pacientes, nenhuma leso dural
foi visibilizada
50
.
Em relao FL iatrognica, Cassiano e Jassir publicaram 27 casos:
as leses steo-menngeas se localizaram na regio do etmoide e da
lmina crivosa em 40% e 33% dos casos, respectivamente
14
.
Quanto localizao, das FL espontneas primrias, nota-se na
literatura que a freqncia da topografia da brecha steo-me-
nngea varia ao longo dos anos. Artigos das dcadas de 1980 e
1990 afirmam uma predominncia na regio cribriforme
33,41,56
.
Artigos mais recentes apontam uma maior frequncia no seio
esfenoide
19,23,35,49
. A nica exceo o artigo de Kirtane et al,
de 2005, no qual a localizao na regio cribriforme esteve pre-
sente em 75,8% dos casos de FL espontnea primria
31
. Esta
mudana histrica pode estar relacionada melhoria dos m-
todos propeduticos, que passaram a explorar melhor o seio
esfenoidal, facilitando o diagnstico.

PERoDo DE DuRAo DoS SINToMAS
O perodo de durao dos sintomas que pode caracterizar o tem-
po em que o paciente tem a brecha steo-menngea e, por con-
sequncia, encontra-se em risco de desenvolver infeco menn-
gea, no informado em muitos artigos. Dois relatos de casos,
por serem mais detalhados, informam perodos de sintomas de
cinco anos, sendo ambos FL de origem no traumtica32,44.
Dodson et al. dividiram o perodo de durao da RLR em 7 a
14 dias, 16 a 35 dias e acima de 60 dias. O nmero de casos
foi correspondente a 8 (35%), 4 (17%) e 11 (48%) respectiva-
mente. Uma vez que FL iatrognicas representaram 59% das
etiologias, explica-se o tempo to curto dos sintomas
17
.
Lanza et al. relataram um perodo de durao dos sintomas em
pacientes com FL espontnea (primria e secundria) de quatro
dias a sete anos, com mdia de 9,8 meses
33
.
Cassiano e Jassir documentaram o perodo mdio de durao da
FL em relao etiologia. FL iatrognica relacionada a procedi-
mento neurocirrgico teve durao de 7,3 meses, enquanto aque-
la relacionada a procedimento naso-sinusal foi de 6,2 meses. FL
traumtica acidental (dois casos) e espontnea (quatro casos)
tiveram durao mdia de 3,5 e 10,8 meses respectivamente
14
.
Garca-Uria et al. estudaram casos especficos de FL espont-
neas relacionadas sela vazia. Foram 38 pacientes com dura-
o dos sintomas variando de trs meses a seis anos (mdia de
16 meses) antes da admisso. O perodo de RLR foi inferior a
um ano em 18 casos (47%); entre um e dois anos em 14 casos
(37%); acima de dois anos em seis casos (16%)
22
.
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Giannetti AV, Santiago APMS, Crosara PFTB, Guimares RES - Fstula liqurica da base anterior do crnio: classificao, clnica e diagnstico
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A meta-anlise realizada por Hegazy et al., em 2000, compu-
tou durao da RLR de quatro dias a 15 anos
28
.
Trs estudos avaliaram especificamente casos de FL espont-
nea. Badia et al., com nove casos, relataram durao da RLR
de uma semana a trs anos
3
. Lopatin et al. dividiram o tempo de
sintomas em: menos de dois meses (2 casos), entre dois e seis
meses (7 casos), entre seis e doze meses (4 casos) e acima de
um ano (8 casos)
35
. No artigo de Dunn et al., com 15 pacientes,
o perodo variou de quatro semanas a seis anos
19
.
Scholsem et al. dividiram os pacientes com FL traumtica aci-
dental em dois grupos, segundo sua deteco no tempo. O pri-
meiro foi denominado precoce, quando a FL foi notada logo
aps o trauma. No segundo grupo, denominado tardio, os pa-
cientes que se apresentaram com RLR foram tratados 43 me-
ses aps o acidente (mnimo de 0,3 e mximo de 136 meses),
enquanto aqueles que se manifestaram com meningite foram
operados 34 meses aps o acidente (mnimo de 0,6 e mximo
de 112 meses)
50
.
Giannetti
23
observou o intervalo mdio de tempo entre o incio
dos sintomas at o tratamento cirrgico de 28,9 meses 50,2
meses em pacientes portadores de FL espontnea primria e
12,4 15,5 meses para aqueles com FL traumtica tardia. Entre-
tanto a anlise estatstica no mostrou significado, com p=0,166.
INFECo MENNgEA
A infeco do SNC a principal complicao que um paciente
portador de FL pode apresentar. Sua incidncia bastante va-
rivel na literatura e sua relao com a etiologia pouco clara.
Dados da literatura apresentam incidncia de infeco menn-
gea de 6% a 47%
7,8,28,29,31,40,60,61
. Por outro lado, embora seja co-
mum referir que FL pode levar meningite recorrente, apenas
trs trabalhos com maior nmero de pacientes apresentaram
este dado detalhadamente. Hubbard et al. tiveram oito em onze
casos com mais de um episdio de meningite (28% entre todos
os pacientes e 72% daqueles que tiveram infeco)
29
. Lopatin
et al. descreveram quatro casos de meningites mltiplas (19%
do total de pacientes e 36% daqueles que apresentaram algum
episdio infeccioso)
35
. No trabalho de Giannetti, meningites
mltiplas ocorreram em 24% dos pacientes, e em 57% daque-
les que cursaram com infeco menngea
23
.
Em 1997, Brodie realizou uma meta-anlise sobre o uso de an-
tibitico profiltico em FL ps-traumticas. O autor selecionou
os seis principais trabalhos publicados entre 1970 e 1995. A
incidncia geral de infeco menngea foi de 4,6% em 324 pa-
cientes. Embora cada artigo, separadamente, no demonstrasse
o benefcio da antibioticoterapia na preveno da meningite,
ao se colocarem todos os dados juntos, concluiu-se que apenas
2,5% dos pacientes que receberam antibitico tiveram menin-
gite, em comparao com 10% dos que no o receberam ( di-
ferena estatisticamente significativa ). Notou-se, ainda, que
FL que durassem mais de sete dias apresentavam chance oito a
dez vezes maior de desenvolver infeco. Assim, o autor acon-
selhou que o tratamento conservador da FL no devesse ultra-
passar este perodo. Entretanto, esses trabalhos se referiram
fase aguda do traumatismo craniano, o que difere bastante dos
casos de FL espontneas ou que surgem aps longo perodo do
trauma craniano
11
.
Cassiano e Jassir tiveram 33% de infeco em casos de FL
iatrognica (independentemente se aps procedimento neuro-
cirrgico ou naso-sinusal) e 50% em FL espontnea, porm
o nmero de casos foi pequeno para que se pudesse avaliar
diferena estatstica
14
.
zweig et al. documentaram cinco casos com meningite na s-
rie de 53 pacientes (9%). Uma vez que 51% dos casos eram de
origem iatrognica, possvel que a deteco da FL tenha sido
precoce e o tratamento imediato neste grupo. O baixo perodo de
exposio ao risco pode ter contribudo para a baixa incidncia
61
.
Giannetti analisou dois grupos com etiologia distinta de FL.
Infeco menngea ocorreu em 27% e 61% dos pacientes com
FL espontnea primria e FL traumtica tardia, respectiva-
mente (p=0,040). A diferena entre os dois grupos tambm foi
significativa quando se comparou a frequncia de meningites
mltiplas (12% contra 39% nos casos de FL espontnea pri-
mria e FL traumtica tardia, respectivamente com p=0,030)
23
. Segundo Hubbard et al., a meningite foi mais comum nos
casos de etiologia traumtica (cinco em seis pacientes)
29
. Para
Cassiano e Jassir, o grupo de FL espontnea primria teve 50%
de infeco enquanto o grupo de FL iatrognica teve 33%
14
.
Entretanto, os dois trabalhos tiveram casusticas pequenas que
no permitiram anlise estatstica. Artigos de sries com etio-
logia especfica mostram incidncia de meningite na FL espon-
tnea primria variando de 20 a 52%
3,22,35,46,56,58
.
Scholsem et al. dividiram os pacientes com FL traumtica
acidental em dois grupos. No primeiro, denominado precoce,
onde a FL foi detectada logo aps o trauma, houve meningite
em 5% dos 92 casos. No segundo grupo, denominado tardio,
no qual a FL foi diagnosticada aps semanas ou meses do aci-
dente, houve meningite em 70% dos 14 casos
50
.
No ano de 2000, Bernal-Sprekelsen et al. publicaram trabalho
comparando os resultados dos tratamentos conservador e cirr-
gico (por via intracraniana) em pacientes com FL traumticas
acidentais. A incidncia de meningite foi de 41% e 30% nos
grupos conservador e cirrgico, respectivamente, concluindo
que a cirurgia no era eficaz na preveno da meningite. En-
tretanto, os autores no descrevem se todas as infeces do
grupo cirrgico ocorreram aps o procedimento; tambm no
distinguiram se elas ocorreram em doentes que tiveram cura ou
apenas nos 30% que tiveram recorrncia da FL
7
.
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A meta-anlise feita por Hegazy et al., que englobou quatorze ar-
tigos totalizando 284 FL de diversas etiologias, apresentou 10%
de meningite antes e 0,3% aps o tratamento endoscpico
28
.
Em 2005, Bernal-Sprekelsen et al. voltaram a publicar sobre a
validade do tratamento cirrgico da FL. Dessa vez, usaram a via
endoscpica endonasal em 39 pacientes com FL de vrias cau-
sas. Quinze casos tiveram meningite pr-operatria (38%) e ape-
nas um caso aps a cirurgia, sendo que esta ocorreu na vigncia
de recidiva da fstula. Concluram que o tratamento cirrgico,
por via endonasal, foi eficaz na preveno da meningite
6
.
CONFIRMAO DO DIAGNSTICO DE
RINOLIQUORREIA
A suspeita de RLR feita quando um paciente relata sada de
lquido claro de maneira intermitente pela narina. Outros dados
semiolgicos podem reforar a suspeita. Se ocorrer na ausncia
de trauma ou longe deste no tempo, o lquido cristalino. O
gotejamento unilateral, quase sempre do mesmo lado e tende
a acontecer quando o paciente se inclina para frente. Pode haver
tosse crnica e seca. Entretanto, estas caractersticas semiolgi-
cas no so patognomnicas. Quando a RLR abundante, e sur-
ge logo aps um trauma craniano ou cirurgia em que a FL pode
ser uma complicao possvel, o diagnstico no difcil. No
entanto, a suspeita de RLR torna-se mais desafiadora em casos
de rinorreia espontnea ou que aparece muito tempo aps um
trauma ou cirurgia nasosinusal ou na base do crnio. O princi-
pal diagnstico diferencial de rinite alrgica ou vasomotora
5,26
.
Nestas situaes, contudo, a rinorreia costuma ser bilateral.
No intuito de diferenciar secreo nasal de lquido cefalorraquidia-
no (LCR), faz-se necessrio dosar substncias que podem existir
em maior quantidade ou, de preferncia, exclusivamente no liquor.
Dentre os mtodos laboratoriais usados com este propsito, citam-
se: a dosagem de glicose, da 2-transferrina ou da trao-protena.
A verificao da presena de glicose na secreo do gotejamento
nasal o mtodo mais antigo, rpido e simples. Inicialmente,
usou-se a glicofita. Este teste predominantemente qualitativo,
embora, dependendo da cor que a fita assume aps a reao,
possa-se inferir a concentrao da glicose. Entretanto, se a RLR
for sanguinolenta, o que habitual na fase aguda do trauma, o
teste perde o sentido. Sabe-se, ainda, que secrees nasal e la-
crimal tambm contm glicose. Em estudo com 50 indivduos
normais, o teste foi positivo na secreo nasal e lacrimal em
44% deles
53
. Hull e Morrow aplicaram o teste da glicofita em
crianas normais e obtiveram resultado positivo em 15 de 17
amostras de secreo nasal, e 10 em 15 amostras de lgrimas.
Os autores concluram que o teste no teria mrito
30
. Chan et
al. compararam o teste da glicofita com o da 2-transferrina. A
sensibilidade do primeiro foi de 80%, mas a especificidade de
zero
15
. A concentrao de glicose na secreo nasal normal pode
se elevar em casos de hiperglicemia e processos inflamatrios
naso-sinusais, levando a diagnsticos falso-positivos. Por outro
lado, na vigncia de meningite (o que comum na presena de
FL), a glicorraquia se reduz. Assim, o teste da glicofita pode ser
negativo, embora exista LCR na secreo nasal, produzindo um
resultado falso-negativo
4
. Por todas essas razes, o teste da gli-
cofita no mais utilizado.
Na tentativa de melhorar a sensibilidade, pode ser feita a do-
sagem da glicose no lquido da RLR. Considera-se o valor de
30 mg/dl (1,7 mmol/L) como ponto de corte. Acima deste, se-
ria LCR, e abaixo a RLR ficaria descartada
22,35
. No trabalho de
Garca-Uria, dos 38 pacientes com FL espontnea, em 37 o teste
foi positivo (97%)
22
.
2-transferrina uma protena produzida por atividade neura-
midinase no tecido cerebral. Ela encontrada apenas no LCR,
humor aquoso e perilinfa, e isso a torna um importante marca-
dor na investigao de FL. Sua deteco faz-se por imunoele-
troforese, com a vantagem de ser necessrio pouco volume (0,5
ml) de liquor para a anlise
5,48
. Alguns autores afirmaram que
sua sensibilidade e especificidade chegaram a 100%
5,47
. zapalac
et al. obtiveram positividade em 43 dos 44 (98%) pacientes tes-
tados
60
. Warnecke et al. relataram sensibilidade e especificidade
de 97% e 99%, respectivamente
57
. Resultados falso-positivos em
portadores de hepatopatia crnica e erros inatos do metabolismo
de glicoprotena foram relatados. Por essa razo, alguns autores
advogam a dosagem srica simultnea com o intuito de compa-
rao. Contudo, esta no foi a prtica observada na maioria dos
artigos clnicos
5,39,60
.
trao-protena a segunda protena mais abundante no LCR
aps a albumina, sendo produzida pelo plexo coroide e me-
ninges. Existe um gradiente entre o soro e o LCR, com maior
concentrao da protena no LCR. Alm do soro e do liquor, a
trao-protena pode ser detectada na perilinfa, na urina, nos
lquidos amnitico e seminal, no leite materno e na placenta.
Ao contrrio do teste da 2-transferrina, que qualitativo e de-
pendente de um tcnico experiente, o teste da trao-protena
quantitativo, automatizado, alm de ser mais rpido e mais
barato. Valores inferiores a 1,31 mg/L afastam a possibilidade
de haver LCR na secreo nasal que est sendo examinada. Va-
lores acima de 1,69 mg/L reforam o diagnstico de FL. Valo-
res intermedirios correspondem a possveis falso-positivos ou
falso-negativos e exigiriam, portanto, outro exame para escla-
recimento
38
. O teste considerado sensvel em 97% dos casos e
especfico em 100%
1
. Na presena de meningite, o valor cai. Em
portadores de glomerulopatia, os valores podem estar artificial-
mente elevados
38
.
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77
Apesar da grande sensibilidade dos testes de 2-transferrina e
trao-protena, eles no so facilmente disponveis no nosso meio.
Outra opo para a confirmao da drenagem de LCR pela na-
rina a injeo de um produto no espao subaracnideo, por
puno lombar, seguida da tentativa de recuper-lo na cavidade
nasal. Dentre os testes que seguem este princpio, existem a cis-
ternografia por radionucldeo e a injeo de fluorescena sdi-
ca. Esses testes tm a desvantagem de serem invasivos e caros,
embora, quando positivos, possam ajudar na localizao da FL.
A cisternografia por radionucldeo consiste na injeo intrate-
cal de um marcador radioativo (indium 111 ou tecncio 99). Al-
godes so colocados por via endoscpica na regio da lmina
crivosa, no meato mdio e no recesso esfeno-etmoidal. Aps
algumas horas de exposio, os algodes so retirados e a radio-
atividade medida. A vantagem deste teste o baixo volume de
RLR necessrio, pois os algodes ficam na cavidade nasal por
longo perodo e coletam o LCR continuamente se este estiver
presente
48
. Hubbard et al., na Clnica Mayo, obtiveram 50% de
positividade (em seis casos) e 33% de resultados falso-positi-
vos
29
. Garca-Uria et al. descreveram 100% de positividade em
uma casustica de 38 pacientes
22
. zapalac et al. estudaram dez
pacientes com este mtodo e obtiveram 88% de sensibilidade,
100% de especificidade e 90% de acurcia
60
. Este exame com-
plementar foi usado por outros autores em relatos de casos
9,58
.
Atualmente, este teste tem sido substitudo por outros mais sen-
sveis e menos dispendiosos. Alguns autores foram unnimes em
afirmar que sua indicao fica restrita a poucos casos onde o bai-
xo volume da RLR impediria a coleta de LCR para mensurao
da 2-transferrina
29,60
.
A injeo de fluorescena sdica intratecal, seguida de sua vi-
sualizao fibroscpica na cavidade nasal, aparece na literatura
mais recentemente. A dose e volume injetados variaram entre os
diversos autores. Marshall et al. usaram 1 ml de fluorescena a
5% diludos em 10 ml de LCR
37
. Schlosser e Bolger injetaram 0,1
ml de fluorescena a 10%, tambm diluda em 10 ml de LCR do
paciente
48
. Meco e Oberascher infundiram 0,5 ml de fluoresce-
na a 5%
39
. Embora esta tcnica possa ser usada na avaliao pr-
operatria, a maioria dos autores a utilizam no transoperatrio.
Uma vez que os testes com injeo intratecal de substncias so
invasivos e apresentam baixa positividade, caso a RLR ainda
no possa ser confirmada, passam-se aos mtodos de imagem.
Se esses forem muito sugestivos de presena de FL, salta-se a
etapa da confirmao de que a secreo nasal verdadeiramente
liqurica. Caso os exames de imagem sejam inconclusivos e a
suspeita de RLR ainda seja forte, procede-se ento aos testes
com injeo de substncias na raque acima descritos.
LOCALIZAO TOPOGRFICA DA
FSTULA LIQURICA
Uma vez confirmado que a rinorreia apresentada por determina-
do paciente de origem liqurica, o prximo passo determinar
o local onde existe o defeito steo-menngeo. Para tal, os m-
todos radiolgicos e de imagem mostraram-se cada vez mais
sensveis com a evoluo dos equipamentos.
A cisternografia por radioistopo que, conforme descrito acima,
permitia a confirmao da RLR, concomitantemente, pretendia
localizar o local da FL. Garca-Uria et al. obtiveram 32% de
positividade em uma srie de 38 pacientes
22
. Segundo zapalac
et al. em todos os seus casos positivos para RLR, o exame se
provou fraco para a localizao da leso steo-menngea
60
. Para
Schlosser e Bolger este exame permitiu identificar apenas o lado
(direito ou esquerdo) da FL, pois o LCR, misturado secreo
nasal foi coletado em todos os algodes de um mesmo lado
48
.
Com o advento da tomografia computadorizada (TC), todos os
exames existentes (cisternografia por radioistopos, radiografias
simples e planigrafias) tornaram-se obsoletos. Inicialmente, o
exame era realizado com cortes finos (1 a 3 mm de espessura)
em axial e coronal. Atualmente, com tomgrafos ditos de alta
resoluo (a maioria do tipo multislice), so feitos cortes axiais
seguidos de reconstrues multiplanares em coronal e sagital.
Por serem cortes muito finos (0,5 mm com incrementos de 0,3
mm), artefatos de reconstruo no mais prejudicam o exame.
Entretanto, perde-se a vantagem do posicionamento do pacien-
te em decbito ventral, do estudo coronal direto, que permite a
diferenciao de nvel hidroareo caracterstico da FL, do espes-
samento mucoso inespecfico. Por outro lado, permite o estudo
em pacientes comatosos, no colaborativos ou que apresentem
trauma cervical cujo decbito ventral no recomendado. As
paredes posterior do seio frontal, posterior e laterais do esfenoi-
de so avaliadas no plano axial. A lmina crivosa, o etmoide e o
teto do esfenoide so estudados no plano coronal
18,39,59
. O exame
pode ser realizado sem uso de contraste ou aps a injeo de
contraste iodado por via intratecal (cisternotomografia).
Na anlise da imagem da TC sem contraste, considera-se posi-
tiva se for observada soluo de continuidade ssea associada
a pneumocfalo ou a opacificao suspensa dentro de um seio
paranasal. Esta opacificao corresponde a LCR (hipodenso) ou
a parnquima herniado (isodenso)
18,52
. Por outro lado, um trao
de fratura isoladamente no permite o diagnstico, pois poss-
vel que a dura-mter esteja ntegra
59
. Um espessamento mucoso
adjacente a um trao de fratura pode significar reao da mucosa
ao LCR. Contudo, espessamento mucoso to comum com di-
versas outras etiopatogenias, que tal achado deve ser interpreta-
do apenas como de suspeio de FL
10,18
. Deiscncias naturais da
lmina crivosa ou relacionadas passagem de artrias mennge-
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Giannetti AV, Santiago APMS, Crosara PFTB, Guimares RES - Fstula liqurica da base anterior do crnio: classificao, clnica e diagnstico
78
as da base anterior do crnio em nvel do etmoide podem levar a
interpretaes errneas, sendo responsveis por resultados falso-
positivos
18
.
A sensibilidade e a especificidade deste exame so variveis na
literatura, podendo a diferena entre os tomgrafos utilizados
ser a principal razo da discrepncia. Outras explicaes seriam:
incluso de FL do osso temporal, alm das nasais, variaes na
tcnica do exame, realizao ou no de manobras (tipo Valsalva)
para abrir a fstula no momento do exame, presena de grupos
heterogneos quanto etiologia e diferena de critrios de inter-
pretao do que seria FL ou no.
Os trabalhos que usaram tomgrafos convencionais relataram
menor sensibilidade. Em 1985, Hubbard et al. obtiveram 32%
de resultados positivos em 19 casos
29
. Eljamel et al., em 1995,
estudaram 21 pacientes com FL inativas. A TC foi positiva em
33%, com 67% de falso-negativo e 9,5% de falso-positivo
21
.
Guimares et al. avaliaram 46 pacientes e compararam os resul-
tados das imagens com os achados cirrgicos. A localizao da
FL na TC foi concordante com a da cirurgia em 52% dos casos.
A TC foi discordante quanto localizao em 11%, inconclusiva
em 32% e mostrou FL, inexistente no transoperatrio, em 4%
25
.
Trabalhos com uso de tomgrafos de alta resoluo demonstram
melhores resultados. Em 1998, Shetty et al. avaliaram 45 casos
de FL. A TC de alta resoluo mostrou sensibilidade de 92%,
especificidade de 100%, acurcia de 93%, valor preditivo posi-
tivo de 100%, mas apenas 70% de valor preditivo negativo. Os
autores enfatizaram que os resultados foram semelhantes para
FL ativas ou inativas, isto , aquelas em que os doentes apre-
sentavam RLR no momento do exame clnico ou no, respecti-
vamente
52
. Marshall et al., em 1999, realizaram o exame em 32
casos, obtendo imagens satisfatrias em 26 (81,25%)
37
. Nesse
mesmo ano, Stone et al. obtiveram 100% de sensibilidade em 21
casos de FL comprovadas por cirurgia
54
. zapalac et al., em 2002,
estudaram 47 doentes. Quarenta e um exames foram positivos e
seis falso-negativos. Esses resultados corresponderam a 87% de
sensibilidade e acurcia
60
.
Com o objetivo de melhorar a sensibilidade do exame tomogr-
fico, foi proposta a injeo de contraste iodado intratecal (por via
lombar ou suboccipital) e tentar visualizar sua sada pela brecha
steo-menngea na TC. Este exame, denominado cisternotomo-
grafia, foi ainda desenvolvido na era dos aparelhos convencio-
nais. O volume injetado de contraste varia de 5 a 10 ml. Alguns
infundem cerca de 10 a 20 ml de soro fisiolgico para aumentar
a presso intracraniana e, dessa maneira, tentar abrir a FL duran-
te o exame. Aps a injeo, o doente colocado em posio de
Trendelenburg para que ocorra a subida do contraste at as cis-
ternas da base. Manobra de Valsalva ou tosse tambm podem ser
usadas para forar a sada do contraste. O protocolo de estudo da
base anterior do crnio o mesmo do exame convencional rela-
tado anteriormente. O exame tem alguns inconvenientes: inva-
sivo, mais trabalhoso, caro e demorado, alguns doentes podem
ter alergia ao iodo e no deve ser realizado na vigncia de me-
ningite ou na suspeita de hipertenso intracraniana. O resultado
considerado positivo quando detectado um defeito sseo com
sada do contraste pelo mesmo e/ou seu acmulo na cavidade
area subjacente 18. Para Shetty et al. a sensibilidade e especifi-
cidade do mtodo foram de 100% em 21 pacientes avaliados
52
.
Esses resultados no foram to expressivos em outros artigos.
Garca-Uria et al. obtiveram 75% de positividade em 12 dos seus
38 pacientes que se submeteram ao exame
22
. Toley foi capaz de
detectar o local da FL em sete de seus pacientes (70%)
56
. Stone
et al. obtiveram 48% de sensibilidade em 21 casos de FL da base
anterior do crnio confirmadas por cirurgia
54
. zapalac et al. re-
alizaram cisternotomografia em seis pacientes. Dois tiveram os
resultados positivos, e quatro foram falso-negativos. Embora o
nmero de pacientes tenha sido pequeno, isso correspondeu a
33% de sensibilidade e acurcia
60
. Guimares et al. avaliaram
38 pacientes. Vinte e sete (71%) tiveram a localizao da FL
concordante com o achado cirrgico, e em quatro (10%) a FL
encontrava-se adjacente ao local identificado pela cisternotomo-
grafia. Assim, o resultado foi considerado positivo em 81% dos
casos
25
. A principal explicao na variao de resultados repou-
sa no fato de que FL inativas poderiam no ser detectadas pelo
mtodo.
A ressonncia magntica (RM) trouxe nova contribuio no
diagnstico topogrfico das FL. A cisternografia por RM baseia-
se no fato do LCR ficar hiperintenso na sequncia ponderada em
T2, o que facilitaria a visualizao da brecha steo-menngea.
Diversas tcnicas so descritas na literatura. Tais variaes se
devem a protocolos especficos de cada servio, mas particular-
mente relacionadas aos diferentes tipos de aparelhos existentes.
De qualquer maneira, importante que o tempo de relaxamen-
to (TR) seja muito longo (entre 4.000 e 10.000 ms) e a aquisi-
o em eco de spin com cortes de at 3 mm. Alguns utilizam a
saturao de gordura, sendo avaliados os trs planos de corte:
axial, coronal e sagital. Mais recentemente surgiram as tcni-
cas de gradiente eco com cortes inferiores a um milmetro. O
posicionamento do paciente em decbito dorsal. H autores
que sugeriram tentar o decbito ventral para melhor avaliao
do nvel hidroareo, mas o desconforto da posio, que neces-
sita ser mantida imvel por longo tempo, provoca artefatos de
movimento, prejudicando a qualidade da imagem. O exame
completado com uma sequncia ponderada em T1, til na di-
ferenciao entre o LCR (hipointenso) e lquido inflamatrio
sinusal (hiperintenso). A injeo venosa do contraste varivel
de caso a caso
18,20,21,51,52
.
O diagnstico da brecha steo-menngea confirmado pela in-
terrupo do hiposinal da base do crnio por uma imagem hipe-
rintensa correspondente ao LCR e/ou por tecido cerebral her-
niado. A existncia de gliose cerebral associada pode evocar a
etiologia traumtica
18,20,21
. Se o hipersinal do LCR identificado
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Giannetti AV, Santiago APMS, Crosara PFTB, Guimares RES - Fstula liqurica da base anterior do crnio: classificao, clnica e diagnstico
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no interior do seio paranasal, mas sem continuidade com o es-
pao subaracnideo e no h realce aps infuso do contraste, o
diagnstico considerado de suspeio
21
.
Eljamel et al. avaliaram 21 pacientes com suspeita de FL. A RM
foi positiva em 16 casos e sugestiva em trs. A explorao ci-
rrgica confirmou a brecha steo-menngea em todos. Em dois
casos, cujos resultados da imagem foram negativos, no se en-
controu a FL no transoperatrio. Os autores concluram que a
acurcia foi de 100% e no houve falso-positivo ou negativo
21
.
Em 1998, El Gammal et al. avaliaram com RM e operaram 38
FL da base anterior do crnio: a sensibilidade do mtodo foi de
87%, a especificidade de 57% e a acurcia de 78%
20
. No mesmo
ano, Shetty et al. publicaram uma srie de 45 casos com sen-
sibilidade e especificidade de 87% e 100% respectivamente
52
.
zapalac et al. realizaram RM em 27 pacientes com FL da base
anterior do crnio. O estudo mostrou-se positivo em 21 casos
e teve falso-negativo em seis. Tais nmeros corresponderam
sensibilidade e acurcia de 78%
11
.
Uma vez que nenhum exame consegue ter 100% de sensibili-
dade e especificidade, outras tcnicas foram sendo testadas.
Em 2007, Goel et al. realizaram estudo de FL de diversas cau-
sas, por meio de RM e injeo intratecal de 2 ml de gadolneo.
Compararam-na com TC de alta resoluo e RM convencional.
Dentre 10 pacientes, a nova tcnica detectou o trajeto fistuloso
em oito, havendo um caso de falso-negativo. Um paciente no
foi operado e, portanto, no teve a FL confirmada, embora no
seguimento a longo prazo, continue assintomtico. Tais resulta-
dos corresponderam sensibilidade de 88,8% e especificidade
e acurcia de 100%
24
.
Nos dias atuais, baseado na no invaso e menor custo da TC de
alta resoluo e da cisternografia por RM, estes passaram a ser
os exames de eleio diante de um caso suspeito de FL na base
anterior do crnio. Shetty et al. mostraram que os dois exames
juntos atingiram a acurcia de 96%, a sensibilidade de 95% e a
especificidade de 100%
52
. A cisternotomografia ficaria restrita
aos casos em que o diagnstico de RLR j estivesse comprova-
do, desde que os exames no invasivos no tivessem sido capa-
zes de localizar a FL
18,52,60
.
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AUTOR CORRESPONDENTE
Alexandre Varella Giannetti
Rua Santa Catarina 1042 apto: 201
Bairro Lourdes Belo Horizonte MG
Brasil
CEP: 30.170-080
Tel: (31) 3335-0813
e-mail: agjg@terra.com.br

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Hockmuller M, Castro VR, Antunes ACM, Stefani MA, Rodrigues TH - Diagnstico e Tratamento da Sndrome do Tnel do Carpo: uma reviso
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Diagnstico e Tratamento da Sndrome do Tnel do Carpo:
uma reviso
Diagnosis and treatment of carpal tunnel syndrome. A review
Marjeane Hockmuller
1
Vincius Rosa de Castro
2
pio Cludio Martins Antunes
3
Marco Antonio Stefani
4
Tiago Hochmuller Rodrigues
5
1. Neurocirurgi Hospital de Clnicas de Porto Alegre-HCPA, Mestre, Curso de ps-Graduao, Cincias Cirrgicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.
2. Acadmico de medicina, Universidade Luterana do Brasil - ULBRA.
3. Neurocirurgio chefe da Unidade de Neurocirurgia do Hospital de Clinicas de Porto Alegre-HCPA. Professor Adjunto, Disciplina de Neurocirurgia, Departamento de Cirurgia,
Faculdade de Medicina, UFRGS
4. Neurocirurgio - Hospital de Clinicas de Porto Alegre - HCPA; Professor adjunto, Departamento de Medicina Interna, Faculdade de Medicina, UFRGS.
5. Acadmico de fisioterapia, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM.
SINOPSE
A sndrome do tnel do carpo (STC) a neuropatia perifrica
mais comum resultante da compresso do nervo mediano no
punho, acometendo principalmente o sexo feminino entre a
terceira e sexta dcada de vida. A sua manifestao clinica
se manifesta por dor , parestesias e formigamento nas extre-
midades superiores, sendo uma causa cada vez mais reconhe-
cida de incapacidade para o trabalho. O exame fsico do pa-
ciente com STC possui sinais clssicos, como o sinal de Tinel,
de Phalen e de Durkan (compresso do nervo mediano). O
diagnstico da STC baseado no exame clnico e exame de
eletroneuromiografia (padro ouro) ou exames de imagem (
com limitaes) As formas de tratamento variam entre trata-
mento conservador e cirrgico. No trabalho, os autores rela-
tam breve reviso da patologia e suas formas de diagnstico
e tratamento.
Palavras-chave: nervo mediano; sndrome do tnel do car-
po; eletrodiagnstico; tratamento conservador e cirrgico.
ABSTRACT
The carpal tunnel syndrome (CTS) is the most common pe-
ripheral neuropathy resulting from compression of the median
nerve at the wrist, affecting mainly the female sex, between
the third and sixth decade of life. Its clinical manifestations
are pain, numbness and tingling in upper extremities, and an
increasingly recognized cause of incapacity for work. Physi-
cal examination of patients with CTS has classic signs such as
Tinels , Phalens and Durkan signs (median nerve compres-
sion). The diagnosis of CTS is based on clinical examination
and electromyography (gold standard) or imaging (with limita-
tions). Treatment options range from conservative and surgical
treatment. We report a brief review of this syndrome and its
forms of diagnosis and treatment.
Keywords: median nerve, carpal tunnel syndrome; electrodiag-
nosis ; conservative and surgical treatment
INTRODUO
O tnel do carpo definido com espao profundo ao ligamen-
to transverso, tendo como limite posterior os ossos carpais e
como limite superior o ligamento transverso, tambm chama-
do de retinculo dos flexores. O ligamento transverso uma
banda fibrosa localizada imediatamente acima do nervo me-
diano. No interior do canal carpal, esto o nervo mediano, os
4 tendes do flexor profundo dos dedos, 4 tendes do flexor
superficial dos dedos e o tendo do flexor longo do polegar,
totalizando dez estruturas que passam por esse canal
14,17,18
. O
nervo mediano formado pelos ramos superiores do tronco
lateral do plexo braquial (C6-C7) e pelos ramos inferiores do
tronco medial (C8-T1)9. O nervo mediano responsvel pela
inervao dos msculos abdutor breve do polegar, cabea su-
perficial do flexor breve do polegar e oponente do polegar. Este
responsvel pelas sensibilidades ttil, trmica e dolorosa das
metades laterais da palma das mos, face palmar do polegar,
indicador, mdio e metade lateral do dedo anular. Na fase dor-
sal da mo, o nervo mediano responsvel pela sensibilidade
das falanges mdia e distal dos dedos indicador e mdio, assim
como da metade lateral das falanges mdia e distal do dedo
anular. O ramo palmar do nervo mediano, por no atravessar o
tnel do carpo, no se encontra envolvido na sndrome do tnel
do carpo, razo pela qual as alteraes sensitivas no serem
detectadas na sndrome
29
.
A sndrome do tnel do carpo (STC), descrita pela primeira
vez por Sir James Paget em 1854, definida como compres-
so do nervo mediano na rea em que este atravessa a regio
do carpo
17,12
. A STC representa a neuropatia compressiva mais
comum na prtica mdica, com maior ocorrncia em adultos
entre 30-60 anos e 4-5 vezes mais freqente no sexo femini-
no. A apresentao clnica se d por parestesias dolorosas e/
Recebido em outubro de 2010, aceito em novembro de 2010
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Hockmuller M, Castro VR, Antunes ACM, Stefani MA, Rodrigues TH - Diagnstico e Tratamento da Sndrome do Tnel do Carpo: uma reviso
83
ou dor em queimao na metade lateral, principalmente nos
dedos polegar, indicador, mdio e face radial do dedo anular. A
dor pode ser de carter agudo ou crnico, podendo envolver a
mo dominante ou no dominante ou ambas, muitas vezes des-
pertando o paciente durante a noite
5,13
. Alm disso, a dor pode
ter irradiao proximal para o brao e ombro. O paciente pode
referir perda da fora de preenso e em estgios mais avana-
dos da doena pode-se notar importante atrofia da musculatura
tenar da mo afetada
2
.
Alguns autores costumam classificar os pacientes conforme a
severidade dos sintomas:
Grupo I: sintomas leves e intermintentes.
Grupo II: sintomas persistentes, perda da destreza e difi-
culdade do uso da pina. Dor mais intensa, piora noite
ou ao usar a mo. Leve grau de atrofia tenar e dficit motor
no polegar.
Grupo III: sintomas progressivos e antigos, com importante
atrofia da eminncia tenar; fraqueza da mo, dficit motor
acentuado no polegar. O prognstico ruim mesmo com
tratamento cirrgico e o dano funcional frequentemente
irreversvel
29
.
A patognese da STC consiste no aprisionamento do nervo me-
diano por diminuio do tamanho do tnel ou por aumento do
dimetro das estruturas ali presentes, tais como tenossinovites
dos tendes flexores, que levam a um bloqueio de conduo
temporrio dentro das grandes fibras nervosas mielinizadas,
causando dormncia e desconforto na mo afetada. Caso a
compresso permanea, morte axonal e dor podem ocorrer
em funo de alteraes isqumicas que frequentemente ocor-
rem
25
. Alm disso, a STC constituda por fatores intrnsecos
(gentica, peso corporal, doenas endcrinas e reumatolgi-
cas) e fatores extrnsecos (atividade ocupacional, fraturas)
5
.
DIAGNSTICO
O diagnstico da STC baseado principalmente nos achados
clnicos do paciente e nas manobras que aumentam a presso
dentro do canal, como o teste de Tinel e Phalen. Alm disso, o
estudo eletrofisiolgico do nervo mediano e a ultrassonografia
da regio do punho so exames complementares que podem
auxiliar na confirmao de STC, quando se tem dvida quanto
ao exame fsico. O diagnstico precoce permite que se tomem
medidas preventivas adequadas e/ou tratamento mais indicado
para cada paciente, evitando-se, assim, danos irreversveis ao
nervo e a incapacidade da mo afetada
6,20
.
O sinal de Tinel, que consiste na percusso leve sobre o punho,
transmite uma sensao de parestesia na regio de distribuio
do nervo mediano, sendo um importante indicador de STC
16
.
Outro teste popular para o diagnstico de STC o Teste de
Phalen, que consiste na flexo completa, no forada, do pu-
nho por 60 segundos. A posio fletida do punho comprime
ainda mais o nervo mediano j comprimido na posio neutra,
no caso da STC, transmitindo tambm parestesias na regio do
nervo mediano
7
.
Durkan props um novo teste, em 1990, para auxiliar no diag-
nstico de STC, no qual o examinador aplica, com ambos
seus polegares, uma presso direta sobre a regio do carpo
por 30 segundos: logo os sintomas comuns da STC podem se
apresentar ao longo do trajeto do nervo mediano. Esse teste
conhecido como teste de compresso do nervo mediano. No
estudo feito por Durkan (1990) com 31 pacientes, entre 1987 a
1990, foram avaliadas 46 mos com diagnstico eletro-neuro-
miogrfico confirmado de STC: o teste proposto pelo autor foi
positivo em 40 mos das 46 avaliadas (87%). Ao ser aplicado o
teste de Phalen, 32 (70%) das 46 mos tiveram o sinal presen-
te, j quando testado o sinal de Tinel, este foi presente em 26
mos (56%). No estudo, a sensibilidade do teste Phalen foi de
70% e a especificidade de 84% com 16% de falsos positivos.
J o teste de Tinel foi menos sensvel, com 56% de positivida-
de nos pacientes nos quais a STC foi confirmado por estudo
eletrofisiolgico e especificidade de 80% das mos, com 20%
de resultados falsos-positivos. O teste de Durkan obteve 87%
de sensibilidade e 90% de especificidade com 10% de falsos-
positivo. Em vista da sua alta sensibilidade e especificidade,
este teste, em alguns paciente com sinais e sintomas tpicos de
STC, pode identificar os candidatos para o tratamento cirr-
gico, evitando assim gastos com exames complementares para
firmar o diagnstico
7
.
Algumas doenas podem confundir o diagnstico de STC, uma
vez que podem simular manifestaes semelhantes, tais como
radiculopatia cervical (especialmente a nvel de C6 e C7), ple-
xopatia braquial (especialmente em tronco superior), neuro-
patia mediana proximal, sndrome do Desfiladeiro Torcico e
distrbios do Sistema Nervoso Central (esclerose mltipla e
acidente vascular isqumico)
1
.
O estudo da conduo nervosa por eletroneuromiografia
(ENMG) confirma o diagnstico de STC, entretanto no serve
para excluir a suspeita da doena. Os objetivos da avaliao
eletrofisiolgica identificar e quantificar a leso do nervo afe-
tado atravs da conduo sensitiva e motora
1
. A ENMG cons-
titui o exame diagnstico padro-ouro para STC com especi-
ficidade que vai de 49 a 84% e especificidade que chega at
95- 99%
10
. Alm disso, esse exame pode ser til para afastar
outras neuropatias do membro superior
1
.
Reviso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 82-85, 2011
Hockmuller M, Castro VR, Antunes ACM, Stefani MA, Rodrigues TH - Diagnstico e Tratamento da Sndrome do Tnel do Carpo: uma reviso
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O diagnstico de STC por ultrassonografia tem maior valor
na identificao de causas secundrias de STC, as quais in-
cluem leses que ocupam o espao dentro do tnel do carpo,
tais como tumores e hipertrofia dos tecidos sinoviais, causas
metablicas e condies fisiolgicas (hipotireoidismo, artrite
reumatide e gravidez) infeces e neuropatias associadas a
diabete mellitus e alcoolismo. Na prtica clnica, o diagnstico
por imagem no utilizado para identificar STC idioptica,
exceto quando se suspeita de uma causa secundria
1
.
A Ressonncia Magntica (RM) pode fornecer maiores infor-
maes diagnsticas e anatmicas sobre as estruturas de partes
moles do tnel do carpo. A capacidade de distinguir entre os ti-
pos de tecidos, baseada no contedo de gua e de gordura e a ca-
pacidade de realizar qualquer seqncia de imagem em qualquer
plano ,esto entre as suas vantagens. Na STC os achados da RM
so: aumento do nervo mediano na entrada do tnel do carpo,
melhor avaliado na altura do psiforme; o achatamento do nervo
mediano na seqncia ponderada em T2; e o abaulamento do
retinculo dos extensores. Sua desvantagem o custo elevado
27
.
TRATAMENTO
O tratamento da STC se define em cirrgico e conservador. A
escolha entre o tratamento no-cirrgico e cirrgico baseada
no tempo de evoluo dos sintomas, com a presena ou no
de dficit motor, presena de atrofia ou no da musculatura da
mo afetada, disestesia contnua ou intermitente e grau de d-
ficit sensitivo. Dessa forma, opta-se pela terapia conservadora
quando o paciente apresentar menos de um ano do incio dos
sintomas, ausncia de dficit motor ou de atrofias, disestesia
intermitente e dficit sensitivo
23
.
Na terapia conservadora importante que sejam reconhecidos
e eliminados fatores capazes de induzir o aumento da presso
no tnel do carpo. A atividade profissional do paciente deve
ser levada em considerao, j que algumas atividades levam
ao aumento da flexo do punho por tempo prolongado. A tera-
pia farmacolgica faz parte do tratamento conservador. O uso
de analgsicos e antiinflamatrios no-hormonais (AINH) so
um indicao quando no se opta pelo tratamento cirrgico.
Os AINH tem melhor resposta quando h a suspeita de te-
nossinovites como causa da STC, alm disso a piridoxina (vi-
tamina B6) tambm utilizada para o tratamento, porm no
se recomenda seu uso por longos perodos em funo de seus
efeitos adversos
6
. O uso de esterides tambm so uma opo
no tratamento conservador.
A indicao do uso de rteses uma forma eficaz no trata-
mento conservador da STC, associada a exerccios de punho
e dedos. O princpio do uso de prteses na STC baseia-se na
reduo dos movimentos extremos da articulao do punho,
resultando na diminuio da presso no interior do tnel. Es-
to indicadas em casos moderados, com pequeno bloqueio da
conduo nervosa. Seu uso deve ser noite e durante o trabalho
ou durante todo o dia
15
.
A indicao de tratamento cirrgico limitada aos pacientes
nos quais o tratamento conservador no foi efetivo na melho-
ra da dor e dos sintomas, ou para aqueles que tem progresso
do dficit motor
4
. Em uma reviso feita com 209 estudos so-
bre o tratamento da STC, publicados entre 2000 e 2006, onde
foram consideradas 32.936 intervenes cirrgicas, 75% dos
pacientes relataram resoluo completa dos sintomas ou com
sintomas leves residuais aps o procedimento, 17% relataram
melhora moderada ou nenhuma mudana e 8% relataram piora
aps a cirurgia
3
.
Existem duas opes para o tratamento cirrgico, a liberao
do nervo por inciso aberta ou por via endoscpica, descrita
pela primeira vez por Okutsu
19
, ortopedista japons. A cirurgia
por via aberta, descrita pela primeira vez por James Learmon-
th, cirurgio escocs, feita atravs de uma inciso curvilnea
na regio do punho que pode ser associada, em caso de espes-
samento da bainha do nervo, epineurectomia e, caso tambm
haja tecido cicatricial no nervo, neurlise interna para des-
compresso dos fascculos do nervo. A via endoscpica ca-
racterizada pela seco do ligamento transverso por dentro do
tnel do carpo, mantendo as estruturas e planos da pelo acima
do tnel intactos
1
. Praticamente no existem contra-indicaes
para a cirurgia aberta, contrastando com a cirurgia endoscpica
que possui restries para pacientes que apresentem atrite reu-
matide, a qual o procedimento pode agravar o processo infla-
matrio, tenossivites, pois esses pacientes podem se beneficiar
da neurlise, a qual s possvel na cirurgia aberta, doena de
Dupuytren ou em caso de interveno prvia na mo e quando
h envolvimento do ramo do ramo palmar do nervo mediano, o
que torna a explorao aberta necessria
1,11
.
Duas revises sistemticas
24,26
e dois estudos randomizados fo-
ram avaliados comparando os dois procedimentos. A concluso
que, at o momento no h nenhuma evidncia que sustente
a superioridade da cirurgia endoscpica em relao cirurgia
aberta na resoluo dos sintomas a curto e longo prazo
22,28
.
Um estudo feito com 30 pacientes, divididos em 2 grupos de 15
cada, foi comparou a cirurgia pela tcnica endoscpica e por via
aberta. Nos pacientes operados por via endoscpica, o tempo de
retorno s atividade e o tempo de dor no ps-operatrio foi me-
nor, comparado ao grupo em que se utilizou a cirurgia aberta
8
.
Na maioria parte dos pacientes que se submeteram cirurgia
aberta, o prognstico bastante satisfatrio, pois 70 a 90% dos
pacientes operados apresentam melhora dos sintomas no prazo
de um ano
2
.
Reviso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 82-85, 2011
Hockmuller M, Castro VR, Antunes ACM, Stefani MA, Rodrigues TH - Diagnstico e Tratamento da Sndrome do Tnel do Carpo: uma reviso
85
Dessa forma, a escolha da melhor tcnica cirrgica para o tra-
tamento da STC deve ter embasamento segundo a experincia
do cirurgio e as expectativas para cada paciente, uma vez que
no h na literatura superioridade de uma tcnica em relao a
outra, pelo menos a curto prazo.
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AUTOR CORRESPONDENTE
Dra Marjeane Hockmuller
Hospital de Clnicas de Porto Alegre - 2 Andar
Servio de Neurocirurgia - Ramiro Barcelos,
2.350 Bairro Santa Ceclia -Porto Alegre/RS
CEP: 90035-903
PABX (51) 3359.8000 - FAX (51) 3359.8001
Relato de caso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 86-89, 2011
Pereira CU, Lepski G, Santos LPA, Jesus RM - Amaurose transitria ps-cirurgia da coluna cervical. Relato de caso
86
Amaurose transitria ps-cirurgia da coluna cervical. Relato de caso
Transient amaurosis after cervical spine surgery. Case report
Carlos Umberto Pereira
1
Guilherme Lepski
2
Liani Patrcia Andrade Santos
3
Rafaela Mota de Jesus
3
1. Professor Adjunto do Departamento de Medicina, Universidade Federal de Sergipe. Aracaju-Se. Brasil.
2. Neurocirurgio. Servio de Neurocirurgia da Universidade de Tuebingen. Tuebingen Alemanha.
3. Acadmicas de Medicina. Universidade Federal de Sergipe, Aracaju-Se. Brasil.
SINOPSE
Introduo: A amaurose transitria uma complicao rara
ps-cirurgia da coluna vertebral. Tem maior incidncia em
cirurgias que exigem decbito ventral. A etiopatogenia in-
certa, mas tem sido relacionada com isquemia do nervo pti-
co, ocluso da artria central da retina (OACR) e leso ocular
externa. Objetivos: Relatar um caso de amaurose bilateral
transitria em uma paciente submetida a tratamento cirr-
gico de hrnia discal cervical em decbito ventral. Relato do
caso: JMS, 68 anos, feminina. Dor cervical unilateral e mo-
noradicular no trajeto de C6 h trs meses. Exame de RM da
coluna cervical demonstrou hrnia discal extrusa no espao
C6-C7 direita. Foi submetida cirurgia sob anestesia geral,
em decbito ventral para exrese da hrnia discal cervical.
Houve perda sangunea no ato cirrgico de 600 ml, sendo
reposto durante o procedimento cerca de 300 ml. Durao
do ato cirrgico foi de 185 minutos. No ps-operatro ime-
diato apresentou perda da acuidade visual bilateral. Ao exa-
me fsico no havia sinais de compresso externa dos globos
oculares. Exame Fundoscopia: no revelou alteraes sig-
nificantes. No 3 dia de ps-operatrio comeou apresentar
recuperao parcial da acuidade visual e teve melhora total
da sua acuidade visual no 16 dia de ps-operatrio. Conclu-
ses: Em nosso caso a etiologia provvel foi a presena de
decbito ventral prolongado, bem como a perda transitria
sangunea. A profilaxia baseia-se no correto posicionamento
do paciente na mesa operatria, hidratao normovolmica,
evitar perda sangunea abundante no procedimento cirrgico
e reduo do tempo anestsico.
Palavras-chave: amaurose ps-operatria, cirurgia da colu-
na cervical, complicaes
ABSTRACT
Introduction: Transient amaurosis is a rare complication af-
ter spinal surgery, with a higher incidence in surgeries that re-
quire the prone position. Its pathogenesis is uncertain, but has
been related to ischemia of the optic nerve, occlusion of central
retinal artery (OCRA) and external ocular injury. Objectives:
To report a case of transient bilateral amaurosis in a patient
underwent surgical treatment of cervical disc herniation in
the prone position. Report of case: JMS, 68 years old, female.
Unilateral neck pain and monoradicular in the path of C6 for
three months. MNR of the cervical spine showed extruded disc
herniation at C6-C7 space on the right. She underwent surgery
under general anesthesia in the prone position for resection of
cervical disc herniation. There was blood loss during surgery
than 600 ml, being replaced during the procedure about 300
ml. Surgical time was 185 minutes. In the immediate postop-
erative period showed bilateral loss of visual acuity. Physical
examination revealed no signs of external compression of the
eyeballs. Fundus eyes examination, revealed no significant
changes. At day 3 after surgery there was partial recovery of
visual acuity and there was a total improvement of their visual
acuity on the day 16 postoperatively. Conclusion: In our case
the probable etiology was the presence of prolonged prone posi-
tion and the temporary loss of blood. Prophylaxis is based on
the positioning of the patient on the operating table, normo-
volemic hydration, prevent blood loss in surgery and abundant
reduction of anesthetic time.
Keywords: posoperative blindness, cervical spine surgery,
complications
Recebido em outubro de 2010, aceito em dezembro de 2010
Relato de caso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 86-89, 2011
Pereira CU, Lepski G, Santos LPA, Jesus RM - Amaurose transitria ps-cirurgia da coluna cervical. Relato de caso
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INTRODUO
A diminuio da acuidade visual (DAV) ou alteraes de cam-
pos visuais ps-cirurgia da coluna vertebral so complicaes
raras, mas de alto risco para o paciente
18,22
. A incidncia da
DAV em cirurgia no ocular de 1:61.000
16
, em cirurgia de
coluna vertebral de 1:500 pacientes
14
. Williams et al
20
rela-
taram a incidncia da DAV entre 0,05% e 4,5% em todos os
procedimentos cirrgicos e nas cirurgias da coluna vertebral
entre 0,06% a 0,2%.
As principais causas da DAV so: isquemia do nervo ptico,
trombose da artria ou veia central da retina e cegueira cortical
8
.
Este trabalho apresenta um caso de amaurose bilateral transit-
ria em uma paciente submetida a tratamento cirrgico de hrnia
discal cervical e discute fatores de risco, etiologia e profilaxia.
RELATO DO CASO
JMS, 68 anos, feminina, queixa-se de dor cervical unilateral e
monoradicular no trajeto de C6 h trs meses. A RM da coluna
cervical demonstrou hrnia discal extrusa no espao C6-C7
direita. Foi submetida cirurgia sob anestesia geral, em de-
cbito ventral, para exrese da hrnia discal cervical. Houve
perda sangunea no ato cirrgico de 600 ml, sendo repostos
durante o procedimento cerca de 300 ml e a durao do ato
cirrgico foi de 185 minutos. No ps-operatrio imediato apre-
sentou perda da acuidade visual bilateral. Ao exame fsico no
havia sinais de compresso externa dos globos oculares. O exa-
me de fundoscopia no revelou alteraes significantes. No 3
dia de ps-operatrio comeou apresentar recuperao parcial
da acuidade visual e teve melhora total da sua acuidade visual
no 16 dia de ps-operatrio.
DISCUSSO
A perda da acuidade visual uma complicao rara ps-cirur-
gia da coluna vertebral. Sua incidncia varia entre 0,028% e
0,2% dos procedimentos cirrgicos da coluna vertebral, sendo
mais comum em cirurgias em decbito ventral
16,19
. Sua etiopa-
togenia incerta, porm tem sido relacionada com isquemia
do nervo ptico, ocluso da artria central da retina (OACR) e
leso ocular externa
3,8,12
. A isquemia do nervo ptico a prin-
cipal causa, podendo acometer a regio anterior ou posterior do
nervo e ocorre por hipotenso arterial ou compresso do nervo
durante ato cirrgico
7,8
.
Alguns fatores de risco referentes ao paciente os tornam pre-
disponentes para complicaes como a DAV: idade avanada,
presena de aterosclerose, diabetes mellitus, hipertenso arte-
rial sistmica, tabagismo, glaucoma de ngulo estreito, insufi-
cincia renal, doenas do colgeno, disfuno renal, policite-
mia e insuficincia vascular
5,14
. Tambm pode estar relacionada
a fatores cirrgicos, tais como: extenso do tempo cirrgico,
hipotenso arterial, grandes perdas sanguneas, anemia e/ou
reposio volmica inadequada durante a cirurgia
1,7,10
.
Baig et al
2
relataram para casos de reteno hdrica o aumen-
to da permeabilidade capilar e consequente perda de albumina
para o terceiro espao. Neste caso, o edema ocasiona compres-
so dos vasos sanguneos que suprem o nervo ptico, reduzin-
do o retorno venoso e causando isquemia
17
. O decbito ventral
tem sido relatado na literatura mdica como um dos fatores
de risco para DAV
22
. No entanto, diversos estudos j analisa-
ram a presso intra-ocular na posio sentada, ventral e supina,
concluindo que a posio ventral no interfere no aumento da
presso intra-ocular
4,13
. Em nosso paciente, foi sugerido que o
decbito ventral durante ato cirrgico tenha sido fator de risco
para DAV.
A etiologia da DAV ps-cirurgia de coluna vertebral envolve
quatro causas: leso ocular externa; cegueira de origem cor-
tical de causa hipotensiva e/ou emblica; ocluso da artria
ou veia central da retina; neuropatia ptica isqumica anterior
e posterior
9,19
. A leso ocular externa pode ser decorrente de
traumatismo na crnea, que a causa mais comum de DAV
ps-cirurgia espinhal
9,18
. O traumatismo na crnea que ocorre
durante a cirurgia causado pelo decbito ventral e como con-
seqncia pode ocorrer abraso, lacerao ou irritao da cr-
nea, com maior suscetibilidade inflamao e infeco ocular,
o que ocasionaria DAV no ps-operatrio
9
. Esta complicao
pode ser evitada usando lubrificantes e uma correta ocluso
das plpebras do paciente durante o procedimento cirrgico.
Em nosso caso, ao exame fsico no apresentava sinal de leso
ocular externa.
A ocluso da artria central da retina (OACR) a segunda cau-
sa mais comum de DAV ps-cirurgia espinhal
9
. ocasionada
pelo aumento da presso intra-ocular, consequente ao posicio-
namento do paciente em decbito ventral durante a interven-
o cirrgica
4,11,15
. Presena de edema e equimose periorbitria
podem ser observados no globo ocular em casos de leses ex-
ternas associadas
9
. Porm, o aumento da presso intra-ocular
pode causar isquemia na retina, mancha vermelho-cereja na
mcula e diminuio do reflexo pupilar ao exame oftalmolgi-
co
10
. Em nosso caso, a posio de decbito ventral durante ato
cirrgico esteve relacionada DAV, porm, no havia sinais de
leses externas associadas.
Relato de caso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 86-89, 2011
Pereira CU, Lepski G, Santos LPA, Jesus RM - Amaurose transitria ps-cirurgia da coluna cervical. Relato de caso
88
A cegueira de origem cortical ocorre em grandes dficits de
perfuso sangunea no trato ou crtex visuais
10
. Este distrbio
neurolgico ocorre devido a eventos tromboemblicos causa-
dos por hipoperfuso, hipotenso arterial ou arritmia cardaca
durante o ato cirrgico
10
. Nesta situao, o exame oftalmolgi-
co caracterizado por dficit no campo visual (hemianopsia),
reflexo pupilar normal e fundoscopia sem alteraes significa-
tivas
4,10
. Pode estar associada confuso mental e alucinaes
visuais
15
. A recuperao nestes casos pode ser parcial ou total,
dependendo do restabelecimento da perfuso das reas com-
prometidas
21
.
A causa mais importante de DAV ps-cirurgia da coluna ver-
tebral a isquemia do nervo ptico
6,10,19,21,22
, que pode ocorrer
de duas maneiras distintas: isquemia anterior do nervo ptico
e isquemia posterior do nervo ptico
10
. A diferena est na
localizao da leso, que revelada pelo exame da retina. Na
isquemia anterior do nervo ptico, a leso localiza-se na re-
gio anterior do nervo ptico e o edema de papila visualizado
na fundoscopia
16
. Os pacientes mais acometidos so aqueles
portadores de doenas crnicas, como diabetes mellitus, hiper-
tenso arterial sistmica, doenas degenerativas, insuficincia
renal e vasculites
3,16
. Tambm pode estar associada hipoten-
so arterial, que pode ocorrer pela queda abrupta da volemia
durante o ato cirrgico
3,14
. A isquemia posterior do nervo p-
tico a forma mais comum de isquemia deste nervo em ci-
rurgias da coluna vertebral, sendo mais freqentes em cirurgia
no segmento lombar
10
: ocorre devido a uma queda da perfuso
sangunea na poro posterior do nervo ptico, zona entre o
forame ptico e o ponto de entrada da artria central da retina
14
.
Em nosso caso, a perda parcial da acuidade visual esteve pro-
vavelmente associada perda de 400ml de volume sanguneo
durante o ato cirrgico. Esta zona tambm irrigada por pe-
quenos vasos arteriais oriundos da pia-mter, por isso quan-
do lesadas, causam aumento da presso venosa local
10
. Nesta
forma, no visvel o edema de papila, o que a diferencia da
isquemia anterior
10
. Caso haja presena de edema de papila
dias aps o procedimento cirrgico, o diagnstico imediato
de isquemia posterior do nervo ptico e tardiamente isquemia
anterior do nervo ptico
9
. Em nosso caso no houve alteraes
na fundoscopia, podendo ento relacionar a DAV do paciente
em estudo isquemia posterior do nervo ptico, devido perda
sangunea durante ato cirrgico.
CONCLUSO
A amaurose no ps-operatrio de cirurgia da coluna vertebral
rara. Em nosso caso, a provvel etiologia foi o decbito ventral
prolongado associado perda sangunea transitria. O diagns-
tico deve ser precoce e o tratamento inicial conservador. Sua
profilaxia baseia-se no correto posicionamento do paciente na
mesa operatria, normohidratao, reduo do tempo anestsico
e evitar perda sangunea durante o ato cirrgico.
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AUTOR CORRESPONDENTE
Prof. Dr. Carlos Umberto Pereira
Av. Augusto Maynard, 245/404
Bairro So Jose
49015-380 Aracaju Sergipe
Email: umberto@infonet.com.br

Relato de Caso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 90-93, 2011
Verssimo DCA, Jnior FAA, Cunha MLV, Rehder R, Viegas FA, Borba LAB - Meningite de Mollaret: relato de caso e reviso da literatura.
90
Meningite de Mollaret: relato de caso e reviso da literatura
Mollarets meningitis: case report and literature review
Denildo Csar Amaral Verssimo
1
Francisco Alves de Arajo Jnior
1
Marcelo Lemos Vieira da Cunha
1
Roberta Rehder
1
Fbio Alex Viegas
1
Luis Alencar Biurrum Borba
2
1. Residente do Hospital Universitrio Evanglico de Curitiba, Curitiba PR, Brasil.
2. Neurocirurgio chefe do Departamento de Neurocirurgia do Hospital Universitrio Evanglico de Curitiba, Curitiba PR, Brasil
SINOPSE
Introduo: Meningite de Mollaret consiste em uma forma de
meningite assptica, sendo considerada uma patologia rara,
haja visto a reviso literria mundial apresentar aproximada-
mente 50 casos descritos at o momento. Objetivo: Descrio
de caso de meningite assptica decorrente de leso expansiva
epidermide. Mtodo: Mulher submetida resseco retros-
sigmoidia de tumor epidermide em ngulo ponto-cerebelar
a direita evoluindo sem dficits no ps-operatrio imediato,
mas evoluindo, no ps-operatrio tardio, com meningismo e
deficit de nervos cranianos contralaterais leso primria.
Exames de propedutica liqurica evidenciaram meningite
sem crescimento de microorganismos. Discusso: A cascata
inflamatria sistmica desencadeada por essa patologia pode
gerar um estado toxmico, assemelhando-se clinicamente a
meningite bacteriana. O estudo liqurico no evidencia agen-
te causador, a despeito da elevao de polimorfonucleares e
a reduo da glicorraquia. O risco de desenvolver meningite
assptica pode ser reduzido, evitando-se contaminao do
contedo cstico no espao subaracnide, removendo cuida-
dosamente todo tecido cstico e administrando corticoterapia
no perioperatrio. Concluso: Meningite assptica uma pa-
tologia rara, sem consenso a respeito de seu manejo, justifi-
cando a necessidade de acmulo de conhecimentos a partir
de relatos de casos em todo o mundo.
Palavras-chave: Meningite assptica. Cisto epidermide.
ABSTRACT
Introduction: Mollarets aseptic meningitis represents a rare
disease of unknown etiology with up to 50 cases described in lit-
erature. Aim: To report a case about a patient presenting with
recurrent aseptic meningitis followed by epidermoid tumor re-
section. Method: Patient submitted to a retrosigmoid approach
for epidermoid tumor resection presented later with repetitive
episodes of meningism and cranial nerve palsies contralateral
to primary lesion. Cerebrospinal fluid analysis suggested aseptic
meningitis. Discussion: Systemic inflammatory cascade due to
the respective pathology may produce a toxemic condition simi-
lar to bacterial meningitis. Cerebrospinal fluid analysis demon-
strates high white blood cells counting, low glucose level, and
negative cultures for pathological agent. Aseptic meningitis
risk may be reduced by avoiding cystic fluid contamination into
the subarachnoid space, cystic tissue completely removal, and
initiating corticotherapy during surgery. Due to the severity of
symptoms and sequels, new studies must be developed in order to
reduce recurrence during remission periods. Conclusion: Mol-
laret meningitis is considered a rare pathology without treatment
consensus, justifying the need to develop new studies and ampli-
fying research and knowledge on the pathological process and
treatment of the disease.
Keywords: Meningitis, aseptic. Epidermal cyst
INTRODUO
Descrita primariamente por Mollaret em 1944, a meningite de
Mollaret consiste em uma forma de meningite assptica na au-
sncia de agentes infectantes, sendo considerada uma patolo-
gia rara, haja visto a reviso literria mundial apresentar apro-
ximadamente 50 casos descritos at o momento
2,10
A apresentao clnica da doena caracteriza-se em episdios
de picos febris e meningismo, variando de sndromes brandas a
casos toxmicos, semelhantes a meningites bacterianas graves.
A anlise da presena de agentes infecciosos no lquor, sangue
ou contedos csticos devem ser necessariamente negativos
9
Dados concretos em relao instituio teraputica e mudan-
a na evoluo da doena na vigncia de tratamento institu-
do ainda so escassos e incertos, justificando a necessidade
de acmulo de conhecimentos a partir de relatos de casos em
todo o mundo.
Recebido em outubro de 2010, aceito em dezembro de 2010
Relato de Caso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 90-93, 2011
Verssimo DCA, Jnior FAA, Cunha MLV, Rehder R, Viegas FA, Borba LAB - Meningite de Mollaret: relato de caso e reviso da literatura.
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O presente estudo apresenta um relato de meningite asspti-
ca decorrente da manipulao cirrgica de tumor epidermide
acompanhada no Servio de Neurocirurgia do Hospital Uni-
versitrio Evanglico de Curitiba.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, 48 anos, previamente hgida, admitida
no Servio de Neurocirurgia por apresentar queixas de cefa-
lia crnica de evoluo h 6 meses e dor em hemiface direi-
ta, semelhante neuralgia trigeminal. Ressonncia magntica
(RM) de crnio mostrou leso expansiva extra-axial ovalada
medindo aproximadamente 23x16x12 mm nos maiores eixos
ntero-posterior, crnio-caudal e ltero-lateral, hiperintensa
em relao ao lquor em T1, localizada no segmento inferior
da cisterna do ngulo ponto-cerebelar direita. Tal leso abau-
lava o pednculo cerebelar mdio, contactando anteriormente
o flculo cerebelar e apresentando relao com o segmento
cisternal do VII e VIII nervos cranianos, deslocando pstero-
lateralmente o XII nervo craniano.
Figura 1 RM: T1 AXIAL CONTRASTADO PR-OPERATRIO
Figura 2 RM: T2 AXIAL PR-OPERATRIO
Figura 3 RM: T2 CORONAL PR-OPERATRIO
Relato de Caso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 90-93, 2011
Verssimo DCA, Jnior FAA, Cunha MLV, Rehder R, Viegas FA, Borba LAB - Meningite de Mollaret: relato de caso e reviso da literatura.
92
Foi submetida a tratamento cirrgico por abordagem retrossig-
moidia direita, sendo encontrado no ato operatrio leso pero-
lada sugestiva de cisto epidermide com importante reao infla-
matria e adeso aos nervos cranianos e tronco cerebral. Devido a
essa aderncia, optou-se por resseco sub-total da leso.
No ps-operatrio imediato evoluiu sem dficits neurolgicos,
tendo sido instituda profilaxia com corticoide (Decadron 4mg
de 6 / 6 horas por 5 dias), tendo alta assintomtica.
Retornou 20 dias aps o procedimento cirrgico com quadro de
cefalia intensa e paralisia facial de carter perifrico, contra-
lateral ao stio operatrio, associada a hidrocefalia supra-ten-
torial. Submetida a derivao ventrculo-peritoneal e institudo
novo ciclo de corticoterapia. Apresentou melhora da hiperten-
so intracraniana, com reverso total dos dficits faciais, sem
outros dficits de nervos cranianos, com alta aps 5 dias.
Aps 60 dias do procedimento inicial, retornou com diplegia
facial e impossibilidade de deglutio. Ao exame, sinais clni-
cos de broncoaspirao. Tomografia de crnio sem evidncias
de hidrocefalia e liquor (glicose 10mg/dl; leuccitos 164/mm;
neutrfilos 85%; linfcitos 15%) com trs culturas negativas.
Evoluiu instvel ao longo do internamento, em status sptico,
sem resposta satisfatria ao tratamento institudo, e bito.
DISCUSSO
Mollaret descreveu a sndrome inicialmente em 1944 como
forma de meningite sem agentes infecciosos identificveis,
caracterizada essencialmente como uma meningite recorrente,
assptica, branda e auto-limitada
5,9,15
Revelando-se como afeco rara, a reviso geral da literatura
mundial evidenciou cerca de 50 casos publicados at o momen-
to, sendo a maioria dos casos associada infeco viral, espe-
cialmente pelo vrus Herpes simplex tipo 2
12
. Outros diagnsti-
cos diferenciais incluem Sndrome Vogt-Koyanagi, sndrome de
Harada, doena de Behet, alergias, lpus eritematoso sistmico,
febre do Mediterrneo glioblastoma, doena de Whipple, hida-
tidose intracraniana, sarcoidose. Uma associao importante a
de meningite de Mollaret com tumores epidermides, principal-
mente aps manipulao cirrgica, como mostra o caso relatado
neste artigo. Diante da histria clnica e da situao epidemiol-
gica da paciente, justifica-se a suspeita clnica principal de me-
ningite assptica pelo tumor, sem a necessidade de investigao
dos demais diagnsticos diferenciais
Os critrios diagnsticos adotados por Bruyn em 1962 para
designar meningite de Mollaret consistem em: 1) Episdios
recorrentes de dor de cabea, meningismo e febre; 2) Lquor
com pleomorfismo celular, evidenciando clulas endoteliais,
neutrfilos e linfcitos; 3) Surtos separados por semanas ou
meses sem sintomas; 4) Remisso espontnea, sem seqelas;
5) Ausncia de agente etiolgico
1
. No caso estudado, diante da
utilizao precoce de corticoterapia, no podemos afirmar se
ocorreria melhora espontnea dos sinais.
Nos casos associados a tumores epidermides, o estudo do l-
quor evidencia a predominncia de polimorfonucleares, nveis
de glicose geralmente normais, podendo tender diminuio,
como no nosso caso, e elevao discreta a moderada da pro-
teinorraquia. Os picos febris podem continuar durante alguns
dias, at mesmo semanas, no entanto o meningismo raramen-
te persiste aps a segunda semana do ps-operatrio. Clulas
brancas do lquor gradualmente se reduzem, predominando os
linfcitos; nveis de protena permanecem elevados ou podem
eventualmente aumentar, apesar da reduo da contagem celu-
lar e retorno da glicorraquia a valores normais. A cascata infla-
matria sistmica desencadeada por essa afeco pode gerar
um estado toxmico, assemelhando-se clinicamente menin-
gite bacteriana. No entanto, estudos liquricos, hematolgicos
e em contedos csticos no definem agentes causadores, mes-
mo sem a instituio de antibioticoterapia prvia.
4,5,7,11,12
H evidencias de casos de meningite de Mollaret associada a
tumores epidermides antes mesmo da manipulao cirrgica,
causada pelo rompimento espontneo dos cistos e liberao de
contedo para o espao sub-aracnoide
1,10,13
. Essa associao foi
confirmada principalmente pela cessao dos sintomas aps a
remoo cirrgica dos cistos. Evidncias como essa reforam
que em casos suspeitos de meningite de Mollaret, indica-se es-
tudo de imagem do neuroeixo a despeito da ausncia de sinto-
mas neurolgicos focais
1,6
.
O mecanismo fisiopatolgico permanece incerto. Sugere-se que
a ruptura espontnea do tumor, ou a manipulao cirrgica do
mesmo, promova a liberao de produtos como queratina e co-
lesterol no espao subaracnide, culminando em reaes irritati-
vas sofridas pelo tecido cerebral e pelas meninges, caracterizan-
do uma meningite qumica
2,3,4,7,10
. Essas reaes inflamatrias
geram mudanas na dinmica liqurica, o que pode evoluir para
hidrocefalia, como o caso citado neste trabalho
3,8
. Alm disso, a
aracnoidite nessas situaes pode evoluir para alteraes focais
em crtex, vias tronculares, o que repercute clinicamente em
dficits focais. A nossa paciente iniciou o quadro clnico sem
deficits neurolgicos focais. No entanto, durante os episdios
de meningite, evoluiu com paralisia contralateral leso, que
melhoraram aps a pulsoterapia com corticide.
O risco de desenvolvimento de meningite assptica pode ser
reduzido, evitando-se a contaminao do contedo cstico no
espao subaracnide, removendo cuidadosamente todo tecido
cstico e administrando corticoterapia no perioperatrio
7,9,13
.
Irrigao do stio cirrgico com hidrocortisona (100mg em
Relato de Caso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 90-93, 2011
Verssimo DCA, Jnior FAA, Cunha MLV, Rehder R, Viegas FA, Borba LAB - Meningite de Mollaret: relato de caso e reviso da literatura.
93
soluo de Ringer lactato) promove a reduo do risco de me-
ningite assptica e hidrocefalia comunicante
3,14,16
. Uma vez ins-
talada a doena, alguns trabalhos sugerem o tratamento com
pulsos de corticide
2
, mas, em geral, no existe tratamento que
evidencie diminuio do tempo dos surtos ou que diminua o
risco de recorrncias nos perodos de remisso
6
.
CONCLUSO
A meningite de Mollaret uma afeco que mantm incertezas
quanto a sua preveno e tratamento. Sabe-se que a resseco
total das leses epidermides com o mnimo de contato entre
o contedo cstico e as meninges so meios concretos de pre-
veno. No entanto, o uso de corticoterapia para preveno e
tratamento mantem-se duvidoso quanto sua eficcia.
Por ser uma patologia rara, torna-se difcil a concretizao de
protocolos baseados em medicina de evidncia. Devido a isso,
necessitamos da publicao de um maior nmero de casos em
todo o mundo, para que a divulgao de experincias possa
ajudar a nortear as condutas que influenciem nos resultados do
seu manejo.
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AUTOR CORRESPONDENTE
Denildo Csar Amaral Verssimo
Rua Capito Souza Franco, 350 ap 32
Cep.: 80730-420 Batel
Curitiba PR Brasil
E-mail: denildo@digizap.com.br
(41)9223-0304

Relato de Caso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 94-96, 2011
Lobo CAF, Bastos AM, Junior LBD - Hemangioblastoma of the lateral ventricle: seventh case reported on the literature
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Hemangioblastoma of the lateral ventricle: seventh reported case in
the literature
Hemangioblastoma do ventrculo lateral: Relato do stimo caso na literatura
Carlos Augusto Ferreira Lobo
1
Albedy Moreira Bastos
2
Leonidas Braga Dias Junior
3
1. Neurocirurgio do Instituto Sade da Mulher, Hospital da Benemrita Sociedade Portuguesa Beneficente do Par e do Hospital da Venervel Ordem Terceira de So Francisco de
Assis, Belm, Par, Brasil.
2. Professor da Disciplina de Neurologia da Universidade Federal do Par e Neurocirurgio do Instituto Sade da Mulher, Hospital da Benemrita Sociedade Portuguesa Beneficente
do Par e do Hospital da Venervel Ordem Terceira de So Francisco de Assis, Belm, Par, Brasil.
3. Professor Adjunto IV , Curso de Medicina da Universidade do Estado do Par e Diretor e Responsvel Tcnico pelo Laboratrio Dr. Paulo C. Azevedo, Belm, Par, Brasil.
ABSTRACT
Introduction: Hemangioblastomas are capillary-rich benign
tumors mainly found in the infratentorial compartment. When
at the supratentorial space, they are rarely located at the lat-
eral ventricle. We report on a case of a 25 years-old female
patient treated at our institution. Case report: The patient
came to our service with a three months history of progressive
headache, bilateral visual loss, and right hemiparesis. Brain
CT-scan and MRI showed a heterogeneous intraventricular
contrast-enhancing lesion at the left lateral ventricle. Von Hip-
pel-Lindau was investigated but she had neither family history
of the disease nor any signs of it. She was submitted to micro-
surgical tumor resection with a parieto-occipital craniotomy
via the intraparietal sulcus, with an uneventful recovery. Hysto-
logical examination confirmed the diagnosis of hemangioblas-
toma. The patient is in outpatient clinic follow-up completely
integrated to her familiar and professional life. Discussion: Ac-
cording to a PubMed search, this is the seventh case of lateral
ventricle hemangioblastoma reported on English literature. It
has a cystic characteristic that differs from other cases, and a
bigger volume compared to the previous ones.
Keywords: cerebral tumours, hemangioblastoma, lateral ventricle
SINOPSE
Introduo: Hemangioblastomas so tumores benignos, ri-
cos em capilares, geralmente encontrados no compartimento
infratentorial. Quando localizados no espao supratentorial,
raramente se situam no ventrculo lateral. Relatamos o caso
de uma paciente do sexo feminino de 25 anos de idade tratada
em nossa instituio com este diagnstico. Relato de caso: A
paciente veio ao nosso servio com queixa de cefalia de trs
meses de evoluo, dficit visual progressivo e hemiparesia
direita. TC e RM do crnio evidenciaram leso heterognea
captante de contraste no ventrculo lateral esquerdo. Foi sub-
metida microcirurgia para resseco tumoral por cranio-
tomia parieto-occcipital, via sulco intraparietal, com boa
evoluo ps-operatria. O exame histopatolgico confirmou
o diagnstico de hemangioblastoma. Foi feita pesquisa para
doena de von Hippel-Lindau, mas a paciente no tinha his-
tria familiar para a sndrome ou qualquer sinal desta nos
exames realizados. No momento, encontra-se em acompanha-
mento ambulatorial totalmente integrada a sua vida familiar
e profissional. Discusso: De acordo com pesquisa realizada
na PubMed, este o stimo relato de hemangioblastoma de
ventrculo lateral descrito na literatura de lngua inglesa. O
caso aqui apresentado se difere dos demais por apresentar
reas csticas e volume maior do que os anteriores.
Palavras-chave: Tumor cerebral, Hemangioblastoma, ven-
trculo lateral.
INTRODUCTION
Hemangioblastomas are benign tumors of unknown origin
characterized histologically by many capillaries, and are com-
posed of three cell types: endothelial cells, pericytes, and stro-
mal cells
1
. It is the most frequent vascular tumor in the central
nervous system
11
, representing 1,5 to 2,5% of all intracranial
primary tumors, and is associated to von Hippel-Lindau disea-
se in 30% of cases
10
. Hemangioblastomas usually are infraten-
torial lesions, occurring at the supratentorial compartment in
only on 4 to 13% cases
2
. Localization in the lateral ventricle is
very rare with few reports on English literature. We present the
clinical presentation, radiological features , surgical approach,
and postoperative follow up of a 25 years-old female patient
treated by our team.
Recebido em setembro de 2010, aceito em dezembro de 2010
Relato de Caso
J Bras Neurocirurg 22 (1): 94-96, 2011
Lobo CAF, Bastos AM, Junior LBD - Hemangioblastoma of the lateral ventricle: seventh case reported on the literature
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CASE REPORT
A 25 years-old female patient presented to our service complai-
ning of a 3 months-history of progressive headache, bilateral
visual loss, somnolence, and right hemiparesis. Brain CT-scan
and MRI showed a heterogeneous intraventricular contrast-
enhancing lesion in the left lateral ventricle with cystic areas of
4 x 4 x 5 cm, compressing and dilating the left ventricle (Fig.1).
Investigation with imaging and laboratory exams showed no si-
ghts of von Hippel-Lindau syndrome and also no family history.
She was submitted to a parieto-occipital craniotomy followed
by microsurgical tumor resection by a small corticotomy at the
intraparietal sulcus, accessing the ventricular atrium and lateral
ventricle with minimal brain retraction. The tumor was micros-
copically dissected around its periphery, progressively decom-
pressed , and removed en bloc, but not enucleated, due to the
risk of bleeding. She had an uneventful recovery without addi-
tional deficits (Fig. 2). Hystological examination confirmed the
diagnosis of hemangioblastoma (Fig. 3). In her last outpatient
follow-up, she still had a grade IV+ right hemiparesis, and com-
pletely reintegrated to her personal and professional life. The
patient agreed with this case publication by informed consent.


Figure 1. [A] T1-weighted contrast enhanced brain MRI showing a space-occu-
pying lesion at the left lateral ventricle. [B] T2-weighted brain MRI shows lesion
with cystic component compressing and dilating the left lateral ventricle.
Figure 2. [A] First post-operative CT shows complete removal of the lesion. [B]
CT three months after surgery with no tumor recurrence.

Figure 3. [A] Proliferation of large tumor cells with microvacuolated cytoplasm
and vesiculous nuclei (H&E x 200). [B] Stromal cells between capillary channels
(H&E x 400). [C] Neoplastic cells labeled for glial fibrillary acidic protein (GFAP)
(LSAB peroxidase x 200). [D] Rich intratumoral capillary network. Endothelial
cells labeled for CD34 (LSAB peroxidase x 200).
DISCUSSION
Supratentorial hemangioblastomas are being more frequently
reported on in the literature and its occurrence is not as rare as
previously believed
6
. The pituitary stalk is the most common site
of supratentorial hemangioblastomas
6
. A PubMed search revea-
led only five case reports of surgically treated symptomatic la-
teral ventricle hemangioblastomas
7,4,3,8,5
and one case diagnosed
by Vecchi on a post-mortem study
9
. Considering this search, this
is the seventh report of a lateral ventricle hemangioblastoma in
English literature.
The previous articles presented big and solid lateral ventricle he-
mangioblastomas, all of them without cystic components
8
. The
case we present has cystic areas, and a bigger volume compared
to the biggest tumor previously reported, 80 cm
3
and 62,5 cm
3
,
respectively
3
. All previous cases were treated by transcortical ap-
proaches through temporal or parietal craniotomy. Two of these
five operated cases presented postoperative mutism , justified by
the author as caused by tumor proximity to the thalamic postero-
lateral area and to the crus of the fornix, or to postoperative fron-
to-temporo-parietal edema at Wernickes speech area
8,5
. We have
not noticed this complication in our case nor the visual deficits
commonly associated to transtemporal approaches, most probably
due to the use of a parieto-occipital craniotomy and microscopic
approach through the intraparietal sulcus with small corticotomy.
Relato de Caso
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Lobo CAF, Bastos AM, Junior LBD - Hemangioblastoma of the lateral ventricle: seventh case reported on the literature
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Radiologically, hemangioblastomas may resemble brain metas-
tases, gliomas, meningiomas, and other intraventricular lesions,
so neurosurgeons who deal with intracerebral tumours must keep
them in mind. Hystopathologically, they may be confused with
angiomatous/angioblastic meningioma and renal cell carcinoma.
Hemangioblastoma association to von Hippel-Lindau syndrome
justifies the indication of a CT scan in any patient presenting with
the referred syndrome. Considering all six previously reported ca-
ses of lateral ventricle hemangioblastoma, only one, as the one we
are presenting, was not associated to von Hippel-Lindau disease.
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CORRESPONDING AUTHOR
Carlos Augusto Ferreira Lobo
Av. Governador Magalhes Barata, no 1027, apto 2002
CEP 66063-240
Belm Par Brasil
caflobao@yahoo.com.br
97
Eventos Cientficos
J Bras Neurocirurg 22 (1): 97-99, 2011
American Association of Neurological Surgeons
Annual Meeting
09/04 13/04/2011
Convention Center
Denver, Colorado, EUA
www.aans.org
XIV Congresso da Academia
Brasileira de Neurocirurgia
19/04 23/04/2011
Centro de Convenes
Natal, Rio Grande do Norte
End. Eletr.:
www.neuronatal.com.br
xIII Congresso da Sociedade
Brasileira de Coluna
28/04 30/04/2011
Campos do Jordo, SP
www.coluna2011.com.br
IV Congress Interamerican
Society of Minimally Invasive
Spine Surgery SICCMI
11/05 14/05/2011
Convention Center
Cartagena de Indias, Colombia
asistenciacolumna@yahoo.com
Congresso da Sociedade
Portuguesa de Neurocirurgia
19/05 21/05/2011
Centro de Artes e Espetculos
Figueira da Foz, Portugal
www.spnc.pt
xxVth International Symposium
on Cerebral Blood Flow,
Metabolism, and Function &
xth International Conference on
quantification of Brain Function with PET
24/05 28/05/2011
Centre de Convencions Internacional
Barcelona, Spain
www.iscbfm.org
2011 AANS/CNS Cerebrovascular
Section Annual Meeting
05/02 08/02/2011
Millennium Biltmore Hotel
Los Angeles, CA, EUA
www.aans.org
21st Annual Meeting North
American Skull Base Society
18/02 20/02/2011
Hilton Scottsdale Resort & Villas
Scottsdale, Arizona, USA
www.nasbs.org
2011 Annual Meeting of the AANS/CNS
Section on Disorders of the Spine
and Peripheral Nerves
09/03 12/03/2011
JW Marriott Desert Ridge
Phoenix, Arizona, USA
www.spinesection.org
III Simpsio Internacional de
Neuro Traumatologia
18/03 20/03/2011
Minascentro
Belo Horizonte, MG
www.neurotrauma2011.com.br
xIII NEuRo 2011
II Congresso de Neurocirurgia da APM
25/03 27/03/2011
uNIP unidade Dr. bacellar
So Paulo, SP
www.sonesp.com
neurao2011@sonesp.com
11 Congresso de Cirurgia Espinhal
31/03 - 02/04/2011
Maksoud Plaza Hotel
So Paulo, SP
secretaria@cirurgiadacolunavertebral.com.br
Ix Congresso da Sociedade de
Cirurgia Neurolgica do Cone Sul
01/04 - 02/04/2011
Hotel Atlntico Bzios
Bzios, RJ
www.vergereventos.com.br
vergereventos@terra.com.br
98
Eventos Cientficos
J Bras Neurocirurg 22 (1): 97-99, 2011
8th Annual world Congress on
Brain, Spinal Cord Mapping &
Image guided Therapy
08/06 10/06/2011
San Francisco, USA
www.worldbrainmapping.org
11Th International Conference on
Neurovascular Events After Subarachnoid
Hemorrhage - Cerebral Vasospasm
21/06-23/06/2011
Hilton Cincinnati Plaza,
Cincinnati, Estados Unidos
www.vasospasm11.com
Ix Congresso Brasileiro de
Neurocirurgia Peditrica
27/07 30/07/2011
Atlntico bzios Convention & Resort
Bzios, RJ
www.congressosbnped.com.br
contato@congressosbnped.com.br
xI Jornadas de la Asociacin
Argentina de Neurociruga
11/08 13/08/2011
Puerto Madero, Ciudad Autnoma
Buenos Aires, Argentina
www.aanc.org.ar
14th wFNS Interim Meeting
15th Brazilian Society of Neurosurgery
Congress of Continuous Education
14/09 17/09/2011
Summerville Resort,Porto de Galinhas
Pernambuco, Brasil
www.wfns.org
www.wfnsinterimmeeting.com.br
Congress of Neurological Surgeons
2011 Annual Meeting
01/10 06/10/2011
Convention Center
Washington, DC, EUA
www.cns.org
IV ClANPED Captulo de Neurocirugia
Pediatrica de la Federacion latinoamericana
de Sociedades de Neurocirugia (FlANC)
03/10 06/10/2011
Kunza Hotel y Spa
San Pedro de Atacama, Chile
ivclanped@magnoliamic.com
EANS RoME European
Congress of Neurosurgery
09/10 14/10/2011
Palazzo dei Congressi
Roma, Itlia
www.palazzocongressi.it
info@locazionitemporanee.it
www.kenes.com/eans-cme
eans@kenes.com
Congresso Boliviano de Neurocirurgia
13/10 17/10/2011
Hotel Los Tajibos
Santa Cruz de La Sierra, Bolivia
www.bago.com.bo/abnc/index.html
xV Congresso Peruano de Neurocirurgia
28/10 01/11/2011
Arequipa, Peru
www.neurocirugiaperu.org
sociedad_peruana_nc@yahoo.es
xIx wFN world Congress on Parkinsons
Disease and Related Disorders
11/12 14/12/2011
Shanghai, China
www.kenes.com/parkinson
35 Congresso latino-americano
de Neurocirurgia
31/03 05/04/2012
Centro de Convenes do Windsor Barra Hotel
Rio de Janeiro, RJ
www.clan2012.com
clan2012@sbn.com.br
wFNS - quadriennial
International Meeting
08/09 - 13/09/2013
COEX Convention Center
Seul, Coria
www.wfns.2013.org
100






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
001

COMPLEXO OEIS - RELATO DE CASO
Carlos Frederico de Almeida Rodrigues, Cssio Kirchner da Cruz, Cnthia C. Geremia, Cristiane de Camargo e
Silva, Edo Henrique Rotava, Jamile Barbiero Abdala

Policlnica Pato Branco, Pato Branco (PR)

INTRODUO E OBJETIVOS: A malformao OEIS associa um complexo onfalocele, uma extrofia da
cloaca (Extrofia de cloaca), Uma imperfurao anal ( nus imperfurado defeitos ou atresia anal ) e espinhal. Este
complexo representa o extremo mais grave de um espectro de defeitos congnitos. A incidncia do Complexo
OEIS muito rara, estimada em 1 para cada 200,000-400,000 gestaes. A maioria dos casos so casos
espordicos, ocorrendo poucas reincidncias na mesma famlia. No complexo OEIS, extrofia da cloaca inclui a
persistncia e a exostrofia de uma cloaca e est associada ao fracasso da fuso dos tubrculos genitais e ramos
pubianos, desenvolvimento incompleto das vrtebras lombossacras com disrafismo espinhal, nus imperfurado,
criptorquidia, epispadia no sexo masculino, anomalias dos derivados do ducto mlleriano em mulheres, e uma
grande variedade de anomalias do trato urinrio. Onfalocele comum, e a maioria dos pacientes tm uma nica
artria umbilical. O trabalho possui como objetivo descrever o caso clnico de um recm-nascido com complexo
OEIS. A etiologia do complexo OEIS ainda no est clara. Defeitos na blastognese e mutaes em genes
homeobox , como HLXB9, tm sido sugeridos para ser responsvel pelo desenvolvimento do complexo OEIS.
Alm disso, a incidncia maior de OEIS em gmeos monozigticos, sugere uma possvel contribuio gentica
para a ocorrncia do defeito do sistema mltiplo. MATERIAIS E MTODOS: Caso clnico de recm-nascido
com sndrome de OEIS, breve discusso clnica e reviso literria. CONCLUSES: Quadro raro e complexo,
tendo a incidncia do Complexo OEIS muito rara, estimada em 1 para cada 200,000-400,000 gestaes. A
maioria dos casos so casos espordicos, ocorrendo poucas reincidncias na mesma famlia. O complexo OEIS
permanece um desafio multidisciplinar e para o Neurocirurgio empenhado em seu tratamento. PALAVRAS-
CHAVE: Disrafismo, onfalocele, extrofia de cloaca.


002

LIPOMA GIGANTE DE FILUM TERMINAL EM ADULTO RELATO DE
CASO
Carlos Frederico de Almeida Rodrigues, Cssio Kirchner da Cruz, Cinthia C. Geremia, Cristiane de Camargo e
Silva, Edo Henrique Rotava, Jamile Barbiero Abdala.

Policlnica Pato Branco, Pato Branco (PR)

INTRODUO E OBJETIVOS: O trabalho possui como objetivo descrever o caso clnico de um lipoma de
filum terminal gigante (mais de 2 Kg) em paciente adulto. O lipoma do filum terminale, tal como as outras
causas de medula ancorada, condiciona uma fixao caudal anormal do cone medular que resulta em hipxia
neuronal intermitente e, leso isqumica, devido a tortuosidade e estiramento dos vasos que irrigam a medula.
As formas de apresentao clnica variam entre sintomas do foro ortopdico, neurolgico, urolgico e vascular
perifrico, sendo habitualmente dspares no adulto em relao criana. A maioria das crianas apresentam
101






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
sintomatologia nos perodos de maior crescimento, ao passo que os adultos revelam sintomas aps atividades
que possam condicionar estiramento da coluna, tais como alguns desportos e acidentes de veculos motorizados.
As deformaes da coluna e as manifestaes cutneas so mais frequentes nas crianas; queixas lgicas e de
fraqueza so mais frequentes no adulto. As apresentaes urolgicas incluem infeces recorrentes, enurese,
sintomas irritativos de esvaziamento, incontinncia ou reteno nos adultos. Muitos neurocirurgies advogam o
tratamento cirrgico precoce, na esperana de reverterem ou de prevenirem a progresso da disfuno
neurolgica ou urolgica, sendo os resultados controversos. A verdadeira incidncia do lipoma do filum
terminal desconhecido, porque a condio , invariavelmente, oculto. Na maioria dos pacientes no h
nenhuma anomalia cutnea para indicar um problema subjacente, tal como visto nos casos de
lipomielomeningocele. Antes da era da ressonncia magntica havia pouco apreo por essa condio. Em uma
grande srie, os lipomas limitado ao terminal filum representaram 13 a 26% das leses que provocavam medula
ancorada. MATERIAIS E MTODOS: Caso clnico de adulto, com lipoma gigante de filum terminal, breve
discusso clnica e reviso literria. CONCLUSES: Em virtude da raridade do acometimento em adultos e do
volumoso lipoma, os autores decidiram descrever o caso e promover uma breve reviso literria. PALAVRAS-
CHAVE: Lipoma, disrafismo espinhal.


003

MIGRAO TORCICA DO CATETER DE DVP RELATO DE CASO
Carlos Frederico de Almeida Rodrigues, Cssio Kirchner da Cruz, Cnthia C. Geremia, Cristiane de Camargo e
Silva, Edo Henrique Rotava, Jamile Barbiero Abdala

Policlnica Pato Branco Pato Branco PR
INTRODUO E OBJETIVOS: O trabalho possui como objetivo descrever o caso clnico de uma migrao
torcica do cateter de DVP, manifestando-se com derrame pleural . O primeiro relato de DVP coube a
Fergusson em 1898, hoje, a DVP o procedimento neurocirrgico mais freqente no tratamento da hidrocefalia.
Apesar dos avanos tcnicos obtidos, com o passar do tempo foram surgindo relatos, no raros, de
complicaes. Dentre os mais comuns esto os abdominais (volvo, toro, perfurao da parede, hidrocele,
migrao do cateter para a bexiga, escroto, vagina, cicatriz umbilical, nus etc. A migrao do cateter para a
cavidade torcica uma complicao rara do procedimento, sendo mais freqente o achado de Derrame Pleural,
mesmo sem a migrao do cateter. Em virtude da raridade do caso e da boa evoluo, os autores resolveram
descrev-lo. MATERIAIS E MTODOS: Caso clnico de migrao torcica do cateter de DVP, breve
discusso clnica e reviso literria. Concluso: A migrao do cateter para a cavidade torcica uma
complicao rara do procedimento, sendo mais freqente o achado de Derrame Pleural, mesmo sem a migrao
do cateter. PALAVRAS-CHAVE: Hidrocefalia, derrame pleural.

102






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

004

ESTRABISMO CONVERGENTE COMO SINAL DE HIPERTENSO
INTRACRANIANA EM NEOPLASIAS CEREBRAIS
Carlos Frederico de Almeida Rodrigues, Cssio Kirchner da Cruz, Cnthia C. Geremia, Cristiane de Camargo e
Silva, Edo Henrique Rotava, Jamile Barbiero Abdala

Policlnica Pato Branco Pato Branco PR

INTRODUO E OBJETIVOS: O estrabismo convergente um sinal neurolgico frequentemente associado
ao aumento da PIC (por qualquer etiologia), em virtude da fisiopatologia ser o acometimento do VI nervo
craniano (abducente), que o mais extenso par craniano. Por este motivo normalmente afetado nas sndromes
de hipertenso intracraniana. Os autores promoveram uma reviso de 122 casos de neoplasias intracranianas
operadas em 07 anos (2003 a 2010) no hospital Policlnica Pato Branco PR., distribudos da seguinte maneira:
107 neoplasias primrias (Glioblastoma 28; Meningioma 20; Astrocitomas Graus I e II 13; Tumores hipofisrios
08 4 microadenomas e 4 macroadenomas; Meduloblastoma 08; Schwanoma 06; Papiloma 05; Epndimoma
05; Oligodendroglioma 04; Astrocitoma anaplsico 03; Pinealoma 02; Linfoma 02; Craniofaringioma 01; cisto
dermide 01; Sarcoma 01) e 15 tumores metastticos (melanoma 03; adenocarcinoma 09; carcinoma 02;
linfoma 01); O que se aproxima da literatura sobre o assunto (tabela 1), com exceo do baixo nmero de
tumores metastticos. A idade variou entre 2 meses at 91 anos. Os autores observaram 32 (26,2%) pacientes
com leso de nervos oculomotores, sendo 12 (aproximadamente 9%) casos de diplopia em decorrncia de leso
do VI nervo craniano, o que reflete a literatura sobre o assunto (1). Realizamos, tambm, uma reviso da
anatomia e da fisiologia dos nervos oculomotores e do movimento ocular MATERIAIS E MTODOS:
Reviso de 122 casos de neoplasias intracranianas e a incidncia de leso do VI nervo craniano
RESULTADOS: Com a reviso de 122 casos de neoplasia cerebral, os autores encontraram 9% de
acometimento do VI nervo Craniano, o que reflete a literatura sobre o assunto. CONCLUSES: O
acometimento do VI nervo craniano, como no poderia deixar de ser, a leso de nervo craniano mais
comumente encontrada nos casos de Hipertenso intracraniana por neoplasias, em virtude da extenso do nervo,
que permite seu acometimento em qualquer etiologia de aumento da PIC. Por tal motivo, os autores concluem
ser de fundamental importncia a realizao de um acurado exame neurolgico, que pode auxiliar e muito no
diagnstico nestes tempos to dependentes da tecnologia. Igualmente, cremos tambm que o exame do paciente,
alm do benefcio supra-citado, por si mesmo, a afirmao do ato mdico e da relao mdico-paciente
saudvel. PALAVRAS-CHAVE: Hipertenso intracraniana; abducente; exame neurolgico

103






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

005

CONSIDERAES TICAS NA MEDICINA CONTEMPORNEA
Carlos Frederico de Almeida Rodrigues, Cssio Kirchner da Cruz, Cinthia C. Geremia, Cristiane de Camargo e
Silva, Edo Henrique Rotava, Jamile Barbiero Abdala

Universidade Comunitria da Regio de Chapec UnoChapec

INTRODUO E OBJETIVOS: O presente texto tem por objetivo realizar uma breve reflexo sobre a
relao entre os fundamentos ticos da profisso mdica e a nova era da medicina baseada em evidncias e
sustentada pela alta tecnologia. Como fazer para despertar essa conscincia tica no mdico? Creio que devemos
imprimir a mesma fora e as horas de dedicao ao estudo da medicina, no s na formao mdica, mas na
formao do mdico. Certa vez em um jantar onde havia vrios profissionais de diversas reas, em um
determinado momento percebi os mdicos conversando sobre medicina e plantes em um canto, enquanto a vida
transcorria no outro. Segundo Wittgenstein: o s limites de minha linguagem denotam os limites do meu
mundo. Talvez certa familiaridade com a literatura, a arte, a sociologia e principalmente a filosofia pode, sem
dvida, enriquecer o mdico e torn-lo mais humano, consciente de sua responsabilidade, muito alm da
tecnologia ou do curar...responsabilidade sem escapatria. MATERIAIS E MTODOS: Reflexo sobre a
relao entre a tica da alteridade, utilizando os pressupostos de E. Levinas e confrontando-os com a medicina
puramente tcnica. RESULTADOS: Texto reflexivo. CONCLUSO: Os problemas ticos na medicina
contempornea, que est permeada de avanos tecnolgicos, e as mudanas sociais e culturais tem atrado o
interesse de filsofos, advogados, telogos e finalmente comeam a despertar os mdicos. PALAVRAS-
CHAVE: tica; Medicina; Tecnologia


006

HEMATOMA SUBDURAL CRNICO TRAUMTICO EM CRIANA COM
MANIFESTAO APS UM MS - RELATO DE CASO
Luis Eduardo Rossato Costa, Denis Esteves Raid, Cleomir Da Silva Matos, Arcelino Vital De Brito, Roniely S.
Oliveira, Juliana Keth H. F. Costa

Hospital Universitrio Getlio Vargas, Manaus (AM)
INTRODUO E OBJETIVOS: Os hematomas so as complicaes freqentes dos traumatismos
cranioenceflicos (TCE). So classificados de acordo com sua localizao e tempo. Quanto a localizao so
divididos em extradural, subdural e intraparenquimatoso. Pelo tempo em agudo, subagudo e crnico, nesta
ordem de freqncia. Os hematomas crnicos possuem um intervalo de tempo entre a leso e o inicio dos
sintomas de quatorze dias ou mais. A incidncia de hematoma subdural crnico intracraniano de 1-2
casos/100.000 habitantes por ano, predominando em pessoas idosas. Sendo o sintoma mais comum a cefalia.
RELATO DE CASO: Paciente R.O.M, 11 anos, sexo masculino, estudante, nascido em Manaus AM, com
histria TCE devido a queda de dois metros de altura, com fratura de MSE, sem evidncia de perda de
conscincia, nusea, vmito e sinal neurolgico focal, ps-trauma. Relata que aps um ms iniciou quadro de
cefalia fronto-temporal, de moderada intensidade, ocasionalmente. Passando constante, latejante e intensa,
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
em regio hemicraniana esquerda, associada a nuseas e vmitos, concomitante com dor ocular esquerda e
acuidade visual diminuda no mesmo lado. Procurou atendimento mdico e ao exame fsico de admisso
apresentava-se LOTE, Glasgow de 15, sem sinais neurolgicos focais. Foi realizada TC de crnio, sendo
diagnosticado hematoma subdural crnico. Realizou cirurgia para drenagem do hematoma e no ps-operatrio
houve melhora do quadro clnico, no apresentando cefalia. Aps um ms foi realizada nova TC de crnio de
controle, no sendo observado qualquer anormalidade. CONCLUSES: As leses enceflicas constituem a
forma mais grave de TCE, sendo os hematomas intracranianos os mais freqentes. As causas mais comuns so
por acidentes automobilsticos, violncias e quedas. As leses mais comuns so geralmente agudas, enquanto os
hematomas crnicos so menos freqentes e possuem menos informaes disponveis na literatura.
PALAVRAS-CHAVE: Hematoma subdural crnico, traumtico, criana.


007

TUMOR FRONTAL GIGANTE COMO CAUSA DE ALTERAO DO
COMPORTAMENTO: RELATO DE DOIS CASOS
Luis Eduardo Rossato Costa, Denis Esteves Raid, Cleomir Da Silva Matos, Ceclia R. P. Grangeiro, Dante Luis
G. Rivera

Hospital Universitrio Getlio Vargas, Manaus (AM)

INTRODUO E OBJETIVOS: Os lobos frontais so componentes do sistema lmbico e responsveis, pelas
emoes. Apresentam ntima relao com os nervos cranianos I e II e com complexo vascular da artria cerebral
anterior. Distrbios visuais e olfatrios podem estar presentes em leses expansivas frontais. As alteraes
psiquitricas, principalmente depressivas e alterao do humor(desnimo, cansao, desinteresse) so ainda mais
desafiadoras quando pensamos em relacion-las a doenas neurolgicas. Apresentamos dois casos que se
manifestaram por alterao de comportamento sendo tratados por longo perodo como depresso. RELATO DE
CASO: Caso 1: Paciente M.S.P.B., 52 anos, sexo feminino, com histria de tratamento a longo prazo para
depresso e cefalia em regio frontal h 15 anos. Procurou atendimento de emergncia por ter apresentado uma
crise convulsiva. Realizada TC de crnio, mostrando leso expansiva em regio frontal. Ao exame fsico se
apresentava acordada, confusa, desorientada e com diminuio da acuidade visual bilateral. Solicitada RNM de
crnio que sugeriu meningioma de convexidade frontal. Realizada exrese completa da leso e enviada para
anatomopatolgico, no qual diagnosticou hemangioblastoma grau I - OMS. No ps-operatrio paciente
apresentou melhora do quadro, permanecendo lcida e orientada, porm com dficit visual. Caso 2: Paciente
C.S.C., 50 anos, sexo feminino, com histria de alterao de comportamento e tratamento psiquitrico para
depresso h 8 anos. Procurou o pronto-atendimento mdico devido a rebaixamento do nvel de conscincia. Ao
exame fsico apresentava-se torporosa, respondendo a apenas estmulo doloroso. Solicitada TC de crnio que
evidenciou leso expansiva em regio frontal. Realizada RNM de crnio e posteriormente resseco cirrgica
completa da leso e enviada para analise anatomopatolgica que confirmou o diagnstico de meningioma
meningoteliomatoso grau I OMS. CONCLUSES: Estes dois casos relatados apresentam manifestaes
atpicas de tumores, que devido ao quadro clinico inicial, no foi investigado neoplasia, mostrando a
importncia de investigar todas as hipteses diagnstica diferencial, antes de definirmos diagnstico de
excluso. PALAVRAS-CHAVE: Tumor frontal gigante, alterao de comportamento

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008

XANTOASTROCITOMA PLEOMFICO EM REGIO PINEAL: RELATO DE
CASO
Denis Esteves Raid, Luis Eduardo R. Costa, Cleomir Da Silva Matos, Ceclia R. P. Grangeiro, Juan Jos H.
Dorado

Hospital Universitrio Getlio Vargas, Manaus, (AM)

INTRODUO E OBJETIVOS: Xantoastrocitoma pleomrfico uma neoplasia benigna rara, manifestando-
se em apenas 1% dos tumores enceflicos, possui maior prevalncia em adolescentes e adultos jovens. Possui
localizao mais comum supratentorial e cortical (superficial), sendo raramente encontrado no tlamo, medula
ou cerebelo. Descrevemos um caso que apresenta esta leso em regio da pineal, que uma localizao rara.
RELATO DE CASO: Paciente J. V. S., 27 anos, sexo masculino, com queixa de cefalia de forte intensidade,
durante 3 meses, refratria a analgsicos. Procurou atendimento mdico sendo realizada tomografia
computadorizada de crnio, que apresentou alteraes na regio da glndula pineal e hidrocefalia. Solicitado
ressonncia nuclear magntica de crnio que evidenciou uma leso expansiva na regio pineal sugestiva tumor
de pineal. Durante a realizao dos exames, paciente apresentou piora do quadro clnico, com diminuio do
nvel de conscincia sendo realizada a derivao ventrculo peritoneal, apresentando melhora do quadro no ps-
operatrio. Aps um ms apresentou diminuio da acuidade auditiva e rebaixamento do nvel de conscincia
novamente. Devido a este motivo optamos por realizar a abordagem cirrgica. Macroscopicamente a leso
apresentava consistncia fibroelstica de colorao amarelada, sendo enviado a anlise anatomopatolgica, que
diagnosticou xantoastrocitoma pleomrfico grau II - OMS, e posteriormente confirmado pela imuno-
histoqumica. CONCLUSES: Apesar de a grande maioria dos tumores da regio pineal possurem
diagnstico histopatolgico de clulas de origem germinativa(germinoma e teratoma) e de parnquima da
pineal(pinealoblastoma e pinealocitoma), devemos nos atentar para o fato de tumores mais raros como
xantoastrocitoma pleomrfico, que devem ser considerados pela possibilidade de radio ou quimioterapia.
PALAVRAS-CHAVE: Astrocitoma Pleomrfico, tumor regio pineal


009

CAVERNOMAS DO TRONCO CEREBRAL. ABORDAGENS E TCNICA
CIRURGICA
Paulo Henrique Pires de Aguiar, Carlos Alexandre Zicarelli, Rogrio Aires Lima, Sergio Georgeto, Marcos
Vinicius Calfatt Maldaun, Icaro Barros, Antonio Marcos Souza Filho

Diviso de Neurocirurgia Hospital Santa Paula, So Paulo (SP)
Servio de Neurocirurgia da Santa Casa de Londrina, Londrina (PR)

INTRODUO: Os cavernomas de tronco constituem um desafio para o neurocirurgio e atualmente requer
para sua resseco a utilizao de tecnologia de ponta como neuronavegao e potencial evocado intraoperatrio
para conseguirmos os melhores resultados sem que haja leso de tratos e ncleos do tronco enceflico.
106






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
MATERIAIS E MTODOS: 12 cavernomas pontinos e 2 mesencefalicos em 14 pacientes so estudados
quanto aos resultados cirrgicos, complicaes e uso de potencial evocado intraoperatrio no perodo de 1995 a
2010. RESULTADOS: A mortalidade intraoperatria foi de 0%, com morbidade de 35% com presena de
sexto, e VII nervo, e III e IV nervo em 1 caso de paciente com cavernoma de mesencfalo. O acesso
retrosigmoideo foi o mais utilizado e suficiente, principalmente na entrada entre o V e o VII nervo. Um paciente
com cavernoma de mesencfalo faleceu 4 meses aps a cirurgia com quadro ps operatrio de tetraparesia, e
diabetes por provvel tromboembolismo pulmonar. CONCLUSO: Os resultados cirrgicos dos cavernomas
de tronco esto associados a execuo de uma tcnica cirrgica bem desenvolvida e monitorada
eletrofisiologicamante. A Neuronavegao sem dvida poder ser importante tanto na marcao da craniotomia,
evitando o seio transverso e sigmide, no caso de craniotomia retrosigmoideia, e importante para localizao da
leso do tronco enceflico. PALAVRAS-CHAVE: Cavernomas, tronco cerebral, abordagens


010

USO DA ANGIOTOMOGRAFIA 3-D DE CRANIO NA CLIPAGEM DE
ANEURISMAS SACULARES CEREBRAIS ROTOS NA URGNCIA
Paulo Henrique Pires de Aguiar - Carlos Alexandre Zicarelli- Sergio Georgeto- Marcos Vinicius
Calfatt Maldaun Icro Barros- Alexandros Theodoros Panagopoulos

Neurocirurgia de Emergncia do Hospital Alemo Oswaldo Cruz, So Paulo (SP)
Neurocirurgia de Emergncia do Hospital So Camilo, Pompia (SP)
Servio de Neurocirurgia da Santa Casa de Londrina, Londrina (PR)

INTRODUO: A angio CT 3d hoje um mtodo especfico e sensvel que tem sido usado cada vez mais nos
servios de emergncia e deve ser usado visando um invasibilidade diagnstica menor e um tempo de
diagnstico menor. MATERIAL E MTODOS : 12 pacientes com 18 aneurismas saculares rotos foram
submetidos a angioCT 3D aps o diagnstico de HSA, com a inteno de localizar a origem do aneurisma. Dois
destes pacientes tinham aneurismas mltiplos, e 5 pacientes estavam em Hunt Hess II, 2 pacientes em Hunt
Hess III, 5 pacientes em Hunt Hess IV. A localizao mais freqente foi a regio comunicante anterior, em 7
casos seguido de cerebral mdia em 4 casos. RESULTADOS: Houve correspondncia do local do aneurisma
diagnosticado com o sitio encontrado durante a cirurgia, e o tempo de realizao da angiotomografia foi de at
45 minutos no mximo aps a chegada do paciente ao pronto socorro. CONCLUSO: O tempo de diagnstico
da origem de sangramento menor e to sensvel e especfico quanto a angiografia cerebral, e em casos de
pacientes com comorbidades ou em idosos, a angio CT menos invasiva. A angio CT serve como divisor de
condutas, podendo a depender da localizao do aneurisma e da condio clinico neurolgica do paciente
encaminharmos o paciente para o tratamento endovascular, neste caso com angiografia cerebral digital; ou
encaminharmos para microcirurgia.PALAVRAS-CHAVE: Angiotomografia 3-D, crnio, aneurismas saculares





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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
011

CAVERNOMAS FRONTAIS E DO GIRO DO CNGULO. MICROCIRURGIA?
Carlos Alexandre Zicarelli, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Sergio Georgeto, Marcos Vinicius Calfatt
Maldaun, Icro Barros, Antonio Marcos de Souza Filho

Diviso de Neurocirurgia Hospital Santa Paula, So Paulo (SP)
Neurocirurgia de Emergncia do Hospital Alemo Oswaldo Cruz, So Paulo (SP)
Servio de Neurocirurgia da Santa Casa de Londrina, Londrina (PR)

INTRODUO: Os cavernomas frontais so leses vasculares que causam rica sintomatologia desde crises
focais, distrbios cognitvos e alteraes lmbicas importantes quando no giro do cngulo. A proximidade com o
giro opercular esquerdo , e reas frontais posteriores podem exigir um cirurgia com monitorao eletro-
fisiolgica das reas motoras e para se preservar a fala a cirurgia com o paciente acordado pode ser uma opo.
MATERIAL E MTODOS : 12 pacientes com leses frontais cavernomatosas foram estudados, 7 homens e 5
mulheres, sendo 2 leses localizadas no giro do cngulo. Crises parciais secundariamante generalizadas, com
ipsiverso foram encontradas em 7 doentes, alteraes comportamentais, na esfera de agressividade,
comportamentos compulsivos em pacientes foram observados em pacientes com leso do cngulo e tambm
com crises convulsivas. Neuronavegao foi utilizada como mtodo de localizao da leso em 8 casos, e
ultrassonografia como mtodo de localizao coadjuvante em 8 casos e principal em 4 casos, e em todos como
mtodo de avaliao do grau de resseco. Eletrocorticografia foi utilizado em 4 casos com resseco de reas
epileptognicas adjacentes. RESULTADOS: Os casos operados com eletrocorticografia mostraram resoluo
total do quadro de crises epileptiformes, enquanto que 3 casos ainda permanecem com altas doses de medicao
anti-convulsiva. A resseco foi total em todos os casos, com 0% de mortalidade e de morbidade.
CONCLUSO: Conclumos que em casos com epilepsia associada a leso de cavernoma a eletrocorticografia
til, e a cirurgia de cavernoma frontal segura desde que observemos os cuidados tcnicos para preservar reas
eloqentes.PALAVRAS-CHAVE: Cavernomas, microcirurgia, giro do cngulo.


012

TRATAMENTO CIRRGICO ENDOSCPICO DA SNDROME DO TUNEL
DO CARPO. DETALHES DA TCNICA
Carlos Alexandre Zicarelli, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Sergio Georgeto, Marcos Vinicius Calfatt
Maldaun, Icro Barros, Rogrio Aires Lima

Diviso de Neurocirurgia do Hospital Santa Paula, So Paulo (SP)
Servio de Neurocirurgia da Santa Casa de Londrina, Londrina (PR)

INTRODUO: A tcnica de seco cirrgica endoscpica do retinculo transverso do carpo tem sido descrita
e divulgada por vrios autores da literatura, porm com resistncia nos pases da Amrica do sul que preferem a
mini-inciso com anestesia local para a cirurgia do tnel do carpo, conforme descrito anteriormente pelo autor.
A tcnica endoscpica permite uma inciso esttica menor e recuperao mais rpida com uma incidncia de
intercorrncias menores. MATERIAIS E MTODOS : 6 pacientes com sndrome do tnel do carpo foram
submetidos a tratamento cirrgico endoscpico aps tentativa de tratamento conservador, por meio de cirurgia
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
endoscpica do canal carpeano. A anestesia com propofol e mscara larngea, foi a utilizada nos 6 casos, sem
manguito compressor de antebrao ou qualquer infiltrao local. Uma inciso transversa na prega punho palmar
foi a utilizada de 1 cm, e com descolador apropriado se individualizou o retinculo transverso no punho, Um
inciso transversa no retinculo ento processada e por meio de descolador delicado o nervo mediano na sua
poro superior separado do retinculo, e por meio de dilatadores progressivos o canal ento dilatado e com
um sistema de introdutor da Zetek (Brasil), o endoscpio Zetek Balde colocado, e inserido at o final onde
atravs do sistema de vdeo conseguimos enxergar o limite distal que a gordura da arcada palmar, e neste
ponto suspendemos a lamina ponte aguda e procedemos a seco sob viso direta. Igualmente procedemos para
o retinculo flexor, em direo proximal. RESULTADOS: O tempo mximo de cirurgia foi de 15 minutos, com
inciso mxima de 1,5 cm. Houve melhora dos sintomas nos 6 pacientes e aguardam programao para realizar
o procedimento contralateral. No houve infeco ou causalgia. CONCLUSO: O tratamento endoscpico do
tnel do carpo um procedimento simples, rpido, indolor, com baixa taxa de complicao e permite um
resultado esttico bem mais elaborado que a cirurgia convencional, mesmo aquelas com incises
menores.PALAVRAS-CHAVE: Sndrome do tnel do carpo, tratamento cirrgico endoscpico.


013

NEUROCISTICERCOSE - CONSIDERAES SOBERE 2 CASOS ATPICOS
Marcelo Motta Zanatelli , Jorge Ismael Brumatti , Matheus Reguini Neto , Filipe Mota Zanatelli

Santa Casa de Misericrdia de Santos, Santos (SP)

RESUMO: A neurocisticercose endmica no Brasil e grave parasitose em algumas regies. Por se apresentar
como formao expansiva cerebral ou medular e simular diversas patologias, o correto diagnstico atravs de
exames laboratoriais e/ou biopsia da leso pode acelerar o tratamento e possvel cura da doena. Por ser o
homem o nico hospedeiro definitivo do parasita, a extino da doena poderia ser alcanada atravs de
medidas de vigilncia sanitria e controle rigoroso das regies infestadas.Drogas anti-helminticas com
albendazol e praziquantel so as de escolha. O presente relato considera 2 casos em que a doena foi encontrada
de maneira atpica em associao ao HIV e outro com apresentao tpica de glioma cerebral. Aps tratamento
cirrgico adequado, a doena foi confirmada e o tratamento especifico institudo. A importncia deste relato
chamar ateno para o diagnostico diferencial em patologias aparentemente definidas. PALAVRAS-CHAVE:
Neurocisticercose


014

PARAGANGLIOMA DE CAUDA EQUINA RELATO DE 1 CASO
Marcelo Motta Zanatelli, Filipe Mota Zanatelli, Jorge Ismael Brumati, Roberto Costa Campos

Santa Casa de Misericrdia de Santos

RESUMO: Os Paragangliomas, tumores formados por clulas potencialmente produtoras de catecolaminas, so
leses raras no SNC e ainda mais raras na cauda eqina. Menos de 100 casos so descritos na literatura e isto os
torna patologias muito pouco pensadas como diagnstico diferencial de leses nesta regio. O presente relato
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descreve o caso de um paciente admitido em crise hipertensiva severa secundrio a paraganglioma funcionante
com localizao na cauda equina. Aps resseco cirrgica, houve completa estabilizao do quadro
hemodinmico e melhora do paciente, com alta no 5 PO. PALAVRAS-CHAVE: Paraganglioma, cauda eqina


015

MENINGIOMA GIGANTE FRONTAL - ACHADO INCIDENTAL EM
PACIENTES PSIQUITRICOS - RELATO DE 2 CASOS
Marcelo Motta Zanatelli , Jorge Ismael Brumatti, Filipe Mota Zanatelli

Santa Casa de Misericrdia de Santos, Santos (SP)

RESUMO: Muitos dos pacientes neurolgicos procuram auxilio mdico devido a sintomas inespecficos e
subjetivos, nem sempre possveis de diagnostico claro e imediato. Dentre tais leses, os tumores de crescimento
lento como os meningiomas esto entre os mais encontrados. Pela acomodao cerebral peritumoral , estes
tumores podem atingir volumes extremamente grandes com pouco ou nenhum sintomas associado. Relatamos o
caso de E.M.S. de 47 anos, do sexo masculino, trazido ao PPA da Santa Casa de Misericrdia de Santos devido
a traumatismo cranioenceflico e ferimento cortocontuso frontal esquerdo. Durante a avaliao tomogrfica foi
encontrado volumoso tumor frontal com lise ssea e extenso para glea e subcutneo. O paciente apresentava
alteraes comportamentais. Foi submetido a craniotomia eletivamente com resseco completa (Simpson I ) da
leso de aproximadamente 9 cm e 145 gramas. Tambm relatamos o caso de G.S., 48 anos, masculino, trazido
ao PS por apatia e labilidade emocional, seguida de alterao importante de marcha. TC evidenciou volumoso
tumor frontal, diagnosticado meningioma aps exrese cirrgica. Estes relatos visam atentar sempre para uma
possvel leso ainda no identificada nos casos de pacientes com sintomas inespecficos neurolgicos, devendo
a tomografia computadorizada de crnio , por ser um procedimento relativamente simples e quase sempre
disponvel, ser usada para tal fim. PALAVRAS-CHAVE: Meningioma Gigante frontal, pacientes psiquitrico.


016

SPONTANEOUS PNEUMOVENTRICLE FOLLOWING BARIATRIC
SURGERY
Antnio Santos de Arajo Jr, Pedro Alberto Arlant, Arnaldo Salvestrini Jr, Paulo Roberto Lazarini, Edson I.
Mitre, Marcos Fernando L. Docema, Mirella M. Fazzito, Rogrio Tuma, Alfredo Salim Helito

Hospital Srio Libans, So Paulo (SP)

INTRODUCTION: Pneumoventricle is a common postoperative event following posterior fossa approach, or
any transventricular approach, with a benign evolution, rarely life-threatening. However, spontaneous
pneumoventricle is a rare condition, almost always secondary to cerebrospinal fluid (CSF) leakage, with
possible worse evolution. OBJECTIVE: We describe a case of spontaneous pneumoventricle following,
whether related or not, a bariatric surgery. RESULTS: We describe a 57-year-old woman, previously healthy,
submitted 7 months ago to a bariatric surgery, losing 110 pounds (50 Kg) since that, who developed 1 month
110






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
ago headache, hemiparesis and incontinence, secondary to a spontaneous pneumoventricle. The patient was
treated surgically. PALAVRAS-CHAVE: Spontaneous pneumoventricle, bariatric surgery.


017

CEREBRAL SCHISTOSOMIASIS: CASE REPORT AND REVIEW OF
LITERATURE
Antnio Santos de Arajo Jr, Pedro Alberto Arlant, Arnaldo Salvestrini Jr, Mirella Martins Fazzito, Evandro S.
Mello, Albino Augusto Sorbello, Joo Batista G. Bezerra

Hospital Srio Libans, So Paulo (SP)

INTRODUCTION: Schistosomiasis is an infection caused by trematodes (flatworms from the phylum
Platyhelminthes), which are acquired transcutaneously by swimming in contaminated waters. OBJECTIVE:
The central nervous system (CNS) schistosomiasis is a rare presentation of the disease. Brain infection to S.
Mansoni has been rarely reported, in anedoctal fashion. RESULTS: We describe a 35-year old Brazilian man,
harboring an isolated brain infection to S. mansoni. It should be recognized early, since it disposes a specific
treatment, and this treatment may prevent neurological deterioration. CONCLUSION: A high index of
suspicion is necessary, mainly in patients coming from endemic areas, with brain or spinal cord lesions
associated with eosinophilia and inflammatory CSF. Finding eggs from schistosoma into excrements or CNS
biopsy confirms the diagnosis. PALAVRAS-CHAVE: Cerebral schistosomiasis


018

EXTRUSO DO CATTER PERITONEAL PELO NUS .RELATO DE UM
CASO
Orlando Zamora Plasencia

Hospital Municipal de Campo Limpo, So Paulo (SP)

INTRODUO:A derivao ventrculo peritoneal (DVP) o procedimento mais usado para tratar a
Hidrocefalia,numerosas complicaes tem sido relatadas decorrentes das DVP.dede infeces do sistema
nervoso at extruso do catter.Objetivos:Relatamos a conduta do Servio de Neurocirurgia do Hospital
Municipal de Campo Limpo em So Paulo ,ante uma criana com essa complicao rara de uma
DVP.Incrementar o banco de dados de nosso servio. MATERIAIS E METODOS: Relatamos o caso de uma
criana, pr-termo, baixo peso, famlia com baixa renda,com hidrocefalia congnita,operada com colocao de
DVP, que voltou com uma perfurao intestinal e extruso do catter pelo nus. RESULTADOS: A criana foi
submetida a cirurgia de emergncia por uma equipe multidisciplinar formada por Neurocirurgia e Cirurgia
Peditrica,com retirada da vlvula,lavado da cavidade abdominal,correo da perfurao intestinal.Ficou
durante varias semanas na UTI e depois na enfermaria,com tratamento com antibiticos ,com excelente
resultado.Foi colocado um sistema para derivao ventricular externa e finalmente uma DVP definitiva, sem
reportar novas complicaes. CONCLUSO: A extruso do catter pelo nus uma complicao grave,que
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
requere de uma equipe multidisciplinar treinada e apoio da unidade de terapia intensiva, Intensivista, Pediatra,
Neuroclnico, Cirurgia Peditrica e Neurocirurgia. PALAVRAS-CHAVE: Extruso, nus, catter peritoneal.


019

MANAGEMENT OF ANTEROLATERAL MENINGIOMAS OF THE
FORAMEN MAGNUM: LITERATURE REVIEW AND CASE REPORT
Antnio Santos de Arajo Jnior, Jos Lofti Neto, Nelson Abraho Jr, Fabiane Cesare Arajo

Hospital Srio Libans, So Paulo (SP)

INTRODUCTION: Anterolateral meningiomas of the foramen magnum (AMFM) represent a neurosurgical
challenge because they grow in close contact with osteoarticular, nervous, and vascular structures that cannot be
sacrificed or retracted. OBJECTIVE: We describe a 35 year-old woman harboring an AMFM. Soon after we
review contemporary topics about its treatment. RESULT: We describe step-by-step exposition of the tumor,
vertebral artery medial transposition, occipital condyle drilling, and total gross resection of an exemplar case.
CONCLUSION: The aim of the treatment shoud be always total removal of the AMFM, however it is
acceptable subtotal removal in difficult cases. Conservative treatment should be regarded only in asymptomatic
or elderly patients with mild symptoms. Radiosurgery should be regarded for small. PALAVRAS-CHAVE:
Meningiomas, anterolateral, forame magnum



020

MALIGNANT TRANSFORMATION OF AN OSTEOBLASTOMA OF THE
SKULL: AN EXTREMELY RARE OCCURRENCE. CASE REPORT
Antonio Santos de Arajo Jr, Jos Lofti Neto, Nelson Abraho JR, Fabiane Cesare Arajo

Hospital Srio Libans, So Paulo (SP)

INTRODUCTION: Spontaneous malignant transformation of a benign osteoblastoma of the skull to
osteossarcoma is rarely described, with few anecdotal case reports. OBJECTIVE: We describe a 22 year-old
woman harboring a right temporal osteoblastoma, who developed one year after resection an aggressive
recidive, diagnosed this time as osteosarcoma. RESULTS: The initial lesion was completely removed surgically
and showed the histological features typical of a benign osteoblastoma. No radiotherapy was performed. One
year later the patient developed an osteosarcoma of the skull. CONCLUSION: Review of the literature showed
that malignant transformation of benign osteoblastomas is extremely rare and could take place spontaneously.
However, the risk of this occurring seems higher after inadequate initial treatment (curettage or partial excision).
Follow-up monitoring of patients with osteoblastoma of the cranial vault is suggested. PALAVRAS-CHAVE:
Osteoblastoma, skull, malignant transformation.


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022

SPONTANEOUS SPINAL EPIDURAL HEMATOMA RELATED TO
TALASSEMIA MINOR. CASE REPORT AND REVIEW OF LITERATURE
Antnio Santos de Arajo Jr, Jos Lofti Neto, Nelson Abraho Jr, Fabiane Cesare Arajo

Hospital Alvorada Moema, So Paulo (SP)

INTRODUCTION: Spontaneous spinal epidural hematoma (SSEH) is a rare disease, with rapid onset of spinal
compression. It should be evacuated early in order to avoid motor sequelae. OBJECTIVE: We describe a case
of SSEH and soon later we review the contemporary literature about this topic. RESULTS: We describe a 41
year-old talassemic woman who developed an spontaneous thoracic epidural hematoma after anticoagulation to
diagnostic heart cateterism. Patient evolved one hour after procedure with sudden onset of paraparesis, motor
grade 2-3, with hypoesthesia below T6 (ASIA C). Then she was submitted to a thoracic spinal MRI showing an
SSEH at T6-T7 level, with spinal cord compression. She was promptly operated, via two level laminectomia
and a posterolateral microscopic approach, accomplishing total removal of the hematoma. Six months
postoperative patient was asymptomatic (ASIA E). CONCLUSION: Impaired preoperative hemostasis
contributes to larger size of SSEH, high probability of postoperative recurrence of spinal epidural hematoma,
and poor functional recovery following surgical evacuation. Incomplete spinal cord dysfunction before surgery
predicts good outcome. PALAVRAS-CHAVE: Epidural spinal hematoma, spontaneous, talassemia minor.


023

ANULOPLASTIA DISCAL LOMBAR COM IDET.RESULTADOS
PRELIMINARES
Orlando Zamora Plasencia

Clinica UNEN, So Paulo (SP)

INTRODUO: A doena degenerativa discal causa muito freqente de incapacidade laboral,a lombalgia
necessita de um tratamento especfico, a partir de um diagnstico adequado.Novas tcnicas menos agressivas
tem alcanado bons resultados. OBJETIVOS: Avaliar retrospectivamente os resultados clnicos obtidos com o
IDET,para tratar a um grupo de pacientes com hrnia de disco lombar.Mtodo:Vente pacientes selecionados
com dor lombar secundria a hrnia de disco lombar, identificada por RMN, foram operados entre Janeiro de
2009 e Dezembro 2010. Todos foram avaliados pela escala visual analgica (EVA), ndice de Wisconsin e
avaliao global de satisfao. RESULTADOS: O seguimento mdio foi de 12 meses. A EVA foi
significativamente menor, o ndice de incapacidade simplificado de Wisconsin mostrou uma melhora
significativa, assim como a avaliao global do tratamento, com retorno rpido ao trabalho. Um paciente
apresentou dor neuroptica transitria,resolvido com fisioterapia, sem nenhuma seqela. CONCLUSO: O
tratamento da hrnia de disco lombar, com o IDET altamente eficaz, quando o paciente bem selecionado.
PALAVRAS-CHAVE: Anuloplastia discal, lombar, IDET


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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
024

HUGE OCCIPITAL INTRADIPLOIC EPIDERMOID CYST RELATED TO
TRAUMATIC INJURY: CASE REPORT AND REVIEW OF LITERATURE
Antnio Santos de Arajo Jr, Jos Lofti Neto, Nelson Abraho Jr, Fabiane Cesare Arajo, Felipe Costa Moreira

Hospital Srio Libans, So Paulo (SP)

INTRODUCTION: Epidermoid cysts are uncommon, benign and slow-growing lesions. They often reach an
enormous size without producing neurologic symptoms. Occipital Intradiploic Epidermoid Cyst (OIEC) are
uncommon, with only 22 reports, and 23 patients described up to now. OBJECTIVE: We describe a OIEC case
and briefly review the existent literature. RESULTS: We describe a 39 year-old man who suffered 20 years ago
3-meter falling with occipital injury, presenting 1 year ago headache, dizziness and epileptic partial seizures,
with visual prodromes. MRI revealed a huge suboccipital and occipital lesion (8,5 x 8,3 x 5,2 cm), compressing
the occipital lobes and cerebellum, and deviating all venous sinus, without invading it. This lesion was
hypointense in T1 sequences and hyperintense T2. Patient was submitted to a posterior fossa approach, there
were well-defined margins in the deep portion and the mass was totally removed. Histological examination was
consistent to an epidermoid cyst. The patient was discharged free of symptoms. CONCLUSION: Mean age of
IOEC patients at diagnosis was 47,8 years, with a woman prevalence F:M (17:6). Seeding of epidermal cells has
been classically described as pathogenesis, mainly after lumbar puncture. Others ethiologies would be after head
injury, cranial surgery or cranial periosteal iatrogenic puncture. Total removal is usually possible with generally
good outcome. PALAVRAS-CHAVE: Epidermoid cist, intradiploic, occipital, traumatic injury.


025

TRAUMATIC CLIVUS FRACTURE WITH CLIVUS DISLOCATION AND
CERVICAL EPIDURAL HEMATOMA: CASE REPORT AND REVIEW OF
LITERATURE
Antnio Santos De Arajo Jr, Arnaldo Salvestrini Jr, Pedro Alberto Arlant

Hospital Nove de Julho

INTRODUCTION: Fractures in the clivus region are usually associated with blunt head trauma. They may
cause many cranial nerve deficits and vascular complications. The mortality rate is high because of brainstem
trauma or vertebrobasilar occlusion.OBJECTIVE: We describe a traumatic clivus fracture and review the
existent literature. RESULTS: We describe a 22 year-old man who suffered a high velocity motorcycle fall. On
admission, patient was comatose (Glasgow 4), with decerebrate posturing, and left VI nerve palsy. CT revealed
a transverse clivus fracture with mild dislocation, an intraparenchymal deep periventricular frontal hematoma,
and diffuse brain swelling. MRI showed a large anterolateral epidural cervical hematoma secondary to the clivus
fracture, with mild bulbocervical compression, and a diffuse axonal injury. Patient was submitted to craniotomy
aiming hematoma drainage and intracranial pressure monitoring. Bulbocervical hematoma and clivus fracture
were conservatively managed. Patient evolved extremely well, and after 6 months was symptom-free.
CONCLUSION: Clivus fractures, despite its rarity, should be always remembered in high intensity blunt head
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
trauma. The diagnosis of clivus fracture is made by high-resolution, fine-cut CT using standard and bone
window settings. Its presence should alert clinicians to the potential complications. PALAVRAS-CHAVE:
Traumatic clivus fracture, clivus dislocation, cervical epidural hematoma


026

GANGLIOGLIOMA DA FOSSA POSTERIOR : RELATO DE CASO E
REVISO DA LITERATURA
Vincius Teixeira Ribeiro, Yvens Barbosa Fernandes, Rodrigo Alves de Carvalho Cavalcante, Bruno Vieira
Scarpin

Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, Disciplina de Neurocirurgia, Campinas (SP)

INTRODUO E OBJETIVOS: Os gangliogliomas (GGG) so tumores raros do sistema nervoso central
(SNC) correspondendo cerca de 1,3% das neoplasias intracranianas. Geralmente se manifestam por crises
convulsivas de difcil controle. A localizao mais freqente o lobo temporal seguido do lobo frontal. Sua
apresentao infratentorial extremamente rara, com relato na literatura mundial de apenas 30 casos at 2007.
Aparentemente no h relato semelhante na literatura brasileira. O presente trabalho tem como objetivo de
descrever um caso operado no Hospital das clnicas da UNICAMP com discusso sobre os aspectos clnicos,
radiolgicos, patolgicos, cirrgicos e tratamento desse tumor infrequente. MATERIAIS E MTODOS:
Trata-se de um relato de caso com reviso da literatura sobre um ganglioglioma do hemisfrio cerebelar
esquerdo, diagnosticado aps um paciente de 22 anos ter sofrido um traumatismo cranioenceflico leve e ter
sido submetido a exames de neuroimagem (tomografia e ressonncia do crnio). O trabalho ser composto da
descrio do caso clnico e do seu tratamento atravs de exrese microneurocirrgica da leso, imagens pr, per
e ps-operatrias e reviso da literatura. RESULTADOS: Foi realizada resseco tumoral completa e o
paciente teve boa evoluo ps operatria sem dficits. CONCLUSO: Os gangliogliomas da fossa posterior
so tumores raros, passveis de tratamento cirrgico curativo atravs de tcnicas microcirrgicas e conhecimento
anatmico da fossa posterior (particularmente do ngulo ponto-cerebelar). PALAVRAS-CHAVE:
Ganglioglioma, fossa posterior, exrese


027

ARTRIA CEREBRAL MDIA EM CANNIS FAMILIARIS
Paula Ramona Silva de Maria, Juracy Barbosa Santos, Gustavo R. O. S. Cunha, Reginaldo B.
Azevedo, Nailton C. Silva, Nader Wafae

Gama, (DF)

INTRODUO: freqente a utilizao de artrias enceflicas de ces para estudos experimentais e modelos
de isquemia e reperfuso. No entanto, poucas so as referncias anatmicas sobre elas. OBJETIVOS: estudar
origem, trajeto e distribuio da artria cerebral mdia em ces. METODOLOGIA: Nosso material consta de
30 encfalos de ces de ambos os sexos, sem raa definida, fixados em formalina a 10%. Os animais foram
sacrificados segundo as normas do Conselho Regional de Medicina Veterinria e da Sociedade Protetora dos
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
animais. As artrias foram injetadas com neoprene ltex atravs da artria cartida comum. RESULTADOS: A
artria cerebral mdia direita nica, origem da cartida interna (90%) e de tronco comum com a cerebral
rostral (10%); o trajeto em relao ao lobo piriforme ocorria: parte caudal (53%), parte rostral (13,5%), em
relao ao sulco rinal, parte rostral (20%), parte mdia (13%) e parte caudal (67%), sua terminao, na fissura
pseudosilviana (96,5%) ou no lobo piriforme (3,5%) emitia de 4 a 8 ramos. A artria cerebral mdia esquerda
era nica (96,5%) ou dupla (3,5%); o trajeto em relao ao lobo piriforme ocorria: parte caudal (43%), parte
rostral (23%), em relao ao sulco rinal, parte rostral (6,5%), parte mdia (23,5%) e parte caudal (70%), sua
terminao na fissura pseudosilviana (100%), emitia de 4 a 8 ramos. Observamos anastomoses macroscpicas
entre ramos das artrias cerebrais mdias com ramos das artrias cerebrais rostral e caudal. CONCLUSO: As
artrias cerebrais mdias so constantes, apresentam variaes no trajeto e no nmero de ramos terminais.
PALAVRAS-CHAVE: Anatomia, artria cerebral mdia, cannis familiaris


028

TRATAMENTO ENDOVASCULAR DE ANEURISMAS INTRACRANIANOS
COM ONYX HD-500: RELATO DE EXPERINCIA
Hugo Cabral Felipe, Thailanne Marie Chaves, Juliano Jos Silva, Fernando Antnio de Arajo Moura, Ronie
Leo Piske, Hougelli Simplicio Gomes Pereira, Anne Kathaline Wanderley de Azevedo Costa, Salassi Antnio
Mansur

Hospital UNIMED, Natal (RN)

INTRODUO E OBJETIVOS: Frente s demais tcnicas endovasculares o Onyx HD-500 se estabeleceu
como o tratamento de eleio para o manejo de aneurismas intracranianos de colo largo, grandes e gigantes ou
com relao domus/colo < 1,5. O objetivo deste trabalho relatar a experincia de nosso servio de
Neuroradiologia Intervencionista com tal tcnica. MATERIAIS E MTODOS: Quatro pacientes do sexo
feminino com mdia de 70 anos de idade, totalizando cinco leses aneurismticas com maior dimetro mdio de
6,1mm e relao domus/colo mdia de 1,0. So quatro leses na Artria Cartida Oftlmica e uma na
Hipofisria Superior. Trs so incidentais, uma paciente com dois aneurismas apresentou cefalia e uma
paciente tem histria prvia de HSA por leso na Artria Comunicante Anterior. Houve um caso de associao
com stent. RESULTADOS: Controles de um ms por Angiografia de Subtrao Digital e seis meses por
Angioressonncia foram realizados. Obteve-se ocluso total de quatro aneurismas e 90% de ocluso em uma
leso. Com um follow-up mdio de 06 meses no houve recanalizao. Uma paciente no realizou follow-up.
Como complicao h um nico episdio de embolia sem repercusses. CONCLUSES: Nossa experincia
com Onyx HD-500 na embolizao de aneurismas intracranianos de colo largo, grandes e gigantes comparvel
literatura em termos de sucesso teraputico e morbimortalidade, sendo um tratamento seguro e efetivo.
Follow-up extendido necessrio para avaliao da tcnica. PALAVRAS-CHAVE: Aneurysm, Wide neck,
Onyx





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029

MALFORMATION OF THE CENTRAL NERVOUS SYSTEM: CASE SERIES
REPORT AND REVIEW OF LITERATURE
Antnio Santos de Arajo Jnior, Paulo Henrique Pires De Aguiar, Marcos Vincius C. Maldaun, Alexandros T.
Panagopoulos, Miguel Melgar

Hospitais Srio Libans, Santa Paula e So Camilo, So Paulo (SP)

INTRODUCTION: Cavernous malformations are cerebrovascular anomalies that may be observed throughout
the central nervous system, mainly in the supratentorial location, comprising about 10% of all cerebrovascular
lesions. OBJECTIVE: We report a series of 29 patients harboring supratentorial cavernous malformations
surgically removed, operated from 1999 to 2009, at So Paulo Brazil, by the same surgical crew, to verify
surgery as the primary management strategy. RESULTS: There are four types of clinical presentation of the
cavernous malformation; seizures, headaches, neurologic deficits and asymptomatic presentation.
The treatment consists of microscopic surgical resection assisted by intraoperative neuronavigation, stereotaxy
or ultrasound, with minimal morbidity. Radiosurgery may be considered for patient with multiple hemorrhages
from a surgically inaccessible lesion, or in clinically ill patients without health for surgery. PALAVRAS-
CHAVE: Cavernous malformation, central nervous system


030

CEREBELLAR LIPONEUROCYTOMA: LITERATURE REVIEW AND CASE
REPORT.
Antnio Santos De Arajo Jnior, Paulo Henrique Pires De Aguiar, Marcos Vincius C. Maldaun, Alexandros
T. Panagopoulos, Miguel Melgar, Srgio Rosemberg

Hospitais Srio Libans, Santa Paula e So Camilo, So Paulo (SP)

INTRODUCTION: Cerebellar liponeurocytoma is an extremely rare cerebellar neoplasm of adults,
characterized by astrocytic and lipomatous differentiation, with a low proliferative potential. OBJECTIVE: Up
to now, there are only 31 reports of cerebellar liponeurocytoma. Neurosurgeons are not familiarized to this
entity. It does not make part of daily practice tumor repertoire. RESULTS: Despite its rarity, it is mandatory to
distinguish it from medulloblastomas. This entity usually has a more favorable prognosis and does not require
chemotherapy or radiotherapy. In this study, we describe a 62-year-old woman harboring cerebellar
liponeurocytoma, reviewing briefly the existing literature. PALAVRAS-CHAVE: Liponeurocytoma, cerebellar





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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
031

GENETICS OF CAVERNOUS MALFORMATION
Antnio Santos De Arajo Jnior, Paulo Henrique Pires De Aguiar, Marcos Vincius C. Maldaun, Alexandros
T. Panagopoulos, Miguel Melgar

Hospital Srio Libans

INTRODUCTION: Over the last 20 years, significant advancements have been made towards understanding
the molecular causes of cavernous malformations. Rigamonti et al discovered that the disease could be
transmitted as an autosomal dominant trait in some Hispanic-American families. OBJECTIVES: To overview
and summarize all brand new articles about cavernous malformation genetics. RESULTS: An autosomal
dominant pattern of inheritance with variable penetrance is responsible to the familial form of the disease. The
location of the responsible gene was mapped to the long arm of chromosome 7, to a locus named CCM1
(cerebral cavernous malformation 1). Others investigations revealed linkage to two additional loci: CCM2 at
chromosome 7p; and CCM3 at chromosome 3q. About 40% of familial cavernous malformations are
attributable to CCM1 mutations.A molecular screening of coding exons of these three genes (CCM1, CCM2 and
CCM3), performed in 163 white non-Hispanic-American patients with multiple lesions or affected relatives,
revealed 78% of causative mutations. The mutation detection rate was substantially higher in patients with
affected relatives (96%) vs. sporadic cases with multiple lesions (57%). Among the 78% of mutations carriers,
53% had a mutation in CCM1, 15% in CCM2, and 10% in CCM3. About 60% of mutation carriers are
symptomatic. Mutations in proteins encoded by the genes at the CCM1 and CCM2 loci, krit1 and malcavernin,
respectively, are responsible to the majority of cavernous malformations. PALAVRAS-CHAVE: Cavernous
malformation, genetics


032

TROMBOSE DE SEIO DURAL E ANEMIA FALCIFORME: RELATO DE
CASO
Paula Ramona Silva de Maria, Marcos Masini, Joo Flvio G. Madureira

Gama (DF)

INTRODUO: Trombose de seio venoso dural uma condio neurolgica infreqente caracterizada por um
amplo espectro de manifestaes clnicas na dependncia da localizao, extenso e velocidade de progresso
da doena. Os sintomas so cefalia, nuseas e vmitos, dficit neurolgico focal, perda da conscincia at o
coma, hemiparesia na trombose do seio sagital, afasia, ataxia, tonturas, hemianopsia. Sndromes dos nervos
cranianos tambm so descritas. Na etiologia descrevem-se mutaes em genes relacionados protrombina,
infeces por contigidade, traumas, procedimentos cirrgicos, gravidez, puerprio, doenas inflamatrias como
doena de Cronh e Colite Ulcerativa, Sndrome Antifosfolipideo e outras condies de hipercoagulabilidade. O
diagnstico basicamente se firma a partir da histria clnica associado com os estudos de imagem. O tratamento
envolve cuidados mdicos gerais, anticoagulantes, anticonvulsivantes e outros medicamentos sintomticos. Os
pacientes tratados com heparina e infuso local de tromboltico tm melhor prognstico que aqueles no
tratados. RELATO DE CASO: Os autores relatam caso clnico de uma jovem do sexo feminino, 28 anos,
118






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
portadora de anemia falciforme, internada devido a cefalia progressiva e de difcil controle duas semanas antes
da admisso. Investigao por imagem atravs de angiorressonncia magntica com contraste evidenciou tratar-
se de trombose do seio transverso direito com caractersticas de hipoplasia da poro proximal deste, com fluxo
lento. Apresentou boa evoluo clnica com melhora da sintomatologia aps tratamento adequado.
DISCUSSO: A trombose dural geralmente uma manifestao secundria de outra anormalidade que deve
ser identificada e tratada. Fatores de risco estabelecidos so neoplasias, traumatismos cranianos ou infeces no
SNC, uso de contraceptivos orais, gravidez, puerprio, e trombofilias. Os autores salientam a importncia do
diagnstico correto e oportuno das tromboses venosas cerebrais, mormente nos pacientes com manifestaes
clnicas neurolgicas e com fatores de risco para trombose venosa, pois se trata de uma condio mdica de
morbi-mortalidade elevada, mas com diagnstico precoce, o tratamento possui xito considervel.
PALAVRAS-CHAVE: Trombose venosa, cefalia, anemia falciforme


033

ANATOMIA DAS ARTRIAS DO CEREBELO EM CES
Paula Ramona Silva de Maria, Carvalho F. M., Cunha G. R. O.S., Wafae G. C., Azavedo R. B., Silva N. C.,
Wafae N.

Gama (DF)

INTRODUO: O interesse crescente em se utilizar artrias coronrias de ces em experincias como uma
etapa para sua aplicao em coraes humanos justifica o conhecimento anatmico mais detalhado dessas
artrias para avaliar semelhanas e diferenas, principalmente do que se refere ao padro de dominncia. Em
coraes humanos a dominncia da coronria direita (DiDio & Wakefield 1975, Cavalcanti et al 1995,
Nerantzis et al 1996, Kaimkhani et al 2005). No entanto, no encontramos citaes na literatura sobre os
indicadores anatmicos de dominncia coronria em ces. OBJETIVO: Pesquisar os ramos arteriais presentes
nos nveis conhecidos como pontos indicativos de dominncia arterial em coraes, particularmente a crux
cordis, ponto de encontro dos sulcos interventricular subsinuoso, coronrio e interatrial.
MTODOS E RESULTADOS: Utilizaram-se 30 coraes de ces, sem raa definida, de ambos os sexos,
fixados em formalina a 10%. Os ramos das artrias coronrias foram dissecados com especial ateno para os
nveis considerados como referncias: sulco subsinuoso, crux cordis, pice e marginais.
O ramo presente no interior do sulco interventricular subsinuoso procedeu do ramo circunflexo da coronria
esquerda (100,0%). Em 96,7% o ramo circunflexo da artria coronria esquerda ultrapassou ou atingiu a crux
cordis. O ramo interventricular subsinuoso, ramo do ramo circunflexo da artria coronria esquerda terminou
antes do pice em 21 casos (70%); no pice em 5 casos (16,7%) e depois do pice em 4 peas (13,3%). O ramo
interventricular paraconal, ramo da artria coronria esquerda terminou antes do pice em 2 casos (6,7%); no
pice em 11 casos (36,7%); e depois do pice em 17 peas (56,7%). A regio do pice do corao foi irrigada
por ramos da artria coronria esquerda atravs do ramo interventricular paraconal (66,7%), ou atravs de
ambos os ramos interventriculares (26,7%). O comprimento mdio e o nmero de ramos ventriculares dos
ramos da artria coronria esquerda foram maiores que os correspondentes da artria coronria direita.
CONCLUSES: O ramo interventricular subsinuoso ramo da parte circunflexo da artria coronria esquerda.
No corao de ces a artria coronria esquerda dominante. O padro de dominncia arterial coronrio de ces
diferente do padro de dominncia arterial coronrio humano mencionado pela literatura especializada.
PALAVRAS-CHAVE: Anatomia, artrias cerebelares, ces.

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
034

NUCLEOPLASTIA(PDD) - UMA OPO PERCUTNEA PARA O
TRATAMENTO DA HRNIA DISCAL LOMBAR
Jos Loureno Kalls, Felipe Carvalho, Bruno Loyla e Jlia Kalls

Hospital Universitrio Clementino Fraga Filho - UFRJ, Rio de Janeiro (RJ)

OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho foi o de apresentar nossos resultados em 650 pacientes, submetidos a
esta nova modalidade de discectomia trmica percutnea, discutindo-se os critrios de incluso e no incluso
dos pacientes, bem como o alto nvel de segurana na execuo do procedimento, em funo da abordagem
percutnea do disco intervertebral. MATERIAIS E MTODOS: Apresentao de resultados de uma srie de
650 pacientes submetidos nucleoplastia, tratados na instituio pblica e na clnica particular, no perodo entre
outubro de 2004 e junho de 2010. Todos os procedimentos foram realizados com a utilizao da Tecnologia
Coblation (Arthrocare). RESULTADOS: Em nossa srie encontramos 79% de bons resultados (diminuio
significativa da dor pela escala VAS e por questionrios de qualidade de vida pr e ps procedimentos) e
nmero significativo de pacientes com critrios de cura sem apresentar nenhuma dor, com perodo de
seguimento de at 6 anos; complicaes 2%; aceitao pelos pacientes de 94%; e 97,34% dos pacientes com alta
em perodo inferior 24hs. PALAVRAS-CHAVE: Nucleoplastia, PDD, hrnia discal lombar


035

METSTASES CEREBRAIS. ANLISE DE CASUSTICA
Antonio Marcos Souza Filho, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Carlos Alexandre Zicarelli, Alessandra Moura
Lima, Marcos Vinicius Calfatt Maldaun, Icaro Barros, Arthur Cukier

Servio de Neurocirurgia do Hospital Brigadeiro (Hospital de Transplantes Euclydes de Jesus Zerbini)
Neurocirurgia de Emergncia do Hospital Alemo Oswaldo Cruz, So Paulo (SP)
Neurocirurgia de Emergncia do Hospital So Camilo, So Paulo (SP)

INTRODUO: As metstases cerebrais constituem hoje um grupo de neoplasias responsvel por uma das
causas mais importantes de mortalidade no Brasil. O diagnstico precoce atravs da RNM, e o uso de PET Scan
esto determinando uma mudana no prognstico e na sobrevida MATERIAIS E MTODOS: 17 metstases
cerebrais foram operadas em 15 pacientes so estudados quanto aos resultados cirrgicos, complicaes e uso de
potencial evocado intraoperatrio no perodo de 2008 a 2010. RESULTADOS: A mortalidade intraoperatria
foi de 0%, com morbidade baixa de 3 em 15 pacientes. Seis pacientes apresentaram suas metstases em fossa
posterior. Haviam 7 metstases com sitio primrio em pulmo, 1 de melanoma, 1 de ovrio, 1 de endomtrio, 1
de tiride, 6 em mama. CONCLUSO: Os resultados cirrgicos das metstases cerebrais esto associados a
execuo de uma tcnica cirrgica bem desenvolvida e monitorada eletrofisiologicamante. A Neuronavegao
sem dvida poder ser importante tanto na marcao da craniotomia, sendo complementada pelo uso de
ultrassonografia intra-operatria para se avaliar localizao e grau de resseco. PALAVRAS-CHAVE:
metstases cerebrais

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
036

OLIGODENDROGLIOMAS - ANLISE CASUSTICA
Alessandra Moura Lima, Antonio Marcos Souza Filho, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Carlos Alexandre
Zicarelli, Antonio Arajo, Icaro Barros, Arthur Cukier

Servio de Neurocirurgia do Hospital Brigadeiro (Hospital de Transplantes Euclydes de Jesus Zerbini)
Neurocirurgia de Emergncia do Hospital Alemo Oswaldo Cruz, So Paulo (SP)
Neurocirurgia de Emergncia do Hospital So Camilo, So Paulo (SP)

INTRODUO: Os oligodendrogliomas tm sido diagnosticados mais frequentemente pelo desenvolvimento
das tcnicas imunohistoqumicas, aprimoramento das tcnicas de imagem. Todavia o maior impacto tem sido na
teraputica baseada na anlise da mutao 1p19q, orientando o tratamento quimioterpico. Drogas como PCV e
Temodal tem sido usadas com sucesso, e a craniotomia com paciente acordado permite uma resseco segura de
leses em reas eloqentes. MATERIAL E MTODOS: 10 pacientes portadores de oligodendrogliomas sem
linhagem astroctica, sendo 3 destes do grau III foram tratados de 2005 a 2010, sendo os 4 ltimos no Hospital
Brigadeiro. A anlise retrospectiva dos casos foi realizada. RESULTADOS: A mortalidade intraoperatria foi
de 0%, com morbidade baixa de 1 em 10 pacientes. A resseco foi radical em 5 pacientes com leses bem
delimitadas, e 5 parcial em leses infiltrativas. Usamos craniotomia com paciente acordado em leses de reas
eloqentes, e 2 casos esta tcnica foi til, incluindo eletrocorticografia intraoperatria. Um caso apresentou
mutao 19 q e foi submetido a PCV e depois temodal. Radioterapia foi indicada em 4 casos. A O follow up
mdio foi de 24 meses, e houve recidiva em 2 Oligodendrogliomas do Grau III. CONCLUSO: Os resultados
do tratamento dos oligodendrogliomas esto associados a gradao histolgica, anlise de mutaes 1p19q,
idade, e utilizao das tcnicas que requerem aprimoramento microcirrgico associado a utilizao de
neurofisiologia intra-operatria, principalmente em leses de reas eloqentes.
PALAVRAS-CHAVE: Oligodendroglioma.


037

INDICAES E RESULTADOS DO USO DE PARAFUSOS DE MASSA
LATERAL
Alexandros Theodoros Panagopoulos, Carlos Alexandre Zicarelli, Marcos Vinicius Calfatt Maldaun, Paulo
Henrique Pires de Aguiar, Silvia Verst, Tae moon, Ricardo Doria, Antonio Marcos de Souza Filho

Diviso de Neurocirurgia do Hospital So Camilo da Pompia, So Paulo (SP)
Diviso de Neurocirurgia do Hospital Santa Paula, So Paulo (SP)
Servio de Neurocirurgia da Santa Casa de Londrina, Londrina (PR)

INTRODUO: Os procedimentos de parafusos em massa lateral so raros e devem ser usados em situaes
de indicao bem restrita em neurocirurgia. Canal estreito servial por componentes anteriores e posteriores e
instabilidade ou pseudo artrose anterior , podem ser solucionadas com o tratamento de fixao por via posterior.
MATERIAIS E MTODOS 6 pacientes sendo 3 da raa amarela(descendentes de japoneses), 1 de origem
boliviana, 1 raa negra, 1 raa branca com uma mdia de idade de 57 anos, 5 homens e 1 mulher. As causas
foram canal estreito cervical com calcificao extensa do ligamento longitudianal anterior, 3 casos de
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
pseudoartrose da fixao anterior e canal estreito, 2 casos de compresso posterior meses aps a fixao
anterior. Todos os casos foram operados com potencial evocado intra-operatrio e fluoroscopia. Neuro-
navegao foi proposta em todos os casos, porm possvel em apenas 2 casos. RESULTADOS: a fixao 360
seguida de laminectomia em 5 casos resultou em melhora da compresso medular, com 1 caso apenas de dficit
de C5 aps descompresso durante laminectomia, detectado por queda do potencial motor deC5. Este dficit
melhorou em 6 meses aps fisioterapia CONCLUSO: Os parafusos de massa lateral para fixao ajudam o
neurocirurgio a tratarem casos especiais de compresso anterior e posterior cervical, e casos de extensa leso
cervical do ligamento longitudinal anterior, permitindo um estabilidade aps a laminectomia nos segmentos
desejados.PALAVRAS-CHAVE: Parafusos massa lateral cervical


038

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRGICO EM PACIENTES
ACIMA DE 80 ANOS
Carlos Umberto Pereira, Swellen Caroline A. Arago Silva

Departamento de Medicina da UFS, Servio de Neurocirurgia do HUSE, Aracaju (SE)

INTRODUO/OBJETIVOS: O acidente vascular cerebral hemorrgico (AVCH) em pacientes acima de 80
anos freqente, sua prevalncia de 18.2/1000 habitantes /ano. Fatores de risco associados so: HAS, diabetes
mellitus, hipocolesterolemia, etilismo, tabagismo e cardiopatias. O presente trabalho analisa os resultados de
pacientes acima de 80 anos vitimas de AVCH. MATERIAIS E MTODOS: Foram analisados 50 casos de
AVCH em pacientes acima de 80 anos. Analisamos o sexo, idade, fatores associados, quadro neurolgico,
neuroimagens, tratamento e prognstico. RESULTADOS: Quanto ao sexo 31 M / 19 F. A mdia das idades:
83,4 anos. Os principais fatores de risco foram: HAS (70%) e diabetes mellitus (28%). A TC foi o exame de
eleio. A localizao dos hematomas foi: lobos cerebrais (34%), NB (26%), tlamo (20%), tronco cerebral
(10%) e cerebelo (10%). Em 24 casos houve inundao ventricular. A pontuao na ECG na admisso variou
entre 3 e 15. Dficit motor e afasia foram os sintomas predominantes. Tratamento clnico foi realizado em 47
casos, com 31 bitos (65,9%). Trs pacientes submetidos a tratamento cirrgico foram a bito. Dezesseis
pacientes receberam alta hospitalar. CONCLUSO: A incidncia do AVCH em idosos elevada. Os principais
fatores de risco so HAS e DM. A localizao mais freqente da hemorragia foram os lobos cerebrais, ncleos
da base e tlamo. O tratamento conservador continua sendo o mais utilizado. Deve-se buscar formas de alertar a
populao na preveno do AVCH, de forma a reduzir a morbimortalidade. PALAVRAS CHAVE: Acidente
vascular cerebral, hemorragia cerebral, idoso







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039

MICROSURGICAL ANATOMY OF THE CLINOIDAL SEGMENT OF THE
INTERNAL CAROTID ARTERY AND CAROTID CAVE
Karina Ruiz de Moraes, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Carlos Alexandre Zicarelli, Sergio Georgeto, Murilo
Joseph

Neurocirurgia de Emergncia do Hospital Santa Paula, So Paulo (SP)
Neurocirurgia de Emergncia do Hospital So Camilo, Pompia, So Paulo (SP)
Servio de Neurocirurgia da Santa Casa de Londrina, Londrina (PR)
Curso de Cincias Mdicas do Centro Universitrio Lusada (Acadmica)
Liga de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo

INTRODUCTION: In spite of that the clinoidal region is approached by neurosurgeons in many pathologies,
its anatomy is extremely complex and variable. The clinical significance of the anatomy in accord with
aneurysm growth is discussed. MATERIALS AND METHODS: Two patients harboring of carotid cave
aneurysms were reviewed regarding their surgical film in CD videos and the anatomical dissection during the
surgery was registered as well as described. RESULTS: The clinoid segment of the internal carotid artery
(ICA) is situated at the transition from the cavernous sinus to the subarachnoid space. Two dural rings form the
boundary. The posteromedial portion of the carotid distal dural ring had no contact with any bony structure, and
this distinct anatomical feature thus appears to facilitate the formation of the carotid cave. The surgical
treatment of aneurysms located in this virtual space is often hazardous and difficult. The superior and inferior
dural rings acquire relevance, principally because they are border structures. CONCLUSION: Understanding
the clinoidal segment is important for correctly diagnosing and managing aneurysm. This paper reviews relevant
aspects of the microsurgical anatomy of the clinoidal segment and carotid cave. KEY WORDS: Microsurgical
anatomy, internal carotid artery, clinoidal segment, carotid cave


040

MAGNESIUM IN THE TREATMENT OF VASOSPASM AFTER ACUTE
SUBARCHNOID HAEMORRHAGE DUE TO BRAIN ANEUYSMS
Carlos Alexandre Zicarelli, Nathaly Santiago Marques, Karina Ruiz de Moraes, Paulo Henrique Pires de Aguiar,
Sergio Georgeto, Renata Simm, Marcio Francisco Lehmann

Neurocirurgia e Unidade de Terapia Intensiva Neurolgica do Hospital Santa Paula, So Paulo (SP)
Neurocirurgia de Emergncia do Hospital Alemo Oswaldo Cruz, So Paulo (SP)
Neurocirurgia de Emergncia do Hospital So Camilo, Pompia, So Paulo (SP)
Servio de Neurocirurgia da Santa Casa de Londrina, Londrina (PR)
Curso de Cincias Mdicas do Centro Universitrio Lusada (Acadmica)

INTRODUCTION: The brain vasospasm after subarachnoid hemorrhage is responsible for a great number of
deaths and morbidity after acute subarachnoid hemorrhage. Beyond any doubt Magnesium is related to
physiopathology of endothelial cell contraction and relaxation. A critical review of literature was accomplished
by the authors in order to analysis all actions of vasospasm in ASH. Method : 13 patients with severe
123






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
(Lindengaard index over 5) vasospasm after SAH, and previously with their aneurysms clipped were treated
with nimodipine, statins , hypertension and hypervolemy and 10 patients in the same condition with vasospasm
after SAH were treated with nimodipine, statins , hypertension and hypervolemy and Magnesium and level of
2.8 was the final target. Diary transcranial Doppler was performed. Results: The first group presented a
mortality of 7 in 13 and the second group 4 in 10, however with higher morbidity for the survivors of the booth
groups. CONCLUSION: Magnesium has been proved as therapeutic agent when administrated intravenous in
patients after subarachnoid hemorrhage. The intravenous administration of Magnesium is imperative and should
be immediately after the onset of ASH, and this management is based on the most important guidelines for
vasospasm treatment. PALAVRAS-CHAVE: Magnesium, treatment, vasospasm, acute subarachnoid
haemorrage, brain aneurysms

041

HIPONATREMIA NA FASE PRECOCE DO TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR
Carlos Umberto Pereira e Mariana Rakel Silva Melo

Dpto. de Medicina / UFS. Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncias de Sergipe. Aracaju (SE)

INTRODUO / OBJETIVOS: Hiponatremia um distrbio hidroeletroltico freqente na prtica mdica
que surge como evento secundrio aps traumatismo raquimedular (TRM). Ocorre principalmente o sexo
masculino, adultos jovens e apresenta maior frequncia na fase aguda da injria. A causa mais provvel a
quebra da integridade do circuito simptico renal descendente que controla a resposta do sistema renina
angiotensina leso neural. Manifesta-se clinicamente com cefalia, nuseas, letargia, obnubilao, convulses
e coma. O diagnstico feito quando a concentrao srica de sdio se encontra em nveis iguais ou inferiores a
135 mmol/L. O tratamento baseado na severidade dos sintomas. MATERIAIS E MTODOS: Estudo
retrospectivo e descritivo com 23 casos de TRM diagnosticados clinicamente e atravs de exames de imagem.
RESULTADOS: O gnero masculino 20 e feminino 3. Leso cervical ocorreu em 11, torcico 8 e lombar 4. A
mdia das idades foi 35,6a. Hiponatremia ocorreu em 14 (60,8%). Destes, 6 (42,8%) ocorreram nos dois
primeiros dias. O tempo mdio de surgimento de hiponatremia ps-TRM foi de 4,8 dias (entre o 1 e 14 dia). O
valor mdio encontrado da natremia foi de 133,2 mmol/l. CONCLUSES: H grande prevalncia de
hiponatremia na fase precoce do TRM. Este distrbio ocorre comumente na primeira semana ps injria e pode
estar relacionado a um aumento da morbimortalidade. O presente trabalho est sendo ampliado na busca de
novas concluses, na tentativa de evitar complicaes eletrolticas na fase aguda destes pacientes. Devido
relevncia do assunto abordado, fazem-se necessrios novos estudos, preferencialmente com maior casustica,
para ratificar os resultados obtidos. PALAVRAS CHAVES: traumatismo raquimedular, hiponatremia,
prognstico






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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

042

CONSEQNCIAS DOS EFEITOS CUMULATIVOS DA DOR REPETIDA
PARA O DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOLGICO
Carlos Umberto Pereira, Zira Moura P. Freitas, Dbora Moura P. Oliveira

Ncleo de Ps Graduao em Medicina da Universidade Federal de Sergipe, Aracaj (SE)

INTRODUO/OBJETIVO: O objetivo desse trabalho foi realizar uma reviso da literatura sobre as
conseqncias dos efeitos cumulativos da dor repetida para o desenvolvimento neuropsicolgico de crianas de
baixo peso ao nascimento. MATERIAIS E MTODOS: Foi realizada busca de artigos cientficos atravs das
bases dados do MEDLINE, SciELO e LILACS com as palavras chave: Cognio; Dor; Estresse; Recm-
Nascido. RESULTADOS: A literatura revela que alteraes fisiolgicas causadas pela dor acentuam a
vulnerabilidade do recm nascido prematuro a leses neurobiolgicas, tais como aumento na velocidade de
fluxo sanguneo e da presso intracraniana, hemorragia peri-intraventricular, piora a perfuso cerebral, bem
como contribui para o desenvolvimento alterado da cognio, funo motora e comportamento futuro.
CONCLUSO: estudos destacam a importncia da avaliao da dor neonatal para a adoo de intervenes
visando o melhor prognstico do recm-nascido. PALAVRAS-CHAVE: Cognio; dor; recm-nascido


043

MES DE CRIANAS COM HIDROCEFALIA: CARACTERSTICAS DO
CUIDADO PR-NATAL
Carlos Umberto Pereira, Dbora Moura P. Oliveira, Zira Moura P. Freitas

Ncleo de Ps Graduao em Medicina da Universidade Federal de Sergipe, Aracaj (SE)

INTRODUO/OBJETIVO: Ultra-sonografias fetais so utilizadas como o principal mtodo de diagnstico
para o rastreamento de malformaes congnitas. O diagnstico precoce da hidrocefalia d s famlias mais
tempo para se preparar para lidar com as condies de seus filhos. Este estudo teve como objetivo descrever a
assistncia pr-natal recebida por mes de crianas com hidrocefalia. MATERIAIS E MTODO: Estudo
descritivo realizado com 54 mes de crianas com hidrocefalia congnita de novembro de 2007 a agosto de
2008. RESULTADOS: Cinqenta e uma mes receberam assistncia pr-natal (94,4%), quatro (7,8%) mes
compareceram ao pr-natal durante o primeiro ms de gravidez, enquanto quarenta (78,4%) tiveram sua
primeira visita aps o quarto ms de gravidez. Quarenta e sete (92%) mes receberam um exame de ultra-som
abdominal. Duas mes (4%) receberam diagnstico de hidrocefalia intra-uterina. CONCLUSO: Apesar da
boa adeso ao pr-natal, a maioria das mes no recebeu um diagnstico da hidrocefalia durante a gravidez.
Estratgias que promovam o pr-natal o mais cedo possvel na gravidez devem ser implementadas.
PALAVRAS-CHAVE: Hidrocefalia, Pr-natal, Ultrassonografia.



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044

LESO EXPANSIVA NO TRGONO VENTRICULAR: DIAGNSTICO
DIFERENCIAL
Carlos Umberto Pereira, Augusto Csar S. Esmeraldo, Ricardo Fakhouri

Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncia de Sergipe, Aracaju (SE)

INTRODUO: Tumores localizados no trgono ventricular so raros e apresentam crescimento lento e
assintomticos inicialmente, quando aumenta de tamanho apresenta quadro de hidrocefalia obstrutiva ou se
comprime reas eloqentes apresenta sintomas neurolgicos focais. A queixa mais freqente cefalia seguida
de distrbios visuais. As leses localizadas no trgono ventricular so: meningioma, hemangiopericitoma,
subependimomas, papiloma de plexo coride, astrocitoma, metstases, glioblastoma multiforme e cisticercose.
Os autores apresentam um caso de astrocitoma gemitocistico localizado no trgono ventricular esquerdo e
apresenta os principais diagnsticos diferencial. RELATO DO CASO: SGS, 33 anos de idade, feminino,
domstica. Cefalia holocraniana h dois meses de evoluo que melhora com o uso de analgsicos simples.
Exame fsico: Bom estado geral, eupneica e bom estado de nutrio. Exame neurolgico: Desperta, orientada no
tempo e espao. Ausncia de dficit neurolgico focal. Exame de fundo de olho: normal. TC de crnio com
contraste: leso expansiva heterognea localizada no trgono ventricular esquerdo. Ausncia de dilatao
ventricular. RM: T1: isointenso e em T2 hiperintenso. Submetida a craniotomia parieto-occiptal esquerda. Leso
encapsulada, bem vascularizada e sem limite preciso com tlamo. Exrese parcial da leso. Resultado anatomo-
patolgico: astrocitoma gemitocstico. No POI desenvolveu afasia e hemiplegia direita. Aps crise convulsiva
generalizada entrou em coma e bito. CONCLUSO: Leses expansivas no trgono ventricular so raras.
Geralmente apresenta crescimento lento e inicialmente so assintomticos. Apresenta diagnstico diferencial
com outras leses primrias e secundrias, sendo o seu diagnstico definitivo realizado atravs do exame
anatomo-patolgico. PALAVRAS CHAVE: Massa intraventricular, tumor intraventricular, conduta.


045

CONTUSO CEREBRAL
Carlos Umberto Pereira, Rafaela Mota de Jesus, Dbora M. Cardoso, Alyne Andrade Lima

Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncia de Sergipe, Departamento de Medicina da Universidade
Federal de Sergipe, Aracaju (SE)

INTRODUO: As contuses cerebrais ocorrem entre 25% a 40% dos casos de TCE grave e no exame de
autpsia sobe para 90% dos casos. Sua mortalidade varia de acordo com o nmero, tamanho das leses,
localizao e gravidade do trauma. MATERIAIS E MTODOS: Foram estudados 40 pacientes com contuso
cerebral e analisados quanto ao gnero, idade, causas do trauma, escore ECG, achados de TC, tratamento e
prognstico. RESULTADOS: A mdia das idades foi de 23a. Quanto ao gnero, 32 masculino e 8 feminino. As
causas do trauma: acidentes de trnsito 22, queda de moto 12, queda de altura 4 e desconhecido 2. A mdia do
escore na escala de coma de Glasgow foi 10. Os principais achados de TC foram: contuso temporal 17, frontal
unilateral 11, bifrontal 6 , bitemporal 4, occipital 1 e ncleos da base 1. Leses intracranianas associadas foram:
hematoma subdural 6, extradural 5, hemorragia subaracnidea 7, intracerebral 4 e intraventricular 2 casos. Onze
126






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pacientes foram submetidos a tratamento cirrgico. Ocorreu bito em 13 casos. CONCLUSO: necessrio
realizar exames seriados de TC, monitorizao da PIC e avaliao neurolgicas seqenciadas nos casos de
contuso cerebral para determinar uma possvel interveno cirrgica, visando melhorar o prognstico nestes
pacientes. PALAVRAS-CHAVE: Traumatismo cranioenceflico, contuso cerebral, prognstico.


046

SIGNIFICADO DOS VMITOS EM TCE LEVE NA INFNCIA
Carlos Umberto Pereira, Alyne Andrade Lima, Mariana Rakel S. Melo

Dpto. de Medicina da UFS, Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncia de Sergipe, Aracaju (SE)

OBJETIVO/INTRODUO: A presena de vmitos em TCE leve tem despertado para realizao de exames
de imagem e observao hospitalar. O mecanismo exato do vmito em criana com TCE leve controverso. O
presente trabalho visa identificar o significado do vmito em crianas com TCE leve. MATERIAIS E
MTODOS: O trabalho foi prospectivo e descritivo em 142 pacientes abaixo de 16 anos de idade, atendidos no
HUSE (Aracaju-Sergipe). Foram analisados idade, gnero, causas do trauma, quadro neurolgico, exames
complementares e tratamento. RESULTADOS: Dos 142 pacientes, vmitos como queixa principal esteve
presente em 88 casos. O gnero M 74/ F 14 casos. A mdia das idades 4,5 anos. As causas do TCE foram:
queda acidental 52 casos, seguido de queda de altura 11, acidente de trnsito 8, queda de bicicleta 7, maus tratos
6 e desconhecido 5 casos. A mdia de episdios de vmitos foram dois. Outras queixas foram cefalia e
sonolncia. Rx simples de crnio realizados em 66 casos demonstraram fratura linear em 2 e afundamento
craniano em um. TC realizada em todos os pacientes revelou hematoma extradural 1, hematoma subdural 1,
hemorragia subaracnidea 1 e contuso noutro. Tratamento cirrgico foi institudo em dois casos. No houve
relao entre o nmero de episdios de vmitos e achados de neuroimagem. Nos casos de achados anormais do
exame de Rx simples associado com vmitos e sonolncia foram preditores de leso cerebral. No houve bito.
CONCLUSO: O conhecimento do significado de vomito em TCE leve na infncia imprescindvel para
evitar a realizao desnecessria de exames de imagem que acarreta riscos biolgicos e custos adicionais. No
encontramos relao entre vmitos e leso cerebral em crianas com TCE leve. Ausncia de vmitos em
crianas com TCE leve no exclui ausncia de leso cerebral. PALAVRAS-CHAVE: Traumatismo
cranioencefalico, vmitos, conduta


047

CAUSAS RARAS DE TCE
Carlos Umberto Pereira , Antonio Carlos Azevedo, Carlos Eduardo A. D. Silva, Julianne Alves Machado

Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncia de Sergipe - HUSE, Aracaju (SE)

OBJETIVOS: Apresentar uma srie de casos de ferimentos penetrantes craniocerebral por causas atpicas.
Geralmente so decorrentes de acidentes de trabalho, assaltos, tentativa de suicdio em pacientes psiquitricos.
Geralmente esto associados com hemorragia intracerebral, contuso cerebral e leses vasculares. Seu
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
tratamento cirrgico associado antibioticoterapia, diurticos osmticos e anticonvulsivantes. MATERIAIS
E MTODOS: Foram estudados retrospectivamente 14 pacientes vtimas de ferimentos penetrantes
craniocerebral sendo analisados gnero, idades, causas, localizao da leso, escore na ECG na admisso,
exames complementares, tratamento e prognstico. RESULTADOS: Doze pacientes eram do gnero masculino
e dois feminino. A mdia das idades foi 26.5 anos. As causas foram: faca 6, prego 3, cano de arma artesanal 2,
chave de fenda 1, picareta 1 e tesoura 1. As leses foram localizadas na regio parietal 5, frontal 4, temporal 2,
occipital 1 e base de crnio 1. O escore na ECG na admisso variou entre 3 e 14, com uma mdia de 9.
Tomografia computadorizada foi realizada em todos os casos e radiografia simples de crnio em 9 casos. Trs
pacientes foram a bito aps realizao de exames complementares. Craniectomia foi realizada em 5 casos,
craniotomia em 4 casos e retirada do corpo estranho em dois casos. Quatro pacientes que foram submetidos a
tratamento cirrgico evoluram para bito. Quatro pacientes apresentaram complicaes infecciosas e dois
epilepsia ps-traumtica. CONCLUSO: A ocorrncia de ferimentos penetrantes craniocerebral de causas
bizarras so raras. Seu tratamento cirrgico e tem sido individualizado, apresentam complicaes infecciosas e
convulsivas freqentes, a taxa de mortalidade elevada e com prognstico pssimo na maioria dos casos.
PALAVRASCHAVE: Traumatismo cranioencefalico, causas raras, tratamento

048

INCIDNCIA DE FRATURA CRANIANA ASSOCIADA COM HEMATOMA
EXTRADURAL
Carlos Umberto Pereira, Alyne Andrade Lima, Andr Fabiano S. Carvalho, Swellen Caroline A. Arago Silva

Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncia de Sergipe -HUSE, Aracaju (SE)

Introduo: O rx simples de crnio tem sido usado na emergncia em pacientes vtimas de traumatismo
cranioencefalico. Seu valor tem sido amplamente discutido em servios que dispe do uso rotineiro da
tomografia computadorizada. A incidncia de fratura craniana em pacientes com hematoma extradural ocorre
entre 60% a 85% dos casos. Porm, a ausncia de fratura craniana no exclui a presena de hematoma
extradural. O autor apresenta uma srie de casos de hematoma extradural e sua relao com fratura craniana.
Pacientes e Mtodos: Foram analisados 142 casos de hematoma extradural intracraniano de origem traumtico,
operados no servio de neurocirurgia do HUSE (Aracaju- Sergipe) durante o perodo entre janeiro de 2005 a
dezembro de 2010. Resultados: Dos 142 casos de hematoma extradural, 124 foram submetidos a tratamento
cirrgico. Exame de rx simples de crnio foi realizado em 94 casos e tomografia computadorizada em todos os
pacientes. Presena de fratura craniana e de afundamento craniano revelada pelo exame de rx simples crnio 76
(80,8%) casos e no exame de tomografia computadorizada 114 (71%) casos. No ato cirrgico a incidncia de
fratura craniana foi de 102 (93%) casos. Concluso: Nossos achados esto de acordo com a literatura mdica. A
baixa incidncia de fratura craniana ao exame de tomografia computadorizada ocorreu por realizao
inadequada da janela ssea durante o exame. Houve um aumento na incidncia de fratura craniana durante o ato
cirrgico devido alguns casos no terem sido observados e descritos nos exames de neuroimagens. Ausncia de
fratura craniana ao exame de neuroimagens no exclui presena de hematoma extradural.
Palavras - Chave: fratura de crnio, hematoma extradural, traumatismo craniano



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049

LIPOMA DO CORPO CALOSO. ACHADO INCIDENTAL
Carlos Umberto Pereira, Antonio Carlos de S. Azevedo, Eckstnio M. M. Rocha, Breno Jos A. P. Barbosa,
Swellen Caroline A. Arago Silva

Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncia de Sergipe (HUSE), Aracaju (SE)

INTRODUO/OBJETIVO: Lipomas intracranianos correspondem entre 0,06% e 0,1% de todos os tumores
intracranianos. Exame de neuroimagem tem sido til no seu diagnstico em pacientes assintomticos.
Geralmente encontra-se associado a outras anomalias congnitas como agenesia do corpo caloso ou representa
achado ocasional relacionado a outras manifestaes clnicas no correlatas. Os autores apresentam um caso de
achado incidental de lipoma do corpo caloso em paciente com cefalia crnica. Relato do caso: NTS, 56 anos,
masculino, domstica. Histria de cefalia holocraniana h vrios anos. Exame fsico: Bom estado geral. Exame
neurolgico: Normal. Tomografia computadorizada do crnio: leso hipodensa na regio do corpo caloso.
CONCLUSO: Lipoma intracraniano uma malformao rara resultante de alteraes do desenvolvimento e
encontra-se frequentemente associados a disrafismos. Geralmente assintomtico ou um achado incidental de
exame de neuroimagem. Com os avanos da neuroimagem aumentaram a probabilidade diagnstica desta
malformao, mesmo que assintomticos, serem diagnosticados durante a vida. Achados de neuroimagem tem
sido considerados patognomnico. Seu tratamento conservador em casos assintomticos ou de achado
incidental atravs de exame de neuroimagem. PALAVRAS-CHAVE: Lipoma corpo caloso. Tumor sistema
nervoso central


050

METSTASE DURAL - RELATO DE CASO
Carlos Umberto Pereira, Andr Fabiano S. Carvalho, Augusto Csar S. Esmeraldo

Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncia de Sergipe -HUSE. Dpto de Medicina da UFS. Aracaju (SE)

INTRODUO/OBJETIVO: As metstases dural (MD) tambm denominadas de metstases paquimeningeal
so raras. Resulta da disseminao de uma neoplasia primria por via hematognica ou por extenso direta de
uma metstase craniana. Sua incidncia em exames de autopsia de 9% dos pacientes portadores de cncer
sistmico avanado. O autor apresenta um caso de metstase dural mltiplas em uma paciente com neoplasia
primaria de mama e discutem sua fisiopatologia, diagnstico, tratamento e prognstico. RELATO DO CASO:
AMF, 46 anos, feminina, domstica. Com queixa de cefalia e crise convulsiva. Relata tratamento cirrgico de
neoplasia de mama h um ano e radioterapia e quimioterapia h seis meses. Exame fsico: pssimo estado geral
de nutrio, eupneica. . Exame neurolgico: Desperta, desorientada no tempo e espao. Ausncia de dficit
motor focal. Pupilas isocricas e fotorreagentes. Tomografia computadorizada do crnio com contraste:
presena de leses hiperdensas disseminadas no espao subdural. RESULTADO: Submetida a tratamento com
corticosterides, manitol e difenilhidantoina. Apresentou piora do quadro clinico geral e evoluiu para bito aps
25 dias do tratamento sintomtico. CONCLUSO: As metstases dural so raras e cursa com pssimo
prognstico. PALAVRASCHAVE: Metstase dural, diagnstico, tratamento.
129






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011


051

ANORMALIDADES ESTRUTURAIS DO NERVO TRIGMEO, REVELADAS
POR IMAGEM EM TENSOR DE DIFUSO, EM PACIENTES COM
NEURALGIA TRIGEMINAL, PROVOCADA POR COMPRESSO
NEUROVASCULAR: ESTUDO PROSPECTIVO, DUPLO-CEGO E
CONTROLADO
Paulo Roberto Lacerda Leal, Jean Roch, Marc Hermier, Jean Claude Froment, Miguel ngelo N. Souza,
Gerardo Cristino-Filho, Marc Sindou

Dpto de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Sobral, Universidade Federal do Cear, Sobral (CE)

INTRODUO E OBJETIVOS: Como a Imagem em Tensor de Difuso (ITD) capaz de evidenciar a
integridade dos tecidos cerebrais, decidiu-se utiliz-la para detectar as anormalidades estruturais nos nervos
trigmeos (nTRI) de pacientes com Neuralgia Trigeminal (NT), provocadas por Compresso NeuroVascular
(CNV). Caracterizaram-se tambm a rea Seccional (AS) ao nvel da root entry zone (REZ) e o Volume (V)
dos nTRI do tronco cerebral ao cavum de Meckel. MATERIAIS E MTODOS: Em ITD (Philips-Achieva 3
Teslas), mediram-se a Frao de Anisotropia (FA) e o Coeficiente Aparente de Difuso (CAD) ao nvel da REZ
de nTRI de 10 pacientes com NT, que se submeteram descompresso vascular micro-cirrgica, e de 6
indivduos normais (controles). Os dados foram comparados entre os nTRI afetados, os nTRI no afetados e em
ambos os nTRI dos controles. Esses dados foram tambm correlacionados AS e ao V dos nTRI.
RESULTADOS: A FA dos nTRI afetados (0.370.03) foi estatisticamente menor. CONCLUSES: A ITD
revelou anormalidades estruturais nos nTRI afetados em pacientes com NT. Os nTRI afetados apresentaram
atrofia importante em relao aos no afetados. As alteraes nos parmetros de difuso correlacionaram com os
parmetros morfomtricos nos pacientes com NT provocadas por CNV. PALAVRAS-CHAVE: Imagem em
tensor de difuso, neuralgia trigeminal, compresso neurovascular


052

SINAL DO MONTE FUJI
Carlos Umberto Pereira, Andr Fabiano S. Carvalho

Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncia de Sergipe (HUSE). Aracaju Sergipe - Brasil

INTRODUO: O sinal do monte Fuji um achado de neuroimagem em que uma coleo hipodensa subdural
bilateral comprime e separa os lobos frontais. A compresso dos lobos frontal e a abertura do espao
interhemisfrico entre as pontas dos lobos frontais com uma aparncia similar a silhueta do monte Fuji.
Geralmente encontra-se associado drenagem de hematoma subdural crnico e traumatismo cranioencefalico.
Vrios autores consideram uma emergncia neurocirrgica. Seu tratamento cirrgico apresenta resultados
expectantes. MATERIAIS E MTODOS: Foram estudados retrospectivamente quatro pacientes com achados
130






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
de imagens do sinal do monte Fuji no servio de neurocirurgia do HUSE (Aracaju-SE), durante o perodo entre
janeiro de 2008 a dezembro de 2010. RESULTADOS: Trs pacientes eram do gnero masculino e um
feminino. A mdia das idades foi 36 anos. As causas foram: ps-drenagem de hematoma subdural crnico dois e
traumatismo cranioencefalico dois casos. Um paciente foi submetido drenagem do ar subdural e tratamento
conservador nos demais. CONCLUSO: O achado do sinal do monte Fuji em pacientes vtimas de
traumatismo cranioencefalico ou em ps-operatrio de hematoma subdural crnico um achado radiolgico de
significado clinico importante e deve ser tratado prontamente para evitar complicaes mais srias nestes
pacientes. PALAVRAS CHAVE: sinal Monte Fuji, hipxia cerebral, traumatismo craniocerebral



053

FRATURA CRANIANA COMPOSTA
Carlos Umberto Pereira, Marcelo Barreto Barbosa, Carlos Eduardo F. Oliveira, Julianne Alves Machado,
Mariana Rakel S. Melo

Servio de Neurocirurgia do Hospital de Urgncia de Sergipe, Aracaju (SE)

INTRODUO: As fraturas em geral so classificadas em simples (fechada) ou compostas (aberta). No caso
das fraturas cranianas, estas podem ser lineares, elevadas, cominutivas ou fraturas com afundamento. A fratura
de crnio composta tem sido pouco relatada na literatura mdica e cursa com elevada morbimortalidade. Os
autores apresentam quatro casos de fraturas compostas do crnio, discutem o tratamento e prognstico.
MATERIAIS E MTODOS: Foram analisados quatro casos de fratura composta do crnio. Analisamos
quanto ao gnero, causas, localizao, exames complementares, tratamento e prognstico. RESULTADOS:
Quanto ao gnero 3M /1F. A mdia das idades foi de 22 a. As causas foram agresso fsica 2, exploso de pneu
1 e acidente de transito 1. Todos foram submetidos a TC de crnio. Mdia de escore na ECG 9. Tratamento
cirrgico foi institudo todos casos. No houve bito. Seqelas: crises convulsivas 2, distrbios de conduta 2.
CONCLUSO: Fratura composta do crnio rara e depende da superfcie do objeto contundente e da energia
cintica. As fraturas de crnio compostas com fragmentos de depresso so mais comuns, devido fora que
aplicada na direo do crnio. Seu tratamento inicial cirrgico e evolui com pssimo prognstico.
PALAVRAS-CHAVE: Fratura composta, traumatismo craniano, fratura de crnio


054

COMPLICAES DA MONITORIZAO DA PRESSO INTRACRANIANA
INTRAPARENQUIMATOSA: REVISO DE LITERATURA
Jaques Dieter Bayerl, Antonio Cesar A. Neves Jr, Anderson T. Kochi, Hugo M. Manetti, Jaime F. Freitas, Jlio
Cezar G. Kristochick, Ricardo J. Beleze, Adriano K. Maeda, Carlos Alberto Mattozo

Hospital Universitrio Cajuru - PUC-PR, Curitiba, (PR)

131






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
INTRODUO E OBJETIVOS: A monitorizao da presso intracraniana consiste em ferramenta
diagnstica de extrema importncia no manejo de pacientes neurolgicos crticos. Dentre as principais
indicaes destacam-se: o traumatismo crnio-enceflico grave, hemorragias intraparenquimatosas,
encefalopatias metablicas e os ps-operatrios neurocirrgicos. Apesar dos benefcios inquestionveis a
monitorizao da presso intracraniana consiste em procedimento invasivo que possui uma srie de
complicaes descritas na literatura. O objetivo do trabalho realizar uma reviso da literatura para avaliar as
principais complicaes da monitorizao da presso intracraniana com catter intraparenquimatoso.
MATERIAS E MTODOS: Realizada reviso bibliogrfica sobre as principais complicaes relacionadas
monitorizao da presso intracraniana com catter intraparenquimatoso. As referncias foram obtidas nas bases
de dados do LILACS, MEDLINE e PUBMED. RESULTADOS: A partir da reviso da literatura observa-se
que as principais complicaes da monitorizao da presso intracraniana com cateter intraparnquimatoso so
infeco, hemorragia e os erros tcnicos. As taxas de infeco variam de 0 a 8,5%, segundo a anlise dos
estudos analisados. As infeces so ocasionadas principalmente por bactrias da flora de pele do prprio
paciente, sendo o Stafilococcus epidermidis a mais comum. As complicaes hemorrgicas variam de 0 at
17%, sendo a grande maioria delas puntiformes e localizados no trajeto de insero do catter. Os erros tcnicos
consistem em complicao extremamente comum, chegando a taxas de at 26%. Esses erros ocorreram por
deslocamento da ponta do catter durante manejo e transporte, atividade do paciente, procedimentos de
enfermagem, defeito na fixao, quebra da fibra ptica, defeito do aparelho e desconexo do transdutor.
CONCLUSO: As principais complicaes relacionadas monitorizao da presso intracraniana com catter
intraparenquimatoso so hemorragia, infeco e a ocorrncia de erros tcnicos relacionados ao deslocamento do
catter. PALAVRAS CHAVE: Monitorizao da presso intracraniana; complicaes.


055

ACIDENTES DOMSTICOS: TRAUMATISMO CRANIENCEFLICO EM
PACIENTE IDOSO POR QUEDA DE ESCADA
Almir Ferreira de Andrade, Manoel J. Teixeira, Robson L. Amorim, Wellingson S. Paiva, Aderaldo C. Alves Jr,
Lucas S. Bernardo

Hospital das Clnicas da FMUSP, So Paulo (SP)

INTRODUO: A literatura mostra quedas como a principal causa de morte em pessoas com mais de 65 anos
1,2, ocorrendo mais frequentemente como acidentes domsticos (52-58%) 2, 3,4. O conhecimento das
caractersticas e mecanismos envolvidos imprescindvel para a preveno da morbimortalidade associada a
esse tipo de acidente4. Apresentamos caso de idoso com TCE moderado admisso por queda domiciliar,
visando divulgar protocolo pr-hospitalar de TCE por acidentes domsticos. RELATO DE CASO: Paciente
com 85 anos, encontrada cada de um degrau de escada s 19h de 05/01/2011, perda de conscincia
desconhecida. Levada ao HU, Rx normal, ferimento em couro cabeludo, suturado. Admitida no PSNC em
06/01/2011. ABC: normais, D: ECGLa 12 (AO=4, RV=3, RM=5), isocricas e fotorreagentes, movimentando 4
membros, E: Ferimento corto-contuso no couro cabeludo. TC: Lacerao primria do lobo temporal esquerdo
com HSDA, contuso hemorrgica direita subjacente ao FCC, hemorragia interhemisfrica esquerda
frontotemporoparietooccipital, leso axonial difusa tipo II. Logo aps reanimao: ECGL 11 (RV 2), anisocoria
OD>OE, sem dficit motor, quadro de herniao uncal direita. Realizada craniectomia temporal esquerda com
exrese de HSDA e tecido desvitalizado da lacerao. TC ps-operatria: boa evoluo. Dia 13: atende ordens,
ECGL 11T. Continua na UTI-PSNC. DISCUSSO: A literatura refere que os idosos caem principalmente por
132






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
tropeos e escorreges, com freqncia de 59% 4, 5, 6. Sadigh et al.7 afirmam que, dentre 865 idosos com
acidentes domsticos, o tipo de queda mais freqente foi em superfcie plana(48%), seguido por cadeira-de-
rodas(18%) e cama(18%); local da queda mais frequente foi dormitrio(46%), seguido por sala de estar(19%) e
banheiro(14%). A maior parte das quedas ocorre pela manh e tarde, chegando a 81%4,8. Nosso doente foi
encontrado pelos familiares, cado da escada noite, com TCE moderado. Desses pacientes, 10-20% evoluem
para fala e piora ou fala e morre 9. Apresentamos primeira pgina do protocolo pr-hospitalar de
atendimento ao paciente com TCE por acidentes domsticos. PALAVRAS-CHAVE: Acidentes domsticos;
traumatismo cranienceflico; quedas de idosos



056

ACIDENTES DOMSTICOS: LESO VASCULAR TRAUMTICA EM
CRIANA VTIMA DE MAUS TRATOS
Almir Ferreira de Andrade, Manoel J. Teixeira, Robson L. Amorim, Wellingson S. Paiva, Aderaldo C. Alves Jr,
Lucas S. Bernardo

Hospital das Clnicas da FMUSP, So Paulo (SP)

INTRODUO: Os maus tratos s crianas so reconhecidos como uma das principais causas de traumatismo
cranienceflico (TCE) grave, entretanto, a verdadeira incidncia permanece desconhecida, sendo estimada em
25% das admisses hospitalares em menores de dois anos1 e em 23% em crianas de quatro anos com causas
no-acidentais2. Achados de hemorragia retiniana em associao com mltiplas fraturas sugerem fortemente
maus tratos a crianas3, 4,5. Uma histria cuidadosa associada ao exame fsico geral, neurolgico e radiolgico,
alm da investigao dos aspectos sociais envolvidos compem a avaliao rigorosa desses casos6.
Apresentamos criana vtima de leso vascular traumtica, por ser uma inesperada consequncia de maus tratos,
esganamento. RELATO DE CASO: Criana de cinco anos, trazida por familiares com histria inconsistente de
atropelamento por automvel. Consciente, agitada, ECGLa 15, isocrica, sem dficits motores; recebeu alta.
Retorno no 7 dia com fraqueza no hemicorpo direito. ABC normais, D=consciente, isocrica, hemiplgica
esquerda. E=TC: hipodensidade em territrio da artria cerebral mdia direita, Angiografia Digital: imagem
compatvel com ausncia de fluxo pela artria cartida interna (ACI) direita, visualizao atravs de colaterais
da artria cerebral anterior, Angiografia Isotpica Enceflica com Tc-99m, HMPAO: ausncia de fluxo no
hemisfrio cerebral direito com preenchimento tardio. Submetida a heparinizao plena, evoluindo com
melhoria das imagens radiolgicas. Alta sem dficits motores. DISCUSSO: Disseco arterial e AVCI aps
trauma so frequentes. Embora tambm ocorram por maus tratos a crianas, so raros os trabalhos publicados
3,7. Afirma Agner (2005)7: at hoje no existem descries de disseco de vasos intracranianos associada a
maus tratos de criana. Contudo, nosso caso, que infelizmente no foi publicado poca, ocorreu em Maio de
1993 no nosso servio. Nosso doente apresentou AVCI aps trombose da ACI, cuja biomecnica se classifica,
segundo Paul-Elliott8, Tipo I de leses de cartida (trauma direto cartida). Optamos pela heparinizao plena
e observou-se boa recuperao do quadro clnico e neuroimagem. PALAVRAS CHAVE
Acidentes domsticos; leso vascular traumtica; maus tratos a crianas.


133






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
057

ACIDENTES DOMSTICOS: TRAUMATISMO CRANIENCEFLICO EM
CRIANA POR QUEDA DE CAMA BELICHE
Almir Ferreira de Andrade, Manoel J. Teixeira, Robson L. Amorim, Wellingson S. Paiva, Aderaldo C. Alves Jr,
Lucas S. Bernardo

Hospital das Clnicas da FMUSP, So Paulo (SP)

INTRODUO: Como parte de uma reviso simples da literatura sobre acidentes domsticos relacionados ao
traumatismo cranienceflico (TCE), evidenciou-se que camas beliche oferecem riscos por necessitarem de
escadas para o acesso e muitas vezes no possurem grade de proteo na parte superior, alm de crianas
usarem para lazer (81,2% das leses por queda de beliches1, 2). Apresentamos caso de criana que sofreu TCE
leve admisso por queda de beliche, visando divulgar protocolo pr-hospitalar de TCE por acidentes
domsticos. RELATO DE CASO: Criana de 3 anos, em 08/01/2011 caiu de 1,5 m de altura brincando na
parte superior do beliche. Aps queda, sem perda da conscincia, nuseas e vmitos ou convulso. Apresentou
cefalia e sonolncia, levado ao hospital em Taboo da Serra-SP, realizado Rx de crnio, sem anormalidades,
recebendo alta. Em 11/01/2011, trazido pelos familiares ao nosso Servio. admisso, ABC normais, D:
ECGLa 14. E: Edema e hematoma subgaleal temporoparietal esquerdo, TC: Hematoma epidural frontal
esquerdo, em janela ssea fratura no plano coronal frontal esquerdo. Submetido craniotomia frontotemporal
com exrese do hematoma epidural. Alta da UTI assintomtico. DISCUSSO: A literatura refere incidncia de
TCE por queda de cama beliche de 51,1-52%2,3. As quedas acontecem principalmente da parte superior: 58-69,
5% dos casos2, 4. At 78% das quedas de cama beliche e cama convencional relacionam-se a menores de 6 anos
5,6. Precaues simples previnem esses acidentes: evitar brincadeiras em beliches, instalar grades de proteo
na parte superior e impedir que menores de 6 anos durmam na parte superior 1,2,3,5,7.
Nossa criana brincava na parte superior do beliche, sem grades de proteo, sofrendo fratura linear, lesando
ramos da artria menngea mdia, formando o hematoma epidural de espessura 16,8mm, volume 42cm3, com
diminuio global do sistema ventricular supratentorial esquerdo, sendo a indicao cirrgica indiscutvel. TC
ps-operatria com melhoria das dimenses do sistema ventricular, sem reestruturao cortical no local do
hematoma. PALAVRAS-CHAVE: Acidentes domsticos; traumatismo cranienceflico; queda de cama beliche


058

ACIDENTES DOMSTICOS ASSOCIADOS QUEDA DE TELEVISO EM
CRIANA
Almir Ferreira de Andrade, Manoel J. Teixeira, Robson L. Amorim, Wellingson S. Paiva, Gustavo C. Patriota,
Samir Rasslan, Luis Marcelo Malbouisson, Aderaldo C. Alves Jr, Lucas S. Bernardo

Hospital das Clnicas da FMUSP, So Paulo (SP)

INTRODUO A televiso est integrada ao ambiente domstico, sendo que crianas dedicam horas de
ateno a ela contribuindo para o aumento da incidncia de traumatismos cranienceflicos (TCE)1. Em uma
reviso da literatura encontramos como principal causa de morte e seqelas leses acidentais2, sendo que
objetos contundentes contribuem significativamente ao TCE3. A Co nsumer Product Safety Commission
134






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
divulgou queda de objetos, como televises, em terceiro lugar dentre os de acidentes domsticos4, relatando
7000 casos de queda de televiso5 e 87 mortes entre 2000-20066 nos Estados Unidos. Apresentamos o caso de
uma criana com TCE por queda de televiso com objetivo de evitar acidentes domsticos. RELATO DE
CASO: Criana, quatro anos, vtima de queda de televiso 29 de 80cm de altura em face e crnio, apresentou
perda de conscincia no local. No Hospital de Osasco, intubada, ECGLa-6T, otoliquorragia bilateral, rinohemo-
liquorragia e hematoma sub-galeal parietal bilateral. TC de crnio: afundamento com fragmento parietal
esquerdo; fratura diasttica com trajetria do rochedo temporal direito e clivus em oblqua com desvio de
fragmento para o seio cavernoso. Admitida ao HC para avaliao da neurocirurgia: ECGLa-10T, pupilas
isocricas sem dficits motores. Angiorressonncia: estreitamento carotdeo intracavernoso direito sugestivo de
compresso externa. Submetida correo de afundamento parietal esquerdo. Recebendo alta da UTI ECGL-15.
DISCUSSO: Os fatores envolvidos na queda so a instabilidade de mveis e aspectos fsicos da televiso1,7-
13. A maior incidncia de queda de TV em crianas ocorre entre 0-5 anos de idade10, sendo que 93% dos
acidentes no so testemunhados11. Em um estudo, Sikron et al relataram 116 crianas com leses por queda de
televiso sendo 75% leses crvico-cranianas5. Precaues como o uso de suporte que garanta estabilidade,
fixao dos aparelhos parede, evitar a permanncia de objetos sobre o aparelho e evitar que crianas
permaneam sozinhas prximas a TV12,13, so medidas que contribuem para evitar o TCE. PALAVRAS-
CHAVE: Traumatismo cranienceflico, acidentes domsticos


059

MODIFICAO TCNICA DO SISTEMA DE DERIVAO VENTRICULAR
EXTERNA CONVENCIONAL PARA TIPO MONOBLOCO COM ACESSO
ATRAVS DE INTERLINK
Almir Ferreira de Andrade, Manoel J. Teixeira, Robson L. Amorim, Wellingson S. Paiva, Gustavo C. Patriota,
Samir Rasslan, Luis Marcelo Malbouisson, Aderaldo C. Alves Jr, Lucas S. Bernardo

Hospital das Clnicas da FMUSP, So Paulo (SP)

INTRODUO: A drenagem ventricular externa (DVE) convencional amplamente utilizada em vrias
modalidades de patologias de emergncia. Os sistemas convencionais de DVE dispem de conexes para
monitorao hidrosttica da presso intracraniana (PIC), para limpeza e retirada de debris ou cogulos do
sistema ventricular, alm de conexes que permitem a infuso de frmacos. A maioria destas conexes do tipo
torneiras, sem i nterlink, que permitem abertura do sistema. Para avaliarmos o papel destas conexes na
incidncia de processos infecciosos, apresentamos um sistema de DVE sem conexes do tipo torneira, tendo
acesso apenas atravs do i nterlink. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 55 anos, admitida no PSNC em
05/01/11 com histria de cefalia e confuso mental, sonolncia h quatro dias, vmitos e febre h dois dias.
ECGLa 10, sem dficts focais, evoluindo com diminuio do nvel de conscincia e necessidade de via area
definitiva. TC: hidrocefalia por edema e compresso do IV Ventrculo. Submetida a DVE e coleta ventricular de
LCR em 06/01/11, que foi normal. Melhora parcial do quadro neurolgico e da hidrocefalia. Cateter retirado em
17/01/11, LCR normal. Antecedentes: doena renal crnica, hemodilise h 06 meses. Realizado transplante
renal com perda do enxerto h 05 meses por causa desconhecida. DISCUSSO: A durao da DVE e o risco de
desenvolver infeco tem sido motivo de debate na literatura. A incidncia de infeco varivel(0-40%). Em
anlise de 584 pacientes, a retirada da DVE o mais precocemente possvel recomendada. Estudo de 595
pacientes mostrou que existe uma taxa diria extremamente baixa que aumenta aps os primeiros quatro dias,
mas permanece relativamente constante (1-2%/dia). Discutimos a presena de um novo sistema de DVE com
135






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
menor violao da assepsia, que permitiu uso durante 12 dias sem infeco. O estudo deste modelo
provavelmente modificar a prtica neurocirrgica, com maior segurana aos pacientes. PALAVRAS CHAVE
Derivao ventricular externa; ndice de infeco; emergncia neurocirrgica


060

LESIONES ONCOLOGICAS ESPINALES: TRATAMIENTO RADIANTE CON
RADIOCIRUGIA ESTEREOTACTICA
Alfredo Hernndez, Roberto Pasquale, Esteban Prez Duhalde y Federico Borau

Instituto de Terapia Radiante de La Plata, Buenos Aires, Argentina

INTRODUCCIN Y OBJETIVOS: La radiociruga estereotctica extracraneal puede lograr beneficios
significativos en el manejo de lesiones espinales con compromiso mielorradicular en un lapso entre 24 horas y 7
das post-tratamiento. El objetivo del presente trabajo es demostrar la eficacia teraputica y la escasa
comorbilidad de la tcnica radioquirrgica en la patologa tumoral espinal. MATERIALES Y MTODOS: Se
presenta una serie retrospectiva de 40 pacientes, cuyo promedio de edad es 50 aos, portadores de 48 lesiones
tumorales espinales, primarias y secundarias, con sntomas neurolgicos de disfuncin mielorradicular, tratados
con radiociruga estereotctica, en nuestra institucin en el perodo entre noviembre 2003 y octubre 2009. Se
utiliz un planificador virtual CAT3D, marco estereotctico corporal Elekta y acelerador lineal Philips de 8
MV. RESULTADOS: Las lesiones espinales primarias fueron 9 (histiocitoma, astrocitoma, meduloblastoma,
mieloma mltiple y plasmocitoma) y las lesiones secundarias fueron 39 (origen renal, neuroepitelial, mama,
prstata, partida, cavum, colon, linfomas, pulmn, melanoma y cuello uterino). En la totalidad de los casos
(100%) se obtuvo el control del dolor entre 3 a 5 das post-tratamiento, a los 7 das se obtuvo un 62,5% (25
casos) de remisin del cuadro neurolgico sin requerimiento de analgesia; en el 30% (12 casos) se logr la
reduccin del esquema farmacolgico analgsico y en el 7,5% (3 casos) se mantuvo el plan de tratamiento
farmacolgico pretratamiento. CONCLUSIONES: El impacto de las lesiones neurolgicas espinales en
pacientes oncolgicos es severo, la radiociruga estereotctica es un procedimiento no invasivo y efectivo, que
permite una rpida recuperacin sintomtica en la mayora de los casos permitiendo una sobrevida de mejor
calidad. PALABRAS CLAVES: radiociruga, tumores espinales


061

TRATAMIENTO RADIANTE DEL ESTESIONEUROBLASTOMA
Alfredo Hernndez, Roberto Pasquale y Federico Borau

Instituto de Terapia Radiante de La Plata - Argentina
Hospital Italiano de La Plata - Argentina

INTRODUCCIN Y OBJETIVOS: El estesioneuroblastoma constituye una infrecuente patologa tumoral
maligna originada en el epitelio neuroectodrmico olfatorio, con lento patrn de crecimiento y extensin
agresiva desde las fosas nasales hacia la base craneal anterior, cavidades orbitarias y generacin de metstasis
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
linfticas regionales o a distancia. El tratamiento incluye abordaje quirrgico directo o va endoscpica asociado
a radioterapia en sus diversas modalidades y eventualmente quimioterapia. Presentamos nuestra experiencia
personal con diferentes estrategias de radioterapia. MATERIALES Y MTODOS: Se presenta una serie
retrospectiva de 4 pacientes portadores de estesioneuroblastoma, estadificados clnicamente con la clasificacin
descrita por Kadish, que fueron tratados con tcnicas de radioterapia focalizada empleando equipo de acelerador
lineal SL75 (Linac photons). RESULTADOS: La serie retrospectiva comprendi dos pacientes peditricos (10
y 12 aos de edad) y dos pacientes adultos (71 y 90 aos), todos de sexo femenino. En relacin a la escala de
Kadish, fueron 3 casos grado C y 1 caso grado D. Tres pacientes recibieron tratamiento quirrgico y todos
fueron tratados con terapia radiante, se realiz radioterapia estereotctica fraccionada en 2 casos, radioterapia
conformada 3D en 1 caso y radiociruga estereotctica en 1 caso. La planificacin teraputica y dosificacin
administrada se basaron en la extensin y volumen tumoral, como as tambin en la radioproteccin de
estructuras nobles adyacentes. No presentaron complicaciones vinculados a la tcnica radiante, habiendo
estabilizado el cuadro clnico y reduccin del volumen tumoral en todos los casos. CONCLUSIONES: Las
diferentes modalidades de tratamiento radiante constituyen una herramienta efectiva en el manejo postoperatorio
o como nica alternativa. Nuestros resultados son comparables a las series publicadas. PALABRAS CLAVES:
Estesioneuroblastoma, radioterapia


062

A INFLUNCIA DA DOENA DE PARKINSON NA QUALIDADE DE VIDA:
UMA REVISO DE LITERATURA
Gustavo Ramalho Pessoa Negromonte ; Anne Diniz Maia ; Henrique de Almeida Franca ; Geyhsy Elaynne da
Silva Rocha ; Rosa-Maria Silva Soares; Juliana Delgado Brilhante; Aelson Mendes de Sousa

1
Acadmicos de Medicina da UFPB;
2
Acadmico de Fisioterapia da UFPB, JooPessoa (PB)

INTRODUO E OBJETIVOS: A Doena de Parkinson (DP) uma afeco degenerativa do sistema
nervoso central, de carter progressivo que acomete os ncleos da base. Com a progresso da doena, o paciente
tem limitao da independncia com prejuzos para sua autonomia, o que pode lev-lo a um quadro de
depresso. Examinar o impacto da depresso na DP e identificar na literatura indexada estudos relacionados
prevalncia de depresso na DP. MATERIAIS E MTODOS: Levantamento de artigos no Scielo, Medline e
LILACS , avaliando a DP e sua relao com a depresso. Critrios para incluso de artigos: estudos nos idiomas
ingls e portugus, sem limites de tempo. Excluram-se artigos relacionados ao tratamento da DP e validao de
escalas. RESULTADOS: A depresso em parkinsonianos est relacionada ao avano do comprometimento
motor, disfunes cerebrais e atuao de fatores psicolgicos. Alm disso, o histrico familiar de depresso
um dos fatores associados incidncia da doena nos portadores de Parkinson. O comprometimento motor
manifesta-se atravs de bradicinesia, tremores, falta de estabilidade e rigidez dos movimentos. Os fatores
psicolgicos, por sua vez, fundamentam-se na forma como o paciente se v diante da doena, e as disfunes
cerebrais evidenciam-se pela atuao de neurotransmissores, mais especificamente a serotonina e a dopamina.
CONCLUSO: A interao entre DP e depresso complexa e bidirecional de forma que esta um fator de
risco para DP, assim como DP um fator de risco para depresso. Assim, o diagnstico precoce de depresso
em portadores de DP aliado a terapias tradicionais e alternativas constituem intervenes indispensveis para
melhorar a qualidade de vida do parkinsoniano depressivo. PALAVRAS-CHAVE: Prevalncia, depresso e
Parkinson.
137






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

063

ABORDAGENS CLNICAS NA QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORA
COM ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL TIPO I RELATO DE CASO
Geyhsy Elaynne da Silva Rocha; Gustavo Ramalho Pessoa Negromonte ; Anne Diniz Maia ; Henrique de
Almeida Franca ; Aelson Mendes de Sousa
2


1
Acadmicos de Medicina da UFPB;
2
Acadmico de Fisioterapia da UFPB, Joo Pessoa (PB)

INTRODUO E OBJETIVOS: Atrofia Muscular Espinhal (AME) uma doena neuromuscular de herana
autossmica recessiva que afeta o corpo do neurnio motor no corno anterior da medula espinhal (Arajo et al,
2005; Roso et al, 2003) e ncleos motores de alguns de nervos cranianos (V, VII, IX, X, XI e XII), sem
evidncia de envolvimento primrio de nervos perifricos e tratos longos (Nitrini et al,2003). Os objetivos so
relatar o caso de uma criana portadora da Sndrome de Werding Hoffman que superou a expectativa de vida
relatada na literatura (at 1 ano) e descrever o caso enfatizando a importncia das abordagens mdica e
fisioteraputica. MATERIAIS E MTODOS: Este estudo foi realizado no perodo de setembro a janeiro de
2010, com uma paciente de trs anos e sete meses internada no Hospital Universitrio Lauro Wanderley. A
coleta de dados procedeu-se com trs examinadores, atravs da anlise de pronturios mdicos. Foram utilizadas
como formas de avaliao do grau de comprometimento cintico-funcional a escala Hammersmith Motor
Ability Scale (HMAS) e a escala EK (Egen Klassifikation) RESULTADOS: Os dados revelaram que as
abordagens mdica e fisioteraputica so favorveis, beneficiando na qualidade de vida e nas limitaes motoras
e respiratrias da criana. Avaliando-se a capacidade cintico-funcional, a paciente estudada classificou-se
como inbil em todos os itens da escala HMAS e na escala EK apresentou escore de 27 na variao de 0-30 para
grau de comprometimento funcional. CONCLUSO: A literatura sobre o tema ampla, em contrapartida,
carece de instrumentos de avaliao especficos e dados epidemiolgicos que possibilitem estudos
randomizados futuros voltados teraputica especfica. No mais, a abordagem clnica multidisciplinar conduta
teraputica indispensvel para os pacientes AME tipo I. PALAVRAS-CHAVE. Atrofia Muscular Espinhal,
expectativa de vida, Abordagem multiprofissional


064

O SAMU METROPOLITANO 192 E O ATENDIMENTO S VTIMAS DE
TRAUMA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Ana Elza Oliveira de Mendona, Rodrigo Assis Neves Dantas, Daniele Vieira Dantas, Gilson de Vasconcelos
Torres, Kssya Dantas Diniz, Rosemary Alvares de Medeiros, Ktia Regina Barros Ribeiro

Hospital Universitrio Onofre Lopes, Natal (RN)

INTRODUO: o trauma tem se tornado um fenmeno cotidiano na vida das pessoas que compartilham da
mdia como fonte de informao e lazer. So acidentes e violncias de toda a natureza que permeiam a
sociedade atual (DANTAS, 2009). Cerca de 70% de todos os traumas ocorreram com vtimas nas faixas etrias
de 10 a 39 anos, sendo mais de 83% deles jovens do sexo masculino, em sua maioria, pobres e vivendo nas
periferias das grandes cidades (LEAL; LOPES, 2005). OBJETIVO: caracterizar os atendimentos s vtimas de
138






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
trauma, realizados pelo SAMU Metropolitano do Rio Grande do Norte (RN), quanto ao tipo de ocorrncia, sexo
das vtimas, faixa etria, municpios do RN e o tipo de atendimento. METODOLOGIA: trata-se de uma
pesquisa do tipo exploratrio-descritiva, de abordagem quantitativa, realizada no setor de estatstica do SAMU
Metropolitano/RN. A coleta ocorreu entre janeiro e maro de 2010, referente aos atendimentos realizados de
janeiro a junho de 2009. O protocolo de aprovao do Comit de tica do HUOL o 437/2010.
RESULTADOS: do total de 4.092 atendimentos realizados nos primeiros 06 meses do ano de 2009: 189.800
destes foram urgncias traumticas (46,4%); 404 (21,3%) ocorreram no ms de janeiro; 1479 (77,6%) das
vtimas eram do sexo masculino; 595 (31,2%) correspondiam faixa etria de 20 a 29 anos; dentre os
municpios da regio metropolitana do RN, Parnamirim o que mais registra ocorrncias traumticas, com 822
(43,3%) dos casos, seguidos de Macaba 324 (17%). Dentre os tipos de atendimentos a esses agravos,
destacamos a atuao das Unidades de Suporte Bsico (USB) em 1811 casos (95%), e 96 (5%) das Unidades de
Suporte Avanado (USA). CONCLUSES: conclumos que a maioria das vtimas de traumas, atendidas pelo
SAMU Metropolitano do RN, so: jovens, do sexo masculino, vitimadas no ms de janeiro, em Parnamirim, e
atendidas pelas USBs. PALAVRAS-CHAVE: Atendimento de emergncia pr-hospitalar. Perfil
epidemiolgico, urgncias. REFERNCIAS: 1.DANTAS, Rodrigo Assis Neves. A violncia no contexto de um servio
de urgncia: anlise do processo de cuidar na viso das vtimas e profissionais de sade em Natal/RN. 2009. 195f.
Dissertao (Mestrado) - Programa de Ps-Graduao em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Natal, 2009. 2 LEAL, Sandra Maria Cezar; LOPES, Marta Jlia Marques. A violncia como objeto da assistncia em um
hospital de trauma: o olhar da enfermagem. Cincia & sade coletiva. v. 10, n. 2, p. 419-431, 2005.


065

REPERCUSSES SISTMICAS DA LESO CEREBRAL IRREVERSVEL
Ana Elza Oliveira de Mendona, Rodrigo Assis Neves Dantas, Izaura Luzia Silvrio Freire, Samilly Mrjore
Dantas Liberato, Emeline Noronha Vilar de Souza, Daniele Vieira Dantas, Gilson Vasconcelos Torres

Hospital Universitrio Onofre Lopes, Natal (RN)

INTRODUO: o progresso cientfico e os recursos diagnsticos na terapia intensiva proveram por um
perodo determinado a manuteno e suporte das funes bsicas do organismo aps a Morte Enceflica (ME)
definida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), resoluo CFM n 1.480/97 como a parada total e
irreversvel das funes enceflicas. OBJETIVO: destacar as repercusses sistmicas aps dano cerebral
irreversvel e os cuidados relevantes para a manuteno de potenciais doadores de rgos. MATERIAIS E
MTODOS: trata-se de um estudo de reviso da literatura, realizado na Biblioteca Virtual em Sade (BVS),
onde foram selecionados artigos, disponveis em texto completo utilizando o cruzamento dos seguintes
descritores: morte enceflica; cuidados de enfermagem; enfermagem. RESULTADOS: aps a confirmao
diagnstica de ME, o conhecimento da fisiopatologia e o envolvimento da equipe da terapia intensiva se fazem
essenciais na manuteno dos rgos para transplante. Pois, a ME altera a fisiologia de todos os sistemas
orgnicos, trazendo como repercusso a instabilidade hemodinmica, disritmias cardacas malignas,
hipovolemia, anormalidades hormonais e hidroeletrolticas. Assim devem ser metas da manuteno
cardiovascular uma presso arterial sistlica acima de 90 mmHg, freqncia cardaca em torno de 100 bpm e
presso venosa central entre 8 e 10 mmHg. Se ocorrer simpatectomia deve-se utilizar drogas vasoconstritoras,
sendo a vasopressina a mais indicada. A ventilao mecnica deve garantir uma saturao arterial de oxignio
superior a 90% com presso parcial arterial superior a 60 mmHg, e frao inspiratria em torno de 40%, com
presses inspiratrias baixas para prevenir barotrauma e ainda atentar para alcalose que resulta do tratamento
139






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
ventilatrio para combate a elevao da Presso Intra Craniana (PIC). CONCLUSO: o conhecimento da
fisiopatologia da leso cerebral irreversvel de extrema relevncia para a melhoria dos processos de cuidar de
doadores com morte enceflica e suas famlias, aumentando assim o nmero de rgos viveis para transplante.
PALAVRAS CHAVE: morte enceflica; cuidados de enfermagem; enfermagem.


066

ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR A VTIMA DE TRAUMATISMO
RAQUIMEDULAR: ENFOQUE NO PAPEL DO ENFERMEIRO
Ana Elza Oliveira de Mendona, Rodrigo Assis Neves Dantas, Rogrio de Melo Pereira Jnior, Daniele Vieira
Dantas, Gilson de Vasconcelos Torres, Rosemary Alvares de Medeiros

Hospital Universitrio Onofre Lopes, Natal (RN)

INTRODUO: Os traumatismos da coluna vertebral e da medula espinhal so denominados Traumatismos
Raquimedular (TRM), sendo esta, uma condio secundria a qualquer trauma na coluna vertebral associado
leso medular transitria ou permanente. Trata-se de um problema epidmico em todo o mundo, que s no
Brasil, ocorrem de 6.000 a 8.000 novos casos por ano, e a prevalncia de 70 a 90 casos por 100.000 habitantes.
OBJETIVOS: descrever a importncia do enfermeiro no cuidado ao paciente com TRM, estabelecendo, diante
da Prtica Vivencial uma rotina padronizada, de modo a interferir na melhora do cuidado a essas vtimas.
METODOLOGIA: trata-se de uma pesquisa bibliogrfica acerca do papel do enfermeiro no atendimento s
vtimas de TRM. Esta discusso surgiu a partir da exposio dialogada do educador em sala de aula do VI Eixo
Temtico, do Curso de Graduao em Enfermagem da FACEX, acerca dos traumatismos, despertando o
interesse por parte dos educandos em se aprofundar acerca do tema. RESULTADOS: identificamos que a
assistncia de enfermagem tem por objetivo principal na vitima com TRM a preveno do agravamento de
leses j existentes devido ao manuseio inadequado mediante imobilizao de toda a coluna vertebral. Devendo-
se seguir o A, B, C, D e E, do Suporte Avanado de Vida no Trauma (ATLS), que corresponde,
respectivamente, vias areas com controle cervical, respirao, circulao, avaliao neurolgica e exposio da
vtima com controle de hipotermia; devendo-se ainda fazer a imobilizao com o colar cervical, imobilizador
lateral de cabea, colete dorsal (KED) e tbua rgida. E posteriormente, encaminhar ao hospital de referncia.
CONCLUSES: identificou-se que o profissional enfermeiro, como membro de uma equipe, de suma
importncia na assistncia vtima de TRM, pois o cuidado quando refletido entre a equipe multiprofissional,
torna a assistncia mais eficiente e adequada s reais necessidades do paciente. PALAVRAS-CHAVE:
Enfermeiro. Traumatismo Raquimedular. Atendimento Pr-hospitalar de emergncia.


140






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067

ESCOLHER O TAMANHO DO CLIP EM ANEURISMAS CEREBRAIS?
DEMONSTRAO GEOMTRICA E CASOS ILUSTRATIVOS
Srgio Tadeu Fernandes, Hugo L. Dria Netto, Arthur Cukiert

Hospital Brigadeiro, So Paulo (SP)

INTRODUO: O objetivo principal do tratamento cirrgico dos aneurismas intracranianos a sua ocluso
completa, segura e permanente, a qual depende diretamente da qualidade dos clips e sua correta aplicao.
Algumas situaes bem conhecidas de insucesso incluem o fechamento incompleto do clip, principalmente nos
aneurismas calcificados e/ou de paredes espessas, e o preenchimento em torno das lminas se as pontas no se
estendem o suficiente sobre o colo do aneurisma. A poltica geral entre os neurocirurgies vasculares a
utilizao de clips com lminas de forma mais estreita e mais curta possvel. OBJETIVO: Ressaltar atravs de
modelo geomtrico que o comprimento mnimo do clip deve ser de 1,5 vezes o dimetro do colo com
apresentao de casos ilustrativos. MATERIAIS E MTODOS: Prospectivamente, baseados em modelos de
32 casos consecutivos tratados cirurgicamente, demonstrou-se a aplicao do clculo geomtrico do permetro
da circunferncia (d) para se estimar o comprimento do colo aps clipagem, que equivalente ao comprimento
mnimo do clip a ser utilizado. Tambm se realizou o clculo do permetro em elipses irregulares, forma
geralmente encontrada em aneurismas, no tendo sido demonstrada diferena clinicamente significativa.
RESULTADOS: Em 32 pacientes, diagnosticou-se 56 aneurismas, sendo tratados cirurgicamente 45. Os
aneurismas classificados com colo no complexo foram clipados sem evidncia de leso residual em todos os
casos. Nos aneurismas com colo complexo e necessidade de reconstruo do vaso, utilizou-se desta ferramenta
para mensurar a soma do comprimento dos clips de acordo com sua aplicao, sem evidncia de leso residual
em todos os casos. Em nenhum dos casos o clip aplicado foi menor do que o colo do aneurisma.
CONCLUSES: A ferramenta se mostrou simples, prtica e segura para determinar o comprimento mnimo do
clip no tratamento cirrgico dos aneurismas cerebrais. PALAVRAS-CHAVE: Neurocirurgia, aneurisma
cerebral, clip


068

FUSO ANTERIOR PARA O TRATAMENTO DE ESPONDILOLISTESE DE
BAIXO GRAU EM L5S1
Luiz Pimenta
1,2
, Luis Marchi
1,3
, Etevaldo Coutinho
1
, Leonardo Oliveira
1

1
Instituto de Patologia de Coluna, So Paulo (SP)
2
UCSD, Department of Neuorosurgery, San Diego, USA
3
UNIFESP, Departamento de Diagnstico por Imagem, Sao Paulo (SP)

INTRODUO E OBJETIVOS. A espondilolistese lombar pode causar instabilidade local, distrao das
facetas, e estenose central e foraminal. A opo cirrgica mais utilizada a reduo e estabilizao posterior por
meio de parafusos do pedculo e hastes, mas a literatura relata complicaes intra e ps-operatrias nas tais
tcnicas. O objetivo do trabalho foi avaliar uma abordagem de nico estgio anterior para o tratamento da
141






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
espondilolistese de baixo grau. MATERIAIS E MTODOS. Em estudo prospectivo no-randomizado em um
nico centro, oito pacientes (43,4 5,4 anos de idade; IMC de 28,4 3,4; 62,5% de homens no grupo). Nove
nveis lombares (8 L5-S1 e 1 L4-L5) com espondilolistese de baixo grau (I ou II) foram tratados por abordagem
nica, atravs de um mini-ALIF. Foi utilizado espaador intersomtico contendo dois parafusos craniais e um
parafuso fenestrado na direo caudal. A evoluo clnica (VAS e ODI) e os dados radiogrficos foram
analisados. RESULTADOS. O tempo cirrgico mdio foi de 108 minutos, com mdia de perda sangunea de
100ml. A mdia de seguimento de 10 meses (6 a 12). Nenhuma complicao intra-operatria ocorreu. Mdia
de alta hospitalar foi de 30 horas. Uma complicao relacionada ao acesso ocorreu (12,5%), o paciente evoluiu
com seroma abdominal e foi resolvido aps interveno. Por quantificao do escorregamento vertebral,
observamos em mdia 24% no pr-operatrio e aps o procedimento caiu para 12%, mantendo-se intacto at 6
meses. CONCLUSES. Mesmo sem descompresso posterior, reduo ou suplementao posterior foi
possvel aliviar sintomas axiais e irradiados, e ainda diminuir escorregamento e estabilizar nveis lombares
baixos com espondilolistese de baixo grau. Seguimento a longo prazo de avaliao ainda necessria para
atestar a eficcia do tratamento proposto. PALAVRAS CHAVE. Coluna espondilolistese, fuso vertebral


070

ESTUDO COMPARATIVO SOBRE A INFLUNCIA DA REA DO
ESPAADOR INTERSMTICO NA SUBSIDNCIA APS FUSO DA
COLUNA ANTERIOR
Luiz Pimenta
1,2
, Luis Marchi
1,3
, Etevaldo Coutinho
1
, Leonardo Oliveira
1


1
Instituto de Patologia de Coluna, So Paulo (SP)
2
UCSD, Department of Neuorosurgery, San Diego, USA
3
UNIFESP, Departamento de Diagnstico por Imagem, Sao Paulo (SP)

INTRODUO E OBJETIVOS: Estudos anteriores sobre fuso intersomtica lombar por via lateral
revelaram que a descompresso indireta das estruturas neurais vivel. Mas foi observada ocorrncia de
subsidncia importante do cage, o que pode limitar a capacidade para descompresso. A influncia da largura do
cage na preveno da subsidncia o principal objetivo deste trabalho. MATERIAIS E MTODOS: Anlise
retrospectiva de estudos clnicos prospectivos. Setenta e quatro pacientes (57,2 14,8 anos, IMC 24,9 2,5).
Procedimentos no-extensos de fuso lombar anterior, sem suplementao posterior, foram investigados.
Quarenta e seis pacientes (56,7 24,7 anos, IMC 24,7 3,1), 61 nveis lombares, foram tratados com cages-
padro (18mm grupo A) e 21 pacientes (57,2 24,5 anos, IMC 25,0 2,3), 37 nveis lombares, foram tratados
com cages mais largos (22mm grupo B). Anlises radiolgicas e de evoluo clnica (ODI e VAS) foram
realizadas at 24 meses. RESULTADOS: Houve melhora em ambos os grupos, sem diferena entre eles
(p=0.36). Subsidncia de graus mais avanados ficou evidente no grupo A (p=0,01), e essa foi detectada
precocemente em seis semanas e no progrediu significativamente. Em 12meses: grau I/II- 70% no grupo A e
81% no grupo B, e grau III/IV- 30% no grupo A e 14% no grupo B. Embora tenha sido observado ganho da
lordose segmentar nos dois grupos, o grupo B teve maior ganho (7% grupo A e 17% grupo B; p=0,0004). Alm
disso, foi visto um padro predominante (68%) de subsidncia no plat inferior do disco intervertebral em
questo. CONCLUSES: A rea de contato do cage com o plat vertebral ter um impacto significativo na
preveno de ocorrncia gaiola abatimento artrodese autnomo lateral, alm disso, gera melhor correo da
lordose. Ainda, por ser ocorrncia precoce, a subsidncia deve ser cuidadosamente avaliada no incio do
seguimento. PALAVRAS CHAVE: Coluna; Fuso Vertebral; Complicaes Ps-Operatrias;
142






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

071

ESTUDO CLNICO-RADIOLGICO PROSPECTIVO, RANDOMIZADO E
CONTROLADO PARA AVALIAR E COMPARAR O USO DO FOSFATO DE
CLCIO COM SILICATO E RH-BMP2 EM FUSO INTERSOMTICA DA
COLUNA LOMBAR. 36 MESES DE ACOMPANHAMENTO
Luiz Pimenta
1,2
, Luis Marchi
1,3
, Etevaldo Coutinho
1
, Leonardo Oliveira
1

1
Instituto de Patologia de Coluna, So Paulo (SP)
2
UCSD, Department of Neuorosurgery, San Diego, USA
3
UNIFESP, Departamento de Diagnstico por Imagem, So Paulo (SP)

INTRODUO E OBJETIVOS: Autoexnxertia tem sido tradicionalmente o "padro ouro" para utilizao
ortopdica de enxerto sseo, mas gera importante morbidade e limitaes. A utilizao de fatores de
crescimento sseo recombinantes tem resultados benficos comparados ao enxerto autlogo, mas seu preo
ainda um limitador. O objetivo deste trabalho avaliar os resultados radiolgicos e clnicos comparando o
desempenho de dois substitutos sseos - fosfato de clcio com silicato e rh-BMP2. MATERIAIS E
MTODOS: Trinta pacientes (47,611,5 anos) com DDD em L4L5 foram randomizados e quinze pacientes
submetidos fuso com fosfato de clcio com silicato (grupo I) e 15 pacientes com rh-BMP2 (grupo II). Os
indivduos foram avaliados no pr-operatrio, uma e seis semanas e trs, seis, 12, 24 e 36 meses. A anlise
clnica foi feita atravs do VAS, ODI e SF-36, e a fuso foi acessada em filmes de raio-x e tomografia
computadorizada por trs radiologistas independentes. RESULTADOS: Houve melhora clnica em ambos os
grupos, sem diferena entre eles. Aos seis meses, fuso precoce foi vista em 33% (5 pacientes) do grupo II e em
apenas um paciente do grupo I. Aos 12 meses, houve fuso em 67% e 54% respectivamente para o grupo II e I.
Em 36 meses, 100% dos nveis tratados apresentaram fuso slida. Dois pacientes necessitaram de
descompresso direta (6,6%), e em um paciente do grupo II (3,3%) houve formao ssea excessiva
estenosando o formen. CONCLUSES: Em comparao com o fosfato de clcio com silicato, o rhBMP-2
pode gerar fuso mais cedo (6 meses), mas resulta em taxas iguais aps um ano de procedimento intersomtico.
Com base nas evidncias de altas taxas de fuso lombar com esta tcnica, possvel concluir que o fosfato de
clcio com silicato tem resultados similares ao caro rh-BMP-2. PALAVRAS CHAVE: Coluna; Fuso
Vertebral; Enxerto sseo










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073

FUSO INTERSOMTICA POR VIA LATERAL COMO OPO NO
TRATAMENTO DE ESPONDILOLISTESE DEGENERATIVA
Luiz Henrique Mattos Pimenta, Luis Marchi, Etevaldo Coutinho, Leonardo Oliveira

Instituto de Patologia da Coluna, So Paulo (SP)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma alternativa menos invasiva para o tratamento cirrgico da
espondilolistese de baixo grau. A fuso anterior e estabilizao conseguida sem a necessidade de
complementao posterior. Os dados clnicos e radiolgicos apresentado. PALAVRAS-CHAVE: Coluna,
procedimentos cirrgicos minimamente invasivos, espondilolistese


074

MOVIMENTO CONTROLADO EM ARTROPLASTIA LOMBAR POR VIA
LATERAL: ESTUDO BIOMECNICO COMPARATIVO
Luiz Pimenta
1,2
; Alex Turner
3
, Bryan Cornwall
3
, Luis Marchi
1,4
, Leonardo Oliveira
1
, Andy Cappuccino
5

1
Instituto de Patologia de Coluna, So Paulo (SP)

2
University of California, San Diego, USA

3
NuVasive, Inc., San Diego, USA
4
UNIFESP, So Paulo, (SP)

5
Buffalo Spine Surgery, Buffalo, USA

INTRODUO E OBJETIVOS. A quase totalidade dos procedimentos de substituio do disco lombar por
via anterior, via qual retira o ligamento longitudinal anterior (LLA), principal responsvel pela estabilidade
lombar. O dispositivo XL-TDR (NuVasive, Inc., San Diego, CA) implantado atravs de uma abordagem
lateral, que preserva as estruturas dos ligamentos anterior e anular. Este estudo investiga em teste biomecnico
em cadver o implante XL-TDR, alm de observar a participao do LLA para a estabilidade da artroplastia
lombar. MATERIAIS E MTODOS. Ensaios no-destrutivos multi-direcional foi utilizada com o protocolo
hbrido descrito por Panjabi. As condies do ensaio foram: (1) da coluna intacta, (2) XL-TDR em L4-5, e (3)
XL-TDR em L4-5 com anel anterior/LLA retirado. Total ROM (ROM = ZN + ZE; ZN = zona neutra, ZE = zona
elstica) e ZN foram calculados para cada condio de carga em cada sentido. RESULTADOS. A insero do
dispositivo XL-TDR levou diminuio do ROM em relao coluna intacta em todas as direes (p <0,006).
A ZN em todas as direes no foi estatisticamente diferente da intacta (p >0,05), embora tenha havido uma
tendncia para a diminuio da ZN em flexo (p = 0,078). Com o XL-TDR, a remoo do LLA aumentou o
ROM significativamente em todas as direes (p <0,003), e tambm a ZN aumentou, com mudanas mais
significativas na extenso, flexo lateral e rotao axial (p <0,002). CONCLUSES. A remoo do ALL e do
anel fibroso teve um efeito significativo de estabilizao da artroplastia lombar. Menor ROM foi observado e o
movimento foi provado ser bem controlado (ZN mais natural). Estudos futuros iro investigar o potencial
benefcio da biomecnica do XL-TDR nas facetas, que pode ter implicaes clnicas relacionadas limitao de
degenerao facetria. PALAVRAS-CHAVE. Coluna; procedimentos cirrgicos minimamente invasivos;
artroplastia.
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
075

INDICAES E CONTRA-INDICAES PARA ARTROPLASTIA
CERVICAL: ANLISE CRTICA DE SETE ANOS DE ACOMPANHAMENTO
Luiz Pimenta MD PhD1,2, Luis Marchi MSc1,3, Etevaldo Coutinho MD1, Leonardo Oliveira BSc1
1Instituto de Patologia de Coluna, So Paulo, Brazil
2UCSD, Department of Neuorosurgery, San Diego, USA
3UNIFESP, Department of Imaging Diagnosis, Sao Paulo, Brazil

INTRODUO E OBJETIVOS: Artrodese da coluna cervical (FC) adotada desde a dcada de 1950. Vrios
estudos demonstram que os procedimentos de FC alteram a cinemtica da coluna e podem comprometer o
movimento global da coluna vertebral. A tecnologia de artroplastia (AC) foi desenvolvida para manter o
movimento e reduzir o estresse e a degenerao do segmento adjacente. Neste trabalho relatamos sete anos de
experincia com a prtese PCM. MATERIAIS E MTODOS: Foram estudadas as radiografias de 270 nveis
em 158 pacientes (mdia de 45,4 anos) tratados nos nveis cervical entre C3-T1. Medidas radiolgicas e os
resultados clnicos foram coletados no pr-operatrio, uma semana e um, trs e seis meses e anualmente. A
escala da McAfee para avaliao da formao ssea heterotpica foi aplicada. Para a anlise da degenerao
facetria, foi utilizada uma escala de um a quatro com base em tomografias computadorizadas.
RESULTADOS: A melhora clnica comprovada estatisticamente em todos os perodos ps-operatrio. A
maioria dos pacientes apresentou degenerao faceta com grau I e II, e para esses casos no houve piora clnica,
diferentemente de casos com grau III e IV. Entre os nveis estudados, 21 (7,7%) mostraram algum nvel de HO:
10 nveis de grau I (47,6%), 7 de grau II (33,3%), 3 grau III (14,28%) e 1 grau IV (4,76%). Em 92% dos
pacientes que desenvolveram HO, as radiografias pr-operatrias mostraram ostefitos incipientes. Doena do
nvel adjacente ocorreu em 5,7% dos pacientes, inferior a 20,3% descritos por Hilibrand et al para a FC (2,9%
ao ano). CONCLUSES: Nossa experincia em AC tem revelaram valiosos dados clnicos e radiolgicos,
quando comparado a FC. A preservao movimento permitiu relativa preservao dos discos adjacentes, mas
sem prejudicar as facetas. Os bons resultados clnicos tambm corroboram com a superioridade do AC em
comparao com os resultados FC descritos na literatura. PALAVRAS-CHAVE: Coluna, artroplastia,
biomecnica.


077

TRATAMENTO DOS ANEURISMAS CEREBRAIS PELA TCNICA DE
DUPLA MICROCATETERIZAO
Pedro Fernando Scanapieco Filho, Francisco Ramos Junior, Carlos Henrique Raggiotto

Hospital das Clnicas Samuel Libanio, Pouso Alegre (MG)

INTRODUO O tratamento endovascular dos aneurismas cerebrais evolui graas ao desenvolvimento dos
materiais de embolizao. As molas tridimensionais e os stents autoexpansveis integram esta evoluo,
aumentam a eficcia da tcnica e ampliam as possibilidades de tratamento endovascular em aneurismas
cerebrais. MATERIAIS E MTODO. Foram tratados 600 aneurismas pela tcnica endovascular no perodo de
Jan/2008 a Dez/2010 em Pouso Alegre-MG. Sessenta aneurismas rotos e dez no rotos passaram pela tcnica de
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
dupla microcateterizao e foram subdivididos, conforme as caractersticas das leses em:
GRUPO I : lobulados; GRUPO II: relao colo/fundo >2; GRUPO III: relao colo/fundo <2 TCNICA:
Utilizou-se um introdutor 7F e um cateter guia 7F. Progrediu-se os microcateteres no sistema coaxial atravs 1
Y de duas vias de entrada. Seu princpio tcnica para uso do trispan. Um microcateter conduz a primeira
mola com funo de sustentao e para estabilizar o cast de molas liberadas atravs do segundo microcateter.
A diferena consiste no uso de mola tridimensional no lugar da trispan. Destaca-se por ltimo a mola de
sustentao. DISCUSSO: Em 68 casos foi possvel ocluso saco aneurismtico com preservao do fluxo
arterial. Houve migrao parcial da mola em um caso do grupo I. Nos pacientes desse grupo a cateterizao
seletiva de cada lbulo permitiu o posicionamento adequado do cast de molas, ocupando toda a leso e evitando
leses residuais. O posicionamento adequado e estvel da primeira mola 3D decisivo para o sucesso da
tcnica. A relao colo/fundo mais importante do que as dimenses do colo isoladamente. O insucesso da
tcnica ocorreu no grupo II, no qual foi necessrio o uso de stent visando cobrir o colo da leso. A dupla
microcateterizao impediu a migrao pela malha do stent. CONCLUSO: Essa tcnica mostrou-se eficaz no
tratamento dos aneurismas de colo largo e multilobulados, havendo limitao nos aneurismas pequenos com
relao colo/fundo <2. PALAVRAS-CHAVE: Emboloizao, aneurisma cerebral


079

NEUROPROTEO HIPOTRMICA PR, INTRA E PS-ISQUMICA NA
ISQUEMIA CEREBRAL FOCAL EM RATOS: ANLISE MORFOMTRICA
Dezena RA, Colli BO, Carlotti Jr. CG, Tirapelli LF

Diviso de Neurocirurgia Departamento de Cirurgia e Anatomia
Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto FMRP USP, Ribeiro Preto (SP)

INTRODUO E OBJETIVOS: A isquemia cerebral uma doena de alta morbidade, podendo ocorrer no
vasoespasmo arterial e nas microneurocirurgias vasculares. A hipotermia tem se mostrado a estratgia de
neuroproteo mais promissora em estudos experimentais. O objetivo deste estudo foi avaliar comparativamente
o efeito da hipotermia leve pr, intra e ps-isqumica na isquemia focal temporria por ocluso da artria
cerebral mdia em ratos, atravs de anlise morfomtrica computacional. MATERIAIS E MTODOS: Foram
utilizados 74 ratos divididos em Controle (C), Sham (S), Controle-Isqumico (CI), Hipotermia Pr-Isqumica
(IH1), Hipotermia Intra-Isqumica (IH2) e Hipotermia Ps-Isqumica (IH3). Nos crebros foram realizadas
seces coronais de 10 micrmetros, sendo coradas pela tcnica Luxol Fast Blue. A morfometria foi realizada
pelo programa KS400, Carl Zeiss, obtendo-se medidas diretas de reas de fibras mielinizadas e de corpos
neuronais, e indiretas, de reas isqumicas e de volumes isqumicos. RESULTADOS: Foram analisadas 3600
seces coronais. Em relao s reas de fibras mielinizadas no houve diferena significativa entre os grupos C
vs. S (p=0,39), CI vs. IH3 (p=0,85), e IH1 vs. IH2 (p=0,63); ocorreu diferena estatstica entre os grupos C vs.
CI (p=0,0001), CI vs. IH1 (p=0,01), e CI vs. IH2 (p=0,03). Em relao s reas de corpos neuronais, no houve
diferena significativa entre os grupos C vs. S (p=0,48), CI vs. IH3 (p=0,27), e IH1 vs. IH2 (p=0,68); ocorreu
diferena estatstica entre os grupos C vs. CI (p=0,0001), CI vs. IH1 (p=0,009), e CI vs. IH2 (p=0,03). A anlise
estatstica das reas isqumicas mdias, e dos volumes isqumicos no mostrou diferena significante na
comparao entre os grupos CI vs. IH3 (p=0,57), e IH1 vs. IH2 (p=0,79); mostrou diferena significante entre
os grupos CI vs. IH1 (p=0,0001), e CI vs. IH2 (p=0,0011). CONCLUSES: As hipotermias pr-isqumica e
intra-isqumica mostraram-se neuroprotetoras de forma semelhante, o que no ocorreu com a hipotermia ps-
isqumica. PALAVRAS-CHAVE: Isquemia cerebral, hipotermia, morfometria
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
080
TCE COM PNEUMOVENTRCULO E SNDROME HIPOTALMICA
Rdio L. B. Cmara, Jos L. G. de Arajo, Mario Jammal Fo, Angelo R. S. Neto, Eduardo E. P. da Costa,
Guilherme L. O. Lima, Bruno H. P. Gis, Thiago A. F. da Rocha, dison M. A. de Lima, Adrielly S. F.
Demartelaere, Andressa F. Camilo, Dayara A. Ferro, Eider M. Saraiva, Hugo C. Felipe, Ithalo R. M. A. de
Lima, Joclio R. da Silva, Jos M. M. Souza, Juliano J. da Silva, Larissa C. A. da Silva, Maria C. M. Chacon,
Patrick A. G. Cavalcante, Pedro H. A. da Silva, Rafael M. Vasconcelos, Rafael F. D. de Brito, Raissa G. V. C.
Barros, Rayanna C. R. da Costa, Thailane M. Fei. Chaves, Thais A. Suassuna, Thiago H. M. Costa, Tiago C.
Roque, Ulida J. Farias.

Hospital Mons. Walfredo Gurgel - Secretaria de Estado da Sade Pblica do Rio Grande do Norte (SUS/RN)
Hospital Universitrio Onofre Lopes - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

INTRODUO. No atendimento neurocirrgico inicial de pacientes com TCE, o diagnstico de leses
intracranianas como hematomas e contuses cerebrais quando no so de indicao cirrgica imediata,
normalmente demanda seguimento rigoroso com reavaliaes clnicas criteriosas e tomografias seriadas.
Entretanto, mesmo pacientes com razovel quadro clnico e neurolgico e TC inicial sem alteraes
significativas, eventualmente, podero evoluir desfavoravelmente, exigindo acompanhamento neurocirrgico
rigoroso. As fraturas da base craniana podem constituir importante indicativo desse tipo de evoluo, devendo
ser valorizadas, mesmo quando encontradas isoladamente, favorecendo diagnstico e conduta apropriados para
vrias complicaes apresentadas por esses pacientes. RELATO DE CASO. Paciente masculino, 21 anos.
HMA. Acidente motociclstico: perda transitria conscincia, mantendo rebaixamento neurolgico e perodos de
agitao. Antecedentes. Ndn. Achados clnicos e neurolgicos. BEG, blefarohematoma direito, escoriaes
faciais, escore 13 pontos E.C.Glasgow, sem sinais localizatrios. TC crnio (06/09/10) Fraturas fronto-rbito-
basais direita, sem afundamento significativo, HSAT frontal. Evoluo. Inicialmente, freqentes perodos
agitao/ desorientao, porm, melhora discreta nvel de conscincia. Posteriormente, queixando-se de cefalia
progressiva e sede intensa, apresentando polidipsia e poliria com diurese diluda (evidentes na 3 semana
internao). Finalmente, piora clnica, febre, rebaixamento nvel conscincia, rigidez nucal, leucocitose-
neutrofilia. TC crnio (27/09/2010) rea hipodensa e pneumoencfalo frontal direito, discreto apagamento
sulcos/giros corticais. TC crnio (29/09/2010) pneumoencfalo-pneumoventrculo extenso. TC crnio
(04/10/10) Hidrocefalia, sinais edema cerebral. Conduta. Pneumoencfalo tratado conservadoramente: repouso,
ventilao espontnea com mscara facial O2. Meningoencefalite diagnosticada clinicamente, tratamento:
ceftriaxona e oxacilina. diabetes insipidus diagnosticado clinicamente, tratamento: desmopressina. Hidrocefalia
foi acompanhada clinicamente e com exames de imagem. O paciente apresentou melhora gradual do quadro
clnico e neurolgico recebendo alta hospitalar aps 2 meses internao, sem sinais neuroendcrinos, no
necessitando de tratamento hormonal de reposio ou derivao liqurica. DISCUSSO/CONCLUSO. O
paciente no apresentava leso intracraniana significativa na admisso, mas fraturas fronto-rbito-basais
causaram evoluo complicada devido a uma provvel fstula liqurica associada. Concomitantemente, tambm
deve ter ocorrido leso do assoalho 3 ventrculo, permitindo a entrada do ar preferencialmente para as
cavidades ventriculares, ao invs de favorecer o pneumoencfalo apenas na convexidade frontal. Isso justificaria
tambm o surgimento da disfuno hipotalmica, e ainda, a existncia de porta de entrada para infeco
bacteriana ocasionando meningoencefalite e hidrocefalia secundria. Ateno especial s complicaes de
pacientes com fraturas fronto-basais favorecer a adoo de condutas clnico-cirrgicas apropriadas,
propiciando melhor manejo desses casos. PALAVRAS CHAVE. Traumatismos cranioenceflicos,
pneumoventrculo, sndrome hipotalmica.
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

081

MIGRAO DE CATETER SUBGALEO-PERITONEAL PARA A CAVIDADE
ABDOMINAL: RELATO DE CASO
Gilnard Caminha De Menezes Aguiar, Honcy I. A., Pontes R. F., Marques J. A.P., Melo C.V.

Instituto Jos Frota, Fortaleza (CE)

INTRODUO E OBJETIVOS: O desvio do liquido cefalorraquidiano por tubos de silicone para a cavidade
abdominal como tratamento de hidrocefalia bem documentado. A primeira derivao interna do lquor na
hidrocefalia foi em 1896. As principais complicaes das derivaes so a obstruo do sistema, infeces,
cistos e migrao do cateter. Relata-se caso de derivao subgaleo-peritoneal com migrao do cateter para
cavidade abdominal. RELATO DE CASO: Paciente MDL, 35, admitida com sndrome de hipertenso
intracraniana e tomografia de Crnio mostrando leso expansiva em topografia da foice com comprometimento
sseo. Realizada a embolizao do tumor seguida por Microcirurgia. Observou-se drenagem de grandes veias
para o seio sagital e decidiu-se por sua preservao. Meninge e calota craniana adjacente se encontravam
infiltradas por tumor. Realizada plstica da dura-mter com substituto sinttico e colocado placa de acrlico em
substituio do osso doente. Paciente inicialmente apresentou-se paraplgica, seguida por progressiva melhora
da fora em membros inferiores. Evoluiu com coleo de lquor no espao subgaleal, sem melhora aps
realizao de puno. Realizada derivao subgaleo-peritoneal. Biopsia mostrou Meningioma transicional com
reas de padro psamomatoso. Aps 1 ms, paciente retornou apresentando nova coleo subgaleal. Ultrassom
mostrou migrao do cateter para o abdome. Foi submetida laparoscopia para remoo do tubo de silicone
seguida por instalao de nova derivao subgaleo-peritoneal. Realizou-se fixao do cateter ao subcutneo.
Utilizou-se conector reto no local de fixao para diminuir o risco de obstruo do sistema. Paciente foi
encaminhada para realizao de Radioterapia. RESULTADO E CONCLUSO: necessria a realizao de
suturas de reteno na colocao de cateter subgaleo-peritoneal. Sugere-se a utilizao do conector reto para
evitar o colabamento do cateter durante a fixao. PALAVRAS-CHAVE: Cateter subgaleo-peritoneal,
migrao, cavidade abdominal


084

ALGORITMO PARA RECONSTRUO DE FSTULAS LIQURICAS EM
NEUROENDOSCOPIA DA REGIO SELAR
Henrique Faria Ramos, Pedro P. Mariani, Carlos D. Pinheiro-Neto, Fabrizio R. Romano, Arthur Cukiert

Hospital Euryclides de Jesus Zerbini, So Paulo (SP)

INTRODUO: A reconstruo de defeitos da base do crnio um componente crtico da cirurgia
endoscpica endonasal da base do crnio. O fechamento inadequado aumenta o risco de fstula liqurica e,
consequentemente a morbidade. Desta forma, essencial que se obtenha o fechamento adequado no
procedimento inicial. Vrios mtodos de reconstruo j foram descritos, com graus variados de sucesso, no
entanto no h padronizao. OBJETIVOS: Descrever a conduta de nosso servio na reconstruo de defeitos
na base do crnio a partir do grau de comunicao com o espao subaracnideo. RESULTADOS: Nas fstulas
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espontneas ou iatrognicas posicionamos uma camada de enxerto underlay ou overlay, anteparados com
Surgicel e cola de fibrina. Nas fstulas de diafragma selar preenchemos a sela com Surgicel seguido por cola
de fibrina. Nos casos de reoperao associados a pequenas leses do diafragma, reforamos a reconstruo com
o retalho nasoseptal pediculado. Nas fstulas com exposio de cisternas preenchemos a sela com gordura,
seguido por uma camada de fscia lata underlay e outra overlay, cobertos pelo retalho nasoseptal, associado
derivao lombar aberta. J em fistulas com exposio do sistema ventricular posicionamos um fragmento de
gordura intradural, uma camada de fscia lata underlay, fscia lata overlay e retalho nasoseptal. Nestes casos
tambm realizamos a derivao lombar, que permanece fechada, sendo aberta no 1 PO caso o
pneumoventrculo esteja igual ou menor em relao tomografia computadorizada efetuada no ps-operatrio
imediato. Nos casos em que o retalho nasoseptal pediculado utilizado, suas bordas so recobertas com
Surgicel e cola de fibrina, seguido por Gelfoam em toda extenso do retalho e sonda de Foley com o balo
insuflado com gua destilada. CONCLUSO: A reconstruo de defeitos na base do crnio pode ser
estratificada de acordo com os tipos de fstula liqurica com baixas taxas de fstula ps-operatria.
PALAVRAS-CHAVE: Base de crnio, sela trcica, neoplasias hipofisrias


085

PROPOSTA DE CLASSIFICAO DE FSTULAS LIQURICAS
INTRAOPERATRIAS EM NEUROENDOSCOPIA DA REGIO SELAR
Henrique Faria Ramos, Pedro P. Mariani, Carlos D. Pinheiro-Neto, Fabrizio R. Romano, Arthur Cukiert

Hospital Euryclides de Jesus Zerbini, So Paulo (SP)

INTRODUO: A taxa de fstula liqurica ps-operatria na resseco de adenomas hipfisrios
tipicamente inferior a 5%. No entanto, nas abordagens transesfenoidais expandidas, a abertura de cisternas e a
comunicao com os ventrculos durante a cirurgia so fatores que aumentam consideravelmente o risco de
fstula liqurica no ps-operatrio. OBJETIVOS: Classificar e estratificar as fstulas liquricas intraoperatrias
de acordo com o grau de comunicao com o espao subaracnideo e a taxa de falha de reconstruo
RESULTADOS: Foram estudados 37 pacientes com fstulas liquricas intraoperatrias. Em 2 casos ocorreram
fstulas iatrognicas realizadas durante a abordagem endonasal, com fechamento adequado em ambos os casos.
Em 26 casos ocorreram fstulas no diafragma selar, com abertura pequena da aracnide da cisterna supraselar
sem visibilizao de estruturas neurovasculares. Nestes casos, no houve fstula ps-operatria. A abertura
ampla da aracnide supra-selar com exposio de cisternas e visibilizao de estruturas neurovasculares
advieram em 6 casos, com falha da reconstruo em 16,6% (n=1). Por fim, em 4 casos, houve fstula liqurica
com exposio do sistema ventricular, com taxa de fstula ps-operatria de 50% (n=2). CONCLUSO:
Devido heterogeneidade das fstulas intraoperatrias em neuroendoscopia da regio selar, tanto em tamanho
quanto em desfecho, sugerimos uma classificao das mesmas. PALAVRAS-CHAVE: Base de crnio, sela
trcica, neoplasias hipofisrias


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NEUROFIBROMATOSE TIPO 1 COM ENVOLVIMENTO DE PLEXO
BRAQUIAL ESQUERDO
Thalita Mayara Xavier de Oliveira*, Maria Josycley Novaes Landim Soares*, Rayanne Mendes Guerra*, Carlos
Tavares Lima Kennedy**

*Graduao em Medicina, Universidade Federal de Campina Grande-UFCG
**Prof./Orientador/Mdico Neurocirurgio da Universidade Federal de Campina Grande-UFCG

INTRODUO: A neurofibromatose (NF) o termo aplicado a duas patologias genticas de carter
pleiotrpico e prevalncia importante na populao. Cerca de cinqenta por cento dos casos so decorrentes de
mutaes novas, sendo a taxa de mutao do gene NF1 umas das mais altas j descritas. A neurofibromatose
tipo 1 classicada como uma das sndromes neurocutneas mais freqentes e caracteriza-se pela presena de
neurobromas mltiplos, manchas caf-com-leite, anomalias esquelticas e envolvimento do sistema nervoso
central. OBJETIVOS: Relatar um caso de neurofibromatose com comprometimento do plexo braquial
esquerdo. MATERIAIS E MTODOS: Descrio e anlise dos dados clnico-cirrgicos de pronturio de
paciente com neurofibromatose atendida na emergncia do Hospital Santo Antonio. RELATO DE CASO:
MRS, 28 anos, sexo feminino, branca, solteira, natural e residente em Juazeiro do Norte - CE. Procurou a
emergncia do Hospital Santo Antonio com queixas de dor persistente e constante na regio axilar esquerda. A
dor piorava com a mobilidade do membro superior esquerdo e melhorava com analgesia. O exame fsico
revelou a presena de mltiplas manchas pigmentadas tipo c af-com-leite nos membros superiores e
inferiores e neurofibromas por todo o corpo. Apresentava neurofibromas de diversos tamanhos, que tiveram
crescimento gradual ao longo de trs anos. RESULTADOS E DISCUSSO: A paciente foi submetida
cirurgia para a resseco da leso tumoral. Ao fim do processo cirrgico, foi a bito devido a processo
tromboemblico. A perda funcional do membro e a dor, alm do aspecto esttico, contriburam para que se
adotasse a teraputica cirrgica. O ideal nesse caso era ter feito a resseco total enquanto apresentava volume
menor, ou ter optado por uma resseco parcial. CONCLUSES: A possibilidade de transformao maligna
dos neurofibromas em pacientes com neurofibromatose motivo de constante preocupao. Alteraes no
quadro clnico, crescimento acelerado ou surgimento de sintomatologia neural, justificam interveno cirrgica
precoce. PALAVRAS-CHAVE: Neurofibromatose tipo I; manchas caf-com-leite; plexo braquial.


087

SNDROME DE BENEDIKT COMO APRESENTAO INICIAL DE
CAVERNOMAS MLTIPLOS
Ranna Athena P. Brito, Han C. C., Jnior C. O. G., Mendona R. F., Souza J. A. T., Caldas J. B.R.

Hospital Universitrio Onofre Lopes - UFRN, Natal (RN)

RESUMO: Sndrome de Benedikt uma condio rara caracterizada por paralisia ipsilateral do nervo
oculomotor, hemiataxia contralateral com tremor de inteno e hemiparesia contralateral, cujas causas so
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comorbidades que afetem o tegmento mesenceflico como infarto, hemorragia, tuberculoma ou tumores.
Apresentamos o caso de um paciente do sexo masculino, 40 anos, que iniciou quadro de queda da plpebra
esquerda associado perda de fora em dimdio direito, alm de tremor. Ao exame fsico, identificamos ptose
palpebral, estrabismo divergente e midrase fixa em olho esquerdo, hemiparesia completa direita grau III,
hiperreflexia patelar, bicipital, aquileana direita e tremor de inteno e de repouso, em membro superior direito.
Realizou Ressonncia Nuclear Magntica (RNM) de crnio que revelou cavernoma no mesencfalo e em outras
reas cerebrais. Cavernomas so malformaes vasculares do sistema nervoso central que se originam a partir
do desenvolvimento anmalo da rede vascular no tecido nervoso durante a fase embrionria. Classicamente
manifestam-se com crises convulsivas, mas a sintomatologia pode ser bastante varivel, dependendo da
localizao e do volume de sangramento. No tratamento, indica-se resseco radical e completa quando
possvel. O caso aqui descrito evidencia uma apresentao clnica, no usual, de cavernomas mltiplos.
PALAVRAS-CHAVE: malformaes vasculares


088

TRATAMENTO ENDOVASCULAR DE FSTULA DURAL INTRACRANIANA
ATRAVS DE PUNO DIRETA RELATO DE CASO
Eduardo Andr G. Alcntara, Mario Luiz M. Conti, Guilherme B. Aguiar, Mauricio Jory, Paulo Puglia Jr, Jos
Carlos E. Veiga

Santa Casa de Misericrdia de So Paulo (SP)

INTRODUO/OBJETIVOS: As fstulas durais so leses vasculares compostas por conexes durais
anmalas entre artrias e veias. Representam um grupo heterogneo, subdividido em trs possveis tipos: fstulas
arteriovenosas durais do tipo adulto (FAVd); malformaes de seio dural associado fstulas arteriovenosas; e
fstulas arteriovenosas durais multifocais infantis (FAVi). Elas podem se manifestar por crises convulsivas,
cefalia, dficits neurolgicos ou mesmo por hemorragias intracranianas. O objetivo do presente relato
apresentar o caso de um paciente com FAVd na regio transverso-sigmide direito, que foi submetido a
tratamento combinado, atravs de acesso cirrgico e tcnica endovascular. RELATO DE CASO: Paciente
masculino, 31 anos, com crises convulsivas tnico-clnicas generalizadas desde os 14 anos, tratado com droga
antiepileptica. Em investigao radiolgica, a RM de encfalo mostrou ocluso da veia jugular direita, associada
presena de veias ectasiadas e tortuosas em hemisfrios cerebrais e cerebelares. Foi encaminhado ao nosso
servio sendo realizada angiografia cerebral que demonstrou fstula dural nos seios transverso e sigmide
direitos, nutridas pelas artrias occipital, menngea mdia e tronco meningo-hipofisrio direitos, alm de ocluso
das veias jugulares. RESULTADO: Sem opo pelo acesso venoso atravs das veias jugulares, optou-se pelo
tratamento endovascular combinado, atravs de puno direta do seio transverso. Foi realizado acesso cirrgico
atravs de trepanao na juno transverso-sigmide direita, com puno do seio e embolizao do mesmo com
espiras metlicas e cianoacrilato. A leso foi ocluda totalmente. O paciente recebeu alta hospitalar sem
intercorrncias, apresentando controle adequado das crises convulsivas. CONCLUSO: A realizao do
tratamento de maneira combinada, com acesso cirrgico e uso de tcnicas endovasculares, como no presente
caso, mostrou-se menos invasivo do que a opo cirrgica plena, sendo efetiva para o tratamento desse tipo de
leso. PALAVRAS-CHAVE: Fstula dural, tratamento endovascular, embolizao
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TROMBOSE VENOSA CEREBRAL E FSTULA DURAL: CAUSA OU
CONSEQUNCIA? - A PROPSITO DE UM CASO CLNICO
Cristal Carvalho Han, Brito R. A. P., Junior C. O. G., Neto J. F.M., Souza J. A. T., Caldas J. B. R.

Hospital Universitrio Onofre Lopes - UFRN, Natal (RN)

RESUMO: Fstula arteriovenosa dural (FAVD) conceituada como shunt entre artrias e veias na superfcie da
dura-mter. Pode ser micro ou macroscpica, congnita ou adquirida, resultante da ocluso de um ou mais seio
venoso, principalmente leses em torno do seio transverso e sigmide. Este artigo descreve uma paciente
feminina de 23 anos que h 1 ano e meio iniciou um quadro de cefalia hemicraniana esquerda associada a
hemiparesia direita, paresia do VI nervo direito e papiledema. Tomografia de Crnio (TC) revelou extensa
trombose de seio sagital. Iniciou anticoagulante com melhora. Aps 6 meses, retornou quadro de cefalia
associada a queixa de tinnitus direita. Ao exame, observamos monoparesia braquial direita. Tinha frmito em
regio occipital direita, alm de sopro em regio orbitria direita. Realizou outra TC de crnio, a qual foi
sugestiva de trombose venosa cerebral e formao de fstula dural; e tambm uma angiografia, a qual mostrou
refluxo nas veias do lobo occipital. FAVD podem ser decorrentes de canais a dormecidos localizados entre a
cartida externa e o seio venoso ou de novos canais vasculares estimulados por fatores angiognicos. A
estratgia de tratamento das FAVD ir depender, dentre outras, da idade e do tipo de leso apresentada, pode ser
interveno cirrgica ou endovascular. A paciente em questo foi, ento, encaminhada para tratamento
endovascular da fstula, obtendo resultado satisfatrio com reduo dos s hunts e estabilidade dos sintomas. O
caso aqui descrito evidencia, com documentao angiogrfica, a formao de uma fstula dural aps episdio de
trombose venosa cerebral. PALAVRAS-CHAVE: Trombose venosa de seio dural, fstula artrio-venosa dural


090

ESTUDO ANATMICO DAS FIBRAS DA RADIAO PTICA NA PAREDE
LATERAL DO VENTRCULO LATERAL: BASE PARA DEFINIO DE
ACESSO SEGURO NA AMIGDALOHIPOCAMPECTOMIA
Rafael Carlos da Silva*, Juan Antnio Castro Flores**, Jos Carlos Esteves Veiga***, Mirna Duarte
Barros****

Irmandade Santa Casa de Misericrdia de So Paulo, So Paulo (SP)
Residente de Neurocirurgia da Santa Casa de So Paulo*
Assistente da Disciplina de Neurocirurgia Santa Casa de So Paulo**
Chefe da Disciplina de Neurocirurgia Santa Casa de So Paulo***
Chefe do Departamento Morfologia da FCMSCSP****

INTRODUO: Dentre as formas de epilepsia refratria, a epilepsia temporal a mais frequente. A esclerose
mesial temporal (EMT) o substrato anatomopatolgico da epilepsia temporal. O tratamento cirrgico
considerado primeira linha de tratamento para a EMT. A cirurgia para epilepsia do lobo temporal consiste na
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remoo de estruturas mesiais temporais, incluindo o hipocampo e o corpo amigdalide. Dentre as complicaes
da cirurgia da epilepsia do lobo temporal so frequentes os defeitos no campo visual, caracterizados pelas
quadrantopsias homnimas superiores, devido a leses da radiao ptica na parede lateral do ventrculo lateral
durante o acesso cirrgico. OBJETIVO: Estudo anatmico da parede lateral do ventrculo lateral, de modo a
determinar rea livre de fibras da radiao ptica nesta regio para definir um corredor cirrgico seguro para
resseco do hipocampo e corpo amigdalide de modo a evitar defeitos do campo visual. MATERIAIS E
MTODOS: Foram dissecados dez hemisfrios cerebrais, submetidos a processo de congelamento e posterior
resfriamento (tcnica de Klingler), com auxlio de esptulas e magnificao por lupa. A disseco seguiu da
superfcie para a profundidade a partir da face lateral do lobo temporal com exposio da radiao ptica na
parede lateral do ventrculo lateral e da rea livre destas fibras na parede ventricular. RESULTADOS: A mdia
da distncia entre o plo temporal e ala anterior da radiao ptica, no teto do corno temporal de 23mm, e a
mdia da distncia do plo temporal radiao ptica na parede lateral do corno temporal de 27mm.
CONCLUSO: Existe uma rea livre de radiao ptica no lobo temporal, que se localiza na regio
anteroinferior da parede lateral do ventrculo lateral que possibilita um corredor seguro de acesso s estruturas
mesiais temporais evitando a leso da radiao ptica. PALAVRAS-CHAVES: Cirurgia da epilepsia, disseco
de fibras, anatomia microcirgica


091

CONTUSO CEREBELAR LEVANDO A PARALISIA DE PARES
CRANIANOS BAIXOS, APS TCE
Amauri Pereira da Silva Filho, Holanda L. F., Holanda R. R., Pereira B. J. A., Holanda G. N., Silva Filho A. P.,
Segundo J. C. L., Porto M. W. S., Eugnio P. V. O.

Hospital Antonio Targino, Campina Grande (PB)

INTRODUO: A contuso cerebral ocorre, tipicamente, nas cpulas dos giros. Nos estdios iniciais
caracterizada por hemorragias perivasculares puntiformes na superfcie cortical. leso essencialmente focal e
frequente no trauma, sendo facilmente observvel ao exame anatomopatolgico. A contuso depende
fundamentalmente do impacto sobre a cabea, sendo mais frequente nos pacientes com fratura de crnio. So
provocadas principalmente pela acelerao de alta intensidade e de curta durao- As localizaes mais
frequentes foram a superfcie inferior do lobo frontal ou regio orbitofrontal (27,8%) e a regio polar do lobo
temporal (19,8%)., ou seja regies mais anfractuosas do crebro, sendo a fossa posterior local raro.
OBJETIVOS: Apresentar um de paralisia de pares cranianos baixos aps TCE. MATERIAIS: reviso do caso
e literatura mdica. MTODOS - Relato do Caso: Paciente 38 anos procurou atendimento mdico com queixa
de regurgitao da comida pelas narinas alm de alterao na tonalidade da voz, tornando-se anasalada. Ao
exame fsico observou-se desvio da lngua para esquerda, alm de paralisia do palato mole. Durante a anamnese
o mesmo relatou presena de trauma duas semanas antes (queda de bicicleta). Fora ento realizada uma
ressonncia magntica, visto que a clnica apontava para acometimento de pares cranianos baixos, e a mesma
evidenciou presena de contuso e edema na poro ntero-inferior do hemisfrio cerebelar esquerdo, junto ao
cndilo do occipital. RESULTADOS: O paciente foi acompanhado ambulatoriamente com a administrao de
corticides, e observou-se regresso dos sintomas quatro meses depois, e tambm atravs de Ressonncia de
Controle que evidenciava regresso da leso. CONCLUSES: Apesar de raras, as contuses cerebelares devem
ser cogitadas em pacientes vtimas de TCE, que apresentem quadro sugestivos de paralisias de pares cranianos
baixos, e devem ser seguidos com exames de imagens, para confirmar a resoluo do quadro
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PALAVRAS-CHAVE: Pares cranianos, contuso cerebelar, trauma de crnio

092

DOR EPIGSTRICA CAUSADA POR HRNIA DISCAL
Amauri Pereira da Silva Filho, Holanda L, F., Holanda R. R., Pereira B. J. A., Holanda G. N., Silva Filho A. P.,
Segundo J. C. L., Porto M. W. S., Eugnio P. V. O.

Hospital Antonio Targino, Campina Grande, (PB)

INTRODUO: A hrnia de disco uma desordem msculo esqueltica, responsvel pela lombociatalgia. O
comprometimento neurolgico pode ocorrer por compresso mecnica ou secundariamente ao processo
inflamatrio, com edema das estruturas nervosas . As hrnias de disco torcicas sintomticas so menos
freqentes do que as hrnias lombares e cervicais. O primeiro caso foi descrito h mais de 150 anos, mas,
devido a sua baixa incidncia, poucos so os trabalhos publicados sobre o assunto. O nvel mais comumente
atingido o situado entre T11-T12, provavelmente pela maior mobilidade da coluna torcica baixa.
OBJETIVOS: Apresentar um caso de hrnia discal torcica. MATERIAIS: reviso do caso e literatura
mdica. MTODOS: Relato do caso: Paciente, 43 anos, com histria pregressa de epigastralgia, que no tinha
relao com alimentao ou qualquer outro sintoma relacionado ao sistema digestrio, ainda referia uso de
Ranitidina, porm sem melhora dos sintomas. Durante o exame fsico, constatou-se diminuio da sensibilidade
bilateralmente abaixo do dermtomo T6, associada paraparesia de membros inferiores. Fora solicitado
ressonncia magntica de coluna, que trazia o seguinte laudo: volumosa hrnia discal pstero-medial ao nvel da
sexta e stima vrtebra torcica comprimindo ventralmente a medula. O paciente fora submetido a laminectomia
descompressiva, ao nvel de T6. RESULTADOS: Aps o procedimento o mesmo ficou internado por mais
quatro dias, apresentando melhora do quadro clnico. Aps um ms o paciente foi examinado novamente e desta
vez no foi identificado qualquer alterao neurolgica. CONCLUSES: O que chama ateno nesse caso foi a
queixa principal, totalmente diferente do que se encontra no cotidiano do mdico, e sem contar uma localizao
totalmente dspar do habitualmente verificado. Porm o tratamento, como vimos, segue o mesmo modelo de
todos os outros casos, tendo uma resoluo satisfatria. PALAVRAS-CHAVE: Epigastralgia; hrnia discal;
paraparesia


093

ISQUEMIA CORTICAL ACOMETENDO REA NO HOMNCULO DE
PENFIELD E RASMUSSEN
Amauri Pereira da Silva Filho, Holanda L. F., Holanda R. R., Pereira B. J. A., Holanda G. N., Silva Filho A. P.,
Segundo J. C. L., Porto M. W. S., Eugnio P. V. O.

Hospital Antonio Targino, Campina Grande (PB)

INTRODUO: A expresso Acidente vascular enceflico (AVE) refere-se a um conjunto de sinais e sintomas
de deficincia neurolgica que dura pelo menos 24 horas e que resultam de leses cerebrais, acarretadas por
alteraes no suprimento sanguneos. Entre os principais fatores de risco para AVEs podemos dividir em dois
grupos: fatores de risco no modificveis, como idade acima de 65 anos, sexo masculino, e raa negra; e fatores
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de risco modificveis: Hipertenso, cardiopatia, Diabetes, Dislipedemia, Tabagismo, lcool, Acidente
Isqumico Transitrio , Doena Cartida assintomtica, Uso de drogas Ilcitas e Coagulopatias. OBJETIVOS:
Apresentar um caso isquemia em rea especfica de penfield e rasmussen. MATERIAIS: reviso do caso e
literatura mdica. MTODOS: Relato do caso: Paciente, 70 anos, hipertenso , deu entrada no hospital com
histria sbita de paraparesia em membro inferior esquerdo (MIE). Ele relata que previamente aos sintomas
encontrava-se sentando e ao se levantar, observou fraqueza em MIE. Foi ento examinado, observando-se
paraparesia do MIE, sem mais sinais. O paciente foi internado para investigaes, sendo que fora descartado
nosologia vascular pelo angiologista. No transcorrer de sua evoluo foi aventada a possibilidade de AVE,
sendo ento solicitada uma ressonncia nuclear magntica (RNM) por sua maior acurcia em detectar
isquemias. A RNM mostrava leso isqumica na rea cortical direita, exatamente a rea correspondente aos
membros inferiores no homnculo de Penfield e Hasmussen. RESULTADOS: O paciente fora acompanhado,
recebendo alta melhorado, com aconselhamento de iniciar tratamento fisioterpico, alm de prescrio de
antiplaquetrio. CONCLUSES: Mdicos devem reconhecer o quadro dos AVEs para que assim possam agir o
quanto antes, o que pode significar menos seqelas, e uma melhor recuperao. O conhecimento da
vascularizao cerebral uma arma impar, fato comprovado com a exposio deste caso. PALAVRAS-
CHAVE: Isquemia cerebral; homunculo de Penfield e Rasmussen


094

ESCLEROSE MLTIPLA ASSOCIADO A TUMOR EM TRANSIO
BULBOCERVICAL: RELATO DE CASO E REVISO DE LITERATURA
Johnni Oswaldo Zamponi Junior, Marcelo Lemos Vieira Cunha, Denildo Csar Amaral Verissimo, Roberta
Rehder, Fabio Alex Viegas, Luis Alencar Biurrum Borba

Hospital Universitrio Evanglico de Curitiba (PR)

INTRODUAO E OBJETIVOS: A Esclerose Mltipla (EM) uma entidade clnica caracterizada por placas
desmielinizantes disseminadas no sistema nervoso central (SNC), dando lugar a sintomas e sinais neurolgicos
sumamente variados e mltiplos, tornando o diagnstico, o prognstico e a eficincia dos medicamentos
discutveis. A coexistncia de EM e um tumor do sistema nervoso central pode trazer clinicamente importantes
dificuldades no manejo do paciente, uma vez que a manifestao da neoplasia pode ser erroneamente
interpretada como a evoluo da doena desmielinizante ou vice-versa. Como a associao entre EM e
processos expansivos do SNC muito rara, este relato de caso tem como objetivo descrever um caso de paciente
com mltiplos focos de desmielinizao devido a EM associado a um tumor ao nvel da transio bulbocervical.
MATERIAIS E MTODOS: descrito um caso de um paciente feminino, 20 anos, com queixa inicial de
cefalia holocraniana intensa e vmitos de evoluo de trs meses, evoluindo h um ms com amaurose bilateral
e piora do quadro de cefalia, necessitando de ajuda para deambulao; relatou-se tambm hipoacusia em
ouvido direito e transtorno de humor. Ao exame fsico na admisso o paciente apresentava-se comunicativa,
com pupilas mdio-fixas e com reflexos fotomotor e consensual ausentes. Foi realizada ento estudos de
imagem, e na ressonncia magntica de crnio evidenciou-se uma leso expansiva em medula oblonga e vrios
pontos de desmielinizao. RESULTADOS: Paciente apresentou importante melhora aps tratamento clnico.
CONCLUSO: A associao entre esclerose mltipla e tumores do sistema nervoso central muito rara, e
quando presente pode trazer dificuldades no manejo clinico do paciente, uma vez que o desenvolvimento de
sintomas pertinentes ao desenvolvimento de uma neoplasia neurolgica pode ser erroneamente interpretado
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
como uma manifestao neurolgica da doena desmielinizante. PALAVRAS CHAVE: Esclerose mltipla,
tumores do sistema nervoso central

095

HEMATOMA CEREBRAL TRIPLO: HEMATOMA EXTRADURAL, E
HEMATOMA SUBDURAL BILATERAL
Amauri Pereira da Silva Filho, Holanda L. F., Holanda R. R., Pereira B. J. A., Holanda G. N., Silva Filho A. P.,
Segundo J. C. L., Porto M. W. S., Eugnio P. V. O.

Hospital Antonio Targino, Campina Grande (PB)

INTRODUO: A freqncia de hematomas bilaterais j extremamente raro, uma vez que poucos casos
foram publicados ate o presente momento. Por conta do cone de presso bilateral temos ausncia de sinais
focais, porm temos o dficit motor global e as respostas bilaterais na pesquisa de Babinski. O que chama a
ateno nesse caso a raridade, talvez impar na literatura mdica de um hematoma triplo, que quanto ao
tratamento no difere em nada dos demais, mais torna-se mais grave porque na verdade so trs cones de
presso traduzindo condio mais crtica ao paciente. OBJETIVOS: Apresentar um caso de hematoma cerebral
triplo. MATERIAIS: reviso do caso e literatura mdica. MTODOS- Relato do caso: idoso 84 anos, deu
entrada em nosso servio, aps ter sido acometido por (TCE). Quando da admisso foi observado, pupilas
miticas arreagentes, rebaixamento do nvel de conscincia, vmitos, limitao motora global, Babinski
bilateralmente, sinal de Luciano Holanda, sendo ento solicitada tomografia cerebral. A tomografia foi
observado hematoma extradural na regio frontal direita, associado a subdural parieto-tempopral bilateral. Aps
o exame o paciente foi submetido craniectomia descompressiva para a retirada dos hematomas.
RESULTADOS: O paciente foi encaminhado para UTI, onde logo ao segundo dia ps-operatrio j se
encontrava consciente, com recuperao do dficit motor, ausncia de Sinal de Babinsk, glasgow 15, recebendo
alta da UTI no 3 PO, e alta hospitalar melhorado no 6 PO com resoluo do quadro. CONCLUSES: A
freqncia de hematomas cerebrais cresce a cada dia, e a importncia de se acompanhar estes pacientes de perto
de extrema importncia, sempre deve despertar a suspeita de piora do quadro em pacientes que evoluam com
diminuio de pontuao no glasgow, ou que apresente outro sinal de gravidade PALAVRAS-CHAVE:
Craniectomia, hematoma cerebral triplo, TCE


096

TRAUMA CERVICAL: FRATURA DE ODONTIDE, RUPTURA DE
LIGAMENTO TRANSVERSO TRATADO COM SUCESSO PELO HALO-VEST
ASSOCIADO ARTRODESE DA COLUNA CERVICAL
Amauri Pereira da Silva Filho , Holanda L. F., Holanda R. R., Pereira B. J. A., Holanda G. N, Silva Filho A. P.,
Segundo J. C. L., Porto M. W. S., Eugnio P. V. O.

Hospital Antonio Targino, Campina Grande (PB)

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
INTRODUO: As fraturas do odontide representam cerca de 10 a 15 % das fraturas da coluna vertebral.
Elas so classificadas em trs tipos: Tipo I so fraturas da ponta do odontide, so estveis; Tipo II so fraturas
da base do odontide e; As fraturas Tipo III so as que envolvem o corpo do xis. O tratamento dos vrios tipos
de fratura do odontide ainda controverso, no existindo consenso na literatura. OBJETIVOS: Apresentar um
caso TRM cervical com tratamento associado. MATERIAIS: Reviso do caso e literatura mdica.
MTODOS: RELATO DO CASO: Paciente vtima de coliso frontal, apresentava-se glasgow nove,
paraplgico. Aps exame inicial, foi constatada luxao C1 sobre C2, a radiografia. O paciente ento foi
encaminhado para UTI, sob ventilao mecnica associada trao cervical, no intuito de reduo da luxao
cervical. Aps recuperao inicial fora solicitada RNM, que trazia o laudo: sinais de fratura-luxao da apfise
odontide deslocada posteriormente, causando edema do parnquima medular, caracterizando hipersinal na
incidncia T2. Ao trigsimo dia de internao, fora ento colocado o Halo-vest. Ao exame fsico, observamos
Frankel D no dmidio esquerdo, e Frankel C em dimdio direito; por conta da leso medular o paciente
desenvolveu sndrome de Claude-Bernard- Horner incompleta. O mesmo recebeu alta e retornou em 12 semanas
para reavaliao, quando a equipe ento optou por realizar cirurgia para fixao posterior da coluna cervical, por
artrodese posterior. RESULTADOS: Aps o procedimento o mesmo ficou internado quatro dias no ps-
operatrio. Aps um ms o paciente foi examinado e desta vez no foi identificado qualquer alterao
neurolgica. CONCLUSES: A associao de fratura tipo II de Odontide com ruptura de ligamento
transverso torna-se um desafio, quanto melhor escolha, e neste caso chama ateno a associao de
tratamentos e os resultados obtidos com este. PALAVRAS-CHAVE: Halo-vest; trauma; odontide


097

PARAPARESIA DESCENDENTE CAUSADA POR CISTO SSEO
ANEURISMTICO
Amauri Pereira Da Silva Filho, Holanda L. F., Holanda R. R., Pereira B. J. A., Holanda G. N., Silva Filho A. P.,
Segundo J. C. L., Porto M. W. S., Eugnio P. V. O.

Hospital Antonio Targino, Campina Grande (PB)

INTRODUO: O cisto sseo aneurismtico foi assim denominado pela primeira vez em 1942 por Jaffe e
Lichtenstein, que descreveram essa leso como uma entidade clnico-patolgica distinta. O cisto sseo
aneurismtico uma leso pseudotumoral, consistindo na proliferao de tecido vascular caracterizada por leso
expansiva, radiolcida, multiloculada e excntrica na regio metafisria dos ossos longos. Pode ocorrer tambm
na pelve e na coluna vertebral, apesar de ser bem menos freqente. Sua histologia revela superfcies o com uma
aparncia de tecido esponjoso, sem conter tecido elstico ou msculo liso, caracterstico dos vasos sangneos.
OBJETIVOS: Apresentar um caso sobre cisto sseo aneurismtico. MATERIAIS: reviso do caso e literatura
mdica. MTODOS- Paciente, 27 anos, com histria inicial de dor em regio dorsal da coluna sem irradiaes.
No ms seguinte apresentou acentuao desta e irradiao para membro inferior esquerdo; pouco tempo depois,
relata diminuio da sensibilidade inicialmente do dermtomo D6, seguidos dos outros dermtomos inferiores,
associada paraparesia da musculatura do quadrceps femoral e da sural. 60 dias aps evoluiu com paraplegia
sbita de ambos os membros inferiores. Aps exame de Ressonncia nuclear magntica, observouse: massa
multicistica septada, heterognea, localizada no corpo vertebral e elementos posteriores da quarta vrtebra
torcica (D4), compresso medular e reduo do canal dos nveis D3-D4 e D4-D5. O paciente fora submetido
laminectomia descompressiva, e o material enviado para estudo anatomo-patolgico. RESULTADOS: Paciente
obteve alta hospitalar, com recuperao discreta da sensibilidade de membros inferiores e regio abdominal. Foi
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realizado acompanhamento ambulatorial 2 meses depois com exame fsico evidenciando Frankel D dos
membros inferiores e recuperao das funes sensitivas. CONCLUSES A equipe mdica continuou
acompanhamento ambulatorial, sempre com melhoras clnicas do paciente o que corroborava a conduta da
equipe, quanto indicao cirrgica, e tambm com relao ao seguimento do mesmo. PALAVRAS-CHAVE:
Imagens, laminectomia, paraparesia, tumor


098

PARAPLEGIA DOS MEMBROS INFERIORES POR HEMATOMA
INTRADURAL DO CANAL ESPINAL ESPONTNEO
Amauri Pereira Da Silva Filho, Holanda L. F., Holanda R. R., Pereira B. J. A., Holanda G. N., Silva Filho A. P.,
Segundo J. C. L., Porto M. W. S., Eugnio P. V. O.

Hospital Antonio Targino, Campina Grande (PB)

INTRODUO: A presena de hematomas de coluna incomum, sendo uma complicao comum aps raqui-
anestesia. Determinados casos, acontecem sem qualquer fator de risco aparente. A presso externa do espao
peridural, tanto pelo cogulo, quanto pela reao inflamatria desencadeada, pode comprometer o fluxo arterial
ou venoso da medula e razes nervosas espinhais, levando isquemia e leso. No obstante, o efeito
compressivo do hematoma peridural somente se manifesta quando mecanismos compensatrios so esgotados e
h aumento da presso no canal vertebral. A apresentao clnica assinalada por um evento agudo de dor em
coluna vertebral evoluindo para perdas sensitivas e motoras e implicao esfincteriana. OBJETIVOS:
Apresentar um caso de hematoma epidural espontneo. MATERIAIS E MTODOS: reviso do caso e
literatura mdica. RELATO DO CASO: Paciente com histria de diminuio progressiva do tnus dos
membros inferiores, que evoluiu para paraparesia, e subsequentemente paraplegia flcida com nvel de
sensibilidade em T12 . Paciente j trazia RNM que trazia o seguinte laudo: volumosa leso expansiva
predominantemente slida, localizada no aspecto anterior da medula distal em topografia intradural
extramedular, a qual apresenta componente hemisfrico de permeio que comprime o parnquima adjacente.
Durante o ato cirrgico fora encontrado um processo expansivo, de contornos irregulares, no aderido s
estruturas circunvizinhas. Ento foi feita a exrese do processo, descomprimindo a medula espinhal.
RESULTADOS: Durante o acompanhamento ambulatorial, o paciente retornou com o anatomo-patolgico,
com o seguinte laudo: tecido conjuntivo com infiltrado inflamatrio associado a tampo fibro-hemtico em
organizao, ou seja, hematoma na coluna lombar. CONCLUSES: A presena dos processos expansivos
torna-se rotina na prtica neurocirrgica, mesmo que em pequena proporo quando se compara com processos
neoplsicos cerebrais, porm consecutivamente o diagnstico diferencial com colees hemticas deve ser
lembrado pelo mdico que faz o primeiro atendimento. PALAVRAS-CHAVE: Hematoma vertebral, paraplegia
flcida






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INFLUNCIA DA AURICULOTERAPIA ASSOCIADO REEDUCAO
VESTIBULAR FUNCIONAL NA DISFUNO LABIRNTICA PERIFRICA
Ramon Guerra Barbosa, Adriana Teresa Silva e Suellen Fernanda Coutinho

Universidade do Vale do Sapuca - UNIVS, Pouso Alegre (MG)

INTRODUO: A disfuno labirntica perifrica envolve alteraes relacionadas audio e do equilbrio e
acarreta limitaes nas atividades dirias. OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente com disfuno
vestibular perifrica e analisar a influncia da auriculoterapia associada reeducao vestibular funcional.
Materiais e MTODOS: O tratamento foi realizado em uma paciente de 50 anos, sexo feminino. Para a anlise
dos distrbios do equilbrio foi utilizada a Escala de Berg e para o impacto dos sintomas na qualidade de vida o
Inventrio das Deficincias de Vertigem (IDH), ambos utilizados para avaliaes pr, ps-tratamento e ps-teste
de 2, 4 e 6 meses. A auriculoterapia associada ao protocolo de Cawthorne e Cooksey foram os mtodos de
tratamento. A reabilitao foi feita em 24 sesses com 2 sesses por semana durante 1 hora, sendo aplicado
auriculoterapia aps o protocolo 1 vez por semana totalizando 10 sesses alternando a aplicao entre ambas as
orelhas. RESULTADOS: Na avaliao pr tratamento da Escala de Berg foi pontuado 33 pontos
correspondendo 100% de chance de quedas e na avaliao ps tratamento 50 pontos, ou seja, 6 8%. No ps-
teste de 2 meses foram obtidos 48 pontos, 4 meses 45 pontos e 6 meses 52 pontos. Com o IDH foi obtido 78
pontos na avaliao pr tratamento e 18 pontos na avaliao ps tratamento. No ps-teste 2 meses obteve-se 24
pontos, 4 meses 26 pontos, e 6 meses 22 pontos. CONCLUSES: O mtodo de escolha foi efetivo melhorou
qualidade de vida, equilbrio, demonstrando habituao do SNC. PALAVRAS-CHAVE: Doenas vestibulares,
vertigem, auriculoterapia e fisioterapia.


100

POLIMORFISMOS GENTICOS PARA ELN COMO FATOR DE RISCO
PARA ANEURISMA INTRACRANIANO FAMILIAL
Gregrio M.L., Pinhel M.A.S., Sousa G.F., Florim G.M.S., Carmo M.M., Nakazone M.A., Silva S.F.B., Ferraz
Filho J.R.L., Santos M.L.T., Souza D.R.S., Tognola W.A.

Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto (SP) FAMERP
Hospital de Base So Jos do Rio Preto (SP)

INTRODUO: Aneurisma intracraniano (AI) caracteriza-se por dilatao anormal da artria, que no crebro,
geralmente sacular. A ruptura de AI a principal etiologia da hemorragia subaracnidea (HSA) e o
sangramento pode causar leso traumtica ao tecido e edema ao redor da hemorragia, elevando a presso
intracraniana e progredindo para leso tecidual. Fatores genticos podem desempenhar papel importante na
patognese dos AIs. Dentre os fatores de risco, destacam-se polimorfismos genticos da elastina (ELN) que
envolve elasticidade arterial, alm de tabagismo e etilismo. OBJETIVOS: analisar a influncia do
polimorfismo de eNOS e freqncia de tabagismo em pacientes com AI e seus familiares. MTODOS: 397
indivduos distribudos em 6 grupos: G1- 33 (AI familial); G2- 92 (familiares de G1); G3- 43 (AI espordico);
G4- 172 (familiares de G3); G5- 20 (controle); G6- 37 (familiares de G5). O DNA foi extrado de sangue total,
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seguido de amplificao por Reaction Chain Polymorphism (PCR). Produto ps-PCR submetido restrio
enzimtica (MvaI) e eletroforese em gel de agarose. A anlise estatstica considerou teste exato de Fisher ou x
2
,
para P<0,05. RESULTADOS: O alelo G destacou-se em G6 (0,72) comparado a G2 (0,57; P=0,06). Observou-
se prevalncia do gentipo G/G em G6 (54%) em relao ao G2 (33%; P=0,03). Por outro lado, o modelo
heterozigoto mutante -/A (AA+AG) destacou-se em G2 (35%) quando comparado a G6 (12%; P=0,03). Quanto
ao tabagismo, h maior freqncia de fumantes em G1 (79%) e G3 (61%) quando comparado a G5 (29%;
P<0,0001 para ambos). O mesmo ocorreu para etilismo (G1-40%; G3-36% e G5-20%; P<0,05)
CONCLUSES: O alelo G para ELN diferencia G2 de G6, mostrando-se como possvel fator protetor para AI.
Por outro lado, a prevalncia do gentipo -/A em G2 revela seu potencial como fator de risco para AI. Alm
disso, tabagismo e etilismo podem estar associados com a doena. PALAVRAS-CHAVE: aneurisma
intracraniano, polimorfismos genticos, elastina


101

INFLUNCIA DO TABAGISMO E ETILISMO EM ANEURISMA
INTRACRANIANO
Gregrio M.L., Pinhel M.A.S., Sousa G.F., Florim G.M.S., Silva, S.F.B., Nakazone M.A., Ferraz Filho J.R.L.,
Silva S.F.B., Santos M.L.T., Souza D.R.S., Tognola W.A.

Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto FAMERP (SP)
Hospital de Base So Jos do Rio Preto (SP)

INTRODUO: Aneurisma intracraniano (AI) caracterizado por dilatao anormal de artria que no crebro,
geralmente, sacular e ocorre principalmente na bifurcao dos vasos e artrias do polgono de Willis. Quando
ocorre ruptura de um AI, o sangramento pode causar leso traumtica ao tecido e edema ao redor da hemorragia,
aumentando a presso intracraniana e, assim, progredindo para leso tecidual. Fatores genticos e ambientais
desempenham papel importante na patognese dos AIs. Nesse caso, destacam-se polimorfismos genticos
envolvidos na formao da parede arterial, alm de tabagismo e etilismo. OBJETIVOS: Analisar a influncia
de hbito tabagista e etilista em pacientes com AI. MTODOS: Foram selecionados 184 indivduos
distribudos em 3 grupos: G1- 25 (AI familial); G2- 61 (AI espordico) e G3- 98 (controle). Todos os
participantes responderam questionrio de hbitos de vida, incluindo, dados sobre gnero, idade, hbito
tabagista e etilista, alm de contato com substncias txicas do ambiente (xenobiticos). A anlise estatstica
aplicou-se teste exato de Fisher ou x
2
, com nvel de significncia para P<0,05. RESULTADOS: Notou-se
freqncia elevada de tabagistas e etilistas em pacientes com AI familial (G1-79%; 40%, respectivamente) e AI
espordico (G2- 61%; 36%, respectivamente), em relao ao grupo controle (G3-29%; 20%, respectivamente),
com valores para P <0,0001 em relao ao tabagismo e P=0,019 para etilismo. CONCLUSES: Hbito
tabagista e etilista associa-se com aneurisma intracraniano, mostrando-se como fatores ambientais de risco para
a doena. PALAVRAS-CHAVE: aneurisma intracraniano, tabagismo, etilismo. APOIO FINANCEIRO:
FAPESP/FAMERP



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RELEVNCIA DE VARIANTES GENTICAS PARA eNOS EM ANEURISMA
INTRACRANIANO FAMILIAL
Pinhel M.A.S., Gregrio M.L., Sousa G.F., Florim G.M.S., Silva, S.F.B., Nakazone M.A., Ferraz Filho J.R.L.,
Silva S.F.B., Santos M.L.T., Souza D.R.S., Tognola W.A.

Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto/SP FAMERP. Hospital de Base So Jos do Rio Preto (SP)

INTRODUO: Aneurisma intracraniano (AI) caracterizado por dilatao anormal de artria, que no
crebro, geralmente sacular e ocorre principalmente na bifurcao dos vasos e artrias do polgono de Willis.
Quando ocorre ruptura de um AI, o sangramento pode causar leso traumtica ao tecido e edema ao redor da
hemorragia, aumentando a presso intracraniana e, assim, progredindo para leso tecidual. Fatores genticos
desempenham um papel importante na patognese dos AIs. Nesse caso, destaca-se polimorfismo gentico da
enzima xido ntrico sintase endotelial (eNOS), um importante mediador funcional e estrutural do endotlio,
alm de fatores ambientais como tabagismo e etilismo. OBJETIVOS: analisar a influncia do polimorfismo de
eNOS e freqncia de tabagismo em pacientes com AI e seus familiares. MTODOS: 483 indivduos
distribudos em 6 grupos: G1-25 (AI familial); G2-70 (familiares de G1); G3-61 (AI espordico); G4-122
(familiares de G3); G5-98 (controle); G6-107 (familiares de G5). O DNA foi extrado de sangue total, seguido
de amplificao por Reaction Chain Polymorphism (PCR). Produto ps-PCR submetido restrio enzimtica
(BanII) e eletroforese em gel de agarose. A anlise estatstica considerou teste exato de Fisher ou x
2
com nvel
de significncia para P<0,05. RESULTADOS: Houve prevalncia do gentipo A/A em G1 (21%) comparado
ao controle (G5 6%; P=0,02). O mesmo ocorreu quando uniu-se G2 (9%) com G4 (10%) comparando-se com
G5 (6%; P=0,04). Notou-se freqncia elevada de tabagistas em AI familial (G1-79%) e espordico (G3- 68%),
em relao ao grupo controle G5 (21%; P<0,0001 para ambos). CONCLUSES: O gentipo A/A para eNOS
diferencia G1 de G5, mostrando-se como possvel fator de risco para AI. Alm disso, tabagismo pode estar
associado com a doena. PALAVRAS-CHAVE: aneurisma intracraniano, polimorfismos genticos, Enos.
APOIO FINANCEIRO: FAPESP/FAMERP


103

RELATO DE CASO: ATUAO DA FISIOTERAPIA NO CONTROLE
POSTURAL DO PACIENTE COM SNDROME DE PARKINSON, ATRAVS
DA UTILIZAO DO FES ASSOCIADO BOLA SUA.
Ramon Guerra Barbosa, Adriana Teresa Silva, Fabiana de Melo Moreira, Andria Maria Silva e Ricardo Cunha
Bernardes.

Universidade do Vale do Sapuca (UNIVS), Pouso Alegre (MG)

INTRODUO: A Doena de Parkinson (DP) definida por uma doena degenerativa e progressiva do
sistema nervoso central (SNC), caracterizado principalmente por distrbios motores como: tremor, rigidez,
bradicinesia e alteraes da postura, do equilbrio e da marcha. Alm disso, podem apresentar alteraes
msculo-esquelticas como fraqueza e encurtamento muscular, alm de instabilidade postural por perda de
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reflexos posturais, que interfere diretamente na performance funcional e independncia destes indivduos.
OBJETIVO: Analisar o efeito da estimulao eltrica funcional associada a exerccios na bola Sua no
controle postural atravs da anlise do centro de presso da base de sustentao em paciente com doena de
Parkinson. MATERIAIS E MTODOS: A amostra foi contituda por um paciente gnero masculino de 45
anos, diagnosticado clincamente com Sndrome de parkinson. Para a avaliao utilizou-se a escala estimativa
unificada para parkinsoniano (UPDRS) e o software de avaliao postural (SAPO). Para o tratamento utilizou a
eletro estimulao funcional na musculatura de paravertebrais associado com exerccios na bola suia.
RESULTADOS: A escala UPDRS verificou que o indivduo encontra-se com escore de 41 pontos e no
estadiamento de Hoehn e Yahr Modificado em estgio 2. Na escala de atividades de vida diria de Schwab e
England: 60% apresentava alguma dependncia. O centro de gravidade (CG) obtido no plano frontal antes da
interveno foi -93,2 % (-11,8 cm) e aps interveno -14,5% (-2,8 cm) e a posio da projeo do CG no plano
sagital antes da interveno foi 34,6% (8 cm) e aps interveno foi de 26,5% (5,8 cm). CONCLUSES:
Conclui-se que a FES associado aos exerccios da bola sua promoveu melhora no controle postural.
PALAVRAS CHAVES: Parkinsonismo, estimulao eltrica, fisioterapia


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RELATO DE CASO DE UMA PACIENTE SUBMETIDA SACROTOMIA E
ARTRODESE DO OSSO ILACO DEVIDO A UM PLASMOCITOMA
ASPECTO CIRRGICO
Ramon Guerra Barbosa, Adriana Teresa Silva, Leonardo Daniel Ferreira, Ruanito Calixto Junior, Miqueline
Pivoto Farias Dias e Wander Jos Fortunato

Hospital das Clnicas Samuel Libnio, Pouso Alegre (MG)

INTRODUO: O mieloma mltiplo (MM) uma neoplasia progressiva e incurvel de clulas B,
caracterizada pela proliferao desregulada e clonal de plasmcitos na medula ssea, com conseqente
destruio ssea. O MM apresenta incidncia maior em negros e adultos de meia idade. Sua prevalncia maior
a partir da quinta dcada de vida, raramente ocorrendo abaixo de 40 anos. A sobrevida dos pacientes varia de
meses at mais de uma dcada, sendo a idade acima de 65 anos fator de maior mortalidade. O tratamento do
MM objetiva controlar a progresso da doena e melhorar a qualidade de vida do paciente. OBJETIVO:
Relatar o caso de uma paciente submetida sacrectomia para exrese de tumor osteoltico, com reconstruo
sacral e artrodese estendendo-se at o osso ilaco. MATERIAIS E MTODOS: MMO de 45 anos, feminino,
negra, com diagnstico de plasmocitoma acometendo a regio sacral e osso ilaco esquerdo. Inicialmente
apresentava dor incapacitante irradiada para os MMII, parestesia em p direito e face posterior perna direita. A
ressonncia magntica e tomografia computadorizada evidenciaram leso sacral osteoltica com invaso plvica
adjacente. No dianstico antomopatolgico, detectou-se plasmocitoma comprometendo partes moles e tecido
sseo. RESULTADOS: A exrese total do tumor foi conseguida, com estabilizaao da pelve e coluna
lombossacra por meio de artrodese transpedicular L4-L5 bilateralmente, S1 e S2 direita e ilaca bilateralmente.
Realizada corpectomia de S1 e S2 e reconstruo do sacro com cage, metilmetacrilato e fio de Kirschner, com
bom resultado funcional. CONCLUSES: A artrodese de coluna lombossacra e pelve ainda um desafio para
o neurocirurgio, vista a escassez na literatura sobre tcnicas para reconstruo sacral associada artrodese em
osso ilaco, com resultados que sejam funcionais. PALAVRAS-CHAVE: Plasmocitoma, sacro, cirurgia.

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ANLISE DO EFEITO DA TERAPIA VIRTUAL NA REABILITAO
MOTORA DO MEMBRO SUPERIOR DE CRIANAS HEMIPARTICAS:
ESTUDOS DE CASOS.
Ramon Guerra Barbosa, Adriana Teresa Silva, Anelise Vilas Bas e Walter Luiz Magalhes Fernandes

Universidade do Vale do Sapuca (UNIVS), Pouso Alegre (MG).

INTRODUO: Dentre as modalidades teraputicas disponveis para a reabilitao, destaca-se atualmente a
realidade virtual, que realizada atravs de programas de exerccios baseados em jogos virtuais, contribuindo de
maneira ldica para a facilitao do movimento normal e treinamento funcional. OBJETIVO: O objetivo deste
estudo foi verificar o efeito da terapia virtual nas habilidades motoras do membro superior de crianas
hemiparticas. MATERIAIS E MTODOS: O tipo de estudo qualitativo, quantitativo, prospectivo e duplo
cego. A amostra foi composta por 3 crianas (8,66 2,30) anos, portadoras de Paralisia Cerebral e Trauma
Crnio Enceflico com seqela de hemiparesia. Para a avaliao motora e funcional utilizou-se o questionrio
PEDI e o MAL e para a avaliao do tnus a Escala Modificada de Ashworth. Em todas as sesses foi
contabilizado o nmero de acertos dos jogos. Para atendimento foi usado um hardware (vdeo-game) da marca
Nintendo, modelo Wii, com o software Wii Sports, realizando os jogos (tnis, baseball, golf, boxe). A terapia
foi realizada durante duas semanas consecutivas, de segunda a sexta feira (excluindo sbado e domingo), cada
jogo tinha durao de 15 minutos, seguido de alongamento no incio e fim de cada sesso, totalizando 1 hora e
10 minutos. RESULTADOS: Na avaliao inicial do PEDI, o escore de pontuao foi 53,66 e final de 66
pontos. O escore de pontuao inicial do MAL foi de 120,66 e final de 194,66 pontos. Houve melhora na
avaliao do tnus em relao flexo e extenso de cotovelo, flexo de punho e flexo dedos. E houve um
aumento no nmero de acertos de todos os jogos. CONCLUSES: Concluiu-se com este estudo que a
utilizao da realidade virtual poder promover ganho funcional para o membro superior de crianas
hemiparticas. PALAVRAS CHAVE: Reabilitao, Hemiparesia e Funo.


106

ACIDEMIA GLUTRICA TIPO I RELATO DE CASO E REVISO DE
LITERATURA
Ramon Guerra Barbosa, Leonardo Daniel Ferreira, Pedro Fernando Scanapieco Filho, Adriana Teresa Silva,
Vanessa de Souza Mansano

Hospital das Clnicas Samuel Libnio (HCSL), Pouso Alegre (MG).

INTRODUO: A Acidemia Glutrica tipo I (AGI) um erro inato do metabolismo dos aminocidos
essenciais Lisina e Triptofano, determinado pela deficincia da enzima Glutaril-CoA Desidrogenase (GCD).
Descrita em 1975 por Goodman & cols, caracteriza-se clinicamente por macrocefalia, crises epilpticas, distonia
e discinesia, cuja leso est caracterizada por degenerao nos ncleos caudado e putmen. H aumento da
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excreo urinria dos cidos glutrico, 3-hidroxiglutrico e glutacnico. Exames de imagem como tomografia
computadorizada (TC) e ressonncia magntica (RM), podem mostrar aumento dos espaos liquricos,
caracterizado por pseudoatrofia frontotemporal bilateral; alargamento da fissura sylviana, com imagem
caracterstica em a sa de morcego e tambm leses em ncleos da base. OBJETIVO: Fazer uma breve reviso
de literatura, relatar um caso de AGI ocorrido no HCSL e alertar como possibilidade de diagnstico diferencial
nas colees subdurais que teriam tratamento diferente, inclusive cirrgico. MATERIAIS E MTODOS:
Paciente de 6 meses apresentou 4 episdios de crise parcial complexa acometendo membro superior direito.
Apresentava macrocrania, hipoatividade e hipotonia. Realizada TC de crnio que evidenciou pseudoatrofia
fronto-temporal bilateral. Aventada hiptese de Acidemia Glutrica e suspensas protenas da dieta. Foi iniciada
alimentao com glicdios, repostos L-carnitina e riboflavina e dosados cidos orgnicos na urina. No 16 dia de
internao apresentou movimentos distnicos, sendo utilizados agonistas dopaminrgicos. RESULTADOS:
Cessadas as crises convulsivas e melhora da distonia. Recebidas dosagens de cidos orgnicos na urina, com
aumento de cido glutrico (1573mg/g creatinina) e de cido 2-ceto glutrico (1452mg/g creatinina),
confirmando o diagnstico. CONCLUSES: Por ser a AGI de tratamento clnico, dever-se-ia pensar como
diagnstico diferencial em casos de crianas que apresentem distrbios extrapiramidais, macrocefalia e
alteraes tomogrficas tpicas como pseudoatrofia frontotemporal bilateral, o que poderia ser confundido com
colees subdurais e hidrocefalia externa, e teriam tratamento diferente, inclusive cirrgico. PALAVRAS
CHAVE: acidemia glutrica, macrocefalia, erros inatos do metabolismo.


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USO DO PEGVISOMANT NA ACROMEGALIA.
Martha K. P. Huayllas, Lidice Tavares Brandao, Renato W Zilli, Pedro P Mariani e Arthur Cukiert

Unidade de Neuroendocrinologia, Servio de Neurocirurgia, Hospital Brigadeiro So Paulo (SP).

INTRODUO: Acromegalia torna-se uma doena crnica quando a cura no obtida atravs da cirurgia ou
do uso de anlogos de somatostatina e o impacto do no controle reflete-se na diminuio da expectativa de vida
com complicaes principalmente cardiovasculares. Cerca de 30% dos usurios de anlogos de somatostatina
no respondem ao uso deste anlogo. Pegvisomant uma medicao indicada para o tratamento da acromegalia,
agindo como um bloqueador da ao do GH no seu receptor levando a quedas dos nveis de IGF-1 em cerca de
97% dos pacientes. OBJETIVO: Relatar nossa experincia como primeiro servio no Brasil a utilizar esta
medicao. MATERIAL E MTODOS: Foram avaliados 14 pacientes (7H) portadores de acromegalia,
devido macroadenoma invasivo no responsivo ao tratamento prvio com sandostatina Lar, em uso do
pegvisomant para controle da doena. Os resultados so expressos em percentual de queda em relao ao IGF-I
basal, mdia e DP. Foram considerados valores estatisticamente significantes com p < 0,05. RESULTADOS: A
idade deste grupo 45 + 12 anos, tempo de doena variou de 1 a 28 anos, 57% com radioterapia prvia, 35%
diabticos, 79% hipertensos. A queda mensal percentual durante 8 meses de tratamento do IGF-I foi 32, 47, 56,
46, 53, 43, 66 e 64% respectivamente (p. CONCLUSO: Pegvisomant eficaz na normalizao dos nveis de
IGF-I em pacientes portadores de acromegalia que no responderam ao tratamento com anlogo de
somatostatina. PALAVRAS-CHAVE: acromegalia, pegvisomant.

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

112

RELATO DE CASO: MEDULOBLASTOMA COM EXTENSA
NODULARIDADE
Vanessa Imada, Marcelo M. Suarez, Patricia Dastoli, Giselle Coelho, Ricardo Ansai, Sergio Cavalheiro

Unifesp/Graacc, So Paulo (SP)

INTRODUO: O meduloblastoma a neoplasia maligna primria mais comum do sistema nervoso central
em crianas. OBJETIVO: Neste trabalho, relataremos um caso de meduloblastoma, o do subtipo extensa
nodularidade, tumor raro entre as leses expansivas de cerebelo, nos lactentes e em crianas mais jovens.
RELADO DE CASO: Em nosso servio, foi realizado uma abordagem telovelar com resseco total das
leses. Realizado estudo antomo-patolgico dessas, e confimado o diagnstico inicial. O tratamento foi
complementado com quimioterapia. Em ltima avaliao de neuroimagem, RNM de encfalo demonstrou bons
resultados. Em ltima consulta, 20/01/2011, encontrava-se em 4 ciclo de quimioterapia, apresentando-se bem,
sem demais intercorrncias. CONCLUSO: A evoluo dos exames de imagens, das tcnicas cirrgicas e
terapias adjuvantes, so fatores que favorecem a sobrevida desta patologia. Ainda, segundo a literatura, o
meduloblastoma de extensa nodularidade tem um prognstico melhor do que o meduloblastoma clssico.
PALAVRAS-CHAVE: meduloblastoma, extensa nodularidade


113

TRATAMENTO ENDOSCPICO DE HIDROCEFALIA POR CORNO
TEMPORAL ISOLADO: RELATO DE CASO
ngelo R. Silva Neto; Mrcia J.D.Bezerra; Maria Cludia S. Farias; Diana Lopes F. Suassuna; Michelle R.A.
Gurgel; Catarina G.S.Carvalho.

Hospital infantil Varela Santiago, Natal (RN).

INTRODUO: O Isolamento do corno temporal uma forma rara de hidrocefalia obstrutiva devido ao
aprisionamento de lquor nos ventrculos laterais. O comportamento desta poro isolada, com lquor produzido
continuamente pelo plexo coride, de uma leso expansiva. MATERIAIS E MTODOS: Paciente de 15
anos, sexo feminino, portadora de histiocitose X tratada desde 2005 com quimio e radioterapia. Evolui com
progressivo alargamento dos cornos temporais dos ventriculos laterais associado a crises convulsivas e cefalia.
Exame fsico mostrava edema de papila bilateral. Ressonncia magntica de encfalo revelava grande dilatao
dos cornos temporais do sistema ventricular, com compresso das cisternas e estruturas perimesenceflicas.
Cirurgia: Foi realizada fenestrao das cavidades csticas bilateralmente por via endoscpica, havendo
comunicao com as cisternas perimesenceflicas. Evoluo: Progressiva reduo das cavidades associada a
melhora da cefalia e das crises convulsivas. DISCUSSO: Corno temporal isolado foi primeiramente descrito
por Cairns, et al., que presenciou dois casos em vtimas de trauma craniano penetrante e outro caso em um
lactente com hemorragia subependimria. O sintoma mais comum a cefalia. A distenso da ala de Meyer
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pode ocasionar distrbios visuais. Dficts de memria recente e convulses podem existir pelo acometimento do
hipocampo. O exame de escolha a ressonncia nuclear magntica. A presena de transudao de lquor no
lobo temporal bem visualizada na seqncias ponderadas em T1 (hipossinal) e a tractografia nos d a
possibilidade de melhor estudo das vias pticas. O tratamento permanece controverso. Shunts trazem sempre o
risco de revises e infeces. Alm disso, na intimidade do corno temporal a obstruo por plexo coride mais
provvel. O avano das tcnicas endoscpicas e da neuroanatomia facilitou a comunicao das leses com as
vias de circulao liqurica. Assim evita-se a realizao de grandes craniotomias que no nosso caso seriam
bilaterais. PALAVRAS-CHAVE: Trapped temporal horn; Hydrocephalus; endoscopy.



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TRATAMENTO CIRRGICO DOS ANEURISMAS CEREBRAIS GIGANTES
COM PARADA CIRCULATRIA
Samuel Damin Carr De Muzio, Hamilton Roberto Franco Cavalcante, Mirto Nelso Prandini

UNIFESP Universidade Federal de So Paulo, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: O melhor tratamento para os aneurismas cerebrais gigantes ainda hoje no
consenso. Temos por objetivo relatar atravs de caso clnico a possibilidade de tratamento dessas leses atravs
de microcirurgia com parada cardaca e circulao extra-corprea. MATERIAIS E MTODOS: Paciente
feminina de 54 anos com diagnstico de mltiplos aneurismas cerebrais dentre os quais um aneurisma gigante
de artria cartida interna esquerda, bifurcao. Foi submetida a tratamento endovascular com embolizao.
Controle angiogrfico evidenciou re-expanso do aneurisma. Indicado tratamento cirrgico. RESULTADOS:
Paciente foi submetida a tratamento cirrgico com parada circulatria total e clipagem do aneurisma gigante.
Controle angiogrfico evidenciou excluso do aneurisma da circulao e patncia dos ramos da cartida.
CONCLUSES: A Parada circulatria total pode ser til no tratamento de seletos casos de Aneurisma Gigante
Cerebral. PALAVRAS-CHAVE: Aneurisma cerebral; Circulao extra-corprea; Microcirurgia.


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RELATO DE CASO: CISTO ARACNIDEO EXTRADURAL EM COLUNA
TORCICA
Christian Diniz Ferreira1; Maurus Marques de Almeida Holanda 1; Igor Luna Peixoto2; Tomas Cato Monte
Raso 2; Francineudo Justino Rolim 3 ; Roberto Bezerra Vital 4.

1 Mdico Neurocirurgio do Complexo Hospitalar Arlinda Marques
2 Discente do curso de Medicina da Faculdade de Cincias Mdicas da Paraba - FCM/PB
3 Discente do curso de Medicina da Universidade Federal da Paraba UFPB
4 Mdico residente em Neurocirurgia da Universidade do Estado de So Paulo UNESP Botucatu

Complexo de Pediatria Arlinda Marques Joo Pessoa (PB).
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INTRODUO: O Cisto Aracnide Extradural tem como caracterstica o processo expansivo dentro do canal
medular. Trata-se de uma herniao da aracnide atravs de defeitos na dura-mter. Localiza-se mais
comumente na medula torcica (65%), na medula lombar e lombossacral aparecendo em 13% dos casos, 12%
dos casos na regio traco-lombar, 6,6% na regio sacral e 3,3% na medula cervical. OBJETIVO: Relatar o
caso de uma paciente portadora de um Cisto Aracnide Extradural. MATERIAIS E MTODOS: Trata-se de
um estudo observacional, descritivo do tipo relato de caso. No qual uma paciente do sexo feminino, 12 anos,
portadora de Cisto Aracnide Extradural deu entrada no Complexo de Pediatria Arlinda Marques. Para
acompanhamento e anlise da evoluo desta paciente, utilizaram-se como critrio as informaes contidas na
ficha de avaliao bem como Ressonncia Nuclear Magntica (RNM). RELATO: Durante avaliao inicial foi
constatado histria de fraqueza em membros inferiores (MMII) e quedas freqentes iniciadas h
aproximadamente 10 meses. Realizou-se uma RNM de coluna traco-lombar, evidenciando uma leso
expansiva, alongada e de carter cstico, com incio na transio crvico-torcica e estendendo-se at T9-T10.
Tambm se realizou uma laminotomia em nvel de T3 a T5 no qual uma parede fina do cisto foi visualizada. A
anlise anatomopatolgica da pea cirrgica revelou tecido conjuntivo fibroso com epitlio interno composto de
clulas simples, sugerindo, a partir destas caractersticas, cisto aracnide e corroborando com a inspeo da
leso durante o ato cirrgico. De acordo com a literatura, so indicaes de tratamento cirrgico os cistos
sintomticos ou em expanso e por isso adotou-se como tratamento a resseco cirrgica completa.
CONCLUSO: O procedimento cirrgico utilizado se mostrou eficaz na melhora dos sinais e sintomas desta
paciente. Contudo, torna-se necessrio confrontar outros estudos com um maior nmero de pacientes, visto que
se trata de uma patologia rara. PALAVRAS-CHAVE: Cisto Aracnide Extradural; Tratamento cirrgico;
Sintomas.


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APOPLEXIA EM ADENOMA HIPOFISRIO ASSINTOMTICO: RELATO
DE CASO.
Monik Filismina Costa Moura, Felipe Barbosa Magalhes, Brisa Fidelis Gndara, Marcos Paulo dos Santos
Teixeira, Lucas de Moraes Brito, Jos Nazareno Pearce de Oliveira Brito.

Hospital So Paulo/ Liga Acadmica de Estudos Neurolgicos e Neurocirrgicos (Lenn) / Faculdade de Sade
Cincias Humanas e Tecnolgicas do Piau, Teresina (PI).

INTRODUO E OBJETIVOS: A apoplexia uma desordem rara potencialmente fatal decorrente de um
infarto ou hemorragia da hipfise. Os adenomas hipofisrios representam 10-15% dos tumores intracranianos,
sendo na maioria das vezes assintomticos, entretanto apresentam maior risco de apoplexia, com uma incidncia
de 0,6-10%. A etiologia do evento multifatorial, mas alguns fatores precipitantes tm sido documentados
como: gravidez, desordens hemorrgicas, uso de anticoagulantes, infeces do trato respiratrio superior,
diabetes mellitus, trauma craniano, aneurisma cerebral, radioterapia de tumor pituitrio, teraputica com
bromocriptina, uso de estrgenos, angiografia carotdea, puno lombar, pneumoencefalografia e testes
endcrinos de estmulo. O objetivo do presente trabalho descrever um caso de apoplexia hipofisria.
MATERIAIS E MTODOS: Relata-se caso de apoplexia de adenoma hipofisrio a partir da anlise
retrospectiva do pronturio e reviso bibliogrfica. RESULTADOS: Paciente, do sexo masculino, 80 anos, foi
admitido com queixa de cefalia intensa e tontura. A TC revelou volumosa imagem expansiva slida que se
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estendia superiormente a partir da regio selar. A RM evidenciou formao expansiva com sangramento recente
localizada em topografia da sela trcica, estendendo-se superiormente para a cisterna suprasselar, sugerindo
evento apopltico em adenoma hipofisrio. O paciente foi submetido a tratamento conservador. CONCLUSO:
Apesar da apoplexia hipofisria ser uma complicao pouco comum dos tumores hipofisrios, esta deve ser
reconhecida como uma emergncia neurocirrgica e neuroendocrinolgica que requer diagnstico imediato e
tratamento individualizado e direcionado a tratamento conservador ou terapias invasivas. PALAVRAS-
CHAVE: apoplexia hipofisria; adenoma; hipfise.


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INVESTIGAO DO VALOR PROGNSTICO DA FERRITINA NO
TRAUMATISMO CRNIO ENCEFLICO GRAVE.
Karen dal Lago Miotto, Leonara Centenaro, Camila Grazziotin, Lane C. Vicenzi, Mariano F. Fontana, Ana
Lusa D. vila, Guilherme P. Perrone, Mitsue Elias R. Abe, Sabrina S. Silva, Caroline Klovan, Daniel Simon,
Nilo Ikuta, Josi Nicol, Andrea Regner.

Curso de Medicina e Programa de Ps-Graduao em Diagnstico Gentico e Molecular da Universidade
Luterana do Brasil, Canoas (RS).

INTRODUO: O trauma crnio-enceflico grave (TCE) a principal causa de morte entre pessoas de 1 a 45
anos de idade, alm de ser a segunda causa geral de morte no Brasil. Apesar de todo este impacto para a Sade
Pblica, poucos avanos tm sido feitos quanto determinao prognstica no TCE grave. A neuroinflamao
contribui significativamente para a progresso do dano neural traumtico. Diante desse cenrio, investigou-se o
potencial valor prognstico da ferritina srica no TCE grave. OBJETIVO: O objetivo desse estudo prospectivo
foi determinar os nveis sricos de ferritina em vtimas adultas de TCE grave e investigar possvel correlao
entre os nveis deste biomarcador e o desfecho primrio (morte ou alta da unidade de terapia intensiva (UTI)
MATERIAL E MTODOS: Foram investigadas nesta coorte prospectiva 69 vtimas de TCE grave (GCS 3-8).
Amostras de sangue venoso perifrico foram obtidas na admisso desses pacientes na UTI. Os nveis sricos de
ferritina foram mensurados a partir de mtodo imunoenzimtico (ELISA). RESULTADOS: A idade mediana
das vtimas de TCE grave foi de 33 anos (16-77), o escore mdio de GCS foi de 5,52,3 e o tempo mdio entre
o trauma e a coleta da amostra de sangue foi de 6 horas. Considerando-se a metodologia empregada na
determinao da ferritina srica, so considerados valores de referncia, dentro da normalidade, nveis entre 40 a
300 g/L. Verificou-se aumento significativo nos nveis sricos de ferritina no grupo de vtimas de TCE grave
324,8175,1 g/L (mdiaE.P) em relao aos valores de referncia de normalidade. No grupo de TCE
sobreviventes (n=42) a concentrao mdia foi de 295,1177,2 g/L, enquanto no grupo TCE no sobreviventes
(n=27) foi de 370,9164,4 g/L (mdiaE.P) (teste t-no pareado, p. Concluso: A ferritina srica est
significativamente aumentada no TCE grave, e possivelmente apresenta valor preditivo de desfecho precoce no
TCE grave. PALAVRAS-CHAVE: Traumatismo craniencefalico, trauma, biomarcadores.


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ANTIAGREGAO PLAQUETRIA PELO CLOPIDOGREL:
CORRELAES ENTRE O NVEL DE ANTIAGREGAO E A INCIDNCIA
COMPLICAES TROMBOEMBLICAS E HEMORRGIAS NA
IMPLANTAO DE STENTS INTRACRANIANOS

Maldonado IL (1), Seris C (2), Mernes R (1), Bonaf A (1)

Services de Neuroradiologie(1) et Anesthsie-Ranimation (2) du CHU Montpellier.Montpellier (France).

INTRODUO E OBJETIVOS: Em candidatos implantao de stents intracranianos, a antiagregao
plaquetria representa indicao absoluta. Uma antiagregao insuficiente tem sido associada a um risco
aumentado de trombose do segmento arterial e de complicaes emblicas. Recentemente tornou-se possvel
quantificar a resposta individual ao clopidogrel pela tcnica de agregometria por impedncia. Neste estudo
avaliamos a incidncia de complicaes perioperatrias isqumicas e hemorrgicas intracranianas e no stio de
acesso vascular, em uma srie de 270 pacientes submetidos implantao de um stent. MATERIAL E
METODOS: Os pronturios foram retrospectivamente estudados sempre que os pacientes preenchessem os
critrios de incluso no estudo: idade entre 18 e 90 anos e tratamento endovascular no-urgente para
implantao de stent intracraniano ou supra-artico entre fevereiro de 2008 e junho de 2010. RESULTADOS:
Um total de 201 pacientes foram submetidos a um procedimento endovascular no contexto do tratamento de um
aneurisma intracraniano, 63 no de uma estenose arterial e 6 no de uma fstula arterio-venosa. Duas anlises das
incidncias de complicaes hemorrgicas e isqumicas foram realizadas agrupando-os de acordo com o nvel
de antiagregao: 40% versus >40% e 20 versus >20%. Nas duas situaes, observou-se uma maior
incidncia de trombose local ou tromboembolia nos pacientes abaixo do limiar estabelecido (10,2% x 1,9% para
o limiar a 40% e 11,7% x 3,3% para o limiar a 20%, p=0,01). No se demonstrou aumento na incidncia de
complicaes hemorrgicas. CONCLUSES: O presente estudo demonstra o interesse na obteno de um nvel
de antiagregao mnimo na preveno de complicaes tromboemblicas em procedimentos endovasculares
com implantao de stent intracraniano ou supra-artico, confirmando o interesse da sua monitorizao. Um
mnimo de 20% parece ser suficiente, apesar de valores mais elevados terem sido sugeridos na literatura.
PALAVRAS CHAVE: antiplatelets, stents, thromboembolism


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ACESSO EXTREMO LATERAL RETROCONDILAR PARA LESES
NEOPLSICAS E VASCULARES A NVEL DO FORAME MAGNO
Nataly Marques Santiago, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Murilo Dias Joseph, Maick Fernandes, Alexandros
Theodoros Panagopoulos, Marcos Vinicius Calfatt Maldaun

Servio de Neurocirurgia do Hospital Brigadeiro, SUS, So Paulo (SP,)Diviso de Neurocirurgia, do Hospital
Santa Paula, So Paulo (SP), Diviso de neurocirurgia do Hospital So Camilo, Pompia, (SP)

INTRODUO: A via extremo lateral nas suas formas com resseco total ou parcial do cndilo tem sido
utilizada de forma sistemtica na cirurgia das leses neoplsicas da poro anterior do forame magno, e nas
leses vasculares como cavernomas bulbo pontinos e aneurismas de artria cerebelosa pstero inferior,
ampliando a visibilidade e a completa capacidade de manipulao microcirrgica. MTODOS E
RESULTADOS: Dois pacientes com cavernomas bulbo pontinos, 2 pacientes com aneurismas de PICA, 4
pacientes com meningiomas do forame magno foram submetidos ao acesso extremo lateral para tratamento
cirrgico das suas leses. Em todos os 8 casos no houve necessidade de se retirar o cndilo occipital e os
objetivos das cirurgias foram realizados: clipagem dos aneurismas e remoo total dos cavernomas e
meningiomas na regio com mnima morbidade. Potencial evocado foi utilizado em todas as cirurgias havendo
queda do potencial sensitivo motor em apenas 1 caso de meningioma de forma magno. CONCLUSO: No
houve necessidade para tratamento das leses do forame magno de se retirar o condilo occipital parcialmente ou
na sua totalidade que poderia levar a grau varivel de instabilidade. PALAVRAS-CHAVE: acesso, extremo
lateral retrocondilar


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CONDROSSARCOMA CAUSANDO SD. GARCIN
Daniel C. Kirchhoff, Dierk F. B. Kirchhoff, David Monducci, Luiz Paulo Alves, Lorenza Pereira, Renato
Angelo R. Souza, Fabio Antonio F. Okuda

Assistncia Neurolgica So Bernardo, So Paulo (SP).

INTRODUO: O condrossarcoma uma neoplasia maligna proveniente de tecido cartilaginoso, cuja
incidncia craniana rara. A sndrome de Garcin, rara que acomete todos ou a maioria dos nervos cranianos
associada a processos expansivos ou inflamatrios de base de crnio. MATERIAIS E MTODOS: relato de
Caso Clnico: A. A. L., feminino, 49anos, buscou ambulatrio por diplopia, paralisia da face esquerda com
plpebra cada, perda de equilbrio e disfagia h 20 dias. Sem doenas prvias. Ao exame paciente SCG15,
deambulando com dificuldade e com apoio. Pares cranianos: sem alteraes olfatrias visuais, oftalmoplegia
completa esquerda com ptose palpebral, midrase e estrabismo convergente, hipoacusia de percepo esquerdo,
anestesia e paralisia facial perifrica esquerda, disartria e disfagia para slidos e paralisia, atrofia e desvio da
lngua para esquerda . Foi levantada a hiptese de Sndrome de Garcin apoiada na paralisia unilateral de
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mltiplos pares cranianos (III, IV, V, VI, VII, VIII,IX, X, XII). RNM de crnio confirmou a presena de
processo expansivo de base de crnio: massa multilobulada, extradural, deformando e deslocando o tronco
cerebral, destruindo o clivus, com envolvimento do seio cavernoso esquerda. Submetida cirurgia de exrese
do tumor completa por via Pterional Clssica expondo e ressecando o tumor da base anterior e haste
hipofisria,com compresso tumoral extradural. Anatomopatolgico e imunohistoquimica: condrossarcoma.
Resultado: Aps a cirurgia paciente permaneceu sem intercorrncia clinica ou hemodinmica cinco dias em
UTI, recebeu alta para a enfermaria com SCG15 com recuperao de grande parte dos pares cranianos,
mantendo apenas leso parcial de terceiro par com ptose palpebral parcial e midrase. CT controle:sinais de
manipulao cirrgica, ausncia de compresso truncal e de restos tumorais. CONCLUSO: Caso raro de
Osteossarcoma em retroclivus provocando a rara sndrome de Garcin manifestando-se por paralisia unilateral de
nove nervos cranianos submetida tratamento cirrgico com resseco completa tumoral com melhora
significativa dos dficits. PALAVRAS- CHAVE: Condrossarcoma, garcin, pares cranianos


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SNDROME DE GUILLAIN-BARR ASSOCIADO COM IMUNIZAO PELO
H1N1.
Daniel C. Kirchoff, Dierk F. B. Kirchoff, David Vieira Monducci, Luis P. Alves, Lorenza Pereira, Renato A. S.
Ribeiro, Fbio A. F. Okuda

Servio de Neurocirurgia da Assistncia Neurolgica, So Paulo (SP).

INTRODUO: O novo subtipo viral do vrus Influenza A (H1N1), considerado pandemia de emergncia pela
OMS, fez aproximadamente 40 pases realizaram imunizao contra o vrus, imunizando mais de 100 milhes
de habitantes. O fato revelou incidentalmente o aumento da Sndrome de Guillain-Barr ( GBS ) em nosso e
outros servios mdicos de referencia neurolgica. MATERIAL E RELATO DE CASOS: Apresentamos 2
casos atendidos no nosso servio como diagnstico de SGB aps imunizao, antes de completar 6 semanas,
parmetro estipulado pelo Centro de Vigilncia Epidemiolgica (CVE). Paciente I.P.G, 57 anos, feminino,
portadora de HAS e DM2 insulino-dependente, apresentando paraparesia crural fora muscular Grau III de
carter ascendente, tendo recebido imunizao h 12 dias, com exame ENMG revelando alterao sensitiva-
motora inflamatria-desmielinizante evoluindo com necessidade de suporte ventilatrio invasivo e
acomentimento do III par craniano, revertidos. Paciente L.G.S.S 34 anos, feminino, purpera, previamente
saudvel, apresentando paraparesia crural fora muscular Grau III de carter ascendente com hiposensibilidade
ttil profunda e superficial, tendo recebido imunizao prvia h 7 dias, com exame ENMG revelando alterao
sensitiva-motora carter inflamatrio-desmielinizante. RESULTADOS: Dos poucos casos anuais de SGB, 5 no
total atendidos no nosso servio, tivemos 2 secundrios a imunizao de H1N1, ou seja 40%, o que
estatisticamente relevante visto o pouco nmero de casos e as possveis falhas e atrasos diagnsticos destes
doentes que podem levar a seqelas graves ou at mesmo ao bito. CONCLUSES: Recentes estudos mostram
um resultado inconclusivo da relao entre imunizao H1N1 e SGB, nem um possvel aumento do risco de
desenvolver SGB. Mesmo assim, no podemos excluir essa possibilidade, e, encarar que pacientes nessa
situao sejam vistos como coincidncia. de fundamental importncia divulgar esta maior prevalncia no
objetivo de incluir esta possibilidade diagnstica. O frio est por vir e a imunizao certamente estar
empregada novamente. PALAVRAS CHAVES: Sndrome de Guillain-Barr, Imunizao, H1N1.
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DIFICULDADES DIAGNOSTICA ETIOLGICA EM HEMORRAGIA
SUBARACNIDE, RELATO DE CASO E DISCUSSO SOBRE MTODOS
DIAGNSTICOS PRECISOS DE EMERGNCIA COMO NOVAS ARMAS
DIAGNSTICAS EM CASOS DBIOS.
Daniel de C. Kirchhoff, Luiz Paulo Alves, David Monducci, Lorenza Pereira, Renato Angelo R Souza, Fabio A
K Okuda , Dierk F.B. Kirchhoff.

Assistncia Neurolgica de So Bernardo, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVO: O presente estudo visa descrever as dificuldades diagnsticas relacionadas a
etiologia das hemorragias subaracnideas agudas, descrevendo um caso atpico, tratado na assistncia
neurolgica de So Bernardo. MATERIAIS E MTODOS/ DISCUSSO: Descrevemos um caso tratado no
servio da assistncia neurolgica de So Bernardo, mulher, 57 anos, internada por cefalia de forte intensidade
e rigidez de nuca, associada a emergncia hipertensiva. Realizado tomografia computadorizada de crnio na
urgncia, revelando a presena de leso hiperdensa em espao subaracnideo, correspondente classificao
Fischer III. Prontamente realizada angiografia cerebral de 4 vasos, para estudo topogrfico de leso
aneurismtica, sendo esse negativo para tal. Paciente segue internada em unidade de terapia intensiva, com
monitorizao neurolgica e tomogrfica seriada, com boa evoluo clinica. Seguimos a nova angiografia
cerebral aps 15 dias do ictus, com identificao de aneurisma cerebral e seu conseqente tratamento cirrgico,
com tima evoluo. Provando como sempre que a clinica soberana principalmente associado a exames de
imagem gold standart. Ser que em uma angio-ct o diagnstico no seria mais precoce e minimizaria os riscos
corridos pela paciente, por um exame tcnico e fluxo dependente? RESULTADOS: O paciente submetido a
tratamento clinico e investigao etiolgica de hemorragia subaracnidea aguda, seguida de tratamento
cirrgico por clipagem de aneurisma cerebral. CONCLUSES: Descrevemos um caso atpico em diagnostico
etiolgico de HSA, paciente submetida a angiografia cerebral seriada, sendo negativa inicialmente para leso
aneurismtica, discutimos os fatores associados a essa negativa inicial e relatamos o protocolo do servio em
tais questes. PALAVRAS-CHAVE: HSA, angiografia cerebral, aneurisma cerebral


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CASO RARO DE OLIGOASTROCITOMA ANAPLSICO GRAU 3
CEREBRAL, COM METSTASE TARDIA EM MEDULA CERVICAL.
Daniel C. Kirchhoff, Dierk F. B. Kirchhoff, David Monducci, Luiz Paulo Alves, Lorenza Pereira, Renato
Angelo R. Souza, Fabio Antonio F. Okuda.

Assistncia Neurolgica So Bernardo, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: Os tumores do SNC constituem um grupo de neoplsias que ocorrem em
todos os pontos anatmicos e comprometem todas as faixas etrias. Os tumores enceflicos podem ser
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primrios, com vrios graus e formas de diferenciao, ou secundrios, originados de diversos stios. Os
tumores astrocticos constituem o tipo mais comum de tumores do SNC e comprometem todas as faixas etrias.
Os oligoastrocitomas anaplasicos correspondem a 1-4% de todos os tumores cerebrais. Sua recidiva reduz a
sobrevida do paciente em media para 6 a 8 meses. MATERIAL E MTODO: Relato de caso- clinico: Paciente
do sexo masculino, 83 anos Iniciou h 5 anos crises convulsivas, cefalia e vmitos . O exame neurolgico no
revelava sinais focais. A RM do encfalo mostrou processo tumoral parieto-occipital esquerdo comprimindo
corno posterior do ventrculo lateral heterognea, pouco captante com edema, desvio de linha media e sinais de
HIC. Foi submetido a tratamento microcirrgico com resseco total h 5 anos. Evoluiu bem sem seqelas
motoras, com hemianopsia prvea a cirurgia. O anatomopatolgico e imunohistoqumica identificou dois
componentes celulares, predominantes reas ricas em oligodendrocitos e parcelas menores de astrocitos,
proliferao vascular e mitoses atipicas evidenciando se tratar de oligoastrocitoma anaplasico. H trs meses
paciente evolui com dificuldade de marcha e equilbrio e tetraparestesia moderada sem dficit motor. RNM do
encfalo: ausncia de leso tumoral. RNM da cervical: leso expansiva intramedular de C2 a T1 com as mesmas
caractersticas radiolgicas da leso primaria. Paciente encaminhado para radioterapia. Seria um caso de
disseminao liquorica de clulas tumorais pela cirurgia? CONCLUSES: Oligoastrocitomas anaplsicos so
raros, agressivos e tem, como freqente local de recidiva o sitio primrio ou bordas da leso inicial. O caso
relatado ilustra tumor raro amplamente ressecado com recidiva em SNC em regio distante do sitio primrio
provocando no mesmo sintomatologia completamente diferente da inicial. PALAVRAS-
CHAVE:oligoastrocitoma, anaplsico, medular.


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COMPLICAO RARA EM PROCEDIMENTO MINIMANENTE INVASIVO
ENDOVASCULAR DE EMBOLIZAO: MIGRAO DE MOLA
IMEDIATAMENTE APS EMBOLIZACAO DE ANEURISMA DE ARTRIA
COMUNICANTE ANTERIOR COM OBSTRUO ARTERIAL AGUDA.
Daniel C. Kirchhoff, Dierk F. B. Kirchhoff,David Monducci, Luiz Paulo Alves, Lorenza Pereira, Renato Angelo
R. Souza, Fabio Antonio F. Okuda.

Assistncia Neurolgica So Bernardo, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: Estudos mostram que aneurismas intracranianos ocorrem em 0,2 a9,9%
populao, com prevalncia crescente de 0,4 a6% de aneurismas no rotos. Diante disso torna-se importante a
deciso da melhor conduta nos aneurismas cerebrais diagnosticados incidentalmente. O manejo destes e suas
complicaes tem evoludo aps a introduo do tratamento endovascular como opo alternativa. O aumento
nas indicaes desse, muitas vezes com desrespeito dos critrios morfolgicos do aneurisma, provoca falha
tcnica, necessitando tratamento cirrgico complementar. MATERIAL E MTODO/ DISCUSSO: Relato
de caso- clinico: Paciente sexo feminino, 56 anos, diabtica, hipertensa e depressiva em investigao
ambulatorial de cefalia, tonturas e tinnus tem diagnstico de aneurisma de comunicante anterior. Foi discutido
caso juntamente com a equipe endovascular, paciente e familiares. Com possibilidade de ambas as tcnicas, a
embolizao foi escolhida devido s patologias crnicas da paciente. Foi feita embolizao do aneurisma pela
direita j que ambas as artrias cerebrais anteriores enchiam pela direita e foram colocados 3 coils. Aps
trmino do procedimento e retirada do microcateter a terceira mola migrou para a artria cerebral anterior
esquerda obstruindo seu fluxo parcialmente. Aps cinco minutos a angiografia demonstrou completa obstruo
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do fluxo pela a.cerebral anterior esquerda. A paciente foi mantida monitorizada 48 horas em UTI teve alta
hospitalar sem dficits apendiculares, sinais clnicos leves de frontalizao e sem sinais tomogrficos de
isquemia cerebral. Poderia ser um caso de tratamento minimanente invasivo e maximamente lesivo ao
crebro.CONCLUSES : A tcnica endovascular tem auxiliado o tratamento dos aneurismas cerebrais mas
pode apresentar complicaes alem das esperadas na tcnica cirrgica e deve ser indicada com cautela - sem
idealizaes de ausncia de riscos. O aneurisma de comunicante anterior seguramente acessado em tcnica
cirrgica aberta assim como pela endovascular e a escolha da tcnica utilizada deve ser cautelosa e todas as
possveis complicaes devem ser amplamente abordadas. PALAVRAS- CHAVE: Embolizao, aneurisma,
complicaes.


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RESULTADOS A LARGO PLAZO DE ANGIOPLASTIA CAROTIDEA CON
STENT Y PROTECCION DISTAL.
Tejado Eduardo Emilio, Grinfeld D, Rifourcat I, Parmisano Jl, Pollono Pr, Grinfeld L.

Sanatorio Argentino- Htal Espaol La Plata, Buenos Aires (Argentina).

RESULTADOS: xito del procedimiento 98,2 % (2 fallidas), complicaciones intra y post procedimiento
inmediato 3 pts (2.8%): 2 ACV (1 disartria y 1 ptosis palpebral) y 1 AIT. No se registraron bitos intra
procedimiento ni bitos intra hospitalarios. Al seguimiento se detectaron: 10 bitos (9.4%), de los cuales 7
fueron muertes sbitas (6.6%) de probable causa cardiovascular y 3 de causa no vascular. La reinternacin de
causa cardiovascular fue del 12.2% (13 pts), se realizo nueva angiografa en 6 pts (5.3 %). No se registraron
reestenosis ni trombosis intrastent en toda la serie. PALAVRAS CHAVE: angioplastia carotidea, stent,
proteccion distal.


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OBSTRUO DE DERIVAO VENTRCULO-PERITONIAL DEVIDO A
GESTAO: UMA COMPLICAO NEM SEMPRE CITADA NA TEORIA.
Daniel de C. Kirchhoff, Dierk F. B. Kirchhoff, David Monducci, Luiz Paulo Alves, Lorenza Pereira, Renato R.
Souza, Fbio Antnio F. Okuda.

Assistncia Neurolgica So Bernardo, So Paulo (SP).

INTRODUO: A presena de mulheres gestantes portadoras de derivao ventrculo-peritonial cada vez
mais freqente, devido ao aumento da expectativa de vida das crianas com hidrocefalia submetidas ao
procedimento de derivao liqurica. O terceiro trimestre da gestao e o perodo de parto so as fases mais
crticas pelo aumento da presso intra-abdominal e do risco de infeco do sistema. RELATO DO CASO:
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APCO, 15 anos, submetida a derivao ventrculo-peritonial aos 6 meses de vida em virtude hidrocefalia
associada a sndrome de Dandy Walker. Paciente com desenvolvimento limtrofe durante a infncia e
adolescncia. Durante o 8 ms de sua gestao, a paciente comeou a apresentar quadro de cefalia progressiva,
associada a alterao de seu estado mental. Realizada TC de crnio que evidenciou o cisto retrocerebelar, a
agenesia do vermis e uma intensa hipoplasia dos hemisfrios cerebelares, associada a dilatao ventricular com
sinais de transudao ependimria. Notava-se ainda catter ventricular no corpo do ventrculo lateral direito com
sua extremidade aparentemente fincada no septo pelcio. Durante o bombeamento manual observava-se que a
vlvula estava endurecida. A paciente foi submetida colocao de novo sistema de vlvula contral-lateral a
primeira, tendo apresentado tima evoluo e recebendo alta hospitalar. Aps isso a paciente ainda foi operada
mais 5 vezes em virtude de infeces de repetio das feridas operatrias, tendo no final disso se recuperado
definitivamente. DISCUSSO: Apesar do aumento de pacientes gestantes portadoras de sistemas de derivao,
em especial dos ventrculos-peritoniais, a obstruo secundria a hipertenso abdominal gestacional ainda uma
complicao incomum com a qual o neurocirurgio no est to familiarizado. CONCLUSO: O tratamento
das pacientes gestantes com disfuno dos sistemas de DVP deve visar a rpida resoluo do problema, com
intuito de minimizar as conseqncias tanto para a me quanto para o feto em desenvolvimento, dependendo
para isso de abordagem multidisciplinar dos servios de neurocirurgia e obstetrcia. PALAVRAS CHAVE:
Hidrocefaleia em gestantes, disfuno de derivao ventricular.


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BLISTER ANEURISMA DE ARTRIA HIPOFISRIA ASSOCIADO A
ANEURISMA GIGANTE DE ARTRIA COMUNICANTE ANTERIOR
INCIDENTAL. AVAL.IAO DAS OPES DE TRATAMENTO CIRRGICO
X ENDOVASCULAR.
Daniel de C. Kirchhoff, Dierk F. B.Kirchhoff, David Monducci, Luiz Paulo Alves, Lorenza Pereira, Renato R.
Souza, Fbio Antnio F. Okuda
Assistncia Neurolgica So Bernardo, So Paulo (SP).
INTRODUO: Bl ister aneurisma so pequenos, de paredes finas e que habitualmente surgem fora de
ramificaes, tendendo a um crescimento rpido e apresentam um maior risco de sangramento. Representam
cerca de 0,9 a 6,5% dos aneurismas da ACI. So um desafio tanto para o tratamento endovascular como para o
neurocirurgio, devido ao seu colo habitualmente largo e pela fragilidade de suas paredes, podendo ocorrer sua
ruptura durante a disseco. RELATO DO CASO: RMJ, 49 anos, feito angiografia com 2 aneurismas
incidentais: um aneurisma gigante de artria comunicante anterior esquerda e um bl ister aneurisma de artria
hipofisria esquerda. A paciente foi submetida a embolizao do aneurisma da AComA com sucesso, sem
qualquer intercorrncia, porm no foi considerada vivel ao mesmo procedimento no bl ister aneurisma,
tendo sido encaminhada para avaliao neurocirrgica, sendo submetida a clipagem do blister aneurisma de
artria hipofisria sem intercorrncias. Em conjunto abordagem craniana tambm realizamos o isolamento da
artria cartida interna (ACI) ipsilateral ao aneurisma para que em caso de sua ruptura pudssemos realizar o
controle proximal do fluxo sanguneo, ligando temporariamente a ACI. O que no foi necessrio.
DISCUSSO: Os bl ister aneurismas so leses vasculares com uma taxa de sangramento estatisticamente
maior do que os outros aneurismas tradicionais. A paciente em questo foi submetida primeiramente
embolizao do aneurisma gigante da AComA, mantendo seu efeito de massa e ser que isso pode ter
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aumentado o risco de sangramento do bl ister aneurisma? Ambas as leses, ao nosso ver, poderiam ser
abordadas no mesmo tempo cirrgico. Talvez o risco de sangramento fosse reduzido dessa maneira? Existe uma
ampla discusso na literatura que no define o tratamento ideal para os bl ister aneurismas. CONCLUSO:
Acreditamos que o tratamento cirrgico concomitante de ambas as leses, em casos como o de nossa paciente,
possa trazer menos risco de sangramento e conseqentemente um melhor prognstico. PALAVRAS-CHAVE:
Bli steraneurisma, embolizao de aneurisma cerebral.


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IMPLANTAO DE FIDUCIAIS NA COLUNA TORCICA: TRATAMENTO
DA PSEUDO-ARTROSE COM TCNICA ESPECIAL EM NAVEGAO
ESPINHAL.
Bruno Gleizer S. Rigon, Rui Nei A. Santana Jr, Andr R. S. Malheiros, Ricardo M. R. Guimares, Luiz Roberto
Aguiar.

Hospital Universitrio Cajuru, Curitiba (PR).

INTRODUO: Pseudo-artrose e instabilidade segmentar so causas de dor e incapacidade funcional, estando
entre as principais complicaes tardias dos procedimentos em coluna vertebral. Neste trabalho descrevemos um
caso de pseudo-artrose cujo manejo do paciente iniciou 24 anos antes de procurar nosso servio, utilizando uma
estratgia individualizada com a aplicao da navegao cirrgica. MATERIAL E MTODO: NO, 44 anos,
casado, funcionrio pblico aposentado (invalidez), vive como arteso. Queda de moto (1983), fratura de L1,
tipo B, realizado tratamento conservador em outro servio, sem sucesso, foi submetido laminectomia
descompressiva. Apresentando piora progressiva e insidiosa da dor, foi submetido artrodese traco-lombar
com ganchos e hastes de forma inadequada para correo da fratura e enxerto insuficiente. Submetido a diversos
tratamentos sem sucesso evoluiu com dor e mielopatia progressiva, dficit motor e sensitivo especialmente em
MMII, bexiga neurognica e disfuno sexual. Admitido em nosso servio em agosto de 2007. Alguns aspectos
peculiares dificultavam seu tratamento: 1) o enxerto utilizado na 1 artrodese apresentava falha ao nvel da
fratura; 2) a consolidao do enxerto deformou a anatomia posterior encobrindo os pontos de referencias
naturais; 3) hastes e ganchos de ao promoviam artefatos na aquisio de imagem tomogrfica. Resultado:
Abordado inicialmente por via anterior com corpectomia e artrodese com falncia do sistema havendo
invaginao do Cage no corpo vertebral, progresso da cifose com aumento do ngulo de Cobb de 19 para 29.
A estratgia adotada para o tratamento definitivo por via posterior foi dividida em dois tempos. Primeiramente
removemos o implante posterior sendo necessria osteotomia extensa do osso enxertado. Concomitantemente
foram aplicados fiduciais em toda a extenso da rea de artrodese (mini-parafusos de titnio, utilizados em
cirurgias crnio-faciais), sobre as lminas das vrtebras da transio traco-lombar para servirem de referncia
aquisio volumtrica em exame posterior e adaptamos um colete de Putti no paciente para manter estabilidade
da coluna vertebral. Em seguida realizamos TAC com aquisio volumtrica T11-L3 e programamos cirurgia
para o dia seguinte. DISCUSSO: O tratamento deste paciente foi dificultado por mais de 20 anos de mal
manejo para seu tipo de fratura. Fiduciais prvios foram soluo para abordagem da anatomia dismrfica,
mostrando-se tcnica bastante eficaz para registro de imagem. CONCLUSO: Atravs da navegao, pudemos
realizar o tratamento definitivo do paciente, proporcionando melhora do dficit motor, marcha e principalmente
da dor, interrompendo o processo de desgaste local. A navegao guiada pelos fiduciais implantados foi o
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recurso que facilitou o melhor resultado, sendo opo vivel de abordagem. PALAVRAS-CHAVE:
neuronavegation, spine injure, spine surgery


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HEMORRAGIA INTRACEREBRAL ESPONTNEA: PROTOCOLO DE
ANLISE DE IMAGEM PARA MINIMIZAR DIFICULDADES
DIAGNSTICAS ENTRE SANGRAMENTO NEOPLSICO E
HIPERTENSIVO.
Daniel C. Kirchoff, Dierk F. B. Kirchoff, Luis P. Alves, Lorenza Pereira, Renato A. S. Ribeiro, Fbio A. F.
Okuda.

Servio de Neurocirurgia da Assistncia Neurolgica de So Bernardo, So Paulo (SP).

INTRODUO: A hemorragia intracraniana espontnea (HICE) pode ser a primeira manifestao clnica de
um tumor cerebral, cujas caractersticas sintomatolgicas e tomogrficas se assemelham a uma hemorragia
tpica por hipertenso arterial sistmica, dificultando e retardando um possvel diagnstico precoce para os
casos, sendo a definio dessa dvida de fundamental importncia para uma evoluo favorvel dos casos. A
HICE representa cerca de 10% das doenas cerebrovasculares. mais freqente na faixa etria dos 50 a 70 anos
de idade, predomina no sexo masculino sendo observado maior susceptibilidade na raa negra.1,2,3-4
MATERIAL E MTODO: A estatstica do servio de neurologia e neurocirurgia da Assistncia Neurolgica
de So Bernardo do Prof. Dr. Dierk Kirchhoff num perodo de 1979-2009 revela que num total de 3.697 casos
atendidos relacionados ao tema discutido, dos quais 2.255 casos de tumores e 1.444 casos de AVCHs, 101
doentes apresentaram tumores com sangramento e, destes, 26 doentes obtivemos dificuldade diagnstica entre
AVCH neoplsico e hipertensivo. RESULTADOS E DISCUSSO: As hemorragias intratumorais podem ser a
manifestao inicial de tumores enceflicos, sendo ela algumas vezes indistinguvel de AVCH tpico
(hipertensivo), tanto nas caractersticas clnicas quanto na imagem tomogrfica, dificultando o diagnstico. O
fato mostrado de o diagnstico poder ser retardado em at 02 anos, conforme literatura mostra a gravidade do
assunto, muitas vezes o tratamento final cirrgico com resseco do tumor. No nosso primeiro caso da srie, o
diagnstico se efetuou 90 dias aps o AVCH sendo prejudicado pelas caractersticas dbias dos exames
radiolgicos e por um anatomopatolgico que erroneamente diagnosticou avch/abscedado. CONCLUSO: Um
protocolo de avaliao detalhado das caractersticas de imagem dos AVCHs foi institudo no servio,
permitindo facilitar o diagnstico precoce de leses tumorais nos pacientes apresentados, evitando erro
diagnstico e atraso da teraputica adequada na maioria dos casos, beneficiando este conjunto de pacientes e por
vezes mudando seu prognstico e qualidade de vida. PALAVRAS CHAVES: AVCh, neoplsico e
hipertensivo.
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ASPECTOS ANATOMO-FUNCIONAIS DA CIRURGIA DO LBULO
PARIETAL INFERIOR DOMINANTE: CONTRIBUIO DA ESTIMULAO
CEREBRAL DIRETA.
Igor Lima Maldonado, S. Moritz-Gasser, N. Menjot De Champfleur, A. Bonafe, H. Duffau.

CHU Montpellier, Montpellier (Frana).

INTRODUO E OBJETIVOS: A cirurgia parenquimatosa prxima juno temporo-parietal do hemisfrio
dominante um desafio para o cirurgio dada a relativa densidade de reas eloqentes sensoriais e de
linguagem. Neste estudo, revisitamos os aspectos anatomo-funcionais da cirurgia do lbulo parietal inferior
(IPL) a partir dos resultados de cartografias obtidas durante estimulao cerebral direta. MATERIAL E
MTODOS: Cartografias motoras, sensoriais e de linguagem de quatorze pacientes operados para gliomas grau
II ou III OMS do IPL foram reconstitudas baseando-se em pontos de referncia anatmicos, imagens de
ultrassonografia per-operatria e de ressonncia nuclear magntica pr e ps-operatria. RESULTADOS: A
rea sensitiva primria do giro ps-central (GPC) limitou a resseco anteriormente em todos os casos. Menos
freqentemente, interrupo do discurso ou problemas articulatrios foram observados na sua poro inferior,
prximo ao oprculo parietal (n=4). Os limites nfero-laterais foram determinados por padres variados de reas
eloqentes da linguagem, sendo a anomia a resposta mais observada (n=9) no tero posterior do giro temporal
superior (e/ou mdio) na rea de Wernicke. Os limites superiores da resseco corresponderam sobretudo aos
limites morfolgicos do tumor evidenciados na ultrassonografia. No nvel subcortical, distrbios articulares
foram as respostas mais induzidas, pela estimulao da substncia branca opercular (n=11), o que corresponde
anatomicamente ao segmento ventral da poro horizontal do feixe longitudinal superior(SLF III).
Profundamente, na regio correspondendo poro pstero-suprior do feixe arqueado, parafasias fonmicas
foram a mais freqente resposta (n=12). CONCLUSES: As variaes individuais so importantes e nenhum
padro rgido pode ser estabelecido no nvel cortical, especialmente para a linguagem. Contudo, certo nmero
de respostas funcionais so mais prevalentes, reprodutveis, e limitam a resseco: stios sensitivos no GPC,
anteriormente; da linguagem na poro pstero-superior do lobo temporal, inferiormente; distrbios
articulatrios na substncia branca opercular, formando a parede ntero-inferior da cavidade operatria (SLFIII)
e parafasias fonolgicas na profundidade da substncia branca (fibras arqueadas). PALAVRAS-CHAVE:
inferior parietal lobule, functional anatomy, temporoparietal junction.


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NEUROCISTICERCOSE: UM PROBLEMA ATUAL DE SADE PBLICA
COM IMPORTANTES IMPLICAES NEUROLGICAS. RELATO DE UM
CASO.
Macdo B.S.; Tavares J.R.; Vasconcelos L.D.; Bandeira C.K.; Vidal C.H.; Mariz M.P.; Pessoa L.A.

Hospital Getulio Vargas Servio de Neurocirurgia, Pernambuco (PE)

INTRODUO: A cisticercose a infeco parasitria mais comum do SNC e a causa mais comum de
epilepsia adquirida em pases em desenvolvimento. A doena ocorre quando humanos se tornam o hospedeiro
intermedirio do estgio larval da Taenia solium. Uma das formas de aquisio se d aps ingerir alimentos ou
gua contaminada com fezes humanas contendo ovos ou progltides grvidas. Dentre os tipos de envolvimento
neurolgico podemos citar os cistos gigantes (dimetro > 50mm) cuja principal localizao situa-se no
parnquima cerebral e podem cursar com importantes repercusses clnicas como convulses e dficits focais.
OBJETIVOS: Relatar um caso de paciente cuja imagem radiolgica evidenciava leso cstica de grandes
dimenses, com diagnstico patolgico confirmado aps interveno neurocirrgica. MATERIAL E
MTODO: Paciente de 69 anos, masculino, procedente do interior de Pernambuco, com histria de crise
convulsiva e desorientao recentes. Familiares relatavam alterao comportamental subaguda (agressividade).
Ao exame neurolgico apresentava afasia de conduo e hemiparesia direita incompleta. RM de encfalo com
contraste evidenciou formao expansiva extra-axial com epicentro na regio sylviana esquerda, medindo
aproximadamente 62mm na sua maior dimenso. Anlise sorolgica do LCR foi positiva para cisticercose. O
paciente foi inicialmente conduzido com tratamento medicamentoso (albendazol 15mg/kg/dia) durante 3 meses
sem melhora clnica ou radiolgica. Posteriormente foi submetido a drenagem cirrgica do cisto, tendo sido
observado remisso da sintomatologia prvia. RESULTADOS: Material histopatolgico enviado para anlise
confirmou a hiptese de neurocisticercose. CONCLUSO: A neurocisticercose um problema atual, que
merece destaque ainda maior nas reas menos desenvolvidas do pas. Sua forma de aquisio demonstra que sua
incidncia est diretamente relacionada a condies sanitrias precrias. uma importante causa de epilepsia e
pode tambm cursar com dficits focais. O tratamento medicamentoso nem sempre eficaz e possvel que
haja a necessidade de submeter o paciente a interveno neurocirrgica, til tambm para estabelecer o
diagnstico. PALAVRAS CHAVE: Neurocisticercose; doenas endmicas; epilepsia.


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PERFIL EPIDEMIOLGICO EM SRIE DE 149 CASOS DE TRAUMATISMO
CRANIOENCEFLICO NO CEAR.
Galeno Vieira Rocha; Catharine Louise Melo Arajo; Luiz Severo Bem Junior; Walber de Oliveira Mendes;
Calos Cezar Sousa de Lira; Carlos Vincius Mota de Melo

Universidade Federal do Cear, Fortaleza (CE).

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INTRODUO: O traumatismo cranioenceflico (TCE) uma condio de grande freqncia na prtica
neurocirrgica. Adicionalmente, tem grande impacto social devido a incidncia de bitos e incapacidades, sendo
responsvel por uma mortalidade entre 14 e 30 mortes em 100.000 anuais nos EUA. Entre as principais causas,
podem ser citadas os acidentes com meios de transporte, agresses fsicas, ferimentos por armas de fogo (FAF),
e quedas. O aspecto morfolgico visto em tomografia de crnio de grande importncia para a conduta
teraputica, visto que o quadro clnico inicial pode deteriorar-se rapidamente. OBJETIVO: Analisar a
prevalncia das circunstncias causadoras, sexo, leses visveis tomografia, e a presena de incapacidade.
MATERIAIS E MTODOS: Estudo do tipo transversal, exploratrio, quantitativo e retrospectivo realizado
por meio de anlise de pronturios de 2008 a 2011 em hospital de referncia em trauma no Estado do Cear.
RESULTADO: Em uma srie de 149 pacientes, eram do sexo masculino 75,17%. A causa mais comum de
TCE foram acidentes envolvendo motocicleta com 44,29% dos relatos. Em seguida, esto agresso fsica
(10,74%), atropelamento (6,71%), FAF e queda de altura ambos com 5,37%, e queda da prpria altura (4,7%).
A prevalncia das leses apresentadas em tomografia distribuiu-se em: contuso cerebral e hematoma
extradural, ambos com 34,9% dos casos, fraturas de calota e base de crnio (27,52%), hematoma subdural
(22,15%), pneumoencfalo (8,72%) e hemorragia subaracnidea traumtica (8,05%). Quanto s incapacidades
observadas alta, apresentavam monoplegia/paresia 14,76%, hemiplegia/paresia 5,37% e tetraplegia/paresia
2,01% e 74,5% no apresentavam dficit motor apendicular grosseiro. CONCLUSES: Os principais
envolvidos no TCE foram pacientes do sexo masculino, mostrando-se os acidentes com motocicleta de grande
prevalncia na realidade cearense. Em conjunto com a contuso cerebral, o hematoma extradural foi a leso
mais freqente, o que discorda da literatura, que mostra prevalncia de 0,5%. A monoplegia foi a incapacidade
de maior incidncia. PALAVRAS-CHAVE: Craniocerebral Trauma, Traffic Accidents, Emergency Medicine.


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MENINGEOMA PS-RADIOTERAPIA: RELATO DE CASO E REVISO DE
LITERATURA.
Johnni Oswaldo Zamponi; Sergio Fernando Zuniga; Marcelo Taira Kashiwagi; Johnni O. Zamponi Junior.

Instituto do crebro e da coluna, Maring (PR).

INTRODUO E OBJETIVOS: Os meningeomas so tumores benignos originados de clulas da aracnide e
representam os tumores intracranianos assintomticos mais comuns. Este tipo de neoplasia pode surgir aps
irradiao do crnio, utilizada para leses do escalpo ou intracranianas. O perodo de latncia entre a exposio
radiao e a deteco do tumor, varia inversamente com a dose de radiao. Comparados aos meningeomas
no induzidos por radiao, esses so biologicamente mais agressivos, apresentando-se histologicamente com
maior nmero de atipias, sendo tambm mais provvel sua recorrncia, bem como sua mltipla localizao.
Apesar de serem situaes raras, o aumento da sobrevida de pacientes com doenas neoplsicas enceflicas e o
amplo uso da radioterapia, favorecem o aumento de sua freqncia. O objetivo desse trabalho de relatar um
caso de meningeoma aps tratamento radioterpico. MATERIAIS E MTODOS: Relata-se um caso de um
paciente feminino de 38 anos, que em maro de 1992 apresentou queixa de cefalia, dificuldade de
deambulao, diplopia, nuseas e vmitos de inicio h 30 dias, com piora progressiva. Estudos de imagem
mostraram leso talmica esquerda, que aps a realizao de uma craniotomia e resseco da leso, foi
submetido a exame antomo-patolgico que mostrou tratar-se de astrocitoma. Recebeu tratamento radioterpico
convencional complementar sendo encaminhada para seguimento ambulatorial. Em maio de 2008, apresentou
importante cefalia, foi realizado ento estudos com tomografia computadorizada que evidenciaram um
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volumoso processo expansivo em poro lateral do lobo temporal direito. Foi realizada outra craniotomia e
exrese da neoplasia, com resseco completa, a qual atravs do exame antomo-patolgico mostrou-se tratar de
um meningeoma atpico. RESULTADOS: Paciente apresentou melhora do quadro neurolgico aps resseco
da leso. CONCLUSO: A maioria dessas neoplasias apresentam um curso benigno, embora vrias cirurgias
podem vir a serem necessrias. O tratamento para esses pacientes deve ser individualizado, com os
acompanhamentos necessrios ao longo da vida. PALAVRAS-CHAVE: Meningeoma, radioterapia.


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EPENDIMOMA DE FOSSA POSTERIOR: RELATO DE CASO E REVISO DE
LITERATURA.
Johnni Oswaldo Zamponi; Sergio Fernando Zuniga; Marcelo Taira Kashiwagi; Johnni O. Zamponi Junior.

Instituto do Crebro e da Coluna, Maring (PR).

INTRODUO E OBJETIVOS: Os ependimomas so tumores raros compostos por clulas ependimrias
neoplsicas, manifestando-se predominantemente em crianas e adultos jovens, correspondendo 6 9% dos
tumores intracranianos. Estas neoplasias tendem a crescer de forma relativamente lenta, e podem se espalhar
para outras partes do crebro, principalmente quando localizados em fossa posterior. Os sintomas produzidos
por ependimomas dependem da localizao do tumor, estas neoplasias so tipicamente encontradas em trs
locais principais: em fossa posterior, em regio supratentorial e em medula espinhal. Em adultos,
aproximadamente 77% dos ependimomas surgem dentro do canal espinhal, sendo raros nessa faixa etria na
regio de quarto ventrculo. Como o desenvolvimento de ependimomas em adultos em regio de fossa posterior
raro, esse trabalho tem como objetivo descrever um caso de ependimoma em regio infra-tentorial em um
paciente de 55 anos e realizar uma reviso de literatura sobre o assunto. MATERIAIS E MTODOS:
descrito um caso de um paciente feminino, 55 anos, com queixa inicial de cefalia e vmitos, cuja investigao
realizada por ressonncia magntica demonstrou ser uma leso em fossa posterior. Paciente foi submetida a
procedimento cirrgico, com resseco total da leso e antomo-patologico revelando ser ependimoma.
RESULTADOS: O tratamento cirrgico da leso foi importante para melhora do quadro neurolgico.
CONCLUSO: Muitos estudos tm sido publicados ao longo dos anos, porm, o manuseio desses pacientes
ainda controverso. Cirurgia isolada ou em combinaes de resseco com quimioterapia e radioterapia tm
sido propostas como formas de tratamento. Embora a cirurgia tem um papel bem estabelecido, os procedimentos
de tratamento adjuvante ainda so incertas. PALAVRA-CHAVE: ependimoma, fossa posterior.
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EFEITOS DA CRANIOPLASTIA EM PACIENTES SUBMETIDOS
HEMICRANIECTOMIA DESCOMPRESSIVA: AVALIAO FUNCIONAL E
DA HEMODINMICA CEREBRAL
Arthur Maynart P. Oliveira, Almir F. Andrade, Edson Bor Seng Shu, Robson L. O. Amorim, Juliana R. Lacerda,
Fernanda Coelho, Vanessa T. Gonalves, Fbio R. Freire, Gabriel S. Gattas, Renato Anghinah, Manoel J.
Teixeira

Hospital das clnicas da faculdade de medicina da USP, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: Pacientes submetidos hemicraniectomia descompressiva, com largos
defeitos sseos acabam sofrendo tardiamente influncia de alteraes funcionais e comprometimento
neurolgico descrito como sndrome do flap afundado. a avaliao de mudanas na hemodinmica cerebral e
alteraes cognitivas aps cranioplastia podem ser identificadas pela tomografia perfuso (TCP), doppler trans
craniano (DTC) e avaliao neuropsicolgica. nosso objetivo avaliar pacientes submetidos cranioplastia no
pr e ps-operatrio, atravs de exame neurolgico detalhado e seguimento neuropsicolgico e correlacionar
com achados da TCP e DTC. CASUSTICA E MTODOS: foram avaliados dez pacientes submetidos
cranioplastia. Todos os pacientes realizaram avaliao neurolgica minuciosa, dtc, avaliao neuropsicolgica e
tcp no pr e ps-operatrio. RESULTADOS: em relao s alteraes hemodinmicas cerebrais ocorreu uma
melhora global da perfuso cerebral no ps-operatrio. o dtc mostrou uma mdia da velocidade na artria
cerebral mdia de 69 cm/s no lado operado evoluindo para 76cm/s no ps-operatrio sem apresentar variao
significativa nas velocidades da artria cartida homolateral antes e aps a cirurgia. na tomografia perfuso o
fluxo sanguneo cerebral obteve uma variao mdia de 33,91 (ml/100g/min) para 42,26 (ml/100g/min) no lado
operado e 39,04 para 51,4 no lado no operado ates e aps a cirurgia respectivamente. o tempo de trnsito mdio
foi de 13,33 (seg) no lado operado antes da cirurgia para 8,05 (seg) no ps ooperatrio. CONCLUSES:
trabalhos anteriores mostram uma melhora da dinmica cerebral aps a cranioplastia, com at 32% de melhora
da velocidade de fluxo no lado operado e melhora de at 14% do metabolismo cerebral em tomografia com
emisso de psitrons. nosso trabalho est mostrando melhora bilateral da perfuso cerebral com melhora de
10,1% na velocidade de fluxo e 19,75% no fluxo sanguneo cerebral, reduo importante do tempo de trnsito
mdio e melhora na resposta a testes neuropsicolgicos. PALAVRA-CHAVE:. hemicraniectomia
descompressiva, cranioplastia, hemodinmica cerebral.


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ANEURISMAS CEREBRAIS CONGNITOS EM ADULTOS JOVENS,
RELATO DE EXPERINCIA DE 2 ANOS DO HOSPITAL SO VICENTE DE
AULA JOO PESSOA-PB E REVISO DA LITERATURA.
Claudio Emmanuel Gonalves da Silva Filho, Ednaldo Queiroga Filho, Livia Pinheiro, Carlos Pereira da Silva
Neto

Acadmico do curso de Medicina da Faculdade de Medicina Nova Esperana. Neurociorugio e professor da
Faculdade de Medicina Nova Esperana
Faculdade de Medicina Nova Esperana, Hospital So Vicente de Paulo, Joo Pessoa (PB).

INTRODUO E OBJETIVOS: Os aneurismas intracranianos so malformaes, congnitas ou adquiridas,
que acometem entre 2-5% da populao mundial, tendo uma grande variao com relao a faixa etria,
tamanho, localizao e condies associadas. Com relao a faixa etria uma patologia mais comum aps a
terceira dcada de vida e incomum ate a segunda dcada. O objetivo do nosso estudo foi realizar um
levantamento dos casos de aneurismas intracranianos congnitos que foram admitidos no hospital So Vicente
de Paula, observando o numero de casos em adultos jovens, menores que 25 anos, e confrontar com os dados
encontrados na literatura atual. MATERIAIS E MTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo de carter
documental realizado atravs dos pronturios dos pacientes examinados no Hospital So Vicente de Paula com
diagnstico de Aneurisma intracraniano congenito e submetidos a tratamento endovascular no perodo de agosto
de 2010 a janeiro de 2011 e na literatura pertinente ao tema em destaque nos ltimos 30 anos de artigos
publicados online nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs, aquela tendo sido realizada. RESULTADO E
CONCLUSES: Foram admitidos 191 pacientes com o diagnostico de aneurisma intracraniano congenito,
sendo 3(1,57%) destes casos com menos de 25 anos. Todos esses 3 casos apresentaram ruptura espontnea do
aneurisma com hemorragia subaracnidea tomografia de crnio. Todos os aneurismas eram pequenos.
PALAVRAS-CHAVE: Aneurisma Cerebral Jovem.


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TRATAMENTO ENDOVASCULAR DE FSTULA PIAL NO PRIMEIRO
SEMESTRE DE VIDA
Mauricio Jory, Paulo Puglia Jr, Michel Eli Frudit, Arthur Cukiert, Fabiano R. Rivau, Pablo R. Saa

Hospital Brigadeiro, So Paulo (SP).

INTRODUO: As fstulas piais so um tipo de malformao arteriovenosa caracterizadas pela comunicao
direta dos sistemas arterial com o venoso sem a interposio de um nidus plexiforme encontrado nas
malformaes piais clssicas. Podem ser supra ou infratentoriais, sendo as primeiras mais frequentes no sexo
masculino, com idade mdia de apresentao de 2 anos de vida. As manifestaes clnicas nesses casos incluem
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insuficincia cardaca, crises epilpticas e macrocrania. RELATO DO CASO: masculino, 4 meses,
apresentando quadro de crises epilpticas e hipotonia desde o nascimento. Foi investigado com tomografia de
crnio que evidenciou imagem de estrutura vascular bastante dilatada na convexidade occipital esquerda,
associada a atrofia do parnquima cerebral. As crises foram controladas com fenitona. O paciente realizou
angiografia cerebral que evidenciou fstula pial atravs da artria cerebral posterior esquerda que apresentava
trs comunicaes diretas com coletor venoso nico bastante ectasiado que drenava para o seio lateral, havendo
ainda irrigao por um ramo da artria cerebral mdia. Optado pelo tratamento endovascular que foi realizado
por puno femoral e embolizao da leso com adesivo tissular acrlico, obtendo-se a obliterao completa das
fstulas com uma nica injeo. O ramo da artria cerebral mdia no foi abordado, porm dele restou apenas
fluxo residual para a fstula. CONCLUSO: O tratamento endovascular das fstulas piais eficaz, podendo ser
realizado no primeiro semestre de vida.PALAVRAS-CHAVE: tratamento endovascular, fstula pial


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MENINGEOMA SECRETOR COM EXTENSO EDEMA PERIFOCAL: UM
RELATO DE CASO.
Rui Davila, Marco Antonio Stefani, pio Claudio M. Antunes, Betina Katz, Leonardo Vedolin.

Hospital de Clnicas de Porto Alegre. Porto Alegre (RS).

INTRODUO E OBJETIVOS: Meningeoma secretor (MS) um tumor de origem aracnide, de curso
benigno e comumente localizado na convexidade frontal e asa do esfenide. Independentemente do tamanho,
costuma apresentar intenso edema perifocal. Sua freqncia varia entre 1,1-9,3% em diferentes sries.
Objetivamos descrever um caso de MS, abordando aspectos radiolgicos, diagnsticos e prognsticos.
MATERIAIS E MTODOS: Apresentamos o caso de um paciente de 51 anos, com histria de cefalia e
dificuldade para falar h seis meses. Tomografia Computadorizada (TC) mostrou leso em asa de esfenide,
medindo 3.0 cm e com extenso edema perifocal. Ressonncia Magntica (RM) demonstrou leso extra-axial
(em asa de esfenide) isointensa em T1 e T2, bem demarcada dos tecidos circunjacentes, com intensa
impregnao por contraste e ampla implantao dural. O exame antomo-patolgico mostrou um meningioma
com caracterstica tipicamente secretora. RESULTADOS: A conduta adotada foi a craniotomia fronto-parietal
esquerda e resseco Simpson I, com colocao de flap sseo em parede abdominal, em funo do intenso grau
de edema observado no trans-operatrio. O paciente fez uso de cortico-esterides por dois meses, procedendo-se
cranioplastia. A RM ps-operatria no evidenciou tumor residual, edema ou efeito expansivo. A evoluo
ocorreu com recuperao completa e sem dficits neurolgicos. CONCLUSO: Em exames radiolgicos, o
MS apresenta formato nodular, com margens regulares ou lobuladas e bem demarcadas dos tecidos
circunjacentes. RM e TC so muito teis no diagnstico. Contudo, RM permite melhor avaliao dos limites do
edema que TC. Atravs da neuroimagem possvel classificar o edema em 3 graus, sendo o grau III o mais
extenso e freqente. A formao de edema provavelmente multifatorial. H diversas teorias que buscam
explic-lo, como fenmeno secretrio-excretrio, infiltrao de mastcitos, expresso de VEGF, entre outras.
MS apresenta caracteristicamente longo perodo livre de recorrncia. O diagnstico correto importante para
evitar radioterapia e/ou quimioterapia desnecessrias. PALAVRAS-CHAVE: meningioma, edema,
neuroimaging.
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ENDOMETRIOSE DE NERVO CITICO: RELATO DE CASO.
Rui Davila, Alice B. Teixeira, Luciele Stochero, Luciele Alberton, Sofia Bezerra, Alcia C. B. Romero, Carlos
Eduardo da Silva, Paulo E. P. Freitas.

Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre (RS).

INTRODUO E OBJETIVOS: Endometriose uma patologia comum que afeta 5-10% das mulheres
frteis. Pode acometer diversos rgos, tais como ovrio, pulmo, apndice e outros. Endometriose do nervo
citico uma apresentao rara desta doena, manifestando-se clinicamente por ciatalgia cclica, parestesia e
fraqueza muscular com hiporreflexia. Objetivamos descrever um caso de endometriose do nervo citico,
realizando breve reviso da literatura. MATERIAIS E MTODOS: Apresentamos o caso de paciente
feminina, 26 anos, branca, com histria de dor e fraqueza intensa em membro inferior esquerdo com evoluo
de nove anos. Os sintomas se agravavam durante o perodo menstrual. Ao exame fsico, apresentava paresia
dorsiflexo do p esquerdo. Foi realizada Ressonncia Magntica (RM) que evidenciou processo expansivo na
topografia do nervo citico esquerdo. RESULTADOS: Realizou-se exrese microcirrgica da leso cstica no
nervo citico esquerdo, com exame antomo-patolgico compatvel com endometrioma. A paciente evoluiu sem
intercorrncias no ps-operatrio. No acompanhamento ambulatorial ps-operatrio, persistiu a queixa de
ciatalgia esquerda e paresia dorsiflexo do p. A RM controle ps-operatria no apresentou sinais de
recidiva, com processo cicatricial. A eletroneuromiografia (ENMG) evidenciou sinal desnervatrio subagudo.
CONCLUSO: A ocorrncia de tecido endometrial na raiz nervosa uma variao rara de endometriose, sendo
o sintoma tpico a ciatalgia relacionada ao perodo menstrual, com intervalos de ausncia de dor, cada vez mais
curtos, tornando-se constante com a evoluo da leso. O dano ao nervo presumidamente devido cclica
inflamao causada pela hemorragia dentro do tecido endometrial. Exames complementares como, RM e
ENMG podem sugerir fortemente o diagnstico, porm o padro-ouro consiste no exame anatomopatolgico. O
tratamento da endometriose envolve controle da dor com analgsicos no-esterides, seguido de resseco
cirrgica das leses ou supresso hormonal da atividade das leses. O diagnstico e o tratamento precoce so
muito importantes para minimizar a severidade do dano ao nervo. PALAVRAS-CHAVE: Endometriosis,
Sciatica, Neurosurgery.


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TRATAMENTO ENDOVASCULAR DO ANEURISMA INTRACRANIANO
NO-ROTO ASSISTIDO PELO STENT NEUROFORM: RESULTADOS
IMEDIATOS E A MDIO PRAZO DE UMA SRIE DE 68 PACIENTES.
Igor Lima Maldonado, P. Marchi, V. Costalat, T. Mura, A. Bonafe.

CHU Montpellier, Montpellier (Frana).

INTRODUO E OBJETIVOS: A utilizao de stents intracranianos auxilia no tratamento endovascular de
aneurismas de colo largo, tendo como objetivo a reconstruo do eixo arterial patolgico. Neste estudo,
analizamos os resultados a curto e mdio prazo aps utilizao do sistema Neuroform em associao
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embolizao. MATERIAL E MTODOS: Pronturios de pacientes tratados de aneurismas cerebrais no-
rotos, utilizando um ou mais stents Neuroform, entre junho de 2003 e setembro de 2007, foram revistos a partir
de uma base de dados informatizada. Foram estudadas as caractersticas populacionais, a ocorrncia de
complicaes, os resultados morfolgicos imediatos, e a 6, 18 e 36 meses. RESULTADOS: Sessenta e oito
pacientes foram tratados, apresentando 76 aneurismas, a maioria na circulao anterior. Houve cinco casos
(6,6%) de trombose in situ aps implantao do stent (um com dficit neurolgico permanente), um caso de
deslocamento per-operatrio com hemorragia e cinco casos (6,6%) de dficits neurolgicos transitrios
relacionados a eventos tromboemblicos. A taxa de morbimortalidade ao final do perodo de hospitalizao foi
de 2,9%. Um paciente apresentou uma trombose intra-stent tardia e trs outros estenoses silenciosas. Vinte e
quatro aneurismas (31,6%) foram completamente ocludos na primeira sesso de embolizao. Contudo, um
aumento importante na taxa de ocluso foi observado. Quarenta e quatro dos 68 aneurismas (64,7%)
examinados aos 18 meses e 26 dos 46 (56,5%) aos trs anos mostravam uma ocluso completa. Ao final do
estudo, um colo remanescente estava presente em seis aneurismas (13%), e um saco residual em 7 (15,2%).
Seguimento mdio: 25, 7 meses. CONCLUSES: O presente estudo demonstra a relativa segurana e
viabilidade da tcnica de embolizao assistida pelo sistema Neuroform para aneurismas de colo largo. Os
resultados aparentam ser superiores queles obtidos com tcnicas convencionais empregando apenas coils. Os
resultados morfolgicos melhoram com o tempo dada a trombose progressiva do aneurisma. PALAVRAS-
CHAVE: aneurysm, stent, angiography.


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PARAPLEGIA CAUSADA POR ABSCESSO EPIDURAL RAQUIDIANO.
Amauri Pereira da Silva Filho, Holanda L. F., Holanda R. R., Pereira B. J. A., Holanda G. N., Silva Filho A. P.,
Segundo J. C. L., Porto M. W. S., Eugnio P. V. O.

Hospital Antonio Targino, Campina Grande (PB).

INTRODUO: Abscesso peridural uma condio clnica rara e sua ocorrncia aps realizao de anestesia
peridural, com ou sem colocao de cateter, ainda mais incomum fato constatado pelas poucas descries na
literatura. Se no tratada, a infeco supurativa em expanso no espao epidural espinal afeta a medula espinhal,
produzindo sintomas sensoriais e sinais, disfuno motora e, por fim, paralisia e morte. OBJETIVOS:
Apresentar um caso sobre abscesso peridural raquidiano. Materiais: reviso do caso e literatura mdica.
MTODOS: Homem, 59 anos, vendedor, com queixa de sbita paraplegia de membros inferiores h 24 horas.
Relatava que h trs semanas, foi submetido exrese de trs ndulos hepticos, sob anestesia peridural com
colocao de cateter peridural com o qual permaneceu por trs dias, depois da retirada apresentou sada de
secreo lquido-serosa no local da puno, associada a dor local que no irradiava. Procurou um mdico que
prescreveu antibioticoterapia sistmica e recomendou curativos dirios. Sem sucesso, evoluindo com sbita
paraplegia de membros inferiores. Nega perda ponderal, quadro infecioso prvio, diabetes, hipertenso,
tireodiopatia ou cardiopatias, etilismo e tabagismo e qualquer outra queixa. Ao exame EGRegular, afebril,
anictrico, com leso em regio dorso lombar, com sinais flogsticos. Paraplegia em membros inferiores e fora
muscular grau 5 em membros superiores. Arreflexia patelar e aquileu bilateralmente. Lasegue positivo
bilateralmente. Nvel sensitivo de hipoestesia ttil dolorosa em T8. Supem se tratar de um quadro sindrmico
de compresso medular com topografia em T8. Sendo solicitada ressonncia magntica da coluna dorso lombar
evidenciando coleo extensa epidural posterior de contedo espesso e com septaes de permeio, estendendo
se do nvel de D7-D8 ate L2-L3, destacando se uma rea de alterao de sinal RM em meio ao parnquima
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medular ao nvel de D8, que pode corresponder zona de edema ou mielomalcia incipiente. De acordo com os
dados clnicos e radiolgicos foi feita a proposio de laminectomia de emergncia e o material enviado para
cultura e antibiograma. Resultados: Foi mantido regime de antibioticoterapia, inicialmente venosa com
vancomicina e cefepima, sendo o tratamento continuado por cinco semanas. O paciente apresentou melhora da
dor no ps-operatrio. Houve modesta regresso do dficit motor com paciente apresentando fora muscular em
membros inferiores de grau 2. CONCLUSES: A equipe mdica continuou acompanhamento ambulatorial,
sempre com melhoras clnicas corrobora com conduta da equipe, quanto a indicao cirrgica, e tambm com
relao ao seguimento do mesmo. .PALAVRAS CHAVE: Epidural, Laminectomia, abscesso.


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UTILIZAO DO SF-36 NA AVALIAO DA QUALIDADE DE VIDA
RELACIONADA A PACIENTES ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR
ENCEFLICO: REVISO DE LITERATURA.
Lucila Corsino de Paiva; Quinidia Lcia Duarte de Almeida Quith de Vasconcelos; Rhayssa de Oliveira e
Arajo; Gilson de Vasconcelos Torres. Eneluzia Lavyynya Corsino de Paiva China4; Tecia Karla Gomes
Vitorino5.

1.Mestre em Enfermagem/Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Membro do grupo de pesquisa Enfermagem
Clnica. 2. Acadmica de Enfermagem/UFRN, Bolsista de pesquisa voluntria, Membro do Grupo de Pesquisa
Enfermagem Clnica. 3. Doutor em Enfermagem, coordenador do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da UFRN
e coordenador do Grupo de pesquisa Enfermagem clnica. 4. Eneluzia Lavynnya Corsino de Paiva China, Fonoaudiloga,
Especialista em Enfermagem do Trabalho. 5 Biloga, Enfermeranda da FATERN.
Hospital Universitrio Onofre Lopes - UFRN, Natal (RN).

INTRODUO: A Organizao Mundial de Sade define o Acidente Vascular Enceflico (AVE) como uma
sdrome de rpido desenvolvimento, com sinais clnicos de perturbaes focal e global da funo cerebral,
ultrapassando 24 horas de durao, podendo evoluir ao bito e de susposta origem vascular. Conforme a
localizao da leso, o tamanho da rea de perfuso inadequada e a quantidade de fluxo sanguneo colateral, o
AVE gera inmeras variedades de dficits neurolgicos. Diante de tais sequelas, o acidente vascular enceflico
a doena mais incapacitante, gerando prejuzos significativos na qualidade de vida (QV) dos indivduos.
OBJETIVO: identificar na literatura cientifica nacional a utilizao do SF-36 na avaliao da qualidade de vida
relacionada a pacientes acometidos por acidente vascular enceflico. MTODOS: Reviso de literatura
realizada em Janeiro de 2011, nas bases de dados da BIREME utilizando os descritores qualidade de vida (QV)
e acidente vascular enceflico (AVE), sendo selecionados 3 estudos no LILACS. Na base de dados Google
Acadmico, foram selecionados 13 estudos, usando como descritores: qualidade de vida, AVE e SF-36. Os
critrios de incluso foram: serem publicados nos ltimos dez anos, focalizar o objeto de estudo e estar
disponvel em texto completo e de acesso livre. RESULTADOS: Dos 16 estudos pesquisados, 81,25% estavam
localizados no Google Acadmico e 18,75% no LILACS. Predominou artigos no ano de 2007 (25%); os
peridicos Arquivos de Neuropsiquiatria e Cincia, Sade Coletiva foram os que mais abordaram o tema
(12,5% cada). Quanto a aplicabilidade, a maioria no relatou dificuldade 48,3%. CONCLUSO: Por ser um
instrumento que avalia as alteraes da qualidade de vida, o SF-36 vem sendo aplicado em pacientes acometidos
por AVE e principalmente em outras doenas crnicas. PALAVRAS CHAVE: Descritores: Acidente Vascular
Enceflico. Qualidade de Vida e SF-36.
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CRISES INDUZIDAS POR ESTIMULAO CEREBRAL PROFUNDA (ECP):
RELATO DE CASO
A Cukiert, JA Burattini, AM Lima, CM Cukiert, C Baise, M Argentoni-Baldochi, CR Forster, VA Mello.

Programa de Cirurgia de Epilepsia, Hospital Brigadeiro, Sao Paulo (SP).

INTRODUO: ECP tem sido utilizada no tratamento de epilepsia refratria. Alvos profundos, corticais e o
hipocampo tem sido utilizados. O hipocampo a estrutura cortical mais epileptognica, e sua remoo em
pacientes portadores de esclerose mesial leva abolio das crises na maioria dos pacientes. Os efeitos da
estimulao hipocampal nas crises ainda pouco conhecido. Relatamos um paciente em quem a ECP pode
reproduzir as crises habituais do paciente. RELATO DE CASO: S., 38 anos, era portador de epilepsia desde os
12 anos de idade. Possua crises parciais complexas dirias. EEG interictal e ictal sugeriam incio temporal
esquerdo; a RMN demonstrava hemiatrofia do hemisfrio cerebral direito. Foi submetido ao implante bilateral
do hipocampo para ECP, com conexo do gerador no mesmo tempo cirrgico. Aps incio da estimulao do
hipocampo esquerdo, apresentou reduo de 70% das crises (2.0V, 130Hz, 300usec). Com o incremento da
voltagem acima de 3.5V, o mesmo apresentava uma crise tpica no momento da modificao da intensidade,
bem como uma piora da freqncia das crises no seguimento. DISCUSSO: At onde tenhamos conhecimento,
esta a primeira vez que se demonstra a ocorrncia de uma crise habitual em um paciente submetido a ECP do
hipocampo. Este deve ser o paciente ideal para tentarmos definir os melhores parmetros para ECP no futuro.
PALAVRAS-CHAVE: crises induzidas, estimulao cerebral profunda.


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INTRAOPERATIVE NEUROPHYSIOLOGICAL RESPONSES IN EPILEPTIC
PATIENTS SUBMITTED TO HIPPOCAMPAL AND THALAMIC DEEP BRAIN
STIMULATION
A Cukiert, JA Burattini, AM Lima, CM Cukiert, C Baise, M Argentoni-Baldochi, CR Forster, VA Mello.

Programa de Cirurgia de Epilepsia, Hospital Brigadeiro, Sao Paulo (SP).

PURPOSE: Deep brain stimulation (DBS) has been used in an increasing frequency for treatment of refractory
epilepsy. Acute deep brain macrostimulation intraoperative findings were sparsely published in the literature.
We report on our intraoperative macrostimulation findings during thalamic and hippocampal DBS implantation.
METHODS: Eighteen patients were studied. All patients underwent routine pre-operative evaluation that
included clinical history, neurological examination, interictal and ictal EEG, high resolution 1.5T MRI and
neuropsychological testing. Six patients with temporal lobe epilepsy were submitted to hippocampal DBS (Hip-
DBS); 6 patients with focal epilepsy were submitted to anterior thalamic nucleus DBS (AN-DBS) and 6 patients
with generalized epilepsy were submitted to centro-median thalamic nucleus DBS (CM-DBS). Age ranged from
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9 to 40 years (11 males). All patients were submitted to bilateral quadripolar DBS electrode implantation in a
single procedure, under general anesthesia, and intraoperative scalp EEG monitoring. Final electrode`s position
was checked postoperatively using volumetric CT scanning. Bipolar stimulation using the more proximal and
distal electrodes was performed. Final standard stimulation parameters were 6Hz, 4V, 300usec (low frequency
range: LF) or 130Hz, 4V, 300usec (high frequency range: HF). KEY FINDINGS: Bilateral recruiting response
(RR) was obtained after unilateral stimulation in all patients submitted to AN and CM-DBS using LF
stimulation. RR was widespread but prevailed over the fronto-temporal region bilaterally, and over the
stimulated hemisphere. HF stimulation led to background slowing and a DC shift. The mean voltage for the
appearance of RR was 4V (CM) and 3V (AN). CM and AN-DBS did not alter inter-ictal spiking frequency or
morphology. RR obtained after LF Hip-DBS was restricted to the stimulated temporal lobe and no contralateral
activation was noted. HF stimulation yielded no visually recognizable EEG modification. Mean intensity for
initial appearance of RR was 3V. In 5 of the 6 patients submitted to Hip-DBS, an increase in inter-ictal spiking
was noted unilaterally immediately after electrode insertion. Intraoperative LF stimulation did not modify
temporal lobe spiking; on the other hand, HF was effective in abolishing inter-ictal spiking in 4 of the 6 patients
studied. There was no immediate morbidity or mortality in this series. SIGNIFICANCE: Macrostimulation
might be used to confirm that the hardware was working properly. There was no typical RR derived from each
studied thalamic nuclei after LF stimulation. On the other hand, absence of such RRs was highly suggestive of
hardware malfunction or inadequate targeting. Thalamic-DBS (Th-DBS) RR was always bilateral after
unilateral stimulation, although they somehow prevailed over the stimulated hemisphere. Contrary to Th-DBS,
Hip-DBS gave rise to localized RR over the ipsolateral temporal neocortex, and absence of this response might
very likely be related to inadequate targeting or hardware failure. Increased spiking was seen over temporal
neocortex during hippocampal electrode insertion; this might point to the more epileptogenic hippocampal
region in each individual patient. We did not notice any intraoperative response difference among patients with
temporal lobe epilepsy with or without MTS. The relationship between these intraoperative findings and seizure
outcome is not yet clear and should be further evaluated. KEY WORDS: intraoperative neurophysiological
responses, deep brain stimulation.


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HIPERTENSO NEUROGNICA CENTRAL POR MALFORMAO DE
CHIARI. RELATO DE CASO.
Maurus M. Almeida Holanda, Christian Diniz, Artur Bastos Rocha.

UFPB, Joo Pessoa (PB)

INTRODUO: A malformao de Chiari apresenta quadro clnico com sintomatologia bem definida que
comumente no se associa com a hipertenso arterial sistmica (HAS). Estudos demonstram que outras formas
de compresso bulbar, especialmente as compresses vasculares so responsveis por elevaes na presso
arterial. OBJETIVOS: Relatar um caso de uma criana com histria de HAS h 4 anos, em que nenhuma outra
causa de hipertenso foi encontrada, s sendo evidenciado uma malformao de Chiari I. Analisamos seus
aspectos clnicos, de imagem e cirrgicos. MATERIAL E MTODOS: Foi avaliado um caso do sexo
masculino com 12 anos de idade, que comeou a apresentar desde os 8 anos um quadro de HAS, sem outra
causa definida. Submetido a cirurgia descompressiva (osteo-dural-neural) para malformao. RESULTADOS:
Imediatamente aps a cirurgia o controle da presso arterial, que antes era feito com duas medicaes, passou
para uma. Atualmente, aps 2 meses da cirurgia realizada, esta fazendo retirada gradual. CONCLUSES: Este
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caso raro de importncia para corroborar com os estudos de hipertenso neurognica central propostos
inicialmente por Peter Jannetta, visto que a literatura no possui um nmero elevado de casos relatados que
associam a compresso do tronco enceflico por estruturas vasculares, alm dos modelos de estudos na rea
ainda so experimentais em primatas. S foi atribuda a associao Chiari com compresso do bulbo e HAS,
aps rdua investigao em que o cardiologista, endocrinologista e o nefrologista excluram inmeras outras
causas, entre elas o feocromocitoma e patologias renais. PALAVRAS-CHAVE: hipertenso neurogncia
central, malformao de chiari, hipertenso arterial sistmica.


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RELATO DE CASO SOBRE EMBOLIZAO DE MALFORMAO
ARTERIOVENOSA DURAL MEDULAR.
Morais, S.F.M.; Fernandes, S.A.B.; Abicalaf, R.; Filho, M.S.

Hospital Regional do Vale do Paraba Sociedade Beneficente So Camilo, Pindamonhangaba (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: As malformaes arteriovenosas espinhais constituem em um grupo
heterogneo de anomalias vasculares. Dentro destas, as fistulas durais com drenagem venosa medular
(FDDVM), so as anomalias vasculares mais freqentes nas patologias raquimedulares, representando 80% das
malformaes vasculares espinhais. O presente artigo trata do caso de um paciente com malformao
arteriovenosa dural medular submetido embolizao. MATERIAIS E MTODOS: D.F.P. 66anos, gnero
masculino, encaminhado ao HRVP para o servio de neurocirurgia com queixa de lombociatalgia esquerda h
trs meses, progressiva. Caracterizada por paraparesia e paraparestesia crural, hipoestesia e hiporeflexia de
MMII, disfuno esfincteriana e claudicao neurognica. Aps RNM toracolombar foi evidenciado congesto
venosa intramedular dural. Realizado Angiografia nas artrias desde T7 at L4 bilateralmente onde foi
presenciada uma malformao artrio venosa medular, obtida na artria intercostal L1 esquerda at a poro
torcica alta. Como tratamento opta-se por embolizao da MAV. A interveno endovascular foi realizada sob
anestesia geral e intubao. Com um cateter guia 6F posicionado na origem da artria lombar L1 esquerda,
avanou-se com micro cateter at a poro distal do pedculo, procedeu-se com a injeo do agente embolizante
Onyx obtendo-se ocluso do s hunt artrio venoso, bem como a poro inicial da veia opacificada
precocemente. RESULTADOS: Embolizao de malformao arterio-venosa dural medular realizada de forma
satisfatria e sem intercorrncias durante o procedimento. Evidencia-se ocluso total da MAV dural aps
angiografia de controle imediata. CONCLUSES: A embolizao intra-arterial nas FAVD medulares
atualmente uma teraputica de primeira linha, dependendo a escolha do material emblico, da localizao e
caractersticas angiogrficas da leso. Um estudo atravs de RNM torcica e lombar dever ser realizado em
aproximadamente trs meses para controle evolutivo. O paciente recebeu alta hospitalar com melhora
significativa da paraparesia e paraparestesia crural, porm manteve SVD sendo encaminhado para
acompanhamento com a urologia, e fisioterapia motora. PALAVRAS CHAVE: FAVD, MAV, Embolizao.


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AVALIAO DO PERFIL DE DOR EM PACIENTES COM INDICAO
NEUROCIRRGICA E EXPOSIO DOS PRINCIPAIS SINTOMAS
ASSOCIADOS
Josymar Gomes do Nascimento Jnior; Eduardo Braga de Oliveira; Walber de Oliveira Mendes; Larissa
Ferreira Torres; Catharine Louise Melo Arajo; Carlos Vincius Mota de Melo.

Ncleo de Estudos Acadmicos em Neurocirurgia. Universidade Federal do Cear- Fortaleza / Instituto Dr.
Jos Frota. Fortaleza (CE).

INTRODUO: A Dor est associada leso real ou potencial de tecidos, estando, muitas vezes, presente em
pacientes com indicao neurocirrgica. Antes de serem submetidos neurocirurgia, os pacientes enfrentam,
geralmente, uma intensa sensao lgica, trazendo incapacidades funcionais e sociais, revelando, assim, um
perfil de importante interesse. MATERIAL E MTODOS: Em um estudo transversal e quantitativo, realizado
durante o perodo de abril a junho 2010, foram entrevistados 24 pacientes com indicao neurocirrgica quanto
presena de dor durante o perodo pr-operatrio. A escolha dos pacientes ocorreu de forma no probabilstica,
por convenincia, sendo 62,5% do sexo masculino e a idade mdia de 40,62 anos (variando de 18 a 72). Na
entrevista, os pacientes apresentaram-se cooperativos, orientados e com Glasgow 15. Foi aplicado um
questionrio estruturado, avaliando os seguintes parmetros: Presena e caracterizao da dor, sintomas
associados e interferncia da dor nas atividades dirias. RESULTADOS: Dos pacientes entrevistados 87,5%
relataram dor. Desses, 19% de intensidade leve, 14,3% moderada e 66,7% intensa, havendo automedicao em
90,5% e em 76,2% a dor interferiu as atividades dirias ou no trabalho. Localizao: Cefalia Frontal 28,6% e
Dor Lombar 28,6% foram as mais prevalentes. A qualidade de dor que mais prevaleceu foi Latejante 57,1%,
com uma freqncia de mais de trs dias na semana (76,2%). A dor se instalou de maneira leve e progressiva em
61,9%, sbita 19%, no relataram 19%. Durao: minutos 14,3%, horas 42,9% e dias 42,9%. Evento
desencadeante: trauma 52,4%, cirurgia 4,8%, outros 33,3%. Os sintomas associados mais freqentes foram:
parestesia 42,9%, sonolncia 38,1%, mudana do humor 42,9%, vertigens 33,3% e irritabilidade 38,1%.
CONCLUSO: A condio lgica atua como fator limitante da capacidade de realizao das atividades de vida
diria e social dos pacientes entrevistados, motivando a procura de assistncia mdica, o que auxilia no
diagnstico e tratamento de pacientes com indicao neurocirrgica. PALAVRAS-CHAVE: Dor, Indicao
Neurocirrgica.


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CRANIOTOMIA DESCOMPRESSIVA EM JANELA UTILIZADA EM
PACIENTES COM TRAUMA CRANIOENCEFLICO RELATO DE 05
CASOS
Caio Max Flix Mendona1, Josian Medeiros2, Marise Farias de Carvalho3, Marcos Wagner de Sousa Porto4,
Joacil Carlos5, Marcelo Moraes Valena6

1. Neurocirurgio, Mestre em Neuropsiquiatria e Cincias do Comportamento.
2. Fonoaudilogo, Especialista em Docncia no Ensino Superior, Mestre em Neuropsiquiatria e Cincias do
Comportamento, Doutorando em Neuropsiquiatria e Cincias do Comportamento.
3. Endocrinologista, Mestre em Neuropsiquiatria e Cincias do Comportamento.
4. . Neurocirurgio do Hospital Regional do Agreste, Caruaru Pernambuco.
5. Neurocirurgio, Mestre em Neuropsiquiatria e Cincias do Comportamento e Doutorando em
Neuropsiquiatria e Cincias do Comportamento.
6. Neurocirurgio, Livre-Docente em Neurocirugia, Professor Associado de Neurologia e Neurocirurgia da
UFPE.
Departamento de Neuropsiquiatria e Cincias do Comportamento do Centro de Cincias da Sade da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife (PE).

INTRODUO E OBJETIVOS: Descrevemos cinco casos de pacientes com traumatismo cranioenceflico
submetidos craniotomia descompressiva (CD) em janela. MATERIAL E MTODOS: 05 pacientes com
idade entre 12-57 anos, de ambos os gneros com injria cerebral grave aguda de origem traumtica atendidos
na emergncia foram submetidos a CD em janela. Como critrios de excluso adotamos: escore a 4 da Escala
de coma de Glasgow com presena de coagulopatias e idade inferior a 10 anos ou superior a 70. O Mtodo
utilizado foi o quantitativo, descritivo, transversal, prospectivo e de interveno. RESULTADOS: No houve
bito relacionado ao procedimento, 80% dos pacientes apresentaram resultado esttico satisfatrio sem
necessidade de serem submetidos cranioplastia, no houve hidrocefalia ou infeco do couro cabeludo.
CONCLUSO: os pacientes submetidos a CD em janela apresentaram evoluo satisfatria, estudos
posteriores comparando a tcnica proposta e a tcnica clssica com um nmero maior de sujeitos, devero ser
realizados para confirmar ou no tais resultados. No existem conflitos de interesses. PALAVRAS-CHAVE:
injria cerebral, hipertenso intracraniana, craniotomia descompressiva em janela.


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\TCE E ALCOOLISMO CRNICO: UMA ASSOCIAO COMUM E UMA
PROTEO INESPERADA.
Josymar Gomes do Nascimento Jnior; Carlos Cezar Sousa de Lira; Glaylton Silva Santos; Francisco Crizanto
Rodrigues Filho; Gilnard Caminha de Menezes Aguiar.

Ncleo de Estudos Acadmicos em Neurocirurgia. Universidade Federal do Cear- Fortaleza / Instituto Dr.
Jos Frota, Forataleza (CE).

INTRODUO: O traumatismo crnio-enceflico (TCE) uma das mais importantes causas de morte e
hospitalizao no mundo. As causas mais freqentes so acidentes de trnsito, quedas e agresses. Observa-se
tambm que, em at 50% desses traumas que requerem atendimento hospitalar, o consumo de lcool est
bastante relacionado. OBJETIVO: Relatar e discutir um caso de associao de etilismo e TCE em paciente
admitido em servio de Neurocirurgia de referncia e que apresentava significativa atrofia do crtex cerebral.
MATERIAL E MTODOS: Relato de caso BRRD, masculino, 48 anos, admitido no dia 30/11/2010 com
histria de queda da prpria altura associada a etilismo. Ao exame, apresentava Glasgow 3, hematoma fronto-
parietal esquerdo e otorragia do lado esquerdo. A TC de crnio revelou um hematoma subdural agudo fronto-
temporo-parietal esquerdo. RESULTADO: O paciente foi internado e passou por procedimento cirrgico onde
foi realizada uma craniotomia e drenagem do hematoma. Posteriormente, foi transferido para a UTI. Aps dois
meses, recebeu alta e passou a ser acompanhado pelo ambulatrio de neurocirurgia. CONCLUSO: A
associao entre etilismo e TCE freqente. Sabe-se tambm o quo importante o Glasgow do paciente
durante a admisso no prognstico de curto e longo prazo do paciente. No caso acima citado, o paciente foi
admitido com Glasgow 3, escore este associado a 90% de mortalidade nos seis meses seguintes e a 60-70% nos
primeiros 14 dias. Ocorre, porm, que o paciente um etilista crnico e, na TC de crnio, podia-se verificar uma
atrofia significativa do crtex, possivelmente relacionada ao etilismo. Tal atrofia pode estar relacionada
ocorrncia do hematoma subdural agudo e tambm a sobrevivncia do paciente, visto que o espao vazio
deixado pela atrofia comportou o hematoma evitando a herniao e morte do paciente. Assim, tem-se entre o
TCE e o etilismo crnico uma associao comum e uma proteo inesperada. PALAVRAS-CHAVE: TCE,
etilismo, proteo.


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CAUSSTICA DO TRAUMA RAQUIMEDULAR: UMA SRIE DE 26 CASOS
Josymar Gomes do Nascimento Jnior; Bruna Silva Ciarlini; Walber de Oliveira Mendes; Catharine Louise
Melo Arajo; Larissa Ferreira Torres; Francisco Crizanto Rodrigues Filho; Carlos Vincius Mota de Melo.

Ncleo de Estudos Acadmicos em Neurocirurgia. Universidade Federal do Cear- Fortaleza / Instituto Dr.
Jos Frota, Fortaleza (CE).

INTRODUO: Trauma raquimedular (TRM) uma leso traumtica, caracterizada por um conjunto de
situaes que acarretam comprometimento da funo da medula espinhal em graus variados de extenso. Dentre
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as causas mais frequentes esto os acidentes automobilsticos, quedas, mergulhos e perfuraes por arma de
fogo (PAF). No Brasil 130 mil indivduos so portadores de leso medular, com aumento anual da incidncia
decorrente de acidentes automobilsticos e da violncia urbana. OBJETIVO: Expor a prevalncia das
circunstncias envolvendo o trauma, abordagem teraputica, classificao ASIA da leso, nvel sensitivo
envolvido, tempo de internao e presena de incapacidade. MATERIAL E MTODOS: O estudo do tipo
retrospectivo, transversal, quantitativo, exploratrio realizado no perodo de 2008 a 2011 em hospital de
referncia do Estado do Cear. A coleta de dados foi realizada atravs da anlise de pronturios.
RESULTADOS: Em uma totalidade de 26 pacientes 65,38% so do sexo masculino. As principais causas de
TRM encontradas foram: PAF (46,15%), acidentes automobilsticos (34,61%) e queda da prpria altura
(19,23%). Ao exame da admisso, 38,46% apresentaram Asia-A. Os nveis sensitivos das leses distribuem-se
entre leso de coluna cervical 15,38% dos pacientes, torcica em 34,61% e lombar em 30,76%. Em relao
abordagem teraputica, 26,92% foram submetidos artrodese, e 69,23% receberam tratamento conservador. O
tempo mdio de internao foi de 27 dias. Entre as incapacidades observadas 11,53% apresentaram paresia em
membros inferiores, 30,76% algum tipo de plegia e 61,53% no apresentaram dficit neurolgico grosseiro na
alta hospitalar. CONCLUSO: Foi observado que h uma maior prevalncia de TRM em homens por causas
principais de violncia, queda e acidente automobilstico. Os nveis mais atingidos foram o cervical e a transio
toracolombar dados de acordo com a literatura. J a apresentao das incapacidades observadas na alta
hospitalar em nosso estudo discorda da literatura, pois a maioria no apresentou dfcits neurolgicos grosseiros.
PALAVRAS-CHAVE:TRM, etiologia,dficits.


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EXPOSIO DE SRIE DE 32 CASOS DE ARTRODESE DE COLUNA E
REVISO DE LITERATURA.
Josymar Gomes do Nascimento Jnior; Glaylton Silva Santos; Eduardo Braga de Oliveira; Carlos Cezar Sousa
de Lira; Bruna Silva Ciarlini; Carlos Vincius Mota de Melo.

Ncleo de Estudos Acadmicos em Neurocirurgia. Universidade Federal do Cear- Fortaleza / Instituto Dr.
Jos Frota, Fortaleza (CE).

INTRODUO: A artrodese da coluna vertebral um procedimento cirrgico que fixa as vrtebras, reduz a
dor e devolve a capacidade de movimentao. A artrodese consiste em submeter duas ou mais vrtebras a uma
anquilose, restrio do movimento da articulao utilizando algum mtodo de fixao. Embora a artrodese
limite a mobilidade da coluna, a maioria dos pacientes consegue realizar todos os movimentos habituais.
OBJETIVO: Caracterizar o perfil do paciente submetido artrodese, expondo sexo, tipo e localizao da leso,
dficits, tempo de internao e evoluo no ps-operatrio. MATERIAL E MTODOS: Trata-se de um
estudo transversal, exploratrio, quantitativo e retrospectivo no perodo de 2008 a 2011 realizado em hospital de
referncia no Estado de Cear. RESULTADOS: Em uma totalidade de 32 pacientes submetidos artrodese de
coluna 87,5% so do sexo masculino. A localizao anatmica, confirmada por Tomografia Computadorizada
ou Ressonncia Nuclear Magntica, distribuiu-se entre Coluna Cervical (12,5%), Coluna Torcica (6,2%),
Transio Toraco-Lombar (3,1%), Coluna Lombar (43,7%) e Transio Lombo-Sacral (31,2%); 3,1% sem
dados. As leses mais freqentes foram Hrnia Discal (34,3%), Espondilopatia Degenerativa (12,5%),
Espondilodiscopatia Degenerativa (3,9%) e Espondilose (3,9%). admisso, o dficit mais freqente foi
lombocitalgia crnica (75%); destes; 29,1% apresentaram irradiao da dor para ambos os membros inferiores;
29,1%, irradiao da dor para MIE; 20,8%, irradiao da dor para MID. Na evoluo ps-operatria, a maioria
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dos pacientes relatou melhora da condio lgica e 87,5% evoluiu sem nenhum dficit neurolgico. O tempo
mdio de internao foi de 26,8 dias. CONCLUSO: A artrodese da coluna se mostrou uma opo teraputica
adequada para o tratamento da dor e na reduo das incapacidades dirias. Segundo reviso de literatura, a
artrodese pode ser realizada em qualquer parte da coluna, sendo os locais mais prevalentes a coluna lombar e
cervical. Em nossa casustica, a localizao anatmica mais prevalente foi a coluna lombar. PALAVRAS-
CHAVE: Artrodese,Dor.


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ESTUDO VOLUMTRICO DO CORPO AMIGDALIDE E ANLISE DAS
VARIAES ENTRE AS DISTNCIAS DO CORNO TEMPORAL DO
VENTRCULO LATERAL E AS SUPERFCIES UTILIZADAS COMO
ACESSOS CIRRGICOS NAS AMGDALOHIPOCAMPECTOMIAS.
Luana Saragiotto Gomes, Djanira Aparecida da Luz Veronez, Murilo Sousa de Meneses, Donizeti Csar
Honorato.

Departamento de Anatomia, Universidade Federal do Paran (UFPR), Curitiba (PR), Departamento de
Neurologia, Faculdade de Cincias Mdicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas
(SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: A amgdalohipocampectomia uma tcnica cirrgica que consiste na
resseco parcial do corpo amigdalide, hipocampo e do giro parahipocampal; estruturas consideradas
epileptognicas. uma tcnica seletiva que privilegia a resseco das estruturas mediais via transcortical ou via
transsilviana. Com base neste fato, este trabalho apresenta como objetivo desenvolver um estudo volumtrico do
corpo amigdalide e analisar as variaes das distncias entre o corno temporal do ventrculo lateral e as
superfcies utilizadas nos acessos cirrgicos. MATERIAIS E MTODOS: Foram utilizados 20 crebros
humanos submetidos a cortes coronais bidimensionais. Todos os cortes, aps fixao em formalina a 10%,
foram corados pela tcnica de Mulligan. Foram analisados os cortes seriados pelo sistema de processamento e
anlise de imagem, programa Imagelab. Por ltimo, foram feitas anlises estatsticas e apresentao grfica dos
resultados. RESULTADOS: Nos cortes coronais a mdia do volume absoluto do corpo amigdalide direito foi
de 1.870mm3 e do corpo amigdalide esquerdo foi de 1.807mm3, com ndice de assimetria de 3,4%. Na anlise
de variao as diferenas entre as distncias do corno temporal do ventrculo lateral e o sulco circular da nsula,
nos hemisfrios cerebrais, direito e esquerdo, no foram significativas, variando de 0,15 a 0,16mm. Entre as
distncias do corno temporal do ventrculo lateral e o giro temporal mdio, nos hemisfrios cerebrais, direito e
esquerdo, no foram significativas, variando de 0,12 a 0,16mm. Entre as distncias do corno temporal do
ventrculo lateral e o sulco temporal superior, nos hemisfrios cerebrais, direito e esquerdo, no so
significativas, variando de 0,10 a 0,12 mm. CONCLUSES: Neste estudo conclumos que h diferenas inter-
hemisfricas na volumetria do corpo amigdalide. No foi identificada variabilidade anatmica significativa na
topografia dos ventrculos laterais e do corpo amigdalide. A anlise morfoquantitativa tridimensional do corpo
amigdalide constitui instrumento confivel, que pode auxiliar nas cirurgias de amgdalohipocampectomias.
PALAVRAS-CHAVE: corpo amigdalide, neuroanatomia, neurocirurgia.

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ANLISE MORFOLGICA DESCRITIVA E TOPOGRFICA DO CORPO
AMIGDALIDE UMA CONTRIBUIO PARA ESCLEROSE MESIAL
TEMPORAL.
Luana Saragiotto Gomes, Djanira Aparecida da Luz Veronez, Murilo Sousa de Meneses, Donizeti Csar
Honorato.

Departamento de Anatomia, Universidade Federal do Paran (UFPR), Curitiba, (PR),. Departamento de
Neurologia, Faculdade de Cincias Mdicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas (SP)

INTRODUO E OBJETIVOS: A epilepsia do lobo temporal apresenta-se em um percentual elevado de
pacientes que so refratrios ao tratamento clnico respondendo melhor ao tratamento cirrgico baseado na
esclerose mesial temporal. Esta tcnica cirrgica consiste na resseco parcial do corpo amigdalide, hipocampo
e do giro parahipocampal; estruturas consideradas epileptognicas. Com base nestes fatos este estudo apresenta
como objetivos desenvolver uma anlise descritiva do corpo amigdalide definindo seus limites topogrficos
macroscpicos. MATERIAIS E MTODOS: Foram utilizados 20 crebros humanos submetidos a cortes
coronais bidimensionais. Todos os cortes, aps fixao em formalina a 10%, foram corados pela tcnica de
Mulligan. Todos os cortes seriados foram analisados pelo sistema de processamento e anlise de imagem,
programa Imagelab. RESULTADOS: Os limites inferior e lateral do corpo amigdalide foram identificados
atravs da separao da substncia cinzenta e branca, pela presena do corno temporal do ventrculo lateral e
identificao do giro fusiforme, crtex entorrinal, sulco colateral e hipocampo. O limite superior foi feito pela
distino do tracto ptico, giro ambiens, frnix, claustrum e substncia inominada. O limite posterior foi
determinado na cauda do ncleo caudado e o hipocampo. Em sua face medial o corpo amigdalide apresentou-
se coberto por parte do crtex entorrinal, que forma a superfcie do giro ambiens nessa regio. CONCLUSES:
Em todos os hemisfrios cerebrais estudados o corpo amigdalide apresentou-se como uma massa esferide de
substncia cinzenta situada no plo temporal em relao com a cauda do ncleo caudado. Foi identificado
parcialmente contnuo com a margem nfero-medial do claustrum, fibras da cpsula externa e da substncia
cinzenta subestriada; separando-se incompletamente do putmen e do ncleo globo plido. Apresentou-se,
parcialmente profundo ao giro semilunar, giro ambiens, giro unciforme; e em algumas zonas de transio o
corpo amigdalide une-se com a substncia perfurada rostral, crtex pr-piriforme, giro parahipocampal e parte
ventral do hipocampo. PALAVRAS-CHAVE: corpo amigdalide, epilepsia, neuroanatomia.


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FRATURA DE CLIVUS: RELATO DE 2 CASOS E REVISO DE
LITERATURA.
Johnni O. Zamponi Junior, Paula Cenira Senger, Marcelo Lemos Vieira Cunha, Denildo Csar Amaral
Verissimo, Roberta Rehder, Fabio Alex Viegas, Luis Alencar Biurrum Borba.

Hospital Universitrio Evanglico de Curitiba, Curitiba (PR).

INTRODUO E OBJETIVOS: O clivus considerado o osso mais forte dabase de crnio, as fraturas de
clivus so entidades raras e graves e usualmente esto associadas a leses vasculares ou de nervos cranianos. As
foras mecnicas responsveis pela fratura ainda esto em contnua controvrsia, mas so descritas em foras
verticais, laterais e anteroposteriores. Radiologicamente, as fraturas de clivus podem ser classificadas em
longitudinal, transversal e oblqua. As complicaes mais temidas das fraturas de clivus so o aprisionamento
vascular dentro da fratura e a formao de aneurismas traumticos. O objetivo desse trabalho relatar dois casos
de fratura de clivus e realizar uma ampla reviso de literatura sobre o assunto. MATERIAIS E MTODOS:
Relatar dois casos de fratura de clivus admitidos e submetidos a tratamento clnico no Hospital Universitrio
Evanglico de Curitiba. RESULTADOS: Ambos pacientes apresentaram importante melhora aps realizao
de tratamento clinico. CONCLUSO: Apesar da sua localizao protegida e profunda e de ser considerado um
dos ossos mais fortes do corpo, o clivus pode ser fraturado em traumas de alta energia e est associado a uma
alta morbidade e mortalidade. Assim, todo neurocirurgio deve suspeitar de uma fratura de base de crnio em
casos de trauma facial severo, mesmo com trauma crnio enceflico leve, devendo nesses casos realizar um
abrangente estudo com exames de imagem de base de crnio. PALAVRAS CHAVE: fratura de clivus.


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HEMORRAGIA CEREBELAR REMOTA APS CIRURGIA DE COLUNA
VERTEBRAL RELATO DE CASO E REVISO DE LITERATURA.
Adroaldo Baseggio Mallmann, Pedro R. Biasi, Igor Cechin, Daiane Matana, Nathlia S. Mendes, Giovani A.
Linhares, Milton Gross, Paulo S. Crusius, Cludio A. Seibert, Marcelo U. Crusius, Charles A. Carazzo,
Cassiano U. Cru.

Instituto de Neurologia e Neurocirurgia / Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo, Passo
Fundo (RS).

INTRODUO E OBJETIVOS: A ocorrncia de Hemorragia Cerebelar Remota (HCR) durante cirurgias de
coluna vertebral um acontecimento raro, podendo passar despercebido ou atingir propores letais. Estudos
recentes sugerem que essa hemorragia ocorra devido perda excessiva de lquor durante tal procedimento.
Objetivamos descrever um caso de hemorragia cerebelar remota, expondo informaes acerca deste raro
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acontecimento e seu tratamento. MATERIAL E MTODOS: Apresentamos o caso de uma paciente submetida
fixao cirrgica de coluna lombossacra h oito anos atravs de cerclagem dos processos espinhosos de L3 a
S1. Recentemente iniciou com dor lombar, e exames de neuroimagem revelaram ruptura dos fios de cerclagem e
instabilidade vertebral. Foi submetida a novo tratamento, atravs de artrodese com parafusos pediculares. No
ps-operatrio apresentou sndrome cerebelar devido hemorragia cerebelar, diagnosticado atravs de
tomografia de crnio. RESULTADOS: A conduta adotada foi expectante, e a paciente evoluiu com melhora do
quadro e ausncia de dficits. CONCLUSO: A Hemorragia Cerebelar Remota uma rara complicao
neurocirrgica, sendo mais freqente aps abordagens do compartimento supratentorial. Geralmente permanece
assintomtica, com evoluo favorvel, contudo, pode alcanar propores fatais. Pode advir de procedimentos
em qualquer nvel da coluna vertebral. Em todos os casos relatados houve abertura da dura-mter com perda
excessiva de lquor. Seu mecanismo fisiopatolgico ainda desconhecido, supondo-se que seja devido
hipotenso intracraniana pela perda de lquido cefalorraquidiano, que provoca um deslocamento caudal do
cerebelo, tracionando e rompendo as veias do vermis. A ocorrncia de HCR deve ser suspeitada em pacientes
com cefalia intensa, vmitos e/ou deteriorao neurolgica inexplicada aps a cirurgia. A investigao com
neuroimagem evidencia o clssico sinal da zebra, em decorrncia da configurao horizontal do sangue entre as
folhas do cerebelo. Hemorragias pequenas podem ser acompanhadas clinicamente, entretanto, hemorragias
maiores requerem drenagem cirrgica. O prognstico costuma ser favorvel, com pequenos dficits
neurolgicos transitrios. PALAVRAS-CHAVE: Hemorragia Cerebelar Remota.


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SNDROME DE DANDY-WALKER ASSOCIADA SIRINGOMIELIA:
RELATO DE CASO.
Christian Diniz Ferreira1; Maurus Marques De Almeida Holanda 1; Igor Luna Peixoto2; Tomas Cato Monte
Raso 2; Francineudo Justino Rolim 3 ; Roberto Bezerra Vital 4.

1 Mdico Neurocirurgio do Complexo de Pediatria Arlinda Marques
2 Discente do curso de Medicina da Faculdade de Cincias Mdicas da Paraba - FCM/PB
3 Discente do curso de Medicina da Universidade Federal da Paraba UFPB
4 Mdico residente em Neurocirurgia da Universidade do Estado de So Paulo UNESP Botucatu

Complexo de Pediatria Arlinda Marques Joo Pessoa/PB

INTRODUO. A Sndrome de Dandy-Walker denota uma rara malformao congnita do Sistema Nervoso
Central, caracterizada por graus variveis de hipoplasia do verme cerebelar, dilatao cstica anormal do IV
ventrculo e hidrocefalia. Pode ainda raramente ocorrer associao da doena com siringomielia. OBJETIVO:
Relatar o caso de uma paciente portadora da Sndrome de Dandy-walker associada a siringomielia.
MATERIAIS E MTODOS: Trata-se de um estudo observacional, descritivo do tipo relato de caso. Para
acompanhamento e anlise da evoluo desta paciente, utilizaram-se como critrio as informaes contidas na
ficha de avaliao bem como RNM. RELATO: Uma paciente do sexo feminino, 17 anos, portadora da
sndrome de Dandy-Waker associada siringomielia foi encaminhada ao Complexo de Pediatria Arlinda
Marques no ano de 2010. Inicialmente, constatou-se macrocrania, nistagmo horizontal, reduo da sensibilidade
trmica e dolorosa nos membros superiores (MMSS), cervicalgia incapacitante e fscie acromeglica. As
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imagens obtidas a partir da ressonncia magntica (RNM) de crnio revelaram presena do cisto de Dandy-
Walker evidenciando um deslocamento ntero-superior do cerebelo e massa enceflica, bem como acentuada
siringomielia no segmento cervical (C2-C6). Ademais, observou-se que a derivao ventrculo peritoneal (DVE)
implantada previamente na infncia, antes da paciente ser encaminhada ao nosso setor, no estava em topografia
adequada. Foi realizado procedimento neuroendoscpico, a saber, III ventriculostomia visando correo da
dinmica do lquido cefalorraquidiano. RESULTADOS: No ps-operatrio foi observado melhora significativa
em relao a primeira avaliao na sensibilidade trmica e dolorosa, ausncia de parestesia nos MMSS e
resoluo da cervicalgia, fora muscular preservada dos membros superiores e reflexos tricipital e bicipital
presentes e simtricos. A paciente encontra-se ainda em acompanhamento, e a sua evoluo observada.
CONCLUSO. O procedimento cirrgico utilizado se mostrou eficaz na melhora dos sinais e sintomas de uma
paciente portadora da sndrome de Dandy-Walker associada siringomielia. Contudo, torna-se necessrio
confrontar outros estudos com um maior nmero de pacientes. PALAVRAS-CHAVE: Sndrome de Dandy-
Walker; Siringomielia; Tratamento cirrgico.


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CRANIOSSINOSTOSE CORONAL BILATERAL RELATO DE CASO E
REVISO DE LITERATURA.
Adroaldo Baseggio Mallmann, Pedro R. Biasi, Igor Cechin, Daiane Matana, Nathlia S. Mendes, Giovani A.
Linhares, Milton Gross, Paulo S. Crusius, Cludio A. Seibert, Marcelo U. Crusius, Charles A. Carazzo,
Cassiano U. Cru.

Instituto de Neurologia e Neurocirurgia, Passo Fundo (RS).

INTRODUO E OBJETIVOS: A craniossinostose uma deformidade craniana da infncia com incidncia
entre 0,4 e 1/1.000 nativivos, mais prevalente no sexo masculino. decorrente do fechamento prematuro de
uma ou mais suturas cranianas, resultando em formato craniano anormal. Quando ocorre nas suturas coronais
bilateralmente determina a braquicefalia. Na braquicefalia ocorrem tambm deformidades orbitrias, elevao
das asas do esfenide e hipertelorismo. Objetivamos descrever um caso de craniossinostose coronal bilateral,
expondo informaes acerca desta rara patologia e seu tratamento. MATERIAL E MTODOS: Apresentamos
o caso de uma paciente de 4 meses de idade, internada devido sndrome de hipertenso intracraniana. Ao
exame verificou-se sinostose coronal bilateral, braquicefalia acentuada com deformidade orbitria bilateral
importante. Tomografia de crnio evidenciou as alteraes cranianas confirmando a sinostose bicoronal.
RESULTADOS: Realizou-se procedimento neurocirrgico para correo da sinostose, permitindo assim um
crescimento enceflico normal. A evoluo foi satisfatria, com melhora imediata da presso intracraniana.
CONCLUSES: O tratamento cirrgico deve ser realizado baseado em trs complicaes potenciais: se a
deformidade ocasiona compresso enceflica, se induz aumento da presso intracraniana e se a anormalidade
pode comprometer o desenvolvimento psicossocial. A cirurgia consiste em inciso bicoronal da pele,
descompresso fronto-orbitria bilateral com liberao da rima orbitria superior bilateral e conseqente
liberao do globo ocular para sua anteriorizao. Realiza-se a drilagem da asa do esfenide, descompresso
frontal bilateral e, aps, a rima orbitria recolocada com fixao flexvel para possibilitar o crescimento
harmonioso do crnio. Sendo assim, as deformidades cranianas na infncia devem ser diagnosticadas e tratadas
precocemente, visto que os resultados da cirurgia so imediatos, com correo da hipertenso intracraniana,
melhora da esttica e possibilitando um crescimento normal do encfalo. PALAVRAS-CHAVE:
Craniossinostose, Cranioestenose, Braquicefalia.
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TRATAMENTO CIRRGICO DAS FRATURAS DE PROCESSO ODONTIDE
TIPO II COM PARAFUSO ANTERIOR REVISO DE DOIS CASOS.
Adroaldo Baseggio Mallmann, Pedro R. Biasi, Igor Cechin, Daiane Matana, Nathlia S. Mendes, Giovani A.
Linhares, Milton Gross, Paulo S. Crusius, Cludio A. Seibert, Marcelo U. Crusius, Charles A. Carazzo,
Cassiano U. Cru.

Instituto de Neurologia e Neurocirurgia, Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo, Passo
Fundo (RS).

INTRODUO E OBJETIVOS: As fraturas de processo odontide perfazem 10 a 15% das fraturas do xis e
2% das fraturas de coluna cervical, apresentando alta morbimortalidade e acarretando grandes perdas sociais
devido incapacidade gerada. O tratamento a ser institudo neste tipo de fratura permanece controverso,
portanto, expomos aqui os resultados de dois casos de fratura de odontide do tipo II tratados atravs de
parafuso anterior. MATERIAL E MTODOS: Apresentamos o caso de dois pacientes, um com 60 anos de
idade e outro 18 anos, ambos com fratura de processo odontide do tipo II segundo a classificao de Anderson
e DAlonzo devido a acidentes automobilsticos. Em ambos os casos optou-se pelo tratamento cirrgico, atravs
de parafuso anterior. RESULTADOS: No seguimento, ambos pacientes apresentaram boa consolidao, com
recuperao total da funo, sem perda na amplitude de movimentos da regio cervical. CONCLUSO: A
tcnica de fixao por parafuso anterior se mostrou satisfatria em nossos casos, apresentando boa fixao do
processo ondontide, sem gerar intercorrncias. Em comparao com a tcnica de fixao posterior, o uso do
parafuso anterior apresenta vantagens, principalmente porque permite a fixao imediata do processo odontide,
eliminando riscos de leso medular. Alm disso, permite preservao da mobilidade cervical, que
comprometida em 50% na rotao e 10% na flexo-extenso quando realizada artrodese cervical posterior.
Ainda, apresenta taxas de fuso superiores a 95%, com baixo ndice de morbidade e intercorrncias trans-
operatrias, sendo considerada atualmente como padro-ouro para este tipo de fratura. PALAVRAS-CHAVE:
Processo odontide, Fratura atlas, Fratura odontide.


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GLIOMATOSE CEREBRAL: APRESENTAO DE 4 CASOS E FOLLOW-UP
Tavares. J.R; Vasconcelos Filho L.; Vidal C.F.H.; Bandeira CK; Macedo B.S.; Mariz P. Menezes J.R; Pessoa A.
L; Andrade M.

Hospital Getulio Vargas, Recife (PE).

INTRODUO: A GC um glioma difusamente infiltrativo, com preservao da citoarquitetura, que pode
envolver o andar supratentorial, fossa posterior e at medula espinhal, sendo a capacidade de infiltrao
desproporcional ao grau de diferenciao. Realizamos levantamento bibliogrfico e apresentamos 4 casos de
gliomatose cerebral atendidos e tratados no servio de Neurocirurgia do Hospital Getulio Vargas no perodo de
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janeiro de 2009 a dezembro de 2010. MATERIAL E MTODO: Realizamos levantamento bibliogrfico em
Medline; comparando tais dados com os resultados obtidos em nossa clnica, analisando apresentao clnica,
imaginologia, diagnstico, patologia, tratamento cirrgico/clnico e follow-up. RESULTADOS: Discutiremos
aspectos que dificultam o diagnostico desta patologia em particular quanto aos aspectos imaginolgicos e de
anatomia patolgica e as variantes do tratamento constante na literatura comparando com nossos dados assim
como a evoluo destes pacientes. CONCLUSO: A gliomatose cerebral uma doena rara, de estudo
imaginolgico difcil e varivel, no especfico, cujo diagnstico dependente direto de um bom servio de
anatomopatologia. Ainda no dispomos de um consenso quanto ao tratamento ideal e a evoluo desta patologia
pois no temos estudos que esclaream de forma definitiva a real histria natural desta entidade. PALAVRAS-
CHAVE: gliomatose cerebral.


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LINFOMA MALT PRIMRIO DE MENINGES COM EXCELENTE
RESPOSTA AO TRATAMENTO CIRRGICO ASSOCIADO
RADIOTERAPIA.
Thiago Gomes Martins1; Livia Gomes Martins1; Dbora de Arajo Paz1; Raiza Luna Peixoto1 ; Germana
Ribeiro Arujo Carneiro de Lucena1; Joacilda da Conceio Nunes1; Lavoisier Fragoso de Albuquerque2

1-Universidade Federal da Paraba, Joo Pessoa (PB).
2-Beneficncia Portuguesa de So Paulo, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: O linfoma MALT um linfoma extranodal de clulas B, heterogneo
acometendo mais freqentemente stios digestrio, pulmonar, anexos oculares e pele. O linfoma MALT
primrio de meninges tem sido descrito recentemente e ocorre mais frequentemente em mulheres com 80.6%
dos casos relatados, com idade mdia de 51 anos. Clinicamente apresenta-se por dficit focal, convulses,
sintomas psiquitricos, cefalias, anormalidades de nervos cranianos, sinais de hipertenso intracraniana, dor
radicular, sncope e combinaes desses achados. Sua patognese ainda no bem compreendida, uma vez que
o SNC no contm tecido tipo MALT. O objetivo do presente trabalho relatar um caso de linfoma MALT
primrio de meninges. MATERIAL E MTODO: trata-se de um estudo do tipo relato de caso de patologia
rara. AJNGM, 46 anos, feminino, apresentou episdio de paralisia facial e hipoacusia direita. O estudo de
ressonncia magntica revelou espessamento de paquimeninge cerebelar direita em continuidade a cisterna
ponto-cerebelar direita. Foi subemtida a procedimento cirrgico com retirada da leso e estudo antomo-
patolgico e imuno-histoqumico. Os slides foram enviados a Mayo Clinic, que identificou linfoma de baixo
grau tipo B com diferenciao plasmoctica compatvel com linfoma tipo MALT, kappa positivo. A paciente foi
submetida a tratamento com radioterapia formatada tridimensional com ftons de 6 MeV, por cerca de 30
sesses. RESULTADOS: A evoluo clnica demontrou que aps 60 dias do trmino da radioterapia a paciente
recuperou acuidade auditiva, melhora significativa da paralisia facial com desaparecimento da ptose palpebral
direita. Estudo de ressonncia demonstrou regresso quase completa do espessamento da paquimeninge e
impregnao negativa pelo gadolneo. Aps seis anos do tratamento o quadro clnico e a leso menngea
permanecem estveis, sem progresso. CONCLUSES: o linfoma MALT primrio de meninges por ser
considerado de baixo grau e de difcil diagnstico, faz-se necessrio um diagnstico precoce para melhor
teraputica e prognstico. PALAVRAS-CHAVE: MALT-type lymphoma; Leptomeninges; Primary
leptomeningeal lymphoma
201






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ANEURISMA EM GESTANTE: OCORRNCIA SIMULTNEA DE CESREA
E MICROCIRURGIA PARA OCLUSO DO ANEURISMA RELATO DE
CASO.
Henrique Csar Costa Saraiva, Bruno L. R. Rangel, Sheila C. E. Crencio, Sarah R. G. Lima, Jos Carlos de
Moura.

UNIVASF, Recife, (PE).

INTRODUO E OBJETIVO: Aneurisma um defeito estrutural na parede das artrias e de etiologia
desconhecida. A ocorrncia de aneurismas em gestantes semelhante da populao em geral, sendo sua
ruptura mais freqente durante a gravidez. Nestes pacientes, hemorragia subaracnidea carrega um prognstico
sombrio, com alto risco de evoluo fatal para gestante e feto. MATERIAIS E MTODOS: Mulher, 34 anos,
em 01/06/10 deu entrada em hospital de referncia com quadro de cefalia de forte intensidade e vmitos nos 15
dias antecedentes, bem como dficit do III nervo direita. Encaminhada de outro servio apresentando-se em
perodo gestacional, gesta 06 para 05, com 35 semanas. Negou histria de hipertenso arterial sistmica. Ao
exame clnico, presso arterial 100x70mmHg, ptose palpebral direita e Escore de Glasgow 15. Negou paresia
em membros e dormncia em face. Sua tomografia cerebral na admisso foi sugestiva de Hemorragia
Subaracnidea. Em 04/06/10 foi realizada um angiografia seletiva das artrias cartidas direita e esquerda e do
sistema vrtebro-basilar, na qual foi diagnosticado um aneurisma da artria cartida interna direita na topografia
da artria comunicante posterior direita. Em 08/06/10 foi submetida microcirurgia vascular intracraniana com
colocao de clipe para aneurisma concomitantemente ao parto cesariano, ocorrendo sem intercorrncias. A
paciente foi internada em UTI para ps-operatrio recebendo alta hospitalar no dia 11/06/10 lcida, consciente e
com dficit palpebral direita. RESULTADOS: Poucos relatos so descritos na literatura e a conduo do caso
envolve me e feto. Uma singularidade deste relato a simultaneidade da cesrea com microcirurgia para
ocluso do aneurisma. CONCLUSO: A hemorragia Intracraniana que ocorre em gestante apresenta altas taxas
de mortalidade materna e fetal devendo realizar a ocluso cirrgica do aneurisma durante a gravidez. Neste
caso, o sucesso deveu-se a concomitncia da cesrea com a ocluso do aneurisma, impedindo sua rotura e
protegendo me e feto. PALAVRAS-CHAVE: aneurisma, cesrea, gravidez.


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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRGICO VENTRICULAR
ESQUERDO: RELATO DE CASO
Henrique Csar Costa Saraiva, Bruno L. R. Rangel, Sheila C. E. Crencio, Sarah R. G. Lima, Jos Carlos de
Moura

UNIVASF, Recife, (PE).

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
INTRODUO E OBJETIVO: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode ser caracterizado como um dficit
neurolgico (transitrio ou definitivo) em uma rea cerebral secundrio a leso vascular. Este possui etiologias
diversas: AVC hemorrgico, este ultimo compreendido pela Hemorragia Subaracnoidea (HSA), a Hemorragia
Intraparenquimatosa (HIP) e o AVC isqumico (AVCI). Este estudo visa mostrar a magnitude da doena, o
prognstico e seu grau de sequelas e incapacitaes. MATERIAIS E MTODOS: MDR, 56 anos, sexo
feminino, parda, sobrepeso, com histria familiar positiva para HAS, DM e Cncer de mama, hipertensa severa,
fazendo uso de propanolol, captopril e nifedipina, apresentou episdio de desorientao repentina, com cefalias
de forte intensidade e associada a nuseas e vmitos; Escore de Coma de Glasgow 12. Na admisso manteve
nveis pressricos elevados com mdia de 197x122mmHg. Foi submetida tomografia computadorizada de
crnio que evidenciou AVCH ventricular esquerdo com discreta dilatao ipsilateral sem desvio de linha mdia.
RESULTADOS: Foi iniciada droga vasoativa (Nitroprussiato de Sdio) na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI), mantendo anti-hipertensivos orais, iniciou-se manitol a 20% por 48 horas, 100 ml a cada 24 horas, com
controle rigoroso de dbito urinrio. Recebeu alta da UTI aps sete dias de internao, aps manter nvel
pressrico de 130x85mmHg, sendo encaminhada enfermaria do servio. CONCLUSES: O acidente
cerebrovascular, seja isqumico ou hemorrgico, uma das principais causas de seqelas e incapacidades em
adultos. Esse alerta no se baseia apenas neste caso isolado, como tambm pela elevada incidncia destes
eventos cerebrovasculares. A necessidade do controle de todos os fatores de risco modificveis crucial para
evitar todos os tipos de doenas cardiovasculares. O nmero de pessoas que seriam beneficiadas com a adoo
de medidas preventivas para DCVs seriam essenciais para reduo de AVC, IAM dentre outros. PALAVRAS-
CHAVE: acidente vascular cerebral, tmografia computadorizada de crnio, cefalia.


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SCHWANOMA INTRAMEDULAR EM NVEL DE ATLAS RELATO DE
CASO.
Henrique Csar Costa Saraiva, Bruno L. R. Rangel, Sheila C. E. Crencio, Sarah R. G. Lima, Jos Carlos de
Moura.

UNIVASF, Recife, (PE)

INTRODUO E OBJETIVOS: Schwanomas so tumores benignos que se originam das razes de nervos
cranianos ou espinhais. Correspondem a cerca de 8% de todos os tumores intracranianos. Sua localizao
intramedular rara, correspondendo a 0,3% dos tumores nesta topografia. J foram relatados casos em todos os
nervos cranianos. A neurofibromatose tem sido associada ao desenvolvimento da leso. MATERIAIS E
MTODOS: Homem, 39 anos, deu entrada em hospital de referncia no dia 17/08/10, com dificuldade para
andar e agravamento de dor cervical, nucal e em membros superiores, decorrentes nos 03 meses antecedentes,
cujo quadro havia iniciado 01 ano antes. A Ressonncia Nuclear Magntica (RNM) de admisso revelou uma
leso expansiva sugestiva de tumor vertebral, em nvel de C1-C2, em regio ntero-lateral direita. Em 18/08/10
o paciente foi submetido microcirurgia de tumor crnio-cervical pstero-anterior direito, com resseco total
da leso. No mesmo momento foi realizado o histopatolgico do tecido biopsiado, compatvel com Schwanoma.
Foi internado na UTI para seguimento ps-cirrgico e recebeu alta hospitalar no dia 22/08/10 estvel, sem dor e
sem dficit motor. RESULTADOS: Os Schwanomas exibem um crescimento lento, no exibem carter
infiltrativo e so passveis de cura por abordagem cirrgica. Clinicamente, estas leses podem estar associadas
com deficincia motora, diminuio de sensibilidade e perda de controle esfincteriano. Geralmente dor e paresia
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so os principais sintomas. Na histria h freqente meno de deficincia motora unilateral ou
predominantemente unilateral, com perodos alternados de remisso e agravamento, por vezes acompanhados de
amiotrofia. CONCLUSO: A bipsia transoperatria e a RNM foram decisivos para o tratamento bem como
permitir a instituio do procedimento cirrgico adequado. Sua boa delimitao favorece, enquanto sua
localizao posterior prejudica o processo de exrese total. A clula de Schwann no normalmente encontrada
no sistema nervoso central e sua presena neste local tem sido alvo de vrios estudos. PALAVRAS-CHAVE:
schwanoma, medula espinhal, abordagem diagnstica e teraputica


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PERFIL EPIDEMIOLGICO NEUROCIRRGICO EM PACIENTES
PORTADORES DE ANEURISMAS INTRACRANIANOS EM HOPITAL DE
REFERNCIA NO ESTADO DO CEAR.
Galeno Vieira Rocha; Luiz Severo Bem Junior; Francisco Crizanto Rodrigues Filho; Eduardo Braga de Oliveira;
Carlos Vincius Mota de Melo

Universidade Federal do Cear / Instituto Dr. Jos Frota, Fortaleza (CE).

INTRODUO: Aneurismas cerebrais so dilataes focais das paredes arteriais, com ausncia congnita da
tnica muscular mdia e lmina elstica interna. Apresentam grande morbimortalidade em caso de ruptura,
caracterizada pela hemorragia subaracnidea espontnea (HSAE), mesmo quando tratada prontamente. O risco
de ruptura aneurismtica depende do tamanho, localizao, forma, idade, sexo e fatores ambientais. A literatura
atual indica as artrias comunicante anterior (30%) e posterior (25%) como principais localizaes e proporo
M:H de 2:1 em casos de HSAE. OBJETIVO: Este estudo visa analisar o perfil do paciente com diagnstico de
aneurisma, abordando sexo, localizao anatmica, sintomatologia inicial, perfil tomogrfico,tempo de
internao e forma de tratamento para os aneurismas cerebrais estudados. MATERIAL E MTODOS: Estudo
transversal, exploratrio, quantitativo e retrospectivo realizado de 2008 a 2011 em hospital de referncia no
estado do Cear. RESULTADO: Em uma totalidade de 10 pacientes, so do sexo feminino 70%. A localizao
anatmica, confirmada por arteriografia, distribui-se entre as artrias cartida interna (30%), comunicante
posterior (30%), comunicante anterior (10%), pericalosa (10%), cerebral mdia (10%), e 10% associado a
malformao arteriovenosa cerebelar. admisso, apresentaram cefalia sbita e intensa (70%), vmitos (10%),
coma (10%), sem dados disponveis (30%). O estudo tomogrfico evidenciou HSAE (60%), hidrocefalia (10%),
leso saculiforme (10%), sem dados (20%). Foram submetidos a microcirurgia vascular intracraniana (40%),
embolizao (30%), DVP (20%), tratamento conservador (20%), recusa de tratamento (10%). Complicaes
apresentadas incluem alteraes de conscincia (20%), hidrocefalia (20%), instabilidade hemodinmica (10%),
trombose de seios durais (10%) e cefalia residual (10%). Resolveram sem dficit neurolgico importante: 40%.
O tempo mdio de internao foi de 38 dias. CONCLUSO: O estudo confirmou a prevalncia de HSAE
aneurismtica no sexo feminino e a importncia da artria comunicante anterior, porm maior prevalncia da
cartida interna. observada alta incidncia de diagnsticos apenas aps o quadro de HSAE (60%), forte
indicador de mau prognstico. PALAVRAS-CHAVE: Intracranial Aneurysm, Subarachnoid Hemorrhage,
Circle of Willis.


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TROMBOSE DE SEIO TRANSVERSO: RELATO DE CASO E REVISO DE
LITERATURA.
Galeno Vieira Rocha; Luiz Severo Bem Junior; Bruna Silva Ciarlini; Iuri Arajo Honcy
Universidade Federal do Cear - Fortaleza / Instituto Dr. Jos Frota, Fortaleza (CE).

INTRODUO: A trombose venosa do sistema nervoso central, envolvendo a trombose de veias e seios
venosos cerebrais, uma condio rara. A incidncia nos adultos maior na terceira dcada de vida, proporo
H:M de 1,5:5 e destacando-se principalmente o acometimento do seio transverso. Pelas suas complicaes
potencialmente fatais, a trombose de seios durais (TSD) deve ser sempre considerada no diagnstico diferencial
de cefalia recente. OBJETIVO: Relatar e discutir um caso de Trombose do Seio Transverso (TST) em
paciente admitida em servio de Neurocirurgia de referncia no Estado do Cear. MATERIAIS E MTODOS:
Relato de caso - EPA, feminino, 35 anos, admitida no dia 31/08/10 com histria de cefalia de incio sbito. Ao
exame, apresentou Glasgow 15, pupilas isocricas e fotorreagentes, no apresentando nenhum quadro
neurolgico focal. Para excluso de diagnsticos diferenciais, foi realizada puno lombar, resultado normal.
Realizou tambm TC de crnio contrastada, evidenciando o sinal do delta vazio sugestivo de TST.
RESULTADO: Na UTI: analgesia e anticoagulao (Marevam), evoluindo com melhora da cefalia. Recebeu
alta, sendo orientada a fazer uso de Marevam 5mg 1x/dia e rigoroso controle do TAP/INR, alm de
acompanhamento ambulatorial. CONCLUSO: A maior incidncia de TSD nas mulheres foi notada desde
1970, sendo atribudo ao uso generalizado de Anticoncepcionais Orais. Os seios venosos mais atingidos so:
seios transversos, seio longitudinal superior e o seio reto. O sintoma mais freqente cefalia intensa, recente,
no habitual, fixa, holocraniana, podendo piorar com o decbito, e de agravamento progressivo. 50% dos
doentes desenvolvem sinais neurolgicos focais, com uma elevada incidncia de convulses parciais simples.
20% apresentam hipertenso intracraniana isolada. O exame diagnstico inicial: TC de crnio, revelando o
s inal do delta vazio, representa um trombo hiperdenso no interior do seio venoso. A tcnica diagnstica mais
sensvel a RNM, tendo sua utilizao balizada por uma suspeita clnica elevada. PALAVRAS-CHAVE:
Intracranial Sinus Thrombosis, Headache, Oral Contraceptives.


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COORTE DE VTIMAS DE TRAUMATISMO CRNIO-ENCEFLICO
INTERNADAS NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA DO SUS EM
PORTO ALEGRE E CANOAS (RS)
Karen Dal Lago Miotto, Silvana De Moura, Patrcia C. Silveira, Jane C. Bencke, Tatiane T. Martins, Daiana N.
Paz, Bruna F. Lambert, Gabriela F. Biondo, Fernando A. Dannebrock, Daniel Simon, Leonardo Borges, Andre.

Curso de Medicina e Programa de Ps-Graduao em Diagnstico Gentico e Molecular da Universidade
Luterana do Brasil, Canoas (RS)

INTRODUO: No Brasil, aproximadamente 300 pessoas morrem por dia em decorrncia do trauma, sendo o
TCE o principal determinante de fatalidade em 50% dos casos. No TCE grave a mortalidade chega a 70%; e
100% dos sobreviventes tero algum grau de seqela, causando significativo impacto scio-econmico tanto
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devido a perda de anos de vida e de produtividade, quanto aos altos custos de teraputica e de reabilitao.
Dados prospectivos sobre a caracterizao das vtimas de TCE grave no Brasil so escassos. OBJETIVO:
Investigar, prospectivamente, o perfil das vtimas adultas de traumatismo crnio-enceflico grave internadas nas
unidades de terapia intensiva (UTI) do SUS em Porto Alegre e Canoas (RS). MATERIAIS E MTODOS: No
perodo, entre setembro de 2008 e setembro de 2010, foram includos nesta coorte prospectiva 282 pacientes
consecutivos vtimas de TCE grave (GCS 3-8) internados nas trs UTIs de trauma que so referncia para o
atendimento SUS de vtimas de TCE grave em Porto Alegre e Canoas/RS. As variveis demogrficas e clnicas
investigadas atravs de instrumento elaborado e preenchido, diariamente at o desfecho primrio, pela equipe de
pesquisa foram: gnero, idade, atendimento pr-hospitalar (APH), intubao pr-hospitalar, mecanismo de
leso, leses associadas, escore GCS na admisso, na emergncia e na UTI, sedao, capnografia, tempo entre
admisso na sala de emergncia e transferncia para a UTI; uso de vasopressores, craniotomia, monitorizao
PIC, complicaes infecciosas, mortalidade, GCS na alta da UTI e tempo at o desfecho. RESULTADOS: A
maioria das vtimas foram homens (85%), com idade mdia de 35,515,5 anos, que sofreram TCE por acidente
com veculos automotores. Quarenta e trs por cento sofreram TCE isolado. Atendimento pr-hospitalar ocorreu
em 72% dos casos, e 47% dos pacientes foram intubados no APH. O escore mdio de GCS foi de 6,72,8 no
APH, 5,92,7 na emergncia e 5,42,5 na admisso na UTI, (mdiad.p.) respectivamente. Monitorizao da
PIC foi instalada em 17% dos pacientes e 52% foram submetidos a craniotomia. Sessenta e cinco por cento dos
pacientes apresentaram complicaes infecciosas. O TCE grave apresentou mortalidade de 29%, sendo o tempo
mediano at a morte de 3 dias, 11% foram includos em protocolo de morte enceflica. No grupo de
sobreviventes, o tempo mediano at a alta da UTI foi de 13 dias (1-47) e o escore mdio de GCS na alta foi de
10,73,6. CONCLUSO: A caracterizao das vtimas de TCE grave permitir aes de preveno,
dimensionamento de recursos assistenciais, avaliao da demanda de reabilitao e estabelecimento do impacto
scio-econmico do TCE grave e poder orientar a estratificao prognstica das vtimas de TCE grave, e o
monitoramento de respostas teraputicas e reabilitao ps-TCE. PALAVRA CHAVE: Traumatismo
craniencefalico, trauma, biomarcadores.


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BLOQUEIO ANALGSICO DIAGNSTICO NA DOR FACETRIA.
Plastina FE, Dias LAA, Tanaka K, Pierro Neto PA, Tenuta FCC, Souza DG, Correia MM, Dias Jr LAA, cunha,
CD, Marchini L.

Santa Casa de Misericrdia de Ribeiro Preto, Ribeiro Preto (SP).

INTRODUO: A dor facetria patologia altamente prevalente em nosso meio, respondendo por 15-45%
dos casos de dor lombar crnica. O conceito de que articulaes facetrias podem ocasionar dor remonta a
Goldthwait, em 1911. a dor facetria lombar traduz-se como dor localizada na coluna lombar, agravando-se
principalmente extenso, mas tambm lateralizao lombar, mas tambm foram referidos padres de
irradiao, os quais podem confundir-se com radiculopatia. As articulaes facetrias podem ser bloqueadas
injetando-se anestsicos na articulao ou no ramo medial do segmento dorsal nervoso. OBJETIVOS:
Confirmar a necessidade ou no de bloqueios intra-articulares diagnsticos em pacientes que apresentem dor
facetria lombar tpica, (com piora extenso e lateralizao) e/ou presena de achados compatveis com esta
sndrome no exame de ressonncia nuclear magntica lombar ( edema intra-articular). MATERIAL E
MTODO: Foram selecionados 25 pacientes apresentando dor lombar baixa crnica, de difcil controle
medicamentoso, com piora extenso e lateralizao lombar, bem como aqueles que apresentavem sinal de
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edema intra-articular facetrio em RNM e submetidos bloqueio intra-articular com anestsico ( Xylocana 2%,
sem vasconstritor + corticide de depsito). Aplicados questionrio EVA ( Escala visual da dor ) antes do
bloqueio, imediatamente aps o bloqueio e 30 dias aps. RESULTADOS: Dentre os pacientes, 20 ( 80%)
tiveram melhora total dos sintomas imediatamente aps o bloqueio diagnstico e 05 (20%) relataram queda da
dor na escala EVA (entre 2 e 6 pontos). Trinta dias aps o bloqueio 65 % dos pacientes permaneciam com
melhora total ou ento significante da dor ( queda de 05 pontos na escala EVA), 20 % dos pacientes
apresentaram melhora de 03 pontos na escala e diminuram a dosagem de analgsicos diria e 16% no
apresentaram melhora significativa da dor lombar. DISCUSSO: Os dados do trabalho confirmam que a
maioria dos pacientes que apresentam dor lombar tpica de sndrome facetria ou edema intra-articular
melhoram com o bloqueio intra-articular. Mas tambm conclui que apenas o exame fsico e exames de imagem
so insuficientes para firmar o diagnstico da sndrome, sendo essencial o bloqueio diagnstico, dados que vo
de encontro literatura atual. Outro dado importante o fato de os pacientes obterem melhora substancial da
qualidade de vida ( diminuio da dor e dos medicamentos) e poderem ser elegveis procedimentos de
denervao facetria. Tambm ressaltamos que quando o paciente se apresenta com associaes com hrnias
discais, seu diagnstico muitas vezes confundido com essa entidade, pois descrito na literatura irradiao de
padro pseudoradicular, o que muitas vezes leva o neurocirurgio realizar procedimentos cirrgicos incuos,
os quais podem agravar a dor do paciente, aumentando ainda mais a importncia dos bloqueios.
CONCLUSO: A dor facetria patologia altamente prevalente em nosso meio, respondendo por 15-45% dos
casos de dor lombar crnica, sendo responsvel por prejuzos no mercado de trabalho, por determinar ausncia
freqentes, bem como danos psicolgicos considerveis na populao afetada. Os dados do trabalho confirmam
que a maioria dos pacientes que apresentam dor lombar tpica de sndrome facetria ou edema intra-articular
melhoram com o bloqueio intra-articular, contudo conclui que apenas o exame fsico e exames de imagem so
insuficientes para firmar o diagnstico da sndrome, sendo essencial o bloqueio diagnstico. PALAVRAS-
CHAVE: dor facetaria; lombalgia; bloqueio diagnstico


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TROMBOSE VENOSA CEREBRAL AGUDA AMONTANTE EM MLTIPLOS
SEIOS VENOSOS EM PACIENTE JOVEM SEM COMORBIDADES E COM
BOA EVOLUO AO TRATAMENTO CLINICO MEDICAMENTOSO SEM
TROMBLISE.
Daniel de C. Kirchhoff, Luiz Paulo Alves, David Monducci, Lorenza Pereira, Renato Angelo R Souza,Fabio A
K Okuda, Dierk F.B. Kirchhoff

Assistncia Neurolgica de So Bernardo, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVO: Trombose Venosa cerebral uma patologia pouco comum, atualmente mais
frequentemente diagnosticada pelo avano dos diagnsticos no invasivos de imagem. A taxa de mortalidade
varia proporcionalmente a demora em seu diagnostico, a sua apresentao clinica com cefalia, vmitos, dficit
visual e convulses, podem se assemelhar a outras patologias vasculares do sistema nervoso central. Mltiplos
fatores esto associados a etiologia do estado de hipercoagulabilidade, como distrbios hematolgicos
intrnsecos, desidratao, gravidez e uso de contraceptivos orais. O Tratamento visa obter a recanalizao do
segmento do seio trombosado, diminuio da hipertenso intracraniana, e preveno de convulses.
MATERIAIS E MTODOS: O presente estudo visa descrever um caso, jovem, 23 anos, sexo feminino,
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internada no servio da assistncia neurolgica de So Bernardo com cefalia de forte intensidade, vmitos,
turvao visual e rebaixamento de nvel de conscincia aps terceiro dia de ictus comatosa eot,vm, sedada.
Submetida a exames complementares que confirmam trombose de seio sagital superior,inferior, trcula e
transversos, conseqente com infarto de hemisfrio esquerdo e seguido de transformao hemorrgica bilateral
subaracnoide tentorial com potencial apenas pelas veias anastomticas inferiores de Labb. RESULTADOS:
Vetado tromboltico por fora de protocolo internacional, e descartado posibilidade de tratamento endovascular
pela nossa equipe multidisciplinar, foi tratada com medicao anticoagulante (Clexane pleno), ocorrendo
recanalizao parcial dos seios com boa evoluo neurolgica at a sua alta. Apesar do costumeiro alto ndice de
bito desta patologia. CONCLUSES: Descrevemos um caso de trombose venosa cerebral, seu diagnostico
definitivo e conseqente tratamento, ressaltamos as dificuldades em seu diagnostico inicial e dilemas quanto ao
tratamento anticoagulante. PALAVRAS-CHAVE: Trombose venosa cerebral.


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SNDROME DE GOLDENHAR ASSOCIADA A SCHWANOMA DE ACSTICO
BILATERAL.
Dias LAA, Tanaka K, Plastina FE, Pierro Neto PA, Tenuta FCC, Souza DG, Correia MM, Dias Jr LAA, Cunha
CD.

Santa Casa de Misericrdia de Ribeiro Preto, Ribeiro Preto (SP).

INTRODUO: A sndrome de Goldenhar de etiologia controversa. Tambm conhecida como sndrome
culo-aurculo-facial, pelas alteraes fenotpicas do paciente. Alguns autores defendem que sua origem seja
espordica, contudo h inmeras teorias que buscam relacionar sua etiologia alteraes genticas. RELATO
DE CASO: Nosso trabalho descreve o paciente MBP, de 42 anos de idade, com diagnstico prvio de sndrome
de Goldenhar. Quadro clinico de hipoacusia bilateral, anomalias faciais tpicas da patologia (microssomia facial
e apndices pr auriculares) e dficit cognitivo severo. Iniciou com alterao de equilbrio , cefalia e sialorria,.
Em investigao com exames de imagem, foi diagnosticada a presena de schwanoma bilateral, sendo
submetido exerese daquele de maior tamanho, direita, o qual comprimia o tronco enceflico.DISCUSSO:
A sndrome de Goldenhar uma patologia com dficit cognitivo limitante, apndices pr-auriculares (90%),
microssomia hemifacial (77%), anormalidades vertebrais (70%), microtia(52%), malformaes diversas do
sistema nervoso(47%), leses dermides epibulbares (39%), malformaes genitourinrias (23 %) e
malformaes cardacas(39%). So citadas mutaes nos cromossomos 22 e 14 (associadas sndrome de cri-
du-chat ). No encontramos na literatura nenhum relato de caso que discuta a relao entre schwanoma bilateral
e sndrome de Goldenhar. Sabendo da relao de schwanoma unilateral com mutaes do cromossomo 22, bem
como dessa mutao com schwanomas bilaterais, fortalece-se a hiptese da sndrome de Goldenhar apresentar
relao com alterao cromossmica nesse loci, conforme refere a literatura mundial. CONCLUSO: Em
concluso, ressaltamos a raridade da apresentao dessa sndrome com schwanomas bileterais e a importncia
da investigao mais detalhada com Ressonncia magntica, para diagnstico precoce desta possvel
apresentao conjunta. PALAVRAS CHAVE:Sndrome de goldenhar; schwanoma; bilateral.

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CRANIOTOMIA DESCOMPRESSIVA NO TRATAMENTO DE INFARTOS
CEREBRAIS MALIGNOS, DISCUSSO SOBRE O REAL GANHO DE
QUALIDADE DE VIDA E NO SOBREVIDA PURAMENTE DOS PACIENTES
EM COMPARAO AO TRATAMENTO CONSERVADOR CLNICO.
Daniel de C. Kirchhoff, Luiz Paulo Alves, David Monducci, Lorenza Pereira, Renato Angelo R Souza,Fabio A
K Okuda, Dierk F.B. Kirchhoff.

Assistncia Neurolgica de So Bernardo, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVO: O presente estudo visa descrever o mtodo de craniotomia descompressiva
como maneira de tratar cirurgicamente um caso de hipertenso intracraniana associada a leso cerebrovascular.
Suas indicaes, contra-indicaes, complicaes e tcnica cirrgica. MATERIAIS E MTODOS:
Descrevemos um caso exemplificando a casustica e seu perfil tratado no servio da assistncia neurolgica de
So Bernardo, homem, 67 anos, vitima de acidente vascular enceflico hemisfrico isqumico, seguido a sua
transformao hemorragia, causando sndrome de hipertenso intracraniana aguda, refratria ao tratamento
clinico convencional, submetido a craniotomia descompressiva e duroplastia em carter de urgncia, seu
seguimento clinico em UTI. RESULTADOS: O paciente submetido a tratamento cirrgico para controle de
sndrome de hipertenso intracraniana refratria, decorrente a leso cerebrovascular extensa, tratamento
intensivo e complicaes do procedimento.discutindo o real ganho de qualidade de vida e no apenas sobrevida,
alm do timing cirrgico da leso e condies neurolgicas do paciente, em comparao ao tratamento
expectante conservador. CONCLUSES: Descrevemos um caso de tratamento cirrgico da hipertenso
intracraniana por craniotomia descompressiva, suas indicaes e complicaes, alm da hora correta de
abordagem e comparao critica com tratamento conservador em termos de qualidade de vida. PALAVRAS-
CHAVE: craniotomia descompressiva, avci maligno.

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PERFIL DOS PACIENTES TRATADOS EM SERVIO PBLICO DE
NEUROCIRURGIA ENDOVASCULAR NO ANO DE 2010.
Maurcio Jory, Paulo Puglia Jr, Michel Eli Frudit, Arthur Cukiert, Fabiano R. Rivau, Pablo R. Saa

Hospital Brigadeiro, So Paulo (SP)

INTRODUO: Desde a introduo da cobertura dos procedimentos neuroendovasculares pelo sistema
pblico de sade vrios centros vem realizando esse trabalho no Brasil, sem no entanto cobrir toda a demanda.
Apresentamos a experincia de 2010, segundo ano de funcionamento do nosso Servio de Neurocirurgia
Endovascular. RESULTADOS: De um total de 485 atendimentos, 382 (78,7%) foram angiografias diagnsticas
e 103 foram procedimentos teraputicos. Tratamento de aneurismas respondeu por 63 procedimentos (61%),
realizados em 57 pacientes. Esses se dividiram em 55 embolizaes, trs colocaes de stents complementando
embolizao, 03 colocaes de stent diversor de fluxo (apenas um com embolizao prvia), uma ocluso com
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bales e um teste de ocluso. Foram realizadas 32 (31%) sesses de embolizao de malformaes
arteriovenosas (MAV) em 25 pacientes. Outros procedimentos foram menos freqentes, com quatro
embolizaes pr-operatrias de tumores, trs de fstulas durais e uma de malformao arteriovenosa medular.
CONCLUSO: A maioria dos atendimentos foi de finalidade diagnstica. Dos procedimentos teraputicos, a
maior demanda por tratamento de aneurismas, onde se pode incorporar as novas tecnologias de stents.
PALAVRAS-CHAVE: perfil, servio pblico neurocirurgia endovascular.


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FSTULA ARTERIOVENOSA DE ARTRIA TEMPORAL SUPERFICIAL
RELATO DE CASO E REVISO DE LITERATURA
Adroaldo Baseggio Mallmann, Pedro R. Biasi, Giovani A. Linhares, Cristiane N. Mattei, Milton Gross, Daiane
Matana, Nathlia S. Mendes, Igor Cechin, Paulo S. Crusius, Cludio A. Seibert, Marcelo U. Crusius, Charles A.
Cara

Instituto de Neurologia e Neurocirurgia / Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo, Passo
Fundo (RS).

INTRODUO E OBJETIVOS: Fstulas arteriovenosas (FAV) do escalpo so leses vasculares raras
geralmente associadas a trauma craniano fechado. A artria temporal superficial (ATS) particularmente
vulnervel a formao de FAV e pseudoaneurismas. Descrevemos um caso de FAV de ATS, expondo
informaes desta patologia e seu tratamento. MATERIAL E MTODOS: Paciente feminina, 41 anos, com
histria de trauma craniano fronto-temporal h um ano. H dois meses observou abaulamento na regio do
trauma. Exame da leso revelou massa pulstil, mvel, com presena de sopro ausculta. Ultrassonografia
evidenciou leso anecica fronto-temporal, subcutnea, com intenso fluxo sanguneo, medindo 7x3,1cm. Exame
angiogrfico diagnosticou FAV entre a ATS e a veia facial. RESULTADOS: Realizado tratamento
endovascular com embolizao total de ATS, porm a fstula permaneceu ativa, suprida por ramo da artria
faringia ascendente. Nova embolizao ocluiu a artria cartida externa direita, persistindo o enchimento
atravs da anastomose da artria oftlmica com a ATS. Optou-se ento por tratamento cirrgico, com exrese
total da leso, sendo bem sucedido, com o paciente permanecendo sem dficits. CONCLUSO: No escalpo, a
grande maioria das FAV ocorre por trauma fechado, responsvel por 75% dos casos. As veias de drenagem
tornam-se grosseiramente dilatadas e tortuosas resultando em deformidades do escalpo e face, formando
pseudoaneurismas. O perodo latente entre a leso da ATS e o aparecimento dos sintomas pode variar de alguns
meses a at 15 anos. Os pacientes referem, geralmente, uma massa pulstil, expansiva e indolor na regio
temporal. Cefalia, zumbido e tontura tambm podem estar associados. Ao exame clnico encontramos frmito
palpvel e sopro contnuo audvel. A angiografia dos sistemas carotdeo externo e interno desempenha papel
fundamental no esclarecimento do diagnstico e confirmao dos vasos nutridores e de drenagem. A
embolizao endovascular dessas leses o primeiro tratamento, com excelentes resultados, podendo, inclusive,
ser feito no mesmo momento da angiografia diagnstica. PALAVRAS-CHAVE: Fstula arteriovenosa, Artria
Temporal Superficial

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PERFIL EPIDEMIOLGICO DOS TUMORES CEREBRAIS PRIMRIOS DE
UM CENTRO DE NEUROCIRURGIA NOS ANOS DE 2009 E 2010.
Adroaldo Baseggio Mallmann, Pedro R. Biasi, Igor Cechin, Daiane Matana, Paulo S. Crusius, Cludio A.
Seibert, Marcelo U. Crusius, Charles A. Carazzo, Cassiano U. Crusius, Cassiano M. Forcelini

Instituto de Neurologia e Neurocirurgia / Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo, Passo
Fundo (RS).

INTRODUO E OBJETIVOS: Os tumores cerebrais vm apresentando mudanas nas estatsticas mundiais,
com aumento no nmero de casos em pases desenvolvidos. Estima-se uma incidncia de 22 mil tumores
primrios e 170 mil metstases cerebrais por ano nos EUA. Entre os tumores primrios mais comuns esto os
gliomas (70%), os meningiomas (20%) e os Schwannomas (10%), com dados ingleses apontando os tumores
hipofisrios como os terceiros mais freqentes. Descrevemos os dados epidemiolgicos dos anos de 2009 e
2010 acerca dos tumores cerebrais de um centro de neurocirurgia, expondo as mudanas estatsticas
evidenciadas. MATERIAL E MTODOS: Estudo retrospectivo, com anlise de 110 casos de neoplasias
cerebrais primrias a partir do banco de dados dos autores. Foram analisados dados de pacientes atendidos pela
equipe no perodo de 01/01/2009 a 31/12/2010. Os dados utilizados foram: tipo histolgico do tumor, gnero e
idade ao diagnstico. RESULTADOS: Do total de 110 neoplasias diagnosticadas no perodo, o maior
contingente foi de gliomas, responsveis por 44,5% do casos, sendo a maioria glioblastomas (57,1% - 28 casos).
Meningiomas perfizeram 31,8% do total. Em menor nmero ocorreram tumores hipofisrios (8,2%),
Schwannomas (4,5%) e outros tumores menos comuns (10,9%). Apenas um caso de meningioma foi
diagosticado entre 80 e 84 anos de idade e somente 7 GBM entre 65 e 69 anos, idades tidas como pico de
incidncia destes tumores. CONCLUSO: Apesar de a distribuio dos casos assemelhar-se s estatsticas
mundiais, houve um maior nmero de tumores hipofisrios do que Schwannomas. Dentre as neoplasias gliais, o
GBM continua como o mais comum, entretanto, houve uma diminuio do pico de incidncia deste. Outra
alterao vista diz respeito aos meningiomas, no qual apenas um paciente tinha entre 80 e 84 anos ao
diagnstico, o que denota uma maior ateno na investigao neurolgica dos pacientes, que esto mais
precocemente sendo acometidos por neoplasias enceflicas. PALAVRAS-CHAVE: Neoplasia cerebral,
Gliomas, Meningiomas


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DIMINUIO DA FREQUNCIA DE CRISES APS INSERO DE
ELETRODOS PARA ESTIMULAO CEREBRAL PROFUNDA(ECP) EM
PACIENTES COM EPILEPSIA REFRATRIA (LUA-DE-MEL; EFEITO
MICROLESIONAL).
A Cukiert, JA Burattini, AM Lima, CM Cukiert, C Baise, M Argentoni-Baldochi, CR Forster, VA Mello.

Programa de Cirurgia de Epilepsia, Hospital Brigadeiro, Sao Paulo (SP).

INTRODUO: Efeitos microlesionais tm sido notados em pacientes submetidos ECP para distrbiops do
movimento, e sua durao pode ser variavel. Pouco se conhece a respeito deste eventual efeito em pacientes
portadores de epilepsia submetidos a ECP. Descrevemos nossos achados em relao frequncia das crises
imediatamente aps a insero de eletrodos para ECP em pacientes epilpticos. MATERIAL: Dezoito pacientes
portadores de epilepsia refratria foram estudados. Seis eram portadores de epilepsia generalizada e foram
submetidos a implante do ncleo centro-mediano(CM-DBS); sete eram portadores de epilepsia extratemporal ou
representavam falha ps-cortico-amgdalo-hipocampectomia e foram submetidos a implante do ncleo anterior
do tlamo (AN-DBS) e cinco possuam epilepsia do lobo temporal e foram submetidos a implante hipocampal
(Hip-DBS). A idade mdia foi de 25,33 e 44 anos, para os grupos CM-DBS, AN-DBS e Hip-DBS,
respectivamente. A frequncia de crises foi diria nos grupos CM-DBS e AN-DBS e de 1.5/semana no grupo
Hip-DBS. Todos os pacientes foram implantados bilateralmente, sob anestesia geral. O gerador foi instalado no
mesmo procedimento. Considerou-se que houve diminuio da frequencia das crises quando a mesma era
reduzida em ao menos 50%. RESULTADO: No houve piora das crises em nenhum paciente no ps-operatrio
imediato (POI). No grupo AN-DBS, apenas 1 paciente apresentou diminuio da frequencia de crises no ps-
operatrio imediato; este efeito durou uma semana. No grupo CM-DBS, 5 pacientes apresentaram diminuio
da frequencia das crises no POI, e a durao deste efeito foi de 28 dias, em mdia. J no grupo Hip-DBS, 4
pacientes apresentaram diminuio das crises no POI, com durao do efeito de 26 dias em mdia.
CONCLUSO: Nossos achados sugerem que os distintos alvos utilizados diferem na ocorrncia de l ua-de-
mel em relao s crises no POI. Efeitos microlesionais foram notados com mais frequencia em CM-DBS e
Hip-DBS e so praticamente inexistentes em pacientes com AN-DBS. Estes achados tem implicaes prticas
no manuseio dos pacientes, bem como no desenho de futuros protocolos clnicos. PALAVRAS-CHAVE: ECP,
epilepsia refratria, efeito microlesional.


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ANLISE DE 50 CASOS OPERDOS DE MALFORMAO DA JUNO
CRANIOCERVICAL.
Maurus Marques de Almeida Holanda, Christian D. Ferreira, Stnio A. Sarmento, Ronald Lucena, Artur B.
Rocha

UFPB, Joo Pessoa (PB).

INTRODUO: As malformaes da juno crnio-cervical so patologias freqentes no Nordeste do Brasil
destacando a impresso basilar (IB), a malformao de Chiari (MC) isoladas ou associadas a siringomielia(SM).
Este trabalho teve como objetivo realizar uma avaliao clnica e cirrgica de 50 casos operados destas
patologias no perodo de 1994 a 2011. MATERIAIS E MTODOS: Foram analisados 50 casos de IB, MC e
SM. Todos foram submetidos ao exame neurolgico durante a admisso, e 1 ms aps a cirurgia. Os pacientes
foram submetidos a descompresso osteo-dural-neural, que consistiu em craniectoia occiptal ampla, abertura da
dura-mater em y, aspirao das tonsilas intra-pial e duroplastia. RESULTADOS: Foi notificados os casos de IB
isolados e observou-se mais de 50% de associao de IB com MC e aproximadamente 1/3 dos casos associao
de IB, MC e SM. Houve predomnio de pacientes do sexo masculino e cor branca. O tempo de aparecimento dos
sintomas at a primeira consulta variou desde menos de 1 at mais de 3 anos, semelhante aos dados da literatura.
inspeo os pacientes apresentavam, na sua maioria, braquicefalia , brevis colis, escoliose e alterao da fossa
posterior. Os sintomas clnicos mais frequentes foram cefalia, fraqueza muscular, vertigem, disfuno sexual e
os sinais clnicos observados foram hiperreflexia, e algum tipo de paresia. Nistagmo foi encotrado em mais de
50% dos casos. CONCLUSO: Concluimos que a descompresso osteo-dural-neural efetiva para o
tratamento das malformaes da juno crnio-vertebrais, j que obtivemos melhora significativa dos sintomas
na grande maioria dos nossos pacientes, principalmente aqueles operados com menos de um ano de queixa. A
ressonncia de crnio foi o exame de escolha para o diagnstico destas patologias sendo necessrio em todos os
pacientes.PALAVRAS-CHAVE: Impresso Basilar, Malformao de Chiari, Siringomielia.


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PIORA DAS CRISES APS ESTIMULAO CEREBRAL PROFUNDA (ECP)
DE ALTA INTENSIDADE.
A Cukiert, JA Burattini, AM Lima, CM Cukiert, C Baise, M Argentoni-Baldochi, CR Forster, VA Mello.

Programa de Cirurgia de Epilepsia, Hospital Brigadeiro, Sao Paulo (SP)

INTRODUO: ECP tem sido utilizada para o tratamento de pacientes portadores de epilepsia refratria. No
entanto, pouco se sabe acerca dos parmetros ideiais de estimulao que devem ser utilizados nestas situaes.
Relatamos o aumento da frequencia de crises em pacientes submetidos a ECP de alta intensidade. MATERIAL:
Dezoito pacientes portadores de epilepsia refratria foram estudados. Seis eram portadores de epilepsia
generalizada e foram submetidos a implante do ncleo centro-mediano(CM-DBS); sete eram portadores de
epilepsia extratemporal ou representavam falha ps-cortico-amgdalo-hipocampectomia e foram submetidos a
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implante do ncleo anterior do tlamo (AN-DBS) e cinco possuam epilepsia do lobo temporal e foram
submetidos a implante hipocampal (Hip-DBS). A idade mdia foi de 25,33 e 44 anos, para os grupos CM-DBS,
AN-DBS e Hip-DBS, respectivamente. A frequncia de crises foi diria nos grupos CM-DBS e AN-DBS e de
1.5/semana no grupo Hip-DBS. Todos os pacientes foram implantados bilateralmente, sob anestesia geral. O
gerador foi instalado no mesmo procedimento. A intensidade de estimulo era aumentada em 0.5V a cada visita,
at que se observasse melhora clnica ou efeito colateral. RESULTADOS: Pacientes com CM-DBS e AN-DBS
no apresentaram piora das crises com ECP at 5.0V. Trs pacientes com Hip-DBS apresentaram piora com
ECP acima de 3.5V. PALAVRAS-CHAVE: ECP, alta intensidade.


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VALOR PROGNSTICO DAS DESCARGAS BILATERAIS EM PACIENTES
SUBMETIDOS A HEMISFERECTOMIA.
A Cukiert, JA Burattini, AM Lima, CM Cukiert, C Baise, M Argentoni-Baldochi, CR Forster, VA Mello.

Programa de Cirurgia de Epilepsia, Hospital Brigadeiro, Sao Paulo (SP).

INTRODUO: Pacientes submetidos hemisferecetomia tm preferncialmente patologias hemisfricas
unilaterais, mas frequentemente so notadas descargas bilaterais ao EEG. Relatamos nossos resultados ps-
hemisferectomia em relao s crises, quando analisados os EEGs pr-operatrios. MATERIAL: Sessenta e um
pacientes submetidos hemisferectomia foram estudados. A idade variou de 2 meses a 48 anos (mdia 7,2
anos). As crises eram dirias em todos os pacientes. Seus diagnsticos incluram: Rasmussen (n=20), HHE
(n=32), Sturge-Weber (n=3) e displasia cortical (n=6). Sete pacientes com Rasmussen, 8 com HHE e 5 com
displasia cortical apresentaram descargas bilaterais aparentemente independentes ao EEG. Nenhum paciente
com Sturge-Weber apresentou descargas bilaterais. RESULTADOS: A presena de desacargas bilaterais no
influenciou o resultado em relaes Ps crises nos pacientes com Rtasmussen ou HHE. No entanto, aqueles com
displasia cortical apresentaram descargas bilaterais mais frequentemente, e tiveram pior resposta em relao s
crises. DISCUSSO: A etiologia, e no os achados eletroencefalogrficos, relaciona-se com o prognstico em
elao s crises ps-hemisferectomia. PALAVRAS-CHAVE: descargas bilaterais, hemisferectomia.


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COAGULAO ENDOSCPICA DO PLEXO CORIDE NO TRATAMENTO
DA HIDRANENCEFALIA E HIDROCEFALIA EXTREMA.
Thales Eduardo Caldeira Moraes, Sandro P. Lemos, Hugo Abi S. Pedrosa, Srgio Lemos.

Hospital da Baleia, Belo Horizonte (MG).

INTRODUO E OBJETIVO: Descrever tcnica de coagulao Neuroendoscpica do plexo coride, como
opo de tratamento primrio da hidranencefalia e da hidrocefalia extrema. MATERIAIS E MTODOS:
Selecionamos atravs de imagens tomogrficas crianas com hidranencefalia e hidrocefalia extrema, esta ltima
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definida como pequeno manto cortical na convexidade cerebral e cavidade ventricular nica supratentorial.
Foram tratadas quatro crianas com hidranencefalia e trs com hidrocefalia extrema. Apenas uma apresentava
idade superior a dois meses. A tcnica cirrgica compreendeu: 1) Sob anestesia geral e posio supina neutra,
foi feita inciso semicircular na borda posterior da fontanela anterior e abertura de pequena janela ssea; 2)
abertura longitudinal da dura-mter. 3) aps introduo do endoscpio, foi feito o reconhecimento das estruturas
cerebrais e identificao do plexo coride recobrindo os tlamos; 4) com uso do monopolar, os plexos corides
foram amplamente coagulados no sentido do forame de Monro at a face inferior do tlamo (de proximal para
distal). Iniciada a coagulao pelo lado direito e a seguir esquerda; 5) nos casos em que foi possvel penetrar
no terceiro ventrculo e identificar s estruturas do assoalho do mesmo, foi realizada terceiroventrculo-
cisternostomia (dois casos de hidrocefalia extrema); 6) ao final do procedimento, a duramter foi suturada
hermeticamente com enxerto de pericrneo, a janela ssea fixada no peristeo e a pele fechada em dois planos.
RESULTADOS: Um paciente faleceu na primeira semana de ps-operatrio devido a choque e distrbio hidro-
eletroltico refratrios. Um paciente cursou com aumento progressivo do permetro ceflico e necessitou de
derivao ventrculo-peritoneal com vlvula, cinco meses aps o procedimento endoscpico. s demais crianas
no necessitaram de outro tratamento, no tiveram complicaes relacionadas ao procedimento e tiveram o
permetro ceflico estabilizado at o momento. O seguimento mdio foi de seis meses. CONCLUSO: A
coagulao endoscpica do plexo coride mostrou-se alternativa eficaz no tratamento da hidranencefalia e
hidrocefalia extrema. PALAVRAS-CHAVE: hidranencefalia, hidrocefalia extrema, neuroendoscopia


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COMPLICAES DE HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA APS RUPTURA
ESPONTNEA DE ANEURISMA CEREBRAL EM PACIENTES
SUBMETIDOS A EMBOLIZAO.
Rafael Gonalves Duarte Cunha; Bartolomeu Souto Queiroz Quidute; Carlos Pereira da Silva Neto; Matheus
Cavalcanti Pompeu; Rmulo Duarte Cunha Filho; Vernica Florncio Ferraz Torres.

Faculdade de Medicina Nova Esperana e Faculdade de Cincias Mdicas da Paraba. Joo Pessoa (PB).

INTRODUO E OBJETIVOS: A ruptura de aneurisma cerebral a principal causa de hemorragia
subaracnidea espontnea. O presente estudo tenta demonstrar a freqncia das principais complicaes deste
tipo de sangramento. MATERIAIS E MTODOS: Dezoito pacientes que tiveram hemorragia subaracnidea
espontnea e se submeteram a embolizao de aneurisma cerebral foram acompanhados prospectivamente no
perodo de outubro a dezembro de 2010 no Hospital So Vicente de Paulo na cidade de Joo Pessoa. As
complicaes relacionadas hemorragia foram observadas. RESULTADOS: A complicao mais freqente foi
o vasoespasmo levando a reas isqumicas cerebrais apresentando uma estreita relao com a escala
tomogrfica de Fisher sendo menos freqente o surgimento de hidrocefalia. No houve ressangramento nem
necessidade para abordagem cirrgica por craniotomia para drenagem de hematoma. CONCLUSES: A
constatao de que o vasoespasmo a complicao mais freqente em nosso meio tendo relao com a escala de
Fisher indica que pacientes com Fisher elevado devem ser manejados com maior cuidado e com controle
angiogrfico ou com doppler transcraniano para o diagnstico rpido a fim de se evitar complicaes
relacionadas ao vasoespasmo. PALAVRAS CHAVE: Aneurisma, Vasoespasmo, Subaracnidea.
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LESADO MEDULAR: LCERA POR PRESSO, DESAFIO NO CUIDAR DA
ENFERMAGEM.
Evalda Oliveira Simes Lopes, Valdenice R. Melo, Benigna C. M. Mendona, Vnia P. Ramos

Hospital Getulio Vargas, Recife (PE).

A leso medular (LM) uma sndrome incapacitante complexa orgnica, social e psicolgica, de acordo com
nvel e grau da leso observa-se dficit motor, sensitivo superficial e profundo, disfunes vasomotoras,
alteraes esfincterianas, autonmica e sexual. Estatsticas indicam maior incidncia em adultos jovens com
predomnio do sexo masculino. Requer assistncia multidisciplinar com dinmica interdisciplinar. Dentre das
complicaes decorrentes, a lcera por presso (UP) um problema freqente, com interferncia no aspecto
biopsicosocial, proporcionando atraso ou interrupo no processo de reabilitao e reintegrao social . Estima-
se que 70% dos pacientes com LM possuem UP e desses 7 a 8% morrem por complicaes decorrentes destas
leses. PALAVRAS-CHAVE: leso medular, lcera por presso, cuidados de enfermagem.


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O FEIXE LONGITUDINAL SUPERIOR PARTICIPA DA FUNO
SEMNTICA? UM ESTUDO POR ESTIMULAO CEREBRAL DIRETA.
Igor Lima Maldonado, S. Moritz-Gasser, N. Menjot De Champfleur, Alain Bonafe, H. Duffau

CHU Montpellier, Montpellier (Frana)

INTRODUO E OBJETIVOS: Estudos recentes de tractografia por ressonncia magntica (RM) indicam
que o giro supramarginal (GSM) alberga uma zona de interconexo entre reas frontais e temporais da
linguagem. Alguns autores postulam que vias de substncia branca entre o GSM e o lobo temporal,
representadas pelo segmento posterior do complexo feixe longitudinal superior / feixe arqueado (SLF/AF),
participam da funo semntica. O presente estudo prope a utilizao do mapeamento subcortical realizado
durante a cirurgia do tumor cerebral sob anestesia local para o detalhamento dos aspectos funcionais do SLF.
MATERIAL E MTODOS: Ns mapeamos a substncia branca subjacente ao GSM do hemisfrio dominante
(correspondendo poro postero-superior do segmento arqueado do SLF) em onze pacientes submetidos a
exrese de um glioma. Alm de pontos de referncia morfolgicos, correlaes anatomo-funcionais foram
realizadas com o auxlio de imagens de RM pr e ps-operatrias nos trs planos do espao e da
ultrassonografia per-operatria. RESULTADOS: Os resultados indicam que a substncia branca
correspondente ao segmento posterior do SLF/AF est altamente envolvida com o sistema dorsal fonolgico. O
GSM, conectado ao cortex pre-motor ventral por fibras horizontais, mostrou-se participar do processamento
articulatrio, o que foi demonstrado pela ocorrncia de disartria durante a estimulao eltrica. Fibras arqueadas
longas, mais profundas, parecem participar da funo fonolgica, como sugerido pela ocorrncia de parafasias
fonmicas. importante notar que nenhum distrbio semntico foi induzido e nenhum dficit semntico foi
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observado no ps-operatrio. CONCLUSES: A cartografia da substncia branca por estimulao cerebral
direta no prov argumentos para a participao do SLF (pores arqueada e opercular) na funo semntica,
uma hiptese baseada unicamente na imaginologia. PALAVRAS CHAVE: language mapping, superior
longitudinal fascicle, semantic processing.


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TCNICAS DE DIAGNSTICO EM NEUROLOGIA E PROCEDIMENTOS
NEUROCIRRGICOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITRIO DO RN.
Ana Elza Oliveira de Mendona, rida Maria Diniz Leite, Kssya Dantas Diniz, Maria Gorette Loureno da S.
Arago, Renata de Lima Pessoa Pereira, Rodrigo Assis Neves Dantas, Rosemary Alvares de Medeiros.

HUOL / UFRN, Natal (RN).

INTRODUO: A neurocirurgia uma especialidade que executa procedimentos visando preveno,
diagnstico, avaliao, cuidados intensivos e reabilitao de doenas do sistema nervoso central, perifrico e
autonmico. A portaria N 1.161/GM, de 07/07/2005 institui a Poltica Nacional de Ateno ao Portador de
Doena Neurolgica, tendo a Alta Complexidade o dever de garantir o acesso aos procedimentos
neurocirrgicos e neurocirrgicos, visando alcanar impacto positivo na sobrevida, morbidade e qualidade de
vida da populao. OBJETIVOS: caracterizar os procedimentos neurocirrgicos e neurocirurgias realizadas no
perodo de 2005 a 2010 em um Hospital Universitrio do RN. MATERIAIS E MTODOS: Estudo
exploratrio, descritivo, retrospectivo e quantitativo, realizado atravs de informaes disponveis no banco de
dados do hospital, com dados coletados nos meses de novembro e dezembro de 2010 referentes a todos os
procedimentos neurocirrgicos realizados entre janeiro de 2005 a dezembro de 2010. RESULTADOS: Dos
8.318 procedimentos neurocirrgicos realizados, 7.713 (92,7%) foram eletroencefalogramas e 605 (7,3%)
eletroneuromiografias. Dos 1.050 procedimentos na hemodinmica, 1.032 (98,2%) corresponderam as
arteriografias vertebrais, 08 (0,8%) angiografia cerebral, 06 (0,6%) bipsias vertebrais, 04 (0,4%)
vertebroplastias. Dos 243 procedimentos neurocirrgicos, 47 (19,3%) foram microcirurgias para remoo de
tumores intracranianos, 18 (7,4%) cranioplastias, 18 (7,4%) microcirurgias de leses intramedulares, 13 (5,3%)
correes de sndrome de Chiare e 10 (4,1%), derivaes ventriculares peritoniais. CONCLUSES:
conclumos que a maioria dos procedimentos neurocirrgicos realizados foram procedimentos diagnsticos no
servio de hemodinmica e microcirurgias de tumores intracranianos, atendendo a populao e cumprindo os
requisitos da portaria N 1.161/GM, 07/07/2005. PALAVRAS-CHAVE: Procedimentos Neurocirrgicos;
Neurocirurgia; Tcnicas de Diagnstico em Neurologia.

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AVULSO COMPLETA DO PLEXO BRAQUIAL BILATERAL E FRATURA
C2 EM POLITRAUMATIZADO.
Daniel C. Kirchhoff, Dierk F. B. Kirchhoff, David Monducci, Luiz Paulo Alves,Lorenza Pereira, Renato Angelo
R. Souza, Fabio Antonio F. Okuda

Assistncia Neurolgica So Bernardo, So Paulo (SP)

INTRODUO E OBJETIVOS: O plexo braquial uma regio crtica do SNP quanto sua exposio ao
trauma. Por suas relaes anatmicas com as estruturas mveis do pescoo e ombro, pode ser envolvido quando
vetores de fora provocam trao sobre essas estruturas. Os traumas de plexo braquial so mais freqentemente
associados aos mecanismos de trao, sendo comum identificao de avulso radicular, mas tambm podem
decorrer de compresso ou ferimento cortante. Em geral produzem dor no membro e esto associados a leses
em outros rgos. Alm do dficit neurolgico, a dor neuroptica uma das seqelas freqentes e limitantes.
Acidentes motociclisticos correspondem a 50-60% das causas de leso de plexo braquial- no caso descrito, em
um acidente motociclistico, atravez do mecanismo de trao, o paciente apresentou avulso dos plexos braquiais
bilateralmente, fratura tipo 1 do processo odontide da xis e mltiplas fraturas apendiculares. MATERIAL E
MTODO/DISCUSSO: Relato de caso- clinico: Paciente do sexo masculino, 26 anos vitima de acidente
motociclistico de alto impacto e energia. Sem sinais clnicos e tomogrficos de traumatismo craniano o paciente
apresentou ao exame fsico plegia de ambos os membros superiores, alem de fraturas expostas de fmur radio e
umero esquerdos. Foi submetido a exames de tomografia e ressonncia magntica que evidenciaram fratura do
processo odontoide tipo 1 sem leso ligamentar ou instabilidade e completa avulso de ambos os plexos
braquiais de C2 a C8 bilateralmente optado portanto por tratamento conservador e controle rotineiro por ENMG.
Aps tratamento cirrgico das leses apendiculares paciente evoluiu com sinais discretos de reinervaco
braquial esquerda com discreta recuperao de movimentos, plegia de MSD e dor neuroptica controlvel com
medicamentos e segue em reabilitao. CONCLUSES: Os politraumatizados decorrentes de acidentes
motociclisticos esto altamente susceptveis a leses de plexo braquial principalmente pelos mecanismos de
avulso causando danos severos e potencialmente irreversveis ao paciente. PALAVRAS- CHAVE: Plexo-
braquial, Odontide, xis


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OBSERVAES SOBRE A COMPOSIO DAS CONEXES FRONTO-
PARIETAIS DORSAIS E DO SEGMENTO DORSAL DO FEIXE
LONGITUDINAL SUPERIOR (SLF I) NO CEREBRO HUMANO.
Igor Lima Maldonado, E. Mandonnet, N. Menjot de Champfleur, A. Bonafe, H. Duffau.

CHU Montpellier, Montpellier (Frana).

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
INTRODUO: O fascculo longitudinal superior (SLF) um importante feixe de associao conectando
stios distantes do mesmo hemisfrio cerebral. Recentemente, utilizando-se tensor de difuso, obteve-se sua
segmentao a partir do conhecimento prvio da anatomia do macaco. Seu componente dorsal, dito SLF I,
conectaria pores dorsais e mediais dos crtices parietal e frontal. O objetivo deste estudo detalhar in vitro o
curso e a composio das conexes fronto-parietais dorsais no crebro humano. MATERIAL E MTODOS:
Dez hemisfrios cerebrais foram fixados em formaldedo e preparados para a disseco macroscpica de grupos
de fibras segundo a tcnica de Klingler. Duas abordagens foram utilizadas: remoo do cortex e explorao
direta da substncia branca (SB) do giro frontal superior ao pr-cuneus; e explorao em fatias de tecido de 1
cm obtidas atravs de cortes curvilneos paralelos borda superior do hemisfrio cerebral. RESULTADOS: A
SB dos giros supra-citados foi exposta progressivamente. Superficialmente evidenciou-se fibras de associao
curta em \"U\" horizontais ou ligeiramente oblquas em ambos lados de um cerne profundo, fino e irregular,
onde as fibras so verticalmente orientadas. Sua disseco conduziu s projees da corona radiata entremeadas
s radiaes calosas na face lateral e s radiaes calosas na face medial. Apenas ao nvel da poro baixa do
lbulo parietal inferior e do pr-cneus fibras longas foram dissecveis, pertencendo ao mesmo grupo de fibras
do complexo SLF/feixe arqueado. No entanto, o procedimento no demonstrou a presena de fibras horizontais
longas fronto-parietais. CONCLUSES: A tcnica de disseco de fibras no fornece argumentos para a
presena de fibras de associao horizontais longas fronto-parietais na regio estudada. Observamos a extrema
tortuosidade e estreitamento do cerne de SB, a abundncia de reentrncias verticalmente orientadas de ambos os
lados e a presena de uma sucesso de fibras de associao curtas, que poderiam atuar como elemento
confusional para o tensor de difuso. PALAVRAS- CHAVE: superior longitudinal fasciculus, fiber dissection,
white matter pathways.


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CISTO ARACNIDE PROMOVENDO HIDROCEFALIA.
Daniel C. Kirchhoff, Dr Dierk F. B. Kirchhoff, Dr David Monducci, Dr Luiz Paulo Alves, Dra Lorenza Pereira,
Dr Renato Angelo R. Souza, Dr Fabio Antonio F. Okuda

Assistncia Neurolgica So Bernardo, So Paulo (SP)

INTRODUO: Trata-se de um caso raro onde, ocorreu uma hidrocefalia aguda, drenada na emergncia,
causado por um cisto aracnide de regio quadrigmea pineal comunicante e com efeito de massa sobre o
aqueduto Silviano, levando a obstruo do sistema liqurico. MATERIAIS E MTODOS: Mulher, 38 anos,
casada, 2 filhos saudveis, sem doena concomitantes ou antecedentes neurolgicos, deu entrada em PS com
cefalia intensa, nusea sem vmito, vertigem e torpor progressivo. Apresentando CT e subseqente RNM de
crnio mostrando hidrocefalia aguda obstrutiva por estenose do aqueduto Silviano por efeito de massa
secundrio a cisto aracnide na cisterna quadrigmea. Sendo realizada derivao ventrculo peritoneal standart
emergencialmente, para posteriormente realizar a drenagem do cisto em regio mais delicada do encfalo. Qual
no foi a surpresa ao visualizar em controle de imagem, que o cisto havia reduzido drasticamente por ser
comunicante ao sistema ventricular. RESULTADOS: Devido compresso do aqueduto Silviano pelo cisto
gerou-se hidrocefalia aguda que foi drenada por DVP. A Ressonncia nuclear magntica de controle mostra
reduo volumtrica da hidrocefalia e do cisto aracnide, o que sugere tratar-se de uma leso comunicante com
o sistema ventricular. CONCLUSO: O cisto Aracnide hipertensivo geralmente tratado por drenagem do
prprio cisto; no entanto, em nosso caso o paciente se encontrava descompensado devido a hipertenso
intracraniana, e a localizao do cisto aracnide ser complexa e requerer uma discusso ampla em equipe para
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planejamento cirrgico em segundo tempo, optou-se na emergncia pela Derivao Ventrculo Peritoneal para
soluo da hidrocefalia e hipertenso craniana que estava matando a paciente, o que foi imediatamente
executado, com melhora clinica importante da paciente no ps-operatrio imediato. A RNM feita cinco dias
aps o procedimento mostrou diminuio da hidrocefalia e do cisto, o qual se mostrou comunicante. Portanto a
deciso tomada na emergncia evitou uma cirurgia mais complexa e mrbida para a paciente. PALAVRAS-
CHAVE: Cisto aracnide, hidrocefalia, arqueduto Sylviano.


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EDEMA CEREBRAL AGUDO INFANTIL POR REAES ANAFILTICAS A
PICADAS DE FORMIGAS.
Dr Daniel C. Kirchhoff, Dr Dierk F. B. Kirchhoff, Dr David Monducci, Dr Luiz Paulo Alves, Dra Lorenza
Pereira, Dr Renato Angelo R. Souza, Dr Fabio Antonio F. Okuda

Assistncia Neurolgica So Bernardo, Sao Paulo (SP).

INTRODUO: A principal espcie de formiga brasileira a Solenopsis invicta, 30 a 60% da populao
picada a cada ano, principalmente crianas. Na maioria das vezes as reaes se limitam ao local da picada, 17 a
56% dos pacientes tm reaes locais intensas e 0,6% a 4% reaes anafilticas, com risco de vida. Raramente
ocorrem reaes neurotxicas. RELATO DE CASO: HFR, 03 anos, masculino, apresentou rebaixamento de
nvel de conscincia ictal, glasgow 10, com sinais de edema cutneo e periorbitario sugestivo de alergia, picadas
de inseto em face e mmii com histria de atopia, subfebril, sem sinais focais, feito CT de crnio com intenso
edema cerebral e hipertenso craniana severa. Suspeitado de reao anafiltica pela picada de formiga pelo
plantonista, introduzindo corticide, anti-histamnico e manitol em doses mximas peditricas, com reverso do
quadro clinico e tomogrfico em 10 horas. DISCUSSO: Reaes na picada, por reaes de hipersensibilidade
retardada, com envolvimento de IgE. As reaes sistmicas ou anafilticas so reaes no mediadas por IgE e
podem se constituir de urticria generalizada, edema larngeo ou cutneo e cerebral, broncoespasmo e/ou
colapso cardiovascular. Reaes anafilticas, com risco de vida, ocorrem e 0,6 a 4% dos casos. A patogenia que
causam estas reaes no conhecida. No h nenhum tratamento especfico contra o veneno dessas formigas.
Este se limita abordagem dos efeitos colaterais das picadas. Reaes sistmicas so provocadas pelas quatro
protenas que constituem 0,1% do veneno. Algumas destas possuem neurotoxinas. As leses neurolgicas, como
a que ocorreu com nosso paciente, so raras. O mecanismo da leso enceflica decorrente da ao neurotxica
do veneno diretamente no sistema nervoso central. CONCLUSO: Por ser um inseto muito comum e atacar
muito as crianas, na eventualidade de pacientes com colapso cardiocirculatrio ou comprometimento
neurolgico, sem causa definida, devem atentar para a possibilidade de picada desta formiga. PALAVRAS
CHAVE: edema cerebral, anafilaxia, formiga.


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NEURINOMA EXTRADURAL GIGANTE DE SEGMENTO VERTEBRAL C2
COM IMAGEM ATPICA MIMETIZANDO COMPONENTE INTRADURAL.
Daniel C. Kirchhoff, Dierk F. B. Kirchhoff, David Monducci, Luiz Paulo Alves, Dra Lorenza Pereira,
Renato Angelo R. Souza, Fabio Antonio F. Okuda.

Assistncia Neurolgica So Bernardo, So Paulo (SP).

INTRODUO: Neurinomas das razes de C1 e C2 correspondem aproximadamente a 5% neurinomas
espinhais, sendo 30%destes relacionados a neurofibromatose. Pelo crescimento lento, os sintomas demoram a
surgir e evoluem lentamente. Chegando a levar 5 meses a 6 anos. O tratamento sempre cirrgico. No caso
apresentado o paciente evoluiu 2 anos, com diagnostico errado de AVCI, com sintomatologia em piora
progressiva. RELATO DO CASO: Paciente AE, 68 anos, tabagista e DPOC, internado por erisipela de MID,
desidratao e ITU, seguido de alergia medicamentosa. Solicitada avaliao neurolgica por hemiparesia direita
h 6 meses, acamada, com dores difusas pelo corpo, MEG. Apresentava dficit neurolgico progressivo e apesar
de CT e RNM do crnio e RNM de CLS normais, diagnosticado AVCI. Ao Exame se apresentava vigil,
orientadal, com tetraparesia pior direita com atrofia muscular e hipoestesia, hipertonia espstica direita e
incontinncia urinria. RNM Coluna cervical demonstra tumorao intra e extradural lateral direita em C2,
gigante. Aps estabilizao clinica, feita cirurgia que mostra tumor 100% extradural extirpado totalmente.
Paciente evolui com meningite e depresso, curado em 43 dias. Anatomopatolgico: schwanoma.
DISCUSSO: A maioria dos schwanomas cervical alto em ampulheta e intradurais. Devido s propores do
tumor a RNM parecia mostrar um tumor em ampulheta. Na abertura da dura mter, verifica-se ausncia de
componente intradural. Pelas dimenses do tumor, ele deita anteriormente sobre canal medular, dando a
impresso de ter poro intradural. Realizada resseco tumoral, com preservao da medula e da artria
vertebral e da articulao, para evitar instabilidade. O diagnostico prvio de AVCI contribuiu para que o
diagnostico correto demorasse tanto CONCLUSO: O presente caso difere dos demais por ser exclusivamente
extradural, envolvendo a medula ventral e lateralmente parte da articulao facetaria atlantoaxial e da artria
vertebral. A ttica e a tcnica cirrgica foram diferentes da habitual e o tumor totalmente ressecado.
PALAVRAS- CHAVE: Neurinoma, extradural, intradural.


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FECHAMENTO DO ACESSO EXTREMO LATERAL RETROCONDILAR
PARA LESES NEOPLSICAS E VASCULARES A NVEL DO FORAME
MAGNO COM USO DO SELANTE DURASEAL (HIDROGEL SINTTICO-
COVIDIEN, WALTHAM, MA, USA).
Paulo Henrique Pires de Aguiar, Nataly Marques Santiago, , Murilo Dias Joseph, Maick Fernandes,
Carlos Alexandre Zicarelli, Marcos Vinicius, Calfatt Maldaun

Diviso de Neurocirurgia, do Hospital Santa Paula, So Paulo (SP), Diviso de neurocirurgia do Hospital So
Camilo, Pompia (SP)

INTRODUO: A via extremo lateral nas suas formas com resseco total ou parcial do cndilo tem sido
utilizada de forma sistemtica na cirurgia das leses neoplsicas da poro anterior do forame magno, e nas
leses vasculares como cavernomas bulbo pontinos e auneurismas de artria cerebelosa pstero inferior,
ampliando a visibilidade e a completa capacidade de manipulao microcrgica.Todavia o fechemanto do
acesso complexo e a principal complicao descrita na literatura a fstula liqurica. Osutores mostram sua
experincia com o uso deduraseal , polyethylene glycol (PEG) e soluo trilysine para selar os pertuitos da
sutura dural. MTODOS E RESULTADOS: Dois pacientes com cavernomas bulbo pontinos, 2 pacientes com
aneurismas de PICA, 2 pacientes com meningiomas do forame magno foram submetidos ao acesso extremo
lateral para tratamento cirrgico das suas leses e foi utilizado duraseal para selar a duramater. Em todos os 6
casos no houve necessidade de reoperao por fstula liqurica, no havendo nem fstula incisional ou qualquer
coleo liqurica peridual.Dreno lombar fez parte do protocolo destes casos por 3 dias no periodo ps
operatrio. CONCLUSO: O Duraseal um selante dural aprovado pelo FDA e Anvisa, que deve ser utilizado
em cirurgia de bases do crnio para se evitar fstula liqurica ps cirrgica, com impacto na reduo de
complicaes desta natureza e diminuindo o tempo de internao destes pacientes e o custo hospitalar
consequentemente. PALAVRAS- CHAVE: acesso extremo lateral retrocondilar, selante duraseal.


201

CISTICERCOSE RAQUIDIANA ASSOCIADA A COMPROMETIMENTO
ENCEFLICO: RELATO DE CASO.
Monik Filismina Costa Moura, Marcos Paulo dos Santos Teixeira, Lucas de Moraes Brito, Breno de Castro
Guimares, Nara Nunes Barbosa, Jos Nazareno Pearce de Oliveira Brito

Hospital So Paulo/ Liga Acadmica de Estudos Neurolgicos e Neurocirrgicos/ Faculdade de Sade
Cincias Humanas e Tecnolgicas do Piau, Teresina (PI).

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INTRODUO E OBJETIVOS: A forma raquidiana da cisticercose do SNC pouco freqente em relao
enceflica, variando de 1,6% a 20%. O tratamento de pacientes com o diagnstico de compresso medular ou
radicular por cistos no canal raquidiano cirrgico e consiste na exrese de cistos livres por meio de
laminectomia. Os cistos em degenerao freqentemente esto aderidos medula e s razes e sua resseco
completa pode ser difcil. O objetivo deste trabalho descrever um caso de cisticercose raquidiana associada a
comprometimento enceflico. MATERIAIS E MTODOS:Relata-se o caso a partir de anlise prospectiva em
servio de neurologia e neurocirurgia de um hospital em Teresina-PI. RESULTADOS: Paciente do sexo
feminino, 52 anos, em uso de parasiticida e DVP por hidrocefalia como complicao de cisticercose, foi
admitida com queixa de dor lombar que se irradiava para membro inferior esquerdo. A RM revelou reas de
captao anmala do agente de contraste paramagntico crescendo a partir do plano leptomenngeo na coluna
torcica, por toda a extenso da coluna lombar e sacral, sugerindo aracnoidite. O exame evidenciou ainda a
presena de imagens csticas de permeio especialmente ao nvel dos corpos vertebrais de D12, L3 e ao nvel do
interespao L4-L5. Paciente foi submetida laminectomia para exrese de cistos. Durante o procedimento,
foram retirados quatro cistos livres, mas outros cistos estavam aderidos s razes nervosas e no foi possvel
realizar exrese total. Inicialmente, paciente evolui bem, porm, teve recidiva de dor radicular aps dois meses.
Foi realizada nova abordagem cirrgica para exrese parcial de cistos. Aps trs semanas, paciente evoluiu com
queixa de dor radicular e hipoestesia em ps no nvel do dermtomo S1 sendo submetida a tratamento
conservador. CONCLUSO: A neuropatia e aracnoidite desenvolvidas na presena de cistos aderidos s razes
nervosas so de difcil tratamento. PALAVRAS-CHAVE: cisticercose; radiculopatia; laminectomia.


202

TRATAMENTO ENDOVASCULAR DE ANEURISMAS DISTAIS DA ARTRIA
CEREBRAL ANTERIOR REVISO SISTEMTICA DE LITERATURA.
Junior, Nilson Pinheiro1; Silva, Pedro Henrique Alcntara da2; Brito, Rafael Franco Duarte2; Lima, Guilherme
Lucas de Oliveira2, Ernesto, Eduardo1; Neto, Joo Ferreira de Melo1; Dantas, Srgio1, Jos Luciano G. de
Arajo2, Rdio Lus Brando Cmara2.

1Hospital do Corao Servio de Neurocirurgia Endovascular, 2 Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal (RN).

INTRODUO/OBJETIVOS: Aneurismas Distais de Artria Cerebral Anterior (DACA) so relativamente
raros, perfazendo de 2 a 8% de todos os aneurismas intracerebrais. Aneurismas desta artria, tambm chamados
de aneurismas de artria pericalosa, esto incorporados entre os hemisfrios cerebrais e requerem diferentes
abordagens. Assim, o objetivo deste trabalho analisar as abordagens endovasculares para o tratamento de
DACA descritas na literatura. MATERIAL E MTODOS: Reviso Sistemtica de Literatura em base de
dados Pubmed e peridico Neurosurgery. As Palavras-chave utilizadas foram: distal anterior cerebral artery
aneurysms, e ndovascular treatment e DACA, tanto para a base de dados como para o peridico. Dez
artigos foram selecionados para anlise por preencherem os requisitos da pesquisa. RESULTADOS: A
abordagem endovascular para o tratamento de DACA culminou em ocluso total do aneurisma em, no mnimo,
90% dos casos. Os dados referentes s complicaes ps-operatria variam de 4.8% 17% dos pacientes,
figurando tromboembolismos e hemorragias recorrentes dentre os mais frequentes. A mortalidade ps-
procedimento variou de 0 a 3.4%. No foram observados ndices elevados de mortalidade longo prazo,
principalmente depois de passados os trs primeiros anos. CONCLUSO: O tratamento endovascular de
DACA vivel, seguro e efetivo. A mortalidade e a morbidade so comparveis aos tratamentos cirrgicos,
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sendo aquele um mtodo menos invasivo. As relativamente altas taxas de complicaes e recorrncia, no
entanto, sugerem a necessidade de um acompanhamento ps-operatrio de longo prazo. PALAVRAS CHAVE:
Aneurisma, Artria Cerebral anterior distal, Embolizao.


203

MORTALIDADE POR NEOPLASIAS DO SNC NAS REGIES NORDESTE E
SUL.
Monik Filismina Costa Moura, Bruno Soares Monte, Francisco Jos de Almeida Cruz Junior, Laila
Furtado Mono, Dbora Cssia Vieira Gomes, Jos Nazareno Pearce de Oliveira Brito

Liga Acadmica de Imunologia Aplicada Do Piau (Liapi)/ Faculdade de Sade Cincias Humanas e
Tecnolgicas do Piau , Teresina (PI).

INTRODUO E OBJETIVOS: Estima-se que o cncer do Sistema Nervoso Central (SNC) compreende
1,1% dos tumores malignos, sendo a terceira causa de mortes entre os 15 e 34 anos de idade e a quarta em
homens entre 35 e 54 anos. Os tumores primrios mais frequentes so os gliomas (em torno de 60% das
neoplasias primrias), seguidos pelos meningeomas e schwannomas (em torno de 10%). Se considerarmos todos
os tipos de cncer infantil, os tumores de SNC so apenas superados em freqncia pelas leucemias e linfomas,
representando cerca de 15% das neoplasias em crianas. Ainda se conhece pouco sobre os possveis agentes
causais associados s neoplasias cerebrais, embora se saiba que fatores genticos, hormonais e ambientais
estejam envolvidos. O presente trabalho tem como objetivo comparar as taxas de mortalidade por neoplasias
malignas de meninges, encfalo e outras partes do Sistema Nervoso Central (SCN) nos estados das regies
Nordeste e Sul de 1997 a 2007. MATERIAIS E MTODOS: Este trabalho consiste em um estudo
epidemiolgico observacional descritivo. Calcularam-se as taxas de mortalidade por percentagem simples
atravs do nmero de bitos provenientes do Sistema de Informao sobre Mortalidade (SIM) e dados
censitrios e intercensitrios do IBGE. RESULTADOS: Observou-se uma disparidade entre os dois territrios,
com ndices mais elevados no sul, aonde a mdia chega a ser o dobro da obtida no nordeste em alguns perodos
entre 1997 e 2007. CONCLUSO: Conclui-se a partir do estudo que, entre 1997 e 2007, a regio Nordeste,
apesar de sua crescente taxa de mortalidade por neoplasias do SNC, apresenta ndices inferiores regio sul.
PALAVRAS-CHAVE: neoplasias do sistema nervoso central; epidemiologia; coeficiente de mortalidade.


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PREVALNCIA DA SNDROME METABLICA ENTRE PACIENTES COM
TUMORES HIPOFISRIOS.
Martha Katherine P Huayllas, Lidice B Tavares, Renato W Zilli, Alessandra de Moura Lima, Pedro Paulo
Mariani, Arthur Cukiert

Unidade de Neuroendocrinologia, Servio de Neurocirurgia, Hospital Brigadeiro, So Paulo (SP).

INTRODUO: A sndrome metablica (SM) pode ser uma comorbidade em pacientes com tumores
hipofisrios. ATPIII, ONU e IDF introduziram diferentes critrios diagnsticos para a SM. O mecanismo para
esta associao no totalmente compreendido, porem seu diagnstico importante por estar associada a um
aumento do risco cardiovascular. Os tumores hipofisrios podem se apresentar com deficincia e/ou
hipersecreo hormonal ao diagnstico. A deficincia ou o excesso de hormnio de crescimento ou o excesso de
glicocorticides pode estar relacionado a um pior perfil metablico. Ns estudamos a prevalncia da SM em
uma srie de pacientes com tumores hipofisrios. MATERIAL E MTODOS: A prevalncia da SM foi
avaliada utilizando diferentes critrios da literatura retrospectivamente em 50 pacientes (39 mulheres) com
tumores da regio selar (acromegalia: 19, doena de Cushing: 14, prolactinoma: 8; tumores no secretores: 7 e
craniofaringioma: 2) acompanhados no Hospital Brigadeiro So Paulo/SP de junho a dezembro de 2010.
Todos os pacientes foram submetidos a cirurgia transesfenoidal, apresentando anatomopatolgico confirmando
o diagnstico. RESULTADOS: A prevalncia encontrada dos componentes da SM foi: hipertenso 42%,
diabetes ou intolerncia a glicose 30%, dislipidemia 34%. A idade mdia foi de 46 anos e BMI mdio de
29Kg/m2. A SM foi diagnosticada em 46%, 42% e 22% de acordo com as definies da IDF, ATPIII e ONU
respectivamente. Os pacientes com doena de Cushing apresentaram a maior prevalncia da SM, independente
dos critrios selecionado, seguidos pelos pacientes portadores de acromegalia. CONCLUSO: O critrio da
ONU foi o menos sensvel para diagnstico de SM, e se fosse usado isoladamente, deixaria de lado paciente que
provavelmente necessitassem de uma melhor avaliao cardiovascular. A SM tem uma alta prevalncia em
pacientes com tumores hipofisrios, independente do critrio diagnstico utilizado. PALAVRAS-CHAVE:
sndrome metablica, tumores hipofisrios.


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PERFIL DE ENFRENTAMENTO DE PROBLEMAS DOS PACIENTES COM
AVC - ABORDAGEM PSICOLGICA.
Ktia Giugioli Carrasco, Regina Chueiri, Karina K. Borges, Valdir A. Tognola.

Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto - Famerp, So Jos do Rio Preto (SP).

O acidente vascular cerebral (AVC) a apresentao de um quadro agudo neurolgico, no qual o paciente
encontra-se com depresso do estado de conscincia e/ ou dficits motores. A vida das pessoas est
mesclada por situaes adversas e situaes favorveis e o enfrentamento para essas situaes referem-se
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aos esforos cognitivos e comportamentais voltados para o manejo de exigncias ou demandas internas ou
externas, que so avaliadas como sobrecarga aos recursos pessoais do indivduo. A pesquisa teve como
objetivo avaliar o perfil de enfrentamento de problemas dos pacientes com AVC, para mensurar as
estratgias de enfrentamento em relao estressores especficos. Foram avaliados 15 pacientes com
diagnstico de AVC no ambulatrio de Fisiatria no hospital- escola da cidade de So Jos do Rio Preto.
Utilizou-se a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP) que contm modos de enfrentamento
(focalizado no problema, na emoo, na busca de prticas religiosas, na busca de suporte social), e o termo
de consentimento. Os resultados encontrados foram que a maioria (73,3% n= 11) dos pacientes
apresentaram modos de enfrentamento de problemas dentro da mdia para os itens: focalizao no
problema (60% n= 7), busca de prtica religiosa (93,3 % n= 14), busca de suporte social ( 80% n= 12).
Apenas no item: emoo (80% n= 10) apresentaram resultado abaixo da mdia para esse tipo de
enfrentamento. Novos estudos na rea necessitam ser desenvolvidos para a realizao de programas
interventivos. PALAVRAS-CHAVE: AVC.


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A INTERRUPO DIRIA DA SEDAO POR ENFERMEIROS COMO
INSTRUMENTO DE AVALIAO DO NVEL DE CONSCINCIA
Ana Elza Oliveira de Mendona, RAFAELLA S. M. LOPES, CIBELE L. S. SILVEIRA

Hospital das clnicas de Pernambuco UFPE, Recife (PE).

INTRODUO E OBJETIVOS: Cerca de 30 a 50% dos pacientes internados em Unidades de Terapia
Intensiva (UTI) inicialmente necessitam de alguma forma de sedao, pois, demonstram quadros de ansiedade e
agitao, tendo como indicao mais comum a manuteno da Ventilao Mecnica (VM). No entanto, a
sedao contnua limita a avaliao clnica e neurolgica do paciente. Assim o objetivo deste estudo foi realizar
a interrupo diria da sedao para avaliar o nvel de conscincia do paciente. MATERIAIS E MTODOS:
estudo exploratrio descritivo, realizado no ltimo trimestre de 2010, com pacientes mantidos em VM e sedao
contnua na UTI. Onde o Enfermeiro com respaldo da equipe mdica, interrompia a sedao dos pacientes por
cinco horas e procedia a avaliao do nvel de conscincia atravs da Escala de Coma de Glasgow (ECG).
RESULTADOS: dos 23 participantes, 39,1% tiveram pontuao entre 3 e 9 na ECG, demonstrando um nvel de
coma de profundo a moderado, no havendo razes plausveis para a instituio da sedao. Assim, a conduta
mdica que prevaleceu aps a interrupo da sedao foi a de no reinici-la em 70% dos casos, pois, a reao
da maioria dos pacientes foi de tranqilidade ou sonolncia corroborando para o no retorno da sedao.
CONCLUSES: a atuao do Enfermeiro como co-participe na execuo da prtica da interrupo diria da
sedao contribuiu para reduzir o tempo de sedao contnua. Esta prtica realizada em conjunto por Mdicos e
Enfermeiros se mostrou benfica, pois, reduz e previne possveis danos aos pacientes decorrentes da sedao
prolongada, uso de ventilao mecnica e internamento em UTI. PALAVRAS-CHAVE: sedao profunda,
interrupo do tramento, cuidados de enfermagem

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FORMATO ANGIOGRFICO DOS ANEURISMAS SACULARES DA
ARTRIA CEREBRAL MDIA. CLASSIFICAO E IMPLICAO NO
RISCO DE RUPTURA.
Icaro De Barros Miranda Barreto, Carlos Alexandre Zicarelli, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Renata Faria
Simm, Natally Santiago, Tatiana Vilasboas

Hospital Santa Paula, Salvador (BA).

INTRODUO E OBJETIVOS: Aneurismas intracranianos so dilataes arteriais focais polimrficas, que
possuem um risco varivel de ruptura, levando a uma alta morbidade e mortalidade. Apesar de os mecanismos
que desencadeiam a ruptura ainda no estarem completamente elucidados, a morfologia do aneurisma est entre
os fatores considerados pelo neurocirurgio na deciso de conduta teraputica. MATERIAIS E MTODOS:
Foi utilizada a seguinte classificao morfolgica: 1. Globoso, 2. Elptico transverso, 3. Elptico longitudinal, 4.
Multilobar, 5. Em pra, 6. Em pra invertida, 7. Lentculo-estriada. Foram excludos do estudo pacientes com
aneurismas com dimetro maior que 15mm ou menor que 4mm, alm de pacientes portadores de Ehlers-Danlos,
Marfan, neurofibromatose tipo I, doena policstica renal autossmica dominante ou outras doenas do tecido
conjuntivo. RESULTADOS: Em nossa casustica, constam 25 pacientes, com idades entre 51 e 82 anos (mdia
de 54,2 anos), 17 do sexo feminino e 8 do sexo masculino, todos com segmento M1 de artria cerebral mdia
longo, portadores de aneurisma cerebral com as seguintes morfologias: 8 globosos, 4 elpticos transversos, 2
elpticos longitudinais, 4 multilobares, 5 em pra, 4 em pra invertida e 2 lentculo-estriados (total de 29
aneurismas); 4 pacientes possuam mais de 1 aneurisma. Na admisso, foram 14 aneurismas rotos, dentre os
quais 4 globosos, 4 elpticos transversos, 1 elptico longitudinal, 3 multilobares, 1 em pra, 4 em pra invertida e
2 lentculo-estriados, distribudos entre 17 pacientes, 6 do sexo masculino e 11 do sexo feminino, 4 com mais de
1 aneurisma, com escore na escala de Hunt-Hess variando de 1 a 4 (mdia 2,71). Houve bito em 6 casos, dentre
os quais 100% foram em pacientes com aneurismas rotos, sendo 1 elptico transverso, 2 multilobares, 1 em pra
e 2 em pra invertida. Dos 19 pacientes vivos, 13 eram do sexo feminino, 11 possuiam aneurismas no rotos,
todos com apenas 1 aneurisma, nas seguintes morfologias: 3 globosos, 1 elptico transverso, 2 multilobares, 4
em pra e 1 em pra invertida. Nos casos de aneurismas rotos, 10 evoluram com vasoespasmo, sendo que 6
evoluram com bito. Em relao ao escore da escala de performance de Karnofsky, nos pacientes 8 pacientes
vivos com aneurismas cerebrais rotos (4 com apenas 1 aneurisma e 4 com mais de 1 aneurisma), o escore variou
entre 30 e 100 (mdia 60,0), com aneurismas nos seguintes formatos: 5 globosos, 2 elpticos transversos, 2
elpticos longitudinais, 1 em pra invertida e 2 lentculo-estriados. Nos 11 pacientes vivos com aneurismas no
rotos (todos com apenas 1 aneurisma), o KPS variou de 70 a 100 (mdia 87,7), com aneurismas nas seguintes
morfologias: 3 globosos, 1 elptico transverso, 2 multilobares, 4 em pra e 1 em pra invertida.
CONCLUSES: Pacientes acometidos com aneurismas em formato globoso parecem estar em maior risco de
hemorragia subaracnidea secundria ruptura dos mesmos. So necessrios mais estudos para avaliar tal
correlao. PALAVRAS-CHAVE: Aneurisma cerebral, ruptura, formato angiogrfico.


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APLICABILIDADE DA NEURONAVEGAO EM HEMISFEROTOMIA
FUNCIONAL NO TRATAMENTO DA SNDROME DE RASMUSSEN
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Felipe Marques do Rego Monteiro, Renato Endler Iachinski, Pedro Andr
Kowacs, Heraldo Nei Hardt Laroca Dos Santos, Erasmo Barros da Silva Junior, Charles Kondageski, Murilo
Sousa de Meneses

Instituto de Neurologia de Curitiba INC, Curitiba (PR).

INTRODUO: A hemisferectomia anatmica e a hemisferotomia funcional com suas variantes tm sido
empregadas no tratamento da Sndrome de Rasmussen, que se constitui uma forma grave de epilepsia. No
entanto, estes procedimentos so um desafio pela sua complexidade anatmica e os riscos associados intra e
ps-operatrios. Nesse intuito, dispe-se da neuronavegao como ferramenta que permite ao cirurgio realizar
o procedimento com maior preciso e segurana. O objetivo deste estudo relatar um caso de hemisferotomia
funcional para tratamento da Sndrome de Rasmussen com auxlio de neuronavegao. RELATO DO CASO:
Menina de 5 anos com epilepsia desde os 3 anos e 8 meses. Aos 4 anos e 6 meses iniciou crises parciais
complexas e generalizadas refratrias. O VEEG mostrou atividade irritativa e zona epileptognica na projeo
anterior do lobo temporal direito. Nova RM demonstrou mudanas atrficas no crtex insular direito e
alargamento da fissura silviana e dos sulcos corticais ipsilaterais. A avaliao neuropsicolgica demonstrou
memria visual e deficincia de planejamento executivo, alm de disfuno motora fina no hemicorpo esquerdo.
Aps o diagnstico de encefalite de Rasmussen, foi realizada hemisferotomia funcional. Realizada
corticectomia supra insular de 4cm x 3cm para acesso ao ventrculo lateral; seguida de uma lobectomia temporal
direita e resseco do lobo temporal mesial. Atravs da janela ventricular, o corpo caloso foi identificado e
seccionado. O restante das fibras intra-hemisfricas da substncia branca occipital e frontal foram seccionadas
completando-se a desconexo. Todo o procedimento foi guiado por neuronavegao. Paciente evoluiu bem,
sem complicaes. No ltimo acompanhamento (9 meses aps a cirurgia) seguia livre de crises. Resultado
anatomopatolgico compatvel com encefalite de Rasmussen. CONCLUSO: A neuronavegao ferramenta
ti no planejamento pr-operatrio, e que orienta com preciso as etapas transoperatrias proporcionando menor
tempo cirrgico, mais segurana para o paciente e maior chance de sucesso do procedimento. PALAVRAS-
CHAVE: neuronavegao, hemisferectomia, rasmunssen.

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

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CAPSULOTOMIA ANTERIOR ESTEREOTXICA PARA TRATAMENTO DA
SNDROME DE TOURETTE.
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Felipe M. R. Monteiro, Renato E. Iachinski, Pedro A. Kowacs,
Daniel B. Almeida, Sonival C. Hunhevicz, Murilo S. Meneses

Instituto de Neurologia de Curitiba INC, Curitiba (PR).

INTRODUO E OBJETIVO: O tratamento clnico do tourettismo muitas vezes frustrante. Desde 1955,
vrios procedimentos cirrgicos tm sido propostos para o tratamento desta sndrome, sejam atravs de mtodo
ablativo ou por neuromodulao. Foram descritos diversos alvos como o lobo frontal, sistema lmbico, tlamo,
cpsula interna e cerebelo. O objetivo deste trabalho relatar o caso de um paciente com diagnstico de
tourettismo h mais de 28 anos, refratria ao tratamento medicamentoso e com piora progressiva, que
apresentou resoluo dos sintomas com o tratamento neurocirrgico. RELATO DO CASO: Homem, 35 anos,
destro, iniciou com movimentos estereotipados aos 7 anos de idade. Inicialmente, fazia movimentos de extenso
de membros superiores e inferiores, os quais ocorriam durante marcha. Houve progresso dos sintomas, com
sensao de contrao dos membros associado com movimentos involuntrios e piora da fala. No havia
pensamentos suicidas, evidncia de transtorno obsessivo-compulsivo ou outras alteraes psiquitricas. Ao
exame, apresentava movimentos estereotipados, sbitos, de pequena amplitude e velocidade, acometendo
principalmente os membros superiores, mais intensos direita. No apresentava nem se queixava alterao da
coordenao ou do equilbrio ou alteraes vocais. Submetido a capsulotomia anterior estereotxica com
melhora objetiva dos sintomas iniciais. CONCLUSO: Conclui-se, portanto, que a sndrome de Tourrette,
quando refratria a teraputica conservadora pode ser tratada cirurgicamente com melhora importante do quadro
clnico. PALAVRAS-CHAVE: capsulotomia anterior estereotxica, sndrome de tourette


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AVALIAO TOMOGRFICA NA TUMEFAO CEREBRAL DIFUSA
TRAUMTICA.
Robson Luis Oliveira de Amorim, Wellingson Silva Paiva, Arthur Maynard P Oliveira, Wagner Malago
Tavares, Almir Ferreira de Andrade, Manoel Jacobsen Teixeira

Diviso de Neurocirurgia - Hospital das Clinicas da FMUSP, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: O inchao cerebral um acmulo excessivo de gua no espao intra ou
extracelular. Nos eventos traumticos pode haver diversos tipos de edema e que, at hoje, gera controvrsias no
tocante a sua fisiopatologia. Radiologicamente, o inchao cerebral caracterizado por apagamento de sulcos
corticais e de cisternas, e, inmeros estudos demonstram sua relao com o prognstico. Neste estudo, nos
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propusemos a classificar quantitativamente pela tomografia de crnio o edema cerebral. MATERIAIS E
MTODOS: Foram estudados 20 pacientes vtimas de traumatismo cranienceflico e com aspecto tomogrfico
sugestivo de inchao cerebral (Classificao de Marshall III). Trs radiologistas, trs neurocirurgies, trs
residentes de neurocirurgia e trs intensivistas avaliaram, separadamente, os exames radiolgicos e classificaram
o inchao cerebral de acordo com a escala proposta. A confiabilidade da escala foi avaliada pelo coeficiente de
correlao intraclasses (CCI) e pelo Teste t-student. RESULTADOS: A escala baseia-se na avaliao de trs
cortes tomogrficos nos seguintes nveis: 1- sulcos corticais da convexidade, 2 - fissura sylviana/cisterna
ambiente e 3 - cisternas anteriores, pontuando-se 0 (normal), 1 (comprimida) e 2 (apagada) para cada nvel,
podendo-se obter uma pontuao que varia de 0 (sem inchao) a 6 (inchao grave). A escala apresentou boa
confiabilidade interobservador. CONCLUSO: Conclumos que a nova escala pode servir como um importante
instrumento de avaliao dentro de um protocolo sistematizado para servios de emergncias neurocirrgicas.
Sua utilizao pode ser realizada por diferentes mdicos que assistem pacientes neurocirrgicos, o que em
ltima anlise, facilitar a identificao do processo evolutivo de melhora ou piora do inchao cerebral.
PALAVRAS-CHAVE: escala tomogrfica, tumefao cerebral difusa traumtica.


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HEMORRAGIA SUBARACNIDEA ANEURISMATICA: HISTRIA
NATURAL
Saul Cavalcanti de Medeiros Quinino, Hildo R. C. Azevedo Filho, Maria de Ftima L. Griz, Nivaldo S.
Almeida, Moyss L. P. Souza, Divaldo A. Cmara Jr, Renata R. M. Cysneiros, Flvio N. D. Fonseca, Tale L. V.
Rolim, Thiago C. P. Cava.

UPE, Hospital da Restaurao, Recife (PE).

INTRODUO E OBJETIVOS: A hemorragia subaracnidea aneurismtica (HSA) uma importante
entidade nosolgica com altos ndices de morbidade e mortalidade, devendo ser diagnosticada e tratada
precocemente a fim de minimizar seus danos. O conhecimento da histria natural da mesma de extrema
importncia para a prtica neurocirrgica. MATERIAIS E MTODOS: Aps aprovao do Comit de tica
do Hospital da Restaurao, Recife, Brasil, foram catalogados pacientes nas enfermarias de neurocirurgia com
HSA, seguindo-se da aplicao de questionrio, acompanhamento clnico e identificao do desfecho dos casos.
RESULTADOS E DISCUSSO: Durante o perodo de junho de 2007 a junho de 2010 foram catalogados 240
casos de pacientes com HSA, tendo em mdia 50,74 anos, a maioria (75,98%) do sexo feminino, e com delta de
ictus de 6,7 dias. Como apresentao inicial, 92% sofreram cefalia sbita e 52,83% perda sbita da
conscincia, chegando ao servio com ECG. PALAVRAS-CHAVE: histria natural, hemorragia
subaracnidea, aneurisma cerebral.


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ASPECTOS RADIOLGICOS NA OCLUSO TRAUMTICA DA ARTRIA
CEREBRAL ANTERIOR.
Wellingson Silva Paiva, Matheus S Soares, Jefferso Rossi Jr, Eberval Gadelha Figueiredo, Almir Ferreira de
Andrade, Manoel Jacobsen Teixeira

Diviso de Neurocirurgia do Hospital das Clinicas da FMUSP, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: A ocluso arterial intracraniana raramente encontrada em associao com
traumatismo craniano. Apenas seis casos de ocluso traumtica da Artria Cerebral Anterior (ACA) tm sido
relatados previamente. Neste trabalho os autores descrevem um caso de paciente vitima de traumatismo
cranioenceflico grave com diagnostico tomogrfico ocluso traumtica artria cerebral anterior. MATERIAIS
E MTODOS: Discusso de tema raro atravs de relato de caso. RESULTADOS: homem de 35 anos de idade,
foi admitido na sala de emergncia, apresentando4 pontos de escore na escala de coma de Glasgow. TC
apresentava edema difuso com mltiplas do crnio fraturas. Aps 24 horas uma nova TC mostrou extensa
infarto cerebral no territrio da artria cerebral anterior. O paciente foi submetido angiotomografia
evidenciando pinamento da artria cerebral anterior por uma fratura da fossa anterior. Apesar de todas as
medidas intensivas o paciente faleceu depois de trs dias. CONCLUSO: A ocluso traumtica da ACA uma
condio rara, com prognstico reservado. Em nosso paciente, acreditamos que obstruo direta da artria em
decorrncia da fratura seja o fator determinante no quadro ocluso. PALAVRAS-CHAVE: ocluso traumtica,
artria cerebral anterior.


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MALFORMAO DE CHIARI EM HUMANOS E CES: REVISO DE
LITERATURA E RELATO DE CASO.
Luana de Assis Battaglia, Samuel T. Zymberg

Unifesp, So Paulo (SP).

INTRODUO: A Anomalia Semelhante Malformao de Chiari (ASMC) uma doena que ocorre em ces
aparentemente anloga Malformao de Chiari tipo I (MChI) de humanos. OBJETIVO: Fazer uma breve
reviso dos aspectos importantes relacionados MChI e ASMC, descrevendo semelhanas e diferenas
conceituais, de sinais clnicos, diagnstico e tratamento. MATERIAIS E MTODOS: Relata-se o caso de um
yorkshire terrier de cinco anos de idade que apresentou hiperexcitao, convulses, andar compulsivo e em
crculos, compresso ceflica, estrabismo ventro-lateral, protruso de lngua, tremores e hipermetria, sinais
clnicos compatveis tanto com ASMC como com hidrocefalia. RESULTADOS: No presente estudo, a ultra-
sonografia (US) enceflica demonstrou aumento das dimenses dos ventrculos laterais caracterizando
hidrocefalia, e possvel deslocamento ventro-caudal do vermis cerebelar atravs do forame magno, aspecto
compatvel com a ASMC. Optou-se pelo tratamento clnico com manitol 1g/kg , fenobarbital 4mg/kg e
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prednisona 0,25 mg/kg, todos por via endovenosa e reaplicados a cada 12 horas por dois dias. O paciente teve
alta hospitalar com prescrio das duas ltimas medicaes por via oral. O exame neurolgico foi repetido no
segundo e nono dia aps a alta, havendo remisso sintomatolgica satisfatria, sendo notadas apenas discretas
alteraes posturais. CONCLUSES: Nota-se que a ASMC pode ser entendida como um modelo experimental
para seres humanos de ocorrncia natural em ces, o que deve estimular estudos multicntricos em benefcio das
duas espcies para a melhor compreenso e tratamento dessa condio to debilitante. PALAVRAS-CHAVE:
Ces, Humanos, Malformao de Chiari.


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GLIOBLASTOMA - EM QUE MOMENTO ESTAMOS? ANLISE DE DOIS
PROTOCOLOS CONSECUTIVOS DE TRATAMENTO EM CENTRO DE
REFERNCIA.
Alessandra De Moura Lima, Fernando C. G. Pinto, Jos Marcos Rotta

Hospital do Servidor Pblico Estadual de So Paulo, So Paulo (SP).

INTRODUO: O Glioblastoma, neoplasia mais frequente e de pior prognstico que acomete primariamente o
sistema nervoso central. At meados de 2000, a despeito dos avanos teraputicos, falava-se muito pouco em
sobrevida longa nesses pacientes. O grupo analisou 180 casos tratados consecutivamente entre Janeiro de 1996 e
Janeiro de 2009, com o intuito de identificar as diferenas de comportamento entre os pacientes submetidos a
diferentes protocolos teraputicos. MATERIAL E MTODOS: Incluso e anlise da evoluo clnica de todos
os pacientes operados no servio entre Janeiro de 1996 e Janeiro de 2009. RESULTADOS: Dos pacientes
tratados com Poliquimioterapia (5 ou 8 drogas), Radioterapia e Cirurgia;1% tiveram sobrevida maior que 36
meses. Desse grupo, pacientes jovens, do sexo feminino submetidos a cirurgia radical, radioterapia e
quimioterapia apresentaram melhor prognstico. A partir de 2005, a adoo da temozolamida como
quimioterpico padro desencadeou o surgimento de um grupo de sobreviventes de longo perodo. Hoje, em
torno de 15% desses pacientes encontram-se vivos, com IK > 100. CONCLUSO: A despeito do prognstico
ruim do glioblastoma, a experincia clnica mostra que possvel proporcionar a esse grupo de pacientes,
melhor sobrevida, maior qualidade de vida. PALAVRAS-CHAVE: glioblastoma, protocolos de tratamento.


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DESEMPENHO COGNITIVO EM PACIENTES COM DOENA DE
PARKINSON SUBMETIDOS A ESTIMULAO CEREBRAL PROFUNDA EM
NCLEO SUBTALMICO BILATERAL.
Alessandra Shenandoa Heluani, Alexandre Aluizio Costa Machado, Srgio Listik, Alexandre Walter de
Campos, Mrcia Rosana Matuk, Las Nascimento Mendes, Jos Oswaldo de Oliveira Jr, Arthur Cukiert.

Ambulatrio de Distrbios do Movimento do Hospital de Transplantes Euriclydes de Jesus Zerbini, So
Paulo (SP).

INTRODUO: Nas descries iniciais de James Parkinson sobre a Doena de Parkinson (DP), no se
relatava prejuzo cognio dos pacientes, o que foi comunicado 60 anos mais tarde com os estudos de Charcot.
OBJETIVO: Comparar funcionamento cognitivo de paciente com Doena de Parkinson submetidos a
Estimulao Cerebral Profunda (DBS) em ncleo subtalmico bilateral. MATERIAL E MTODO: Foram
avaliados 14 pacientes em pr e ps-operatrios (entre seis e oito meses aps interveno cirrgica).
Consideraram-se suas mdias de desempenho. Realizou-se entrevista semi-estruturada com o paciente e
cuidador para coleta de dados scio-demogrficos e clnicos. Utilizou-se o teste de rastreio Mini Exame do
Estado Mental (MEEM), avaliao de humor atravs da Escala Beck (BDI) ou Hospital Anxiety and Depression
Scale (HADS), avaliao neuropsicolgica e o instrumento Parkinson\'s Disease Quality of Life Questionnaire
(PDQ-39). Casos psiquitricos graves e/ou que atendiam os critrios de diagnstico de demncia segundo
estudos vigentes, foram excludos. RESULTADOS: Houve uma melhora no desempenho da memria episdica
imediata e tardia verbal e visual, flexibilidade cognitiva e nomeao (mais discreta). Houve desempenho inferior
na ateno dividida e menos significativa na fluncia verbal categrica, ateno seletiva e velocidade de
processamento. CONCLUSES: Os estudos cognitivos sobre DBS com pacientes de Parkinson so escassos,
existindo mais recentemente uma reviso crtica (J. Guridi, 2009), em que h controvrsias sobre possvel
deteriorao cognitiva nos pacientes submetidos a este procedimento a longo prazo, pois tais aspectos poderiam
estar relacionados prpria evoluo da doena. Sendo assim, em nosso estudo, tal interveno sugere efeitos
positivos no funcionamento cognitivo do paciente. PALAVRAS-CHAVE: Doena Parkinson; cirurgia
estereotxica; funes cognitivas.


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AVALIAO DO MAPEAMENTO CORTICAL COM ESRTIMULAO
MAGNTICA TRANSCRANIANA NAVEGADA NO PLANEJAMENTO PR-
OPERATRIO EM TUMORES DE REA MOTORA.
Wellingson Silva Paiva, Erich T Fonoff, Ywzhe S Almeida, Fabricio Freitas, Marco A Marcolin,
Hector Navarro, Manoel Jacobsen Teixeira.

Diviso de Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clnicas da FMUSP, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: Tumores cerebrais adjacentes ao crtex motor representam um grande
desafio para equipe neurocirrgica, diante de riscos de adicionar dficits. A estimulao eltrica direta o
mtodo padro, contudo resulta em riscos de crise convulsiva e no permite definir no pr-operatrio grau de
infiltrao ou comprometimento do crtex funcional e assim traar uma estratgia pr-cirrgica a cerca do
procedimento. Assim propomos a utilizao da estimulao magntica transcraniana (EMT), um mtodo no
invasivo para anlise de funo cortical. Para utilizar EMT para mapeamento funcional, o impulso magntico
deve ser precisamente orientado por posicionamento da bobina. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilidade da
EMT no planejamento da operao, quando combinado com um sistema de navegao baseados em sensores
eletromagnticos. MATERIAIS E MTODOS: mapeamento funcional pr-operatrio com EMT com
navegao experimental foi realizado em 09 pacientes com tumores adjacentes ao crtex motor. O mapeamento
intra-operatrio foi realizado como "padro ouro" com estimulao cortical direta por corrente. A estimulao
foi realizada no mesmo paciente com padro predefinidos de 5 mm de varredura para ambas as modalidades, e
os resultados foram comparados. Utilizado sistema Magno-pro com sistema experimental de navegao polaris
e software Brainsight para EMT e processamento da imagem 3D. A navegao cirrgica foi realizada com
sistema Brainlab. Para clculo de centro de gravidade do estmulo e anlise estatstica utilizando programa
SPSS. RESULTADOS: O mtodo foi aplicado e testado em tumores primrios, secundrio e meningiomas. Em
relao ao mapeamento de varredura de 5 mm, os centros de gravidade do EMT e estimulao cortical direta
foram localizados no mesmo local em quatro casos e na vizinha pontos nos restantes 6 casos. A distncia mdia
entre o tumor e a resposta mais prxima do motor foi de 5 mm (variando de 3-10 mm e desvio padro de 3,2
mm), com mapas de clculos de centro de gravidade da estimulao evidenciou grande acurcia do mtodo
(coordenadas definidas a partir do plano ACPC). CONCLUSO: a EMTnavegada trata-se de um mtodo
experimental, contudo permite uma confirmao topogrfica com excelente resultado, com informao pr-
operatria com aplicao confivel e precisa do impulso magntico para mapeamento do crtex motor,
permitindo um planejamento pr-operatrio a cerca de dficits e grau de resseco possvel em tumores
adjacentes ao crtex motor. PALAVRAS-CHAVE: Tumores cerebrais, crtex motor, estimulao magntica
transcraniana, neuronavegao.

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O POTENCIAL NEUROPROTETOR DO VINHO TINTO E SEUS
CONSTITUINTES CONTRA DOENAS NEURODEGENERATIVAS
ARTIGO DE REVISO.
Henrique Csar Costa Saraiva, Sarah R. G. Lima, Bruno L. R. Rangel, Sheila C. E. Crencio, Jos
Carlos de Moura

UNIVASF, Recife (PE).

INTRODUO E OBJETIVOS: As doenas neurodegenerativas afetam um amplo espectro da populao e
podem levar incapacidade fsica e/ou mental. Dentre elas podemos destacar as desordens cerebrovasculares. O
vinho tinto contm diversos compostos fenlicos, flavonides e no flavonides cujas propriedades
antioxidantes reduzem as reaes de peroxidao lipdica, podendo retardar o processo de aterognese. Isso lhe
torna alvo de vrios estudos devido possvel potencial neuroprotetor cerebrovascular. O resveratrol um dos
antioxidantes encontrados em uvas e vinhos, e possui efeitos antitumorais, antiinflamatrios, propriedades
cardioprotetoras, e possivelmente neuroprotetoras. MATERIAIS E MTODOS: Foi realizada uma reviso da
literatura utilizando-se como descritores: vinho tinto, efeito neuroprotetor, doenas neurodegenerativas,
acidentes vasculares cerebrais e antioxidantes, cujas fontes foram colhidas em bases de dados, tais como
Medline, Pubmed, Scielo e Lilacs. RESULTADOS: O tratamento com resveratrol foi capaz de aumentar a
captao de compostos oxidativos, elevar o contedo antioxidante celular em cultura de clulas cerebrais, e
impedir o aumento de espcies reativas de oxignio ps-injria oxidativa. Assim, o resveratrol confirmou seu
potencial no s como antioxidante, mas tambm modulador das funes gliais, mesmo aps insulto oxidativo.
Em modelo in vitro de isquemia cerebral, o percentual de morte foi significativamente reduzido em culturas
tratadas com resveratrol. Ratos tratados cronicamente com compostos fenlicos de vinho tinto tiveram menores
concentraes basais de metablitos de energia no parnquima cerebral, bem como aumento significativo no
fluxo sanguneo cerebral residual durante a ocluso transitria e reperfuso em modelo experimental de acidente
vascular cerebral, em comparao com ratos no tratados. CONCLUSES: Os estudos demonstram que o
vinho tinto e seus constituintes, compostos fenlicos e resveratrol apresentam um significativo efeito
antioxidante em modelos experimentais, bem como efeito neuroprotetor contra acmulos de compostos
oxidativos no parnquima cerebral, alm de apresentar a capacidade de reverter danos causados por insultos
oxidativos. PALAVRAS-CHAVE: efeito neuroprotetor, vinho tinto, doenas neurodegenerativas.


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USO DE ESTATINAS DO AVC HEMORRGICO. O QUE SABEMOS AT O
MOMENTO?
Carlos Augusto Ferreira Lobo, Albedy Moreira Bastos

Instituto Sade da Mulher, Belm (PA).

INTRODUO E OBJETIVOS: Estatinas so inibidores da enzima HMG-CoA redutase que a enzima
limitante da formao do colesterol. Alm de seus efeitos como redutoras do colesterol srico, as estatinas
possuem uma srie de efeitos pleiotrpicos capazes de conferir neuroproteo. MATERIAL E MTODOS:
Foi realizada uma pesquisa na PubMed com os termos s tatin e s troke. Esses artigos foram minuciosamente
estudados para uma reviso dos efeitos das estatinas em situaes de AVC hemorrgico. RESULTADOS: As
estatinas possuem efeito neuroprotetor tanto por diminurem os nveis de colesterol srico como por efeitos
colesterol-independentes, a saber: aumento da produo de NO endotelial, estabilizao endotelial, efeitos
antiinflamatrios, estabilizao de placas aterosclerticas, melhora da reatividade vasomotora cerebral, efeitos
anti-trombognicos e atividade antioxidante. As estatinas diminuem o vasospasmo sintomtico e reduzem o
ndice de evolues desfavorveis em pacientes com vasospasmo aps hemorragia subaracnide aneurismtica.
A descontinuidade do uso das estatinas est relacionada com um aumento do risco de hemorragia subaracnide.
No contexto das hemorragias intra-parenquimatosas, o uso as estatinas parece diminuir a mortalidade e as
evolues neurolgicas desfavorveis. Estudos em animais indicam que as estatinas suprimem o
desenvolvimento de aneurismas cerebrais devido sua ao no endotlio. CONCLUSES: Os efeitos
benficos das estatinas no AVC isqumico esto bem definidos. Apesar de ainda no haver indicaes precisas
de seu uso no AVC hemorrgico, nos confrontamos cada vez mais com evidencias de seus efeitos como drogas
promissoras no tratamento clnico do AVC hemorrgico. PALAVRAS-CHAVE: estatinas, AVC hemorrgico.


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DEGENERAO DISCAL ADJACENTE ARTRODESE CERVICAL MITO
OU REALIDADE? QUAL A VERDADEIRA RELEVNCIA CLNICA?
Alessandra de Moura Lima, Ricardo Vieira Botelho, Fernando Campos Gomes Pinto, Rodrigo Almeida Cunha,
Breno Amorim, Jos Marcus Rotta

Hospital do Servidor Pblico Estadual de So Paulo, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: O uso do disco artificial cervical, embora apresente custos elevados, vem
aumentando progressivamente. O grande argumento para uso da tcnica seria a reduo da degenerao discal
adjacente. Foram analisados 100 casos operados pelo servio de Neurocirurgia do HSPE, entre Janeiro de 1996
e Dezembro de 2005. MATERIAIS E MTODOS: Estudo retrospectivo, com anlise dos pronturios mdicos
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de 100 pacientes submetidos artrodese cervical entre Janeiro de 1996 e Dezembro de 2005. Critrios de
Incluso: Todos os pacientes submetidos artrodese cervical (Nveis C3 a C7), entre de Janeiro de 1996 e
Dezembro de 2005 (Dez anos). Tipos de Cirurgia: Discectomia de um ou mais nveis mais artrodese;
Corpectomia de um ou mais nveis mais artrodese; Laminectomia mais fixao posterior com placa e parafuso
em massa lateral. Indicaes para artrodese cervical: Hrnia discal cervical; Mielopatia Cervical espondiltica
com instabilidade; Trauma cervical seguido de Hrnia discal traumtica, fratura ou deslocamento. Idade, Sexo e
Co morbidades: Pacientes de qualquer sexo e idade, independente das co morbidades. Tempo de
seguimento: Seis meses a dez anos. Avaliao Clnica : Anlise da sintomatologia pr, ps operatria imediata e
ps operatria tardia (Radiculopatia, Mielopatia). Classificao em leve, moderada e grave. Avaliao
Radiolgica: Anlise dos Rx Simples e RNM no pr, ps operatrio imediato e ps operatrio tardio. Critrios
de Degenerao no nvel adjacente: Hrnia discal cervical, listese. Avaliao dos casos reoperados: Avaliao
da sintomatologia pr e ps primeira e demais cirurgias. Avaliao radiolgica pr e ps primeira e demais
cirurgias. RESULTADOS: O tempo de seguimento dos pacientes variou de 6 meses a 10 anos. Nesse perodo,
foram realizadas apenas 14 reintervenes. Dos cem pacientes, seis (6%) foram reoperados em intervalos
menores que doze meses (Trs dias, quatro dias, 34 dias, 36 dias, 246 dias, 337 dias), para complementao da
descompresso no mesmo nvel. Desses, trs (50%) foram abordados via anterior (Duas Corpectomias mais
fixao com placa e parafuso e uma discectomia mais enxerto, placa e parafuso), seguido da via posterior
(Laminectomia ou Laminoplastia) e trs (50%) foram abordados via posterior (Laminectomia mais parafuso em
massa lateral), seguido de via anterior (Corpectomia mais enxerto mais placa e parafuso). Cinco (5%) pacientes
foram reoperados para tratamento de infeco do stio operatrio. Desses, em quatro (75%), houve necessidade
de retirada do instrumental. Um (1%) paciente, foi submetido reabordagem para drenagem de hematoma de
leito cirrgico no primeiro dia ps operatrio. Dos cem pacientes operados nesse perodo, apenas dois (2%)
foram submetidos reoperao devido degenerao adjacente (Um Paciente do Sexo masculino, 55 anos,
submetido, em 17/04/2002 discectomia mais placa em C5C6 e em 04/12/2002, corpectomia mais enxerto
mais placa em C6; Uma paciente do Sexo feminino, 38 anos , submetida em 04/12/1996, discectomia mais
enxerto em C5C6 e em 05/04/1997, discectomia mais placa e parafuso em C4C5). Um terceiro paciente, do
sexo feminino, 35 anos, submetida, em 18/07/2003, corpectomia de C3 mais fixao com placa, embora com
diagnstico de Hrnia discal C4C5 e com indicao de reabordagem, recusou o procedimento. CONCLUSO:
Independente da patologia que motivou a realizao da fixao, nmero de segmentos operados ou tipo de
fixao utilizada, a necessidade de reinterveno cirrgica para tratamento das degeneraes adjacentes
artrodese da coluna cervical parece ser pequena. PALAVRAS-CHAVE: degenerao discal adjacente,
artrodese cervical.


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ANEURISMAS CEREBRAIS MLTIPLOS: UM ESTUDO DESCRITIVO DE 50
CASOS TRATADOS.
Saul Cavalcanti de Medeiros Quinino, Hildo R. C. Azevedo Filho, Maria de Ftima L. Griz, Nivaldo S.
Almeida, Moyss L. P. Souza, Divaldo A. Cmara Jr, Renata R. M. Cysneiros, Flvio N. D. Fonseca, Tale L. V.
Rolim, Thiago C. P. Cava

UPE, Hospital da Restaurao, Recife (PE).

INTRODUO E OBJETIVOS: Aneurismas mltiplos esto presentes em 15 a 35% dos casos de hemorragia
subaracnidea aneurismtica (HSA), sendo diversos fatores etiolgicos e de prognstico relacionados com a sua
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
ocorrncia. Por esta razo decidimos identificar e avaliar aspectos de apresentao clnica, freqncia de
distribuio topogrfica e desfecho clnico de morbimortalidade em nosso servio. MATERIAIS E
MTODOS: Foram avaliados pacientes com HSA admitidos de junho de 2007 a junho de 2010 nas enfermarias
de neurocirurgia do Hospital da Restaurao, identificando entre os portadores de aneurismas mltiplos aspectos
como hidrocefalia, vasoespasmo, ressangramento e morbimortalidade pela Escala de Resultados de Glasgow.
RESULTADOS E DISCUSSO: Nossa srie foi constituda de 51 casos internados em nossas enfemarias, que
apresentavam em mdia 49,7 anos de idade, com 83,31% de mulheres. A hipertenso arterial sistmica foi o
principal fator de risco associado, com 74,5% de freqncia. Assim como em outros casos a cefalia sbita
esteve presente em 94,11% dos casos, com Escala de Coma de Glasgow na apresentao diferente de 15 em
39,21% dos casos. O Fisher III predominou nas tomografias de crnio, com 33% de apresentao. A artria
cerebral mdia esteve envolvida em 16 casos, seguido de aneurismas de segmentos da artria cartida interna ou
na topografia da artria comunicante anterior ou posterior. Em apenas 13,72% dos casos o aneurisma roto era
infratentorial. Quarenta casos foram operados. A mortalidade geral do nosso estudo foi de 7,84%.
CONCLUSO: Entendemos que o comportamento da apresentao da HSA no difere quanto a multiplicidade
de aneurismas, mas que nestes casos o neurocirurgio deve este estar preparado para suas particularidades.
PALAVRAS-CHAVE: hemorragia subaracnidea, aneurismas mltiplos, angiografia cerebral.


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CRANIOFARINGEOMA CSTICO: QUIMIOTERAPIA INTRATUMORAL
COM INTERFERON ALFA.
Patricia Alessandra Dastoli, Jardel M. Niccio, Nasjla S. Silva, Andrea M. Capellano, Silvia R. C. Toledo,
Sergio Cavalheiro

Escola Paulista de Medicina UNIFESP, So Paulo (SP).

INTRODUO: Craniofaringiomas representam 1,2% a 4% de todos os tumores cerebrais, correspondendo de
6 a 9% de todos os tumores peditricos. So os tumores gliais mais comuns na infncia. Embora sejam tumores
histologicamente benignos, so os que mais recidivam, o que pode ocorrer em 70 a 90% dos casos. Vrias
formas de tratamento tm sido propostas: a resseco total do tumor, a resseco parcial seguida por
radioterapia, a radiocirurgia, a aspirao estereotxica do cisto, a injeo de radiofrmacos e de bleomicina.
Porm o melhor tratamento ainda no foi estabelecido. OBJETIVO: Avaliar se os craniofaringiomas csticos
podem ser controlados com a utilizao de aplicaes intratumorais de interferon alfa. MTODOS: Dezenove
pacientes com o diagnstico de craniofaringeoma cstico foram tratados com quimioterapia intratumoral com
interferon alfa no perodo de janeiro de 2002 a abril de 2006. Todos os pacientes foram submetidos colocao
de um cateter intracstico conectado a um reservatrio de Ommaya. Atravs deste reservatrio foram feitas as
aplicaes dos ciclos quimioterpicos. Cada ciclo correspondeu aplicao de 3.000.000 milhes de unidades
de interferon alfa trs vezes por semana, em dias alternados totalizando 36.000.000 de unidades. A resposta ao
tratamento foi avaliada pelo calculo do volume tumoral na ressonncia magntica de controle um ms, trs e
seis meses aps o trmino de cada ciclo. Pacientes que evoluram com piora dos sintomas ou que apresentaram
insignificante reduo do volume tumoral durante o seguimento foram submetidos repetio do ciclo
quimioterpico. RESULTADOS: Quatro pacientes receberam quatro ciclos de quimioterapia, trs pacientes
receberam trs ciclos, seis pacientes receberam dois ciclos e seis pacientes receberam um ciclo. A menor
porcentagem de reduo do volume tumoral foi de 60% e a maior reduo foi de 98,37%. Onze pacientes
apresentaram uma reduo do volume tumoral maior que 90%. Cinco pacientes apresentaram uma reduo do
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volume tumoral entre 75 e 90% e em trs pacientes os tumores foram reduzidos em menos de 75%. No houve
bitos durante o tratamento e os efeitos colaterais do interferon alfa foram bem tolerados. Nenhum tratamento
foi interrompido. O tempo de seguimento aps a ultima aplicao foi de um ano e cinco meses a trs anos e
nove meses. CONCLUSES: A quimioterapia intratumoral com interferon alfa diminui o volume dos
craniofaringiomas csticos e at o momento pode ser considerada uma nova alternativa teraputica.
PALAVRAS-CHAVE: Craniofaringeoma cstico - interferon alfa - quimioterapia intratumoral - reservatrio de
Ommaya.


226
HEMATOMA SUBDURAL CRNICO: UM DIAGNSTICO DIFERENCIAL
DE DEMNCIA CORRIGIDO COM TRATAMENTO CIRURGICO RELATO
DE CASO.
Carlos Eugenio Monteiro De Barros, Daniels D. L., Williams A. L., Thornton R. S., Meyer G. A., Cusick J. F.,
Haughton V. M.,

Hospital So Jose do Ava, Itaperuna (RJ)

INTRODUO: Hematoma Subdural Crnico formado por uma coleo de sangue encapsulada que se
localiza entre dura-mter e aracnide. Ocorre geralmente na faixa etria de 60-70 anos. A clnica insidiosa e
pode variar de acordo com a faixa de idade dos pacientes, na qual nos idosos apresenta-se de maneira similar a
um quadro de demncia, fazendo diagnostico diferencial com este. RELATO DE CASO: O caso a ser relatado
mostra um paciente, de 69 anos, com dficit cognitivo progressivo e dficit motor de instalao recente. Os
familiares relatavam alteraes amnsticas como quadro inicial, e posteriormente perda parcial de capacidades
matemticas, discreto dficit de orientao e ateno. Sendo inicialmente diagnosticado como uma sndrome
demencial, foi iniciado um tratamento medicamentoso sem melhora do quadro. CONCLUSO: feita uma
reviso da literatura mostrando as causas do hematoma subdural crnico, e sua clinica relacionando-a com um
possvel diagnostico diferencial, relatando as formas de tratamento dessa condio, considerando que quanto
maior o tempo entre os sintomas e o diagnstico menor a eficincia de trepanaes ou pequenas craniotomias.
PALAVRAS-CHAVE: hematoma subdural crnico, demncia, diagnstico diferencial, tratamento cirrgico.


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ASPECTOS CLNICOS NO TRATAMENTO DO HEMATOMA SUBDURAL
AGUDO TRAUMTICO; AVALIAO EM 250 PACIENTES.
Wellingson Silva Paiva, Almir ferreira de Andrade, Nadia Nader Magini, Robson Amorim, Wagner Tavares,
Manoel Jacobsen Teixeira.

Diviso de Neurocirurgia do HCFMUSP, So Paulo (SP).

INTRODUO: O hematoma subdural agudo (HSDA) ocorre em cerca de 1 a 5% de todas as leses
traumticas sobre o crnio, e em 22% dos traumatismos cranioenceflicos (TCE) graves. Apesar de todas as
melhorias das condies de atendimento, o HSDA continua a ser uma das patologias traumticas mais letais.
Neste estudo descrevemos a evoluo de 250 pacientes com diagnstico de hematoma subdural agudo
traumtico, levantando fatores prognsticos de evoluo. MATERIAIS E MTODOS: Todos os pacientes
com diagnostico tomogrfico de hematoma subdural agudo e que foram internados sobreviveram as medidas de
ressucitao na sala de emergncia foram considerados neste estudo prospectivo. Neste perodo foram
levantados um total de 250 pacientes. Foram estudos atravs de protocolo de atendimento sistematizado, sendo
estudados aspectos epidemiolgicos clnicos e radiolgicos. RESULTADOS: Os hematomas subdurais
representaram 23% de todos os traumatismos internados no perodo do estudo. Houve predominncia do sexo
masculino (76%), com idade variando entre 15 e 81 anos, sendo as quedas a causa predominante (46%) seguido
dos acidentes automobilsticos (28%). Referente a gravidade clinica, TCE leve 30(23%) moderado 26(20%)
grave 76(67%). Na avaliao de leses associadas as contuses e o inchao cerebral ("swelling") as leses
intracranianas mais freqentes. A cirurgia foi realizada em 45,1% dos pacientes, e, em sua maioria, atravs de
craniotomia fronto-tmporo-parietal ampla, com drenagem do hematoma, seguida de plstica da dura-mter.
Foram operados um total de . 132 pacientes foram submetidos a tratamento cirrgico, sendo a mortalidade de
38% nos casos operados e 23% nos casos no operados, em condies clinicas iniciais melhores.
CONCLUSES: Trata-se de leses graves com importante letalidade, em que o tratamento cirrgico e
frequentemente necessrio. Verificamos uma diminuio da letalidade comparada com outra casustica no
mesmo servio em outro perodo. PALAVRAS-CHAVE: hematoma subdural agudo traumtico, aspectos
clnicos.


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METSTASE CEREBRAL DE NEOPLASIA TROFOBLSTICA
GESTACIONAL. RELATO DE CASO.
Diovanni Ferreira de Paula; Daniel Gomes Gonalves Neto; Nelci Zanon, Fbio Simes Fernandes, Samuel
Damin, Ricardo Ansai.

Hospital Municipal de So Paulo Dr. Alpio Correa Neto. Servio de Neurocirurgia, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: Apresentao de caso clnico de metstase cerebral originada de neoplasia
trofoblstica gestacional. MATERIAIS E MTODOS: Este estudo foi realizado por meio da anlise de
pronturio, paciente A.M, sexo feminino, 19 anos, sem antecedentes mrbidos, admitida em outubro de 2010
aps quadro progressivo de fraqueza muscular em dimdio esquerdo, cefalia e episdio de vmito. Aps a
melhora clnica a paciente recebeu alta hospitalar, sendo encaminhada para acompanhamento e investigao
complementar para hemorragia cerebral. Aps trs meses a paciente foi reinternada devido ter apresentado
abortamento espontneo e sangramento vaginal, foi realizado curetagem uterina e o material enviado para
exame histopatolgico , evoluiu com quadro de fraqueza muscular em dimdio direito, distrbio de linguagem
(afasia global) e desconforto respiratrio. RESULTADOS: Durante a primeira internao foi realizado
tomografia computadorizada de crnio evidenciando leso hiperdensa frontal a direita com sinais de
sangramento agudo e edema perilesional. Na segunda internao foi submetida a tomografia computadorizada
de crnio e de trax evidenciando leso frontal e parietal a esquerda hiperdensa com edema perilesional;
mltiplas leses nodulares com infiltrado intersticial pulmonar. O exame histopatolgico evidenciou mola
hidatiforme completa. CONCLUSES: As neoplasias trofoblsticas gestacionais (NTGs) dividem-se em 4
tipos. A metstase cerebral uma condio rara. A mola hidatiforme ocorre em aproximadamente 1 em cada
1.500 gestaes nos EUA (tendo, porm, uma incidncia bem maior na sia e no 3 mundo), sendo encontrada
em aproximadamente 1 em cada 600 abortos. As molas so mais comuns em gestantes muito jovens ou em
idade avanada. Em 80% dos casos a evoluo benigna, sendo que em 20% torna-se maligno. 18% tornam-se
mola invasora e 2%. PALAVRAS CHAVE: Metstase, trofoblstica, cerebral.


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FISHER HR ESCALA TOMOGRFICA MODIFICADA PARA
HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA ANEURISMTICA COMO PREDITOR
DE COMPLICAES.
Saul Cavalcanti de Medeiros Quinino, Hildo R. C. Azevedo Filho, Maria de Ftima L. Griz, Nivaldo S.
Almeida, Moyss L. P. Souza, Divaldo A. Cmara Jr, Renata R. M. Cysneiros, Flvio N. D. Fonseca, Tale L. V.
Rolim, Thiago C. P. Cava.

UPE, Hospital da Restaurao, Recife (PE)

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INTRODUO e OBJETIVOS: A tomografia do crnio (TC) um importante instrumento no diagnstico de
triagem de hemorragia subaracnidea aneurismtica (HSA). A escala de Fisher, entre outros aspectos, uma
preditora primordialmente de vasoespasmo. No entanto no distingue aspectos prognsticos em casos de
hemoventrculo versus hematoma; HSA localizada versus sangramento distribudo em cisternas basais e/ou
interhemisfrica. Desta forma, fomos motivados a propor uma escala modificada de Fisher intitulada Fisher HR,
em homenagem ao nosso servio, Hospital da Restaurao, correlacionando-a com hidrocefalia tardia,
vasoespasmo, ressangramento, e Escala de Resultados de Glasgow. MATERIAIS E MTODO: Aps
aprovao do Comit de tica do Hospital da Restaurao, Recife, Brasil, foram pacientes nas enfermarias de
neurocirurgia com HSA e aplicado questionrio e identificados aspectos como hidrocefalia, vasoespasmo,
ressangramento e morbimortalidade pela Escala de Resultados de Glasgow. RESULTADOS E DISCUSSO:
A distribuio da HSA na escala de Fisher HR realizada conforme a magnitude da distribuio da hemorragia
subaracnidea: Fisher HR ZERO: ausncia de sangramento; Fisher HR I: hemorragia localizada no aneurisma;
Fisher HR II: sangramento em cisternas basais: Fisher HR III: sangramento se distribuindo difusamente em
cisternas basais e interhemisfrica; Fisher HR IVa: hematoma; Fisher HR IVb: hemoventrculo e Fisher HR
IVc: hemoventrculo e hematoma. Nossos resultados mostraram que a hidrocefalia e o vasoespasmo se
evidenciaram nos casos com Fisher HR III e IVb e o ressangramento em casos Fisher HR IVc. A mortalidade
atingiu os maiores ndices entre os casos com Fisher HR IVb e IVc. CONCLUSO: Entendemos que a
proposta de modificao da escala de Fisher apresentada neste trabalho, mostrou aspectos preditores de
prognstico, sendo uma importante ferramenta nos casos de HSA. PALAVRAS-CHAVE: hemorragia
subaracnidea, aneurisma intracraniano, classificao tomogrfica de Fisher, escala modificada Fisher HR.


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ANLISE ANGIOGRFICA DE PACIENTES COM FERIMENTOS
CERVICAIS POR PROJTEIS DE ARMA DE FOGO.
Bruno Gleizer da Silva Rigon, Rui Nei A. Santana Jr, Zeferino Demartini Jr, Gelson L. Koppe, Mauricio
Marchiori, Igor S. Lima, Alexandre N. Francisco.

Hospital Universitrio Cajuru (HUC)- Pontifcia Universidade do Paran PUCPR, Curitiba (PR).

INTRODUO: At a primeira metade do sculo XX, ferimentos por projtil de arma de fogo (FPAF)
cervicais eram associados a eventos militares. Com o crescimento da violncia urbana tem-se detectado que
estas leses penetrantes em regio cervical so responsveis por 5% a 10% de todas as leses traumticas. Essas
leses tm alto ndice de complicaes, com grande morbi-mortalidade, e por vezes as leses vasculares
associadas so de diagnstico tardio. As alteraes podem ser inicialmente assintomticas, devido existncia
de artrias comunicantes. Sendo assim, alguns autores defendem a realizao de estudo angiogrfico para
deteco precoce de alteraes assintomticas potencialmente tratveis. O objetivo do trabalho avaliar se a
freqncia de leses encontradas em pacientes assintomticos poderia justificar a indicao de estudo
angiogrfico em todo paciente com FPAF cervical. MATERIAL E MTODO: Foram analisadas arteriografias
de vasos cervicais e cerebrais realizadas em 69 pacientes nos 3 ltimos anos. As principais variveis analisadas
foram sexo, idade, localizao do projtil em relao linha mdia, zona de entrada do projtil, tipos mais
freqentes de leso, tipos mais freqentes de leso assintomtica, principais leses sintomticas, projtil alojado
ou no, quadro clnico de pacientes com projtil alojado, angiografias com alteraes, complicaes em
angiografias, quantos pacientes fizeram tratamento endovascular e destes quantos necessitaram de tratamento de
emergncia. Os dados foram tratados e analisados com auxlio do software Epi-Info. RESULTADO: Do total,
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60% era do sexo masculino; a maioria dos projteis foi em direo linha mdia. A faixa etria predominante
foi 21 a 40 anos em 65% dos casos. Das leses sintomticas 87,5% foram neurolgicas, com predomnio de
acometimento do nervo facial. Projteis alojados ocorreram em 15%, sendo a maioria dos FPAF transfixantes.
Dos exames angiogrficos, 57% apresentavam alguma alterao vascular. O ndice de complicao relacionada
ao exame foi de 1%. Dos pacientes sintomticos, 77% apresentavam alguma alterao vascular angiografia,
enquanto 32% dos pacientes assintomticos apresentaram alguma alterao angiografia. DISCUSSO:
Baseado nos dados apresentados, encontramos a porcentagem de 32% de pacientes que, vtimas de FPAF em
regio cervical, eram assintomticos quanto possveis alteraes de vasos cervicais e ainda assim apresentaram
leses em seus exames angiogrficos. CONCLUSO: Conforme recomendam alguns trabalhos na literatura,
no insignificante a incidncia de assintomticos com alteraes angiogrficas em pacientes vtimas de FPAF.
Considerando que a faixa etria mais prevalente constituda de jovens entre 21 e 40 anos (65%), detectar
leses potencialmente tratveis neste perfil de pacientes pode representar reduo de Anos Potenciais de Vida
Perdidos (APVP), bem como reduzir custos sociais com manejo das complicaes geralmente severas
relacionadas a este mecanismo de trauma.PALAVRAS-CHAVE: gun shot injure, cervical spine.


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MENINGIOMA MALIGNO - RELATO DE CASO.
Carlos Frederico De Almeida Rodrigues, Leonardo J. Ribeiro, Rafael E. Lazarotto, Ednaldo Queiroga
Filho

Policlnica Pato Branco, Pato Branco (PR).

INTRODUO: Os meningiomas correspondem a cerca de 20% dos tumores intracranianos, com incidncia
aproximada em 2,3 por 100000. Considerando-se os achados em autpsia, estes tumores representam 30% dos
tumores intracranianos. A maioria destas leses benigna, sendo o prognstico do paciente diretamente
relacionado facilidade de resseco cirrgica da leso. A incidncia de meningiomas malignos baixa, cerca
de 0,17 por 100000, representando cerca de 1 a 11% dos meningiomas. RELATO DE CASO: Relatamos o
caso do paciente W.O., 33 anos, com queixa de deformidade progressiva da face e diplopia. Ao exame
apresentava proptose ocular importante, diplopia. Negava dor e perda da acuidade visual. O exame de imagem
(tomografia computadorizada) demonstrava processo expansivo intra-orbitrio com infiltrao ssea do teto da
rbita e regio fronto-parietal esquerda deslocando o globo ocular inferiormente e lateralmente. Realizada
craniectomia frontoparietal esquerda, com remoo radical do tumor e da dura-mter. Os achados no
transoperatrio foram de um tumor frivel, infiltrante e, com limites indefinidos. No apresentou intercorrncias
no ps-operatrio. O exame anatomopatolgico evidenciou meningioma anaplsico. PALAVRAS CHAVE:
meningioma maligno, meningioma anaplsico, proptose ocular.


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SURGICAL TREATMENT OF BRAINSTEM CAVERNOMAS
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Felipe M. R. Monteiro, Tobias A. Mattei, Paulo Henrique Pires de
Aguiar, Ricardo Ramina

Instituto de Neurologia de Curitiba, Curitiba (PR).

Bleeding from brainstem cavernomas may cause severe deficits due to the absence of non-eloquent nervous
tissue and the presence of several ascending and descending white matter tracts and nerve nuclei. Surgical
removal of these lesions presents a challenge to most surgeons. The authors present their experience with the
surgical treatment of 43 patients with brainstem cavernomas. Important aspects of microsurgical anatomy are
reviewed. The surgical management, with special focus on new intraoperative technologies as well as
controversies on indications and timing of surgery are presented. According to several published studies the
outcome of brainstem cavernomas treated conservatively is poor. In authors experience, surgical resection
remains the treatment of choice if there was previous hemorrhage and the lesion reaches the surface of
brainstem. These procedures should be performed by experienced neurosurgeons in referral centers employing
all the currently available technology. KEY WORDS: brainstem cavernomas, surgical treatment.


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TROMBOSE SPTICA DE SEIO CAVERNOSO BILATERAL: RELATO DE
CASO.
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Felipe M. R. Monteiro, Gustavo F. Nogueira, Vanessa Rizelio, Andr G.
Leal, Maria Tereza M. S. Nascimento, Murilo S. Meneses

Instituto de Neurologia de Curitiba INC, Curitiba (PR).

INTRODUO E OBJETIVO: Trombose sptica do seio cavernoso aps a era de antibiticos se tornou rara
e tratvel, porm ainda segue com uma mortalidade de at 30% e elevada morbidade, sobretudo devido ao
atraso diagnstico. Cerca de 60% dos pacientes permanecem com algum dficit visual e 50% com alterao em
nervo craniano apesar do tratamento. O objetivo deste estudo relatar um caso de trombose sptica do seio
cavernoso bilateral. RELATO DE CASO: Mulher de 48 anos portadora de epilepsia iniciou cefalia pulstil
progressiva por 3 dias, com nuseas importante, esqueceu medicao (Oxcarbazepina) teve crise convulsiva
tnico-clnica generalizada noite e manteve os sintomas. Aps 2 dias evoluiu com febre. Relatou sinusite
prvia, cerca de 2 semanas antes. Ao exame fsico, sem rigidez de nuca nem dficits de motricidade ocular.
Hemograma com leucocitose e lquor normal, sem aumento de leuccitos. Evoluiu durante admisso com edema
periorbitrio bilateral, e RM de crnio evidenciou sinusopatia etimoidal importante com trombose bilateral de
seio cavernoso e veias oftlmicas. Iniciada antibioticoterapia, e realizada drenagem endoscpica de seio
etimoidal, com achado de mucocele purulenta. Iniciada anticoagulao plena. Evoluiu com resoluo do edema,
melhora progressiva da cefalia e sem alterao visual ou em motricidade ocular, recebendo alta com
anticoagulante e antibioticoterapia oral. CONCLUSO: Conclui-se, portanto que a trombose sptica de seio
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dural uma doena grave que se diagnosticada em tempo de hbil e institudo precocemente o tratamento
adequado, pode ter desfecho favorvel. PALAVRAS-CHAVE: trombose sptica, seio cavernoso, bilateral.


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PSEUDOMENINGOCELE POR FSTULA LIQURICA PS-
LAMINECTOMIA PARA MICRODISCECTOMIA LOMBAR: RELATO DE
CASO.
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Felipe M. R. Monteiro, Maurcio Coelho Neto, Jernimo B. Milano,
Ricardo Ramina.

Instituto de Neurologia de Curitiba INC, Curitiba (PR).

INTRODUO: Pseudomeningocele consiste no acmulo extradural de lquor nos tecidos moles adjacentes ao
dorso, sendo descrita uma complicao infrequente aps cirurgia em coluna vertebral, variando de 0,068% a 2%
dos pacientes submetidos laminectomia. O objetivo deste trabalho relatar um caso de pseudomeningocele
ps microdiscetomia por hrnia discal lombar. RELATO DO CASO: Mulher de 36 anos foi admitida com
histria de microdiscetomia L4-L5 devido ciatalgia L5 direita em outro servio, sem melhora. Aps 1 ms, foi
submetida a novo procedimento. Seguiu com cefalia ortosttica, nuseas e perda de lquido por ferida
operatria, sendo submetido a um terceiro procedimento seguindo sem melhora do quadro. Realizado
tratamento conservador, tendo evoludo com abaulamento doloroso em regio lombar e fechamento da ferida
operatria. Seguia com lombalgia e cefalia incapacitante. Ao exame fsico, cicatriz seca, com abaulamento
doloroso, mvel de 7cm, fora grau IV-, hipoestesia em dermtomo L5 e arreflexia de aquileu em membro
inferior direito. Ressonncia Magntica de coluna lombossacra evidenciou coleo de lqor em continuidade
com saco dural ao nvel de L4. Submetida a tratamento cirrgico, sendo verificada presena de grande coleo
de lquor, o qual foi drenado, e uma cavidade ampla com reepitelizao em paredes e, mais profundamente,
dura-mter com fistula na projeo da lmina de L4. Fez-se laminectomia de L4 e exposio da falha dural,
sendo suturada com enxerto de fscia e reforo com adesivo biolgico. Ressecou-se o neoepitlio das paredes da
cavidade para facilitar a cicatrizao. Paciente evoluiu sem cefalia no ps-operatrio, com retorno para
atividades de rotina. PALAVRAS-CHAVE: pseudomeningocele, fstula liqurica, ps-laminectomia.


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LESES NO-SCHWANNOMATOSAS DO MEATO ACSTICO INTERNO:
SERIE DE 6 CASOS.
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Viviane A. Buffon, Maurcio Coelho Neto, Ricardo Ramina.

Instituto de Neurologia de Curitiba, Curitiba (PR).

INTRODUO E OBJETIVO: As leses mais frequentes do meato acstico interno so os schwannomas
vestibulares. Outras leses tambm ocupam esta regio anatmica e so raras. Estas se constituem um desafio
diagnstico, mesmo utilizando os mais modernos mtodos de imagem. A literatura atual contempla apenas
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pequenas sries e casos relatados isolados pela sua baixa incidncia. O objetivo deste trabalho descrever uma
srie de 6 casos de leses originadas e exclusivas do meato acstico interno tratadas cirurgicamente neste
servio. MATERIAIS E MTODOS: Foram avaliados 6 casos de leses no-schwannomas do meato acstico
interno, operados neste servio. As peas cirrgicas foram analisadas por neuropatologista e revisados por outro
patologista independente caso houvesse dvida diagnstica. RESULTADOS: Todos os pacientes foram
submetidos resseo cirrgica, por acesso retrosigmide (suboccipital lateral) em decbito dorsal. A
monitorizao intraoperatria do nervo coclear e no nervo facial atraves de potenciais evocados foi realizada em
todos os casos. Os diagnsticos foram de meningioma (2 casos), cisto aracnide 1 caso, aracnoidite (1 caso),
angioma cavernoso (1 caso) e ala vascular (1 caso). As manifestaes clnicas mais frequentes nesta srie
foram zumbido e hipoacusia. CONCLUSO: Conclui-se que as leses no-schwannomatosas do meato
acstico interno, originadas e exclusivas desta estrutura, so raras, de difcil diagnstico pr-operatrio e
passveis de tratamento cirrgico. PALAVRAS-CHAVE: leses no-schwannomatosas, meato acstico
interno.


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HIPOPLASIA FOCAL ISOLADA DO TENTRIO DO CEREBELO.
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Maria L. V. Figueiredo, Erasmo B. Silva Jr, Ronaldo P. Vosgerau,
Ricardo Ramina

Instituto de Neurologia de Curitiba INC, Curitiba (PR)

INTRODUO E OBJETIVO: Alteraes do desenvolvimento do cerebelo ocorrem de diversas maneiras,
desde pequenas aberturas, presena de bandas, hipoplasia e aplasia. As leses menores habitualmente so
assintomticas e no tem relevncia clnica. A hipoplasia e a agenesia so observadas frequentemente em
associao com outras anomalias do desenvolvimento do sistema nervoso central. A ocorrncia isolada de
hipoplasia rara. Na literatura atual, existem 5 casos descritos como forma isolada, no associada a outra
malformao. O objetivo deste trabalho descrever 2 casos de hipoplasia isolada do tentrio do cerebelo bem
como realizar reviso atual da literatura. MATERIAIS E MTODOS: Foram descritos 2 casos de pacientes com
hipoplasia focal isolada do tentrio e realizada ampla reviso da literatura. RESULTADOS: Os pacientes
relatados eram assintomticos para a hipoplasia. Revisou-se ainda os outros 5 casos j descritos na literatura.
CONCLUSO: A hipoplasia focal isolada do tentrio do cerebelo uma entidade extremamente rara e de
relevante importncia neurocirrgica e radiolgica, pois pode apresentar falso efeito de leso expansiva e se no
tiver diagnstico adequado pode levar o paciente a tratamentos, inclusive cirrgico, inadequados e
desnecessrios. PALAVRAS-CHAVE: hipoplasia focal isolada, tentrio do cerebelo.

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RELATO DE CASO SOBRE NEUROPARACOCCIDIODOMICOSE NO VALE
DO PARABA.
Mspoli de Souza Filho, Mendes F. H. C., Santos R. C., Graciano R. S., Csar K. G., Guimares A. C. A.

Hospital Regional do Vale do Paraba, Taubat (SP).

I NTRODUO E OBJ ETI VOS: A paracoccidioidomicose uma das mais importantes micoses endmicas,
sistmicas e crnicas no Brasil, sendo a neuroparacoccidioidomicose um evento pouco considerado en funo
da baixa frequncia de quadros clnicos sintomticos. Em geral o acometimento isolado do Sistema Nervosos
Central ocorre em 15,2%. Em caso de grandes massas e hipertenso intracraniana; a interveno cirgica est
indicada. O presente relato trata do caso de um paciente do Vale do Paraba submetida interveno
neurocirrgica. MATERIAI S E MTODOS: C. S. E., 67 anos, branca, natural e procedente de Redeno da
Serra, relatando ter apresentado 03 episdios de crises epilpticas do tipo tnico-clnico generalizada, sendo
encaminhada para o ambulatrio de neurologia (HUT), tambm referindo cefalia, do tipo latejante e
hemicraniana direita. Exame fsico e neurolgico sem alteraes. Na consulta, foi solicitado TC de Crnio, a
fim de investigar causas secundrias para cefalia que demonstrou processo expansivo parieto-occipital
esquerda com captao anelar de contraste e edema perilesional . A paciente foi encaminhada para o servio
de Neurocirurgia do HRVP, onde foi submetida microneurocirurgia para exrese de tumor cerebral com
exrese total da leso, a qual foi encaminhada para estudo anatomopatolgico com o seguinte resultado:
achados compatveis com Paracoccidiodomicose. Com o resultado da bipsia, a paciente foi internada em
enfermaria de neurologia (HUT) para tratamento clnico com Anfotericina B e Sulfametoxazol + Trimetroprim.
RESULTADOS E CONCLUSES: O tratamento cirrgico reservado para os casos em que o granuloma
acessvel, a sintomatologia no apresenta melhora com o tratamento clnico. Assim, o diagnstico precoce da
neuroparacoccidioidomicose particularmente importante, uma vez que h evidncias de que uma teraputica
eficiente instituda em tempo hbil crucial para reduzir os efeitos devastadores da doena. A paciente
permaneceu internada em tratamento clnico para paracoccidiodomicose, mantendo-se em bom estado geral, e
sem dficits neurolgicos. PALAVRAS-CHAVE: neuroparacoccidiodomicose.


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PAPILOMA DO PLEXO CORIDE: RELATO DE CASO.
Alysson Guimares Pascoal, Dean D., Viturino M. G.M., Marinho N. A., Teodoro R. S., Melo Filho S. A.

Hospital Universitrio Alcides Carneiro, Campina Grande (PB).

INTRODUO E OBJETIVOS: O papiloma do plexo coride uma neoplasia histologicamente benigna
(grau I da OMS) que corresponde 0.4% de todos os tumores intracranianos. Afeta preferencialmente crianas
com menos de 2 anos, sendo algumas neonatos, fato que d suporte a idia de que esses tumores seriam
congnitos. MATERIAL E MTODOS: Os dados foram obtidos a partir do pronturio do paciente, sendo o
responsvel legal do mesmo devidamente esclarecido e tendo manifestado concordncia atravs da assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. APRESENTAO CLNICA: V.J.A., 8 meses, h 2 dias com
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quadro inicial de sonolncia, hipoatividade, febre e vmitos, que evoluiu com crise convulsiva e abaulamento de
fontanela. Ao exame fsico verificaram-se as seguintes alteraes: perodos de pausa respiratria fugaz,
tendncia bradicardia e extremidades e mucosas hipocoradas. Ao exame neurolgico constatou-se: pupilas
isocricas e fotorreagentes, sonolncia, hemiparesia direita e abaulamento importante de fontanela. Foi
solicitada uma Tomografia Computadorizada do Crnio que evidenciou hidrocefalia comunicante com
transudao ependimria e formao expansiva em trio do ventrculo lateral direito. Paciente foi submetido
imediatamente a microcirurgia de tumor cerebral e tratamento de hipertenso intracraniana, provocada pela
hidrocefalia, com a colocao de uma Derivao Ventrculo Peritoneal. RESULTADOS: A microcirurgia foi
realizada com sucesso, tendo o exame anatomopatolgico de dois fragmentos revelado espcime medindo 5,6 X
4,0 X 3,5 cm em conjunto, castanho-acinzentado e macio, com rea de aspecto papilar. A anlise histolgica
evidenciou papiloma do plexo coride. Aps interveno, o paciente evoluiu com anemia, hiponatremia e
laringite ps-extubao. Durante a internao, fez uso de vancomicina, decadron, hidantal e fenobarbital.
CONCLUSO: Relatamos um caso clssico de papiloma de plexo coride que se apresentou como sndrome
de hipertenso intracraniana, necessitando de interveno imediata e cuidados ps-operatrios intensivos.
PALAVRAS-CHAVE: plexo coride; papiloma; microcirurgia


241

TREINAMENTO NEUROENDOSCPICO, ASSOCIADO AO USO DE
NEURONAVEGAO, EM MODELOS ANATMICOS.
Giselle Coelho Resende Caselato, Charles Kondageski, Fbio Daga, Sonival C. Hunhevicz, Ricardo Ramina,
Marcos A. R. Lyra, Srgio Cavalheiro, Francisco V. G. Filho, Samuel Zymberg.

UNIFESP INC, So Paulo (SP).

INTRODUO E OBJETIVOS: Nas ltimas duas dcadas, a neuroendoscopia reemergiu como opo
interessante no manejo de leses intraventriculares e da hidrocefalia. Entretanto, o treinamento neste campo
problemtico devido necessidade de espcimes cadavricos com ventriculomegalia. Os objetivos deste estudo
foram descrever as vantagens e desvantagens de um modelo anatmico sinttico, em associao ao uso de
neuronavegao, no treinamento prtico de abordagens cirrgicas a leses intraventriculares. MATERIAL E
MTODOS: Trs modelos anatmicos sintticos foram criados usando um tipo especial de borracha. Os
modelos foram construdos de modo a simular alguns tipos de leses ventriculares e periventriculares. Em
seguida, exames de ressonncia magntica foram realizados nos modelos. Por fim, o planejamento cirrgico foi
estabelecido com o auxlio de neuronavegao e a cirurgia executada por neurocirurgies com pouca
experincia neste tipo de procedimento. RESULTADOS: Observou-se que os modelos foram compatveis com
a ressonncia magntica, sendo seguros e fceis de manusear. Alm disso, a anatomia ventricular bem como as
leses intraventriculares e periventriculares foram facilmente reconhecidas e simularam com grande eficincia
situaes cirrgicas reais. Foi verificado que a neuronavegao foi eficiente para guiar o cirurgio durante o
procedimento endoscpico permitindo a seleo do melhor acesso, bem como os pontos cirrgicos relevantes
para cada tipo de leso. Aps as sesses de treinamento, os cirurgies obtiveram conhecimento satisfatrio e
adquiriram experincia com a anatomia e as tcnicas cirrgicas para acessar os ventrculos endoscopicamente.
CONCLUSO: Este mtodo demonstrou ser um eficiente instrumento para treinamento, em procedimentos
neuroendoscpicos. Alm disso, a neuronavegao pode ser utilizada sem prejuzo ao modelo e ao treinamento,
tornando-o ainda mais fiel s situaes cirrgicas reais. PALAVRAS-CHAVE: Neuroendoscopia, Modelos
Anatmicos, Neuronavegao.
248






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

242

ANLISE DA EXPERINCIA CIRRGICA EM TUMORES DA REGIO
PINEAL EM DOIS GRANDES CENTROS: SO PAULO E ROMA.
Giselle Coelho Resende Caselato, Luca M. B. Pettorini, Ricardo Ramina, Giovanna Paternoster, Nasjla Saba,
Radovan Mijalcic, Srgio Cavalheiro.

UNIFESP/GRAACC, So Paulo (SP).

INTRODUO: A diversidade de tumores da regio pineal necessita de um diagnstico histolgico preciso
para permitir um planejamento teraputico racional. Historicamente, a cirurgia da regio pineal est ligada a
uma taxa relativamente elevada de morbidade e mortalidade. O objetivo principal deste trabalho avaliar as
caractersticas epidemiolgicas e da eficcia da cirurgia em uma srie brasileira e italiana de tumores da regio
pineal. MATERIAIS E MTODOS: Foram revisados, retrospectivamente, dados de crianas com diagnstico
de tumor da regio pineal, submetidos abordagem cirrgica, nas duas ltimas dcadas, em dois centros de
Neurocirurgia Peditrica: So Paulo (Brasil) e em Roma (Itlia). RESULTADOS: 87 crianas (idade mdia:
10,3 anos, variao de 1 ms a 18 anos) foram tratadas entre 1989 e 2008 (seguimento mdio: 8 anos). A srie
(47 crianas brasileiras e 40 crianas italianas) foi comparvel em termos de distribuio etria e por sexo. A
incidncia de hidrocefalia ao diagnstico foi significativamente maior no grupo de brasileiros (94% versus
42%). Outra diferena diz respeito incidncia de germinoma (36% e 15%, na srie brasileira e italiana,
respectivamente). Germinoma foi diagnstico histolgico mais comum (23 casos), seguido por PNETs (18),
teratomas (15), gliomas (12), outros tumores de clulas germinativas (11), e outros tumores (8). Resseco
tumoral total foi obtida em 52% dos procedimentos, remoo parcial em 23%, e a bipsia foi realizada em 25%
dos casos. A mortalidade cirrgica global e as taxas de complicaes foram de 2% e 19%, respectivamente;
dficits neurolgicos permanentes (hemiparesia ou Parinaud) ocorreram em 7% dos casos. CONCLUSES:
Com exceo da incidncia de hidrocefalia e germinoma, no houve diferena epidemiolgica estatisticamente
significativa entre as duas sries. O tratamento cirrgico dos tumores da regio pineal em centros
neurocirrgicos peditricos especializados notavelmente satisfatrio. PALAVRAS-CHAVE: tumores, regio
pineal,epidemiologia.


243

APNIA DO SONO ASSOCIADO A OBESIDADE NA FORMAO DOS
ANEURISMAS CEREBRAIS.
Carlos Alexandre Martins Zicarelli, caro B. M. Barreto, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Renata Faria Simm,
Natally Santiago, Tatiana Vilasboas

Hospital Santa Paula, Salvador (BA).

INTRODUO E OBJETIVOS: Apesar das conseqncias catastrficas da ruptura dos aneurismas cerebrais,
muito pouco compreendido sobre sua fisiopatologia, e no h marcadores preditivos confiveis para identificar
indivduos em risco. A patognese e ruptura dos aneurismas cerebrais esto associadas a processos
249






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
inflamatrios, que esto implicados no desgaste e quebra da matriz extracelular da parede dos vasos cerebrais.
Alm disso, o colapso repetitivo das vias areas superiores durante a apnia obstrutiva do sono expe o crebro
a episdios freqentes e transitrios de hipxia. A perda da reatividade cerebrovascular durante o sono, em
particular nos pacientes com apnia obstrutiva do sono, significa que mecanismos fisiolgicos compensatrios
podem no garantir um nvel adequado de oxigenao cerebral, um fator que tambm pode contribuir para a
formao e ruptura dos aneurismas cerebrais. Pacientes com apnia obstrutiva do sono freqentemente esto
acima do peso ideal (ndice de massa corprea > 25). MATERIAIS E MTODOS: Reviso de pronturio de
pacientes portadores de aneurisma cerebral, obesos e com apnia obstrutiva do sono. RESULTADOS: Em
nossa casustica, constam 32 pacientes, 7 homens e 25 mulheres, com faixa etria entre 47 e 80 anos (mdia
61,8 e desvio mdio 7,62), sendo 13 com mais de um aneurisma, nas seguintes topografias: 13 de artria
cerebral mdia, 11 de artria comunicante anterior, 7 de artria comunicante anterior, 8 de artria oftlmica, 4 de
artria basilar, 2 de artria lenticular, 3 de bifurcao de artria cartida, 3 de artria pericalosa (total de 51
aneurismas, todos abordados na admisso); 17 deles eram rotos na admisso. Nos casos dos aneurismas rotos, a
escala de Hunt-Hess na admisso variou de 1 a 5 (mdia de 1.68) e escala de Fisher de 2 a 4 (mdia de 1.75).
Todos os pacientes sofriam de apnia obstrutiva do sono, sendo 8 deles hipertensos, 3 portadores de diabetes, 23
com peso adequado, 4 com sobrepeso e 5 com obesidade. 11 pacientes eram tabagistas. Entre os pacientes
obesos, 80% eram do sexo feminino, 100% com apenas 1 aneurisma, com idade entre 49 e 72 anos (mdia
60,6), 20% eram tabagistas, 80% hipertensos, 20% eram diabticos, 60% com aneurismas rotos, dos quais o
Hunt-Hess variou de 3 a 5 (mdia 4,0) e o Fisher foi 4 em todos os casos. Entre os pacientes com sobrepeso,
50% eram do sexo masculino, 100% com apenas 1 aneurisma, com idade entre 53 e 70 anos (mdia 60,5), 50%
eram tabagistas, 100% no eram diabticos, 50% hipertensos, 75% com aneurismas rotos, dos quais o Hunt-
Hess variou de 2 a 5 (mdia 3,3) e o Fisher, de 2 a 4 (mdia 3,3). CONCLUSO: A apnia do sono em
pacientes obesos pode ser um fator preditivo de formao de aneurismas cerebrais, sendo necessrios mais
estudos para avaliar tal correlao. PALAVRAS-CHAVE: Apnia do sono, obesidade, aneurisma cerebral


244

ALARM BELL HEADACHE: A STABBING HEADACHE ASSOCIATED WITH
INTRACRANIAL ABNORMALITIES
Breno Jos Alencar Pires Barbosa, Valena M. M., Andrade Valena L. P. A., Vieira L. P. B.

Hospital das Clnicas da UFPE, Recife (PE).

BACKGROUND: A primary stabbing headache is characterized by a sharp pain of short duration felt on the
surface of the head that may occur once in a lifetime or several times in a single day. It is a rela- tively common
cephalalgia reported by 28% of the population. OBJECTIVES: To describe a form of stabbing headache
associated with intracranial, potentially dangerous abnormalities, such as unruptured aneurysms, vascular
malformations and tumours. METHODS: Since 2003 we have observed 41 patients with intracranial
abnormalities (18 pituitary adenomas, seven meningeomas, eight acoustic schwannomas, two glomus jugularis,
four unruptured saccular aneurysms, one frontal oligodendroglioma, and one occipital arterio-venous
malformation) associated with stabbing headache. RESULTS: The characteristics of the secondary stabbing
headache attacks observed in those patients were the following: (a) a gradual enhancement in pain severity with
an increase in frequency over the last few months or years (crescent pattern); (b) a dura mater contact with the
lesion; (c) repeatedly conned to one or a few points on the head; (d) unilateral on the same side as the lesion;
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
(e) precipitated by head movements; (f) association with abnormal signs (e.g. loss of vision, proptosis,
amenorrhea, galactorrhea, hearing loss, epileptic seizure, etc.); (g) associated with larger intracranial lesions; (h)
usually appearing at a later stage; (i) predominantly affecting women; and (j) resolution after surgery or
dexametasone treatment. CONCLUSIONS: When an individual presents one or more of the characteristics
described above we should consider it as a warning sign, indicating that something abnormal is occurring inside
the head, such as a vascular or neoplasic expanding mass with dural contact, in which case an evaluation with
neuroimaging is imperative. KEY WORDS: secondary headache, aneurysms, tumors.


245

ANATOMY OF THE INSULA AND SURGICAL PLANNING:
TRACTOGRAPHY OF INSULAR GYRI.
Marcelo M. Valena1,2, Ehsan Sherafat Kazem Zadeh2, Kelvin Mok2, Denise Klein2, Andr Oliviera

1Federal University of Pernambuco, Recife, (PE, Brazil); 2Montreal Neurological Institute/Hospital, Montreal,
(Canada).

INTRODUCTION: The insular lobe is involved in a number of important cerebral functions, such as sensorial
and motor visceral regulation, ocular movements, some aspects of speech and/or language, feeding, memory,
pain and cardiovascular control, in addition to playing a role as a vestibular and supplementary motor area.
Many reports have claimed that small insular brain tumors can be safely removed without any neurological
deficit or, in a few cases with transient incapacities. In contrast, lesions localized in the insula may be associated
with neglect syndrome, aphasia, oral apraxia, mutism, epilepsy, dysphagia, and cardiac abnormalities. Epilepsy
is the most common symptom of patients with insular lesions. Surgical procedures involving the insula have
also been successfully performed to treat epilepsy. Thus, the identification of the white matter tracts that are
related to each of the insular gyri or sulci may be of great value to the surgical planning and in the
understanding of epilepsy propagation. OBJECTIVE: In the present study we evaluated the anatomic
relationship of tracts in each of the insular gyri, as well as the possible damage caused by virtual incisions using
MR Diffusion Tensor Imaging (DTI) and fiber tracking of healthy subjects. METHODS: Four healthy
volunteers were studied using DTI obtained from the 3-T MR scanner at the MNI. In addition, we performed
hypothetical 1.2cm insular incisions [central sulcus (CS), transverse incision in the middle part of the CS, short
insular sulcus between the anterior (ASG) and middle (MSG) short gyri, and the anterior part of the inferior
circular sulcus] in order to identify which tracts would be damaged by the respective selected incision. For that,
tractography was performed using the right insula. RESULTS: The total volume of the insular cortex varied
from 7,084mm3 to 9,391mm3. The volume of cortex for each of the insular gyri was: ASG (1,062 808 mm3),
MSG (646 226 mm3), posterior short gyrus (806 101 mm3), anterior long gyrus (ALG; 1,316 291 mm3),
posterior long gyrus (1,107 621 mm3), and accessory-transverse gyri (1,361 600 mm3). Fibre bundles were
observed between the amygdala and the ASG/ALG. A central insular incision using the CS as the reference
caused disruption in several tracts, particularly involving fibres traveling through the inferior fronto-occipital
and uncinate fasciculi. The transverse incision did not interrupt any temporal, occipital or frontal fibres,
although, a small number of parietal were involved. CONCLUSION: Several important fibre bundles cross the
insula and a surgical evaluation and planning where the incision should be placed are of major relevance in the
management of epilepsy (selective interruption of intracortical or white matter fibers) or during an insular brain
tumor removal, when injury to the fibre tracts should be avoided. KEY WORDS: tractography, insular gyri.
251






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TRATAMENTO NEUROCIRRGICO PARA DOR CRNICA: UMA
PESQUISA BIBLIOGRFICA.
Ftima Haryanny Gomes Rufino, Lucila Corcino de Paiva, Clia Maria Guedes de Lima, Ana Elza Oliveira de
Mendona.

Hospital Universitrio Onofre Lopes- UFRN, Natal (RN).

INTRODUO: A dor crnica continua sendo um dos principais problemas de sade pblica das sociedades
modernas sendo considerada uma das principais causas de sofrimento, incapacidade e prejuzo a qualidade de
vida. A IASP* define a dor como sendo uma experincia emocional, com sensao desagradvel, associada
leso tecidual real ou potencial ou descrita em tais termos. A dor crnica est associada a processos patolgicos
crnicos e relacionada a episdios que levam mais de seis meses para resoluo e o tratamento pode requerer
intervenes cirrgicas. Neste sentido questiona-se: quais os mtodos cirrgicos disponveis para tratamento da
dor crnica? Dessa forma elaboramos o seguinte OBJETIVO: Investigar na literatura os procedimentos
cirrgicos disponveis para tratamento da dor. MTODOS: Foi realizada uma pesquisa bibliogrfica em bases
de dados eletrnica (BVS) e livros. RESULTADOS: Os procedimentos neurocirrgicos esto indicados quando
o alvio satisfatrio da dor crnica no alcanado com o tratamento medicamentoso, psicoterpico e bloqueios
anestsicos4. Um desses procedimentos o implante de bomba de infuso para administrao de opiides intra-
espinhais que proporciona uma analgesia mais eficaz e com menos efeitos colaterais pela administrao
reduzida de opiides. As bombas implantadas podem ser mecnicas, eletrnicas e a gs, uma das vantagens
dessa terapia ser reversvel. Outro mtodo a neuroestimulao medular que consiste na estimulao eltrica
intermitente de um trato ou centro para inibir a transmisso dos impulsos dolorosos ou estimular a liberao de
opiides endgenos. Tambm esto disponveis procedimentos que interrompem a conduo do impulso
doloroso atravs de destruio ou ablao como a cordotomia e rizotomia4,6. CONCLUSES: A literatura
aponta que existem muitos procedimentos cirrgicos disponveis para o alvio da dor. vlido lembrar que o
tratamento da dor no apenas uma questo fisiopatolgica, mas envolve razes de ordem tica, humanitria e
econmica.*IASP: International Association for the Study of Pain. PALAVRAS CHAVE: dor, tratamento


248

TRATAMENTO NEUROCIRRGICO ENDOVASCULAR DOS ANEURISMAS
DA ARTRIA CEREBRAL MEDIA ANALISE DE 36 CASOS DE
ANEURISMAS EMBOLIZADOS.
Marcilio Monteiro Catarino, Francisco de Lucca Jr, Mario A. S. Matos, Carolina R. Gonalves, Andrey J. A.
Silva

Santa Casa de Montes Claros, Montes Claros (MG).

INTRODUO: E OBJETIVOS: O acesso cirrgico aos aneurismas da artria cerebral mdia considerado
mais favorvel e pode indicar uma localizao em favor da cirurgia em comparao com a tcnica endovascular.
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
Durante muito tempo, por serem considerados aneurismas complexos devido a sua morfologia e relao com
vasos perfurantes no era seguro tratar esses aneurismas pela tcnica endovascular. Porm nos ltimos anos ,
com o exames diagnsticos de melhor qualidade ( arteriografia com reconstruo 3D ) e o aprimoramento das
tcnicas de embolizao com a utilizao de bales de remodelagem do colo aneurismtico , espirais em 3 D ,
estentes ou tcnicas combinas , possvel tratar os aneurisma da cerebral media com relativa facilidade ,
segurana e eficcia .MATERIAL E MTODOS: De maro 2006 a dezembro 2010 , foram tratados 117
pacientes , sendo 151 aneurismas ( 16 pacientes com aneurismas mltiplos ) , sendo 36 aneurismas da artria
cerebral media tratados por embolizao com espirais e 148 aneurismas tratados por craniotomia e clipagem .
Utilizamos na maioria dos casos a tcnica de remodelagem do colo aneurismtico com balo, sendo que em um
caso utilizamos 02 bales ao mesmo tempo. RESULTADOS: Obtivemos ocluso completa em 32 aneurismas,
ocluso subtotal em 3 ( acima de 90 % de ocluso ) , 01 insucesso tcnico.Como complicaes tivemos 02 casos
com eventos trombticos que foram tratado com trombolticos e antiagregantes plaquetarios , sem piora
neurolgica . Nenhum bito relacionado ao procedimento. A arteriografia de controle ( em 19 pacientes ) mostra
um excelente resultado angiogrfico aps 06 meses e 3 anos . Alguns pacientes ainda no fizeram exames de
controle . CONCLUSES: Ainda necessrio um acompanhamento a logo prazo Os resultados obtidos pela
tcnica neurocirrgica endovascular para os aneurismas da artria cerebral medica so bastantes animadores
pois mostram-se seguros e eficazes . O neurocirurgio deve dominar as duas tcnicas cirrgicas para poder
oferecer ao paciente a melhor opo em cada caso. PALAVRAS CHAVE: aneurisma cerebral, artria cerebral
mdia, embolizao.


249

ANGIOPLASTIA PRIMRIA DA ARTRIA CARTIDA INTERNA NO
TRATAMENTO COMBINADO DO AVC ISQUMICO AGUDO RELATO DE
02 CASOS.
Marcilio Monteiro Catarino, Mario A. S. Matos, Gerson Miranda, Zandonai Miranda, Carolina Reis

Santa Casa de Montes Claros, Montes Claros (MG).

INTRODUO: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) a principal causa de morte no Brasil. Dados do
Ministrio da Sade de 2007 apontam as doenas cerebrovasculares como responsveis por 9,2% de todas as
mortes do Brasil. Hoje, o tratamento com trombolticos a primeira opo teraputica com nvel IA de
evidencia quando realizado dentro das primeiras 4h30min. CASO CLNICO I: Paciente JIS, masculino, 54
anos, apresentando quadro de dficit motor esquerda com incio h 2h30min. Ao exame, o paciente
encontrava-se alerta, com hemiplegia fascio-braquio-crural esquerda, NIHSS de 18 . A TC = hiperdensidade
da artria cerebral mdia. Iniciado tromblise EV com Alt eplase e levado hemodinmica para possvel
complementao da teraputica com a tromblise intra-arterial, devido a trombose na artria cerebral mdia. Na
arteriografia, foi identificada ocluso completa da artria cartida interna direita e aps tromblise intra-arterial
ficou bem definida a aterosclerose com estenose critica do bulbo carotdeo. Optamos pela realizao de
angioplastia com stent no mesmo ato (angioplastia primria com sucesso). O paciente apresentou evoluo
favorvel recebendo alta hospitalar no 5 dia aps o procedimento com recuperao parcial do dficit motor
inicial. CASO CLNICO II: Paciente RSB, masculino, 53 anos, mdico, estava trabalhando na central de
regulao de leitos, quando apresentou dficit motor transitrio no brao esquerdo. Trinta minutos aps o AIT
prvio, houve instalao de afasia e hemiplegia direita. Atendido no pronto-socorro com 20 minutos de
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
evoluo, NIHSS = 20 . A TC de crnio mostrou sinais de hiperdensidade da artria cerebral mdia esquerda.
Iniciado tromblise EV com Alt eplase e levado hemodinmica para possvel complementao da teraputica
com a tromblise intra-arterial. Na arteriografia, foi identificada ocluso completa da artria cartida interna
esquerda e aps a tromblise intra-arterial com recanalizao parcial da artria cartida interna esquerda
(presena de placa aterosclertica com estenose critica do bulbo carotdeo), realizamos a angioplastia com stent.
Este paciente apresentou evoluo surpreendente com recuperao completa dos dficits neurolgicos,
recebendo alta hospitalar no 3 dia aps o procedimento. DISCUSSO: A atual disponibilidade de mtodos
farmacolgicos e mecnicos para o restabelecimento do fluxo sangneo cerebral em uma artria obstruda tem
possibilitado a mudana da historia natural do AVCi. A tromblise endovenosa com rt-PA atualmente a
teraputica mais estudada e com maior evidncia ( nvel 1A) de benefcio em promover recanalizao arterial. A
tromblise intra-arterial um tratamento justificvel do ponto de vista de eficcia e segurana, e considerado
por grande parte dos especialistas como mtodo de eleio para pacientes com AVCi da circulao anterior com
durao dos sintomas entre 4,5 e 6 horas, naqueles com evidncia de ocluso no tronco da artria cerebral mdia
mesmo ainda dentro da janela de 4,5 horas, e nos pacientes com AVCi por ocluso do sistema vrtebro-basilar,
onde as evidncias de eficcia so muito maiores do que com a tromblise endovenosa 8. A combinao da
tromblise endovenosa e intra-arterial baseia-se na rapidez de incio do tratamento endovenoso associado
melhor definio diagnstica e efetividade do tratamento intra-arterial. Uma alternativa recente para se obter
recanalizao arterial em pacientes com AVCi o tratamento endovascular com angioplastia com ou sem stent.
O benefcio do uso de tromboltico por via intra-arterial j foi comprovado em pacientes selecionados,
entretanto no isento de complicaes hemorrgicas e nem garante um resultado sempre favorvel.
CONCLUSO: Apesar do uso de rtpa endovenoso ser o tratamento de escolha para o tratamento agudo do
AVCi, alguns estudos apontam para complementao dessa tcnica com uso de rtpa intra-arterial ou uso de
tcnicas endovascular como tratamento eficaz em pacientes selecionados. PALAVRAS CHAVE: angioplastia,
isquemia cerebral, AVC isqumico, artria carotida interna.


250

ANEURISMA INTRACRANIANO E CEFALIA EM SALVAS: SRIE DE
CASOS E REVISO DA LITERATURA.
Breno Jos Alencar Pires Barbosa, Valena M. M., Andrade Valena L. P. A., Vieira L. P. B.

Hospital das Clnicas da UFPE, Recife (PE).

INTRODUO E OBJETIVO: A fisiopatologia da cefalia em salvas permanece desconhecida. Ainda que
seja descrita classicamente como entidade primria, casos secundrios foram descritos. Estes casos
compreendem apenas 3 5 % dos pacientes com cefalia em Salvas e so secundrios a diversas anormalidades,
como malformaes arteriovenosas, metstases cerebrais, traumatismo cranioenceflico, dentre outras. O
presente trabalho descreve o caso de pacientes com cefalia em salvas e paralisia parcial do terceiro par
craniano relacionado a aneurisma intracraniano de artria cartida. MTODO: descrita uma srie de casos de
pacientes que apresentavam quadro caracterstico de cefalia em salvas que responderam ao tratamento
cirrgico dos aneurismas intracranianos. RESULTADOS: Um dos pacientes respondeu prescrio de
verapamil com resoluo da cefalia. Em todos os casos houve melhora da cefalia aps clipagem dos
aneurismas. CONCLUSES: Os achados sugerem forte correlao fisiopatolgica entre as duas entidades. No
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
presente trabalho discutem-se os potenciais mecanismos fisiolgicos relacionando a cefalia em salvas e os
aneurismas intracranianos. PALAVRAS CHAVE: cefalia em salvas, aneurismas.


251

DESEMPENHO COGNITIVO EM PACIENTES COM DOENA DE
PARKINSON SUBMETIDOS PALIDOTOMIA E A TALAMOTOMIA
Alessandra Shenandoa Heluani, Alexandre Aluizio Costa Machado, Srgio Listik, Alexandre Walter de
Campos, Mrcia Rosana Matuk, Las Nascimento Mendes, Jos Oswaldo de Oliveira Jr, Arthur Cukiert

Hospital de Transplantes Euriclydes de Jesus Zerbini, So Paulo (SP)

INTRODUO: Nas primeiras descries da Doena de Parkinson (DP) no se relatava prejuzo cognio
dos pacientes, sendo comunicado 60 anos mais tarde com os estudos de Charcot. OBJETIVO: Comparar
funcionamento cognitivo de paciente submetidos a cirurgia estereotxica. MTODO: Foram estudados 09
pacientes em pr e ps-operatrios (02 submetidos Palidotomia Direita, 03 a Palidotomia Esquerda e 04 a
Talamotomia Esquerda). Realizou-se anlise por mdia de desempenho em cada grupo. Efetuou-se entrevista
semi-estruturada com o paciente e cuidador para coleta de dados scio-demogrficos e clnicos, teste de rastreio
- Mini Exame do Estado Mental (MEEM), avaliao de humor, avaliao neuropsicolgica e PDQ-39-
Parkinson\'s Disease Quality of Life Questionnaire. Casos psiquitricos graves e/ou que atendiam os critrios de
diagnstico de demncia segundo estudos vigentes, foram excludos. RESULTADOS: Os pacientes submetidos
Palidotomia demonstraram melhora na memria de curto prazo verbal, memria episdica verbal, memria
episdica visual (imediata e reconhecimento), fluncia categrica, ateno seletiva, dividida e praxia.
Entretanto, houve desempenho pior em flexibilidade cognitiva, velocidade de processamento e discretamente na
nomeao. Nos pacientes submetidos Talamotomia houve melhora na Memria episdica (similar aos de
Palidotomia) e flexibilidade cognitiva. Porm, houve pior desempenho na memria de curto prazo verbal,
memria episdica tardia visual, fluncia verbal nominal e categrica, ateno seletiva, dividida, praxia
visuoconstrutiva e velocidade de processamento de informaes. CONCLUSES: Os dois grupos
apresentaram melhora para novas aprendizagens verbais e visuais, entretanto nas demais funes no houve
similaridade. Sendo assim faz-se necessrio amostra mais significativa para compreender melhor o perfil
cognitivo de ambas as intervenes. PALAVRAS-CHAVE: Doena Parkinson; cirurgia estereotxica; funes
cognitivas


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ESTUDO PR-OPERATRIO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DE
PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIAS ESTEREOTXICAS, ATRAVS
DO PDQ-39
Alexandre A. C. Machado, Srgio Listik, Alexandre W. Campos, Mrcia R. Matuk, Las N. Mendes, Jos O.
Oliveira Jr, Arthur Cukiert

Hospital de Transplantes Euriclydes de Jesus Zerbini, So Paulo (SP)
255






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

INTRODUO: Pelo fato da Doena de Parkinson (DP) ser crnica e degenerativa, a qualidade de vida do
paciente drasticamente alterada. OBJETIVO: Estudar a qualidade de vida de pacientes antes da realizao de
cirurgias estereotxicas. MTODO: Foram estudados 51 pacientes, em seu pr-operatrio, no perodo de maio
de 2008 at o incio de maro de 2010, atravs de entrevista semi-estruturada para a coleta de dados scio-
demogrficos e clnicos do paciente. Utilizou-se teste de rastreio Mini Exame do Estado Mental (MEEM),
avaliao de humor atravs da Escala Beck (BDI) ou Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), avaliao
neuropsicolgica, Parkinson\'s Disease Quality of Life Questionnaire (PDQ-39) verso 1.1 (1997). Apesar do
PDQ-39 ser um instrumento auto-administrado, optou-se por coletar informaes atravs de entrevistas com o
intuito de evitar-se erros de interpretao por parte do paciente. Excluram-se os casos com distrbios
psiquitricos graves, bem como casos que preenchiam critrios para o diagnstico de demncia segundo estudos
vigentes. RESULTADOS: As dimenses mais prejudicadas segundo o PDQ-39, foram a Mobilidade (inclusive
no grupo submetido a talamotomia), seguido das Atividades de Vida Diria (alterada similarmente em todos os
grupos). Entretanto, houve alteraes em outras dimenses tais como Desconforto Corporal e Bem Estar
Emocional. CONCLUSES: O incio da doena acomete doentes cada vez mais jovens, afetando de maneira
considervel suas vidas, sendo necessrias aes que propiciem melhora na qualidade de vida. Diante dos
resultados deste estudo, h esperana que na avaliao ps- operatria, a expectativa destes pacientes possa ter
sido atingida, ao menos, a minimizao das dificuldades que fazem parte de sua rotina diria. PALAVRAS-
CHAVE: Doena Parkinson; cirurgia estereotxica; qualidade de vida; PDQ-39.


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ACOMPANHAMENTO MULTIPROFISSIONAL NA SNDROME DE
GUILLAIN-BARR: RELATO DE CASO
Francisco Assis V. Lima Jr, Lvia Maria M. Ferreira, Luciano O. G. Silva, Patrcia C. Ferreira, Anna Lvia M.
Dantas, Marcela P. Marques, Kssya D. Diniz

Hospital Universitrio Onofre Lopes, Natal (RN)

INTRODUO: A Sndrome de Guillain-Barr (SGB) uma neuropatia perifrica, progressiva, auto-imune
que afeta os msculos do organismo humano e conduz desmielinizao e/ou degenerao axonal dos nervos,
especialmente os perifricos, atravs do mecanismo de mimetismo molecular. Caracteriza-se por uma fraqueza
muscular progressiva ou paralisia em mais de um membro, podendo comprometer os msculos respiratrios, a
deglutio e a regulao autonmica. Sua natureza potencialmente fatal est relacionada possibilidade de
broncoaspirao e potencial falncia respiratria, levando necessidade de suportes ventilatrio e nutricional.
OBJETIVOS: Mostrar o trabalho desenvolvido pela equipe multiprofissional em um paciente com SGB numa
unidade de terapia intensiva. MATERIAIS E MTODOS: Estudo de caso, do tipo descritivo baseado na
avaliao clnica do paciente e manipulao de dados do seu pronturio. RESULTADOS: A equipe era
composta por enfermeiras, farmacutico, fisioterapeutas e nutricionista. Eram realizadas reunies dirias para
avaliar o estado geral da paciente, traando metas visando promover a reabilitao e alta precoce do ambiente da
UTI. Nessa perspectiva, as enfermeiras atuavam nos cuidados dirios e no controle dos horrios de medicao; a
nutricionista com o aporte calrico dirio e o controle da nutrio enteral bem como sua evoluo para dieta
oral; o farmacutico o monitoramento com as interaes medicamentosas, o ajuste de doses de medicamentos e
o monitoramento de possveis reaes adversas; os fisioterapeutas com a reabilitao motora e respiratria, o
controle da ventilao mecnica, o desmame do ventilador e os exerccios gerais. PALAVRAS-CHAVE:
Sndrome de guillain-barr, equipe de assistncia ao paciente, unidades de terapia intensiva
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SUPORTE VENTILATRIO EM DOENAS NEUROMUSCULARES: UMA
REVISO DE LITERATURA
Francisco Assis V. Lima Jr , Lvia Maria M. Ferreira, Carlos S. S. Costa, Gleidson F. R. Medeiros, Larissa G.
Silva, Marcelo H. T. Marinho

Hospital Universitrio Onofre Lopes, Natal (RN)

INTRODUO: As doenas neuromusculares (DNM) so afeces de origem gentica ou adquirida cuja leso
primria pode encontrar-se no corno anterior da medula, nervos perifricos, juno mioneural ou no msculo.
DNM so causas comuns de fraqueza muscular prolongada, gerando hipoventilao e consequentemente,
hipoxemia e/ou hipercapnia, determinando dependncia de ventilao mecnica em UTI. METODOLOGIA:
Trata-se de uma Reviso, nas bases de dados Lilacs, Scielo, Bireme e Medline, no perodo de 2001 a 2010 com
os descritores: Suporte Ventilatrio em DNM e ventilao mecnica em DNM. RESULTADOS E
DISCUSSO: No atendimento inicial dos pacientes com DNM rapidamente progressiva, de fundamental
importncia uma avaliao respiratria detalhada, observando os sinais clnicos de insuficincia respiratria
(IRpA), tendo como principal objetivo do suporte ventilatrio o repouso da musculatura. A utilizao da VNI
deve ser feita precocemente. A traqueostomia s deve ser indicada nas situaes de absoluta intolerncia da
VNI, por grave acometimento da musculatura bulbar ou por necessidade de ventilao prolongada. Aps a
avaliao da fora muscular e o afastamento da fadiga muscular, procede-se com o desmame. CONCLUSO:
A apresentao de IRpA em pacientes com DNM pode levar a um mau prognstico da doena. Foi mostrado
que a administrao da VNI precoce tem vantagem com relao ao desenvolvimento da doena, visando
melhora do estado geral. A traqueostomia s deve ser considerada quando apresentar acometimento da
musculatura bulbar ou ventilao mecnica prolongada. A partir disto, devem ser apresentados mais estudos de
caso, de pacientes com doenas neuromusculares, e as estratgias adotadas para a melhora do quadro
respiratrio. PALAVRAS-CHAVE: Respirao artificial, doenas neuromusculares


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FISIOTERAPIA NA SNDROME DE GUILLAIN-BARR: RELATO DE CASO
Francisco Assis V. Lima Jr, Lvia Maria M. Ferreira, Carlos S. S. Costa, Gleidson F. R. Medeiros, Larissa G.
Silva, Marcelo H. T. Marinho

Hospital Universitrio Onofre Lopes, Natal (RN)

INTRODUO: A Sndrome de Guillain-Barr (SGB) uma neuropatia perifrica, progressiva, auto-imune
que afeta os msculos do organismo humano e conduz desmielinizao e/ou degenerao axonal dos nervos,
especialmente, os perifricos atravs do mecanismo de mimetismo molecular, caracterizada por uma fraqueza
muscular progressiva ou paralisia em mais de um membro, podendo acometer, dependendo do grau, os
msculos respiratrios, levando a insuficincia respiratria e necessidade de suporte ventilatrio. OBJETIVOS:
revelar os procedimentos fisioterapeuticos na unidade de terapia intensiva realizados no paciente com Sndrome
de Guillain-Barr. MATERIAIS E MTODOS: Estudo de caso, do tipo descritivo realizado na unidade de
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terapia intensiva. RESULTADOS: A fisioterapia buscou promover a reabilitao motora e respiratria
buscando minimizar os efeitos deletrios da imobilizao e reduzir o tempo de internao hospitalar. Dessa
forma, a fisioterapia motora promoveu trabalhos de posicionamento e mudanas de decbito, alongamentos,
exerccios metablicos, treino de equilbrio que auxiliam o processo de reabilitao fsica do paciente,
trabalhando tcnicas de facilitao como e ativao muscular, como Kabat e Rood. A fisioterapia respiratria
realizou ajuste ventilatrio at o momento do desmame e retira da paciente do ventilador, atuando ainda na
preveno do acmulo de secrees nas vias areas, melhorando a ventilao, atravs da mobilizao e
drenagem de secrees; aliviando a resistncia fadiga e tolerncia a exerccios gerais; reduzindo os gastos de
energia durante a respirao atravs da reeducao da respirao e ajuste da mecnica diafragmtica, utilizando
tcnicas de ortostatismo no ambiente de UTI, prevenindo e/ou corrigindo deformidades posturais associadas
com distrbios respiratrios; melhorando a mobilidade torcica e a efetividade da tosse, promovendo a melhora
do quadro clnico e alta da UTI, reduzindo as conseqncias do internamento hospitalar. PALAVRAS-
CHAVE: Sndrome de guillain-barr, modalidades de fisioterapia, reabilitao


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ENCEFALITE HERPTICA E ACOMPANHAMENTO
MULTIPROFISSIONAL: UM ESTUDO DE CASO
Francisco Assis V. Lima Jr, Lvia Maria M. Ferreira, Luciano O. G. Silva, Patrcia C. Ferreira, Anna Lvia M.
Dantas, Marcela P. Marques, Ktia R. B. Ribeiro

Hospital Universitrio Onofre Lopes, Natal (RN)

INTRODUO: O herpesvrus a causa mais comum de encefalite espordica no homem, habitualmente de
carter focal. Na maioria das vezes causada pelo HSV-1 (>90%), apresentando a incidncia anual de
1/250.000 a 1/500.000, predominantemente em crianas e nos idosos. A taxa de mortalidade superior a 70%
nos pacientes no tratados e apenas 2,5% de todos os casos confirmados retornam funo normal aps a
recuperao da doena. A literatura mostra que os sintomas esto presentes dentre os 7 dias e progridem at
cerca de 21 dias. A deteco precoce de fundamental importncia para a terapia e a diminuio das seqelas
neurolgicas. OBJETIVOS: relatar um estudo de caso sobre encefalite herptica com fundamentao em
reviso de literatura e elaborar um plano de cuidados multiprofissional acerca do referido diagnstico.
MATERIAIS E MTODOS: o trabalho foi realizado pelos residentes multiprofissionais do Hospital
Universitrio Onofre Lopes (HUOL/UFRN). A coleta dos dados ocorreu no perodo inicial do ms de setembro
de 2010, na unidade de Clnica neurolgica do HUOL, Natal/RN. Para tanto foram utilizados como
instrumentos a pesquisa bibliogrfica em livros e artigos cientficos e a anlise de pronturio mdico.
RESULTADOS: A partir dos dados coletados do caso, a equipe elaborou um plano de cuidados
multiprofissional que direcionou o tratamento nas reas de fisioterapia, nutrio, farmcia e enfermagem. No
plano de cuidados, foram abordados vrios aspectos, tais como: processos familiares, dficit do auto-cuidado
referente ao distrbio motor, mobilidade fsica prejudicada, desequilbrios nutricionais, risco para queda e risco
para infeco. CONCLUSES: O estudo de caso contribuiu com o tratamento do paciente, j que foi institudo
um plano de cuidados sistematizado que proporcionou a melhora e a alta precoce, alm de aprofundamento
terico-prtico dos conhecimentos da equipe multiprofissional acerca de uma patologia incomum da prtica
diria. PALAVRAS-CHAVE: Encefalite por herpes simples; Equipe de Assistncia ao Paciente; neurologia.
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SCHWANNOMA DO NERVO TRIGMIO. RELATO DE CASO
Maurus M. Almeida Holanda , Joo Cabral C. Madruga Neto, Artur Bastos Rocha, Louise N. Q. F. Marques

UFPB, Joo Pessoa (PB)

INTRODUO: Os schwannomas do nervo trigmio so tumores benignos e raros. O nervo trigmio o
segundo nervo mais afetado por schwannomas, constituindo 0,07 a 0,36% dos tumores intracranianos, j dentre
os schwanomas cranianos constituem de 0,8 a 8%. No trigmio, os schwannomas podem originar-se: na raiz, no
cavo-de-Meckel ou em ramo perifrico. OBJETIVOS: Relatar caso de resseco microcirrgica de neurinoma
do trigmeo ressaltando seus aspectos clnicos, de imagem e cirrgicos. MTODOS: apresentado um caso de
resseco microcirrgica de neurinoma do nervo trigmeo localizado sobre o cavum de Meckel e em ntima
relao com o seio cavernoso esquerdo e com a parede lateral esquerda do seio esfenoidal, medindo
aproximadamente 2,6 x 2,6 x 2,0 cm nos maiores dimetros anteroposterior, craniocaudal e ltero-lateral
respectivamente e contnua. Paciente, 28 anos com quadro de parestesia fronto-temporal esquerda e de dor em
hemiface esquerda, latejante e contnua. O diagnstico pr-operatrio, bem como a localizao exata da leso,
foram realizados por avaliao clnica e dos aspectos radiolgicos. RESULTADOS: A leso tumoral foi
completamente ressecada atravs de uma craniotomia sub-temporal extradural. Seis meses aps a cirurgia o
paciente apresentou uma melhora progressiva dos sintomas clnicos e a ressonncia magntica (MRI) de
controle mostrou a remoo do tumor e a ausncia de recorrncia. CONCLUSES: Os schwannomas do
trigmeo acometem, geralmente, adultos jovens, evidenciando semelhantes propores em ambos os sexos.
Normalmente, apresentam-se como neuralgia do trigmeo, porm, como descrito no caso, verificou-se,
parestesia fronto-temporal esquerda, evoluindo para uma neuralgia do trigmeo atpica, caracterizada por dor
em hemiface esquerda, latejante e contnua. Os diagnsticos diferenciais relatados nos exames
neuroradiolgicos foram descartados com o exame anatomopatolgico, que evidenciou uma neoplasia
mesenquimal fusocelular com reas hipercelulares compatvel com Schwannoma. PALAVRAS-CHAVE:
Schwannoma, nervo trigmeo, neuralgia do trigmeo.


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OUTCOME AFTER HEMISPHERECTOMY IN HEMIPLEGIC ADULT
PATIENTS WITH REFRACTORY EPILEPSY ASSOCIATED WITH EARLY
MIDDLE CEREBRAL ARTERY INFARCTS
A Cukiert, JA Burattini, AM Lima, CM Cukiert, C Baise, M Argentoni-Baldochi, CR Forster, VA Mello

Programa de Cirurgia de Epilepsia, Hospital Brigadeiro, Sao Paulo (SP)

PURPOSE: To study the outcome after hemispherectomy (HP) in a homogeneous adult patient population with
refractory hemispheric epilepsy. METHODS: Fourteen adult patients submitted to HP were studied. Patients
had to be at least 18 years old, had refractory epilepsy, clearly focal lateralized seizures and unilateral
porencephalus consistent with early middle cerebral artery infarct on MRI. All patients were submitted to
functional hemispherectomy. We analyzed age of seizure onset, age by the time of surgery, gender, seizure type
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and frequency, interictal and ictal EEG findings, MRI and IQ scores pre-operatively; seizure frequency, drug
regimen and IQ outcome were studied post-operatively. RESULTS: All patients had frequent daily seizures
pre-operatively. All patients had unilateral simple partial motor seizures (SPS); 11 patients had secondarily
generalized tonic-clonic seizures (GTC) and 5 patients had complex partial seizures (CPS), pre-operatively. All
patients had hemiplegia and hemianopsia. Twelve patients had unilateral EEG findings and in 2 epileptic
discharges were seen exclusively over the apparently normal hemisphere. Twelve patients were seizure-free
after surgery and two patients had at least 90% improvement in seizure frequency. Pre- and post-operative mean
general IQ was 84 and 88, respectively. Five of the twelve Engel I patients were receiving no drugs at last
follow-up. There was no mortality or major morbidity. CONCLUSIONS: Our results suggest that well selected
adult patients might also get good results after HP. Although good results were obtained in our adult series, the
same procedure yielded a much more striking result if performed earlier in life. PALAVRAS-CHAVES:
Outcome, hemispherectomy, hemiplegic adult patients


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CISTO EPIDERMIDE ORIGINADO DE DUROPLASTIA COM GLEA
APONEURTICA. RELATO DE CASO
Maurus M. Almeida Holanda, Christian Diniz, Artur Bastos Rocha

UFPB, Joo Pessoa (PB)

INTRODUO: Os Tumores ou Cistos Epidermides esto includos nos grupos de tumores de desordens
embriolgicas, sendo falsas neoplasias benignas que crescem no interior do sistema nervoso central, devido a
desordens na embriognese do tubo neural e sua diferenciao a partir do neuroectoderma, entre a 3 e a 5
semana de desenvolvimento embrionrio. Pode acometer os ossos da coluna, do crnio e mais raramente sofrer
transformaes de malignidade. Estes podem surgir por iatrogenias, sendo mais comum no canal vertebral por
meio de punes lombares e mais raramente no crnio. OBJETIVOS: Relatar um caso de cisto epidermide
extradural em regio occipital direita de origem iatrognica aps duroplastia com glea aponeurtica em uma
craniectomia para tumor occipital, ressaltando os aspectos clnicos, de imagem e cirrgicos. MTODOS:
Paciente de 68 anos, sexo feminino, submetida h 5 anos a craniectomia occipital para retirada de um
osteocondroma, com remoo da dura-mter, que estava muito aderida. Realizada duroplastia com glea
aponeurtica. Aps este perodo, a paciente volta a apresentar cefalia diria intensa na mesma topografia e
Ressonncia Magntica evidenciou uma leso esfrica hiperintensa em T2 e hipointensa em T1. Foi submetida a
uma nova cirurgia que mostrou tratar-se de um cisto epidermide. CONCLUSES: A patogenia dos Cistos
Epidermides predominantemente por distrbios na embriognese, sendo as causas por iatrogenia pouco
descritas, e, quando o so, ocorrem comumente na regio lombar por punes repetidas. No crnio mais
comum a localizao intracraniana, porm, o nosso caso foi extradural, sendo atpico e de importncia para
diagnstico diferencial entre outras patologias como metstases e meningeomas, que foram excludas por meio
do exame antomo-patolgico que evidenciou a presena de uma massa central envolta por uma cpsula
formada por epitlio escamoso-estratificado. PALAVRAS-CHAVE: Cisto epidrmico, duroplastia, glea
aponeurtica
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USO ESTENDIDO DE TEMOZOLOMIDA EM PACIENTES COM
GLIOBLASTOMA MULTIFORME: EXPERINCIA DE UMA INSTITUIO
Luis Fernando Moura da Silva Jr, Mauricio Coelho Neto, Marcelo S. R. Oliveira, Ricardo Ramina

Instituto de Neurologia de Curitiba - INC, Curitiba (PR)

INTRODUO E OBJETIVO: Desde o artigo de Stupp et al. em 2005 descrevendo aumento da sobrevida
dos pacientes com glioblastoma multiforme (GBM) aps uso de temozolomida (TMZ) em combinao com
radioterapia, uma nova era no tratamento desta patologia foi iniciada. Foi definido um protocolo de 6 meses,
mas atualmente, diversos centros especializados utilizam protocolos mais longos, chegando a at 3 anos de
terapia contnua. O objetivo deste estudo foi comparar a durao do tratamento nos grupos de pacientes e avaliar
a sobrevida em cada subgrupo, alm de relatar a experincia desta instituio com o protocolo estendido.
MATERIAIS E MTODOS: Foram avaliados 54 pacientes com diagnstico de GBM operados entre 2004 e
2009. Os dados foram analisados utilizando-se curvas de Kaplan-Meier, teste ANOVA, regresso logstica
multivariada e teste de correlao de Pearson. Foram consideradas as variveis idade, gnero, Escala de
Performance de Karnosfsky (KPS) no diagnstico, lado e localizao da leso, grau de resseco cirrgica,
tempo de uso de TMZ at recorrncia, sobrevida livre de progresso, KPS na recorrncia e sobrevida total.
RESULTADOS: De acordo com anlise uni e multivariada no houve correlao cm significncia estatstica
entre sobrevida e idade > 45 anos, gnero, KPS no diagnstico e grau de resseco. A sobrevida total em 6, 12,
18 e 24 meses foi de 96,3%; 72,6%; 58,1%; e 43,5% respectivamente. A durao do tratamento antes da
recorrncia teve correlao positiva (r=0,66) com a sobrevida at 15 meses. Houve correlao (r=0,64) entre
durao do uso de TMZ e sobrevida livre de progresso. Foi observada ainda maior sobrevida (p=0,04) nos
pacientes tratados por mais de 12 meses. CONCLUSO: Conclui-se que os pacientes submetidos a tratamento
com TMZ por 15 ciclos tiveram maior sobrevida que os tratados com 6 ou 12 ciclos. PALAVRAS-CHAVE:
Temozolamida, uso estendido, glioblastoma multiforme


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TRATAMENTO CONSERVADOR DE HEMATOMA SUBDURAL CRNICO
EM PACIENTE PORTADOR DE COMORBIDADE CLNICA
Rdio L. B. Cmara, Jos L. G. de Arajo, Eduardo E. P. da Costa, Guilherme L. O. Lima, Bruno H. P. Gis,
Thiago A. F. da Rocha, dison M. A. de Lima, Adrielly S. F. Demartelaere, Andressa F. Camilo, Dayara A.
Ferro, Eider M. Saraiva, Hugo C. Felipe, Ithalo R. M. A. de Lima, Joclio R. da Silva, Jos M. M. Souza,
Juliano J. da Silva, Larissa C. A. da Silva, Maria C. M. Chacon, Patrick A. G. Cavalcante, Pedro H. A. da Silva,
Rafael M. Vasconcelos, Rafael F. D. de Brito, Raissa G. V. C. Barros, Rayanna C. R. da Costa, Thailane M.
F. Chaves, Thais A. Suassuna, Thiago H. M. Costa, Tiago C. Roque, Ulida J. Farias

Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel - Secretaria de Estado da Sade Pblica do RN
Hospital Universitrio Onofre Lopes - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

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INTRODUO. O hematoma subdural crnico (HSDC) na maioria dos pacientes tratado cirurgicamente.
Entretanto, pequena parcela poder ser acompanhada conservadoramente, caso avaliao inicial/seguimento no
evidencie manifestaes clnicas ou de imagem compatveis com leso progressiva/hipertenso intracraniana.
Abordar criteriosamente as comorbidades (principalmente idosos/debilitados) propicia otimizao teraputica.
MATERIAIS E MTODOS. RELATO DE CASO. Masculino, 66 anos. HMA. TCE h 18 meses com
seqelas: motora dimdio direito, disfasia, epilepsia. H 48 h iniciou apatia, recusa oral. H 12 horas, crises
convulsivas subentrantes. Rebaixamento posterior nvel conscincia. Antecedentes. Hidantal 100 mg 1 cp VO
8/8 H. Es t com urina fedendo faz dias. Achados clnicos/neurolgicos. REG, desidratado, descorado, odor
ptrido amoniacal, escore 12 pontos E.C.Glasgow (AO3MRV3MRM6), hemiparesia direita, disfasia,
contactuando gestualmente, pupilas isomtricas/fotorreativas. TC crnio(07/01/11) Atrofia global encceflica,
dilatao ventricular compensatria. Encefalomalcia frontal/ occipital hemisfrio cerebral esquerdo, dilatao
assimtrica corno occipital ventrculo lateral esquerdo. Imagem extra-axial em crescente levemente
hipodensa/isodensa, espessura laminar, separada da corticalidade por camada liqurica. Sem apagamento
sulcos/giros corticais, sem compresso ventricular, sem desvio linha mdia, cisternas basais preservadas.
Conduta. Suporte clnico: investigao e tratamento quadro infeccioso/urinrio e metablico. Tratamento
conservador HSDC. Exame imagem controle e reavaliao neurocirrgica posterior. Evoluo. Evidente
melhora clnica, sem novas crises. Alta hospitalar com quadro neurolgico habitual, aguardando-se retorno
ambulatorial neurocirurgia. DISCUSSO/CONCLUSO. O paciente apresentava manifestaes neurolgicas
e uma imagem de HSDC, mas no foi indicada abordagem cirrgica da coleo, pois avaliao clnica
abrangente revelou sinais localizatrios sequelares e no decorrentes de hipertenso intracraniana com herniao
enceflica. Entretanto, o HSDC poderia ser cirrgico, considerando possvel efeito local na convexidade
enceflica favorecendo convulses. Todavia, existncia de camada liqurica separando-o do crebro pareceu
afastar essa possibilidade. Encefalomalcia hemisfrica extensa com epilepsia ps-traumtica e contexto clnico
atual (quadro infeccioso, no ingesta oral, medicao anticonvulsivante interrompida, alteraes metablicas)
teriam causado as convulses recentes. Posterior evoluo desfavorvel devida ao quadro clnico infeccioso-
metablico evidencia a necessidade de se evitar indicaes cirrgicas precipitadas quando a piora clnica do
paciente decorrente de comorbidades e no de um HSDC sem efeito local sobre a convexidade do encfalo e
sem evidncia de sndrome de hipertenso intracraniana. PALAVRAS CHAVE. Hematoma subdural crnico,
tratamento conservador, comorbidade clnica.


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COMPRESSO MEDULAR TORCICA - UM CASO RARO
Marcelo F. A. Ribeiro de Castro, Orlando Maia Jr, Arnaldo Arruda, Pedro Norat

Hospital Estadual Getlio Vargas, Rio de Janeiro (RJ)

RESUMO: paciente do sexo feminino, adulto jovem, deu entrada no Pronto Socorro do Hospital Estadual
Getlio Vargas com queixa de dorso lombalgia e dificuldade de deambulao h duas semanas. Exame
neurolgico revelou sndrome de compresso medular, j com comprometimento da funo esfincteriana,
vesical e fecal. Aps investigao por exames de imagem foi submetida laminectomia descompressiva com
exrese de processo expansivo, cujo histopatolgico revelou tratar-se de condroma, aqui originrio de arco
costal. Em um segundo tempo foi submetida exrese do tumor em caixa torcica, tendo evoludo
satisfatoriamente no perodo ps-operatrio, com completa regresso do dano neurolgico. Os autores revisam a
literatura, e constatam a raridade da compresso medular pela causa apresentada. PALAVRAS-CHAVE:
compresso medular; conetiva
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FATORES PROGNSTICOS NA HEMORRAGIA SUBARACNDEA
ESPONTNEA
Rodrigo Almeida Cunha, Flix H. Pahl, Jos Marcus Rotta, Arthur P. C. Ribeiro, Ramon B. Guerreiro,
Alessandra M. Lima, Rodolfo C. Reis, Matheus F. Oliveira

Hospital do Servidor Pblico Estadual de So Paulo, So Paulo (SP)

INTRODUO: A hemorragia subaracnidea espontnea causa bito em 32-67%. Os doentes que sobrevivem
apresentam diferentes prognsticos conforme a gravidade do evento inicial que pode ser avaliada pelo status
neurolgico e caracterstica e gravidade da hemorragia. A incidncia anual de 6-8/100.000 habitantes. A maioria
dos casos ocorre entre 55-60 anos de idade, com uma taxa de mortalidade variando entre 32-67%. Artigos
clssicos como de Hunt e Hess, Jennet e Bond e Fisher foram utilizados como referncia no trabalho.
OBJETIVOS: analisar fatores prognsticos e prevalncia dos aneurismas rotos por topografia em doentes com
hemorragia subaracnidea. MTODO: Foram analisados doentes com hemorragia subaracnidea registrados no
Banco de Dados do Grupo de Neurovascular do Servio de Neurocirurgia do Hospital do Servidor Pblico
Estadual SP no perodo de janeiro de 2002 dezembro de 2010. Fatores avaliados: idade, sexo, escala de
Hunt-Hess, escala de Fisher, complicaes, etiologia, topografia da leso, tipo de tratamento e escala
prognstica de Glasgow (Glasgow outcome scale, GOS). RESULTADO: 397 pacientes; idade mdia dos
pacientes 56,6 anos, sexo masculino 25,6%, sexo feminino 74,4% proporo masculino: feminino = 1:2,9. As
prevalncias de aneurismas da circulao anterior (85,5%) e da circulao posterior (14,5%) esto de acordo
com a literatura. As prevalncias de complicaes foram: ressangramento 11%, hidrocefalia 22,2% e
vasoespasmo 16,5%. No trabalho 85,3% dos pacientes Fisher I tiveram GOS 5, 60,3% dos pacientes Fisher IV
tiveram GOS 1, 83% dos pacientes Hunt-Hess V tiveram GOS 1 e 85,7% dos pacientes Hunt-Hess 1 tiveram
GOS 5. DISCUSSO: Houve considervel correlao entre as escalas de Fisher e Hunt e Hess com a escala
prognstica de Glasgow. A presena de complicaes inerentes hemorragia subaracnidea aumenta a
morbimortalidade dos pacientes. PALAVRAS CHAVE: Hemorragia subaracnidea, aneurisma, fatores
prognsticos


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PACIENTE COM GBM E SOBREVIDA PROLONGADA: DEMNCIA PS
RADIOTERAPIA
Rdio L. B. Cmara, Jos L. G. de Arajo, Eduardo E. P. da Costa, Mario Jammal Filho, Angelo R. S. Neto,
Guilherme L. O Lima, Bruno H. P. Gis, Raissa G. V. C. Barros, Adrielly S F. Demartelaere, Rafael de M.
Vasconcelos, Andressa F. Camilo, dison M. A. de Lima, Dayara A. Ferro, Eider M. Saraiva, Hugo C. Felipe,
Ithalo R. M. A. de Lima, Joclio R. da Silva, Jos M. M. Souza, Juliano J. da Silva, Maria C. M. Chacon,
Patrick A. G. Cavalcante, Pedro H. A. da Silva, Rafael F. D. de Brito, Rayanna C. R. da Costa, Thailane M. F.
Chaves, Thais de A. Suassuna, Thiago H. M. Costa, Tiago C. Roque, Ulida J. Farias

Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel - Secretaria de Estado da Sade Pblica do RN
Hospital Universitrio Onofre Lopes - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

INTRODUO. Pacientes com glioblastoma (GBM) cerebral raramente apresentam sobrevida ps-operatria
prolongada (5,5% 5 anos). Resseco macroscpica ampla, resposta do tumor a RXT, grupo etrio mais jovem,
bom estado funcional so fatores que aumentam sobrevida. Tais pacientes podem apresentar intercorrncias
(como demncia no relacionada progresso tumoral) indetectveis na curta sobrevida habitual. MATERIAIS
E MTODOS. RELATO DE CASO. Feminino, 36 anos. HMA. Atendimento ambulatorial em abril 2010.
Histrico: resseco subtotal GBM frontal direito em 26/07/06, na vigncia de quadro emergencial com
sndrome de hipertenso intracraniana quando encontrava-se gestante no 3 trimestre. Na mesma ocasio:
craniotomia + operao cesareana. Incio precoce radioterapia (28/08/06) e quimioterapia (15/08/06) ps-
operatrias. Evoluo favorvel: recuperao do nvel conscincia, mantendo discreta paresia braquio-facial
esquerda (apresentava hemiplegia esquerda pr-operatria). Exames de imagem iniciais: sem
recidiva/progresso tumoral. Entretanto, em meados 2008, iniciou dficit cognitivo progressivo, tornando-se
gradativamente dependente de terceiros: a gora est como uma criana. Relatado tambm queixas visuais mal
definidas. Antecedentes: Maio 2009: queda prpria altura, fratura fmur esquerdo, abordagem cirrgica em
2010. Achados clnicos/neurolgicos: B/REG, emagrecida, escore 14-15 pontos E.C.Glasgow
(AO4MRV5MRM6), bradipsiquismo, disartria, paresia braquio-facial esquerda, limitao funcional MIE,
apraxia global para atividades dirias, evidente quadro demencial. TC crnio (01/12/09) Craniotomia direita,
atrofia global enceflica, encefalomalcia frontal direita, dilatao compensatria ventrculo lateral direito, sem
evidncia de leses expansivas e aps contraste endovenoso sem imagem de impregnao anormal ou leso
residual. RM encfalo/espectroscopia (29/05/10) Sugerindo leso baixo grau regio posterior cavidade
cirrgica. Conduta: Avaliao oncologia clnica. Constatado hipotireoidismo, sendo iniciada reposio com
levotiroxina. Evoluo: Melhora clnica considervel, porm mantendo perceptvel comprometimento cognitivo
(18/01/11). DISCUSSO/CONCLUSO. Tratar GBM requer resseco cirrgica ampla, RXT ps-operatria
(50-60 Gy) e quimioterapia. Relata-se que em RXT de metstases cerebrais com doses de 30 Gy fracionada em
10 doses/2 semanas, observou-se desenvolvimento de demncia: 11% dos pacientes sobreviventes em 1 ano e
em 50% deles em 2 anos. Neste caso com sobrevida prolongada incomum, em que pese o hipotireoidismo como
agravante, o surgimento de quadro demencial anos depois da RXT, na ausncia de uma progresso neoplsica
significativa, tornou evidente a neurotoxicidade da radiao. Situaes assim corroboram a controvrsia sobre
esquema RXT eficaz com mnimas complicaes para tratamento do GBM. PALAVRAS CHAVE.
Glioblastoma. Demncia. Radioterapia.

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GLIOBLASTOMA NA AIDS: DIAGNSTICO DIFERENCIAL INCOMUM
Rdio L. B. Cmara, Jos L. G. de Arajo, Eduardo E. P. da Costa, Zeigler A. Fernandes, Guilherme L. O.
Lima, Bruno H. P. Gis, Thiago A. F. da Rocha, dison M. A. de Lima, Adrielly S. F. Demartelaere, Andressa
F. Camilo, Dayara A. Ferro, Eider M. Saraiva, Hugo C. Felipe, Ithalo R. M. A. de Lima, Joclio R. da Silva,
Jos M. M. Souza, Juliano J. da Silva, Larissa C. A. da Silva, Maria C. M. Chacon, Patrick A. G. Cavalcante,
Pedro H. A. da Silva, Rafael M. Vasconcelos, Rafael F. D. de Brito, Raissa G. V. C. Barros, Rayanna C. R. da
Costa, Thailane M. F. Chaves, Thais A. Suassuna, Thiago H. M. Costa, Tiago C. Roque, Ulida J. Farias

Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel - Secretaria de Estado da Sade Pblica do RN
Hospital Universitrio Onofre Lopes - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

INTRODUO. Exames de imagem so imperativos em pacientes com AIDS e comprometimento do nvel de
conscincia. Detectando-se leses expansivas, diversas etiologias so suspeitadas mais frequentemente:
infecciosas (toxoplasmose, leucoencefalopatia multifocal progressiva, criptococose, tuberculose, abscessos
bacterianos, citomegalovirose) e tambm neoplsicas (linfoma primrio no-Hodgkin, linfoma sistmico,
metstase sarcoma Kaposi). Todas essas leses podem apresentar reforo anelar na TC. Entretanto, nesse rol
tambm se inclui o glioblastoma multiforme (GBM) que pode ter mesmo aspecto, constituindo diagnstico
diferencial incomum. Nesses pacientes, o GBM mais freqente e ocorre em idade mais jovem que na
populao geral, possivelmente favorecido pela imunossupresso. MATERIAIS E MTODOS. RELATO DE
CASO. Masculino, 35 anos. HMA. Encaminhado de hospital secundrio. Estivera internado por 3
semanas:quadro consumptivo e infeccioso pulmonar. Apresentou rebaixamento progressivo do nvel de
conscincia associando-se tetraparesia, mais acentuada esquerda. Solicitado avaliao neurocirrgica de
urgncia aps TC crnio. Antecedentes. Al coolismo. Tosse e febre. TB?. SI DA?. AVC? Achados
clnicos/neurolgicos. MEG, caquexia extrema, entubado, ventilao mecnica, AO esboada, MRV
prejudicada, MRM esboo flexo inespecfica, tetraparesia espstica pior esquerda, pupilas isomtricas
bradirreativas. RX trax - Infiltrado difuso e irregular. TC crnio (21/12/10) Volumosa leso expansiva
hipodensa com captao anelar de contraste no tlamo direito com acentuado edema perilesional, desvio linha
mdia, distoro dos ventrculos laterais, s ugerindo abscesso. Leso com mesmas caractersitcas: lobo frontal
direito. Pequeno sangramento parietal esquerdo. Dilatao ventricular supratentorial. Conduta. Trepanaes
frontal e parietal direita com bipsia das leses (slidas tentativa de aspirao) e instalao de DVE. Exame
completo de lquor: celularidade normal, aumento da proteinorraquia. Teste triagem para HIV: positivo.
Internao inicial em UTI geral e transferncia posterior para UTI infectologia em hospital referncia. Teste
teraputico para neurotoxoplasmose e TB. Evoluo. Quadro crtico mantido, evoluindo para bito no 10 PO.
Exame histopatolgico (resultado liberado post mortem) Glioblastoma multiforme. DISCUSSO
/CONCLUSO. Em casos de AIDS e gliomas, a sobrevida normalmente ditada pelo tumor e no pelo status
da infeco pelo HIV. Entretanto, neste paciente, devido ao quadro clnico global extremamente avanado
apresentado desde a sua admisso, e mesmo controlando a hidrocefalia aguda com instalao de DVE, no foi
alcanada evoluo satisfatria que permitisse iniciar um programa de tratamento especfico para o
glioblastoma, um diagnstico que no chegou a ser suspeitado como a etiologia das leses biopsiadas, pela sua
raridade entre outras condies mais freqentes no contexto da imunodeficincia.
PALAVRAS CHAVE. Glioblastoma, AIDS, diagnstico diferencial

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

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TCE E AFASIA DE BROCA: LIMITAO NO EMPREGO DA ESCALA DE
COMA DE GLASGOW
Rdio L. B. Cmara, Jos L. G. de Arajo, Eduardo E. P. da Costa, Mrio J. Filho, Zeigler A. Fernandes,
Angelo R. S. Neto, Jair A. Alves, Guilherme L. O. Lima, Bruno H. P. Gis, Thiago A. F. da Rocha, dison M.
A. de Lima, Adrielly S. F. Demartelaere, Andressa F. Camilo, Dayara A Ferro, Eider M. Saraiva, Hugo C.
Felipe, Ithalo R. M. A. de Lima, Joclio R. da Silva, Jos M. M. Souza, Juliano J. da Silva, Larissa C. A. da
Silva, Maria C. M. Chacon, Patrick A. G. Cavalcante, Pedro H. A. da Silva, Rafael M. Vasconcelos, Rafael F.
D. de Brito, Raissa G. V. C. Barros, Rayanna C. R. da Costa, Thailane M. F. Chaves, Thais A. Suassuna, Thiago
H. M Costa, Tiago C. Roque, Ulida J. Farias.

Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel - Secretaria de Estado da Sade Pblica do RN
Hospital Universitrio Onofre Lopes - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

INTRODUO. Atualmente, emprega-se a escala de coma de Glasgow (ECGl) amplamente, desde a avaliao
de pacientes vtimas de trauma, at aqueles com quadro eminentemente clnico. Entretanto, mesmo no trauma,
h limitaes freqentes ao seu emprego: blefarohematoma bilateral, entubao orotraqueal, traqueostomia,
sedao, intoxicao alcolica ou por drogas ilcitas, at mesmo sinais localizatrios especficos como afasias.
Tais situaes causam distores a serem ponderadas na interpretao da ECGl. Mesmo assim, a escala dever
sempre ser utilizada, favorecendo uma padronizao no atendimento. Nesses pacientes, torna-se imperativo
descrever as limitaes existentes durante aplicao da ECGl e tambm usar escalas alternativas. MATERIAIS
E MTODOS. RELATO DE CASO. Masculino, 33 anos. HMA. Relato de ingesto alcolica e p aulada na
cabea regio fronto-temporal esquerda. Atendimento inicial em Touros-RN, seguindo-se encaminhamento
para hospital de referncia de trauma em Natal-RN. Antecedentes. Ndn. Achados clnicos/neurolgicos. BEG,
ferimento corto-contuso na regio fronto-temporal esquerda suturado, escore ECGl=12 (AO3MRV4MRM5)
sem paresias evidentes, pupilas isofotorreativas. TC crnio (14/12/10) Sinais de edema cerebral, linha mdia
centralizada, fratura complexa com afundamento da calota craniana na regio fronto-temporal esquerda,
contuses adjacentes, pneumoencfalo. Conduta. Explorao/correo afundamento (craniectomia) e sutura
dural. Evoluo. Melhora clnica evidente, porm com escore ECGl=11 (AO4MRV1MRM6) sendo constatada
afasia motora (Broca) que melhorou gradativamente. DISCUSSO/CONCLUSO. Neste paciente, ficou
evidente que uma provvel afasia/disfasia j deveria estar presente desde a admisso, mas que no foi
prontamente diagnosticada, possivelmente por se considerar o relato de ingesto alcolica como um fator
adicional de diminuio na pontuao da resposta verbal. No ps operatrio, mesmo com evidente melhora do
nvel de conscincia, a pontuao na ECGl permaneceu paradoxalmente rebaixada devido afasia motora. Em
casos assim recomendvel o emprego associado de escalas como a de Jouvet e a recente escala FOUR, e
sempre relatar os sinais localizatrios e situaes particulares de cada paciente, favorecendo a avaliao
coerente do quadro clnico. PALAVRAS CHAVE. TCE. Afasia. Escala Coma Glasgow. Limitaes.


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TREINAMENTO EM NEUROENDOSCOPIA: ANLISE DA CURVA DE
APRENDIZADO EM MODELOS ANATMICOS
Giselle Coelho R. Castelato, Marcos A. R. Lyra, Samuel T. Zymberg, Sergio Cavalheiro, Francisco V.
Guimares Filho

UNIFESP, So Paulo (SP)

INTRODUO: Dentre os inmeros modelos disponveis para treinamento cirrgico, at o momento nenhum
deles mostrou-se ideal no que tange ao treinamento em neuroendoscopia.A falta de ventriculomegalia nos
modelos cadavricos, a pouca similiaridade entre os crebros de outras espcies animais e a falta de um
t reinamento real quando utilizamos endoferramentas virtuais nos simuladores de realidade virtual fazem com
que o treinamento neuroendoscpio em laboratrio seja ainda mais complexo. Desse modo, nos ltimos anos, os
autores tm trabalhado na criao e no aperfeioamento de um modelo sinttico que usa como material bsico
um polmero sinttico chamado Neoderma. Este estudo tem por objetivo analisar a evoluo tcnica dos
neurocirurgies em neuroendoscopia utilizando o referido modelo. MATERIAL E MTODOS: Foram
realizados treinamentos padronizados com neurocirurgies com e sem experincia prvia em neuroendoscopia.
Durante e aps o treinamento foram feitas avaliaes e questionrios de validao. RESULTADOS: O
treinamento com o modelo mostrou-se grandemente eficaz em reproduzir situaes cirrgicas reais. A evoluo
e melhora da tcnica cirrgica por parte dos alunos foi evidenciada em funo do adequado manuseio do
neuroendoscpio e das endoferramentas bem como da aplicao de tcnica cirrgica adequada. As tcnicas
cirrgicas foram avaliadas atravs de resseces lesionais intraventriculares em diversas localizaes, bem
como a realizao de terceiroventriculostomia. CONCLUSES: Foi verificada uma evoluo notvel quando
realizada anlise individual da curva de aprendizado, sendo esta estatisticamente significativa. Dessa forma, o
modelo de Neoderma foi considerado como um instrumento vlido e capaz de promover ganhos tcnicos, e
experincia cirrgica r eal aos neurocirurgies que pretendem adentrar no campo da neuroendoscopia.
PALAVRAS-CHAVE: Neuroendoscopia,Modelos Anatmicos,Validao


270

MENINGIOMA MENINGOTELIOMATOSO EM FOSSA POSTERIOR:
RELATO DE CASO
Juan Jose Hinojosa Dorado, Lus Eduardo R. Costa, Denis E. Raid, Cleomir S. Matos

Hospital Universitrio Getlio Vargas, Manaus (AM)

INTRODUO: Os meningiomas so tumores usualmente benignos e bem circunscritos que se originam das
clulas meningoteliais da aracnide, com adeso secundria a dura-mter que variam de poucos milmetros a
muitos centmetros. Os sintomas, geralmente, so causados pela compresso. Correspondem a aproximadamente
15% dos tumores intracranianos e so mais comuns entre a 4 e 6 dcada de vida sendo mais comum em
mulheres(3:2). Neste caso apresentamos um meningioma meningoteliomatoso em regio de fossa posterior.
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
RELATO DE CASO: Paciente J.A.S. 49 anos, sexo masculino, natural e procedente de Manaus AM, com
histria de cefalia intensa em regio occipital, de carter constrictivo, sem melhora ao uso de sintomticos,
associado a diminuio da acuidade visual, procurou atendimento mdico na qual foi realizado TC de crnio que
evidenciou leso expansiva em regio de fossa posterior. Solicitada RNM de crnio para melhor definio da
leso. Ao exame fsico apresentava dismetria predominante direita e disartria. Foi submetido a craniotomia
suboccipital para exrese tumoral em 2009. O estudo anatomopatolgico diagnosticou meningioma
meningoteliomatoso grau I. No acompanhamento ps-operatrio com imagem foi evidenciada recidiva tumoral,
sendo realizada nova exrese do tumor em 2010. COMENTRIOS: Os meningiomas de fossa posterior
constituem cerca de 8% de todos os meningiomas. Originam-se frequentemente da superfcie posterior do osso
petroso e so divididos em 4 reas: petrosa, clival, forame magno e convexidades cerebelares. Quando nascem
da tenda, podem crescer nos 2 compartimentos. Os achados neurolgicos relacionados a esses tumores podem
ser confusos, pois constituem uma combinao de dficits relacionados fossa posterior (dismetria,
disdiadocinesia, ataxia) podendo estar associados a hemianopsia e convulses. O prognstico do paciente est
diretamente relacionado acessibilidade e ressecabilidade do tumor. PALAVRAS-CHAVE: Meningioma
meningoteliomatoso


271

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR COM DUAS FRATURAS DISTINTAS:
RELATO DE CASO
Luis Eduardo Rossato Costa, Denis E. Raid, Cleomir S. Matos, Edgar M. R. Romero, Juan J. H. Dorado,
Rusdany C. Fuentes, Daniel C. Silva, Juliana K. H. F. Costa

Hospital Universitrio Getlio Vargas, Manaus (AM)

INTRODUO: Traumatismos raquimedulares (TRM) so leses que afetam a coluna vertebral e a medula
espinhal, podendo acometer estas duas estruturas concomitantes ou no. H um aumento progressivo de vtimas,
em razo ao nmero crescente de acidentes, principalmente automobilsticos e ferimentos por arma de fogo. A
freqncia do local das leses diferente. Descrevemos um caso clnico atpico de TRM, onde paciente
apresentou duas leses em locais diferentes, devido queda de uma rvore. RELATO DE CASO: Paciente C.
J. F. S., 38 anos, sexo masculino, natural e procedente de Eirunep AM, vtima de traumatismo torcico,
devido queda de uma rvore na regio anterior do trax. No momento do trauma apresentou perda de
conscincia, permanecendo preso sob a rvore at a chegada de auxlio para sua retirada. Aps o trauma refere
paraplegia e perda da sensibilidade a partir da regio umbilical. Encaminhado ao hospital do municpio de
Eirunep, onde realizou radiografia de coluna cervical e torcica, sendo visualizada espondilolistese anterior de
C4 sobre C5 e fratura dos corpos vertebrais de T7 e T8. No dia seguinte foi transferido ao hospital de referncia
em Manaus.
Ao exame de admisso apresentava-se lcido e orientado em tempo e espao, com paraplegia e nvel sensitivo
em T10. Reflexos profundos abolidos em membros inferiores e preservados nos superiores, reflexo cutneo-
plantar indiferente. Solicitado RNM de coluna cervical e torcica, para melhor avaliao da medula, revelando
espondilolistese anterior (grau I) de C4 sobre C5 e fratura cominutiva envolvendo os corpos vertebrais e
processos transversos de T7 e T8, retropulso do corpo vertebral de T8 para o canal vertebral, com estenose do
canal e ocasionando compresso medular. COMENTRIOS: Apesar de freqentes os TRM, relatamos um
caso incomum que durante um trauma atpico (queda de rvore) apresentou duas leses distintas na coluna
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
vertebral (cervical e torcica), com comprometimento da medula espinhal. PALAVRAS-CHAVE Traumatismo
raquimedular

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CAVERNOUS SINUS TRIANGLES VIEW TROUGH ENDOSCOPIC
TRANSNASAL APPROACH - AN ANATOMICAL STUDY
Gustavo Rassier Isolan, Francisco Braga, Jos Alberto Landeiro, Mrio A. Lapenta, Marcelo Reis

Ps-graduao em Cirurgia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (RS)
Laboratrio de Microcirurgia do Hospital da Fora Area do Galeo, Rio de Janeiro (RJ)

OBJECTIVES: Since the pioneering work of Parkinson several studies have described the microsurgical
anatomy and surgical procedures involved the cavernous sinus (CS). A proposed geometric construct has been
adopted as nomenclature for the region by many neurosurgeons. However, authors differ in naming and
describing some of these triangular spaces. The purpose of this study is to present the endoscopic transnasal
view anatomy triangles in and around this region. METHODS - Five formalin central skull base blocs (10
Cavernous sinus) were dissected by the endoscopic transnasal approach. Endoscopic dissections were performed
without any skin incision, following the same minimally invasive principles of the technique used in patients.
Rigid endoscopes (Karl Storz GmbH and Co., Tuttlingen, Germany), 4 mm in diameter, 18 cm in length, with 0-
and 30-degree lenses, were used, according to the different steps of the anatomic dissection. The endoscope was
connected to a light source through a fiberoptic cable and to a camera. The videocamera was connected to a 21-
inch monitor supporting the high resolution of the charge coupled device technology. RESULTS: Through the
endoscopic transnasal approach, it is not possible to explore all parasellar and middle cranial fossa triangles, but
the medial and inferior wall of the CS are easily reached with this approach We compare our results with the
cranial view of these triangles via craniotomy. CONCLUSION: Different surgical corridors can be defined
during the endoscopic transnasal approach to the anteroinferior portion of the cavernous sinus. We believe that
transnasal endoscopy to the cavernous sinus is a suitable approach to tumors invading this region, principally
those placed medially to the intracavernous carotid artery, such as pituitary adenomas and chordomas.
KEY WORDS: Cavernous sinus anatomy, Cranial base surgery, Endoscopic transsphenoidal surgery


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EXTRAVASAMENTO DE CONTRASTE PARA O ESPAO SUBDURAL
DURANTE O RESSANGRAMENTO DE ANEURISMA CEREBRAL
IMAGEM DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Guilherme Brasileiro de Aguiar, Marcus Andr Acioly, Jos Carlos Zirretta, Carlos Telles, Jos Ricardo Pinto,
Alexandre Martins Cunha

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Departamento de Especialidades Cirrgicas - Servio de Neurocirurgia
Hospital Universitrio Pedro Ernesto

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
INTRODUO/OBJETIVO: a rotura de um aneurisma cerebral que, tipicamente, se apresenta como
hemorragia subaracnoidea tomografia computadorizada (TC), pode ser acompanhada de hemorragia
intraventricular, intracerebral ou mesmo subdural. O objetivo deste relato apresentar um caso de
ressangramento aneurismtico documentado pela TC, atravs do extravasamento de contraste para o espao
subdural. MATERIAIS E MTODOS: uma paciente de 54 anos foi transferida ao nosso servio com quadro
de hemorragia subaracnidea espontnea, acompanhada de dficit completo de 3 nervo craniano esquerda.
Logo aps a admisso hospitalar, a paciente apresentou episdio de crise convulsiva seguida de rebaixamento
do nvel de conscincia. RESULTADO: foi realizada TC de crnio sem contraste que demonstrou hemorragia
subaracnoidea, intracerebral e subdural esquerda. Aps a injeo de contraste, foi evidenciado extravasamento
de contraste para as cisternas basais e para o espao subdural. O extravasamento foi demonstrado pela rea de
aumento da atenuao misturado ao sangue agudo. A angiografia cerebral demonstrou um aneurisma em artria
cartida interna esquerda, na origem da artria comunicante posterior que foi prontamente embolizado. Em
seguida, a paciente foi submetida a craniotomia para drenagem de hematoma subdural sem intercorrncias.
CONCLUSO: o extravasamento de contraste por rotura aneurismtica um evento raro, porm j
documentado durante a realizao de angiografia cerebral. O extravasamento observado atravs de TC constitui
evento raro. A anlise de seu padro pode ajudar a elucidar os processos dinmicos envolvidos no
desenvolvimento de hemorragia intraparenquimatosa, intraventricular e subdural aps a rotura aneurismtica.
PALAVRAS CHAVE: Aneurisma cerebral; hemorragia subaracnidea; hematoma subdural


275

TTULO: EXTRUSO DE CATETER PERITONEAL DE DVP PELA URETRA
EM PACIENTE COM NEOBEXIGA: UMA RARA COMPLICAO
Guilherme Brasileiro de Aguiar, Cezar Mizrahi, Jos Henrique Withers Aquino, Cristiane Murad Tavares,
Carlos Telles, Flvio Nigri, Marcus Andr Acioly

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Departamento de Especialidades Cirrgicas - Servio de Neurocirurgia
Hospital Universitrio Pedro Ernesto

INTRODUO/OBJETIVOS: a insero de cateter de derivao ventrculo peritoneal (DVP) o
procedimento padro para tratamento da hidrocefalia. Essa tcnica tem sido continuamente refinada na tentativa
de reduzir seus ndices de complicao. As complicaes mais comuns so as infeces e obstrues distais do
sistema, embora outras sejam descritas como perfuraes de vsceras, formao de pseudocistos e extruso de
cateter. O Objetivo do presente relato descrever um caso de extruso do cateter de DVP pela uretra, em uma
paciente submetida confeco de neobexiga, assim como realizar uma breve reviso da literatura acerca de
casos semelhantes. MATERIAIS E MTODOS: uma paciente de 12 anos, portadora de malformao de Chia
ri tipo II, submetida correo de mielomeningocele ao nascer e a posterior colocao de DVP para tratamento
de hidrocefalia foi trazida ao nosso servio com quadro de extruso do cateter de DVP pela uretra. A paciente
era portadora de pielonefrite crnica e acidose tubular renal secundrias bexiga neurognica e havia sido
submetida, trs meses antes, a cirurgia (enterocistoplastia) para confeco de neobexiga na tentativa de conter os
danos renais. Na admisso no havia sinais de meningite ou irritao peritoneal. RESULTADOS: a paciente
foi imediatamente submetida a antibioticoterapia e a procedimento cirrgico para remoo do sistema de DVP.
O cateter distal foi removido atravs da uretra, e o proximal foi conectado a um sistema de derivao ventricular
externa. A evoluo ps-operatria decorreu sem intercorrncias at o 11 dia, quando a paciente faleceu
270






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
subitamente devido a distrbios eletrolticos secundrios acidose tubular renal. CONCLUSES: a extruso
de cateter distal de DVP uma complicao rara porm sria, podendo acarretar alta morbimortalidade. Deve
ser conduzida com rpida retirada do sistema de drenagem. O papel da antibioticoterapia profiltica permanece
incerto, mas esta deve ser iniciada para pacientes com risco aumentado de meningite retrograda. PALAVRAS
CHAVE: hidrocefalia; uretra; derivao ventriculoperitoneal


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ANEURISMA DE ARTRIA BASILAR NA JUNO COM ARTRIA
TRIGEMINAL PERSISTENTE
Guilherme Brasileiro de Aguiar, Mrio Luiz Marques Conti, Jos Carlos Esteves Veiga, Mauricio Jory, Rodrigo
Becco de Souza

Departamento de Cirurgia Diviso de Neurocirurgia
Faculdade de Cincias Mdicas da Santa Casa de So Paulo, So Paulo (SP)

INTRODUO/OBJETIVOS: A artria trigeminal uma anastomose entre os precursores embrionrios dos
sistemas vertebrobasilar e carotdeo. Ela pode persistir na vida adulta, resultando de alterao na embriognese
normal e sendo encontrada em 1-6 a cada 1000 angiografias. Sua ocorrncia est relacionada presena de
artria vertebral hipoplsica, malformaes arteriovenosas e aneurismas cerebrais. Quando presentes,
geralmente os aneurismas esto localizados na circulao anterior, sendo extremamente rara a existncia de
aneurisma na artria basilar em associao com artria trigeminal persistente. O objetivo do presente relato
descrever o caso de uma paciente com aneurisma em artria basilar na juno com a artria trigeminal
persistente, que foi submetida a tratamento endovascular. RELATO DE CASO: Uma paciente do sexo
feminino, de 53 anos de idade, apresentou episdio sbito e intenso de cefalia, sendo diagnosticada hemorragia
subaracnidea espontnea pela tomografia de crnio (Fisher III). A paciente foi encaminhada ao nosso servio
de neurocirurgia para tratamento. RESULTADO: Foi realizada angiografia cerebral que demonstrou um
aneurisma de 4X4mm no tero mdio da artria basilar, juntamente sua juno com a artria trigeminal
persistente. A paciente foi submetida a tratamento endovascular, com ocluso do aneurisma com coils e
utilizando balo para remodelagem do colo. A paciente evoluiu bem, recebendo alta hospitalar sem dficits.
CONCLUSO: A presena de artria trigeminal persistente associada a aneurisma em artria basilar
condio rara. O manejo dessa condio por tcnica endovascular representa opo efetiva e segura,
proporcionando bom resultado teraputico. PALAVRAS-CHAVE: Artria trigeminal, aneurisma cerebral,
hemorragia subaracnidea


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SNDROME SUNCT E ADENOMAS HIPOFISRIOS: RELATO DE CASOS E
REVISO DA LITERATURA
Breno Jos A. P. Barbosa , Valena M. M., Andrade Valena L. P. A., Vieira L. P. B., Reis Carolina

Hospital das Clnicas da UFPE, Recife (PE)
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

INTRODUO: Dentre as cefalias trigmino-autonmicas, a sndrome SUNCT (cefalia de curta durao,
unilateral, neuralgiforme com hiperemia conjuntival e lacrimejamento) se apresenta como uma condio de
prevalncia desconhecida, considerada rara e de etiologia pouco esclarecida. No obstante, algumas hipteses j
foram levantadas a respeito de seus mecanismos fisiopatolgicos, sobretudo atravs da anlise dos casos de
SUNCT secundrios a leses intracranianas, em que ficam mais bem evidenciados do que nos casos primrios
possveis mecanismos de desenvolvimento da dor. OBJETIVOS: Este trabalho se prope a revisar todos os
casos de sndrome SUNCT associada a adenomas hipofisrios relatados na literatura at fevereiro 2011 e relatar
um novo caso desta associao e discutir os possveis mecanismos fisiopatolgicos envolvidos nesta associao.
RESULTADOS: Foram estudados 13 casos da associao pesquisada, 6 (46,2%) em mulheres e 7 em homens
(53,8%). Foram relatados casos de SUCNT secundria tanto a microadenomas (n=6, 46,2%), quanto
macroadenomas (n=7; 53,8%). O tumor localizou-se do lado esquerdo em 9 casos (69,2%) e direita em 4
(30,8%). As manifestaes clnicas da SUNCT foram ipsilaterais ao tumor em 12 casos (92,3%) e contralaterais
em 1 caso (7,7%). O tipo histolgico mais comumente relatado foi o prolactinoma (n=8; 61,5%), sendo
encontrados tambm o adenoma hipofisrio secretor de GH (n=2; 15,4%) e o adenoma hipofisrio no-secretor
(n=3; 23,1%). Nenhum dentre os microadenomas foi relatado como no-secretor. Dentre os tratamentos eficazes
para a cura da sndrome SUNCT destacam-se o uso de bromocriptina e a resseco cirrgica do tumor,
associada ou no radiocirurgia. Os agonistas da dopamina foram responsveis tanto pelo agravamento ou
induo da dor como por seu alvio em diferentes casos. CONCLUSES: Apesar dos poucos casos descritos,
j amplamente aceita na literatura mdica internacional a existncia sndrome SUNCT secundria a macro e
microadenomas hipofisrios, baseando-se, sobretudo na constatao de cura da dor atravs de tratamentos de
resseco cirrgica e nas respostas variadas aos tratamentos com agonistas dopaminrgicos. Dois mecanismos
fisiopatolgicos independentes entre si tm sido apontados como os responsveis por tal associao: a
estimulao mecnica exercida direta ou indiretamente pelo tumor sobre estruturas lgicas intracranianas e as
influncias neuroendcrinas envolvendo o eixo hipotalmico-hipofisrio. PALAVRAS-CHAVE: Cefalia,
sunct, adenomas hipofisrios


279

HEMANGIOMA CAVERNOSO EXTRADURAL DA COLUNA TORCICA
RELATO DE CASO
pio Antunes, Mateus Felipe Lasta Beck, Atahualpa Caue Paim Strapasson, Andr Cerutti Franciscatto, Mateus
Franzoi

Hospital de Clnicas de Porto Alegre - Servio de Neurocirurgia

INTRODUO: O Hemangioma Cavernoso uma malformao vascular do Sistema Nervoso Central,
podendo atingir quaisquer partes do neuro-eixo. Cavernomas epidurais representam cerca de 12% dos
cavernomas espinhais. H aproximadamente 80 casos de hemangiomas cavernosos epidurais publicados na
literatura, sendo que no h casos relatados no Brasil. OBJETIVOS: Relatar um caso de hemangioma
cavernoso extradural devido raridade da doena e revisar os principais aspectos clnicos e radiolgicos
relacionados doena. MATERIAIS E MTODOS: Estudo realizado em um paciente admitido no Servio de
Neurocirurgia do Hospital de Clnicas de Porto Alegre com o diagnstico supracitado, sendo o mesmo avaliado
por meio de anamnese, exame fsico, ressonncia magntica e exame anatomopatolgico. Como ferramenta de
busca, utilizamos Medline e Scielo com os seguintes termos: s pinal cavernous hemangioma, s pinal epidural
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
cavernoma e s pinal cavernous malformation. RESULTADOS: Uma paciente de 63 anos com histria de
epilepsia criptognica foi admitida na Unidade de Neurocirurgia com histria de ataxia de marcha, paraparesia e
disestesia h cerca de 1 ano. Apresentava nvel sensitivo em T10-T11, hipertonia, hiperreflexia e reflexo
cutneo plantar em extenso. A Ressonncia Magntica de Coluna Dorsal evidenciou leso expansiva extradural
ao nvel de T9-T10, deslocando a medula espinhal ventralmente. A leso foi abordada cirurgicamente, com AP
evidenciando Hemangioma Cavernoso. CONCLUSES: Os avanos da medicina, principalmente nos exames
de imagem, permitiro um aumento crescente no nmero de diagnsticos de leses expansivas da coluna
vertebral, entre os quais destaca-se o hemangioma cavernoso extradural, permitindo uma melhora em relao ao
diagnstico diferencial, tratamento e prognstico neurolgico. PALAVRAS-CHAVE: Hemangioma cavernoso
extradural. Coluna vertebral.


280

LOW GRADE INSULAR GLIOMAS INITIAL EXPERIENCE WITH 12
CASES
Gustavo Rassier Isolan, pio Cludio Antunes, Leandro Dini, Marco Antnio Stefani, Luiz Roberto Aguiar,
Carlos Alberto Mattozo.

Hospital de Clnicas de Porto Alegre / Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Hospital Universitrio Cajuru / PUC - Curitiba (PR)

INTRODUCTION: The insula is located deep to the sylvian fissure and the frontal, parietal, and temporal
opercula. Prominent subcortical fiber bundles, including the uncinate and the arcuate fascicle, connect the insula
to the frontoorbital and temporopolar and temporomesial regions. Several anatomical structures which damage
of these can cause severe neurologic disability are intimately related to the insula: middle cerebral artery and
internal capsule as well language areas are some of them. MATERIAL AND METHODS. Between march
2007 and november 2010, 12 patients referred from south Brazil region underwent surgery for a WHO Grade II
glioma involving the insular lobe by one of the authors (GRI). The presenting symptoms, handedness, complete
neurological examination, and KPS (29) score were evaluated for each patient before surgery. The topography
of the tumor was accurately analyzed on preoperative MR images (T1-weighted images obtained before and
after Gd enhancement in the 3 orthogonal planes, T2-weighted images, and FLAIR images). Magnetic
resonance image tractography was performed in 6 patients. Neuropsychological examination was done in 7
patients. Glioma location was categorized using the classification of Yaargil31-35. According to this
classification, Type 3 tumors are restricted to the insula or to parts of it (Type 3A) or may include the
corresponding opercula (Type 3B). In addition to the insula and the opercula, Type 5 tumors involve 1 or both
oth er paralimbicorbitofrontal and temporopolar areas, without (Type 5A) or with (Type 5B) parts of the limbic
system. Intraoperative somatossensitive and motor evoked potential were performed to check the anatomical
and functional integrity of the pyramidal pathways RESULTS: Total resection was achieved in 7 patients,
subtotal in 3 and partial in two. Except for one case, there was no postoperative neurological deficit.
CONCLUSION: We believe that our results support resection as the primary treatment for many patients with
gliomas of the insula. The microsurgical anatomy knowledge and microsurgical laboratory training is paramount
to perform a safe surgery. Brain mapping and intraopeative neurophysiologi monitorization has improving the
safity of the procedure. KEY WORDS: Glioma, insula, microsurgery, epilepsy

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MICROSURGICAL ANATOMY AND NEURORADIOLOGICAL
CORRELATION OF THE PTERYGOPALATINE FOSSA
Gustavo Rassier Isolan, Juliano Adams Perez, Nilo Mario Monteiro Lopes, Leonardo Vedolin, Dbora Berthold

Hospital de Clnicas de Porto Alegre e Programa de Ps-graduao em Medicina: Cincias Cirrgicas
Ncleo de Cirurgia da Base do Crnio - Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre.
Servio de Neuroradiologia - Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre.

OBJECTIVE: The pterygopalatine fossa is a pyramidal space below the apex of the orbit. It communicates
with the infratemporal fossa through the pterygomaxillary fissure, with the nasal cavity trough the
sphenopalatine foramen and with the orbit trough the inferior orbital fissure. The lateral boundary is the
pterygomaxillary fissure, the medial boundary is the perpendicular plate of the palatine bone, the posterior
boundary is the root of the pterygoid process and the anterior boundary is the s uperomedial part of the
infratemporal surface of the maxilla. In this study, we describe the microsurgical anatomy of the
pterygopalatine fossa, as viewed by step by step anatomical dissection and also trough the perspective of the
lateral, anterior and superior (middle fossa) approaches. The anatomical structures were named according with
the terminologia anatomica (1998). We compare all anatomical landmarksof our dissections with the structures
as viwed trough the current neuroradiological armamentarium METHODS: Eight cadaver specimens were
dissected. In one side of all specimens an anatomical dissection was done where a wide preauricular incision
from the neck on the anterior border of the sternoclidomastoid muscle at the level of the cricoid cartilage to the
superior temporal line was performed. The flap was displaced anteriorly and the structures of the neck were
dissected follow by an zygomatic osteotomy and dissection of the ITF structures. After this the pterygopalatine
fossa dissection was performed. In two heads a transmaxillary approach was done where the posterior wall of
the maxilla was ressected to expose the pterygopalatine fossa. In the other two specimens the fossa was
approached via the middle fossa. All this anatomy was compared with neuroradiological studies. RESULTS:
The following structures were identified. The maxillary nerve and its branches: meningeal nerve, zygomatic
nerve, posterior superior alveolar nerve, infraorbital nerve and ganglionic branches. The pterygopalatine
ganglion and its branches: orbital, nasopalatine, posterior superior nasal, anterior palatine, posterior palatine and
pharyngeal. Some of these branches werent homogeneously identified in all speciemens. Maxillary artery and
its branches and the branches posterior superior alveolar artery, infraorbital artery, artery of the pterygoid canal,
pharyngeal artery, greater palatine artery and sphenopalatine artery. In the anterior approach, removal of the
medial part of the posterior wall of the maxillary sinus expose the pterygopalatine fossa.CONCLUSION: Its
not uncommon that tumors of the adjacent spaces spread into the pterygopalatine fossa. The microanatomical
knowledge of the pterygopalatine fossa is paramount for skull base surgeons. The three-dimensional
relationships are better recognized when the same area is approached by different ways as in this study. The
radiological knowledge is paramount to analysis preoperative anatomy. KEY WORDS: Microsurgical anatomy,
neuroradiological correlation, pterygopalatine fossa


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MICROSURGICAL ANATOMY OF THE CAVERNOUS SINUS AND
ILLUSTRATIVE CASES OF MENINGEAL AND NONMENINGEAL
CAVERNOUS SINUS
Gustavo Rassier Isolan, Fernando Costa, Othello Fabio Neto, Marcos Rogrio Frank, Otvio Piltcher, pio
Cludio Martins Antunes

Hospital de Clnicas de Porto Alegre / Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Universidade Catlica de Pelotas

Nowadays, there are some different opinions with regard to the best modality of treatment in some CS tumors,
principally small size meningeomas: follow the tumor, surgery , radiosurgery , or a combination of these.
Although there is an evolution of both categories the negative surgical attitude in relation to the CS surgery has
been significantly decreasing based on the microanatomical perspective acquired in the microsurgical
laboratory. Excellent results can be achieving with skull base techniques in selected tumor or even vascular
cases. The selection of approach is critical to providing the safest avenue for the most complete resection. Our
purpose is to show the microsurgical anatomy of the CS and present surgical cases to illustrate this anatomy.
MATERIAL AND METHODS: Eighteen CS of five cadaveric heads and four skull base fixed in formalin
were dissected using 3X to 40X magnification of the surgical microscope. The heads and skull bases were
injected with colored silicone and the sides and area of the triangles were measured. Each cadaveric head was
placed in a Sugita head-holder and a cranioorbitozygomatic approach (COZ) and Total clivectomy approach
were performed. Seven cases are presented to illustrate this anatomy. Clival chordoma with CS extension
medial to the internal carotid artery (anterior Clivectomy approach) , clival neuroblastoma displacing the medial
wall of the CS (endonasal endoscopic approach), trigeminal schwannoma (COZ approach) Adenocarcinoma of
the CS with temporal lobe and pterygopalatine fossa extension (COZ approach with middle fossa peeling
followed by infratemporal and pterygopalatine fossa exploration) Cavernous sinus meningeoma (COZ
approach), Sphenopetroclival meningeoma ( petrosal app roach) and tubercullum sellar meningeoma with lateral
wall CS extension (COZ approach). RESULTS: The complex anatomy and CS approaches are presented.
Except for the partial oculomotor nerve palsy in the patient with cavernous sinus meningeoma, there was no
postoperative neurological deficit. Complete resection (at least more than 90% of the tumoral component) was
achieved in all cases. CONCLUSION: The CS anatomy is complex and when the decision of treatment is
surgical the approaches to this area must be based in relation to the site of entering of the nerves, its walls and
the kind of pathology affect it, principally when the triangles are distorted by large mass. Each pathological
process has its intrinsic peculiarities and must be considered before or during the surgery. This kind of
anatomical study using different approaches allows us variable views of the same area, getting a really three-
dimensional knowledge. The variable number of approaches that the authors presented in this initial small series
corroborate the importance of this kind of knowledge. The illustrative cases exemplified that the surgeon must
keep in mind different technical considerations according to the histological type of tumor and its exact
localization in preoperative studies. KEY WORDS Cavernous sinus, surgical anatomy, meningeoma,
schwannoma, carcinoma


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MICROSURGICAL ANATOMY OF THE CAVERNOUS SINUS AND ITS
RELATION WITH NEURORADIOLOGICAL STUDIES
Gustavo Rassier Isolan, Leonardo Vedolin, Nilo Mario Monteiro Lopes, Dbora Berthold, Juliano Perez Chaves

Programa de Ps-graduao em Medicina: Cincias Cirrgicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Ncleo de Cirurgia da Base do Crnio do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre

OBJECTIVES: The development and understanding of the Cavernous Sinus (CS) anatomy that began with
Parkinson, Dolenc, Taptas, Umansky, and Harris and Rhoton emphasizes the necessity of a deep knowledge of
the complex microanatomy of this region before approaching lesions here. The MRI is a paramount tool to
understanding pathologies which involves the parasellar space.The purpose of this article is to present the result
of our CS dissections in its correspondence in neuroradiology. METHODS: Eighteen CS of 6 cadaveric heads
and 3 skull base fixed in formalin were dissected using 3X to 40X magnification of the surgical microscope.
The heads and skull bases were injected with colored silicone. Each cadaveric head was placed in a Sugita head-
holder and extended slightly to simulate the surgical position. Ten MRI and angiography studies were
performed and the landmarks of the microsurgical anatomy were identified in the neuroradiological theater.
RESULTS: The anatomical relationships between the neural and vascular structures are demonstrated, as well
as, the view of the CS walls proportioned by different surgical approaches. The current neuroradiological tools
are very precise to ahow this anatomy. CONCLUSIONS: The CS anatomy is complex and when the decision
of treatment is surgical the approaches to this area must be based in relation to the site of entry of the nerves, its
walls and the kind of pathology what affect it principally when the triangles are distorted by a huge mass. Each
pathological process has its intrinsic peculiarities that must be considered before or during the surgery. This
kind of anatomical study using different approaches allows variable views of the same area, giving us a three-
dimensional view. The neuroradiological armamentarium offers to surgeons a precise knowledge necessary to
approach this area. KEY WORDS: Microsurgical anatomy, neuroradiological studies, cavernous sinus


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THE IMPLICATIONS OF MICROSURGICAL ANATOMY FOR SURGICAL
APPROACHES TO THE SELLAR REGION AVOIDING COMPLICATIONS
Gustavo Rassier Isolan, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Edward Laws. ,Atahualpa Caue Strapasson, Otvio
Piltcher, Frederico Falcetta, pio Cludio Martins Antunes

Hospital de Clnicas de Porto Alegre / Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Ncleo de Cirurgia da base do Crnio do Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre
Department of Neurosurgery, Brigham and Women\'s Hospital, Harvard Medical School, Boston

RESUMO: The knowledge of the normal anatomy and variations regarding the management of tumors of the
sellar region is paramount to perform safe surgical procedures. The sellar region is located in the center of the
middle cranial fossa; it contains complex anatomical structures, and is the site of various pathological processes:
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tumor, vascular, developmental, and neuroendocrine. We review the microsurgical anatomy (microscopic and
endoscopic) of this region and discuss the surgical nuances regarding this topic, based on anatomical concepts.
The transsphenoidal approach has the following anatomiclimits: (1) superiorly, the posterior cribriform region;
laterally, the cavernous sinus and carotid arteries; and (3) inferiorly, based on the inferior placement of the
retractor and the extent of visualization of the clivus (commonly the region of the cervicoclival junction). When
a lateral extension is needed, a transmaxillary route may be used. Endoscopy may maximize the exposure in all
di rections. In treating lateral extension, the carotid grooves are unroofed, and there is a exposure of the C3
portion of the internal carotidthe entrance to the cavernous sinus is made by opening the dura just medial to
the carotid artery. By proceeding this way, there is a reduction in the need for blind curettage of tumor as
performed by reaching the cavernous sinus via the sella. The transsphenoidal approach to the sellar region
requires great care with regard to the internal carotid artery and itsbranches. First, it is important to note the
distance betweenthe carotid artery and the lateral surface of the pituitarygland. When the artery does not indent
the gland (whichmay happen in 25% of cases), there was a mean distance of 2.3 mm (17 mm). PALAVRAS-
CHAVE: Microsurgical anatomy, surgical approaches, selar region


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THE RARE ASSOCIATION OF LEUKOENCEPHALOPATHY,CEREBRAL
CALCIFICATIONS AND CYSTS: CASE REPORT
Gustavo Rassier Isolan, Lucas Scotta Cabral, Cludio Galvo de Castro Jnior, pio Cludio Antunes, Gilberto
Schwartsmann, Frederico Soares Falcetta

Hospital de Clnicas de Porto Alegre

RESUMO: Although basal ganglia calcifications were described a long time ago,1,3,11 the association of
leukoencephalopathy, cerebral calcifications, and cysts (LCC) is a very rare entity described in 1996.5 We
present a new case of LCC and discuss clinical, neuroradiologic, and histopathologic findings regarding this
association. A 9-year-old male was admitted to our hospital for the evaluation of generalized tonic-clonic
seizures, one year ago, and for a balance disorder one month ago. There were no complications during
pregnancy. His parents were healthy and not consanguineous. No abnormality was found on general physical
and ophthalmologic examinations. Neurologic evaluation showed dysbasia. Complete blood count,
sedimentation rate, liver and renal function tests, serum thyroid and parathyroid hormones, calcium, phosphate,
alkaline phosphatase, and lactate levels were within normal limits. Serological tests for cytomegalovirus,
Toxoplasma gondii, and HIV 1 and 2 were all negative. Cervical, thoracic, and abdominal CT examinations
showed no abnormality. Interictal Scalp EEG was normal. The initial CT showed numerous foci of
calcifications scattered through the basal ganglia. In MRI, abnormally increased signal intensity was noted in
the left temporal and occipital lobes white matter whereas the cort ical gray matter was spared. A large pontine
cyst was present. Cyst intensity was higher than that of the CSF on T2-weighted, T1- weighted and fluid-
attenuated inversion recovery images. Contrast-enhanced scans showed ring enhancement of the cyst wall. A
telovelar approach to the fourth ventricle was performed and a supracollicular puncture was done and the
intracystic xantochromic fluid drained. The balance disturbance improved in the immediate postoperative
period. Two months later the patient was readmitted to our clinic because of a CSF leak. A new MRI showed
enlargement of the cyst and hydrocephalus. Based on these new findings a ventricular-peritoneal shunt was
performed and one week later the pontine cyst was reoperated, but this time with aggressive resection of part of
this wall, which was very adherent to the brainstem tissue, followed by cyst drainage. The intra-operative facial
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
nerve monitoring with mapping of the floor of the fourth ventricle was used in this se cond operation and a
supracollicular approach was performed. A shunt was introduced into the cystic cavity communicating it with
the subdural space. The CSF leak resolved and the symptoms improved. The histopathologic examination of the
cyst wall was inconclusive. The seizures are controlled with carbamazepine. Reinterpretations of older reports
linked this entity to Coats disease, and raised the hypothesis that it would have to be inherited in autosomal
recessive fashion.10 Later it was reported that at least some patients with Coats disease can present brain
calcifications, bringing these entities even closer.4 However, there is consistent evidence of the post-natal
development of pathological hallmarks. PALAVRAS-CHAVE: Leukoencephalopathy, cerebral calcifications,
cysts


287

VOLUMETRY AND ANALYSIS OF ANATOMICAL VARIANTS OF THE
ANTERIOR PORTION OF THE PETROUS APEX OUTLINED BY KAWASE
TRIANGLE USING COMPUTED TOMOGRAPHY
Gustavo Rassier Isolan, Juliano Adams Prez, Paulo Henrique Pires de Aguiar, pio Cludio Martins Antunes

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Ps-graduao em cirurgia
Hospital de Clnicas de Porto Alegre

OBJECTIVE: anterior petrosectomy has become an increasingly approach for petroclival lesions and
demonstrates high potential for specific kinds of lesions. This study measures by computed tomography (CT)
the volume and the anatomic variants of the anterior portion of petrous apex outlined by Kawase triangle that is
resected during anterior petrosectomy. METHODS: transversal retrospective study conducted in the Radiology
Department of a tertiary care institution (Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil). We
assessed anterior petrous apex portion outlined by Kawase triangle in consecutive patients over the age of
eighteen from CT scans of temporal bone stored in archive system of the Institution. The volumetry was
performed on a workstation. RESULTS: 154 petrosal apex were analyzed in 77 patients (36 men). The average
volume of the region outlined by Kawase\'s triangle was 1.89 0.52 cm3. The volume average in men was 2.01
0,58 cm3 and the average in women was 1.79 0.41 cm3. Intra and interobserver agreement were both
excellent and there was little variance. Nineteen petrous apex demonstraded anatomic variations. In 18 cases it
was pneumatized and in one case vascular or nerve-like structure was identified wich report we did not find in
the literature. CONCLUSION: The volumetry of petrous apex anterior portion outlined by Kawase triangle can
be made by CT with excellent intra and interobserver agreement and reproducibility. There are anatomical
variants in this region wich are relevant to surgery. Future studies are needed to correlate the volume of
ressected with surgical outcomes. KEY WORDS: Kawase triangle, computed tomography



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HEMATOMA EPIDURAL RETROCLIVAL RELATO DE CASO E REVISO
DA LITERATURA
Guilherme Brasileiro de Aguiar, Rodrigo Becco de Souza, Marcelo Eduardo Sette dos Santos

Hospital Santa Marcelina de Itaquaquecetuba, So Paulo (SP)

INTRODUO/OBJETIVOS: os hematomas epidurais de fossa posterior so leses incomuns,
correspondendo de 1,2 a 12,9% de todos os hematomas extradurais. Dentre essas leses, o hematoma epidural
retroclival particularmente raro, ocorrendo geralmente em crianas vitimas de acidente automobilstico. O
mecanismo da leso provavelmente ligamentar, embora casos de fraturas cervicais ou de base de crnio
tenham sido relatados. O objetivo do presente relato apresentar o caso de uma paciente vitima de acidente
automobilstico que apresentou hematoma epidural retroclival. RELATO DE CASO: paciente feminina, 8 anos
de idade, sofreu acidente automobilstico sem traumatismo cranioenceflico. Durante o impacto, houve
movimento de flexo-hiperextenso cervical, e a paciente foi trazida ao nosso servio de emergncia com
quadro de cervicalgia, apresentando diplopia, com paralisia de nervos abducentes bilateralmente.
RESULTADO: aps atendimento inicial padronizado a pacientes politraumatizados, a paciente foi submetida
tomografia de crnio que demonstrou pequena coleo hemorrgica, extra-axial, localizada posteriormente ao
clivus. Como no havia sinais de compresso do tronco cerebral ou progresso do dficit neurolgico, a paciente
foi submetida a tratamento conservador com uso de colar cervical. Nos exames de imagem posteriores, no foi
observado aumento do volume da coleo. A paciente recebeu alta hospitalar para acompanhamento
ambulatorial, com posterior resoluo do estrabismo. CONCLUSO: O hematoma epidural retroclival uma
condio que acomete quase que exclusivamente crianas, vitimas de acidente automobilstico. Embora sua
apresentao possa envolver sintomas de acometimento de nervos cranianos ou tronco cerebral, seu tratamento
geralmente conservador, apresentando um bom prognstico. PALAVRAS CHAVE: hematoma extradural;
traumatismo cranioenceflico; clivus.


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PROGRAMA DE REABILITAO PARA PACIENTES COM DOENA
VASCULAR CEREBRAL EM UM HOSPITAL UNIVERSITRIO DO RIO
GRANDE DO NORTE
Alessandra do Nascimento Cavalcanti, Daniela M. S. Moura, Amanda L. B. Guerra, Joo Carlos Alchieri,
Antonio Pereira, Tnia Campos

Hospital Universitrio Onofre Lopes - Projeto PRODIAVC, Natal (RN)

INTRODUO E OBJETIVOS: As doenas neurolgicas apresentam sequelas graves e irreversveis que
demandam necessidades e atendimentos especializados por muito tempo e que desta forma elevam o custo
social no amparo dos pacientes. Neste trabalho apresentam-se os resultados preliminares de avaliao e follow-
up de um programa de atendimento multidisciplinar a pacientes com Doena Vascular Cerebral-DVC realizado
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
em um hospital universitrio de Natal-RN. Dentre as alteraes anatmicas ou funcionais permanentes, a DVC
apresenta um potencial alto de sequelas especialmente num perodo de vida produtivo por parte do paciente,
muito embora os processos de reabilitao possam ter efeitos na minimizao da intensidade de suas
consequncias. MATERIAIS E MTODOS: Um protocolo com avaliaes fisioterpicas, neurolgicas,
psicolgicas administrado individualmente a pacientes com primeiro histrico de DVC nos ltimos seis meses
e reavaliado com 3 e 6 meses com vistas a verificar potencial de reabilitao das terapias experimentais,
extenso e intensidade das sequelas neuropsicolgicas e motoras. Os pacientes foram triados quanto aos
critrios de incluso (primeiro episdio, idade de 30 a 60 anos, ausncia de doenas psiquitricas prvias ao
DVC, ausncia de sequelas fonolgicas graves, capacidade de responder as solicitaes e administrao dos
testes), totalizando atualmente em sete casos clnicos. Especificamente na avaliao neuropsicolgica
empregam-se testes como a Escala Weschler de Inteligncia para adultos (WAIS), o Teste Winsconsin, o
mtodo de Rorschach e entrevistas individuais. RESULTADOS E CONCLUSES: Os resultados das
avaliaes e reavaliaes individuais e inter indivduos evidenciam modificaes de intensidades distintas entre
as avaliaes, de forma a sugerir a manuteno de determinadas habilidades muito embora no se dispusesse de
resultados anteriores ao evento da DVC. So apresentados os resultados inter e intra individuais para a avaliao
neuropsicolgica nos diversos nveis de habilidade psicolgica. Muito embora o estudo siga atualmente, pode-se
verificar como concluso a priori o potencial de reabilitao imediato que os pacientes, mesmo com diversos
nveis instrucionais apresentam. PALAVRAS-CHAVE: Neuropsicologia, doena vascular cerebral,
reabilitao


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HEMATOMA EPIDURAL BILATERAL APS DERIVAO VENTRCULO
PERITONEAL
Jos Massoud Salame, Paulo R. Louzada, Marcelo V. S. Barroso, Alexandre L. Machado, Mauro S. Paiva, Luiz
Eduardo Savelli

Hospital Souza Aguiar, Rio de Janeiro (RJ)

INTRODUO E OBJETIVOS: Hiperdrenagem ventricular uma complicao freqente de sistemas de
drenagem ventrculo peritoneal. Hematoma subdural , normalmente, a leso mais associada com esta
complicao. Pode surgir aps colapso ventricular e ruptura de veias ponte que seguem a hiperdrenagem,
contribuindo com a compresso do parnquima cerebral, hipertenso intracraniana e declnio neurolgico. Mais
raramente, hematomas epidurais so observados aps hiperdrenagem ventricular e podem resultar em rpida
deteriorao neurolgica caso uma drenagem cirrgica no seja prontamente realizada. MATERIAIS E
MTODOS: Ns descrevemos o caso de uma paciente de 38 anos que apresentava hidrocefalia supratentorial e
desenvolveu hematoma epidural bilateral aps colocao de sistema de drenagem ventrculo peritoneal.
RESULTADOS: Ambos os hematomas foram drenados cirurgicamente e o sistema valvular foi substitudo.
CONCLUSES: Hematomas epidurais podem, eventualmente, se desenvolver aps hiperdrenagem ventricular.
O tratamento cirrgico mandatrio e deve incluir no apenas a drenagem do hematoma, como tambm a
substituio da vlvula para preveno recorrncias. PALAVRAS CHAVE: Hidrocefalia, hematoma epidural,
hematoma extradural

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

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MLTIPLOS ANEURISMAS CEREBRAIS EM PACIENTE ADULTO COM
SNDROME DA IMUNODEFICINCIA HUMANA ADQUIRIDA: RELATO DE
CASO E REVISO DA LITERATURA
Andr Lopes V. Moraes, Leonardo R. Takahashi, Guilherme B. De Aguiar, Mrio L. M. Conti, Augusto C. P.
Oliveira, Jos Carlos E. Veiga

FCMSCSP, So Paulo (SP)

INTRODUO/OBJETIVOS: A associao entre pacientes infectados pelo HIV e a formao de aneurismas
cerebrais descrita principalmente na faixa etria peditrica. A fisiopatologia da formao aneurismtica
multifatorial e ainda pouco compreendida. A interao do vrus com a parede vascular pode elucidar possveis
mecanismos de formao dos aneurismas cerebrais neste grupo de pacientes. O objetivo do presente relato
descrever o caso de uma paciente adulta com SIDA, estgio C3, que desenvolveu mltiplos aneurismas
cerebrais. MTODO: Relato de caso e reviso da literatura. RESULTADOS: Paciente do sexo feminino,
parda, com sorologia positiva para HIV e HCV, SIDA C3 na poca do diagnstico. Apresentava queixa de
cefalia recorrente e, em investigao por exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonncia
magntica de encfalo), foi sugerido a presena de mltiplos aneurismas cerebrais. A paciente foi ento
submetida a angiografia cerebral que demonstrou a presena de mltiplos aneurismas fusiformes nas circulaes
anterior e posterior. A paciente permanece em acompanhamento, recebendo terapia antiretroviral, sem sinais de
hemorragia cerebral. CONCLUSES: A formao de aneurisma cerebral em pacientes com SIDA parece estar
relacionada a um quadro de arteriopatia secundria. Esta pode ocorrer tanto em decorrncia da ao viral atravs
da resposta imune do hospedeiro comprometendo a camada elstica vascular, quanto da ao indireta da
medicao antirretrovirais agindo com toxicidade sobre a vasculatura (dislipidemia, hiperglicemia e resistncia
insulnica). Poucos casos com resultado anatomopatolgico desses pacientes com aneurisma cerebrais post
mortem so descritos na literatura, dificultando desta forma a realizao de grandes sries elucidando um
substrato anatomopatolgico. PALAVRAS CHAVE: aneurisma cerebral; sndrome da imunodeficincia
humana adquirada; arteriopatia


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TRATAMENTO ENDOVASCULAR DOS ANEURISMAS LOCALIZADOS NA
ARTRIA CEREBELAR PSTERO-INFERIOR
Alexandre Boechat, Svio Boechat, Bruno Lazaro, Carlos E. Barros e Carlos M. Siqueira

Departamento de Neurocirurgia do Hospital So Jos do Ava, Itaperuna Rj

RESUMO: Aneurismas da artria cerebelar pstero-inferior (PICA) representam 3% de todos os aneurismas
cerebrais em algumas sries, sendo responsveis por numerosos desfechos negativos, devido grande
morbidade causada pela prpria hemorragia nos casos rotos, assim como pela abordagem teraputica. Sua
histria natural, quando submetidos ao tratamento endovascular, ainda pouco discutida. Este trabalho
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
demonstra nossa experincia com a nova modalidade teraputica. Fazendo a anlise retrospectiva de 45
aneurismas de PICA tratados exclusivamente pelo mtodo endovascular, no perodo entre maio de 2002 e
setembro de 2010, dos quais 33 eram rotos (73.3%), observou-se maior prevalncia do sexo feminino 3:1,
localizao preferencial na juno da Artria Vertebral com a PICA (88.8%), tamanho mdio de 11.7mm,
hidrocefalia em 4 casos (8.8%), Hunt Hess de admisso 3 em 39 casos (86.6%), escala tomogrfica de Ficher
na admisso 2 em 29 casos (64.4%) e escala de coma de Glasgow de admisso 10 em 40 casos (88.8%).
Todos os casos, na presena de hemorragia aguda, foram tratados nas primeiras 24 horas da internao e
encaminhados Unidade Intensiva Neuro-Vascular para permanecerem sob monitoramento de Doppler
Trasncraniano e exame neurolgico horrio. O tratamento foi realizado em hemodinmica que dispunha de
tomografia durante o procedimento e reconstruo tridimensional, objetivando sempre ocluso completa do saco
aneurismtico. Nos casos associados a hidrocefalia eram realizados a derivao ventricular externa na prpria
sala de hemodinmica. O seguimento dos pacientes foi realizado a cada seis meses (mdia de 27 meses) com
angiografia cerebral de controle. Houve recanalizao em seis casos (13.3%), cinco com ocluso superior
90%, sendo optado pelo acompanhamento e um com ocluso inferior a 70%, sendo optado pelo retrata mento. O
vaso espasmo clinicamente significante estava presente em seis casos (13,3%), sendo tratado agressivamente
com angioplastia qumica e mecnica no momento da embolizao e em caso de piora neurolgica ou aumento
na velocidade de fluxo aferida pelo Doppler Trasncraniano. O desfecho neurolgico dos pacientes foi avaliado
atravs da escala de ranking modificada (SRm) realizada a cada seis meses, onde 5 casos (11.1%) tiveram SRm
3 e 4 casos de bitos (8.8%). Assim conclumos que o tratamento endovascular dos aneurismas localizados na
PICA se apresenta seguro e com bons resultados clnicos, bem como possibilitam o tratamento precoce dos
pacientes crticos, Hunt Hess superior a trs e aqueles com vaso espasmo severo.


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NECESSRIO O CONTROLE TOMOGRFICO ANTES DA RETIRADA DA
MONITORAO DA PIC EM PACIENTES COM TCE GRAVE MARSHALL I
E II?
Bernardo Drummond Braga, Geraldo Vitor Cardoso Bicalho, Lucidio D. Souza Filho, Walter Ariel Perez
Louzada, Jaqueline Cobucci M. J. de Souza, Marcelo Oliveira Magaldi, Joo Baptista de Rezende Neto,
Rodrigo Moreira Faleiro

Hospital Joo XXIII Belo Horizonte, (MG)

INTRODUO: As indicaes para monitorar a presso intracraniana (PIC) foram bem estabelecidas pelas
diretrizes do Brain Trauma Foundation (BTF) (2007), mas pouco se definiu sobre a sua retirada. OBJETIVOS:
Avaliar a necessidade de se realizar tomografia computadorizada do crnio (TCC) antes da retirada do monitor
da PIC em pacientes com critrios tomogrficos Marshall I e II. MATERIAIS E MTODOS: Estudo
prospectivo longitudinal de 47 pacientes admitidos com diagnstico de trauma crnio-enceflico grave fechado
(Marshall I e II) no Hospital pronto Socorro Joo XXIII em perodo de 4 meses. Os pacientes receberam
atendimento inicial segundo preceitos do ATLS e foram admitidos no CTI para monitorao da PIC. Realizou-
se TCC de controle aps 48h de PIC normal, para retirada do dispositivo de monitorao (cateter CODMAN ou
parafuso de RICHMOND), definindo-se dois tipos de evoluo; presena ou ausncia de hipertenso
intracraniana sustentada. RESULTADOS: Quarenta e sete pacientes foram avaliados. Quatro foram excludos
do estudo por erro na coleta de dados e um por bito antes da TCC de controle, restando 42 pacientes.
Apenas um paciente foi classificado como Marshall I e o restante como Marshall II. Trinte e um pacientes
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
(73,8%) permaneceram com a PIC estvel por 48h desde sua instalao (Grupo 1) e 26,2% apresentaram
perodos de HIC (Grupo 2). No grupo 1, apenas um paciente no fez a TCC de controle. Dos 27 restantes,
apenas dois apresentaram aumento ou surgimento de nova de leso. Vinte e cinco pacientes (92,5%) no
apresentaram novas leses. Dos pacientes do grupo 2, sete (64%) apresentaram aumento ou nova leses.
Nenhum paciente necessitou de procedimento neurocirrgico. CONCLUSES: Pacientes com Marshall I ou II
que permanecem com PIC normal por 48h desde a sua instalao possuem risco pequeno de aumento ou
surgimento de leso e a TCC de controle para sua retirada poder ser dispensada. Pacientes com picos de HIC
nas primeiras 48h possuem risco aumentado de aumento ou surgimento de novas leses e Tomografias seriadas
devero ser realizadas. PALAVRAS-CHAVE: Monitorizao pic, retirada, controle tomogrfico


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CIRURGIA CRNIO-FACIAL NO NEUTRAUMA : EXPERINCIA COM 56
CASOS
Harley Brito Silva, Jos Maria S, Menezes, Stlio Arajo Filho

Hospital Batista Memorial, Instituto Dr. Jose Frota, Hospital Geral de Fortaleza (CE)

INTRODUO E OBJETIVOS: Os pacientes com TCE grave quando sobrevivem frequentemente
apresentam no s deformidades cranianas como tambm deformidades crnio-faciais importantes. Estas
deformidades causam problemas neurolgicos, funcionais e psicolgicos. A correo destas alteraes cranio-
faciais tem sido por muitas vezes neglegenciada por parte da neurocirurgia por diversos fatores, contudo
inegvel que o tratamento deste grupo tem uma enorme relevncia socio-econmica. O objetivo deste trabalho
apresentar a nossa experincia no tratamento de alguns casos complexos de fratura crnio-facial. MATERIAIS
E MTODOS: A nossa casustica constitui-se de 56 pacientes operados de abril de 2007 at julho de 2010
primordialmente no Hospital Batista Memorial. Com excesso de 3 pacientes, todos foram originalmente
atendidos no Hospital Dr. Jose Frota com quadro de politraumatismo aps acidentes com motocicletas. As
excesses foram uma paciente epiltica que apresentava grave deformidade crnio-facial, uma paciente com
fratura craniana aps uma queda de 20 metros, e um politraumatizado decorrente de acidente automobilstico.
RESULTADOS: Os resultados estticos e funcionais em todos estes pacientes permitiram a todos eles voltarem
para as suas atividades profissionais. No tratamento cirrgico houve a utilizao de material sinttico como o
Bio-osteo, base de leo de mamona, tambm placas e parafusos de titnio, assim como enxerto proveniente da
crista ilaca. Em nenhum caso, apesar do uso de material sinttico, houve infeco ou rejeio ps-operatoria.
CONCLUSO: A neurotraumatologia cresce e desenvolve-se de modo que se originalmente ela atendia a
necessidade da urgncia relacionada a hematomas intracerebrais, ela evoluiu para a tambem atender a
reconstruo crnio-facial. Como exemplo, hoje no Instituto Jos Frota, uns dos maiores hospitais
traumatolgicos do pais, atende em mdia 25 casos neurocirrgicos por dia, isto mais de 9000 casos por ano.
Desta casustica resulta que dos casos cirrgicos com traumas graves cranifaciais todos eles necessitaro de uma
reconstruo crniofacial. Nos aqui aprentamos a nossa experiencia no manejo de um grupo selecionado desses
pacientes. PALAVRAS CHAVES: Cirurgia, trauma, cranio-facial


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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

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CIRURGIA CRNIO-FACIAL PARA TUMORES DA BASE DO CRNIO:
EXPERINCIA COM 46 CASOS
Harley Brito Silva, Mrcio S. Fonseca, Stlio Arajo Filho

Hospital Geral de Fortaleza (CE)
Hospital Batista Memorial, Fortaleza (CE)
Hospital do Cancer do Ceara, Fortaleza (CE)

INTRODUO E OBJETIVO: Tumores de cabea pescoo frequentemente invadem base do crnio e,
portanto necessitam de uma abordagem multidisciplinar que inclua a Neurocirurgia, a Cirurgia de Cabea e
Pescoo e a Cirurgia Buco-Maxilo-Facial. O objetivo deste trabalho analisar a cirrgica nossa em resseco de
tumores malignos craniofaciais com envolvimento de base do crnio. MTODO: Estudo retrospectivo de 46
pacientes apresentando tumores com envolvimento crnio-facial e extenso para base do crnio, tratados pela
mesma equipe de Neurocirurgia e Cirurgia de Cabea e Pescoo, no perodo de novembro de 2002 a maio de
2010. O acompanhamento ps-operatrio destes pacientes foi de um a cinco anos. RESULTADOS: A
casustica operatria inclui 46 pacientes e a idade mdia foi de 51,2 anos. O stio primrio foi a pele em 62%
dos casos. A interveno teraputica teve finalidade curativa em 39 casos. Os diagnsticos anatomo-patolgicos,
em ordem decrescente, foram: carcinoma espinocelular (39,1%), carcinoma basocelular (26%), carcinoma
adenide cstico (8,7%), estesioneuroblastoma (8,7%), outros (17,4%). Os principais procedimentos cirrgicos
foram: resseco de fossa anterior 26,5%, resseco do osso temporal 23,5%, exenterao de rbita 17,6%.
Treze pacientes j apresentavam invaso de dura-mter. Nenhum paciente apresentava invaso de tecido
cerebral. Todos os pacientes necessitaram de reconstruo ps-operatria. Quinze pacientes submeteram-se a
radioterapia ps-operatria. Nenhum paciente submeteu-se a quimioterapia ps-operatria. Cinco pacientes
apresentaram complicaes ps operatrias, entre: necroses de retalho , fstulas liquricas, sangramento. Houve
um bito ps-operatrio. Quatro (pacientes apresentaram recidiva tumoral (2 recidivas locais, 1 regional e 1 a
distncia), sendo apenas um submetido a novo tratamento com nova cirurgia mais radioterapia. CONCLUSO:
Tumores craniofaciais representam um desafio, pois as resseces frequentemente so radicais e necessitam de
complexas reconstrues faciais e cranianas. A abordagem multidisciplinar necessria pela natureza e
localizao anatmica destes tumores malignos. PALAVRAS CHAVES: cirurgia, crnio-facial, neoplasia


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CRANIOSSINOSTOSE COMPLEXA - SNDROME DE APERT: RELATO DE
CASO E REVISO DA TCNICA CIRRGICA
Thales Eduardo C. Moraes, Sandro P. Lemos, Hugo Abi S. Pedrosa, Srgio Lemos, Luiz V. D. Fonseca

Hospital da Baleia, Belo Horizonte (MG)

INTRODUO: A Sndrome de Apert (SA) uma das mais graves sndromes craniofaciais existentes.
caracterizada por craniossinostose mltipla (braquicefalia, mais comumente), hipoplasia medio-facial,
sindactilia e outras anomalias viscerais. OBJETIVO: Apresentar um caso de paciente portador da SA e
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
descrever a tcnica cirrgica atualmente utilizada na cirurgia de reconstruo craniana. RELATO DE CASO:
IBGP, masculino, oito meses, com deformidade craniofacial acentuada desde o nascimento e sinais de
hipertenso intracraniana na tomografia do crnio. Ao exame: atraso do desenvolvimento neuropsicomotor leve,
braquicefalia e plagiocefalia bilateral posterior (acrobraquicefalia), rbitas rasas, proptose, nariz em sela,
hipoplasia maxilar, hipertelorismo e fenda palatina. Apresentava ainda, sindactilia ssea e cartilaginosa, em
mos e ps. Foi submetido reconstruo crnio facial com avano e remodelamento fronto-orbitrio bilateral.
Realizada inciso bicoronal posterior e craniotomia bi-frontal ampla, aproximadamente um centmetro acima do
rebordo orbitrio e sobre as suturas coronrias. Descolamento da perirbita e osteotomia com o drill, com
retirada em pea nica e fratura em galho verde do c ulos, com remodelamento e avano anterior do
rebordo supra-orbitrio, parte das rbitas e de parte do osso temporal. Osteotomias do frontal, para auxiliar a
correo da deformidade craniana. Fixado o c ulos e montagem da pea, com fio de seda, sendo observado
um avano fronto-orbitrio satisfatrio (maior que um centmetro), melhora da deformidade e boa
descompresso frontal. RESULTADOS / CONCLUSO: As craniossinostoses, quando abordadas no
momento adequado e com a tcnica cirrgica ideal, podem ter bons resultados. Em se tratando de
craniossinostoses complexas com deformidade craniofaciais, enfatiza-se a importncia de uma abordagem
multidisciplinar. O tratamento cirrgico vem sofrendo muitas inovaes ao longo dos anos, principalmente com
tcnicas que, alm do avano e remodelamento fronto-orbitrio, preconizam uma reduo da altura do crnio e
um aumento maior do dimetro ntero-posterior. A cirurgia tardia se torna ainda mais complexa, exigindo uma
completa reconstruo craniana. PALAVRAS CHAVE: Sndrome de Apert; craniossinostose; reconstruo
craniana


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ASPECTOS TCNICOS DA IMPLANTAO DE ELETRODOS PARA
ESTIMULAO CEREBRAL PROFUNDA E SEU IMPACTO NA REDUO
DO RISCO HEMORRGICO PER-OPERATRIO. ANLISE DE UMA SERIE
DE 194 PACIENTES OPERADOS UTILIZANDO ANESTESIA GERAL E
PUNO CEREBRAL ESTEROTAXICA GUIADA EXCLUSIVAMENTE POR
NEUROIMAGEM
Maldonado IL (1,2,3), Ribeiro de Moura AM (1,3), Roujeau T (4), Cif L (1,3), Gonzalez V (1,3), El-Fertit H
(1,3), Vasques X (3), Bonafe A (2), Coubes P (1,3)

Services de Neurochirurgie (1) Neuroradiologie (2) et URMA - Unit de Recherche sur les Mouvements
Anormaux (3) du CHU Montpellier. Montpellier, Frana
Service de Neurochirurgie de l\'Hpital Necker-Enfants Malades (4), Paris, Frana

INTRODUO E OBJETIVOS: O impacto da utilizao de microeletrodos de registro e estimulao na
incidncia de complicaes hemorrgicas durante a implantao de eletrodos cerebrais profundos objeto de
discusso. No presente estudo, analizamos o efeito da modificao deste e outros aspectos tcnicos na reduo
do risco hemorrgico per-operatrio. MATERIAL E METODOS: Dados referentes a 194 pacientes (mdia de
idade 31,1 anos) operados entre 1996 e 2007 foram revistos a partir de uma base de dados computadorizada.
Associaram-se anestesia geral sistemtica, implantao guiada apenas por neuroimagem e uma nica puno por
hemisfrio cerebral. O procedimento foi realizado utilizando controle radioscpico e uma cnula rgida de 2,1
mm de dimetro externo. Microeletrodos de registro ou estimulao no foram utilizados. Um segundo exame
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
de ressonncia magntica foi realizado imediatamente aps a implantao. RESULTADOS: 220 procedimentos
foram realizados para a implantao de 478 eletrodos (426 para o tratamento de sndromes distnico-
discinticas e 52 para doena de Parkinson). Considerando a totalidade dos procedimentos (inclusive as re-
operaes), o nmero mdio de trajetrias no parnquima cerebral por paciente foi 2,5 para o grupo SDD (1,25
por hemisfrio) e 2,08 para o grupo DP (1,04 por hemisfrio) . O exame de RNM no ps-operatrio imediato
no detectou hematomas intracranianos. Um paciente evoluiu com hemorragia intracerebral no quinto dia ps-
operatrio aps tratamento anticoagulante para um infarto agudo do miocrdio. CONCLUSES: Ns
consideramos que o risco de hemorragia intracraniana per-operatria multifatorial, porm parece estar
diretamente relacionado tcnica. Em situaes apropriadas como na prtica peditrica, na implantao em
alvos mais visveis e volumosos (GPi) e no tratamento de sndromes distnico-discinticas nas quais a resposta
clnica freqentemente retardada, a associao de anestesia geral, navegao guiada unicamente por RNM
esterotxica, cnula espessa e puno nica por hemisfrio cerebral parece reduzir o risco hemorrgico.
PALAVRAS-CHAVE: Complications, deep brain stimulation, mr-based stereotaxy


300

TRAUMA CRANIANO PENETRANTE POR ARMA BRANCA COM LESO
DIRETA DA ARTRIA CEREBRAL ANTERIOR
Ricardo Hideo Tachibana, Ricardo Rezende Campos, Marcelo Eduardo Sette dos Santos, Guilherme Brasileiro
de Aguiar

Hospital Santa Marcelina de Itaquaquecetuba. Servio de Neurocirurgia, So Paulo (SP)

INTRODUO/OBJETIVO: As leses penetrantes do crnio podem resultar de numerosos eventos. A
maioria dessas leses causada por traumas de alta energia como ferimento por projtil de arma de fogo. A
leso cerebral penetrante por objetos de baixa energia cintica incomum na prtica neurocirrgica. Esta leso
penetrante muitas vezes pode levar a comprometimentos vasculares com seco parcial ou completa de artria
intracraniana bem como formao de aneurismas traumticos. A taxa de complicaes vasculares aps trauma
penetrante de crnio pode variar de 5% a 40%. O objetivo do presente relato descrever um caso de trauma
penetrante de crnio por arma branca que produziu leso direta da artria cerebral anterior. MATERIAL E
MTODO: Paciente masculino, 32 anos, deu entrada no hospital trazido pelo resgate, sendo vtima de
ferimento por arma branca (faca) em crnio, com orifcio de entrada em regio parietal esquerda. Na admisso
apresentava-se em coma, j em ventilao mecnica. A tomografia de crnio mostrou corpo estranho de
densidade metlica com entrada pela regio parietal esquerda e com ponta em base do crnio, na fossa anterior
esquerda, associado a hemorragia subaracnidea traumtica e a sinais de isquemia frontal esquerda.
RESULTADOS: foi realizada angiografia cerebral de urgncia que evidenciou ocluso da artria cerebral
anterior esquerda com conseqente hipovascularizao de seu territrio. O paciente foi ento submetido a
craniotomia frontotemporoparietal esquerda, com disseco da fissura Sylviana e hemostasia vascular para
retirada do corpo estranho. Foi realizada craniectomia descompressiva. A despeito da interveno
neurocirrgica, o paciente evoluiu com piora do quadro neurolgico e bito aps alguns dias. CONCLUSES:
O caso torna-se peculiar em virtude da grande dimenso do objeto penetrante, o local de penetrao e,
especialmente, devido ao trauma vascular direto. A realizao da tomografia computadorizada e da angiografia
cerebral contriburam para o planejamento cirrgico de retirada do objeto penetrante. PALAVRAS CHAVE:
Traumatismo cranioenceflico, hemorragia intracraniana, ocluso arterial
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

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EPIDEMIOLOGIA DOS ANEURISMAS CEREBRAIS MLTIPLOS EM
CENTRO DE REFERNCIA NEURO-VASCULAR
Svio B. Primo de Siqueira , Boechat S. P. S., Siqueira C. M., Eugnio C., Lzaro B. C. R., Bastos E., Carvalho
J. D., Siqueira A.

Hospital So Jos do Ava, Itaperuna (RJ)

INTRODUO E OBJETIVOS: Com o advento e aperfeioamento dos mtodos de diagnstico neuro-
radiolgico como Tomografia Helicoidal, Angio-Tomografia, Angio-Ressonncia, Hemodinmicas de melhor
resoluo (3D), aliados maior experincia angiogrfica do Neurocirurgio, a freqncia de aneurismas
incidentais e mltiplos diagnosticados tem se elevado consideravelmente. O objetivo do trabalho traar o perfil
epidemiolgico dos pacientes portadores de aneurismas mltiplos em uma determinada populao, com nfase
aos fatores de risco pertinentes a mesma. MATERIAIS E MTODOS: Estudo retrospectivo, em centro de
referncia no tratamento da doena crebro vascular, Hospital So Jos do Ava, localizado em Itaperuna, no
estado do Rio de Janeiro, entre janeiro de 2007 e janeiro de 2009. Todos os pacientes foram submetidos
angiografia cerebral dos quatro vasos e/ou angio-tomografia helicoidal no diagnstico do aneurisma cerebral. O
critrio de incluso para o estudo a presena de dois ou mais aneurismas cerebrais. RESULTADOS: Dos 591
pacientes com aneurismas diagnosticados no perodo estudado 404 possuam aneurisma nico e 187 possuam
aneurismas mltiplos. Foram diagnosticados, no total, 875 aneurismas, sendo 471 (54%) em pacientes com
aneurismas mltiplos. Daqueles pacientes com aneurismas mltiplos, 88% eram do sexo feminino, 76%
estavam entre 41-70 anos de vida (43% entre 41-55 anos), 53% eram tabagistas, 33% apresentava hipertenso
arterial sistmica, 13% histria de AVE isqumico prvio, 32% possuam aneurisma em artria cerebral mdia,
e 16% histria familiar de aneurisma cerebral. CONCLUSES: O estudo nos fornece o perfil do paciente de
alto risco para o diagnstico de aneurismas mltiplos, nos deixando alertas quando diante destes pacientes e
aumentando a chance de diagnstico precoce. Alm disso, ressalta a importncia da educao populacional,
como meio de reduzir fatores de risco evitveis. Finalmente, este estudo mais uma evidncia de que estudos
epidemiolgicos so ferramentas necessrias para o conhecimento da populao que se pretende tratar e
possibilitam a idealizao de estratgias eficazes na preveno e reduo progressiva da prevalncia da doena
em questo PALAVRAS-CHAVE: Aneurismas mltiplos, endovascular, epidemiologia


302

TRATAMENTO ENDOVASCULAR, COMBINADO COM RESSECO
CIRRGICA NO TRATAMENTO DO PARAGANGLIOMA DE CORPO
CAROTDEO - RELATO DE CASO
Svio B. Primo de Siqueira, Siqueira C. M., Eugnio C., Lzaro B. C. R., Siqueira A., Bastos E., Carvalho J. D.

Hospital So Jos do Ava, Itaperuna (RJ)

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
INTRODUO E OBJETIVOS: Os tumores do glomus carotdeo so paragangliomas raros. Esses tumores
so benignos com uma taxa de malignidade de apenas 2%. Frequentemente localizados na bifurcao da
cartida comum apresentam-se, na grande maioria, apenas com uma massa cervical palpvel indolente, porm
por vezes podem ter manifestaes neurolgicas que vo variar de acordo com a localizao e tamanho do
tumor. No que se refere ao tratamento e tcnica cirrgica a literatura controversa, mas destaca-se sempre o
tratamento cirrgico. MATERIAIS E MTODOS: Apresentaremos um caso de um paciente portador de
tumor de paraganglioma de corpo carotdeo, tratado de forma complementar por diferentes tcnicas
(Endovascular e Cirrgica) e a reviso bibliogrfica a respeito do assunto. RESULTADO E CONCLUSO:
Devido intensa vascularizao e a alta complexidade antomo-cirrgica conclumos que se faz necessria uma
avaliao angiogrfica criteriosa, com teste de ocluso carotdea e embolizao tumoral pr-operatria, com
intuito de facilitar a resseco cirrgica total, evitar transfuso sangunea, diminuir tempo cirrgico e diminuir
recidivas tumorais. PALAVRAS CHAVE: Tumor glmico, endovascular, resseco cirrgica


303

ALIVIO DE SINTOMAS DO TRANSTORNO COMPULSIVO FRMACO-
RESISTENTE COM A ESTIMULACAO CEREBRAL PROFUNDA DE ALVOS
MULTIPLOS
Ribeiro de Moura AM (1,2), Maldonado IL (1,2), Cif L (1,2), Gonzalez V (1,2), Coubes P(1,3)

Services de Neurochirurgie (1) et URMA - Unit de Recherche sur les Mouvements Anormaux (2)
CHU de Montpellier

INTRODUO E OBJETIVOS: Compulso um comportamento caracterizado pela realizao de um ato
persistente e repetitivo sem que leve a recompensa ou prazer. O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) um
exemplo de compulso patolgica. uma condio altamente debilitante caracterizada por pensamentos
intrusivos preocupantes, repetitivos e rituais mentais. Certos pacientes so refratrios ao tratamento
medicamentoso e terapia cognitiva comportamental. Para esses casos, ateno crescente tem sido dada s
terapias de estimulao cerebral profunda (ECP). O objetivo deste estudo foi analisar a eficcia da ECP
utilizando mltiplos alvos em uma populao frmaco-resistente apresentando comportamentos heterogneos de
compulso. MATERIAIS E METODOS: Seis pacientes (trs do sexo masculino) foram classificados da
seguinte forma de acordo com as principais caractersticas de suas compulses: contaminao / limpeza,
simetria / verificao, exatido / contagem e pensamentos repetitivos. Todo procedimento cirrgico foi realizado
sob anestesia geral, visando um alvo direto por ressonncia magntica estereotxica, sem a utilizao de registro
por microeletrodos. Combinaes de dois dos seguintes alvos foram implantadas: ncleo subtalmico, ncleo
accumbens, ncleo do leito da lmina terminal e globo plido interno. Todos os pacientes foram avaliados no
pr e ps-operatrio usando a Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale. RESULTADOS: A idade mdia dos
pacientes foi de 42,6 12,68 anos. O seguimento mdio foi de 21 14,88 meses. A pontuao mdia pr Y-
BOCS foi de 31,6 2,70 e de 11 7.97 pos-operatrio (p = 0,057, teste de Wilcoxon). CONCLUSES: O
ncleo subtalmico e ncleo accumbens parecem ser comparveis no alvio de vrios subtipos das compulses
(verificao, limpeza, contagem), bem como das obsesses. Investigaes complementares so necessrias para
a poro lmbica do globo plido interno. PALAVRAS-CHAVE: Refractory obsessive compulsive disorder ;
deep brain stimulation

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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

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IMPLANTAO GRADUAL DE ELETRODOS NO GLOBO PLIDO
INTERNO PARA TRATAMENTO DA DISTONIA GENERALIZADA
PRIMARIA
Ribeiro de Moura AM (1,3),Cif L (1,3),Gonzalez V (1,3), Vasques X (3),Corlobe A (1,3), Bonafe A (2), Coubes
P(1,3)

Services de Neurochirurgie (1), Neuroradiologie (2) et URMA - Unit de Recherche sur les Mouvements
Anormaux (3) du CHU Montpellier, Frana

INTRODUO E OBJETIVOS: Eletrodos mltiplos podem ser propostos almejando melhoria da resposta
teraputica, visando populaes especficas de neurnios no alcanadas pelo campo magntico do eletrodo
inicialmente implantado. Abordamos a questo da viabilidade e segurana dessa opo no Gpi sensorimotor
para tratamento da distonia Primaria Generalizada. MATERIAL E METODOS: 16 pacientes (8 deles
portadores da mutao do gene DYT1) apresentando DPG foram includos no estudo. Utilizamos a escala de
Burke-Fahn-Marsden no pr e ps-operatrio para avaliao clnica. Anterior ao acrscimo de eletrodos foi
confirmado, por descontinuao da estimulao, que o paciente ainda estava respondendo ao tratamento.
Verificou-se que o ajuste das configuraes eltricas no permite a melhoria clinica. O segundo alvo foi
definido de acordo com o eletrodo inicial, o volume residual no Gpi psterolateral e ventral e os sintomas
clnicos. RESULTADOS: Aps a adio de eletrodos, melhoria significativa foi registrada para o conjunto da
populao (p = 0,005), para o subgrupo DYT1 negativo (p = 0,012), mas no para o subgrupo DYT1 (p = NS).
Quando os dados em um ano de seguimento de DBS foram comparados com os escores um ano aps a adio de
eletrodos, no houve diferena significativa medida nem para toda a populao nem para os subgrupos DYT1
positivo e DYT1 negativo. CONCLUSES: Implantao estereotxica guiada por RNM de eletrodos mltiplos
no Gpi sensorimotor sob anestesia geral parece ser um procedimento seguro para o tratamento de DGP e no
seguido de aumento das complicaes relacionadas com a cirurgia. A definio da posio do eletrodo adicional
baseado na distribuio dos sintomas distnicos a ser controlada e o volume residual no GPi. PALAVRAS-
CHAVE: Deep brain stimulation, dystonia, multiple electrodes, internal globus pallidus


305

TRATAMENTO DE OCLUSO AGUDA RECORRENTE DA ARTRIA
BASILAR COM FIBRINLISE INTRA-ARTERIAL E ANGIOPLASTIA COM
STENT E RE-FIBRINLISE
Guilherme Lucas O. Lima, Jos Luciano G. de Arajo, Edaurdo E. P. Costa, Joo F. Melo Neto, Nilson Pinherio
Jr, Rdio L. B. Cmara, Bruno H. P. Gis, Thiago A. F. Rocha, Raissa G. V. C. Barros, Adrielly S. F.

Hospital do Corao de Natal (RN)

INTRODUO/OBJETIVO: O AVC a principal causa de morte no Brasil entre os bitos por doenas
cerebrovasculares, por isso de suma importncia de seu diagnstico e tratamentos precoces. Dentre suas
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
causas, encontra-se a ocluso da artria basilar que apresenta uma elevada taxa de mortalidade e cujo tratamento
de fibrinlise intrarterial tem se mostrado o procedimento com melhor resultado clnico. Entretanto, muitas
vezes necessrio a implantao de stents como auxiliar para restabelecer o fluxo da artria basilar. Esse
trabalho tem por objetivo reportar um caso de ocluso aguda de artria basilar submetido fibrinlise intra-
arterial e angioplastia com implante de stent e re-fibrinlise. MATERIAL/MTODOS: Relato de caso +
Reviso bibliogrfica. RESULTADO: Masculino, 82 anos, antecedentes patolgicos desconhecidos. Admitido
com alterao de linguagem e hemiparesia direita de incio sbito. Tomografia sem alteraes. Angiografia de
emergncia: ocluso total da artria basilar. Infuso de alteplase 10 mg com desobstruo da artria. Melhora
clnica imediata. Seguida de piora do nvel de conscincia. Nova tomografia sem hemorragias. Na sala de
hemodinmica, nova ocluso da artria basilar. Realizada angioplastia+stent, com excelente resultado
radioanatmico. No houve recuperao clnica. Nova angiografia revelou trombose intra-stent. Infundido mais
20 mg de rtPA-alteplase e angioplastia com balo. Recuperao total do fluxo arterial. Recuperao clnica
importante. CONCLUSO: A reverso do quadro clnico por meio da conduta intervencionista rpida e eficaz
foi observada neste caso. Porm a reavaliao constante ps-operatria sugeriu uma complicao da fibrinlise
(hemorragia), que no foi evidenciada em imagem. As abordagens realizadas em seguida (stent+rtPA) para
reestabelecer um fluxo basilar perene permitiram uma evoluo clnica excelente. Conclui-se que a abordagem
imediata dos AVC medida salvadora.PALAVRAS-CHAVE: Fibrinlise, trombose, acidente vascular
cerebral


307

CASUTICA E RESULTADO DOS 537 ANEURISMAS CEREBRAIS DO
POLGONO ANTERIOR, OPERADOS NOS LTIMOS 10 ANOS NA
ASSISTNCIA NEUROLGICA DE SO BERNARDO, SUA DISTRIBUIO
ANATMICA E PARTICULARIDADES CIRRGICAS
Daniel C. Kirchoff, Dierk F. B. Kirchoff,Paulo H. Aguiar, Luis P. Alves, Lorenza Pereira, Renato A. S. Ribeiro,
Fbio A. F. Okuda

Servio de Neurocirurgia da Assistncia Neurolgica de So Bernardo

INTRODUO: Pacientes portadores de aneurismas da circulao anterior, operados na Assistncia
Neurolgica de So Bernardo, nos ltimos 10 anos, analisamos 537 aneurismas operados, dos quais 457 rotos,
80 no rotos, e 53 pacientes, tinham aneurismas mltiplos. MATERIAL E MTODO: 537 pacientes operados
de aneurismas do Polgono anterior, com as seguintes localizaes: aneurisma oftlmica 27; aneurisma
hipofisria 03; aneurisma COP 203; aneurisma coroidea anterior 02; aneurisma bifurcao de cartida 17;
aneurisma de A1 (direita) 01; aneurisma de co Anterior 151; aneurisma pericalosa 06; aneurisma de M1 03;
aneurisma de bi ou trifurcao de mdia 124. A maioria dos pacientes veio ao servio no dia da ruptura, e dentro
da primeira semana quase 85%, s 15% aps. Nos posterior abordagem cirrgica. DISCUSSO: Nestes
doentes manter um fluxo cerebral adequado e, portanto no fazer hipotenso exagerada. Pacientes com HSA que
apresentam logo aps o icto um Glasgow de 15 tm 10% de mortalidade, com Glasgow de 13 e 14 tm 14% de
mortalidade e os com Glasgow abaixo de 12, tm 33% de mortalidade, alm do risco de ressangramento nas
primeiras 24h e vasoespasmo. Por isso indicamos cirurgia o mais precoce possvel. Com abordagem
dependendo da localizao do mesmo. RESULTADOS: As trs variveis mais estreitamente relacionadas com
resultado ruim aps HSA so estado neurolgico do paciente na admisso, idade e quantidade de sangue no
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
espao subaracnideo visto na TC inicial. Destes trs fatores, o estado neurolgico inicial, particularmente o
nvel de conscincia, o mais importante fator determinante do prognstico. Nos demais pacientes que no foi
identificado sinais de vasoespasmo, foram os que melhor evoluram no ps operatrio. CONCLUSO:
Demonstrar a casustica e o resultado cirrgico, assim como a diversidade de localizaes das leses e suas
diferentes tcnicas de abordagem no servio, levando em conta os fatores prognsticos consagrados na literatura
tendo assim bons resultados nesta expressiva amostra. PALAVRAS CHAVE: aneurismas, anterior, cirurgia


308

DESAFIO DO TRATAMENTO DOS ANEURISMAS DE ARTRIA
COMUNICANTE ANTERIOR. SUAS CARACTERISTICAS ANGIOGRFICAS
EM RELAO PREVISO DE RISCO HEMORRGICO E VASOESPASMO
Daniel C. Kirchoff, Dierk F. B. Kirchoff,Paulo H. Aguiar, Luis P. Alves, Lorenza Pereira, Renato A. S. Ribeiro,
Fbio A. F. Okuda

Servio de Neurocirurgia da Assistncia Neurolgica de So Bernardo

INTRODUO: So avaliados 151 aneurismas de comunicante anterior da Assistncia Neurolgica de So
Bernardo,nos ltimos 10 anos. So analisados os pacientes quanto ao tamanho e, posio do aneurisma no
complexo comunicante anterior a direo do fundus e se era lobulado ou liso e, a sua forma. Existiria a
possibilidade de baseado nestes dados, inferir sobre a rupturalidade do mesmo? MATERIAL E METODOS:
Dos 537 aneurismas operados da circulao anterior, no servio nos ltimos 10 anos, 151, foram de localizao
no complexo da comunicante anterior (28,1%) DISCUSSO: A avaliao angiogrfica mereceu especial
ateno quanto posio do aneurisma no complexo comunicante anterior o seu tamanho e a projeo do
fundus nos interessavam tambm a forma e a regularidade ou irregularidade de suas paredes e, se isto de certa
forma poderia dar alguma informao sobre a rupturalidade deste aneurisma, vaso espasmo. E descrita tcnica
microcirurgica usada, as dificuldades nas diferentes projees, dificuldades de clipagem, as alternativas e
finalmente so discutidos os resultados. Os aspectos angiogrficos estudados foram, a lateralidade dos
aneurismas dentro do complexo da comunicante anterior, mostrando-se uma lateralidade para a esquerda em
53,7%; para a direita, 27% e, medial 19,3%. A direo de projeo do fundus e, se o aneurisma era liso ou
irregular ou lobulado. RESULTADOS: Nos aneurismas rotos, encontramos na angiografia, sinais de
vasoespasmo homolateral (22) e contralateral ao aneurisma (17), assim como tambm, em sua maioria bilateral
(71) envolvendo A1 e A2. Em 6 casos, com o desenvolver do vaso espasmo, com enorme queda do sensrio,
optou-se por aguardar a melhora clinica dos pacientes para posterior abordagem cirrgica. Nos demais pacientes
no foi identificada sinais de vasoespasmo. (41). Estes pacientes foram os que melhor evoluram no ps
operatrio. CONCLUSO: Os resultados foram bons em 94%, razoveis em 4%, ruim em2%%, um paciente,
correspondendo a 0,6% faleceu em decorrncia de complicao cirrgica, e 1,4% faleceram por complicaes
clinicas. H uma dependncia total de como o paciente se encontrava antes da cirurgia, quanto melhor o status
pr cirrgico, melhor o status ps cirrgico. PALAVRAS CHAVE: aneurismas, comunicante anterior cirurgia


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TRATAMENTO DE FISTULA DURAL ARTERIOVENOSA EM REGIO DA
INCISURA TENTORIAL ESQUERDA. ABORDAGEM POR VIA VENOSA
DIFICULTADA EM RAZO DO LONGO TRAJETO
Guilherme Lucas O. Lima, Jos Luciano G. de Arajo, Eduardo E. P. Costa, Joo F. Melo Neto, Nilson Pinheiro
Jr, Rdio L. B. Cmara, Bruno H. P. Gis, Thiago A. F. Rocha, Maria C. M. Chacon, Thiago H. M. Costa,
thalo R. M. A. de Lima

Hospital do Corao de Natal (RN)

INTRODUO/OBJETIVO: Fstulas arteriovenosas durais (FAVD) so conexes anormais arteriovenosas na
dura-matr. Representam 10-15% das MAVs intracranianas. Associam-se a trombose venosa, trauma, cirurgia
intracraniana; algumas so congnitas. Podem ser sintomticas ou assintomticas. Drenagem cortical aumenta
risco de sangramento, por isso instituir teraputica fundamental. Relatar caso de FAVD profunda.
MATERIAL/MTODOS: Relato de caso. RESULTADOS: Masculino, 57 anos, HAS, ex-tabagista. Cefalia
intensa sbita, vmitos e hemiparesia esquerda. Em 01/03/2007 apresentava rigidez nucal e hemiparesia
esquerda. Angiografia cerebral: FAVD na incisura tentorial esquerda. Irrigao: ramos durais carotdeos
externos e internos. Drenagem: veia basal dilatada, tributria da veia de Galeno. Seio lateral esquerdo no
opacificado. Ausncia de aneurisma. Embolizao com ocluso parcial. Evoluo clnica favorvel. 2 sesso
endovascular aps 3 meses, presena de FAVD entre ramos menngeos da ACID e da AICA com veias na
proximidade da incisura tentorial, drenagem para plexo pterigide. Nova anlise do lado esquerdo mostrou
fstula entre ramos durais cartideos internos, occipital, maxilar interna, menngea mdia e seio venoso
localizado na borda livre tentorial, com drenagem profunda. Seis meses depois, 3 sesso endovascular.
Persistncia da fstula na borda livre do tentrio direto. Irrigao: ramos durais do tronco nfero-lateral da ACId
e menngeos da AICA direita. Drenagem: veias do clivus e tributria da jugular. A fstula esquerda entre do
tronco nfero-lateral da ACI, menngea mdia, ramos menngeos da AICA, com drenagem para veia uncal
dilatada, veia basal contralateral, veia de Galeno e seio reto. Tentativa de embolizao arterial sem sucesso. Em
2008 embolizao venosa, 9 espirais de platina, ocluso total da fstula. CONCLUSES: Embolizao, quando
possvel, uma tcnica bastante recomendada, menos invasiva e eficaz. Relevncia do relato pelo desafio
tcnico da navegao, longo trajeto e utilizao de teraputica de vias combinadas transarterial-transvenosa.
PALAVRAS-CHAVE: Fstula arteriovenosa dural, endovascular, embolizao


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FISTULA ARTERIOVENOSA DURAL: SRIE DE CASOS CONSECUTIVOS
DESDE 1999 TRATADOS EM NATAL/RN
Guilherme Lucas O. Lima, Jos Luciano G. de Arajo, Eduardo E. P. Costa, Joo F. Melo Neto, Nilson Pinheiro
Jr, Rdio L. B. Cmara, Bruno H. P. Gis, Thiago A. F. Rocha, Maria C. M. Chacon, Thiago H. M. Costa,
thalo R. M. A. de Lima

Hospital do Corao de Natal (RN)

INTRODUO/OBJETIVO: Fstulas arteriovenosas durais (FAVD) so conexes anormais arteriovenosas
dentro da dura-mter. Constituem 10-15% de todas MAVs intracranianas. Origem no esclarecida. Podem ser
assintomtica ou sintomtica. O padro de drenagem importante preditor do comportamento clnico, refluxo
venoso cortical pode causar aneurismas venosos, ectasias e estenoses, aumentando risco de hemorragias
intracranianas ou infarto. Relatar srie de casos de FAVD e reviso da literatura. MATERIAL/MTODOS:
Reviso de 18 casos consecutivos desde 1999 no HCN. Dados demogrficos, sintomas, localizao, irrigao-
drenagem, classificao Cognard, tratamento-evoluo. RESULTADOS: Na srie o sexo masculino prevalece
(55%). Distribuio etria: 72%adultos e 28%idosos. Histria clnica: Cefalia-33%, Ps-cirurgia intracraniana-
11%, Ps-crise convulsiva-11%, Sndrome de HIC-11%, Hemorragia-28%, Rudo pulstil-11%, Alterao
visual-5%, Hematoma-5%, Paralisia III nervo-5%. Todos realizaram angiografia cerebral, 61%TC, 33%RNM,
11%Anatomo-patolgico e 5% doppler cervical, puno liqurica e EEG. Localizao: seio transverso bilateral
17%, seio lateral esquerdo 17%, regio da incisura tentorial 11%, casos individuais na regio parietal posterior
esquerda, loja cavernosa direita, regio de forame jugular, parietooccipital direita, seio marginal direito, incisura
tentorial direita, osseo-cutaneo-dural, osteodural occiptotemporal esquerdo, seio lateral direito, andar anterior da
base do crnio. Classificao Cognard: 39% tipo I, 33% tipo III, 11% II b, 11% IV, 5% IIa+b, 5% V.
Tratamento: Embolizao em 100%. Em 18% associou procedimento cirrgico. Reduo parcial em 56%, 28%
reduo completa. CONCLUSES: A srie local concordante com a literatura na distribuio demogrfica e
evoluo clnica com tratamento endovascular. Cefalia como apresentao inicial descrita na sria difere da
literatura, que informa hemorragia como sintoma-chave. Classificao de Cognad de graus mais leves (I e III)
foi identificada nesta srie. O tratamento endovascular modalidade teraputica eficaz nas FAVD
PALAVRAS-CHAVE: Fstula arteriovenosa dural, endovascular, embolizao


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GLIOBLASTOMA MULTIFORME NA AIDS: DIAGNSTICO DIFERENCIAL
INCOMUM
Rdio L. B. Cmara, Jos L. G. de Arajo, Eduardo E. P. da Costa, Zeigler A. Fernandes, Guilherme L. O.
Lima, Bruno H. P. Gis, Thiago A. F. da Rocha, dison M. A. de Lima, Adrielly S. F. Demartelaere, Andressa
F. Camilo, Dayara A. Ferro, Eider M. Saraiva, Hugo C. Felipe, Ithalo R. M. A. de Lima, Joclio R. da Silva,
Jos M. M. Souza, Juliano J. da Silva, Larissa C. A. da Silva, Maria C. M. Chacon, Patrick A. G. Cavalcante,
Pedro H. A. da Silva, Rafael M. Vasconcelos, Rafael F. D. de Brito, Raissa G. V. C. Barros, Rayanna C. R. da
Costa, Thailane M. F. Chaves, Thais A. Suassuna, Thiago H. M. Costa, Tiago C. Roque, Ulida J. Farias

Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel - Secretaria de Estado da Sade Pblica do Rio Grande do Norte
Hospital Universitrio Onofre Lopes - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, Natal (RN)

INTRODUO. Exames de imagem so imperativos em pacientes com AIDS e comprometimento do nvel de
conscincia. Detectando-se leses expansivas, diversas etiologias so suspeitadas mais frequentemente:
infecciosas (toxoplasmose, leucoencefalopatia multifocal progressiva, criptococose, tuberculose, abscessos
bacterianos, citomegalovirose) e tambm neoplsicas (linfoma primrio no-Hodgkin, linfoma sistmico,
metstase sarcoma Kaposi). Todas essas leses podem apresentar reforo anelar na TC. Entretanto, nesse rol
tambm se inclui o glioblastoma multiforme (GBM) que pode ter mesmo aspecto, constituindo diagnstico
diferencial incomum. Nesses pacientes, o GBM mais freqente e ocorre em idade mais jovem que na
populao geral, possivelmente favorecido pela imunossupresso. MATERIAIS E MTODOS. RELATO DE
CASO. Masculino, 35 anos. HMA. Encaminhado de hospital secundrio. Estivera internado por 3 semanas:
quadro consumptivo e infeccioso pulmonar. Apresentou rebaixamento progressivo do nvel de conscincia
associando-se tetraparesia, mais acentuada esquerda. Solicitada avaliao neurocirrgica de urgncia aps TC
crnio. Antecedentes. Alcoolismo. tosse e febre. TB?. SI DA?. AVC? Achados clnicos-
neurolgicos. MEG, caquexia extrema, entubado, ventilao mecnica, AO esboada, MRV prejudicada, MRM
esboo flexo inespecfica, tetraparesia espstica pior esquerda, pupilas isomtricas bradirreativas. RX trax -
Infiltrado difuso e irregular. TC crnio (21/12/10) Volumosa leso expansiva hipodensa com captao anelar de
contraste no tlamo direito com acentuado edema perilesional, desvio linha mdia, distoro dos ventrculos
laterais, sugerindo abscesso. Leso com mesmas caractersitcas: lobo frontal direito. Pequeno sangramento
parietal esquerdo. Dilatao ventricular supratentorial. Conduta. Trepanaes frontal e parietal direita com
bipsia das leses (slidas tentativa de aspirao) e instalao de DVE. Exame completo de lquor:
celularidade normal, aumento da proteinorraquia. Teste triagem para HIV: positivo. Internao inicial em UTI
geral e transferncia posterior para UTI infectologia em hospital referncia. Teste teraputico para
neurotoxoplasmose e TB. Evoluo. Quadro crtico mantido, evoluindo para bito no 10 PO. Exame
histopatolgico (resultado liberado post mortem) Glioblastoma multiforme. DISCUSSO/CONCLUSO. Em
casos de AIDS e gliomas, a sobrevida normalmente ditada pelo tumor e no pelo status da infeco pelo HIV.
Entretanto, neste paciente, devido ao quadro clnico global extremamente avanado apresentado desde a sua
admisso, e mesmo controlando a hidrocefalia aguda com instalao de DVE, no foi alcanada evoluo
satisfatria que permitisse iniciar um programa de tratamento especfico para o glioblastoma, um diagnstico
que no chegou a ser suspeitado como a etiologia das leses biopsiadas, pela sua raridade entre outras condies
mais freqentes no contexto da imunodeficincia. PALAVRAS CHAVE. Glioblastoma. AIDS. Diagnstico
Diferencial.


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TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA MALFORMAO ANEURISMTICA
DA VEIA DE GALENO POR DIFERENTES TCNICAS
Svio B. Primo de Siqueira, Siqueira C. M., Eugnio C., Lzaro B. C. R., Siqueira A., Bastos E., Carvalho J. D.

Hospital So Jos do Ava, Itaperuna (RJ)

INTRODUO: As malformaes aneurismticas da veia de Galeno so anomalias congnitas raras que
causam alta morbidade e mortalidade, particularmente em neonatos, caracterizadas por fstulas arteriovenosas na
parede de um canal vascular persistente chamado de veia prosenceflica mediana. Apresentam-se clinicamente
com insuficincia cardaca, hidrocefalia, hemorragia ou atraso do desenvolvimento. Nos ltimos anos com o
advento de tcnicas endovasculares a morbidade e mortalidade desta patologia tem diminudo. MATERIAIS E
MTODOS: Relato de dois casos de pacientes com aumento do permetro ceflico ao nascimento devido
malformao aneurismtica da veia de Galeno (MAVG) diagnosticada por exames de neuroimagem, e
tratamento endovascular. RESULTADOS: Os pacientes apresentaram-se, ao nascimento, com aumento do
permetro ceflico e retardo do desenvolvimento, sendo investigados com TC e RNM de crnio, evidenciando
leso compatvel com MAVG e hidrocefalia, e tambm, ecocardiograma demonstrando ausncia de
insuficincia cardaca. Angiografia cerebral confirmou a presena de MAVG do tipo coroidal, sendo realizado
tratamento endovascular por via venosa transtorcular no caso 01, com diminuio do permetro ceflico no ps
operatrio, e via arterial, transfemoral no caso 02, com ocluso da MAVG e terceiro ventriculostomia para
correo da hidrocefalia. CONCLUSO: Com o advento e desenvolvimento de tcnicas endovasculares, os
pacientes portadores de MAVG podem ser tratados e curados, impedindo a evoluo da doena e permitindo o
tratamento da hidrocefalia e reabilitao precoce. PALAVRAS-CHAVE: Malformao aneurismtica, veia de
Galeno, endovascular


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TRATAMENTO ENDOVASCULAR DOS ANEURISMAS INCIDENTAIS DA
ARTRIA CEREBRAL MDIA
Svio B. Primo de Siqueira, Siqueira C. M., Eugnio C., Lzaro B. C. R., Siqueira A., Bastos E., Carvalho J. D.

Hospital So Jos do Ava, Itaperuna (RJ)

OBJETIVO: Mostrar os resultados de trinta e um casos de aneurismas incidentais da artria cerebral mdia,
tratados pelo mtodo endovascular, com acompanhamento clnico e angiogrfico no perodo mnimo de seis
meses. MTODOS: Foram avaliados quarenta e um pacientes portadores de aneurisma incidental, das
diferentes pores da artria cerebral mdia, atravs de estudo retrospectivo, no perodo de julho de 2003 a abril
de 2008 em um centro de referncia. Quatro destes pacientes foram alocados para o tratamento cirrgico, devido
geometria complexa, colo largo e disposio dos ramos distais junto do colo aneurismtico. Em seis pacientes
foi adotada conduta conservadora, por serem menores que trs milmetros, incidentais e/ou portadores de
morbidade. Dos trinta e um casos selecionados, vinte e dois pacientes eram mulheres e nove homens, e a mdia
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
de idade foi de 59 anos. Os aneurismas foram classificados atravs de angiografia digital nos seguintes aspectos
colo: largo 20 pc.- colo estreito 11pc. - Tamanho: RESULTADOS: Em 14 pacientes foi necessrio o uso de
device, onze devido ao colo largo. Houve seis intercorrncias per embolizao, com apenas trs pacientes
apresentando novo dficit neurolgico ps-procedimento. No foi visualizada recanalizao ou retratamento dos
casos realizados. CONCLUSO: O tratamento endovascular mostrou-se seguro e eficaz, com uma morbidade
baixa de aproximadamente 10% e taxa de recanalizao prxima de zero. O uso de device facilitou o tratamento
dos aneurismas complexos. O tratamento endovascular dos aneurismas da artria cerebral mdia mais um
recurso utilizado pelo neurocirurgio, no tratamento individualizado desta patologia PALAVRAS-CHAVE:
ANEURISMA, CEREBRAL MDIA, EMBOLIZAO


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ANEURISMAS DA ARTRIA CEREBELAR PSTERO-INFERIOR (ACPI)
ASSOCIADO A MALFORMAES ARTERIOVENOSAS
Svio B. Primo de Siqueira, Siqueira C. M., Eugnio C., Lzaro B. C. R., Siqueira A., Bastos E., Carvalho J. D.
Hospital So Jos do Ava, Itaperuna (RJ)

INTRODUO: Os aneurismas decorrentes da artria cerebelar pstero-inferior (ACPI) so leses incomuns
que equivalem a at 3 % dos aneurismas cerebrais. A maioria encontra-se na juno da artria vertebral e a
ACPI. A associao de aneurismas com malformaes arteriovenosas (MAV) cerebrais um fator de risco para
a ocorrncia de hemorragia intracraniana espontnea e ressalta a importncia do regime de alto fluxo criado pela
MAV, na formao dos aneurismas cerebrais. Devido sua complexidade anatmica e infrequncia de leses
em ACPI, aneurismas nesta localizao so pouco descritos na literatura e raramente associaes com MAV so
vistas. OBJETIVO: Este trabalho prope uma anlise retrospectiva de pacientes com aneurismas da ACPI
associados MAV. O estudo traz uma anlise de casos com esta associao, avaliando os fatores de risco, as
caractersticas do aneurisma e tipo de tratamento proposto, comparando-os com a estatstica da literatura.
MATERIAIS E MTODOS: Estudo retrospectivo, no perodo entre maio de 2002 e setembro de 2010,
realizado em centro de referncia no tratamento da doena crebro vascular. Foram avaliados 45 aneurismas da
ACPI, sendo que em cinco casos havia associao com MAV. RESULTADOS: Dos 40 aneurismas da ACPI,
dois (5%) apresentavam-se em localizao distal P3-P4, porm nos portadores de MAV a presena de aneurisma
distal foi de 60%. CONCLUSO: Verificamos nesta casustica uma forte associao de aneurisma distal em
pacientes portadores de MAV. Este dado vai de encontro fisiopatologia das MAV, levando ao aumento de
fluxo e, por conseguinte, formao de aneurismas distais de hiperfluxo. PALAVRAS-CHAVE: Aneurisma,
malformao, artria cerebelar pstero-inferior
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INDICAES E RESULTADOS DA ESTIMULAO CEREBRAL
PROFUNDA EM PORTADORES DE SNDROMES DISCINTICAS E
DISTNICAS SECUNDRIAS A ANXIA PERINATAL
Moura A (1,7), Maldonado IL (1,7), Burger N (1-7), Vergani F (1,7), Cif L (1-7), Gonzalez V (1-7), Sanrey E
(1-7) , Coubes P (1-7), Brethom M (1-7)

1 Unit mdico-chirurgicale de Neurochirurgie fonctionnelle et strotaxique ; 2 Unit de Recherche sur les
Mouvements Anormaux ; 3 CHRU Montpellier ; 4 Institut de Gnomique Fonctionnelle ; 5 CNRS UMR5203 ; 6
INSERM, U661; 7 Universit Montpellier I, Montpellier, France.

OBJETIVO: Relatar os resultados e analisar os critrios para estimulao cerebral profunda (ECP) palidal nas
sndromes distnico-discinticas (SDD) secundrias a anxia perinatal. MATERIAIS E MTODOS: Estudo
retrospectivo realizado entre 01/01/2000 e 2007/01/12 em uma srie consecutiva de 30 pacientes apresentando
danos estruturais limitados aos gnglios da base (critrio anatmico) e preservao parcial da funo piramidal.
A cirurgia consistiu na implantao direta guiada por ressonncia magntica estereotxica sem utilizao de
microeletrodos. Os resultados foram avaliados usando as escalas de Burke, Fahn-Marsden Distonia Rating Scale
(BFMDRS) e a Brethom Quality of Life Rating Scale (B-QoL) desenvolvida na nossa instituio.
RESULTADOS: A apresentao neurolgica foi de SDD \"pura\" em 6%, mista com predominncia de sinais
extrapiramidais em 83% e mista com predominncia de sintomas piramidais em 10% dos casos. Leses da
poro posterior do motor do putmen foi observada em 90% e do GPE em 86% dos pacientes. Leses do
tlamo motor (Vim, VOP) foram vistos em 33% dos casos e do crtex motor central em 33% dos casos,
sobretudo na forma mista com predominncia piramidal. O globo plido interno (GPi) encontrava-se
estruturalmente normal no grupo \"SDD pura\". Todos os pacientes do grupo SSD mista com predominncia
extrapiramidal apresentaram melhorias, as mais notadas sendo orofaciais, axiais e dos membros superiores. O
controle completo dos sintomas extrapiramidais foi obtido em 10 pacientes ao final de 2,5 anos de seguimento.
A melhora clnica, de acordo com o escore motor BFMDRS, foi significativa. Melhora de 15% em um ano para
os adultos e 17% de melhora para as crianas. No houve melhora significativa no escore funcional para as
crianas. CONCLUSO: A estimulao palidal parece representar um avano importante no tratamento de
sndromes distnicas e discinticas aps anxia perinatal. A seleo dos pacientes fundamental e baseia-se em
critrios clnicos e radiolgicos. PALAVRAS-CHAVE: distonia, discinesia, anoxia; globo plido; DBS


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TRATAMENTO CIRRGICO DOS ANEURISMAS DA ARTRIA
COMUNICANTE ANTERIOR DETALHES TCNICOS CIRRGICOS E
RESULTADOS DA CASUSTICAS DO SERVIO, DOS 151 CASOS DOS
LTIMOS 10 ANOS
Daniel C. Kirchoff, Dierk F. B. Kirchoff,Paulo H. Aguiar, Luis P. Alves, Lorenza Pereira, Renato A. S. Ribeiro,
Fbio A. F. Okuda

Servio de Neurocirurgia da Assistncia Neurolgica de So Bernardo

INTRODUO: Discutir as nuances tcnicas das abordagens cirrgicas dos aneurismas do complexo da
artria comunicante anterior conforme as caractersticas anatmicas e angiogrficas das leses.Melhores tipos
de abordagem e formas de tratamento a depender ps particularidades de cada caso. MTODOS: Com base na
experincia obtida com craniotomia pterional realizada em 151 casos nos ltimos 10 anos na Assistncia
Neurolgica de So Bernardo, dos aneurismas do complexo da artria comunicante anterior, complementada
com retirada do giro reto quando necessrio e suas implicaes e relaes com os ramos oriundos desta regio.
RESULTADOS: A direo do segmento A1 se correlaciona com a do aneurisma. A patncia dos segmentos A1
e A2 contralaterais deve ser observada. A aderncia do aneurisma ao nervo ptico restringe a retrao do lobo
frontal. A aspirao do giro reto til quando o aneurisma tem localizao alta e a correlao do aneurisma com
os ramos da cerebral anterior como agravante na tcnica cirrgica e prognstico do paciente. Os resultados
foram bons em 94%, razoveis em 4%, ruim em 2%,um paciente, correspondendo a 0,6% faleceu em
decorrncia de complicao cirrgica, e 1,4% faleceram por complicaes clinicas. H uma dependncia total
de como o paciente se encontrava antes da cirurgia, quanto melhor o status pr cirrgico, melhor o status ps
cirrgico. CONCLUSES: Os aneurismas da comunicante anterior esto entre os aneurismas intracranianos
mais complexos. Os detalhes tcnicos acima apontados so essenciais para o sucesso teraputico e bom
prognstico dos casos como observado em nossa casustica. PALAVRAS-CHAVE: Aneurisma intracraniano.
Aneurisma da artria comunicante anterior, cirurgia


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CORRELAO E TRATAMENTO DO VASO ESPASMO NO TRATAMENTO
CIRRGICO DOS ANEURISMAS DA ARTRIA COMUNICANTE
ANTERIOR DETALHES TCNICOS CIRRGICOS E CLNICOS PS-
OPERATRIOS E RESULTADOS DA CASUSTICAS DO SERVIO, DOS 151
CASOS DOS LTIMOS 10 ANOS
Daniel C. Kirchoff, Dierk F. B. Kirchoff,Paulo H. Aguiar, Luis P. Alves, Lorenza Pereira, Renato A. S. Ribeiro,
Fbio A. F. Okuda

Servio de Neurocirurgia da Assistncia Neurolgica de So Bernardo
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
INTRODUO: O vasoespasmo cerebral afeta 30% a 70% das HSA que sobrevivem. Ela a causa de morte
ou incapacidade em 13,5% dos pacientes. Comea pelo terceiro dia aps HSA e desaparece de 10/15 dias
deixando cerca de um tero dos pacientes com dficit permanente. O vasoespasmo est diretamente relacionada
com a quantidade sangue no espao subaracnideo. Conduzido os neurocirurgies a removerem estes cogulos
precocemente para prevenir o vasoespasmo. MATERIAIS E MTODOS: Com base em151 casos operados
nos ltimos 10 anos na Assistncia Neurolgica de So Bernardo, dos aneurismas da comunicante anterior,
complementada com risco e prognostico de vaso espasmo nestes casos. DISCUSSO: Pacientes com alto risco
de vasoespasmo podem ser identificados cedo, usando um ndice de risco, baseado na combinao de variveis,
pode representar paradigma preditor superior aos j convencionalmente usados. As variveis so :1. Espessura
do cogulo na TC; 2. Elevao precoce da velocidade de fluxo na cerebral mdia (> 110 cm/seg); 3. Glasgow
inferior a 14; 4. Ruptura de aneurisma da anterior ou da cartida interna. Fatores Prognsticos dos
vasoespasmos: 1. O vasoespasmo angiogrfico foi importante nos pacientes com mal resultado (26,1%). 2. idade
no constitui fator de risco na cirurgia dos aneurismas intracranianos, desde que o paciente esteja em boas
condies clnicas. 3. O grau clnico exerce papel importante para a obteno de excelentes resultados e bons
resultados, sendo os graus I, II e III os que melhor evoluem, mais de 50% dos pacientes apresentaram completa
recuperao tendo retornado s suas atividades habituais. CONCLUSO: estratgias para resolver este
problema: a) cirurgia precoce e uso de antagonistas do clcio; b) remoo trans-operatria do mximo de
cogulos e colocao de agentes fibrinolticos no espao subaracnideo e manipulao mnima dos vasos
sangneos; c) medidas ps-operatrias como hipervolemia e hemodiluio; d) hipertenso, hipervolemia e
hemodiluio - Triplo H; e) vasodilatadores intra-arteriais; f) angioplastia transluminal. PALAVRAS-CHAVE:
Vasoespeasmo, aneurisma, comunicante anterior


320

AVALIAO CLNICA E SELEO DE PACIENTES PORTADORES DE
HEMIDISTONIA ADQUIRIDA PARA TRATAMENTO POR ESTIMULAO
CEREBRAL PROFUNDA
Ribeiro de Moura AM (1,3), Maldonado IL (1-3),Gonzalez V (1,3), Cif L (1,3), Menjot N (2), LeBars E (2),
Coubes P(1,3)

Services de Neurochirurgie (1), Neuroradiologie (2) et URMA - Unit de Recherche sur les Mouvements
Anormaux (3) du CHU Montpellier, Frana

INTRODUO E OBJETIVOS: Hemidistonia e uma condio na qual o paciente apresenta distonia
hemicorporal. A mais freqente etiologia o acidente vascular cerebral seguido das leses perinatais e do
trauma. A distonia se instala aps o dano inicial e aps um retardo varivel de meses a anos. MATERIAL E
METODOS: Ns relatamos uma srie descritiva consecutiva de 10 pacientes, seis submetidos estimulao
cerebral profunda entre 2004 e 2010, com dois eletrodos no mesmo hemisfrio cerebral e em dois alvos: o Gpi
sensitivomotor e o tlamo (Vim, Vop). Os pacientes foram avaliados com RNM, PEM (potencial evocado
motor), PES (potencial evocado sensitivo), SPECT DatScan, e RNM funcional em casos selecionados.
RESULTADOS: Cinco pacientes apresentavam discinesia. A RNM mostrou leses localizadas: palido-
estriatais, estriadas unilaterais ou talmicas. Todos os pacientes apresentaram PEM normais e oito PES
anormais. Todos pacientes apresentaram hipoperfuso ao SPECT. O ndice de ligao no Datscan esteve baixo
em 8 pacientes, trs deles com envolvimento putaminal isolado. O tratamento com Levodopa foi globalmente
ineficaz. Cinco pacientes foram submetidos a um teste de baclofeno intratecal. Em quatro ele foi considerado
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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
negativo. Cinco pacientes implantados apresentaram melhora clnica. Um paciente foi implantado inicialmente
no Gpi e posteriormente no tlamo por ausncia de resposta. Esse paciente apresenta hemidistonia/hemiatrofia
de origem desconhecida e refratria ao Baclofeno. Quatro pacientes obtiveram melhora com reduo da
discinesia, distonia e dor. CONCLUSES: O critrio clinico principal para a indicao cirrgica nesta srie foi
a associao de discinesia, a ausncia de retraes fixa tendinosas e um dficit motor no invalidante. Tem sido
hipotetizado que a hemidistonia possa ser secundria a uma reorganizao anormal dos circuitos motores apos
leso cerebral. A RNM funcional um instrumento que promete avanos na anlise dos padres das redes
reorganizadas. PALAVRAS-CHAVE: Deep brain stimulation, dystonia, multiple electrodes, hemidystonia


322

DIAGNSTICO E TRATAMENTO DOS PROLAPSOS DISCAIS LOMBARES-
EXPLORAO NEGATIVA E POSSIVIS CAUSAS
Carlos Eduardo Cavalcanti

Hospital Geral de So Luis (MA)

RESUMO: Avaliamos 100 casos de pacientes submetidos interveno cirrgica devido a suspeita diagnstica
de Hrnia Discal Lombar, cujo achado intra-operatrio revelou trata-se de patologias correlatas, motivo pelo
qual publicamos este trabalho, fornecendo detalhadas informaes, as quais devem ser consideradas no pr-
operatrio e com detalhes na anatomia intra-operatria


323

PETROUS APEX WITH JUGULAR FORAMEN EXTENSION
CHONDROSARCOMA TOTALLY RESSECTED USING KAWASESS
APPROACH
Gustavo Rassier Isolan, Leandro Infantini Dini, Gustavo Maya Gabellini, Juliano Perez Chaves, Leonardo
Botelho

Graduate Program in Surgery, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Skull Base Surgery Unit Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre (RS)

INTRODUCTION AND OBJECTIVES: Skull base chondrosarcomas are rare tumors (0.15% of all
intracranial neoplasms and approximately 6% of skull base tumors1 and the surgical approach should be
carefully planned. Chondrosarcomas were previously thought to be similar to chordomas, but they follow a
different clinical course. They are a less aggressive tumor, with better prognosis and lower recurrence rate.
Tumors ideally suited for Kawases approach involve considerably more of the middle fossa than the posterior
fossa. Kawases approach is ideally suited to addressing lesions that involve the middle fossa near CN V, the
petrous apex and the middle third of the clivus. When a chondrosarcoma affects the jugular foramen a different
approaches are considered. Our goal is to present a case of chondrosarcoma of the petrous apex with jugular
foramen extension which was totally resected through Kawases approach CASE REPORT: A 25-year-old
300






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
woman, otherwise in good health , presented to the Department of Neurological Surgery (Skull Base Surgery
Unit) at HMV with a history of right abducens palsy four months ago and difficulty swallowing food and
hoarseness for one month. The exam included a detailed evaluation of her cranial nerve function as well as an
evaluation of her hearing. The hearing was normal and videofluoroscopy showed a swallowing and aspiration
disorder. The laryngoscopy showed right vocal cord paresis. Imaging demonstrated the presence of a
heterogeneously enhancing lesion arising from the right petrous apex and extending to the jugular foramen.
After further discussion regarding treatment options, the patient was taken to the operating room for an anterior
petrosectomy approach. Because the tumor extended to the jugular foramen widening the base of the skull
structures of the petrous apex to the jugular foramen we chose perform middle fossa peeling by drilling the
petrous apex, and if the jugular foramen region could not be reached, the procedure would later be completed
with a posterior petrosectomy. Right temporal craniotomy was performed with zygomaticotomy on the same
side. Lumbar drainage was used during the procedure and for the next three days postoperatively. The middle
meningeal artery was coagulated and sectioned. The greater superficial petrosal nerve was dissected and
preserved as well as the geniculate ganglion. The latter was identified by direct stimulation. The maxillary and
mandibular branches of the trigeminal nerve were dissected. The preoperative coronal temporal bone CT
showed bone pneumatizat ion on the surface of Kawase\'s triangle. At surgery its was drilled and the tumor was
identified in depth by pneumatization. Through this approach, the tumor was totally resected including the part
of the tumor in the jugular foramen. Kawase\'s triangle and the rest of the surgical cavity were filled with fat, the
anterior part of temporal muscle pedicled flap and fibrin glue. The patient had no postoperative neurological
disabilitie and swallowing and hoarseness improved in the immediate post-op. Abducens nerve palsy did not
improve. MRI in the first 24 hours post-surgery showed total tumor resection. Pathological analysis and
immunohistochemistry were consistent with a chondrosarcoma. CONCLUSION: Chondrosarcomas are
indolent but recurrent tumors. The goal of treatment is radical resection, and advances in microsurgical skull
base techniques have improved surgical excision. Treatment should be tailored to the individual patient. When
the tumor in the petrous apex enlarges the skull base and reaches the jugular foramen, Kawases approach could
be enough to resect the tumor without morbidity. KEY-WORDS: Petrous apex, jugular foramen,
chondrosarcoma, Kawasess approach, Skull base surgery


324

NEURALGIA TRIGEMINAL TPICA ALIVIADA POR QUIMIOTERAPIA
PARA CONTROLE DE ADENOCARCINOMA DE OVRIO relato de caso
Oliveira jr JO, Serrano SC, Marques RAS, Pierro Neto PA, Rossi TG, Seixas A.

Central da dor e estereotaxia do Hospital A C Camargo da Fundao Antonio Prudente, So Paulo (SP)

INTRODUO: A quimioterapia do cncer utiliza frmacos, como os alcalides da vinca, produzem, com
certa freqncia, neuropatia (em geral sensitiva perifrica). No entanto, mesmo para esses quimioterpicos
reconhecidamente neurotxicos h poucos relatos de comprometimento de nervos cranianos. Neste relato,
mostraremos uma doente que obteve controle acidental de uma neuralgia trigeminal aps uso da associao de
dois quimioterpicos pouco relacionados com efeitos neurotxicos (taxanos e anlogos da platina). RELATO
DO CASO: Doente N. M. G, 66 anos sofre de crises de dores do tipo choque na mandbula direita,
diagnosticada como neuralgia trigeminal tpica e primria desde 1994. No incio, o tratamento clnico
(carbamazepina 200mg 2 a 3 x/dia) promoveu controle total da dor porm, com retorno no final de 2006 com
maior intensidade. Em 2008 com o diagnstico de adenocarcinoma ovariano, recebeu tratamento com
301






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
citorreduo, seguida de quimioterapia (associao de um anlogo da platina, a carboplatina, e um taxano, o
placlitaxel). Posteriormente, sua teraputica foi alterada com a substituio da carboplatina pela cisplatina (um
outro anlogo da platina), quando referiu melhora e controle da neuralgia j no primeiro ciclo. DISCUSSO A
reduo da aferncia trigeminal mediante danos trmicos, mecnicos, isqumicos ou qumicos, deliberadamente
causados, pode promover analgesia em doentes com neuralgia trigeminal. Os efeitos neurotxicos de
quimioterpicos podem, de maneira semelhante pode amenizar o desconforto das neuralgias. Os relatos so
escassos sobre a remisso das crises de neuralgia trigeminal mediada pela neurotoxicidade de quimioterpicos
utilizados nesta paciente, no entanto, so descritos efeitos neurotxicos incrementados se utilizados no mesmo
tratamento, carboplatina e cisplatina. Neste caso notou-se uma resposta analgsica expressiva quando a
carboplastina foi substituda pela cisplatina. descrito o acrscimo do efeito neurotxico quando se usa esta
droga em seqncia no mesmo tratamento, apesar da doente em questo no apresentar sinais ou sintomas
neuropticos perifricos marcantes. O atual quimioterpico no tem descrio de neurotoxicidade.
CONCLUSO: A doente durante seu tratamento de carcinoma de ovrio fez uso de frmacos neurotxicos,
cuja soma e potencializao dos seus efeitos foram suficientes para reduzir o desconforto neurlgico.
PALAVRAS-CHAVE: Neuralgia trigeminal tpica, controle, quimioterapia


325
EVOLUO CLNICA DA FORA MUSCULAR NOS PACIENTE COM
GLIOMA DA REA MOTORA E MOTORA SUPLEMENTAR APS
CIRURGIA COM ESTIMULAO CORTICAL INTRAOPERATRIA
Luis Fernando Moura da Silva Jr., Tobias Alecio Mattei, Lucas Alves Aurich, Henry Koiti Sato, Mauricio
Coelho Neto, Ricardo Ramina

Instituto de Neurologia de Curitiba INC

RESUMO: Resseco de gliomas em areas eloquentes como rea motora e motora suplementar sempre foram
um grande desafio na prtica neurocirrgico pelo risco de sequela neurolgica grave. Uma ferramenta
importante utilizada nessas situaes a estimulao cortical para mapeamento intraoperatrio de reas
funcionais. Neste estudo, os autores avaliaram 25 paciente com gliomas da rea motora e rea motora
suplementar submetidos a tratamento cirrgico com estimualco cortical intraoperatria. Realizada avaliao de
fora pr-operatriam, ps-operatria imediada e aps 3 meses. Houve diferena significante entre a avaliao
pr e ps-operatria imediata mostrando piora da fora. Comparando a anise ps-operatria imediata e aps 3
meses, foi observada melhora dos dficits de todos. No houve signifcncia estatstica entre o grau de
malignidade da leso e a evoluo da fora no ps-operatrio e aps 3 meses. Os autores concluem que apesar
da piora funcional inicial aps a cirurgia, os paciente submetidos a resseco de gliomas em rea eloquente com
estimulao cortical intraoperatria aps 3 meses melhoram e no apresentam com perda severa da fora
muscular, sendo esta uma importante ferramente no tratamento destas leses

302






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

326

NEURONAVEGAO EM CIRURGIAS DA BASE DO CRNIO
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Lucas Alves Aurich, Erasmo Barros da Silva Junior, Ricardo Ramina

Instituto de Neurologia de Curitiba INC

INTRODUO: A neuronavegao uma tcnica que permite a localizao de estruturas profundas no
encfalo, que fazem parte da rotina neurocirrgica da base do crnio. Nesta subespecialidade impotante a
localizao exatas das estruturas pois so de difcil visibilizao, tamanho reduzido e grande relevncia
funcional. O objetivo deste estudo descrever a tcnica utilizada pelo INC e expor a casustica. MTODO:
Entre 2008 e 2010 foram realizadas 214 cirurgias da base do crnio e em 115 destas foi utilizada
neuronavegao. Em todos os casos foi realizada fuso de imagem CT-RM e fixao do sistema de navegao
ao Mayfield. O mtodo de registro foi realizado de acordo com a regio de interesse. RESULTADOS:
Realizado registro com adesivos fiduciais em 3 casos, Surface matching em 31, pontos de referncia
superficiais na pele em 72 e referenciais intraoperatrios em 9. Quanto a falha da acurcia, observada em 1 caso
de registro por fiduciais por brainshifting (tumor de fossa anterior) e 3 casos por referenciais anatmicos (2 por
desvio da estrela e outro por falha no registro. CONCLUSO: Todas as tcnicas de registro tm mesma
acurcia. Os referenciais anatmicos e intraoperatrios so mais rpidos, mais seguros e tem menor custo,
entretando necessitam ser realizados por pessoas experientes com o mtodo. A fuso CT-RM no interfere na
acurcia e traz mais informaos para a navegao na base do crnio. A neuronavegao na base do crnio, bem
como em qualquer regio um mtodo operador dependente e torna a cirurgia mais segura, no mais fcil


327

RESULTADO DO TRATAMENTO CIRRGICO DE EPILEPSIA:
EXPERINCIA DO INSTITUTO DE NEUROLOGIA DE CURITIBA DE 1998 A
2010
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Felipe Marques do Rego Monteiro, Lucas Alves Aurich, Renato Endler
Iachinski, Pedro Andr Kowacs, Murilo Sousa de Meneses

Instituto de Neurologia de Curitiba INC, Curitiba (PR)

RESUMO: Epilepsia uma desordem neurolgica que afeta 0,5 a 1% da populao mundial. Mesmo com o
avano farmacolgico, aproximadamente 30% dos pacientes continuam a ter crises no controladas utilizando
medicamentos na dose mxima tolerada. A terapia cirrgica de epilepsia tem-se mostrado eficaz no controle das
crises refratrias. O objetivo deste trabalho analisar a melhora dos pacientes submetidos a tratamento cirrgico
para epilepsia bem como expor complicaes ps-operatrias. A anlise foi realizada atravs da classificao de
Engel. Os pronturios de 135 pacientes foram revisados e foi realizado contato telefnico com 92 pacientes,
sendo que dois se recusaram a responder ao questionrio. Foram realizadas 102 lobectomias, 6 amigdalo-
hipocampectomias, 19 lesionectomias, 05 implantes de estimulador do nervo vago, 02 calosotomias e 1
hemisferotomia funcional. Deste total foram avaliadas atravs da classificao de Engel: 3 amigdalo-
303






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
hipocampectomias, 67 lobectomias, 15 lesionectomias, 4 implantes de estimulador do nervo vago, 1
calosotomia e 1 hemisferotomia funcional. A classificao de Engel I (livre de crises incapacitantes) encontrada
para os tratamentos cirrgicos foi: lobectomia (63%), lesionectomia (64%), estimulador do nervo vago (25%) e
hemisferotomia (100%). Nos pacientes que realizaram calosotomia, nenhum permaneceu livre de crises
incapacitantes. Complicaes ps-operatrias ocorreram em 12% dos casos, sendo a mais prevalente a infeco
de ferida operatria (58%). Em relao ao impacto da cirurgia na vida do paciente 52% avaliaram como
excelente e 84% referiram que operariam novamente se pudessem voltar no tempo sabendo do resultado ps-
operatrio. No houve nenhum bito relacionado ao procedimento cirrgico.


330

HEMATOMA SUBDURAL CRNICO EM NEONATO SECUNDRIO
MALFORMAO VENOSA CEREBRAL SIMULANDO SNDROME DE
KASABACH-MERRITT
Breno M.S. Azevedo
4
, Eduardo E.P. da Costa
1
, Joo F.M.Neto
1
, Nilson Pinheiro Jr.
1
, Jos Luciano G. Arajo
1
,
Rdio Lus B. Cmara
2
, Guilherme L.O
3
. Lima, George G.A. Teixeira
4
, Hudson G.A. Teixeira
4
, Joclio R. da
Silva
4
, Jos Maxwell M. Souza
4
, Juliano J. da Silva
4
, Thailane M.F. Chaves
4

Hospital do Corao de Natal
1
, Hospital Universitrio Onofre Lopes
2
, Residente de Neurocirurgia
3
,
Acadmicos de Medicina UFRN
4
, Natal (RN)

INTRODUO: As malformaes vasculares so a causa de quase todas as hemorragias intra-cranianas no-
traumticas em crianas. J a Sndrome de Kasabach-Merritt (SKM) foi descrita em 1940 e caracteriza-se por
uma coagulopatia de consumo associada a malformaes vasculares decorrente do seqestro plaquetrio na
leso. Os autores relatam um caso de Hematoma subdural crnico em neonato secundrio malformao venosa
(MV) cerebral que evoluiu com coagulopatia de consumo, simulando a SKM, destacando a evoluo satisfatria
frente ao tratamento clnico. RELATO DO CASO: Neonato do sexo masculino, apresentando tumefao de
colorao azulada na regio frontal. Ressonncia Magntica (RM) mostra hematoma subdural extenso da
convexidade cerebral direita e fissura interhemisfrica associado anomalia do sistema venoso cerebral
incluindo sinus pericranii (SP). Avaliao neurolgica normal. No vigsimo dia de vida, anemia e plaquetopenia
motivam transfuso de concentrado de hemcias e o uso de prednisona, promovendo melhora clnica. Optou-se
pelo tratamento conservador do hematoma. Aos 12 meses, apresenta coagulopatia de consumo, tendo evoludo
com melhora progressiva aps incio do AAS. RM de controle mostra hematoma em absoro. Aos trs anos,
apresenta-se estvel do ponto de vista hematolgico e bom desenvolvimento neuropsicomotor. DISCUSSO:
A ocorrncia de hemorragia intracraniana espontnea associada a MV cerebral em neonatos rara, podendo
cursar com coagulopatia de consumo. No presente caso, o distrbio da coagulao explicado pela presena do
hematoma e no pela malformao vascular, como ocorre na SKM descrita originalmente. Apesar da extenso
do hematoma optou-se pelo tratamento conservador em razo da ausncia de sinais de hipertenso intracraniana.
Houve regresso progressiva do hematoma e o parnquima cerebral vem se desenvolvendo favoravelmente. O
presente trabalho tem por objetivo chamar a ateno para a ocorrncia de hemorragia intracraniana espontnea
no perodo neonatal provocada por anomalias do sistema venoso cerebral. A existncia de estigma cutneo
como SP um indcio da presena dessas malformaes. PALAVRAS-CHAVE: Hematoma subdural crnico,
neonato, sinus pericranii


304






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

331

ABORDAGEM TERAPUTICA DE FSTULAS ARTERIOVENOSAS DO
SEGMENTO CERVICOCRANIOFACIAL
Hudson G.A. Teixeira
4
, Eduardo E.P. da Costa
1,2
, Joo F.M.Neto
1,2
, Nilson Pinheiro Jr.
1
, Jos Luciano G.
Arajo
1,2
, Rdio Lus B. Cmara
2
, Guilherme L. O. Lima
3
, Breno M.S. Azevedo
4
, George G.A. Teixeira
4
,
Joclio R. da Silva
4
, Jos Maxwell M. Souza
4
, Juliano J. da Silva
4
, Thailane M.F. Chaves
4

Hospital do Corao de Natal
1
, Hospital Universitrio Onofre Lopes
2
, Residente de Neurocirurgia
3
,
Acadmicos de Medicina UFRN
4
, Natal (RN)

INTRODUO: As fstulas arteriovenosas cervicocraniofaciais so um grupo bastante heterogneo de leses,
tendo em comum a desabilidade esttica e s vezes funcional. A estratgia do tratamento envolve sesses de
embolizao e em alguns casos, resseco cirrgica complementar. Desde 2002, 15 pacientes com fstula ou
malformao arteriovenosa na face, couro cabeludo ou regio cervical foram tratados ou esto em curso de
tratamento no Servio de Neurocirurgia Endovascular do Hospital do Corao de Natal. METODOLOGIA:
Foram revisados os pronturios de 15 pacientes consecutivos admitidos no Servio de Neurocirurgia
endovascular do Hospital do Corao de Natal entre 2002 a 2010, com diagnstico de fstula ou malformao
arteriovenosa cervicocraniofacial. Todos foram submetidos a estudo angiogrfico por subtrao digital. Foram
analisados o quadro clnico, etiologia, localizao, tratamento utilizado, resultados e complicaes.
RESULTADOS/CONCLUSES: Dos 15 pacientes, 8 eram do sexo masculino, idade mdia de 30 anos (2 -
71), 6 na regio frontoparietal, 3 no lbio, 2 na mandbula, 2 no couro cabeludo, 1 na orelha, 1 no quadrante
inferior esquerdo da face, 1 cervical. Os ramos da cartida externa so os principais nutridores em 12 pacientes,
e a artria oftlmica no outros trs. As manifestaes clnicas mais importantes foram tumefao pulstil,
deformidade esttica, dor local, cefalia e tontura. Todos os pacientes foram submetidos embolizao
percutnea, 12 com histoacryl, 1 com micropartculas de PVA e 2 histoacryl + micropartculas . A embolizao
foi curativa em 8 pacientes, 5 necessitaram de cirurgia complementar, 1 insucesso e 2 em curso de tratamento. A
evoluo clnica foi satisfatria em todos os pacientes, exceto no caso de insucesso. No houve complicaes
tcnicas na presente srie. PALAVRAS CHAVE: Fstulas arteriovenosas, embolizao, extracraniana


332

TRATAMENTO DE MALFORMAES VENOSAS FACIAIS COM INJEO
PERCUTNEA DIRETA DE AGENTE ESCLEROSANTE
Juliano J. da Silva
4
, Eduardo E.P. da Costa
1,2
, Joo F.M.Neto
1,2
, Nilson Pinheiro Jr.
1
, Jos Luciano G. Arajo
1,2
,
Rdio Lus B. Cmara
2
, Guilherme Lucas
3
, Breno M.S. Azevedo
4
, George G.A. Teixeira
4
, Hudson G.A.
Teixeira
4
, Joclio R. da Silva
4
, Jos Maxwell M. Souza
4
, Thailane M.F. Chaves
4

Hospital do Corao de Natal
1
, Hospital Universitrio Onofre Lopes
2
, Residente de Neurocirurgia
3
,
Acadmicos de Medicina UFRN
4
, Natal (RN)

305






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
INTRODUO/OBJETIVO: As malformaes venosas da face constituem um grupo de leses responsveis
por transtornos estticos, dor e limitao funcional da rea acometida e so identificadas desde o nascimento em
90% dos casos. Costuma evoluir paralelamente ao crescimento da criana. As malformaes vasculares venosas
puras costumam apresentar colorao azulada na pele/mucosa subjacentes e envolver fascia e msculos da
regio. As modalidades de tratamento consistem na resseco cirrgica e/ou escleroterapia, sendo esta realizada
com ajuda de vrias substncias. O etanol a 100% um agente esclerosante efetivo, que causa necrose
endotelial, seguida de trombose, fibrose e retrao. A tcnica de esclerose com etanol por puno percutnea
direta tem se mostrado bastante eficaz. Os maiores inconvenientes so o edema local imediato, o risco de
necrose cutnea e a possibilidade eventual de leso cardaca em injees acima do volume recomendado.
Recentemente o etanol foi substitudo pela bleomicina em alguns casos, causando menos edema local. Nosso
objetivo relatar a experincia da Equipe local e revisar a literatura. MATERIAL/MTODOS: Reviso dos
pronturios de onze pacientes portadores de MV tratados no Hospital do Corao de Natal nos ltimos 10 anos.
So analisados o tipo de leso, localizao, sintomatologia, nmero de sesses e o material utilizado.
RESULTADOS: Dos 11 pacientes com MV puras, uma tinha a "Blue Rubber Bleb Nevus Syndrome", com
leses extensas e multifocais. A leso envolvia o lbio e a cavidade oral em 4 pacientes, apenas a face sem
envolvimento de mucosa em 5, e a extremidade da lngua em 1. Desconforto esttico em todos os pacientes, dor
e limitao funcional em 2. Foi realizada uma mdia de 2 sesses teraputicas por paciente e o volume de etanol
injetado variou de 2 a 15ml. A bleomicina foi utilizada em dois pacientes. CONCLUSES: Essa pequena srie
de pacientes com malformaes puramente venosas, sem fstulas, envolvendo a face demonstra as
possibilidades teraputicas da escleroterapia sob controle radiolgico com etanol e mais recentemente, com
bleomicina. PALAVRAS CHAVES: malformao venosa, bleomicina, escleroterapia


333

BLEOMICINA REVISO FARMACOLGICA E APLICAO NO
TRATAMENTO DAS MALFORMAES VENOSAS FACIAIS
Thailane M. F. Chaves
4
, Eduardo E.P. da Cosa
1,2
, Joo F.M.Neto
1,2
, Nilson Pinheiro Jr.
1
, Jos Luciano G.
Arajo
1,2
, Rdio Lus B. Cmara
2
, Guilherme L. O. Lima
3
, Breno M.S. Azevedo
4
, George G.A. Teixeira
4
,
Hudson G.A. Teixeira
4
, Joclio R. da Silva
4
, Jos Maxwell M. Souza
4
, Juliano J. da Silva
4

Hospital do Corao de Natal
1
, Hospital Universitrio Onofre Lopes
2
, Residente de Neurocirurgia
3
,
Acadmicos de Medicina UFRN
4
, Natal (RN)

INTRODUO E OBJETIVOS: A bleomicina um antibitico antineoplsico citotxico descoberto h 45
anos e tem sido usado no tratamento de neoplasias sistmicas, como agente esclerosante para derrame pleural
maligno e nos ltimos 30 anos no tratamento de craniofaringiomas csticos atravs de injees intralesionais. J
em 1977 a bleomicina foi utilizada para o tratamento de higromas csticos, explorando o seu efeito esclerosante.
Sua aplicao nas malformaes venosas faciais foi inicialmente divulgada por P.A. Fourie da Africa do Sul em
diversas apresentaes orais. Esta reviso tem por objetivo apresentar a farmacologia da bleomicina, seu
potencial teraputico, aplicabilidade e possveis complicaes no contexto das malformaes venosas da face
MATERIAIS E MTODOS: Pesquisa bibliogrfica dos ltimos 40 anos. Descritores: Hemangioma,
bl eomicina, b leomycin, f armacocintica e farmacodinamica. Dos 122 artigos encontrados, 40
apresentavam resumo disponvel na base de dados e referiam uso de bleomicina no tratamento de hemangiomas
e/ou malformaes vasculares. RESULTADOS: Dez publicaes desde 1977 mostram sucesso no tratamento
de hemangiomas e malformaes vasculares atravs de injeo intralesional da Bleomicina (IBI). Efeitos
306






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
adversos descritos: sintomas gripais, edema e hiperemia locais, ulcerao superficial, celulite e queda de cabelo
temporria. O risco de fibrose pulmonar ocorre em pacientes que recebem sistemicamente um total de mais de
450 mg de bleomicina. A explicao para o sucesso da teraputica o efeito esclerosante da bleomicina alm de
diminuir a angiognese local. A dose utilizada em cada sesso foi em geral abaixo de 15mg. A concentrao
para injeo intralesional pode variar de 0.3 3.0 mg/ml. O manuseio da bleomicina pela equipe mdica e de
enfermagem deve obedecer s normas de biosegurana determinadas pela RDC 220 de 2004 CONCLUSES:
A IBI tem sido uma alternativa no invasiva, relativamente simples, eficaz e barata para o tratamento de
hemangiomas e malformaes venosas da face, com baixo ndice de complicaes. PALAVRAS-CHAVE:
hemangiomas, bleomicina, esclerose


013

NEUROCISTICERCOSE - CONSIDERAES SOBERE 2 CASOS ATPICOS
Marcelo Motta Zanatelli , Jorge Ismael Brumatti , Matheus Reguini Neto , Filipe Mota Zanatelli

Santa Casa de Misericrdia de Santos, Santos (SP)

RESUMO: A neurocisticercose endmica no Brasil e grave parasitose em algumas regies. Por se apresentar
como formao expansiva cerebral ou medular e simular diversas patologias, o correto diagnstico atravs de
exames laboratoriais e/ou biopsia da leso pode acelerar o tratamento e possvel cura da doena. Por ser o
homem o nico hospedeiro definitivo do parasita, a extino da doena poderia ser alcanada atravs de
medidas de vigilncia sanitria e controle rigoroso das regies infestadas.Drogas anti-helminticas com
albendazol e praziquantel so as de escolha. O presente relato considera 2 casos em que a doena foi encontrada
de maneira atpica em associao ao HIV e outro com apresentao tpica de glioma cerebral. Aps tratamento
cirrgico adequado, a doena foi confirmada e o tratamento especifico institudo. A importncia deste relato
chamar ateno para o diagnostico diferencial em patologias aparentemente definidas. PALAVRAS-CHAVE:
Neurocisticercose


014

PARAGANGLIOMA DE CAUDA EQUINA RELATO DE 1 CASO
Marcelo Motta Zanatelli, Filipe Mota Zanatelli, Jorge Ismael Brumati, Roberto Costa Campos

Santa Casa de Misericrdia de Santos

RESUMO: Os Paragangliomas, tumores formados por clulas potencialmente produtoras de catecolaminas, so
leses raras no SNC e ainda mais raras na cauda eqina. Menos de 100 casos so descritos na literatura e isto os
torna patologias muito pouco pensadas como diagnstico diferencial de leses nesta regio. O presente relato
descreve o caso de um paciente admitido em crise hipertensiva severa secundrio a paraganglioma funcionante
com localizao na cauda equina. Aps resseco cirrgica, houve completa estabilizao do quadro
hemodinmico e melhora do paciente, com alta no 5 PO. PALAVRAS-CHAVE: Paraganglioma, cauda eqina

307






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

021

CUIDADO HUMANIZADO AO PORTADOR DE ESCLEROSE LATERAL
AMIOTRFICA: UM DESAFIO MULTIPROFISSIONAL
Joo Mrio Pessoa Jnior

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

RESUMO: Estudo bibliogrfico feito sobre o cuidado ao portador de Esclerose Lateral Amiotrfica e dos
desafios de se pensar no princpio da humanizao para esses pacientes. PALAVRAS-CHAVE: Esclerose
Lateral Amiotrfica


069

DESAFIOS NO MANEJO DO ANEURISMA FUSIFORME DA ARTRIA
BASILAR: DE UM EVENTO ISQUMICO AGUDO HEMORRAGIA
SUBARACNIDEA
Sofia Bezerra De Oliveira Costa, Eduardo Casaroto, Monique Bueno, Leonardo I. Goulart, Marcelo Annes,
Gisele Sampaio Silva

Hospital Israelita Albert Einstein

RESUMO: Apresentamos o caso de paciente com quadro de acidente vascular cerebral isqumico,
demonstrando na tomografia computadorizada (TC) de crnio presena de aneurisma fusiforme parcialmente
trombosado da artria basilar. Trs dias aps evento isqumico, o paciente foi a bito por hemorragia
subaracnidea. Considerando que quadros isqumicos e hemorrgicos podem ocorrer no mesmo paciente,
objetivamos revisar e discutir alguns aspectos quanto s dificuldades de manejo de eventos isqumicos agudos
em casos de aneurismas fusiformes da artria basilar. PALAVRAS-CHAVE: Fusiform basilar aneurysm,
ischemic stroke, subarachnoid hemorrhage


072

ALONGAMENTO ANTERIOR AO INVS DE ENCURTAMENTO
POSTERIOR CORREO CORONAL E SAGITAL
Luiz Henrique Mattos Pimenta, Luis Marchi, Etevaldo Coutinho, Leonardo Oliveira

Instituto de Patologia da Coluna, So Paulo, (SP)

308






J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
RESUMO: O tratamento da escoliose tem se tornado menos invasivo. Aqui vamos avaliar os resultados
clnicos e radiolgicos na fuso intersomtica via lateral da escoliose degenerativa. Os resultados mostram a
correo coronal e sagital razovel, alm de uma melhora clnica de sucesso em um acompanhamento a longo
prazo. PALAVRAS-CHAVE: coluna, procedimentos cirrgicos minimamente invasivos, escoliose


076

FUSO ANTERIOR PARA O TRATAMENTO DE ESPONDILOLISTESE DE
BAIXO GRAU EM L5S1
Luiz Henrique Mattos Pimenta

Instituto de Patologia da Coluna, So Paulo (SP)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma alternativa menos invasiva para o tratamento cirrgico da
espondilolistese de baixo grau. A fuso anterior e estabilizao conseguida sem a necessidade de
complementao posterior. Os dados clnicos e radiolgicos so apresentados. PALAVRAS-CHAVE: Coluna,
espondilolistese, fuso vertebral


078

TRATAMENTO CIRRGICO DO CISTO ARACNIDE FRONTAL
RELACIONADO EPILEPSIA: RELATO DE CASO
Paulo Roberto Romano Ribeiro, Jos Antonio Vieira, Ramon Gonalves, Romano Cruz Ribeiro

Sociedade Portuguesa de Beneficncia de Campos, Campos dos Goitacazes, (RJ)

RESUMO: Relato de caso de paciente com cisto aracnide frontal descoberto devido crise convulsiva
acompanhada por cerca de um ano pelo nosso servio, porem necessitando de abordagem cirrgica aps
acompanhamento devido a pouca eficcia do tratamento clinico. PALAVRAS-CHAVE: Cisto aracnide,
craniotomia, membranectomia, tcnica cirrgica


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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011

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METSTASE CEREBRAL DE ADENOCARCINOMA DE OVRIO - RELATO
DE CASO
Gustavo Victor Neves Porto, Maurus M. A. Holanda, Normando G. Pereira Neto, Gustavo M. Peixoto, Artur
Bastos Rocha, Fernando R. G. C. Vasconcelos

Hospital Universitrio Lauro Wanderley, Joo Pessoa (PB)

RESUMO: Relatamos um caso de metstase cerebral originado de neoplasia ovariana em uma mulher de 78
anos, cuja sintomatologia iniciou-se com um dficit de memria progressivo e alteraes da personalidade. H
cinco anos, a paciente havia sido submetida a uma ooforectomia bilateral para resseco do adenocarcinoma de
ovrio. Submetida a cirurgia com resseco total da leso. O diagnstico histopatolgico foi compatvel com
metstase da mesma patologia. Discutimos as diversas opes teraputicas que ainda so controversas para o
caso. PALAVRAS-CHAVE: Metstase cerebral, adenocarcinoma de ovrio, neurocirurgia


083

NEUROPATIA COMPRESSIVA HANSENANIANA- ANLISE DE 412
CIRURGIAS
Jos Marcos Pond, Marcos Falco, Clarissa Ramos, Joana Bitencourt, caro Barros

Hospital Don Rodrigo de Menezes, Salvador (BA)

RESUMO: Os autores avaliam os resultados de 400 cirurgias descompressivas para neuropatia hanseniana no
perodo de 3 anos em hospital de referncia. PALAVRAS-CHAVE: Neuropatia compressiva, hansenase,
neurlise


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GLIOBLASTOMA MULTIFORME INTRAVENTRICULAR: RELATO DE
CASO DE MULLHER COM 22 ANOS.
Carlos Klein Rocha Bandeira de Arajo, Macdo B. S., Vanconcelos L. D., Tavares J. R., Menezes J. R. B.,
Mariz M. P., Pessoa L.

Hospital Getlio Vagas, Recife (PE).

Relato de caso de um GBM intraventricular em uma jovem de 22 anos. PALAVRAS CHAVE: glioblastoma
multiforme, intraventricular.
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MANEJO ENDOVASCULAR DE ANEURISMAS SILVIANOS CON
DIFERENTES TECNICAS , SEGUIMIENTO .TEJADO EDUARDO EMILIO
San Martrin de La PLata, Htal Espaol de La Plata, Buenos Aires (Argentina).

Se logro menor recanalizacin de los aneurismas silvianos, teniendo en cuenta tanto el advenimiento de la
angiografa tridimensional, como la evolucin de los materiales empleados con las diferentes tcnicas,se logro
75.6% de oclusin completa, 16% de recanalizacion, ya sea coils solo, vs coils con tcnica de balon, coils con
stents. PALAVRAS CHAVE: an silvianos, recanalizacion, tecnicas.


133

MANEJO AGUDO DE LA PATOLOGIA VASCULAR ISQUEMICA,
UNIDADES DE ATAQUE CEREBRAL EN LA PLATA , BUENOS AIRES.
Tejado Eduardo Emilio, Mendez Roberto, Parmisso Jose Luis, Echeverria Eduardo.

Htal San Martin de La Plata, Sanatorio Argentino de La Plata, Htal Espaol de La Plata, Buenos Aires
(Argentina).

El manejo de la patologia vascular isquemica en las unidades de stroke, mejora el egreso, reduce los costos y las
secuelas de la patologia isquemica .Por su parte el tratamiento endovascular en agudo permite hoy en dia
desobstruir arterias de vital importancia para la mejoria del paciente . Nuestra experiencia indica una mejora del
75% de pacientes con respecto, a pacientes que se manejaron en salas comunes y otros centros que no manejan
la patologia. PALABRAS CLACE: Stroke isquemico, Endovascular, periodo de ventana.


136

PNET PRIMARIO DE CAUDA EQUINA EM ADULTO- APRESENTACO DE
CASO COM MAIS DE 10 ANOS DE EVOLUO.
Maria da Penha Mendes Mariz, Menezes J.R.B., Bandeira C. K., Domingues L., Rocha J., Vidal C. H., Pessoa
L. A., Melo R. V.

Hospital Getulio Vargas, Recife (PE).
Apresentao de caso de PNET de cauda eqina em paciente operado pela primeira vez em 1993 com evoluo
ate a data atual j tendo se submetido a 17 cirurgias. PALAVRAS-CHAVE: PNET, cauda eqina.


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PERFIL DOS PACIENTES ACOMPANHADOS EM AMBULATRIO DE
ENFERMAGEM EM LESO MEDULAR DE UM HOSPITAL PBLICO DO
RECIFE.
Valdenice Rumo de Melo, Evalda O. S. Lopes, Benigna C. M. Mendona, Vnia P. Ramos.

Hospital Getulio Vargas, Recife (PE).

A leso medular (LM) uma sndrome incapacitante complexa orgnica, social e psicolgica. De acordo com
nvel e grau da leso observam-se dficit motor, sensitivo superficial e profundo, disfunes vasomotoras,
alteraes esfincterianas, autonmica e sexual. A abordagem teraputica da LM deve ser multidisciplinar com
dinmica interdisciplinar. PALAVRAS-CHAVE: leso medular, enfermagem, cuidados de enfermagem


165

REAO INFLAMATRIA APS CRANIOPLASTIA UTILIZANDO
PERICRDIO BOVINO.
Sofia Bezerra de Oliveira Costa, Lucile Stochero, Luciele Alberton, Rui D'avila, Alice B. Teixeira, Alice C. B.
Romero, Paulo Freitas, Carlos Eduardo da Silva

Servio de Neurocirurgia e Cirurgia da Base do Crnio, Hospital Ernesto Dornelles,Porto Alegre (RS).

Enxertos substituindo dura-mter so comumente aplicados em neurocirurgias cujo fechamento primrio da
membrana apresenta-se comprometido. Nesses casos, enxertos provenientes do msculo ou fscia do prprio
paciente so mais efetivos; todavia, nem sempre encontram-se disponveis em quantidades necessrias, sendo
requisitadas outras apresentaes. O pericrdio bovino, considerado seguro e associado a raras complicaes,
amplamente utilizado em tais eventos. Objetivamos mostrar caso de uma paciente com complicao atpica aps
cranioplasta utilizando pericrdio bovino, e revisar aspectos clnicos e prognsticos deste evento. PALAVRAS-
CHAVE: bovine pericardium, glutaraldeyde, neurosurgery.







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NDICE DE SATISFAO EM PACIENTES COM LESO MEDULAR E
CUIDADORES.
Valdenice Rumo de Melo, Evalda O. S. Lopes, Vnia P. Ramos, Ana Cristina M. Faro, Carolina
Martins.

Hospital Getulio Vargas, Recife (PE).

O binmio cuidador-lesado medular ncleo fundamental e foco de interesse da equipe de reabilitao. Apesar
de existirem dados relativos aos cuidadores em outras regies do pas, as caractersticas epidemiolgicas dos
cuidadores, o arranjo familiar e financeiro existente nesses ncleos e aspectos de satisfao e qualidade de vida
so virtualmente desconhecidos no nordeste do Brasil. Esse estudo visou caracterizar os cuidadores de pacientes
lesados medulares acompanhados em regime ambulatorial no Ambulatrio de Enfermagem em Leso Medular
do Hospital Getlio Vargas, Recife. PALAVRAS-CHAVE: cuidador, leso medular, qualidade de vida.


196

TRATAMENTO PRECOCE DA MIELOMENINGOCELE A PROPSITO DE
223 CASOS.
Vanessa Imada, Patrcia Dastoli, Ricardo Ansai, Sergio Carvalho

Universidade Federal de So Paulo (Unifesp\\Graacc), Sao Paulo (SP).

Este trabalho tem a finalidade de demonstrar que atravs de um tratamento precoce da mielomeningocele,
baseado em um protocolo, podemos minimizar riscos de infeco, e consequentemente a mortalidade nesta
patologia. PALAVRAS CHAVE: mielomeningocele, tratamento precoce, infeco.

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LESES INCOMUNS DA REGIO SELAR: CISTO DE RATHKE E
HIPOFISITE INFLAMATRIA.
Carlos Eugenio Monteiro De Barros, Chiareli L. R., Martins J. E., vila C. A.

Hospital So Jose do Ava, Itaperuna (RJ).

As hipofisites inflamatrias e granulomatosas so causas raras de leso selar, portanto, de diagnstico
parcialmente complexo. Apresentam-se clinicamente por hipopituitarismo e/ou processos expansivos de regio
selar (cefalia e alteraes visuais).Os Cistos de Bolsa de Rathke so formaes csticas, de histologia no
neoplsica, tambm de apresentao rara, derivados de restos glandulares da estrutura embrionria responsvel
pelo aparecimento de adenohipfise, pars intermdia e pars tuberalis (estomodeum). PALAVRAS-CHAVE:
rathke, endoscopia, hipofisite.



231

MENINGIOMAS DE REGIAO SELAR.
Carlos Eugenio Monteiro De Barros, Chiareli L. R., Martins J. E., vila C. A.

Hospital So Jose do Ava, Itaperuna (RJ).

Pequena srie de pacientes portadores de leses de regio selar, com suspeita diagnstica de adenomas
hipofisrios, submetidos a resseco endoscpica endonasal. Utilizadas pticas de 4 mm e instrumental
especfico. Todos os pacientes foram submetidos a investigao endocrinolgica, radiolgica e campimtrica na
fase pr-operatria. Alguns apresentavam elevados ndices de prolactina, que retrospectivamente pudemos
creditar a compresso/distoro do eixo hipotlamo-hipofisrio. PALAVRAS CHAVE: leses, regio selar.











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RELATO DE CASO: TUMOR MESIAL TEMPORAL DIREITA
RADIOINDUZIDO APS TRATAMENTO DE LEUCEMIA LINFIDE AGUDA
COM ACESSO INFRATENTORIAL SUPRACEREBELAR GUIADO POR
NEURONAVEGAO.
Vanessa Imada, Marcelo M. Suarez, Patricia Dastoli, Giselle Coelho, Ricardo Ansai, Sergio Cavalheiro

Unifesp\\Graacc, So Paulo (SP).

Descreveremos um caso que apresentou meningioma craniano aps a radiao no tratamento da LLA.Paciente
do sexo masculino, com 18 anos, foi tratado de LLA aos 2 anos de idade e foi submetido, na poca, irradiao
cerebral. Solicitado IRM que demonstrou leso mesial temporal direita. A cirurgia proposta foi o acesso via
infratentorial supracerebelar, na posio semi-sentado, fixado ao Mayfield, guiado pela neuronavegao. Foi
realizado exrese total da leso mesial temporal. O paciente evoluiu sem intercorrncias. O resultado antomo-
patolgico evidenciou tratar-se de um meningioma radio induzido. PALAVRAS-CHAVE: tumores
radioinduzidos, infratentorial, supracerebelar, neuronavegao.


246

HEMORRAGIA INTRACRANIANA ASSOCIADA PROTESE DURAL
SINTTICA.
Arthur Pedro da Costa Ribeiro, Jos Marcus Rotta, Juan A. C. Flores, Rodrigo A. Cunha, Ramon B. Guerreiro.

Hospital do Servidor Pblico Estadual de So Paulo, So Paulo (SP).

Relato de caso de hematoma subdural agudo tardio, espontneo, relacionado ao uso de prtese dural sinttica e
reviso da literatura sobre o assunto. PALAVRAS-CHAVE: prtese, dura-mter.


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INCIDNCIA DE VIOLAO DO CANAL VERTEBRAL POR PARAFUSO
PEDICULAR EM INSTRUMENTAES VERTEBRAIS
Ramon Barbalho Guerreiro , Arthur P. C. Ribeiro, Rodrigo A. Cunha, Ricardo V. Botelho, Eduardo F. Bertolini

Hospital do Servidor Pblico Estadual, So Paulo (SP)
RESUMO: Estudo retrospectivo sobre violao do canal vertebral em pacientes submetidos fixao com
parafusos pediculares.


273

TRATAMENTO ENDOVASCULAR DE PSEUDOANEURISMA E FSTULA
CARTIDOCAVERNOSA APS CIRURGIA TRANSESFENOIDAL
Ricardo Hideo Tachibana, Guilherme B. Aguiar, Mrio Luiz M. Conti, Mauricio Jory, Amrico R. L. Santos,
Jos G. M. P. Caldas, Jos Carlos E. Veiga

Santa Casa da Misericrdia de So Paulo, So Paulo (SP)

RESUMO: Relato de caso de paciente submetido a tratamento endovascular aps leso iatrognica da artria
cartida interna em procedimento transesfenoidal


278

ABSCESSO PSEUDOMUCINOSO CEREBRAL (CRIPTOCOCOMA) EM
PACIENTE IMUNOCOMPETENTE
Antonio Henrique N. Ribeiro, Fbio H. P. Silva, Sabrina D. F. Oliveira, Carlos Eduardo P. Henriques, Dennis L.
Moreira, Ramon G. R. C. Ribeiro

Hospital Naval Marclio Dias, Rio de Janeiro (RJ)

RESUMO: Trata-se de relato de caso de um paciente, militar da reserva, imunocompetente, que permaneceu
internado aos cuidados da Clnica de Neurocirurgia do Hospital Naval Marclio Dias, que foi submetido a
tratamento neurocirrgico para exrese de processo expansivo em fossa posterior, cujo laudo histopatolgico
revelou criptococoma.


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A EXPERINCIA DA CLNICA DE NEUROCIRURGIA DO HOSPITAL
NAVAL MARCLIO DIAS NO TRATAMENTO DAS MALFORMAES
CRANIOFACIAIS
Antonio Henrique N. Ribeiro, Fbio H. P. Silva, Sabrina D. F. Oliveira, Carlos Eduardo P. Henriques, Dennis L.
Moreira, Ramon G. R. C. Ribeiro

Hospital Naval Marclio Dias, Rio de Janeiro (RJ)

RESUMO: Trata-se do relato dos casos de malformaes faciais e craniossinostoses, descrio da tcnica
operatria e dos resultados obtidos pela Clnica de Neurocirurgia do Hospital Naval Marclio Dias no perodo de
janeiro de 2005 a dezembro de 2010


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TRATAMENTO NEUROENDOSCPICO DE HIDROCEFALIA OBSTRUTIVA
POR ASPIRAO TRANSEPENDIMRIA DE FORMA TUMORAL DE
NEUROCISTICERCOSE
Victor Queiroz de Miranda, Talles H. Caixeta, Teotnio Bi Frana, Rne T. Frana

Patos de Minas (MG)

RESUMO: Casos de Hidrocefalia Obstrutiva (HO) secundria a formas tumorais de Neurocisticercose (FTN)
so comuns em nosso meio. Possuem grande morbi-mortalidade e causam elevado impacto scio-econmico.
Abordagens ventriculares endoscpicas tm se tornando importante alternativa em seu tratamento, sejam por
meio de Terceiroventriculostomias, Septostomias ou remoes mecnicas de cistos. Este trabalho exemplifica a
alternativa tcnica da aspirao por agulha de leses csticas subependimrias associadas FTN. PALAVRAS-
CHAVES: Hidrocefalia, neuroendoscopia, transependimria


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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
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CICATRIZAO DE DEISCNCIA PS- ARTRODESE DE COLUNA
TORACO-LOMBAR. RELATO DE EXPERINCIA
Benigna C. Muniz De Mendona, Saul Quinino, Ana C. Acioly, Evalda O. Lopes, Valdenice R. Melo

Hospital da Restauro, Recife (PE)

RESUMO: Trata-se de um relato de experincia realizado no perodo de outubro de 2009 a maro de 2010 em
instituio pblica da cidade do Recife. Cliente aps ter sido submetida a uma artrodese de coluna lombar ps-
trauma de queda, evolui com osteomielite, progredindo com deiscncia da ferida operatria. Este estudo teve
como objetivo principal, descrever a teraputica utilizada na cicatrizao, atravs da avaliao especializada do
servio de curativo em parceria com a equipe de neurocirurgia da referida instituio. Dados evolutivos obtidos
respeitando os preceitos ticos, atravs do registro escrito no pronturio, avaliao e acompanhamento
seqencial e fotogrfico da leso. Aps utilizao da teraputica tpica instituda para controle de carga
bacteriana associada antibioticoterapia e controle de fatores intervenientes, com acompanhamento seqenciado
durante internao e ambulatorial, obteve-se fechamento completo e alta por cura. PALAVRAS CHAVE:
Cicatrizao, deiscncia, terapia tpica


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PLASMOCITOMAS INTRACEREBRAIS ISOLADOS COM ACOMETIMENTO
LEPTOMENINGEA
Fernando S. de Barros, Leonardo Simes, Daniel Maldonado, Alusio Mello, Adolpho Carvalho, Gustavo A.
Carvalho

Hospital Adventista Silvestre, Rio de Janeiro (RJ)

RESUMO: Os Plasmocitomas intracerebrais isolados com acometimento leptomeningea so neoplasias
hematolgicas benignas muito raras


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J Bras Neurocirurg 22 (1): 100-318, 2011
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HEMANGIOMA EM MIE ASSOCIADO A LESO NEURAL
Carlos Eduardo Cavalcanti

Hospital Geral de So Luis (MA)

RESUMO: Apresentamos caso de uma paciente de 22 anos portadora de leso Vascular tipo Hemangiomatosa
em MIE,associada a atrofia e distrbios motores e sensitivos no referido membro.


328

ECOGENICIDADE DA SUSBTANCIA NEGRA MESENCEFALICA NA
DOENA DE PARKINSON
Felipe Gustavo Vilar Silva

Hospital das Clnicas da Universidade de So Paulo

RESUMO: O trabalho demonstra a experincia do grupo de neurossonologia na pesquisa do mtodo
diagnostico para DP atravs do uso do ultrassom


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ULTRASSOM INTRA OPERATRIO NAS CIRURGIAS ESPINHAIS
Felipe Gustavo Vilar Silva

Hospital das clnicas de So Paulo

RESUMO: o trabalho mostra a experincia do nosso servio na monitorizacao intra operatria dos processos
expansivos espinhais com ultrassom

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