MA22 - Fundamentos de Cálculo PDF
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Sequncias Reais
e Seus Limites
Sumrio
1.1
Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2
1.3
Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.4
1.5
Textos Complementares . . . . . . . . . . . . . . . .
18
Unidade 1
Introduo
1.1
Introduo
1.2
Unidade 1
Definio 1
Sequncia
1
n
= 1, 12 , 13 , n1 , ;
1
= 12 , 212 , 213 , , 21n , ;
2n
Exemplo 1
Exemplo 2
Unidade 1
3.
4.
= 1, 212 , 313 , 414 , , n1n , ;
sen 2 n
= (1, 0, 1, 0, 1, 0, . . . );
2
1
nn
5. (n) = (1, 2, 3, . . . , n, . . . );
6. (2n ) = (2, 4, 8, 16, . . . ).
Uma observao importante a ser feita, que as sequncias, como particulares funes reais, podem ser somadas, subtradas, multiplicadas ou quocientadas. Ou seja, dadas as sequncias (xn ) e (yn ), podemos formar as sequncias
(xn yn ), (xn yn ) e xynn , desde que, nesta ltima, yn 6= 0 para todo n N.
Observe que nas sequncias dos Exemplos 1, 2, 3 e 4, acima, tem-se que
xn [0, 1], para todo n N, o que no ocorre para as sequncias dos Exemplos
5 e 6, visto que para qualquer intervalo limitado escolhido, sempre existiro
termos de ambas as sequncias que escaparo desse intervalo.
O fato de que todo intervalo limitado est contido e contm um intervalo
da forma (c, c), com c > 0, nos ajudar bastante a simplificar as nossas argumentaes. Por outro lado, a sentena x (c, c) se traduz algebricamente
na sentena |xn | < c.
Assim, nos Exemplos 1, 2, 3, e 4, dado que xn [0, 1] (2, 2) para todo
n, temos que |xn | < 2, para todo n; enquanto que nos Exemplos 5 e 6, no
existe c > 0 tal que |xn | < c para todo n N.
O que acabamos de ver que todos os termos das sequncias dos quatro
primeiros exemplos esto confinados em um intervalo limitado, enquanto os termos das sequncias dos dois ltimos exemplos no esto confinados em nenhum
intervalo limitado, o que nos conduz seguinte definio:
Definio 2
Sequncia Limitada
Uma sequncia (xn ) dita limitada, se existe c > 0 tal que |xn | < c, para
todo n N. Quando uma sequncia (xn ) no limitada, dizemos que ela
ilimitada.
Note tambm que as sequncias dos trs primeiros exemplos tm a propriedade que seus elementos decrescem, isto ,
x1 > x2 > x3 > > xn > .
Unidade 1
Ou seja, a medida que n cresce, os termos da sequncia decrescem. Na verdade, observe que ao se escolher quaisquer dois nmeros naturais m > n, os
respectivos termos xn e xm da sequncia satisfaro a desigualdade xm < xn .
Em particular, no Exemplo 1, se tomarmos n = 50 e m = 60, teremos
1
1
< 50
= x50 .
x60 = 60
Do mesmo modo, no Exemplo 2, temos 2160 < 2150 , visto que 260 > 250 .
As sequncias dos dois ltimos exemplos tm comportamento oposto, ou
seja, os seus termos so crescentes, isto , xn+1 > xn , para todo n N.
Formalizemos estes tipos de comportamentos das sequncias nas definies
a seguir.
Uma sequncia (xn ) ser dita decrescente se xn+1 < xn para todo n N .
Diremos que a sequncia no crescente, se xn+1 xn para todo n N.
Definio 3
Sequncia Decrescente
Definio 4
Sequncia Crescente
Unidade 1
Por outro lado, a sequncia (xn ) = 1 n1 montona crescente e limitada,
visto que em cada passo subtrai-se de 1 um nmero cada vez menor e, portanto,
em cada passo o correspondente termo da sequncia aumenta. Ao mesmo
tempo que nenhum termo da sequncia ultrapassa 1, donde xn (0, 1) para
todo n N.
Finalmente, embora as sequncias dos trs primeiros exemplos sejam decrescentes e limitadas, a sequncia (n) = (1, 2, 3, 4, . . . , n, . . . )
tambm decrescente, mas no limitada.
Assim, vemos que os dois conceitos no guardam nenhuma relao entre si.
Exemplo 3
1
1
1
+ + + .
1! 2!
n!
Assim,
1 1
1
x1 = 1 + 1, x2 = 1 + 1 + , x3 = 1 + 1 + + , .
2
2 6
1
Note que essa sequncia montona crescente, pois xn+1 = xn + (n+1)!
. Alm
disso, ela tambm limitada.
Para ver isso, considere a progresso geomtrica 1, 21 , 212 , , 21n , . A
soma Sn dos seus n primeiros termos dada pela frmula
Sn = 1 +
1 ( 12 )n
1
1
1
+ + n1 =
= 2 n1 ,
1
2
2
2
1 2
1
1
Como, para todo n 3, temos
< n1 (exerccio fcil), segue-se, para
n!
2
todo n 3, que
xn = 1 +
1
1
1
1
1
1
1
+ + + +
< 1 + 1 + + 2 + + n1
1! 2! 3!
n!
2 2
2
= 1+2
1
2n1
< 1 + 2 = 3.
Como x1 < 3 e x2 < 3, temos que 0 < xn < 3, para todo n N, o que mostra
que a sequncia limitada.
Unidade 1
+ Para Saber Mais - Somas de termos de PGs com Razo Entre 0 e 1 Clique para ler
Dada uma sequncia (xn )nN de nmeros reais, uma subsequncia de (xn )
a restrio da funo x que define (xn ) a um subconjunto infinito N1 =
{n1 < n2 < n3 < < nk < }. Denotamos a subsequncia por (xn )nN1 ,
ou (xn1 , xn2 , xn3 , , xnk , ) ou ainda (xni )iN .
Definio 5
Subsequncia
Exemplo 4
1
mos a restrio da sequncia x(n) = n ao subconjunto N1 de N, obtemos a
2
1
subsequncia 213 , 216 , 219 , . . . , 23n
,... .
Se considerarmos a restrio da sequncia n1n ao subconjunto N1 =
{1, 3, 5, 7, 9, . . . , 2n 1, . . .}, ou seja, o conjunto dos nmeros mpares, obter
1
emos a subsequncia 1, 313 , 515 , , (2n1)
2n1 , .
Para finalizar esta seo, relembraremos os axiomas que caracterizam o
conjunto dos nmeros reais que foi um dos principais objetos de estudo de
MA11, e do qual decorrem todas as suas demais propriedades.
O conjunto dos nmeros reais forma um corpo ordenado completo.
Axioma 6
Axiomas dos Reais
Unidade 1
Exerccios
1.3
Exerccios
(a) xn =
(b) xn
(c) xn
(d) xn
(e) xn
2. Para cada uma das sequncias do exerccio anterior, exiba trs subsequncias.
3. Existe um nmero finito ou infinito de subsequncias da sequncia ((1)n+1 )?
Justifique sua resposta
4. Considere a sequncia (1, 2, 1, 2, 3, 1, 2, 3, 4, 1, 2, 3, 4, 5, ).
(a) Exiba trs subsequncias limitadas e trs no limitadas,
(b) Exiba trs subsequncias montonas crescentes e trs montonas no
decrescentes,
(c) Exiba trs subsequncias montonas decrescentes e trs montonas
no crescentes.
5. Sejam (xn ) e (yn ) duas sequncias dadas. Discuta relativamente aos
tipos de monotonicidade dessas sequncias, os tipos demonotonicidade
xn
que podem ocorrer nas sequncias (xn yn ), (xn yn ) e
yn
1.4
Unidade 1
1
2n
. J observamos que dados n > m, tem-se
0 < 21n < 21m , ou seja, a sequncia decrescente com todos os seus termos
positivos.
Consideremos, agora, um intervalo de centro zero e raio pequeno, digamos
1019 , 1019 , que, convenhamos, muito pequeno. Agora, como
1
1
1
1
1
=
< 9 < 29 =
,
30
2
1.073.741.824
10
2
536.870.912
vemos que 2130 1019 , 1019 .
Na verdade, como para todo n 30 temos que 21n 2130 , segue-se que,
para todo n 30, 21n 1019 , 1019 .
Isso nos mostra que a partir de um certo valor de n, a saber, n = 30, todos
os termos da sequncia pertencem ao intervalo 1019 , 1019 .
Mostremos agora que o que afirmamos acima no restrito ao intervalo
escolhido 1019 , 1019 . De fato, escolha arbitrariamente um nmero real r > 0
e considere o intervalo (r, r). Em vista da Propriedade Arquimediana dos
nmeros reais, sabemos que existe um inteiro n0 1 tal que n0 > 1r , logo
1
< r. Como 2n0 > n0 , segue-se que 2n10 < n10 < r.
n0
Na verdade, como para todo n > n0 tem-se que 21n < 2n10 , obtemos que
para todo n > m, 21n < r.
Vemos, portanto, que a partir de um certo valor n0 de n, todos os termos
da sequncia pertencem ao intervalo (r, r). Como o nmero r > 0 pode
ser escolhido arbitrariamente, vemos que no importa o quo pequeno ele seja,
sempre existir, para essa escolha de r, um inteiro positivo n0 a partir do qual
todos os termos da sequncia pertencero ao intervalo (r, r). nesse sentido
que entendemos que os termos da sequncia se aproximam de zero quando n
cresce. (ver a Figura 1.1).
Exemplo 5
Unidade 1
-r
2m+1 2m
Exemplo 6
1
2n
Consideremos a sequncia
(xn ) =
(1)n+1
n
=
1 1 1 1 1
(1)n+1 (1)n+2
1, , , , , , ,
,
, ,
2 3 4 5 6
n
n+1
1
2
1 1
4 6
11
75
1
3
(r,
r),
pois
=
(note
que
estar esquerda de
n0
n0
n0
n0
se n
0 for par e direita de zero se n0 for mpar). Alm disso, se n > n0 ,
zero n+1
(1) 1
n = n < n10 < r.
(1)n+1
Em resumo, acabamos de verificar que n < r para todo n > n0 , ou
seja, que
(1)n+1
n
-r
(1)m+1 r
m
10
Unidade 1
Podemos ento afirmar que, nos dois exemplos acima, para qualquer intervalo aberto I contendo zero, podemos determinar um inteiro n0 1 de modo
que para todo n acima de n0 , o n-simo elemento da sequncia pertence a I.
Consideremos a sequncia
(xn ) =
n1
n
Exemplo 7
=
1 2 3 4
n1
0, , , , ,
, .
2 3 4 5
n
Note que nos Exemplos 9 e 10, o intervalo I (por menor que seja) contm
o zero, enquanto que no Exemplo 11 o intervalo I contm o nmero 1. Por
outro, lado para todos eles sempre se encontra um inteiro positivo n0 acima
do qual todos os termos da sequncia pertencem I. Enfatizamos que como
I pode ser tomado to pequeno quanto se queira, podemos intuir que nos
11
Unidade 1
Para todo nmero real r > 0, existe um inteiro n0 1 tal que para todo
n > n0 tem-se que xn (l r, l + r).
Observemos ainda que a condio xn (l r, l + r) para todo n > n0 ,
equivale condio algbrica |xn l| < r para todo n > n0 . Em palavras:
A distncia de xn a l se torna arbitrariamente pequena desde que n seja
tomado suficientemente grande.
Assim, em relao aos exemplos acima, temos que:
1
= 0,
n 2n
lim
Definio 8
Sequncia Divergente
(1)n+1
=0 e
n
n
lim
n1
= 1.
n
n
lim
12
Unidade 1
Proposio 9
Exemplo 8
l+1/2
l1/2
Exemplo 9
n+1
As sequncias vistas acima, 21n , n1 , (1)n
e n1
, tm uma parn
ticularidade em comum, a saber, todas elas convergem e tambm so todas
limitadas. Na verdade, isso um fato geral. Precisamente,
Toda sequncia convergente limitada.
13
Proposio 10
Unidade 1
Demonstrao
Axioma 11
Completeza
Teorema 12
Limite de Subsequncia
Seja (xn ) uma sequncia tal que lim xn = l e seja (xni ) uma subsequncia
n
qualquer, ento lim xni = l
i
Demonstrao
14
Unidade 1
Proposio 13
Subsequncia
Montona
15
Demonstrao
Unidade 1
1.4.1
Exerccios
5. O que se pode dizer sobre uma sequncia convergente (xn ) cujos termos
so todos nmeros inteiros?
6. O que se pode dizer sobre as subsequncias convergentes da sequncia
((1)n+1 )?
8. Mostre que
16
lim
1
1
1
+
+
+
(n + 1)2 (n + 2)2
(2n)2
= 0.
1
n
1
1
1
+
+ +
< .
2
2
2
2
(n + 1)
(n + 2)
(2n)
(n + 1)
n
|
{z
}
n parcelas
17
Unidade 1
Unidade 1
Textos Complementares
1.5
Para Saber Mais
Textos Complementares
1
1 1
+ + + n1
2 4
2
1 qn
qn 1
=a
.
q1
1q
18
19
Unidade 1
Unidade 1
Textos Complementares
1|
> 0. Assim, existem inteiros positivos n1 e n2 tais que para
Tome r = |l2 l
2
todo n > n1 , |xn l1 | < r e para todo n > n2 , |xn l2 | < r. Tomando-se
n0 = max{n1 , n2 }, temos que |xn l1 | < r e |xn l2 | < r, para todo n > n0 ,
o que equivalente a
20
2
Propriedades dos Limites
de Sequncias
Sumrio
2.1
2.2
Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
10
2.3
11
2.4
Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
15
2.5
Rudimentos de Sries . . . . . . . . . . . . . . . . .
16
2.6
Um pouco de histria . . . . . . . . . . . . . . . . .
18
Unidade 2
Limites possuem propriedades operatrias que tornam o seu clculo mais fcil. Na realidade, teremos poucas vezes que recorrer definio para calcular um
determinado limite, bastando para isto utilizar as propriedades operatrias que
estabeleceremos e alguns poucos limites fundamentais, esses, sim, na maioria
das vezes, sero determinados a partir da definio.
2.1
Proposio 1
Limite da Soma
Demonstrao
Voltando sequncia an =
1, que
1
,
2n
1
1
1
1
+ n = lim + lim n = 0 + 0 = 0.
n n
n 2
n 2
lim an = lim
1
n
Unidade 2
Exemplo 1
A sequncia dada por
an =
(1)n+1 n 1
+
, n N.
n
n
(1)n+1
n
e yn =
n1
.
n
lim yn = 1 .
Proposio 2
lim xn yn =
Limite do Produto
lim xn
lim yn = lk.
Notemos que
Demonstrao
Unidade 2
Exemplo 2
Se lim xn = l, lim yn = k e c um nmero real arbitrrio, ento
n
lim cxn = cl
e
lim (xn yn ) = lim xn lim yn = l k.
lim tn
lim xn = cl.
Unidade 2
Exemplo 3
lim xn
lim xn = l.l = l2 .
Exemplo 4
lim xn 2
lim xn = l2 .l = l3 .
Exemplo 5
Mais geralmente, se p 1 um inteiro, da Proposio 2 e do Princpio de
Induo Matemtica, decorre que se lim xn = l, ento lim xn p = lp .
n
Proposio 3
Limite de Polinmio
lim xn = l
lim (am xn m + + a1 xn + a0 )
n
m
= am l + + a1 l + a0 = p(l) .
Demonstrao
Unidade 2
Demonstrao
Corolrio 5
Limite do Quociente
Considere a sequncia an =
Como an =
n2 2
n2
n2 +2n+1
n2
n2 2
, n N.
n2 + 2n + 1
Unidade 2
Demonstrao
Exemplo 6
1 n22
xn
, onde
1 , podemos escrever an =
2
yn
1 + n + n2
xn = 1
2
n2
e yn = 1 +
2
1
+ 2.
n n
2
= 0, segue da Proposio 1 que
n
n n2
2
2
lim xn = lim 1 2 = lim 1 lim 2 = 1 0 = 1.
n
n
n
n
n
n
lim an =
lim yn
1
= 1.
1
Proposio 6
Desigualdades e
Limites
Unidade 2
Demonstrao
Proposio 7
Propriedade do
Anulamento
Demonstrao
De fato, seja c > 0 tal que |xn | c para todo n N. Agora, dado r > 0,
r
existe n0 N tal que para todo n > n0 , |yn | < . Obtemos, portanto, que
c
r
para todo n > n0 , |xn yn | = |xn ||yn | < c = r.
c
Um bom exemplo de aplicao da Propriedade do Anulamento, acima,
dado a seguir.
Exemplo 7
1
Considere o limite lim cos n. A sequncia dada por yn = cos n no
n n
convergente, pois para n par, temos que cos n = 1 e para n mpar, temos que
cos n = 1. Por outro lado, esta sequncia limitada, logo pela Proposio
7, temos que o limite da sequncia original vale zero.
Teorema 8
Teorema do Confronto
De fato, Como (xn ) e (zn ) convergem para l, temos que dado r > 0, existem
inteiros positivos n1 , n2 tais que para todo n > n1 tem-se que xn (l r, l +r)
e para todo n > n2 tem-se que zn (l r, l + r). Assim, se n0 = max{n1 , n2 },
para todo n > n0 temos que xn , zn (l r, l + r). Agora, como xn yn zn
para todo n N, obtemos que yn (l r, l + r) para todo n > n0 .
Unidade 2
Demonstrao
Unidade 2
Exerccios
2.2
Exerccios
1
2
para
xn >
todo inteiro n m.
Sugesto: Raciocine como no Exerccio 5, substituindo 12 , 23 por
e notando que 2l , 3l2 o intervalo aberto de centro l e raio 2l .
7. Mostre usando induo que, se
lim xn = l1 , lim yn = l2 , , lim wn = lk , ento
lim (xn + yn + + wn ) = l1 + l2 + + lk .
10
l 3l
,
2 2
2.3
Unidade 2
Considere as sequncias reais (xn = n) e yn = (1)n n . Essas duas
sequncias so ilimitadas, pois dado qualquer nmero real A > 0, existe n tal
que xn > A e yn > A (basta escolher um inteiro m qualquer maior do que A e
tomar n = 2m). Assim, (xn ) e (yn ) no convergem para nenhum valor de R,
ou seja, elas divergem, pois toda sequncia convergente limitada (Proposio
10 da Unidade 1).
Note que as duas sequncias acima tm comportamentos bastante distintos.
A sequncia (xn = n) tal que para todo nmero real A > 0 sempre existe um
inteiro positivo n0 tal que para todo n > n0 , tem-se que xn > A, ou seja, para
cada A > 0 fixado arbitrariamente, temos que a partir de um certo valor de n
todos os termos da sequncia (xn ) sero maiores que o nmero fixado A. Por
outro lado, a sequncia yn tal que para todo nmero real A > 0 sempre existe
um inteiro positivo n0 tal que para alguns n > n0 , tem-se que xn > A, ou seja,
para cada A > 0 fixado arbitrariamente, temos que a partir de um certo valor
de n alguns dos termos da sequncia (xn ) sero maiores que o nmero fixado
A.
essa ideia intuitiva de que todos os termos da sequncia (xn ) crescem
sem limitao medida que n cresce que queremos formalizar, dizendo que os
termos tendem para + quando n tende a . Note que esse comportamento
no verificado para os elementos da sequncia (yn ).
importante observar que + no um nmero e sim um smbolo que representa esse comportamento dos termos da sequncia ultrapassarem qualquer
nmero real positivo, a partir de um certo valor de n.
Vejamos outro exemplo.
2
Considere a sequncia (xn ) = n n1 . Vejamos o comportamento dos
termos dessa sequncia quando fazemos n tender a :
Podemos escrever xn = n n1 . Uma verificao fcil nos mostra que (xn )
uma sequncia crescente. Agora, fixado um nmero real A > 0, qualquer,
tomemos n0 N tal que valha simultaneamente n0 > A + 1 e 1 n10 > 0.
Assim,
1
1
xn0 = n0
>A+1
> A.
n0
n0
11
Exemplo 8
Unidade 2
1
> A. Isso mostra que
n0
para todo nmero real A > 0, a partir de um certo valor n0 de n, os termos da
sequncia ultrapassam esse nmero A.
De novo, podemos dizer que xn tende para +.
Logo, se n > n0 , temos que nn > xn0 = n0
Dizemos que uma sequncia de nmeros reais (xn ) tende para + e escrevemos lim xn = + se, dado arbitrariamente um nmero real A > 0, existe
n
um inteiro positivo n0 tal que para todo n > n0 , tem-se que xn > A.
Do modo anlogo, a sequncia (xn = n), tem a propriedade de seus
termos ultrapassarem qualquer nmero real negativo, a partir de um certo
valor de n e, portanto, d a ideia de que a sequncia tende para , o que
ser formalizado na definio a seguir.
Definio 10
Limite Menos Infinito
Exemplo 9
12
Listaremos a seguir alguns fatos simples (mas teis) que decorrem das
definies que acabamos de ver.
(a) lim xn = + se, e somente se, lim (xn ) = .
n
lim (xn + yn ) = +,
lim (xn yn ) = + e
lim cxn = +.
lim (xn + yn ) = ,
lim (xn yn ) = + e
lim cxn = .
1
= +.
xn
13
1
= .
xn
Unidade 2
Unidade 2
Note tambm que em (d) basta supor xn > 0 e em (d) xn < 0, para n a
partir de um certo n0 .
Mais dois fatos interessantes a respeito de limites infinitos de sequncias:
Proposio 11
14
2.4
Exerccios
ar n r + + a1 n + a0
, onde r > s. Discuta os possveis
3. Seja xn =
bs n s + + b1 n + b0
limites de xn quando n tende a , segundo os sinais de ar e bs .
15
Unidade 2
Unidade 2
Rudimentos de Sries
2.5
Rudimentos de Sries
Exemplo 10
xn converge para
P
l ou, simplesmente, convergente. Nesse caso, escrevemos n=1 xn = l. Caso
contrrio, dizemos que a srie divergente.
Quando existe lim Sn e vale l, dizemos que a srie
n
P
A srie
n=1
termos so:
1
2n
n=1
16
Unidade 2
Um fato relevante que podemos observar na srie acima que o seu termo
geral xn = 21n cumpre a propriedade de limn xn = 0.
Na verdade, essa propriedade no exclusiva da srie acima, mas um fato
geral como veremos a seguir.
Se
Teorema 13
n=1
Demonstrao
P
1
Consideremos a srie
n=1 n , chamada srie harmnica. Sabemos que seu
termo geral n1 tende para zero. Mostraremos que ela diverge.
Seja (Sn ) a sequncia das somas parciais da srie. Mostraremos que a srie
diverge, exibindo uma subsequncia de (Sn ) que diverge, lembrando que toda
subsequncia de uma sequncia convergente, tambm convergente e converge
para o mesmo limite (cf. Teorema 12, Unidade 1).
Considere a subsequncia (Sn )nN1 de (Sn ), onde os ndices pertencem a
N1 = {2i ; i N}. Para i = 1 temos que S2 = 1 + 21 , para i = 2 temos que
S4 = 1 + 12 + 13 + 41 , para i = 3 temos que S8 = 1 + 12 + 13 + 14 + 51 + 61 + 17 + 81 .
Assim,
S2i = 1 +
1
1 1
1 1 1 1
1
1
+
+
+
+ + +
+ i1
+ + i .
2
3 4
5 6 7 8
2 +1
2
17
Exemplo 11
Unidade 2
Um pouco de histria
S2i = 1 + 12 + ( 31 + 14 ) + ( 51 + 16 + 17 + 81 ) + ( 2i11 +1 + +
i1
1 + 12 + 24 + 48 + + 2 2i = 1 + i 12 .
1
)
2i
>
2.6
Um pouco de histria
18
dar uma formulao precisa para o conceito de limite. Por outro lado, Gottfried
Wilhelm Leibniz (1646-1716), que juntamente com Newton considerado um
dos criadores do Clculo Diferencial e Integral, no seu tratamento do clculo de
reas por meio da uniformizao do mtodo de exausto, fazia uso da noo de
somas de infinitsimos, ou seja, somas de sries.
Jean Le Rond DAlembert (1717-1783) foi o nico matemtico da sua poca
que reconheceu a centralidade do limite no Clculo e afirmou que a definio
apropriada do conceito de derivada requer primeiramente a compreenso de
limite para o qual props uma definio.
Em 1812 Carl Friedrich Gauss (1777-1855) deu o primeiro tratamento rigoroso para a noo de convergncia de sequncias e sries, ao realizar o estudo
da srie hipergeomtrica, embora no utilisasse a terminologia de limite.
Finalmente, Augustin Louis Cauchy (1789-1857), um dos grandes matemticos franceses da primeira metade do sculo XIX, formulou as noes modernas
de limite, continuidade e convergncia de sries, obtendo resultados que marcaram uma nova era para a Anlise Matemtica.
No sculo XIX, por obra de Abel, Weierstrass, Riemann e outros, foi desenvolvida a teoria das funes analticas, que faz uso de sries polinomiais
convergentes para representar a importante classe das funes analticas.
19
Unidade 2
Unidade 2
Um pouco de histria
20
3
Limites de Funes
Sumrio
3.1
3.2
Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3
3.4
Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
15
Unidade 3
O objetivo desta unidade analisar o comportamento das imagens de valores de x no domnio de uma funo f quando esses valores se aproximam
arbitrariamente de um nmero real a.
Exemplo 1
Exemplo 2
x3 3x2
Consideremos a funo f denida em R \ {3}, por f (x) =
, cujo
x3
grco como na Figura 3.2.
Note que a nica diferena entre a funo do Exemplo 1 e esta que essa
ltima no est denida em x = 3. Por outro lado, exatamente como no
Limites de Funes
Unidade 3
Exemplo 3
Unidade 3
Definio 1
xa
quando para toda sequncia (xn ) de elementos de D \{a} tal que lim xn =
n
a, tem-se lim f (xn ) = l.
n
Neste caso, diz-se que lim f (x) existe e vale l. Quando no houver um
xa
nmero real l satisfazendo a propriedade acima, diz-se que lim f (x) no existe.
xa
Segue diretamente da unicidade de limite de sequncias (Proposio 9 da
Unidade 1) que se existe o limite de uma funo, ento ele nico.
A exigncia feita sobre a, na denio acima, signica que h pontos de D
diferentes de a to prximos de a quanto queiramos. Isto ocorre, por exemplo, se
D um intervalo no trivial (isto , quando no se reduz a um nico elemento)
e a D ou a um extremo de D (caso D 6= R). Note que no Exemplo 1,
temos a = 3 e f (3) = 9, no Exemplo 2, a no pertence ao domnio de f e no
Limites de Funes
Unidade 3
Exemplo 5
x3n
0 1 xn 2
mos lim f (xn ) = lim xn 3 = 23 = 8. Note que o mesmo vale para todo
n
n
a R. De fato, Se tomarmos qualquer sequncia (xn ) de nmeros reais diferentes de a, com lim xn = a ento, lim f (xn ) = lim x3n = a3 . Assim, para
n
xa
Exemplo 4
Unidade 3
Proposio 2
xa
Demonstrao
1
Por exemplo, se tomarmos p(x) = x4 7x2 + x e a = , temos que
2
2
4
1
1
1
1
7 1
7
+ =
lim1 (x4 7x2 + x) =
+
2
2
2
16 4 2
x 2
1 28 + 8
19
= .
16
16
Consideremos a funo f (x) = |x| denida para x R. Ento, para todo
a R,
lim f (x) = f (a).
=
Exemplo 6
xa
|a|
|xn|
a
xn
Limites de Funes
Unidade 3
x3
x0
Vimos no Exemplo 3 acima, que existem sequncias (xn ) e (yn ) satisfazendo lim xn = lim yn = 0, e tais que lim f (xn ) = 1 e lim f (yn ) = 1.
n
n
n
n
Portanto, no existe lim f (x).
x0
Exemplo 7
Unidade 3
Exerccios
3.2
1.
Exerccios
(d) lim
x0
x0
x2 4
.
x2 x 2
x1
2.
3.
4.
Limites de Funes
3.3
Unidade 3
xa
f
l1
(x) = .
(c) Se g(x) 6= 0 para todo x D e l2 6= 0, tem-se que lim
xa
g
l2
Teorema 3
Unidade 3
Demonstrao
Corolrio 4
xa
Demonstrao
xa
xa
10
Limites de Funes
Unidade 3
Exemplo 8
x2
x2
x2
Exemplo 9
x0
x0
x0
x0
x0
x0
x0
Exemplo 10
x3 2x + 1
Vamos Calcular lim
.
x2
x2 1
11
Unidade 3
lim x3 2x + 1
5
x3 2x + 1
x2
=
= .
lim
2
2
x2
x 1
3
lim x 1
x2
Exemplo 11
x3 2x + 1
.
x1
x2 1
Consideremos os polinmos p(x) = x3 2x + 1 e q(x) = x2 1 denidos
em D = R \ {1, 1}. Vemos, portanto, que
p
x3 2x + 1
(x) =
, e q(x) 6= 0, para todox D.
q
x2 1
donde
x3 2x + 1
(x 1)(x2 + x 1)
=
lim
.
x1
x1
x2 1
(x 1)(x + 1)
lim
12
Limites de Funes
Unidade 3
k
k
k
k
k
k
b a = ( b k a)( bk1 + k a bk2 + + ak2 b + ak1 ). (2)
Exemplo 12
3
1
Calcular lim
.
x1 1 x
1 x3
1
3
e lim
x1 1 x x1 1 x3
3
no existem (justique). Utilizando a identidade 1 x = (1 x)(1 + x + x2 )
que se deduz imediatamente da identidade (1) acima, obtemos
1
3
1 + x + x2
3
x2 + x 2
=
,
1 x 1 x3
1 x3
1 x3
1 x3
cujo limite quando x 1 poderia ser calculado pelo Teorema 3, se o denominador da ltima expresso no se anulasse em x = 1, o que no o caso.
Fatorando numerador e o denominador dessa ltima frao, obtemos
x2 + x 2
(1 x)(x + 2)
x+2
=
=
.
3
2
1x
(1 x)(1 + x + x )
1 + x + x2
13
Unidade 3
1
3
x+2
3
lim
= lim
= = 1.
3
2
x1 1 x
x1 1 + x + x
1x
3
Exemplo 13
xa
x.
a
a
.
Note que se x est no intervalo (a , a + ), temos que a2 < x < 3a
2
2
2
Assim,
a
b = + a < x + a.
2
Temos ento que
a. Logo,
lim x = a.
xa
lim k x = k a.
xa
Exemplo 14
x1
.
x1 x 1
No podemos utilizar o Teorema 3 diretamente, pois o denominador da
frao se anula em x = 1. Mas, podemos escrever
x1
( x 1)( x + 1)
x1
1
=
=
=
.
x1
(x 1)( x + 1)
(x 1)( x + 1)
x+1
Calcular lim
Portanto,
lim
x1
x1
1
1
1
1
=
=
= lim
= .
x1
x1
1+1
2
x+1
limx1 x + 1
14
Limites de Funes
3.4
1.
Exerccios
x2 5x + 6
;
x3
x3
x4 1
(d) lim
.
x1 x 1
(a) lim
2.
(c) lim
x k ak
= kak1 .
xa x a
xk ak
(c) Escrevendo xk ak =
(x a) para x 6= a, obtenha (a) a
xa
partir de (b).
3.
Calcule
(a)
(b)
(c)
(d)
1+x1
lim
.
3
x0
1+x1
6
Sugesto: Pode ser til fazer a mudana de varivel 1 + x = u .
3
x2 2 3 x + 1
.
lim
x1
(x 1)2
3 5+x
lim
.
x4 1
5x
x2 2x + 6 x2 + 2x 6
lim
.
x3
x2 4x + 3
15
Unidade 3
Unidade 3
Exerccios
16
4
Limites Laterais, Infinitos e no
Infinito
Sumrio
4.1
Limites Laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4.2
4.3
Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
13
4.4
Limites no Infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
14
4.5
Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
22
Unidade 4
Limites Laterais
4.1
Limites Laterais
xn
0
yn
Por outro lado, dada qualquer sequncia (yn ) tal que yn > 0 para todo n, com
lim yn = 0, tem-se f (yn ) = 1 para todo n; logo, lim f (yn ) = 1.
n
Unidade 4
Exemplo 2
Consideremos a funo f definida em R, dada por f (x) = x se x 0 e
f (x) = x + 1 se x > 0.
Neste caso, tambm no existe lim f (x). Para ver isso, basta considerar as
x0
1
1
1
sequncias xn = e yn = . Temos que lim f (xn ) = lim
= 0,
n
n
n
n
n
1
enquanto que lim f (yn ) = lim + 1 = 1.
n
n n
Exatamente como no exemplo anterior, dada qualquer sequncia (xn ) tal que
xn < 0 para todo n, com lim xn = 0, tem-se que lim f (xn ) = lim xn = 0.
n
E, dada qualquer sequncia (yn ) tal que yn > 0 para todo n, com lim yn = 0,
n
Nos dois exemplos acima, vemos que, apesar de lim f (x) no existir, ocorre
x0
o fenmeno, acima citado, quando nos restringimos exclusivamente a valores
de x menores do que zero ou a valores de x maiores do que zero. Em ambos
os casos, com essas restries sobre os valores de x, os limites existem nos dois
exemplos. Isto caracteriza o fato dos limites laterais de f esquerda e direita
de a(= 0) existirem para ambas as funes, quando x tende a a.
Isto motiva, em geral, as seguintes definies.
Sejam f : D R e a R tais que para todo r > 0, o intervalo (a r, a)
intersecta D. Dizemos que o limite de f (x) quando x tende para a pela esquerda
igual a l, escrevendo lim f (x) = l, se para toda sequncia (xn ), com xn < a
Definio 1
Limite Lateral
Esquerdo
xa
x0
Definio 2
Limite Lateral Direito
Unidade 4
Limites Laterais
que lim f (x) = lim+ f (x) = l. Com efeito, por definio de limite, qualquer
xa
xa
sequncia (xn ) tendendo para a, tem-se que a sequncia (f (xn )) tende para l,
independentemente do modo como (xn ) tende para a. Assim, se xn < a ou
xn > a para todo n N, temos que (f (xn )) tende para l, ou seja, os limites
esquerda e direita de a coincidem e so iguais l.
O Teorema abaixo, do qual acabamos de provar uma parte, afirma que as
duas condies so equivalentes.
Teorema 3
xa
Demonstrao
xa
Exemplo 3
Consideremos a funo f : R \ {0} R dada por f (x) = 0 se x < 0 e
f (x) = x se x > 0, cujo grfico esboamos na figura a seguir.
Se tomarmos qualquer sequncia (xn ) de nmeros reais com xn < 0 para
todo n N e tal que lim xn = 0, teremos que lim f (xn ) = lim 0 = 0.
n
Agora, se tomarmos qualquer sequncia (xn ) de nmeros reais com xn > 0 para
todo n N e tal que lim xn = 0, teremos que lim f (xn ) = lim xn = 0.
n
Assim, lim f (x) = lim+ f (x) = 0 e, portanto, pelo Teorema 3, temos que
x0
x0
lim f (x) = 0.
x0
Unidade 4
xn
xn
4.2
1
yn
xn
yn
1
xn
1
x
Olhando para o grfico de f fcil perceber que f (x) decresce ilimitadamente quando x se aproxima de zero por valores menores do que zero e que f (x)
Exemplo 4
Unidade 4
Exemplo 5
1
Consideremos a funo f (x) = 2 , definida para x R \ {0}, cujo grfico
x
esboamos na figura a seguir.
1
x 2n
xn
1
x2
Unidade 4
Definio 4
Definio 5
lim f (x) = +,
xa
xa+
e por
lim f (x) = ,
lim f (x) = .
xa
xa+
Por exemplo,
1
1
= e lim+ = +.
x0 x
x0 x
Vamos a seguir dar uma interpretao geomtrica a algumas das situaes
descritas acima.
Diremos que a reta vertical x = a uma assntota vertical ao grfico de
uma funo f se for satisfeita uma qualquer das condies abaixo:
lim
xa
xa
xa
xa
importante observar que basta que uma das condies mencionadas acima
se cumpra para se concluir que a reta x = a uma assntota vertical ao grfico
de uma funo f . Observe tambm que se lim f (x) existe, ento x = a no
xa
ser uma assntota vertical.
Portanto, se a reta vertical x = a for uma assntota vertical, o grfico de f
se aproxima cada vez mais dessa reta (para cima ou para baixo), medida que
x tende a a pela direita ou pela esquerda.
Limite +
Limite
Unidade 4
Exemplo 6
1 x, se x 0
f (x) =
1
,
se x > 0.
x
Como lim+ f (x) = +, segue da definio que a reta x = 0 uma assnx0
Exemplo 7
Seja a um nmero real arbitrrio e consideremos a funo f : R \ {a} R
1
definida por f (x) =
, cujo grfico esboamos na figura a seguir.
xa
1
a
1
xa
1
cumpre a seguinte condio: a
xa
funo do numerador a funo g(x) = 1 para todo x R \ {a}, para a
qual lim g(x) = 1; a funo x a do denominador tende a zero por valores
No exemplo acima, a funo f (x) =
xa
xa
lim
xa
1
1
= = e
xa
0
lim+
xa
1
1
= + = +.
xa
0
1
1
importante notar que e + no tm sentido matemtico! So apenas
0
0
notaes que indicam que o numerador tende a 1 e o denominador, no primeiro
caso, tende a zero por valores negativos. Ora, o nmero positivo 1 dividido
por nmeros cada vez mais prximos de zero e negativos do como resultado
nmeros cada vez maiores em valor absoluto e negativos, motivo pelo qual
1
1
escrevemos lim
= = .
xa x a
0
Analogamente, no segundo caso, a notao indica que o numerador tende a
1 e o denominador tende a zero por valores positivos. Agora, o nmero positivo
1 dividido por nmeros cada vez mais prximos de zero e positivos do como
resultado nmeros cada vez maiores e positivos, motivo pelo qual temos que
1
1
lim+
= + = +.
xa x a
0
h(x)
De modo geral, se f (x) =
, com lim h(x) = l 6= 0 e lim g(x) = 0+ ,
xa
xa
g(x)
ento
(
+, se l > 0
h(x)
l
lim f (x) = lim
= + =
xa
xa g(x)
0
, se l < 0.
Se lim g(x) = 0 , ento
xa
h(x)
lim f (x) = lim
=
xa
xa g(x)
+, se l < 0
, se l > 0.
lim+ g(x) = 0+ ou 0 .
xa
Unidade 4
Unidade 4
Exemplo 8
x1
x1
x1
x1
1
= lim
= .
2
x 1 x1 (x + 1)(x 1)
2
x1
x1
x1
1
1
= = .
= lim
2
x1 x(x 1)
x(x 1)
0
x1
Exemplo 9
x1
1
1
1x
= lim
= = +.
2
x1 x(x 1)
x(x 1)
0
x1
definida em R \ {1}. Verifiquemos
x+1
que a reta x = 1 assntota vertical ao grfico de f .
Como lim x 1 = 2 e lim x + 1 = 0 , segue que
Consideremos a funo f (x) =
x1
x1
lim
x1
2
x1
= = +.
x+1
0
x1
lim
x1
Exemplo 10
2
x1
= + = .
x+1
0
x
definida em R \ {1, 1}. Verifiquex2 1
mos que as retas x = 1 e x = 1 so assntotas verticais ao grfico de f .
Com efeito, dado que lim x = 1 e lim x2 1 = 0+ , segue que
Consideremos a funo f (x) =
x1
lim
x1
x1
x2
x
1
= + = .
1
0
10
Unidade 4
lim +
x1
x1
x
1
=
= +.
x2 1
0
x1
lim
x1
x2
1
x
= = .
1
0
x1
lim+
x1
x2
1
x
= + = +.
1
0
De novo, qualquer um dos dois limites garante, segundo a definio, que a reta
x = 1 uma assntota vertical ao grfico de f .
Observemos que nos exemplos acima, as retas assntotas verticais correspondem aos valores de x que anulam o denominador da funo analisada. Nos
Exemplos 4, 5 e 6, foram as retas x = 0, no Exemplo 7, a reta x = a, no Exemplo 8 a reta x = 1 e no Exemplo 9, as retas x = 1 e x = 1. Podemos ser
induzidos a pensar que sempre ser assim. O exemplo a seguir, nos mostra que
esses valores de x sero candidatos mas no sero necessariamente assntotas
verticais.
2x2 x 1
definida em R \ {1, 1}. Emx2 1
bora x = 1 e x = 1 anulem o denominador da funo f , vejamos que a reta
x = 1 assntota vertical ao grfico de f , mas o mesmo no ocorre com a
reta x = 1.
Consideremos a funo f (x) =
lim
x1
x1
2x2 x 1
2
= + = +.
2
x 1
0
11
Exemplo 11
Unidade 4
2
2x2 x 1
= = .
e lim + x 1 = 0 , segue que lim +
2
x1
x1
x 1
0
Agora, notemos que embora x = 1 anule o denominador de f , ele tambm
anula o numerador, ou seja, x = 1 raiz dos polinmios 2x2 x 1 e x2 1.
Isso significa que o polinmio x 1 divide ambos os polinmios. Precisamente,
temos que 2x2 x 1 = (x 1)(2x + 1) e x2 1 = (x 1)(x + 1). Assim,
2
lim
x1
2x2 x 1
(x 1)(2x + 1)
2x + 1
= lim
= lim
.
2
x1
x1
x 1
(x 1)(x + 1)
x+1
12
4.3
Exerccios
1. Seja f (x) =
2
, x R \ {2}.
(x 2)2
x2
x2
1
, x R \ {1}.
(x 1)3
x1
1
se x > 0.
x4
x0
2
se x < 2, f (2) = 0 e
(x 2)2
1
se x > 2.
(2 x)3
x2
xa
xa
; (f) f (x) =
.
(d) f (x) =
; (e) f (x) =
(x 1)(x 2)
x 5
x 5
13
Unidade 4
Unidade 4
Limites no Infinito
4.4
Limites no Infinito
xa
lim f (x) = .
xa
lim f (x) = e
Exemplo 12
x+
x+
lim f (x) = +.
1
1
Consideremos as funes f (x) = e g(x) = 2 , definidas em R \ {0}.
x
x
Se observarmos as figuras 3 e 4 que representam os grficos das duas
funes, podemos intuir que medida que x cresce ilimitadamente, tanto f (x)
quanto g(x) se aproximam de zero. O mesmo acontece medida que os valores de x decrescem indefinidamente. Na verdade, um fato natural que, por
exemplo, medida que x cresce indefinidamente, f (x) corresponde a dividir o
nmero 1 por nmeros cada vez maiores, logo o resultado fica cada vez menor.
Mais precisamente, para qualquer sequncia (xn ), de nmeros no nulos,
tal que lim xn = + e para qualquer sequncia (yn ), de nmeros no nulos,
n
tal que lim yn = , tem-se
n
lim zn = lim
14
Unidade 4
x2 + 1
definida em R \ {2, 2}.
2x2 8
Note que colocando x2 em evidncia no numerador e denominador, obtemos
x2 (1 + x12 )
f (x) = 2
. Assim,
x (2 x82 )
Consideremos a funo f (x) =
x2 (1 +
x2 + 1
=
lim
x+ x2 (2
x+ 2x2 8
x+
1
)
x2
8 .
)
x2
x2n (1 +
x2 + 1
lim f (xn ) = lim n2
= lim 2
n
n 2xn 8
n x (2
n
Como lim 1 +
n
1
)
x2n
8
)
x2n
(1 +
= lim
(2
1
)
x2n
8 .
)
x2n
1
8
=
1
e
lim
2
= 2, segue que
n
x2n
x2n
x2n + 1
1
= ,
2
n 2xn 8
2
x2 + 1
1
= .
2
x+
x+ 2x 8
2
Observe que se tomssemos uma sequncia arbitrria (yn ) de nmeros reais
diferentes de 2 e -2, com lim yn = , obteramos com o mesmo raciocnio,
yn2 + 1
1
= ,
2
n 2yn 8
2
x2 + 1
1
=
.
x 2x2 8
2
15
Exemplo 13
Unidade 4
Definio 6
Limite em +
Limites no Infinito
Definio 7
Limite em
16
Unidade 4
relao origem, o que nos permite concluir que f (x) decresce ilimitadamente
medida que x decresce ilimitadamente.
O que acabamos de observar motiva a definio a seguir.
Seja f uma funo definida em algum intervalo da forma (d, +). Diz-se
que limx+ f (x) = + respectivamente limx+ f (x) = se, para
qualquer sequncia (xn ) de elementos de (d, +) tal que lim xn = +, temn
se que limn f (xn ) = + respectivamente limn f (xn ) = .
Definio 8
Limites Infinitos no
Infinito
Exemplo 14
Seja k um inteiro positivo qualquer. Mostremos que
lim cxk = + se c > 0 e
x+
x+
Com efeito, seja (xn ) uma sequncia qualquer tal que lim xn = +.
n
Portanto,
lim cxk = + se c > 0 e
x+
x+
Em particular,
lim 7x11 = + e
x+
lim (4x8 ) = .
x+
17
Definio 9
Limites Infinitos no
Menos Infinito
Unidade 4
Limites no Infinito
Analogamente ao que acabamos de ver no caso em que x cresce indefinidamente, temos que se k um inteiro positivo par, ento
lim cxk = + se c > 0 e
Notemos, neste caso, que a funo f (x) = cxk par para qualquer c
R \ {0}. Portanto, a afirmao pode ser deduzida do Exemplo 14.
Em particular,
lim 2x6 = + e
lim (7x4 ) = .
Notemos que, neste caso, a funo f (x) = cxk mpar para qualquer
c R \ {0}. Portanto, essa afirmao tambm decorre do Exemplo 14.
Em particular,
3
5x = e lim (7x9 ) = +.
lim
x
Exemplo 15
4
7
25
+ 2 3 .
3x 3x
3x
Seja (xn ) uma sequncia de nmeros reais no nulos tal que lim xn = +.
n
Como
7
25
4
= lim
=
lim
= 0,
n 3xn
n 3x2
n 3x3
n
n
lim
segue que
lim 1
25
7
4
+ 2 3 = 1.
3xn 3xn 3xn
Como lim x3n = +, segue que lim p(xn ) = +. Uma vez que (xn )
n
18
Unidade 4
quanto o valor de lim p(x) foram ditados pelo ermo de maior grau do polinmio,
x
x+
a1 1
a0 1
am1 1
= = lim
=
lim
= 0,
n am xn m1
n am xn m
n am xn
lim
segue que
a1 1
a0 1
am1 1
+ +
+
lim 1 +
= 1.
n
am x n
am xn m1 am xn m
Suponhamos am > 0. Pelo Exemplo 14, lim am xn m = +. Aplicando a
x+
completamente anloga.
19
Exemplo 16
Unidade 4
Limites no Infinito
x+
x+
x+
1
x2 + 1
x2 + 1
= = lim
. Um fato
Vimos no Exemplo 13 que lim
x+ 2x2 8
2 x 2x2 8
interessante a ser observado, que os dois limites coincidem e so iguais a
uma frao cujo numerador e denominador correspondem aos coeficientes do
termo de maior grau dos respectivos polinmios do numerador e denominador
x2 + 1
da funo racional 2
.
2x 8
No prximo exemplo, analisaremos os limites no infinito de funes racionais
em toda generalidade.
Consideremos a funo racional
Exemplo 17
f (x) =
am xm + am1 xm1 + + a1 x + a0
,
bn xn + bn1 xn1 + + b1 x + b0
bn1 1
b1 1
b0 1
lim 1 +
+ +
+
= 1,
x
bn x
bn xn1 bn xn
segue que
am x m
am mn
= lim
x
.
n
x bn x
x bn
20
Unidade 4
am mn
x
bn
am mn
x
= 0.
x bn
lim
Portanto,
lim f (x) = 0.
Em particular, temos
3x5 8x2 + 4x
x+ 7x4 + 5x + 6
3
x = +,
x+ 7
3x5 8x2 + 4x
x 7x4 + 5x + 6
3
x = ,
x 7
lim
lim
lim
lim
50x4 + 12x3 + x 4
=
x 3x5 + 2x4 3x2 + 8
lim
50
= 0.
x 3x
lim
Assim, a reta y =
7
uma assntota horizontal ao grfico de f .
4
21
Exemplo 18
Unidade 4
Exerccios
4.5
Exerccios
(c) lim
2x7 + 500x
;
x+
x8 + 1
(e) lim
x5 + 5x
;
x 4x5 50x3
(d) lim
2x7 + 500x
;
x x6 900x3
r
1
3
(h) lim
8;
x
x2
r
9x2 + 1
(j) lim
;
x+
x2 + 50
(f) lim
2x7 + 500x
;
x+ x6 900x3
r
x2
3
(i) lim
;
x
x3 7
x2 + 2
2
(l) lim
;
(m) lim
;
3
x+ 2x + 1
x+
x
x+
x+
(p) lim
x+
x+2
;
x+1
(q) lim (x
x+
x + 1).
Sugestes:
Para (l): Para x > 21 ,
s
r
x2 + 2
x2 + 2
x2 + 2
=
=
.
2x + 1
(2x + 1)2
4x2 + 4x + 1
Para (n): Para x R,
x
x2 + 1 =
(x
x2 + 1)(x + x2 + 1)
1
=
.
2
x+ x +1
x + x2 + 1
( x + 1 x)( x + 1 + x)
1
x+1 x=
=
.
x+1+ x
x+1+ x
22
1 + 2x
x+2
=
.
x+1
x + 1x
Para (q): Para x > 0,
x 1 + x1
x2 x + 1
(x x + 1)(x + x + 1)
x x + 1 =
=
=
.
x+ x+1
x+ x+1
1 + x+1
x
2. Determine os valores de e para que:
2
x +1
x = 0;
(a) lim
x+ x + 1
x3 + x2 + x + 1
=1.
x
3x2 x + 2
(b) lim
3. Decida se os grficos das funes dos itens (a), (c), (e), (g), (i), (l), (n)
e (p), do Exerccio 1, possuem assntotas horizontais, justificando a sua
resposta.
23
Unidade 4
Unidade 4
Exerccios
24
5
Teorema do Confronto e
Limites Fundamentais
Sumrio
5.1
O Teorema do Confronto . . . . . . . . . . . . . . .
5.2
. . . . . . .
Unidade 5
O Teorema do Confronto
5.1
O Teorema do Confronto
Teorema 1
Sejam f, g, h e a como acima e tais que f (x) g(x) h(x) para todo
propriedade do
x 6= a em algum intervalo da forma (a r0 , a + r0 ) e em D D0 D00 . Se
confronto
lim f (x) = lim h(x) = l,
xa
xa
ento
lim g(x) = l.
xa
Exemplo 1
se
se
se
se
1,
0,
1
=
cos
xn
1,
0,
Unidade 5
n 0, mod4,
n 1, mod4,
n 2, mod4,
n 3, mod4.
Apesar disso, o limite existe e vale zero. De fato, como | cos x1 | 1 para
todo x R \ {0}, segue que
1
1
x cos = |x| cos |x|, para todo x R \ {0}.
x
x
Isto signica que
1
|x|, para todo x R \ {0}.
x
Como lim (|x|) = lim |x| = 0, segue do Teorema 1 que
|x| x cos
x0
x0
lim x cos
x0
1
= 0.
x
xa
5.2
xa
sen x
Consideremos a funo f : R \ {0} R denida por f (x) =
. Quex
remos calcular lim f (x). Note que no podemos aplicar a regra do limite do
x0
quociente j que o limite do denominador 0.
Este limite to importante, que leva o nome de limite trigonomtrico fundamental e ser estabelecido atravs de um teorema. Antes, porm, provemos
um lema.
Teorema 2
Teorema do
Anulamento
Unidade 5
Lema 3
Demonstrao
< x.
2
Por outro lado, se x < 0, ento x > 0 e pelo que acabamos de mostrar,
|sen (x)| |x|, o que em vista da propriedade sen(x) = sen x, deduz-se
que |sen x| |x| para x < 0 tambm.
Corolrio 4
Demonstrao
xa
x+a
sen
2
2
Unidade 5
Tem-se que
Teorema 5
Limite Fundamental
sen x
= 1.
lim
x0
x
Demonstrao
lim+
x0
sen x
= 1.
x
x
0
obtemos
Exemplo 2
Unidade 5
x
1
<
.
sen x
cos x
x0
1
1
1
=
= = 1.
cos x
lim+ cos x
1
x0
x0
x
= 1.
sen x
Portanto,
lim+
x0
sen x
= lim+
x0
x
1
1
1
x =
x = 1 = 1.
lim
x0+ sen x
sen x
sen x
= 1.
x
x0
sen x
sen(x)
sen y
= lim
= lim+
= 1.
x0
y0
x
x
y
Em resumo, temos
lim
x0
Consequentemente,
sen x
sen x
= lim+
= 1.
x0
x
x
sen x
= 1,
x0
x
lim
tg x
= 1.
x0 x
De fato, como cos x 6= 0 para todo x 2 , 2 , podemos escrever
Unidade 5
Exemplo 3
tg x
sen x
1
=
x
x
cos x
para todo x 2 , 2 , x 6= 0. Pelo limite fundamental, temos que
tg x
sen x
1
lim
= lim
lim
= 1 1 = 1.
x0 x
x0
x0 cos x
x
1 cos x
= 0.
x0
x
De fato, observemos inicialmente que 1 + cos x 6= 0 para todo x 2 , 2 .
Assim, para todo x 2 , 2 , x 6= 0, tem-se:
1 cos x
(1 cos x)(1 + cos x)
=
=
x
x(1 + cos x)
1 cos2 x
=
=
x(1 + cos x)
=
sen2 x
=
x(1 + cos x)
= sen x
Como
sen x
1
.
x
1 + cos x
x0
x0
temos que
1
1
= .
x0 1 + cos x
2
Portanto, pelo limite fundamental,
1 cos x
1
sen x
lim
= lim sen x lim
lim
=
x0
x0
x0
x0 1 + cos x
x
x
lim
=01
1
= 0.
2
Exemplo 4
Unidade 5
Exemplo 5
1 cos x
1
.
=
x0
x2
2
Realmente, como 1 + cos x 6= 0 para todo x 2 , 2 , podemos escrever
sen x 2
1 cos x
1
sen2 x
1
=
=
2
2
x
x 1 + cos x
x
1 + cos x
para todo x 2 , 2 , x 6= 0.
1
1
= .
2
2
1.
1
Calcule lim x sen .
x0
x
2.
3.
4.
xa
Calcule
sen ax
a) lim
;
x0
bx
1
.
xa
b) lim
x0
sen ax
.
sen bx
Calcule lim
.
x0
sen x tg x
x tg x.
Calcule lim
x 2
2
(a) lim
5.
6.
7.
8.
Calcule lim
x 4
cos x sen x
.
tg x
Unidade 5
Unidade 5
10
6
Clculo de Limites
Sumrio
6.1
Limites de Sequncias . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.2
Exerccios Recomendados . . . . . . . . . . . . . . .
6.3
Limites de Funes
. . . . . . . . . . . . . . . . . .
6.4
Exerccios Recomendados . . . . . . . . . . . . . . .
Unidade 6
Esta unidade ser dedicada apresentao de alguns exemplos de clculo
de limites e de propor uma lista de exerccios suplementares.
Iniciemos com a regra de substituio que utilizamos na unidade anterior
quando efetuamos o seguinte clculo:
x = sen
a = cos a.
lim cos x = lim sen
xa
xa
2
2
Trata-se do resultado muito til a seguir.
Proposio 1
Regra de Substituio
xa
Demonstrao
Seja (xn ) uma sequncia qualquer de nmeros reais distintos de a no domnio de f que converge para a. Como (xn ) converge para a, existe n0 N tal
que xn (a r, a + r) para todo n n0 . Logo, a sequncia (yn )nn0 , onde
yn = f (xn ), tem seus elementos no domnio de g , distintos de a, e converge
para b, j que limxa f (x) = b. Portanto, como limyb g(y) = l, temos que a
sequncia (g(f (xn ))) converge para l, o que mostra que limxa g(f (x)) = l.
Exemplo 1
xa
Clculo de Limites
6.1
Unidade 6
Limites de Sequncias
Vamos nesta seo estabelecer alguns resultados mais nos sobre limites de
sequncias.
Seja a > 0, vamos mostrar que lim
a = 1.
n
n
a1= na1
an1 + an2 + + n a + 1 ,
obtemos que
a1<
Exemplo 2
a 1 n = dn n.
Da,
a1
.
n
Pela propriedade do confronto, obtemos lim dn = 0, o que implica que
0 < dn <
lim
a = 1.
1
n
a = lim q =
n
1
a
1
limn
q = 1.
n
1
a
Proposio 2
Unidade 6
Demonstrao
Limites de Sequncias
Vamos inicialmente mostrar o caso a > 1. Escrevamos h = a 1, logo
a = 1 + h com h > 0. Pela desigualdade de Bernouilli (que pode ser provada
sem diculdade por induo) temos que
an = (1 + h)n 1 + nh.
n 1n
a
= 0.
Exemplo 3
De fato, seja an = n n, bn = 2n n e cn = bn 1.
n = bnn = (1 + cn )n 1 + ncn .
Assim, obtemos
n1
.
n
Pela propriedade do confronto, temos que limn cn = 0 e consequentemente,
limn bn = 1. Como an = b2n , segue-se que
2
lim an = lim b2n = lim bn = 1.
0 cn
Clculo de Limites
6.2
1.
Exerccios Recomendados
2.
Calcule
3.
1
1
n 1
lim 1 +
+ (1) n .
n
4 16
4
5.
6.
1
22
32
n2
+
+
+
+
.
n3 n3 n3
n3
7.
r q
q
5, 5 5, 5 5 5, . . . ,
2p
3p
np
+ p+1 + p+1 + + p+1 .
n
n
n
Calcule
a) lim ( n + 1 n);
n
b) lim ( 3 n + 1 3 n);
n
k
k
k
k
ba=
b ka
bk1 + bk2 k a + + ak1 .
Sugesto:
Unidade 6
Unidade 6
Exerccios Recomendados
8.
9.
n2 cos n!
Calcule lim
.
n n3 + 1
n
Calcule lim n2 .
n
Clculo de Limites
6.3
Unidade 6
Limites de Funes
Proposio 3
Devemos mostrar que dada uma sequncia (ym ) tal que limm ym = ,
ento limm f (ym ) = .
Seja M um nmero real positivo qualquer. Como limn f (xn ) = ,
existe n0 tal que f (xn0 ) > M . Se (ym ) uma sequncia tal que limm ym =
, ento existe m0 tal que para todo m m0 se tenha ym > xn0 . Como f
crescente, temos
Demonstrao
lim ax = ,
1
a
1
lim x = lim
x a
x
> 1 e portanto,
x
1
= ,
a
donde
lim ax = 0.
Exemplo 4
Unidade 6
Exerccios Recomendados
6.4
1.
2.
Exerccios Recomendados
xa
4.
3tg5 x + 2tg3 x + 5
.
2tg5 x + tg2 x + 1
x 2
xb ab
Calcule lim
, se a > b.
xa
x 2 a2
1 cos x
.
x0 sen2 x
5.
Calcule lim
6.
Calcule lim
22x + 2x
x 4x + 4
7
Funes Contnuas
Sumrio
7.1
O Conceito de Continuidade
. . . . . . . . . . . . .
7.2
7.3
. . . . . .
. . . . . . . . . . . .
7.4
7.5
. . . . . . . . .
7.6
. . . . . . . .
7.7
Composio e Continuidade
. . . . . . . . . . . . .
10
7.8
Exerccios Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . .
12
7.9
Exerccios Suplementares
. . . . . . . . . . . . . . .
13
14
Unidade 7
O Conceito de Continuidade
con.ti.nu.i.da.de (lat continuitate)
sf 1 Qualidade daquilo que contnuo.
2 Ligao ininterrupta das partes de
um todo.
O Conceito de Continuidade
Exemplo 1
Suponha que um o de um certo metal ocupa o intervalo [0, 60] da reta real.
A cada posio x [0, 60], medida em centmetros, associamos T (x), a temperatura do o neste ponto, medida em graus Celcius.
Considerando que o metal um meio que conduz calor com facilidade, como
seria o grco de uma tal funo? Aqui est uma possibilidade.
30
60
Figura 7.1
Grco da funo temperatura T (x).
Funes Contnuas
Unidade 7
Neste contexto temos uma noo clara do signicado de uma pequena variao ,
tanto da posio (dada em centmetros), quanto da temperatura (dada em
Celsius).
Note que pequena variao um conceito relativo e precisamos estabelecer
a denio em termos absolutos.
7.2
Definio 1
Funo contnua em um
ponto
xa
Exemplo 2
xa
|x|, se x Q,
f (x) =
0, se x R \ Q.
Observe que f contnua em 0, pois limx0 f (x) = f (0) = 0. No entanto,
f no contnua em qualquer outro ponto de seu domnio. Realmente, seja
Exemplo 3
Unidade 7
Definio 2
Funcao contnua
os
contnua
se f for
contnua em todos
Exemplo 4
Funes Contnuas
Unidade 7
Exemplo 5
xa
xa
xa
3x = 2+
3 a = f (a).
Exemplo 6
Por exemplo, se a = 1,
lim 2 +
x1
3 x = 4.
Como f (1) = 4, f
contnua em 1.
2
lim 2 +
3 x = 2 = f (3),
x3
a funo f contnua em 3.
Figura 7.2
Grco de f
Unidade 7
Proposio 3
Permanncia do sinal
Demonstrao
f (x) > 0.
Vamos supor, por absurdo, que para todo o nmero real r > 0, existe
x (a r, a + r) Dtal que f (x)
0. Em particular, para cada n N
1
1
podemos escolher an a , a +
D tal que f (an ) 0.
n
n
1
Assim construmos uma sequncia de nmeros (an ) tais que |an a| < .
n
Isso quer dizer que lim an = a. No entanto, f (an ) 0, para todo n N.
Essa sequncia no pode convergir para f (a) > 0, devido Proposio 6 da
Unidade 2. Isso contradiz o fato de f ser contnua em a.
Exemplo 7
maior inteiro
Funes Contnuas
r
r
r
3
r
r
r
b
2
Figura 7.3
Grco de f (x) = [x]
no
contnua
em cada a Z.
Concluso: a funo f no contnua.
Veja porque f contnua em a sempre que a R \ Z.
Todo nmero real a no inteiro pertence a um nico intervalo de comprimento 1, com extremidades nmeros inteiros:
n < a < n + 1.
[
n
ar
a+r
n+1
Figura 7.4
(a r, a + r) [n, n + 1]
Unidade 7
Unidade 7
xn
xn+
Exemplo 8
Cuidado especial deve ser dado quelas funes cujas denies usam vrias
sentenas. A seguir, vamos determinar os valores de k para os quais
x + 2x, se x 1,
f (x) =
k x,
se x > 1,
seja contnua em 1. claro que isso tambm determinar os valores de k para
os quais a funo no contnua em x = 1.
Como f (1) = 12 + 2 = 3, basta que analisemos os limites laterais.
lim f (x) = lim x2 + 2x = 3 f (3).
x1
x1
Agora,
lim f (x) = lim+ k x = k 1.
x1+
x1
Funes Contnuas
Unidade 7
Figura 7.5
Figura 7.6
f contnua em 1
f no contnua em 1
7.6
As propriedades operatrias dos limites de funes, de alguma forma herdadas das propriedades dos limites de sequncias, que do praticidade aos clculos,
transparecem tambm na continuidade de funes. No h surpresa, uma vez
que a denio de continuidade foi formulada usando diretamente o limite da
funo num ponto.
Sejam f, g : D R funes, D R tal que para cada a D, todo
intervalo aberto contendo a intersecta D \ {a}. Se f e g so contnuas, ento
i) f + g : D R contnua;
ii) f g : D R contnua;
iii)
f
: D R, em que D = {x D | g(x) 6= 0}, contnua.
g
Proposio 4
Composio e Continuidade
Unidade 7
Demonstrao
xa
xa
Ento
lim (f + g)(x) = lim (f (x) + g(x)) = lim f (x) + lim g(x)
xa
xa
xa
xa
e
lim (f g)(x) = lim (f (x) g(x)) = lim f (x) lim g(x)
xa
xa
xa
xa
7.7
Composio e Continuidade
Proposio 5
Composio de funes
intersecta D \ {a}, g : E R, b = f (a) E tal que todo intervalo aberto
contnuas
10
Funes Contnuas
xa
e, portanto, g f contnua em a D.
Veja agora alguns exerccios para praticar!
11
Unidade 7
Demonstrao
Unidade 7
Exerccios Propostos
7.8
Exerccios Propostos
2 + sen (x), se x 2,
2x 2,
(b) g(x) =
2x2 3x+1
,
x2 3x+1
no ponto 2 ;
se x > 2,
se x < 1,
no ponto 1 ;
x2 2x + 3, se x 1,
no ponto 3.
3 cos x
f (x) =
ax + b
x3
se x < 0,
se 0 x 3,
se x > 3.
apenas
nos n-
meros inteiros.
12
Funes Contnuas
6. Mostre que a funo f : R R, denida por
x sen x, se x 6= 0,
f (x) =
0,
se x = 0
contnua.
7.9
Exerccios Suplementares
13
Unidade 7
Unidade 7
Textos Complementares
7.10
Textos Complementares
14
8
Funes contnuas em
intervalos
Sumrio
8.1
Introduo
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
8.2
8.3
8.4
8.5
Exerccios Recomendados . . . . . . . . . . . . . . .
12
8.6
Exerccios Suplementares
. . . . . . . . . . . . . . .
13
8.7
Textos Complementares . . . . . . . . . . . . . . . .
14
Unidade 8
Introduo
O todo maior do que a soma de suas partes.
Aristteles
O objetivo desta unidade apresentar dois importantes teoremas sobre funes contnuas denidas em intervalos, bem como algumas aplicaes.
8.1
Introduo
Exemplo 1
Sem dar qualquer explicao, Fibonacci apresentou a sua soluo em notao sexagesimal:
1.22.7.42.33.4.40.
Isto ,
22
7
42
33
4
40
+ 2 + 3 + 4 + 5 + 6.
60 60
60
60
60
60
Em notao decimal, 1, 3688081075, que correto at a nona casa. Um
feito realmente memorvel.
Para colocar o problema de Fibonacci no contexto de Clculo, vamos considerar a funo
f (x) = x3 + 2x2 + 10x.
1+
f (2) = 36
f (1) = 13
Unidade 8
Unidade 8
Introduo
f (b)
f (a)
f (a)
f (b)
a
Figura 8.1
Figura 8.2
Nestes dois casos a pergunta tem resposta armativa. Nem sempre isso
acontece, veja a prxima ilustrao.
f (b)
c
d
f (a)
a
Figura 8.3
No existe c [a, b], tal que f (c) = d.
Unidade 8
Apesar de exercer um grande apelo nossa intuio, o Teorema do Valor Intermedirio demanda, em sua demonstrao, fatos matemticos fundamentais,
como a completude dos nmeros reais.
Seja f : [a, b] R uma funo contnua e seja d um nmero entre
f (a) e f (b). Ento existe um nmero c (a, b) tal que
Teorema 1
Teorema do Valor
Intermedirio
f (c) = d.
8.3
Como uma primeira aplicao do Teorema do Valor Intermedirio, mostraremos que as imagens de intervalos por funes contnuas so intervalos.
Seja f : I R uma funo contnua denida em um intervalo I . Ento,
f (I) um intervalo.
Teorema 2
Imagem de um
Intervalo
Unidade 8
Demonstrao
Proposio 3
Demonstrao
Unidade 8
Proposio 4
2 = a. Isto , a = .
8.4
Unidade 8
Definio 5
Ponto Fixo
x admite soluo.
Exemplo 2
r
1
Figura 8.6
Grco de uma funo com dois pontos xos.
Teorema 6
Teorema do Ponto
Fixo
Demonstrao
Unidade 8
Teorema 7
Teorema de
Weierstrass
Exemplo 3
Unidade 8
Exemplo 4
Exemplo 5
10
Unidade 8
todo nmero real r > 0, existem a e b no intervalo [1, 1], tais que h(a) < r
e h(b) > r. Ou seja, h no admite mximo e no admite mnimo, apesar do
seu domnio ser um intervalo fechado e limitado. evidente que esta funo
no contnua em x = 0. Veja o grco a seguir.
11
Exemplo 6
Unidade 8
Exerccios Recomendados
8.5
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Exerccios Recomendados
Para cada uma das funes polinomiais a seguir, determine um inteiro n
tal que f (x) = 0 para algum x entre n e n + 1.
a) f (x) = x3 x + 3;
c) f (x) = x5 + 5x4 + 2x + 1;
b) f (x) = x5 + x + 1;
d) f (x) = 4x2 4x + 1.
Seja f : [0, 1] R uma funo contnua tal que f (0) > 0 e f (1) < 1.
Mostre que, para todo n N, existe um nmero c [0, 1], tal que
f (c) = n c.
Mostre que a equao cos x = x admite uma soluo no intervalo [0, 2 ].
Verique gracamente que esta soluo nica. Calcule um valor aproximado desta soluo, com preciso at a quarta casa decimal.
Seja f : [0, 1] Q uma funo contnua. Mostre que f constante.
Seja n um nmero inteiro par e seja > 0 um nmero real. Mostre que
existe um nmero real a > 0, tal que an = . O que pode ser dito se n
um nmero inteiro mpar?
Existe exemplo de funo contnua f denida no intervalo [0, 1] cuja
imagem o intervalo (0, 1)?
Seja f : [a, b] [a, b] uma funo contnua. Mostre que f admite
ponto xo.
Uma funo f : R R dita peridica quando existe um nmero real
p > 0, tal que f (x) = f (x + p), para todo x R. Prove que toda a
funo peridica contnua admite mximo e admite mnimo.
Seja A um conjunto formado pela unio nita de intervalos fechados e
limitados e seja f : A R uma funo contnua. Mostre que f admite
mximo e mnimo.
12
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Exerccios Suplementares
Encontre um exemplo de uma funo contnua f denida em um intervalo
aberto cuja imagem um intervalo fechado e limitado.
Encontre um exemplo de uma funo contnua f denida em um intervalo
aberto cuja imagem um intervalo semi-fechado, mas no limitado.
Encontre uma f contnua que seja limitada mas que no admita mximo
e no admita mnimo.
Sejam f, g : [a, b] R contnuas, tais que f (a) < g(a) e f (b) > g(b).
Mostre que a equao f (x) = g(x) tem soluo.
Seja f : (a, b) (a, b) uma funo contnua. A funo f admite ponto
xo?
Seja f uma funo invertvel. Mostre que, se f admite um ponto xo, a
sua funo inversa tambm admite ponto xo.
Um monge vai meditar durante o nal de semana em um monastrio no
topo de uma montanha. Ele inicia a subida no sbado s 6:00 horas e
a descida na segunda, no mesmo horrio. Num determinado instante,
durante a descida, ele percebe que passou por aquele ponto durante a
subida, naquele exato horrio. Explique este fato.
Uma lata cilndrica fechada deve ser produzida com folhas de metal para
conter um litro de liquido. Existe alguma dimenso da lata que proporciona maior economia de material?
13
Unidade 8
Unidade 8
Textos Complementares
8.7
Textos Complementares
Raiz da Equao
Voc quer saber qual a raiz exata da equao estudada por Fibonacci?
Foi preciso esperar mais do que trs sculos para se descobrir como resolver
equaes de grau trs por radicais. No caso da equao x3 + 2x2 + 10x = 20,
a resposta
p
p
3
3
352 + 6 3930 + 352 6 3930 2
.
x =
3
14
Sem perda de generalidade, podemos supor que f (a) < d < f (b). Alm
disso, considerando g : [a, b] R a funo denida por g(x) = f (x) d,
tambm contnua, observamos que basta demonstrar o teorema para o caso em
que d = 0. Logo, podemos supor que f (a) < 0 < f (b) e, portanto, queremos
achar c (a, b) tal que f (c) = 0.
A estratgia que usaremos para achar esse nmero c a seguinte: constuiremos duas sequncias montonas contidas em [a, b], portanto limitadas. Pela
completude dos nmeros reais, elas so convergentes. Alm disso, a sequncia
obtida tomando a distncia entre os seus termos, converge para zero. Portanto,
elas convergem para um mesmo ponto c. Esse ponto o candidato soluo
de f (x) = 0. Vamos aos detalhes.
Construmos duas sequncias, (an ) e (bn ), da seguinte maneira: a1 = a e
a1 + b 1
, o ponto mdio do intervalo [a, b]. Apenas uma
b1 = b. Seja m1 =
2
das trs possibilidades pode ocorrer: f (m1 ) = 0, f (m1 ) < 0 ou f (m1 ) > 0.
Caso f (m1 ) = 0. Neste caso, tomando c = m1 , o teorema est demonstrado.
Caso f (m1 ) < 0. Neste caso, escolhemos a2 = m1 e b2 = b1 . Isto , estamos
abandonando a primeira metade do intervalo [a, b]. Veja na ilustrao a seguir.
[ //////////[
a1
a2
b1 = b2
Figura 8.4
Caso f (m1 ) > 0. Neste caso, escolhemos a2 = a1 e b2 = m1 . Isto ,
abandonamos a outra metade do intervalo.
[
a1 = a2
] //////////]
b2
b1
Figura 8.5
a2 + b 2
Repetimos este processo fazendo m2 =
. Novamente, se f (m2 ) = 0,
2
ento o resultado verdadeiro. Se f (m2 ) < 0, escolhemos a3 = m2 e b3 = b2 .
Se f (m2 ) > 0, escolhemos a3 = a2 e b3 = m2 .
15
Unidade 8
Unidade 8
Textos Complementares
b 1 a1
;
2n1
16
Vamos mostrar que a imagem de [a, b] por f um intervalo fechado e limitado [C, D]. J sabemos que f ([a, b]) = I , um intervalo. Se f for constante,
I = [C, C] = {C}. Vamos supor que f no constante.
Mostraremos inicialmente que I um intervalo limitado. Suponhamos,
por absurdo, que I no seja limitado. Podemos ento tomar (sem perda
de generalidade) uma sequncia (yn ) de elementos de I , escolhendo y1 um
elemento qualquer de I e fazendo yn = yn1 + 1, para n 2. Ento,
lim yn = +. Na verdade, qualquer subsequncia (yn0 ) tambm satisfaz a
condio lim yn0 = +. Considere agora a sequncia (an ) de elementos de
[a, b], tal que f (an ) = yn . Aplicando a Proposio 13, da Unidade 1, podemos
considerar (an0 ), uma subsequncia montona de (an ), que tambm limitada,
uma vez que seus elementos pertencem ao intervalo [a, b]. Pelo Axioma 11, da
Unidade 1, da completude dos nmeros reais, essa subsequncia converge para
algum nmero em [a, b], digamos lim an0 = l. A continuidade de f garante que
lim yn0 = lim f (an0 ) = f (l), que contradiz o fato lim yn0 = +. Logo, I um
intervalo limitado.
Vamos agora provar que I fechado. Suponhamos que D seja o extremo
superior de I . Vamos mostrar que D f ([a, c]). A estratgia a mesma.
Tomemos (zn ) uma sequncia de elementos distintos de I , tal que lim zn = D.
Podemos considerar, por exemplo, z1 um elemento de I e, portanto, z1 < D.
D zn1
, para n 2. Agora, seja (bn ) a sequncia de elementos
Dena zn =
2
de [a, b] tal que f (bn ) = zn . Escolha uma subsequncia (bn0 ) montona e
limitada, portanto convergente. Digamos lim bn0 = d. A continuidade de f
garante que lim f (bn0 ) = f (d) = lim(zn0 ) = D. Isto prova que D I =
f ([a, b]). Analogamente, prova-se que C , o extremo inferior do intervalo I ,
tambm pertence a I .
17
Unidade 8
9
Derivadas
Sumrio
9.1
A velocidade instantnea
. . . . . . . . . . . . . . .
9.2
O problema da tangente
. . . . . . . . . . . . . . .
9.3
. . . . . . .
13
9.4
Continuidade e derivabilidade . . . . . . . . . . . . .
19
9.5
21
Unidade 9
A velocidade instantnea
O nal do Sculo XVII viu o surgimento de uma conquista matemtica
formidvel: o Clculo Diferencial. Descoberto independentemente por Isaac
Newton e Gottfried Leibniz, tornou-se a base para o desenvolvimento de vrias
reas da Matemtica, alm de possuir aplicao em praticamente todas as reas
do conhecimento cientco.
Nesta unidade, estudaremos o conceito de derivada e veremos sua relao
com o conceito de limite, estudado anteriormente. De fato, veremos que a
derivada de uma funo o limite de um quociente de duas grandezas em que
ambas tendem a zero.
Abordaremos este conceito a partir de duas motivaes fundamentais: o
estudo da velocidade de um objeto em movimento e o problema da tangente de
uma curva. Veremos posteriormente que os dois problemas esto relacionados.
A tangente do grco que representa a posio do objeto em funo do tempo
fornece a sua velocidade.
Mas o que velocidade de um objeto em movimento?
9.1
A velocidade instantnea
Derivadas
Altura da bola
t(seg) 0 0,5 1 1,5 2
h(m) 2 6,25 8 7,25 4
Qual foi a velocidade da bola no instante t = 0,5?
Vamos supor um movimento quase vertical. A partir dos dados obtidos,
podemos calcular a velocidade mdia, que a razo entre o deslocamento
realizado e o intervalo de tempo decorrido, entre os instantes t = 0,5 e t = 1.
Vm =
deslocamento
s
8 6,25
=
=
= 3,5 m/s
tempo
t
1 0,5
Vm =
s
7, 44 6, 25
=
= 4, 76 m/s
t
0, 75 0, 5
Medidas ainda mais precisas do movimento permitem o clculo de velocidades mdias em intervalos menores. Digamos que a altura da bola foi medida
a cada 0,1 segundo e que os valores prximos a t = 0,5 so os seguintes:
Altura da bola
t(seg) 0,8 0,9 1 1,1 1,2
h(m) 7.6 7,85 8 8,05 8,0
Calculando a velocidade mdia no intervalo entre t = 1 e t = 1,1, obtemos:
Vm =
s
8,05 8
=
= 0,5 m/s
t
1,1 1,0
Unidade 9
Unidade 9
A velocidade instantnea
que a velocidade mdia em um intervalo de 0,1 seg iniciando no instante t = 1.
Claro que medidas mais precisas poderiam permitir o clculo da velocidade
mdia em intervalos cada vez menores em torno de t = 1, mas ainda no seria
a velocidade no instante t = 1.
Intuitivamente, quanto menor o intervalo, mais prxima a velocidade mdia
ca da velocidade instantnea. Para denir esta ltima, temos que recorrer ao
conceito de limite.
Se s(t) a altura da bola no tempo t, ento considerando a velocidade mdia
no intervalo de tempo [1, 1 + h], quando h tende a 0, ento esta velocidade
mdia tende a um valor que pode ser considerado a velocidade instantnea em
t = 1, ou seja, podemos denir
s(1 + h) s(1)
h0
h
v(1) = lim
s(t0 + h) s(t0 )
s
= lim
,
t0 t
h0
h
v(t0 ) = lim
se tal limite existir.
Definio 1
Derivada
f (x0 + h) f (x0 )
,
h0
h
f 0 (x0 ) = lim
Definio 2
Funo derivada
Derivadas
dy
para representar a derivada f 0 (x). Tanto
dx
representam a derivada da funo f no ponto x0 de seu
dy
f 0 (x0 ) quanto
|x=x0
dx
domnio.
Por exemplo, a velocidade v(t) de um objeto em movimento a funo
derivada da funo posio s(t) do objeto, isto , v(t) = s0 (t).
H uma razo histrica para o uso das duas notaes ligada criao do
clculo diferencial por Newton e, independentemente, Leibniz. Veremos um
pouco desta histria na seo 9.5.
A velocidade a taxa de variao instantnea da posio s(t) em relao ao
tempo t e dada pela derivada da funo s(t). De forma anloga, h muitas
grandezas denidas como taxa de variao de outra em relao ao tempo. Por
exemplo, a acelerao a taxa de variao da velocidade.
A acelerao mdia dada por
am =
v
t
a=
dv
dt
Unidade 9
Unidade 9
A velocidade instantnea
Exerccios
1.
2.
3.
Derivadas
9.2
O problema da tangente
y
Q
f (x1 )
f (x1 ) f (x0 )
f (x0 )
P
b
h = x1 x0
x0
x1
Figura 9.1:
Como voc estudou em MA11, o coeciente angular ou inclinao da reta
secante curva passando pelos pontos P = (x0 , f (x0 )) e Q = (x1 , f (x1 ))
dado por
f (x1 ) f (x0 )
f (x0 + h) f (x0 )
=
x1 x0
h
Tomando h cada vez mais prximo de zero, obtemos retas secantes que
cortam a curva em dois pontos P e Qi cada vez mais prximos. Observe a
gura 9.2
Intuitivamente percebemos que quando x0 + h se aproxima de x0 ento os
pontos f (x0 + h) e f (x0 ) onde a secante corta a curva cam cada vez mais
Unidade 9
Unidade 9
O problema da tangente
prximos e assim estas cruvas secantes se aproximam cada vez mais da tangente
em x0 .
Figura 9.2:
Quando h se aproxima de zero, se o quociente
f (x0 + h) f (x0 )
,
h
que representa o coeciente angular da reta secante que passa por (x0 , f (x0 )) e
(x0 + h, f (x0 + h)), se aproxima de um determinado valor, esse, intuitivamente,
dever ser o coeciente angular da reta tangente.
Na verdade, o que fazemos denir reta tangente da curva em P =
(x0 , f (x0 ) como a reta que passa por P e cujo coeciente angular dado
por
f (x0 + h) f (x0 )
f 0 (x0 ) = lim
h0
h
Caso o limite no exista, no h reta tangente no ponto.
Em resumo:
Definio 3
Reta tangente
f (x0 + h) f (x0 )
h0
h
f 0 (x0 ) = lim
se o limite existir.
Derivadas
Unidade 9
f 0 (0) = lim
h0
f (h) f (0)
h
ef 0 (0) = lim+
h0
f (h) f (0)
h
Figura 9.3:
f (x + h) f (x)
kk
= lim
=0
h0
h0
h
h
f 0 (x) = lim
Exemplo 4
Derivada da funo
constante
Unidade 9
O problema da tangente
de live = 0
f (x) = k
Exemplo 5
Derivada da funo
evidente que sua reta tangente em qualquer ponto prpria reta r e a derivada
linear
da funo em qualquer ponto o coeciente angular m da reta, isto :
Se f (x) = mx + n ento f 0 (x) = m
Calculando diretamente o limite, obtemos:
f (x + h) f (x)
h0
h
m(x + h) + n (mx + n)
mh
= lim
= lim
=m
h0
h0 h
h
f 0 (x) = lim
Exemplo 6
10
Derivadas
Observe na gura acima que ampliando a gura em torno da origem ca claro
que o grco de y = sen (x) se aproxima de uma reta. Veja na ltima gura
direita como o grco quase passa pelos pontos (0, 1, 0, 1) e (0, 1, 0, 1).
A equao da reta que passa por estes pontos y = x. Portanto, podemos
deduzir que a derivada de y = sen (x) em x = 0 deve ser muito prximo do
valor 1. fcil ver, usando o limite trigonomtrico fundamental estudado na
Unidade 5, que o valor exatamente igual a 1.
Na prxima seo iremos calcular a partir da denio
f 0 (x) = lim
h0
f (x + h) f (x)
h
11
Unidade 9
Unidade 9
O problema da tangente
Exerccios
1.
2.
12
Derivadas
9.3
Unidade 9
f (x0 + h) f (x0 )
h0
h
2
(x0 + h) x20
lim
h0
h
x20 + 2x0 h + h2 x20
lim
h0
h
2
2x0 h + h
lim
h0
h
lim 2x0 + h
f 0 (x0 ) = lim
=
=
=
=
h0
= 2x0
O que mostra que se f (x) = x2 ento f 0 (x) = 2x.
Calcule a equao da tangente curva y = x2 no ponto x = 3.
Como
dy
dx
= 2x ento:
dy
=23=6
dx x=3
13
Exemplo 7
Unidade 9
y = 6x + b
9 = 6.3 + b = b = 9 18 = 9
A equao da reta y = 6x 9.
Veja a gura:
14
Derivadas
f (x + h) f (x)
h0
h
(x + h)3 2(x + h) (x3 2x)
lim
h0
h
3
2
2
x + 3xh + 3x h + h3 2x 2h x3 + 2x
lim
h0
h
3xh2 + 3x2 h + h3 2h
lim
h0
h
h(3xh + 3x2 + h2 2)
lim
h0
h
2
lim 3xh + 3x + h2 2
f 0 (x) = lim
=
=
=
=
=
h0
= 3x2 2
Portanto, f 0 (x) = 3x2 2 a derivada da funo f (x) = x3 2x.
Em particular, para x = 1, temos
15
Unidade 9
Exemplo 8
Unidade 9
Exemplo 9
x obtemos:
f (x + h) f (x)
h0
h
x+h x
= lim
h0
h
f 0 (x) = lim
x+h x
0
f (x) = lim
h0
h
( x + h x)( x + h + x)
= lim
h0
h( x + h + x)
( x + h)2 ( x)2
= lim
h0 h( x + h +
x)
h
= lim
h0 h( x + h +
x)
1
= lim
h0
x+h+ x
16
Derivadas
Para calcular este limite, basta fazer h = 0 na ltima expresso, pois, como
1
f 0 (x) =
2 x
a derivada da funo f (x) =
x.
x no ponto P = (1, 1)
17
Unidade 9
Unidade 9
Exemplo 10
f (x + h) f (x)
= lim
f (x) = lim
h0
h0
h
0
x(x+h)
x(x+h)
1
x+h
1
x
h
h0
h0 hx(x + h)
h
1
1
= lim 2
= 2
h0 x + xh
x
= lim
= lim
Portanto,
1
1
= f 0 (x) = 2
x
x
A reta tangente passando por P = (2, 1/2) tem coeciente angular a =
1
22 = 41 .
Lembrando que se duas retas no-verticais so ortogonais e tm coecientes
angulares iguais a m e m0 ento m m0 = 1, obtemos o coeciente angular
da reta normal:
1
m
= 1 = m = 4
4
f (x) =
Assim, a reta normal ao grco da funo no ponto (2, 1/2) uma reta
de equao y = 4x + b. Substituido as coordenadas do ponto P = (2, 1/2),
obtemos o valor do coeciente linear b = 15
.
2
A equao da reta normal y = 4x
reta tangente em P
15
.
2
y = 4x
15
2
15
2
normal ao grco de y =
18
1
x
Derivadas
9.4
Continuidade e derivabilidade
|0 + h| |0|
|h|
= lim
h0
h0 h
h
lim
|h|
=
h
h
=1
h
h
= 1
h
19
se
se
h>0
h<0
Unidade 9
Unidade 9
Continuidade e derivabilidade
Conclui-se que os limites laterais existem, mas tm valores direntes:
lim+
h0
|h|
=1
h
lim
h0
|h|
= 1
h
Teorema 11
Demonstrao
f (x0 + h) f (x0 )
h .
h
f (x0 + h) f (x0 ) =
Passando ao limite quando h 0:
f (x0 + h) f (x0 )
lim h
h0
h0
h
h0
Mas
f (x0 + h) f (x0 )
= f 0 (x0 ) e
h0
h
lim
lim h = 0
h0
Logo
h0
20
Derivadas
9.5
O surgimento do clculo diferencial e integral foi palco de uma grande controvrsia sobre a paternidade da descoberta. A discusso envolveu dois grandes
gnios: Isaac Newton (16421727) e Gottfried Leibniz (16421716).
Atualmente considera-se que os dois matemticos descobriram o clculo de
forma independente e, assim, o crdito dado a ambos. No entanto, poca
o debate de quem merecia o reconhecimento foi acalorado, com defensores
aguerridos de ambos os lados.
importante observar tambm que uma descoberta matemtica importante
no aparece do nada. o resultado do trabalho de muitas pessoas ao longo
de sculos. Newton reconheceu este fato por meio de sua famosa frase "Se vi
mais longe foi por estar de p sobre ombros de gigantes." 1
Newton e Leibniz tiveram abordagens diferentes do Clculo e tomaram caminhos distintos em suas descobertas. Newton tentava resolver problemas na
Fsica e seguiu um caminho mais prtico voltado soluo destes problemas.
Leibiniz era um lsofo e tomou um caminho mais abstrato.
dy
Foi Leibniz que criou a notao dx
para a derivada de y em relao a x.
Ele imaginava um "tringulo innitesimal"formado pelo incremento x e o
y
incremento correspondente y . A razo x
se aproxima do coeciente angular
da tangente quando x 0. Leibiniz via este limite como a diviso de duas
quantidades "innitesimais".
Newton descobriu os fundamentos do Clculo diferencial e integral muitos
anos antes de Leibniz, mas publicou seus trabalhos mais tarde. Newton chamou
o clculo de "mtodos de uxes". Usando diferenciao, Newton produziu
mtodos que resolviam problemas do clculo da rea, tangentes, comprimento
de curvas e mximos e mnimos de funes.
Newton tambm percebeu o fato crucial de que a integrao de uma funo a operao inversa da diferenciao, o que hoje chamado Teorema
Fundamental do Clculo.
21
Unidade 9
Unidade 9
Sabendo-se que a altura da bola de vlei na Seo 9.1 dada aproximadamente por s = 2 + 22t 5t2 , onde s a altura em metros e t o tempo
em segundos desde que lanada, faa o que se pede:
(a) calcule a velocidade mdia para um intervalo de 0, 1 seg. em t = 1,
t = 2 e t = 3.
(b) Esboce um grco e verique que a velocidade varia linearmente
com o tempo.
(c) Derivando a funo s = s(t), encontre a expresso da derivada
e verique que corresponde aproximadamente ao grco
v = ds
dt
obtido no item 2.
(d) Calcule o instante em que a bola atinge o ponto de altura mxima.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
1
x
passando
22
Derivadas
9.
10.
11.
12.
13.
14.
1
x
se
2x 3
2
f (x) =
a x + b x + c se
2x + 1
se
x 2,
2 < x < 0,
x 0.
23
Unidade 9
10
Clculo de derivadas
Sumrio
10.1 Derivada da soma
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . .
10.5 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
10
. . . . . . .
11
10.7 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
14
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
15
10.9 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
20
10.10Textos Complementares . . . . . . . . . . . . . . . .
21
Unidade 10
Derivada da soma
Na Unidade 9 vimos a denio de derivada
f (x + h) f (x)
h0
h
f 0 (x) = lim
f 0 (x) = 0
f (x) = ax + b, a, b constantes
f 0 (x) = a
f (x) = x2
1
f (x) =
x
f (x) = x
f 0 (x) = 2x
=
=
1
x2
1
f 0 (x) =
2 x
f 0 (x) =
A lista pode ser bastante ampliada, mas o clculo direto a partir do limite ca
progressivamente mais difcil quando tentamos encontrar a derivada de funes
menos simples do que as listadas acima.
Nesta unidade, estudaremos de forma sistemtica as derivadas de funes
como potncia, polinomiais e trigonomtricas. Estudaremos tambm regras
gerais para obter a derivada da soma, produto e quociente de duas ou mais
funes. Por m, estudaremos a regra da cadeia, que permite encontrar a
derivada de uma funo que a composio de duas funes. Utilizando a regra
da cadeia, veremos como calcular a derivada de uma funo dada implicitamente
por uma equao e a derivada de uma funo dada como inversa de outra cuja
derivada conhecemos.
10.1
Derivada da soma
Vamos provar que a derivada da soma de duas funes a soma das derivadas das funes.
Sejam f (x) e g(x) duas funes reais. Ento
(f + g)(x + h) (f + g)(x) = f (x + h) + g(x + h) (f (x) + g(x))
= (f (x + h) f (x)) + (g(x + h) g(x))
Clculo de derivadas
Unidade 10
Portanto,
(f + g)(x + h) (f + g)(x)
h0
h
f (x + h) f (x) g(x + h) g(x)
+
= lim
h0
h
h
f (x + h) f (x)
g(x + h) g(x)
= lim
+ lim
h0
h0
h
h
0
0
= f (x) + g (x) ,
Proposio 1
Exemplo 2
Derivada da soma
0
0
1
1
1
0
(f + g) = 2x + 1 +
= (2x + 1) +
=2 2
x
x
x
0
x + x1 .
Exemplo 3
Unidade 10
Derivada do produto
0
x derivvel para todo x > 0 e ( x) = 21 x .
0
A funo x1 derivvel para todo x R e x1 = x12 .
0
1
1
1
1
2
2 0
x + x+
= x +
x +
= 2x + 2
x
x
2 x x
A funo
10.2
Derivada do produto
Unidade 10
Clculo de derivadas
Proposio 4
Derivada do produto
Exemplo 5
i) f (x) = 2x2 + 3x + 1 =
0
0
f 0 (x) = (2x2 ) +(3x)0 +(1)0 = 2. (x2 ) +3 (x)0 +0 = 22x+31 = 4x+3 .
ii) f (x) = x x =
f 0 (x) = (x)0 x + x ( x) = 1 x + x
2 x
x+
2 x
3 x
2
10.3
Derivada do quociente
Unidade 10
Derivada do quociente
Para comear, se g derivvel em x0 , ento contnua em x0 . Se g(x0 ) 6= 0
ento h um intervalo aberto J com x0 J tal que g(x) 6= 0 para todo x J ,
ou seja, a funo fg est denida em J . Para x, x + h J , temos que:
f
g
(x + h)
f
g
(x)
f (x+h)
g(x+h)
f (x)
g(x)
=
h
h
1
f (x + h)
g(x + h)
=
g(x) f (x)
g(x)g(x + h)
h
h
f (x + h)
f (x)g(x) f (x)g(x)
g(x + h)
1
g(x)
+
f (x)
=
g(x)g(x + h)
h
h
h
h
1
f (x + h) f (x)
g(x + h) g(x)
=
g(x) f (x)
g(x)g(x + h)
h
h
f
g
(x + h)
f
g
(x)
h
1
f (x + h) f (x)
g(x + h) g(x)
=
lim
g(x) lim f (x)
h0
limh0 g(x)g(x + h) h0
h
h
f (x + h) f (x)
g(x + h) g(x)
1
g(x) lim
f (x) lim
=
h0
h0
g(x) limh0 g(x + h)
h
h
h0
Clculo de derivadas
Unidade 10
Proposio 6
Derivada do quociente
0
f
f 0 (x0 )g(x0 ) f (x0 )g 0 (x0 )
(x0 ) =
g
g 2 (x0 )
Exemplos:
f (x) =
1
(1)0 .x 1.(x)0
0.x 1.1
1
= f 0 (x) =
=
=
x
x2
x2
x2
x+a
,para x 6= a =
xa
(x + a)0 (x a) (x + a)(x a)0
(x a) (x + a)
2a
f 0 (x) =
=
=
2
2
(x a)
(x a)
(x a)2
f (x) =
10.4
f
g
Derivada da potncia
Proposio 7
Derivada da potncia
Unidade 10
Demonstrao
Derivada da potncia
Se n = 0 o resultado se segue imediatamente, pois x0 = 1, cuja derivada
0.
Provaremos o caso n > 0 por induo. Vale para n = 1, pois
f (x) = x1 = x = f 0 (x) = 1 = 1 x11 .
1
xm
Exemplo 8
Exemplo 9
Unidade 10
Clculo de derivadas
x2
.
x4 +1
Exemplo 10
Unidade 10
Exerccios
10.5
Exerccios
3x3
5.
2.
2x2 + x
6.
3.
2x3
7.
x3/2 =
8.
x2 +1
x1
x
4.
13.
14.
15.
16.
17.
(x2 + 3)(x + 1)
9.
x(x a)
10.
x3 +2x2
x2 +1
x+2
x2
11.
12.
x+a
xa
x5/2
1
.
x2 1
Encontre a derivada no
Seja f uma funo derivvel. Se f 0 derivvel, ento sua derivada chamada derivada segunda de f e denotada f 00 . Se f 00 tambm derivvel, sua
derivada chamada derivada terceira de f e denotada f 000 . Se f n-vezes
derivvel, a n-sima derivada denotada f (n) (x).
18.
19.
Demonstre que
(f g)00 = f 00 g + 2f 0 g 0 + f g 00 .
20.
Demonstre que
(f gh)0 = f 0 gh + f g 0 h + f gh0 .
10
Clculo de derivadas
10.6
x0
sen x
=1.
x
f 0 (x) = lim
h0
= cos x .
Conclumos assim:
11
Unidade 10
Unidade 10
Proposio 11
Derivada do seno
Exemplo 12
y = sen x
y = x +
b
12
Clculo de derivadas
Unidade 10
quando h 0, temos:
cos(x + h) cos x
h0
h
sen h
cos h 1
sen x lim
= cos x lim
h0
h0
h
h
= 0 cos x 1 sen x
f 0 (x) = lim
= sen x
Portanto,
Se f (x) = cos x ento f 0 (x) = sen x.
Proposio 13
Exemplo 14
( 4 , 22 ).
Derivada do cosseno
( 4 , 22 ) temos:
2
2
2
=
. + b = b =
1+
2
2 4
2
4
Assim, a equao da reta y = 22 x + 22 1 + 4 .
(tan x)0 =
sen x 0
13
Exemplo 15
Unidade 10
Exerccios
10.7
Exerccios
sec x
3.
cotan x
5.
x2 cos x + x
2.
cosec x
4.
x sen x
6.
sen 2x
7.
8.
9.
10.
11.
12.
14
Clculo de derivadas
10.8
Unidade 10
Regra da cadeia
f (g(x))
z}|{ f z }| {
g
x x2 sen x2
g(x)
z
}| { f z }| {
g
100
2
x x + 1 x2 + 1
100
Embora (x2 + 1) seja uma funo polinomial, que sabemos derivar, calcular esta potncia muito trabalhoso, enquanto as duas funes envolvidas na
composio tm derivadas muito simples.
Vamos agora demonstrar a regra da cadeia.
Sejam f e g funes reais tais que a imagem de g est contida no domnio
de f . Se g derivvel em x0 e f derivvel em g(x0 ) ento f g derivvel
em x0 e
(f g)0 (x0 ) = f 0 (g(x0 )) g 0 (x0 )
15
Teorema 16
Regra da cadeia
Unidade 10
Demonstrao
Regra da cadeia
Queremos calcular
(f g)(x0 + h) (f g)(x0 )
.
h0
h
Aqui imporemos uma condio restritiva que simplica bastante a demonstrao. A condio a seguinte: existe um intervalo no trivial I , com 0 I tal
que g(x0 + h) g(x0 ) 6= 0 para todo h I, h 6= 0. Neste caso, podemos dividir
a expresso acima por g(x0 + h) g(x0 ) e passar o limite quando h 0:
(f g)(x0 + h) (f g)(x0 ) g(x0 + h) g(x0 )
.
,
h0
g(x0 + h) g(x0 )
h
lim
ento u 0 quando h 0 e
g(x0 )+u
z }| {
f (g(x0 + h)) f (g(x0 ))
(f g)(x0 + h) (f g)(x0 )
= lim
lim
h0
h0
g(x0 + h) g(x0 )
g(x0 + h) g(x0 )
|
{z
}
u
f (g(x0 ) + u) f (g(x0 ))
= lim
u0
u
= f 0 (g(x0 )) .
16
Clculo de derivadas
Unidade 10
que faremos, exceto quando g for uma funo constante. Neste caso, porm,
o resultado vale trivialmente pois g e f g so constantes, logo tm derivada
nula.
Vamos aplicar a regra da cadeia aos dois exemplos com os quais comeamos
esta discusso:
Exemplo 17
100
100
Exemplo 18
x2 + 1 .
Exemplo 19
x2
+1
0
0
1
2x
x
= f 0 (g(x)).g 0 (x) =
x2 + 1 =
=
.
2
2
2
2 x +1
2 x +1
x +1
17
Exemplo 20
Unidade 10
Regra da cadeia
Alguns casos particulares:
2
h(x) = x3 + x = h0 (x) = 2(x3 + x)(x3 + x)0 = 2(x3 + x)(3x2 + 1)
h(x) = sen 3 x = h0 (x) = 3 sen 2 x( sen x)0 = 3 sen 2 x cos x
0
2 sec2 x
1
0
0
2
3
=
h
(x)
=
tan
x
=
(2).
tan
x
(tan
x)
=
h(x) =
tan2 x
tan3 x
Exemplo 21
Exemplo 22
0
18
0
Clculo de derivadas
Unidade 10
Ainda falta derivar z(x) = cos(x2 + 1). Usando a regra da cadeia mais uma
vez:
0
z 0 (x) = cos(x2 + 1) = sen (x2 + 1).(x2 + 1)0 = 2x sen (x2 + 1) .
Substitutindo na ltima expresso de h0 (x) obtemos nalmente
h0 (x) = 2 sen (cos(x2 + 1)) cos(cos(x2 + 1)). cos(x2 + 1)
0
Tivemos que usar a regra da cadeia trs vezes para resolver o problema.
Exemplo 23
Derivada da funo
(
f (x) =
x2 sen x1 se x 6= 0
0 se x 6= 0
em x = 0.
Calculando diretamente o limite em x = 0 e usando o Teorema do Anulamento, obtemos:
1
2
h
sen
1
f
(0
+
h)
f
(0)
0
h
= lim
= lim h sen
f (0) = lim
=0
h0
h0
h0
h
h
h
Logo f derivvel em x = 0 e f 0 (0) = 0. No entanto, para x 6= 0, usando a
regra do produto e a regra da cadeia, obtemos:
1
1
1
1
1
0
2
f (x) = 2x sen
+ x cos
cos
=
2x
sen
x
x
x2
x
x
No existe o limite limx0 f 0 (x). Portanto, f derivvel em todo ponto, mas
sua derivada no contnua em x = 0.
Para concluir a seo, uma palavra sobre notao. Seja y = f g(x).
Utilizando a notao de Leibniz e chamando u = g(x), a regra da cadeia
y 0 (x) = f 0 (g(x))g 0 (x) assume a seguinte forma:
dy
dy du
=
.
dx
du dx
que uma maneira muito elegante e intuitiva de escrever a regra da cadeia. No
entanto, as derivadas no podem ser tratadas como fraes, apenas como uma
notao conveniente.
19
Unidade 10
Exerccios
10.9
Exerccios
2.
f (x) = x4 + 1
3.
f (x) =
1.
1
x2 1
x+1
x1
4.
f (x) =
5.
f (x) = sen 2 x
6.
7.
8.
9.
10.
15.
16.
17.
18.
1
,
1+u
u = x2 + 1
3
y = u + u1 , u = x2 + 1
y=
13.
14.
y = sen 2 u, u = cos x
y = 1 u2 , u = sen x
20
Clculo de derivadas
10.10
Unidade 10
Textos Complementares
f
usando a derivada do produto
g
encontrar a frmula da derivada de fg usando
Obter a derivada de
a frmula
f 0 g0h
g
Substituindo h = f /g , obtemos:
0
f
f 0g f g0
f 0 g 0 (f /g)
=
=
g
g
g2
O problema com esta abordagem que s podemos garantir que a derivada
do produto exista se as funes envolvidas forem derivveis, isto , estamos
supondo implicitamente que fg derivvel.
A demonstrao que zemos prova que fg derivvel nos pontos em que
denida, caso f e g sejam derivveis.
21
Unidade 10
Textos Complementares
Podemos demonstrar a frmula da derivada da potncia para expoente inteiro positivo usando a frmula do binmio de Newton, ao invs de induo.
Seja f (x) = xn com n inteiro positivo. Para calcular o limite
(x + h)n xn
f (x + h) f (x)
= lim
h0
h0
h
h
f 0 (x) = lim
f 0 (x) = lim
22
11
Derivao implcita e
taxas relacionadas
Sumrio
11.1 Derivao implcita
. . . . . . . . . . . . . . . . . .
11.2 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11.4 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
13
. . . . . . . . . . . . . . . . . .
15
11.6 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
17
18
Unidade 11
Derivao implcita
11.1
Derivao implcita
y 2 = 4 x2 = y = 4 x2
H, portanto, duas possibilidades de funes, as duas com domnio x (2, 2):
y = f1 (x) = 4 x2 ou y = f2 (x) = 4 x2
A derivada em cada caso :
1
x
x
1
=
f10 (x) = (4 x2 ) 2 (2x) =
2
2
f1 (x)
4x
1
x
x
x
1
=
=
f20 (x) = (4 x2 ) 2 (2x) =
2
2
2
f2 (x)
4x
4x
Logo, nos dois casos,
x
dy
= .
dx
y
Por outro lado, admitindo a existncia de uma funo y = f (x) derivvel
que satisfaa a relao x2 + y 2 = 4, podemos derivar diretamente a relao:
x2 + y 2 = 4
dy
=0
2x + 2y.
dx
dy
x
=
dx
y
Encontramos o mesmo resutado que antes, mas sem a necessidade de explicitar a denio da funo. Observe o uso da regra da cadeia, quando fazemos
dy
dy 2
= 2y
.
dx
dx
Unidade 11
Exemplo 1
Derivando y 3 xy = 1 obtemos:
dy
dy
(1.y + x. ) = 0
dx
dx
dy
dy
y x.
=0
3y 2
dx
dx
dy
3y 2 x = y
dx
dy
y
= 2
dx
3y x
3y 2
Portanto,
y
dy
= 2
a derivada de f (x) para os pontos onde 3y 2 x 6= 0.
dx
3y x
Exemplo 2
Unidade 11
Derivao implcita
Portanto,
Exemplo 3
Exerccios
dy
para a funo derivvel y = f (x) que satisfaz cada
Encontre a derivada dx
uma das seguintes equaes:
1.
xy + y 2 = 1
2.
y 3 + xy 2 + y = 3
3.
x2 y 2 = 1
4.
1
x
5.
1
y
=1
Seja y = f (x) uma funo derivvel que satisfaz cada uma das equaes abaixo.
Ache a equao da reta tangente ao grco de f no ponto P indicado.
7.
x2 + xy + y 2 = 7, P = (1, 2)
8.
x3 + 2xy + y 2 = 4, P = (1, 1)
9.
sen (xy) =
10.
2
x,
2
P = (1, 4 )
x2
2
y2
8
= 1 passando pelo
Unidade 11
Unidade 11
11.3
t0
s
ds
=
t
dt
Definio 4
Taxa de variao
dv
.
dt
Em algumas aplicaes do clculo, temos duas ou mais grandezas relacionadas entre si e devemos calcular a taxa de variao das grandezas. Como
as grandezas esto relacionadas, usando derivao implcita ou, algumas vezes,
regra da cadeia, podemos calcular a taxa de variao de uma delas em funo da(s) outra(s). Tais problemas so conhecidos como problemas de taxas
relacionadas.
Vejamos alguns exemplos de problemas de taxas relacionadas.
Exemplo 5
Unidade 11
A = l2
es ada
5
y
Figura 11.2:
As grandezas x e y esto relacionadas pelo teorma de Pitagras x2 +y 2 = 25.
Exemplo 6
Unidade 11
(11.1)
. Temos dx
= 6 cm/s e
Basta, agora, substituir os valores para obter dy
dt
dt
x = 3 m = 300 cm. Como x2 + y 2 = 25, ento 9 + y 2 = 25 = y = 4 m =
400 cm. Resulta em
400
dy
dx
dy
= 300
= 300 6 = 1800 =
= 4,5 cm/s
dt
dt
dt
O resultado negativo indica que y diminui, ou seja, a escada cai. Observe que
tivemos que converter os comprimentos dados em metros para centmetros pois
a taxa de variao de x estava dada em cm/s.
Portanto, a velocidade de queda do topo da escada quando x = 3 m
4, 5 cm/s.
Voltemos agora equao 11.1. Podemos escrever a equao como
dy
x dx
=
dt
y dt
Exemplo 7
Unidade 11
gua
4
20
h
Observe que dV
a taxa de aumento do volume, ou seja, o uxo de gua que
dt
entra, que 2 m3 /min. Portanto, quanto h = 5, temos
dh
25
2
=
2 = m/min 0, 64 m/min.
dt
25
Exemplo 8
dr
dt
= 4 e
dh
dt
= 5, obtemos:
dV
= 2 6 8 (4) + 62 5 = (384 + 180) = 204
dt
Portanto, o volume do cilindro diminui a uma taxa de 204 cm3 /min 640.56 cm3 /min.
Unidade 11
4 m/s
4 m/s
5 m/s
Exemplo 9
dx
, logo
dt
d
(1 + t + t3 ) = 1 + 3t2 m/s .
dt
A acelerao dada por
v=
a=
Exemplo 10
dv
d
= (1 + 3t2 ) = 6t m/s2 .
dt
dt
t se 0 t < 2
x(t) =
2 se 2 t < 4
6 t se 4 t 6
Determine a velocidade do objeto. Faa um grco.
10
Unidade 11
A funo x = x(t) derivvel em todo o intervalo (0, 6), exceto nos ponto
t = 2 e t = 4, j que nestes pontos as tangentes curva direita e esquerda
no coincidem. Excluindo estes pontos, temos as derivadas:
1 se 0 < t < 2
0
x (t) =
0 se 2 < t < 4
1 se 4 < t < 6
Portanto, o objeto saiu de x = 0 em t = 0, se deslocou com velocidade
constante igual a 1 at chegar em x = 2 em t = 2; cou parado entre t = 2 e
t = 4 e, a partir de t = 4, voltou para a origem com velocidade constante igual
a 1. Compare os grcos de x(t) e x0 (t) a seguir:
x(t)
3
2
2
b
6t
1
b
x (t)
2
1
bc
1
bc
bc
0
3
bc
4
bc
1
bc
11
Exemplo 11
Unidade 11
y
x
60 km/h
Neste mesmo instante, o carro b ter se deslocado por 3 horas aps passar
pelo cruzamento, logo a distncia de B at O
x = vB t = 60 3 = 180 km.
12
2.
3.
4.
Exerccios
Avio
6 km
Cmera
b
5.
13
Unidade 11
Unidade 11
Exerccios
6.
7.
8.
A
b
2, 5 m
1, 5 m
b
14
Aproximao linear
f (x0 + h)
b
f (x0 )
x0 x0 + h
h0
f (x0 + h) f (x0 )
= f 0 (x0 ) .
h
Se
R = R(h) =
f (x0 + h) f (x0 )
f 0 (x0 )
h
ento
f (x0 + h) f (x0 ) = (f 0 (x0 ) + R(h)) h = f 0 (x0 )h + R(h)h
(11.2)
e como f derivvel em x0 :
f (x0 + h) f (x0 )
f 0 (x0 ) = f 0 (x0 ) f 0 (x0 ) = 0
h0
h
h0
15
Unidade 11
Unidade 11
Aproximao linear
Desprezando o termo R(h)h na equao 11.2, obtemos
f (x0 + h) f (x0 ) f 0 (x0 )h
Exemplo 12
.
2 x
Tomando x0 = 100 e
1
102 100 +
2 = 10,1
2 100
O valor correto at a 4a casa decimal 10,0995, o que mostra que a aproximao est correta at a 3a casa decimal.
Exemplo 13
1
3
x = f 0 (x) = x2/3 .
3
Assim,
f (65) f (64) + f 0 (64) 1 =
Exemplo 14
1
1
64 + 642/3 = 4 +
= 4.021
3
48
16
2.
Exerccios
h
x2 + h x +
.
2x
3.
4.
5.
3
x3 + h.
Mostre que aplicando uma na camada de tinta de espessura h superfcie de uma esfera de superfcie S , o volume da esfera aumenta de
aproximadamente S h.
17
Unidade 11
Unidade 11
Textos Complementares
11.7
Textos Complementares
Teorema 15
Teorema da funo
Seja (x0 , y0 ) R2 um ponto de seu domnio. Suponha que F satisfaa as duas
implcita
condies a seguir:
F (x0 , y0 ) = z0
F
(x0 , y0 ) 6= 0
y
f (x0 ) =
F
(x0 , y0 )
x
F
(x0 , y0 )
y
O smbolo F
, chamado derivada parcial de F em relao a y , a derivada
y
da expresso na varivel y , ou seja, ao derivarmos a funo de duas variveis
18
F
= 3y 2 x .
y
y
y
=
3y 2 x
3y 2 x
F
y
6= 0 fornece:
(y 3 3x2 y + x3 )
= 3y 2 3x2 6= 0 = y 2 x2 6= 0 = y 6= x
y
dy
condio esta que apareceu naturalmente na expresso de dx
encontrada. Alm
disso,
F
6xy + 3x2
2xy x2
x
f 0 (x) = F
=
=
3y 2 3x2
y 2 x2
y
19
Unidade 11
12
A derivada da funo
inversa
Sumrio
12.1 Derivada da funo inversa . . . . . . . . . . . . . .
10
12.3 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
17
18
Unidade 12
Definio 1
Unidade 12
f
I
f (x)
x
b
f (I)
x = g (f (x))
g = f 1
Exemplo 2
y = x2 = x = y .
y , pois
f (g(y)) = f ( y) = ( y)2 = y .
por g(y) = 3 y .
Exemplo 3
Unidade 12
f (a)
f (a)
b
Exemplo 4
1
1
= xy = 1 = x = .
x
y
1
x
sua prpria
Unidade 12
for constante.
Vamos agora atacar a seguinte questo: como garantir que uma funo
f : I R seja invertvel? Em outras palavras, que condies so sucientes
para garantir a invertibilidade de f ?
Observe novamente os grcos nas guras 12.1 e 12.2. Na primeira, a
funo no invertvel porque no injetora: existem x1 , x2 I , x1 6= x2
tal que f (x1 ) = f (x2 ). Por outro lado, no grco da direita, como a funo
crescente, se x1 < x2 (respectivamente, x2 < x1 ) ento f (x1 ) < f (x2 )
(respectivamente, f (x2 ) < f (x1 )), o que garante injetividade.
O argumento acima mostra que, de maneira geral, toda funo crescente
f : I R injetora. Um argumento anlogo mostra que o mesmo vale para
funes f : I R decrescentes.
O prximo teorema mostra que a condio de que a funo contnua f : I
R seja crescente ou decrescente suciente para garantir que tenha inversa.
Mostra tambm que, neste caso, sua inversa uma funo contnua.
Sejam I um intervalo no trivial e f : I R uma funo contnua crescente
(respectivamente, decrescente). Ento:
Teorema 5
Exemplo 6
Unidade 12
xy 2x = y + 1
y+1
x=
y2
Portanto, f 1 (y) =
de f 1 (em verde).
y+1
,
y2
g(y) =
y+1
y2
y=x
f (x) =
2x+1
x1
2x+1
x1
y+1
y2
Observe que no exemplo anterior a funo no estava denida em um intervalo I , mas sim na unio de dois intervalos: (, 1) (1, ) = R \ {1}.
No difcil mostrar que o Teorema 5 vale para funes denidas sobre unies
de intervalos.
Iremos agora estudar a questo da derivabilidade da funo inversa de uma
funo derivvel f . O prximo teorema estabelece condies sucientes para
garantir a derivabilidade da funo inversa de uma funo derivvel f .
Unidade 12
Teorema 7
Teorema da funo
inversa
f (x) =
2x + 1
x1
0
=
2x+1
x1
do exemplo 6. A derivada de f :
Exemplo 8
2 (x 1) (2x + 1) 1
3
=
.
2
(x 1)
(x 1)2
y+1
Vimos que a funo inversa a funo g(y) = y2
, denida em R \ {2}, cuja
derivada :
0
y+1
3
1 (y 2) (y + 1) 1
0
g (y) =
=
.
=
2
y2
(y 2)
(y 2)2
Substituindo y =
2x+1
,
x1
g 0 (y) =
obtemos:
3
2x+1
x1
2 =
2
3
9
(x1)2
1
3
(x1)2
1
f 0 (x)
Exemplo 9
Unidade 12
( y)0 = g 0 (y) =
1
f 0 (x)
1
1
= .
2x
2 y
Vamos agora usar o teorema da funo inversa para provar algo novo: a
derivada da funo potncia xn para expoentes fracionrios.
Exemplo 10
Portanto, g(x) =
Exemplo 11
1
f 0 (x)
1
=
nxn1
1
n
1 n1
1
1 1 1
n1 = y n = y n .
n
n
x ento g 0 (x) = n1 x1 n .
1
f (x) = x2 + 2
2.
f (x) = x3
3.
f (x) =
4.
f (x) =
5.
f (x) =
6.
f (x) =
1
x
1
x2
7. f (x) =
x 1, denida em I = (1, ), x0 = 2.
8.
f (x) =
1
,
x1
denida em I = (1, ), x0 = 2.
y = 2, f (1) = 2 e f 0 (1) = 3.
y = 21 , f 6 = 12 e f 0 6 =
3
.
2
Unidade 12
Unidade 12
1
2
Figura 12.6: Grco de sen : 2 , 2 [1, 1]
A funo sen : 2 , 2 [1, 1] possui inversa, chamada funo arco
seno arcsen : [1, 1] 2 , 2 , denida por
y = arcsen x x = sen y .
Proposio 12
10
1
.
1 x2
Unidade 12
f (x) = arcsen x
1
Figura 12.7: Grco de arcsen : [1, 1] 2 , 2
Seja f (x) = sen : 2 , 2 [1, 1]. Podemos observar na Figura 12.6
que f (x) = sen x crescente no intervalo 2 , 2 .
Pelo Teorema da funo inversa, f 1 derivvel em (1, 1) e
0
f 1 (y) =
1
f 0 (x)
Demonstrao
1
.
cos x
0
1
f 1 (y) = p
.
1 y2
11
Exemplo 13
Unidade 12
f (x) = arccos x
12
Seja f (x) = cos : [0, ] [1, 1]. Como podemos observar no grco da
gura 12.8, f decrescente em (0, ). Logo, pelo Teorema da funo inversa,
f 1 derivvel em (1, 1) e
0
f 1 (y) =
1
f 0 (x)
Unidade 12
Proposio 14
Derivada do arco
cosseno
Demonstrao
1
.
sen x
Portanto,
1 cos2 x =
p
1 y2 .
0
1
f 1 (y) = p
.
1 y2
Estude a derivabilidade da funo f (x) = arccos 1
.
Para comear, devemos determinar o domnio de f . Como o domnio do
2
arccos [1, 1] ento a imagem da funo 1 x4 deve estar contido em [1, 1].
2
Mas o grco de g(x) = 1 x4 uma parbola com concavidade para baixo
2
e vrtice no ponto (0, 1). Como 1 x4 = 1 = x = 2 2, ento
2
x [2 2, 2 2] = g(x) = 1 x4 [1, 1]. Veja o grco da gura a
seguir.
1
2 2
b
x2
4
g(x) = 1 x2 /4
2 2
b
13
Exemplo 15
Unidade 12
2
Considerando a funo f (x) = arccos 1 x4
com domnio em
[2 2, 2 2], ento f = hg para h(x) = arccos(x) e g(x) = g(x) = 1x2 /4.
Segue, pela regra da cadeia, que f derivvel em (2 2, 2 2) e
x
x
( ) = q
2 2
2
1 g(x)2
2 1 1 x4
2x
x
x
=
.
= q
= |x|
2
2
x4
x2
|x|
8
x
2
8
x
2
4
1
16
Z,
k
mpar
. Sua imagem todo o conjunto R. Se restringir2
mos o domnio da funo tangente ao intervalo 2 , 2 , obtemos a funo
bijetora tan : 2 , 2 R que contnua e crescente em todo seu domnio.
f (x) = tan x
Figura 12.10: Grco de tan : 2 , 2 R
A funo tan : 2 , 2 R possui inversa, chamada funo arco tangente
arctan : R 2 , 2 , denida por
y = arctan x x = tan y .
14
Unidade 12
f (x) = arctan x
Usaremos agora o teorema da funo inversa para estabelecer a derivabilidade da funo arco tangente.
A funo arco tangente arctan : R 2 , 2 derivvel em R e sua
derivada
1
.
(arctan)0 (x) =
1 + x2
Proposio 16
Seja f (x) = tan : 2 , 2 R. Como podemos observar no grco da
gura 12.10, f crescente no intervalo 2 , 2 . Logo, pelo Teorema da funo
inversa, f 1 derivvel em R e
Demonstrao
0
f 1 (y) =
1
f 0 (x)
1
1
cos2 x
Portanto,
= cos2 x .
1
,
cos2 x
segue que
1
1
=
.
2
1 + tan x
1 + y2
0
f 1 (y) =
1
.
1 + y2
15
Derivada do arco
tangente
Unidade 12
Exemplo 17
Encontre a derivada de f (x) = arctan x+1
para x R \ {1}.
x1
Como o domnio de h(x) = arctan x R, no temos que nos preocupar
x+1
. Ento, para x 6= 1, temos
com a imagem de g(x) = x1
!
0
1
x+1
0
0
0
f (x) = h (g(x)) g (x) =
2
x1
1 + x+1
x1
(x 1)
1
2
2
= 2
.
= 2
2
2
2
(x 1) + (x + 1) (x 1)
2x + 2
x +1
Como a funo inversa de uma funo f representada por f 1 , alguns autores utilizam a notao sen 1 x para a funo arcsen x, cos1 x para arccos x
e tan1 x arctan x. importante car atento porque assim a notao ca
confusa. Repare: sen 2 x = ( sen x)2 , mas sen 1 x a inversa de sen x e no
( sen x)1 = sen1 x .
As escolhas que zemos para os domnios de arcsen x, arccos x e arctan x
so as escolhas usuais, mas no so nicas. Por exemplo, para a funo arcsen x
qualquer intervalo I tal que sen : I [1, 1] bijetora seria uma escolha to
legtima quanto a escolha I = 2 , 2 . Assim, o intervalo I = 2 , 3
seria
2
to bom quanto.
Encerramos aqui esta unidade. O estudo da derivabilidade das funes arco
secante, arco cossecante e arco cotangente ser deixado como exerccio.
16
Exerccios
2.
3.
arcsen x
4.
arccos x =
5.
arccosec x =
arctan x
6.
arccosec x =
arcsec x
7.
8.
arccos(x) = arccos x
9.
arctan(x) = arctan x
10.
arccos(1/x) = arcsec x
11.
12.
arctan(1/x) = 2 arctan x =
arccotan x, se x > 0
Para cada uma das funes abaixo, determine seu domnio, os pontos onde
derivvel e sua derivada.
1
16. f (x) = arcsen
x
17.
f (x) = arccos(x2 1)
18.
f (x) = arcsen x2 x + 2
arccos x2
f (x) =
x1
19.
20.
17
Unidade 12
Unidade 12
Textos Complementares
12.4
Demonstrao
Textos Complementares
Demonstrao do Teorema 5
18
Portanto,
|f 1 (yn ) f 1 (y)| <
19
Unidade 12
Unidade 12
Demonstrao
Textos Complementares
Demonstrao do Teorema 7
1
f (x+h)f (x)
h
Como f crescente ou decrescente e contnua por ser derivvel, pelo Teorema 5, f 1 contnua, logo
lim h = lim ((x + h) x)) = lim f 1 (y + w) f 1 (y) = 0 .
w0
w0
w0
h0
h0
h0
1
f (x+h)f (x)
h
1
(x)
limh0 f (x+h)f
h
20
1
f 0 (x)
1
f 0 (x)
13
Teorema
do
Valor
Mdio
e
aplicaes
Sumrio
13.1 Mximos e mnimos
. . . . . . . . . . . . . . . . . .
12
14
24
Unidade 13
Mximos e mnimos
Uma parte importante das aplicaes do Clculo Diferencial est relacionada
ao problema de encontrar mximos e mnimos de funes. So os chamados
problemas de otimizao e que consistem, de maneira geral, em construir um
modelo matemtico do problema no qual alguma grandeza dada por uma
funo derivvel de uma ou mais variveis e a informao que buscamos consiste
em encontrar o mximo ou mnimo da funo.
Mximos e mnimos de uma funo so, respectivamente, os maiores e
menores valores que a funo assume em seu domnio, so os chamados valores
extremos da funo. Estes so extremos absolutos. No entanto, so tambm
importantes os valores extremos em uma vizinhana de um ponto. So os
chamados extremos locais.
Na prxima seo, estudaremos mximos e mnimos (locais e absolutos) e
veremos como identic-los usando derivadas. Basicamente, pontos de mximo
e mnimo locais possuem derivada nula. Na seo seguinte, usaremos este fato
para provar um dos teoremas mais importantes do Clculo: o Teorema do Valor
Mdio. Este, por sua vez, ser a chave para estudar o comportamento global
de uma funo usando suas derivadas, o que ser feito na prxima unidade.
13.1
Mximos e mnimos
Definio 1
Definio 2
Unidade 13
Exemplo 3
(a)
(b)
4 3 2 1
(c)
Figura 13.1
Observe agora a gura a seguir:
(a, f (a))
b
(b, f (b))
Figura 13.2
Claramente, o grco na gura 13.2 no possui mximo ou mnimo absoluto.
No entanto, f (a) maior que todos os valores f (x) para x prximo de a, ou
Unidade 13
Mximos e mnimos
seja, f (a) um valor mximo em um certo intervalo aberto contendo a. Nesta
situao, dizemos que f (a) valor mximo local de f .
Da mesma forma, f (b) menor que todos os valores f (x) para x prximo
de b. Dizemos que f (b) valor mnimo local de f .
Definio 4
Uma funo tem mximo local (ou mximo relativo) em um ponto c de seu
domnio, se existe intervalo aberto I , tal que c I e f (x) f (c) para todo
x I . Neste caso, dizemos que f (c) valor mximo local de f .
Definio 5
Uma funo tem mnimo local (ou mnimo relativo) em um ponto c de seu
domnio, se existe intervalo aberto I , tal que c I e f (x) f (c) para todo
x I . Neste caso, dizemos que f (c) valor mnimo local de f .
Pontos de mximo local e pontos de mnimo local so chamados extremos
locais (ou extremos relativos).
Exemplo 6
A funo f (x) = x2 tem mnimo local e absoluto em x = 0.
A funo cujo grco est mostrado na gura 13.2 tem mximo local
x = a e mnimo local em x = b. No possui extremos absolutos.
A funo f (x) = x3 no possui nem ponto de mximo nem ponto de
mnimo absolutos. Tambm no possui extremos locais. Ver gura 13.3a.
(
x se x 0
A funo f : R R dada por f (x) =
possui mnimo
x se x < 0
local e absoluto em x = 0. A funo no possui mximos locais ou
absolutos. Ver gura 13.3b.
Os exemplos at aqui mostram que uma funo pode ou no ter mximos
e mnimos absolutos e relativos. A questo chave passa ento a ser a seguinte:
como determinar quando uma funo tem valores extremos e como identiclos.
Ns j conhecemos uma parte da resposta: na Unidade 8, estudamos o
Teorema de Weierstrass para valores extremos que garante que uma funo
Unidade 13
2
1
1
2
1
4
(a)
(b)
Figura 13.3
Exemplo 7
1
b
b
b
d
b
a c
x=c
x=d
x=c
x=b
Figura 13.4
Lembramos que, como visto na Unidade 8, as condies da funo ser contnua e do intervalo ser fechado, no Teorema de Weierstrass, so necessrias.
Relaxando qualquer uma das duas condies, pode no haver valores mximo
ou mnimo absoluto no grco da funo.
O prximo passo descobrir como encontrar os mximos e mnimos relativos
e absolutos de uma funo. Veremos que para funes derivveis, os extremos
Unidade 13
Mximos e mnimos
locais so pontos de derivada nula, embora nem todo ponto de derivada nula
seja extremo local. Portanto, encontrando os pontos onde a derivada se anula,
teremos os candidatos a extremos locais. Outros critrios sero mostrados
para determinar, dentre estes candidatos, quais so de fato mnimos e mximos
locais.
Observe a gura 13.5, onde mostramos um mximo local (gura 13.5a) e
um mnimo local (gura 13.5b) em x = c de uma funo f . Suponha que f
seja derivvel em um intervalo aberto I e c I .
f (c) = 0
x)
f (
0
)>
<0
f
(x
<
b
x)
f(
)
x
f(
>0
f (c) = 0
b
Figura 13.5
No caso de um mximo local, a funo passa de crescente (pela gura, f 0 (x)
positivo) antes de x = c para funo decrescente (pela gura, f 0 (x) negativo)
depois de x = c, passando por f 0 (x) = 0 no ponto x = c.
No caso de um mnimo local, a funo passa de decrescente ( f 0 (x) negativo)
antes de x = c para funo crescente ( f 0 (x) positivo) depois de x = c, passando
por f 0 (x) = 0 no ponto x = c.
O raciocnio anterior nos leva a crer que a funo f tem derivada nula nos
pontos de mximo e de mnimo locais. O prximo teorema mostra que isso
verdade sempre que f seja derivvel no extremo local.
Unidade 13
Teorema 8
Demonstrao
lim
xc
f (x) f (c)
f (x) f (c)
f (x) f (c)
= lim+
= lim
= f 0 (c)
xc
xc
xc
xc
xc
lim
xc
f (x)f (c)
xc
f (x) f (c)
0.
xc
lim+
xc
f (x) f (c)
0.
xc
(13.2)
f (x) f (c)
= f 0 (c) = 0 .
xc
xc
lim
Unidade 13
Mximos e mnimos
x se x 0
dada por f (x) =
possui mnimo local em x = 0, mas no
x se x < 0
derivvel neste ponto ( gura 13.3b).
Este ltimo fato motiva a seguinte denio:
(
Definio 9
2.
3.
Compare os valores assumidos por f nos pontos crticos com f (a) e f (b).
O maior dentre eles ser o mximo absoluto de f em [a, b] e o menor
entre eles ser o mnimo absoluto de f em [a, b].
Unidade 13
Exemplo 10
por
f (x) = x3 + 2x2 4x 2 .
A funo derivvel no intervalo aberto (4, 2). A derivada da funo
f 0 (x) = 3x2 + 4x 4. Os nicos pontos crticos de f so os valores em que
f 0 (x) = 0 = 3x2 + 4x 4 = 0 = x = 2 ou x =
2
.
3
f (2) = 6
f (x) = x3
94
f ( 32 ) = 27
10
15
(4) = 18
b
Figura 13.6
Encontre os valores de mximo e mnimo da funo f : [4, 4] R denida
por
(
f (x) =
1 x se x 0
1 x se x < 0
Exemplo 11
Unidade 13
Mximos e mnimos
A funo derivvel para todo x (4, 4), exceto em x = 0. Para ver que
no derivvel em x = 0, observe que:
f (0 + h) f (0)
1 h
lim
= lim+
=.
h0+
h0
h0
h
O limite acima basta para mostrar que f no derivvel em x = 0, mas
fazendo o limite esquerda de 0 tambm obtemos , o que mostra que a
tangente em x tende a uma reta vertical quando x 0, tanto pela esquerda
quanto pela direita.
Derivando f em (4, 0) (0, 4), obtemos:
1
x = f 0 (x) = .
2 x
1
x (4, 0) = f (x) = 1 x = f 0 (x) =
.
2 x
x (0, 4) = f (x) = 1
f (0) = 1 ,
f (4) = 1 e f (4) = 1 .
f (x) = 1
4
f (x) = 1
2
x
4
b
Figura 13.7
At o momento, sabemos que os pontos de mximo e mnimo local so ponstos crticos. No entanto, dado um ponto crtico, no sabemos ainda determinar
se ponto de mximo local, mnimo local ou nenhum dos dois. Voltaremos a
esta questo futuramente.
10
Exerccios
Esboce o grco de uma funo contnua f denida no intervalo [0, 6] que
tenha as seguintes propriedades:
1.
2.
3.
4.
f (x) = x3 + x2 + 1
6.
f (x) = |2x + 1|
7.
f (x) =
8.
x2/3 (x 1)2
x+1
(x 1)2
f (x) = x2 4x + 3 em [0, 5]
10.
f (x) = x3 3x + 1 em [2, 2]
11.
12.
13.
14.
15.
x
x2 +1
em [0, 3]
11
Unidade 13
Unidade 13
Exemplo 12
40
b
35
vm = 5m/s
30
b
25
v = 5m/s
20
15
10
A
b
Figura 13.8
Observe como o Teorema do Valor Mdio relaciona um aspecto global do
comportamento da funo (a velocidade mdia em todo o percurso) com um
aspecto local (a velocidade instantnea em um ponto).
12
Unidade 13
Figura 13.9
Voltaremos a estes dois exemplos na prxima seo, mas esparamos que
tenham servido no s para comear a entender o Teorema do Valor Mdio
como para despertar sua curiosidade!
Na prxima seo, enunciaremos e provaremos o Teorema de Rolle, que pode
ser visto como uma forma mais restrita do Teorema do Valor Mdio, como um
caso especial em que a funo tem o mesmo valor nos extremos do intervalo
fechado.
Na verdade, provaremos primeiro o Teorema de Rolle e, depois, usaremos
este ltimo para provar o Teorema do Valor Mdio.
13
Exemplo 13
Unidade 13
f (c1 ) = 0
b
b
f (c2 ) = 0
(a)
c1
c2
(b)
Figura 13.10
Teorema de Rolle
Teorema 14
Demonstrao
14
Unidade 13
1
3
1
0
2
2
= x = =
.
f (x) = = 3x 1 = 0 = x =
3
3
3
3
3
Tanto
quanto
esto contidos no intervalo (1, 1). Observe o grco
3
3
da gura 13.11.
Exemplo 15
3
3
3
3
lim f (x) = e
15
lim f (x) = .
Exemplo 16
Unidade 13
f (b)
f (b)
b
b
b
f (a)
b
f (a)
b
c1
(a)
c2
(b)
16
f (b) f (a)
ba
Unidade 13
f 0 (c) =
g(x) = f (x)
f (b) f (a)
x.
ba
f (b) f (a)
bf (a) af (b)
f (b) f (a)
a=
e g(b) = f (b)
b
ba
ba
ba
bf (a) af (b)
=
ba
Logo, g(a) = g(b). Podemos ento aplicar o Teorema de Rolle para g e concluir
que existe um c (a, b) tal que g 0 (c) = 0. Mas
g 0 (x) = f 0 (x)
Logo, g 0 (c) = 0 = f 0 (c) =
do Teorema do Valor Mdio.
Teorema do Valor
Mdio
f (b) f (a)
.
ba
g(a) = f (a)
Teorema 17
f (b) f (a)
.
ba
f (b) f (a)
, o que completa a demonstrao
ba
17
Demonstrao
Unidade 13
Exemplo 18
f (2) f (0)
8
= =4.
20
2
Como f (x) = x3 ento f 0 (x) = 3x2 . Portanto,
2
4
3
= x =
.
f 0 (x) = 3x2 = 4 = x2 =
3
3
2 3
Logo, para c =
(0, 2), temos f 0 (c) igual ao coeciente angular de r.
3
Voltando aos exemplos do incio da seo, no exemplo 12, supondo que a
funo posio s = s(t) seja contnua no intervalo fechado [1, 7] e derivvel no
intervalo aberto (1, 7), ento, pelo Teorema do Valor Mdio, existe pelo menos
um t (1, 7) tal que
f 0 (t) =
s(7) s(1)
40 10
=
=5
71
6
s0 (t ) =
s(T ) s(0)
0
= =0
T 0
T
Como s0 (t) = s00 (t) s01 (t), ento s0 (t ) = 0 = s00 (t ) = s01 (t ), o que diz
que os dois carros, no instante t = t , tm a mesma velocidade.
18
f 0 (c) =
Unidade 13
Exemplo 19
f (2) (2)
f (2) + 2
f (2) f (0)
=
=
.
20
2
2
f (2) + 2
5 = f (2) + 2 10 = f (2) 8 ,
2
o que mostra que o maior valor possvel para f (2) 8.
O exemplo a seguir mostra que a condio de diferenciabilidade necessria
para o Teorema do Valor Mdio . Em outras palavras, se a funo contnua
f : [a, b] R no for derivvel no intervalo aberto (a, b), no se pode garantir
que valha o resultado do teorema.
Considere a funo mdulo f : [1, 1] R, denida por f (x) = |x|. A
funo contnua em [1, 1], mas no derivvel em x = 0.
Para qualquer x (1, 1), x 6= 0 temos
(
x
= f 0 (x) = 1
se x < 0
f (x) = |x| =
.
0
x = f (x) = 1 se x > 0
O que mostra que para todo x (1, 1), x 6= 0, f 0 (x) = 1.
A reta que passa pelos pontos A = (1, 1) e B = (1, 1) tem coeciente
angular 0, o que no igual f 0 (x) para x (1, 1), x 6= 0.
O prximo exemplo mostra que a condio de continuidade nos extremos
do intervalo [a, b] tambm condio necessria para o Teorema. O exemplo
mostra uma funo derivvel (portanto, contnua) em um intervalo aberto (a, b),
mas que no contnua nos extremos do intervalo fechado [a, b] e para a qual
no vale o resultado do teorema.
19
Exemplo 20
A
b
f (x) = |x|
Bb
Unidade 13
Exemplo 21
1
Seja a funo f : [0, 1] R, denida por f (x) = , se x 6= 0 e f (0) = 0.
x
A funo derivvel em (0, 1), mas no contnua em x = 0.
Tomando A = (0, 0) e B = (1, 1) pontos do grco da funo, no h
um c (0, 1) tal que f 0 (c) seja igual inclinao da reta AB . Basta ver
que todas as tangentes em pontos (c, f (c)), c (0, 1) so retas descendentes
(coeciente angular negativo) enquanto a reta AB ascendente (coeciente
angular positivo). Ver gura 13.13.
4
1
x
B
b
A
b
Figura 13.13
Para concluir esta seo, veremos duas consequncias importantes do Teorema do Valor Mdio. A primeira delas que se uma funo tem derivada nula
em todo ponto ento ela uma funo constante.
Proposio 22
Demonstrao
f (x1 ) f (x0 )
.
x 1 x0
Mas f 0 (c) = 0, logo f (x1 ) f (x0 ) = 0 = f (x1 ) = f (x0 ), ou seja, a funo
tem o mesmo valor para quaisquer pontos x0 , x1 (a, b). Resulta que f
constante em (a, b) e, por continuidade, constante em [a, b].
f 0 (c) =
20
Unidade 13
Proposio 23
Demonstrao
Pela Proposio 22, h(x) deve ser constante, isto , existe k R tal que
h(x) = k = f (x) = g(x) + k , para todo x (a, b).
Mostre que a posio e velocidade de um objeto em movimento uniformemente acelerado so dadas pelas equaes:
v = v0 + at
1
s = s0 + v0 t + at2 ,
2
em que a a acelerao, v a velocidade, s a posio, v0 , s0 respectivamente a
velocidade e posio em t = 0.
Um movimento uniformemente acelerado aquele em que a acelerao a
constante. Assim, v 0 (t) = a. Mas a funo f (x) = at tem a mesma derivada
que v , logo difere de v por uma constante, v(t) = at + k . Como v0 = v(0) =
a 0 + k = k , resulta
v(t) = at + v0 .
Com relao posio s(t), temos s0 (t) = v(t) = at+v0 . Mas, comparando
com a funo g(t) = v0 t+ 12 at2 , vemos que g 0 (t) = v0 +at = s0 (t), ou seja, g(t)
e v(t) tm a mesma derivada. Portanto s(t) = g(t) + k , para alguma constante
k . Avaliando em t = 0, obtemos s0 = s(0) = v0 0 + 12 a 02 + k = s0 = k
e, portanto,
1
s(t) = s0 + v0 t + at2 .
2
21
Exemplo 24
Unidade 13
Exerccios
1.
Verique se cada uma das funes abaixo, denidas no intervalo [a, b],
satisfaz as hipteses do Teorema do Valor Mdio. Caso armativo, def (b) f (a)
.
termine um nmero c (a, b) tal que f 0 (c) =
ba
2.
3.
4.
5.
6.
22
7.
8.
9.
Mostre que:
(a) um polinmio de grau 3 tem, no mximo, 3 razes reais.
(b) um polinmio de grau n tem, no mximo, n razes reais.
10.
23
Unidade 13
Unidade 13
Textos Complementares
13.4
Textos Complementares
Michel Rolle
Michel Rolle (16521719) foi um matemtico francs cujos trabalhos versam sobre lgebra, Anlise Diofantina e Geometria. Ficou mais conhecido pelo
"Teorema de Rolle", provado por ele em 1691. Sua obra mais importante
o Trait d'algbre, publicado em 1690. Esta obra contm a primeira descrio
publicada do Mtodo de Eliminao Gaussiana (algoritmo para soluo de equa
es lineares). No tratado, Rolle inventa a notao n x para a raiz nsima
de x, que usada at hoje. interessante notar que somente no sculo XIX o
Teorema que leva seu nome passou a ser chamado assim.
24
14
Traado do grfico de
funes
Sumrio
14.1 O crescimento da funo e a derivada . . . . . . . .
13
22
2b
=0
a)
>
<
b)
f(
f (
Unidade 14
Unidade 14
Proposio 1
f (x + h) f (x)
0.
h
Em ambos os casos,
f (x + h) f (x)
0.
h
f (x + h) f (x)
0. Portanto
h
f (x + h) f (x)
0.
h0
h
f 0 (x) = lim
f (x1 ) f (x0 )
.
x1 x0
Demonstrao
Unidade 14
Exemplo 2
decrescente
crescente
x<1
x>1
f res ente
2
1
1
4 3 2 1
1
2
3
b
para
x < 1 ou x > 1
f 0 (x) < 0
para
1 < x < 1
sinal de f 0
x < 1
1 < x < 1
x>1
crescente
decrescente
crescente
x3
x= .
x 3
lim
Unidade 14
Exemplo 3
1
1
y = x2 1
Unidade 14
A
3
1
b
x3
3
2.
3.
Exemplo 4
12x x + 3 x 2 sinal de f 0
x < 3
3 < x < 0
0<x<2
x>2
+
+
+
+
+
decrescente
crescente
decrescente
crescente
f res ente
de res ente f
res ente
100
50
b
B
1
50
100
150
Unidade 14
Unidade 14
f (x) > 0
b
f (x) < 0
f (x) < 0
f (x) > 0
f (x) < 0
b
b
b
b
f (x) = 0
f (x) > 0
b
f (x) > 0
f (x) = 0
f (x) < 0
b
f (x) = 0
(a)
mnimo local
(b)
mximo local
(c)
Figura 14.5
Vemos que os mximos e mnimos locais acontecem exatamente quando h
mudana de sinal de f 0 (x). Mais precisamente, temos o chamado Teste da
derivada primeira:
Proposio 5
Teste da derivada
ponto crtico de f .
primeira
x
.
x2 +1
A derivada da funo
f 0 (x) =
(x2 + 1) x(2x)
1 x2
=
.
(x2 + 1)2
(x2 + 1)2
Logo,
f 0 (x) = 0 = 1 x2 = 0 = x = 1 .
+
+
+
decrescente
crescente
decrescente
Vemos que:
x = 1 mnimo local pois f 0 passa de negativa para positiva em x = 1.
Unidade 14
Demonstrao
Exemplo 6
Unidade 14
Proposio 7
Teste da derivada 0
f (c) = 0. Se f 00 (c) existe ento:
segunda
Demonstrao
f 00 (c) = lim
= x c < 0 e
c<x<b
= x c > 0 e
f 0 (x)
xc
f 0 (x)
< 0 = f 0 (x) > 0 .
xc
f 0 (x)
< 0 = f 0 (x) < 0 .
xc
Exemplo 8
10
Unidade 14
2
3
b
Como vemos, nos trs casos, x = 0 o nico ponto crtico. fcil ver que
f 00 (0) = g 00 (0) = h00 (0) = 0. No entanto, x = 0 no mnimo nem mximo
local de f , ponto de mnimo local de g e ponto de mximo local de h. Ver
Figura 14.7.
11
Exemplo 9
Unidade 14
f (x) = x3
f (x) = x4
b
b
f (x) = x
(a)
Figura 14.7
O teste da derivada segunda no pode ser aplicado quando f 00 (c) no existe
e, como vimos, inconclusivo quando f 00 (c) = 0. Nestes dois casos devemos
usar o teste da derivada primeira, que pode ser aplicado em qualquer caso.
12
B
b
Ab
Ab
Figura 14.8
Tanto o grco da funo f quanto o grco da funo g so crescentes
entre os pontos A e B , a diferena est na forma da curvatura do grco. O
grco de f entre A e B se situa abaixo da reta que liga A e B , enquanto o
grco de g est acima da reta que liga A e B .
Outra forma de distinguir os dois tipos de curva por meio das tangentes
nos pontos da curva. Observe a gura 14.9.
B
B
b
Ab
Ab
Figura 14.9
13
Unidade 14
Unidade 14
Definio 10
1
x
14
Unidade 14
Proposio 11
Teste da concavidade
(i) Se f 00 (x) > 0 para todo x I ento o grco de f tem concavidade para
cima em I .
(ii) Se f 00 (x) < 0 para todo x I ento o grco de f tem concavidade para
baixo em I .
A demonstrao da Proposio est no link a seguir.
2
2
< 0 e x > 0 = f 00 (x) = 3 > 0 .
3
x
x
15
Exemplo 12
Unidade 14
Exemplo 13
f (x) = x3
3
2
1
b
1
1
2
3
Definio 14
Exemplo 15
A derivada segunda f 00 (x) = (3x2 ) = 6x. Temos que f 00 (x) > 0 para
x > 0 e f 00 (x) < 0 para x < 0. Portanto, o grco tem concavidade voltada
para cima no intervalo (0, ) e concavidade voltada para baixo no intervalo
(, 0).
No exemplo anterior, a concavidade muda de direo no ponto (0, 0). Tais
pontos recebem o nome de pontos de inexo.
Um ponto P no grco de uma funo f (x) chamado ponto de inexo
se f contnua em P e h uma mudana de concavidade do grco de f no
ponto P .
A condio (b) nos diz que a funo crescente para x < 2 ou x > 6
e decrescente em 2 < x < 6. A condio (c) nos diz que a funo tem
concavidade para cima para x < 1 ou x > 4 e concavidade para baixo em
1 < x < 4. Reunindo esta informao temos:
16
Unidade 14
crescimento concavidade
x < 1
crescente
1 < x < 2 crescente
2 < x < 4 decrescente
4 < x < 6 decrescente
x>6
crescente
para cima
para baixo
para baixo
para cima
para cima
Para esboar um possvel grco, temos que levar em conta os limites innitos da condio (d). Como limx f (x) = 2 ento o grco tem uma
assntota horizontal em y = 2. O grco da gura 14.11 mostra um possvel
grco para a funo.
6
4
b
2
1
D
b
7 6 5 4 3 2 1
1
10
11
2
3
Figura 14.11
Exemplo 16
Considere a funo
2
f (x) = (x + 1) 3 (x 3) 3 .
f 0 (x) =
17
Unidade 14
2
=
3
=
=
x3
x+1
2
(x
3
13
1
+
3
x+1
x3
23
3) 3 (x 3) 3 + 13 (x + 1) 3 (x + 1) 3
1
(x + 1) 3 (x 3) 3
x
5
3
(x + 1) 3 (x 3) 3
Temos que f 0 53 = 0 e que f no derivvel em x = 1 e em x = 3.
Para conhecer os sinais da derivada f 0 devemos multiplicar os sinais dos
2
1
fatores (x 35 ), (x + 1) 3 e (x 3) 3 . Observe a tabela a seguir:
1
(x 53 ) (x + 1) 3 (x 3) 3 f 0 (x)
x < 1
1 < x < 53
5
<x<3
3
x>3
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
3
f 00 (x) =
1
2
3
(x + 1) (x 3) 3
2
2
2
1
1
1
1.(x + 1) 3 (x 3) 3 (x 35 ) 13 (x + 1) 3 (x 3) 3 + 23 (x + 1) 3 (x 3) 3
=
4
2
(x + 1) 3 (x 3) 3
2 2 x+1 13
1
2
x3 3
(x + 1) 3 (x 3) 3 (x 35 ) 13 x+1
+ 3 x3
=
2
4
(x + 1) 3 (x 3) 3
32/9
=
4
5
(x + 1) 3 (x 3) 3
O estudo dos sinais de f 00 (x) resulta em:
4
32
(x + 1) 3 (x 3) 3 f 00 (x)
9
x < 1
1 < x < 3
x>3
+
+
+
18
+
+
Unidade 14
lim (x + 1) 3 (x 3) 3 = e
lim (x + 1) 3 (x 3) 3 = .
5
3
A
1
2
b
Exemplo 17
Mostre que tan x > x para x 0, 2 .
Seja f (x) = tan x x. Queremos mostrar que f (x) > 0 em 0, 2 . Temos
que f (0) = tan 00 = 0. Basta ento mostrar que f (x) crescente em 0, 2 .
Mas
f 0 (x) = (tan x x)0 = sec2 x 1 = tan2 x > 0 para 0 < x <
19
.
2
Unidade 14
Exerccios
Para cada uma das funes dos itens 1 a 4, encontre os intervalos em que
ela crescente e decrescente.
1.
f (x) = x3 5x + 4.
2.
3.
4.
5.
6.
Mostre que a composta de duas funes crescentes uma funo crescente e que a composta de duas funes decrescentes tambm uma
funo crescente. D um exemplo de cada caso.
Use o teste da derivada primeira ou o teste da derivada segunda para encontrar os mnimos e mximos relativos das seguintes funes.
7.
f (x) = x5 5x.
8.
f (x) = x +
9.
f (x) = x + 1/x.
10.
1 x em (, 1).
f (x) = x x + 1.
f (x) = x3 x.
12.
f (x) = x3 + 2x2 .
13.
14.
f (x) = x
1
.
x2
20
15.
f (x) = x 3 + x 3 .
16.
f (x) =
17.
18.
19.
20.
x
.
x+2
21
Unidade 14
Unidade 14
Textos Complementares
y = f (x)
f (a)
f (a) + f (a)(x a)
(14.1)
Como f 00 (x) > 0 em I ento f 0 (x) uma funo crescente e, portanto f 0 (a) <
f 0 (c). Multiplicando essa equao pelo fator positivo (x a), resulta:
f 0 (c) > f 0 (a)
22
o que mostra que a curva est acima da tangente em (a, f (a) para x > a.
O caso x < a anlogo. Existe c (x, a) tal que f (x)f (a) = f 0 (c)(xa)
e f 0 (c) < f 0 (a) j que f 0 crescente. Multiplicando pelo fator negativo (x a)
inverte-se o sinal da desigualdade e
f 0 (c) < f 0 (a) = f 0 (c)(xa) > f 0 (c)(xa) = f (x)f (a) > f 0 (c)(xa)
23
Unidade 14
15
Traado do grfico de
uma funo; otimizao
Sumrio
15.1 Traado do grco de uma funo . . . . . . . . . .
15
Unidade 15
xa
lim f (x) =
xa+
lim f (x) = b .
Exemplo 1
x2
x
.
+1
1
x
=0 e
1
x
=
lim
x x +
x x2 + 1
lim
1
x
=0.
Unidade 15
1 x2 sinal de f 0
x < 1
1 < x < 1
x>1
f
decrescente
crescente
decrescente
Portanto,
f decrescente em (, 1) (1, ) e f crescente em (1, 1) .
Unidade 15
x< 3
3<x<0
0<x< 3
x> 3
2x x2 3 sinal de f 00 concavidade
+
+
para baixo
para cima
para baixo
para cima
2 b
x2
x
+1
Exemplo 2
x2
x
.
1
Esta separao do domnio em trs intervalos interessante porque teremos que investigar o comportamento da funo quando x se aproxima dos
extremos destes intervalos.
(ii) Assntotas verticais e horizontais.
lim
x x2
1
x
= lim
1 x x
1
x
=0 e
lim
x x2
1
x
= lim
1 x x
1
x
=0.
x1
x2
x
= e
1
lim +
x1
x2
x
=.
1
x1
x2
Unidade 15
x
= e
1
lim+
x1
x2
x
=.
1
Unidade 15
Figura 15.2
(iii) Derivabilidade e intervalos de crescimento e decrescimento.
A derivada da funo :
0
x
(x2 1) x(2x)
(1 + x2 )
0
f (x) =
=
=
.
x2 1
(x2 1)2
(x2 1)2
Como (x2 1)2 > 0 para todo x 6= 1 e (1+x2 ) < 0 para todo x, temos
que f 0 (x) < 0 em todo seu domnio. A funo sempre decrescente.
(iv) Valores de mximo e mnimo local.
A funo f derivvel em todo seu domnio e a derivada f 0 (x) =
nunca se anula, logo no h mximos ou mnimos locais.
1 + x2
(x2 1)2
2x x2 1 sinal de f 00 concavidade
+
+
para baixo
para cima
para baixo
para cima
x
x2 1
Unidade 15
Unidade 15
Exemplo 3
f (x) = x 3 + x 3 .
1
3
x 3 4x + 1 x sinal de f 0
1
x < 14
41 < x < 0
x>0
+
+
+
+
+
decrescente
crescente
crescente
intervalo
x<0
0<x<
x > 12
1
2
2x 1 x sinal de f 00 concavidade
+
+
para cima
para baixo
para cima
1
2
Unidade 15
Unidade 15
f (x) = x 3 + x 3
14
3
1
2
Exemplo 4
10
Unidade 15
Para o estudo de sinais, dada a periodicidade da funo, vamos nos restringir ao intervalo (0, 2).
Temos que
f 0 (x) = 0 sen x+1 = 0 ou 2 sen x1 = 0 sen x = 1 ou sen x =
Mas sen x = 1 x = 3
+ 2k , k Z e sen x =
2
5
k Z ou x = 6 + 2k , k Z.
1
2
x=
5
6
ex=
1
2
+ 2k ,
3
.
2
5
<x<
.
2
6
6
5
6
sen x >
1
2
b
6
b
cos x > 0
cos x < 0
41
b
1
2
0
2
2
3
2
Figura 15.5
Reunindo as informaes sobre os sinais de f 0 (x) = 2( sen x + 1)(2 sen x 1):
intervalo
6
5
6
3
2
0<x<
<x<
<x<
< x < 2
6
5
6
3
2
11
+
+
crescente
decrescente
crescente
crescente
Unidade 15
3
, 2
2
< x < 1
2
1 < x < 3
2
3
<
x
<
2
2
2 < x < 2
+
+
+
+
para baixo
para cima
para baixo
para cima
para baixo
3
2
e x = 2 ,
3 3
=
3
2,6 e f 2 = f 2 = 0.
12
Unidade 15
3 3
6, 2
b
2
b
3
2
5
6
3
2
b
2
b
3 3
5
,
6
2
13
5
2
7
2
9
2
Unidade 15
Exerccios
Para cada uma das funes a seguir:
(a) Encontre as assntotas horizontais e verticais;
(b) Encontre os intervalos de crescimento e decrescimento;
(c) Encontre os pontos de mximo e mnimo locais;
(d) Encontre os intervalos de concavidade para cima e para baixo e os pontos
de inexo;
(e) Esboce o grco da funo.
1.
f (x) = x3 x2 .
2.
f (x) = x4 2x3 .
3.
f (x) =
4.
x2
f (x) = 2
.
x +1
5.
f (x) =
x2
.
x2 1
6.
f (x) =
x2
.
x2 + 1
7.
8.
9.
f (x) = 2x 3 x.
10.
f (x) = x 3 x 3 .
11.
12.
x
.
x1
14
15
Unidade 15
Unidade 15
Exemplo 5
Problemas de otimizao
Uma caixa retangular aberta deve ser fabricada com uma folha de papelo
de 15 30 cm, recortando quadrados nos quatro cantos e depois dobrando a
folha nas linhas determinadas pelos cortes. Existe alguma medida do corte que
produza uma caixa com volume mximo?
Seja x o lado do quadrado que cortado nos cantos da caixa. Veja a
gura 15.7.
x
15
30
Figura 15.7
A caixa ter como base um retngulo de lados 30 2x e 15 2x e altura
x. Seu volume dado por
V (x) = x(30 2x)(15 2x) = 4x3 90x2 + 450x ,
15
2
Os pontos
crticos de V (x) so V 0 (x) = 0
12x2 180x + 450 = 0 x =
155 3
15+5 3
155 3
.
So
dois
pontos
crticos:
x
=
11,8
e
x
=
3,2. O
1
2
2
2
2
15
primeiro valor deve ser desprezado por estar fora do intervalo (0, 2 ).
Usando o teste da derivada segunda no ponto crtico x2 , temos
V 00 (x2 ) = 24x2 180 103,9 < 0 ,
16
Unidade 15
Exemplo 6
Os pontos crticos so
P 0 (x) = 0 3x2 120x + 900 = 0 x = 10 ou x = 30 .
36 r2
r(36 r2 )
=
.
2r
2
3
(12 r2 ) e V 00 (r) = 3r .
2
17
Exemplo 7
Unidade 15
Problemas de otimizao
Os pontos crticos de V so
3
(12 r2 ) = 0 r = 0 ou r = 2 3 ou r = 2 3 .
2
Como somente valores positivos de r fazem sentido para o problema, nosso
Exemplo 8
x mais prximo do
(x, y)
b
Figura 15.8
d = (x 2)2 + y 2 = (x 2)2 + x = x2 3x + 4 ,
e d00 (x) =
7
3
4(x2 3x + 4) 2
3
,
2
e, como x2 3x + 4 > 0 para todo x R, ento d00 (x) > 0 para todo x R
e o teste da derivada segunda mostra que x = 23 ponto de mnimo.
18
Uma fazenda produz laranjas e ocupa uma certa rea com 50 laranjeiras. Cada laranjeira produz 600 laranjas por ano. Vericou-se que para cada
nova laranjeira plantada nesta rea a produo por rvore diminui de 10 laranjas. Quantas laranjas devem ser plantadas no pomar de forma a maximizar a
produo?
Para x novas rvores plantadas, o nmero total de rvores passa a ser
50 + x, mas a produo individual passa a ser de 600 10x laranjas por rvore,
totalizando uma produo de P (x) = (50 + x)(600 10x) = 30000 + 100x
10x2 laranjas por ano na fazenda.
Devemos ter x > 0 (no se pode plantar um nmero negativo de rvores) e,
como a produo no pode ser negativa, devemos ter 60010x > 0 x < 60.
Derivando P (x), obtemos:
P 0 (x) = 100 20x e P 00 (x) = 20 .
19
Unidade 15
Exemplo 9
Unidade 15
Problemas de otimizao
Exerccios
1.
Divida o nmero 200 em duas partes de forma que o produto das partes
seja mximo.
2.
3.
4.
5.
6.
40 km/h
60 km/h
A
30 km
Figura 15.9
7.
8.
20
9.
Figura 15.10
11.
O material para a base de uma caixa retangular com tampa aberta e base
quadrada custa R$ 0,30 por cm 2 , enquanto que o material para as faces
custa R$ 0,20 por cm2 . Encontre as dimenses para a caixa de maior
volume que pode ser feita com R$ 100,00.
Uma pessoa sai de um ponto A na margem de um rio de 1 km de largura.
Ela deve atravessar o rio de canoa e ento chegar o mais rpido possvel
at um ponto B situado a 2 km de distncia pela margem do rio. Se ela
consegue remar a canoa a 6km/h e correr a 9km/h, a que distncia de B
ele deve terminar a travessia de canoa?
A
b
1 km
10.
Rio
b
b
2 km
Figura 15.11
21
Unidade 15
Problemas de otimizao
12.
Tela
Unidade 15
4m
2m
Figura 15.12
22
16
Regra de LHpital;
Aproximaes por
polinmios
Sumrio
16.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
16.3 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11
12
16.5 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18
19
Unidade 16
Introduo
16.1
Introduo
(x)
so bem determinados a partir dos valores
Alguns limites do tipo limxa fg(x)
de limxa f (x) e de limxa g(x).
Por exemplo, com as propriedades de limites que estudamos at o momento,
sabemos que se L, M R \ {0} e
lim f (x) = L e
xa
ento
lim g(x) = M,
xa
f (x)
L
=
.
xa g(x)
M
lim
xa
ento
lim g(x) = M
xa
f (x)
=0.
xa g(x)
lim
E se f (x) limitada,
f (x)
=0.
xa g(x)
xa
No entanto, alguns limites de quocientes de funes no podem ser determinados apenas com o conhecimento do limites de cada funo. Veja o exemplo
a seguir:
Exemplo 1
x0
x0
x0
(x)
Dizemos que o limite limxa fg(x)
para funes f (x) e g(x) tais que
limxa f (x) = limxa g(x) = 0 uma forma indeterminada do tipo 00
Portanto, se limxa
como dizer o valor
f (x)
g(x)
0
0
Unidade 16
Definio 2
no h
(x)
somente sabendo-se que limxa f (x) =
de limxa fg(x)
f (x)
limite limxa g(x) pode ser um valor real qualquer ou pode
limxa g(x) = 0. O
no existir, como mostrou o exemplo anterior.
1 ,
0 e 0 .
indeterminaes do 00 e
por meio de transformaes algbricas simples, como
Regra de LHpital
Teorema 3
Regra de LHpital
Unidade 16
Regra de LHpital
x0
sen x
.
x
x0
sen x
( sen x)0
cos x
= lim
= cos 0 = 1 .
=
lim
x0
x0
x
(x)0
1
x2 + x 2
.
x1 2x2 + x 3
Calcule lim
(x2 + x 2)
2x + 1
3
x2 + x 2
=
lim
= .
0 = lim
2
2
x1 (2x + x 3)
x1 4x + 1
x1 2x + x 3
5
lim
Este ltimo limite poderia tambm ter sido calculado diretamente fatorando
numerador e denominador e cancelando o termo comum.
Exemplo 6
x sen x
.
x0
x3
Calcule lim
Unidade 16
sen x
= 1.
x0
x
Para provar A Regra de LHpital, precisaremos do seguinte resultado, que
estende o Teorema do valor mdio.
em que usamos o limite lim
Teorema 7
Teorema do valor
mdio de Cauchy
f (b) f (a)
f (c)
= 0
.
g(b) g(a)
g (c)
O Teorema estende o Teorema do valor mdio porque se f segue as condies
do teorema acima e fizermos g(x) = x, ento g 0 (x) = 1 e a concluso do teorema exatamente a concluso do Teorema do valor mdio.
Para demonstrar o teorema, inicialmente observe que se g(b) = g(a), ento,
pelo teorema de Rolle, deve haver c (a, b) tal que g 0 (c) = 0, o que contraria
as hipteses do teorema. Portanto, g(b) 6= g(a).
Seja agora h a funo definida em [a, b] por
h(x) = (f (b) f (a)) g(x) (g(b) g(a)) f (x) .
Claramente h contnua em [a, b] e derivvel em (a, b) (pois f e g o so) e
h0 (x) = (f (b) f (a)) g 0 (x) (g(b) g(a)) f 0 (x). Mas
h(a) = (f (b) f (a)) g(a) (g(b) g(a)) f (a) = f (b)g(a) f (a)g(b) e
h(b) = (f (b) f (a)) g(b) (g(b) g(a)) f (b) = f (b)g(a) f (a)g(b)
Logo, h(a) = h(b). Aplicando o teorema de Rolle funo h conclumos que
existe c (a, b) tal que h0 (c) = 0. Portanto,
h0 (c) = (f (b) f (a)) g 0 (c) (g(b) g(a)) f 0 (c) = 0
Levando em conta que g 0 (c) 6= 0 por hiptese e que g(b) g(a) 6= 0, resulta
que
f (b) f (a)
f 0 (c)
= 0
,
g(b) g(a)
g (c)
o que conclui a demonstrao.
Demonstrao
Unidade 16
Regra de LHpital
Exemplo 8
sen px
, em que p, q R \ {0}.
sen qx
Calcule lim
x0
x0
Exemplo 9
sen px
p cos px
( sen px)0
p
= lim
= .
0 = lim
x0 q cos qx
sen qx x0 ( sen qx)
q
sen
Calcule lim
x sen
p
x
q ,
x
em que p, q R \ {0}.
p
x
q
x
= lim
sen
sen
0
p
x
0
q
x
cos
= lim
x cos
p
x
q
x
xp2
p cos
= lim
q
x q cos
x2
p
x
q
x
=
p
q
Exemplo 10
3 sin x sin 2x
.
x0
x sin x
Calcule o lim
Unidade 16
x0
3 cos x 2 cos 2x
3 sin x sin 2x
= lim
x0
x sin x
1 cos x
3 sin x + 4 sin 2x
= lim
x0
sin x
3 cos x + 8 cos 2x
= lim
x0
cos x
3 + 8
=5
=
1
Exemplo 11
sen x1
1
1
=
e vale que lim sen = 0 e
1
|x|
x
x
x
0
estamos diante de uma indeterminao do tipo 0 .
Aplicando a Regra de LHpital:
Como x sen
lim
|x|
sen x1
1
x
1
= 0,
|x| x
lim
x12 cos x1
1
1
= cos 0 = 1
= lim
= lim cos = cos lim
1
|x| x
|x|
|x|
x
x2
|x|
1
1
sen t
= lim sen t = lim
=1.
t0
x t0 t
t
Indeterminaes da forma
f (x)
xa g(x)
Unidade 16
Teorema 12
Regra de LHpital
Sejam f e g funes derivveis em um intervalo aberto I, exceto possivelmente em um ponto a I. Se limxa |f (x)| = , limxa |g(x)| = ,
0 (x)
g 0 (x) 6= 0 para x I \ {a} e limxa fg0 (x)
existe ento
f (x)
f 0 (x)
= lim 0
.
xa g (x)
xa g(x)
lim
O mesmo vale para os limites laterais, para limites no infinito e no caso em que
0 (x)
= .
limxa fg0 (x)
Exemplo 13
2x2 + 3x 1
.
x 3x2 2x + 2
Calcule lim
4x + 3
4
2
2x2 + 3x 1
= lim
= lim = .
2
x 6x 2
x 6
x 3x 2x + 2
3
lim
1
xa
g(x)
xa
Exemplo 14
0
0
f (x)
= lim
xa
g(x)
1
f (x)
1
Calcule o limite lim x tan .
x
x
Unidade 16
1
=
x
lim
tan x1
1
x
x12
sec2 x1
= lim
x
x12
1
= lim sec2 = sec2 0 = 1 .
x
x
Em que transformamos o limite dado em uma forma indeterminada 00 e aplicamos a Regra de LHpital.
Se limxa f (x) = e limxa g(x) = ento limxa f (x) g(x) uma
indeterminao da forma . Fazendo
lim f (x) g(x) = lim
xa
xa
1
g(x)
1
f (x)
1
f (x)g(x)
reduzimos ao caso 00 .
Calcule o limite lim+
x0
1
1
.
sen x x
Como limx0+ sen1 x = e limx0+ x1 = , temos uma forma indeterminada do tipo . Mas
1
1
x sen x
lim+
= lim+
x0
x0
sen x x
x sen x
que uma forma indeterminada 00 . Aplicando a Regra de LHpital:
lim+
x0
x sen x
=
x sen x
1 cos x
x0 sen x + x cos x
sen x
= lim+
x0 cos x + cos x x sen x
sen x
0
= lim+
= =0.
x0 2 cos x x sen x
2
lim+
Exemplo 15
Unidade 16
Regra de LHpital
10
16.3
Exerccios
9. lim
1. lim
x0
arcsen x
.
x
3x3 + 2x + 2
.
x x3 + x 2
arcsen x 2
.
10. lim
x1
1 x2
x3 + x + 1
.
x 4x4 + x 1
11. lim
2. lim
3. lim
x1
1 cos x
.
x0
6x2
sen x x
5. lim
.
x0
x3
sen 4x
.
6. lim
x0 sen 2x
tan x
7. lim
.
x0
x
4. lim
1 + cos x
.
x2 2x + 1
12. lim
(sec x tan x).
x 2
13. lim
cos px cos qx
.
x2
14. lim
sen (2/x)
.
3/x
x0
x0
2 cos2 x 2
.
x0
sen 2 x
8. lim
x1
11
Unidade 16
Unidade 16
16.4
Polinmios de Taylor
Definio 16
12
Como
f (x) = c0 + c1 (x a) + c2 (x a)2 + c3 (x a)3 + + cn (x a)n ,
substituindo x por a, temos
f (a) = c0 .
Derivando f , obtemos:
f 0 (x) = c1 + 2c2 (x a) + 3c3 (x a)2 + 4c4 (x a)3 + + ncn (x a)n1 ,
o que mostra que
f 0 (a)
.
1!
Se n > 1, podemos derivar novamente a srie para obter
c1 = f 0 (a) =
f 00 (a)
.
2!
Derivando mais uma vez e substituindo x = a:
f 00 (a) = 2c2 c2 =
f 000 (a)
.
3!
f (k) (a)
,
k!
para k n .
O Teorema de Taylor, que veremos nesta seo, mostra que uma funo f
n vezes derivvel em x = a, o polinmio de Taylor p(x) uma boa aproximao
de f (x) prximo a a. Mas o isso quer dizer exatamente?
Seja r(x) = f (x) p(x), a diferena entre a funo e seu polinmio de
Taylor em a. Ento r : I R n vezes diferencivel em a e, como f (x) e
p(x) tm as mesmas derivadas de ordem k para k n resulta
r(a) = r0 (a) = r00 (a) = = r(n) (a) = 0 .
A prxima proposio mostra que isto equivale a limxa
13
r(x)
(xa)n
= 0.
Unidade 16
Unidade 16
Proposio 17
f 00 (a)
f (n) (a)
(x a)2 + +
(x a)n + r(x) ,
2
n!
r(x)
satisfaz limxa (xa)
n = 0.
Reciprocamente, se p(x) um polinmio de grau n tal que r(x) =
r(x)
f (x) p(x) satisfaz limxa (xa)
n = 0 ento p(x) o polinmio de Taylor de
ordem n de f em a.
Demonstrao
Exemplo 19
14
1
em x = 0.
1x
0
1
para x 6= 1
1x
k!
.
(1 x)k+1
k!
(10)k+1
k!
=1.
1
.
1x
15
Unidade 16
Unidade 16
Teorema 20
Frmula de Taylor
com resto de Lagrange
f (n) (a)
f 00 (a)
(b a)2 + +
(b a)n
2
n!
f (n+1) (c)
+
(b a)n+1 .
(n + 1)!
O termo
f (n+1) (c)
(b a)n+1
(n + 1)!
chamada forma de Lagrange para o resto de Taylor. H outras formas para
o resto, como a forma de Cauchy e a forma integral do resto, que no sero
discutidas aqui.
A prova do Teorema 20 se encontra no link a seguir.
Rn (b) =
Srie de Taylor
Definio 21
X
f (n) (a)
n=0
n!
f 00 (a)
(x a)2 +
2
(x a)n
(16.1)
16
Unidade 16
Exemplo 22
f (0) = 0
f 0 (x) = cos x
f 0 (0) = 1
f 00 (x) = sen x
f 00 (0) = 0
f 000 (0) = 1
f (4) (0) = 0
X
x 3 x5 x7
x2n+1
=x
+
+ =
.
3!
5!
7!
(2n
+
1)!
n=0
f (0) + f 0 (0)x +
p5 (x)
f (x) = sen x
1
1
1
2
3
17
p3 (x)
p7 (x)
Unidade 16
Exerccios
16.5
Exerccios
1
x
em x = 1.
p(p 1) . . . (p n + 1) n
p(p 1) 2
x + +
x +
2!
n!
+ + (1)n
+
3
5
7
2n 1
6. Use o polinmio de Taylor de ordem 5 da funo f (x) = sen x em x = 0
para estimar o valor de sen 0.3. Usando a forma de Lagrange do resto de
Taylor, estime o erro mximo da aproximao obtida.
18
16.6
Unidade 16
Textos complementares
O Marqus de LHpital
A Regra de LHpital recebeu este nome em homenagem ao Matemtico
francs Guillaume Franois Antoine lHpital (16611704), o Marqus de
lHpital.
O Marqus de famlia nobre e, aps abandonar uma carreira militar por
problemas de viso, dedicou-se Matemtica, tendo sido autor de trabalhos
interessantes em Clculo e a publicao de algumas obras importantes.
A Regra de LHpital no foi descoberta por ele, mas apareceu pela primeira
vez em sua obra Analyse des Infiniment Petits pour lIntelligence des Lignes
Courbes (Clculo infinitesimal para o entendimento das linhas curvas), publicada em 1696, que teve grande importncia histrica por ter sido a primeira
apresentao sistemtica do Clculo Diferencial.
LHpital deu crdito ao matemtico Johann Bernoulli pelos resultados
matemticos no livro e, no desejando ele mesmo receber crdito pelas descobertas, publicou a primeira edio anonimamente.
A figura abaixo mostra a capa da segunda edio do livro, de 1716.
Uma verso integral do livro em arquivo PDF e texto est disponvel em
http://archive.org/details/infinimentpetits1716lhos00uoft
19
Unidade 16
Textos complementares
xa
f (x)
f 0 (x)
= lim+ 0
.
g(x) xa g (x)
xa+
xa
xa+
xa
(16.2)
xa
f (x)
f 0 (cx )
f 0 (cx )
f 0 (x)
= lim+ 0
= lim+ 0
= lim+ 0
,
g(x) xa g (cx ) cx a g (cx ) xa g (x)
20
t0+
t0+
1
t0
F (t)
F 0 (t)
= lim+ 0
.
G(t) t0 G (t)
Portanto,
f (x)
lim
=
x g(x)
=
1
t
1
t
1 0
t2 f
t12 g 0
f
lim+
t0 g
lim
t0+
F (t)
F 0 (t)
= lim+
= lim+ 0
t0 G(t)
t0 G (t)
1
f 0 1t
f 0 (x)
t
=
lim
=
lim
,
1
x g 0 (x)
t0+ g 0 1
t
t
21
Unidade 16
Unidade 16
Textos complementares
(n + 1)!
(16.3)
f (n) (a)
f (n+1) (c)
(b a)n +
(b a)n+1 ,
n!
(n + 1)!
22
17
O conceito de integral e
suas propriedades bsicas
Sumrio
17.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
f (x) dx . . . . . . . . . . . .
17.5 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
14
16
18
17.8 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
19
Unidade 17
Introduo
Enquanto a lgebra e a Geometria estiveram separadas, seus progressos foram
lentos e suas aplicaes limitadas. No entanto, quando estas duas cincias
foram unidas, deram uma a outra renovada vitalidade e seguiram rapidamente
rumo perfeio.
Lagrange
17.1 Introduo
Ao longo das unidades que restam lidaremos com duas questes que, aparentemente, no esto nem um pouco relacionadas.
Questo A: Sob que condies podemos armar que uma dada funo
f : I R, denida em um intervalo aberto I da reta, a funo derivada de
alguma funo F : I R?
Ou seja, existe F : I R tal que
F 0 (x) = f (x), x I?
Na primeira questo buscamos uma funo enquanto que na segunda esperamos obter nmeros nas respostas.
A continuidade, como veremos, condio suciente para respondermos
positivamente a ambas as questes. Veremos tambm que h uma forte conexo
entre elas, um resultado deveras importante, como seu nome indica: o Teorema
Fundamental do Clculo, que ser objeto de estudo da prxima unidade.
Exemplos clssicos de guras no triangularizveis s quais atribumos rea
so crculos e, mais geralmente, setores de curvas cnicas, como a parbola.
Arquimedes deu a primeira prova rigorosa de que a rea do crculo igual
rea do tringulo cuja base igual a sua circunferncia e cuja altura igual a
seu raio. Alm disso, mostrou que
3
1
10
< < 3 .
71
7
Unidade 17
Ele tambm calculou reas de setores parablicos. Seus argumentos envolvem aproximaes da regio em questo por regies triangularizveis, o mtodo
de exausto e suas demonstraes usam a reduo ao absurdo.
importante notar que Arquimedes no dispunha de notao adequada nem
de um sistema de numerao posicional como o que usamos.
Uma abordagem mais geral, como a que faremos, tornou-se vivel devido
introduo da noo de coordenadas, resultado dos trabalhos de Descartes e
Fermat.
Para ilustrar a teoria de integral denida que apresentaremos, vamos comear com um exemplo.
Vamos calcular a rea da regio compreendida pelo eixo Ox, pela reta
denida pela equao x = 1 e pelo trecho da parbola determinada pela equao
y = x2 .
y = x2
Aqui est a estratgia: vamos subdividir o intervalo [0, 1] em subintervalos, para nossa convenincia, todos de comprimentos iguais, e considerar os
retngulos com bases nesses intervalos. Cada um desses retngulos ter altura
igual ao mximo valor da funo restrita ao subintervalo base. Veja a gura
para o caso desta subdiviso ser de cinco subintervalos, com os correspondentes
retngulos.
Exemplo 1
Unidade 17
Introduo
n
X
i=1
n
n
X
n(n + 1)(2n + 1)
1 X 2
i2
i =
A(i) =
= 3
.
3
3
n
n
6n
i=1
i=1
1
Tomando o limite, temos lim S(n) = , um excelente candidato rea
3
da regio original.
Vamos agora ao caso geral.
i=1
]
x2
x3
x4 b = x5
Unidade 17
Unidade 17
Somas de Riemann
n
X
f (ci ) xi .
i=1
x0
c1
x1 x2
c2
c3
x3
c4
x4
c5
x5
c2
c3
c1
c4
c5
5
X
f (ci ) xi = A1 A2 A3 + A4 + A5 ,
i=1
f (x) dx
a
f (x) dx =
a
kPk0
Para fazer isso, nos deparamos com uma diculdade tcnica. Tal limite de
natureza diferente dos limites com os quais temos lidado at agora: o limite de
Unidade 17
Unidade 17
A integral definida
f (x) dx
a
Vamos iniciar com a armao (b). Dada uma partio P de [a, b], como
f : [a, b] R uma funo contnua, sua restrio fi : [xi1 , xi ] R
x [xi1 , xi ].
onde S(f, P) uma Soma de Riemann associada a uma escolha genrica de ci 's.
Observe a gura a seguir, na qual os retngulos mximos, com lado superior
em preto, somam rea maior do que a rea correspondente aos retngulos de
lados superiores vermelhos, que por sua vez somam rea maior do que a rea
correspondente aos retngulos mnimos, cujos lados superiores so azuis.
c1
c2 c3
c4
c5
Unidade 17
Unidade 17
A integral definida
f (x) dx
a
Repetindo o processo, obtemos uma nova partio P2 de P1 e assim sucessivamente. Dessa forma, obtemos uma sequncia de parties Pn , tais que
k Pn k= 21n k P k, alm de duas sequncias de nmeros, uma crescente:
S (f, Pn ) , uma decrescente: S+ (f, Pn ) .
Como essas duas sequncias de nmeros so limitadas, inferiormente por
m (b a) e superiormente por M (b a), onde m e M so, respectivamente, o
mnimo e o mximo valores de f em [a, b], ambas convergem. Chamamos seus
limites de I e I+ , respectivamente.
Vamos apresentar um argumento que garante que I = I+ . Observe a
diferena entre as somas S+ (f, Pn ) e S (f, Pn ):
S+ (f, Pn ) S (f, Pn ) =
n
X
(f (di ) f (ei )) xi ,
i=1
10
Unidade 17
n+
Definio 2
Observe que podemos usar qualquer famlia de parties para chegar a este
limite.
Seja f : [a, b] R a funo constante f (x) = k , para todo x [a, b].
Ento, se P uma partio de [a, b] e ci uma escolha qualquer de pontos
ci [xi1 , xi ], a Soma de Riemann de f associada
S(f, P) =
n
X
f (ci ) xi =
i=1
Portanto,
Z b
k dx =
a
lim
kPk0
n
X
k xi = k
i=1
n
X
f (ci ) xi =
i=1
n
X
Exemplo 3
A integral da funo
constante
xi = k (b a).
i=1
lim k (b a) = k (b a).
kPk0
Precisamos agora lidar com o item (a), para podermos estender a denio para funes contnuas quaisquer. Para isso, estabelecemos a proposio a
seguir:
Dada uma funo f : [a, b] R contnua, existem duas funes f+ :
[a, b] R e f : [a, b] R, ambas contnuas, tais que f (x) = f+ (x) +
f (x), f+ (x) 0 e f (x) 0, para todo x [a, b].
11
Proposio 4
Unidade 17
A integral definida
f (x) dx
a
Demonstrao
No caso de f : [a, b] R ser uma funo tal que f (x) 0, para todos
os elementos x [a, b], tomamos g = f e denimos
Z
Z
f (x) dx :=
g(x) dx.
a
Definio 5
12
1.
f (x) dx = 0.
Z
f (x) dx =
2.
f (x) dx.
13
Unidade 17
Unidade 17
Exerccios
17.5 Exerccios
1.
Calcule
3.
Calcule a rea da regio compreendida pelo eixo Ox, pela reta denida
pela equao x = 1 e pelo trecho da parbola determinada pela equao y = x2 , como no exemplo introdutrio, usando os pontos extremos
inferiores dos subintervalos.
Mostre que, dada f : [a, b] R, as correspondentes funes f+ e f ,
denidas por f+ (x) = f (x), se f (x) 0 e f+ (x) = 0, se f (x) < 0,
assim como f (x) = f (x), se f (x) 0 e f (x) = 0, se f (x) > 0, so
obtidas diretamente das frmulas
1
f+ (x) = (f (x) + |f (x)|)
2
1
f (x) = (f (x) |f (x)|).
2
5.
Use parties homogneas para mostra que o processo ilustrado no exemplo introdutrio, aplicado a funo f : [a, b] R, denida por f (x) =
b 2 a2
x + 1, na qual a 0, resulta na rea A =
+ b a, do respectivo
2
trapzio.
Sejam f, g : [a, a] R, funes tais que f (x) = f (x) e g(x) =
g(x), para todo x [a, a], f uma funo par e g uma funo mpar.
Mostre que
Z a
Z a
Z a
f (x) dx = 2
f (x) dx
e
g(x) dx = 0.
a
6.
Z
m (b a)
f (x) dx M (b a).
a
14
7.
8.
15
Unidade 17
Unidade 17
Proposio 6
Propriedade 1
Demonstrao
f (x) dx.
c
16
f (x) dx = 0 e que
f (x) dx =
a
Z
(kf )(x) dx = k
f (x) dx.
Estas duas propriedades decorrem imediatamente das respectivas propriedades do limite das Somas de Riemann.
17
Unidade 17
Proposio 7
Propriedade 2
Unidade 17
f (x) dx
a
a soma das reas orientadas das regies determinadas pelo eixo Ox e pelo
grco de f , entre as retas verticais x = a e x = b. Isto , as regies que cam
abaixo do eixo Ox contribuem com os valores negativos de suas reas enquanto
que as regies que cam acima do eixo contribuem com os valores positivos de
suas reas. Veja um exemplo grco.
R3
R1
R5
R2
b
R6
R4
18
17.8 Exerccios
1.
Calcule
a
2.
Calcule
a
3.
19
Unidade 17
18
O Teorema Fundamental
do Clculo
Sumrio
18.1 Introduo
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18.4 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18.6 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11
12
18.8 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18
19
18.10Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
23
Unidade 18
Introduo
A grande rio, grande ponte!
18.1
Introduo
f (x) dx =
a
lim
kPk0
n
X
f (ci ) xi ,
i=1
f (x) dx M (b a).
a
Este limite tem um importante papel terico, mas mesmo nos casos mais
simples, no mnimo trabalhoso calcul-lo. O objetivo desta unidade apresentar o Teorema Fundamental do Clculo que, no seu aspecto mais prtico,
nos fornecer uma maneira simples de fazer isso. Alm disso, ele responder
a uma das questes colocadas na introduo da unidade anterior, a saber, sob
quais condies uma dada funo uma funo derivada.
Definio 1
Exemplo 2
Unidade 18
Teorema 3
f (b)
f (c)
f (a)
a
f (c) (b a) (a rea do retngulo de base [a, b] e altura f (c)). Isto , a rea que
falta ao retngulo de base base [a, c] igual rea que excede ao retngulo de
base [c, b].
Demonstrao
Unidade 18
K dx = K (b a), obtemos
f (x1 ) (b a)
a
18.3
Teorema 4
Estabelecemos a notao
b
F (x) := F (b) F (a).
a
x3
imediato vericar que F (x) =
uma primitiva de f (x) = x2 . Ento,
3
o teorema permite calcular
3
Z 3
3
x
33 03
x2 dx =
= 9.
=
3
3
3
0
Unidade 18
Exemplo 5
i1
independe da escolha dos ci [xi1 , xi ]. Vamos ento fazer uma escolha muito
especial.
Seja P a partio a = x0 < x1 < x2 < < xn1 < xn = b. A funo F
diferencivel e, portanto, contnua. Podemos ento aplicar o Teorema do Valor
Mdio para F restrita a cada subintervalo [xi1 , xi ] e escolher ci [xi1 , xi ]
tal que
F (xi ) F (xi1 )
F (xi ) F (xi1 )
F 0 (ci ) =
=
.
xi xi1
xi
Ou seja, F (xi ) F (xi1 ) = F 0 (ci ) xi .
Para essa escolha de ci 's, temos
n
X
f (ci ) xi =
i1
n
X
F (ci ) xi =
i1
n
X
i1
f (x) dx =
a
lim
kPk0
n
X
i1
Demonstrao
Unidade 18
Exemplo 6
Z
0
2
sen x dx = cos x = cos(2) + cos(0) = 0.
0
Exerccios
3x
;
(b) F (x) = (x + 2) 1 x e f (x) =
2 1x
x2
(c) F (x) = x arctan x e f (x) =
;
1 + x2
(d) F (x) = (x2 2) sen x + 2x cos x e f (x) = x2 cos x.
2.
1
1
2
Z
2
Z
2
3.
x3 dx;
cos x dx;
1
dx.
2 x
Calcule a rea da regio compreendida pelo eixo Ox, pela reta denida
1
por x = 1 e pelo grco da funo f (x) =
.
1 + x2
Unidade 18
Unidade 18
Teorema 7
Demonstrao
Z
F (t) =
f (x) dx.
a
Como f contnua, F (t) est bem denido como o limite das Somas de
Riemann, a integral denida de f no intervalo de extremos a e t. Em particular,
F (a) = 0.
Veja na gura a seguir um exemplo no qual t > a e f uma funo positiva.
Unidade 18
t+h
f (x) dx f (s2 ).
t
Exemplo 8
Unidade 18
10
Exerccios
1
dt.
x2 3 + sen t
Z 2x
cos t2 dt. Calcule a equao da reta tangente ao
Seja f (x) = 1 +
(b) G(x) =
2.
11
Unidade 18
Unidade 18
18.7
Definio 9
Z
ln x =
1
1
dt
t
0 1
ln x = .
x
Interpretao Geomtrica de ln x
Como a funo f (x) = x1 estritamente positiva no intervalo (0, +), ln x
positiva, se x > 1 e ln x negativa, se 0 < x < 1. Veja as guras.
1
dt igual a rea da regio hachurada na gura da
1 t
Z x
1
esquerda. Se 0 < x < 1, ln x =
dt igual ao negativo da rea da regio
1 t
hachurada na gura da direita.
Se x > 1, ln x =
12
Unidade 18
Propriedade 1:
ln ab = ln a + ln b.
Lema 10
ab
Z
a
ab
1
dx e
x
Z
1
1
dx
x
13
Demonstrao
Unidade 18
partio aP de [a, ab], dada por a = y0 = ax0 < y1 = ax1 < < yn =
axn = ab, com as escolhas de di = aci [yi1 , yi ], i = 1, 2, . . . n. Assim,
b
Z
1
X
1
dx = lim
f (ci ) xi
kPk0
x
i=1
e
ab
Z
a
Mas f (di ) =
Portanto,
n
X
lim
kaPk0
X
1
dx = lim
f (di ) yi .
kaPk0
x
i=1
1
1
1
=
= f (ci ) e yi = yi yi1 = axi axi1 = axi .
di
aci
a
n
X
1
f (di ) yi = lim
kaPk0
i=1
i=1
n
X
kaPk0
f (ci ) xi .
i=1
ab
Demonstrao
1
dx.
x
Corolrio 11
1
dx =
x
ab
1
dt =
t
Z
1
1
dt +
t
Z
a
ab
1
dt =
t
Z
1
1
dt +
t
a
= ln a ln b.
b
14
Z
1
1
dt = ln a + ln b.
t
Unidade 18
Demonstrao
a
a
b = ln + ln b.
b
b
O Grco de f (x) = ln x
Veremos agora que temos elementos sucientes para esboar o grco da
funo f (x) = ln x.
evidente da denio que, se a > b > 0, ento ln a > ln b. No entanto,
esta informao pode ser deduzida da derivada, assim como a concavidade
voltada para baixo do grco, resultado da anlise da segunda derivada:
f 0 (x) =
1
1
> 0 e f 00 (x) = 2 < 0,
x
x
15
Demonstrao
Unidade 18
Lema 12
lim ln x = +
Demonstrao
lim ln x = .
x+
x0+
geometricamente evidente:
1
1
2
Demonstrao
Z
1
1
dx <
2
Z
1
1
dx <
x
1
1
< < 1. Portanto.
2
x
dx = 1.
1
1
= N.
2
16
17
Unidade 18
Unidade 18
Exerccios
18.8
1.
Exerccios
2.
3.
4.
18
Unidade 18
A Funo Exponencial
Propriedades da Exponencial
A principal propriedade da funo logaritmo se traduz na seguinte propriedade da exponencial:
Propriedade:
Exp(a)
.
Exp(b)
r
(b) Se r Q e a R, ento Exp(r a) = Exp(a) .
A Derivada da Exponencial
Como a funo exponencial a funo inversa do logaritmo, podemos usar
o Teorema da Funo Inversa para calcular a sua derivada.
Exp0 (x) =
1
=
ln (Exp(x))
0
1
1
Exp(x)
= Exp(x).
19
Demonstrao
Unidade 18
A Funo Exponencial
crescente e seu grco sempre cncavo para cima. Devido aos dois limites
fundamentais do logaritmo,
lim ln x = +
lim ln x = ,
x+
x0+
Lema 13
lim Exp(x) = +
x+
lim Exp(x) = 0.
20
Unidade 18
At o momento, s dispomos de denio para potncias racionais de nmeros positivos. As propriedades de logaritmo e exponencial, a saber, se a > 0
e r Q, ento
ln ar = r ln a
r
Exp(r a) = Exp(a) ,
permitem escrever
ar = Exp(r ln a).
= Exp( 3 ln ).
Fica como exerccio para o leitor mostrar que as propriedades de expoentes, vlidas para os nmeros racionais, tambm so verdadeiras no caso dos
irracionais. Por exemplo,
ax+y = Exp((x + y) ln a) =
Exp(x ln a + y ln a) =
Exp(x ln a) Exp(y ln a) = ax ay .
21
Definio 14
Exemplo 15
Unidade 18
A Funo Exponencial
Com essa denio podemos escrever
Exp(x) = Exp(x ln e) = ex ,
22
x = ln y.
Exerccios
3.
4.
ex + ex
ex ex
e senh (x) =
. Mostre que
2
2
cosh2 (x) senh 2 (x) 1. Calcule (cosh(x))0 , (cosh(x))00 , ( senh (x))0 e
( senh (x))00 . Esboce os grcos de ambas as funes.
Dena cosh(x) =
g(x) = ( 2)2x .
Sejam a > 0 e b > 0 tal que b 6= 1, nmeros reais. Dena o logaritmo
de a na base b usando a equao
logb a =
ln a
.
ln b
23
Unidade 18
19
Tcnicas de Integrao
Sumrio
19.1 Introduo
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . .
Z
19.2 O smbolo
f (x) dx
. . . . . . . . . . . . . .
19.5 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . .
11
19.7 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
15
16
19.9 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18
Unidade
19
Introduo
Para resolver essa integral, olhe xamente para ela at que uma soluo lhe
ocorra.
d'aprs George Plya
19.1
Introduo
Exemplo 1
= arctan x.
1 + x2
1 + x2
F 0 (x) = arctan x + x
.
4
2
0
Tcnicas de Integrao
Unidade
Z
19.2
O smbolo
f (x) dx
f (x) dx um nmero.
Exemplo 2
19
Unidade
19
x2 + 3 cos x, fazemos
Z
Z
Z
Z
2
2
(x + 3 cos x) dx =
x dx + 3
dx
cos x dx
=
x3
+ 3x sen x + C.
3
Precisamos estabelecer ainda mais uma notao. Isso ser feito na seo a
seguir.
19.3
Definio 1
Tcnicas de Integrao
Unidade
Exemplo 3
1
dx.
x
Calculando esta diferencial em x0 = 1, obtemos df = dx. Assim, a aproximao linear de ln 1.1, por exemplo,
f (x0 ) + df = 0 + 0, 1 = 0, 1.
Diferencial e Integrao
A noo de diferencial adequada para a o processo de integrao. Isso ,
dada uma diferencial dy = f (x) dx, queremos encontra as funes primitivas
y = F (x) que realizam essa equao como a diferencial:
dy = F 0 (x) dx.
Ela ser particularmente til para expressar o resultado que resume a primeira
tcnica de integrao, que veremos a seguir.
19.4
O processo de integrao o reverso da derivao. claro que o conhecimento dos processos de derivao ser muito til. Comearemos com
o mtodo que corresponde, na derivao, Regra da Cadeia. Esta tcnica
conhecida como mtodo por substituio. Antes de qualquer coisa, um exemplo.
Vamos calcular
x cos x2 dx .
Exemplo 4
19
Unidade
19
sen x2
G(x)
=
.
2
2
1
x cos x dx =
2
2
Z
cos u du =
sen u
sen x2
+C =
+ C.
2
2
Teorema 2
Tcnicas de Integrao
Unidade
Demonstrao
x3
Exemplo 5
x4 + 4 dx .
2 3
x 2 + C.
3
Realmente, se zermos u = x4 + 4, o termo que est sob o radical, temos
a diferencial du = 4x3 dx. Ora, uma rpida inspeo indica que, a menos da
constante, esta a diferencial que est multiplicando o radical. Assim, com um
pequenos ajuste podemos integrar, usando a substituio de x4 + 4 por u:
Z
Z
Z
1
1
3
3
4
4
x x + 4 dx =
x + 4 4x dx =
u du
4
4
3
12 3
1
=
u 2 + C = (x4 + 4) 2 + C.
43
6
x 2 dx =
19
Exemplo 6
Unidade
19
Exemplo 7
Para o caso de
3
tan x dx = ln | sec x| = ln 2.
0
1
3
1
2
x x + 1 dx =
(u 1)u du =
(u 2 u 2 ) du
2 5 2 3
u2 u2 + C
5
3
5
3
2
2
(x + 1) 2 (x + 1) 2 + C.
=
5
3
=
Tcnicas de Integrao
19.5
1.
2.
Exerccios
2
3
d) x2 x + 2 dx
a) x(x + 1) dx;
Z
Z
x+1
2 + ln x
b)
dx; e)
dx;
2
2
(x + 2x + 4)
x
Z
Z
sen t
dt;
c)
f)
sen 3 t cos t dt;
1 + cos t
1
dx;
x(x + 2)
Z
sen t
dt;
h)
1 + cos t
Z
i) t(2 t)3/2 dt.
g)
= 2.
2
x
1 x
1
1
Sendo a funo f (x) = 2 positiva, h uma aparente contradio. Como
x
voc explica este fenmeno?
3.
Seja g uma funo diferencivel tal que g 0 (x) uma funo contnua e seja
f uma funo contnua. Suponha que [a, b] esteja contido no domnio de
g e que g([a, b]) esteja contido no domnio de f . Mostre que
Z g(b)
Z b
0
f (u) du.
f (g(x)) g (x) dx =
g(a)
tan x dx.
0
4.
b)
ex (1 + ex )2 dx;
0
/3
cot d;
d)
/6
5.
ln 3
Z
1
ln x
dx.
x
dx = arctan + C ;
2
2
a +x
a
a
Unidade
19
Unidade
19
Exerccios
1
x
dx = arcsen
a
a2 x 2
Z
1
1
dx = arcsec
2
2
a
x x a
a)
b)
x2
dx;
4 + x6
+ C , |x| < a;
x
+ C , |x| > a.
a
c)
1/2
Z
0
d)
dx;
e2x 1
10
x
dx;
1 x4
1
dx.
2
x + 2x + 2
Tcnicas de Integrao
19.6
Unidade
Exemplo 8
Z
e
I2 =
x cos x dx.
Z
x sen x + C = cos x +
x cos x dx.
11
19
Unidade
19
Z
u dv = uv
Exemplo 9
Exemplo 10
v du.
H situaes nas quais a tcnica precisa ser usada vezes seguidas, como o
prximo exemplo ilustra.
Z
Para integrar x2 cos x dx, iniciaremos com a escolha u = x2 e dv =
cos x dx. Isso gera du = 2x dx e v = sen x. Aplicando a frmula
Z
Z
u dv = uv
v du
temos
x cos x dx = x sen x
12
2x sen x dx.
Tcnicas de Integrao
Unidade
x
dx.
1 + x2
13
Exemplo 11
19
Unidade
19
Exemplo 12
Para integrar I =
14
Tcnicas de Integrao
19.7
1.
Exerccios
e)
x ln x dx;
f)
g)
h)
1/2
arcsen x dx.
0
2.
Calcule
cos x dx.
15
Unidade
19
Unidade
19
19.8
Integrais do tipo
Exemplo 13
Este exemplo ilustra a situao mais simples, na qual uma das potncias n
ou m mpar. Neste caso, as identidades trigonomtricas mais uma substituio
simples resolvero o problema. Vamos calcular
Z
A identidade trigonomtrica fundamental d cos2 x = 1 sen 2 x e escrevemos o integrando na forma sen 2 x cos3 x = sen 2 x (1 sen 2 x) cos x. Fazendo
a substituio u = sen x, que acarreta du = cos x dx, temos
Z
sen x cos x dx =
(u2 u4 ) du
Z
Z
2
=
u du u4 du
=
u3
u5
+ C
3
5
sen 3 x
sen 5 x
=
+ C.
3
5
=
O problema demanda interveno trigonomtrica quando ambas as potncias so pares. Veja o exemplo mais simples possvel.
Exemplo 14
Vamos calcular
16
Tcnicas de Integrao
sen 2 x =
cos x dx =
=
1 + cos 2x
2
!
dx
x
sen 2x
+
+ C.
2
4
17
Unidade
19
Unidade
19
Exerccios
19.9
1.
Exerccios
/6
sen x dx;
2
e)
f)
2.
3.
4.
c)
d)
g)
h)
sen n x dx.
Z
sec x dx =
sec x
sec x + tan x
sec x + tan x
!
dx
18
20
Outras Tcnicas de
Integrao
Sumrio
20.1 Substituies Trigonomtricas . . . . . . . . . . . .
20.2 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
20.4 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
14
15
16
20.7 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
18
Unidade 20
Substituies Trigonomtricas
20.1
Substituies Trigonomtricas
a2 x 2 , a2 + x 2 e x 2 a2 .
Ilustraremos esses procedimentos com alguns exemplos.
Exemplo 1
Para calcular
t + sen t cos t
+ C.
2
Z
arcsen x + x 1 x2
2
1 x dx =
+ C.
2
2
arcsen x + x 1 x
funo F (x) =
pode ser estendida diferenciavelmente
2
Z 1
2
arcsen x + x 1 x
2
=
1 x dx =
+
= .
2
4
4
2
1
1
1 x2 :
a2 + x 2 .
Unidade 20
Unidade 20
Exemplo 2
Substituies Trigonomtricas
Para calcular
a reta real. Alm disso, se t 2 , 2 , sec t 0 e
16 + 16 tan2 t =
16 sec2 t = 4 sec t.
Para completar, precisamos calcular dx em termos de dt. Mas, como x =
4 tan t, dx = 4 sec2 t dt e podemos calcular
Z
Z
Z
2
2
16 + x dx =
(4 sec t) (4 sec t) dt = 16 sec3 t dt.
Z
Para integrar
tan2 t sec t dt
(sec2 t 1) sec t dt
Z
Z
3
sec t tan t sec t dt +
sec t dt
Z
sec t tan t + sec t dt
sec t tan t
16 + x2 + x
x 16 + x2
=
+ 8 ln
+ C.
2
4
Unidade 20
x2
dx ,
16 x2
dx =
4 sec t tan t dt = 16
sec3 t dt
2
4 tan t
16 x
= 8 sec t tan t + 8 ln | sec t + tan t| + C
x + x2 16
x x2 16
=
+ 8 ln
+ C.
2
4
Exemplo 3
Unidade 20
Exerccios
20.2
Exerccios
(d)
dx;
9 4x2
Z
1
dt;
(e)
t4 1 t2
Z
(f)
x3
dx;
(x2 + 9)3/2
Z
(g)
Z
(h)
Z
(i)
25 x2
dx;
x2
x+1
dx;
+ 4x + 5
x2
dt.
t4 t2 1
20.3
Unidade 20
Exemplo 4
Unidade 20
Z
Para usar o mtodo das fraes parciais para integrar
p(x)
dx, preq(x)
cisamos:
(a) Decompor o polinmio q(x) em seus fatores primos;
(b) Determinar as constantes da decomposio em fraes parciais;
(c) Saber integrar cada uma das fraes parciais.
Vamos ilustrar esses procedimentos com vrios exemplos. Comecemos por observar que, quanto ao item c, j sabemos integrar alguns casos. Veja o exemplo
a seguir.
Exemplo 5
As frmulas
Z
Z
1
1
dx = ln |x| + C e
dx = arctan x + C
x
1 + x2
resolvem os seguintes casos tpicos:
Z
1
dx =
x+1
Z
3
dx =
5 + 2x + x2
Z
x+1
dx =
2
x + 2x + 2
ln |x + 1| + C;
x + 1
3
arctan
+ C;
2
2
ln(x2 + 2x + 2)
+ C.
2
x5
dx.
x2
x2
x2
= lim
x2
!
(x 2) A
(x 2) B
+
x+1
x2
!
(x 2) A
+ B = B.
x+1
Ou seja,
x5
6
(x + 1)(x 5)
= lim
=
= 2
2
x1
x1 x 2
x x2
3
A = lim
e
(x 2)(x 5)
x5
3
=
lim
=
= 1.
x2
x2 x + 1
x2 x 2
3
Agora podemos escrever a soluo completa da integral:
Z
Z
Z
x5
2
1
dx =
dx
dx
2
x x2
x+1
x2
= 2 ln |x + 1| ln |x 2| + C.
B = lim
Unidade 20
Unidade 20
Exemplo 7
x2 5x 10
dx,
x3 x2 5x 3
4
x2 5x 10
=
= 1.
x1
x3
4
lim
e
B = lim (x 3) f (x) = lim
x3
x3
A1 (x 3) A2 (x 3)
+
+B
(x + 1)2
x+1
x2 5x 10
16
=
= 1.
2
x3
(x + 1)
16
B = lim
.
3
2
2
x x 5x 3
(x + 1)
x+1
x3
10
Unidade 20
2x3 + x2 5x 8
Ax + B
D
E
= 2
+
+
.
4
3
2
x + 2x + x 2x 2
x + 2x + 2
x+1
x1
e
2x3 + x2 5x 8
10
=
= 1
x1 (x + 1)(x2 + 2x + 2)
10
11
Exemplo 8
Unidade 20
Portanto,
2x3 + x2 5x 8
Ax + B
2
1
= 2
+
4
3
2
x + 2x + x 2x 2
x + 2x + 2
x+1
x1
e fazendo x = 0, obtemos B = 2. Para calcular A, podemos escolher outro
valor para x, diferente de 1, 1 e 0. Fazendo x = 2, por exemplo, obtemos
A = 1.
Com essas informaes e escrevendo x2 + 2x + 2 = (x + 1)2 + 1, podemos
efetuar a integrao:
Z
Z
Z
2
1
x+2
dx +
dx
dx
I =
2
(x + 1) + 1
x+1
x1
Z
Z
Z
Z
x+1
1
2
1
I =
dx +
dx +
dx
dx
2
2
(x + 1) + 1
(x + 1) + 1
x+1
x1
Z
Z
Z
Z
1
2(x + 1)
1
2
1
dx +
dx +
dx
dx
I =
2
2
2
(x + 1) + 1
(x + 1) + 1
x+1
x1
1
I =
ln(x2 + 2x + 1) + arctan(x + 1) + 2 ln |x + 1| ln |x 1| + C.
2
12
Unidade 20
Exemplo 9
Z
(x2
1
dx.
+ 4)2
dx
x2 + 4
x +4
(x2 + 4)2
Z
x2
x
+ 2
dx
= 2
x +4
(x2 + 4)2
Z 2
x
x +44
= 2
+ 2
dx
x +4
(x2 + 4)2
Z
Z
x
x2 + 4
4
= 2
+ 2
dx + 2
dx
2
2
2
x +4
(x + 4)
(x + 4)2
Z
Z
1
1
x
+ 2
dx 8
dx
= 2
2
2
x +4
x +4
(x + 4)2
Manipulando essa igualdade, obtemos
Z
Z
1
x
1
8
dx = 2
+
dx
2
2
2
(x + 4)
x +4
x +4
Z
1
x
1
x
dx =
+
arctan + C.
2
2
2
(x + 4)
8(x + 4)
16
2
13
Unidade 20
Exerccios
20.4
Exerccios
8 5x
dx;
(2x 1)(x 1)
Z
5x 7
(g)
dx;
x2 2x 3
Z
9x2 + 2x 2
(h)
dx;
x(x 1)(x + 2)
Z
3x2 x3 2x + 1
dx;
(i)
x2 (x 1)2
Z
2x3 11x2 + 20x 1
dx.
(j)
x2 5x + 6
Z
(f)
3x2 3x + 2
dx;
(x2 + 4)(x 2)
Z
(d)
x3 4x + 5
dx;
x2 (x2 4x + 5)
Z
(e)
(x2
1
dx;
+ 4)2
Z
x2
2x3 + x2 + 2x 1
(f)
dx.
dx;
(c)
4
(x2 + 9)3
x 1
Z
1
dx fazendo a substituio x = tan t.
3. Calcule a integral
(1 + x2 )3
Z
14
20.5
Unidade 20
1 + x2 =
1 + senh 2 t =
cosh2 t = cosh t,
uma vez que cosh t > 0, para todo t R. Isso faz
Z
Z
Z
(et + et )2
2
2
dt
1 + x dx =
cosh t dt =
4
!
Z
2t
2t
1
1
e
e
=
(e2t + 2 + e2t ) dt =
+ 2t
+ C
4
4 2
2
1
t
senh 2t +
+ C
4
2
1
t
=
(2 senh t cosh t) +
+ C
4
2
x 1 + x2
arcsenh x
=
+
+ C.
2
2
=
15
Exemplo 10
Unidade 20
A substituio de Weierstrass
x 1 + x2
arcsenh x
para certificar-se de que a funo F (x) =
+
uma
2
2
primitiva de f (x) = 1 + x2 .
20.6
A substituio de Weierstrass
1
dt.
cos t + sen t
t
u
=
2
1 + u2
cos
t
1
=
.
2
1 + u2
2u
1 + u2
16
cos t =
1 u2
.
1 + u2
Assim,
Z
1
dt =
cos t + sen t
1
2
2
du
1 + u2
1u
2u
+
2
1 + u2
Z
Z 1+u
2
du =
22 (u + 1)2 du
=
u2 + 2u + 1
2(u + 1)
+ C
2 arctanh
=
2
2
t
=
2 arctanh
tan + 1
+ C.
2
2
Usamos a frmula
Z
1
dx = arctanh + C,
1 x2
17
Unidade 20
Unidade 20
Exerccios
20.7
Exerccios
Z
(a)
t
Z0
(b)
x e2x dx;
sen 2x
dx;
1 + 3 sen 2 x
(h)
1 + 4t2 dt;
(i)
x sec2 x dx;
arctan x
(c)
dx;
(x + 1)3
Z
(d)
ex 4 + e2x dx;
Z
1
dx;
(e)
x + x1/3
Z
(f)
ln(2 + x) dx;
Z
1
(g)
dx;
x(1 + x)3
(j)
Z
(k)
x (2 + 3x)1/3 dx;
x3 cos x2 dx;
x3
dx;
1 + x8
Z
1
dx;
(m)
1 + x4
Z
1 + ex dx.
(n)
Z
(l)
18
21
Integrais Imprprias
Sumrio
21.1 Integrais sobre domnios no limitados . . . . . . . .
21.2 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
21.4 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
12
13
21.6 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
16
Unidade 21
1
2
2
e(x) /2 ,
2
Exemplo 1
1
admite a funo F (x) =
1 + x2
arctan x como uma primitiva. Ento, pelo Teorema Fundamental do Clculo,
temos
Z t
1
dx = arctan t
2
0 1+x
Integrais Imprprias
Unidade 21
, apesar de esta regio no ser limitada. Veja como essa ideia pode ser
2
generalizada na forma da denio a seguir.
Seja f uma funo contnua tal que [a, +) Dom(f ).Z Considere
t
F : [a, +) R a primitiva de f denida por F (t) =
f (x) dx.
Definio 1
Denimos
+
Z
f (x) dx :=
lim
f (x) dx =
t+
lim F (t)
t+
Z
h(x) dx :=
lim
Z
h(x) dx +
lim
s+
h(x) dx
0
Definio 2
Unidade 21
t+
t+
a integral imprpria
Z
lim
s+
que no existe.
Exemplo 2
As integrais imprprias
Z +
1
dx e
1 + x2
convergem.
1
dx
(1 + x)2
1
No primeiro caso, j calculamos lim
dx = . Analogamente,
2
t+ 0 1 + x
2
Z 0
1
lim
dx = . Portanto,
s s 1 + x2
2
Z +
1
dx =
+
= .
2
2
2
1 + x
Z
1
1
No outro caso, como
dx =
+ C , temos
2
(1 + x)
1+x
Z 2
Z 2
1
1
1
dx = lim
dx = lim 1 +
= 1.
2
t
t
(1 + x)2
1+t
(1 + x)
t
Integrais Imprprias
21.2 Exerccios
1.
(b)
(c)
1
+
2
+
1
dx;
x2
(d)
(e)
(f)
1
dx;
x2 1
x3
1
dx;
9 + x2
1
dx;
x
1
dx;
+ 4x
dx.
x(x + 4)
Unidade 21
Unidade 21
Critrios de Convergncia
Critrio da Comparao
O nome desse critrio devido ao fato de ser baseado na comparao de
duas funes. Veja o enunciado.
Teorema 3
(b) Se
x [a, +), e a integral imprpria
Z +0 g(x) f (x), paraZtodo
+
g(x) dx divergir, ento
f (x) dx divergir.
a
Exemplo 3
convergente.
Integrais Imprprias
A funo f (x) = ex
Unidade 21
Portanto, F (t)
uma funo positiva e no decrescente. Alm disso, como
Z +
lim G(t) =
g(x) dx = k , para algum k R, ento lim F (t) =
t+
t+
a
Z +
f (x) dx converge.
a
Exemplos Referenciais
Aqui esto alguns exemplos de integrais imprprias que so teis para a
aplicao do teste de convergncia. Vamos considerar a > 0.
Demonstrao
Unidade 21
Critrios de Convergncia
Se r > 1, ento
Se r 1, ento
Se r > 0, ento
1
dx convergente;
xr
1
dx divergente;
xr
a
+
erx dx convergente.
Corolrio 4
Demonstrao
A hiptese de que
2 |f (x)| dx
a
tambm
Z +converge. Como 0 |f (x)| + f (x) 2|f (x)|, podemos concluir
que
(|f (x)| + f (x)) dx converge.
a
Como
Z t
Z t
Z t
lim
f (x) dx = lim
(|f (x)| + f (x)) dx lim
|f (x)| dx,
t+
t+
t+
f (x) dx converge.
Exemplo 4
Integrais Imprprias
Unidade 21
Teorema 5
lim
g(x) dx converge.
x2 + x
1
2x
15
lim
= lim
=
> 0.
1
x
x 2x 15
2
x
Z +
Z +
1
x
Como
dx convergente, conclumos que
dx
2
3
x
5x + 4x2 1
5
5
Z +
1
dx, no converge. Assim, a integral
convergente. Por outro lado,
x
9
Z +
x+1
imprpria
dx tambm no converge.
2x 15
9
5x3
Exemplo 5
Unidade 21
Demonstrao
Critrios de Convergncia
Note que, se h uma funo contnua com [a, +) Dom(h) e a <
R < t, ento
Z t
Z R
Z t
h(x) dx =
h(x) dx +
h(x) dx
a
e, portanto,
f (x)
= L > 0 garante que
x+ g(x)
lim
L
.
g(x)
2
Portanto,
L
f (x)
L
L ,
2
g(x)
2
L
f (x)
3L
,
2
g(x)
2
3L g(x)
L g(x)
f (x)
.
2
2
A ltima Zdesigualdade permite que usemos o critrio
Z da comparao para
+
concluir que
e, portanto,
Z R+
Exemplo 6
Z R+
g(x) dx converge
g(x) dx converge.
10
1
dx.
x + ex
Integrais Imprprias
Observe que
lim
Alm disso,
Z 0
1
x + ex =
ex
e dx =
Como
ex dx =
lim
e dx converge,
x
1
= 1.
x ex + 1
Z
t
lim
lim (1 et ) = 1.
1
dx tambm converge.
x + ex
11
Unidade 21
Unidade 21
Exerccios
21.4 Exerccios
1.
(b)
(c)
(d)
(e)
+
x
sen x dx;
(f)
(g)
(h)
(i)
(j)
0
+
1
+
2
+
dx;
x4 + x + 1
x
dx;
x2 ln x
sen 3
dx;
x2
x+2
dx;
3/2
x + x1/2 + 1
ex
dx;
x3
2
+
12
ex
dx;
e2x + e2x
1
dx;
x ln x
1
dx;
x ln x
(1 +
1
dx.
x)(1 + x)
Integrais Imprprias
Unidade 21
dx .
3
x
0
Exemplo 7
1
Veja que, apesar do domnio de integrao ser nito, a funo f (x) =
no
3
x
est denida em x = 0. Mais ainda,
1
= +.
lim+
3
x0
x
A exemplo do que zemos no caso das integrais sobre domnios no limitados, podemos considerar, para todo x > 0, a primitiva
Z 8
1
3
F (t) =
dx = 6 t2/3 ,
3
2
x
t
e estabelecer
Z
0
dx = lim+ F (t) = 6.
3
t0
x
f (x) dx.
13
Exemplo 8
Unidade 21
ln x
dx = 2 x ln x 4 x + C.
x
ln x
dx =
x
ln x
dx
t0
x
t
= lim+ (4 2 t ln t + 4 t) = 4.
lim+
t0
= lim (2 t (ln t 2) + 4) = +.
t+
Z
0
ln x
dx convergir, dizemos
x
Teorema 6
(b) Se
todo x (a, b], e a integral imprpria
Z +0 g(x) f (x), para
Z +
g(x) dx divergir, ento
f (x) dx diverge.
a
14
Integrais Imprprias
Vamos analisar a convergncia de
Z 4
1
dx .
2
x 4
2
Note que (2, 4] est contido no domnio do integrando e
1
lim+
= +.
2
x2
x 4
Podemos escrever
1
x2
1
1
e, se x > 2,
x2 x+2
1
1
1
<
= .
2
x+2
2+2
1
x2
dx =
x2
=
1
e, como
x2
dx
t2
x2
t
lim+ 2 2 2 t 2 = 2 2,
lim+
t2
conclumos que
x2
15
Unidade 21
Exemplo 9
Unidade 21
Exerccios
21.6 Exerccios
1.
(b)
1
4
(c)
(d)
1
dx;
1x
(e)
(f)
1
dx;
(x 2)2/3
1
dx;
(x 1)2
ln x dx;
(g)
(h)
x
1
ln dx;
2
x
16
/2
1
x2
dx;
x
dx;
x4
sen x
dx.
x3/2
22
Aplicaes da integral
Volumes
Sumrio
22.1 Mtodo das sees transversais . . . . . . . . . . .
22.3 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11
15
17
22.7 Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
19
Unidade 22
Slidos de revoluo
Os slidos de revoluo so aqueles obtidos girando uma regio plana R em
torno de um eixo, chamado eixo de rotao.
Exemplo 1
1 0.5
0 0.5 x 1
1.5
Unidade 22
n
X
2
Vi =
f (i ) xi ,
i=1
i=1
1 0.5
0 0.5 x 1
1.5
2
Como a funo f contnua, a funo g(x) = f (x) tambm contnua.
Podemos ento estabelecer a denio a seguir.
Definio 1
Z b
n
X
2
2
lim
f (i ) xi =
f (x) dx.
kPk0
i=1
r2 x2 0,
Exemplo 2
Unidade 22
Nesse caso,
Z
V =
r2
2
x2
Z
dx =
r 2 x2
2
dx
r
x
r2 x
3
3
Exemplo 3
r3
r3
4r3
3
= r
+r
=
.
3
3
3
V1 =
2
f1 (x) dx
determina, precisamente, o volume do buraco. Portanto, o volume que queremos calcular dado pela diferena V1 V2 :
Z 1
Z 1
2
2
(2 + 1 x ) dx
V =
(2 1 x2 )2 dx =
1
1
Z 1
= 8
1 x2 dx = 8
= 4 2 .
2
1
2
Ao observar a frmula V =
f (x) dx, voc no pode deixar de notar
a
2
que o integrando f (x) , precisamente, a rea do disco de raio f (x), a seo
transversal obtida do corte do slido de revoluo dado pelo plano perpendicular
ao eixo na altura x.
Isso nos leva a estender a denio de volume a outros slidos, no necessariamente slidos de revoluo.
Suponha que B seja um slido limitado por dois planos perpendiculares ao
eixo Ox, em x = a e x = b, e que para cada x [a, b], a rea da seo
transversal do slido com o plano perpendicular ao eixo seja dada por A(x).
Se A(x) for uma funo contnua, usamos as somas de Riemann, de maneira
anloga que foi usada no caso de slidos de revoluo, para chegarmos
denio a seguir.
Nas condies que acabamos de descrever, o volume do slido B
Z b
V =
A(x) dx.
a
Unidade 22
Unidade 22
Exemplo 4
16 a3
unidades de
3
1.5
0.5
O mtodo que permite fazer isso chamado de mtodo das cascas cilndricas, pois usamos aproximaes do slido por cascas cilndricas obtidas da
revoluo em torno do eixo Oy de retngulos que aproximam a rea R, num
processo similar ao que usamos para obter a frmula de volume de slidos de
revoluo em torno do eixo Ox.
Veja como funciona: seja a = x0 < x1 < x2 < < xn = b uma partio
do intervalo [a, b] e, como antes, para cada intervalo da partio, escolhemos
um ponto i [xi1 , xi ].
O volume da casca cilndrica obtida da revoluo em torno do eixo Oy do
retngulo de base [xi1 , xi ] e altura f (i )
Vi = f (i ) (xi + xi1 ) xi .
Unidade 22
Unidade 22
Vi =
i=1
n
X
f (i ) (xi + xi1 ) xi =
i=1
u 2
n
X
f (i ) xi xi .
i=1
V = 2
x f (x) dx.
a
Exemplo 5
=
.
= 2
2
3r
2
3
3
Z
22.3 Exerccios
1.
2.
3.
Faa um esboo do slido de revoluo obtido pela revoluo do semicrculo do exemplo anterior em torno dos seguintes eixos: (a) x = 2; (b)
y = 1.
Seja R a regio limitada pela curva y = x, pelo eixo Ox, com x [0, 4].
Faa um esboo do slido obtido pela revoluo de R em torno do eixo
Ox e calcule o seu volume.
Ox.
5.
6.
7.
8.
Oy .
Ox.
Ox.
Ox.
Unidade 22
Unidade 22
Exerccios
9.
10.
Um slido construdo sobre o tringulo de vrtices (0, 2), (0, 2) e (4, 0),
de tal forma que cada seo perpendicular ao eixo Ox um semicrculo.
Uma cunha cortada do cilindro x2 + y 2 1 pelos planos z = 0 e z = y .
Calcule o seu volume.
10
11
Unidade 22
Unidade 22
i=1
q
2
onde li = (xi xi1 )2 + f (xi ) f (xi1 ) o comprimento do segmento
de reta unindo os pontos (xi1 , f (xi1 )) e (xi , f (xi )), a geratriz do tronco que
tem como raios das bases f (xi1 ) e f (xi ).
Usaremos agora o fato de f ser uma funo diferencivel. Pelo Teorema do
Valor Mdio, existe um nmero i [xi1 , xi ] tal que
f 0 (i ) =
f (xi ) f (xi1 )
,
xi xi1
f (xi1 ) + f (xi )
,
2
Ai = 2
n
X
q
f (i ) 1 +
f 0 (i )
2
xi .
i=1
12
Unidade 22
Definio 2
Note que
de f 0 ser uma funo contnua, pois ento a funo
q usamos o fato
2
y = f (x) 1 + f 0 (x) contnua, garantindo que as somas de Riemann
convergem.
A esfera de raio r pode ser gerada pela revoluo do grco da funo
1 2
x
(r x2 )1/2 (2x) =
.
2
r 2 x2
Ento,
q
2
1 + f 0 (x)
x2
=
1+ 2
r x2
r
r 2 x2 + x2
=
=
r 2 x2
r
=
.
r 2 x2
Assim,
Z
Z
Z
q
2
r
0
2
2
f (x) 1 + f (x) dx =
r x
dx = r dx.
r 2 x2
Portanto, a rea da superfcie da esfera de raio r
r
Z r
A = 2 r
dx = 2 r x
= 4 r2 .
r
r
O exemplo que voc ver a seguir bem conhecido devido ao seu resultado
surpreendente.
13
Exemplo 6
Unidade 22
Exemplo 7
Vamos calcular o volume da regio limitada pela trombeta. Para isso, usaremos a frmula do volume, mas com a integral imprpria, para incluir toda a
trombeta:
Z
Z
2
1
V =
f (x) dx =
dx =
x2
1
1
r
Z r
1
1
= lim
dx = lim =
r 1 x
r
x
1
1
= .
= lim 1
r
r
Mas,
Como
1
x
r
1+
1 2
x2
Z
dx = 2
1
x4 + 1
dx.
x3
x4 + 1
3
x6 + x2
x
lim
= 1.
= lim
1
x
x
x3
x
Z
14
i=1
e, portanto,
n
X
i=1
n q
X
2
li =
1 + f 0 (i ) xi .
i=1
15
Unidade 22
Unidade 22
Comprimento de curva
Assim podemos denir o comprimento do grco da funo f , sobre o
intervalo [a, b], pelo limite dessas somas de Riemann:
Z bq
2
1 + f 0 (x) dx.
L =
a
Exemplo 8
x1
x2
x2
x1
r2
r
dx.
x2
r2 x2 = r cos .
Assim,
Z
x2
x1
dx =
2
r x2
1
2
r2 cos
d =
r cos
r d = r (2 1 ) = r .
=
1
16
17
Unidade 22
Unidade 22
Z
V =
A(x) dx.
a
f (x)
A = 2
2
1 + f 0 (x) dx.
Z bq
2
1 + f 0 (x) dx.
18
22.7 Exerccios
1.
2.
3.
(c) f (x) = 2 x,
(a) f (x) =
5.
6.
7.
[0, 2];
[0, 1];
[1, 4];
[0, /2].
19
Unidade 22