Dissertação Modelo 3D de Depositos Minerais
Dissertação Modelo 3D de Depositos Minerais
Dissertação Modelo 3D de Depositos Minerais
LICENCIADA
Júri:
Presidente: Doutor Joaquim António dos Reis Silva Simão, Prof. Auxiliar – FCT/UNL
Vogais: Doutora Sofia Verónica Trindade Barbosa, Prof. Auxiliar convidada – FCT/UNL
Setembro 2013
MODELAÇÃO 3D DE TEORES DE DEPÓSITOS MINERAIS CONDICIONADOS POR TIPOS DE
i
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho só foi conseguida com o apoio e dedicação de muitas pessoas, às
quais gostaria de agradecer:
À empresa Midland Valley pelo contrato educacional do software MOVE com a FCT/UNL.
Aos meus colegas e amigos, pelo apoio e incentivo. Um especial obrigado à Catarina pela
solidariedade e gargalhadas.
À minha família, pelo constante interesse na minha vida académica e força que me
transmitiram. Aos meus pais, que sempre fizeram os possíveis e impossíveis para que podesse
seguir os meus sonhos e por me ouvirem falar de temas e problemas nestes últimos meses,
sem nada entenderem do assunto e, mesmo assim, proporem soluções relativamente válidas.
iii
RESUMO
Os depósitos minerais metálicos do jazigo de Neves-Corvo são caracterizados pela presença
de mineralizações com os teores mais elevados em cobre e estanho de toda a Faixa Piritosa
Ibérica. A distribuição espacial dos teores mostra forte zonalidade e segregação metálica,
nomeadamente, nas mineralizações do tipo maciço e fissural.
Este trabalho tem como objectivo a proposta e experimentação de uma metodologia destinada
à construção de um modelo 3D de teores em metais para o depósito mineral do Zambujal,
minas de Neves-Corvo, condicional às mineralizações do tipo maciço e fissural. A
metodologia tem aspectos inovadores na articulação das etapas. Os dados foram fornecidos
pela empresa que explora as minas a Lundin-Mining.
Os resultados obtidos foram validados por comparação das reservas de metal, calculadas com
base em médias de sondagens e os obtidos pela simulação.
v
ABSTRACT
The metallic mineral deposits of Neves-Corvo are characterized by the presence of ores with
the higher levels of copper and tin of all the Iberian Pyrite Belt. The spatial distribution of
grades shows strong zonality and metal segregation, particularly in the massive and fissure
ore types.
This work aims the proposal and testing of a methodology for the construction of a 3D model
of metal grades for the mineral deposit of Zambujal, Neves-Corvo mines conditional to the
massive and fissure ores. The methodology has innovative features in the articulation of the
steps. Data were provided by the mining company Lundin-Mining.
The work includes three main steps. At the first step proceeds to construct a 3D geometric
model of the surrounding deposit and main types of mineralization (massive and fissure) from
the representation of polls in profiles, design limits and interpolating surfaces from profiles.
The geometric model vector is converted to a block model. In the second step proceeds to the
sequential indicator simulation (SIS) of the mineralizations and host rock conditional on the
originals data from surveys and the regional proportions of the mineralization type (massive
and fissure beyond the host rock) in the two regions defined in the first model. Finally, the
last step is carried out in the modelling of copper and zinc content by sequential direct
simulation (SDS) conditional by local histograms.
The results were validated by comparison of metal reserves, calculated based on averages of
polls and the ones obtained by simulation.
vii
Índice Geral
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
ix
ÍNDICE GERAL
x
Índice de Figuras
Figura 1.1 Vista em planta dos depósitos de Neves-Corvo e configuração da zonalidade
metálica . ............................................................................................................................. 2
Figura 2.3 Ilustração de uma simulação condicional de teores por DSS com histogramas
locais (a) imagem binária, onde a azul ocorrem os teores baixos e a vermelho os teores
altos (b) e (c) duas imagens simuladas; (d) imagem média das simulações. .................... 10
Figura 3.2 Localização dos centros mineiros mais importantes da Faixa Piritosa Ibérica ...... 18
Figura 3.4 Localização dos depósitos e tipos de mineralizações do jazigo de Neves Corvo, em
planta ................................................................................................................................ 23
Figura 4.1 Box-plots do cobre para os 10 tipos de minério presentes no depósito do Zambujal.
........................................................................................................................................... 31
Figura 4.2 Box-plots do zinco para os 10 tipos de minério presentes no depósito do Zambujal.
........................................................................................................................................... 31
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 4.13 Representação da morfologia dos corpos geológicos sobre o modelo de blocos,
com a região I (maciço) a vermelho e a região II (fissural) a verde, e sobreposição das
sondagens. ......................................................................................................................... 40
Figura 4.14 Variogramas experimentais ajustados ao modelo esférico, com duas estruturas,
para a rocha encaixante (ESC). ......................................................................................... 42
Figura 4.15 Variogramas experimentais ajustados ao modelo esférico, com duas estruturas,
para a mineralização do tipo Fissural. ............................................................................... 43
Figura 4.16 Variogramas experimentais ajustados ao modelo esférico, com uma estrutura,
para a mineralização do tipo Maciço. ............................................................................... 44
xii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 4.25 Variograma experimental omnidireccional do cobre ajustado à soma dois modelos
de tipo esférico .................................................................................................................. 51
Figura 4.26 Variograma experimental omnidireccional do zinco ajustado à soma dois modelos
de tipo esférico .................................................................................................................. 51
Figura 4.27 Representação em perfil (secção a 61 m), com respectivas legendas, relativamente
aos teores de Cu. ............................................................................................................... 52
Figura 4.29 Representação em perfil (secção a 61 m), com respectivas legendas, relativamente
aos teores de Zn. ............................................................................................................... 54
Figura 4.30 Representação em perfil (secção a 41 m), com respectivas legendas, relativamente
aos teores de Zn. ............................................................................................................... 55
Figura 4.31 Representação comparativa em perfil das imagens simuladas dos tipos de minério
e teores em cobre e zinco. ................................................................................................. 57
Figura 4.32 Curvas cumulativas condicionais para o cobre por tipo de minério. .................... 58
xiii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 4.33 Curvas cumulativas condicionais para o zinco por tipo de minério. .................... 58
Figura 4.36 Análise univariada para a densidade da rocha encaixante (ESC). ........................ 62
Figura 4.37 Análise univariada para a densidade das mineralizações do tipo fissural (F). ..... 62
Figura 4.38 Análise univariada para a densidade das mineralizações do tipo maciço (M). .... 62
xiv
Índice de Tabelas
Tabela 1.1 – Tipos de mineralizações e minério, com respectivos teores de corte (cut-off).
Adaptado de Pacheco et al., 1998. ...................................................................................... 2
Tabela 4.4 – Probabilidades a priori para os vários tipos de minério por região do modelo. . 40
Tabela 4.5 – Tabela discriminativa das probabilidades a priori construídas com base nos
dados experimentais e os calculados como resultado das simulações. ............................. 47
Tabela 4.6 – Tabela comparativa de valores médios de cobre e zinco calculados com os dados
experimentais e com os resultados da simulação. ............................................................. 61
Tabela 4.7 – Síntese das reservas em minério e metal para o cobre no depósito mineral do
Zambujal. .......................................................................................................................... 63
Tabela 4.8 – Síntese das reservas em minério e metal para o zinco no depósito mineral do
Zambujal. .......................................................................................................................... 63
xv
1. INTRODUÇÃO
1
CAPÍTULO 1
Figura 1.1 Vista em planta dos depósitos de Neves-Corvo e configuração da zonalidade metálica (fonte:
Carvalho & Ferreira, 1994).
Tabela 1.1 – Tipos de mineralizações e minério, com respectivos teores de corte (cut-off). Adaptado de Pacheco
et al., 1998.
R – Rubané
Cobre > 10% Cu MS
M - Sulfureto Maciço Estanho > 1% Sn RT/MT/FT
F – Fissural
Cobre > 2% Cu
RC/MC/FC
C- Cobre e < 1% Sn
T – Estanho
Zinco > 3,3% Zn RZ/MZ/FZ
S- Cobre e Estanho
2
1. INTRODUÇÃO
Para simplificar e seguir a organização conferida aos dados originais, optou-se por atribuir
alguns códigos a determinadas designações (tipos de minérios). Os códigos usados nas
páginas seguintes encontram-se sintetizados na Tabela 1.2.
Tipo de Minério
Código Descrição
5C (MCZ) Maciço de cobre e zinco
5Z (MZP) Maciço de zinco e chumbo
ESC Encaixante (Grauvaque e Xistos)
FC Fissural de cobre
FE Fissural estéril
FZ Fissural de zinco
MC Maciço de cobre
ME Maciço estéril
MP Maciço de chumbo
MZ Maciço de zinco
O capítulo três engloba o enquadramento geológico, com a descrição mais detalhada das
sequências geológicas da região em estudo, bem como uma introdução às mineralizações e
tipos de minério do jazigo de Neves-Corvo e, principalmente, aos tipos de minérios que se
identificaram na massa do Zambujal.
O capítulo quatro, dedicado ao caso de estudo propriamente dito, inicia-se com a descrição
dos dados originais e os estudos estatísticos iniciais a que estes dados estiveram sujeitos para
um melhor entendimento do que esperar da modelação. Ainda neste capítulo encontra-se a
descrição do procedimento da modelação dividido em três grandes etapas: o modelo
determinista dos tipos de minério (com divisão de duas grandes regiões - maciço e fissural), o
modelo estocástico dos tipos de minério e o modelo dos teores em cobre e zinco, bem como a
3
CAPÍTULO 1
descrição das ferramentas utilizadas para a obtenção dos resultados e as imagens finais.
Apresenta-se a interpretação dos resultados bem como uma breve crítica da metodologia
utilizada do ponto de vista dos resultados e o cálculo de reservas para o depósito mineral em
estudo.
4
2. METODOLOGIA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS
A geoestatística tem sofrido várias fases de evolução dependendo dos diferentes domínios
da sua aplicação. A segunda grande evolução esteve associada ao campo de estudo do
ambiente, durante o final dos anos 70 e o início dos anos 80 do século passado (Soares,
2006).
5
CAPÍTULO 2
2.2 METODOLOGIA
O trabalho experimental iniciou-se com a análise estatística dos dados cedidos pela
Lundin-Mining, para estudar os elementos mais representativos e a sua localização.
Assim, realizou-se uma análise estatística univariada para os 14 elementos químicos
identificados pelas sondagens (Cu, Pb, Zn, S, Fe, Ag, Hg, Sn, As, Sb, Bi, Au, Se, In),
6
2. METODOLOGIA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS
7
CAPÍTULO 2
De seguida criou-se uma malha de blocos regulares que envolve todo o volume do
depósito do Zambujal. A malha tem as dimensões aproximadas de 600 m na direcção do
eixo X, 610 m no eixo Y e 360 m de espessura (eixo Z), com dimensão unitária de 5 x 5 x
5 m (ou 125 m3). O final desta etapa consistiu na transformação do modelo morfológico
vectorial numa estrutura matricial a que foram atribuídos os códigos 1, 2 e nodata.
Na terceira e última etapa procedeu-se à simulação condicional dos teores por SSD com
histogramas locais, condicionada às simulações dos tipos de minério (M-maciço, F-
fissural ou ESC-rocha encaixante). Foi simulada uma imagem de teores por imagem
resultado da SSI.
8
2. METODOLOGIA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Na simulação dos teores por SSD, a amostragem é feita ao histograma dos teores de cada
região ao invés de utilizar um histograma global. Quando os teores são discriminados por
uma imagem de uma variável categórica condicional, por exemplo de tipos de minério,
podem-se fazer simulações independentes, para cada tipo de minério e juntar os
resultados ou então simular tudo em conjunto com histogramas e médias locais. Quando
se fazem simulações separadas e se juntam os resultados, não existe continuidade de
teores na interface entre os tipos de minério, o que neste caso de estudo não está de
acordo com o modelo conceptual de transições suaves. Então é preferível fazer uma única
simulação para os teores de todas as categorias mas impondo médias locais e histogramas
locais.
Considere-se o exemplo de duas categorias com valores associados e onde existe forte
segregação ou zonalidade (Figura 2.2). Estas duas categorias representam-se por uma
classe 1, com teores mais baixos, e uma classe 2 com teores mais altos. A simulação
condicional dos valores pode ser ilustrada na figura 2.3, com uma imagem binária, duas
imagens simuladas e uma imagem média de um conjunto de simulações.
1
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Classe 1 Classe 2
9
CAPÍTULO 2
(a) (b)
(c)
2.3.1 VARIOGRAFIA
10
2. METODOLOGIA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Como se pode efectuar a mesma análise para várias direcções espaciais, fica-se com a
noção da variação do atributo no espaço.
A partir do momento em que os valores dos variogramas para as diferentes direcções são
calculados, com base num conjunto de amostras de uma área , é necessário proceder à
sua modelação através de uma função geral e representativa. Ou seja, ajustar os
variogramas através de uma curva atenuada média, função de um número reduzido de
parâmetros que quantifique a continuidade espacial de (Soares, 2006). Este
ajustamento do variograma experimental por um modelo teórico é condicionado pelo
conhecimento prévio do fenómeno espacial em estudo; para além da função utilizada para
a interpolação dos pontos experimentais permitir que o variograma seja positivo.
Como tal, existe um número limitado de funções que podem ser aplicadas, que
proporcionam uma cobertura generalizada das situações de dispersão dos fenómenos
espaciais: modelos esférico, exponencial, Gaussiano e de potência. Neste trabalho foram
utilizados apenas os dois primeiros.
11
CAPÍTULO 2
Para tal, é necessária a construção de uma variável indicatriz, obtida pela atribuíção de
valores 1 e 0 a uma variável em estudo mediante um parâmetro, como por exemplo,
um determinado tipo de mineralização , em que serão classificados com 1 as amostras
correspondentes ao tipo de mineralização pretendido e 0 para as restantes:
12
2. METODOLOGIA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS
A relação de Bayes pode ser generalizada para um conjunto de variáveis (Soares, 2006):
13
CAPÍTULO 2
A SSD recorre à utilização das médias e variâncias locais para re-amostrar a lei de
distribuição cumulativa global ou, neste caso, local. Ou seja, são escolhidos intervalos de
da lei de distribuição condicional local ao tipo de minério m com o
objectivo de construir uma nova função com intervalos centrados na média local
estimada por krigagem simples e com amplitude proporcional à variância
condicional local estimada pela variância de estimação da krigagem simples .
, com
14
2. METODOLOGIA E FUNDAMENTOS TEÓRICOS
2) Geração de um valor ys de
A incerteza associada à variável em estudo, num dado ponto pode ser definida como
sendo a probabilidade do valor naquele ponto exceder ou ser menor do que um
determinado valor de corte, ou a probabilidade do valor estar contido entre os dois
quartis. No caso da incerteza estar associada a um conjunto de pontos em simultâneo,
então esta define-se como a probabilidade de um conjunto de pontos exceder
simultaneamente um dado valor limite (Soares, 2006). Para a avaliação deste tipo de
incerteza, denominada incerteza espacial segundo o mesmo autor, realiza-se através de
modelos geoestatísticos de simulação, os quais geram um conjunto de imagens
equiprováveis do fenómeno espacial em estudo, reproduzindo os mesmos estatísticos de
variabilidade espacial quantificados pelas amostras ou observações.
Neste estudo avalia-se a incerteza do modelo, medida pela entropia de distribuição das
probabilidades locais (Almeida, 1999), que se pode definir para um conjunto de
modalidades (onde é a média das 200 imagens simuladas em cada célula pela
seguinte fórmula:
A entropia assume valores entre 0 (blocos em que não haja incerteza) e associada
com a distribuição uniforme . A entropia local apresenta um intervalo entre
0 e 1 e é dada por:
15
CAPÍTULO 2
16
3. ENQUADRAMENTO DO DEPÓSITO MINERAL DO ZAMBUJAL
Figura 3.1 Enquadramento geográfico do jazigo de Neves Corvo (fonte: Gaspar & Pinto, 1991).
17
CAPÍTULO 3
Figura 3.2 Localização dos centros mineiros mais importantes da Faixa Piritosa Ibérica (fonte: Oliveira et al.,
2004).
18
3. ENQUADRAMENTO DO DEPÓSITO MINERAL DO ZAMBUJAL
Figura 3.3 Coluna estratigráfica da área do jazigo de Neves-Corvo (fonte: Carvalho & Ferreira, 1994).
19
CAPÍTULO 3
O nível de calcários que se encontra no topo dos quartzitos apresenta fósseis datados do
Fameniano superior (Boogard, 1967), idade que marcará o início da actividade vulcânica, de
grande escala, nesta área (Carvalho & Ferreira, 1994).
De referir ainda que esta sequência apresenta uma sucessão estratigráfica normal,
aparentemente sem intervenção de tectónica carreactiva, apesar da sua espessura ser bastante
variável e de se registar, algumas vezes, ausência de algumas unidades.
20
3. ENQUADRAMENTO DO DEPÓSITO MINERAL DO ZAMBUJAL
A sequência estratigráfica superior, que se estende até à área da mina, caracteriza-se pela
presença de xistos argilo-carbonosos a siliciosos, tufitos dominantes e, localmente, rochas
vulcânicas.
Esta sequência inicia-se no tecto dos sulfuretos maciços com um nível de chertes cinzentos
esbranquiçados a avermelhados, de origem hidrotermal-sedimentar e de espessura decimétrica
a métrica. Os chertes encontram-se brecheficados e preenchidos por carbonatos. Associada
aos chertes e aos carbonatos está a presença de xistos cloríticos que, por sua vez, contêm
quartzo microgranular e, por vezes, carbonatos finamente disseminados ou em leitos
milimétricos.
No topo desta unidade encontram-se xistos negros com piritosos e grafitosos com nódulos
silico-fosfatados, intercalados com tufos ácidos sericito-clorito-siliciosos e xistos siliciosos
cinzentos esverdeados com impregnação oolítica carbonatada.
Tipicamente, a sucessão estratigráfica desta unidade é composta, da base para o topo, por:
Formação de Grandaços (xistos siliciosos e xistos negros alternados com
nódulos carbonatados);
21
CAPÍTULO 3
O eixo da estrutura inclina suavemente para SE, sendo possível neste local verificar um
abatimento por blocos, em "tecla de piano", devido a desligamentos perpendiculares à
estrutura e rejeitos diferenciais desde o Devónico até ao Carbónico Inferior (Carvalho &
Ferreira, 1994).
22
3. ENQUADRAMENTO DO DEPÓSITO MINERAL DO ZAMBUJAL
No jazigo de Neves Corvo são actualmente explorados cinco depósitos minerais, contando-se
ainda com a recente descoberta do sexto – Semblana. Por ordem cronológica de descoberta
são Corvo, Graça, Neves (Norte e Sul), Zambujal e Lombador (Figura 3.4).
Estes depósitos têm forma lenticular e características únicas na Faixa Piritosa Ibérica,
nomeadamente elevados teores de cobre e estanho e forte zonalidade. São compostas por
sulfuretos maciços polimetálicos, com paragénese tipicamente constituída por pirite,
calcopirite, blenda, galena, estanite, tenantite-tetraedrite, entre outros sulfossais, e ainda
óxidos, com especial atenção para a cassiterite (Carvalho & Ferreira, 1994).
Figura 3.4 Localização dos depósitos e tipos de mineralizações do jazigo de Neves Corvo, em planta (fonte:
Carvalho & Ferreira, 1994).
A zonalidade vertical existente nas diversas massas de sulfuretos maciços é caracterizada pela
presença das zonas ricas em cobre na sua base, sobrepostas por sulfuretos ricos em zinco, se
estes existirem, seguidos de pirite maciça no topo. O estanho aparece sempre associado com
23
CAPÍTULO 3
as zonas mais ricas em cobre e, quando ocorrem elevadas concentrações de cassiterite, esta
aparece na base da zona cuprífera. Ou seja, no geral, a zonalidade metálica vertical é, da base
para o topo, caracterizada por estanho, cobre, zinco e pirite maciça (Pacheco et al., 1998).
É de referir, que para além das elevadas concentrações em Cu, Sn e Zn, de interesse
económico, estão presentes tanto elementos valorizantes, como a Ag e potencialmente o In,
como elementos penalizantes, como é o caso do As, Hg e Sb.
Minério brechóide
24
3. ENQUADRAMENTO DO DEPÓSITO MINERAL DO ZAMBUJAL
Sendo que a calcopirite é mais abundante que a pirite; a esfalerite e galena são raras e
encontram-se esporádicas ocorrências de cassiterite e estanite.
Minério maciço
Os sulfuretos maciços são o tipo de mineralização mais abundante em Neves Corvo, sendo
caracterizada por sulfuretos de grão geralmente muito fino, observando-se pontualmente
estruturas do tipo “graded bedding” e “slumps”, e com associação mineralógica principal de
pirite +calcopirite ± galena ± esfalerite. Sendo que é possível a ocorrência de cassiterite e
estanite em pequenas quantidades, quando associadas com a calcopirite. A
tetraedrite/tennantite e a kosterite ocorrem, por vezes, em quantidades significativas.
Ainda no minério maciço foram identificados níveis relativamente ricos em prata, mercúrio e
em metais de alta tecnologia. A prata, com teores variáveis entre 30 e 70 ppm, aparece
normalmente associada a certos níveis de calcopirite que, por vezes, contêm arsenopirite –
rara no contexto geral da paragénese característica do minério maciço.
25
CAPÍTULO 3
Minério rubané
O rubané cuprífero (RC), para teores em Cu superiores a 2%, caracteriza-se por bandas de
xisto negro alternadas com bandas de calcopirite, em que os sulfuretos presentes são
preferencialmente a calcopirite ± pirite ± hausmanite ± cobaltite. O rubané estanífero (RT),
cuja designação se atribui quando os teores de Sn estão próximos de 5%, caracteriza-se pela
associação cassiterite + calcopirite ± pirite ± estanite ± kosterite. Por último, o rubané
zincífero (RZ) caracteriza-se por bandas de xisto negros e sulfuretos ricos em esfalerite, com
mais de 3,3% de zinco.
26
3. ENQUADRAMENTO DO DEPÓSITO MINERAL DO ZAMBUJAL
Este depósito tem menores dimensões quando comparado com os restantes do jazigo de
Neves Corvo. Aquando a fase de avaliação com sondagens de superfície (em 1998),
espectava-se para o Zambujal um comprimento de 550 metros por 600 metros de largura e
espessura máxima de 53 metros, entre os 350 e os 480 metros de profundidade.
A mineralização é cuprífera e zincífera (de baixo teor), onde predomina a pirite maciça. O
topo dos sulfuretos maciços é assinalado pela presença do nível dos jaspes e carbonatos,
seguido da formação de Mértola ou de rochas vulcânicas ácidas (Figura 3.5). A mineralização
fissural, localmente cuprífera, ocorre nos xistos negros e nas rochas vulcânicas do muro,
afectados por cloritização e carbonatização intensas (Pacheco et al., 1998; 2003).
Figura 3.5 Perfil geológico da massa Zambujal (fonte: Pacheco et al., 1998).
27
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
Os dados utilizados neste trabalho foram fornecidos pela empresa Lundin-Mining que explora
o jazigo do Zambujal. Estão em ficheiros no formato EXCEL® e incluem informação da
sondagem referentes à profundidade inicial e final da furação, o número de identificação da
amostra, e os teores obtidos na sondagem para 14 elementos químicos (Cu, Pb, Zn, S, Fe, Ag,
Hg, Sn, As, Sb, Bi, Au, Se, In), densidade e códigos referentes ao tipo de rocha e ao tipo de
minério correspondentes.
As variáveis mais importantes e analisadas em todos os suportes são o Cu, Pb e Zn, (com
15770 valores); também o S, Fe, Sn, As, Sb e o Bi têm representatividade semelhante, no
sentido em que foram amostrados em quase todos os suportes.
O trabalho iniciou-se com a análise estatística univariada, que tem como objectivo
caracterizar estatisticamente as variáveis do ponto de vista individual. Utilizou-se a
representação em box-plot por tipo de minério das variáveis mais importantes para o estudo,
assim como à análise de estatísticas de posição central (média e mediana) e dispersão (valores
mínimos e máximos, variância, coeficiente de variação, quartis e amplitude entre quartis) e
assimetria (coeficiente de Skewness). O box-plot é uma das melhores representações para
comparar estatísticas de posição de uma variável condicionada a outra variável ou então de
várias variáveis em simultâneo. Para auxiliar a comparação de teores, no anexo I encontram-
se histogramas cumulativos condicionais dos teores para todos os tipos de minério.
Os elementos que foram analisados para todos os 10 tipos de minérios da massa do Zambujal
são os elementos mais amostrados e que simultaneamente constituem o metal a concentrar na
exploração mineira (Cu, Zn, Pb e Sn) mais aqueles cuja presença têm o papel de penalizantes
(Hg e As). Na tabela 4.1 mostram-se as estatísticas univariadas de todos os elementos
disponíveis. Nas figuras 4.1 a 4.6 mostram-se os box-plot condicionais por tipo de minério
respectivamente para o Cu, Zn, Pb, Sn, Hg e As. De notar que os dados do Hg e As
encontram-se em ppm e os restantes em percentagem (%). No anexo II podem ser observados
os estatísticos univariados e os respectivos histogramas e box-plots destas 14 variáveis.
29
CAPÍTULO 4
Q1 0,02 333 83 27 0 17 34
30
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
Figura 4.1 Box-plots do cobre para os 10 tipos de minério presentes no depósito do Zambujal.
Figura 4.2 Box-plots do zinco para os 10 tipos de minério presentes no depósito do Zambujal.
Figura 4.3 Box-plots do chumbo para os 10 tipos de minério presentes no depósito do Zambujal.
31
CAPÍTULO 4
Figura 4.4 Box-plots do estanho para os 10 tipos de minério presentes no depósito do Zambujal.
Figura 4.5 Box-plots do mercúrio para os 10 tipos de minério presentes no depósito do Zambujal.
Figura 4.6 Box-plots do arsénio para os 10 tipos de minério presentes no depósito do Zambujal.
32
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
A tabela 4.1, que se refere a todo o conjunto de dados, mostra que os teores mais abundantes
são o enxofre e o ferro, obviamente sempre presentes nos sulfuretos de ferro, com quase 60%
do total. Os restantes metais cobre, chumbo, zinco e estanho têm percentagens muito mais
baixas e os valores médios rondam 1% para o cobre e zinco, a que se segue o chumbo com
0,3% e o estanho com 0,04%. Pontualmente o cobre atinge valores extremamente elevados,
mais de 30%. A dispersão, que é comparada entre variáveis distintas pelo coeficiente de
variação, é maior no antimónio, bismuto e selénio. Dos elementos expressos em percentagem,
o cobre e o chumbo, têm dispersão muito alta acima de 2; a dispersão do zinco é ainda alta
mas menor e a do estanho é muito mais baixa. No que respeita à assimetria esta é, regra geral,
positiva com a excepção dos dois elementos mais abundantes, o enxofre e o ferro, o primeiro
francamente simétrico e o segundo muito ligeiramente assimétrico negativo.
Os box-plots do cobre representados na figura 4.1 mostram que este metal está obviamente
mais associado aos tipos de minério cuprífero 5C, FC e MC, especialmente o primeiro,
maciço de minério rico em cobre e zinco (MCZ). A mediana, com 7,61%, é superior ao
terceiro quartil dos restantes tipos de minérios representativos do cobre (FC e MC). Para os
restantes tipos de minério, os teores de cobre são muito mais baixos. Nos que são visíveis
verifica-se assimetria positiva, com particular evidência no 5C.
A figura 4.2 corresponde aos box-plot para o zinco, onde se observa que os teores mais
elevados são persistentes nos minérios zincíferos, por ordem decrescente de teores, minério
5C, 5Z (este designado como um maciço de zinco e chumbo), MZ e FZ. A distribuição dos
valores é também assimétrica positiva.
Relativamente ao chumbo representado na figura 4.3, observa-se que este elemento é mais
característico dos minérios 5Z e MP. Em ambos verificam-se valores semelhantes para a
mediana e quartis, contudo o máximo é observado em MP. Nos restantes tipos de minério os
valores são muito baixos.
O estanho tem regra geral teores muito baixos (ver box-plots da figura 4.4) e não há nenhum
tipo de minério que se distinga para valores mais elevados. No que se observa a assimetria é
sempre positiva tal como a tendência dos elementos metálicos já descritos.
O mercúrio (box-plots da figura 4.5) e o arsénio (box-plots da figura 4.6) têm interesse por
serem penalizantes para os metais explorados. O mercúrio ocorre um pouco por todos os tipos
de minério mas é mais elevado nos tipos 5C, 5Z, FZ e maciços (MC, ME, MP e MZ). O
arsénio também ocorre um pouco por todos os tipos de minério. Em ambas as variáveis e para
33
CAPÍTULO 4
todos os tipos de minério a assimetria é sempre positiva. Na rocha encaixante ESC os teores
são residuais.
Em síntese, para os metais mais interessantes deste depósito, cobre e zinco, observam-se
respectivamente teores máximos de 33,36% e 23,04%, a que correspondem teores médios
interessantes nos tipos de minério com maior potencial.
Na análise estatística bivariada foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson (ρ), que
quantifica a correlação entre pares de variáveis. Os valores limite são ρ = 1 se existe
correlação positiva e ρ = -1 se a correlação é negativa; se ρ=0 as variáveis não estão
correlacionadas. Os resultados para as variáveis disponíveis podem ser observados na tabela
4.2
Cu Pb Zn S Fe Ag Hg Sn As Sb Bi Au Se In
Cu 1 -0,02 0,41 0,12 0,07 0,25 0,52 -0,01 0,49 0,47 0,53 0,00 0,48 0,42
Pb 1 0,49 0,37 0,30 0,35 0,27 0,32 0,22 0,08 0,01 0,20 0,21 -0,07
Zn 1 0,38 0,26 0,29 0,91 0,28 0,46 0,28 0,19 0,16 0,34 0,02
S 1 0,89 0,34 0,39 0,29 0,30 0,12 0,08 0,32 0,31 -0,17
Au 1 -0,04 -0,04
Se 1 0,11
In 1
34
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
As correlações mais elevadas, superiores a 0,8, ocorrem para os pares Zn/Hg e Fe/S. Outras
correlações dignas de registo (superiores a 0,5) podem ser encontradas para os pares: Cu/Hg;
Cu/Bi; e Hg/As. Não há correlações negativas com significado.
O depósito mineral do Zambujal ocupa uma área em planta com, cerca de, 600 m por 610 m e
encontra-se entre os 520 e os 880 m de profundidade (360 m de espessura máxima).
Para a construção do modelo geométrico vectorial do depósito, o primeiro passo foi escolher
vários perfis paralelos, concordantes com a direcção das sondagens e que delimitem todo o
volume. Sendo possível identificar uma direcção preferencial para as sondagens,
sensivelmente SW-NE, optou-se pela realização de 12 perfis aproximadamente paralelos com
esta orientação (numerados de 1 a 12 de SE para NW). Os perfis encontram-se distanciados
na ordem dos 30 m, a que corresponde uma área de influência de 15 m para cada lado. Na
figura 4.7 mostra-se a representação 2D do perfil 4 com a projecção das sondagens que se
encontram na respectiva área de influência.
Figura 4.7 Representação 2D do perfil nº 4 com as sondagem da área de influência (a vermelho, troços de
sondagem em maciço; a verde troços de sondagem em fissural e a azul ESC).
O passo seguinte consistiu na digitalização dos limites dos tipos de minério agregados em
predominantemente maciço (região I - tipos de minério predominantes MC, ME, MZ, 5C e
35
CAPÍTULO 4
Para melhor interpretar as regiões perfil a perfil, fez-se inicialmente o desenho manual dos
perfis em papel e só posteriormente se passou para o suporte digital. A digitalização foi
sempre segmentada em quatro marcadores principais: o topo e a base de cada região ou tipo
de minério predominante, sendo a base da região I (maciço) coincide com o topo da região II
(fissural). As figuras 4.8 a 4.10 mostram o resultado da digitalização nos perfis 4, 5 e 6. Os
restantes perfis encontram-se no anexo III. A figura 4.11 mostra o conjunto dos 12 perfis
interpretados e os limites digitalizados das regiões I e II.
Figura 4.8 Representação 2D do perfil nº 4 com as sondagem da área de influência (a vermelho, troços de
sondagem em maciço; a verde troços de sondagem em fissural e a azul ESC) e limites das regiões I e II.
36
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
Figura 4.9 Representação 2D do perfil nº 5 com as sondagem da área de influência (a vermelho, troços de
sondagem em maciço; a verde troços de sondagem em fissural e a azul ESC) e limites das regiões I e II.
Figura 4.10 Representação 2D do perfil nº 6 com as sondagem da área de influência (a vermelho, troços de
sondagem em maciço; a verde troços de sondagem em fissural e a azul ESC) e limites das regiões I e II.
37
CAPÍTULO 4
Figura 4.11 Conjunto dos 12 perfis digitalizados (a vermelho região I predominantemente maciço, a verde região
II predominantemente fissural).
A figura 4.12 representa o resultado obtido para a modelação 3D dos corpos geológicos
correspondentes às regiões I e II. No geral, pode-se observar que a massa mineral do
Zambujal apresenta uma estrutura em concha, com ocorrências do minério maciço (região I)
no topo do minério fissural (região II). O minério maciço tem maior expressão na zona SE,
enquanto que o fissural tem um prolongamento para NW, que não é acompanhado pelo
primeiro.
38
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
Figura 4.12 Representação das superfícies interpoladas dos corpos geológicos correspondentes aos minérios do
tipo maciço (região I, a vermelho) e do tipo fissural (região II, a verde) e sobreposição com os contornos nos 12
perfis.
Ainda no contexto desta etapa gerou-se um modelo de blocos adequado aos limites dos dois
corpos geológicos. Tendo em atenção a malha de amostragem nas sondagens e o número total
de blocos que são gerados (tabela 4.3), optou-se por gerar uma malha com blocos unitários de
5 por 5 por 5 m (125 m3 de volume). Seguidamente converteu-se a representação vectorial
numa representação matricial através das funções do software MOVE®. Dado que as
superfícies do topo e da base coincidem, não foram encontradas ambiguidades (blocos
pertencentes simultaneamente a duas regiões) na transformação. A figura 4.13 mostra o
resultado da morfologia dos corpos geológicos na forma de representação matricial.
39
CAPÍTULO 4
Figura 4.13 Representação da morfologia dos corpos geológicos sobre o modelo de blocos, com a região I
(maciço) a vermelho e a região II (fissural) a verde, e sobreposição das sondagens.
Para terminar, fez-se o cruzamento dos troços de sondagem discretizados por tipo de minério
com o modelo de blocos tendo-se calculado a proporção ou probabilidade a priori de cada
tipo de minério em cada região I ou II. Os resultados são apresentados na tabela 4.4.
Tabela 4.4 – Probabilidades a priori para os vários tipos de minério por região do modelo.
Tipo de Probabilidade a
Código
mineralização priori
Encaixante ESC 0,038
Região I
(predominantemente Fissural F 0,089
maciço) Maciço M 0,873
Encaixante ESC 0,464
Região II
(predominantemente Fissural F 0,489
fissural) Maciço M 0,047
Estes dados mostram, em primeiro lugar, a tendência que resulta da digitalização, isto é, na
região I ocorrem maioritariamente minérios de tipo maciço (87,3%) e na região II minérios do
tipo fissural (48,9%). As ocorrências que são resultantes de má classificação na digitalização
40
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
são em todos os casos muito baixas, na região I as ocorrências de fissural são de 8,9% e de
maciço na região II que é 4,7%. A questão mais importante está relacionada com a rocha
encaixante (ESC) que ocorre na região II repartida em proporções semelhantes com o minério
fissural. Destaca-se que na digitalização assumiu-se que o ESC deveria pertencer
principalmente a minério fissural muito pobre em metais pelo que os resultados são
totalmente coerentes. Finalmente refira-se que as probabilidades de ocorrência de F e ESC na
região II são repartidas com proporções muito semelhantes, o que significa que em cerca de
metade do volume nesta região os blocos contêm minério fissural com interesse económico.
Nesta etapa pretende-se construir um modelo estocástico dos tipos de minério (F-fissural, M-
maciço e ESC-rocha encaixante) condicionado pelas probabilidades a priori que resultam do
modelo morfológico simplificado das regiões e pela informação das sondagens. Para tal,
recorreu-se à variografia e simulação do sequencial da indicatriz (SSI).
a. (45º, -70º) – Direcção e inclinação de cerca de 75% das sondagens (direcção NE/SW);
b. (45º, 70º) – Direcção e inclinação das restantes sondagens (direcção NE/SW);
c. (0º, 90º) – Direcção vertical (direcção N/S), cruza sondagens diferentes;
d. (55º, 0º) – Direcção no plano horizontal (direcção NE/SW), com direcção e inclinação
correspondente aos perfis previamente seleccionados.
41
CAPÍTULO 4
e. (-35º, 0º) – Outra direcção no plano horizontal (direcção NW/SE), perpendicular aos
perfis.
Após a obtenção dos variogramas experimentais foi necessário o seu ajuste através de uma
função teórica. Este estudo de variografia foi realizado primeiramente para as cinco direcções
já referidas. Dado que se observou semelhança nas amplitudes das estruturas dos modelos
ajustados, optou-se pela análise dos variogramas nas direcções vertical e omnidireccional
horizontal. As figuras 4.14 a 4.16 apresentam os variogramas ajustados para a rocha
encaixante (ESC), e mineralizações do tipo fissural (F) e maciço (M) nas direcções em estudo.
Sph1 (C1=0,127, a1= 10m)+Sph2 (C2=0,083, a2=85m) Sph1 (C1=0,127, a1= 15m)+Sph2 (C2=0,083, a2=85m)
Sph1 (C1=0,127, a1= 10m)+Sph2 (C2=0,083, a2=250m) Sph1 (C1=0,127, a1= 8m)+Sph2 (C2=0,083, a2=100m)
Figura 4.14 Variogramas experimentais ajustados ao modelo esférico, com duas estruturas, para a rocha
encaixante (ESC).
42
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
Como já foi referido, nesta análise pode-se observar uniformidade entre o ajuste dos modelos
teóricos para os códigos ESC e F, sendo comum o ajuste ao modelo esférico com duas
estruturas. A amplitude da primeira estrutura é baixa (cerca de 10 m), enquanto que para a
segunda estrutura a amplitude assume valores significativamente elevados, entre os 60 e 250
m.
Sph1 (C1=0,15, a1= 10m)+Sph2 (C2=0,07, a2=60m) Sph1 (C1=0,15, a1= 15m)+Sph2 (C2=0,07, a2=65m)
Sph1 (C1=0,15, a1= 8m)+Sph2 (C2=0,07, a2=120m) Sph1 (C1=0,10, a1= 10m)+Sph2 (C2=0,07, a2=120m)
Figura 4.15 Variogramas experimentais ajustados ao modelo esférico, com duas estruturas, para a mineralização
do tipo Fissural.
Para as mineralizações do tipo maciço, a grande diferença é o ajuste ao modelo esférico com
apenas uma estrutura. Neste caso, as amplitudes maiores encontram-se na direcção paralela
aos perfis.
43
CAPÍTULO 4
Figura 4.16 Variogramas experimentais ajustados ao modelo esférico, com uma estrutura, para a mineralização
do tipo Maciço.
Seguidamente realizaram-se 200 cenários simulados dos tipos de minério F, M e ESC por
SSI, condicionados localmente às probabilidades a priori obtidas anteriormente (tabela 4.4) e
aos dados das sondagens. Calcularam-se ainda a média das simulações (de que resulta três
matrizes de probabilidade de pertença de cada bloco a um determinado tipo de mineralização
ou à rocha encaixante) e a entropia que mede a dispersão local dos resultados. As figuras 4.20
a 4.22 representam os resultados da média de simulações.
44
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
Sph1 (C1=0,127, a1= 10m)+Sph2 (C2=0,083, a2=250m) Sph1 (C1=0,127, a1= 10m)+Sph2 (C2=0,083, a2=75m)
Figura 4.17 Variogramas experimentais nas direcções vertical e omnidireccional horizontal ajustados ao modelo
esférico, com duas estruturas, para a rocha encaixante (ESC).
Sph1 (C1=0,151, a1= 10m)+Sph2 (C2=0,069, a2=150m) Sph1 (C1=0,151, a1= 10m)+Sph2 (C2=0,069, a2=75m)
Figura 4.18 Variogramas experimentais nas direcções vertical e omnidireccional horizontal ajustados ao modelo
esférico, com duas estruturas, para a mineralização do tipo fissural.
Figura 4.19 Variogramas experimentais nas direcções vertical e omnidireccional horizontal ajustados ao modelo
esférico, com uma estrutura, para a mineralização do tipo maciço.
Estas imagens mostram que as probabilidades de ocorrência de rocha encaixante (figura 4.22)
são semelhantes à ocorrência de mineralizações do tipo fissural (figura 4.23) e igualmente
mais elevadas na região II, porque precisamente tanto os códigos F como o ESC têm
probabilidades de ocorrência igualmente repartidas na região II e quase ausência na região I.
45
CAPÍTULO 4
Pelo contrário, as probabilidades de cada bloco pertencer a M são bastante elevadas na região
I e muito mais baixas na região II. Para confirmar a concordância dos resultados com a tabela
4.4 calcularam-se os valores para as imagens simuladas que se apresentam na tabela 4.5.
Figura 4.20 Modelo 3D da probabilidade de ocorrência de rocha encaixante (ESC) calculado pela média dos 200
cenários simulados.
Figura 4.21 Modelo 3D da probabilidade de ocorrência de minério de tipo fissural (F) calculado pela média dos
200 cenários simulados.
46
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
Figura 4.22 Modelo 3D da probabilidade de ocorrência de minério de tipo maciço (M) calculado pela média dos
200 cenários simulados.
Tabela 4.5 – Tabela discriminativa das probabilidades a priori construídas com base nos dados experimentais e
os calculados como resultado das simulações.
Probabilidades a Média das
Tipo de mineralização Código
priori simulações
Encaixante ESC 0,038 0,071
Região I Fissural F 0,089 0,105
Maciço M 0,873 0,824
Encaixante ESC 0,464 0,458
Região II Fissural F 0,489 0,443
Maciço M 0,047 0,099
A tabela 4.5 mostra que as simulações são condicionais às probabilidades a priori, todavia nas
categorias menos abundantes este condicionamento é menor, muito provavelmente devido ao
efeito de desagrupamento dos dados experimentais.
Para mostrar os resultados em maior detalhe optou-se por apresentar nas figuras seguintes
4.23 e 4.24 representações de três cenários simulados em dois perfis intermédios assim como
as imagens médias correspondentes às probabilidades de pertença às categorias ESC, F e M e
e a entropia calculada localmente pela variabilidade dos resultados simulados.
47
CAPÍTULO 4
a) Imagem da
realização 1
b) Imagem da
realização 2
1 – ESC c) Imagem da
realização 3
2 - Fissural
3 - Maciço
d) Imagem de
probabilidade de
ocorrência de ESC
e) Imagem de
probabilidade de
ocorrência de F
f) Imagem de
probabilidade de
ocorrência de M
g) Imagem da entropia
Figura 4.23 Representação sequencial do modelo de mineralizações, em perfil (secção a 61 m), com as
respectivas legendas.
48
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
a) Imagem da Simulação 1
b) Imagem da Simulação 2
d) Imagem de
Probabilidade de
ocorrência de ESC
e) Imagem de
Probabilidade de
ocorrência de F
f) Imagem de
Probabilidade de
ocorrência de M
g) Imagem de Entropia
Figura 4.24 Representação sequencial do modelo de mineralizações, em planta (secção a 41 m), com as
respectivas legendas.
49
CAPÍTULO 4
O estudo para os teores inicia-se com o cálculo dos variogramas. Para o efeito, numa primeira
tentativa utilizaram-se as mesmas cinco direcções do cálculo dos variogramas dos tipos de
minério. Os variogramas obtidos ou foram inconclusivos, ou então, semelhantes em termos de
amplitude. Assim, numa segunda tentativa optou-se por considerar um variograma
omnidireccional para cada variável.
De referir, que no cálculo dos variogramas acabaram por ser excluídos os valores anómalos
mais elevados, tanto para o cobre como para o zinco, uma vez que a presença destes valores
afectava a interpretação dos variogramas, e impossibilitava o ajuste de um modelo (as leis de
distribuição dos valores destes elementos é muito assimétrica e de tipo lognormal). Para as
duas variáveis consideraram-se limites que excluíram cerca de 15% dos dados que foram
repostos para a simulação. Sem os valores anómalos, foram ajustados modelos de tipo
esférico com duas estruturas às duas variáveis (figuras 4.25 e 4.26). Para as duas variáveis, a
amplitude da primeira estrutura é relativamente baixa quando comparado com a amplitude da
50
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
segunda, sendo a segunda estrutura dos teores de cobre na ordem dos 80 m, e metade no caso
do zinco.
Figura 4.25 Variograma experimental omnidireccional do cobre ajustado a duas estruturas do modelo esférico.
Figura 4.26 Variograma experimental omnidireccional do zinco ajustado a duas estruturas do modelo esférico.
Com os dados da variografia e dos histogramas locais, procedeu-se à SSD de 200 realizações,
para que a cada imagem de tipos de minério obtida por SSI tenha uma imagem equivalente de
teores (um para um).
A par do sub-capítulo anterior, optou-se por apresentar as várias fases do modelo de teores
com uma sequência de imagens para as mesmas secções de perfil e planta, para o cobre
(figuras 4.27 e 4.28) e para o zinco (figuras 4.29 e 4.30), onde as três primeiras dizem sempre
respeito a três realizações de teores, a quarta é a imagem média de teores e a quinta a imagem
da variância.
51
CAPÍTULO 4
a) Imagem da
simulação 1
b) Imagem da
simulação 2
c) Imagem da
simulação 3
d) Imagem média
e) Imagem da
variância
Figura 4.27 Representação em perfil (secção a 61 m), com respectivas legendas, relativamente aos teores de Cu.
52
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
a) Imagem da
simulação 1
b) Imagem da
simulação 2
c) Imagem da
simulação 3
d) Imagem
média
e) Imagem da
variância
Figura 4.28 Representação em planta (secção a 41 m), com respectivas legendas, relativamente aos teores de Cu.
53
CAPÍTULO 4
a) Imagem da
simulação 1
(%) Zn
b) Imagem da
simulação 2
c) Imagem da
simulação 3
d) Imagem
média
e) Imagem da
variância
Figura 4.29 Representação em perfil (secção a 61 m), com respectivas legendas, relativamente aos teores de Zn.
54
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
a) Imagem da
(%) Zn simulação 1
b) Imagem da
simulação 2
c) Imagem da
simulação 3
d) Imagem média
e) Imagem da
variância
Figura 4.30 Representação em perfil (secção a 41 m), com respectivas legendas, relativamente aos teores de Zn.
55
CAPÍTULO 4
Observando as imagens referentes ao cobre percebe-se onde está a separação entre as duas
regiões do modelo, dado que os teores são mais elevados no minério maciço. Os teores em
ESC são sempre muito mais baixos concordando com o condicionamento com histogramas
locais. As figuras 4.27 e 4.28 (d) corroboram a análise: a região I é mais homogénea e é onde
ocorrem os teores mais elevados e a região II com teores mais baixos pontualmente elevados
por efeito de alguns dados de sondagem. No que respeita às imagens da variância, o modelo
tem valores de variância próximos de zero nos blocos atravessados por sondagens, ou nas
suas proximidades. Conforme a distância às sondagens aumenta, também aumenta a
variância. Localmente, percebe-se uma diferença entre as duas regiões iniciais do modelo: a
região I possui valores de variância mais baixos, com algumas excepções, nomeadamente na
transição com a região II e com o limite superior (devido a esporádicas ocorrências de ESC).
Para o zinco, as imagens obtidas são notoriamente diferentes, uma vez que o comportamento
deste metal difere do cobre, evidenciando ser mais errático. As imagens simuladas mostram
teores muito mais altos na região I, tendência não evidente no caso do cobre. Pela imagem
média das simulações confirma-se que a segregação dos teores de zinco nos minérios maciço
e fissural, todavia pontuada por excepções na proximidade de algumas sondagens. Em termos
da variância do modelo de teores de zinco, verifica-se à mesma a influência das sondagens:
diminuição da variância com a proximidade. Em termos globais, a variância é mais elevada na
região I dado o efeito proporcional ocasionado pela persistência de valores mais elevados.
56
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
PERFIL I PERFIL II
Figura 4.31 Representação comparativa em perfil das imagens simuladas dos tipos de minério e teores em cobre
e zinco.
Os blocos atribuídos a ESC no modelo de mineralizações por SSI (a azul) são os que
apresentam os teores mais baixos, tanto de cobre como de zinco; os blocos designados para as
mineralizações do tipo maciço (M, a vermelho), apresentam os valores mais altos de cobre
mas no caso do zinco esta evidência não é tão evidente, onde ocorrem também valores muito
baixos. No caso do cobre e do zinco, os minérios dos tipos M e F têm teores da mesma ordem
de grandeza.
Para confirmar esta apreciação, apresentam-se nas figuras 4.32 e 4.33 os histogramas
cumulativos condicionais do cobre e zinco para os três tipos de minério estudados.
57
CAPÍTULO 4
1
0,9
0,8
0,7
Frequência
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Teor de metal (%)
Figura 4.32 Curvas cumulativas condicionais para o cobre por tipo de minério.
1
0,9
0,8
0,7
Frequência
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 5 10 15 20 25
Teor de metal (%)
Figura 4.33 Curvas cumulativas condicionais para o zinco por tipo de minério.
Estas curvas confirmam que os teores de cobre em ESC são os mais baixos, mas praticamente
não existe discriminação de teores entre os minérios F e M. Para o zinco observa-se uma
maior segregação entre todos os tipos de minério, onde ESC tem os teores mais baixos, a que
58
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
se segue o F e o M com teores francamente mais altos. Em todos os casos existe sempre uma
percentagem muito significativa de sobreposições na gama de teores mais baixos, ou seja,
ocorrem teores baixos em todos os tipos de minério.
Nas figuras 4.34 e 4.35 ilustram-se esses mesmos variogramas para as três direcções
ortogonais coincidentes com os eixos coordenados, juntamente com as funções teóricas
ajustadas aos dados experimentais. Note-se que os patamares das funções foram re-
escalonados para as pequenas diferenças na variância dos valores.
Sph1 (C1=0,278, a1= 7.5m)+Sph2 (C2=0,089, a2=80m) Sph1 (C1=0,278, a1= 7.5m)+Sph2 (C2=0,089, a2=80m)
59
CAPÍTULO 4
Sph1 (C1=2,071, a1= 7m)+Sph2 (C2=1,876, a2=40m) Sph1 (C1=2,071, a1= 7m)+Sph2 (C2=1,876, a2=40m)
Por último, validaram-se as médias de cobre e zinco obtidas por SSD com as médias
calculadas pelas sondagens (tabela 4.6). Esta comparação é em tudo semelhante à comparação
das quantidades de metal conforme calculadas pelos dados de partida e com os valores
simulados.
60
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
Tabela 4.6 – Tabela comparativa de valores médios de cobre e zinco calculados com os dados experimentais e
com os resultados da simulação.
Por análise da tabela é perceptível que em grande parte dos casos a média dos dados
experimentais está no intervalo dos valores simulados, e até próximo da respectiva média,
todavia há várias excepções. Tomando o cobre, os dados para ESC permanecem inalterados,
enquanto que para as mineralizações observa-se uma ligeira diminuição dos teores médios nos
tipos de minério F e M. Para o zinco, verifica-se o contrário. A média dos teores associados à
rocha encaixante é onde se verifica menor divergência de resultados, apesar de que está
sempre presente um aumento da média dos resultados obtidos na simulação em relação aos
dados originais. Para despistar alguma possibilidade enviesamento dos resultados é
recomendável fazer uma estimação dos teores por krigagem que proceda ao desagrupamento
das amostras e confirme os resultados. De salientar que a estimação levada a cabo por Charifo
et al. (2013) confirmou que a aplicação da metodologia de SSD com histogramas locais não
gera sub ou sobre estimação mesmo se os histogramas dos teores forem assimétricos.
61
CAPÍTULO 4
Figura 4.37 Análise univariada para a densidade das mineralizações do tipo fissural (F).
Figura 4.38 Análise univariada para a densidade das mineralizações do tipo maciço (M).
62
4. MODELAÇÃO DO DEPÓSITO DO ZAMBUJAL
Tabela 4.7 – Síntese das reservas em minério e metal para o cobre no depósito mineral do Zambujal.
Teor
Número Densidade
Volume (m3) médio Qminério(tons) Qmetal(tons)
blocos média
(%)
ESC 306 145 38 268 125 0,13 2,88 110 212 200 143 276
F 336 671 42 083 875 0,88 3,24 136 351 755 1 199 895
M 411 264 51 408 000 1,40 4,64 238 533 120 3 339 464
Total 1 054 080 131 760 000 0,96 485 097 075 4 682 635
Tabela 4.8 – Síntese das reservas em minério e metal para o zinco no depósito mineral do Zambujal.
Teor
Número Densidade
Volume (m3) médio Qminério(tons) Qmetal(tons)
blocos média
(%)
ESC 306 145 38 268 125 0,11 2,88 110 212 200 121 233
F 336 671 42 083 875 0,50 3,24 136 351 755 681 759
M 411 264 51 408 000 2,77 4,64 238 533 120 6 607 367
Total 1 054 080 131 760 000 1,53 485 097 075 7 410 360
Para o cobre (tabela 4.7) a reserva total é de 4 682 635 toneladas, das quais cerca de 2/3
podem ser encontradas nas mineralizações do tipo maciço. Para o zinco (tabela 4.8) a
quantidade de metal total é de 7 410 360 toneladas, aqui maioritariamente pertencentes a
mineralizações do tipo maciço. Como seria de esperar, as reservas de cobre e zinco são
bastante reduzidas na rocha encaixante (ESC), respectivamente 3% e 1,6% dos totais de cobre
e zinco.
63
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
65
CAPÍTULO 5
tanto do superior como da interface com a região II, onde prevalecem muito
elevados com excepção na proximidade das sondagens. Este facto deriva como
foi referido no ponto anterior por se introduzir a discriminação entre F e o ESC
e a repartição ser quase em igual proporção.
iv. Uma vez que tanto as imagens médias como a imagem da entropia apresentam-
se bastante atenuadas, o numero de 200 realizações é satisfatório para
reproduzir e quantificar a incerteza.
66
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
viii. A validação foi satisfatória para os critérios analisados, com excepção dos
testes da variografia, para os quais não se obtiveram boas coincidências nos
modelos das imagens simuladas com o dos variogramas experimentais. Vários
factores podem estar na origem da diferença de amplitudes entre os
variogramas, nomeadamente o próprio condicionamento a histogramas locais.
Este trabalho incide na experimentação de uma metodologia com um articulado inovador para
um caso de estudo real de um depósito mineral. Como é construída no campo da simulação,
origina vários cenários equiprováveis e, simultaneamente, imagens de valores médios e de
incerteza local que podem ser utilizados na fase de detalhe do planeamento mineiro de longo
prazo, testando sequências de exploração até ser obtida a configuração técnica e económica
mais adequada.
67
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Types in a Quarry. Proceedings of the XXIV International Symposium APCOM,
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69
CAPÍTULO 6
Matias, F., Almeida, J.A. & Chichorro, M. (2010) 3D Modelling of a subsector of Casas
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Soares, A. (2006) Geostatística para as ciências da terra e do ambiente, Segunda edição, IST
Press, Instituto Superior Técnico, Lisboa.
70
ANEXO I – Gráficos das curvas acumulativas condicionais de Zn, Cu e Sn por tipo de
minério
0,9
0,8
0,7
0,6
Frequência
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 5 10 15 20 25
Teor em Zinco (%)
Figura I.1 - Curvas acumulativas dos teores de zinco para as várias litologias.
1
0,9
0,8
0,7
0,6
Frequência
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Teor em Cobre (%)
MC MZ ME MP FC FZ FE MCZ MZP Vulcânicas
Figura I.2 - Curvas acumulativas dos teores de cobre para as várias litologias.
I-i
ANEXO I
0,9
0,8
0,7
0,6
Frequência
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Teor em Estanho (%)
MC MZ ME MP FC FZ FE MCZ MZP Vulcânicas
Figura I.3 - Curvas acumulativas dos teores de estanho para as várias litologias.
I-ii
ANEXO II – Análise univariada
II-i
ANEXO II
II-ii
ANEXO II
II-iii
ANEXO II
II-iv
ANEXO II
II-v
ANEXO III – Perfis
Figura III.1 - Perfil 1 com as sondagens na área de influência e a delimitação para a região I (laranja).
Figura III.2 - Perfil 2 com as sondagens na área de influência e a delimitação para a região I (laranja).
III-i
ANEXO III
Figura III.3 - Perfil 3 com as sondagens na área de influência e a delimitação para a região I (laranja) e II
(verde).
Figura III.4 - Perfil 7 com as sondagens na área de influência e a delimitação para a região I (laranja) e II
(verde).
III-ii
ANEXO III
Figura III.5 - Perfil 8 com as sondagens na área de influência e a delimitação para a região I (laranja) e II
(verde).
Figura III.6 - Perfil 9 com as sondagens na área de influência e a delimitação para a região I (laranja) e II
(verde).
III-iii
ANEXO III
Figura III.7 - Perfil 10 com as sondagens na área de influência e a delimitação para a região II (verde).
Figura III.8 - Perfil 11 com as sondagens na área de influência e a delimitação para a região II (verde).
III-iv
ANEXO III
Figura III.9 - Perfil 12 com as sondagens na área de influência e a delimitação para a região II (verde).
III-v