Modelo Internação Compusória

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JOO VITOR FAQUIM PALOMO

OAB/SP n. 270.087
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DA
ASSISTNCIA JUDICIRIA
CONVNIO DP OAB/SP
CLIA DA SILVA SOUZA, brasileira, domstica,

portadora da cdula de identidade com RG n. 28.825.519-7, e do CPF/MF n.
204.477.508-52, residente e domiciliada na Rua Holanda, 175, Vila Indstria, nesta
cidade e comarca de Tup, Estado de So Paulo, pelo advogado in fine assinado,
nomeado nos termos do convnio firmado entre a Defensoria Pblica e a Ordem dos
Advogados do Brasil, e invocando os benefcios da Assistncia Judiciria gratuita,
vem, respeitosamente, presena de Vossa Excelncia, propor a presente AO DE
INTERNAO COMPULSRIA COM PEDIDO DE LIMINAR em face de
RENATO SOUZA NASCIMENTO, brasileiro, dados

desconhecidos, encontrvel Rua Bauru, 60, Vila Indstria, nesta cidade e comarca
de Tup, Estado de So Paulo, pelos motivos de fato e razoes de direito.
Rua Tupinambs, 651, Centro - Tup/SP - CEP 17.601-070

Fone (14) 3491-2577 - E-mail: jv.fp@bol.com.br
Este documento foi assinado digitalmente por JOAO VITOR FAQUIM PALOMO. Protocolado em 15/05/2014 s 09:21:17.
Se impresso, para conferncia acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 1002585-52.2014.8.26.0637 e o cdigo CC422.
COMARCA DE TUP, ESTADO DE SO PAULO.
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OAB/SP n. 270.087
1. DOS FATOS
Primeiramente cumpre esclarecer que o requerido

destruiu todos os seus documentos pessoais, razo pela qual deixa de junt-los com
a presente ao.
de drogas.
Devido
dependncia,
requerido
tem
se
comportado de forma mais agressiva, agindo com violncia contra sua genitora e
demais familiares. Em razo deste comportamento, sua me, ora requerente, vive em
verdadeiro estado de pnico.
Com efeito, apesar deste quadro grave para sua

sade fsica e mental, bem como para seu convvio em famlia e na prpria
sociedade, o requerido recusa-se a aceitar qualquer proposta de auxlio clnico,
tratamentos ou internaes.
Ademais, consoante documento do CRAS, havia uma

avaliao mdica e guia de internao psiquitrica agendada, todavia, quando o
requerido ficou sabendo, ficou extremamente agressivo e destruiu vrios objetos da
casa da requerente, bem como fugiu do local, passando a residir com seu genitor no
endereo j mencionado.
2. DO DIREITO
O reconhecimento de um direito pela norma jurdica

de um Estado, especialmente quando se trata de direito fundamental diretamente

A requerente genitora do requerido, o qual usurio
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OAB/SP n. 270.087
vinculado com a dignidade da pessoa humana e com a prpria vida, careceria de
sentido se no fosse dado ao ser humano igual direito a um provimento judicial que
possibilitasse seu efetivo cumprimento em caso de violao ou omisso; nesse
sentido, o Sistema Justia assume relevante papel para a efetividade dos direitos
reconhecidos pelo sistema legal, e deve, por isso mesmo, atuar no sentido de dar a
devida proteo ao cidado titular de tal direito, ainda mais quando se trata de pessoa
da via judiciria para fazer valer seu direito constitucional devida assistncia a sua
sade.
Ora, se a Constituio da Repblica afirma que a

sade direito de todos e dever do Estado (art. 196 da CF), erigindo tal direito
categoria de direito social, fundamental, inalienvel e indisponvel (Art. 6 da
CF), imperioso que tal imposio legal implique em conseqncias prticas,
sobretudo no que tange sua efetividade.
De fato, o art. 6 da Magna Carta garante o direito

sade como postulado fundamental da ordem social brasileira. Os arts. 196 a
200 trazem nsitos os devidos esclarecimentos quanto ao papel reservado ao Estado
no que tange ao direto de assistncia sade, cabendo destacar que o art. 198
define o Sistema nico de Sade - SUS. possvel afirmar que se trata do principal
direito fundamental social albergado pela nossa Constituio.
Ademais disso, a nossa Constituio Brasileira tutela

a "dignidade da pessoa humana" (art.1, III, C.F.) como princpio-mor do ordenamento
jurdico ptrio, de modo que a tutela do direito sade deve ser vista, tambm, sob a
tica de tal princpio.

em estado de vulnerabilidade, como o caso daqueles que necessitam se socorrer
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OAB/SP n. 270.087
No bastasse isto, tal direito encontra guarida na
prpria Declarao Universal da Organizao das Naes Unidas (ONU), de 1948,
que declara expressamente que a sade e o bem-estar da humanidade so
direitos fundamentais do ser humano. No mesmo sentido, nas convenes e nos
tratados internacionais, reconhecidos e ratificados pelo Brasil, tambm so
Tambm no se pode olvidar de que a lei 10.216/2001 assegura

ampla proteo ao doente mental, especialmente no que diz com o
seu tratamento mdico. Nesse sentido, vejamos os principais
dispositivos da referida lei, in verbis:
Art. 2. Nos atendimentos em sade mental, de qualquer natureza, a

pessoa e seus familiares ou responsveis sero formalmente
cientificados dos direitos enumerados no pargrafo nico deste
artigo.
Pargrafo nico. So direitos da pessoa portadora de transtorno
mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de sade,
consentneo
suas
necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo

de beneficiar sua sade, visando alcanar sua recuperao pela
insero
na
famlia,
no
trabalho
na
comunidade;
(...)
V - ter direito presena mdica, em qualquer tempo, para
esclarecer a necessidade ou no de sua hospitalizao involuntria;
Art. 3. responsabilidade do Estado o desenvolvimento da poltica

de sade mental, a assistncia e a promoo de aes de sade

encontradas referncias ao direito sade como direito social fundamental.
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OAB/SP n. 270.087
aos portadores de transtornos mentais, com a devida participao da
sociedade e da famlia, a qual ser prestada em estabelecimento de
sade mental, assim entendidas as instituies ou unidades que
ofeream assistncia em sade aos portadores de transtornos
mentais.
indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem

insuficientes.
1 O tratamento visar, como finalidade permanente, a reinsero
social
do
paciente
em
seu
meio.
2 O tratamento em regime de internao ser estruturado de

forma a oferecer assistncia integral pessoa portadora de
transtornos mentais, incluindo servios mdicos, de assistncia
social,
psicolgicos,
ocupacionais,
de
lazer,
outros.
Art. 5 O paciente h longo tempo hospitalizado ou para o qual se

caracterize situao de grave dependncia institucional, decorrente
de seu quadro clnico ou de ausncia de suporte social, ser objeto
de poltica especfica de alta planejada e reabilitao psicossocial
assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitria competente e
superviso de instncia a ser definida pelo Poder Executivo,
assegurada a continuidade do tratamento, quando necessrio.
Art. 6 A internao psiquitrica somente ser realizada mediante

laudo mdico circunstanciado que caracterize os seus motivos.
Pargrafo nico. So considerados os seguintes tipos de
internao psiquitrica:

Art. 4 A internao, em qualquer de suas modalidades, s ser
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OAB/SP n. 270.087
I - internao voluntria: aquela que se d com o consentimento do
usurio;
II - internao involuntria: aquela que se d sem o consentimento
do usurio e a pedido de terceiro; e
III - internao compulsria: aquela determinada pela Justia.
Art. 9 A internao compulsria determinada, de acordo com a

legislao vigente, pelo juiz competente, que levar em conta as
condies de segurana do estabelecimento, quanto salvaguarda
do
paciente,
dos
demais
internados
funcionrios.
Quanto possibilidade de internao compulsria ou involuntria, os

Tribunais j decidiram no seguinte sentido:
INTERNAO COMPULSRIA DROGADITO. CABIMENTO.
CABVEL PEDIDO DE INTERNAO DE ALCOOLISTA, QUE SE
REVELA VIOLENTO, DEVIDAMENTE ATESTADO POR MDICO,
QUANDO A FAMLIA SEJA IMPOTENTE PARA FAZ-LO. APELO
PROVIDO. (APELAO CVEL N. 70000301093, 7 CM. CVEL,
TJRS, RELATOR: JOS CARLOS TEIXEIRA GIORGIS, JULGADO
EM 01.12.1999).
3. DO PEIDO DE LIMINAR
A tutela de urgncia tem o sentido de dar resposta

rpida s situaes ou demandas com fundamento na urgncia, como ocorre com as
aes onde se busca a tutela do direito sade.

(...)
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OAB/SP n. 270.087
Os requisitos para a antecipao, nestes casos, so a

relevncia do fundamento da demanda e o receio de ineficcia do provimento final.
Nesse sentido, o receio de ineficcia relaciona-se mais diretamente ao perigo na
demora na prestao jurisdicional.
somado a sua recusa em se submeter ao tratamento mdico necessrio exige

providncias imediatas. Diante disso, se impe a efetivao imediata da providncia
requerida, por meio de medida judicial de urgncia, autorizando a internao
involuntria, em qualquer hospital da rede pblica de sade, assim como a nomeao
de curador especial para acompanhar a presente ao e a internao involuntria.
4. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer se digne Vossa Excelncia

de:
4.1 Conceder a medida liminar pleiteada a fim de

proceder imediatamente a internao compulsria do requerido.
4.2 determinar a citao do requerido, no endereo

constante do prembulo, para, querendo, apresentar defesa no prazo legal,
acompanhando a presente demanda em todos os seus termos, ate final julgamento,
sob pena de revelia e confisso ftica.
4.3 julgar TOTALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO

DA AUTORA, para determinar a internao compulsria do requerido por prazo no
inferior a 6 (seis) meses.

A gravidade da situao de sade do Requerido,
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OAB/SP n. 270.087
4.4 a condenao do ru nas custas e despesas

processuais, alem de honorrios advocatcios nos termos do artigo 20 4 do Cdigo
de Processo Civil.
4.5 conceder autora os benefcios da assistncia
prejuzo do sustento prprio, nos termos da Lei 1.060/50, conforme declarao anexa,
nomeando o patrono indicado pelo convnio da Assistncia Judiciria Gratuita;
Pretende provar o alegado por todos os meios de

prova em direito permitidas, em especial a juntada de novos documentos, oitiva das
testemunhas a serem oportunamente arroladas, e demais meios de prova em direito
permitidos.
D-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais),

meramente para efeitos fiscais.
Termos em que,
Pede deferimento.
Tup, 14 de maio de 2014.

OAB/SP 270.087

judiciria gratuita, por no poder arcar com as custas e despesas processuais, sem

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COMARCA DE TUP, ESTADO DE SO PAULO.

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Primeiramente cumpre esclarecer que o requerido

Com efeito, apesar deste quadro grave para sua

Ademais, consoante documento do CRAS, havia uma

O reconhecimento de um direito pela norma jurdica

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A requerente genitora do requerido, o qual usurio

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Ora, se a Constituio da Repblica afirma que a

De fato, o art. 6 da Magna Carta garante o direito

Ademais disso, a nossa Constituio Brasileira tutela

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em estado de vulnerabilidade, como o caso daqueles que necessitam se socorrer

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Tambm no se pode olvidar de que a lei 10.216/2001 assegura

Art. 2. Nos atendimentos em sade mental, de qualquer natureza, a

II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo

Art. 3. responsabilidade do Estado o desenvolvimento da poltica

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encontradas referncias ao direito sade como direito social fundamental.

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Art. 9 A internao compulsria determinada, de acordo com a

Quanto possibilidade de internao compulsria ou involuntria, os

A tutela de urgncia tem o sentido de dar resposta

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Os requisitos para a antecipao, nestes casos, so a

somado a sua recusa em se submeter ao tratamento mdico necessrio exige

Diante do exposto, requer se digne Vossa Excelncia

4.1 Conceder a medida liminar pleiteada a fim de

4.2 determinar a citao do requerido, no endereo

4.3 julgar TOTALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO

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A gravidade da situao de sade do Requerido,

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4.5 conceder autora os benefcios da assistncia

Pretende provar o alegado por todos os meios de

D-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais),

Tup, 14 de maio de 2014.

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