Gilberto Valente 2012
Gilberto Valente 2012
Gilberto Valente 2012
Entretanto, a partir da deciso acima citada, ela (desapropriao amigvel) considerada como forma
originria de aquisio, portanto perfeitamente possvel o registro e correto da forma acima exposta.
Ademais, mesmo assim no fosse e houvesse a equiparao a compra e venda, h o comparecimento
como outorgantes tanto os nus-proprietrios, como da usufruturia autorizaria o registro.
Contrato de Locao Penhora
Um posto de gasolina firmou contrato de locao de 4 terrenos:
1. Na matrcula de um terreno consta o registro de uma penhora originria de uma ao
de cumprimento de sentena e agora foi apresentado contrato de locao deste terreno
para registro e averbao (preferncia + vigncia). possvel o registro/averbao?
2. Em relao a outros 3 terrenos o registro/averbao do contrato de locao (outro
contrato) j foram realizados e agora, foi prenotado uma "certido para fins de
renovao de bases contratual" extrada de ao renovatria de locao. Na certido
consta que houve renovao do valor do aluguel e do prazo contratual. Existe previso
legal para procedermos averbao da renovao do contrato?
Resposta:
1. O registro ou a averbao da penhora no motivo para impedir o registro e/ou a averbao do
contrato de locao que direito pessoal e s tem acesso ao RI por fora de dispositivo legal quando a
locao contratada com a clusula de vigncia em caso de alienao ou quando o contrato averbado
para assegurar apenas a preferncia. Ademais, no se trata de penhora oriunda em execuo fiscal,
tanto que o imvel pode at mesmo ser alienado, e se pode o mais, pode o menos;
2. Com relao aos demais terrenos, a (s) locao (es) j se encontram registrada e/ou averbadas,
desta forma a renovao (es) delas poder ser objeto de averbao, no entanto para tal mister dever
ser apresentado mandado judicial a ser expedido nos autos da ao renovatria, no sendo a certido
apresentada instrumento hbil para a almejada averbao.
3. Entretanto, para que a averbao (es) da renovao (es) possa (m) ser (erem) realizada (s),
necessrio que o (s) contrato (s) esteja (m) previamente registrado (s) e ou averbado (s) nas matrculas
dos imveis objetos da (s) locao (es).
Compra e Venda com Incomunicabilidade
Foi apresentada escritura pblica de "compra e venda com incomunicabilidade", na
qual a vendedora declara que recebe o pagamento do preo exclusivamente da
compradora e esta, por sua vez, declara a incomunicabilidade do imvel adquirido a
prevista no art.1.659, II CC. possvel o registro da escritura de compra e venda
n/termos? E a incomunicabilidade, dever ser averbada ou poder ser inserida no texto
do registro da v/c como condio?
Resposta: Em face da Cf/88, dada a sua incompatibilidade com os artigos 5 pargrafo 1 e 226
5, bens reservados no existem mais. No entanto, continua vigorando os bens particulares no
sujeitos a partilha (por meao - artigo 1.659, II CC).
A declarao feita no ttulo aquisitivo tem como objetivo comprovar a circunstncia de o bem integrar
o patrimnio particular da varoa e no estar sujeito ao acervo dos bens partilhveis.
As declaraes da compradora, se contassem com anuncia de seu cnjuge, poderiam constar do corpo
do registro, mesmo assim, no caso de alienao ou onerao nos termos do artigo 1.647, I CC, haver a
necessidade da outorga marital, pois a nica exceo a regra geral nos casos em que o regime de
casamento seja o da separao absoluta de bens (com pacto antenupcial).
Portanto, no caso para que aquisio seja considerada bem particular da esposa, nos termos do artigo
1.659, II CC, deve declarar que o bem imvel adquirido foi feito com valores exclusivamente
pertencentes a ela e em sub-rogao dos bens particulares. Para validade, deve constar do ttulo
aquisitivo declarao expressa de concordncia de seu marido, quando ento poder constar do corpo
do registro que se trata de bem particular da varoa, pois adquirido com valores exclusivamente seus
em sub-rogao de bens particulares. Portanto, no se trata de bem incomunicvel ou bem reservado,
mas de bem particular adquirido com produto de sub-rogao de outro bem.
Por seu turno, a retificao do registro no ato de disposio, no se refere a ato que importe em
alienao ou onerao do bem, visa corrigir erros de descrio que constam na matrcula do imvel,
procedimento que no transfere propriedade e portando no conflitante com a declarao da ineficcia
da alienao. Portanto, a retificao do registro do bem imvel ser possvel como requerido em que
pese declarao de ineficcia da alienao e a natureza do processo de execuo fiscal, mesmo
porque, at ento nenhuma penhora foi averbada.
Recomenda-se por cautela que seja o Juzo da Execuo informado do procedimento.
Desapropriao Parcial Hipoteca
Parte de imvel urbano ser objeto de desapropriao (amigvel) pelo Municpio, na
matrcula deste consta o registro de hipoteca cedular. O proprietrio apresentou mapa,
memorial descritivo, etc. requerendo o desdobro do imvel gerando a rea
remanescente (460,24 m) e a rea a ser desapropriada (117,92m) e juntamente com
demais documentos, apresentou uma "carta de anuncia" do credor, que ciente da
desapropriao, autoriza a reduo da rea hipotecada para os 460,24m- rea
remanescente. A desapropriao da rea de 117,92m ser efetuada por escritura
pblica a ser lavrada aps a concretizao do desdobro do imvel. possvel
procedermos conforme o requerido/autorizado, ou seja, abrir as matrculas para as
reas e transportando-se a hipoteca somente para a rea remanescente?
Resposta: Ao menos em nosso estado, aps a edio da deciso n. 990.10.415.058-2, a
desapropriao amigvel (escritura pblica) voltou a ser interpretada como forma originria de
aquisio, pois ato de imprio do Poder Pblico e sendo assim adquirido pela Administrao
Pblica, (essa aquisio) livre de quaisquer nus ou gravame que recaia sobre o imvel, ficando esse
nus ou direito, sub-rogado no preo da desapropriao (artigo 31 do DL 3.365/41 e 1.425, V do CC).
Portanto, o correto que se registre a desapropriao (parcial) abrindo-se matrcula autnoma para tal
mister, averbando-se na matrcula me/matriz/original que parte do imvel com rea de 117,92 m2 foi
desapropriada pelo Poder Pblico Municipal, para a qual foi aberta matrcula sob n tal.
O remanescente do imvel ser objeto de averbao junto matrcula, podendo, opcionalmente, ser
aberta matrcula para esse remanescente transportando-se por averbao o nus hipotecrio da
matrcula anterior, sendo de boa prtica, nesse caso, notificar o credor hipotecrio da desapropriao.
Outra soluo que seja feito o desdobro/desmembramento do imvel em duas reas com a anuncia
do credor hipotecrio, transportando-se o nus para as duas matrculas descerradas.
Aberta as matrculas, registrar-se- a desapropriao independentemente do nus hipotecrio sobre a
rea desapropriada, pois como dito acima, por ser forma originria de aquisio e Ato de Imprio, a
aquisio pelo Poder Pblico Municipal livre.
Entretanto, no ser possvel proceder a prtica dos atos conforme requerido/autorizado
transportando-se a hipoteca somente para o remanescente, pois pelo princpio da indivisibilidade da
hipoteca (artigo n. 1.421 do CC) no poder haver reduo ou quitao parcial da hipoteca, pois a
indivisibilidade da garantia e no do bem dela objeto. Significa que cada parte do crdito garantida
por toda a coisa. O pagamento parcial (ou a reduo da garantia sobre parte do imvel) no provoca a
liberao da garantia na mesma proporo, de modo que enquanto o devedor no solver integralmente
sua obrigao, o bem persiste vinculado por inteiro. Reproduz-se logo abaixo trecho do trabalho do
inigualvel e saudoso Dr. Gilberto Valente da Silva, A Matrcula, que encaixa bem a situao
apresentada, inclusive quanto ao que ele recomendava sobre o remanescente.
Reproduo parcial do trabalho citado: 15 - Matrcula e desapropriao.
Sabe-se que a desapropriao forma originria de aquisio da propriedade. Pode ser
amigvel, caso em que se formaliza, se instrumenta atravs de escritura pblica ou, ainda judicial,
quando se apresenta ao registrador a carta respectiva, de desapropriao, muitas vezes rotulada como
carta de adjudicao. Nunca, entretanto, mandado, que mandado no instrumento hbil a
instrumentar a transmisso do domnio. Quando o legislador quis que o mandado fosse o ttulo, assim
determinou expressamente, como na usucapio.
Portanto, para o registro de desmembramento ou loteamento regidos pela Lei 6.766/79 em que a
CDHU figura como parceladora, no h como dispensar os documentos previstos no artigo 18 da
citada legislao ou dispensar apresentao de qualquer outro documento, que esto sujeitos os
parceladores, pois como dito, no goza ela de qualquer benefcio fiscal, trabalhista, administrativo ou
mesmo de ordem jurdica, estando sujeita as mesmas regras do setor privado.
Seus objetivos sociais vm previstos nos incisos I a XII do artigo 2 do seu estatuto e tambm no
justificam qualquer iseno ou dispensa da apresentao de quaisquer documentos necessrios ao
registro da incorporao pretendida. Ainda resta a questo dos documentos (certides) dos anteriores
titulares de direitos reais do terreno que tambm devem ser apresentadas para tal mister.
Alienao Fiduciria Dao em Pagamento
Uma empresa alienou fiduciariamente ao Banco Bradesco, alguns imveis para garantia
de contratos de emprstimos. No conseguindo solver suas obrigaes, firmou com o
Banco um contrato particular de Dao de Direitos, invocando o art. 27, 8 da Lei
9.514/97. possvel o registro deste instrumento particular assinado por todas as partes
e testemunhas, com firmas reconhecidas e imposto de transmisso recolhidos? Com
relao ao registro como proceder? Fao uma cesso dos direitos do fiduciante para o
fiducirio e em seguida, averbao da consolidao da propriedade fiduciria?
Resposta: Nos termos do pargrafo 8 do artigo 26 da Lei 9.514/97, possvel o fiduciante realizar o
pagamento de sua dvida com o fiducirio mediante dao em pagamento, caso em que se transmitir
ao credor seu direito eventual, consolidando-se a propriedade definitivamente no patrimnio deste,
dispensada a realizao do leilo do imvel.
Se se tratasse de dao em pagamento realizada por devedor inadimplente em favor de entidade
financiadora integrantes do SFH, o instrumento de dao em pagamento teria de ser realizado pela
forma pblica, mas no esse o caso.
No caso, trata-se de dao em pagamento de dvida de negcio fiducirio (dvida oriunda de alienao
fiduciria), ou seja, o negcio jurdico (dao em pagamento) est relacionado alienao fiduciria.
Dessa forma, nos termos dos artigos 26, pargrafo 8 e 38 (resultantes de sua aplicao) da Lei
9.514/97, a dao em pagamento poder ser celebrada por instrumento particular com efeitos de
escritura pblica. Registra-se a dao em pagamento em nome do credor fiducirio averbando-se em
seguida, via de conseqncia, a consolidao da propriedade em nome deste (credor fiducirio).
Sub-Rogao Bem Particular
Uma senhora casada sob regime da Separao Obrigatria de Bens, vigncia Lei
6.015/73, adquire imvel com financiamento SFH, garantido por alienao fiduciria.
Conforme consta no contrato, a renda para compor o financiamento de 100% dela. Em
sua qualificao, consta tambm a qualificao de seu cnjuge e que este comparece
"to somente como interveniente-anuente". Est correto desta forma? Casados sob
regime da SOB os bens adquiridos na constncia do casamento no se comunicam?
Resposta:
1. A situao, apesar de ter aparncia de simples no , pela evidente inteno das partes de que a
aquisio pela esposa se torne bem particular que a partir da CF/88 j no existe mais ( 1 art. 5);
2. Entretanto, nos termos do artigo n. 1659, I e II CC, existem bens sub-rogados que no se
comunicam, que no o caso como se apresenta, mas ao que parece a real inteno das partes;
3. Com relao a constar do contrato a renda de 100% somente da esposa perfeitamente possvel,
mas no quer dizer com isso que seja bem particular somente dela. Pois, nos termos da smula 377
STF: No regime de Separao Legal de Bens comunicam-se os adquiridos na constncia do casamento .
Ademais, pode o marido, apesar de contribuir diretamente, no ter documento de comprovao de sua
renda ou contribuir indiretamente com despesas outras;
4. A v/c com alienao fiduciria so 2 operaes, 2 negcios jurdicos, sendo que na aquisio do bem
(v/c) no h necessidade de comparecimento do marido, situao diferente na alienao fiduciria
(artigo 1.647, I CC), devendo o marido tambm figurar no instrumento (pela alienao fiduciria);
5. Desta forma, a aquisio do bem pela senhora casada no regime da SOB, comunica-se pela smula
377 STF com seu marido, independentemente de constar do instrumento a comprovao de renda de
100% somente dela;
6. futura partilha por divrcio ou sucesso deve ser solucionada pela vias jurisdicionais;
7. Assim, deve o contrato ser re-ratificado/aditado para constar a ttulo de que o marido comparece
como interveniente anuente, ou seja, no poder comparecer como interveniente anuente e
concordante com sub-rogao, pois de sub-rogao no se trata, at porque a aquisio financiada
(SFH/SFI), devendo, portanto comparecer para dar a sua outorga marital da alienao fiduciria, at
para que no paire dvidas no futuro.
Servido de Passagem
Uma empresa est construindo um empreendimento (blocos de apartamentos) que
precisa utilizar o terreno vizinho para passagem de tubos de gua e esgoto (servido) e
este terreno vizinho j se encontra construdo outro condomnio. Como dever ser
formalizada esta Servido? Escritura Pblica? Quem representar o condomnio e de
que forma (ata, assemblia)?
Resposta:
1. A servido poder ser formalizada por escritura pblica ou particular a teor do artigo n. 108 do CC,
ou seja, por instrumento particular se o valor do contrato (artigo n. 176, pargrafo 1, III, 5) no
ultrapassar 30 SM, pois caso contrrio da essncia do ato o instrumento pblico;
2. O condomnio edilcio representado pelo sndico ou pelo administrador (artigos 12, IX do CPC e
1.348II do CC);
3. Entretanto, o condomnio no tem personalidade jurdica, mas personalidade judiciria (de estar em
juzo), e a exceo da hiptese consagrada no artigo 63 da Lei 4.5941/64, no pode adquirir imveis ou
direitos reais a eles relativos, da mesma forma que no pode transmitir bens imveis ou direitos reais,
nem mesmo constituir nus sobre esses bens imveis ou direitos a eles relativos;
4. A servido, nos termos do inciso III do artigo 1.225 do CC direito real, logo o condomnio, mesmo
que legalmente representado pelo sndico ou pelo administrador, no pode instituir servido de
passagem sobre imvel pertencente ao condomnio edilcio (rea de uso comum);
5. Assim, para que seja instituda servido sobre rea comum do condomnio, dever figurar no ttulo
como serviente (que institui, d servido de passagem a favor de outrem (dominante), pessoa
fsica/natural ou jurdica/incorporador) todos os condminos que sejam proprietrios das unidades
autnomas do condomnio (artigo 1.351do CC - marido e mulher se casados forem) e com aprovao
para tanto, em ata de assemblia geral para esse fim convocada e com deciso unnime dos presentes
(deciso unnime esta de assemblia geral que no se confunde com deciso unnime dos condminos
que, entretanto comparecero unanimemente no ato de instituio da servido);
6. A servido ser averbada no imvel dominante (que recebe a servido) e registrada na matrcula
me/matriz onde registrada a instituio e especificao do condomnio edilcio e ser averbada sua
existncia em todas as matrculas das unidades autnomas (artigo 1.386 do CC).
Pessoa Jurdica Organizao Religiosa
Foi apresentado para registro junto a este Oficial de Registro Civil de Pessoa Jurdica,
documentos necessrios para fundar o MINISTRIO DE CURA E LIBERTAO DEUS
SALVE O BRASIL, sendo uma organizao religiosa.
1) A administrao feita somente por uma Diretoria, constando da Ata de Fundao,
que o mandato da diretoria compreendido entre 08/02/2011 a 08/02/2016, e no
Estatuto, consta que os demais mandatos da diretoria, sero por tempo indeterminado.
Dvida: O Mandato da diretoria pode ser por tempo indeterminado?
2) Art. 20 A Igreja tem um Conselho Administrativo, composto pela Diretoria
Administrativa, pastores e missionrios, alm de outros lderes atuantes a critrio da
Assemblia Geral, por indicao da Diretoria Administrativa.
1 - Direo Conselho Administrativo exercida Diretoria Administrativa.
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expedido pelo prprio Juzo da Falncia, ou com sua autorizao), que formalizado, poder acessar a
matrcula. A decretao da falncia impede, nos termos do artigo n. 215 da LRP, o registro de qualquer
ttulo de transmisso ou onerao de imvel de propriedade da falida e mesmo a transferncia de
direitos reais. Ademais, a carta de arrematao, a teor do artigo n. 215 antes citado, no poder ser
realizada, pois no apresentada a registro antes da decretao da falncia
Escritura Pblica de Hipoteca
Recebemos Escritura de Hipoteca, onde credor recebe hipoteca em 1 grau e outra em
2 grau sobre o mesmo imvel, na mesma matricula, possvel tais registros?
Resposta: No caso apresentado, o ttulo encerra dois negcios jurdicos, ou seja, a constituio de
duas hipotecas, uma em 1 grau e outra em 2 grau para um mesmo credor, o que perfeitamente
possvel nos termos do artigo n. 1.476 do CC, mesmo se o credor fosse diverso, sendo que nesse ltimo
caso (credor diverso) imprescindvel a anuncia do primeiro.
As hipotecas de 1 e 2 grau foram constitudas em um mesmo ttulo encerrando, como dito, dois
negcios jurdicos e para um mesmo credor. Tambm no ser o caso de aplicao do artigo 1.495 do
CC, nem do artigo 189 da LRP. Portanto, perfeitamente possvel os registros das hipotecas
constitudas em graus diferentes ao mesmo credor, respeitando o artigo 190 LRP.
Incorporao Pelo Cessionrio
Se, o cessionrio tendo a posse precria do imvel poder nos termos do art. 32 da Lei
4591/64 incorpora-lo, tendo possibilidade de uma resposta urgente.
Resposta: Nos termos artigo 31, letra a da Lei 4.591/64, respondo positivamente a questo.
Art. 31. A iniciativa e a responsabilidade das incorporaes imobilirias cabero ao incorporador, que
somente poder ser: a) o proprietrio do terreno, o promitente comprador, o cessionrio deste ou
promitente cessionrio com ttulo que satisfaa os requisitos da alnea a do art. 32;
Entretanto, dever o cessionrio estar imitido na posse do imvel, devendo constar do seu ttulo
aquisitivo a expressa autorizao para demolir o prdio que eventualmente existir no local e, bem
assim, autorizao para dividir o terreno e alienar as respectivas fraes ideais. A promessa,
obviamente, dever ser irrevogvel e dever estar registrada no RI competente.
Art. 32. O incorporador somente poder negociar sobre unidades autnomas aps ter arquivado no
cartrio competente de Registro de Imveis, os seguintes documentos:
a) ttulo de propriedade de terreno ou promessa irrevogvel e irretratvel de c/v, de cesso de direitos
ou de permuta do qual conste clusula de imisso na posse, no haja estipulaes impeditivas de
alienao em fraes ideais e inclua consentimento para demolio e construo registrado.
Cancelamento de Hipoteca Cedular
Os imveis matriculados sob ns 29.342 e 29.343 foram arrematados (R.2). Os imveis
estavam gravados por hipoteca cedular. A arrematao foi feita nos autos da execuo
promovida pelo credor hipotecrio (Banco Meridional do Brasil S.A.). Embora na carta
de arrematao no tenha constado determinao expressa para o cancelamento das
hipotecas parece-me que na poca poderamos ter cancelado ditas hipotecas. O que voc
acha? possvel atender o pedido e cancel-las?
Resposta: Como a ao de execuo foi movida pelo prprio beneficirio do nus, as hipotecas
deveriam poca ser canceladas pelo registro da carta de arrematao que teve origem na execuo
movida pelo credor hipotecrio termos artigo 849, VII CC/16 (1.499, VI do CC/02).
No entanto, como no foram canceladas a poca, podem e devem ser canceladas agora nos termos do
artigo n. 213, I da LRP, se possvel pela reapresentao do ttulo (carta de arrematao)ou pelo
microfilme do mesmo feito poca.
Alienao Fiduciria Divrcio - Partilha
Michel e sua mulher Alyne, so titulares do domnio sobre o imvel da matrcula n.
74.725. Pelo registro 03, transmitiram, fiduciariamente, CEF. Assim, bem, foi excludo
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ou arrolamento dos bens deixados por Manoel. Caso haja insistncia, averba-se o bito alertando os
interessados que em face da smula citada houve comunicao da aquisio do bem imvel, devendo,
portanto ser realizado, se ainda no o foi, o inventrio ou arrolamento dos bens deixados pelo falecido
para eventual transmisso.
Reserva Legal Desmembramento de Imvel
Proprietria de imvel rural pretende desmembrar seu imvel, sendo que, em seguida,
as reas desmembradas sero doadas. Ocorre que, na escritura de doao, pretendem
constar que a rea de reserva legal pertencente s reas desmembradas, ficar
demarcada dentro da rea remanescente (que permanecer sendo de propriedade da
doadora). possvel a lavratura de escritura de doao na forma pretendida pelos
interessados (doadora/donatrios), ou seja, consignando a rea de reservar legal
demarcada em outra rea que no seja a do proprietrio?
Resposta: Sim, perfeitamente possvel, pois os imveis desmembrados da gleba j gravada, no tm
que ter reserva legal especfica, bastando que se faa em sua matrcula remisso averbao da reserva
legal na matrcula me/original, isto , na matrcula da gleba da qual foram desmembrados.
Incorporao Averbao de Construo
Empresa promoveu o registro de Incorporao para construo de certo
empreendimento e, aps, apresentou para registro contratos de v/c das fraes ideais
que j foram registrados. Posteriormente, concluda a obra, requereu a averbao desta
apresentando Habite-se expedido pela Prefeitura e CND do INSS, no entanto, no foi
apresentado o instrumento de instituio do condomnio. Agora, foram apresentados
outros contratos ainda como v/c de fraes ideais.
Considerando que a obra est conclusa, possvel o registro destes contratos em que as
unidades foram negociadas como fraes ideais???
Resposta: A incorporao imobiliria tem carter transitrio que se conclui com a conseqente
averbao da construo e o concomitante registro da instituio, especificao e conveno do
condomnio. A rigor, com a averbao da construo do edifcio ou das casas, deve ser feito tambm e
concomitantemente, o registro da instituio, especificao e conveno do condomnio edilcio, ou
seja, a instituio do condomnio deve ser registrada logo aps a averbao da construo (artigos 44
da Lei 4.591/64 e 1.361, pargrafo 3 e 1.332 do CC).
Portanto, no caso em tela, uma vez que j foi averbada a construo, no ser mais possvel o registro
de fraes ideais de terreno, devendo ser previamente registrada a instituio, especificao e
conveno do condomnio, para que possam ser registradas as unidades autnomas, pois no h mais
de se falar em fraes ideais de terrenos, uma vez que as unidades j esto individualizadas e
descriminadas apesar de ainda no registrada a instituio. Ademais, o registro da unidade autnoma
e no frao ideal de terreno ir onerar menos os interessados.
Desmembramento Sucessivo
Jos Benedito adquiriu rea de 2.900,00 m2 e pretende desdobr-lo em 5 partes, com
frente para via pblica e maiores de 125,00m2. Sua aquisio por parte de Jos
Benedito se deu por compra de Paulo que tinha adquirido 5.000,00 m2 e desdobrado
em 2 partes. Paulo adquiriu de Antonio que possui 15.000,00m2 e dividiu em 3 (Paulo e
+ 2). Como saber se trata-se ou no de desdobro sucessivo?
Resposta: Via de regra, deve-se seguir o item n.150.4 do Captulo XX das NSCGJSP, e por analogia o
provimento n. 03/88 da 1 VRP da Capital.
Sucessivo que dizer contnuo, cujas partes, atos ou momentos se sucedem sem interrupo que se
segue a outro, que se segue a outra coisa com pequeno intervalo.
Segundo Plcido Silva significa vir em seguida, alternar, revezar. Na significao jurdica, designa
sempre fato ou ato que se segue necessariamente a outro, seja para substituir, seja para que continue
ou se prossiga o que iniciado. O sucessivo assim pressupe a existncia de coisa idntica anterior.
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Sem fugir ao sentido etimolgico, sucessivo exprime igualmente o sentido de repetio, isto , assinala
a qualidade da coisa que vem em seguida de outra, seja para lhe aumentar o nmero ou para lhe
agravar as conseqncias ou efeitos. Enfim, cada caso um caso e deve sempre ser analisado com bom
senso, analisando sempre a situao anterior do imvel, portanto conta-se da origem do imvel, e
como no poderia, no se conta da pessoa que adquiriu o imvel.
claro que no vamos voltar situao muito remota, Fazenda tal, 50,00 alqueires, 10,00 alqueires,
3,00 alqueires (mdulo rural, frao mnima de parcelamento), etc. Cada caso deve ser analisado pela
situao anterior, procurando visualizar a real pretenso, que nem sempre perceptvel.
No caso, a rea de 2.900,00 m2 ser no momento desmembrado em 5 outras reas, que por seu turno
podem originar mais 3 desmembramentos cada uma delas, totalizando at 15 reas ou lotes.
Essa rea de 2.900,00 m2 tem sua origem, sua filiao em outra de 5.000,00 m2, da qual remanescem
2.100,00 m2 que tambm poder ter a mesma destinao, o mesmo caminho.
Essa rea de 5.000,00 m2 tem sua origem em outra com 15.000,00, que eventualmente poderia ser
desmembrada em trs reas com 5.000,00 m2 cada uma, e a trilhar o mesmo caminho, etc.
Essa rea de 15.000,00 m2 tem origem em outra rea que poderia, por exemplo, ser em uma rea de
45.000,00 m2 e assim por diante.
Enfim, no caso concreto, que tecnicamente poderia originar at mesmo mais de cem unidades est
evidenciado parcelamentos sucessivos e a inteno a burla da Lei do Parcelamento do Solo, devendo o
pedido ser qualificado negativamente, restando aos interessados requererem administrativamente via
corregedoria permanente (pedido de providncias) o pedido de desmembramento (por averbao)
com a dispensa do registro especial previsto na Lei 6.766/79.
Clusula Resolutiva Pagamento Com Cheques Pr-Datados
Uma pessoa adquiriu imvel e acordou com o proprietrio que o pagamento do preo
seria parcelado, emitindo cheques "pr-datados" a serem cobrados na data
convencionada, sendo imposta condio resolutiva at a devida compensao de todos
os cheques. possvel o registro da compra e venda e averbao da clusula resolutiva
com o pagamento do preo nestes termos?
Resposta: Na compra e venda no importa a forma de pagamento (cheque/Nota Promissria, etc.).
Em havendo clusula/condio resolutiva (artigos 474/475 do CC e 167,I, 29 da LRP), esta dever
constar do corpo do registro (e no por averbao) como condies do contrato ou com a observao
de que a presente venda e compra foi feita com a condio/clusula resolutiva nos termos dos artigos
ns. 474 e 475 do Cdigo Civil Brasileiro, podendo tal condio ser redigida como constou do ttulo ou
de forma resumida, uma vez que o ttulo ficar arquivado na serventia por microfilme ou digitalizao.
Realizada a compra e venda com essa condio, o seu posterior cumprimento poder/dever, a
requerimento do interessado, ser averbado.
Alienao Fiduciria Intimao
Banco concedeu emprstimo para uma pessoa atravs de cdula de crdito bancrio,
cuja garantia ofertada foi alienao fiduciria de um bem pertencente a terceiro,
devidamente registrada na matrcula do imvel. Agora, em atraso com as prestaes o
banco/credor requereu ao Cartrio que seja providenciada as notificaes da devedora
e da devedora fiduciante. correto? Devo expedir notificao para as duas?
Resposta: A garantia da Alienao Fiduciria foi constituda por terceiro atravs do Instrumento que
foi a CCB emitida por outra pessoa que no o devedor fiducirio.
A intimao em caso de mora, dever seguir os trmites da Lei 9.514/97 (artigo 26), e a intimao e
no notificao, a requerimento do fiducirio, dever ser feita apenas e to somente ao fiduciante ou
tambm ao seu cnjuge, se casado for, no devendo ser feita nos termos da lei ao emitente da CCB.
Eventualmente, se assim julgar necessrio, poder o fiducirio/Banco credor, notificar o devedor
emitente da CCB atravs de RTD, judicialmente ou de qualquer outra forma permitida.
Entretanto, essa eventual notificao em nada tem a ver com os procedimentos previstos na legislao
da alienao Fiduciria (Lei 9.514/97). A constituio em mora deve ser do fiduciante (s) (artigo 26).
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Enfim, a doao modal no se confunde com o instituto da sub-rogao, e ademais, se assim fosse,
deveria a esposa ter comparecido na escritura de compra e venda concordando e anuindo
expressamente com a sub-rogao.
Desta forma, no ser possvel a lavratura, nem o registro de escritura de venda e compra da nua
propriedade somente pelo cnjuge suprstite (vivo), devendo o bem imvel ser levado a inventrio ou
solucionado pelas vias jurisdicionais.
RFFSA Transferncia Para Unio
Imvel que figura na matrcula em nome da "Rede Ferroviria Federal S/A".
Apresentado requerimento e termo de transferncia, solicitando o registro do imvel
em nome da UNIO. Como proceder? Caso seja possvel, dever ser exigido algum outro
documento ?
Resposta: Conforme nossa resposta anterior, o ato a ser praticado o de registro utilizando-se o
Ofcio n 288/2011/CI/SPU-SP (requerimento), o Termo de Transferncia de n 318/2009 que dever
ser apresentado, pois o documento anexo ao Ofcio referido trata-se de informao
150/2011/CI/SPU/SP do engenheiro do Departamento, cpia do Anexo I, Inventariana da Extinta
RFFSA (Relao dos Imveis No Operacionais da Extinta RFFSA), relativo folha onde consta o
imvel objeto da matrcula 107099, que tambm dever ser apresentado, a Lei 11.483/07 artigo 2,
incisos I e II, e o Decreto 6018/07.
Entretanto, devem ser apresentados os seguintes documentos:
1. Termo de Transferncia de n. 318/2009;
2. Anexo I, Inventariana (cpia da folha onde conste relacionado o imvel transferido pois referido
Anexo composto de muitas folhas);
3. Valor Venal do Imvel;
4. Prova de Representao/Cpia da Portaria de Nomeao de quem assina o Oficio/Requerimento.
Visto SUSEP
Para sociedade com a finalidade de seguros, exigia o visto da SUSEP.No entanto esto
dizendo que no mais necessrio, isto fato?
Resposta: Via de regra, no haver a necessidade de Visto (comprovao do pedido de inscrio no
respectivo rgo de disciplina e fiscalizao do exerccio profissional item 19 do Captulo XVIII das
NSCGJSP artigo 1 da Lei 6.839/80) da SUSEP, porque ela no Conselho de Profisso, mas
Superintendncia de Seguros Privados.
No entanto, dever constar do instrumento de constituio e fazer prova do n de inscrio do scio
que consta no contrato na SUSEP como corretor de seguros.
Consoante entendimento exarado no Parecer elaborado pela Procuradoria Federal - SUSEP conceder
autorizao prvia s corretoras de seguros para fins de registro de seus atos constitutivos e alteraes
posteriores junto aos Cartrios de Registro Civil de Pessoas Jurdicas.
Entretanto, se a sociedade for operar com planos privados de assistncia sade, devem satisfazer os
requisitos da Lei 9.656/98 e tambm terem registros nos CRM/CRO.
PMCMV Emolumentos
Foi apresentado documentos para averbao da construo na matrcula n.14.184,
onde o terreno foi adquirido atravs do instrumento particular de compra e venda de
terreno e construo e mutuo com obrigaes e alienao fiduciria programa carta
de credito individual - FGTS PMCMV (Lei 11.977/09), onde cobrana dessa averbao,
bem como a expedio da certido, seriam atos gratuitos, mas agora com o advento da
Lei 12.424/11 em seu artigo 42, II, cobrado 50%, da averbao e certido da matrcula?
Resposta: Sim, o entendimento est correto, pois Tempu Regit Actus (O Tempo Rege o Ato). A
averbao da construo est sendo requerida agora com o advento da Lei 12.424/11 que alterou a Lei
11.977/09, aplicando-se, portanto o inciso II do artigo 43 e no o inciso II do artigo 42. Ver item de n.
5 (cinco) dos recentes enunciados da Anoreg-SP.
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Parte Ideal
Temos aqui as matrculas 42794 e 42795, uma do imvel rural com 11,2365 hectares e
outra daquele com 1,1135 hectare, advindas de retificao de rea. Era apenas uma
matrcula anteriormente, mas com a retificao e devido tais glebas serem seccionadas
por estrada, foi imperativo abrirmos uma matrcula para cada rea (princpio da
unitariedade). So dois os proprietrios, cada um com 50% de cada imvel. Odair e Joo
Baptista. Agora ingressam escrituras sob os protocolos 135158 e 135159, pelas quais
Odair e sua esposa vendem a um terceiro as partes que possuem nas duas matrculas, ou
sejam, 50% de cada imvel, ainda em comum com Joo Baptista. A comunho dever
prevalecer, posto que impossvel a diviso, dada a rea de uma das matrculas ser
menor que o limite legalmente permitido. Temo no poder registrar tais escrituras,
dada a proibio feita pela CGJ naquele processo 2588/2000-Capital, Parecer 348/2001E, especialmente agora com deciso ainda mais recente, de dias atrs, que tratou de
caso similar e, o que pior, onde o comprador j figura como co-proprietrio de outra
parte do imvel. Parece que a ordem ficou ainda mais rgida. Gostaria de conhecer sua
opinio sobre o caso e, se necessrio, encaminho cpias das matrculas e das duas
escrituras (as partes so as mesmas, tanto vendedores quanto o comprador).
Resposta: De fato, mesmo antes e principalmente depois do Processo CGJSP n. 2.588/2000
Parecer 348/2001-E, existem diversas decises vedando a alienao de partes ideais (em comum) por
afronta ou burla a lei do parcelamento do solo e a formao de condomnios irregulares.
Esta deciso mais recente, refere-se a alienao de uma parte ideal de 3/14 de um imvel com 7
condminos, onde h meno de que naquele caso ficou evidenciado a alienao de frao ideal com
rea determinada no solo.
Enfim, uma deciso como outras de um caso especfico, porm existem outras favorveis, permitindo
o registro dependendo das particularidades do caso, como por exemplo, 202-6/4, 279-6/4, 156-6/6,
702-6/6, 913-6/9, 971-6/2 e 649-6/3.
No caso, com alienao por parte de Odair no se est aumentando o nmero de condminos, somente
est ocorrendo a mudana da titularidade de um deles, que continuam em nmero de dois.
No est evidenciando a implantao de loteamento irregular, a formao de condomnio ou mesmo
de loteamento rural (DL 58/37). Portanto, entendo, s.m.j., que com base nas decises acima citadas e
pelas particularidades do caso, os registros podem ser feitos. Transmisses posteriores sero objeto de
nova avaliao.
Servido de Passagem
Foi apresentada escritura pblica de venda e compra de imvel rural no qual consta
condio na qual a compradora declara ter conhecimento da existncia de corredor que
d acesso a imveis vizinhos dentro dos limites do imvel, instituindo servido perptua
de passagem no referido imvel e se comprometendo a respeit-la. Na escritura, no
ficou descrita a localizao desta servido, como tambm, no consta qual imvel ser
beneficiado pela servido. possvel o registro da servido?
Resposta: Se do ttulo transmissivo h meno a existncia e at mesmo instituio de servido de
passagem, esta deve ser devidamente instituda com todas as suas caractersticas, metragens, rea,
confrontaes e principalmente localizao, em ateno os princpios registrrios (especialidade,
legalidade, etc.). Em se tratando de servido, dever tambm haver o imvel serviente, que no caso o
imvel alienado e o imvel dominante que recebe, que beneficiado pela servido.
Pois, alm do registro da servido na matrcula do imvel dominante, ainda h a averbao na
matrcula do imvel dominante.
Portanto, no ser possvel nem o registro da venda e compra nessas condies, nem o registro da
servido (ver artigos 1.378 e 1.383 do CC). A no ser que, se assim entender a Sr. Oficiala
Registradora, possa a venda e compra ser registrada a requerimento das partes solicitando o registro
da v/c, desprezando-se/no considerando a servido/corredor estrada, pelo princpio da cindibilidade,
a qual poder, posteriormente, ser regularmente instituda.
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reconhecimento da unio estvel, sua dissoluo e partilha atravs de escritura pblica. No entanto,
optaram pela via judicial que tem o mesmo valor, se no mais, do que a escritura pblica que est
totalmente dispensada no caso.
Averba-se na matricula o reconhecimento judicial da unio estvel para em seguida registrar a partilha
decorrente da dissoluo da U.E., que no precisar ser averbada, uma vez que j constar do registro
e no estado civil.
Carta de Arrematao Falncia
Recebi para registro Carta de Arrematao de um imvel extrada dos autos de ao de
falncia de uma empresa, acontece que a margem do registro do imvel, existe averbada
a indisponibilidade de bens referente Execuo Fiscal, expedida pela Vara das
Execues Fiscais, tornando indisponivel o bem, feita a indisponibilidade com fulcro no
artigo 36 da Lei 6.024/74. Referido ttulo foi devolvido, noticiando o ocorrido. A parte
retornou, com ofcio expedido pelo Juzo da Falncia, determinando o cancelamento da
averbao da indisponibilidade por se tratar de bem arrecadado pela massa falida e
vendido em leilo judicial. possvel fazer o cancelamento da averbao mesmo no
sendo autorizado pelo mesmo Juzo que informou? Em consequencia poder ser
registrada a Arrematao?
Resposta: Estranhamos o fato de a averbao da indisponibilidade determinada em processo de
execuo fiscal movida pela Fazenda Pblica ter sido determinada com base na Lei 6.024/74, que via
de regra so determinadas pelo Banco Central do Brasil (artigo 1 da Lei 6.024/74) em processo de
liquidao extrajudicial de instituies financeiras.
Eventualmente seria indisponibilidade determinada com base na Lei 8.397/92 (Medida Cautelar Fiscal
artigo 4), entretanto isso no vem ao caso, pois a indisponibilidade foi determinada com base em lei
e se encontra averbada junto a matrcula do imvel, tornando-o indisponvel (artigo 247 da LRP).
Como a ordem de cancelamento da indisponibilidade foi determinada pelo Juzo da falncia, de certa
forma poderia ser cancelada, e em sendo cancelada a indisponibilidade, a carta de arrematao deveria
ser registrada, via de conseqncia.
No entanto, levando-se em considerao o cancelamento da indisponibilidade determinada deve ser
qualificado negativamente, e via de conseqncia, tambm o registro da carta de arrematao,
devendo tal levantamento/cancelamento ser determinado pelo mesmo Juzo que determinou a
indisponibilidade para que ento possa a carta de arrematao acessar ao Registro Imobilirio.
Cancelamento de Clusula Resolutiva
Para cancelamento da clausula resolutiva, essa averbao com valor declarado ou sem
valor? E a averbao pode ser feita mais ou menos nestes termos:
Fica cancelada a clausula resolutiva imposta no R...., desta matrcula, em virtude de ter
sido efetuado o pagamento da totalidade do preo contratado na escritura de venda e
compra a que alude o mesmo registro, nos termos do instrumento particular de
quitao, datado de ...., e das respectivas notas promissrias, ficando em conseqncia,
aperfeioada a venda e compra respectiva.
Resposta: Respondo positivamente a questo quanto a redao da averbao, pois poder ser sim
feita mais ou menos nos termos colocado.
Quanto a cobrana dos emolumentos devidos pela averbao de cancelamento da condio/clusula
resolutiva, deve ser aplicado o item 2.1 das Notas Explicativas da Tabela II Dos Ofcio de Registro de
Imveis, ou seja, devem ser cobrados emolumentos como averbao com valor declarado.
Carta de Arrematao Penhora Unio
Entrou para registro uma Carta de Arrematao expedida pela Vara do Trabalho em
processo de interesse da Unio, sendo arrematante Waldelis, filha do proprietrio do
imvel. O imvel aquele da Matrcula 5498, que tem a AV.6 referente a uma Penhora
da Unio, decretada no prprio processo que originou a Arrematao mencionada. Tem
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Desta forma, a certido da junta comercial que deve ser apresentada ao RI a certido da alterao (da
ciso) da empresa que cindiu parte do seu capital social e transferiu para a outra pessoa jurdica criada
ou mesmo j existente (artigo 229 caput e seu pargrafo 3 da Lei 6.404/76).
Via de regra, essa certido dever vir acompanhada de protocolo de justificao (que o
documento inicial do processo de incorporao, fuso e ciso) e laudo de avaliao,
comprovantes de quitao de tributos e contribuies sociais federais).
Conferncia de Bens Para Integralizao de Capital Social
Na conferencia de bens feito registro ou averbao, no caso em comento, a
proprietria F. S/A Comrcio, Indstria e Agricultura, transferiu o imvel (desta
matrcula), pelo valor de R$........, a titulo de conferencia de bens para integralizao do
capital social da C. PAULISTA LTDA?
Resposta: A conferncia de bens para integralizao de capital social foi feito nos termos do artigo n.
64 da Lei 8.934/94, e conforme item de n. 32 do artigo 167, I LRP, o ato a ser praticado o de registro
e no de averbao, pois no se trata de aplicao da Lei 6.404/76 (incorporao, fuso ou ciso).
Assinatura a Rogo RCPJ
Estou analisando um estatuto social de uma associao sem fins lucrativos que se
pretende registrar neste Oficial de Registro Civil de Pessoa Jurdica.
Consta de seu artigo 85: "Nos pedidos de convocao de Assemblias Gerais, as
assinaturas devero ser de prprio punho com exceo dos analfabetos, o que poder
ser a rogo com duas testemunhas, perfeitamente qualificadas e apondo a impresso
digital do interessado". Pergunto se vlido esse critrio ou se se deve exigir a
representao por procurao. Afinal, "carimbar o dedo" qualquer um pode faz-lo.
Quem pode conferir se se trata mesmo da impresso digital do associado? S mesmo o
IIRGD, imagino. Ou devemos partir do princpio de que esto dizendo a verdade, at
prova em contrrio, e aceitar a situao tal como foi proposta?
Resposta: Assinatura a rogo a que se faz a pedido ou por solicitao de outrem, por quem no a
possa fazer por estar impossibilitado ou por no saber escrever.
Para que possa valer como de Direito nos casos em que a Lei o permite, a assinatura a rogo deve ser
devidamente testemunhada.
Assim, alm da pessoa que assina a rogo (geralmente impresso digital), outras, pelo menos duas,
devem testemunhar o pedido e a satisfao dele assinando com o mandatrio do rogante.
Para atos de certa relevncia realizados atravs de instrumento particular, a assinatura a rogo no
merece f. Nessa hiptese deve a pessoa passar mandato por instrumento pblico mediante o qual
autoriza outrem a assinar por si como seu legtimo mandatrio (autoriza a praticar atos).
No caso, como o ato no ser realizado por instrumento pblico, no poder ser aceita a assinatura a
rogo mesmo que seja testemunhado por duas pessoas idneas e capazes.
Deve, portanto referido artigo do estatuto ser alterado para maior segurana das assemblias, e
ademais, no caso do analfabeto no ser restrito somente a convocao de assemblias, mas tambm
de outros atos como, por exemplo, lista de presena, votao etc.
Venda Parte de Imvel Incorporado
1.Incorporao registrada na matrcula do imvel em nome de fulana "A" (proprietria
do imvel), relativa edificao de 31 residncias.
2.Foram construdas 8 residncias, as quais foram averbadas e institudas e alienadas a
terceiros, restando ainda como remanescente 23 residncias.
3.Anteriormente ao registro da instituio da proprietria e incorporadora vendeu por
escritura pblica a totalidade do empreendimento para o fulano "B", que assumiu na
escritura a responsabilidade como incorporador.
4. vista da informao supra, ficou prejudicada o registro da escritura.
5.Pretende o interessado, retificar a escritura j lavrada, para excluir a frao ideal do
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Se no for este o caso e tratar-se de simples desmembramento de imvel rural que confronta com um
crrego simplesmente, a aprovao por parte da CETESB prescindvel (ver Processo CG n. 259/2006
Ementrio CGJSP de n. 06/2006 excelente parecer do Dr. Vicente Amadei).
Alienao Fiduciria Cesso de Crdito
A cesso do crdito da alienao fiduciria pelo credor, nos termos do art. 28 da Lei
9.514/97, poder ser efetivada por instumento particular firmado pelas partes (cedente,
cessionrio e devedor/anuente) aplicando-se a disposio do art. 38 da mesma lei?
Resposta: Respondo positivamente a questo, pois tanto a cesso pelo fiducirio (artigo 28 da Lei
9.914/97) que ser ato de averbao no sujeita a imposto de transmisso, como a cesso pelo
fiduciante (artigo 29 da Lei citada) que ser ato de registro sujeita ao recolhimento do imposto de
transmisso, podem, nos termos do artigo n. 38 da Lei 9.514/97, serem realizados tanto por escritura
pblica, como atravs de instrumento particular com fora de escritura pblica e com reconhecimento
das firmas, nesse ltimo caso.
Na cesso pelo fiducirio no haver a necessidade do fiduciante, mas na cesso pelo fiduciante haver
a necessidade da anuncia expressa do fiducirio (artigo 29 da Lei 9.514/97).
Na cesso pelo fiducirio h tambm a dispensa a notificao do devedor fiduciante (artigo 35 da Lei Ver Negcio Fiducirio Editora Renovar 2.006 itens 4.4.6.1, -Cesso da posio do fiducirio e
4.4.6.2 Cesso da Posio do fiduciante de autoria de Melhim Namem Chalhub).
Doao Sem Reserva de Usufruto
Escritura de doao. Benedito doou o imvel para os filhos, SEM RESERVA DE
USUFRUTO. No constou da escritura que o doador possui outros meios para sua
subsistncia. Devo devolver e exigir essa declarao?
Resposta: O fato de no mencionar nas escrituras de que o doador possui imveis ou renda suficiente
para a sua subsistncia (parte disponvel), no dever ser motivo impeditivo para o registro da doao.
A norma do artigo n. 548 do CC, impede a doao de todos os bens (doao universal), inibindo o ato
de dissipao patrimonial que expe o doador falta de condies de sua prpria subsistncia. Tratase de tutela de amparo ao doador irrefletido, sob o risco de penria, capaz, pela liberalidade arrimada
em total desrespeito de comprometer o mnimo existencial para viver a vida.
Afasta-se da restrio e com ela a invalidade da doao se houver reserva de usufruto vitalcio ou
reserva de parte que assegure ao doador os meios de sustento de vida, o que ocorre ainda, quando
disponha de renda suficiente de aposentadoria.
Entretanto, a reserva do usufruto na doao no obrigatria. Evidentemente, o fato de o doador no
reservar no impede o registro, assim como perfeitamente possvel doao da nua-propriedade
quando terceiro usufruturio. A declarao da existncia de outros bens ou renda que o doador faz
no requisito essencial da doao. Ela vale sem a declarao, e simples declarao no significa que
ato de disposio no seja nulo.
O que vale a existncia de bens ou renda que garantam a subsistncia do doador e no a declarao
que ele faz a esse respeito. Ele pode declarar uma inverdade e o ato de doao ser nulo.
O Oficial no tem controle sobre isso, nem pode exigir prova de que a declarao verdadeira.
Portanto, a declarao de que o doador possui outros meio e rendas para a sua subsistncia
prescindvel e a escritura pode ser registrada.
Sendo assim, o registro da escritura perfeitamente possvel mesmo sem a declarao de que o doador
no tem outros herdeiros e de que a doao feita da parte disponvel.
A disposio de que a doao foi feita da parte disponvel serve para fins de futuro arrolamento ou
inventrio dos bens do doador quando de seu falecimento, pois sendo parte disponvel, estaria
dispensada de colao. A questo fica para ser resolvida entre eventuais herdeiros por ocasio da
morte do doador. Ademais, enquanto vivos os proprietrios, podem dispor livremente de seu
patrimnio (artigo 1.228 do CC).
Se se tratar de doao inoficiosa (quando no momento da doao for superada a metade disponvel do
doador) deve o notrio advertir as partes e o registrador, se aparecer vai registrar sem nada consignar.
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A herana, por sua vez, de acordo com o princpio Saisine, se transmite pela morte (art. 1784 do CC).
Via de regra, v-se que o cnjuge sobrevivente, se concorrer com descendentes, s participa da herana
de bens particulares, mas meeiro dependendo do regime de bens.
E onde herda no meia e onde meia no herda, mas aqui esse no o caso, pois os vivos Deusdeth e
Paulo, no so nem meeiros, nem herdeiros, pois no caso em questo aplica-se o artigo 1.829, I do CC.
Assim e desta forma, a colocao da serventia est correta, pois somente Joana, Joneide, Milene e
Felipe que herdariam de seus avs juntamente com seus tios.
Sendo assim, ou se retifica a partilha ou se considera uma verdadeira doao feita nos autos do
processo de Jonas e Joneide para Deusdeth e de Milena e Felipe para Paulo, sujeita a apresentao da
guia de recolhimento do ITCMD devido ou comprovante e declarao de iseno homologada pelo
fisco estadual (Ver APC 1.227-6/5).
Retificao Administrativa Anuncia Confrontantes Menores
Temos aqui o caso de uma retificao de rea em que o imvel vizinho consta como
sendo pertencente a FULANO e SICRANA DE TAL, menores (o mais velho tem 17 anos
de idade hoje), gravado com usufruto em favor dos pais, BELTRANO e sua mulher.
Nos processos de retificao administrativa temos pedido a anuncia dos confrontantes
proprietrios, no caso aqui seriam os nus-proprietrios. Porm, em se tratando de
pessoas de menor idade, seria o caso de serem representados PELOS PAIS (h decises
que falam sobre a assinatura de ambos os pais).
Ocorre que o pai se encontra desaparecido, ningum sabe onde foi parar, se que est
vivo. H boatos inclusive de que teria sido vtima de homicdio, algum interessado(a)
em ficar com sua herana teria dado cabo vida dele... no vem ao caso, so apenas
boatos. No temos como provar. Apenas para ilustrar bem o desaparecimento, a
ausncia do tal senhor. Como fazer com a anuncia necessria. Quem deve assinar?
Resposta: Nos termos do pargrafo 10 do artigo n. 213 da LRP, entende-se como confrontantes no
s os proprietrios dos imveis contguos, mas tambm seus eventuais ocupantes.
Por ocupantes, entende-se aqueles que ocupam o imvel como se proprietrios fossem, mas no
aqueles que contrataram com o proprietrio do imvel confrontante, a exemplo do locatrio,
arrendatrio, comodatrio, etc. Havendo promessa de compra e venda, hipoteca, alienao fiduciria,
usufruto, etc., a anuncia ser do credor e do devedor.
Via de regra, os filhos menores so representados ou assistidos pelos pais (pai e me - artigos 1.634, V
e 1.689, II do CC).
Entretanto, na ausncia de um deles, o filho menor ser representado ou assistido pelo outro (artigo
1.690 do CC).
E no caso em tela, a anuncia a retificao de imvel lindeiro/confrontante, trata-se de ato de simples
administrao, cuja anuncia pode ser dada por um dos pais (representao) ou assinada em conjunto
com o menor (assistncia).
Ademais, a me ao assistir e representar os filhos menores, o estar fazendo na qualidade de me
(representando e assistindo) e tambm na condio de usufruturia, tratando-se de ato de simples
administrao no interesse dos menores (nus-proprietrios) e por competncia daquele que detm o
poder familiar.
E no caso de o Pai estar impedido ou se encontrar em local incerto e no sabido, o fato deve ser
declarado (na anuncia) quando ento os menores interessados sero representados e assistidos
somente pala me, que tambm dar a sua anuncia na qualidade de usufruturia.
No caso do filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade, a me somente ir assisti-lo, e no caso do
menor de 16 (dezesseis) anos de idade, a me ir represent-lo.
Registro Anterior Abertura de Matrcula
Estou averbando o georreferenciamento e tenho que descerrar nova matrcula para o
imvel. Queria saber se posso constar como registro(s) anterior(es): Av.20 de 8-3-2006
(ciso), feito na matrcula n.314, desta serventia ou R.3 de 2-6-1982 (aquisio), Av.9
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O termo ONG foi usado pela primeira vez em 1.950 pela ONU para definir uma organizao da
sociedade civil que no estivesse vinculada a um governo. Hoje elas so definidas como instituies
privadas que tem uma finalidade pblica sem fins lucrativos. Em geral, as ONGS perseguem
benefcios sociais ou ambientais. Para serem oficiais, essas entidades precisam ter uma estrutura legal
e formal. So agentes privados para fins pblicos.
Organizao No Governamental uma terminologia adotada s associaes sem fins lucrativos que se
dedicam a realizar tarefas essenciais pertencentes ao Estado, entretanto, devido a sua omisso em
atuar nestes segmentos por incapacidade administrativa ou financeira, estas tarefas so encampadas
por segmentos da sociedade civil que, sensibilizados, se organizam para suprir tais deficincias.
Podemos citar como exemplo de ONGS, as associaes.
Existe, inclusive uma Lei que dispe sobre a qualificao de pessoas jurdicas e de direito privado sem
fins lucrativos, como Organizaes da Sociedade Civil de interesse Pblico e Termo de Parceria do
Poder Pblico com as entidades qualificadas como Organizaes da Sociedade Civil de Interesse
Pblico (Lei n 9.790, de 23 de Maro de 1.999).
As ONGS so de certa forma associaes, mas nem todas as Associaes so ONGS.
Entretanto, o procedimento a ser adotado para o registro das ONGS ou TERCEIRO SETOR no RCPJ,
so os mesmos adotados para os registros das Associaes, quais sejam:
-Requerimento do presidente da ONG (ou associao) requerendo o registro;
-Estatuto Social (rubricado por Advogado com registro na OAB);
-Ata de assemblia de aprovao do estatuto social, eleio e posse da primeira diretoria;
-Ata de fundao assinada pelo presidente e demais diretores com firmas reconhecidas;
-Relao dos instituidores;
-Relao das pessoas presentes na(s) assemblia(s);
-Cpia da cdula de identidade do representante legal da organizao;
-Livro de Atas original;
-Relao qualificada da diretoria;
-Resumo contendo os principais pontos do estatuto (para fins de publicao).
Colocamos todas as exigncias por ns conhecidas, sendo que existe variao dessas exigncias feitas
pelos cartrios.
Assim, a serventia poder exigir o que julgar necessrio e dispensar as que entenderem desnecessrias,
sempre, claro, de acordo com a LRP.
O importante que o procedimento a ser adotado para o registro de uma ONG o mesmo adotado
para o registro das ASSOCIAES.
Mandado Judicial Ao Monitria
Consulta-nos esta serventia, se poder ser feito o registro de mandado judicial expedido
nos autos de ao monitoria, nos termos da alnea 2l, do inciso I, do artigo l67 da LRP,
ou se dever aplicar a mesma regra para a averbao de indisponibilidade?
Resposta: O registro referido na alnea 21 do inciso I do artigo 167 da LRP, refere-se s citaes de
aes reais ou pessoais reipersecutrias relativas a imveis, que so feitas vista de certido expedida
pelo escrivo do Cartrio pelo qual corre a ao, da qual conste o nome das partes, n do processo e
que o ru foi citado. No basta simples propositura da ao, nem mesmo despacho ordenando citao.
Este registro visa dar publicidade da existncia de ao real ou pessoal reipersecutria. A ao real visa
tutela, um direito real. As aes pessoais reipersecutrias derivam de uma relao obrigacional
decorrente de negcio jurdico. Os registros dessas citaes no tornam o imvel inalienvel ou
indisponvel. Por seu turno, a inalienabilidade decorrente de clusula restritiva imposta ao imvel
atravs de doao ou testamento. A indisponibilidade imposta a imveis em decorrncia de lei
especfica, dentre as quais podemos citar Lei 6.024/74 (artigo 36), Lei 8.2l2/9l (artigo 53 pargrafo
1), Lei 8.397/92, Lei 8.429/92 (improbidade administrativa), Lei 9.656/98 (Planos e Seguros
Privados de Assistncia a Sade), Ao Civil Pblica, Lei de Falncia (artigo 2l5 LRP).
So casos especiais determinados em Lei que tornam os bens indisponveis e que so porque devem
ser averbados nas matriculas dos imveis.
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A ao monitria carece de previso legal para que se averbe na matricula do imvel que o mesmo
ficou inalienvel ou indisponvel.
No Estado de So Paulo temos o Provimento 17/99, que determina que os mandados judiciais que no
contem com previso legal especifica para ingresso no registro imobilirio, mas que determinem a
indisponibilidade de qualquer bem imvel, devero ser recepcionados no Livro Um Protocolo e, em
seguida, arquivados em classificador prprio.
A prenotao desses mandados ficar prorrogada at soluo definitiva da pendncia judicial com as
providncias que forem ento determinadas ou revogao da ordem deles contida. Quando do
fornecimento de certides imobilirias de tais imveis mencionada a prenotao de tais mandados.
No caso em tela, no d para saber se o Juzo determinou o registro de citao, se determinou
indisponibilidade do bem ou as duas coisas.
Diante de tal situao, deve a serventia prenotar o mandado informando o Juzo que tal mandado foi
prenotado em tal data, sob o n..., e que a serventia no pode averbar a determinao de
inalienabilidade ou indisponibilidade do bem por falta de previso legal expressa nesse sentido, e ao
mesmo tempo solicitar informaes se deve proceder ao registro de citao nos termos da alnea 2l do
item I, do artigo 167 da LPR, mas que para isso dever constar do mandado que o ru foi citado da
ao, informando, porm que tal registro no implicar na indisponibilidade do bem.
Protesto Cdula de Crdito
Estou com uma cdula de crdito para efeito de protesto, e nesta somente o emitente
assinou. Pode protestar? Aproveitando a deixa para efeito de no setor de ttulo e
documento pode haver o registro somente com a assinatura do emitente?
Resposta: Com relao a cdulas, temos cdula rural, que pode ser pignoratcia, hipotecria ou
mesmo pignoratcia e hipotecria (DL 167/67), cdula de crdito industrial (DL 413/69), cdula de
crdito comercial (Lei 6.840/80), cdula de crdito a exportao (Lei 6.813/75), cdula do produtor
rural (Lei 8.929/94), cdula de crdito imobilirio, cdula de crdito bancrio (ambas Lei 10.931/04) e
cdula hipotecria (DL/ 70), que so ttulos de crdito sujeitos s normas gerais do Direito Cambirio.
O consulente no informa qual tipo de cdula foi apontada no servio de protesto de ttulo e
apresentada em RTD, mas via de regra, as cdulas de crdito, exceo das cdulas de credito
imobilirio - CCI (Lei 10.931/04) e as cdulas hipotecrias (DL70/66) que so emitidas pelo prprio
credor sujeitas a cesso e endosso, todas as demais so protestveis e assinadas somente pelo devedor
que as emite, a no ser que haja terceiro garantidor, quando tambm dever assinar a crtula.
Portanto, em no havendo terceiro garantidor, respondo positivamente ambas as questes (Protesto e
RTD), ou seja, em no havendo terceiro garantidor as cdulas, afora as excees mencionadas
assinadas somente pelo devedor/emitente, tanto podem ser apontadas para protesto quanto
registradas em RTD, independentemente do reconhecimento de firma.
Formal de Partilha Notas Promissrias
Foi apresentado para registro um formal de partilha referente a um imvel que, por
ocasio da compra, ficaram vinculadas escritura 22 notas promissrias. No Foi feito
o cancelamento da forma de pagamento. No formal no foi citada esta dvida do esplio
e a partilha foi feita. Neste caso, o dbito transferido para o herdeiro, nos termos do
artigo 1.796 do Cdigo Civil de 1.916? Compete ao Cartrio pedir o cancelamento da
forma de pagamento? Pode o cartrio abrir matricula do imvel, averbar a forma de
pagamento e registrar o formal?
Resposta: Nos exatos termos do artigo n. 1.997 do NCC, a herana responde pelo pagamento das
dvidas do falecido, mas feita partilha, s respondem os herdeiros, cada qual na proporo da parte
que na herana lhe coube. Entretanto, esta uma questo extra-registrria.
Ao cartrio compete sim pedir a averbao do pagamento atravs de requerimento do interessado com
a apresentao das notas promissrias vinculadas aquela compra e venda ou mesmo com a
apresentao de recibo de quitao firmado pelo credor e com firma reconhecida ou a vista de
mandado judicial.
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Ao preo ou parte do preo da compra e venda do imvel, foram vinculadas 22 notas promissrias que
poderiam representar um pacto comissrio feito nos termos do artigo 1.163 do cdigo civil de 1.916.
Assim, se a compra e venda foi poca feita com pacto comissrio, o registro no poder ser feito
enquanto no cancelado o pacto comissrio por averbao.
Tais notas promissrias, poderiam tambm ter sido emitidas em carter PR SOLUTO ou em
carter "PR SOLVENDO.
Pr soluto, se diz dos ttulos de crdito quando dados com efeito de pagamento como se dinheiro
fossem, operando a novao do negcio que lhes deu origem (a ttulo de pagamento).
Pr solvendo, quando so recebidos em carter condicional, sendo puramente representativos ou
enunciativos da dvida, no operando novao alguma, s valendo como pagamento quando
efetivamente resgatados.
Podem tambm ter sido emitidas sem meno alguma de serem pr soluto ou pr solvendo.
Desta forma, poderemos ter quatro (04) situaes:
1. A compra e venda foi feita com pacto comissrio e emitidas as promissrias;
2. Compra e venda feita com preo ou parte do preo representado por notas promissrias pr
solvendo;
3. Compra e venda com preo ou parte do preo representado por notas promissrias pr soluto;
4. A compra e venda foi feita com o preo ou parte do preo representado por notas promissrias sem
meno alguma se eram em carter pr soluto ou pr solvendo.
Desta forma, o registro do formal de partilha somente poder ser feito se a compra e venda foi feita
com o preo ou parte do preo representado por notas promissrias em carter PR SOLUTO, nas
demais condies (pacto comissrio, pr solvendo ou sem nada mencionar) o registro deve ser
precedido da averbao do pagamento do preo (quitao). Esclarecemos que na condio de ter sido
emitidas as 22 NP sem meno alguma tratarem-se de pr solvendo ou pr soluto, a exigncia da
apresentao da quitao Ad cautelam. Se do registro ou do ttulo que deu origem a compra e venda
constar que as promissrias foram emitidas em carter pr soluto, o registro da partilha poder ser
feito independentemente da averbao da quitao do preo, podendo esta averbao ser solicitada a
qualquer tempo pelo interessado.
Promissrias Vinculadas a Compra e Venda
A escritura de compra foi lavrada em 1.947 e na certido do registro consta o seguinte:
o no pagamento de duas ou mais promissrias vencidas implicar na resciso do
contrato e perda das quantias j dadas em pagamento. A parte interessada informou
que todos os vendedores j so falecidos. Pela data da lavratura da escritura j est
prescrito o prazo para cobrana da dvida? Qual a orientao que devemos dar ao
adquirente para que o registro seja feito?
Resposta: De fato, provavelmente j decorreram mais de 50 anos do vencimento de tais letras (Notas
promissrias). Existem vrias causas de interrupo de prescrio (artigo 202 NCC, artigo 172 CC de
1916). Poderia haver alguma ao em andamento mesmo com recurso em instncia superior.
No caso, at por cautela para que o formal de partilha seja registrado, seria necessrio que fossem
apresentadas as Notas Promissrias vinculadas transao ou recibo para a averbao da quitao, ou
ainda atravs de mandado judicial a ser obtido atravs de ao prpria.
Eventualmente, se o Oficial assim entender, poder fazer o registro certificando-se no titulo (formal) a
existncia do nus. Particularmente, entendo que para o registro do formal dever sim ser feita a prova
de quitao ou o cancelamento atravs de mandado judicial.
Arrematao Trabalhista
Consta neste Oficio o registro de hipoteca cedular sobre um imvel.
Por determinao judicial, sobre referido imvel foi feito o registro de um Mandado de
penhora expedido nos autos de ao Trabalhista. Agora est sendo apresentada a Carta
de Arrematao referente ao processo trabalhista. Existe algum impedimento para o
registro da arrematao?
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locatrio o direito de preferncia e para o qual no se exige clusula especfica. O que deve coincidir o
nome do locador com aquele que consta como sendo proprietrio do imvel na matrcula.
Contrato de Locao Acompanhado de Planta e Laudo
Junto com o contrato de locao apontado para registro em RTD, foram apresentados
um laudo de vistoria (junto com fotos da situao atual do imvel) e uma planta da
edificao a ser realizada no terreno. Existe clusula constando que estes documentos
so partes integrantes do contrato. No registro do contrato em Ttulos e Documentos
podem ser includos laudo e planta?
Resposta: Sim, em RTD sero registrados ttulos, documentos ou papel, no se admitindo a anexao
de objetos de quaisquer espcies. Nos termos do artigo l56 da LRP, o Oficial dever recusar registro a
ttulo e a documento que no se revistam das formalidades legais. Laudo de vistoria e planta que fazem
parte integrante do contrato pode ser includo no contrato. O nico problema que vejo se a serventia
adota o sistema de microfilmagem que a planta deve ser de tamanho que possa ser microfilmada.
Nesse caso poder ser reduzida ou dividida em partes que permitam a microfilmagem de tal
documento.
Cheque Prostestado
Consulta-nos este Tabelionato de Protestos, se poder ser apontado na serventia um
cheque devolvido pela alnea 2l no valor de R$ 2.183,93, sendo que o credor solicita o
apontamento de tal cheque pelo saldo de R$ 983,93?
Resposta: A resposta afirmativa, o cheque devolvido pela alnea 2l (contra ordem ou oposio ao
pagamento) poder ser apontado a protesto pelo saldo indicado pelo credor.
Caixa Escolar Unidade de Ensino
Temos recebido para registro estatutos de caixa escolar, que so criados para receber
verbas municipais. No estatuto consta que eles so vinculados a uma Unidade de
Ensino. Para registrar o caixa escolar necessrio verificar se os atos constitutivos da
Unidade de Ensino j esto registrados? Neste caso, a referida Unidade de Ensino
tambm dever pertencer a nossa circunscrio?
Resposta: A Caixa Escolar, assim como as APMS, so associaes constitudas pela unio de
pessoas que se organizam para fins no econmicos.
O estatuto da Associao deve ser registrado somente no cartrio em que tem sede.
Unidade de Ensino so escolas Estatuais ou Municipais, como o caso. So, portanto escolas ligadas
administrao pblica estadual ou municipal, normalmente so criadas por Lei e subordinadas ao
Ministrio da Educao. As escolas pblicas no so registradas em RCPJ, a exceo das escolas
particulares. A associao espcie do gnero de pessoa jurdica de direito privado, sendo que a
aquisio da personalidade jurdica se d com o registro de seus atos constitutivos (estatuto) no
registro civil de pessoas jurdicas. Assim, entendo que para registrar a Caixa Escolar (que uma
associao prpria) no ser necessrio verificar se os atos constitutivos da Unidade de Ensino j esto
registrados, bem como se pertencem ou no a circunscrio da serventia.
Cesso de Direitos de Compromisso de Venda e Compra
Foi apresentada para registro escritura pblica de transferncia de promessa de
compra e venda. Compareceram promitentes vendedores, promitentes compradores e
testemunhas. No consta anuncia dos proprietrios do imvel. necessrio constar na
escritura anuncia dos proprietrios? Em caso afirmativo, como corrigir a falha,
tendo em vista que os promitentes vendedores j faleceram e no existe inventrio?
Resposta: Pelo que pude entender, existe um compromisso de compra e venda registrado na
serventia, e agora apresentada uma cesso de direitos desse compromisso no qual os promitentes
compradores esto cedendo a terceiros esses direitos. A questo versa sobre a necessidade ou no da
anuncia dos proprietrios do imvel (promitentes vendedores) na cesso de direitos do compromisso.
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De qualquer forma, deve ser apresentado a protesto a cdula de crdito bancrio e o valor a protestar,
devendo o Tabelionato tomar toda precauo e cuidado no caso de pagamento, de no entregar ao
devedor o ttulo de credito (CCB), mas sim cpia acompanhada de recibo dos valores pagos.
Arrolamento de Bens e Direitos
Foi apresentado para registro um contrato de financiamento tendo como garantia
penhor mercantil. Na matrcula do imvel, consta o registro de termo de arrolamento
de bens e direitos feitos na Receita Federal. Tendo em vista a obrigatoriedade do
proprietrio comunicar a Receita, a onerao do imvel nos termos do pargrafo 3 da
Lei 9.532/97, necessrio que seja apresentada ao Cartrio cpia da comunicao?
Resposta: A resposta negativa, o cartrio no dever exigir a comunicao prevista no pargrafo do
artigo 3 da citada Lei, mesmo porque, com o registro do penhor mercantil no se estar onerando o
imvel, mas sim o bem mvel que est localizado no imvel arrolado.
De qualquer forma, a comunicao obrigao do proprietrio, que se no o fizer, estar sujeito s
sanes contidas no pargrafo 4 do mesmo artigo.
Integralizao de Capital Social
O registro de integralizao de capital social pode ser feito por instrumento particular
ou da essncia do ato o instrumento pblico?
Resposta: Nos termos do artigo n. 64 da Lei n. 8.934/94, a conferncia de bens para integralizao
de capital feita por pessoas fsicas ou jurdicas quando da constituio ou alterao de uma pessoa
jurdica que tenha seus atos registrados na JUNTA COMERCIAL pode ser feito por instrumento
particular, e o documento hbil a certido dos atos de constituio ou de alterao passados pela
JUNTA COMERCIAL ou o prprio documento que passou pela Junta.
Entretanto, se se tratar de pessoa jurdica com seus atos constitutivos registrados no Registro Civil das
Pessoas Jurdicas, a escritura pblica da essncia do ato, Mas se a pessoa jurdica for registrada na
JUNTA Comercial, no pode o registrador exigir a escritura pblica, vista do preceituado dispositivo
legal (art. 64 da Lei n. 8.934/94).
Lotes Sem rea Nova Certido
Foi apresentada para registro uma escritura de c/v sendo que a mesma foi lavrada de
acordo com a certido do registro fornecida pela 1 Zona, onde no constava a rea dos
lotes. Posteriormente foi solicitada nova certido para viabilizar o registro pretendido,
sendo que neste novo documento o Cartrio informa a rea dos lotes.
Devemos devolver a escritura solicitando que seja feito uma re-ratificao ou
aditamento? Como proceder para registrar o documento?
Resposta: O ideal que a escritura fosse re-ratificada para constar rea dos lotes, entretanto
considerando o artigo 228 da LRP., que diz: ...mediante os elementos do ttulo apresentado e do
registro anterior..., entendo que o registro poder ser feito da forma que est (com a rea dos lotes
constando da nova certido apresentada) a requerimento do interessado Ad cautelam.
Dao em Pagamento
Uma empresa deu (por instrumento particular) em garantia de uma dvida de uma
empresa do seu grupo, diversos lotes de terrenos, a uma empresa de fundos de
investimentos, para garantia de crdito concedido no valor de R$.664.896,56, sendo o
vencimento final em 14/01/2011. Como a empresa no est conseguindo honrar com os
seus compromissos fui indagado sobre a possibilidade da empresa devedora dar os
imveis dados em garantia, como pagamento da dvida.
possvel fazer uma Dao em pagamento dos imveis ignorando o trmite do leilo,
notificao? Se possvel, pode ser feito por instrumento particular?
Resposta: Sim, nos termos do pargrafo 8 do artigo n. 26 da Lei n. 9.514/97, perfeitamente
possvel o fiduciante realizar o pagamento de sua dvida com o fiducirio mediante dao em
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pagamento, caso em que se transmitir ao credor seu direito eventual, consolidando-se a propriedade
definitivamente no patrimnio deste, dispensada a realizao do leilo do imvel.
Se se tratasse de dao em pagamento realizada por devedor inadimplente em favor de entidade
financiadora integrantes do SFH, o instrumento de dao em pagamento teria de ser realizado pela
forma pblica (APC 727-6/0 Jundia SP), mas no esse o caso.
No caso, trata-se de dao em pagamento de dvida de negcio fiducirio, o negcio jurdico (dao em
pagamento) est relacionado alienao fiduciria. Dessa forma, nos termos dos artigos 26, pargrafo
8 e 38 (resultantes de sua aplicao) da Lei 9.514/97, a dao em pagamento poder ser celebrada por
instrumento particular com efeitos de escritura pblica.
Protesto Cheque Nominal
Para apresentao de cheque nominal para protesto necessrio que o credor
apresente autorizao para que uma pessoa protocole o titulo? Na hiptese de
pagamento do cheque qualquer pessoa pode receber o valor em nome do sacador?
Resposta: A Lei n. 9.492/97, que regulamenta os servios concernentes ao protesto, nada fala a
respeito. Diz apenas que ao apresentante ser entregue recibo com as caractersticas essenciais do
ttulo ou documento de dvida (pargrafo nico do artigo 5). Mas toda cautela bem vinda. Ao menos
no Estado de So Paulo a questo disciplinada pelas Normas de Servio da Corregedoria Geral.
Para o apontamento dos ttulos necessrio o preenchimento de um formulrio de PEDIDO DE
APRESENTAO A PROTESTO (que na realidade uma autorizao), no qual dever constar os
nomes e assinaturas, tanto do apresentante/credor como da pessoa que deu entrada no pedido.
Se o credor for pessoa jurdica, dever apresentar juntamente com o pedido cpia do contrato social.
Se o apresentante/credor no comparecer pessoalmente, o formulrio dever estar acompanhado de
xerocpia simples de sua cdula de identidade ou de seu representante legal, caso se trate de pessoa
jurdica.
A pessoa que trouxer o titulo ter sua cdula de identidade conferida no ato, como o constante do
formulrio. Na hiptese de pagamento do titulo apontado, qualquer pessoa que apresentar o protocolo
poder retirar o valor do pagamento ou o titulo protestado no caso de protesto. Contudo, os
pagamentos sero feitos atravs de cheque nominal ao credor. Em nosso Estado permitido o
pagamento em dinheiro at o valor de 50 (cinqenta) Unidades Fiscais do Estado (UFESPS).
Assim, dever a consulente verificar as Normas de Servio ou Cdigo de Normas de seu Estado, e caso
nada conste com relao autorizao para apontamento por outra pessoa que no o credor, poder
adotar o sistema de protocolo aqui adotado, ao menos no que se refere ao pedido de apresentao a
protesto (preenchimento dos dados do apresentante/credor e da pessoa que dar entrada no titulo,
bem como a assinatura de ambos).
Quanto ao pagamento do titulo, o artigo 235 do Cdigo de Normas de seu Estado j diz que o
pagamento parte ser feito somente atravs de cheque nominal e cruzado.
Protesto Nota Promissria
Quanto uma Nota Promissria que est vinculada a um contrato apresentada para
protesto necessrio pedir que seja apresentado tambm o contrato?
Resposta: A nota promissria formal e substancialmente uma promessa de pagamento. Constitui
promessa direta de pagar feita pelo emitente que o seu criador e principal devedor.
um titulo de crdito autnomo que no h necessidade de se provar a sua origem.
um titulo executivo extrajudicial lquido e certo. Desta forma, se a Nota Promissria foi apontada
pelo seu valor original (a soma de dinheiro a pagar) sem qualquer tipo de correo (artigo 11 da Lei
9.492/97), no haver a necessidade de tambm ser apresentado o contrato ao qual ela est vinculada.
Entretanto, se do ttulo constar qualquer tipo de correo indicado pelo apresentante, a sim ser
obrigatrio a apresentao do contrato ao qual o titulo est vinculado, para a conferncia do ndice de
correo.
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Registro de Loteamento
O registro de imveis deve exigir a apresentao do CND do INSS para o registro do
loteamento quando o proprietrio do imvel uma empresa?
Resposta: A CND do INSS, assim como a CND da Receita Federal, hoje expedida em conjunto com a
ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (Certido de Inscrio de Divida Ativa da Unio Decreto
5.586/05), so devidas quando da alienao ou onerao de imveis.
Registro de loteamento/desmembramento no necessariamente um nus.
Contudo, no Estado de So Paulo, a maioria dos registradores est exigindo as duas certides (INSS e
SRF/FAZENDA certido conjunta), quando do registro dos loteamentos/desmembramentos,
entendendo tratar-se de nus como prova de regularidade fiscal no resguardo dos futuros adquirentes
dos lotes, mesmo que a empresa tenha como atividade preponderante a comercializao de imveis e o
imvel loteado/desmembrado no faa parte do seu ativo fixo (permanente).
A base legal seria a Lei 8.212/91 artigo 47, I, letra b, Decreto 3.048/99 artigo 257, I, letra b e o
Decreto 5.586/05). A anlise da exigncia ou no de tais Certides Negativas ou Positivas com fora de
Negativas um pouco complicada. Algumas serventias aqui neste Estado exigem desde 1.991.
Na dvida e no resguardo do interesse maior (adquirentes/social/mais fraco), entendo que deve ser
exigido.
Filial Criao Novo Contrato Social
Existe registrado na 1 Zona uma empresa que est criando uma filial situada na
circunscrio desta serventia. Para o registro est sendo apresentada uma via do
contrato social da matriz junto com a alterao contratual que cria a filial. Com base
nesses documentos possvel registrar a filial, ou necessrio contrato social prprio
da nova pessoa jurdica?
Resposta: O contrato social da matriz apresentado a serventia, somente e to somente, aprova a
criao de outra empresa (filial), sem nada modificar.
A constituio da nova sociedade que foi aprovada deve buscar sua constituio e registro atravs dos
meios prprios, ou seja, ser necessria a apresentao de contrato social prprio para a sua
constituio.
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2012
Compromisso de Compra e Venda Quitado
Compromisso de compra e venda quitado, no consta sobre escritura definitiva, sem
assinaturas de testemunhas e no recolhido ITBI, pode ser registrado?
Resposta: No, referido ttulo deve se qualificado negativamente diante da ausncia do
comparecimento de duas testemunhas qualificadas, com o reconhecimento de suas respectivas firmas
por Notrio, nos termos do inciso II do artigo n. 221 da LRP (o artigo 221 do CC/02 em nada alterou
quanto ao artigo 221 da LRP).
Quanto incidncia do recolhimento do ITBI, por tratar-se de compromisso de compra e venda
(promessa) ainda que quitado, se houver previso na legislao Municipal (ITBI para promessas de
venda e compra) dever ser exigido. Resta evidente de que o titulo deve preencher os demais requisitos
legais, inclusive declaraes previdencirias dos promissrios vendedores e tambm devem ser
apresentados os demais documentos necessrios (IPTU/CCIR/ITR por exemplo).
Contribuio Sindical Patronal
Doutor, recebi um boleto do Sindicato dos Notarios e Registradores do Estado de So
Paulo no valor de R$158,90, referente a contribuio sindical urbana. Queria saber se
obrigatrio ou opcional o pagamento?
Resposta: No caso, trata-se de contribuio sindical patronal devida e estabelecida pela CLT artigos
578 ao 591, e, portanto obrigatria e no opcional ou facultativa. Referida contribuio recolhida de
uma s vez e anualmente (artigo 580), e diferente daquela contribuio do empregado SEANOR, que
caso este faa a opo pelo no pagamento e desconto na folha de pagamento, assinar declarao sob
sua responsabilidade que ficar arquivada com remessa de cpia para aquele sindicato.
Indisponibilidade Formal de Partilha
Formal de partilha dos autos de divrcio de Douglas e Tnia, casados pelo regime da
comunho parcial, imvel adquirido na constncia do casamento. Consta
INDISPONIBILIDADE averbada na matrcula, por ordem expedida nos autos da
Execuo Fiscal movida pela UNIO contra o cnjuge varo. Na partilha, o imvel passa
a pertencer unicamente ao divorciando. Tenho receio em registrar tal partilha,
especialmente por causa dessa INDISPONIBILIDADE, muito embora nessa partilha o
imvel venha pertencer nica e exclusivamente ao Executado.
Resposta: Ttulos judiciais devem ser qualificados. O casal, poca da aquisio do bem, era casado
no regime da CPB, tendo ocorrido a comunicao, permanecendo o imvel em estado de comunho,
at ento no havendo a extremao da parte cabente a cada um. O imvel se tornou indisponvel por
ordem judicial, e pelo formal de partilha expedido nos autos do divrcio, o imvel foi atribudo
unicamente para o divorciando, ocorrendo, portanto transmisso (onerosa ou gratuita) sujeita
inclusive ao recolhimento do imposto de transmisso. Desta forma, o registro do formal no poder
ser feito enquanto no levantada indisponibilidade sobre o imvel.
Cancelamento de Hipoteca
Foi apresentado Mandado de Intimao - Praa - no qual o credor hipotecrio CEF
intimada da realizao de leiles do imvel que foi penhorado e arrematado em autos
de execuo de sentena. Com o registro da arrematao, efetivamos o cancelamento da
penhora. Agora com a cpia deste Mandado, o arrematante pretende o cancelamento da
hipoteca, invocando o art. 251, II LRP. Tambm, a hipoteca originalmente constituda
em favor da CEF, que efetuou cesso dos crditos para EMGEA, o que foi registrado na
CRI anterior, na matrcula aberta nesta CRI j ficou consignado no "transporte" como
credora a EMGEA. possvel?
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Resposta: O mandado apresentado refere-se intimao da CEF do edital de leilo e praa do imvel
e no a EMGEA, que atual credora hipotecria em virtude da cesso do crdito hipotecria feita pela
CEF a ela. Se o prprio credor hipotecrio levar o imvel hasta pblica em execuo de seu crdito, a
hipoteca feita, a arrematao ou a adjudicao, ser cancelada. J em execuo promovida por
qualquer outro credor hipotecrio ou no, o imvel hipotecado no poder ser vendido em hasta
pblica sem intimao, 10 dias de antecedncia, os demais credores titulares de hipotecas inscritas e
no forem partes na execuo. Sem essa intimao o imvel vendido em praa, ainda que por fora de
execuo, venha a ser registrado em nome do adquirente, continuar sujeito a hipoteca cujo credor no
tenha sido intimado.
possvel o cancelamento decorrente da arrematao se a ao foi movida pelo prprio beneficirio do
nus. Mas, se a execuo foi promovida por terceiro, ainda que exista comprovao de que o credor foi
intimado para os seus termos, o cancelamento dever ser feito apenas vista de mandado judicial
expedido pelo Juzo da Execuo.
CND'S Contrato de Venda e Compra
Em contrato social consta que o objeto social da empresa - matriz construo e
incorporao de imveis destinados venda, suas filiais possuem objeto social onde
esto inclusas outras atividades como comrcio, representao etc.. A matriz pretende
vender um imvel, poder declarar que o imvel no est lanado no ativo permanente
e deixar de apresentar certides negativas INSS e Receita?
Resposta: No caso, tal declarao no poder ser feita, devendo a empresa apresentar as CNDs do
INSS (SRP) e da SRF (RFB/PGFN), uma vez que as atividades da empresa como um todo no so
exclusivas de compra e venda de imveis, locao, desmembramento ou loteamento de terrenos,
incorporao imobiliria ou construo de imveis destinados venda (Decreto 3.048/99, artigo 257,
IV, artigo 16 da Portaria Conjunta PGFN/RFB n. 03 de 02.05.07, no sentido - explore exclusivamente
atividade de compre e venda de imveis, locao, desmembramento ou loteamento de terrenos,
incorporao imobiliria ou construo de imveis destinados a venda).
Assim, atividades das filiais no podem ser dissociadas da matriz como se empresas distintas fossem.
Deve ser considerada a integridade da pessoa jurdica como um todo.
Loteamento Desdobro
Num loteamento registrado, o loteador vendeu aproximadamente 150 lotes e o atual
proprietrio quer desdobrar os lotes em duas partes cada um. No contrato padro no
h restries sobre o desdobro. Somente com a anuncia da Municipalidade, o cartrio
pode proceder aos desdobros?
Resposta: Se no existe restrio de desdobro/desmembramento de lote no processo do loteamento,
o que tambm dever ser verificado junto aos demais documentos constantes do processo (memoriais,
por exemplo), tecnicamente o desmembramento (desdobro) do lote adquirido deve ter aprovao
somente junto a Municipalidade. Entretanto, como houve a venda de uma s vez de 150 lotes para uma
nica pessoa, que em seguida pretende desdobr-los em 300, fica evidenciado a burla ao artigo 28 da
Lei do Parcelamento do Solo pelo loteador, por interposta pessoa.
Se for este o caso e houver evidncias, deve a modificao desses 150 lotes contarem, com aprovao
da Municipalidade, GRAPROHAB, e ser apresentada anuncia/concordncia de todos os demais
adquirentes (marido e mulher se casados) de lotes nesse empreendimento, nos termos do art. 28 Lei
6.766/79. Lembramos que em virtude do ato de alterao do plano de loteamento se tratar de ato de
averbao, no caber procedimento de dvida.
CRP Penhor Pecurio
Cdula Rural Pignoratcia emitida em 08 de fevereiro de 2012, com vencimento em 16
de fevereiro de 2016. Garantia: penhor pecurio. O prazo do penhor pecurio no pode
ser superior a 4 anos. O fato de a cdula ter sido emitida em 08 de fevereiro 2012 e
vencer-se em 16 de fevereiro de 2016, deve ser devolvida?
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Resposta: 1. O artigo 1.439 CC, diz: O penhora agrcola e o penhor pecurio somente podem ser
convencionados, respectivamente, pelos prazos mximos de 3 e 4 anos, prorrogveis uma s vez at
o limite de igual tempo;
2. A Lei 810/49 define ano civil em seu artigo 1: Considera-se ano o perodo de 12 meses contado do
dia do incio ao dia e ms correspondente do ano seguinte;
3. Assim, como no caso o prazo determinado deve ser contado a partir de 08 de Fevereiro de 2012, seu
termo final deve ser o dia 08 de Fevereiro de 2016 (dies ad quem), ou seja, o lapso temporal ser
compreendido entre os dias, ms e ano do termo inicial e os mesmos dia e ms equivalente ao ano
posterior, como termo final;
4. Portanto, apesar de a diferena ser pequena (8 dias), o prazo est superior ao permitido, devendo a
CPR ser qualificada negativamente.
Formal de Partilha
Formal de Partilha de 25/10/95 - Falecimento de Maria Ap., falecida em 14/04/95 viva. Herdeiros filhos: Jos(casado comunho de bens c/ Glayde); Josepha; e,
Therezinha. O filho Jos faleceu em 26/06/93 (antes da me) - deixando a viva Glayde
e as filhas Doriane e Marisa. H contrato de partilha firmado por todos e pelo advogado,
sendo: 1/3 para Josepha; 1/3 para Therezinha; 1/6 para Glayde; 1/12 para Doriane; 1/12
para Marisa. possvel?
Resposta: No, no possvel o registro da partilha da forma apresentada, pois Glayde no
herdeira de Maria Aparecida (sogra), como nada tem de direito de meao de seu falecido marido com
relao a esta herana, vez que seu marido faleceu antes da autora da herana e seus filhos que
herdam por representao (artigos 1.851/1852/1853/1855 do CC) em seu lugar.
Portanto, a partilha deve ser aditada para que seja partilhado 1/3 para Josepha, 1/3 Therezinha, 1/6
para Doriane e 1/6 para Marisa.
Eventualmente representantes de Jos podem fazer doao nos autos do inventrio dos bens deixados
pelo falecimento de Maria Ap. Brito Roher, a ser aditada ou atravs de escritura recolhendo o imposto
de transmisso ITCMD, caso no haja iseno.
Alienao Fiduciria CCI Intimao
O preo da aquisio do imvel foi financiado, sendo este financiamento garantido por
alienao fiduciria, que se encontra devidamente registrada na matrcula.
Aps o registro da alienao fiduciria, houve averbao da CCI, na qual consta como
instituio custodiante que no credora. Com as parcelas em atraso, a credora
requereu a intimao do devedor fiduciante. Com a averbao da CCI a credora quem
deve solicitar a intimao do devedor fiduciante?
Resposta: A emisso da CCI foi averbada - 5 do art. 18 da Lei 10.931/04.
No entanto, como no consta nenhuma averbao de cesso dos direitos do fiducirio (crdito objeto
da alienao fiduciria - artigo 28 da Lei 9.514/97 ou cesso do crdito representado por CCI), o titular
do crdito continua sendo a credora fiduciria, mas isso no caso de a CCI ter sido emitida sob forma
cartular ( 3 do artigo 1 da Lei 10.931/04) quando a averbao da cesso do crdito necessria.
Entretanto, se a CCI tiver sido emitida sob a forma escritural quando a averbao da cesso do crdito
dispensada ( 2 do artigo 22 da Lei 10.931/04), apesar de haver entendimentos da necessidade de
sua averbao, deve ser apresentado certificado da CETIP, certificando quem o atual detentor do
crdito da CCI, se o prprio credor fiducirio inicial e emitente ou se terceiros, podendo tambm ser
juntada declarao do custodiante indicando quem o real detentor do crdito.
Procurao Contrato de Locao
Em requerimento para cancelamento de hipoteca, o credor est sendo representado
pela imobiliria responsvel pela administrao da locao de imvel de sua
propriedade atravs de procurao particular, sendo que a hipoteca foi constituda para
garantia de contrato de locao. A procurao foi outorgada com poderes para "gerir e
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administrar imvel do credor, receber, dar quitao", mas nada consta em relao a
liberao de garantias hipotecrias. possvel aceitar a representao?
Resposta: Nos termos do artigo 661 CC/02, mandato em termos gerais s confere poderes de
administrao. E para praticar quaisquer outros atos que exorbitem da administrao ordinria,
depende a procurao de poderes expressos e especiais.
Portanto, para o cancelamento da hipoteca que se pretende em documento firmado por procurador
(mandatrio), a procurao deve conter poderes expressos e especiais para tal fim
(cancelamento/baixa/levantamento da hipoteca), e dever ser outorgada pelo credor (mandante)
atravs de instrumento pblico.
Enfiteuse Desapropriao
Imvel de propriedade deste Municpio possui averbao de Aforamento Perptuo
originrio de transcrio anterior. Este Aforamento foi objeto de inventrio e o domnio
til foi transmitido aos herdeiros. Agora, foi apresentada escritura pblica de
desapropriao, na qual consta estes herdeiros, que adquiriram somente o domnio til,
esto transmitindo a propriedade para o Municpio(?) a ttulo de desapropriao.
possvel tal registro?
Resposta: 1. A desapropriao forma originria de aquisio;
2. Os direitos do enfiteuta so to amplos quantos os do proprietrio. Competem-lhe o jus utendi,
jus fruendi e jus disponendi. Usa a coisa e lhe frui as utilidades em toda a plenitude. Pode dispor
do bem, transferindo a qualquer pessoa por ato entre vivos ou de ltima vontade o direito que tem;
3. Domnio til possvel de usucapio quando imvel j era foreiro, e possvel sua desapropriao;
4. O domnio til alienvel e a desapropriao amigvel considerada compra e venda;
5. A extino do foro/enfiteuse, via de regra, feita pelo resgate que direito de ordem pblica e por
isso irrenuncivel (artigo 693 CC/16). Sendo que o documento hbil para a extino da enfiteuse ou o
aforamento a escritura pblica;
6. No caso, o Domnio Direto pertence Municipalidade e o Domnio til ao herdeiros/expropriados;
7. Portanto, a desapropriao dever ser do domnio til e no da plena propriedade, sendo, dessa
forma, perfeitamente possvel a desapropriao e o seu registro, consolidando-se a plena propriedade
ao Municpio;
8. Entretanto, considerando o artigo 112 do CC/02, se assim entender a Sr Oficiala, o registro da
desapropriao do domnio til em nome da Municipalidade poder ser feito consolidando-se a
plena propriedade em seu nome.
Retificao Instrumento Particular
Foi apresentado para registro, e registrado o Instrumento Particular de Compra e
Venda de unidade Habitacional. Na descrio e caracterstica do imvel foi grafado
como: Futura Unidade Autnoma, Ap. 404 Bloco 01 Empreendimento tal. Aps registro
efetuado e entregue, foi notado pelas partes que o n da unidade que deveria ter sido
registrada era n 401. As partes protocolaram o mesmo documento com ressalva da
CEF, corrigindo o equvoco. Como proceder?
Resposta: Via de regra, a retificao deveria ser feita atravs de re-ratificao do instrumento
Particular de Compra e Venda com a participao das mesmas partes.
Entretanto, registrado o ttulo, no possvel retificar as partes essenciais, tais como objeto, partes,
preo, valor, ttulo causal, etc., pois o negcio j se consumou tanto no aspecto jurdico, como fiscal
(ITBI, DOI, IR).A retificao, com relao ao seu objeto na qual se pretende a substituio do bem por
outro (ainda que unidade futura), no poder ser feita, pois elemento essencial do contrato que j se
encontra registrado.
O procedimento aquisitivo j foi atingido com o registro do ttulo translativo no Servio. A substituio
de imvel objeto de registro anterior por outro diverso, importa em novo negcio, ainda que se
pretenda mascarar tal ato como se fosse mera retificao extrapolando os limites retificatrios. No se
pode por averbao recuar no tempo e proceder a mudanas dos elementos originais da inscrio.
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Com o depsito do preo d-se a transferncia do domnio para o expropriante, restando aos que se
intitulam proprietrios anteriores o recebimento da indenizao.
Nem penhora, nem compromisso de compra e venda so impedimentos para registro da
desapropriao, no sendo necessria qualquer anuncia. O que poderia ter sido feito poca das
desapropriaes, seria comunicao aos credores da desapropriao.
Os imveis so em face do registro da desapropriao livre de quaisquer nus, e em sendo assim, este
poder desmembr-lo/desdobr-lo livremente, independente de qualquer anuncia ou necessidade de
prvio cancelamento da penhora ou compromisso de compra e venda que gravavam os imveis.
Alienao Fiduciria Dao em Pagamento
Imvel de "A" foi dado em alienao fiduciria Banco Sofisa ( registrado). Apresentado
para registro escritura de dao em pagamento, atravs da qual "A" (fiduciante) faz
dao em pagamento do imvel ao credor fiducirio, dando total quitao do
dbito. Aps anlise esta serventia efetuou devoluo solicitando retificao da
escritura, de forma seja dada em dao em pagamento " direitos aquisitivos da
propriedade resolvel do imvel" objeto. As partes solicitaram a reviso da exigncia,
visto todos comparecerem no ato e foi dada quitao total. possvel rever a posio?
Resposta: Como ningum pode transmitir mais do que tem, a dao em pagamento deveria ser do
direito eventual do imvel como citado no 8 do artigo 26 da Lei 9.514/97 (direitos aquisitivos da
propriedade resolvel do imvel). No livro Negcio Fiducirio, Renovar de Melhim Chalhub
mencionado que: Pode o devedor efetivar o pagamento mediante dao, caso em que transmitir ao
credor seu direito eventual consolidando-se a propriedade definitivamente no patrimnio deste,
dispensada a realizao do leilo do imvel (Lei 9.514/97, art.26, 8) pg 275. Desta forma,
deveria mesmo a dao referir-se a eventual direito e no o imvel.
Entretanto, considerando-se que todas as partes participaram do ato, dispensados os procedimentos
do artigo 27 da Lei, e artigo 112 CC, entendo que a requerimento do interessado (credor fiducirio),
possam ser considerado direitos aquisitivos da propriedade resolvel do imvel, o registro possa ser
feito consolidando-se a propriedade (plena) no patrimnio do credor fiducirio a critrio do Sr. Oficial
Registrador, alertando-se o credor para eventuais casos futuros.
Averbao Premonitria Cpia Autenticada
Estou com pedido de averbao de ajuizamento de ao (Art. 615-A-CPC). O detalhe
que o pedido foi instrudo com cpia autenticada da certido de distribuio da ao. H
problema? Outro detalhe: a autenticao foi feita por Tabelio de outra cidade.
necessrio o reconhecimento de firma na comarca quando a escritura, certido de
casamento, bito, etc., for lavrada por tabelio de outra comarca?
Resposta: A rigor, a certido deveria ser apresentada no original nos termos do artigo 615-A CPC, no
entanto como se trava de averbao preparatria (premonitria), a cpia autenticada faz prova do
ajuizamento da ao e poder ser aceita;
A autenticao feita por Tabelio de outra comarca, tambm entendo ser, no caso, suficiente,
prescindvel o reconhecimento de firma na comarca do Tabelio que autenticou o documento;
Documentos de outras comarcas, como escrituras, certides, procuraes, principalmente quando
oriundas de outros estados, poder sim ser solicitado reconhecimento de firma do
Tabelio/Notrio/Registrador/Escrevente que as expediu, salvo as provenientes do foro quando ento
ser suficiente autenticao da assinatura do Juiz pelo escrivo. Alis, nos casos de escrituras e
procuraes, poder a serventia consultar (quando com aparncia de falsidade) o cartrio que as
expediu,
podendo
tambm
manter
arquivo
de
cartes
de
assinaturas
dos
tabelies/notrios/escreventes de outras comarcas para fins de consultas.
Cdula Crdito Bancrio Garantia Por Alienao Fiduciria
Foi apresentada Cdula de Crdito Bancrio emitida em favor do Bradesco, com
alienao fiduciria de imvel. Em relao ao emitente, avalista e garantidor, no
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Servido de Passagem
Empresa proprietria de 02 imveis pretende instituir servido de passagem perptua destinada a tubulao de esgoto em favor de um imvel vizinho, no qual foi construdo
um condomnio de casas. A empresa proprietria dos imveis que seriam os Servientes
atua no ramo de construo e comercializao de imveis e nas matrculas j promoveu
registro de incorporao, hipoteca das fraes ideais das unidades, averbao de
patrimnio de afetao e, em um deles, o condomnio j foi institudo parcialmente com
abertura das matrculas. Do outro lado, o imvel que seria o dominante, o condomnio
foi registrado e as aberturas das matrculas das respectivas unidades autnomas j
foram concludas. Considerando que h necessidade de instituir a dita servido e
sabendo-se que o condomnio no tem personalidade jurdica, qual soluo poderamos
apresentar? Nosso Tabelionato ir lavrar a escritura e o registro de tais imveis de
competncia desta Serventia.
Resposta: Dois so os imveis servientes, duas sero as servides a serem registradas.
J o imvel dominante seria um s. No entanto, como nesse imvel foi registrada a instituio de
condomnio edilcio surgindo novas unidades imobilirias, novos imveis e novas matrculas foram
criadas no mundo jurdico, as quais foram necessariamente descerradas para essas unidades
autnomas que surgiram e em face ao princpio da unitariedade de matrcula (cada imvel deve ter
uma matrcula e cada matrcula deve corresponder a um imvel). Portanto, so vrios os imveis
beneficiados pela servido, ou seja, vrios so os dominantes. Nos imveis servientes, em um deles foi
(parcialmente) institudo condomnio edilcio c/ abertura de matrculas para as unidades autnomas.
Portanto, com relao aos imveis servientes, temos o seguinte:
Imvel A onde no h registro da instituio do condomnio. Para instituio da servido sobre
rea comum do condomnio, deve figurar no ttulo (escritura) servido o proprietrio do imvel, ou
seja, o incorporador/administrador;
Imvel B - onde foi registrada instituio (parcial), deve comparecer no ttulo que institui a servido
o proprietrio/ administrador/incorporador do condomnio, e se as unidades autnomas j tiverem
sido alienadas a terceiros, devem comparecer tambm no ttulo como instituidores, os
adquirentes/condminos e seus respectivos cnjuges, se casados forem, com aprovao por
unanimidade em assemblia;
J com relao aos imveis dominantes que recebem as servides, deve comparecer no ttulo o
proprietrio/administrador/incorporador, e caso as unidades autnomas j tiverem sido alienadas,
tambm os adquirentes das unidades e seus respectivos cnjuges, se casados forem;
As servides sero registradas nas matrculas me/matriz/original dos imveis servientes, averbando
(transporte) nas matrculas das unidades autnomas a existncia da servido (artigo 1.386 CC), isso no
caso do imvel onde j foi institudo (parcialmente) o condomnio. Devendo tais servides ser
averbadas nas matrculas das unidades autnomas dos imveis dominantes, podendo inclusive ser
feita averbao tambm na matrcula me matriz, para consignar de que o condomnio tal
beneficiado por duas servides de passagem de tubulao de esgoto, conforme registros tais (imveis
servientes) e averbaes tais (imveis dominantes).
Escritura de Inventrio
O Tabelionato est lavrando uma escritura de inventario em que faleceu um dos trs
condminos. Sobre a parte inventariada existem dois contratos de venda e compra, no
registrados. As partes querem que conste na escritura de inventario a existncia dos
contratos, para posteriormente serem lavradas as escrituras de venda e compra, pode
constar na escritura a existncia desses contratos?
Resposta: No h sentido realizar o inventrio e constar que bens ou parte de bens do autor da
herana j havia sido alienado anteriormente. Se j havia transmisso do bem imvel que pertencia ao
autor da herana, devem os interessados cuidar de registrar esses ttulos aquisitivos para que os
mesmos (viva/herdeiros) realizem o inventrio e/ou arrolamento dos bens que pertenciam ao
falecido.
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certo que salvo os casos previstos no cdigo civil, direitos reais sobre imveis constitudos ou
transmitidos por ato entre vivos, s se adquirem com o registro no CRIs (artigo 1.227 CC), e nos
termos do artigo 1.245 CCB, transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do ttulo
translativo no CRIs, e enquanto no se registrar o ttulo translativo, o alienante continua a ser havido
como dono do imvel.
Contudo, deve ser levado a inventrio somente o que o autor da herana possua ao tempo de sua
morte (ver artigos 993. IV, 1.022 a 1.028 CPC).
Ademais, com a partilha e seu registro, o proprietrio da parte ideal de 1/3 do imvel no ser mais o
outorgante vendedor ou promitente vendedor (autor da herana/de cujus/falecido), mas sim
herdeiros, viva e eventuais cessionrios.
Talvez a questo possa ser resolvida de outra maneira, cesso de direitos hereditrios com
adjudicao, alvar autorizando esplio representado pelo inventariante a cumprir esses contratos
celebrados anteriormente, ou seja, quem outorgaria as escrituras definitivas seriam terceiros que no
participaram daqueles contratos. Ademais, haveria implicaes com o fisco (ITBI/IRPF) e com a DOI.
Doao Entre Cnjuges CPB
Uma senhora casada sob regime da Comunho Parcial de Bens, na vigncia da lei
6.515/77, firmou compromisso de venda/compra de imvel. Posteriormente, foi lavrada
escritura transferindo propriedade. Ambos registrados na matrcula do imvel. Agora
foi apresentada escritura pblica de Doao, na qual ela est efetuando a doao (pura e
simples) de 50% do imvel para seu cnjuge. Nada foi mencionado a respeito da
existncia de herdeiros, somente que "possui bens necessrios manuteno e que no
momento da sucesso o bem no volta colao". possvel o registro do ttulo n/
termos?
Resposta: No regime da Comunho Parcial de Bens possvel a doao entre os cnjuges em relao
aos bens particulares, decorrendo da lgica a concluso de que a doao versa sobre os bens
particulares de cada cnjuge.
A doao que um cnjuge faa ao outro quando o casamento realizado pelo regime da CPB, passvel
de registro porque a parte doada, considerando o regime, no se comunica ao doador (artigo 544 CC).
Ademais, a doao da parte disponvel, havendo declarao no sentido de que a doadora possui
renda suficientes para sua subsistncia e dispensada colao. Isso no caso de ela ter adquirido os
direitos de compromisso, bem como a definitiva quando ainda em solteira, pois ao contrrio, j
quando casada, os bens adquiridos por ela na constncia do casamento j se comunicam pelo regime
adotado pelo casamento.
Partilha Divrcio
Estou com uma escritura de divrcio consensual lavrada num Tabelio de So Paulo, em
que houve partilha do bem. A escritura ainda no foi averbada no Registro Civil.
imprescindvel que antes do registro da partilha o divrcio seja averbado no Registro
Civil? Ou o registro da partilha independe da averbao no registro civil.
Resposta: A sociedade conjugal termina pelo divrcio (artigo 1.571, IV) e o casamento vlido s se
dissolve pela morte de um dos cnjuges ou divrcio ( 1 artigo 1.571 CC).
Realizado divrcio, far-se- sua averbao no registro pblico (RCPN artigos 10, I do CC, 1.124 e
1.124-A e seu 1 CPC, 29, 1, a, 100, e da LRP e artigo 32 da Lei 6.515/77). J no Registro de
Imveis, o divrcio dever ser averbado junto s matrculas dos imveis de propriedade do casal
(artigos 167, II, itens 5 e14 e 244 LRP).
O divrcio, alm da averbao junto ao RCPN, dever ser averbado no registro de imveis somente
junto s matrculas dos imveis porventura existentes em nome dos divorciandos (artigos 167, itens 5 e
14, e 244 - situao dos imveis do casal).
Portanto, considerando os artigos mencionados, especialmente os artigos 10, I do CC, 100, pargrafo
1 da LRP e 32 da Lei 6.515/77, antes do registro da partilha a decretao do divrcio, dever ser
primeiramente averbada junto ao RCPJ.
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deciso da dissoluo do casamento. Sendo que para tal mister, necessria a apresentao da
certido de casamento original ou cpia autenticada, contendo a averbao e/ou referncia a
decretao do divrcio com a legalizao consular (comprovao de sua autenticidade mediante
lanamento da assinatura do cnsul do Brasil), traduzida por tradutor juramentado, e registrada em
RTD (ver artigos 129, pargrafo 6,148, 221, III, 246, todos da LRP, 224 do CC, 9, da LINDB e 157 do
CPC, ver tambm APC 1.246-6/1, todos abaixo reproduzidos).
rea de Preservao Permanente
Construtora/incorporadora
promoveu
registro
de
incorporao
de
um
empreendimento composto por 3 torres de apartamentos.
Este empreendimento ser construdo s margens de um riacho e uma das condies
impostas pelo Municpio para aprovao do projeto foi que a incorporadora, reservar
rea non aedificandi de 30 metros dentro do terreno que ser construdo o
empreendimento (ao longo do riacho). Esta rea non aeificandi no consta na planta
aprovada e no foi promovida a averbao na matrcula. Agora, a incorporadora
apresentou requerimento solicitando a retificao do memorial de Incorporao, j
registrado, para constar que na rea externa, de uso comum, existe esta APP, em
conformidade com o Plano Diretor e Guia de Diretrizes Urbansticas impostas pelo
Municpio.
O detalhe que, alm de j ter sido efetivado o registro da incorporao, j foi concluda
a construo de uma torre e institudo condomnio parcialmente, com abertura das
respectivas matrculas. possvel atender ao pedido a proceder averbao para
constar a retificao da incorporao (memorial) j registrado?
Resposta: As rea de Preservao Permanente, sejam rurais ou urbanas, so restries legais (artigos
3, II, 4, I,a - no caso - e 7 da Lei 12.651/12) e no caso tambm administrativas, pois por imposio
do Poder Pblico Municipal. Na realidade, no est ocorrendo alterao do projeto de incorporao
edilcia, pois no h nenhuma alterao estrutural (unidade, parte comum, especificaes, rea
construda, fraes ideais de terreno, etc., nem nenhum desvio do plano).
Como dito, existe imposio/restrio legal/administrativa e mesmo que no averbada, existir. E
at bom que se averbe, para publicidade e para que eventualmente no ocorram sanes
administrativas ou mesmo legais (ao civil pblica, por exemplo).
Desta forma, considerando o artigo 43, IV (parte final...salvo exigncia legal....), a averbao da
existncia (legal e administrativa) da APP de faixa de 30,00 metros ao longo do riacho, poder ser
feita, o que no implicar em retificao do memorial/projeto/plano da incorporao. Tal averbao
poder ser feita at mesmo nos termos do artigo n. 213, I, letra a (omisso).
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2013
Adquirente Menor Impbere
Tenho em mos para registro escritura de compra e venda em que a adquirente
CELINE, estudante, solteira, 12 anos, filha de Wendel e Elisandra, "neste ato
representada somente por sua me, declarando esta, sob penas da lei, que o genitor da
menor acima qualificada ausente e que desconhece seu atual paradeiro, no
possuindo este qualquer participao afetiva na vida da menor, o que dispensa sua
presena na lavratura do presente instrumento, uma vez que a representao da menor
vem sendo exercida exclusivamente por sua genitora". Pergunto se posso aceitar a
escritura para registro nessas condies, mesmo porque nela est inserida a clusula
resolutiva, posto que o pagamento foi feito parte no ato e parte a prazo (j decorrido),
alm de que a menor adquire a nua-propriedade e sua me usufruto, j que ela quem
est entrando com o montante.
Resposta: O menor impbere ou pbere, no est impedido de adquirir bens, contudo dever ser
representado ou assistido pelos pais (Pai e Me art.1.634, V CC);
No caso de o pai estar impedido ou se encontrar em local incerto e no sabido, o fato dever ser
declarado no ttulo aquisitivo sob as penas da lei, pela me que representar o menor com
exclusividade, como no caso, pois o no comparecimento do outro pode ser em funo da perda,
destituio ou extino do poder familiar, falecimento, etc. (ver tambm artigos
166/168/171/1.630/1.631 e 1.690 todos do CC);
Se se tratar de venda e compra pura (mesmo gravado por usufruto) com pagamento total e quitao do
preo, no haver necessidade de alvar judicial; No entanto, se tratar de venda e compra com
condio resolutiva ou em que haja outras obrigaes, pagamento em prestaes, onerao no
resguardo de interesses, os representantes precisam ser credenciados pelo Juzo a quem compete a
proteo dos menores, ou seja, a compra e venda em que h obrigaes e pagamento em prestaes,
no basta a assistncia ou representao, sendo necessria autorizao judicial. No se pode perder de
vista o que preceitua o artigo 1.691 CC, que contempla que no podem os pais gravar de nus real
imveis dos filhos, nem contrair em nome destes, obrigaes que ultrapassem os limites da simples
administrao;
Portanto, para que o menor adquirente possa contrair obrigaes, alm da representao pela me
necessrio alvar judicial, a no ser que juntamente com o ttulo aquisitivo seja apresentada quitao e
solicitao do cancelamento da condio resolutiva em face da prova do pagamento total indubitvel.
Condomnio Sub-convenes
Empreendedora pretende registrar um condomnio que conter, hotel, shopping, torre
residencial, torre comercial e estacionamento rotativo. Para tal pretende elaborar uma
Conveno de Condomnio Geral do empreendimento, que dentro conter outras subconvenes, uma para cada tipo implantando, hotel, shopping, res/com., etc. possvel
elaborar conveno de condomnio com subconvenes?
J vi deciso sobre conjunto de prdios residenciais em SP, onde uma delas pretendia
elaborar conveno prpria o que foi proibido. Agora se dentro do condomnio existem
diferentes tipos de prdios, comerciais e residenciais, mais hotel, seria possvel?
Resposta: Nos termos do 4 do artigo 9 da Lei 4.951/64, no ser possvel num mesmo
condomnio mais de uma conveno condominial ou mesmo sub-convenes individuais para cada
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tipo de unidade (comercial, hotel, shopping, residencial, vagas de garagens), devendo, portanto ser
uma nica conveno que poder tratar dos diferentes tipos de unidade (ver tambm artigos
1.333/1.334/1.347/1.348do CC).
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incumbidos, estando estes, inclusive sujeitos a infraes disciplinares pelas inobservncias das
prescries legais ou normativas (artigos12 e 31, I da Lei 8.935/94).
O registro vlido e produziu os seus efeitos legais. Os devedores fiduciantes foram intimados a
purgar a mora nos termos do 1 do artigo 26 da Lei 9.514/97. O prazo legal de 15 dias j decorreu
sem quitao da dvida pelos fiduciantes.
Portanto, uma vez certificado tal fato ( 7 do artigo 26 da Lei), se requerido e pago o imposto devido,
dever ser feita averbao da consolidao da propriedade em nome do credor fiducirio, que em
seguida dar prosseguimento (leilo e quitao).
Os interessados (fiduciantes), mesmo em ocorrendo a consolidao da propriedade em nome do
credor, podero pelos meios jurisdicionais, promover, se for o caso, o cancelamento da consolidao.
Alienao Fiduciria Prestaes em Dia
Credor fiducirio vem recebendo notificaes para pagamento de impostos e taxas de
condomnio de determinado imvel que lhe foi alienado fiduciariamente.
Fundamentado no art. 26 1 da Lei 9.514/97, mesmo com as prestaes do
financiamento imobilirio em dia, o credor pode requerer a intimao do devedor
fiduciante para efetuar o pagamento destes impostos e taxas, sob pena de consolidao
da propriedade fiduciria?
Resposta: As prestaes do financiamento esto em dia, no havendo prestao vencida e no paga
(artigo 26 da Lei 9.514/97) a ensejar intimao para a satisfao dos dbitos em atraso. Eventuais
contribuies condominiais seriam includas na intimao, caso as prestaes estivessem vencidas (
1 do artigo 26 da citada Lei).
Portanto, no poder haver intimao do devedor para que este efetue o pagamento das contribuies
condominiais, sob pena da consolidao da propriedade em nome do credor fiducirio por falta de
expressa previso legal. Eventualmente, o fiducirio poder notificar (no intimar) o fiduciante para
que este efetue os pagamentos das prestaes condominiais em atraso.
Reserva Legal - Programa Mais Ambiente
Estamos com uma retificao de rea, para averbao da reserva legal. A Procuradoria
do Estado tinha se oposto a retificao, o proprietrio ento conseguiu Termo de
Adeso ao "Programa Mais Ambiente", onde consta que foi feita inscrio no CAR. A
Procuradoria do Estado emitiu documento concordando com a retificao devido
inscrio no CAR. Com isso torna-se possvel a averbao?
Resposta: O documento apresentado no supre o registro da Reserva Legal no Cadastro Ambiental
Rural CAR, artigo 18 da Lei 12.651/12, que desobrigaria a averbao da Reserva Legal no Registro de
Imveis ( 4 do citado artigo 18).
O documento refere-se a recibo de requerimento de Adeso ao Programa Mais Ambiente. O
requerimento no configura a aprovao da adeso ao Programa, que depender do cumprimento dos
requisitos exigidos. termo de adeso com o comprometimento do proprietrio e no se trata de
registro de Reserva Legal do CAR, no dispensando a averbao da Reserva Legal no Registro
Imobilirio obrigatrio para a retificao de registro (rea).
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Resposta: Arresto indica apreenso judicial de bens do devedor ordenada pela Justia como meio
acautelador de segurana para garantir o credor quanto cobrana de seu crdito, evitando que seja
injustamente prejudicado pelo desvio desses bens. O arresto vem regulamentado nos artigos 813/821
CPC, sendo que se aplicam ao arresto as disposies referentes penhora (artigo n. 821 do CPC).
O arresto para ser registrado, exige mandado ou certido nos termos do artigo 239 LRP. E o que se
registra no o despacho que ordenou o arresto, mas o arresto depois de efetivado, tanto que esse
dispositivo legal ordena que ou o mandado ou a certido indiquem o nome do depositrio.
Portanto, no ser possvel averbar o distrato sem autorizao do Juzo que determinou o arresto ou
sem seu levantamento atravs de mandado judicial, ou mesmo se convertido em penhora, esta que
dever ser levantada depois da averbao da converso do arresto em penhora.
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Matrcula n 75.194: 25% do imvel do de cujus e 25% do imvel de Maria Ignez. Consta
da Partilha que os mesmos eram conviventes e que o de cujus tinha 07 filhos de seu 1
casamento. Levar-se- Partilha imvel integral da Mt.110447 e 50% do imvel da
Mt.75194? Consta do plano de partilha que a convivente Maria Ignez continuar
detentora de seus 50% e 25% e os filhos recebero cada um 1/7 de 50% e 1/7 de 25% dos
imveis. Dever ser solicitado o aditamento do Formal para que seja partilhado um
imvel integral(M.110447) e metade do outro(M.75194), tendo em vista que de qualquer
maneira os pagamentos sero os mesmos?
Resposta: Sim, de fato a meao no poder ser excluda da partilha, e esse o entendimento do
CSMSP sendo que poderamos citar inmeras decises nesse sentido, entre muitas outras, e
inclusive o acrdo n. 0000974-65.2011.8.26.062 especifico sobre Unio Estvel e
idntico ao caso - direito do falecido apenas a metade bens havidos em comum e
pertencetes ao cnjuge/convivente meeiro).
O patrimnio do de cujus constitui universalidade indivisvel (artigo 1.791 CC) que s perde esta
caracterstica com a partilha ( nico do artigo 1.791 e artigo 2.023 do CC). Em anotao ao artigo 993,
IV CPC, preleciona Teotnio Negro Os bens pertencentes ao de cujus em comunho com o seu
cnjuge devem ser relacionados integralmente e no apenas a parte ideal que lhe pertencia.
Aplica-se Unio Estvel o regime de bens da comunho parcial nos termos do artigo 1.725 CC, e com
repercusses sucessrias quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigncia da Unio Estvel.
Ademais, no caso, dever ser verificada poca e forma das aquisies dos bens imveis, incio da Unio
Estvel, vigncia e eventual acordo de convivncia. Portanto, entendo que deve a partilha ser aditada
para que seja partilhada a totalidade dos bens dos conviventes, resguardando eventuais direitos de
meao e sucesso.
Usucapio - Hipoteca
Imvel foi objeto de Usupio e na matrcula do imvel, ainda na CRI anterior, consta
registro de Hipoteca, averbao de Cdula Hipotecria e Cauo ao BNH.
Na sentena, o Juiz diz que "a hipoteca no deve ser obstculo ao direito da autora e
que nenhum gravame deve subsistir ou ser embarao declarao do domnio", mas,
no autorizou expressamente seu cancelamento. Como devo proceder o registro?
Resposta: A usucapio, assim como a desapropriao forma originria de aquisio, e sua
aquisio (declarao de domnio) no concorre vontade do titular do domnio extinto e ir, de certa
forma, sanear o imvel. O imvel usucapiendo no ter filiao por ser a usucapio forma originria de
aquisio.
No que diz respeito hipoteca, cdula hipotecria e cauo, so superadas pela usucapio justamente
por ser forma originria de aquisio. No h o prevalecimento dos gravames contra o usucapiente que
ter a propriedade originria do imvel de forma livre e desembaraada de quaisquer gravames.
Nenhuma transmisso anterior, bem como nenhum direito anterior, subsiste com aquisio
(declarao domnio) por usucapio, eventuais nus, sejam eles quais forem, desaparecem ipso facto.
Ademais, o prprio Juiz do feito, acertadamente diz ou determina que a hipoteca (via de conseqncia
cdula e cauo) no obstculo ao direito da autora e que nenhum gravame deve subsistir.
Portanto, abre-se a matrcula para o imvel usucapiendo, sem nada mencionar quanto aos nus
anteriores que no subsistem e nem necessitam serem cancelados, somente se faz referncia ao
registro anterior.
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Nesse caso, reclama na realidade a revogao da doao pelos meios jurisdicionais com conseqente
cancelamento do registro por inexecuo do encargo pelo donatrio (artigo 562 CC - ver Efeitos da
Doao no Registro de Imveis de autoria do Bel. Elvino Silva Filho, RDI n. 19/20 jan/dez. 1.987,
item 7.2 Doao Modal ou Com Encargo).
Portanto, nesse caso no ser possvel o registro da escritura que dever ser re-ratificada para constar
que se refere a doao com encargo (artigo 553 CC) e que ser objeto de averbao junto a matrcula do
imvel quando do registro da doao.
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as herdeiras filhas solteiras, diga-se h de ser considerado que o valor da meao excludo da base de
clculo e mais o artigo 10 da Lei 1.060/50, em combinao com esse artigo 10 (Art. 10. So individuais
e concedidos em cada caso ocorrente os benefcios de assistncia judiciria, que se no transmitem ao
cessionrio de direito e se extinguem pela morte do beneficirio, podendo, entretanto ser
concedidos aos herdeiros que continuarem a demanda e que necessitarem de tais
favores, na forma estabelecida nesta Lei.).
Entendo, s.m.j., de que o beneficio da gratuidade, nesse caso, deve sim se estender as herdeiras filhas,
numa interpretao de todo o contexto (lgico sistemtica e que deve sobrepor a interpretao
gramatical).
Ademais, resta considerar o artigo 9 do provimento CGJSP 11/2013 de que a iseno/gratuidade
incidir apenas sobre custas e contribuies (demais emolumentos), no incidindo sobre emolumentos
devidos pelo Oficial.
ISSQN Recolhimento
A Lei 48/2003, desta Prefeitura, criou a cobrana do ISSQN, Cartrio impetrou
Mandado de Segurana, julgado em 2004, declarando inconstitucional o item 21,
subitem 21.01, do Anexo I, tornando definitiva a liminar. Do reexame necessrio, a 15
Cmara de Direito Pblico, negou provimento. A Prefeitura solicitou resciso da r.
sentena, cujo feito foi extinto, em outubro de 2012, com julgamento do mrito (Ao
Rescisria de Acrdo ajuizamento aps o decurso do prazo decadencial de dois anos,
contado do trnsito em julgado do acrdo rescindendo decadncia configurada
inteligncia dos artigos 495 e 269, IV, CPC). PERGUNTA: Poder ou no haver reverso
disso tudo, fazendo com que o Cartrio tenha que recolher tributo?
Resposta: Houve a declarao de inconstitucionalidade do item 21 e sub-item 21.1 da Lei Municipal
de n. 48/2003. A Lei Municipal de 2.003 e pode ter sido alterada ou mesmo criada outra revogando
a anterior, se j no ocorreu. Com relao ao pagamento do ISSQN, existem inmeras e variadas
decises.
Entretanto, a tendncia de que esse imposto seja recolhido pelos notrios e registradores pela
alquota de 2% sobre a renda bruta (na realidade de 2% a 5%) e no por meio de valor fixo ou
alquotas fixas ( 1 do artigo 9 do DL 406/68), e esse o entendimento do STJ, que ser brevemente
julgado pelo STF, mas a tendncia forte infelizmente essa.
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de domnio, mas declarao deste (domnio), ou como na desapropriao, que ato de imprio e sana
o imvel.
Na arrematao, no ser dado ao Oficial cancelar do ofcio eventuais nus existentes sobre imvel
arrematado, como, por exemplo, hipoteca, penhora, etc., assim como no poder ser arrematado o
imvel alienado fiduciariamente, mas nesse caso, to somente os direitos do devedor fiduciante ou do
credor fiducirio.
Da mesma forma, se sobre um terreno arrematado existir edificao no constante ou no averbada
margem da transcrio ou na matrcula do imvel (terreno), registrar-se h to somente o terreno pelo
princpio da cindibilidade (a requerimento do interessado), ficando a regularizao da edificao para
ato posterior.
Enfim, a situao deve ser analisada com o prudente critrio, peculiaridade necessria ao registro de
imveis, pois o que inexiste relao jurdica entre anterior proprietrio e arrematante, mas no sobre
o imvel que, eventualmente poder estar sendo objeto em outros processos de usucapio,
desapropriao, anulao/cancelamento de registro anterior, questes trabalhistas, etc.
Desta forma, entendo que apesar de a arrematao ter sido considerada forma originria de aquisio
pelo CSMSP, no dispensa efetivao do registro de parcelamento do solo (loteamento ou
desmembramento) apresentao das certides pessoais dos anteriores proprietrios ou mesmo
daqueles que no mencionado perodo tenham sido titulares de direitos reais sobre o imvel ( 1 artigo
18 da Lei 6.766/79).
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Averbao Premonitria
Existe averbao de ajuizamento de ao e agora est sendo apresentada para registro
escritura de venda e compra (escritura foi lavrada em 2006 e a averbao do
ajuizamento foi feita em 2012).Se a penhora no impede a venda evidentemente a
simples averbao do ajuizamento da ao tambm no impede? Devo certificar no
ttulo a existncia dessa averbao?
Resposta: Como pode o mais (hipoteca convencional, penhora, etc.), pode o menos (averbao
premonitria). A escritura poder sim ser registrada, pois no h impedimento legal, e como o tempo
rege o ato, no importa se a escritura foi lavrada anteriormente e somente agora apresentada a
registro, continua sem impedimento.
Como averbao premonitria, no chega a ser nus real, mas nus de carter pessoal (quando
encargos, em que eles se fundam devem ser cumpridos pela pessoa, sem qualquer aluso ou referncia
s coisas no pesa diretamente sobre a coisa), no gerando nenhum direito ou mesmo garantia e tem
a finalidade de noticiar o processo de execuo e de carter acautelatrio.
Assim, entendo de que no haver necessidade de certificar no ttulo a existncia dessa averbao que
consta da matrcula e constar da certido da matrcula que acompanhar o ttulo aps o seu registro.
Penhora
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Renncia de Usufruto
Nas escrituras pblicas de renncia de usufruto devero ser mencionados, ainda que a
ttulo gratuito (doao), necessariamente, o valor atribudo renncia?
Resposta: Sim, nos termos do artigo 176, 1, III, 5 da LRP, e para fins fiscais.
Casamento Religioso
Uma mulher adquiriu um imvel e declarou-se casada. Agora, na venda solicitamos a
certido do casamento para lavrar a escritura e averbar na matrcula o nome do
cnjuge/regime de casamento. Foi apresentada certido do casamento no religioso, que
ocorreu em 1978, firmada pelo representante da igreja, na qual no consta o regime de
bens. O casal no fez a regularizao deste casamento religioso no registro civil. O casal
no aceita que se lavre escritura como companheiros, insistindo que so, de fato,
casados. Existe alguma possibilidade jurdica de admitir esta certido?
Resposta: No, pois como o casamento foi somente religioso, juridicamente no h casamento, uma
vez que somente alcana os efeitos civis registrando o casamento ou termo no cartrio do RCPN
competente. Logo, no houve alterao do estado civil que o casal possua antes do casamento
religioso, permanecendo o mesmo.
Ademais, o prprio registro de aquisio onde a adquirente constou como casada deve ser retificado,
e se sobrevindo o casamento civil regularizando o anteriormente feito para efeitos civis (ver artigos
74/75 LRP, 1515, 1516 e 1.532 CC), dever ser averbado junto a matrcula/transcrio do imvel,
podendo, eventualmente ocorrer questes patrimoniais dependendo do regime adotado.
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Alvar Judicial
Foi apresentado Alvar Judicial autorizando empresa (representada pela scia) a
escriturar em nome prprio imvel integrante de Esplio. H impedimento para o
Tabelionato
lavrar
escritura
aceitando
representao
do
proprietrio
(Esplio)/vendedor atravs do alvar nesta condies?
Resposta: A rigor, o esplio deveria ser representado por seu inventariante atravs do alvar, mas
como houve alvar judicial autorizando o adquirente a representar o transmitente (esplio), entendo
que a prtica do ato ser perfeitamente possvel a exemplo dos casos de aquisio de bens pelo
mandatrio (artigo 117 CC).
No entanto, do alvar dever constar meno do imvel, valor para alienao, estar dentro de seu
prazo de validade, autorizao da aquisio pela pessoa jurdica que representa o esplio, no haver
impedimentos que possam ser enquadrados nos incisos I a IV do artigo 497 CC., e que o alvar seja
recente e no tenha sido revogado.
Compromisso de Compra e Venda
Foi apresentado para registro promessa de compra e venda de 1/10 do imvel, de
Benedetto para sua irm Margheritta, recebida pelo bito do pai de ambos (Pietro); na
partilha foi atribuda 1/2 para viva e 1/10 para cada filho, porm consta do item 3 do
contrato que somente ser transmitida quando ocorrer o falecimento da viva (me de
ambos). possvel o registro, consta-se este item no registro?
Resposta: No caso, no se trata de compra e venda de imvel quando pode ser inserida clusula
resolutiva expressa com amparo nos artigos 121, 122, 127, 128, 474 e 475 do CC (artigo 167, I, 29 LRP).
A condio constante do item 3 da promessa de compra e venda no se trata propriamente de
condio suspensiva ou mesmo resolutiva; clusula resolutiva nada mais do que o pacto comissrio.
J no cdigo Civil de 16, a doutrina apontava a semelhana entre a condio resolutiva expressa e o
pacto comissrio.
No que concerne aos compromissos de compra e venda, h disposies especiais que desautorizam
pacto comissrio, ao compromitente vendedor no dado escolher, dada a mora do comprador, entre
preo e resoluo do compromisso. O artigo14 do DL 58/37 (imveis loteados), o artigo 1 do DL
745/69 (imveis no loteados) e o artigo 63 da lei 4.591/64 (unidades condominiais autnomas)
dispem modos especiais de constituio em mora dos compromissrios compradores e resoluo dos
compromissos. Tais normas tm carter cogente, s partes no licito estipular de maneira diferente
(RDI n. 23, pg. 116).Ademais, tal condio contraria os artigos nmeros 1.147, 1.418 do CC, 22 do DL
58/37 e 1 DL 745/69.
Portanto, entendo, que o registro do contrato de compromisso de compra e venda com tal condio
no ser possvel.
Pacto Antenupcial
A separao ou divrcio deve ser averbada no livro 3 quando existe pacto antenupcial
registrado? Ou averba-se to somente nas matrculas dos imveis correspondentes?
Resposta: Uma vez feita separao ou divrcio, far-se- a sua averbao no registro pblico (RCPN artigos 10, I CC, 1.124 e 124-A e 1 CPC, 29, 1, a, e 100 LRP e artigo 32 Lei 6.515/77), tambm no
Registro de Imveis junto s transcries ou matrculas dos imveis porventura existentes em nome
dos separandos ou divorciandos (artigos 167, II, itens 5 e 14 LRP).
No h previso para a averbao de separao ou divrcio junto ao Livro 3- Auxiliar, onde registrado
o Pacto Antenupcial que serviu para reger as questes patrimoniais do casamento e nada se alterou
com relao ao pacto que valeu durante a vigncia do casamento. Eventuais questes patrimoniais e de
famlia devem ser resolvidas na separao ou no divrcio judicial ou extrajudicial. No caso de
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rigor, nos termos do artigo 13 do provimento deveriam ser averbadas nas matrculas dos imveis
respectivas existentes.
A indisponibilidade comunicada refere-se indisponibilidade de ordem fiscal ( 1 do artigo 53 da Lei
8.212/91), e nos termos do artigo 22 do provimento 13/12, no impedem oneraes e constries
judiciais, ou seja, no impedem averbao de outras penhoras, principalmente porque essas penhoras
tambm so oriundas de execuo fiscal da Fazenda Nacional.
Cdula De Crdito Bancrio
Recebi para registro uma cedula de Credito Bancario, tendo como garantias: Hipoteca
Cedular de um terreno na avenida 7 matricula 7449 e como penhor Cedular: 13 vacas
Girolanda, localizada na Fazenda Sta Helena nesta comarca de propriedade do
emitente.Pergunto:a) Hipoteca registra no livro 2; b) penhor cedular registra-se no livro
3 do Registros de Imoveis ou no Registro de Titulos e Documentos? Por que?
Resposta: As garantias (hipoteca e penhor rural pecurio) foram constitudas atravs da Cdula de
Credito Bancrio CCB, a qual no ser objeto de registro, mas as suas garantias sim sero registradas
(artigos ns. 30 e 42 da Lei 10.931/04);
Portanto, a hipoteca ser registrada no livro 2 Registro Geral (artigos 1.492 do CC e 167, I, 2 LRP);
Quanto ao penhor rural (pecurio artigo 1.444 CC), ser registrado no Registro de Imveis no Livro
3- Auxiliar e no no Registro de Ttulos e Documentos, em face dos artigos ns 1.438 do CC, 178, VI e
127, pargrafo nico da LRP.
Testamento Inventrio
Testamento, datado de 20/08/1985, acostado nos autos de inventrio da testadora, que
faleceu aos 14/06/2008 onde a testadora falecida imps clausula de incomunicabilidade
a legtima. No entanto, na partilha homologada h omisso desta clausula imposta a
cada um dos quinhes recebidos pelos herdeiros necessrios. Esta omisso poderia ser
relegada, diante do que consta o art. 2042 CC em vigncia, notadamente diante do fato
de que aquele testamento no fora aditado, para declarar a justa causa da imposio da
clausula em comento ?
Resposta: Para as sucesses que se abrirem depois de um ano da entrada em vigor do Novo Cdigo
Civil, aplica-se o determinado no caput do artigo 1.848 do CC/02.
As pessoas que tiverem feito testamento estabelecendo clusulas restritivas a legtima, seguindo o que
faculta o artigo 1.723 do CC/16, tero de fazer novo testamento aditando o anterior para declarar a
justa causa posta legtima. Se no tomarem essa providncia e se a sucesso abrir-se depois de um
ano do comeo da vigncia do Novo Cdigo Civil, no subsistir a restrio.
No questo de forma, mas de fundo de contedo jurdico da disposio testamentria, regendo-se
assim, pela lei vigente ao tempo da abertura da sucesso. Ademais, todo o processo, assim como a
partilha, foi analisado pelo Juiz do processo que homologou a partilha dessa forma. Portanto, correta a
posio da serventia.
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como presidente o Sr. Jose, nada constando em relao ao Sr. Auro, sendo dessa forma impossvel a
prtica do ato at mesmo pelo princpio da continuidade.
Ademais, o correto seria apresentao de mandado e no alvar (autorizao). De qualquer forma, fazse a nota de devoluo e arquiva/junta cpia da nota e do alvar junto ao processo.
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Instrumento Particular
Estamos lavrando uma escritura de Venda e Compra no qual envolve 1/7 (um stimo) do
imvel. O valor declarado da transao R$ 11.500,00. O valor venal total do imvel
R$ 73.356,39. Este negcio jurdico poderia ser feito por instrumento particular, haja
vista que o valor inferior a 30 salrios mnimos (art. 108 C.C.)?
Resposta: Esclarecemos que nesses casos, como em outros, deve ser sempre levado em conta o valor
total do imvel, ou seja, o imvel em si como um todo e considerado o valor venal ou o valor atribudo
(negcio jurdico), no podendo ocorrer fracionamento, como 1/10, 25% sobre a avaliao, sendo
considerado tambm o valor total incluindo benfeitorias (mesmo no averbadas), que no podero ser
dissociadas da transao para que no haja burla e se abra uma porteira.
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no CRI, sendo que, no perodo entre a data da publicaao desta Lei e o registro no CAR,
etc. Em So Paulo CAR j est funcionando? Onde? O Termo de Responsabilidade de
Preservao Reserva Legal deve ter firmas reconhecidas.
Resposta: Sim, o CAR est em funcionamento. O SICAR Sistema Nacional de Cadastro Ambiental
Rural. A rigor e nos termos do artigo 221, II LRP, as firmas das partes e testemunhas constantes do
Termo de Responsabilidade de Preservao de Reserva Legal, devem sim ser reconhecidas por
Tabelio.
Nos termos do 4 do artigo 18 da Lei 12.651/12, a inscrio no CAR desobriga a averbao da Reserva
Legal do RI (ver tambm o artigo 30 da citada Lei).
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Carta de Adjudicao
Em ao de execuo imvel foi adjudicado pelo autor e lavrado o respectivo auto de
adjudicao (art. 685-B CPC). No entanto, no foi expedida a respectiva Carta de
Adjudicao, o interessado apresentou o auto de adjudicao, demais peas e o ITBI,
requerendo o registro. No auto, constam as assinaturas do juiz e adjudicante.
possvel o registro na forma pretendida?
Resposta: No, pois nos termos do artigo 221 LRP, auto de adjudicao no ttulo hbil a ensejar
registro da adjudicao. Ademais, o artigo citado (685-B CPC) e pargrafo nico fazem meno
necessidade da expedio da carta de adjudicao. Portanto, para o registro da adjudicao deve ser
expedida e apresentada a carta de adjudicao, nos exatos termos do artigo 685-B e pargrafo nico.
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das NSCGJSP, ou seja, certificar-se- essa circunstncia a fim de que o credor fiducirio promova a
intimao via judicial.
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ttulo, ou seja, a indisponibilidade a favor da Fazenda Nacional dever ser certificada no ttulo.
Retificao Condomnio Diferena no Terreno
Pelo registro 05, feito na matrcula 78.169, foi institudo um condomnio com a abertura
das matrculas de 03 casas. A CEF atravs de seu engenheiro encontrou diferena no
terreno, de meio metro, e s autoriza a transao, se retificada a matrcula, nos termos
do artigo 213 LRP. Com o descerramento das matrculas, o imvel ficou seccionado.
cabvel a retificao, para adaptar a realidade ftica?
Resposta: A retificao exatamente para isso. A retificao, apesar de mais complexa possvel,
retificando-se, via de conseqncia, Instituio e Especificao do condomnio, assim como a
retificao da matrcula da unidade autnoma, eventualmente atingida pela retificao. No entanto,
caso tenha havido alienao, haver necessidade da unanimidade dos condminos na participao do
ato (artigos 1.351 do CC e 43, IV da Lei 4.591/64).
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O absolutamente incapaz ou relativamente incapaz, pode participar como scio de pessoa jurdica,
desde que assistido/representado por seus pais (artigo 1.690 CC) ou tutor, vez que so
absolutamente/relativamente incapazes aos atos da vida civil.
Quando o scio for representado/assistido, a condio do representante e qualificao devero ser
indicadas em seguida qualificao do scio. Havendo scio absolutamente incapaz, o contrato dever
ser assinado pelo representante legal, em sendo relativamente incapaz, pelos pais (assistido) e pelo
menor. E, no caso de representao ou mesmo assistncia se scio menor e o poder familiar exercido
somente por um dos pais, o instrumento dever conter antes da assinatura dos scios, a razo do no
comparecimento do outro, que pode ser em funo da perda, destituio ou extino do poder familiar
por falecimento.
No pode, contudo o scio menor no emancipado, ser administrador de sociedade, est impedido de
exercer atos de administrao ou gerncia, no podendo outorgar procurao a terceiros, e o capital
dever estar totalmente integralizado.
J com relao procurao, os menores de idade, assim como outros incapazes, no podem constituir
mandatrio nos termos do artigo 654 CC, assim a alterao contratual dever ser adaptada s
condies acima, e o menor ser assistido pelos pais (pai e me). Ver artigo 974 CC, especialmente 3
e anexos (no confundir empresrio com scio), especialmente deciso 0036419-30.2011.8.26.0100 da
1 VRP da Capital.
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2014
Rerratificao Por Instrumento Particular
O Fundo de Terras da Reforma Agrria, atravs da Unio/Ministrio do
Desenvolvimento Agrrio financiou a compra de lotes rurais por famlias e, para
garantia do saldo devedor, foi constituda por hipoteca. Na ocasio, a transao
(compra e venda + garantia hipotecria) foi instrumentalizada por escritura pblica e
devidamente registrada na matrcula do imvel.
Pretendendo a averbao nas respectivas matrculas das novas condies do
financiamento, prazo, taxas, etc (ver anexo), foi apresentado o "Instrumento Particular
com fora de escritura pblica de retificao e ratificao escritura pblica(..)", na
qual compareceram todas as partes envolvidas (Unio, MDA, Fundo de Terras e
Comprador/Devedor)
1. Esta renegociao do financiamento pode ser efetivada por instrumento
particular?
2. Poderemos efetuar a averbao pretendida?
Resposta:
1. Sim, a renegociao pretendida (re-ratificao) poder ser feita por instrumento particular nos
temos do artigo 9 e seu pargrafo 1 da Lei n. 12.873/13 (converso da MP n. 619/13), pois nesse caso
tem o mesmo valor de escritura pblica. No entanto, cabe ao registrador exigir os documentos que o
notrio exigiria, ou seja, no caso a prova de representao do Banco do Brasil S/A (mandato outorgado
pela Secretaria de Reordenamento Agrrio do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio MDA que o
rgo gestor do Fundo de Terras e da Reforma Agrria Banco da Terra mencionado no instrumento artigo 16 do Decreto n. 4.892/03 - Ver tambm artigos 15 do Decreto mencionado e pargrafo 1 o
artigo 4 da Lei Complementar n. 93/98), bem como a prova de representao do Sr. Mario Sussumu
Tanamati, pelo Banco do Brasil S/A. Alm disso, as testemunhas devem ser identificadas pelo nome
completo (nome e prenome) e terem as suas firmas reconhecidas por Tabelio (artigo 221, II da LRP);
2. Portanto, cumpridas as exigncias acima (item 1), as averbaes pretendidas podero ser feitas
junto as matrculas.
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6.
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Carta de Arrematao
Tenho c uma carta de arrematao expedida em dezembro de 2013, tendo por objeto a
rea de 15 hectares, em comum no imvel composto de 112 hectares; acontece que
enquanto o processo tramitava, ocorreu aqui em cartrio a retificao administrativa,
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passando a rea toda a figurar com 115 hectares; na arrematao, feita pelo prprio
credor de penhora constante da matrcula, indicou-se a rea em hectares, no em
percentagem do imvel. Entendo que no haveria impedimento algum, mas peo seu
parecer para poder ficar mais tranquilo a respeito.
Resposta:A arrematao forma de aquisio e se no ttulo indica a rea arrematada como 15,00
hectares, assim deve ser considerado, independente da retificao administrativa, a no ser que seja
aditada judicialmente a carta de arrematao e conste a arrematao como 15,40172 hectares, em face
da retificao administrativa. A diferena insignificante (401,72 m2) e, eventualmente a retificao
poderia ser a menor (110,00 hectares pe.). De qualquer forma, como o ttulo (arrematao) anterior a
retificao, segue-se analogicamente o pargrafo 13 do artigo 213 LRP, podendo o registro ser feito a
requerimento do arrematante.
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tambm http://www.car.gov.br).
Portanto, o RI exige a averbao da Reserva Legal (artigo 167, II, 22 da RLP) ou o seu registro no CAR
(pargrafo 4 do artigo 18 da Lei 12.651/12 e inciso V do artigo 2 do Decreto Estadual 59.261/13).
No caso em questo, a averbao da Reserva Legal poder sim ser feita como solicitada nos termos do
artigo 167, II, 22 da LRP, averbando-se tambm o n de inscrio do SICAR, se inscrito (item 125
letras a e b do Captulo XX das NSCGJSP), e tambm em conformidade com o pargrafo 4 do
artigo 18 da Lei 12.651/12, nada se cobrando pela averbao que ter direito a gratuidade nos termos
antes citado.
Firma Individual
Escritura de compra e venda de imvel onde o comprador pessoa fsica e nesta consta
que o imvel destina-se empresa individual (ambos qualificados). Como proceder ao
registro? Em nome da pessoa fsica, constando a informao na condio? E o indicador
pessoal?
Resposta:
1. No caso, no se trata de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (artigos 980-A e 44, VI
do CC), mas de empresrio individual (antiga expresso firma individual) que tem o seu registro na
Junta Comercial (artigos 966/967 do CC);
2. No h, via de regra, distino entre empresrio individual e a pessoa natural;
3. Para fins de exerccio de atividade empresarial, mesmo de forma individual, deve o empresrio,
necessariamente registrar-se na Junta Comercial. Esse registro, entretanto no implica na criao de
pessoa jurdica. Significa apenas que ele, empresrio, pode ento praticar atos empresariais. Havendo
um s patrimnio e no havendo personalidade jurdica prpria para a empresa individual, no h de
se falar em registro de propriedade em nome de empresa individual, posto que, como dito, essa
personalidade no existe;
4. Aquisio do bem imvel se deu como de fato deveria, na pessoa fsica/natural, devendo, portanto o
registro ser realizado na pessoa fsica/natural, averbando-se em seguida pela escritura e certido da
Junta Comercial de que o adquirente fulano de tal, j qualificado, empresrio individual tendo
adotado a firma tal.., inscrito no CNPJ n tal., sede e domiclio na Rua tal, n tal..., cidade tal...;
5. Aps a Av. (7), procede-se outra averbao pela escritura que deu origem ao R. (6), de que o
adquirente.............. e sua mulher ...............(se casado for e j qualificada) declaram que o imvel objeto
da presente matrcula integra o patrimnio da empresa do adquirente, referida na AV. (7) como parte
do seu ativo circulante, ou seja, do destinao ao imvel adquirido como patrimnio da empresa;
6. No indicador pessoal, como a pessoa jurdica que no tem personalidade jurdica no pode adquirir
e os patrimnios se confundem, deve ser feito em nome da pessoa (s) fsica (s) que quem realmente
adquiriu (ram).
Condomnio de Lotes
As cidades crescem e os empreendedores vidos por facilidade e lucros, buscam brechas
nas leis para implantar os seus empreendimentos. Pois bem.
Outro dia fui consultado sobre a possibilidade da implantao de condomnio de lotes
(somente lotes) onde as construes privativas ficariam a cargo dos condminos, e a
parte comum, pelo empreendedor, incluindo aqui, as vias de circulao, praas, etc.
Pedi um tempo para dar uma resposta embasada, mesmo que fosse negativa.
Pesquisando, encontrei os arts. 1131 a 1358 do CC., artigo 3 do Dec. 271/1967, art. 8 alnea a da lei 4591/64 e item 222.2 Cap. XX do Prov. 58/89 da CGJ.
Lendo-os, no cheguei a nenhuma concluso. Me parece que, no Estado de So Paulo,
no existe implantado nenhum empreendimento nestes moldes.
Por tudo isso, caso fosse possvel, gostaria ficar enriquecido com a abalizada opinio de
Vossa Senhoria, a respeito deste assunto.
Resposta:
1. De fato, pelo que sei, em nosso estado, at ento, no tenho conhecimento de nenhum registro de
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condomnio de lotes. Eventualmente, poder haver em alguma comarca algum registro (misto e
irregular);
2. At ento, at mesmo como nossa resposta anterior, tal registro (condomnio de lotes) no era
permitido nem pelo CSM, nem pela ECGJ;
3. No entanto, pela recente atualizao das NSCGJSP, curiosamente, foi permitido conforme subitem
222.2 e 229, abaixo reproduzidos;
4. Contudo, nesse subitem e item s h meno de acrescido/alterado pelo provimento 37/13, sem
mencionar processo algum da CGJSP, nem mesmo procedimentos;
5. Portanto, de acordo com tais itens possvel o registro de condomnio de lotes (tanto incorporao
como instituio, especificao e conveno de condmino de lotes);
6. Evidentemente, a situao nova e questionamentos surgiro com o decorrer do tempo, mas
basicamente os requisitos e atos so os abaixo mencionados que repetimos conforme BE Irib n. 4112
DE 18/10/2011, acrescentando que dever ser apresentado o comprovante de aprovao pelo
GRAPROHAB ou prova de dispensa de anlise por este (itens 186 e 223.4 do Captulo XX das
NSCGJS):
Um projeto devidamente aprovado pela Municipalidade, a qual dever conter:
a legislao que autorize a aprovao deste tipo de empreendimento, contendo o que segue:
um memorial descritivo informando todas as particularidades do empreendimento (descrio dos
lotes autnomos contendo especialmente as reas privativa, comum e total e a frao ideal
correspondente na rea total etc.);
planta de lotes;
planilha de clculo de reas;
planilha de custos da realizao da infra-estrutura (documentos exigidos pela NB 140);
uma conveno de condomnio (grande protagonista desta modalidade de empreendimento), na qual
devero constar, entre outras clusulas previstas em lei, as formas e caractersticas que cada
construo poder apresentar, os direitos e deveres de cada condmino etc. (arts. 1.332 e 1.334, do
Cdigo Civil);
a anotao de responsabilidade tcnica (ART) do responsvel pelo projeto;
aprovao das autoridades competentes (Ex.: Municpio, FEPAM, METROPLAN etc.).
Incorporao - Frise-se que a criao deste empreendimento se dar com a incorporao imobiliria
(artigo 32, da Lei n 4.591/64), com posterior individualizao e instituio condominial, ou
diretamente com a individualizao e instituio condominial (ocorrer quando o empreendimento j
estiver pronto).
Fundamento Legal - O Condomnio Horizontal de Lotes tem como fundamento legal os seguintes
dispositivos: artigo 3. do Decreto-Lei n. 271/67, combinado com o artigo 8. da Lei Federal n.
4.591/1964. Por oportuno, de se ressaltar que a Lei n 10.406/02 (Novo Cdigo Civil) alterou
dispositivos da Lei n 4.591/64, ao prever um captulo denominado Do Condomnio Edilcio (arts.
1.331 e segs.). Porm, entende-se que o art. 8, da Lei n 4.591/64, ainda permanece em vigor, eis que
no h previso em contrrio no NCC.
Hely Lopes Meirelles - A lei aplicvel aos loteamentos fechados ou condomnios horizontais a Lei
4.591/64, e os loteamentos abertos ou convencionais a Lei n. 6.766/79. A prtica do registro do
condomnio horizontal de lotes. Os procedimentos registrais sero:
a) a incorporao imobiliria e a instituio do condomnio sero registradas junto matrcula da
gleba (livro 2 - Registro Geral);
b) a concluso das obras de infra-estrutura ser averbada tambm junto matrcula da gleba;
c) a conveno de condomnio ser registrada em livro prprio (livro 3 (Registro Auxiliar)) e, em ato
contnuo, ser averbada na matrcula;
d) sero abertas matrculas para as unidades autnomas - lotes - para nela serem lanadas as
transferncias dominiais, as constituies de nus, as edificaes, a referncia ao registro da
conveno de condomnio e todos os demais atos de registro relativos a cada unidade.
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erro do ttulo que ensejou o registro, a escritura de aquisio deve ser re-ratificada com o
comparecimento das mesmas partes que compareceram naquele ato.
Caso isso no seja possvel, o interessado dever valer-se do que preceitua o artigo 213, I, letra g,
mediante despacho judicial, pois nesse caso haver necessidade de produo de outras provas ou tal
procedimento ser requerido diretamente em Juzo, quando poder provar seu estado civil por outros
documentos (declarao do consulado de seu Pas, atestado de celibato, passaporte, etc.).
CND Positiva Com Efeito Negativa
possvel uma pessoa jurdica averbar a construo de um prdio comercial
apresentando a Certido Positiva com Efeito de Negativa para Construo do referido
prdio? Obs. A CND saiu em nome do Administrador legal da empresa.
Resposta: A existncia de dbito tributrio, por si s, no obsta a expedio de certido positiva com
o efeito de negativa nos termos do artigo n. 206 do CTN.
Essa certido pode ser expedida no curso da discusso administrativa do crdito tributrio, hiptese
em que a sua exigibilidade estar suspensa por fora do artigo n. 151, III do CTN. Poder ser expedida
tambm no curso da execuo fiscal, desde que assegurado o juzo pela penhora.
Portanto, respondo positivamente a questo, pois a referida certido poder ser aceita para os fins
almejados (averbao de construo), nos termos dos artigos ns. 205/206 do CTN e na consulta de n.
284 feita ao Colgio Notarial-SP, publicada em 15/07/2.011, e por referida CND no constar da tabela
anexa ao Ato Declaratrio de n. 2 (dois) de 06 de Junho de 2.011 da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, em face da Nota Tcnica SERPRO. 001/2011, publicada no DOU de 07 de Junho de 2.011 e
no Boletim Eletrnico do IRIB de n. 4.077 de 13/07/2.011.
Nota de Crdito Exportao
A Nota de Credito Exportao dever ser registrada onde? Em que local? Na Lei 6313 de
16/12/75 e no decreto Lei 413 de 09.01.1969 no faz meno. Poder ter por base a Nota
de Crdito Rural (art.30 letra "d" do Dec.Lei 167 de 14.02.67)?
Resposta: Via de regra, as Notas Promissrias (rural, comercial, industrial e rural) so despidas de
garantias e por isso independem de registro no RI. promessa de pagamento em dinheiro sem
garantia real e que no tem previso de registro no SRI, nos termos do artigo 3 da Lei n. 6.313/75 c/c
o artigo 18 do DL 413/69.
Doao entre Cnjuges CPB
Existe uma matrcula em que o proprietrio era solteiro quando adquiriu o imvel,
agora ele casou-se no regime da comunho parcial de bens, na vigncia da Lei
n.6515/77 e pretende fazer doao para que esposa fique proprietria de 50% do
imvel, nessa doao ele pode impor as clausulas de reverso e incomunicabilidade?
Resposta:
1. No caso, como se trata de bem particular adquirido pelo proprietrio quando solteiro e que no se
comunica com sua esposa em razo do regime de casamento (CPB) adotado pelo casal, perfeitamente
possvel a doao como se pretende. Pois, no regime da CPB possvel a doao entre cnjuges em
relao aos bens particulares, decorrendo da lgica a concluso de que a doao versa sobre bens
particulares de cada cnjuge;
2. Quanto a clusula de reverso (artigo n. 547 do CC), entendo ser perfeitamente possvel, pois nos
termos do artigo citado, o doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimnio se
sobreviver ao donatrio, ficando esse bem fora de eventual inventrio ou arrolamento no caso de
falecimento da desposa antes do doador/marido;
3. Quanto imposio da clusula de incomunicabilidade imposta pela doao, tambm no vislumbro
nenhum problema, pois a idia seria na eventualidade de falecimento do doador/marido ocorrer um
segundo casamento do cnjuge sobrevivente.
Escritura de Compra e Venda - Usufruto
Recebi uma escritura de venda e compra em que o marido Roberto adquire a nua
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