LEXICOLOGIA
LEXICOLOGIA
LEXICOLOGIA
CONTRASTIVA
1. I N T R O D U O
138
Esta constatao conduziu-nos a repensar o fenmeno
lexical, numa abordagem que gostaramos que pudesse contribuir, de algum modo, para uma nova pedagogia do vocabulrio a alunos pr-adolescentes, nos nveis e perspectivas
seguintes:
ensino do portugus, lngua materna;
ensino do portugus, em situao de imigrao;
ensino do portugus como lngua estrangeira (franceses) ;
ensino do francs a portugueses.
Tentaremos, assim, mostrar a importncia do estudo de
um subsistema lexical numa perspectiva contrastiva.
Simultaneamente, tentaremos uma articulao do fenmeno lexical com os seguintes problemas:
trabalho lexicolgico e anlise do discurso;
variao lexical e enunciao;
enunciao e neologia semntica;
criatividade semntica e pedagogia da criatividade
lingstica.
2. LEXICOLOGIA: CONSTITUIO E D E S E N V O L V I M E N T O D E UMA
DISCIPLINA
139
2.3. Paralelamente aos trabalhos realizados nos domnios
da dalectologia e da lingstica histrica ou comparada, vai-se
desenvolver uma nova cincia, a lexicologia descritiva, preliminar indispensvel para uma teoria lexicolgica.
Simultaneamente, nos Estados Unidos da Amrica, com
Bloomfeld e com a escola dstribuconalista americana, surgem
as primeiras investigaes lexicolgicas enquadradas no mbito
de uma lingstica antropolgica.
2.4. A lingstica sincrnica e os mtodos de anlise estrutural vo permitir uma nova abordagem do fenmeno lexical.
Consciente da dificuldade de uma sistematzao do lxico,
Hjelmslev afirmaria, nos anos cinqenta, que tout essa pour
tablir une description structurale du vocabulaire et, plus
forte rason, une smantique structurale, semble tre vou
rchec [...;] Ia lxicologie reste une case vide dans Ia
systmatique de notre science [... et] se rdut forcment
n'tre qu'une lexcographe ou simple numration d'un
effectif nstable et indcis de certaines grandeurs mal
dfinies (^).
A partir dos vrios trabalhos sobre estruturao lexical,
define-se o lugar/importncia de uma lexicologia estrutural
dentro da lingstica.
Todas as investigaes, neste domnio, partem da hiptese
de que o lxico de uma lngua organizvel a partir de leis
estruturais. O lxico no um simples aglomerado de vocbulos isolados, mas um sistema forme d'un ensemble d'units
significatves ou tout se tient ou les lments se dlmtent
rciproquement et tirent leur valeur de Ia position qu'ils
occupent Tintrienr de ce que, depuis Jost Trier, on est
convenu d'appeler un champ (^).
Num balano dos estudos, neste domnio, encontramos as
diferentes tentativas de estruturao lexical.
2.5. Como abordado o lxico nas teorias lingsticas
actuais ?
(^) HJELMSLEV, L . Pour une smantique structurale, Travaux
du Cercle de Linguistique de Copenhague N. 12, 1959,
(=) DuBOiS, Jean Le Vocabulaire Politique et Social en France
de 1869 1872, Paris, Larousse, 1962, p. 1,
140
2.5.1. Com o desenvolvimento das teorias da sintaxe, procura-se uma definio da especificidade do lxico e a sua
articulao com as outras componentes/sub-componentes do
modelo lingstico. O lxico abordado como partie d'une
grammaire, grammaire tant pris au sens que lu donne Ia
thorie gnrative: modele de Ia comptence des sujets
parlants (^).
Quer na teoria standard, quer na semntica generativa
ou na teoria lexicalista, surgem diferentes posies quanto
ao tratamento do lxico (e/ou dicionrio) e ao seu lugar,
relativamente a essa gramtica.
2.5.2. Constatadas as irregularidades ou as sub-regularidades do lxico pelos vrios modelos sintcticos, surgem,
simultaneamente e/ou em conseqncia, novas propostas, no
mbito da anlise do discurso e da teoria da enunciao.
Uma descrio mecanicista do lxico, definindo-o como
uma macro-combinatria de traos, no poder dar conta
nem das marcas enunciativas (presena do locutor no seu
enunciado), nem das modificaes da competncia geral (*)
(contedo ideolgico das unidades).
Em estudos recentes, a lexicologia desenvolve-se, aproximando-se da anlise do discurso, uma vez que toda a
unidade lexical sensvel a factores discursivos (e a factores
culturais): Les faits de lexique, qui plongent dans Ia
structure globale de Ia langue (morpho-syntaxe, phonologie
de Tunit lexicale), sont inexplicables, [...], sans recours
rtude des instances de rnonciaton, des conditions socioculturelles de Ia communication, des conditions (logico-
(^) DELESALLE, Simone Le Lexique, entre Ia Lexicologie et THypothse Lexicaliste n Langue Franaise 30, p. 4. Paris, Larousse, 1976.
{*) A competncia geral (ou ideolgica) torna possvel a totalidade de aces e de significaes novas (E. Sapir); por oposio, a
competncia especfica um sistema interiorizado de regras especificadamente lingsticas, assegurando a produo e a compreenso de
frases novas, o indivduo-eu utilizando essas regras de uma maneira
especfica (performance).
Cf. SLAKTA, D. Esquisse d'une thorie lexico-smantique: pour
une analyse d'un texte politique (Cahiers de Dolances), in Langages
23, Paris, Didier-Larousse, 1971, p. 110.
141
sociales) de Ia conceptualisation, pour ne mentionner que
quelques domaines essentiels (^).
Dada a situao aberta da lexicologia, disciplina autnoma que tem por objecto o estudo do lxico, aquela aparece-nos hoje como uma cincia transdisciplinar.
3. A NOSSA OPO RELATIVAMENTE CINCIA LEXICOLGICA
estrutural
e anlise do
discurso
142
semnticos. Apesar da enorme importncia que tiveram estes
resultados, muitos limites se pem a uma abordagem deste tipo.
Por isso optmos por uma aproximao da lexicologia
de uma anlise do discurso e de uma teoria da enunciao.
3.4. Justificao de uma perspectiva, perspectiva que nos
permite simultaneamente:
uma inter-relaconao entre sistema lexical (sistema
de virtualidades), actividade discursiva e criatividade
lingstica;
uma melhor perspectivao numa pedagogia do lxico.
O aluno (pr-adolescente) poder manipular e explorar
todas as potencialidades da unidade lexical, baseado
na sua prpria actividade discursiva, ou na experincia,
como locutores, dos seus colegas ou professor.
Ser, portanto, uma tentativa de ir ao encontro de uma
criatividade prpria de uma pr-adolescncia. Por outro lado,
os alunos dar-se-o conta de que o lxico se define comme
une combinatoire syntaxique et smantique partiellement
ouverte, que ractivit mtaphorque s'y dploe ncessairement,
et que toute lecture ou toute production d'noncs est Ia
fois une obissance aux rgles de Ia langue et une cration
partir de ces rgles: cration qui bien sur ouvre un large
champ ractivit discursive (")
Esperamos que o trabalho agora delineado e que nos
propomos desenvolver muito em breve possa de algum modo
servir de base para um repensar do ensino da lngua/cultura,
muito em especial, ao nvel de uma competncia lexical.
4. PRESSUPOSTOS TERICOS E FORMULAO DE UMA HIPTESE
DE TRABALHO
143
Mas as relaes entre a lngua de uma comunidade humana
e a sua cultura sont particulirement manifestes dans le
lexique (^).
o vocabulrio de uma lngua que reflecte mais claramente renvironnement physique et social de ceux qui Ia
parlent ().
Uma vez que, no interior do lxico de uma lngua, encontramos micro-sistemas, sub-sistemas cujas estruturas revelam
diferenas culturais,, podemos permitir-nos formular outra
hiptese de investigao: estudar a estrutura de um micro-sstema ou de uma zona temtica em duas lnguas, tentando,
numa segunda fase, delinear e comparar grades de anlise
cultural, aplic-las e comparar/contrastar os resultados obtidos.
5. OBJECTIVO DA INVESTIGAO
144
Por isso, as crianas devem conhecer les rgles du jeu,
qui oprent: entre les signes, des signes au monde et des
signes aux utilisateurs (^^).
Numa perspectiva de ensino de uma lngua estrangeira,
poderemos acrescentar a todos estes aspectos que acabamos
de focar a importncia da descoberta da lngua estrangeira
por parte do aluno [principiante absoluto ou no], descoberta
essa que poder ir ao encontro de um certo gosto pela aventura,
got de Taventure, besoin d'vason, dsir d'essayer un
nouvel aspect de sa personnalit toujours changeante (^*).
Uma anlise contrastiva deste tipo ter tambm uma
funo preventiva e/ou teraputica contra as interferncias
lexico-culturais, sem, no entanto, negligenciar o potencial
criador (ao nvel verbal) de cada criana.
6. PRINCPIOS TERICOS E METODOLGICOS
6.1. Lxico/Vocabulrio:
definio
e lxico
145
O signo retira o seu valor do sistema que a lngua:
L'unit porteuse de sens n'est pas le signe isole, mais le
signe rintrieur du systme. Tout signe appartient un
ensemble (ou plusieurs) par rapport auquel se determine
sa valeur exacte (^^).
O valor do signo resulta do seu lugar em relao s
outras unidades, no sistema de relaes sntagmticas e paradigmticas. O signo inscreve-se no duplo funcionamento da
lngua: plano sntagmtico e plano paradigmtico.
Assim, um dos aspectos centrais da semntica estrutural
situa-se em torno do conceito de valor, formulado por
Saussure, conceito que leva a uma recusa da identificao
do sentido de um vocbulo com aquilo que ele significa. Os
signos delimitam-se uns em relao aos outros, constituindo
um sistema de diferenas.
Conclumos, portanto, que a teoria dos campos lingsticos formulada, nos anos trinta, pelo lingista alemo Jost
Trier, existia em germe no Cours de Linguistique Gnrale
de Saussure.
6.2,2. Lxico e
semntica
semnticos
146
b) Delimitao do sentido de um vocbulo num discurso
constitudo, como por exemplo numa obra literria,
pela tentativa de reconstituio de cadeias associativas
(contexto imediato).
6,2,2.2, Campos
lexicais
actividade
discursiva
criativi-
147
textualisation imprvisible qui confere de nouvelles valeurs
aux units de Ia langue C^').
0 valor semntico de cada ocorrncia de uma unidade
lexical resulta basicamente de dois factores contraditrios:
1 Por um lado, a unidade lexical um invariante, distinguindo-se, num plano paradigmtico, de outras
unidades (constantes) que com ela podem comutar
na mesma abertura (slot) de um sintagma; a unidade ser assim definida como um conjunto de traos
sintcticos de semas inerentes estveis e de outros
virtuais que pela insero no sintagma se redefinem
em semas contextuais; isto mesmo pelo apagamento
de alguns.
2 Por outro, a unidade lexical torna-se uma varivel,
dado que o seu valor ltimo resulta dos semas contextuais impostos (restries contextuais) pelo conjunto em que se insere (grupo de palavras, frase,
texto).
As combinatrias discursivas ou as variaes contextuais
vo ter como conseqncia a polisseminao da unidade lexical,
que numa primeira fase se pode situar a nvel do discurso,
convertendo-se progressivamente num fenmeno de lngua.
O processo das variaes contextuais, produzindo um novo
sentido, a partir de um mesmo significante, designado por
neologia semntica (por oposio ao produto desse processo:
o neologismo de sentido), caso particular da polissemia.
A neologia semntica simultaneamente um uso do cdigo
e uma subverso desse cdigo (lngua), uma sujeio norma
e uma transgresso da norma, uma criatividade submetida
a regras e uma criatividade que muda as regras.
Mas a neologia semntica realiza-se em relao com a
actividade discursiva, num contnuo de processos enunciativos.
E aceitando ns a enunciao como um acto individual da
utilizao da lngua, le locuteur s'approprie Tappareil formei
mthodes
de
Tanalyse
du
148
de ia langue et nonce sa position de locuteur par des ndices
spcifiques (^^).
A enunciao define-se tambm como un acte dynamique continu qui rend compte de Ia cratvit du sujet
parlant, lequel, tout instant modele son propre nonc [...]
en assume plus ou moins le contenu, prend ses distances
avec lu, comme devant tout objet en voie de ralisation (^^),
Quer a actividade discursiva, quer a neologia semntica
esto intimamente ligadas ao acto da enunciao, acto individual de utilizao da lngua, acto tambm de criatividade.
Assim, a enunciao permite-nos uma abordagem do
lxico (e da actividade discursiva) sob dois aspectos imbricados: a vovarincia lingstica e sociocultural,
Tendo em conta a actividade criadora do indivduo
(aluno), cada unidade lexical dever ser sempre redefinida
no s como um feixe de traos semnticos estveis, mas
tambm pelos traos virtuais (contexto), resultantes das
possibilidades de combinatrias de diferentes semas por cada
eu-crador (pr-adolescente):
traos
semnticos
estveis
-f-
traos
semnticos
contextuais
traos
semnticos
virtuais
c. t. D
<
socioculturais
pessoais
Esta covarincia lingstica, marcada tambm por interpretantes e/ou por conotaes quer socioculturais, quer individuais, t o m a d a fulcro de uma abordagem do lxico, dever
estar presente numa qualquer pedagogia do vocabulrio.
7. APLICAES METODOLGICAS
Como definir uma metodologia para a aplicao pedaggica de certos dados tericos da lexicologia?
(") BENVENISTE, E . L'appareil formei de rnonciaton in Langages 17, Paris, Didier/Larousse, 1970, p. 14.
('') DUBOIS, J . Enonc et nonciation in Langages 13, Paris,
Didier/Larousse, 1969, p. 105.
(^) condies de transformao.
149
Os objectvos so diversos, nas vrias perspectivas de
ensino do vocabulrio:
ensino
ensino
ensino
ensino
da lngua materna;
da lngua materna (em situao de emigrao);
de uma lngua estrangeira;
de uma lngua veicular.
O lxico um sistema de virtualidades de que cada indivduo (aluno ou professor) domina apenas um sub-conjunto
que constitui o seu vocabulrio ou os seus vocabulrios.
A competncia lexical especfica: ao contrrio das
estruturas sintcticas que so adquiridas nos primeiros cinco
anos de vida, a aprendizagem do lxico feita ao longo
da vida.
As estruturas sintcticas so des schmas opratoires
abstraits, les mots sont des formes o s'investssent Texprience affective et ntellectuelle du sujet, et Ia culture des
groupes sociaux et de Ia communaut linguistique auquel il
appartient (^^).
Julgamos, portanto, que a pedagogia do vocabulrio
dever ter como ponto de partida a actividade discursiva do
sujeito falante, actividade a partir da qual convm induzir
regras do funcionamento. preciso levar os alunos a descobri-las, a tentar experiment-las, no esquecendo que a
criatividade lingstica, tambm ela marcada por nveis etrios,
ter de se desenvolver pelo uso do cdigo e pela subverso
desse cdigo, por uma sujeio norma e por uma
transgresso norma; no esquecendo enfim que h a
teinar uma criatividade submetida a regras e uma criatividade que muda as regras.
150
BIBLIOGRAFIA
J , Analyse
distributionnelle
des significations
et
champs
smantiques
structures,
n Recherches Smantiques, L a n g a g e s
N. 1, P a r i s , Didier/Larousse, 1966.
B A S T U J I , J . Aspects
de Ia nologie smantique,
in L a n g a g e s 36, P a r i s ,
Didier/Larousse, 1974.
Les thories
sur le vocabulaire lments
pour une
synthse.
P a r i s , P r a t i q u e s N." 20, juin 1978, p. 75-89.
B E N V E N I S T E , E . Problmes
de Linguistique
Gnrale, P a r i s , Gallimard,
t o m e I, 1966.
Appareil
formei de Vnonciation,
in L a n g a g e s 17, P a r i s , Didier/
/ L a r o u s s e , 1970.
B E S S E , Henri Problmes
de sens dans Venseignement
d'une
langue
trangre, in L a n g u e F r a n a i s e 8, P a r i s , Larousse, 1970,
CATFORD, J. C, Langue maternelle
et seconde langue: interfrences
et
points d'appui, le F r a n a i s dans le Monde, 12, P a r i s , H a c h e t t e /
/ L a r o u s s e , 1963.
CHARAUDEAU, P . L'analyse
lexico-smantique,
recherche
d'une
procdure d'analyse, Cahiers de Lexicologie, P a r i s , Didier, vol. X V I I I (1),
1971,
L'Enseignement
du Sens en Franais-Langue
Maternelle,
in tudes
de Linguistique Applique N." 11, P a r i s , Didier, 1973.
CHARPENTREAU, J . Enfance
et posie. P a r i s , Ed. Ouvrires, 1972.
CHOMSKY, N . Aspects
de Ia thorie de Ia syntaxe, P a r i s , Seuil, 1971.
COSERTU, E . Structures
lexicles et enseignement
du vocabulaire,
in
Les thories linguistiques et leurs applications, Conseil de Ia
Coopration Culturelle de l'Europe, Aidela, 1967,
GOSTE, Daniel Problmes
actuels de Ia lexicologie, Repres (7), P a r i s ,
1971, 7-22,
DEBYSER, F r a n c i s La Linguistique
Contrastive
et les
Interfrences,
in L a n g u e F r a n a i s e N. 8, P a r i s , Larousse, 1970.
Com,paraison
et interfrences
lexicles
(franais-italien),
in Le
F r a n a i s d a n s le Monde, 81, P a r i s , H a c h e t t e / L a r o u s s e , 1971.
DELESSALLE, Simone et H U O T , Hlne Linguistique
et
enseignement
du franais problmes
actuels, L a n g u e F r a n a i s e N. 22, P a r i s ,
Larousse, 1974.
DELESSALLE, Simone Problmes
du lexique, in E n s e i g n e m e n t du F r a n a i s
et Linguistique: problmes pratiques et thoriques (premier cycle
du second d e g r ) . P a r i s , I.N.D.P., 1974, p. 97.
DUBOIS, J e a n Le vocabulaire
politique et social en France de 1869
1872, P a r i s , Larousse, 1962.
Distribution,
ensemble et masque dans Ic lexique, Cahiers de Lexicologie I, P a r i s , Didier, 1964.
La notion d'unit smantique
complexe
et de neutralisation
dans
le lexique, Cahiers de Lexicologie 2, P a r i s , Didier, 1960.
Enonc et nonciation,
n L a n g a g e s , 13, P a r i s , D i d i e r / L a r o u s s e ,
1969.
APKEJAN,
151
J e a n et DUBOIS-CHARLIER, F . Principes et mthode de Vanalyse
distributionnelle,
in Langages, N. 20, Paris, Didier/Larousse, 1970,
p. 3-13.
DUBOIS, J e a n et DUBOIS, Claude Introduction
Ia lexicographie:
le
dictionnaire, Paris, Larousse, coll. Langue et Langage, 1971.
GALISSON, Robert L^Apprentissage
systmatique
du vocabulaire, tome 1
(livre du m a t r e ) , tome 2 (exercices). Paris, L a r o u s s e / H a c h e t t e , coll.
F r a n a i s dans le Monde, 1970.
Inventaire
thmatique
et syntagmatique
du franais
fondamental.
Paris, H a c h e t t e / L a r o u s s e , coll. F r a n a i s dans le Monde, 1971.
UEnseignement
du Sens en Franais Langue trangre, in E t u d e s
de Linguistique Applique, N. 11, Paris, Didier, 1973.
GANTIER, Hlne L'Enseignement
d'une langue trangre. Paris, P.U.F.,
coll. SUP, 1968.
GUILBERT, L . Le Lexique,
L a n g u e Franaise, N. 2, Paris, Larousse,
1969.
Peut-on definir un concept de norme lexicale? in Langue F r a n aise, 16, Paris, Larousse, 1972.
La nologie lexicale, Langages, 36, Paris, Didier, 1974.
La crativit lexicale. Paris, Larousse, 1975.
H J E L M S L E V , L . Pour une smantique
structurale,
in T r a v a u x du Cercle
de Linguistique de Copenhague, N. 12, 1959.
HOLEC, Henri Structures
lexicles
et enseignement
du
vocabulaire.
Paris, Mouton, 1974,
KATZ, Y , e FODOR, J . Structure
d'une thorie smantique
avec applications au franais, in Cahiers de Lexicologie I, Paris, Didier, 1967,
p. 47-66.
LAGANE, B . et PiNCHON, 3. La
Norme, L a n g u e Franaise, 16, P a r i s ,
Larousse, 1972.
LOFTLER-LAURIAN, A . M . Lexique et fonctions,
in Cahiers de Lexicologie,
Paris, Didier, vol. XXVI (1), 1975,
LYONS, Y . Linguistique
gnrale. Introduction
Ia linguistique
thorique. Paris, Larousse, coll. L a n g u e et Langage, 1970.
MAINGUENEAU, D. Initiation
aux mthodes
de Vanalyse du
discours,
Paris, Hachette, 1976.
MARCHAND, F . Les analyses
de Ia langue, P a r i s , Delagrave, 1975, p, 89.
MATOR, G . L a mthode
en lexicologie, Paris, Didier, 1973.
MORTELIER, Christiane Langue crite et crativit:
analyse
linguistique
et article sur modele, in Le F r a n a i s dans le Monde, 140, Paris,
H a c h e t t e / L a r o u s s e , 1978.
NiEL, Andr D M professeur Vanimateur Les mthodes de
crativit
appliques Venseignement
du franais aux trangers, in Le F r a n ais dans le Monde, 140, P a r i s , H a c h e t t e / L a r o u s s e , 1978.
POTTIER, B . Vers une smantique
moderne, in T r a v a u x de Linguistique
et de L i t t r a t u r e , N." 2, Strasbourg, 1964, p. 107-137.
QUEMADA, B . Les dictionnaires
du franais moderne, P a r i s , Didier, 1968.
Du social dans Ia langue Ia sociolinguistique
applique, in Le
F r a n a i s d a n s le Monde, 121, Paris, H a c h e t t e / L a r o u s s e , 1976.
DUBOIS,
152
REY, Alan L a Smantique,
L a n g u e F r a n a i s e , 4, P a r i s , Larousse, 1969.
La lexicologie. P a r i s , Klincksieck, 1970.
Le lexique: image et modeles, du dictionnaire Ia lexicologie, P a r i s ,
A. Colin, 1977.
R E Y - D E B O V E , J . Problmes
de smantique
lexicale, in T r a v a u x de Linguistique et L i t t r a t u r e , tome X, 1 " vol., S t r a s b o u r g , 1972.
Lexique et Dictionnaire,
in Le L a n g a g e , Pottier, Les Encyclopdies
du Savoir Moderne, P a r i s , 1973.
ROBIN, Rgine Histoire et Linguistique,
P a r i s , A. Colin, 1973.
SAPIR, E . Selected
Writtings
of Edward Sapir, Berkeiey, 1958.
SLAKTA, D . E s q u i s s e d'une thorie lexico-smantique:
pour une
analyse
d^un texte politique (Cahiers de Dolances),
in L a n g a g e s 23, P a r i s ,
Didier/Larousse, 1971.
TODOROV, T . Problmes
de Vnonciation,
L a n g a g e s , 17, P a r i s , Didier/
/ L a r o u s s e , 1970.
U L L M A N N , Stephen Intervention
au Rapport
de E. Coseriu,
Structure
leocicale et enseignement
du vocabulaire,
publicao
conjunta.
Thories linguistiques et leurs applications. Conseil de l'Europe,
Aidela, 1976.
WAGNER, R . L . Les Vocabulaires
Franais, P a r i s , Bruxelles, Didier, 1970.
WANDRUSZKA, M . Le mot:
connotation
et ndices socio-culturelles,
in
T r a v a u x de Linguistique et L i t t r a t u r e , tome XI, 1 " vol., S t r a s bourg, 1973.