Carbonatitos Angola
Carbonatitos Angola
Carbonatitos Angola
FACULDADE DE CINCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
MESTRADO EM GEOLOGIA
Geoqumica, Mineralogia e Petrologia
2010
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE CINCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
MESTRADO EM GEOLOGIA
Geoqumica, Mineralogia e Petrologia
2010
NDICE
ndice..................................................................................................................................................................................................i
Agradecimentos ............................................................................................................................................................................... iii
Resumo .............................................................................................................................................................................................v
Abstract ........................................................................................................................................................................................... vii
1. OBJECTIVOS ............................................................................................................................................................... 1
2. INTRODUO............................................................................................................................................................... 3
3. ENQUADRAMENTO GEOLGICO .................................................................................................................................... 9
4. MATERIAIS E MTODOS.............................................................................................................................................. 13
4.1 Amostragem........................................................................................................................................................................13
4.2 Petrografia...........................................................................................................................................................................13
4.3 Qumica Mineral ..................................................................................................................................................................13
4.4 Litogeoqumica....................................................................................................................................................................19
4.5 Anlise geostatstica das distribuies de concentrao em Fe, Mn, Zn, Pb e Th.............................................................22
4.5.1 Estatstica descritiva ..................................................................................................................................................23
4.5.2 Kriging........................................................................................................................................................................23
4.5.3 Anlise multifractal.....................................................................................................................................................24
4.5.4 Perfis de concentrao por elemento qumico...........................................................................................................25
5. PETROGRAFIA ........................................................................................................................................................... 27
5.1 Ncleo ferro-carbonattico...................................................................................................................................................27
5.2 Anel clcio-carbonattico (sovtico) .....................................................................................................................................28
5.3 Anel de Fenitizao.............................................................................................................................................................33
7. LITOGEOQUMICA ...................................................................................................................................................... 51
7.1 Bailundo_09 ........................................................................................................................................................................54
7.2 Comparao Bailundo bibliografia ......................................................................................................................................62
7.3 Bailundo no contexto da provncia carbonattica Brasil-Angola ..........................................................................................64
7.3.1 Principais caractersticas geoqumicas dos complexos carbonatticos angolanos....................................................64
7.3.2 Principais caractersticas geoqumicas dos complexos carbonatticos brasileiros ....................................................66
7.3.3 O posicionamento de Bailundo nos quadros de referncia regional .........................................................................67
ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, o meu agradecimento direccionado para o meu orientador, professor Antnio Mateus,
por todos os concelhos e conhecimentos concedidos durante a dissertao de mestrado, e desde sempre como
meu professor. Destaco ainda, o despertar de pensamentos auto-crticos que o professor me incutiu, com o intuito
de melhorar no s na rea de prospeco geoqumica em complexos carbonatticos, mas em todas as vertentes do
trabalho de gelogo.
empresa Genius Mineira Lda, por ter suportado o financiamento desta dissertao e disponibilizado as
amostras de rocha e os dados de geoqumica de solos essenciais para a realizao deste trabalho, dando a
oportunidade nica de estudar complexos carbonatticos.
Ao Prof Doutor Jorge Figueiras pela grande disponibilidade demonstrada na discusso de certos aspectos,
particularmente no capitulo de qumica mineral, onde a resoluo de problemas de grupos mineralgicos como os
nibio-tantalatos, os flor-carbonatos e fosfatos ETR e as espinelas se afiguraram mais complexos; Ao Doutor Pedro
Rodrigues e ao Sr. Alberto Verde, pelo empenho que tiveram, respectivamente, no apoio realizao das anlises
de microssonda electrnica e na execuo das lminas polidas; Mestre Ana Jesus pelas horas de trabalho
dispendidas, elucidando e explicando o melhor proveito que poderia tirar das metodologias a utilizar neste trabalho;
A todos os professores do plano curricular do mestrado em Geologia por esclarecerem, sempre prontamente, a
questes que surgiram ao longo deste trabalho de mestrado.
Aos meus pais pelo esforo financeiro que me possibilitou a entrada neste curso de mestrado, assim como
pelo apoio incondicional que me deram em todos os momentos, principalmente os mais difceis, que ocorreram
neste ano e meio de mestrado. Cristina por toda a pacincia demonstrada e pela ajuda, incansvel, que
amavelmente me dispensou. Por ltimo, e no menos importante, aos meus amigos e s horas de convvio
passadas, sem eles tudo teria sido mais complicado. A todos muito obrigado!
iii
iv
RESUMO
O complexo carbonattico de Bailundo localiza-se na Provncia Alcalino-Carbonattica Diagonal
Transangolana e apresenta morfologia aneliforme circundado por colinas perifricas do substrato rochoso que
sofreu fenitizao. O domnio central do complexo compreende ferro-carbonatitos contendo acumulaes
considerveis (bolsadas) de magnetite. Existe ainda um anel de composio clcio-carbonattica que rodeia o
domnio central. Estas litologias encontram-se cobertas por depsitos coluvionares-eluvionares relativamente
espessos e expectavelmente enriquecidos em fases minerais com interesse econmico (e.g. pirocloro, fosfatos e
flor-carbonatos de ETR, para alm dos produtos resultantes da sua alterao). Todas as litologias constituintes do
complexo de Bailundo revelam textura e natureza composicional relativamente heterognea, a qual se deve
sobreposio de transformaes desencadeadas por processos tardi-magmticos e metassomticos,
subsequentemente perturbadas (em grau varivel) pela meteorizao qumica. Mais revelam elevado potencial
metalogentico, nomeadamente para Fe, Ba, P, ETR, sr, Nb ( F, Y, Sc, Ga, Ge), obtendo-se contedos mximos
de 80,7 wt% Fe2O3T, 18,3 wt% BaO, 13,7 wt% P2O5, 4,5 wt% ETR2O3, 3,1 wt% SrO, 2,2 wt% Nb2O5, 1,55 wt% F, 0,4
wt% Y2O3, 0,04 wt% Sc2O3, 69 ppm Ga e 10 ppm Ge. Os domnios do Complexo de Bailundo com maior potencial
econmico correspondem aos ferro-carbonatitos e s faixas de transio que estes estabelecem com os clciocarbonatitos, embora seja expectvel que os depsitos eluvionares adjacentes apresentem maiores concentraes
metalferas. A anlise estatstica revela que as distribuies espaciais de concentrao em Fe, Mn, Zn, Pb e Th,
para a estrutura central (aflorante), denotam tendncias para comportamento quasi-normal, com baixa disperso e
tendncia assimtrica, podendo incluir reas francamente anmalas; manifestam igualmente comportamento
multifractal. A modelao de variogramas permitiu colocar em evidncia o carcter anistropo das distribuies (com
razo 2 para o Pb e oscilando entre 1,5 e 1,7 para os restantes metais), revelando ajustamentos aceitveis s
direces NNE-SSW (caso do Fe, Mn e Th) e WNW-ESE (caso do Zn e Pb). Na comparao dos resultados obtidos
para o complexo carbonattico de Bailundo com os compilados para os complexos carbonatticos de Angola e Brasil,
confirma-se a potencialidade de Bailundo no que respeita a recursos em [Fe, ETR, P, Nb e Ba]. Coola [ETR, Fe, Ba],
Longonjo [Fe, Ti, Nb, Ba, F e ETR], Bonga [P, Ba, Sr, ETR, Nb, Ti, Fe] e Monte Verde [Sr, Ba, P, Nb, ETR] revelamse, pela ordem indicada, alvos promissores de explorao econmica. Por fim importa sublinhar que existem
diferenas composicionais assinalveis entre os complexos carbonatticos angolanos e brasileiros pertencentes
mesma provncia petrogentica. Estas diferenas traduzem, em boa medida, os efeitos resultantes dos processos
metassomticos e de alterao hidrotermal a que as diferentes rochas foram sujeitas, os quais so
(tendencialmente) mais intensos e heterogneos no conjunto carbonattico angolano.
vi
ABSTRACT
The Bailundo carbonatitic complex is located in the Alkaline-carbonatitic Diagonal Trans-Angola Province
and presents an aneliforme morphology surrounded by a fenite-peripheral ring. The central area of the complex is
composed of ferro-carbonatites comprising significant massive accumulations of magnetite. A ring of calciumcarbonatite surrounds the central area. These rocks are covered by relatively thick colluvial-elluvial deposits and
expectably enriched in mineral phases with economic interest (e.g. pyrochlore, phosphate and fluoride-carbonate
REE besides products of their weathering). Carbonatite and fenite samples reveal a rather heterogeneous texture
and compositional nature due to the overlapping of aspects triggered by late-magmatic and metassomatic processes,
subsequently disturbed (to varying degrees) by chemical weathering. Moreover they show high metallogenic
potential, particularly for Fe, Ba, P, REE, Sr, Nb ( F, Y, Sc, Ga, Ge), resulting in maximum contents of 80.7 wt%
Fe2O3T, 18.3 wt% BaO, 13.7 wt% P2O5, 4.5 wt% ETR2O3, 3.1 wt% SrO, 2.2 wt% Nb2O5, 1.55 wt% F, 0.4 wt% Y2O3
and 0.04 wt% Sc2O3 , 69 ppm 10 ppm Ga and Ge. In the Bailundo complex, domains with high economic potential
correspond to the ferro-carbonatites and their transition to the calcium-carbonatite envelop, although it is expected
that the adjacent colluvial-elluvial deposits show higher metal concentrations. Statistical analysis reveals that the
spatial distribution of Fe, Mn, Zn, Pb and Th contents in the domain of the complex is charactersed by a quasinormal behaviour with low dispersion and asymmetrical tendency, that may include significant anomalies; also reveal
multifractal behaviour. The variogram modeling allowed highlighting the anisotropic character of the distributions
(ratio 2 for Pb and ranging between 1.5 and 1.7 for the other metals), revealing acceptable adjustments to the NNESSW (the case of Fe, Mn and Th) and WNW-ESE (the case of Zn and Pb) directions. Comparing the results obtained
for the Bailundo carbonatitic complex with data compiled for the Angola and Brazil carbonatitic complexes, the high
potential of Bailundo regarding [Fe, REE, P, Nb and Ba] resources is confirmed. Coola [REE, Fe, Ba], Longonjo [Fe,
Ti, Nb, Ba, REE and F], Bonga [P, Ba, Sr, REE, Nb, Ti, Fe] and Monte Verde [Sr, Ba, P, Nb, REE] are, by that order,
promising targets for economic exploitation. Finally, it should be noted that there are notable compositional
differences between the angolan and brazilian carbonatitic complexes belonging to the same petrogenetic province.
These differences reflect by a large extent, the effects of metasomatic processes and hydrothermal alteration
affected the outcropping rocks, which tend to be more intense and heterogeneous in the Angolan carbonatitic set.
vii
viii
1. Objectivos
1. Objectivos
Dos cerca de 330 complexos alcalino-carbonatitos identificados at ao momento, 40% localizam-se no
continente africano (Woolley, 2001). A maioria localiza-se em reas relativamente estveis intra-placa; outras
encontram-se junto a margens de placas e podem relacionar-se com actividade orognica ou com fronteiras
divergentes de placas (Woolley, 1989; Woolley, 2001). Em Angola, os sucessivos levantamentos geolgicos
empreendidos na ltima metade do sculo XX permitiram reconhecer 45 complexos alcalino-carbonatitos, os quais
correspondem a estruturas (sub)intrusivas com morfologia (sub)circular encontrando-se geralmente associados a
rochas silicatadas mais evoludas (Comin-Chiaramonti et al., 2007). Este magmatismo alcalino-carbonattico integra
a provncia Paran-Angola-Nambia (PAN), distribuindo-se ao longo de alinhamentos tectnicos reactivados em
terrenos antigos, predominantemente de idade Arcaica ou Proterozica.
Para alm do seu interesse cientfico, as rochas alcalinas e os carbonatitos apresentam significativa
importncia econmica (Woolley, 2001), constituindo-se como reservas importantes de Nb (Arax), ETR (Mountain
Pass), Cu (Phalaborwa) [Mariano, 1989], V, fosfatos, vermiculite, barite, e recursos assinalveis Th, U e diamantes
(Woolley, 2001). O potencial econmico destas rochas agora amplamente apreciado e so os esforos de
companhias mineiras que tem levado descoberta de novos complexos, importantes na dinmica da economia
mundial (Woolley, 2001).
neste contexto que surge o presente trabalho, fruto de um protocolo entre a Genius Mineira Lda e a
Fundao da Faculdade de Cincias da Universidade de Lisboa assinado em Maio 2009, o qual procurou responder
a vrios problemas, nomeadamente: Qual a natureza das unidades constituintes do Complexo Carbonattico de
Bailundo e que tipo de recursos podero elas abarcar? Quais os guias a usar na pesquisa de domnios
composicionalmente anmalos e elevado valor econmico enquanto fonte primordial de matria-prima metlica e
no-metlica? Deste problema surge o tema da presente tese que tem como objectivo especfico a caracterizao
mineralgica, petrogrfica e geoqumica do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo), tomando como referncia
a amostragem disponibilizada pela Genius Mineira Lda., e respectiva contextualizao no quadro informativo
disponvel para as estruturas alcalino-carbonatticas angolanas. Apesar das lacunas de informao existentes a
propsito de vrios parmetros, pretendeu-se comparar os resultados obtidos para o complexo de Bailundo com os
que se encontram publicados para os complexos carbonatticos de Angola e Brasil com o propsito de colocar em
evidncia as principais analogias e diferenas. Usando critrios uniformes, procurou-se ainda identificar as principias
caractersticas litolgicas, geoqumicas e estruturais destes complexos visando a discusso integrada de algumas
das questes relacionadas com a sua gnese/instalao e potencial econmico.
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
2. Introduo
2. Introduo
Carbonatitos: definio, nomenclatura, gnese, contedo metalfero
O carbonatito uma rocha gnea, intrusiva ou extrusiva, constituda por 50% ou mais de minerais
carbonatados (Woolley & Kempe, 1989). Na designao destas rochas, deve ser tido em conta o carbonato
dominante presente; este mineral dever adjectivar o nome da rocha (e.g. carbonatito calcitico (ou sovito),
dolomtico e anquertico, etc, so preferveis aos termos beforsito e rauhaugito, respectivamente). As rochas
essencialmente constitudas por carbonatos de sdio, potssio e clcio, devero ser designadas por natrocarbonatitos (actualmente esta rocha apenas conhecida como produto extrusivo do vulco Oldoinyo Lengai no
Norte da Tanznia). No caso da identificao do(s) carbonato(s) no ser possvel, e a anlise qumica de rocha total
estiver disponvel, os carbonatitos devero ser classificados com base no diagrama CMF (tal como referido por
Woolley, 1982) atendendo percentagem em peso de CaO, MgO e (FeO + Fe2O3 + MnO), daqui resultando os
calciocarbonatitos com mais de 80% de CaO e os magnesiocarbonatitos com MgO> FeO+Fe2O3+MnO. Aqueles
com FeO+Fe2O3+MnO> MgO so chamados ferrocarbonatitos, os quais consistem em carbonatitos que tm na
sua composio fases minerais ferrferos. Os carbonatitos podem ainda conter um prefixo, correspondente fase
mineral acessria dominante (e.g. carbonatito calctico com pirocloro). Todas estas recomendaes para a
classificao de carbonatitos seguem a sistemtica de rochas gneas proposta pela subcomisso da IUGS (Unio
Internacional das Cincias Geolgicas) [Woolley & Kempe, 1989].
O conhecimento da gnese de carbonatitos tem ficado muito aqum do conhecimento adquirido para
rochas silicatadas. Depois de um longo perodo de cepticismo, s agora comea a emergir o conhecimento mais
profundo sobre estas rochas, estabelecendo caractersticas essenciais, tais como a variao de tipos
petrogenticos, relaes de campo (ao nvel de cada complexo e a escalas regionais), elementos maiores e
menores, composies isotpicas e mineralogia detalhada (Gittins, 1989). A natureza dos magmas carbonatticos e
seus parentes tem permanecido um tanto vaga e nenhuma teoria unificada de petrognese se tornou aceite na
generalidade dos autores. A tendncia tem sido equiparar tipos de rocha particulares a magmas particulares no
havendo ainda uma ideia clara se os magmas carbonatiticos so de derivao primria ou secundria, ou se os
processos do manto ou da crosta so dominantes. Segundo Gittins (1989) a literatura sobre a gnese dos magmas
carbonatticos considera essencialmente duas hipteses concorrentes: a) fraccionao a baixa presso na crosta de
um magma parental derivado do manto (normalmente nefelinito carbonatado); e b) separao imiscvel em nveis
crustais pouco profundos do magma silicatado sub-saturado depois de diferenciao prolongada. Barker (1989)
defende que em qualquer dos casos, o magma carbonattico pode inicialmente ser baixo em alcalis, podendo no
entanto fraccionar e produzir liquido alcalino como produto final extremo ou gerar um lquido alcalino uma vez
contaminado pelas rochas hospedeiras dar origem a lquidos calcticos e dolomticos. Uma terceira possiblidade
proposta por Gittins (1989) considera um melt com origem no manto parcialmente carbonatado e metassomatizado
que produzir magmas carbonatitos primrios e magmas silicatados separados.
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Para alm dos carbonatitos propriamente ditos, assinalam-se diversas rochas gneas subsaturadas, muitas
vezes quasi-peralcalinas, tais como ijolitos, melteigitos, piroxenitos e sienitos nefelnicos que se associam aos
complexos carbonatticos. As aurolas de metassomatismo potssico (fenitizao) so comuns e concorrem para a
formao de halos constitudos por rochas quarzto-feldspticas heterogeneamente modificadas (fenitos, constitudos
por feldspato potssico, aegirina e outras piroxenas sdicas e quantidades subordinadas de anfbolas alcalinas).
Estdios mltiplos de diques e veios/venulaes tardias de natureza carbonattica encontram-se tambm
relativamente bem documentados, associando-se, por vezes, a enriquecimentos em fluorite, flor-carbonato,
quartzo, barite, fosfatos, etc. Estes aspectos que traduzem os sintomas de fenitizao esto de acordo os critrios
apresentados por Matos Alves (1968) e Gittins (1989). Este ultimo, defende ainda que os fluidos e a natureza de
fenitizao se relacionam, com a evoluo magmtica do carbonatito, ou seja, a asceno lenta do magma
carbonattico propicia uma maior fraccionao do mesmo, produzindo um fluido aquoso mais rico em alcalis. Pelo
contrrio, se a ascenso do magma ocorrer rapidamente a saturao em gua ocorrer antes da fraccionao ter
tempo para aumentar substancialmente o contedo em alcalis, afectando o tipo de fenitizao que ocorre nas
rochas intrudas. Isto sugere que existe uma profundidade crtica na crosta abaixo da qual a fenitizao
improvvel, uma vez que um fluido aquoso apenas se pode separar do magma carbonattico aps este atingir a
saturao em gua; enquanto tal no acontece, a fenitizao no pode ser desncadeada a menos que, o magma se
tenha tornado suficientemente enriquecido em Cl potenciado a dissoluo dos agentes necessrios fenitizao.
Por estas razes Gittins (1989) defende que o magma carbonattico se desenvolve na crosta inferior ou no manto
superior; o suporte para esta ideia sustentado pela ausncia de fenitos em torno de alguns carbonatitos que se
pensa ter cristalizado a profundidades considerveis no seio de um terreno granultico a Norte de Ontrio, Canad
(Gittins, 1978 in Gittins, 1989).
As rochas alcalino-carbonatticas apresentam especifidades mineralgicas e geoqumicas que so, regra
geral, distintas, traduzindo-se frequentemente por concentraes anmalas em Nb, ETR, Fe, Ti, Zr, apatite, fluorite,
flogopite, vermiculite e barite, passveis de explorao econmica; a estas associam-se, por vezes, contedos
assinalveis em U, Ta, Zn, Pb, Cu, Th e Ni. A este propsito refira-se que as estruturas carbonatticas representam
a maior reserva de Nb (Brasil, Canad, Zaire, Gabo) e ETR (China, EUA, Austrlia, Brasil) do mundo, constituindo
ainda uma fonte de importncia assinalvel para P (Rssia, Brasil, Repblica da frica do Sul, Finlndia), Cu
(Repblica da frica do Sul, Brasil), Ti (Brasil), F (Brasil, ndia), Ba (Brasil), Fe (Noruega, Brasil), V (Bolvia), Sr
(Nambia), vermiculite (Repblica da frica do Sul, Brasil) e carbonatos para a indstria cimenteira e correctivos
agrcolas.
Breve recenso dos estudos realizados sobre carbonatitos angolanos
As primeiras referncias a complexos anelares em Angola devem-se a Polinard (1939), muito embora a
meno a rochas carbonatticas somente aparea no trabalho de Machado (1958), referindo concretamente a sua
importncia em quatro complexos gneos: Capuia, Bailundo, Longonjo e Coola (Matos Alves, 1966). A identificao
dos complexos de Bonga e Tchivira no incio da dcada de 60 do sculo XX desencadeou diversos estudos (Peres,
1965; Matos Alves, 1966, 1968; Lapido Loureiro, 1967, 1968; Silva, 1973) que, fornecendo informaes inovadoras,
4
2. Introduo
conduziram ao reconhecimento de quatro outros complexos: Virulundo, Lupongola, Monte Verde e Capunda (Lapido
Loureiro, 1973). Daqui se depreende que o essencial das pesquisas sobre os complexos carbonatticos angolanos
se desenrolou entre 1962 e 1972, abarcando levantamentos de campo, estudos petrogrficos e avaliaes
preliminares do seu interesse econmico; a partir dos anos 80, retomaram-se os estudos, na maior parte dos casos
recorrendo ao exame laboratorial detalhado de amostras colhidas nas primeiras campanhas de campo.
As compilaes e snteses de informao relevante sobre os complexos carbonatticos angolanos (Figura
2.1) revelaram que estes formam trs conjuntos fundamentais que se distribuem pela Diagonal Transangolana (e.g.
Tchivira, Bonga, Longonjo, Coola, Bailundo, Chianga, Capuia, Canata, Capunda), grupo Centro-Oeste (e.g.
Catanda) e grupo Sudoeste (Virulundo, Morro Vermelho, Lupongola, aos quais se devem associar Swartbooisdrift e
Epembe no territrio da Nambia). Formam estruturas (sub-)intrusivas com morfologia (sub-)circular ocupando reas
variveis entre 5 a ca. 100 km2, cortando granitos, migmatitos e gnaisses de idade Arcaica ou Proterozica
(exceptuando Lupongola que intrui um complexo gabro-anortostico). Sob o ponto de vista morfo-litolgico foram
reconhecidos por Issa Filho (1991) e por Lapido Loureiro 1995, oito tipos de complexos carbonatticos: (1) rolhes
(plugs) tronco-cnicos (Matos Alves, 1968) formando imponentes relevos de dureza, com grande volume de
carbonatitos e abundncia de brechas granito (fenito-) carbonatticas e feldsptico-carbonatticas, na parte interna, e
sienito (fenito-) carbonatticas e feldspatico-carbonatticas, nos exocontactos (Bonga e Virulundo); (2) estruturas em
anel com arcos de expresso topogrfica marcante, com ou sem carbonatitos, no interior dos quais podem ocorrer
corpos carbonatticos aflorantes e/ou cobertos por solos eluvio-coluvionares (Bailundo, Coola, Canata); (3)
complexos de rochas alcalinas com pequenos corpos de carbonatitos e brechas carbonatticas polignicas,
distribuidas irregularmente (Monte Verde); (4) corpos carbonatticos extensos, de forma no definida, de relevo
acentuado e com espessos depsitos coluvionares (Longonjo, Capuia) (5) Diques carbonatticos circulares em
complexos alcalinos (Tchivira); (6) anis de brechas carbonatticas, com expresso topogrfica, cortando anortositos
(Lupongola); (7) diques carbonatticos lineares cortando gnaisses pr-cambricos (sul do Virulundo) ou anortositos
(leste do Lupongola); (8) tufos carbonatticos dispondo-se grosseiramente em camadas (Catanda). Regra geral, o
carbonatito calctico (sovito) predomina, muito embora se assinalem domnios com extenso varivel e natureza
dolomtica, anquertica ou mesmo sidertica em vrios complexos; com excepo de Bonga e Virulundo, prevalecem
as brechas carbonatticas e os carbonatitos silicificados.
Os estudos dedicados mineralogia extica que vulgarmente se associa aos complexos carbonatticos,
pautam-se restringem-se a indicaes soltas na literatura geral (e.g. Woolley, 2001) e aos dados sumrios
apresentados por Lapido Loureiro (1995) e por Bambi et al. (2008). Salientam-se as advertncias quanto presena
de estroncianite, hollandite [xido de brio e mangans], flor-carbonatos de Ca e ETR [nomeadamente parisite e
synchisite, embora tambm apaream referncias a bastnasite], crandalite [fosfato hidratado de clcio], minerais dos
grupos da flor-apatite e pirocloro.
Do ponto de vista geoqumico, os dados publicados so exguos e referem-se a exemplares cuja
representatividade poder no estar assegurada; existem ainda dificuldades acrescidas decorrentes da comparao
de resultados analticos obtidos em tempos muito diferentes fazendo uso de metodologias (de preparao e de
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
anlise qumica) distintas. Ainda assim, os resultados facultados por Lapido Loureiro (1995) e Alberti et al. (1999)
podem ser tomados como pontos de referncia aceitveis, permitindo caracterizar genericamente os vrios tipos de
carbonatito e o metassomatismo potssico (fenitizao) que afecta os halos envolventes da maioria dos complexos.
Acresce mencionar que as caractersticas isotpicas (C, O, Sr e Nd) determinadas por Alberti et al. (1999) para os
principais complexos carbonatticos angolanos sugerem fontes mantlicas algo empobrecidas cuja heterogeneidade
imputvel a processos metassomticos experimentados pelo manto no perodo compreendido entre ca. 0,6 e 0,7
Ga.
7
8
10
11
12
13
Cuacra
Catanda
Canata (Andulo)
Chiueca
Capuia
Bailundo
14
18
20
21
29
30
Monte Verde
Coola
Chianga
Longonjo
Tchivira
Bonga
31
33
34
35
Capunda
Virulundo
Morro Vermelho
Lupongola
Figura 2.1: Distribuio dos complexos carbonatticos de Angola (Modificado de Woolley, 2001).
2. Introduo
No que respeita tipologia (classificao) das diferentes mineralizaes distinguem-se as seguintes (e.g.
Lapido Loureiro, 1995):
(1) Magmatognicas [fases precoces do percurso de cristalizao], compreendendo essencialmente
disseminaes, segregaes, stockworks ou bolsadas de magnetite (e.g. Bailundo, Virulundo, Morro Vermelho)
(2) Tardi-magmticas e magmtico-hidrotermais/metassomticos [tipicamente associadas s etapas finais
de consolidao e arrefecimento do(s) corpo(s) gneo(s), em boa parte sncronas dos processos de fenitizao],
envolvendo:
a .Disseminaes (heterogneas), bolsadas e veios de barite, em contexto endo- ou exocarbonattico (e.g. Virulundo, Coola);
b. Veios e substituies de fluorite, com ou sem ETR, em contexto endo- ou exo-carbonattico (e.g.
Tchivira, Coola);
c. Veios (e bolsadas) de apatite (e.g. Bailundo)
(3) Sedimentares [traduzindo-se por enriquecimentos supergnicos ou residuais em diversos metais],
incluindo:
a. Acumulaes (aluvionares-)eluvionares de magnetite/maghemite hematite ( goethite)
resultantes da meteorizao qumica actuante sobre as rochas carbonatticas no interior do anel fentico
mais resistente eroso (e.g. Bailundo, Canata, Morro Vermelho);
b. Acumulaes coluvionares de pirocloro (e.g. Bonga) e magnetite/maghmite ( hematite) (e.g.
Virulundo) decorrentes da acumulao de minerais resistatos por processos morfo-gravticos junto ao sop
de relevos carbonatticos sujeitos a meteorizao qumica intensa; e
c. Dissoluo matricial/reprecipitao de pirocloro ou de fosfatos (e.g. Bonga), documentando a
dinmica associada elevada vulnerabilidade qumica dos agregados de carbonato que suportam
disseminaes de minerais resistatos ou de fases passveis de alterao mas cujos constituintes
apresentam mobilidade reduzida em meio aquoso.
Nas tipologias sedimentares, destacam-se os depsitos (aluvionares-)eluvionares de Bailundo, aos quais
deve ser dada particular ateno, principalmente na influncia dos processos de meteorizao qumica no
enriquecimento (supergnico e residual) em vrios metais, o que no de somenos importncia atendendo ao que
se conhece para ocorrncias similares em outras regies do mundo, nomeadamente no Brasil. Neste sentido e
seguindo de perto as indicaes genricas apresentadas por Lapido Loureiro (1995), reveste-se de especial
interesse avaliar as potencialidades econmicas dos produtos resultantes de processos eluvionares (morfoqumicos), coluvionares (morfo-gravticos) e de dissoluo/re-precipitao ainda incipientemente caracterizados para
Bailundo (xidos de ferro, fosfatos, niobatos), Morro Vermelho (xidos de ferro), Bonga (niobatos), Virulundo (xidos
de ferro). Note-se que os complexos carbonatticos brasileiros com maior valor econmico correspondem, sem
excepo, aos que registam maior alterao meterica, qual se associam importantes enriquecimentos residuais
em pirocloro (Arax e Catalo), apatite (Tapira, Arax, Catalo I, Anitpolis, Salitre, Angico dos Dias, Maicuru) e
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
anatase (Tapira, Salitre, Catalo, Maicuru); note-se ainda que, em muitas situaes, estas capas de meteorizao
contm tambm quantidades significativas de vermiculite, passveis de explorao econmica (como acontece em
Catalo).
3. Enquadramento geolgico
3. Enquadramento geolgico
O complexo carbonattico de Bailundo localiza-se na Provncia Alcalino-Carbonattica Diagonal
Transangolana (Lapido Loureiro, 1995 e referncias citadas; Figura 3.1). Neste complexo intrusivo aneliforme, com
7 km de dimetro e 38,5 km2 de rea: (1) as colinas perifricas atingem altitudes compreendidas entre 1800 e
1650 m, e o seu substrato geolgico corresponde a fenitos, i.e. rochas resultantes da transformao dos granitos
encaixantes por processos metassomticos heterogneos e intensos (Lapido Loureiro, 1995); (2) a rea extensa e
fortemente aplanada no interior do anel, com altitude mdia prxima de 1550 m, encontra-se coberta por depsitos
coluvionares-eluvionares relativamente espessos ( 15 m) ricos em xidos-hidrxidos de ferro, assim como em
outras fases minerais com interesse econmico potencial; (3) o domnio central da estrutura, basicamente
correspondendo ao Morro Belm (que atinge 1805 m de altitude), preponderantemente constitudo por rochas
carbonatticas relativamente ricas em magnetite (e/ou produtos derivados da sua oxidao e alterao), rodeadas
por afloramentos de carbonatito compactos e cavernosos.
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
N
VI
I
VII
V
II
III
IV
VIII
Figura 3.2: Principais unidades geotectnicas do territrio angolano (simplificado a partir de Arajo e Guimares, 1995). I
Escudo do Maiombe (Arcaico e Paleoproterozico); II Escudo do Cassai (Arcaico e Paleoproterozico); III Escudo do
Bangweuto [Arcaico, Proterozico (Paleo e Neo) e Mesozico (Trias-Jura)]; IV Escudo de Angola [(Arcaico) Paleoproterozico
e Neoproterozico (especialmente para W)]; V Horst Kwanza [Arcaico (Neoproterozico faixa estreita a S)]; VI Aulacgeno
do Congo Ocidental (Neoproterozico); VII Depresso Peri-ocenica (Mesozico Cenozico); VIII Depresses continentais
do Congo e Okavango [Mesozico Cenozico (muito espesso a Sul)]. As linhas a ponteado representam os limites da
Diagonal Trans-Angolana ou segundo (Arajo e Guimares, 1992) a estrutura transcontinental de Lucapa (onde se situam a
maioria das ocorrncias carbonattica-quimberlticas); no sector NW, a faixa limitada pelas linhas a ponteado compreende
numerosas ocorrncias de Cu, Zn, Pb.
3. Enquadramento geolgico
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
alinhamentos NE-SW do continente africano so correlacionveis com estruturas semelhantes de direco WNWESE na margem oriental sul-americana quando considerada a posio de pr-deriva das duas regies (Figura 3.3).
Assim, no dever ser excluda a hiptese da existncia de zonas de falha, extensas e profundas, retomadas ou
desenvolvidas durante a abertura do oceano Atlntico.
Figura 3.3: Distribuio do magmatismo da provncia Paran-Angola-Nambia (Oeste da placa Gondwnica cerca de 110 Ma)
e localizao das maiores ocorrncias alcalino-carbonatticas (Adaptado Comin-Chiaramonti et al., 2007).
Acresce mencionar que as caractersticas isotpicas (C, O, Sr, Nd, Re e Os) determinadas por CominChiaramonti et al. (2007) para todo o sistema PAN sugerem que os magmas parentais foram gerados na sequncia
de grandes eventos de enriquecimento do manto litosfrico sub-continental a 2,0-1,4 e 1,0-0,5 Ga. Os mesmos
autores defendem que as fontes mantlicas preservam heterogeneidades isotpicas durante muito tempo, sugerindo
a presena de um manto litosfrico no convectivo sob diferentes crates ou regies inter-cratnicas.
12
4. Materiais e mtodos
4. Materiais e mtodos
Com vista aquisio dos dados que suportam o presente trabalho, seleccionaram-se as metodologias e
anlise consideradas adequadas aos objectos previamente estabelecidos. Uma vez que a seleco dos mtodos
utilizados condiciona a natureza e qualidade dos dados obtidos, pretende-se com este captulo dar a conhecer as
metodologias de trabalho desenvolvidas, bem como os procedimentos e condies analticas utilizadas. Todos os
procedimentos de preparao de amostras tiveram lugar nos laboratrios de mineralogia do Departamento de
Geologia da FCUL.
4.1 Amostragem
A amostragem dos 81 exemplares estudados nesta dissertao foi realizada pela Genius Mineira Lda. e a
sua distribuio espacial encontra-se representada no mapa em Anexo 1.
No obstante as rochas em estudo apresentarem granularidade tendencialmente fina, certo que retratam
contextos mineralgico-texturais muito heterogneos, pelo que amostras de maior dimenso seriam necessrias
para assegurar representatividade composicional. Esta questo foi contudo, devidamente avaliada com base no
estudo das disperses admitidas pelos resultados analticos obtidos para cada subconjunto de amostras. Tal no
impede que alguns dos locais sejam sujeitos a nova amostragem a fim de confirmar os valores de concentrao
multi-elementar determinados (ver 4.4).
4.2 Petrografia
A preparao de lminas delgadas polidas para estudo petrogrfico visou a caracterizao das diferentes
fcies constituintes do complexo carbonattico de Bailundo. O corte das amostras foi realizado com uma serra
diamantada. As lminas polidas foram observadas ao microscpio ptico de luz transmitida e reflectida, visando a
caracterizao das texturas e identificao das associaes minerais. Posteriormente domnios representativos das
lminas foram fotografadas ao microscpio com o objectivo de documentar os agrupamentos mineralgico-texturais
mais importantes.
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Condies de leitura
As anlises qumicas pontuais foram realizadas com feixes de dimetro 5 m (exceptuando carbonatos,
para os quais se usaram dimetros de 25 m), 25 nA de corrente de emisso, 15 kV de potencial de acelerao e
tempos de contagem de 20 s. A rotina de calibrao da microssonda recorreu anlise de padres metlicos e de
minerais de composio conhecida:
Mass(%)
ZAF Fac.
1 P2O5
apatite.ast
42.2108
2.8358
3.4012
0.8294
1.0053
2 Na2O
jadeite.ast
15.1000
5.5606 10.7467
0.5153
1.0041
3 MnO
bustamite.ast
24.3100
0.2625
0.2704
0.9706
1.0001
4 FeO
almandine.ast
23.2700
0.1990
0.2024
0.9830
1.0000
5 CaO
apatite.ast
55.6043
0.8890
0.9503
0.9355
1.0000
6 F
apatite.ast
3.7700
3.3213 21.5322
0.1543
1.0000
7 Cl
tugtupite.ast
100.0000
2.0072
2.1405
0.9377
1.0000
8 SrO
celestite.ast
56.2000
3.4080
4.3528
0.7792
1.0048
9 La2O3 monazite.ast
15.1300
0.4791
0.5161
0.9282
1.0000
10 Ce2O3 monazite.ast
36.0800
0.4302
0.4596
0.9360
1.0000
11 Nd2O3 monazite.ast
10.1500
0.3447
0.3637
0.9477
1.0000
14
Standard name
Standard name
haematite.ast
Mass(%)
ZAF Fac.
89.9812
0.2140
0.2170
0.9864
1.0000
2 Al2O3 plagioclase.ast
28.5300
4.2119
5.8530
0.7113
1.0116
3 CaO
plagioclase.ast
11.8000
0.8594
0.9355
0.9185
1.0001
4 BaO
barite.ast
65.4500
0.5346
0.5744
0.9307
1.0000
5 TiO2
rutile.ast
100.0000
0.5904
0.6060
0.9742
1.0000
6 MgO
pyrope.ast
19.3300
4.5894
7.9318
0.5749
1.0065
7 SiO2
plagioclase.ast
54.2100
3.0581
4.4064
0.6937
1.0004
8 SO3
barite.ast
34.4500
2.1267
2.9618
0.7168
1.0017
9 SrO
celestite.ast
56.2000
3.4080
4.3528
0.7792
1.0048
10 PbO
galena.ast
93.2876
2.7233
3.4515
0.7890
1.0000
11 ThO2
monazite.ast
4.3200
1.3261
1.6591
0.7993
1.0000
4. Materiais e mtodos
Standard name
Mass(%)
1 CaO
apatite.ast
55.6043
0.8890
0.9503
0.9355
1.0000
2 P2O5
monazite.ast
27.7300
2.3638
3.8878
0.6079
1.0001
3 MnO
bustamite.ast
24.3100
0.2625
0.2704
0.9706
1.0001
4 FeO
almandine.ast
23.2700
0.1990
0.2024
0.9830
1.0000
5 Cl
tugtupite.ast
7.5800
1.6241
1.9952
0.8140
1.0000
6 Na2O
jadeite.ast
15.1000
5.5606 10.7467
0.5153
1.0041
15.1300
0.4791
0.5161
0.9282
1.0000
4.3200
1.3261
1.6591
0.7993
1.0000
113.8528
1.6395
1.9732
0.8309
1.0000
3.3213 21.5322
0.1543
1.0000
7 La2O3 monazite.ast
8 ThO2
monazite.ast
9 PaO2
Cal-STD
10 F
apatite.ast
3.7700
11 Ce2O3 monazite.ast
36.0800
0.4302
0.4596
0.9360
1.0000
12 Pr2O3 monazite.ast
4.9200
0.3852
0.4091
0.9414
1.0000
13 SiO2
pyrope.ast
41.4500
2.8880
4.4381
0.6506
1.0001
14 SrO
celestite.ast
56.2000
3.4080
4.3528
0.7792
1.0048
10.1500
0.3447
0.3637
0.9477
1.0000
115.9628
0.3247
0.3428
0.9473
1.0000
15 Nd2O3 monazite.ast
16 Sm2O3 Cal-STD
ZAF Fac.
Standard name
Mass(%)
ZAF Fac.
1 CaO
calcite.ast
55.9400
0.9293
0.9656
1.0000
2 CO2
calcite.ast
0.2672
1.0000
3 MnO
bustamite.ast
24.3100
0.2625
0.2704
0.9706
1.0001
4 FeO
almandine.ast
23.2700
0.1990
0.2024
0.9830
1.0000
5 TiO2
kaersutite.ast
5.0400
0.5416
0.5714
0.9406
1.0076
6 MgO
almandine.ast
10.7000
4.1909
8.0108
0.5200
1.0060
7 Ce2O3 monazite.ast
36.0800
0.4302
0.4596
0.9360
1.0000
8 Nd2O3 monazite.ast
10.1500
0.3447
0.3637
0.9477
1.0000
118.2607
3.8317
5.0267
0.7623
1.0000
5.2182 10.7639
0.4827
1.0043
9 SrO
celestite.ast
10 Na2O
plagioclase.ast
4.3500
0.8973
11 La2O3 monazite.ast
15.1300
0.4791
0.5161
0.9282
1.0000
12 BaO
65.4500
0.5346
0.5744
0.9307
1.0000
barite.ast
15
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
1 TiO2
kaersutite.ast
2 Na2O
albite.ast
3 MnO
Mass(%)
5.0400
ZAF Fac.
0.9406
1.0076
11.5900
5.5020 10.7239
0.5109
1.0041
bustamite.ast
24.3100
0.2625
0.2704
0.9706
1.0001
4 K2O
sanidine.ast
12.1100
1.0720
1.2031
0.8908
1.0003
5 CaO
almandine.ast
4.2000
0.8793
0.9526
0.9188
1.0047
6 MgO
almandine.ast
10.7000
4.1909
8.0108
0.5200
1.0060
7 SiO2
almandine.ast
39.1900
2.8799
4.4824
0.6424
1.0001
8 FeO
almandine.ast
23.2700
0.1990
0.2024
0.9830
1.0000
9 Cr2O3 chromium_ox.ast
100.0000
0.3636
0.3706
0.9811
1.0000
10 Al2O3 almandine.ast
22.0500
3.6182
5.9537
0.6037
1.0066
11 Cs2O
pollucite.ast
31.8100
0.5496
0.5876
0.9353
1.0000
12 BaO
benitoite.ast
37.0800
0.5092
0.5389
0.9448
1.0000
13 Cl
tugtupite.ast
7.5800
1.6241
1.9952
0.8140
1.0000
14 F
apatite.ast
3.7700
3.3213 21.5322
0.1543
1.0000
15 Rb2O
Cal-STD
4.2505
5.7041
0.7452
1.0000
109.3600
0.5416
0.5714
16
Standard name
Standard name
Mass(%)
ZAF Fac.
1 CaO
apatite.ast
55.6043
0.8890
0.9503
0.9355
1.0000
2 Na2O
albite.ast
11.5900
5.5020 10.7239
0.5109
1.0041
3 MnO
bustamite.ast
24.3100
0.2625
0.2704
0.9706
1.0001
4 BaO
benitoite.ast
37.0800
0.5092
0.5389
0.9448
1.0000
5 TiO2
rutile.ast
100.0000
0.5904
0.6060
0.9742
1.0000
6 Al2O3 plagioclase.ast
28.5300
4.2119
5.8530
0.7113
1.0116
7 SiO2
almandine.ast
39.1900
2.8799
4.4824
0.6424
1.0001
8 Fe2O3 haematite.ast
100.0000
0.2140
0.2170
0.9864
1.0000
9 ZnO
willemite.ast
66.8900
0.0604
0.0609
0.9922
1.0000
10 MgO
periclase.ast
100.0000
5.4677
7.8316
0.6982
1.0000
0.3636
0.3706
0.9811
1.0000
12 V2O3
0.5082
0.5216
0.9741
1.0000
V_b_1 (metal)
147.1143
4. Materiais e mtodos
Standard name
1 TiO2
kaersutite.ast
2 Na2O
albite.ast
3 MnO
bustamite.ast
4 K2O
Mass(%)
5.0400
ZAF Fac.
0.5416
0.5714
0.9406
1.0076
11.5900
5.5020 10.7239
0.5109
1.0041
24.3100
0.2625
0.2704
0.9706
1.0001
biotite.ast
9.9100
1.0735
1.1929
0.8982
1.0019
5 CaO
almandine.ast
4.2000
0.8793
0.9526
0.9188
1.0047
6 MgO
diopside.ast
18.6200
4.7753
7.8638
0.6041
1.0052
7 SiO2
almandine.ast
39.1900
2.8799
4.4824
0.6424
1.0001
8 FeO
almandine.ast
23.2700
0.1990
0.2024
0.9830
1.0000
0.3636
0.3706
0.9811
1.0000
10 Al2O3 chlorite.ast
18.0800
3.2856
5.5449
0.5896
1.0050
11 ZnO
willemite.ast
66.8900
0.0604
0.0609
0.9922
1.0000
12 F
fluorite.ast
48.6700
5.4186 22.0589
0.2456
1.0000
Standard name
Mass(%)
ZAF Fac.
1 CaO
apatite.ast
55.6043
0.8890
0.9503
0.9355
1.0000
2 P2O5
monazite.ast
27.7300
2.3638
3.8878
0.6079
1.0001
3 MnO
bustamite.ast
24.3100
0.2625
0.2704
0.9706
1.0001
4 FeO
almandine.ast
23.2700
0.1990
0.2024
0.9830
1.0000
143.0524
2.7797
3.4505
0.8056
1.0000
15.1000
5.5606 10.7467
0.5153
1.0041
15.1300
0.4791
0.5161
0.9282
1.0000
4.3200
1.3261
1.6591
0.7993
1.0000
93.2876
2.7233
3.4515
0.7890
1.0000
3.3213 21.5322
0.1543
1.0000
5 Nb2O5 Cal-STD
6 Na2O
jadeite.ast
7 La2O3 monazite.ast
8 ThO2
monazite.ast
9 PbO
galena.ast
10 F
apatite.ast
3.7700
11 Ce2O3 monazite.ast
36.0800
0.4302
0.4596
0.9360
1.0000
12 Pr2O3 monazite.ast
4.9200
0.3852
0.4091
0.9414
1.0000
100.0000
0.5904
0.6060
0.9742
1.0000
56.2000
3.4080
4.3528
0.7792
1.0048
10.1500
0.3447
0.3637
0.9477
1.0000
115.9628
0.3247
0.3428
0.9473
1.0000
13 TiO2
rutile.ast
14 SrO
celestite.ast
15 Nd2O3 monazite.ast
16 Sm2O3 Cal-STD
17
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Standard name
Mass(%)
1 CaO
plagioclase.ast
11.8000
2 Na2O
plagioclase.ast
4.3500
3 BaO
benitoite.ast
4 K2O
sanidine.ast
5 TiO2
ZAF Fac.
0.9355
0.9185
1.0001
5.2182 10.7639
0.4827
1.0043
37.0800
0.5092
0.5389
0.9448
1.0000
12.1100
1.0720
1.2031
0.8908
1.0003
kaersutite.ast
5.0400
0.5449
0.5749
0.9406
1.0076
6 MgO
almandine.ast
10.7000
4.1909
8.0108
0.5200
1.0060
7 SiO2
spodumene.ast
64.5900
3.1417
4.3867
0.7162
1.0000
8 FeO
almandine.ast
23.2700
0.1990
0.2024
0.9830
1.0000
9 Al2O3 sanidine.ast
18.7600
4.2406
5.8686
0.7117
1.0152
10 SrO
56.2000
3.4080
4.3528
0.7792
1.0048
celestite.ast
0.8594
Estimativa de erros
Em condies ptimas de polimento e ausncia de degradao, a determinao de massa total tem
desvios inferiores a 1%. Nas mesmas condies, o erro estimado para elementos maiores inferior a 2%; para
elementos menores (representando mais de 0.1% da massa total) inferior a 5%. Para elementos presentes em
quantidade trao (representando menos de 0.1% da massa total), os erros de anlise carecem de determinao
posterior.
Casos particulares
A determinao de carbono pode ser feita por leitura directa. Contudo, devido metalizao das
preparaes com grafite, o erro do valor medido chega a ser 20% da massa total (embora tipicamente inferior a 10%
da massa total). Deste modo, determinaes mais precisas requerem a metalizao com ouro ou outra que no
carbono.
A determinao do carbono tambm pode ser realizada pela diferena da massa total para 100% quando
no esto presentes outros elementos que no podem ser medidos (H e Li) e quando se conhecem os estados de
oxidao reais dos elementos de transio presentes. Neste caso os erros estimados so de menos de 5% nos
carbonatos e de menos de 20% quando o carbono um elemento menor.
A determinao da gua sempre efectuada por diferena da massa total para 100%. Os erros resultantes
estimam-se em menos 20% nas anfbolas, menos de 15% nas micas e menos de 10% nas clorites e serpentinas.
Nas situaes em que a gama de elementos analisados est incompleta, constituindo um total de massa
inferior a 80%, os valores dos erros nos elementos medidos sofrem um incremento de at 5%.
18
4. Materiais e mtodos
4.4 Litogeoqumica
Foram seleccionadas 50 amostras para anlise qumica de rocha total de entre os 81 exemplares colhidos
pela Genius Mineira Lda. no complexo carbonattico de Bailundo (em Anexo 1) Esta seleco teve como base
critrios de representatividade litolgica e distribuio espacial, sumariamente listados na Tabela 4.1.
Embora condicionada dimenso (reduzida) dos exemplares colhidos e enviados pela Genius Mineira
Lda., a preparao das amostras seguiu o procedimento habitual, garantindo em cada passo a menor perda
possvel de massa. As pulverizaes foram realizadas com moinhos de argolas de gata ou carbureto de
tungstnio, escolhidos em funo da quantidade de material disponvel aps triturao/moagem grosseira com o
martelo e posteriormente com o moinho de maxilas; para massas inferiores a 120 g (cinco casos), recorreu-se ao
moinho de pilo.
As anlises qumicas de rocha total foram requeridas ao Actlabs Lda., tendo sido seleccionado o pacote
analtico 4LITHORESEARCH, o qual permite analisar a totalidade dos xidos de elementos maiores e um largo
conjunto de elementos menores e trao com limites de deteco adequados ao presente estudo (Tabela em Anexo
1). Considerando as caractersticas mineralgicas das amostras seleccionadas para estudo geoqumico, solicitaramse determinaes adicionais (4LITHORESEARCHQUANT) ou melhoria dos limites de deteco para alguns
elementos qumicos em certos exemplares (nomeadamente os que representam minrios); listagem de elementos
apresentada na Tabela em anexo 1 acresce o CO2 total.
A caracterizao litogeoqumica das amostras de Bailundo e sua contextualizao regional, atendendo aos
dados bibliogrficos disponveis para os complexos carbonatticos de Angola e Brasil, recorreu a diagramas
discriminantes (Woolley e Kempe, 1989; Loureiro, 1995) e demais projeces adequadas aos propsitos especficos
do presente estudo, considerando as observaes petrogrficas e resultados de qumica mineral adquiridos at ao
momento.
19
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Ncleo Carbonattico
Anel Sovtico
Anel Fentico
Cdigo
BL-Pn
9
11
14
15
20
23
26
35
36
37
44
45
46
47
48
2
5
6
7
16
18
19
27
28
29
30
39
49
54
31
33
51
55
57
58
59
60
61
64
66
70
71
72
73
75
76
77
78
80
81
Amostragem
Localizao
X
Y
603395
8656627
603511
8656549
603739
8656716
603871
8656735
603341
8657064
603631
8657074
603952
8656999
603477
8656344
603309
8656304
603739
8656239
603938
8656234
603818
8656357
603770
8656454
603600
8656152
603637
8656010
602986
8656904
603008
8656917
603010
8656900
602919
8656793
603225
8656975
603209
8657063
603209
8657067
604019
8657083
604093
8657215
604128
8657324
604340
8656918
604048
8656113
603895
8655806
604586
8655487
604361
8657289
604375
8657462
604067
8655669
604669
8655410
605003
8655113
605217
8654839
605355
8655022
605389
8655132
600938
8655879
600646
8656002
600610
8655962
600248
8656363
600313
8656168
600367
8656013
600065
8656680
600404
8656818
600406
8656817
600321
8656509
600330
8656936
600081
8656620
600373
8656033
Total Amostragem
Observaes
Critrios de Seleco
Minrio
Avaliar alinhamento 10, 11, 12, 13, 14
Avaliar alinhamento 10, 11, 12, 13, 14
Isolada no ncleo; minrio
Minrio
Fronteira carbonatito calctico
Fronteira carbonatito calctico
Minrio
Minrio
Carbonatito
Mineralizao brechificada
Isolada no ncleo; caracterizao de REE e xidos
Isolada no ncleo; minrio oxidado
Isolada no ncleo; caracterizao hidrxidos
Isolada no ncleo
Representativa do conjunto NW
Representativa do conjunto NW; caracterizao xidos
Representativa do conjunto NW
Representativa do conjunto NW
Representativa do conjunto NNW
Representativa do conjunto NNW
Representativa do conjunto NNW
Avaliar alinhamento 26, 27, 28 e 29
Avaliar alinhamento 26, 27, 28 e 29
Avaliar alinhamento 26, 27, 28 e 29
Carbonatito calctico
Fronteira ncleo carbonattico
Fronteira anel fenitizao
Textura brechide
Fenitos NE
Fenitos NE
Fronteira carbonatitos calcticos; carbonatos grosseiros
Fronteira carbonatitos calcticos; hidrxidos e fosfatos
Caracterizao REE; Fenitos SE
Abundantes xidos e hidrxidos; Fenitos SE
Caracterizao de minerais de alterao; Fenitos SE
Caracterizao xidos, hidrxidos e fosfatos; Fenitos SE
Fenitos W
Fenitos W; piroxenas, anfbolas, biotites?
Fenitos W; xidos, hidrxidos; zelitos?
Fenitos WNW
Fenitos WNW
Fenitos W
Fenitos NW
Minrio
Minrio
Fenitos NW
Minrio
Minrio
Minrio
50
Diagramas discriminantes
A discriminao composicional das rochas carbonatticas tem sido objecto de diversos estudos,
destacando-se a sntese devida a Woolley e Kempe (1989 e referncias citadas). A este quadro de referncia,
20
4. Materiais e mtodos
Lapido Loureiro (1995) adiciona novos elementos quantitativos que fundamentam a utilizao de diagramas
complementares e que, conjugados com informaes de natureza petrogrfica e mineralgica, permitem:
(1) Separar carbonatitos s.s. de rochas associadas ou derivadas da actividade alcalina-carbonattica, bem
como das que resultam de processos metassomticos (nomeadamente silicificao e carbonatao) (diagrama
CSA; Figura 4.1- A);
(2) Discriminar quimicamente e proceder classificao dos carbonatitos s.s. com base na percentagem
em peso de CaO, MgO e (FeO + Fe2O3 + MnO), tal como referido por Woolley (1982; diagrama CMF; Figura 4.1B); e
(3) Estabelecer uma nomenclatura para carbonatitos enriquecidos em minerais com interesse econmico,
tais como apatite (diagrama C-P-Si; Figura 4.1- C), fluorite (diagrama C-Fl-Si; Figura 4.1- D), bastnasite/monazite
(diagrama C-T-Si; Figura 4.1- E) e barite/estroncianite (diagrama C-B-Si; Figura 4.1- F).
A estes diagramas sugere-se a adio de dois outros que, em conjunto, possibilitam a avaliao da
abundncia relativa de fases ricas em nibio e titnio (e.g. pirocloro), ferro (magnetite), ETR e brio (Figura 4.1- G e
4.1- H).
CO2
100
CaO
100
10
90
10
90
20
80
80
20
30
30
70
70
40
40
60
60
50
50
50
50
40
60
40
60
70
70
30
30
80
80
20
20
90
10
100 90
SiO2-2.5Al2O3
80
70
60
90
10
100
50
40
30
20
10
Al2O3+Na2O+K2O
100
100
MgO
90
80
CO2
100
70
60
30
10
Fe2O3+FeO+MnO
90
20
20
80
30
30
70
70
i1
60
20
10
90
80
40
CO2
100
10
50
k1
40
m1
60
o1
40
50
50
50
50
60
60
40
40
70
i2
30
70
m2
30
k2
o2
80
20
20
80
90
10
100
P2O5
90
80
70
60
50
40
30
20
90
10
100
10
SiO2
100 90
F-(0.1P2O5)
p
80
70
60
50
40
30
20
100
10
SiO2
21
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
CO2
CO2
100
100
10
90
20
80
10
90
20
80
30
30
70
70
q1
60
s1
x1
u1
40
60
40
50
50
50
50
60
60
40
40
70
30
10
100
TR2O3
90
90
10
100
70
60
50
80
20
t
80
x2
80
s2
20
70
u2
30
q2
40
30
20
10
SiO2
100
BaO+SrO
90
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
SiO2
FeO(T)
BaO+SrO+CaO+MgO
100
100
10
90
20
25
80
75
30
70
40
60
50
50
50
50
60
40
70
30
75
25
80
20
90
10
100
100
Nb2O3+TiO2
75
50
25
Tr2O3
100
100
Tr2O3
90
80
70
60
50
40
30
20
10
Nb2O5+TiO2
Figura 4.1.: (A) a Carbonatito s.s.; b Carbonatito silicificado; c Silexito carbonattico; d Silicocarbonatito; e Fenito. (B) f
calciocarbonatito; g magnsiocarbonatito; h ferrocarbonatito. (C) a Carbonatito s.s.; i1 Carbonatito com apatite; i2
Carbonatito apattico; j Apatitito carbonattico; k1 Carbonatito ou silicocarbonatito com apatite; k2 Carbonatito ou
silicocarbonatito com apatite silicificado; l Silexito carbonattico com apatite. (D) a carbonatito s.s.; m1 carbonatito com
fluorite; m2 carbonatito fluortico; n fluoritito carbonattico; o1 carbonatito ou silicocarbonatito com fluorite; o2 carbonatito
ou silicocarbonatito com fluorite silicificado; p silexito carbonattico com fluorite. (E) a carbonatito s.s.; q1 carbonatito com
ETR; q2 carbonatito bastnastico; r bastnasitito carbonattico; s1 carbonatito ou silicocarbonatito com ETR; s2 carbonatito
ou silicocarbonatito com ETR silicificado; t silexito carbonattico com ETR. (F) a carbonatito s.s.; u1 carbonatito com barite;
u2 carbonatito baritnico; v baritito carbonattico; x1 carbonatito ou silicocarbonatito com barte; x2 carbonatito ou
silicocarbonatito com barite silicificado; y silexito carbonattico com Ba e/ou Sr. (G) Diagrama discriminativo da presena de
niobiotitanatos, espinelas ferrferas e fases minerais portadoras de ETR. (H) Diagrama discriminativo da presena de
niobiotitanatos, fases portadoras de BaO e ETR.
4. Materiais e mtodos
do macio carbonattico, i.e. NNE-SSW NE-SW (em anexo 1); os pontos amostrados, permitiram realizar 104
medies para Th, Fe e Mn, 102 medies para Pb e 103 medies para Zn. Aps validao da geo-referenciao
de cada ponto amostrado, procedeu-se listagem ordenada dos valores de concentrao e ao exame da estatstica
descritiva de cada distribuio. A verificao do comportamento multifractal das distribuies de concentrao em
Fe, Mn, Zn, Pb, Th teve por base o trabalho de Gonalves (2001) e foi realizada em ambiente MATLAB,
modelando o espectro f() para diferentes reas de acordo com o mtodo dos momentos (Halsey et al., 1986) e
corrigindo o efeito de aresta. Os valores de fundo (regionais e locais) que permitem destacar as concentraes
verdadeiramente anmalas, foram calculados subsequentemente aplicando o modelo concentrao-rea proposto
por Cheng et al. (1994). A interpolao necessria construo dos mapas geoqumicos fundamentou-se no kriging
ordinrio dos valores de concentrao, recorrendo ao programa SURFER 8. Os variogramas experimentais foram
ajustados a modelos tericos, permitindo obter informaes sobre a variabilidade espacial e a anisotropia das
distribuies. A sobreposio dos mapas geoqumicos com a cartografia geolgica disponibilizada pela Genius
Mineira Lda. foi realizada com o programa ARCGIS 9.3.
4.5.1 Estatstica descritiva
Esta anlise permite obter uma percepo da heterogeneidade das distribuies de concentrao e
respectivos graus de assimetria por elemento qumico. Procedeu-se a uma descrio paramtrica, isto , estimaramse os valores de (1) parmetros que reflectem a semelhana entre diferentes observaes, as chamadas medidas
de tendncia central (mdia, moda, mediana e quartis) e (2) parmetros que traduzam o afastamento entre
observaes, designados medidas de disperso (varincia, desvio padro, amplitude, amplitude inter-quartis,
curtose e assimetria).
4.5.2 Kriging
Os mtodos geoestatsticos permitem analisar o padro de distribuio espacial das variveis, sendo
eficientes na definio de zonas anmalas e reas onde as concentraes em determinados elementos parecem
apresentar interesse econmico.
O mtodo de kriging dos mais eficientes e assume que a distncia entre pontos da amostragem reflecte a
correlao espacial, podendo ser usada para explicar a variao espacial da distribuio de valores. Este mtodo de
interpolao assenta num modelo de variograma, funo que traduz o grau de dependncia espacial entre as
amostras (semi-varincia), em funo da distncia entre pontos. A semi-varincia definida por
y ( h)
1 N (h)
Z ( xi h)
2 N (h) i 1
Z ( x i )
23
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
24
4. Materiais e mtodos
Perfil 1 (Cod)
Perfil 2 (Cod)
Perfil 3 (Cod)
Perfil 4 (Cod)
#1
107
#2
106
#3
105
#4
104
#5
103
#6
102
#7
101
#8
100
#9
99
43
#10
98
44
#11
97
45
#12
96
46
18
87
#13
95
47
19
86
#14
94
48
20
85
#15
93
49
21
84
#16
92
50
22
83
#17
91
51
23
82
#18
90
52
24
81
#19
89
53
25
80
#20
54
26
79
#21
55
27
78
#22
56
28
77
#23
57
29
76
#24
58
30
75
#25
59
31
74
#26
60
32
73
#27
61
33
72
#28
62
34
71
#29
10
63
35
#30
11
64
36
#31
12
65
37
#32
13
66
38
#33
14
67
39
#34
15
68
40
#35
16
69
41
#36
17
70
42
88
25
5. Petrografia
5. Petrografia
Neste captulo so apresentados os resultados petrogrficos obtidos para o grupo de amostras com
referncia BL-P-01 a BL-P-81. Todas as dvidas de identificao ptica fidedigna de vrias fases minerais foram
prontamente esclarecidas durante os estudos realizados na microssonda electrnica. As razes subjacentes a estas
dvidas so vrias, destacando-se a granularidade micromtrica de alguns agregados e os efeitos da alterao
(incluindo a meteorizao qumica) que, em conjunto, perturbam a correcta avaliao das propriedades pticas
crticas diagnose mineral; acrescem as razes decorrentes da natureza singular de algumas das fases minerais
em causa (nomeadamente pirocloro, flor-carbonatos contendo ETR, fosfatos de ETR e alguns silicatos), cuja
identificao definitiva s foi possvel com o auxlio da composio qumica.
As amostras examinadas foram divididas em trs subconjuntos principais, caracterizando (1) o ncleo ferrocarbonattico, (2) o anel carbonattico interno de natureza calctica (sovtica) e (3) o anel externo de fenitizao.
Considerando a informao compilada nas fichas petrogrficas (em Anexo 2), verifica-se que, em termos gerais, os
carbonatitos e fenitos revelam textura e natureza composicional relativamente heterognea, a qual se deve
sobreposio de transformaes desencadeadas por processos tardi-magmticos e metassomticos,
subsequentemente perturbadas (em grau varivel) pela meteorizao qumica.
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
carbonatos, fosfatos tardios de ETR, barite, (hidr)xidos Fe quartzo grosseiro (geralmente eudrico) [Figura 5.1-5],
hidrxido Mn (romanechite1) e, pelo menos parte, do pirocloro. Neste contexto, importa salientar que o pirocloro
ocorre disseminado na matriz em gros grosseiros eudricos maioritariamente fracturados e preenchidos por fases
tardias de flor-carbonatos, fosfatos de ETR, quartzo, barite e (hidr)xidos Fe (Amostras BL-P-35, 37, 40) [Figura
5.1- 6]; tambm integra os precipitados hidrotermais que selam veios e filonetes, apresentando granularidade fina e
morfologia xenomrfica. Acresce referir que as amostras BL-P- 40, 41, 42, 43, 44 materializam um perfil que
apresenta brechificao relativamente intensa e abundantes hidrxidos de Fe.
Na amostra BL-P-26, apresenta-se subeudrico, desenvolvendo agregados com hbito radial, morfologia esta, tambm
descrita na literatura por (Ostwald, 1988)
28
5. Petrografia
Figura 5.1: 1- Matriz essencialmente consttuida por agregados finos de quartzo; 2- Oxidao intensa das espinelas ferrferas e
desenvolvimento de orlas maghemiticas-hematticas; 3- Hematite alterada/substituda por goethite; 4- ncleos xidos de ferro
primrios (magnetticos); 5- Preenchimentos de veios por fases minerais tardias (Fosfatos ETR, goethite e carbonatos ETR); 6Pirocloro sub-eudrico fracturado e preenchido por fases minerais tardias.
29
5. Petrografia
Figura 5.2: 1- Diferentes composies matriciais do anel sovtico interno a- matriz quartzosa com granularidade bastante
heterognea b-Matriz carbonatada (anquertica) com granularidade grosseira; 2- Silicato eudrico (clorite) de granularidade
grosseira alterada e parcialmente substituda por calcite; 3- Ncleos de espinelas magnetticas sem oxidao tardia significativa;
4- Disseminao matricial precoce de gro grosseiro de pirocloro (sub)eudrico e preenchimento de veios tardios por
intercrescimentos de gros xenomrficos de pirocloro de fina dimenso e outras fases minerais tardias (goethite e florcarbonatos ETR); 5- Agregados finos de flor-carbonatos ETR e hidrxidos Mn (romanechite); 6- Agregados minerais de gro
fino de morfologia esferoidal/radial com composio de flor-carbonato de Ca e ETR (parisite).
31
5. Petrografia
33
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
quartzo significativa nestas rochas (Figura 5.3- 6); trata-se de quartzo microcristalino, muitas vezes preenchendo
veios e filonetes tardios em conjunto com outras fases silicatadas (e.g. piroxenas), para alm dos (hidr)xidos de
ferro ubquos. Neste contexto, afigura-se plausvel interpretar o incremento no expectvel em slica como resultado
de eventos tardios de silicificao (aps o essencial do metassomatismo alcalino que caracteriza a fenitizao).
34
5. Petrografia
Figura 5.3: 1- Apatite em seces prismticas e basais, provavelmente associada a fenmenos tardi-magmticos de
consolidao do corpo gneo, sncronos da fenitizao; 2- Pirocloro eudrico que aparentemente resulta de processos
metassomticos relativamente precoces; 3- Agregados de (hidr)xidos de ferro (hematite + goethite lepidocrocite); 4Agregados grosseiros de feldspatos potssicos (microclina), que constituem a matriz, localmente acompanhados por piroxenas
do tipo aegirina-augite; 5- xidos de titnio (antase ou brookite) associados s fases silicatadas principais; 6- Quartzo
microcristalino preenchendo veios e filonetes tardios (texturas de crescimento secundrio).
35
6. Qumica mineral
6. Qumica mineral
Com base no trabalho efectuado na caracterizao petrogrfica, procedeu-se seleco de lminas
delgadas polidas representativas dos diferentes contextos petrogrficos a examinar com detalhe na microssonda
electrnica [(1) ncleo ferro-carbonattico, (2) anel carbonattico interno de natureza calctica (sovtica) e (3) anel
externo de fenitizao], identificando as fases minerais de interesse para anlise qumica a fim de poder responder a
algumas questes importantes: a) Quais os minerais portadores dos metais de interesse?; b) Que elementos
qumicos acompanham esses metais nos referidos minerais?; c) Qual a variabilidade qumica desses minerais e
como pode ela ser interpretada luz dos dados de petrografia e de campo j disponveis ou a obter?. A
caracterizao qumica efectuada teve como propsito geral a determinao das amplitudes de variao
composicional admitidas por xidos (especialmente, espinelas e nebio-tantalatos), fosfatos (nomeadamente os
portadores de ETR), carbonatos, flor-carbonatos contendo ETR, Y e Sr, sulfatos, silicatos (piroxenas, clorites,
micas e feldspatos s.l.) e hidrxidos de Fe e Mn. Adicionalmente procurou-se responder a questes que se afiguram
determinantes ao tratamento e beneficiao de minrios, designadamente: (1) Quais os componentes trao das
espinelas ferrferas? Sero suficientes para penalizar a sua explorao como minrio de ferro?; (2) Quais as
variaes composicionais apresentadas pelos fosfatos enriquecidos em ETR e pirocloro e de que forma as mesmas
se podem relacionar com os diversos contextos mineralgico-texturais?; (3) A apatite apresenta, ou no, contedos
significativos em ETR?; (4) Que tipos de zonamento e intercrescimento apresentam os flor-carbonatos de ETR? De
que forma varia a composio qumica destas fases minerais com o tipo de rocha que as hospeda? Qual a relao
estabelecida com outras fases minerais portadoras de ETR e Y (nomeadamente fosfatos)?; (5) Quais os efeitos da
meteorizao sobre as fases minerais portadoras de ETR e Y? Que associaes minerais secundrias se
desenvolvem e qual a sua importncia econmica?
De seguida, sero analisados em subcaptulos independentes os principais minerais identificados no
complexo carbonattico de Bailundo: xidos, silicatos, carbonatos, fosfatos e hidrxidos. importante relembrar que
os carbonatitos e fenitos em estudo revelam textura e natureza composicional relativamente heterognea, a qual se
deve sobreposio de transformaes desencadeadas por processos tardi-magmticos e metassomticos,
subsequentemente perturbadas (em grau varivel) pela meteorizao qumica. Destas transformaes tardias
resultam minerais (apatite e pirocloro) e grupos de minerais (Fosfatos de ETR e Flor-carbonatos de ETR)
quimicamente complexos, com composio varivel, por vezes entre limites muito latos. Acresce que todos so
portadores, pelo menos potenciais, de ETR no seu sentido mais lato, que inclui, alm dos lantandeos, tambm o
trio, o trio e o urnio.
6.1 xidos
As fases minerais xidas so comuns no Complexo Carbonattico de Bailundo, algumas delas
representando componentes fundamentais dos minrios de ferro (espinelas, em particular) e de nibio (grupo
pirocloro, em especial).
37
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
y/3)
1/3)
viO
viO
4]
4].
ou da sua totalidade,
As distribuies de
concentrao obtidas para os xidos dos vrios elementos (se bem que assentando em totais de
amostragem/medio distintos) sugerem diferenas composicionais muito subtis entre as espinelas observadas nos
38
6. Qumica mineral
trs subconjuntos de amostras, destacando-se os maiores contedos medianos em MnO nas espinelas presentes
no anel fentico (0,36 wt%, contrastando com os valores de 0,11 ou 0,10 wt% obtidos para o ncleo ferrocarbonattico e anel sovtico, respectivamente). Note-se que a maior amplitude de variao obtida para o TiO2 em
espinelas do ncleo ferro-carbonattico (atingindo o valor mximo de 3,88 wt%) no tem expresso no clculo da
mediana da distribuio de valores, pois apenas 3 anlises pontuais (das 131 realizadas) se desviam
significativamente da composio estatisticamente representativa.
6.1.2 Hematite
A hematite ocorre preponderantemente nas orlas de oxidao tardia das espinelas ferrferas, qualquer que
seja a litologia hospedeira. ainda uma fase importante dos precipitados minerais que selam fracturas diversas em
amostras do ncleo ferro-carbonattico (designadamente nas que manifestam evidncias de meteorizao qumica
intensa, e.g. BL-P-9 a BL-P15, BL-P-20 a BL-P-26 e BL-P-46 a BL-P-48), anel sovtico (e.g. BL-P- 40, 41, 42, 43,
44), e anel fentico (praticamente em todos os exemplares estudados, mas com especial relevo nos que apresentam
matriz silicatada); em todos estes casos, porm, a hematite encontra-se parcialmente substituda por hidrxidos tipo
goethite lepidocrocite.
O exame da variabilidade composicional manifestada pela hematite incidiu exclusivamente sobre os
domnios perifricos das espinelas, tendo sido realizadas 299 anlises com vista ao estudo das implicaes
geoqumicas decorrentes dos processos de oxidao (em Anexo 3). Os dados obtidos permitem concluir que,
invariavelmente, as anlises se aproximam da composio ideal (Fe2O3), registando quantidades trao em diversos
elementos; de entre estes ltimos, salientam-se o TiO2 e Cr2O3, cujos valores medianos se cifram em 0,120 e 0,126
wt%, para as rochas fenticas, 0.103 e 0.089 wt% para as rochas do anel sovtico e 0.198 wt% e 0.096 wt % para as
rochas do ncleo ferro-carbonattico, respectivamente.
6.1.3 xidos de titnio
Nos fenitos do subconjunto NW, nomeadamente nos exemplares BL-P64 e BL-P67, identificaram-se xidos
de titnio (antase ou brookite) associados s fases silicatadas principais. A sua composio qumica pouco se
desvia da ideal (TiO2), revelando quantidades trao de ferro (0.335 wt% de mediana) e clcio (0.024 wt% de
mediana) (em Anexo 3).
6.1.4 Nibio-tantalatos
Os minerais do grupo pirocloro constituem uma fase acessria importante em todas as litologias do
Complexo Carbonattico de Bailundo. Nas rochas constituintes do ncleo ferro-carbonattico, o pirocloro ocorre
disseminado na matriz sob a forma de gros idiomrficos grosseiros maioritariamente fracturados e preenchidos por
fases minerais tardias com granularidade fina, nomeadamente quartzo e (hidr)xidos Fe (e.g. BL-P-37), e
(hidr)xidos Fe e barite (e.g. BL-P-40); integra tambm os precipitados hidrotermais que selam veios e filonetes,
apresentando granularidade fina e morfologia xenomrfica, intercrescido com quartzo de granularidade fina a mdia
(e.g. BL-P-35, 36). No anel sovtico, o pirocloro uma fase acessria bastante comum e forma, preferencialmente,
disseminaes matriciais precoces (geralmente gros grosseiros (sub)eudricos, e.g. BL-P1, 39) ou integra as
39
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
associaes minerais que constituem o preenchimento dos veios/filonetes tardios (gros xenomrficos de fina
dimenso), as quais so dominadas por quartzo grosseiro. No anel fentico, o pirocloro apenas comum nos
exemplares que constituem o subconjunto NE (e.g. BL-P-31), ocorrendo sob a forma de gros eudricos que
aparentam resultar de processos metassomticos relativamente precoces.
A variabilidade composicional dos minerais do grupo pirocloro (e.g. Lumpkin e Ewing, 1995; Lumpkin e
Mariano, 1996) convenientemente descrita pela expresso geral A2-mB2O6C1-npH2O onde A = Na, Mg, K, Ca, Mn,
Fe2+, Sr, Sb, Cs, Ba, ETR, Pb, Bi, Th e U; B = Nb, Ta, Ti, Zr, Sn, W, Fe2+ e Al; e C = F, OH ou O. As principais
substituies catinicas envolvem, portanto, as posies de coordenao A e B. Todavia, as distribuies catinicas
por unidade de frmula devem ser calculadas na base fixa de 2,0 caties na posio B uma vez que processos de
alterao hidrotemal ou meteorizao podem conduzir a vazios de ocupao na posio A de magnitude varivel
(e.g. Wall et al., 1996; Williams et al., 1997). De acordo com Hogarth (1977), a variao dos contedos em Nb, Ta e
Ti permite agrupar as 16 fases composicionais conhecidas em trs subgrupos: (1) pirocloro (Nb+Ta>2Ti; Nb>Ti);
(2) microlite (Nb+Ta>Ti; TaNb); e (3) betafite (2TiNb+Ta).
Foram realizadas 117 anlises pontuais de pirocloros (em Anexo 3) no conjunto de amostras que englobam
a BL-P-37 (ncleo ferro-carbonatito), BL-P-1 e BL-P-39 (anel sovtico) e BL-P-31 do anel fentico. Comparando os
pirocloros do ncleo com os observados nas rochas constituintes dos anis sovtico e fentico, verifica-se a presena
de dois conjuntos composicionalmente distintos, um dos quais apresentando Ba como caracterstica distintiva
(19,16% BaO). As anlises da amostra BL-P1 (anel sovtico) do conta de pirocloro enriquecido em BaO (14,11%),
desviando-se dos reconhecidos na amostra BL-P39 (tambm pertencente ao anel sovtico) que no apresentam Ba
na sua composio. Deste modo, importa distinguir os pirocloros identificados no segmento NW do anel sovtico
(BL-P1) dos que foram reconhecidos no segmento SE do mesmo anel (amostra BL-P39), uma vez que apresentam
enriquecimentos em Ba distintos. Torna-se evidente que os pirocloros inclusos no anel fentico e no segmento SE do
anel sovtico so composicionalmente diferentes dos reconhecidos no ncleo ferro-carbonattico e segmento NW do
anel sovtico, revelando contedos medianos em CaO para o primeiro caso de 17,2 wt% e contedos vestigiais do
mesmo xido para o segundo caso; note-se ainda que os gros de pirocloro do anel fentico evidenciam valores
medianos de concentrao em Na2O, Th2O e F significativamente mais elevados (6,1, 1,9 e 3,7 wt%,
respectivamente) que os seus congneres existentes no ncleo ferro-carbonattico (sempre vestigiais) e nos
segmentos NW e SE do anel sovtico (tambm vestigiais, exceptuando o F que, em amostras do segmento SE do
anel sovtico, atinge 1,7 wt%). Os pirocloros identificados no ncleo ferro-carbonattico tm como caracterstica
distintiva o facto de serem mais ricos em TiO2 (5,6 wt%), Ce2O3 (1,3 wt%) e La2O3 (0,2 wt%); no anel sovtico NW,
os pirocloros revelam enriquecimento em SiO2 (1,2 wt%), ZrO2 (1 wt%) e Fe2O3 (0,6 wt%), enquanto que no
segmento SE do anel sovtico estes minerais apresentam concentraes mais elevadas em Nb2O5 (70,1 wt%), SrO
(1,1 wt%) e PbO (0,9 wt%). Em todas as litologias carbonatticas, os pirocloros exibem quantidades menores ou
trao de ETR, com valores totais de ETR2O3 variveis entre 0,41 (anel fentico) e 7.78% (anel sovtico SE),
destacando-se o Ce como o elemento predominante. Os pirocloros observados no Complexo Carbonattico de
Bailundo exibem valores medianos de Nb2O5 variveis entre 65% (anel fentico) e 70% (anel sovtico).
40
6. Qumica mineral
Os pirocloros inclusos nas amostras BL-P-37 do ncleo ferro-carbonatito e BL-P-1 do anel sovtico devero
apresentar uma estrutura cbica que, segundo Vanderah et al. (2005), pode ser concebida de vrias maneiras: (1)
super-estrutura da fluorite resultante de uma ordenao de caties com lacunas aninicas predominantes,
apresentando 4 caties, mas apenas 7 anies; e (2) estrutura resultante da interpenetrao de duas subestruturas
diferentes (A2O e B2O6), ambas tridimensionais. Neste ltimo caso, uma das subestruturas constituda pelos
caties de valncia mais alta (B) em coordenao octadrica, em que os octaedros partilham todos os vrtices
permitindo que a segunda subestrutura se desenvolva no espao livre, evolvendo os caties de valncia inferior (A)
e os anies lbeis (C, OH, F e Cl) num arranjo semelhante ao da anti-estrutura da cristobalite (onde os caties
ocupam o lugar dos anies e vice-versa); as duas subestruturas apresentam, assim, um comportamento
cristaloqumico distinto, permitindo acomodar a grande variabilidade composicional do pirocloro.
Seguindo a estoiquiometria ideal, os grupos de metais que preenchem as posies A e B dos pirocloros
comuns surgem agrupados nas valncias 3 e 4 (betafites) ou nas valncias 2 e 5 (microlites). No entanto, tal como
acontece em outros grupos minerais (e.g. espinelas), os metais constituintes do pirocloro podem ocorrer nas 4
valncias aludidas e em quantidades variveis. Mais uma vez, seguindo a estoiquiometria ideal, cargas positivas de
(3x2)+(4x2)=14+ ou (2x2)+(5x2)=14+, implicam C = O2- ou, eventualmente, S2-, como est parcialmente
documentado na literatura. Em todos os casos em que C = (OH, F, Cl) a inerente variao de cargas ter de ser
compensada por um mecanismo que reduza a carga positiva da estrutura, tal como a introduo de Ti ou Si em B
ou a incorporao de ETR em A num pirocloro com caties de valncia 2+ na posio A e 5+ na posio B, abrindo
lacunas em A. No entanto, o nmero de 14 cargas positivas por frmula pode ainda baixar mais atravs de
mecanismos como a protonao da estrutura para l do limite C, ou seja transformando em OH alguns dos O e,
consequentemente, conduzindo a lacunas tanto catinicas como aninicas nos lugares A e C, aproximando a
composio global da que caracteriza um xido mais simples (TiO2 ou Nb2O5 no limite) ou da que tipificada por
B2O6.
6.1.5 xidos ETR
Na amostra BL-P26 (anel sovtico), duas das anlises qumicas pontuais correspondem a xidos de ETR
cujos constituintes principais so o Ce2O3, ThO2 e Gd2O3, apresentando contedos medianos de 56,3, 18,3 e 5,7
wt% (i.e. 0,59, 0,12 e 0,05 tomos p.u.f.). Estas anlises dizem respeito a gros isolados na matriz com dimenso
reduzida e que parecem ser o resultado da alterao de um gro mineral pr-existente cujas caractersticas so
impossveis de determinar. A distribuio catinica obtida (em Anexo 3), normalizada para 1 catio, sugere tratar-se
de cerianite [i.e. (Ce4+,Th)O2], um mineral raro de ETR (Skublov et al., 2009); contudo, a razo M:O no
exactamente 1:2, merc da presena de Ce3+ em vez de Ce4+ como descrito na literatura, muito embora as
quantidades detectadas de P2O5 aparentam revelar-se determinantes no balano elctrico da estrutura. Descrita por
(Van Wambeke, 1977 in Clark, 1984), a cerianite contm outros ETRL (La2O3, Pr2O3, Nd2O3) para alm do Ce, assim
como outros elementos (Xe, Cs, Pb e Rh, em particular; Skublov et al., 2009). Todavia, nas cerianites analisadas as
razes Ce:La so muito elevadas (16:1; Clark, 1984).
41
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Os resultados obtidos permitem evidenciar quantidades significativas de ETR (64.4 wt% correspondendo a
0,7 tomos p.u.f.), nomeadamente em ETRL, com contedos de 58,3 wt% (i.e. 0,6 tomos p.u.f.) e predomnio claro
do Ce. Os ETRP apresentam contedos significativamente inferiores e os valores mdios respectivos cifram-se em
6,1 wt% (equivalente a 0,06 tomos p.u.f.); o Gd o ETRP mais abundante.
6.2 Silicatos
Com excepo do quartzo (ubquo), os silicatos representam uma componente acessria (localmente
significativa) das rochas constituintes do anel sovtico, revelando-se, pelo contrrio, fundamentais dos fenitos dos
subconjuntos NW e SE. No primeiro caso (e.g. BL-P-1, 28, 54) correspondem fundamentalmente a piroxenas,
clorites e feldspatos que, apresentando granularidade grosseira, revelam frequentemente efeitos claros de
alterao, sendo parcialmente substitudas por quartzo. Nos fenitos, os agregados grosseiros matriciais de feldspato
s.l. representam a fase silicatada predominante, localmente acompanhada por piroxenas do tipo aegirina-augite;
regista-se ainda a presena de albite, bem como de micas potssicas.
6.2.1 Feldspatos
Realizaram-se 53 anlises pontuais em amostras representativas dos anis sovtico e fentico
(subconjuntos NW e SE) e a repartio dos caties p.u.f. foi determinada na base de 32 oxignios a partir da
percentagem em peso dos xidos elementares de acordo com a frmula geral MT4O8 (e.g. Klein, 2002) onde T
representa as posies de coordenao tetradrica (preferencialmente ocupadas por Si4+ e Al3+) e M as posies
intersticiais ocupadas pelos caties de maior dimenso e menor carga (Na, K, Rb, Ca, Ba e Sr); no clculo
efectuado, todo o ferro foi tomado como frrico. Dado que a variao composicional destes tectossilicatos pode ser
descrita com base no sistema ternrio KAlSi3O8 (Or), NaAlSi3O8 (Ab) e CaAl2Si2O8 (An), afigura-se til usar as
percentagens moleculares de cada um dos termos ideais na sua descrio, pelo que estas tambm foram
calculadas.
De acordo com os resultados obtidos (em anexo 3) verifica-se que os feldspatos s.l. presentes em rochas
do anel sovtico (e.g. BL-P54) variam entre Ab58Or42 e Ab5Or95, com tendncia para as composies potssicas
predominarem; estes feldspatos registam ainda quantidades trao de FeO(t) ( 0,481 wt%) e BaO ( 0,290 wt%),
covariando grosseiramente com os contedos albtico e ortsico, respectivamente. No anel fentico, as composies
dominantes so potssicas com 85,7%Or99,3% e 0,7%Ab12,7%, sendo notrio o facto dos contedos sdicos
mais elevados se registarem nas amostras BL-P70 e BL-P74; tambm no exemplar BL-P70 que se obtm anlises
de feldspato s.l. com teor anorttico significativo, o qual pode atingir 13%. No que diz respeito aos elementos em
quantidade trao, o FeO(t) e BaO voltam a ser significativos, apresentando contedos que podem atingir 0,464 e
0,406 wt%, respectivamente, muito embora os valores medianos (0,079 e 0,028 wt%, pela mesma ordem) denotem
distribuies dominadas por concentraes bem mais baixas; o SrO foi apenas detectado esporadicamente,
atingindo o valor mximo de 0,053 wt%.
Em suma, os resultados analticos obtidos so compatveis com a hiptese dos feldspatos s.l. observados
representarem um dos produtos da fenitizao, provavelmente marcando, em conjunto com as piroxenas sdicas,
42
6. Qumica mineral
os estdios iniciais dos processos metassomticos que afectaram as rochas constituintes do anel perifrico
(externo) do Complexo Carbonattico de Bailundo.
6.2.2 Clorites
Os filossilicatos do grupo da clorite so raros, ocorrendo apenas num dos exemplares do anel sovtico (BLP28), tanto quanto possvel apreciar com base na amostragem efectuada, estreitamente associados aos gros
constituintes da matriz carbonatada. As seis anlises pontuais efectuadas encontram-se em Anexo 3, bem como a
respectiva distribuio catinica realizada na base de 14 oxignios conforme determinado pela frmula geral A56Z4O10(OH)8,
onde A = Al, Fe2+, Fe3+, Mg, Mn, Zn, Ni e Z = Al, Si, Fe3+ (e.g. Klein, 2002); no clculo adoptado, todo o
60,56
3,954
Si
TiO2
0,02
0,001
Ti
Al2O3
0,60
0,046
Al
FeO
0,50
0,027
Fe
MgO
20,90
2,034
Mg
CaO
0,01
0,001
Ca
Na2O
0,36
0,045
Na
K2O
10,80
0,899
F 7,85
1,620
O=F
3,30
Total
98,30
43
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Verifica-se facilmente que o mineral contm o silcio e o potssio correspondentes a uma mica, tem uma
quantidade de flor elevada (embora no excepcional), mas, como j observado, destitudo de alumnio
apresentando ainda deficincia em magnsio, uma vez que, com uma composio inteiramente magnesiana, seria
de esperar que a folha octadrica contivesse 3 caties e no 2 como se verifica.
As micas correntes so caracterizadas por terem sempre quantidades muito apreciveis de Al e os
filossilicatos vulgares desprovidos de Al caracterizam-se por no incorporarem metais alcalinos. Tentando resolver a
contradio aparente, consultaram-se algumas das bases de dados mineralgicas actualmente disponveis, sem no
entanto, se ter podido chegar a nenhuma concluso que servisse de guia na resoluo deste problema. Essa
soluo s viria quando se apreciou a sistematizao oficial da nomenclatura das micas, promovida pela
International Mineralogical Association (Rieder et al., 1998), que mostra claramente que existem vrias micas sem Al
(todas raras) e que existe uma correlao directa entre a carga total por unidade de frmula da folha octadrica e a
composio qumica das folhas tetradricas. No caso de folhas tetradricas exclusivamente siliciosas, a carga da
folha octadrica tem de ser necessariamente +5, estando ao mesmo tempo excludas quaisquer possibilidades de
compensar uma eventual falta de carga nessa folha por recurso a protonao da estrutura para l do limite de dois
H+ por frmula indicados pela composio ideal. Verificou-se ainda, ao estudar essa sistematizao, que existe um
termo final de mica, cuja frmula exactamente igual que deriva das nossas anlises, e em que a carga
octadrica assegurada por dois ies de magnsio (como no caso analisado) e um io de ltio (no detectvel, nem
sequer indirectamente, por microssonda electrnica).
Parece, pois, razovel supor-se que o filossilicato em anlise se aproxima muito de uma teniolite ideal, com
frmula KLiMg2Si4O10F2. Para testar esta hiptese, calculou-se a quantidade de ltio que o mineral incorporaria,
verificando se a composio resultante continuaria a adequar-se estrutura geral das micas. Esses clculos vm
afectados por vrias incertezas resultantes de ser desconhecida a quantidade total de gua na estrutura (varivel
nas micas vulgares e expectavelmente muito baixa na teniolite) e, em consequncia, serem igualmente
desconhecidos os detalhes finos da composio qumica das folhas tetradricas e octadrica. As concluses
decorrentes desta abordagem so:
O pouco alumnio presente deve estar todo alojado nas folhas tetradricas, seguindo a tendncia geral das
micas em que estas folhas so ricas em Al;
Tendo em conta a presena deste ltio, o total da anlise ultrapassa j os 100%, pelo que se deve deduzir
que este mineral anidro, como se esperaria de uma teniolite.
Conclui-se assim, por ser bastante provvel, que as rochas contendo estes minerais tenham ltio e que as
micas sejam um dos portadores principais deste elemento qumico. Mais se conclui, como direco de trabalhos
futuros, que eventuais deficincias aparentes nas anlises de microssonda devem ser investigadas luz de uma
44
6. Qumica mineral
eventual presena de Li. Acresce referir que a teniolite um mineral tardio associado a rochas alcalinas pobres em
slica, geralmente pegmatitos na dependncia de sienitos nefelnicos (Anthony et al., 2001).
6.2.4 Piroxenas
Tal como nos feldspatos s.l., as 37 anlises pontuais de piroxena (em Anexo 3) foram realizadas em
amostras representativas dos anis sovtico e fentico (subconjuntos NW e SE). A repartio dos caties p.u.f. foi
determinada na base de 6 oxignios, considerando a estoiquiometria ideal XYZ2O6, onde X representa as posies
de coordenao M2 (de 6 a 8, usualmente ocupadas por Na, Ca, Mn2+, Fe2+, Mg e Li), Y as posies de
coordenao M1 (octadrica, incorporando Mn2+, Fe2+, Mg, Fe3+, Al, Cr, e Ti) e Z as posies de coordenao
tetradrica (vulgarmente tomada pelo Si e Al) [Cameron e Papike., 1982]; no clculo efectuado todo o ferro foi
assumido como frrico.
No obstante o ligeiro excesso de tomos de silcio manifestado por algumas das anlises pontuais
(efectuadas em gros micromtricos de piroxena envoltos por agregados de quartzo), as distribuies catinicas
obtidas revelam-se compatveis com composies do tipo aegirina; relembra-se que a abundncia relativa destas
piroxenas sdicas pode ser localmente muito elevada (e.g. BL-P78). O excesso de slica deve resultar do facto de o
mineral ser acicular e portanto o volume de excitao do feixe incluir sempre algum volume dos minerais
envolventes.
6.3 Carbonatos
As fases minerais carbonatadas so comuns no Complexo de Bailundo, algumas delas revelando especial
interesse (em termos da sua composio, modo de ocorrncia, granularidade e abundncia relativa) dado
constiturem uma das principais fontes de ETR.
6.3.1 Carbonatos matriciais
Os carbonatos so, por excelncia, a matriz suporte das rochas carbonatticas constituintes do complexo
gneo em estudo; No sendo uma fase mineral de relevo nas questes relacionadas com o tratamento e
beneficiao de minrios, apenas se procedeu sua anlise qualitativa (EDS); esta metodologia analtica, muito
eficaz e no consumidora de tempo, permite identificar sem ambiguidade os caties dominantes em cada ponto.
O ncleo da estrutura anelar apresenta matriz essencialmente dolomtica/anquertica, no entanto a calcite
est presente nas faixas de transio com o anel sovtico. A dolomite prevalece localmente, em especial junto a
domnios ricos em pirocloro e com menos frequncia junto a domnios ricos em magnetite; apresenta ainda
contedos ferrosos assinalveis (anquerticos) na proximidade imediata dos locais enriquecidos em magnetite. No
anel sovtico, se bem que predominem as composies calcticas, as de natureza anquertica so significativas nos
exemplares constituintes da periferia externa (e.g. BL-P8) ou transio para o ncleo (e.g. BL-P19); nos mesmos
locais ocorre ocasionalmente dolomite. Estas informaes so compatveis com as observaes apresentadas por
Lapido Loureiro (1995). A natureza calctica prepondera tambm na matriz dos fenitos do subconjunto NE.
45
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
46
6. Qumica mineral
Figura 6.1: Imagens de electres retro-difundidos obtidas em microssonda electrnica, documentando os modos de ocorrncia
dos flor-carbonatos de ETR.
Tal como noutras fases minerais, o Ce o ETR preponderante em todas as misturas, apresentando
contedos mdios de 21,36, 24,43, 13,70 e 3,37 wt% para cada uma delas, seguindo a ordem apresentada no
pargrafo anterior. O CaO, FeO e F manifestam contedos significativos na maioria dos intercrescimentos e, em
especial nos flur-carbonatos, onde, em mdia, perfazem 13,12, 0,38 e 6,19 wt%, respectivamente. No caso dos
intercrescimentos envolvendo flor-carbonatos e (hidr)xidos Fe, os valores mdios naqueles xidos cifram-se em
10,57wt%, 8,33wt% e 6,68 wt%, pela mesma ordem. Na presena de intercrescimentos entre hidrxidos de Mn e
flor-carbonatos, as concentraes mdias em CaO, FeO e F atingem 8,42, 2,36 e 3,44 wt%, respectivamente. Por
ltimo, os intercrescimentos com fases barticas/witherticas apresentam quantidades vestigiais nos constituintes em
questo; note-se que o predomnio do Ba (54,94 wt%) neste tipo de intercrescimento contrasta fortemente com as
quantidades deste alcalino-terroso nos restantes casos, geralmente vestigial com excepo dos casos em que o
intercrescimento envolve fases romanechticas (nestas circunstncias, o contedo mdio em BaO iguala 5,41 wt%).
47
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Acresce, por fim, referir o ThO2, o qual apresenta concentraes mdias de 1,32 wt% nos intercrescimentos entre
flor-carbonatos ETR e misturas de (hidr)xidos Fe. O MnO atinge, conforme esperado, valores mximos (25,99
wt%) nas misturas de flor-carbonatadas com hidrxidos Mn e Ba.
Nos exemplares representativos do ncleo ferro-carbonattico (BL-P34 e 43) surgem casos semelhantes de
intercrescimentos finos entre diversas fases minerais (que ocorrem em veios e venulaes) com morfologia
xenomrfica. A composio determinada em 17 anlises quantitativas pontuais indica a presena de misturas entre
fosfatos e titano-fosfatos de ETR, (hidr)xidos de Fe e carbonatos matriciais diversos (calcite, dolomite e anquerite).
Nestas misturas, os contedos em ETR2O3, CaO, FeO, MgO, P2O5, TiO2, ThO2, e SrO so apreciveis (em Anexo
3); os carbonatos matriciais envolventes destas misturas (calcite, dolomite e anquerite) evidenciam concentraes
mdias em CaO, FeO e MgO de 14,58 wt%, 10,61 wt% e 9,30 wt%, respectivamente. Os contedos em P2O5 (5,24
wt%), TiO2 (6,52 wt%) e ETR2O3 (15,77 wt%) revelam-se determinantes na inferncia de fases titano-fosfatadas de
ETR (possvel titano-rabdofanite) na constituio de alguns dos intercrescimentos, os quais manifestam ainda
quantidades significativas de ThO2 (1,94 wt%), SrO (1,44 wt%) e Nb2O5 (1,61 wt%).
6.4 Fosfatos
As fases fosfatadas so relativamente frequentes nas litologias constituintes do Complexo Carbonattico de
Bailundo e, algumas delas, constituem fonte primordial de ETR.
6.4.1 Apatite
A apatite especialmente abundante em exemplares dos subconjuntos fenticos NE e SE, associando-se
possivelmente a fenmenos tardi-magmticos de consolidao do corpo gneo sncronos da fenitizao.
As 138 anlises pontuais de apatite (em Anexo 3) foram realizadas em amostras representativas do anel
fentico (BL-P31 e BL-P51), bem como em um exemplar do anel sovtico (BL-P28), e a repartio dos caties p.u.f.
determinada na base de 24 oxignios; os clculos realizados foram normalizados para 10 caties de acordo com a
estoiquiometria ideal A10[TO4]6(OH, F, Cl)2 (e.g. Hogarth, 1989; Seifert e tal., 2000), onde as posies A so
preferencialmente ocupadas por Ca2+, Sr2+, Mg2+, Mn2+, Fe2+, REE3+, Y3+, e Na+ e as T por P5+, Si4+, S6+ e, por vezes,
C4+.
Os resultados obtidos permitem concluir que se tratam de (flor-)apatites com contedos em F variveis
entre 1,88 e 4,81 wt%; a apreciao cuidada das distribuies de valores revela ainda que as apatites inclusas nos
fenitos NE esboam tendncia para maior enriquecimento em flor (a mediana cifra-se neste caso em 3,25 wt%,
contrastando com os valores medianos de 2,20 e 2,36 wt% apresentados pelas apatites nos fenitos SE e sovitos,
respectivamente). Os principais elementos menores identificados nas apatites analisadas correspondem a Sr e Fe;
as distribuies de concentrao em SrO apresentam medianas de 0,4 wt% nos fenitos NE, cifrando-se em 0,34
wt% nos fenitos SE e em 0,29 wt% nos sovitos; os contedos em FeO so tendencialmente mais baixos (< 0,05
wt%), muito embora esporadicamente possam atingir valores da ordem de 2 a 4 wt% em qualquer contexto
litolgico.
48
6. Qumica mineral
Nas apatites analisadas os ETR (La, Ce e Nd) ocorrem em quantidades trao e o Cl vestigial. Em
conjunto, os contedos em ETR2O3 (= La2O3 + Ce2O3 + Nd2O3) situam-se abaixo de 1,13 wt%, correspondendo a
(La+Ce+Nd) < 0,07 p.u.f. Tendencialmente, as apatites observadas nos sovitos e fenitos SE apresentam maiores
teores em ETR2O3 (valores medianos de 0,84 wt% e 0,80 wt%, contrastando com os manifestados pelas apatites
presentes nos fenitos NE, os quais se cifram em 0,41 wt%).
6.4.2 Fosfatos de ETR
Foram realizadas 50 anlises pontuais de fosfatos hidratados de ETR obtidas nos exemplares BL-P34 e
BL-P43 do ncleo ferro-carbonattico, num total de 21 e 29 anlises pontuais, respectivamente. Os resultados
obtidos documentam a presena de fases secundrias ricas em ETR pertencentes ao grupo da rabdofanite
[(Ce,La)PO4.H2O], ou seja minerais secundrios comuns resultantes da meteorizao de bastenasite (Ce,La)(CO3)F,
belovite [NaSr3(Ce,La)(PO4)3(F,OH)], britolite [Ca2(Ce,Y,Ca)3.[(Si,P)O4]3(OH,F)], steenstrupine [(Ce,La,Na,Mn)6(Si,
P)6O18OH] e outros minerais de ETR (Clark, 1984).
Todos os membros do grupo da rabdofanite apresentam frmula geral APO4.H2O, onde a posio A
preferencialmente ocupada por Ca2+, Ce3+, Pb2+, La3+, Nd3+, Th4+, Fe3+ e U4+; o P pode ser parcialmente substitudo
por S ou Si. Anlises representativas das 50 anlises pontuais encontram-se no anexo 3, assim como a respectiva
distribuio catinica recorrendo normalizao para 1 catio de acordo com a composio ideal. A relao
estequiomtrica M:P (M = metal) das fases analisadas aproxima-se de 1:1, registando-se deficincia em fsforo que,
apenas em parte, compensada pelo silcio.
A apreciao cuidada dos resultados analticos obtidos revela contedos em ETR variveis entre 21,2 e
61,2 wt%, correspondendo 0,1 a 0,8 tomos p.u.f. (valores medianos de 47,6 wt%, i.e. 0,6 tomos p.u.f.) com
predomnio dos ETRL em relao aos ETRP; os fosfatos constituintes da amostra BL-P 34 apresentam valores
medianos em ETR mais elevados que os registados pelas fases congneres na amostra BL-P 43 com 52,8 wt% (0,7
tomos p.u.f.) e 46,3 wt% (0,6 tomos p.u.f.), respectivamente. Os contedos em ETRL (= La2O3 + Ce2O3 + Pr2O3 +
Nd2O3 + Sm2O3) variam entre 19,5 e 55,7 wt%, correspondendo a 0,1 e 0,8 tomos p.u.f. de (La + Ce + Pr + Nd +
Sm). A maior concentrao em ETRL deve-se ao La2O3, Ce2O3 e Nd2O3, cifrando-se o total em (La2O3 + Ce2O3 +
Nd2O3) no intervalo compreendido entre 17,6 e 45,6 wt%, ou seja 0,1 e 0,6 tomos p.u.f.. O Ce2O3 e o Nd2O3 so os
ETRL mais abundantes com contedos variveis entre 3,6 e 24,1 wt% (0,05 e 0,33 tomos p.u.f.) e entre 0,6 a 25
wt% (0,004 e 0,4 tomos p.u.f.), respectivamente; para os dois xidos, os valores medianos cifram-se em 13,4 wt%
(0,2 tomos p.u.f.) e 8,5 wt% (0,1 tomos p.u.f.), pela mesma ordem. O La2O3 apresenta contedos variveis entre 3
e 11 wt% (0,02 e 0,16 tomos p.u.f.) com valores medianos de 9 wt% (0,1 tomos p.u.f.). Os contedos em ETRP
variam entre 0,8 e 5,5 wt%; o Gd o ETRP mais abundante, apresentando concentraes variveis entre 0,06 e 3,3
wt%, o que corresponde a 0,001 e 0,041 tomos p.u.f..
Os fosfatos com maior enriquecimento em Ce2O3 encontram-se na amostra BL-P43, sendo possvel
proceder sua classificao como Ce-rabdofanites [i.e., (Ce,La)PO4.H2O]. Na amostra BL-P34 predominam os
fosfatos ricos em Nd2O3 (relativamente a Ce2O3 e La2O3), pelo que lcito classific-las como Nd-rabdofanites [i.e.,
49
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
6.5 Hidrxidos
As fases hidrxidas so comuns no Complexo Carbonattico de Bailundo, associando-se invariavelmente
aos produtos da meteorizao qumica (localmente intensa) de vrios minerais primrios. Os hidrxidos de Fe
(goethite) so dominantes, principalmente, em disseminaes matriciais tardias e preenchimentos de redes
anastomosadas de veios, filonetes e venulaes, apresentando granularidade fina e morfologia xenomrfica. Os
hidrxidos Mn e Ba (romanechite) tambm esto presentes, no Complexo Carbonattico de Bailundo embora com
menos frequncia que os seus congneres de Fe. Segundo Frenzel (1980 in Ostwald, 1988) a romanechite um
hidrxido de Ba e Mn que apresenta formula qumica tipo (Ba, Mn2+)3(O, OH Mn8O16). Estes minerais so parte
integrante do preenchimento de veios, filonetes e venulaes, quer seja como fase singular (amostra BL-P-26,
ncleo carbonattico) [em Anexo 3], quer seja intercrescida com outras fases minerais tardias (flor-carbonatos
ETR), exemplificado na amostra BL-P-53 situada no anel sovtico.
50
7. Litogeoqumica
7. Litogeoqumica
Este captulo tem como objectivo a caracterizao litogeoqumica de um conjunto de 50 amostras
seleccionadas de entre as 81 colhidas pela Genius mineira Lda no Complexo Carbonattico de Bailundo. Esta
seleco teve como base critrios de representatividade litolgica e distribuio espacial. A repartio das amostras
em trs conjuntos [representando o ncleo (ferro-)carbonattico, o anel sovtico e o anel fentico] foi mantida e, nesta
base, procedeu-se anlise das amplitudes de variao multi-elementar admitidas por cada um deles. Para este fim
recorreu-se a diagramas discriminantes (Woolley e Kempe, 1989; Loureiro, 1995). Eventuais correlaes interelementares entre elementos maiores e elementos menores foram tambm consideradas nesta caracterizao
geoqumica dos trs principais conjuntos litolgicos constituintes do Complexo Carbonattico de Bailundo; as
interpretaes realizadas consideraram as observaes petrogrficas e resultados de qumica mineral adquiridos.
Procedeu-se ainda ao exame comparativo dos resultados obtidos para Bailundo com os que se encontram
publicados para os complexos carbonatticos de Angola e Brasil com o propsito de colocar em evidncia as
principais analogias e diferenas composicionais, muito embora se reconhea o carcter embrionrio desta
abordagem merc das numerosas lacunas de informao. Este exame comparativo tomou como referncia os
dados de litogeoqumica compilados para 7 complexos carbonatticos angolanos (Bailundo, Monte Verde, Coola,
Virulundo, Lupongola, Logonjo e Tchivira-Bonga) e 11 complexos carbonatticos Brasileiros (Fazenda Varela-Lages,
Seis Lagos, Angico dos Dias, Catalo I, Catalo II, Arax, Tapira, Juqui, Jacupiranga, Mato Preto II e Itapirapu),
tal qual so apresentados por Matos Alves (1968), Coltroti et al. (1983), Huang et al. (1995), Lapido Loureiro (1995),
Alberti et al. (1999) e Ruperti et al. (2002). Este exame comparativo revela-se da maior importncia, pois permite
identificar alguns elementos teis caracterizao da provncia carbonattica e definio potencial de guias para
prospeco e pesquisa.
No trabalho realizado por Beleque (2010), a caracterizao litogeoquimica do complexo carbonattico de
Bailundo recorre tambm a padres de concentrao em ETR e em elementos menores/trao (como o Rb, Ce, Sr,
Ba, Y, Zr, Hf, Nb, Ta, Th, e U), normalizados relativamente aos condritos (CN) e manto primitivo (MP),
respectivamente.
Apreciao geral dos resultados analticos obtidos para as 50 amostras seleccionadas
Os valores de concentrao obtidos revelam distribuies fortemente assimtricas, independentemente das
mesmas contemplarem a totalidade dos exemplares ou as fraces que representam os trs conjuntos referidos. No
que respeita aos elementos maiores, destacam-se as concentraes em CO2 (39,60 wt%), CaO (51,89 wt%) e
MgO (13,48 wt%), reflectindo em boa medida a abundncia relativa das fases carbonatadas, assim como os
contedos em Fe2O3(t) ( 80,65 wt%), MnO ( 22,33 wt%) e TiO2 ( 9,53 wt%), traduzindo cabalmente os
enriquecimentos em fases xidas e hidrxidas diversas, conforme documentado para vrias amostras. So
igualmente dignas de nota as concentraes (por vezes muito elevadas) em slica, as quais transcrevem bem os
processos de silicificao a que as rochas foram sujeitas. De referir tambm que variaes assinalveis dos
51
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
contedos em Al2O3 ( 13,73 wt%) e K2O (11,35 wt%) ( Na2O 5,00 wt%) so compatveis com alteraes das
propores de ocorrncia de feldspatos, e que flutuaes dos teores em P2O5 ( 13,68 wt%) e F ( 1,55 wt%)
denotam contribuies variveis em fosfatos e flor-carbonatos. Estas tendncias de comportamento geoqumicomineralgico, sustentadas por coeficientes de correlao elevados (Tabela 7.1), so acompanhadas por vrios
elementos menores ou em trao, de entre os quais se destacam o Rb ( 191 ppm, covariando positivamente com
Al2O3 e K2O), o Sn e Sb ( 95 ppm e 20,40 ppm, respectivamente, estabelecendo correlaes positivas claras
com os contedos em TiO2), bem como os vrios ETR entre si. A propsito destes ltimos elementos (que em
conjunto apresentam concentraes 4,7 wt% ETR2O3) importa assinalar as tendncias grosseiras de covarincia
estabelecidas com o Y (1140 ppm), Ga ( 69 ppm), Ge ( 10,3 ppm), Sr ( 26000 ppm), Sc ( 146 ppm) e, por
vezes, com o TiO2 e P2O5. O Nb, apresentando contedos apreciveis ( 2,22 wt% Nb2O5), correlaciona-se
positivamente com o TiO2, V (3315 ppm), Sn e Sb, o que se afigura coerente com a presena de fases do grupo
pirocloro. Quanto s distribuies de concentrao em Ba ( 163000 ppm), Sr ( 26000 ppm), Zn ( 4630 ppm) e
Pb ( 1980 ppm), as correlaes estabelecidas com os restantes metais no esto isentas de interpretao dbia,
muito embora se identifiquem esboos de covariao positiva (com coeficientes entre 0,5 e 0,7) entre Sr-MgO, BaMnO, Zn-Fe2O3(t), Zn-TiO2, Pb-MnO, Pb-Zn e Pb-Sb.
Em sntese, os resultados analticos afiguram-se compatveis com as caractersticas mineralgicas
evidenciadas pelas unidades constituintes do Complexo Carbonattico de Bailundo, colocando ainda em evidncia o
seu elevado potencial metalogentico, nomeadamente para Fe, Ba, P, ETR, Nb ( Y, Sc, Ga, Ge, Sr, F). Daqui
emergem tambm as principais caractersticas geoqumicas apresentadas pelos trs subconjuntos litolgicos
[ncleo (ferro-)carbonattico, anel sovtico e anel fentico], as quais podem ser devidamente apreciadas com base
nos valores medianos de concentrao em xidos dos elementos predominantes e F (Tabela 7.2).
Anlises multi-elementares de maior relevncia
No trabalho de Beleque (2010) encontra-se uma anlise das concentraes em ETR e Nb bastante
desenvolvida, da qual se destaca os aspectos mais importantes. A determinao dos valores REO* [ETR+Y+Sc]
para o Complexo Carbonattico de Bailundo revela que o ncleo carbonattico e anel sovtico apresentam contedos
totais mdios prximos de 1,2 wt%, contrastando com o anel fentico, para o qual se obtm um valor global de 0,7
wt% (REO* 0,8 wt% para os fenitos NE e SE e 0,7 para os fenitos NW). Os dados obtidos confirmam as
inferncias realizadas com base nas informaes de qumica mineral, demonstrando predomnio claro das ETR
leves.
Diagramas discriminantes
Os diagramas composicionais usados, seguindo de perto as recomendaes da literatura na especialidade,
devem ser entendidos como abordagens possveis variabilidade composicional vulgarmente manifestada pelas
rochas carbonatticas e afins, em particular quando estas registam efeitos de processos metassomticos com
intensidade varivel e/ou carcter polifsico. Deste modo, as discriminaes composicionais pretendidas devem ter
52
7. Litogeoqumica
em conta a leitura cruzada de todas as projeces e no apenas a indicada por um ou outro diagrama, porquanto,
individualmente, apenas possvel ponderar o peso relativo de um subconjunto particular (e pr-definido) de
variveis.
Tabela 7.1: Correlao inter-elementar documentando covariaes entre (A) xidos de elementos maiores e perda ao rubro
(LOI) e entre (B) alguns dos elementos menores com maior relevncia para o presente estudo.
A
CO2
F
SiO2
Al2O3
Fe2O3(T)
MnO
MgO
CO
Na2O
K2 O
TiO2
P2O5
LOI
CO2
1.00
0.33
-0.50
-0.36
-0.37
-0.08
0.67
0.91
-0.10
-0.33
-0.15
0.22
0.97
SiO2
1.00
-0.25
-0.16
-0.29
-0.17
0.08
0.58
-0.03
-0.15
-0.10
0.92
0.32
1.00
0.42
-0.55
-0.27
-0.34
-0.47
0.15
0.43
-0.23
-0.25
-0.64
Al2O3
Fe2O3(T)
1.00
-0.27
-0.20
-0.24
-0.33
0.31
0.98
0.05
-0.17
-0.40
1.00
0.22
-0.19
-0.38
-0.13
-0.32
0.24
-0.12
-0.22
MnO
MgO
1.00
0.03
-0.12
-0.14
-0.36
-0.04
-0.08
0.05
1.00
0.36
-0.04
-0.22
-0.04
-0.03
0.65
CaO
Na2O
1.00
-0.08
-0.31
-0.17
0.49
0.88
1.00
0.34
-0.02
-0.04
-0.15
K2 O
TiO2
1.00
-0.03
-0.23
-0.40
1.00
-0.05
-0.10
P2O5
LOI
1.00
0.25
1.00
B
Ga
Ge
Sn
Sb
Ba
La
Ce
Pr
Ga 1.00
Ge 0.60 1.00
Y
0.11 0.35 1.00
Sn 0.12 -0.03 0.49 1.00
Sb 0.03 -0.13 0.51 0.76 1.00
Ba -0.13 0.13 0.40 0.59 0.56 1.00
La
0.68 0.52 0.29 0.12 0.20 -0.02 1.00
Ce 0.63 0.63 0.31 -0.02 0.07 -0.02 0.93 1.00
Pr
0.52 0.77 0.42 0.00 0.09 0.12 0.81 0.93 1.00
Nd 0.44 0.86 0.46 0.01 0.04 0.22 0.63 0.79 0.95
Sm 0.28 0.76 0.62 0.30 0.23 0.47 0.40 0.55 0.77
Eu 0.23 0.62 0.71 0.54 0.44 0.52 0.37 0.46 0.66
Gd 0.20 0.53 0.77 0.62 0.55 0.52 0.37 0.43 0.60
Tb 0.16 0.45 0.86 0.65 0.60 0.54 0.34 0.38 0.54
Dy 0.14 0.42 0.94 0.59 0.57 0.51 0.32 0.36 0.51
Ho 0.10 0.37 0.99 0.50 0.51 0.42 0.29 0.33 0.46
Er
0.09 0.34 0.99 0.39 0.42 0.32 0.27 0.31 0.43
Tm 0.05 0.21 0.93 0.30 0.35 0.21 0.20 0.22 0.30
Yb 0.01 0.12 0.88 0.25 0.30 0.17 0.13 0.15 0.20
Lu 0.00 0.10 0.85 0.20 0.26 0.11 0.10 0.13 0.17
Nd
Sm
Eu
Gd
Tb
Dy
Ho
1.00
0.89
0.76
0.68
0.61
0.58
0.50
0.46
0.31
0.20
0.17
1.00
0.95
0.89
0.82
0.77
0.67
0.58
0.41
0.30
0.24
1.00
0.98
0.94
0.88
0.76
0.65
0.47
0.35
0.29
1.00
0.98
0.92
0.82
0.70
0.52
0.42
0.35
1.00
0.98
0.90
0.79
0.64
0.55
0.48
1.00
0.97
0.90
0.79
0.71
0.65
1.00
0.98
0.91
0.85
0.80
Er
Tm
Yb
Lu
1.00
0.97 1.00
0.93 0.99 1.00
0.90 0.98 1.00 1.00
53
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Tabela 7.2: Principais caractersticas geoqumicas apresentadas pelas unidades litolgicas constituintes do Complexo
Carbonattico de Bailundo; valores de concentrao em wt%.
CO2
Mnimo
Ncleo
Mximo
Carbonattico Mdia
Mediana
0.16
38.80
7.06
0.52
0.01 0.45
1.38 22.93
0.21 2.87
0.05 1.05
0.08
5.09
1.01
0.30
4.02
80.65
53.38
59.91
0.19
6.35
1.72
1.40
0.02 0.02
9.96 49.27
1.50 7.48
0.26 0.08
0.01
0.35
0.06
0.02
0.01
0.08
0.03
0.03
0.17 0.02
9.53 13.68
1.94 1.82
1.55 0.66
0.09
2.22
0.66
0.52
0.13
4.54
1.10
0.65
Mnimo
Mximo
Anel Sovtico
Mdia
Mediana
0.08
39.60
19.42
20.50
0.01 0.52
1.55 92.83
0.26 33.42
0.13 6.47
0.03
7.56
0.69
0.14
2.16
59.47
13.82
9.30
0.01
0.58
0.09
0.05
0.01
4.48
0.42
0.03
0.06 0.04
1.26 11.77
0.31 1.62
0.15 0.62
0.04
0.95
0.29
0.20
0.21
2.96
1.10
0.59
0.04
3.27
0.02
0.01
0.01 0.01
0.03
0.00
0.11
Mnimo
Anel Fentico
Mximo
0.02 0.01
SiO2
0.56
MgO
0.02
CaO
0.02
Na2O K2O
TiO2 P2O5
Nb2O5 ETR2O3
66.97 22.33
9.72 50.59
4.37
0.38
2.58
Mdia
4.58
19.73
1.86
1.01
6.93
0.44
4.32 0.41
0.65
0.09
0.71
Mediana
0.57
13.30
0.27
0.06
0.07
0.11
0.06 0.20
0.32
0.07
0.33
A interpretao dos diagramas triangulares ser repartida em trs etapas. Na primeira sero apresentadas
e discutidas as distribuies composicionais para o conjunto de amostras representativas do complexo carbonattico
de Bailundo [Bailundo_09], comparando-as com as resultantes da projeco de dados disponveis na literatura
sobre este complexo [Bailundo_bibliografia]. Na segunda procurar-se- contextualizar regionalmente os resultados
analticos obtidos, tomando como referncia os campos composicionais previamente delimitados para os complexos
carbonatticos angolanos Monte Verde, Coola, Virulundo, Lupongola, Logonjo e Tchivira-Bonga. Na terceira,
proceder-se- ao enquadramento de Bailundo [Bailundo_09 + Bailundo_bibliografia] na provncia carbonattica de
Angola-Brasil, considerando os campos composicionais correspondentes aos complexos carbonatticos brasileiros
de Fazenda Varela-Lages, Seis Lagos, Angico dos Dias, Catalo I, Catalo II, Arax, Tapira, Juqui, Jacupiranga,
Mato Preto II e Itapirapu, para alm dos que caracterizam a subunidade angolana.
7.1 Bailundo_09
Diagrama C-S-A
A projeco dos exemplares analisados no diagrama [CO2-(SiO2-2,5xAl2O3)-(Al2O3+Na2O+K2O)] revela uma
distribuio por vrios campos composicionais com tendncia para o desenvolvimento de dois agregados
posicionados nos domnios a e e (Figura 7.1). As amostras do subconjunto ncleo carbonattico so silicocarbonatitos, com excepo da BL-P44 a qual corresponde a um carbonatito silicificado com 22,18 wt% de SiO2 e
20,9 wt% de CO2, conforme as observaes de natureza petrogrfica (matriz carbonatada com evidncias de
substituio local por quartzo de gro fino, ocorrendo ainda veios de quartzo com granularidade variada); as
amostras BL-P36, 45 e 48 surgem no campo a (carbonatitos s.s.), apresentando os mais altos contedos em CO2
(27,4, 14,0 e 38,8 wt% respectivamente). As litologias constituintes do anel sovtico repartem-se por dois grupos
composicionais: carbonatitos s.s. (campo a, BL-P29, 27, 28, 30, 18, 19, 39 e 16) caracterizados por concentraes
relativamente elevadas em CO2 (34,3, 36,4, 25,4, 38,4, 10,9, 32,5, 35,7 e 39,6%, respectivamente) e silexitos
carbonatticos (campo c, BL-P2, 5, 6 e 49), apresentando valores percentuais de [SiO2-2,5xAl2O3] muito altos (84.8,
54
7. Litogeoqumica
81.31, 85.26 e 92.5 wt%), mas consistentes com as transformaes metassomticas observadas (nomeadamente
silicificao polifsica); os exemplares BL-P7 (27,9 wt% [SiO2-2,5xAl2O3], 15,6 wt% CO2) e BL-P54 (50,19 wt%
[SiO2-2,5xAl2O3], 12,62 wt% CO2) apresentam caractersticas composicionais intermdias entre os dois grupos
anteriores, muito embora manifestem maior analogia com o segundo.
CO2
100
Silexito
carbonattico
50
Calciocarbonatito
Ca
rbo
na
tito
50
Carbonatito
sil
ici
fic
ad
o
Nucleo Carb.
Anel Sovitico
Fenito NE
Fenito SE
Fenito NW
CaO
100
Magnsiocarbonatito
SiO2-2.5Al2O3
Silico-carbonatiito
Ferrocarbonatito
Fenito
Al2O3+Na2O+K2O
MgO
FeO (T)+MnO
Figura 7.1: Projeco dos exemplares analisados nos diagramas C-S-A e C-M-F, ou seja [CO2-(SiO2-2,5xAl2O3)(Al2O3+Na2O+K2O)] e [CaO-MgO-(FeOT+MnO)], respectivamente.
A maioria dos fenitos projecta-se no campo composicional esperado (e), apesar dos efeitos da
carbonatizao experimentada por alguns exemplares (BL-P31, 51 e 76) conduzir a enriquecimentos substanciais
em CO2 (37,8, 29,7 e 34,6 wt%, respectivamente) e CaO (44% para BL-P51, 50,59 wt% para BL-P31 e 24,39 wt%
para BL-P76). Os exemplares de fenito com referncia BL-P33, 57, 58, 72, 77 e 80 apresentam composio siliciosa
significativa, por vezes predominante, conforme atesta a respectiva caracterizao petrogrfica; so classificveis
como silexitos carbonatticos apesar dos contedos em SiO2 serem muito variveis (85,7, 92,1, 26,62, 91,03, 90,72
e 21,45%, respectivamente). De referir ainda o facto da amostra BL-P 81 se projectar no campo dos carbonatitos
silicificados, no obstante revelar apenas 1.39 wt% SiO2.
Diagrama C-M-F
De acordo com as propores relativas dos contedos em [CaO-MgO-(FeOT+MnO)] (Figura 7.1.), os
carbonatitos de Bailundo so classificveis como clcicos e (na sua maioria) ferro-carbonatticos, sendo
inclusivamente possvel traar um percurso composicional em direco ao extremo (FeOT+MnO) onde se projectam
os exemplares representativos das bolsadas de magnetite variavelmente oxidada.
O ncleo carbonattico predominantemente ferro-carbonattico. Esta assinatura composicional no traduz,
porm, a preponderncia de siderite, mas sobretudo o enriquecimento relativo em magnetite (e produtos resultantes
da sua alterao), para alm das fases manganesferas, conforme observado petrograficamente; neste contexto,
note-se que 11 amostras (BL-P9, 11, 14, 15, 20, 23, 26, 35, 37, 46 e 47) apresentam concentraes em [FeOT +
MnO] acima de 38,44 wt%, a mais alta das quais (BL-P37) cifrando-se em 72,76%. As restantes amostras
55
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
representam excepes a esta tendncia geral, traduzidas por assinaturas clcio-carbonatitcas (BL-P48, contendo
49,27 wt% CaO) e dolomtico/anquerticas compreendendo quantidades acessrias de xidos de ferro e mangans
(BL-P36, 44 e 45, averbando concentraes em MgO que se cifram em 3,14 e 9,96 wt% para BL-P45 e 36,
respectivamente, e em [FeOT + MnO] que atingem 11,19 wt% em BL-P44 e 24,90 wt% em BL-P36).
Os exemplares representativos do anel sovtico distribuem-se de forma heterognea no diagrama [CaOMgO-(FeOT+MnO)], mantendo, no entanto, a tendncia para o enriquecimento em [FeOT + MnO] como resultado da
disseminao de (hidr)xidos de ferro e mangans (conforme observado em BL-P5, 6 e 49, para as quais se obtm
9,5, 8,9 e 4,8 wt% de [FeOT + MnO], respectivamente). As amostras BL-P28, 30 e 39 so clcio-carbonatitos com
contedos elevados em CaO (51,89, 50,27 e 45,22 wt%, respectivamente), projectando-se a BL-P27 (12,97 wt%
MgO, 23,85 wt% CaO, 10,90 wt% [FeOT + MnO]) e BL-P29 (9,62 wt% MgO, 31,76 wt% CaO, 9,32 wt% [FeOT +
MnO]) no campo magnesiano, prximo da fronteira com os ferro-carbonatitos.
Os fenitos mostram enriquecimentos notrios em [FeOT + MnO], fruto das frequentes disseminaes em
(hidr)xidos de ferro e mangans, pelo que tendem a sobrepor-se ao campo composicional ferro-carbonattico;
contudo, quando a intensidade da carbonatizao significativa, a composio desloca-se no sentido dos outros
vrtices em funo da natureza qumica dos carbonatos metassomticos, como acontece com as amostras BL-P51
e BL-P31.
Diagrama C-P-Si
A projeco dos exemplares analisados no diagrama [CO2-P2O5-SiO2] (Figura 7.2) conduz a uma
distribuio que se reparte fundamentalmente pelos campos a (carbonatitos s.s.) e [l + k2] (silexitos carbonatticos
com apatite e carbonatito silicificado com apatite).
As amostras do ncleo carbonattico projectam-se, na sua maioria, no campo k2, destacando-se a BL-P26
com 3,90 wt% de P2O5 e 2,68 wt% de SiO2; esta concentrao em fsforo, porm, no devida presena de
apatite, mas sim a fosfatos com composies intermdias entre a monazite e queralite; justificao equivalente
explica a projeco do exemplar BL-P 45 no campo i2, para o qual se obteve 13,68 wt% de P2O5 e 0,62 wt% de
SiO2.
As amostras do anel sovtico distribuem-se principalmente pelo campo a (carbonatitico s.s.), destacando-se
a BL-P30 com 2,11 wt% de P2O5; no grupo das que se posicionam no campo l, evidencia-se a BL-P2 com 1,06 wt%
P2O5. De todo o subconjunto, a BL-P28 a nica que revela quantidades significativas de apatite, justificando, por
isso, o contedo em fsforo determinado (11,77 wt% P2O5).
As amostras do anel fentico revelam relaes de concentrao [CO2-P2O5-SiO2] equivalentes a
carbonatitos s.s. (BL-P31, 51, 75 e 76) ou carbonatito silicificado com apatite (BL-P71 e BL-P81) ou ainda silexitos
carbonatticos com apatite (BL-P33), merc da carbonatizao e/ou silicificao a que foram sujeitas. A observao
petrogrfica mostra que nem todos os exemplares analisados incorporam apatite, mas este fosfato representa uma
fase acessria importante em BL-P31, BL-P33 e BL-P51; nos restantes casos, os fosfatos secundrios explicam os
teores medidos em P2O5.
56
7. Litogeoqumica
CO2
CO2
100
Carbonatito
Nucleo Carb.
Anel Sovitico
Fenito NE
Fenito SE
Fenito NW
100
Carbonatito
Carbonatito
c/ apatite Silicocarbonatito
c/ apatite
50
50
Carbonatito
apattico
Silicocarbonatito
c/ apatite silicificado
Carbonatito
fluortico
Apatitito
carbonattico
Carbonatito Silicocarbonatito
c/ fluorite
c/ fluorite
P2O5
Silexito
carbonattico
c/ apatite
SiO2
Fluoritito
carbonattico
Silicocarbonatito
c/ fluorite silicificado
Silexito
carbonattico
c/ fluorite
F-(0.1P2O5)
SiO2
Figura 7.2: Projeco dos exemplares analisados nos diagramas C-P-Si e C-Fl-Si, ou seja [CO2-P2O5-SiO2] e [CO2-[F(0,1xP2O5)-SiO2], respectivamente
Diagrama C-Fl-Si
No diagrama [CO2-[F-(0,1xP2O5)-SiO2] as amostras de Bailundo projectam-se ao longo da linha que liga os
extremos composicionais CO2 e SiO2 (Figura 7.2); tanto no ncleo carbonattico como no anel sovtico, variam entre
os campos a (carbonatitos s.s.) e p (silexito carbonattico com fluorite), com valores de [F-(0,1xP2O5)] inferiores a
0.19 wt% e 0.37 wt%, respectivamente. Na sua maioria, os fenitos apresentam relaes de concentrao [CO2-[F(0,1xP2O5)-SiO2] equivalentes a carbonatitos s.s. (BL-P31, 75, 76), devido carbonatizao; a posio ocupada
pelas restantes amostras consentnea com a intensa silicificao observada.
Diagrama C-T-Si
A observao do diagrama [CO2-ETR2O3-SiO2] (Figura 7.3) revela, novamente, a repartio das amostras
em dois grupos distintos: as que se projectam no campo a (carbonatitos s.s., com peso percentual em CO2 mais
elevado), e as que se distribuem pelos campos t e s2 (silexito carbonattico com ETR, onde os processos de
silicificao se fazem sentir com bastante intensidade, e carbonatito silicificado com ETR, respectivamente).
O ncleo carbonattico apresenta contedo assinalvel em ETR, destacando-se 6 amostras (3 delas no
campo s2, BL-P9, 11 e 14) com valores totais de ETR2O3 acima da unidade (1,14 wt%, 1,55 wt% e 2,45 wt%
ETR2O3, respectivamente); de referir que os exemplares BL-P9 e 14 se salientam tambm pelo seu contedo em
ferro total, pelo que os minerais portadores de ETR so parte integrante da matriz intersticial que aglutina as massas
de magnetite observadas. Os restantes exemplares posicionados no campo a (BL-P36, 45 e 48) revelam
concentraes em ETR2O3 de 4,54, 1,02 e 1,59 wt%, respectivamente; estes contedos, mormente os manifestados
por BL-P36, devem-se ocorrncia de flor-carbonatos no seio dos preenchimentos hidrotermais que selam as
redes tardias de veios e filonetes.
57
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
CO2
100
Nucleo Carb.
Anel Sovitico
Fenito NE
Fenito SE
Fenito NW
Carbonatito
CO2
100
Carbonatito
Carbonatito Silicocarbonatito
c/ barite
c/ barite
Carbonatito Silicocarbonatito
c/ ETR
c/ ETR
50
50
Carbonatito
bastnastico
Bastnasitito
carbonattico
Silicocarbonatito
c/ ETR silicificado
Carbonatito
baritnico
Silicocarbonatito
c/ barite silicificado
Silexito
carbonattico
c/ ETR
Tr2O3
SiO2
Baritito
carbonattico
BaO+SrO
Silexito
carbonattico
c/ barite
SiO2
Figura 7.3: Projeco dos exemplares analisados nos diagramas C-T-Si e C-B-Si, ou seja [CO2-ETR2O3-SiO2] e [CO2(BaO+SrO)-SiO2], respectivamente.
As amostras representativas do anel sovtico formam igualmente dois grupos composicionais distintos, um
ocupando o campo t (silexitos carbonatticos, de onde se destacam os exemplares BL-P2, 5 e 6 com 2,3, 2,4 e 2,0%
ETR2O3, respectivamente) e outro posicionado no campo a (carbonatitos s.s., do qual relevam as amostras BL-P27,
16 e 39 com 2,96, 1,23 e 1,23 wt% ETR2O3, respectivamente); todos os espcimes com elevados contedos em
ETR2O3 incorporam flor-carbonatos.
No anel fentico destacam-se, uma vez mais, os exemplares cujos contedos em CO2 denunciam
carbonatao significativa (e, por isso, se projectam no campo composicional dos carbonatitos s.s.; BL-P75, 76, 31 e
51). As amostras BL-P71 e 81, distribudas no campo s2, apresentam contedos em Al2O3 e ETR2O3 inferiores a 5
wt% da ordem de 0,5-1,2 wt%, respectivamente. As que se projectam no campo t (composicionalmente equivalentes
a silexitos carbonatticos com ETR) denunciam a silicificao intensa. Em todas estas rochas, os minerais
portadores de ETR so a apatite e o pirocloro.
Diagrama C-B-Si
Tomando agora as propores relativas entre as concentraes em CO2, (BaO+SrO) e SiO2, verifica-se que
as amostras analisadas se distribuem pelos campos a (carbonatitos s.s.) e y, x2, u2 e v, variavelmente enriquecidos
em (BaO+SrO) Figura 7.3. Por norma, o ncleo carbonattico apresenta maior enriquecimento em (BaO+SrO),
atingindo localmente 12,12 wt%; a amostra BL-P44, contendo na verdade abundantes cristais de barite de grandes
dimenses, revela contedos em (BaO+SrO) da ordem de 9,5 wt%.
As amostras do anel sovtico apresentam valores mais baixos de (BaO + SrO) que as do ncleo
carbonattico, nunca ultrapassando 4,97 wt% (BL-P27); as que se projectam no campo a (carbonatitos s.s.) revelam
contedos (BaO+SrO) compreendidos entre 0,90 e 4,97 wt%, acima dos exemplares posicionados no campo y
(silexito carbonattico com Ba e ou Sr), para os quais aquele total de xidos se distribui no intervalo 0,04-1,05 wt%.
Para o anel fentico, os espcimes BL-P31, 51, 75 e 76 apresentam composies que, em termos das
propores relativas CO2-(BaO+SrO)-SiO2, se sobrepem ao campo dos carbonatitos s.s. merc da carbonatao
58
7. Litogeoqumica
intensa a que foram sujeitos (como bem expressam os contedos elevados em CO2 de 37.8, 29.7, 32.5 e 34.6%,
respectivamente). As amostras BL-P71 e BL-P81, revelando teores em BaO de 18,3 e 10,6 wt%, projectam-se no
campo dos barititos, apesar da presena de barite ter sido apenas comprovada petrograficamente no primeiro caso;
note-se, porm, que o desenvolvimento tardio deste sulfato no seio de precipitados hidrotermais que selam
filonetes/veios concorre para heterogeneidades de distribuio espacial que pode explicar a ausncia de algumas
fase minerais (acessrias) em certos domnios rochosos e, consequentemente, nas lminas delgadas que os
procuram representar. Os restantes exemplares de fenito analisados mostram contedos em BaO inferiores aos
documentados para BL-P71 e BL-P81, mas as suas concentraes elevadas em SiO2 (variveis entre 21,45 e
92,1%), reflectindo a intensidade do processo (polifsico) de silicificao, concorrem para a sua classificao como
silexito carbonattico com barite (campo y).
Diagrama Nb-Fe-TR
A projeco dos dados disponveis no diagrama [FeOT-ETR2O3-(Nb2O5+TiO2)] (Figura 7.4) coloca as
amostras de Bailundo no extremo composicional FeOT, ou nas suas proximidades, com uma ligeira tendncia para o
termo composicional TR2O3 em detrimento do (Nb2O5+TiO2).
Tr2O3
Nucleo Carb.
Anel Sovtico
Fenito NE
Fenito SE
Fenito NW
FeO(T)
Nb2O5+TiO2
Figura 7.4: Projeco dos exemplares analisados nos diagramas Nb-Fe-TR e TR-Ba-Nb, ou seja [FeOT-ETR2O3-(Nb2O5+TiO2)]
e [ETR2O3-(BaO+SrO+CaO+MgO)-(Nb2O5+TiO2], respectivamente.
O ncleo carbonattico comporta amostras com FeOT acima de 53 wt% (BL-P 9, 14, 15, 20, 23, 26, 35, 37,
46 e 47), reflectindo sobretudo a presena de agregados macios ou semi-macios de espinelas magnetticas
variavelmente oxidadas, conforme documentado pela anlise petrogrfica. Outros exemplares, como os de
referncia BL-P11, 36, 44, 45 e 48, apresentam contedos em FeOT 23,26 wt% compensados por acrscimos
relativos em (Nb2O5+TiO2) e ETR2O3, como acontece com as amostras BL-P11 [11,66 wt% (Nb2O5+TiO2) e 1,55 wt%
ETR2O3] e BL-P36 [3,33 wt% (Nb2O5+TiO2) e 4,54 wt% ETR2O3]. O aumento relativo em (Nb2O5+TiO2), afigurandose compatvel com as observaes petrogrficas, reflecte a presena de pirocloro eudrico disseminado na matriz
(BL-P 37 e 45) ou de pirocloro xenomrfico hidrotermal integrando os precipitados tardios que preenchem os
59
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
filonetes/veios (BL-P36). Deste grupo de amostras, destaca-se ainda BL-P37 como resultado dos seus contedos
em (Nb2O5+TiO2) e FeOT (4,65 e 72,57 wt%, respectivamente), traduzindo a abundncia relativa de titano-niobatos
com Ca e Ba, juntamente com espinelas.
No anel sovtico, o valor mximo do contedo (Nb2O5+TiO2) atingido pela amostra BL-P7 (2,04 wt%) e
reflecte bem os gros micromtricos e xenomrficos de pirocloro que, em conjunto com o quartzo, constituem o
essencial das associaes minerais que preenchem os veios/filonetes tardios. Nas amostras BL-P2, 5, 6 e 27, a
abundncia relativa de flor-carbonatos no seio dos precipitados hidrotermais que, polifasicamente, selam os
filonetes/veios observados, justifica as concentraes em ETR2O3 obtidas, variveis entre 2,01 wt% (BL-P6) e 2,96
wt% (BL-P27).
Os exemplares representativos do anel fentico manifestam significativo enriquecimento em ferro,
consubstanciando a maior abundncia das fases minerais ferrosas (e produtos resultantes da sua alterao) em
relao aos titano-niobatos e minerais portadores de ETR que, regra geral, so escassos.
Diagrama TR-Ba-Nb
O diagrama [ETR2O3-(BaO+SrO+CaO+MgO)-(Nb2O5+TiO2] (Figura 7.4) revela-se crucial na caracterizao
geoqumica das amostras de Bailundo na medida em que possibilita a discriminao dos domnios rochosos
variavelmente enriquecidos em pirocloro com diferentes composies, conforme verificado durante o trabalho
analtico com microssonda electrnica: (i) titano-niobatos de Ba lacunares presentes no ncleo carbonattico e anel
sovtico NW com composies enriquecidas em [ETR] e [Si, Zr e Fe], respectivamente; (ii) titano-niobatos
observados no anel sovtico SE e no anel fentico, em que o Ca predomina e so acompanhados essencialmente
por [F, Sr, Pb] e [Na, F e Th], respectivamente. Com efeito, a projeco dos exemplares analisados indica uma
distribuio heterognea, caracterizada por enriquecimento varivel (por vezes, marcante) dos contedos
(Nb2O5+TiO2), (BaO+SrO+CaO+MgO) e ETR2O3 em diversos subgrupos de amostras. As que representam o ncleo
carbonattico distribuem-se quase exclusivamente ao longo da faixa composicional que se estende entre os vrtices
(BaO+SrO+CaO+MgO) e (Nb2O5+TiO2), exceptuando a amostra BL-P14 que apresenta maior proporo relativa em
ETR2O3 (correspondendo ao valor absoluto de concentrao de 2,45 wt%, o qual dever reflectir a presena de
minerais portadores de ETR na matriz intersticial que aglutina as massas de magnetite observadas). Em algumas
amostras (e.g. BL-P44, 45, 46 e 47), as propores de combinao entre os contedos em (BaO+SrO+CaO+MgO) e
(Nb2O5+TiO2), variando entre 5,01 36,61 wt% e 1,64 3,1%, respectivamente, permite colocar em evidncia a
importncia dos minerais do grupo pirocloro relativamente aos carbonatos, competindo pela incorporao dos
elementos alcalino-terrosos. Os espcimes BL-P36 e 37 manifestam totais (BaO+SrO+CaO+MgO) e (Nb2O5+TiO2)
semelhantes s amostras anteriores, mas os contedos em ETR2O3 so bem diferentes, com o exemplar BL-P36 a
evidenciar a concentrao mxima de 4,54 wt% ETR2O3, testemunhando a presena de pirocloro
composicionalmente distinto, para alm de flor-carbonatos de ETR.
No diagrama [ETR2O3-(BaO+SrO+CaO+MgO)-(Nb2O5+TiO2], as amostras do anel sovtico formam dois
grupos compisicionalmente distintos. O grupo mais prximo do vrtice (BaO+SrO+CaO+MgO), integrando os
exemplares BL-P7, 16, 18, 19, 27, 28, 29, 30 e 39, apresenta valores dominantes daquele total, variando entre 14,8
60
7. Litogeoqumica
wt% e 47,65 wt%; note-se que, neste caso, os xidos dominantes so o MgO e o CaO com contedos
comprendidos nos intervalos 0,19-13,48 wt% e 11,94-51,89 wt%, respectivamente; os contedos em (Nb2O5+TiO2)
oscilam entre 0.12 wt% e 2,04 wt%, confirmando as inferncias realizadas com base na qumica mineral de que os
pirocloros observados nas rochas constituintes do anel sovtico so relativamente pobres em Ba. O outro grupo de
amostras (BL-P2, 5, 6 e 49) apresenta forte tendncia composicional em direco ao vrtice ETR2O3, no obstante
os valores absolutos de concentrao se distribuirem no intervalo 0,60-2,37 wt%, corroborando a importncia das
fases minerais flor-carbonatadas observadas em petrografia, cujas anlises de microssonda revelam Ba para alm
dos ETR.
As amostras representativas do anel fentico distribuem-se pelos trs extremos composicionais. As
projectadas junto ao vrtice ETR2O3 apresentam teores absolutos nestes xidos variveis entre 1,1 e 2,6 wt%; o
contedo elevado em BaO revelado pelas amostras BL-P71, 80 e 81 explica a razo pela qual estas se projectam
prximo do vrtice (BaO+SrO+CaO+MgO), exibindo valores absolutos de concentrao para o somatrio iguais a
18,3, 4,6 e 10,6 wt%, respectivamente. As restantes amostras, na vizinhana do vrtice (Nb2O5+TiO2), evidenciam
os maiores contedos em TiO2 (1,1 e 1,2 wt% para BL-P55 e BL-P64), reflectindo fundamentalmente abundncia
relativa de fases titanadas como a brookite ou antase.
Distribuies espaciais de concentrao
Com o propsito de examinar, ainda que tentativamente, o traado das linhas de isoconcentrao para os
metais de maior interesse naquele sector do Complexo (porque fundamentados em escasso nmero de amostras),
procedeu-se interpolao dos contedos em xido elementar admitidos pelo subgrupo de amostras a localizado,
usando o kriging ordinrio. No obstante a irregularidade manifestada pela distribuio espacial das amostras poder
introduzir alguma perturbao na geometria (e, consequentemente, na delimitao) dos sectores
composicionalmente anmalos, os mapas geoqumicos assim obtidos revelam consistncia interna e a sua
sobreposio cartografia geolgica (em Anexo 4) suscita os comentrios seguintes:
As anomalias em Nb2O5 esto bem marcadas e desenvolvem-se no sector Sul da rea ocupada pelos
ferro-carbonatitos, definindo um alinhamento forte segundo a direco NW-SE.
Os enriquecimentos em BaO fazem-se tambm sentir no sector S da rea ocupada pelos ferrocarbonatitos, em parte sobrepondo-se ao Nb2O5, mas conduzindo a uma anomalia de configurao
geomtrica distinta, com alongamento principal segundo NNW-SSE e uma bossa secundria prxima do
61
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
contacto com os clcio-carbonatitos a ESE; de assinalar ainda a existncia de anomalias menores a NE,
em boa medida correlacionveis com as de MnO.
Os contedos em ZnO e PbO tendem a aumentar notoriamente nos sectores central e NW da rea ferrocarbonattica, sobrepondo-se em parte s anomalias em ferro, mas com contornos distintos, especialmente
nas interfaces ferro-carbonatito/clcio-carbonatito/depsito eluvio-coluvionar; os alinhamentos definidos
pelos domnios anmalos em zinco e chumbo seguem, grosso modo, as direces NNW-SSE (ZnO) e NWSE (PbO).
62
7. Litogeoqumica
evidncia pela petrografia e estudo da qumica mineral; comparando as medianas das distribuies de concentrao
em (SiO2 2,5xAl2O3), CO2 e (Al2O3+Na2O+K2O) para os dois grupos de amostras, obtm-se, pela mesma ordem,
21,59 wt%, 0,48 wt% e 0,32 wt% para [Bailundo_09] e 1,40 wt%, 35,60 wt% e 0,25 wt% para [Bailundo_bibliografia],
reflectindo melhor a intensidade dos processos metassomticos observados (silicificao, em particular), no
restringindo a projeco ao campo dos carbonatitos s.s.. De forma equivalente, a projeco comparada no diagrama
C-M-F mostra que o grupo [Bailundo_09] complementa bem os dados referentes s anlises qumicas recolhidas na
bibliografia, reforando a tendncia composicional em direco ao vrtice (FeOT+MnO). Este comportamento
justifica-se pelo valor mediano da distribuio (FeOT+MnO) admitido por [Bailundo_09] (15.67%), que prepondera
sobre as medianas de distribuio dos dois outros termos (0,19 wt% e 0,13 wt% MgO e CaO, respectivamente); no
grupo [Bailundo_bibliografia], as composies ferro-carbonatticas (incluindo as bolsadas de magnetite) esto subrepresentadas, daqui resultando para as distribuies de concentrao em MgO, CaO e (FeOT+MnO) os valores
medianos de 0,61 wt%, 44,73 wt% e 5,90 wt%, respectivamente.
A projeco no diagrama C-P-Si volta a evidenciar a complementaridade existente entre os dois grupos de
amostras, as de [Bailundo_09] melhor documentando os efeitos do metassomatismo polifsico registado em
diferentes sectores do Complexo. Neste caso, porm, importa salientar que a tendncia manifestada por vrios
exemplares de [Bailundo_09] no sentido de maior enriquecimento relativo em P2O5 aparente e apenas se deve s
propores de combinao entre os contedos dos restantes dois xidos (CO2 e SiO2), como evidente pela anlise
comparativa dos valores medianos admitidos pelas distribuies de concentrao em P2O5, CO2 e SiO2, cifrando-se
em 0,44 wt%, 0,48 wt% e 4,06 wt% para [Bailundo_09] e em 2,30 wt%, 35,60 wt% e 1,10 wt% para
[Bailundo_bibliografia], seguindo a mesma ordem.
A comparao dos dois grupos de amostras no diagrama composicional C-T-Si conduz a concluses
similares s apresentadas anteriormente, documentando uma vez mais a natureza complementar de [Bailundo_09]
em relao a [Bailundo_bibliografia] no que respeita intensidade (e heterogeneidade) dos processos
metassomticos a que as vrias litologias foram sujeitas; neste particular, salientam-se as trajectrias de maior
enriquecimento relativo em ETR2O3 apresentadas pelo grupo [Bailundo_09], muito embora o valor mediano da
distribuio de concentrao correspondente seja inferior ao admitido pelo grupo [Bailundo_bibliografia], pelas
razes apontadas anteriormente. Tambm os enriquecimentos relativos em (BaO+SrO) que, em conjunto com SiO2,
so imputveis a processos metassomticos e hidrotermais, permitem destacar as composies representadas pelo
grupo [Bailundo_09] em relao ao grupo [Bailundo_bibliografia], estes ltimos mais prximos do vrtice CO2; tal
encontra eco nas medianas das distribuies de concentrao em (BaO+SrO), CO2 e SiO2, as quais tomam os
valores 1,08 wt%, 0,48 wt% e 4,06 wt% para [Bailundo_09] e 0,58 wt%, 34,65 wt% e 1,10 wt% para
[Bailundo_bibliografia], respectivamente.
No diagrama TR-Ba-Nb, o grupo [Bailundo_bibliografia] volta a revelar forte regularidade, dificilmente
representando a heterogeneidade composicional que caracteriza as unidades litolgicas constituintes do Complexo
Carbonattico de Bailundo. Ambos os grupos de amostras se concentram junto ao vrtice (BaO+SrO+CaO+MgO);
no entanto, as de [Bailundo_09] tendem muito significativamente no sentido dos dois outros extremos
63
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
composicionais, cujas correspondentes distribuies de concentrao apresentam os valores medianos de 0,59 wt%
ETR2O3, 0,65 wt% (Nb2O5+TiO2) e 5,25 wt% (BaO+SrO+CaO+MgO); pela mesma ordem, as medianas obtidas para
o grupo [Bailundo_bibliografia] cifram-se em 1,04 wt%, 0,20 wt% e 47,62 wt%.
7. Litogeoqumica
65
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
superiores a 3 wt% (caso de Logonjo e Tchivira-Bonga). A projeco Nb-Fe-TR confirma, por ltimo, a
predominncia das composies ricas em FeOT em relao a Nb2O5 e ETR2O3, qualquer que seja o complexo
carbonattico; existem, no entanto, evidncias claras para enriquecimentos notrios em ETR2O3 e (Nb2O5+TiO2). De
todos os complexos, Coola o que mais sobressai, mostrando uma distribuio de contedos em ETR2O3 com
mediana de 4,01 wt% (assumindo que a amostragem existente , na verdade, representativa); Monte Verde,
Lupongola, Bailundo e Tchivira-Bonga revelam tambm teores significativos em xidos de ETR. Quanto ao total
(Nb2O5+TiO2), Tchivira-Bonga parece ser o mais interessante, muito embora o peso relativo das amostras
verdadeiramente ricas nestes metais seja pequeno no conjunto dos dados disponveis (o que justifica o valor
mediano baixo, 0,40 wt%).
7.3.2 Principais caractersticas geoqumicas dos complexos carbonatticos brasileiros
Seguindo raciocnio equivalente ao explicitado nas seces anteriores, projectaram-se os resultados
analticos relativos a vrios complexos carbonatticos brasileiros nos diferentes diagramas discriminantes com o
objectivo de delimitar os campos composicionais que, em conjunto, os possam caracterizar (em Anexo 4). Em
termos gerais e no que respeita variabilidade no campo composicional C-S-A, o exerccio permite verificar que as
amostras representativas dos complexos carbonatticos brasileiros se projectam no campo dos carbonatitos s.s.,
tendo Arax maior contedo em CO2 (com valor mediano de 40,3 wt%) comparativamente a Seis Lagos (20,9 wt%),
Tapira (29,4 wt%) e Angico dos Dias (24.9 wt%); a inexistncia de determinaes para CO2 impede a projeco de
exemplares relativos aos restantes complexos. No diagrama C-M-F, as amostras provenientes de Angico dos Dias,
Mato Preto II e algumas de Arax, Jacupiranga e Tapira correspondem a carbonatitos s.s.; nos complexos de
Varela-Lages e Seis Lagos os ferro-carbonatitos aparentam predominar; em Tapira, as composies so magnsiocarbonatticas e nos restantes complexos (incluindo amostras de Arax e Jacupiranga) transicionais entre magnsioe ferro-carbonatitos; os maiores contedos em (FeOT+MnO) so reportados para Seis Lagos (60,5 wt%).
Recorrendo s relaes composicionais implcitas no diagrama C-P-Si, as litologias constituintes dos complexos de
Seis Lagos e Varela-Lages classificam-se como carbonatitos s.s.; as amostras oriundas de Arax, so
composicionalmente equivalentes a carbonatitos s.s., carbonatitos com apatite e carbonatitos apatticos (Al2O3 < 5
wt%), respectivamente (campos a, i1 e k1); Tapira est representado por um carbonatito com apatite (Al2O3 < 5%) e
uma amostra de carbonatito s.s.; Angico dos Dias maioritariamente constitudo por carbonatitos com apatite (i1) e
apresenta o maior contedo em P2O5 (9,2 wt%) comparativamente a Arax, Tapira, Seis Lagos e Varela-Lages (para
os quais se obtm os valores medianos de 2,35, 3,6, 0,24 e 0,05 wt%, respectivamente). No que respeita ao
diagrama C-F-Si, apenas foi possvel projectar exemplares dos complexos de Seis Lagos e Angico dos Dias por falta
de dados sobre contedos em flor; nestas circunstncias, as litologias presentes em Seis Lagos projectam-se no
campo dos carbonatitos s.s., contrastando com a amostra relativa ao complexo Angico dos Dias, a qual se posiciona
no campo o1 (carbonatito com fluorite e Al2O3 < 5 wt%); os teores medianos em flor cifram-se em 0,7 e 0,08 wt%
para Angico dos Dias e Seis Lagos, respectivamente.
Considerando agora as relaes composicionais inscritas no diagrama C-T-Si, verifica-se que as diferentes
amostras se projectam ao longo da faixa CO2-SiO2, distribuindo-se pelos campos dos carbonatitos s.s. (Arax,
66
7. Litogeoqumica
Tapira, Seis Lagos e Angico dos Dias) e dos carbonatitos com ETR2O3 (Arax, Tapira e Angico dos Dias); os
contedos medianos em ETR2O3 cifram-se em 0,45, 0,25, 0,08 e 0,87 wt% para Arax, Tapira, Seis Lagos e Angico
dos Dias, respectivamente. Tambm no diagrama C-B-Si, se constata o predomnio das composies carbonatticas
s.s., registando-se excepes para Angico dos Dias e Tapira com exemplares classificveis como carbonatito
baritnicos e Al2O3 < 5 wt%; os contedos medianos em (BaO+SrO) cifram-se em 1,32, 1,14 e 2,15 wt% para Arax,
Angico dos Dias e Tapira, respectivamente. Se a esta tendncia for adicionada as que resultam da projeco C-M-F,
explica-se facilmente a agregao obtida no diagrama T-B-Nb junto ao vrtice (BaO+SrO+CaO+MgO), com
excepo dos exemplares de Seis Lagos que se deslocam no sentido do plo (Nb2O5+TiO2); a distribuio de
concentraes em (Nb2O5+TiO2) para este ltimo grupo de amostras apresenta mediana igual a 2,89 wt%,
contrastando com as que tipificam distribuies homlogas em Arax, Juqui, Jacupiranga, Barra do Itapirapu e
Angico dos Dias, i.e. 0,29, 0,02, 1,28, 0,05 e 0,06 wt%, respectivamente. Por ltimo, e no que respeita s
distribuies no plano composicional F-T-Nb, verifica-se que as maioria das amostras se projecta prximo do vrtice
FeOT, evidenciando enriquecimento em Fe relativamente a ETR2O3 e Nb2O5; os valores mais significativos de FeOT
so reportados para Seis Lagos, Jacupiranga e Itapirapu com 58,5 wt%, 8,9 wt% e 9,06 wt%, respectivamente;
Angico dos Dias apresenta os valores medianos mais elevados em ETR2O3 (0,90 wt%), seguido de Itapirapu (0.57
wt%), Arax (0.45 wt%), Juqui (0.14 wt%), Seis Lagos (0.08 wt%) e Jacupiranga (0.07 wt%).
7.3.3 O posicionamento de Bailundo nos quadros de referncia regional
Brasil/Bailundo
Muito embora a compilao efectuada dificilmente represente a totalidade do conhecimento geoqumico
disponvel para os complexos carbonatticos brasileiros, certo que a sua distribuio nos sucessivos diagramas
discriminantes permite esboar os limites dos principais campos composicionais por eles admitidos. Estes ltimos,
assinalados a azul no conjunto das representaes grficas patentes no Anexo 4, servem de referncia anlise
comparativa de Bailundo relativamente a outros complexos carbonatticos que, integrando a mesma provncia
petrogentica, apresentam inegvel valor econmico. O tom de azul mais claro no diagrama C-M-F corresponde ao
alargamento do campo composicional predominante imposto pela projeco de amostras singulares.
O diagrama C-S-A coloca em evidncia o contraste composicional resultante da grande variabilidade
admitida pelas litologias que compem o Complexo de Bailundo (rochas carbonatticas s.s., silico-carbonatitos,
carbonatitos silicificados, silexitos carbonatticos e fenitos) e a forte homogeneidade que caracteriza os seus
congneres brasileiros; nestes ltimos, as litologias presentes so quase exclusivamente rochas carbonatticas s.s.,
apresentando valores medianos de CO2 (29 wt%) superiores aos obtidos para Bailundo (20,10 wt%). Mesmo
considerando o facto de estarem em falta amostras representativas dos anis fenticos brasileiros, no deixa de ser
interessante sublinhar a tendncia registada pelos exemplares de Bailundo no sentido de maior modificao
metassomtica, normalmente traduzida por silicificao heterognea e polifsica; o valor mediano do vrtice S (=
SiO2 2,5Al2O3) para Bailundo cerca de 3x superior ao manifestado pelos seus equivalentes no Brasil.
67
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
68
7. Litogeoqumica
Angola/Bailundo
Esta seco final procura contextualizar e comparar os dados de litogeoqumica correspondentes a
Bailundo (neste caso adicionando aos resultados analticos do presente estudo os da compilao bibliogrfica) com
os campos composicionais delimitados para os complexos carbonatticos angolanos, sombreados a vermelho nos
diagramas discriminantes apresentados na no Anexo 4); os tons de vermelho mais claro correspondem ao
alargamento dos campos composicionais predominantes imposto pela projeco de amostras singulares.
A simples observao dos vrios diagramas revela que os dados analticos referentes a Bailundo se
integram harmoniosamente nos campos composicionais definidos para o conjunto dos complexos angolanos, com
excepo das propores relativas dos componentes envolvidos nas projeces C-T-Si, C-B-Si e TR-Ba-Nb. No
primeiro caso (C-T-Si) e apesar da distribuio grfica denunciar maior proximidade das amostras de Bailundo ao
vrtice ETR2O3, as correspondentes distribuies de concentrao denotam valores medianos que denunciam o
oposto, obtendo-se para Bailundo o valor 0,67 wt% e para o restante conjunto de carbonatitos 0,94 wt%. No
segundo caso (C-B-Si), o valor mediano do somatrio (BaO+SrO) para Bailundo pouco se diferencia do que
caracteriza a totalidade dos complexos carbonatticos angolanos considerados neste estudo. Quanto ao terceiro
caso (TR-Ba-Nb) verifica-se que a maior diferenciao diz respeito tendncia demonstrada por Bailundo no
sentido de maior enriquecimento relativo em (Nb2O5+TiO2); de forma inversa, mas esperado atendendo natureza
composicional dos carbonatitos, o somatrio (BaO+SrO+CaO+MgO) atinge maior expresso no conjunto dos
complexos angolanos, conforme indicado pelas respectivas medianas das distribuies (as quais tomam o valor de
44,51 wt% para aquele conjunto e de 28,74 wt% para Bailundo).
Nos restantes diagramas, apesar da consistncia grfica entre Bailundo e os restantes complexos
carbonatticos angolanos, constata-se que existem discrepncias assinalveis nas distribuies de concentrao
multi-elementar, caracterizadas pelos valores medianos. Assim, no que respeita s variveis em jogo no diagrama
C-S-A, assinalam-se diferenas nos contedos medianos em (SiO2-2,5Al2O3), CO2 e (Al2O3+Na2O+K2O) que para
as amostras de Bailundo tomam os valores 7,10 wt%, 20,10 wt% e 0,31 wt%, respectivamente, e para os
exemplares dos restantes complexos 2,65 wt%, 33 wt% e 0,95 wt%, pela mesma ordem. Para os xidos envolvidos
no diagrama C-M-F, os teores medianos em MgO, CaO e (FeOT+MnO) cifram-se em 0,25 wt%, 18,33 wt% e 10,83
wt%, respectivamente, para Bailundo, igualando a 2,10 wt%, 36,44 wt% e 5,23 wt%, pela mesma ordem, para o
conjunto dos complexos carbonatticos angolanos. J no diagrama C-P-Si, as concentraes medianas em P2O5,
CO2 e SiO2 equivalem a 0,55 wt%, 6,68 wt% e 2,90 wt% no caso de Bailundo, cifrando-se em 1,20 wt%, 31,95 wt%
e 6,65 wt% no outro agrupamento. Quanto aos valores medianos das distribuies em [F-(0,1P2O5)], CO2 e SiO2,
contempladas no diagrama C-Fl-Si, o grupo de amostras referentes a Bailundo apresenta 0,05 wt%, 32,50 wt% e
2,30 wt%, respectivamente, obtendo-se 0,06 wt%, 30,90 wt% e 8,65 wt%, pela mesma ordem, quando se
consideram os restantes complexos carbonatticos. Finalmente, e no que diz respeito aos contedos medianos em
(Nb2O5+TiO2), FeOT e ETR2O3, cujas distribuies podem ser apreciadas no diagrama Nb-Fe-TR, Bailundo
apresenta 0,49 wt%, 9,31 wt% e 0,70 wt%, respectivamente, e o conjunto carbonattico angolano 0,40 wt%, 4,64
wt% e 0,75 wt%, pela mesma ordem.
69
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
70
Th
em cerca de uma centena de determinaes repartidas por 4 perfis de amostragem (104 medies para Th, Fe e
Mn, 102 medies para Pb e 103 medies para Zn) [ver Anexo 5]. Para o efeito procedeu-se: (1) ao exame da
heterogeneidade das distribuies de concentrao e respectivos graus de assimetria; (2) anlise do
comportamento multifractal daquelas distribuies e clculo dos valores limite para a demarcao de anomalias; (3)
apreciao dos variogramas para cada uma das distribuies de concentrao; e (4) elaborao de mapas
geoqumicos usando o kriging ordinrio como suporte interpolao.
Estatstica descritiva
A Tabela 8.1 sumariza os resultados obtidos, permitindo uma primeira apreciao da heterogeneidade das
distribuies de concentrao em anlise e respectivos graus de assimetria. Os valores mximos para todos os
elementos so significativamente altos. A mdia, sendo sempre superior mediana, sugere a presena de
distribuies no normais, embora a pequena discrepncia obtida para alguns casos os aproxime da quasinormalidade. Os valores do 3 quartil so substancialmente inferiores aos mximos das distribuies, denotando a
possibilidade de existirem reas caracterizadas por concentraes anmalas. Os coeficientes de variao, sempre
abaixo da unidade, reflectem baixa disperso das distribuies de concentrao, qualquer que seja o elemento
qumico considerado. A amplitude de variao global e a variabilidade entre dados so, contudo, elevadas
(especialmente para o Th, Zn, Pb e Fe). Nestas circunstncias, o carcter relativamente pouco assimtrico das
distribuies de valores (conforme reflectido pela curtose e assimetria) poder apenas traduzir a influncia exercida
pela amostragem (ainda parcial e impedida de representar a totalidade da estrutura central do macio carbonattico,
a qual manifesta forte anisotropia morfolgica).
Tabela 8.1: Sntese da estatstica descritiva para as distribuies de concentrao em Th, Pb, Zn, Fe e Mn.
Th
(ppm)
Nmero de amostras
104
Pb
(ppm)
Zn
(ppm)
Fe
(%)
102
103
104
Mn
(%)
104
(Mdia)
1365
970
1544
44,97
(Desvio padro)
433,9
428,7
692,8
16,63
1,68
0,32
591,2
1043,4
1272,3
1582,7
539,2
2682,8
0,599
0,898
2091,6
188273
0,44
280,7
633,7
897,2
1241,5
607,8
2331,3
0,60
0,85
2050,6
183748
0,45
414,3
1014,1
1430,2
1999,1
985
3982
0,65
0,83
3567,7
480014
0,37
9,40
31,1
42,8
56,9
25,8
83,8
-0,67
0,27
74,4
276,5
0,56
0,29
1,8
2,7
3,97
2,2
9,28
1,9
1,1
9
2,8
/ x (Coeficiente de variao)
Mnimo
Q1 (1 quartil)
Moda
M (Mediana)
Q3 (3 quartil)
AIQ (Amplitude inter-quartis)
Mximo
Curtose
Assimetria
Amplitude
Varincia
71
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Variogramas
A Tabela 8.2 d conta dos resultados obtidos para os parmetros calculados na modelao dos
variogramas.
Kriging Ordinrio
Tabela 8.2: Parmetros calculados na anlise do variograma com ajustamento ao modelo esfrico.
Th
Pb
Zn
36000
10000
24000
90
1.2
200
150
245
190
170
160000
40000
340000
205
1.9
Anisotropia
1,7
1,6
1,5
1,5
Direco Anisotropia
55
155
155
60
60
Efeito de pepita
Alcance (m)
Patamar
Fe
Mn
A anlise dos variogramas (Anexo 5) permitiu verificar que os mesmos se comportam de forma distinta para
diferentes direces da linha de amostragem; tal sugere a existncia de anisotropia, embora fraca, das distribuies
de concentrao, a qual se caracteriza por razo igual a 1,7 para o Th, 2 para o Pb, 1,6 para o Zn, 1,5 para o Fe e
Mn; a anisotropia das distribuies de concentrao desenvolve-se segundo a direco 55 para o Th, 155 para o
Pb e Zn e 60 para o Fe e Mn. O efeito de pepita elevado para todos os elementos qumicos, ou seja, a distncia h
entre pares de pontos sob comparao apresenta menor semelhana, logo menor correlao entre si. O alcance
(valor segundo o qual a funo estabiliza no campo aleatrio) mostra variabilidade mxima entre pares de pontos,
sendo maior para o Zn (245 m), Th (200 m), Fe (190 m), seguido do Mn (170 m) e Pb (150 m). O valor do patamar
(distncia a partir da qual as amostras passam a no possuir correlao espacial, entrando no campo aleatrio)
cifra-se em 160000, 40000 e 340000 ppm para Th, Pb e Zn, respectivamente e 205 (2050000 ppm) e 1.9 % (19000
ppm) para Fe e Mn, respectivamente. Foram realizados vrios ensaios de ajuste ao modelo terico, tendo-se
escolhido o esfrico. Para todos os metais o espectro de pontos acompanha razoavelmente o modelo terico,
verificando-se no entanto desvios que correspondem a zonas de correlao fraca naquele local da rea em estudo,
sugerindo, uma vez mais, a existncia de distribuies espaciais anistropas. As direces de melhor ajuste foram
NNE-SSW para o Fe, Mn e Th e WNW-ESE para o Pb e Zn.
Comportamento multifractal
Os espectros multifractais f() obtidos para os cinco elementos qumicos estudados surgem encontramse no Anexo 5. As distribuies de concentrao apresentam comportamento multifractal com espectro f()
definido no intervalo -3 q 3; locais onde o espectro de pontos mais disperso correspondem meramente a
zonas com menor nmero de valores para o valor considerado. Uma vez demonstrado o comportamento
multifractal de cada distribuio de concentrao afigura-se possvel calcular os valores de fundo (regional e local)
para cada metal com base nas projeces log rea versus log concentrao ( ver Anexo 5). A Tabela 8.3 sumariza
os resultados obtidos.
72
Tabela 8.3: Valores de fundo regional (FR) e local (FL) para cada elemento qumico
R2
Th
Zn
Pb
Fe
Mn
y = -0,8644x + 18,573
0,9001
y = -4,001x + 40,82
0,9791
y = -0,2759x + 14,921
0,8379
y = -1,0035x + 26,007
0,9752
y = -0,2847x + 14,851
0,9343
y =-2,2241x + 27,423
0,9477
y = -0,3795x + 13,393
0,8282
y = -1,924x + 18,863
0,9995
y = -0.6942x + 13,303
0,9256
y = -3.1581x + 15,87
0,9647
FR
R2
FL
1203 ppm
988 ppm
y = -1,0035x + 26,007
0,9752
y = -12,807x + 110,87
0,9545
y = -1,924x + 18,863
0,9995
y = -6,8183x + 38,541
0,9467
2366 ppm
654 ppm
35 wt%
56 wt%
2,8 wt%
73
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Tabela 8.4: Sntese de parmetros crticos anlise dos perfis de amostragem para cada elemento qumico.
Th
(ppm)
Pb
(ppm)
Zn
(ppm)
Fe
(%)
Mn
(%)
Mdia
1365
970
1544
45
Mediana
1272
897
1430
43
2,7
FR
1203
654
988
34,5
2,8
2366
56
FL
A anlise comparada dos perfis de concentrao por elemento qumico coloca em evidncia as dificuldades
de correlao lateral entre segmentos anmalos, obrigando a cuidados acrescidos com a interpolao e
demonstrando a natureza heterognea das distribuies de concentrao (confirmando, assim, as interpretaes
realizadas com base na modelao de variogramas). Importa, porm, ressalvar que parte desta heterogeneidade
pode ser devida a amostragem insuficiente; com efeito, admitindo que a forte anisotropia morfolgica apresentada
pela estrutura central do complexo carbonattico litologicamente controlada e que as diferenas nas constituies
mineralgicas das rochas que o constituem condicionam o desenvolvimento de algum tipo de padro geoqumico,
ento a forte obliquidade existente entre os 4 perfis em estudo e a orientao dominante do macio rochoso poder
constranger a apreciao da extenso lateral de eventuais domnios anmalos, bem como a respectiva geometria.
Regra geral, a continuidade lateral entre os valores anmalos de concentraes nos diversos metais
encontra-se bastante comprometida para a maior parte da rea amostrada (Anexo 5), muito embora se verifique a
existncia de extensos segmentos em cada perfil com valores acima do fundo regional (determinado por via
independente). Nesta apreciao, destacam-se os segmentos compreendidos entre as estaes #25 e #33 para o
Zn e Pb, assim como os segmentos entre os pontos de amostragem #13 e #20 (ou #23) e entre #8 e #26 para o Mn
e Fe, respectivamente. A considerao dos valores de fundo local obtidos para o Zn (2366 ppm) e Fe (56 wt%),
revela, porm, um cenrio bastante diferente. De facto, o perfil 1 apresenta apenas um pequeno segmento contendo
dois pontos anmalos em Zn [#30 (2986 ppm) e #32 (3234 ppm)], o mesmo acontecendo com o perfil 2, desta feita
para as estaes #31 (2826 ppm) e #32 (2899 ppm); no perfil 3, o segmento anmalo em Zn define-se entre pontos
#31 (2458 ppm) e #33 (3982 ppm) e, no perfil 4, aquele abrange as estaes #26 (2633 ppm), #27 (2658 ppm) e
#28 (3030 ppm). No que respeita ao Fe, verifica-se que existem 4 segmentos anmalos no perfil 1, compreendendo
os pontos de amostragem com valores acima do fundo local (i.e. 56 wt%); estes so delimitados pelas estaes
seguintes: [#2 (65 wt%), #3 (63 wt%)]; [#8 (69 wt%), #9 (82 wt%)]; [#26 (57 wt%), #27 (73 wt%)] e [#34 (66 wt%),
#35 (63 wt%)]. No perfil 2, desenvolve-se um segmento anmalo em Fe bastante robusto, abarcando as estaes
#14 (66 wt%), #15 (74 wt%) e #16 (78 wt%). O perfil 3 contm dois segmentos com valores anmalos em Fe, entre
as estaes #17 (59 wt%) e #19 (80 wt%) e as estaes #22 (60 wt%) e #24 (56 wt%). O perfil 4 exibe tambm dois
segmentos com valores anmalos em Fe, limitados pelas estaes #12 (71 wt%) e #15 (64 wt%) e as estaes #24
(57 wt%) e #25 (59 wt%). Acresce referir que, para ambos os metais, as reas francamente anmalas nos mapas de
isoconcentrao (Anexo 5) abrangem, como no poderia deixar de acontecer, todos os segmentos mencionados.
74
75
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
no seio dos preenchimentos polifsicos de veios, com granularidade fina e morfologia xenomrfica (piroxena). Na
maioria dos exemplares estudados, o agregado calctico matricial apresenta textura de granularidade mdia a
grosseira e inclui disseminaes (com densidade e granularidade varivel) de xidos/hidrxidos de ferro, bem como
de pirocloro eudrico (associado a fenmenos tardi-magmticos de consolidao do corpo gneo ou a processos
metassomticos precoces. A silicificao apresentada por todas estas rochas bastante heterognea. O anel
fentico externo regista efeitos heterogneos do metassomatismo polifsico a que foi sujeito, concorrendo para o
desenvolvimento de associaes minerais potssico-sdicas (relativamente ricas em feldspato potssico e
aegirina/aegirina-augite), por vezes subsaturadas (conforme denunciado pela presena de feldspatides),
localmente acompanhadas por xidos de titnio (antase, em particular), s quais se sobrepem eventos de
carbonatao ou silicificao. (esta ltima bastante significativa, contrariando o decrscimo de slica que
normalmente caracteriza o processo de fenitizao). Fases acessrias portadoras de Nb e ETR so abundantes,
tendo-se identificado pirocloro e apatite. Os gros de apatite, podendo constituir bolsadas, devem a sua origem a
fenmenos tardi-magmticos de consolidao do corpo gneo sncronos da fenitizao. Os gros eudricos de
pirocloro, resultam tambm de processos metassomticos relativamente precoces.
As caractersticas petrogrficas sumariamente apresentadas so compatveis com a natureza qumica das
diferentes fases minerais, revelando-se tambm consistentes com as assinaturas composicionais de rocha global.
Com efeito:
(1) As magnetites manifestam relativa homogeneidade composicional, desviando-se pouco da composio ideal
Fe3O4, no obstante a meteorizao intensa registada por muitos dos exemplares estudados poder conduzir
formao de maghemite (+ hematite); os elementos presentes em quantidade trao nas espinelas no
constituem, por isso, motivo de preocupao adicional em termos de tratamento e beneficiao de minrios. De
resto, importa referir que a amplitude de variao obtida se afigura consistente com os dados preliminares
apresentados por Mateus (2008), sendo ainda compatvel com as indicaes dadas por vrios autores (e.g.
Frost e Lindsley, 1991, e referncias citadas) para espinelas constituintes de rochas plutnicas alcalinas
(incluindo carbonatitos), tipicamente pobres em titnio (< 2 wt% TiO2) e apresentando contedos em elementos
menores (Al2O3, MgO, MnO) inferiores a 1 wt%.
(2) Os pirocloros so quimicamente muito diversos, sendo possvel distinguir dois grupos fundamentais: (i)
titano-niobatos de Ba lacunares presentes no ncleo carbonattico e anel sovtico NW com composies
enriquecidas em [ETR] e [Si, Zr e Fe], respectivamente; (ii) titano-niobatos observados no anel sovtico SE e no
anel fentico, em que o Ca predomina e so acompanhados essencialmente por [F, Sr, Pb] e [Na, F e Th],
respectivamente. globalmente, os contedos medianos em Nb2O5 e TiO2 variam entre 65 e 70 wt% e entre 3 e 4
wt%, respectivamente; os ETR ocorrem em quantidades menores ou trao, com valores totais de ETR2O3 que
podem atingir 7,78 wt%; o Ce o ETR preponderante. Os pirocloros inclusos no segmento SE do anel sovtico
e anel fentico so composicionalmente diferentes dos reconhecidos no ncleo ferro-carbonattico e anel
sovtico NW, revelando contedos medianos em CaO de 17,2 wt% para o primeiro caso e contedos vestigiais
78
do mesmo xido para o segundo caso. Os gros de pirocloro do anel fentico evidenciam valores medianos de
concentrao em Na2O, Th2O e F de 6,1, 1,9 e 3,7 wt%, respectivamente. No ncleo ferro-carbonattico, os
pirocloros identificados tm como caracterstica distintiva o facto de serem mais ricos em TiO2 (5,6 wt%), Ce2O3
(1,3 wt%) e La2O3 (0,2 wt%); no anel sovtico NW, os pirocloros revelam enriquecimento em SiO2 (1,2 wt%),
ZrO2 (1 wt%) e Fe2O3 (0,6 wt%), enquanto que no anel sovtico SE apresentam concentraes mais elevadas
em Nb2O5 (70,1 wt%), SrO (1,1 wt%) e PbO (0,9 wt%). Em todas as litologias carbonatticas, os pirocloros
apresentam quantidades menores ou trao de ETR, com valores totais de ETR2O3 variveis entre 0,41 (anel
fentico) e 7.78% (anel sovtico SE), destacando-se o Ce como o elemento predominante. Quanto aos
contedos em Nb2O5, os pirocloros analisados revelam valores medianos variveis entre 65% (anel fentico) e
70% (anel sovtico). Em termos gerais, o Ba-pirocloro lacunar apresenta composio mdia
(Ba0,43LREE0,05Fe3+0,03Pb0,01 1,47)=2,00(Nb1,70Ti0,24Si0,04Zr0,02)=2,00O5,43(OH)0,82F0,01
carbonatito, e (Ba0,31Fe3+0,03LREE0,02Pb0,01K0,01
sovtico
NE.
quimismo
no
0,74
ncleo
ferro-
1,61)=1,99(Nb1,75Ti0,16Si0,06Zr0,02)=2,00O5,29(OH)0,90F0,01 0,80
mdio
do
pirocloro
(Ca0,94Pb0,13Sr0,05LREE0,02Na0,01)=1,16(Nb1,84Ti0,14Fe3+0,02)=2,00F0,29
no
pode
anel
ser
sovtico
no anel
expresso
SE,
por
por
79
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
contedos em ETRL (= La2O3 + Ce2O3 + Pr2O3 + Nd2O3 + Sm2O3) variam entre 19,5 e 55,7 wt%, assinalando-se
o predomnio do conjunto (La2O3 + Ce2O3 + Nd2O3); os contedos em ETRP variam entre 0,8 e 5,5 wt% e o Gd
, neste grupo, o elemento mais abundante. Juntamente com estes fosfatos reconhecem-se gros de pirocloro
com morfologia xenomrfica, contendo quantidades menores ou trao em ETR (contedos totais variveis entre
0,41 e 7,78 wt%); estas concentraes, contrastando fortemente com as apresentadas pelos fosfatos
coexistentes sugerem incorporao preferencial dos ETR nas fases minerais fosfatadas, eventualmente num
estdio precoce do desenvolvimento do veio.
(6) Os flor-carbonatos de ETR, bem como as restantes fases minerais secundrias portadoras de ETR, Nb e Y
so muito diversas. No anel sovtico, o flor-carbonato predominante tem composio prxima da parisite
[Ca(Ce,La)2(CO3)F2], revelando contedos mdios em ETR2O3 de 45 wt% (os ETRL predominando
relativamente aos ETRP com 43,9wt% e 0,93 wt%, respectivamente). O Ce o elemento preponderante,
seguido do La, Nd e Pr; os contedos mdios em Ce2O3, La2O3, Nd2O3 e Pr2O3 cifram-se em 23,83 wt%, 11,12
wt%, 4,91% e 3,16 wt%, respectivamente. Para alm do CaO (9,01 wt%, em mdia) so igualmente dignas de
nota as concentraes mdias em F (6,26wt%), ThO2 (1,61 wt%), SrO (1,23%), Y2O3 (0,71 wt%) e FeO (3,64
wt%). As anlises quantitativas remanescentes correspondem a composies globais de intercrescimentos
finos envolvendo flor-carbonatos de ETR (parisite, synchisite, bastnasite) e (hidr)xidos de Fe ou xidos de Mn
e Ba, cujos contedos em ETR2O3, CaO, FeO, MgO, P2O5, TiO2, ThO2, e SrO so apreciveis; no seu todo, as
concentraes em ETR2O3 podem atingir 25 wt%.
As caractersticas mineralgicas acima apresentadas confirmam e detalham os resultados analticos
disponibilizados por Lapido Loureiro (1995), reflectindo o elevado potencial do complexo carbonattico em anlise
para [Fe, Nb, ETR, Ba, P]. Tal inteiramente corroborado pelos resultados de litogeoquimica apresentados neste
trabalho, que revelam para os trs conjuntos litolgicos do complexo de Bailundo, um elevado potencial
metalogentico tanto para os metais mencionados, assim como para o Sr, F, Y, Sc, Ga e Ge, obtendo-se contedos
mximos de 80,7 wt% Fe2O3T, 18,3 wt% BaO, 13,7 wt% P2O5, 4,5 wt% ETR2O3, 3,1 wt% SrO, 2,2 wt% Nb2O5, 1,55
wt% F, 0,4 wt% Y2O3, 0,04 wt% Sc2O3, 69 ppm Ga e 10 ppm Ge. Os ferro-carbonatitos so caracterizados por
contedos medianos de 59,9 wt% Fe2O3T, 4,6 wt% BaO, 1,55 wt% TiO2, 0,66 wt% P2O5, 0,65 wt% ETR2O3, 0,1 wt%
SrO, 0,52 wt% Nb2O5, 0,05 wt% F, 0,07 wt% Y2O3, 0,01 wt% Sc2O3, 12 ppm Ga e 3.1 ppm Ge. Os clciocarbonatitos apresentam, por sua vez, contedos medianos de 9,3 wt% Fe2O3T, 0,87 wt% BaO, 0,15 wt% TiO2, 0,62
wt% P2O5, 0,59 wt% ETR2O3, 0,2 wt% SrO, 0,2 wt% Nb2O5, 0,13 wt% F, 0,05 wt% Y2O3, 0,004 wt% Sc2O3, 15 ppm
Ga e 2 ppm Ge. Os fenitos, no seu todo, comportam contedos medianos de 13,3 wt% Fe2O3T, 0,28 wt% BaO, 0,20
wt% TiO2, 0,32 wt% P2O5, 0,33 wt% ETR2O3, 0,03 wt% SrO, 0,07 wt% Nb2O5, 0,13 wt% F, 0,02 wt% Y2O3, 0,03 wt%
Sc2O3, 19 ppm Ga e 3 ppm Ge. Segundo Beleque (2010), o ncleo ferro-carbonattico e o anel calctico do
Complexo de Bailundo incorporam contudos totais mdios em xidos de [ETR+Y+Sc] (= REO*) prximos de 1,2
wt%, contrastando com o anel fentico, para o qual se obtm um valor representativo de 0,7 wt% (REO* 0,8 wt%
80
para os fenitos NE e SE e 0,7 para os fenitos NW). Os dados obtidos confirmam as inferncias realizadas com
base nas informaes de qumica mineral, demonstrando predomnio claro das ETR leves. Segundo o mesmo autor,
todos os enriquecimentos/empobrecimentos relativos colocados em evidncia pelos padres de concentrao
normalizada em elementos menores e trao revelam forte consistncia com a distribuio e abundncia relativa de
fases minerais reconhecidas petrograficamente, assim como com a sua natureza composicional, apreciada com
base em anlises qumicas pontuais de microssonda electrnica.
De acordo com os dados disponveis, os domnios do Complexo de Bailundo com maior potencial
econmico correspondem aos ferro-carbonatitos e s faixas de transio que estes estabelecem com os clciocarbonatitos, embora seja expectvel que os depsitos eluvionares adjacentes apresentem maiores concentraes
metalferas. A forte heterogeneidade composicional manifestada por aquelas rochas, sendo em parte devida a
processos primrios (e.g. fraccionao e acumulao de espinelas magnetticas), fundamentalmente
consequncia da progresso de processos metassomticos tardi-magmticos e hidrotermais, responsveis por parte
significativa dos enriquecimentos e/ou redistribuies de concentrao em diversos metais, nomeadamente em
ETR, Nb, Ba, Y, Zn e Pb. Nestas circunstncias, os halos geoqumicos colocados em evidncia pelo traado das
linhas de isoconcentrao multi-elementar, apesar de rudimentares (porque fundamentados em escasso nmero de
amostras), reflectem o desenvolvimento de domnios rochosos com diferentes caractersticas composicionais cuja
geometria 3D importa avaliar no futuro, porquanto daqui podero resultar informaes teis caracterizao
detalhada do recurso mineral, potenciando a sua explorao optimizada. Efectivamente:
(1) Verifica-se que o traado das linhas de isoconcentrao em Fe2O3(T) definem uma anomalia que tende a
desenvolver-se segundo a direco NNE-SSW (e.g. BL-P-9, 11, 14, 15, 20, 23, 26, 35, 37, 40, 46 e 47); esta
correspondncia ainda compatvel com concentraes em [FeOT + MnO] obtidas para rocha total, acima de
38,44 wt%, a mais alta das quais (BL-P37) cifrando-se em 72,76%; em destaque alguns segmentos das faixas
que marcam a transio dos ferro-carbonatitos para os clcio-carbonatitos (e.g. BL-P26 e BL-P40). As
concentraes em MnO esboam tambm um alinhamento grosseiro NE-SW subparalelo ao do ferro mas muito
menos expressivo, pelo que se afigura legtimo atribuir aos carbonatos (dolomtico-anquerticos) envolventes
das acumulaes oxidas (acompanhadas por outras fases manganesferas como acontece na amostra BL-P26)
papel preponderante na distribuio espacial dos contedos medidos de MnO.
(2) A variabilidade composicional manifestada pelos nibio-tantalatos afigura-se coerente com o traado das
linhas de isoconcentrao em Nb2O5 e BaO apresentadas no captulo de Litogeoqumica para o complexo
carbonattico de Bailundo e permite concluir que: (i) as amostras pertencentes ao ncleo ferro-carbonattico e
anel sovtico enriquecidas em pirocloro (BL-P1, BL-P39 e BL-P37) situam-se no alinhamento NW-SE colocado
em evidncia pelas distribuies espaciais de concentrao em Nb2O5; esta correspondncia ainda
compatvel com os totais (Nb2O5+TiO2) obtidos para rocha total (variveis entre 0,12 wt% e 2,04 wt%), bem
como com os contedos vestigiais em BaO, confirmando que os pirocloros observados nas rochas constituintes
do anel sovtico so relativamente pobres neste metal alcalino-terroso; e que (ii) as amostras com pirocloro
81
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
relativamente rico em Ba (e.g. BL-P1, 37) se posicionam ao longo do alinhamento grosseiro NNW-SSE
desenhado pelo traado das linhas de isoconcentrao em BaO; note-se tambm os contedos relativamente
elevados em (Nb2O5+TiO2) da amostra BL-P37 (4,65 wt%).
(3) Tentando correlacionar os resultados analticos de qumica mineral dos flor-carbonatos ETR s.l. com o
traado das linhas de isoconcentrao dos metais de maior interesse para a unidade litolgica central do
complexo do Bailundo (captulo Litogeoqumica), verifica-se que: (i) as amostras BL-P27, 34, e 43 situam-se em
segmentos das faixas que marcam a transio do ncleo ferro-carbonattico para os clcio-carbonatitos onde os
enriquecimentos em Fe so comuns e bastante significativos; e que (ii) as amostras BL-P27 e 34 localizam-se
nos domnios anmalos em REO, REO*, ETRL, Ce2O3 e La2O3 (formando um alinhamento de rumo geral NESW), a este propsito note-se que os contedos em ETR2O3 apresentados pelos intercrescimentos analisados
na amostra BL-P27 revelam forte consistncia com as concentraes globais em ETR2O3 (2,96 wt%)
apresentadas no captulo de Litogeoqumica.
(4) Correlacionando os resultados analticos de qumica mineral dos fosfatos enriquecidos em ETR com a
distribuio espacial dos valores de concentrao em ETR apresentados no captulo de Litogeoqumica,
verifica-se que a amostra BL-P34 integra o sector anmalo SW do ncleo ferro-carbonattico; tal consistente
com os valores medianos mais elevados em ETR apresentados pelas fases fosfatadas (52,8 wt%), comparando
com os que caracterizam os fosfatos identificados na amostra BL-P43 (46,3 wt%), a qual se situa a SE e
igualmente na faixa de transio do ncleo ferro-carbonattico para os clcio-carbonatitos, j mencionada
anteriormente.
As caractersticas petrogrficas, de qumica mineral e de litogeoqumica manifestadas pelas rochas
constituintes da estrutura central (aflorante) do complexo carbonattico revelam tambm forte compatibilidade com
os resultados da anlise geoestatstica das distribuies de concentrao em Fe, Mn, Zn, Pb e Th (obtidas com FRX
porttil NITON) em estaes regularmente distribudas ( 50 m) ao longo de 4 perfis subparalelos. Com efeito, as
distribuies espaciais de concentrao em Fe, Mn, Zn, Pb e Th denotam tendncias para comportamento quasinormal, com baixa disperso e tendncia assimtrica, podendo incluir reas francamente anmalas; manifestam
igualmente comportamento multifractal. A modelao de variogramas permitiu colocar em evidncia o carcter
anistropo das distribuies (com razo 2 para o Pb e oscilando entre 1,5 e 1,7 para os restantes metais), revelando
ajustamentos aceitveis s direces NNE-SSW (caso do Fe, Mn e Th) e WNW-ESE (caso do Zn e Pb), compatveis
com os halos geoqumicos colocados em evidncia pelo traado das linhas de isoconcentrao multi-elementar,
apresentado no captulo de litogeoqumica. Estas direces de melhor ajuste divergem da direco de maior
alongamento morfolgico revelada pela cartografia do macio carbonattico, sendo subparalelas e
subperpendiculares ao mesmo para os pares Fe-Mn e Zn-Pb, respectivamente. Resta saber se a referida
anisotropia morfolgica no espelha apenas o resultado da progresso diferencial dos processos de meteorizao,
82
condicionados pela vulnerabilidade das diferentes litologias constituintes do macio e eventual compartimentao
estrutural do mesmo. Por outras palavras, sem conhecer de que forma as vrias unidades litolgicas que compem
o macio se desenvolvem sob os depsitos coluvionares-eluvionares ricos em xidos-hidrxidos de ferro (com
espessura 15 m), permanecem dvidas se a anisotropia morfolgica colocada em evidncia pela cartografia
primria ou to s devida conjugao de diversos efeitos secundrios. Ainda assim, e no que respeita anlise
dos mapas geoqumicos obtidos, importa salientar que:
(1) As anomalias em Fe-Mn transcrevem alinhamentos NNE-SSW que aparentam reflectir a influncia exercida
pelo rumo dos perfis de amostragem, sugerindo que o banco de dados disponibilizado pela Genius Mineira Lda.
no suficiente para caracterizar a distribuio espacial dos valores de concentrao. Alternativamente, os
alinhamentos de anomalias so fidedignos, traduzindo a disposio de acumulaes primrias de xidos de FeMn (bolsadas ou bandados variavelmente enriquecidos) determinada pelo escoamento magmtico sncrono da
diferenciao/cristalizao fraccionada. A simples confrontao entre os mapas geoqumicos obtidos e a
observao de campo permitir julgar as duas possibilidades e, caso a segunda seja confirmada, a anlise
estrutural do rumo e pendor tomado pelo bandado magmtico, bem como o exame dos indicadores cinemticos
de fluxo, afigura-se importante na interpretao dos mapas geoqumicos e avaliao do potencial econmico do
macio carbonattico. A este propsito note-se que os fundos regional e local calculados para o Fe (34,5 e 56
wt%, respectivamente), bem como o fundo regional determinado para o Mn (2,8 wt%), denunciam vrios efeitos
de matriz, indicando a presena de diferentes fases minerais. Efectivamente, admitindo que os domnios
enriquecidos naqueles metais reflectem concentraes anmalas de magnetite com composio mdia
Fe2,98Mn0,02O4, ento valores de concentrao em Fe em torno de 34,5 wt% traduzem a existncia de 48% de
magnetite, ao passo que concentraes acima de 56 wt% Fe determinam a presena de acumulaes
contendo mais de 78% daquela espinela; as concentraes em Mn decorrentes destes enriquecimentos em
magnetite atingiro, no mximo 0,37 wt%. Efectivamente, a correlao numrica para o par Fe-Mn sempre
baixa, qualquer que seja o perfil de amostragem considerado, pelo que se afigura legtimo atribuir aos
carbonatos envolventes das acumulaes de xidos (eventualmente acompanhados por outras fases
manganesferas) papel preponderante na distribuio espacial dos contedos medidos em Mn, afastando
assim, por completo, a ideia de as concentraes em Fe e Mn serem unicamente associadas abundncia
relativa de magnetite (fase mineral dominante), pois se assim fosse no s os contedos medidos teriam de ser
diferentes, como tambm os coeficientes de correlao linear seriam superiores aos determinados; apenas no
perfil 4 a correlao linear se revela aceitvel, manifestando R2 = 0,72; isto vem ao encontro do que j tinha
sido adiantado nesta discusso com base nos resultados de petrografia, qumica mineral e de litogeoqumica.
Acresce mencionar que as anomalias em Fe e Mn com maior significado estatstico se confinam mancha
cartogrfica central, particularmente ao seu domnio NE (mais uma vez convergindo com os halos geoqumicos
colocados em evidncia pelo traado das linhas de isoconcentrao multi-elementar do capitulo de
Litogeoqumica), dominada por ferro-carbonatitos.
83
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
(2) As anomalias em Zn (regional de 988 ppm e local de 2366 ppm) e Pb (regional de 654 ppm), pelo contrrio,
aparentam estar constrangidas extremidade SW da rea amostrada, definindo um halo anistropo com eixo
maior sub-perpendicular aos perfis de amostragem e fortemente oblquo ao alongamento morfolgico do
macio. Esta disposio sugere o desenvolvimento de zonalidades composicionais no seio dos carbonatitos
dolomtico-anquerticos, nomeadamente junto transio meridional para os carbonatitos calcticos. Os
resultados de qumica mineral corroboram estas zonalidades composicionais, onde fases minerais como
pirocloro, flurcarbonatos ETR (parisite) e fosfatos enriquecidos em ETR incorporam Pb, assim como espinelas
e hidrxidos de Mn incorporam quantidades exiguas Zn. Confirma-se ainda que a correlao numrica (baixa,
variando entre 0,41 no perfil 1 e 0,75 no perfil 4) indicada para o par Zn-Pb no captulo de anlise geostatstica
se deve a controlos mineralgicos distintos; a este propsito note-se que os resultados de litogeoqumica
revelam tambm a correlao baixa (0,6) para o par Zn-Pb.
(3) As anomalias em Th, definindo alinhamentos equivalentes aos do Fe e Mn, desenvolvem-se em domnios
distintos da unidade ferro-carbonatitica, favorecendo, uma vez mais, a existncia de zonalidades
composicionais primrias, comprovadas pelos resultados de qumica mineral, onde se verifica incorporao de
quantidades assinalveis em Th por parte de xidos ETR (cerianite), flor-carbonatos e fosfatos de ETR
observados preferencialmente no ncleo ferro-carbonattico em alinhamentos de direco NE-SW.
A excluso dos valores de fundo (calculados aps a anlise multifractal) do banco de dados original
eliminou grande nmero de estaes de amostragem, impedindo o reexame das distribuies espaciais dos valores
de concentrao com significado anmalo. Deste modo, optou-se por retirar dos mapas geoqumicos produzidos
com base no banco total de dados, os valores sem significado na delimitao das reas anmalas (Anexo 6). Neste
contexto, resta salientar que no caso do Th foi necessrio eliminar da projeco grfica os valores abaixo de 1400
ppm, e no do fundo regional calculado (1203 ppm), de modo a produzir um mapa com a delimitao dos domnios
francamente anmalos; o mesmo aconteceu com os mapas de Pb e Zn, para os quais se subtraram os valores
abaixo de 1000 e 2400 ppm, respectivamente, ou seja, acima dos fundos regionais calculados para os dois
elementos (654 e 988 ppm, respectivamente). Domnios espaciais francamente anmalos somente so possveis de
calcular para o Fe e Zn, os quais se posicionam acima dos fundos (locais) de 56 wt% e 2366 ppm, respectivamente.
A impossibilidade de identificar fundos locais para os restantes elementos qumicos pode dever-se ao facto dos
dados disponveis no serem suficientes para caracterizar correctamente a distribuio espacial dos valores de
concentrao nestes metais.
84
85
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
Por fim, a geoqumica dos elementos menores e trao evidencia notria compatibilidade com as informaes
publicadas para outros exemplares de Bailundo, bem como com o indicado para rochas congneres constituintes de
outros complexos carbonatticos, alguns dos quais com potencial econmico demonstrado. Neste contexto, e tendo
em conta as compilaes bibliogrficas efectuadas at ao presente, salienta-se a maior abundncia relativa em SrO,
BaO e Ce2O3 obtida para Bailundo em comparao com outros carbonatitos angolanos e brasileiros; os contedos
em Th, U, Nb e Ta so tendencialmente anlogos aos manifestados pelos carbonatitos do Sul do Brasil.
Provncia alcalina-carbonattica Paran-Angola-Nambia
Em termos geoqumicos, e tanto quanto possvel apurar com base nos resultados analticos publicados e
at ao momento compilados, existem diferenas composicionais assinalveis entre os complexos carbonatticos
angolanos e brasileiros pertencentes mesma provncia petrogentica (Anexo 6). Estas diferenas traduzem, em
boa medida, os efeitos resultantes dos processos metassomticos e de alterao hidrotermal a que as diferentes
rochas foram sujeitas, os quais so (tendencialmente) mais intensos e heterogneos no conjunto carbonattico
angolano. Sabendo que parte fundamental dos enriquecimentos metalferos (nomeadamente em ETR, Nb, Ba, Sr,
P) decorrem da progresso destes processos, tipicamente tardi- a ps-magmticos, afigura-se legtimo concluir do
elevado potencial econmico manifestado pelos complexos carbonatticos angolanos; tal o caso de Bailundo. A
este propsito, convm sublinhar que muitas das operaes mineiras activas no Brasil incidem preferencialmente
nos depsitos eluvio-coluvionares resultantes da degradao quimiognica das rochas carbonatticas (sendo Arax
exemplo de referncia mundial). Segundo Lapido Loureiro, 1995 o desenvolvimento de depsitos de enriquecimento
residual resulta essencialmente da conjuno de trs factores: existncia de protominrio, meteorizao intensa e
morfologia apropriada. Em complexos carbonatticos so frequentes estruturas circulares limitadas por anis
sobrelevados, as quais, quando associadas a condies climatricas onde predominam fortes precipitaes e
grandes amplitudes trmicas (como acontece no Brasil e em Angola), favorecem taxas acentuadas de meteorizao
acentuada; isto acontece porque a drenagem deficiente destes complexos contribui para que se criem extensas
reas inundadas, onde se desenvolvem depsitos eluvio-coluvionares de grandes espessuras (80 a 100 m, em
mdia no Brasil) com concentraes minerais de grande interesse econmico. Deste modo, partindo de protlitos
potencialmente mais ricos, como muitos dos que ocorrem em territrio angolano, as expectativas geradas em torno
dos enriquecimentos secundrios (mormente em Nb e ETR) so fundamentadamente elevadas; e o caso de
Bailundo volta a ser paradigmtico.
86
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
ainda possvel concluir que, apesar do nmero limitado de perfis de amostragem poder condicionar os
resultados de interpolao (nomeadamente quanto extenso e geometria dos domnios de concentrao
anmala), os elementos obtidos na anlise geostatstica so merecedores de confiana no que respeita
demonstrao do potencial das rochas constituintes do macio carbonattico para hospedarem contedos em Fe (e
Mn) passveis de explorao econmica. Estes ltimos aparentam confinar-se mancha cartogrfica central,
particularmente ao seu domnio NE, dominada por ferro-carbonatitos; junto transio meridional entre estes
carbonatitos e os de natureza calctica, destacam-se anomalias em Zn e Pb que no se sobrepem, nem
apresentam configurao similar s de Fe e Mn, definindo um halo anistropo distinto. Resta saber se a referida
anisotropia morfolgica no espelha apenas o resultado da progresso diferencial dos processos de meteorizao,
condicionados pela vulnerabilidade das diferentes litologias constituintes do macio e eventual compartimentao
estrutural do mesmo. Por outras palavras, sem conhecer de que forma as vrias unidades litolgicas que compem
o macio se desenvolvem sob os depsitos coluvionares-eluvionares ricos em xidos-hidrxidos de ferro (com
espessura 15 m), permanecem dvidas se a anisotropia morfolgica colocada em evidncia pela cartografia
primria ou to s devida conjugao de diversos efeitos secundrios. Estes resultados de anlise geostatstica,
tais como os dados de ndole petrogrfica, de qumica mineral e litogeoqumica multi-elementar justificam
plenamente os trabalhos em curso que procuram caracterizar as diferentes rochas (fcies) que compem o macio
carbonattico, bem como a variabilidade composicional das fases minerais que as constituem. Fundamentam,
igualmente, a planificao de novos perfis de amostragem para determinao de concentraes elementares com a
FRX porttil NITON, cobrindo, pelo menos, a totalidade da estrutura central (aflorante) do macio carbonattico de
Bailundo; tal facultar um banco de dados representativo da realidade geolgica que se pretende abordar,
permitindo examinar de forma robusta as distribuies espaciais dos contedos e, nesta base, confirmar ou infirmar
as ilaes apresentadas neste trabalho.
Do estudo geoqumico comparativo efectuado decorrem elementos teis caracterizao da provncia
carbonattica de Angola e definio potencial de guias para prospeco e pesquisa mineral. Na verdade, a anlise
realizada confirma a potencialidade de Bailundo no que respeita a recursos em [Fe, ETR, P, Nb e Ba]. Coola [ETR,
Fe, Ba], Longonjo [Fe, Ti, Nb, Ba, F e ETR], Bonga [P, Ba, Sr, ETR, Nb, Ti, Fe] e Monte Verde [Sr, Ba, P, Nb, ETR]
revelam-se, pela ordem indicada, alvos promissores que devem ser caracterizados com maior detalhe atravs de
campanhas de reconhecimento e de amostragem especificamente delineadas para o efeito. Confirma-se tambm o
menor interesse dos complexos de Lupongola e Tchivira, os quais manifestam sobretudo enriquecimentos em F, P e
Sr para o primeiro caso e em P e Ba para o segundo caso. O potencial metalfero de Virulundo revela teores
medianos em ETR, Fe(Mn) e Ba, bastante significatvos, no entanto notoriamente abaixo dos que caracterizam as
primeiras escolhas. Pela sua singularidade, justifica-se tambm algum trabalho exploratrio no complexo de
Catanda (integrando rochas ricas em olivina e cromite). Resta notar que, de acordo com as assinaturas geoqumicas
apresentadas, os complexos de Tchivira-Bonga, Bailundo, Virulundo e Lupongola so os que manifestam maior
intensidade dos processos metassomticos, nomeadamente da silicificao.
88
Em termos geoqumicos, e tanto quanto possvel apurar com base nos resultados analticos publicados e
at ao momento compilados, existem diferenas composicionais assinalveis entre os complexos carbonatticos
angolanos e brasileiros pertencentes mesma provncia petrogentica. Estas diferenas traduzem, em boa medida,
os efeitos resultantes dos processos metassomticos e de alterao hidrotermal a que as diferentes rochas foram
sujeitas, os quais so (tendencialmente) mais intensos e heterogneos no conjunto carbonattico angolano. Neste
contexto, e tendo em conta as compilaes bibliogrficas efectuadas at ao presente, salienta-se a maior
abundncia relativa em SrO, BaO e Ce2O3 obtida para Bailundo em comparao com outros carbonatitos angolanos
e brasileiros; os contedos em Th, U, Nb e Ta so tendencialmente anlogos aos manifestados pelos carbonatitos
do Sul do Brasil.
89
91
Caractersticas mineralgicas, petrogrficas e geoqumicas do Complexo Carbonattico de Bailundo (Mungo, Angola) e sua relevncia na
avaliao de recursos potenciais
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93
Anexo 1
Al2O3
CaO
Fe2O3
K2O
MgO
MnO
Na2O
P2O5
SiO2
TiO2
LOI
Ag
As
Au
Ba
Be
Bi
Br
Cd
Co
Cr
Cs
Cu
Ga
Ge
Hf
In
Ir
Mo
Nb
Ni
Pb
Rb
S
Sb
Sc
Se
Perfil 1
Perfil 2
Perfil 4
Perfil 3
Anexo 2
1. Ncleo Ferro-carbonattico
(Petrografia sumria)
FICHA #1
Referncia: BL-P-9
Coordenadas: 603395; 8656627
Qtz
Local: Bailundo
Associao mineral principal: magnetite, hematite,
goethite, quartzo
Associao mineral acessria: barite
Classificao: Bolsada magnettica (minrio de ferro)
inclusa em carbonatito metassomatizado
Descrio:
Matriz essencialmente silicatada, constituda por agregados
finos de quartzo; no se vislumbram carbonatos
intersticiais, possivelmente devido aos processos
metassomticos tardios, responsveis para silicificao
intensa (Fig 1).
A caracterstica dominante dada pela presena de
agregados macios de espinela oxidada (maghemite
hematite) e parcialmente substituda por hidrxidos de ferro
(goethite), principalmente nas orlas dos gros. Os domnios
nucleares dos gros perservam, contudo, a espinela
primria (magnetite; Fig. 2).
O desenvolvimento tardio, normalmente controlado por
fracturas irregulares, de agregados ricos em goethite faz-se
acompanhar por quartzo e barite.
200 m
Mgt
Hem
200 m
Observaes complementares: Tendo em conta a abundncia de espinelas, possvel que a amostra coincida com uma
anomalia geoqumica importante (Fe, Mn). Este exemplar foi seleccionado para estudos de microssonda e litogeoqumica.
FICHA #2
Referncia: BL-P-10
Coordenadas: 603411; 8656535
Gt
Local: Bailundo
Associao mineral principal: hidrxidos Fe, quartzo
Hem
de
Fe
em
carbonatito
Descrio:
200 m
Observaes complementares: Tendo em conta a abundncia de espinelas, possvel que a amostra coincida com uma
anomalia geoqumica importante (Fe, Mn). Seleccionada para estudos de microssonda.
FICHA #3
Referncia: BL-P-11
Qtz
100 m
Descrio:
Matriz silicatada de granularidade fina, consequncia de
processos de silicificao. Veios e venulaes tardias
compreendem agregados quartzosos de granularidade
mdia (Fig.1).
Os minerais opacos formam agregados, relativamente
grosseiros, de (hidr)xidos de Fe, representando cerca de
80% da rocha. As espinelas revelam evidncias de
oxidao extrema, apresentando-se substitudas por
hematite/maghemite. Como resultado de transformaes
tardias, desenvolvem-se agregados ricos em goethite,
frequentemente preenchendo fracturas irregulares (Fig. 2).
Hem
Gt
100 m
Observaes complementares: Amostra localizada no perfil de alterao definido pelas amostras BL-P 9 a BL-P 15.
Exemplar seleccionado para estudos de litogeoqumica.
FICHA #4
Referncia: BL-P-12
Coordenadas: 603559; 8656587
Hem
Local: Bailundo
Associao mineral principal: hematite, goethite
Gt
100 m
Observaes complementares: Rocha com alterao mais acentuada. Os hidrxidos de Fe surgem como os minerais
mais abundantes.
FICHA #5
Referncia: BL-P-13
Coordenadas: 603644; 8656650
Local: Bailundo
Associao mineral principal: goethite
Gt
Hem
100 m
Observaes complementares: Amostra localizada no perfil de alterao definido pelas amostras BL-P 9 a BL-P 15.
FICHA #6
Referncia: BL-P-14
Coordenadas: 603739; 8656716
Hem
Local: Bailundo
Associao mineral principal: magnetite, hematite,
maghemite, goethite.
Mgt
Gt
100 m
Descrio:
Observaes complementares: Tendo em conta a abundncia de espinelas, possvel que a amostra coincida com uma
anomalia geoqumica importante (Fe, Mn). Exemplar seleccionado para estudos de microssonda e litogeoqumica.
FICHA #7
Referncia: BL-P-15
Coordenadas: 603871; 8656735
Gt
Local: Bailundo
Associao
goethite
mineral
Mgt
principal:
Hematite/maghemite,
Hem
100 m
Exemplar equivalente ao representado pela amostra BL-P14, apesar dos ncleos magnetticos serem raros;
consequentemente, os produtos de oxidao extrema
(hematite/maghemite) dominam a constituio mineralgica
da bolsada (Fig. 1). As transformaes tardias conduzem
formao incipiente de (hidr)xidos de Fe (goethite), os
quais tendem a ocupar os escassos espaos intersticiais,
sobrepondo-se aos tambm parcos agregados finos de
quartzo.
FICHA #8
Referncia: BL-P-20
Coordenadas: 603341; 8657064
Hem
Local: Bailundo
Associao mineral principal: hematite, quartzo, goethite
Associao mineral acessria: (hidr)xidos Fe, pirocloro
Classificao: Minrio de Fe oxidado no seio de
carbonatito metassomatizado
Descrio:
Matriz consttuida por agregados finos de quartzo. Este
tectossilicato ocorre ainda sob a forma de agregados de
maior granularidade, selando veios ou espaos intersticiais
abertos tardiamente (como resultado da dissoluo de
carbonatos?). Poder tal ser tomado como uma evidncia
de polifasismo dos processos de silicificao, ou apenas
uma expresso da heterogeneidade associada ao seu
desenvolvimento?
As espinelas apresentam indcios de forte corroso e
oxidao; consequentemente, a hematite e maghemite
constituem as fases minerais predominantes (Fig. 1).
Considerando a percentagem relativa de ocorrncia das
espinelas ferrferas, possvel que este exemplar se
localize sobre (ou na proximidade) de uma anomalia
geoqumica de Fe e Mn.
Gt
200 m
x Mn,
Pcl?
Qtz
FICHA #9
Referncia: BL-P-21
Coordenadas: 603380; 8657081
Qtz
Local: Bailundo
Associao mineral
goethite, quartzo
principal:
Hematite/maghemite,
100 m
FICHA #10
Referncia: BL-P-22
Coordenadas: 603508; 8657077
Local: Bailundo
Gt
Hem
Observaes complementares:
200 m
FICHA #11
Referncia: BL-P-23
Coordenadas: 603631; 8657074
Local: Bailundo
Hem
Gt +
Hem
200 m
FICHA #12
Referncia: BL-P-24
Coordenadas: 603751; 8657006
Local: Bailundo
Associao mineral principal: hematite, goethite, quartzo
Qtz
contendo
200 m
Descrio:
Matriz constituda por agregados de quartzo com
granularidade fina a mdia, documentando intensa
silicificao (Fig. 1).
Os espaos intersticiais na vizinhana dos gros de
espinelas, apresentam quartzo (tardio?) com granularidade
consideravelmente mais grosseira que a matriz, o que
possivelmente se deve dissoluo de carbonatos e
concomitante desenvolvimento de vazios que favorecem o
crescimento dos minerais (Fig. 1).
Gt Hem
Hem Gt
100 m
Observaes complementares:
FICHA #13
Referncia: BL-P-25
Coordenadas: 603861; 8656887
Local: Bailundo
Py
metassomatizado
Gt + Hem
com
100 m
Descrio:
Matriz constituda por agregados de granularidade muito
fina de carbonato (dolomitco/anquerittco) e silicato
(quartzo).
Rede densa de filonetes corta a rocha, apresentando
preenchimentos diversos: intercrescimentos de fosfatos e
flor-carbonatos, ambos variavelmente enriquecidos em
ETR, assim como hidr(xidos) de Fe e pirocloro andrico
(Fig. 2). Toda esta associao mineralgica desenvolve-se
nos estdios tardios do metassomatismo experimentado
pela rocha carbonattica.
Gros micromtricos de sulfuretos (pirite)
ocasionalmente disseminados na matriz (Fig. 1)
Gt + Hem
Pcl
surgem
50 m
Hem
FICHA #14
Referncia: BL-P-26
Coordenadas: 603952; 8656999
Local: Bailundo
Associao mineral principal:
(hidr)xidos Mn (romanechite)
hematite,
goethite,
x Mn
Pcl +
Carb
x ETR
100 m
100 m
FICHA #15
Referncia: BL-P-34
Coordenadas: 603306; 8656382
Local: Bailundo
Associao mineral principal:
(hidr)xidos Fe, quartzo
hematite,
goethite,
200 m
FICHA #16
Referncia: BL-P-35
Coordenadas: 603477; 8656344
Local: Bailundo
Associao mineral principal: hematite, goethite, quartzo
Hem
Qtz
100 m
FICHA #17
Referncia: BL-P-36
Coordenadas: 603309; 8656304
Carb
Local: Bailundo
Associao mineral principal: carbonatos (dolomite),
hematite, goethite
Hem
100 m
FICHA #18
Referncia: BL-P-37
Coordenadas: 603739; 8656239
Local: Bailundo
Associao mineral
(hidr)xidos Fe
principal:
hematite,
pirocloro,
Hem
Pcl
Hem
Pcl
100 m
FICHA #19
Referncia: BL-P-38
Coordenadas: 603741; 8656221
Local: Bailundo
Associao mineral principal: carbonato (calcite), quartzo
e (hidr)xidos Fe
Mica K
Carbonatito
metassomatizado
100 m
e
Figura 1. Luz transmitida (ampliao 10x)
Descrio:
Carbonatito (calctico) de granularidade grosseira; os gros
de carbonato, consubstanciando a matriz, apresentam
forma sub-eudrica a eudrica e so cortados por
diferentes veios/filonetes.
Reconhecem-se dois tipos fundamentais de veios. Os de
maior dimenso e apresentando desenvolvimento
polifsico, so preenchidos por vrias fases minerais como
hidr(xidos de Fe) de granularidade fina, quartzo grosseiro
eudrico e carbonatos grosseiros eudricos. Os de
menores dimenso e em maior nmero encontram-se, por
sua vez, selados por agregados finos de flor-carbonatos,
fosfatos de ETR e pirocloro andrico.
Gros andricos de goethite integram os agregados que
selam polifasicamente os veios.
Salienta-se ainda a presena de alguns gros de pirocloro
eudrico disseminados na matriz, bem como de alguns
gros de mica (teniolite) que constituem agregados finos
com aspecto bastante fibroso (Fig. 1).
Pcl
FICHA #20
Referncia: BL-P-40
Coordenadas: 604009; 8656197
Local: Bailundo
Associao mineral principal: carbonatos (dolomite),
xidos de Fe
Associao mineral acessria: barite, fosfatos e/ou
carbonatos ETR
Pcl
Hem
100 m
Observaes complementares: Fases minerais ricas em elementos como o Nb, ETR, Ba. Microssonda.
FICHA #21
Referncia: BL-P-41
Coordenadas: 603979; 8656213
Local: Bailundo
Associao mineral principal: carbonatos Ca, (hidr)xidos
de Fe
Cal?
Qtz
Hem
200 m
Observaes complementares: A anlise de microssonda ser til para verificar a presena de ETR nos silicatos e nos
carbonatos tardios que surgem nos veios que cortam a mineralizao brechificada.
FICHA #22
Referncia: BL-P-42
Coordenadas: 603942; 8656202
Local: Bailundo
Associao mineral principal: (hidr)xidos de Fe
Hem
Gt
200 m
Descrio:
Matriz constituda por agregados de granularidade mdia de
silicatos (quartzo tardio?), consequncia de silicificao
intensa que substituiu, por completo, os carbonatos
existentes.
Grande massa mineralizada brechificada (Fig. 1),
constituda essencialmente por espinelas (magnetite),
invariavelmente oxidadas; apresentam bordos espessos de
maghemite/hematite. Agregados micromtricos de goethite
selam fracturas nas espinelas.
Observaes complementares:
FICHA #23
Referncia: BL-P-43
Coordenadas: 603943; 8656223
Fosf
ETR +
Gt +
Carb
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Carbonatos (Mg, Ca, Fe),
xidos (magnetite/hematite)
Associao mineral acessria:(titano)fosfatos
(titano-rabdofanite), (hidr)xidos Fe e barite
ETR
100 m
FICHA #24
Referncia: BL-P-44
Coordenadas: 603938; 8656234
Local: Bailundo
Associao
mineral
principal:
carbonatos
(dolomite/anquerite), (hidr)xidos de Fe, quartzo
Qtz
100 m
Qtz
100 m
FICHA #25
Referncia: BL-P-45
Gt
Hem
Pcl
100 m
Observaes complementares: Fases minerais ricas em elementos como o Nb, ETR e Fe. Exemplar seleccionado para
estudos de microssonda e litogeoqumica.
FICHA #26
Referncia: BL-P-46
Coordenadas: 603770; 8656454
Local: Bailundo
Gt
Hem
100 m
Observaes complementares: Fases minerais ricas em Fe e Mn. Exemplar seleccionado para estudos de microssonda e
litogeoqumica.
FICHA #27
Referncia: BL-P- 47
Coordenadas: 603600; 8656152
Local: Bailundo
Gt
Hem
Descrio:
Matriz carbonatada substituda por silicatos de
granulometria fina, consequncia da forte silicificao
experimentada pela rocha.
FICHA #28
Referncia: BL-P- 48
Coordenadas: 603637; 8656010
Local: Bailundo
Associao mineral principal: hidr(xidos) de Fe,
carbonato Ca, pirocloro
Associao mineral acessria: quartzo, Fosfatos e
carbonatos ETR, pirite
Classificao: Carbonatito calctico com minrio de Fe
Descrio: Carbonatito calctico de granularidade mdia a
grosseira, apresentando aspecto lmpdo (Fig 1).
Gt +
Pcl
carb
200 m
Os efeitos imputveis a transformaes tardias relacionamse com o desenvolvimento de duas geraes de veios que
cortam a matriz carbonatada, encontrando-se os de maior
dimenso preenchidos por hidr(xidos) de Fe e pirocloro
(Fig. 1), enquanto que os segundos aparecem selados por
quartzo tardio e/ou fosfatos de ETR e/ou flor-carbonatos
de ETR; tintas de birrefrangncia alta aliada granularidade
fina dos agregados dificultam a sua identificao ptica
precisa, requerendo trabalho analtico de microssonda.
Presena, ainda, na matriz carbonatada, de alguns gros
de pirocloro eudrico e raros sulfuretos micromtricos
disseminados (pirite).
2. ANEL SOVTICO
(Petrografia sumria)
FICHA #29
Referncia: BL-P- 1
Coordenadas: 602978; 8656877
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Quartzo, pirocloro, hematite
Associao mineral acessria: piroxena
Hem
Descrio:
Matriz constituda por agregados de quartzo de
granularidade mdia a grosseira, reflectindo forte
silicificao da massa carbonatada. Gros de pirocloro
eudrico surgem disseminados pela matriz representando
uma das fases primrias.
FICHA #30
Referncia: BL-P-2
Coordenadas: 602986; 8656904
Local: Bailundo
px
Descrio:
Matriz constituda por agregados de quartzo de
granularidade fina a mdia, onde se encontram gros de
pirocloro eudrico homogeneamente disseminados.
Mineral de cor castanha, abundante em toda a amostra,
apresentando frequentemente texturas dendrticas (Fig. 1)
reveladoras de processos de substituio tardios deste
mineral por, possivelmente, quartzo matricial; algumas das
texturas observadas reflectem processos de arrefecimento
brusco e cristalizao rpida deste mineral, que foi
classificado como piroxena metassomtica.
Localmente, encontram-se disseminados na matriz,
minerais de granularidade fina com hbito acicular,
possivelmente piroxena com origem em processos tardios
metassomticos (Fig. 2).
px
100 m
Observaes complementares: O mineral identificado como piroxena carece de confirmao na anlise de microssonda
electrnica. Exemplar seleccionado para estudos de microssonda e litogeoqumica.
FICHA #31
Referncia: BL-P-3
Coordenadas: 603007; 8656895
Local: Bailundo
Associao mineral principal: quartzo, hematite, goethite,
HemGt
200 m
Descrio:
Matriz consttuida por agregados de quartzo com
granulometria fina, no se registando existncia de
carbonatos. O pirocloro xenomrfico surge disseminado na
matriz, contrariando a regra de aparecer com formas
andricas em veios tardios. Alguns veios surgem
preenchidos por quartzo grosseiro.
Frequentemente, os xidos de ferro primrios manifestam
forte corroso, encontrando-se invariavelmente oxidados,
dando origem a domnios de alterao onde a
hematitegoethite
formam
agregados
finamente
intercrescidos (Fig. 1). Texturas simplectticas entre goethite
e hematite, revelam crescimento sncrono destas duas
fases minerais.
Observaes complementares:
FICHA #32
Referncia: BL-P-4
Coordenadas: 602996; 8656951
Local: Bailundo
Associao mineral principal: (hidr)xidos Fe, piroxena,
quartzo, pirocloro
Gt
+
px
?
Qtz
200 m
FICHA #33
Referncia: BL-P-5
Coordenadas: 603008; 8656917
Local: Bailundo
Associao mineral principal:
pirocloro, (hidr)xidos Fe
Piroxena,
quartzo,
Qtz
100 m
Observaes complementares: A fase mineral identificada como piroxena carece de confirmao na anlise de
microssonda electrnica. Exemplar seleccionado para estudos de microssonda e litogeoqumica.
FICHA #34
Referncia: BL-P-6
Coordenadas: 603010; 8656900
Local: Bailundo
Px
Pcl
100 m
FICHA #35
Referncia: BL-P-7
Coordenadas: 602919; 8656793
Local: Bailundo
Associao mineral
(hidr)xidos Fe e Mn
principal:
calcite,
pirocloro,
Carb, qtz,
fosf ETR
Gt
100 m
Observaes complementares: Anlise de microssonda vislumbra-se de extrema importncia para identificao das
fases minerais tardias enriquecidas em ETR, que surgem com granularidades finas. Exemplar seleccionado para estudos
de microssonda e litogeoqumica.
FICHA #36
Referncia: BL-P-8
Coordenadas: 602914; 8656916
Local: Bailundo
Associao mineral
espinelas Fe
Gt
principal:
anquerite,
quartzo,
Apa
AnK
100 m
Observaes complementares: Anlise de microssonda electrnica para esclarecer todas as fases identificadas e
interrogadas.
FICHA #37
Referncia: BL-P-16
Coordenadas: 603225; 8656975
Qtz
Local: Bailundo
Associao mineral principal: calcite, (hidr)xidos Fe
Associao mineral acessria: quartzo, carbonatos e
fosfatosETR
100 m
FICHA #38
Referncia: BL-P-17
Brt
Local: Bailundo
Associao mineral principal: calcite, pirocloro, quartzo
Associao mineral acessria: (hidr)xidos Fe
Classificao: Carbonatito calctico
100 m
Observaes complementares: A anlise de microssonda ser importante para identificar correctamente as fases
interrogadas: (apatite, barite, carbonatos e fosfatos tardios).
FICHA #39
Referncia: BL-P-18
Coordenadas: 603209; 8657063
Local: Bailundo
Associao mineral principal: magnetite, hematite, calcite
Mag
Hem
Descrio:
Matriz constituda por agregados de calcite com
granularidade fina.
Observaes complementares: Boa amostra para quantificao das espinelas Fe em microssonda electrnica no anel
calctico. Exemplar seleccionado para estudos de litogeoqumica.
FICHA #40
Referncia: BL-P-19
Coordenadas: 603209; 8657067
Ank
Local: Bailundo
Associao mineral principal: anquerite, (hidr)xidos Fe
Associao mineral acessria: pirocloro, quartzo
Classificao: Carbonatito anquertico
Qtz
100 m
Descrio:
Carbonatito anquertico com granularidade fina a mdia,
localmente grosseiro (Fig. 2); apresenta ainda pequenos
gros disseminados de pirocloro eudrico.
Ank
200 m
Observaes complementares: A identificao ptica dos possveis minerais carece de confirmao pela anlise de
microssonda electrnica. Exemplar seleccionado para estudos de litogeoqumica.
FICHA #41
Referncia: BL-P-27
Coordenadas: 604019; 8657083
Local: Bailundo
Carb ETR, Gt
Carb ETR e Ca
100 m
30 m
Observaes complementares: Imperativo a anlise de microssonda para confirmao das fases minerais identificadas
opticamente como, calcite, flor-carbonatos ETR. Exemplar seleccionado para estudos de litogeoqumica.
FICHA #42
Referncia: BL-P-28
Coordenadas: 604093; 8657215
Clo
Local: Bailundo
Associao mineral principal: calcite, clorite
Associao mineral acessria: espinelas Fe, pirite,
apatite
Cal
200 m
Descrio:
gros
de
apatite
Cal
Clo
100 m
Observaes complementares: Boa lmina para quantificao de silicatos na anlise de microssonda electrnica.
Confirmao da identificao ptica das clorites, assim como da calcite da matriz. Exemplar seleccionado para estudos de
litogeoqumica.
FICHA #43
Referncia: BL-P-29
Coordenadas: 604128; 8657324
Local: Bailundo
Pcl
Cal
100 m
Qtz
100 m
Observaes complementares: confirmao na anlise de microssonda electrnica das fases minerais identificadas
opticamente como calcite. Exemplar seleccionado para estudos de litogeoqumica.
FICHA #44
Referncia: BL-P-30
Coordenadas: 604340; 8656918
Local: Bailundo
Associao mineral principal: calcite, pirocloro, hematite,
goethite
Associao mineral acessria: silicatos, pirite
Qtz, Brt?
Descrio:
Carbonatito calctico com granularidade grosseira de
aspecto lmpido, apresentando disseminao significativa
de pirocloro (gros eudricos).
200 m
Hem
100 m
Observaes complementares: Boa lmina para quantificao de espinelas Fe no domnio do carbonatito calctico.
Exemplar seleccionado para estudos de litogeoqumica.
FICHA #45
Referncia: BL-P- 39
Coordenadas: 604048; 8656113
Local: Bailundo
Pcl
Gt +
Carb
ETR
+Pcl
100 m
FICHA #46
Referncia: BL-P- 49
Coordenadas: 603895; 8655806
Local: Bailundo
Associao mineral principal: quartzo, piroxena
Px
100 m
Descrio:
Matriz constituda por agregados de quartzo com
granularidade essencialmente mdia (Fig. 1), muito embora
o desenvolvimento local de gro fino a grosseiro seja
possvel. A existncia de matriz constituda por quartzo
demonstra a existncia de transformaes tardias
(metassomticas), como processos de silicificao.
Espacialmente esta amostra situa-se na fronteira com o
complexo de fenitizao, corroborando a ideia de
silicificao acentuada.
Mineral transparente, castanho, de hbito acicular, com
granularidade fina, foi identificado como piroxena
(confirmado em anlise de microssonda) (Fig. 1); pela sua
disposio na lmina e relao estabelecida com outros
minerais, sugere ser um mineral de substituio resultante
da progradao dos processos metassomticos.
Verifica-se ainda a existncia de alguns, poucos,
(hidr)xidos Fe que se encontram disseminados pela
matriz, possivelmente como fase tardia.
30 m
Observaes complementares: mineral castanho que apresenta hbito acicular de granularidade fina a confirmar na
anlise de microssonda electrnica. Exemplar seleccionado para estudos de litogeoqumica.
FICHA # 47
Referncia: BL-P- 52
Coordenadas: 604110; 8655633
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Quartzo, (hidr)xidos Fe
Associao mineral acessria: Pirocloro, fosfatos ETR e
flor-carbonatos
Hem,
Gt
100 m
Observaes complementares: A confirmar na anlise de microssonda a fase mineral pirocloro, assim como os fosfatos
ETR e os flor-carbonatos
FICHA #48
Referncia: BL-P- 53
Coordenadas: 604544; 8655500
Carb ETR
+ x Mn
Local: Bailundo
Associao mineral principal: calcite, Silicatos (quartzo)
Cal
100 m
30 m
FICHA #49
Referncia: BL-P- 54
Coordenadas: 604586; 8655487
Local: Bailundo
Cal
100m
Descrio:
Carbonatito calctico com granularidade grosseira (fig.
1) cuja matriz constituda por calcite; ocorrem fases
silicatadas com uma direco de clivagem perfeita e
tintas de birrefrangncia de 2 a 3 ordem,
interpretadas como moscovites (fig. 2). Outros silicatos
verde plido, de dimenso reduzida, relevo elevado e
birrefrangncia elevada (2 ordem) so observados,
sendo interpretados como piroxenas (aegirina-augite)
(fig. 3). Minerais incolores com baixa birrefrangncia
(cinzento claro de 1 ordem) so interpretados como
sendo albite lmpida sem maclas (fig. 4).
Hem
(Hidr)x Fe
40m
40m
Ms
Ab
100m
3. ANEL FENTICO
(Petrografia sumria)
FICHA #50
Referncia: BL-P-61
(Hidr)x Fe
+ Hem
Fld
Qtz
Hem/Mgt
100m
Descrio:
Fenito de granularidade mdia a grosseira, cuja matriz
silicatada constituda por abundantes feldspatos
grosseiros; os efeitos da silicificao tardia so
relativamente frequentes, conduzindo ao desenvolvimento
de agregados de quartzo com granularidade fina (fig. 1).
Veios que cortam os feldspatos so constitudos por gros
de quartzo e xidos que devem corresponder a
hematite/magnetite (relquias do processo de alterao
que d origem aos (hidr)xidos de Fe) (fig. 1 e 2).
Abundantes (hidr)xidos de Fe dispostos em redes
anastomosadas (fig. 1 e 3).
(Hidr)x Fe
Hem/Mg
t
40m
(Hidr)x Fe
+ Hem/Mgt
100m
Ae-Au
40m
FICHA #51
Referncia: BL-P-62
Coordenadas: 600895; 8655907
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Feldspatos (Fld), quartzo
(Qtz), piroxena (aegirina-augite (Ae-Au))
Associao mineral acessria: (Hidr)xidos de Fe e
hematite (Hem)/magnetite (Mgt).
Hem/Mgt
Qtz
Classificao: Fenito
100m
Descrio:
Fenito com granularidade fina a mdia, cuja matriz
silicatada constituda por abundantes feldspatos de
granularidade mdia; os efeitos da silicificao tardia so
relativamente frequentes e conduzem ao desenvolvimento
de agregados de quartzo com granularidade fina (fig. 1).
Veios que cortam a matriz silicatada so constitudos por
gros de quartzo, hematite e (hidr)xidos de Fe dispostos
nos bordos (fig. 1 e 2) e interior do veio (fig. 3).
Abundantes (hidr)xidos de Fe disseminados pela rocha e
em redes anastomosadas.
Qtz
(Hdr)x Fe
Ae-Au
40m
FICHA #52
Referncia: BL-P-63
Coordenadas: 600771; 8655873
Fld
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Feldspato (Fld), quartzo
(qtz), moscovite (Ms) e piroxenas (aegirina-augite (Ae-Au)).
Qtz
100m
Descrio:
Fenito com granularidade grosseira de matriz silicatada
constituda essencialmente por cristais de feldspato
grosseiro, subdrico a andrico e quartzo andrico em
gros de dimenso fina a mdia (fig. 1 e 2).
Agregados minerais de gro fino e aspecto fibroso,
incolores, relevo moderado e birrefrangncia elevada (tintas
de 2 ordem), associados s fases silicatadas
correspondem a moscovite (fig. 2).
(Hidr)x Fe
Ms
Qtz
40m
Ae-Au
Qtz
40m
Mu
40m
FICHA #53
Referncia: BL-P-65
Coordenadas: 600625; 8655991
(?)
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Carbonatos (calcite?
(Cal)), feldspatos (Fld)
Associao mineral acessria: (Hidr)xidos de Fe
Carb
Classificao: Fenito
40m
Descrio:
(Hidr)x Fe
Fld
40m
Fld
(Hidr)x Fe
40m
FICHA #54
Referncia: BL-P-66
Coordenadas: 600610; 8655962
Local: Bailundo
Qtz
Fld
Classificao: Fenito
100m
(Hidr)x Fe
?
Qtz
40m
Qtz
?
(Hidr)x Fe
40m
FICHA #55
Referncia: BL-P-67
Coordenadas: 600589; 8655958
(Hidr)x Fe
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Feldspatos (Fld) e quartzo
(Qtz).
Fld + Qtz
Hem
Classificao: Fenito
100m
Ant ou Brk
40m
(Hidr)x Fe
(Hidr)x Fe
40m
FICHA #56
Referncia: BL-P-69
Coordenadas: 600227; 8656499
(Hdr)x Fe
Qtz
Local: Bailundo
Associao mineral principal: quartzo (Qtz) e anfbolas?
(Anf)
Anf?
40m
Descrio:
Fenito com granularidade fina a mdia, cuja matriz
silicatada constituda essencialmente por minerais
incolores, sem clivagem, de hbito andrico, baixo relevo e
birrefrangncia (cinzentos de 1 ordem) identificados como
quartzo (Figs. 1 e 2).
Associado aos gros de quartzo ocorre um mineral
castanho plido, de hbito fibroso; poder corresponder a
anfbolas alcalino-sdicas fortemente silicificadas, pelo que
no foi possvel obter uma anlise fidedigna por
microssonda electrnica (figs. 1 e 2)
Anf?
Qtz
100m
Hem
(Hdr)x Fe
Qtz
40m
FICHA #57
Referncia: BL-P-70
Coordenadas: 600248; 8656363
Qtz
Hem
Local: Bailundo
Mcl
(Hidr)x Fe
100m
Descrio:
Fenito com granularidade grosseira, cuja matriz
essencialmente silicatada constituda por gros de
feldspato e, em menor quantidade, quartzo andrico (fig. 1).
Um nmero significativo de feldspatos, exibindo maclas
com um padro axadrezado tpico, permitem classific-los
como microclina (fig. 1).
Mineral incolor, lmpido sem clivagem, com tintas de
birrefrangncia baixa (cinzentos de 1 ordem) pode
corresponder a albite no maclada. Associado a este
agregado encontra-se um outro mineral castanho plido
que pode ser identificado como possvel anfbola (fig. 2)
Ab
(Hidr)x Fe
40m
Anf
?
(Hidr)x Fe
100m
(Hidr)x Fe
100m
FICHA #58
Referncia: BL-P-71
Coordenadas: 600313; 8656168
Fld
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Feldspatos (Fld), quartzo
(Qtz)
Associao mineral acessria: (hidr)xidos de Fe (Goetite
(Gt)/lepidocrocite? (Lep)), hematite (Hem) e barite (Brt)
Classificao: Fenito
100m
Descrio:
Fenito de granularidade grosseira, cuja matriz
essencialmente silicatada constituda por feldspatos (fig.1)
andricos e, em menor quantidade, quartzo. Minerais
incolores com trs direces de clivagem, birrefrigncia
baixa preenchem uma fractura e correspondem a barite (fig.
2).
Fases carbonatadas inexistentes.
Brt
40m
(Hidr)x Fe
Hem
100m
Hem
(Hidr)x Fe
40m
FICHA #59
Referncia: BL-P-72
Coordenadas: 600367; 8656013
Qtz
Local: Bailundo
Associao mineral principal: quartzo (Qtz)
Associao mineral acessria: (hidr)xidos Fe
Classificao: Fenito
Descrio:
Qtz
100m
40m
Qtz
40m
FICHA #60
Referncia: BL-P-73
Coordenadas: 60064.6; 8656680.3
Local: Bailundo
Fld
Mcl
100m
Classificao: Fenito
Descrio:
Fenito com granularidade grosseira e matriz silicatada
essencialmente constituda por feldspato grosseiro, alguns
gros exibindo maclas com um padro axadrezado tpico
(microclina; fig. 1), e quartzo microgranular (fig. 1 e 2).
Seces subdricas de (hidr)xidos de Fe (minerais
castanho-amarelados) de granularidade muito grosseira
so observadas nesta rocha (fig. 3). Relquias de hematite
(fig. 4) encontram-se por vezes associadas aos veios de
quartzo (fig. 3).
Qtz
He
100m
(Hidr)x Fe
Qtz
100m
Hem
100m
FICHA #61
Referncia: BL-P-74
Coordenadas: 600108; 8656559
Local: Bailundo
Mcl
100m
100m
(Hidr)x Fe
100m
Qtz
100m
FICHA #62
Referncia: BL-P-75
Coordenadas: 600404.5; 8656818.8
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Carbonato (Cal),
Cal
Descrio:
Fenito de granularidade mdia a grosseira, cuja matriz
carbonatada constituda essencialmente por agregados
de cristais carbonatados incolores, andricos e tintas de
birrefrangncia muito elevada (brancos de ordem superior)
que correspondem a calcite (fig. 1).
Duas fases minerais distintas de granularidade grosseira
constituem um veio central na lmina. Ambas as fases so
incolores, sendo que uma delas forma agregados de
seces eudricas algumas octogonais, baixo relevo,
pleocrosmo de incolor a beje e tintas de birrefrangncia
baixa (cinzentos de 1 ordem) (figs.3 e 4); a outra fase
tambm incolor eudrica a subdrica no pleocrica,
manifesta tintas birrefrangncia baixa (cinza escuro a
castanho plido) (figs. 2 e 3). A identificao destas duas
fases difcil; uma proposta de classificao para a
primeira tratar-se de um feldspatide, nomeadamente
pelas caractersticas observadas nos cristais ilustrados na
fig. 4; o segundo mineral tambm poder corresponder a
um feldspatide.
Abundantes agregados ricos em hematite e goetite como
produto de substituio de fases xidas pr-existentes (figs.
3 e 4).
Fldt?
100m
(Hidr)x Fe
+ Hem
Fldt?
Fldt?
100m
Hem
Fldt?
(Hidr)x Fe
+ Hem
100m
FICHA #63
Referncia: BL-P-76
Coordenadas: 600405.98; 8656816.5
Cal
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Carbonatos (Cal)
Associao mineral acessria: (Hidr)xidos de Fe,
magnetite (Mgt), hematite (Hem), barite (brt) e feldspatides
(?)
Classificao: Fenito
Hem
100m
Descrio:
(Hidr)x Fe
Brt
40m
Fldt?
(Hidr)x Fe
100m
Hem
Mgt
40m
FICHA #64
Referncia: BL-P-77
(Hidr)x Fe
Qtz
Descrio:
(Hidr)x Fe
Qtz
100m
(Hidr)x Fe
Qtz
40m
FICHA #65
Referncia: BL-P-78
Coordenadas: 600329.8; 8656936.3
Local: Bailundo
Hem
Ae-Au
100m
Descrio:
Fenito com granularidade mdia a grosseira e matriz
silicatada, constituda por feldspato e quartzo.
A mineralogia dominante nesta rocha caracterizada por
agregados prismticos grosseiros, subdricos a eudricos
de um mineral verde com alto relevo, tintas de
birrefrangncia elevada (tintas azuis, verdes, rosa intenso
de 2 a 3 ordem) (fig. 1 e 2), interpretado como possveis
piroxenas (aegirina-augite). Estes agregados distribuem-se
de forma pervasiva ao longo da rocha e, em menor
abundncia, ao longo de uma rede de fracturas semiparalelas.
Agregados incolores de cristais andricos, com tintas de
birrefrangncia elevada (brancos de ordem superior),
preenchem um veio, sendo caracterizados como
carbonatos (calcite?) (fig, 3).
Qtz
40m
Cal?
Cal?
100m
Py ou Po?
40m
FICHA #66
Referncia: BL-P-79
Coordenadas: 600063.8; 8656684.1
Local: Bailundo
Qtz
100m
Descrio:
Fenito com granularidade fina e matriz silicatada
essencialmente constituda por quartzo (fig. 1).
Minerais incolores com granularidade mdia em seces
andricas, duas direces de clivagem perfeita, parecem
corresponder a carbonatos e so os mesmos minerais
observados nas lminas das amostras BL-P-71, BL-P-75
e BL-P-76 (fig. 2).
Carb?
40m
Hem
100m
Hem
40m
FICHA #67
Referncia: BL-P-80
Coordenadas: 600080; 8656619
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Quartzo (Qtz)
Qtz
100m
Qtz
x Fe
100m
40m
FICHA #68
Referncia: BL-P-81 A
Coordenadas:
Local: Bailundo
Anh?
(Hdr)x Fe
+ Mgt?
Classificao: Minrio de Fe
100m
Descrio:
A matriz constituda por cristais grosseiros de um mineral
incolor, com tintas de birrefrangncia de 2 a 3 ordem.
Visto apresentar tintas de interferncia altas, torna-se de
difcil identificao, pois no so tpicas dos carbonatos,
nem dos feldspatos, feldspatides e quartzo que
apresentam tintas de 1 ordem (cinzentos). Uma proposta
de classificao aponta tratar-se de anidrite, sulfato de
clcio incolor e birrefrangncia elevada (at verdes de 3
ordem); no entanto, a anidrite apresenta clivagem distinta
em trs direces independentes, mutuamente
perpendiculares, que no aqui observada (figs. 1 e 2).
(Hdr)x Fe
+ Mgt?
Anh?
100m
FICHA #69
Referncia: BL-P-81 B
Coordenadas:
Qtz
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Quartzo (Qtz),
Associao mineral acessria: (Hidr)xidos de Fe e
magnetite (Mgt)
Classificao: Fenito
(Hidr)x Fe + Mgt
100m
Descrio:
Fenito com granularidade mdia a grosseira e matriz
silicatada constituda essencialmente por cristais andricos
de quartzo (fig. 1).
(Hidr)x Fe
100m
FICHA #70
Referncia: BL-P- 31
Coordenadas: 604361; 8657289
Cal
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Carbonatos (calcite
(Cal))
Associao mineral acessria: Pirocloro (Pc),
apatite (Ap), (hidr)xido de Fe (goethite (Gt) e/ou
lepidocrocite (Lep)) e zelito (Ze)
Pc
Ap
100m
Classificao: Fenito
Descrio:
Ap
40m
Lep?
Ap
40m
Gt
Ze
40m
FICHA #71
Referncia: BL-P- 32
Coordenadas: 604368; 8657302
Qtz
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Quartzo (Qtz)
Associao mineral acessria: Pirocloro (Pc),
apatite (Ap), (hidr)xido de Fe e Mn (goethite (Gt)),
hematite (Hem) e magnetite (Mgt)
Classificao: Fenito
100m
Descrio:
Pc?
100m
100m
(Hdr)x Fe-Mn?
(Hdr)x Fe?
+ Mgt?
100m
FICHA #72
Referncia: BL-P- 33
Coordenadas: 604375; 8657462
Pc
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Quartzo (Qtz)
Associao mineral acessria: Pirocloro (Pc),
(hidr)xido de Fe (goethite (Gt)) e magnetite (Mgt)
Classificao: Fenito
Descrio:
100m
Qtz
(Hdr)x Fe
+ Mgt
(Hdr)x Fe
100m
Observaes complementares: seleccionada para litogeoqumica e anlise microssonda electrnica. A lmina est muito
espessa pelo que as tintas de interferncia esto alteradas.
FICHA #73
Referncia: BL-P- 55
Coordenadas: 604669; 8655410
Local: Bailundo
Qtz
Fld
100m
Descrio:
Fenito com granularidade mdia a grosseira e matriz
silicatada constituda maioritariamente por cristais
andricos de feldspato grosseiro e cristais andricos
de quartzo com granularidade mdia (fig. 1). Uma
segunda gerao de quartzo est presente na forma
de filonetes que cortam a matriz silicatada (fig. 4).
Associados s fases silicificadas ocorrem minerais
prismticos alongados, incolores a verde plido, com
tintas de birrefrangncia de 2 ordem, que aparentam
ser piroxenas (aegirina-augite) (figs. 2 e 3).
Abundantes (hidr)xidos de Fe (goethite), castanhoamarelados, disseminados na matriz (fig. 2 e 3) e
dispostos em redes anastomosadas de fracturas (fig.
1) so observados, assim como relquias de hematite
(fig. 3).
(Hidr)x Fe
(Gt)
Qtz
40m
(Hidr)x Fe
(Gt)
Hem
Ae-Au
40m
Hem
(Hidr)x Fe
(Gt)
Qtz
40m
FICHA #74
Referncia: BL-P- 56
Coordenadas: 604883; 8655448
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Feldspatos (Fld) e
piroxenas (aegirina-augite (Ae-Au))
Associao mineral acessria: (Hidr)xidos de Fe?
Classificao: Fenito
Descrio:
100m
Ae-Au
Minerais
quasi-transparentes
(verde
plido)
prismticos alongados, tintas de birrefrangncia azuis
de 2 ordem e dimenso muito reduzida, aparecem
associados fase silicatada (fig. 2) e correspondem a
piroxenas (aegirina-augite).
40m
FICHA #75
Referncia: BL-P- 57
Coordenadas: 605003; 8655113
(Hidr)x Fe
Local: Bailundo
Qtz
100m
Classificao: Fenito
Descrio:
Fosfatos?
Qtz
100m
Qtz
100m
FICHA #76
Referncia: BL-P- 58
Coordenadas: 605217; 8654839
Qtz + Fld
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Feldspatos (Fld) e
quartzo (Qtz)
Hem
100m
Hem
Gt ou Lep?
100m
Hem
100m
FICHA #77
Referncia: BL-P- 59
Coordenadas: 605355; 8655022
Hem
Local: Bailundo
Fld
Qtz
Classificao: Fenito
Descrio:
Fenito de granularidade grosseira e matriz silicatada
constituda essencialmente por feldspatos grosseiros e
quartzo de granularidade fina (figs. 1 e 2).
100m
Qtz
Hem
100m
FICHA #78
Referncia: BL-P- 60
Coordenadas: 605389; 8655132
(Hidr)x Fe
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Feldspatos (Fld) e
quartzo (Qtz)
Qtz
100m
Descrio:
Fenito com granularidade mdia e matriz silicatada
constituda essencialmente por quartzo? (figs. 1 e 3).
(Hidr)x Fe
40m
Mgt-Hem
(Hidr)xi Fe
100m
FICHA #79
Referncia: BL-P- 50
Coordenadas: 603919; 8655766
(Hidr)x
Fe - Gt
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Quartzo (Qtz)
Associao mineral acessria: (Hidr)xidos de Fe
(Goethite (Gt)/lepidocrocite (Lep)), hematite (Hem) e
silicatos (ainda no identificados)
Classificao: Fenito
Qtz
100m
Descrio:
Fenito com granularidade mdia a grosseira, cuja
matriz silicatada essencialmente constituda por
cristais subdricos a andricos de quartzo (fig. 1).
?
100m
Hem
40m
40m
Observaes complementares:
FICHA #80
Referncia: BL-P- 51
Coordenadas: 604067; 8655669
Local: Bailundo
Cal
Ap
Classificao: Fenito?
Descrio:
Fenito com granularidade grosseira e matriz
carbonatada essencialmente constituda por cristais
andricos de carbonato, cujas propriedades pticas
(incolores, tintas de birrefrangncia elevadas, clivagem
rombodrica com trs direces de clivagem, embora
s muito raramente possa ser visualizada nas seces
presentes) permitem classificar como provvel calcite
(fig. 1).
Regista-se a ocorrncia de abundantes agregados de
seces prismticas e basais de cristais incolores,
relevo moderado e istropos, classificados como
apatite (fig. 1); so muitas vezes encontrados nas
fronteiras entre os gros de carbonato (fig. 2).
100m
Ap
100m
Hem
(Hidr)x Fe
100m
FICHA #81
Referncia: BL-P- 64
Coordenadas: 600646; 8656002
Ant?
Local: Bailundo
Associao mineral principal: Feldspato alcalino
(Fld), quartzo (Qtz) e carbonato.
Associao mineral acessria: xidos de titnio
(Antase (Ant) e (hidr)xidos de ferro
Classificao: Fenito
Fld K
Descrio:
Fenito de granularidade grosseira, cuja matriz
essencialmente constituda por feldspatos alcalinos; os
efeitos da silicificao so localmente intensos; pelo
contrrio, a carbonatao tardia incipiente. Registase ainda fracturao de intensidade varivel.
Em estreita associao com os domnios silicificados,
desenvolvem-se numerosos agregados radiais de
minerais castanho-amarelados de hbito alongado
identificados como xidos de ferro (Figs. 2 e 3). Coexistindo com os feldspatos alcalinos, destaca-se
ainda um mineral castanho-amarelado de hbito
andrico, cuja composio (xido de titnio)
compatvel com a proposta de identificao ptica
antase (Fig. 1).
100m
xidos Fe
Qtz
40m
Qtz
40m
FICHA #82
Referncia: BL-P- 68
Coordenadas: 600489; 8655971
Qtz
Local: Bailundo
Ae-Au
40m
Ae-Au
Fld K
40m
Silicato (?)
Fld K
40m
Descrio:
Fenito de granularidade grosseira cuja matriz
constituda por abundantes feldspatos alcalinos; a
silicificao tardia relativamente intensa; os
carbonatos intersticiais e tardios, so raros.
Silicato (?)
40m
Fld K
Qtz
xidos Fe?
40m
Anexo 3
Anlises representativas e sntese dos resultados analticos obtidos para as espinelas ferrferas
Littipo
Amostra
Anlise
BL-P 9
b2
10
Mgt
Ncleo carbonattico
BL-P 14
b1
25
Mgt
(min)
(mx)
Al2O3
0.003
0.000
0.000
0.079
MgO
0.000
0.002
0.000
0.070
MnO
0.108
0.022
0.000
0.366
V2O3
0.001
0.001
0.000
0.313
TiO2
0.018
0.052
0.000
3.875
ZnO
0.058
0.073
0.000
0.225
NiO
0.000
0.000
0.000
0.000
FeO
92.436
92.526
84.890
98.896
Cr2O3
0.117
0.095
0.053
0.162
TOTAL
92.740
92.770
Distribuio catinica na base de 32 oxignios
Al
0.001
0.000
Mg
0.000
0.001
Mn
0.028
0.006
V
0.000
0.000
Ti
0.004
0.012
Zn
0.013
0.017
Ni
0.000
0.000
Fe2+
7.980
8.003
Fe3+
15.949
15.942
Cr
0.029
0.024
R2+
8.022
8.027
R3+
15.980
15.966
Total
24.002
23.993
Anel sovtico
(mediana)
0.022
0.012
0.108
0.030
0.188
0.057
89.474
0.102
131
Anel fentico
BL-P 18
b1
5
BL-P 18
b2
1
Mgt
Mgt
(min)
(mx)
0.000
0.014
0.128
0.001
0.028
0.06
0.000
92.218
0.101
92.550
0.000
0.000
0.099
0.018
0.021
0.018
0.000
92.111
0.106
92.370
0.000
0.000
0.026
0.000
0.000
0.000
0.000
91.293
0.081
0.018
0.027
0.196
0.058
0.088
0.06
0.000
92.901
0.145
0.000
0.007
0.034
0.000
0.007
0.014
0.000
7.970
15.950
0.025
8.024
15.975
23.999
0.000
0.000
0.026
0.005
0.005
0.004
0.000
7.992
15.948
0.026
8.022
15.978
24.000
(mediana)
BL-P 80
b1
4
BL-P 60
b2
14
Mgt
Mgt
(min)
(mx)
0.001
0.023
0.000
0.045
0.034
0.000
0.000
92.494
0.223
92.82
0.001
0.010
0.000
0.021
0.034
0.000
0.000
91.178
0.054
0.077
0.055
0.419
0.058
0.377
0.136
0.000
93.368
0.223
15
0.001
0.029
0.324
0.043
0.080
0.000
0.000
93.368
0.125
93.97
0.000
0.013
0.084
0.011
0.018
0.000
0.000
7.922
15.922
0.030
8.018
15.963
23.981
0.000
0.011
0.000
0.011
0.008
0.000
0.000
7.997
15.918
0.054
8.008
15.984
23.992
0.000
0.000
0.101
0.011
0.018
0.011
92.337
0.101
(mediana)
0.035
0.029
0.358
0.045
0.205
0.022
92.539
0.118
8
BL-P 9
b2
36
Hem
Ncleo carbonattico
BL-P
14 b1
12
Hem
(min)
(mx)
Al2O3
0.001
0.061
0.000
0.124
MgO
0.004
0.021
0.000
0.074
MnO
0.034
0.073
0.000
0.454
V2O3
0.004
0.019
0.000
0.280
TiO2
0.087
0.106
0.021
2.250
ZnO
0.035
0.018
0.000
0.601
Fe2O3
98.556 97.901
86.565 100.490
Cr2O3
0.039
0.075
0.015
0.158
TOTAL
98.76
98.27
88.25
101.04
Distribuio catinica na base de 3 oxignios
Al
0.000
0.002
Mg
0.000
0.001
Mn
0.000
0.002
V
0.000
0.000
Ti
0.002
0.002
Zn
0.001
0.000
Fe
1.996
1.991
Cr
0.001
0.002
Tcaties
2.000
2.000
Anel sovtico
(mediana)
0.017
0.000
0.089
0.022
0.198
0.029
98.205
0.096
98.70
Anel fentico
BL-P
18 b1
19
Hem
BL-P
18 b2
11
Hem
(min)
(mx)
183
0.011
0.021
0.027
0.04
0.506
0.451
93.939
0.093
95.09
0.053
0.023
0.04
0.059
0.162
0.069
96.388
0.081
96.88
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
93.846
0.053
95.09
0.077
0.126
0.264
0.099
3.857
0.451
99.023
0.134
99.32
0.000
0.001
0.001
0.001
0.010
0.009
1.975
0.002
1.999
0.002
0.001
0.001
0.001
0.003
0.001
1.989
0.002
2.0000
(mediana)
0.003
0.006
0.082
0.014
0.103
0.024
97.743
0.089
98.16
BL-P
80 b1
1
Hem
BL-P
60 b2
13
Hem
(min)
(mx)
66
0.012
0.002
0.091
0.049
0.115
0.033
98.949
0.153
99.40
0.006
0.003
0
0.094
0.049
0
99.437
0.124
99.71
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
0.000
98.531
0.033
98.96
0.295
0.861
0.926
0.190
1.013
0.314
102.906
0.438
104.18
0.000
0.000
0.004
0.001
0.005
0.001
2.002
0.003
2.016
0.000
0.000
0.000
0.002
0.002
0.000
1.996
0.003
2.003
(mediana)
0.017
0.026
0.076
0.057
0.120
0.035
99.437
0.126
101.05
50
BL-P 64
b1
1
99.944
0.001
0.222
0.020
100.19
BL-P 67
b2
5
98.452
0.004
0.462
0.032
98.95
(min)
91.01
0.001
0.222
0.012
91.25
0.998
0.000
0.003
0.000
1.001
0.995
0.000
0.005
0.000
1.000
(mx)
100.013
0.025
2.083
0.055
102.18
(mediana)
99.227
0.010
0.335
0.024
99.60
12
Anlises representativas e sntese dos resultados analticos obtidos para fases do grupo pirocloro do ncleo ferrocarbonattico e anel sovtico NW
(%) em Peso de xidos; N - nmero de anlises
Littipo
Ferro-carbonatito = ncleo
Amostra
BL-P37 (1)
bl_p37_b1
Anlise
Nb2O5
SiO2
TiO2
ZrO2
ThO2
Fe2O3
La2O3
Ce2O3
Pr2O3
Nd2O3
Sm2O3
CaO
BaO
PbO
K2O
Cl
F
7
67.63
0.05
5.67
0.02
0.08
0.14
0.18
1.84
0.00
0.03
0.03
0.01
18.73
0.69
0.00
0.00
0.00
15
65.62
0.40
5.37
0.87
0.14
0.73
0.45
2.62
0.08
0.22
0.01
0.03
17.93
0.73
0.01
0.01
0.10
Total
95.25
O=F
O=Cl
BL-P1 (1)
Min
60.09
0.04
4.93
0.00
0.00
0.09
0.00
0.99
0.00
0.00
0.00
0.00
17.08
0.42
0.00
0.00
0.00
Mx
68.76
2.01
6.14
1.06
0.22
1.69
0.87
2.82
0.17
0.38
0.04
0.09
22.03
0.96
0.02
0.03
0.16
Med
67.57
0.18
5.60
0.02
0.10
0.27
0.16
1.30
0.00
0.10
0.00
0.02
19.16
0.66
0.00
0.00
0.01
10
70.36
1.18
4.05
1.07
0.17
0.61
0.00
0.99
0.00
0.13
0.01
0.01
14.09
0.82
0.16
0.00
0.03
17
69.61
1.21
4.01
0.99
0.10
0.82
0.01
0.88
0.00
0.06
0.00
0.01
13.95
0.79
0.19
0.00
0.05
95.42
94.16
96.47
95.54
93.76
0.00
0.00
0.04
0.00
0.00
0.00
0.07
0.01
0.00
0.00
Total
95.25
95.37
94.13
96.46
H2O mx
4.75
4.63
3.54
5.87
18
Min
66.57
0.66
2.77
0.00
0.00
0.46
0.00
0.62
0.00
0.00
0.00
0.00
13.48
0.59
0.15
0.00
0.00
Mx
72.08
1.35
4.14
1.21
0.17
1.04
0.08
1.96
0.00
0.22
0.03
0.04
16.05
0.82
0.24
0.03
0.17
Med
69.57
1.23
4.00
1.02
0.06
0.60
0.00
0.94
0.00
0.07
0.00
0.01
14.11
0.73
0.19
0.00
0.02
92.84
90.07
95.80
92.49
0.01
0.00
0.02
0.00
0.00
0.00
0.07
0.01
0.01
0.00
95.54
93.75
92.82
90.05
95.73
92.43
4.46
6.25
7.18
4.27
9.95
7.57
0.001
0.000
0.420
0.000
0.011
0.001
0.000
0.000
0.006
0.043
0.000
0.001
0.001
0.002
0.000
0.406
0.000
0.011
0.000
0.001
0.000
0.032
0.070
0.002
0.000
0.002
0.00
0.00
0.30
0.00
0.01
0.00
0.01
0.00
0.03
0.02
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.30
0.00
0.01
0.00
0.01
0.00
0.03
0.02
0.00
0.00
0.00
Sum A
0.484
0.526
0.38
0.39
16
B
Nb
Ta
Ti
Zr
Sn
Si
1.750
0.002
0.244
0.000
0.001
0.003
1.716
0.000
0.234
0.025
0.002
0.023
1.74
0.00
0.17
0.03
0.00
0.06
1.74
0.00
0.17
0.03
0.00
0.07
Sum B
C
F
Cl
O
2.000
2.000
2.00
2.00
0.00
0.00
5.38
0.02
0.00
5.45
0.01
0.00
5.27
0.01
0.00
5.28
O assoc H
0.86
0.80
0.91
0.90
T_anies
Lac_aninicas
6.24
0.76
6.26
0.74
6.19
0.81
6.19
0.81
Total_H
1.71
1.59
1.83
1.81
Anlises representativas e sntese dos resultados analticos obtidos para fases do grupo pirocloro do anel sovtico SE e do anel fentico
BL-P 31
(1)
7
BL-P
31 (1)
18
BL-P 31 (2)
1
Anel Fentico
BL-P 31
(5)
2
Min
Mx
Med
35
43.560
1.515
0.000
0.056
0.004
0.210
0.000
0.000
0.000
0.000
0.637
0.377
0.178
0.000
0.000
72.433
3.821
0.372
3.761
0.234
7.340
0.094
0.384
0.084
0.024
18.144
2.906
50.686
0.552
2.356
70.104
3.039
0.126
0.159
0.127
0.402
0.033
0.083
0.000
0.000
17.241
1.071
0.879
0.092
1.696
64.934
4.969
0.564
0.164
0.047
0.495
0.048
0.245
0.000
0.017
17.608
0.278
0.250
6.712
3.750
63.490
4.097
2.060
0.320
0.128
0.923
0.042
0.060
0.000
0.080
17.646
0.485
0.136
6.448
3.717
69.245
3.893
2.121
0.076
0.139
0.842
0.072
0.191
0.000
0.000
16.341
0.380
0.235
0.129
2.024
69.790
2.768
2.151
0.645
0.109
0.888
0.047
0.125
0.020
0.000
15.129
1.220
0.284
0.028
1.147
65.449
4.097
1.964
0.257
0.054
0.752
0.041
0.291
0.000
0.018
17.988
0.160
0.156
7.275
4.170
Min
Mx
Med
48
62.017
2.377
0.564
0.040
0.010
0.418
0.000
0.000
0.000
0.000
12.480
0.160
0.104
0.000
1.092
72.525
5.359
2.668
1.494
0.233
1.668
0.146
0.384
0.098
0.080
18.566
5.284
0.369
8.101
4.715
64.952
3.998
1.868
0.268
0.110
0.817
0.042
0.153
0.007
0.000
17.207
0.287
0.215
6.083
3.734
Nb2O5
TiO2
ThO2
Fe2O3
La2O3
Ce2O3
Pr2O3
Nd2O3
Sm2O3
MnO
CaO
SrO
PbO
Na2O
F
70.124
3.116
0.134
0.062
0.138
0.437
0.037
0.128
0.000
0.000
16.496
1.480
1.927
0.116
1.949
70.601
3.039
0.166
0.100
0.115
0.363
0.067
0.000
0.000
0.000
17.241
1.539
1.261
0.080
1.881
60.735
2.875
0.021
0.318
0.036
0.635
0.000
0.166
0.000
0.024
10.227
2.211
22.046
0.049
0.971
Total
96.144
96.453
100.314
84.070
100.314
95.815
100.081
99.632
95.688
94.351
102.672
85.919
102.899
99.589
O=F2
Total
Corrigido
0.821
0.792
0.409
0.000
0.992
0.714
1.579
1.565
0.852
0.483
1.756
0.460
1.985
1.572
95.324
95.661
99.905
83.952
99.905
95.059
98.502
98.067
94.835
93.868
100.916
85.243
101.064
97.766
1.037
1.078
0.734
1.136
1.181
1.021
0.950
1.173
Mn
Sr
Pb
Na
LREE
Sm
Th
0.000
0.050
0.030
0.013
0.016
0.000
0.002
0.000
0.052
0.020
0.009
0.012
0.000
0.002
0.001
0.086
0.398
0.006
0.020
0.000
0.000
0.001
0.010
0.004
0.784
0.018
0.000
0.008
0.004
0.018
0.002
0.781
0.026
0.000
0.029
0.000
0.013
0.004
0.015
0.026
0.000
0.028
0.000
0.041
0.004
0.003
0.025
0.000
0.029
0.001
0.006
0.003
0.858
0.025
0.000
0.027
Nb
1.860
1.862
1.839
1.767
1.792
1.826
1.849
1.801
Ti
Fe3+
0.138
0.003
0.133
0.004
0.145
0.016
0.225
0.007
0.192
0.015
0.171
0.003
0.122
0.028
0.188
0.012
0.362
0.347
0.206
0.714
0.734
0.373
0.213
0.803
Sum Cat#
B
Sum Cat#
C
F
Moles %
Nb#
93.11
93.32
92.70
88.70
90.30
91.44
93.81
90.57
Ti#
6.89
6.68
7.30
11.30
9.70
8.56
6.19
9.43
Anel Sovtico
BL-P 26 (1)
Anlise
3
N
P2O5
5.367
6.853
ThO2
18.894
17.656
Y2O3
0.27
0.252
Ce2O3
56.852
55.825
Pr2O3
0.03
Nd2O3
0.758
0.817
Sm2O3
1.186
1.174
Eu2O3
0.025
Gd2O3
5.923
5.388
Dy2O3
0.339
0.394
Yb2O3
0.05
Lu2O3
0.117
CaO
0.496
0.686
BaO
0.137
0.114
SrO
0.007
SiO2
0.337
0.307
Al2O3
1.205
1.042
TiO2
0.472
0.45
Fe2O3
4.855
3.89
MgO
0.004
MnO
0.623
0.589
Na2O
0.026
0.02
K2O
0.003
0.006
PbO
0.35
0.303
ZrO2
0.092
0.139
UO2
0.296
0.355
Nb2O5
0.504
0.65
0.528
0.648
Cl
O=F
0.122
0.222
0.158
0.273
O=Cl
0.028
0.036
Total
99.67
97.91
O=F, Cl
0.25
0.31
La2O3
Total
99.42
97.60
Corrigido
Distribuio catinica na base de A
=1
A
Th
0.120
0.117
0.004
0.004
ETR
0.659
0.675
Ca
0.015
0.021
Ba
0.001
0.001
Sr
0.000
0.000
Si
0.009
0.009
Al
0.040
0.036
Ti
0.010
0.010
Fe
0.113
0.095
Mg
0.000
0.000
Mn
0.015
0.015
Na
0.001
0.001
0.000
0.000
Pb
0.003
0.002
Zr
0.001
0.002
0.002
0.002
Nb
0.006
0.009
1.794
1.900
Sum Cat#
O
Anel Sovtico
Amostra
BL-P 54 (4)
Anlise
SiO2
Al2O3
FeO (T)
CaO
Na2O
K2O
68.290
18.981
0.481
0.000
6.153
6.707
65.257
18.042
0.060
0.000
0.575
15.396
TOTAL
100.612
99.330
BL-P 63
(1)
3
BL-P 63
(3)
2
BL-P 65
(2)
2
BL-P 65
(3)
1
Anel Fentico NW
BL-P 66 BL-P 70 BL-P 74
(3)
(3)
(1)
2
4
5
64.888
17.349
0.464
0.000
0.269
15.948
65.831
16.978
0.260
0.000
0.197
14.948
64.273
17.819
0.041
0.000
0.144
16.432
64.273
17.938
0.365
0.000
0.139
16.347
66.527
17.990
0.130
0.000
0.121
15.972
65.811
17.504
0.174
0.000
0.265
15.665
64.630
18.081
0.039
0.044
1.373
14.271
67.890
17.044
0.104
0.000
0.335
15.692
98.918
98.214
98.709
99.062
100.740
99.419
98.438
101.065
BL-P 78
(2)
1
Min
12.08
3.93
12.08
3.92
12.11
3.82
12.27
3.73
12.05
3.94
12.01
3.95
12.14
3.86
12.17
3.82
12.04
3.96
12.32
3.64
SumCat#
16.00
16.00
15.93
16.00
15.98
15.96
16.00
15.99
16.00
15.96
Si
Al
Fe3+
Ca
Na
K
12.07
3.96
0.07
0.00
2.11
1.51
12.08
3.94
0.01
0.00
0.21
3.64
12.11
3.82
0.07
0.00
0.10
3.80
12.27
3.73
0.04
0.00
0.07
3.55
12.05
3.94
0.01
0.00
0.05
3.93
12.01
3.95
0.06
0.00
0.05
3.90
12.14
3.87
0.02
0.00
0.04
3.72
12.17
3.82
0.03
0.00
0.10
3.70
12.04
3.97
0.01
0.01
0.50
3.39
12.32
3.64
0.02
0.00
0.12
3.63
SumCat#
19.72
19.87
19.89
19.66
19.97
19.96
19.79
19.80
19.91
19.73
Mx
Med
Anlises representativas e sntese dos resultados analticos obtidos para clorites do anel sovtico
Amostra
Anlise
BL-P 28 (1)
1
BL-P 28(3)
BL-P 28(4)
SiO2
29.264
29.366
29.272
28.512
29.366
28.822
TiO2
Al2O3
Cr2O3
FeO
MnO
MgO
CaO
Na2O
K2O
ZnO
F
1.532
13.729
0.005
24.767
0.166
18.608
0.118
0.007
0.037
0.273
vest.
1.562
13.445
0.012
24.578
0.125
19.183
0.088
0.027
0.000
0.189
vest.
1.23
13.889
0.019
25.966
0.179
18.178
0.2
0.012
0.05
0.35
vest.
1.645
12.86
0.026
26.645
0.184
18.076
0.267
0.019
0.029
0.201
vest.
1.833
12.857
0.000
25.37
0.212
18.939
0.261
0.041
0.006
0.166
vest.
1.241
14.294
0.019
22.421
0.185
19.651
0.252
0.007
0.096
0.276
vest.
Total
88.506
88.575
89.345
88.464
89.051
87.264
3.056
3.067
3.057
2.977
3.067
3.010
Al
0.944
0.933
0.943
1.023
0.933
0.990
4.000
4.000
4.000
4.000
4.000
4.000
Alvi
Fe2+
Mn
Mg
Ca
Na
K
Zn
0.746
2.163
0.015
2.897
0.013
0.001
0.005
0.021
0.721
2.147
0.011
2.986
0.010
0.005
0.000
0.015
0.766
2.268
0.016
2.830
0.022
0.002
0.007
0.027
0.560
2.327
0.016
2.814
0.030
0.004
0.004
0.015
0.649
2.216
0.019
2.948
0.029
0.008
0.001
0.013
0.769
1.958
0.016
3.059
0.028
0.001
0.013
0.021
Total
5.861
5.895
5.938
5.771
5.883
5.867
iv
Total
A
SiO2
TiO2
Al2O3
Cr2O3
Fe2O3
MnO
MgO
CaO
Na2O
K2O
Anel Sovtico
BL-P 54
(5)
BL-P 54 (3)
1
3
N
54.857 55.091
3.762 2.536
0.286 0.347
0
0
28.897 26.130
0.678 0.083
2.679 2.212
3.686 1.481
12.141 13.406
0.005 0.009
Total
107.99 101.29
Amostra
Anlise
BL-P 55
(2)
BL-P 62
(2)
1
Anel Fentico
BL-P 68
BL-P 78
(1)
(2)
BL-P 63
(2)
3
BL-P 78
(1)
3
1
N
54.799
5.873
0.195
0
21.885
0.124
3.141
1.043
13.308
0.01
53.617
0.888
1.383
0.125
30.496
0
0.3
0.07
13.672
0.013
77.261
0.802
0.475
0
12.113
0.31
0.686
2.028
5.172
0.017
55.045
0.531
0.377
0
27.918
0.879
0.908
1.314
11.782
0.001
100.38
100.56
98.86
98.76
54.578 53.425
2.558 1.387
0.281 0.262
0 0.019
23.264 25.477
0.37 0.319
4.021 3.236
5.626 6.653
10.797 10.256
0 0.002
101.49 101.04 27
2.00
0.00
2.04
0.00
2.02
0.00
2.02
0.00
2.00
0.00
2.07
0.00
2.01
0.00
1.99
0.01
Sum Cat#
2.00
2.04
2.02
2.02
2.00
2.07
2.01
2.00
0.012
0.672
0.103
0.000
0.146
0.046
0.015
0.728
0.071
0.000
0.122
0.059
0.008
0.607
0.163
0.000
0.173
0.041
0.061
0.863
0.025
0.004
0.017
0.003
0.004
0.715
0.165
0.003
0.057
0.000
0.017
0.790
0.015
0.000
0.051
0.053
0.012
0.644
0.071
0.000
0.220
0.041
0.003
0.715
0.039
0.001
0.180
0.053
M1
Al VI
Fe3+
Ti
Cr
Mg
Ca
Min
52.272
0.181
0.079
0
17.540
0
0.3
0
6.071
0
Mx
60.313
6.204
3.25
0.125
30.903
0.879
4.021
6.653
13.768
2.406
Med
54.187
1.814
0.387
0.012
26.610
0.18
2.171
2.451
12.466
0.005
Mn2+
0.021
0.003
0.004
0.000
0.000
0.028
0.012
0.010
Sum Cat#
1.000
0.997
0.996
0.973
0.943
0.954
1.000
1.000
Li
0.038
0.002
0.031
0.015
0.055
0.117
0.042
0.046
Ca
Na
0.098
0.860
0.000
0.962
0.000
0.951
0.000
0.997
0.000
1.000
0.000
0.859
0.181
0.770
0.213
0.741
Sum Cat#
0.997
0.964
0.982
1.011
1.055
0.976
0.992
1.000
M2
Mdia
9.01
4.91
3.64
0.04
0.11
0.04
1.61
0.11
11.12
0.05
0.11
1.23
23.83
3.16
0.09
0.04
0.88
0.71
0.37
0.01
0.14
0.05
0.09
0.16
0.55
0.08
0.05
6.26
0.24
67.97
2.64
0.05
65.27
34.73
11.20
Sr
K
Mg
Sum A
B
Ta
Nb
Ce
La
Nd
Pr
Sm
Eu
Gd
Dy
Yb
Y
Zr
Th
U
Fe
Sum B
F
Cl
C
Sum
0.08
0.00
0.01
0.96
0.04
0.00
0.00
1.07
0.00
0.01
0.70
0.34
0.14
0.09
0.02
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.03
0.00
0.66
2.00
1.87
0.00
2.65
4.52
0.00
0.00
0.91
0.42
0.24
0.14
0.04
0.00
0.03
0.00
0.01
0.03
0.00
0.04
0.00
0.12
2.00
2.08
0.01
3.03
5.12
Sntese dos resultados analticos obtidos para intercrescimentos envolvendo flor-carbonatos de ETR e (hidr)xidos Fe
(%) em Peso de xidos; N - nmero de
anlises
Littipo
Calcio-carbonatito = anel sovtico
BLBLAmostra
P27(2)
P27(2)
Anlise
3
4
N
Min
Mx
CaO
6.849
7.705
6.85
18.43
Nd2O3
3.360
3.296
3.26
8.62
FeO
16.297
16.165
1.02
17.00
TiO2
0.161
0.031
0.00
0.16
P2O5
0.024
0.527
0.02
0.68
MnO
0.041
0.184
0.01
0.46
ThO2
1.149
0.911
0.40
2.63
La2O3
9.971
8.167
6.27
16.10
PbO
0.094
0.065
0.00
0.14
BaO
0.049
0.458
0.01
0.46
SrO
1.216
1.170
0.28
2.34
Ce2O3
20.719
17.379
16.63
33.35
Pr2O3
2.411
2.433
2.29
4.63
Nb2O5
0.118
0.060
0.01
0.12
Sm2O3
0.638
0.575
0.58
1.46
SiO2
1.558
1.355
0.09
1.88
MgO
0.054
0.846
0.01
5.77
Eu2O3
0.058
0.074
0.00
0.59
Gd2O3
0.550
0.264
0.12
0.96
Al2O3
0.070
0.067
0.03
0.49
UO2
0.050
0.011
0.01
0.11
F
6.056
4.237
3.48
8.95
Cl
0.057
0.066
15
0.03
0.32
Total
71.55
66.05
56.23
86.96
O=F
2.55
1.78
1.46
3.77
O=Cl
0.01
0.01
0.01
0.07
T corrigido
68.99
64.25
54.12
83.53
CO2 max
31.01
35.75
16.47
45.88
H2O max
4.44
9.55
1.10
29.89
Mdia
10.57
5.07
8.33
0.04
0.23
0.09
1.32
11.39
0.06
0.13
1.15
24.43
3.23
0.06
0.92
0.78
0.61
0.12
0.50
0.20
0.05
6.68
0.08
76.11
2.81
0.02
73.28
26.72
6.33
Sntese dos resultados analticos obtidos para intercrescimentos envolvendo flor-carbonatos de ETR e hidrxidos Mn e Ba
(%) em Peso de xidos; N - nmero de
anlises
Littipo
Calcio-carbonatito = anel sovtico
Amostra
BL-P53(2) BL-P53(2)
Anlise
4
5
N
Min
Mx
CaO
4.631
12.202
4.63
12.20
Nd2O3
2.334
6.652
2.33
6.65
FeO
3.886
0.832
0.83
3.89
TiO2
0.868
0.266
0.27
0.87
P2O5
0.041
0.241
0.04
0.24
MnO
40.320
11.657
11.66
40.32
ThO2
0.196
0.668
0.20
0.67
Ta2O5
0.092
0.09
0.09
Na2O
0.044
0.04
0.04
La2O3
2.934
7.369
2.93
7.37
BaO
9.460
1.354
1.35
9.46
SrO
0.096
0.268
0.10
0.27
Ce2O3
6.929
20.476
6.93
20.48
Pr2O3
0.719
3.270
0.72
3.27
Nb2O5
0.082
0.033
0.03
0.08
ZrO2
0.004
0.002
0.00
0.00
Sm2O3
0.320
0.956
0.32
0.96
SiO2
3.281
12.558
3.28
12.56
K2O
0.001
0.013
0.00
0.01
Dy2O3
5.165
5.17
5.17
MgO
0.192
0.183
0.18
0.19
Yb2O3
0.149
0.15
0.15
Eu2O3
0.373
0.172
0.17
0.37
Gd2O3
0.070
0.07
0.07
Al2O3
0.040
0.04
0.04
UO2
0.018
0.072
0.02
0.07
F
1.658
5.215
1.66
5.22
Cl
0.030
0.050
2
0.03
0.05
Total
83.77
84.67
83.77
84.67
O=F
0.70
2.20
0.70
2.20
O=Cl
0.01
0.01
0.01
0.01
T corrigido
83.07
82.46
82.46
83.07
CO2 max
16.93
17.54
16.93
17.54
H2O max
0.94
1.54
0.94
1.54
Mdia
8.42
4.49
2.36
0.57
0.14
25.99
0.43
0.09
0.04
5.15
5.41
0.18
13.70
1.99
0.06
0.00
0.64
7.92
0.01
5.17
0.19
0.15
0.27
0.07
0.04
0.05
3.44
0.04
84.22
1.45
0.01
82.76
17.24
1.24
Sntese dos resultados analticos obtidos para intercrescimentos envolvendo flor-carbonatos de ETR e witherite/barite
(%) em Peso de xidos; N - nmero de anlises
Calcio-carbonatito = anel
Littipo
sovtico
Amostra
BL-P39(1)
Anlise
14
CaO
FeO
TiO2
P2O5
ThO2
Na2O
BaO
SrO
Ce2O3
Nb2O5
PaO2
SiO2
K2O
MgO
Eu2O3
Al2O3
Lu2O3
F
Cl
Total
O=F
O=Cl
T corrigido
0.060
0.029
1.128
0.006
0.015
0.098
56.942
0.034
3.372
0.015
0.014
0.015
0.005
0.032
0.091
0.367
0.122
0.015
0.003
62.36
0.01
0.00
62.36
37.64
H2O max
13.65
Mdia
13.12
6.31
0.38
0.86
0.22
1.32
0.06
9.73
0.02
0.03
0.50
21.36
3.31
0.19
1.06
0.65
0.09
0.01
0.18
0.03
0.08
0.24
0.76
0.03
0.05
6.19
0.21
66.62
2.61
0.05
63.96
36.04
12.04
Sntese dos resultados analticos obtidos para intercrescimentos envolvendo flor-carbonatos de ETR, (hidr)xidos Fe e
carbonatos diversos (calcite, dolomite e anquerite)
(%) em Peso de xidos; N - nmero de
anlises
Littipo
Nucleo =Ferrocarbonatito
Amostra
BL-P43(8) BL-P43(8)
Anlise
5
15
N
Min
CaO
6.857
4.718
0.12
Nd2O3
4.107
9.008
0.24
FeO
21.025
1.222
0.33
TiO2
2.493
4.832
0.28
P2O5
10.570
6.408
0.22
MnO
0.369
0.079
0.00
ThO2
2.954
2.275
0.04
Ta2O5
0.000
0.170
0.00
Na2O
0.039
0.031
0.00
La2O3
4.902
6.230
0.00
PbO
0.084
0.070
0.00
BaO
0.435
0.452
0.00
SrO
2.079
2.842
0.09
Ce2O3
9.047
13.021
0.05
Pr2O3
1.305
1.493
0.00
Nb2O5
0.551
0.751
0.00
ZrO2
0.280
0.146
0.00
Sm2O3
0.686
0.639
0.00
Y2O3
0.254
1.851
0.00
SiO2
0.600
0.206
0.06
K2O
0.001
0.069
0.00
Dy2O3
0.683
0.346
0.00
MgO
11.569
1.271
0.08
Yb2O3
0.000
0.154
0.00
Eu2O3
0.021
0.545
0.00
Gd2O3
0.701
2.986
0.00
Al2O3
0.024
0.073
0.00
Lu2O3
0.000
0.183
0.00
UO2
0.000
0.203
0.00
F
0.315
1.055
0.00
Cl
0.069
0.096
17
0.01
Total
82.02
63.43
51.19
O=F
0.13
0.44
0.00
O=Cl
0.02
0.02
0.00
Total
81.87
62.96
50.94
corrigido
H2O max
18.13
37.04
10.23
CO2 max
18.13
37.04
10.22
Mx
30.56
9.73
38.13
22.46
18.75
1.57
6.89
0.93
0.13
6.23
0.17
0.57
2.84
45.88
1.49
6.27
0.60
1.64
1.85
2.11
0.10
1.93
22.02
0.19
0.78
3.57
0.53
0.42
0.21
1.54
0.19
89.92
0.65
0.04
Mdia
14.58
3.17
10.61
6.52
5.24
0.51
1.94
0.13
0.07
2.48
0.05
0.21
1.44
7.26
0.51
1.61
0.20
0.59
0.34
0.60
0.02
0.51
9.30
0.03
0.20
0.92
0.15
0.10
0.06
0.64
0.07
70.04
0.27
0.02
89.78
69.76
49.06
49.06
30.24
30.24
Anel Sovtico
Amostra
BL-P 28 (4)
Anlise
CaO
Na2O
P2O5
SrO
FeO
MnO
La2O3
Ce2O3
Nd2O3
F
Cl
OF
OCl
54.557
0.208
40.446
0.265
0.015
0.000
0.184
0.467
0.191
2.765
0.021
1.164
0.005
54.168
0.211
40.020
0.292
0.042
0.063
0.197
0.336
0.149
2.395
0.015
1.008
0.003
Anel Fentico NE
Anel Fentico SE
BL-P 31 BL-P 31 BL-P 31 BL-P 31 BL-P 32 BL-P 32 BL-P 51 BL-P 51 BL-P 51
(1)
(2)
(3)
(5)
(3)
(5)
(1)
(1)
(7)
9
3
1
2
3
1
10
6
2
N
53.924
0.204
41.578
0.466
0.029
0.031
0.036
0.13
0.092
3.527
0.004
1.485
0.001
54.587
0.172
41.984
0.457
0.000
0.049
0.079
0.184
0.093
3.23
0.023
1.360
0.005
54.341
0.224
41.936
0.445
0.014
0.070
0.111
0.168
0.108
3.248
0.009
1.368
0.002
54.841
0.158
42.333
0.655
0.008
0.010
0.093
0.295
0.196
4.809
0
2.025
0.000
54.742
0.160
42.056
0.377
0.007
0.000
0.017
0.285
0.096
3.724
0.007
1.568
0.002
54.375
0.213
41.687
0.397
0.052
0.029
0.053
0.221
0.142
3.342
0
1.407
0.000
54.417
0.079
41.931
0.365
0.008
0.006
0.161
0.398
0.239
2.688
0
1.132
0.000
Total
99.119 97.888
5 100.021 100.858 100.674 103.398 101.471 100.511 100.292
Corrigido
Distribuio catinica na base de 24 oxignios; Normalizao com base em 10 caties
Min
Mx
Med
53.953
0.136
41.780
0.404
0.000
0.034
0.204
0.53
0.255
1.907
0.001
0.803
0.000
54.268
0.131
41.839
0.371
0.000
0.039
0.195
0.539
0.19
2.069
0.01
0.871
0.002
51.284
0.038
38.457
0.219
0.000
0.000
0.000
0.06
0
1.534
0
0.646
0.000
55.090
0.448
42.687
0.866
2.640
0.087
0.233
0.589
0.305
4.809
0.032
2.025
0.007
54.375
0.175
41.693
0.399
0.022
0.015
0.113
0.2745
0.125
2.885
0.005
1.215
0.001
99.204
99.651
95.429
103.398 100.119
9.849
0.045
0.040
0.000
0.005
0.013
9.858
0.043
0.036
0.000
0.006
0.012
A
Ca
Na
Sr
Fe2+
Mn
La
9.852
0.068
0.026
0.002
0.000
0.011
9.845
0.069
0.029
0.006
0.009
0.012
9.862
0.068
0.046
0.004
0.004
0.002
9.870
0.056
0.045
0.000
0.007
0.005
9.847
0.073
0.044
0.002
0.010
0.007
9.847
0.051
0.064
0.001
0.001
0.006
9.885
0.052
0.037
0.001
0.000
0.001
9.854
0.070
0.039
0.007
0.004
0.003
9.887
0.026
0.036
0.001
0.001
0.010
88
Ce
0.029
0.021
0.008
0.011
0.010
0.018
0.018
0.014
0.025
0.033
0.033
Nd
0.011
0.009
0.006
0.006
0.007
0.012
0.006
0.009
0.014
0.016
0.012
5.771
5.747
6.008
5.998
6.004
6.006
6.001
5.969
6.019
6.026
6.005
SumCat#
15.771
15.747
16.008
15.998
16.004
16.006
16.001
15.969
16.019
16.026
16.005
X
F
Cl
OH
0.74
0.00
1.26
0.64
0.00
1.36
0.952
0.001
1.047
0.86
0.00
1.13
0.87
0.00
1.13
1.27
0.00
0.73
0.99
0.00
1.01
0.89
0.00
1.11
0.72
0.00
1.28
0.51
0.00
1.49
0.55
0.00
1.44
Total
2.000
2.000
2.000
2.000
2.000
2.000
2.000
2.000
2.000
2.000
2.000
Anlises representativas e sntese dos resultados analticos obtidos para fases do tipo rabdofanite
(%) em Peso de xidos; N - nmero de
anlises
Littipo
Amostra
Anlise
Mineral
Ncleo Ferro-carbonattico
BL-P 34 (1)
BL-P 43 (6)
1
Brockite
8
13
Rabdofanite-(Ce)
7
21
Rabdofanite-(Nd)
N
P2O5
ThO2
Y2O3
La2O3
Ce2O3
Pr2O3
Nd2O3
Sm2O3
Eu2O3
Gd2O3
Dy2O3
Yb2O3
Lu2O3
CaO
BaO
SrO
SiO2
Al2O3
TiO2
Fe2O3
MgO
MnO
Na2O
K2O
PbO
ZrO2
UO2
Nb2O5
Ta2O5
PaO2
F
Cl
H2O
O=F
O=Cl
Total
20.772
10.205
1.596
8.144
19.48
2.534
6.972
1.213
25.937
6.084
1.307
9.065
22.958
2.657
9.269
2.382
0.919
3.097
0.919
0.036
0
3.014
0.677
4.313
0.084
0
0.105
0.118
0.092
0.236
0.067
0.020
0.054
0.824
0.122
0
0
0
1.178
0.049
4.935
0.496
0.011
27.321
3.745
1.988
9.873
8.854
6.85
22.171
3.044
0.354
2.64
0
0
0
2.252
1.251
0.843
0.068
13.559
0.355
0.015
26.327
6.439
1.309
9.661
22.838
2.88
8.326
2.377
0.628
2.821
1.064
0.237
0.04
1.612
0.702
4.924
0.06
0
0
0.000
0.033
0.089
0.008
0.024
0.089
0.952
0.092
0.079
0.055
0
0.967
0.086
5.704
0.407
0.019
0.295
0.013
0.152
0.07
0.002
0.000
0.132
0.000
0.026
0.385
0.939
0.371
0.12
0
0.2
0.443
0.087
6.629
0.187
0.020
28.157
1.74
2.492
10.268
9.095
6.402
23.454
3.282
0.794
2.784
0.879
0.301
0.101
2.046
1.417
0.283
0.27
0.146
0.062
0.000
0.000
0.000
0.000
0.021
0.093
1.257
0
0
0
0.099
0.761
0.079
4.058
0.320
0.018
86.85
94.72
95.58
93.58
96.28
1.474
0.176
9.362
0.923
2.725
0.360
Min
Mx
Med
11.777
0.021
0
2.972
3.598
1.132
0.626
0.717
0
0.057
0
0
0
1.409
0.321
28.67
17.222
3.636
10.989
24.138
7.332
24.971
3.884
1.471
3.268
1.595
0.495
0.568
24.806
2.184
25.0295
5.8815
1.308
8.981
13.446
2.9375
8.536
2.2145
0.6345
2.056
0.624
0.021
0.054
2.784
0.8165
0
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.20
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.01
2.27
0.00
0.00
4.924
1.27
1.17
28.16
25.40
8.82
0.83
0.27
0.10
0.67
1.39
0.50
9.68
0.89
0.28
1.34
0.20
20.24
0.57
0.05
2.516
0.22
0.11
0.10
0.17
0.07
0.20
0.04
0.02
0.08
0.80
0.10
0.04
0.00
0.00
0.78
0.09
8.24
0.33
0.02
80.27
100.24
92.20
O=F, Cl
Total Corrigido
0.37
86.48
0.43
94.29
0.51
95.08
0.21
93.37
0.34
95.94
0.078
0.056
0.050
0.033
0.015
Y
ETR
Ca
Ba
Sr
Al
Ti
Fe
Mg
Mn
Na
K
Pb
Zr
U
Nb
Ta
Pa
0.028
0.485
0.335
0.012
0.053
0
0
0.009
0
0
0.00
0.00
0
0
0
0
0
0
0.027
0.703
0.066
0.011
0.109
0
0
0.000
0.002
0.003
0.00
0.00
0.001
0.018
0.001
0.001
0.001
0
0.025
0.668
0.117
0.010
0.090
0
0.003
0.003
0.005
0.007
0.00
0.00
0.001
0.015
0.001
0
0
0
0.042
0.760
0.095
0.019
0.007
0.007
0.002
0.000
0.000
0.004
0.000
0.001
0.004
0.018
0.003
0.002
0
0.002
0.051
0.788
0.084
0.021
0.006
0.007
0.002
0.000
0
0
0.00
0.00
0.001
0.023
0
0
0
0.001
Sum Cat#
Si
P
0
0.588
0.002
0.854
0.003
0.793
0.001
0.909
0.010
0.913
Sum Cat#
0.588
0.857
0.797
0.909
0.924
50
0.01
79.89
0.58
100.21
0.35
91.90
0.16
0.1
76.56
17.23
0.19
0.54
0.37
0.27
0.19
0.03
4.37
100.01
Anexo 4
Linhas de isoconcentrao em Fe2O3(T), MnO, Nb2O5, BaO, ZnO, PbO, REO, REO*, HREE (ETR pesados), Y2O3, LREE (ETR leves), Ce2O3 e La2O3 para o domnio central do
Complexo Carbonattico de Bailundo tomando como referncia a distribuio espacial das amostras analisadas (pontos a vermelho numerados; a numerao corresponde referncia
da amostragem realizada pela Genius Mineira, excluindo o acrnimo BL-P). Valores de concentrao em wt%.
Projeco dos exemplares analisados (srie [Bailundo_09]) e seus congneres no conjunto dos diagramas discriminantes
atendendo s caractersticas litogeoqumicas reportadas por outros autores (srie [Bailundo_bibliografia]).
CO2
100
CaO
100
Bailundo_09
Bailundo
50
50
50
50
100
SiO2-2.5Al2O3
100
100
50
Al2O3+Na2O+K2O
CO2
100
100
MgO
50
FeO(t)+MnO
CO2
100
Bailundo_09
Bailundo
50
50
50
50
100
100
100
P2O5
50
SiO2
CO2
100
100
F-(0.1P2O5)
50
SiO2
CO2
100
Bailundo_09
Bailundo
50
50
50
50
100
Tr2O3
100
50
SiO2
100
BaO+SrO
100
50
SiO2
TR2O3
BaO+SrO+CaO+MgO
Bailundo_09
Bailundo
FeO(T)
Nb2O5+TiO2
Projeco de exemplares tidos como representativos de vrios complexos carbonatticos angolanos no conjunto dos
diagramas discriminantes.
CO2
100
10
90
20
80
30
70
60
50
40
30
60
70
70
30
80
80
20
70
60
50
40
30
20
90
70
60
50
40
Monte Verde
Bailundo
Logonjo
Coola
Tchivira-Bonga
Lupongola
Virulundo
30
20
20
90
80
70
60
100
100
100 90
F-(0.1P2O5)
80
70
60
30
20
Monte Verde
Bailundo
Logonjo
Coola
Tchivira-Bonga
Lupongola
Virulundo
60
70
80
20
10
40
30
20
50
60
70
80
50
40
30
100
50
30
100
10
90
20
80
30
70
40
20
90
60
40
SiO2
50
10
70
50
60
80
10
FeO(t)+MnO
CO2
60
90
20
CO2
100
10
90
20
80
30
70
40
60
50
50
60
40
70
30
80
CO2
100
TR2O3
30
90
10
100
10
90
20
80
30
70
40
40
40
10
SiO2
50
50
90
80
100
MgO
10
Al2O3+Na2O+K2O
100
P2O5
100
100
80
CO2
100
10
90
20
80
30
70
40
60
50
50
60
40
70
30
80
90
10
100 90
SiO2-2.5Al2O3
10
90
10
20
Bailundo
Coola
Logonjo
Lupongola
Monte Verde
Tchivira-Bonga
Virulundo
40
50
20
CaO
100
10
90
20
80
30
70
40
60
50
50
60
40
10
SiO2
90
10
100
BaO+SrO
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
SiO2
TR2O3
Monte Verde
Bailundo
Logonjo
Coola
Tchivira-Bonga
Lupongola
Virulundo
TiO2+Nb2O5
Projeco de exemplares tidos como representativos de vrios complexos carbonatticos brasileiros no conjunto dos
diagramas discriminantes.
CO2
100
Angico Dias
Varela-Lages
Seis Lagos
Catalo I
Catalo II
Arax
Tapira
Juqui
Jacupiranga
Mato Preto II
Itapirapu
50
50
CaO
100
SiO2 - 2.5Al2O3
MgO
FeO(T) + MnO
CO2
CO2
100
75
50
Varela-Lages
Seis Lagos
Angico Dias
Arax
Tapira
100
50
50
25
100
P2O5
100
F-(0.1P2O5)
SiO2
50
SiO2
CO2
CO2
100
Seis Lagos
Angico Dias
Arax
Tapira
100
50
50
50
10
100
Tr2O3
50
SiO2
BaO + SrO
SiO2
Tr2O3
Seis Lagos
Arax
Juqui
Jacupiranga
Itapirapu
Angico Dias
Nb2O5+TiO2
Bailundo_09
Bailundo
Bailundo_09
Bailundo
Tr2O3
Bailundo_09
Bailundo
Nb2O5+TiO2
Bailundo_09
Bailundo
Bailundo_09
Bailundo
TR2O3
Bailundo_09
Bailundo
Nb2O5+TiO2
Anexo 5
coordenadas
x
y
603502.23
8656702
603483.99 8656657.2
603463.86 8656612.9
603441.07 8656567.9
603424.74 8656522.3
603409.39
8656477
603394.38 8656427.6
603378.4 8656384.1
603364.11 8656333.8
603347.03 8656288.9
603327.6 8656243.4
603313.5 8656207.2
603294.83 8656161.3
603275.25 8656115.6
603257.11 8656070.5
603234.88 8656025.1
603213.27 8655978.8
604017.7
8656971
603998.87 8656922.8
603979.57 8656874.6
603966.4 8656823.4
603947.95 8656773.5
603933.07 8656725.3
603917.45 8656676.3
603902.8 8656630.6
603885.81 8656583.5
603865.56 8656537.5
603848.17 8656490.6
603833.19 8656446.2
603814.86 8656399.2
603797.71
8656353
603781.31 8656307.7
603759.8 8656258.6
603745.67 8656208.9
603728.48 8656161.6
603713.04 8656114.5
603694.48 8656068.3
603675.16 8656022.5
603659.71 8655972.2
603642.36
8655933
603623.5 8655885.8
603606.91
8655838
604063.58 8657079.4
604035.81 8657036.7
604009.06 8656990.7
603981.66 8656948.6
603958.07 8656903.1
Th (ppm)
1571.93
2050.16
2682.82
1924.4
1722.75
1585.11
1644.03
2237.23
2304.62
1021.49
1857.78
1338.11
1002.25
1352.04
1153.87
889.61
761.13
1474.16
1752.44
2157.69
2518.92
1413.66
972.22
925.97
829.67
1042.66
1279.54
1603.79
815.33
1462.88
1044.22
1502.75
1500.62
1479.09
976.32
1215.91
1308.15
1189.33
1263.81
1463.32
1376.91
888.84
907.64
1096.7
1188.86
Pb (ppm)
906.66
969.16
1115.98
1308.9
1427.19
764.05
882.67
1505.29
1734.28
1166.85
1992.64
1413.2
1361.31
1482.38
1226.78
598.15
625.61
449.83
678.35
667.91
1047.69
765.73
772.74
475.25
633.66
921.23
1323.24
902.74
669.8
996.53
784.55
1275.41
1640.05
1310.67
1271.69
1705.18
1791.49
1505.64
1948.63
1523.43
1133.05
837.47
607.48
280.7
1127.7
423.78
concentraes
Zn (ppm) Fe %
1430.2 25.045509
1636.08 22.316013
1841.92 48.228722
1344.5 65.643213
1086.36 37.615588
902.38 55.075806
982.99 57.365563
2065.33 73.379375
2361.87 45.354006
1788.94 39.006275
2985.73 27.046281
2092.04 58.345269
3234.36 45.528263
1628.25 24.976881
1484.9 65.859938
665.8 62.822563
695.49 37.485481
966.93 66.125488
820.3 33.141769
921.33 55.224006
1084.46 28.449784
1482.85 40.727731
2077.94 58.495319
1962.77 57.632094
1330.23 80.437975
1698.78 42.460384
1956.72 37.513528
940.55 60.083975
742.05 83.782888
1315.11 55.822469
1114.57 27.425531
1454.03 52.130972
1818.89 39.071531
3034.29 28.788619
1899.03 38.433228
2011.24 42.614784
2458.33 56.696575
2573.44 48.365653
3982.01 39.902394
2160.16 51.894903
1351.48 31.141169
736.94 36.762366
1041.43 53.940756
898.37 45.051609
475.57 22.622778
47.835097
414.32 32.373247
Mn %
2.065388
1.647285
4.625816
3.659093
0.566353
2.734698
3.919985
5.801643
4.612574
3.512118
1.638471
3.617081
2.307645
2.757981
6.364646
4.879875
2.866366
4.016348
2.716836
6.380459
4.080482
5.28748
9.286032
5.239474
6.153942
3.78102
2.595559
3.980079
5.512334
5.025472
2.610777
5.722597
4.586564
3.264729
4.125269
4.574214
5.756701
1.903672
1.596047
2.610419
2.196183
1.419871
2.307718
1.590425
1.06172
1.857548
1.330052
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
603929.22
603902.59
603882.46
603846.55
603810.86
603762.33
603731.5
603695.53
603674.68
603655.14
603636.73
603618.73
603595.21
603577.5
603554.36
603534.59
603514.89
603492.11
603473.38
603454.02
603435.08
603413.8
603393.2
603759.65
603832.34
603881.58
603925.12
603953.41
603967.48
603992.93
604016.57
604040.33
604061.49
604077.44
604093.33
604108.97
604125.19
604144.41
604168.24
604181.14
604198.57
603494.51
603537.38
603563.51
603598.45
603623.73
603647.08
603655.62
603636.65
603636.04
603632.33
603623.7
8656859
8656819.5
8656777.5
8656744.8
8656710.9
8656662
8656629.9
8656591
8656546.2
8656500.4
8656455.3
8656410.4
8656361.4
8656319
8656272
8656225.4
8656180.9
8656135.7
8656092.3
8656046.9
8656002.1
8655957.2
8655913.3
8656198.7
8656199.5
8656219.4
8656254.2
8656297.9
8656345.8
8656389.2
8656433.3
8656483.3
8656530.9
8656577.4
8656625.4
8656673
8656721.6
8656768.9
8656815.8
8656858.4
8656907.4
8656766.2
8656798.4
8656842.8
8656890.7
8656934.7
8656981.1
8657030.6
8657075.8
8657126.9
8657177
8657225.9
1265.1
927.47
591.2
860.03
647.08
721.4
1255.68
404.99
606.3
435.34
901.02
454.49
456.26
710.4
698
689.32
1636.56
1829.09
1187.19
770.49
1186.15
1183.85
699.9
1001.25
2118.92
1938.56
1908.81
1169.23
1511.71
1039.83
1596.07
2292.79
1536.52
1134.38
1254.82
1037.34
1115.18
1315.39
1243.25
1184.11
840.67
1110.75
1287.43
929.84
1132.96
1321.64
1583.58
1296.56
1512.66
2163.8
1623.36
1381.82
1073.21
837.57
1386.94
957.85
1679.18
1122.08
1032.15
1017.15
1193.1
2089.78
2531.25
1231.38
1310.23
1190.7
1131.02
866.7
737.72
542.68
1029.04
1101.21
1754.65
2331.32
2217.32
1267.37
1130.57
784.38
893.41
1447.68
1241.47
1223.29
972.93
1108.95
991.98
904.07
1316.94
1127.68
943.82
614.63
887.85
1131.04
724.52
1018.51
818.48
624.57
1012.77
669.16
829.58
677.82
831.18
808.58
627.03
876.42
1256.68
617.62
372.59
549.28
1247.51
729.63
561.56
569.47
1013.42
1569.87
2034.69
2826.29
2899.22
1896.41
1335.63
987.47
1186.62
3029.84
2657.55
2633.18
2174.55
2348.67
2058.05
1525.43
2256.58
2185.35
1405
932.88
1455.1
1816.32
1503
2159.65
2041.67
1397.83
1959.51
1202.34
1312.29
1152.38
1614.26
2109.98
1096.82
1070.85
1036.21
1065.43
1659.35
1608
65.640838
74.433794
78.298344
2.691422
3.337284
3.670194
22.457309
0.830737
35.3085
22.545591
24.295477
65.240206
38.211969
26.238247
23.586148
21.913955
1.756336
1.00618
1.255715
8.944947
2.030679
1.04868
0.920125
1.062007
23.813928
22.704816
24.975402
54.512194
55.601225
50.809969
53.886656
34.84145
56.883919
33.942644
27.263547
59.127363
56.911813
40.668278
16.333906
27.933078
9.395662
20.737138
47.872972
34.2955
40.298534
63.703869
72.762844
56.123075
70.699119
47.956434
43.072209
50.491378
39.591934
35.343231
60.151963
31.0932
33.379291
37.847291
50.662978
28.132875
82.407544
1.722051
1.799235
2.983954
2.431872
2.38654
4.525665
4.67643
3.038988
3.634887
2.456312
1.641522
4.773959
2.988558
2.479534
0.961399
0.928013
0.290069
1.246218
2.721788
2.001445
1.882382
2.848241
3.962983
2.431636
2.867752
1.742086
2.032835
3.35116
2.59488
2.685958
4.005289
1.836962
2.0648
2.436364
3.326233
0.731999
2.02392
100
101
102
103
104
105
106
107
603606.29
603588.48
603579.67
603563.04
603549.34
603533.28
603514.1
603492.83
8657273.1
8657321.3
8657373.9
8657420
8657469
8657518.7
8657565.3
8657612.5
1581.77
1509.23
1690.19
1577.32
1783.66
1241.76
1174.38
843.23
741.15
596.08
599.45
290.97
412.38
353.53
440.74
1839.53
1267.5
671.46
685.35
1382.34
891.63
1016.23
68.916919
27.544359
48.111847
30.284031
40.939178
62.7002
65.010638
52.49405
2.71248
0.96132
2.205982
0.9912
1.778534
3.908626
4.628436
3.846529
Fe
Mn
Column C
Direction: -120.0 Tolerance: 20.0
Column C
Direction: 50.0 Tolerance: 30.0
350
300
250
Variogram
Variogram
200
150
100
50
100
200
300
400
500
100
200
600
300
400
500
600
Lag Distance
Lag Distance
Th
Zn
Column C
Direction: -120.0 Tolerance: 30.0
Column C
Direction: -10.0 Tolerance: 20.0
600000
300000
500000
250000
200000
Variogram
Variogram
400000
300000
150000
200000
100000
100000
50000
0
0
100
200
300
Lag Distance
400
500
600
100
200
300
Lag Distance
400
500
600
Espectros multifractais f() para as distribuies de concentrao em Fe, Mn, Zn, Pb e Th.
Mn
Fe
2.6
2.4
2.4
2.2
2.2
1.8
1.6
1.8
f ()
f ()
1.6
1.4
1.2
1.4
1.2
0.8
0.6
0.8
0.4
2.2
2.3
2.4
2.5
Zn
2.6
2.7
2.8
2.9
2
1.8
1.6
1.4
1.2
1
0.8
0.6
0.4
0.2
2.5
2.6
2.7
2.8
Th
2.9
3.1
3.2
3.3
3.35
3.4
()
2
1.9
1.8
1.7
f ()
1.6
1.5
1.4
1.3
2.95
3.05
3.1
3.15
()
2.2
2.4
2.6
2.8
()
()
2.2
f ()
3.2
3.25
3.3
3.2
3.4
3.6
3.8
Log rea versus log concentrao; Fe (25 iteraes), Mn (20 iteraes), Zn (30 iteraes), Pb (30 iteraes) e Th (30
iteraes).
Fe
Mn
Zn
Pb
Th
Distribuio dos valores de concentrao em Fe, Mn, Zn e Pb ao longo dos quatro perfis de amostragem e respectiva comparao com os fundos regionais (FR) e locais (FL).
p1
p1
4500
p2
p2
4000
p3
3500
p4
p4
FR
FR
2000
FL
2500
Pb (ppm)
Zn (ppm)
3000
p3
2500
2000
1500
1000
1500
500
1000
500
0
#1
0
#1
#5
#9
#13
#17
#21
#25
#29
#5
#9
#13
#17
#21
#25
#29
#33
#33
p1
100
p1
10
p2
p2
p3
p3
80
p4
p4
FR
FR
6
FL
Fe %
Mn %
60
40
20
0
#1
#5
#9
#13
#17
#21
#25
#29
#33
#1
#5
#9
#13
#17
#21
#25
#29
#33
Sobreposio dos mapas de anomalias de concentrao em Fe, Mn, Pb, Zn e Th ao mapa geolgico.
Distribuio dos valores de concentrao (ppm) em Fe, Mn, Pb e Zn ao longo do perfil 1 e anlise das correlaes lineares Fe vs Mn e Pb vs Zn.
Perfil 1
Perfil 1
Fe
Pb
Zn
Mn
3500
1000000
3000
2500
ppm
ppm
100000
10000
2000
1500
1000
500
1000
#1
#5
#9
#13
#17
#21
#25
#29
#1
#5
#9
70000
3500
60000
3000
50000
2500
40000
2000
30000
#17
#21
#25
#29
#33
y = 0.9435x + 590.34
R2 = 0.4128
1500
20000
1000
10000
500
#13
y = 0.058x + 2298.7
R2 = 0.4294
Zn
Mn
#33
0
0
100000
200000
300000
400000
500000
Fe
600000
700000
800000
900000
500
1000
1500
Pb
2000
2500
Distribuio dos valores de concentrao (ppm) em Fe, Mn, Pb e Zn ao longo do perfil 2 e anlise das correlaes lineares Fe vs Mn e Pb vs Zn.
Perfil 2
Fe
Perfil 2
Pb
Mn
Zn
1000000
3500
3000
100000
ppm
2500
2000
1500
10000
1000
500
0
1000
#1
#5
#9
#13
#17
#21
#25
#29
#1
#33
#9
# 13
# 17
# 21
# 25
# 29
y = 0.0614x - 965.86
R2 = 0.4055
100000
90000
80000
70000
60000
# 33
y = 1.05x + 306.4
R2 = 0.7417
3500
3000
2500
Zn
Mn
#5
50000
40000
30000
20000
10000
0
2000
1500
1000
500
0
100000
200000
300000
400000
500000
Fe
600000
700000
800000
900000
500
1000
1500
Pb
2000
2500
Distribuio dos valores de concentrao (ppm) em Fe, Mn, Pb e Zn ao longo do perfil 3 e anlise das correlaes lineares Fe vs Mn e Pb vs Zn.
Perfil 3
Perfil 3
Fe
Pb
Mn
Zn
1000000
4500
4000
3500
3000
ppm
ppm
100000
2500
2000
1500
10000
1000
500
0
1000
#1
#5
#9
#13
#17
#21
#25
#29
#1
#33
#9
#13
#17
#21
y = 0.0674x + 9613.1
R2 = 0.3162
100000
4500
90000
4000
80000
70000
3500
#25
#29
#33
y = 1.3146x + 254.37
R2 = 0.5232
3000
Zn
60000
Mn
#5
50000
40000
2500
2000
30000
20000
1500
10000
500
1000
0
0
100000
200000
300000
400000
500000
Fe
600000
700000
800000
900000
500
1000
1500
Pb
2000
2500
Distribuio dos valores de concentrao (ppm) em Fe, Mn, Pb e Zn ao longo do perfil 4 e anlise das correlaes lineares Fe vs Mn e Pb vs Zn.
Perfil 4
Perfil 4
Fe
Pb
Mn
Zn
3500
3000
1000000
ppm
2500
ppm
100000
2000
1500
1000
10000
500
0
1000
#1
#5
#9
#13
#17
#21
#25
#29
#1
#33
#5
#9
#13
#17
#21
#25
y = 0.0515x + 866.68
3500
50000
3000
2500
Zn
40000
Mn
#33
y = 2.0347x - 72.797
R2 = 0.7536
R2 = 0.7189
60000
#29
30000
20000
2000
1500
1000
10000
500
0
0
0
100000
200000
300000
400000
Fe
500000
600000
700000
800000
200
400
600
800
Pb
1000
1200
1400
1600
Anexo 6
Distribuio dos campos composicionais admitidos por complexos carbonatticos angolanos e brasileiros no conjunto dos
diagramas discriminantes.
Bailundo_09
Bailundo
Fe
8657600
8657400
8657200
8657000
8656800
80
8656600
75
8656400
70
8657600
8656200
65
8657400
8656000
60
Mn
8657200
603400
8657000
9
8.5
8656800
8
7.5
8656600
7
6.5
8656400
6
5.5
5
8656200
4.5
4
8656000
3.5
3
603400
603600
603800
604000
603600
603800
604000
55
Zn
8657600
8657400
8657200
8657000
3800
3600
8656800
3400
8656600
3200
3000
8656400
2800
8656200
Pb
2600
8657600
8656000
2400
2200
8657400
603400
603600
603800
604000
2100
2000
8657200
1900
1800
8657000
1700
1600
8656800
1500
1400
8656600
1300
1200
1100
8656400
1000
8656200
8656000
603400
603600
603800
604000
8657600
8657400
8657200
8657000
2700
2600
8656800
2500
2400
2300
8656600
2200
2100
8656400
2000
1900
8656200
1800
1700
1600
8656000
1500
1400
603400
603600
603800
604000