Eduard Alcántara - O Homem Da Tradição e A Morte
Eduard Alcántara - O Homem Da Tradição e A Morte
Eduard Alcántara - O Homem Da Tradição e A Morte
"ligou" a ela tambm deve ajudar a convencer o homem diferenciado que este no pode considerar
trgica a extino de algo to passageiro e caduco. Bem nos explicava Evola esta realidade dizendonos que "o estado humano de existncia apenas uma fase de um ritmo que vem desde o infinito e
prossegue em direo ao infinito. Assim, a morte no tem nada de trgico: uma simples alterao
de estado, uma das muitas pelas quais um princpio essencialmente suprapessoal passa" (note-se que
o mestre italiano est a fazer referncia doutrina dos "estados mltiplos do Ser" to excelentemente
exposta por Ren Gunon).
A efemeridade da vida sinnimo da sua caducidade e da sua subordinada relevncia pelo que a
existncia terrena ter sentido se for aplicada no desenvolvimento do Eterno - o Atman - que o ser
humano possui no seu interior; se se conceber a vida como uma empresa transformadora em que se
embarca, tal como se pode deduzir do lema da medieval Liga Hansetica: "Navigare necesse est,
vivere non necesse" ("navegar necessrio, viver no o ").
Falvamos acima do Bardo Thodol, do qual Evola fez um magistral resumo como eplogo da sua
obra "Yoga della potenza". Nele descreve-se como a alma do falecido se deparar, no post mortem,
com diversos planos da realidade perante os quais pode sentir pavor e, por este motivo, no se
identificar nem se integrar ontologicamente em nenhum deles; e pode sentir pavor por no ter
aplicado processos descondicionadores e palingensicos em vida ou por t-lo feito de forma
insuficiente, o que impedir que a sua alma se una ao Eterno no manifestado e mesmo s foras
sutis que formam a estrutura csmica.
O homem diferenciado que tenha decidido percorrer o caminho que o pode transformar em autntico
Homem da Tradio (em Homem Absoluto) dever ter presente que so de dois tipos diferentes
(quanto a sua natureza) os medos com os quais pode ter de se enfrentar e que, nesse caso, ter de
dominar: os propriamente humanos (psquicos) do homem comum e os de tipo metafsico com os
quais se pode deparar no seu percurso Inicitico ou aps a morte. Medos diferentes para os quais
Evola adverte neste par de citaes esclarecedoras: "A destruio do medo um princpio da ascese
a seguir no s no plano humano mas tambm no do mundo superior" e "Seja frente s foras
inferiores ou s foras 'divinas', o homem asceticamente integrado e imperturbvel no cede a
movimentos irracionais da alma: desespero ou terror".
O sentido que a existncia terrena deve ter para o homem que aspire a s-lo da Tradio ter de ser o
de a encarar como um teste (um campo de batalha) no qual pode Espiritualizar a sua alma e deve,
igualmente, ter a certeza de que caso no se cumpra em vida este objetivo na sua totalidade, restamlhes as experincias depois da morte, morte esta que no temer em absoluto porque pode abrir as
portas Libertao Absoluta.