Pde 2024 Relatorio Final - Pdf.a0co0ci
Pde 2024 Relatorio Final - Pdf.a0co0ci
Pde 2024 Relatorio Final - Pdf.a0co0ci
Ministrio de
Minas e Energia
Presidente
Mauricio Tiomno Tolmasquim
Secretrio Executivo
Luiz Eduardo Barata
Escritrio Central
www.epe.gov.br
www.mme.gov.br
Catalogao na Fonte
Brasil, Ministrio de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energtica
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 / Ministrio de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa
Energtica. Braslia: MME/EPE, 2015
2v.: il.
1. Energia_Brasil. 2. Poltica Energtica_Brasil 3. Recursos Energticos_Brasil
PARTICIPANTES MME
Coordenao Geral
Altino Ventura Filho
Coordenao Executiva
Moacir Carlos Bertol
Joo Jos de Nora Souto
Paulo Cesar Magalhes Domingues
Centro de Pesquisas de Energia Eltrica CEPEL
Albert Cordeiro Geber de Melo, Maria Elvira Pieiro Macieira
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico SPE
iii
PARTICIPANTES EPE
Coordenao Geral
Coordenao Executiva
Consolidao e Sistematizao
Estudos socioambientais
iv
APRESENTAO
No setor energtico, compete ao Conselho Nacional de Poltica Energtica CNPE o estabelecimento
de polticas e diretrizes, visando ao desenvolvimento nacional sustentado. O Estado Brasileiro exerce,
na forma da lei, as funes de planejamento, o qual determinante para o setor pblico e indicativo
para o setor privado.
Os Planos Decenais elaborados no setor eltrico constituem um dos principais instrumentos de
planejamento da expanso eletroenergtica do pas. A partir de 2007 estes Planos ampliaram a
abrangncia dos seus estudos, incorporando uma viso integrada da expanso da demanda e da
oferta de diversos energticos, alm da energia eltrica.
O Plano Decenal de Expanso de Energia PDE 2024 apresenta importantes sinalizaes para
orientar as aes e decises, voltadas para o equilbrio entre as projees de crescimento econmico
do pas e a necessria expanso da oferta, de forma a garantir sociedade o suprimento energtico
com adequados custos, em bases tcnica e ambientalmente sustentvel.
Nesse sentido, vale ressaltar a previso da continuidade da forte presena das fontes renovveis na
matriz energtica brasileira, de 45,2% em 2024, indicador superior ao verificado em 2014, de 39,4%.
Na matriz de gerao de energia eltrica, as renovveis devero representar perto de 86% em 2024,
superando a atual predominncia destas fontes. Destaque para a energia elica, que dos atuais 2%
da matriz eltrica dever passar a 8% em 2024, devido expanso de 20 GW no perodo.
O que se projeta ao longo do perodo o incio de um processo de diversificao da matriz de energia
eltrica, que embora ainda predominantemente baseada em energia hidrulica, apresenta um
crescimento expressivo de outras fontes renovveis.
Neste PDE 2024 esto previstos investimentos globais da ordem de R$ 1,4 trilho, dos quais 26,7%
correspondem ao segmento de energia eltrica; 70,6% ao de petrleo e gs natural; e 2,6%, ao de
biocombustveis lquidos. Dentre os principais parmetros fsicos, haver ampliao entre o verificado
em 2014 e 2024: da oferta da capacidade instalada para atendimento carga de energia eltrica do
Sistema Interligado Nacional, de 132,9 GW para 206,4 GW, no includa a autoproduo; da produo
de petrleo, de 2,3 milhes de barris/dia para 5,1 milhes de barris/dia; da produo de gs natural,
de 87,4 milhes de m3/dia para 171,7 milhes de m3/dia; e da produo de etanol, de 28,5 milhes
de m3 para 43,9 milhes de m3.
Ao apresentar o Plano Decenal de Expanso de Energia PDE 2024, resultado de um processo
interativo de planejamento energtico, subsidiado por estudos da Empresa de Pesquisa Energtica, o
Ministrio de Minas e Energia agradece a colaborao recebida por meio da consulta pblica, da qual
participaram entidades da sociedade civil, rgos governamentais, empresas e agentes do setor
energtico.
Braslia, dezembro de 2015.
Eduardo Braga
Ministro de Estado de Minas e Energia
ESTRUTURA DO RELATRIO
Contextualizao e demanda;
INTRODUO
CONTEXTUALIZAO E DEMANDA
CaptuloIPREMISSASBSICAS
CaptuloIIDEMANDADEENERGIA
CaptuloIIIGERAODEENERGIAELTRICA
CaptuloIVTRANSMISSODEENERGIAELTRICA
ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADE
CaptuloIXEFICINCIAENERGTICAEGERAODISTRIBUDA
CaptuloXANLISESOCIOAMBIENTAL
vi
SUMRIO
INTRODUO...................................................................................................................14
I PREMISSAS BSICAS...................................................................................................18
1.
Cenriomacroeconmicodereferncia...................................................................18
Aspectosgerais..........................................................................................................................18
Conjunturaeconmica...............................................................................................................18
Cenriodereferncia.................................................................................................................20
2.
Premissasdemogrficas...........................................................................................23
3.
Cenriosetorialdereferncia..................................................................................25
Conjunturasetorial....................................................................................................................25
Premissassetoriais.....................................................................................................................25
Perspectivas...............................................................................................................................26
Grandesconsumidores...............................................................................................................32
Setorresidencial........................................................................................................................33
Setordetransportes..................................................................................................................35
II DEMANDA DE ENERGIA.............................................................................................38
1.
Projeoconsolidadadoconsumofinalporfonte....................................................39
2.
Energiaeltrica........................................................................................................43
2.1
Projeodoconsumo.......................................................................................................43
2.2
Projeodacarga............................................................................................................46
2.3
CargadeenergianoSIN:comparaoentrePDE2024edoPDE2023..............................48
3.
Gsnatural..............................................................................................................48
4.
Derivadosdepetrleo..............................................................................................52
4.1
leodiesel.......................................................................................................................52
4.2
GsLiquefeitodoPetrleo(GLP)......................................................................................54
4.3
Gasolinaautomotiva........................................................................................................55
4.4
Querosenedeaviao(QAV)...........................................................................................58
4.5
leocombustveleoutrossecundriosdepetrleo.........................................................59
4.6
Noenergticosdopetrleo............................................................................................61
4.7
Nafta...............................................................................................................................63
5.
Biocombustveis.......................................................................................................64
5.1
Biocombustveislquidos.................................................................................................64
5.2
Biomassadacana............................................................................................................66
5.3
Biomassadalenha...........................................................................................................67
vii
5.4
CarvoVegetal.................................................................................................................68
6.
CarvomineraleCoque...........................................................................................69
7.
Consumofinalporfonteeporsetor.........................................................................70
Introduo...............................................................................................................73
2.
Sistemaexistente.....................................................................................................75
3.
Metodologiaecritrios............................................................................................76
4.
Diretrizesepremissas..............................................................................................77
5.
Expansodagerao...............................................................................................81
5.1
Resumodaexpanso.......................................................................................................81
5.2
Expansohidreltrica......................................................................................................84
5.3
Expansotermeltrica.....................................................................................................88
5.4
Expansodeoutrasfontesrenovveis.............................................................................90
5.5
Evoluodamatrizdegeraodeenergiaeltrica...........................................................92
6.
Relaoentreacapacidadedearmazenamentoeomercado..................................97
7.
Expansodasinterligaes....................................................................................102
8.
CustosMarginaisdeOperaoeriscosdedficit...................................................106
9.
Atendimentodemandamxima..........................................................................110
10.
Estimativadeinvestimentos..................................................................................119
Consideraesiniciais............................................................................................131
2.
Topologiadarededetransmisso.........................................................................132
2.1
Configuraoinicial........................................................................................................132
2.2
ExpansodoSINeaintegraodeusinasdegrandeporteedenovasrenovveis..........133
2.3
Interligaesregionais...................................................................................................139
2.4
InterligaesdossistemasisoladosaoSIN.....................................................................149
2.5
Interligaescompasesvizinhos...................................................................................152
3.
Sistemasregionaisdetransmisso.........................................................................153
3.1
RegioNorte..................................................................................................................153
3.1.1
EstadodoPar.............................................................................................................................154
3.1.2
EstadodoMaranho...................................................................................................................159
3.1.3
EstadodoTocantins.....................................................................................................................162
3.1.4
EstadodoAmazonas....................................................................................................................164
3.1.5
EstadodoAmap.........................................................................................................................165
3.1.6
EstadodeRoraima.......................................................................................................................167
3.1.7
Estudoscomplementares............................................................................................................168
3.2
RegioNordeste............................................................................................................169
EstadodoPiau............................................................................................................................169
EstadodoCear...........................................................................................................................175
3.2.1
3.2.2
viii
3.2.3
3.2.4
3.2.5
3.2.6
3.2.7
3.2.8
3.2.9
3.3
EstadodoRioGrandedoNorte...................................................................................................178
EstadodaParaba........................................................................................................................181
EstadodePernambuco................................................................................................................183
EstadodeAlagoas........................................................................................................................185
EstadodoSergipe........................................................................................................................187
EstadodaBahia...........................................................................................................................188
Estudoscomplementares............................................................................................................193
RegioSudeste..............................................................................................................194
EstadodeSoPaulo....................................................................................................................195
EstadodeMinasGerais...............................................................................................................200
EstadodoEspritoSanto..............................................................................................................205
EstadodoRiodeJaneiro.............................................................................................................207
Estudoscomplementares............................................................................................................209
3.3.1
3.3.2
3.3.3
3.3.4
3.3.5
3.4
RegioCentroOesteeEstadosdoAcreeRondnia.......................................................209
EstadodeGoiseDistritoFederal...............................................................................................210
EstadodeMatoGrosso...............................................................................................................213
EstadosdoAcreeRondnia........................................................................................................215
EstadodeMatoGrossodoSul.....................................................................................................217
Estudoscomplementares............................................................................................................219
3.4.1
3.4.2
3.4.3
3.4.4
3.4.5
3.5
RegioSul......................................................................................................................219
EstadodoRioGrandedoSul.......................................................................................................220
EstadodeSantaCatarina.............................................................................................................225
EstadodoParan.........................................................................................................................228
Estudoscomplementares............................................................................................................231
3.5.1
3.5.2
3.5.3
3.5.4
4.
Evoluofsicaeinvestimentos..............................................................................231
5.
TarifasdeUsodoSistemadeTransmissoTUST..................................................233
Introduo.............................................................................................................239
2.
Previsesdeproduo...........................................................................................242
3.
Segmentaogeogrficadaproduonacional.....................................................248
4.
SegmentaodareadoPrSalnaproduonacional........................................251
5.
Recursosnoconvencionaisnaproduonacional................................................256
6.
Dispersodasprojeesdeproduo....................................................................258
7.
Implicaesestratgicaseeconmicas..................................................................261
7.1
EvoluodasreservasprovadasedarelaoR/P...........................................................261
7.2
InvestimentosemE&P...................................................................................................264
7.3
Excedentesesperadosdeproduo...............................................................................265
7.4
DemandasporFPSOsecontedolocalnafabricaodeequipamentos.........................266
7.5
ProjeesdeproduoconformerodadasetiposdecontratodeE&P...........................268
Perspectivasdepreosdepetrleosederivados....................................................270
1.1
Perspectivasdepreosinternacionaisdepetrleos.......................................................271
1.2
Perspectivasdepreosinternacionaisdederivadosdepetrleo....................................272
ix
1.3
2.
Perspectivasdepreosnacionaisdederivadosdepetrleo...........................................274
Expansodoparquenacionalderefino.................................................................276
2.1
Metodologiaepremissasadotadasparaoabastecimento.............................................277
2.2
Evoluodoparquederefinoatual................................................................................280
2.3
Novasrefinariasprevistas..............................................................................................281
2.4
Investimentosplanejados..............................................................................................282
2.5
Evoluodoparquenacionalderefino..........................................................................282
2.6
Resultadoscenriodereferncia................................................................................283
Balanoentreofertaedemandadederivadoseperfildeproduo..........................................283
Balanonacionaldosprincipaisderivados..................................................................................285
Balanonacionaldepetrleo......................................................................................................292
2.6.1
2.6.2
2.6.3
2.7
3.
Refinoconsideraesfinais.........................................................................................293
Infraestruturanacionaldetransportedepetrleosederivados.............................294
3.1
Introduo.....................................................................................................................294
3.2
Panoramaatualdainfraestruturanacionaldetransportedepetrleoederivados........295
3.2.1
Infraestruturadutoviriadepetrleoederivados......................................................................295
3.2.2
Infraestruturadeterminaisecapacidadedearmazenamentodepetrleoederivados............295
3.2.3
Transportemartimodepetrleoederivados............................................................................296
3.3
Expansodainfraestruturanacionaldetransportedepetrleoederivados..................296
3.3.1
InvestimentosdacarteiradeprojetosdoGrupoPetrobras........................................................297
3.3.2
Impactosdasmovimentaesprevistassobreainfraestruturaexistente..................................298
3.4
PrincipaismovimentaesinterregionaiseimportaesdegasolinaAeleodieselA..300
Infraestruturaexistenteeemconstruo...............................................................304
1.1
RegioNorte..................................................................................................................307
1.2
SeodaMalhaIntegradanaRegioNordeste..............................................................308
1.3
SeodaMalhaIntegradanaRegioSudeste................................................................309
1.4
SeodaMalhaIntegradanasRegiesCentroOesteSPSul..........................................309
2.
Perspectivasdepreosdegsnatural....................................................................311
2.1
MercadointernacionaldegsnaturalliquefeitoGNL...................................................311
2.2
Projeodepreosdegsnatural..................................................................................312
3.
Perspectivadeofertapotencialdegsnaturalseco..............................................315
3.1
Ofertanacional..............................................................................................................315
3.2
ImportaoviagasodutoseGNL....................................................................................317
3.3
Previsodeofertapotencial..........................................................................................319
4.
Balanodeofertaedemandadegsnatural.........................................................321
4.1
RegioNorteeSistemasIsolados...................................................................................322
4.2
BalanodeofertaedemandadaMalhaIntegradadoBrasil...........................................323
5.
Simulaotermofluidohidrulicaeinfraestruturadegasodutos...........................326
5.1
MalhaNordeste.............................................................................................................327
5.2
MalhaSudeste...............................................................................................................329
5.3
MalhaCentroOesteSPSul(GASBOL)............................................................................330
6.
Estimativadeinvestimentos..................................................................................332
Etanol....................................................................................................................334
1.1
Projeesdademandatotaldeetanol...........................................................................334
Demandadomercadointerno....................................................................................................334
Demandainternacional...............................................................................................................334
Totaldeexportaobrasileiradeetanol.....................................................................................337
Demandatotal.............................................................................................................................338
1.1.1
1.1.2
1.1.3
1.1.4
1.2
ProjeesdaofertadeetanolnoBrasil..........................................................................339
Situaoatual..............................................................................................................................339
Metodologiaparaprojeodaofertadeetanol.........................................................................339
1.2.1
1.2.2
1.2.3
1.2.4
1.2.5
1.2.6
1.2.7
1.3
Premissasparaproduodeacar,rendimento,produtividadeendicedetransformao
industrial......................................................................................................................................341
Expansodacapacidadeindustrial..............................................................................................342
Resultados...................................................................................................................................344
Etanolcelulsico..........................................................................................................................347
Investimentosparaoaumentodaproduodeetanol..............................................................348
Logsticadetransportedoetanol...................................................................................349
Investimentosdutoviriosehidrovirios....................................................................................349
Ferrovias......................................................................................................................................351
Portos..........................................................................................................................................352
1.3.1
1.3.2
1.3.3
1.4
2.
Etanolconsideraesfinais..........................................................................................353
Biodiesel................................................................................................................354
2.1
Oconsumoobrigatriodebiodiesel...............................................................................354
2.2
Perspectivasdepreosdobiodiesel...............................................................................354
2.3
Osleilesdebiodiesel...................................................................................................354
2.4
Ofertadebiodiesel........................................................................................................355
Disponibilidadedeinsumosparaaproduodebiodiesel.........................................................355
Balanodecapacidadeinstaladaedemandadebiodiesel.........................................................356
Mercadointernacionaldebiodiesel............................................................................................358
Incentivosaousoadicionaldebiodiesel.....................................................................................358
Infraestruturadeescoamentodaproduodebiodiesel...........................................................359
Glicerina.......................................................................................................................................360
Metanol.......................................................................................................................................361
Biodieselconsideraesfinais..................................................................................................361
2.4.1
2.4.2
2.4.3
2.4.4
2.4.5
2.4.6
2.4.7
2.4.8
3.
Biomassadecanadeacarparaofertadeenergiaeltrica.................................362
3.1
Osetorsucroalcooleiroeosleilesdeenergiaeltrica..................................................363
3.2
Ofertadebiomassadecanadeacar..........................................................................365
3.3 Estudosprospectivosparaestimativadaofertadeenergiaeltricaprovenienteda
biomassadecanadeacar....................................................................................................366
3.4
Biomassadecanadeacarconsideraesfinais.......................................................368
xi
Conceitosedefinies............................................................................................371
1.1
Eficinciaenergtica......................................................................................................371
1.2
Geraodistribuda.......................................................................................................372
2.
Principaisresultadosagregados.............................................................................373
2.1
Ganhosdeeficinciaenergtica.....................................................................................373
2.1.1
Setorindustrial............................................................................................................................375
2.1.2
Setordetransportes....................................................................................................................376
2.1.3
Setorresidencial..........................................................................................................................377
2.1.4
Setordeservios..........................................................................................................................379
2.1.5
Setoragropecurio......................................................................................................................381
2.2
Geraodistribuda.......................................................................................................381
2.3
ResultadosConsolidados...............................................................................................384
X ANLISE SOCIOAMBIENTAL....................................................................................385
1.
Premissasecritrios..............................................................................................386
1.1
EmissesdeGEE............................................................................................................386
1.2
Energiaeltrica..............................................................................................................387
1.3
Petrleo,gsnaturalebiocombustveis.........................................................................388
1.4
Anliseintegrada...........................................................................................................388
2.
2.1
3.
Emissesdegasesdeefeitoestufa(GEE)...............................................................388
Projeo........................................................................................................................390
Anlisesocioambientaldaofertadeenergiaeltrica.............................................393
3.1
Geraohidreltrica......................................................................................................393
3.2
Geraotermeltrica.....................................................................................................399
3.3
Geraodeoutrasfontesrenovveis.............................................................................402
3.4
Transmissodeenergiaeltrica.....................................................................................409
4.
Anlisesocioambientaldaofertadepetrleo,gsnaturalebiocombustveis.......413
4.1
Produodepetrleoegsnatural...............................................................................413
4.2
Ofertadegsnatural.....................................................................................................417
4.3
Etanol............................................................................................................................418
4.4
Biodiesel........................................................................................................................422
5.
Anlisesocioambientalintegrada..........................................................................426
Anliseespacialdaexpanso...................................................................................................427
Interfernciasdosprojetosesensibilidadesregionais..............................................................429
Temasprioritriosparaagestoambiental.............................................................................433
xii
xiii
INTRODUO
Plano Decenal de Expanso de Energia (PDE) 2024 incorpora uma viso integrada da
expanso da demanda e da oferta de diversos energticos no perodo de 2015 a 2024.
Cumpre ressaltar sua importncia como instrumento de planejamento para o setor energtico
nacional, contribuindo para o delineamento das estratgias de desenvolvimento do pas a serem
traadas pelo Governo Federal.
A elaborao pela EPE dos estudos associados ao PDE 2024 se desenvolveu contando com as
diretrizes e o apoio da equipe da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico
SPE/MME e da Secretaria de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis SPG/MME.
Alm disso, a participao de tcnicos das empresas do setor eltrico ao longo dos trabalhos, bem
como as contribuies de diversos rgos e entidades recebidas, possibilitou aprimorar a qualidade
das anlises efetuadas.
14
15
Quanto ao gs natural, a trajetria de seu preo interno ser definida em funo da competitividade
com combustveis substitutos, da necessidade de monetizao do gs natural associado, da
competio entre os agentes e seu poder de transao nas diferentes etapas de negociao da cadeia
de valor, e do balano de oferta e demanda. Nas projees de demanda, o cenrio adotado assume a
paridade de preos entre gs natural e o leo combustvel, ou seja, admite-se uma relao mdia
entre os preos de gs natural (citygates) e os de leo combustvel de alto teor de enxofre (ex
refinaria) igual a 100% no horizonte decenal. Ademais, a maior quantidade de importao de gs
natural liquefeito (GNL) nos ltimos anos e a entrada de novos terminais de regaseificao podem
ampliar o papel do mercado internacional de GNL na dinmica de formao dos preos de gs natural
no Pas.
J no que se refere ao balano de gs natural da malha integrada de gasodutos do Brasil, verifica-se
que, para o perodo decenal em estudo, a curva de oferta capaz de atender toda a demanda de gs
natural projetada, considerando-se a manuteno da importao de gs natural boliviano nos nveis
atuais, e de GNL, atravs dos terminais j existentes (Rio de Janeiro, Cear e Bahia) e da
interconexo malha integrada do terminal projetado para o porto de Rio Grande/RS. Com relao
demanda, o destaque a elevao do consumo previsto para as Regies Sudeste e Sul, devido
ampliao tanto da demanda termeltrica quanto da demanda no termeltrica.
O mercado brasileiro de etanol dever continuar sua trajetria de expanso nos prximos 10 anos, em
funo do aumento expressivo da frota de veculos flex-fuel. No entanto, o crescimento ter menor
intensidade, quando comparado ao Plano anterior, devido, principalmente, reduo da expectativa
de investimentos em novas unidades produtoras, o que proporcionar uma menor oferta nacional do
produto. No mercado internacional, estima-se um crescimento marginal das exportaes brasileiras,
impactadas pelos problemas ocorridos na produo domstica e pela manuteno das tendncias
protecionistas dos mercados, aliados adoo de tecnologias mais eficientes e preocupao com a
independncia energtica, por parte dos principais mercados consumidores. Mesmo assim, o Brasil se
manter como um dos principais players no perodo analisado.
Entre 2015 e 2018, vislumbra-se o incio da recuperao da oferta de cana, motivado pela
manuteno dos investimentos em renovao dos canaviais e em tratos culturais, iniciados em 2013,
que prosseguiro no restante do perodo, embora em menor intensidade. Na rea industrial, trs
fatores devero proporcionar o crescimento da oferta de etanol: ocupao de capacidade ociosa de
moagem das unidades existentes; expanso de capacidade de moagem e implantao de novas
unidades produtoras, embora em ritmo inferior ao histrico. Neste contexto, vislumbram-se
empreendimentos direcionados a facilitar e reduzir os custos de transporte e armazenagem de etanol.
Considerou-se que o biodiesel ser utilizado apenas para atendimento mistura mandatria, que
permanecer em 7% durante todo o perodo decenal, apesar de ter sido avaliada a possibilidade de
que a demanda ultrapassasse as metas legais estabelecidas. Para atendimento desta demanda, foi
analisada a disponibilidade de insumos, assim como a capacidade de processamento e de escoamento
da produo. Avaliou-se tambm a importao de metanol, necessrio produo de biodiesel e o
aumento da importncia da receita obtida com a comercializao da glicerina, para as usinas de
biodiesel.
O estudo sobre a gerao de bioeletricidade, a partir da biomassa de cana-de-acar, evidencia uma
significativa folga para sua ampliao, o que possibilitaria sua consolidao como uma fonte
16
17
I PREMISSAS BSICAS
este captulo so apresentadas algumas das premissas bsicas adotadas nos estudos do PDE
2024, abrangendo o cenrio macroeconmico e setorial, as perspectivas de preos do
petrleo e o crescimento demogrfico.
As variveis econmicas, tais como a taxa de crescimento da economia, possuem impactos relevantes
sobre a projeo do consumo de energia. A exemplo disto destaca-se o peso que a evoluo do setor
industrial possui sobre autoproduo de eletricidade1. A anlise do consumo de energia depende
tambm de estudos prospectivos setoriais, sobretudo os referentes aos segmentos energointensivos.
Da mesma forma, os indicadores demogrficos possuem impactos relevantes sobre o consumo de
energia. Como exemplo, a perspectiva de evoluo da relao habitante/domiclio e a evoluo do
crescimento da populao brasileira possibilitam estimar o nmero total de domiclios, varivel
fundamental para a projeo do consumo residencial de energia.
Conjuntura econmica
A economia mundial segue em recuperao gradual da crise mundial que se iniciou nos Estados
Unidos e gerou impactos negativos em diversos pases. Os Estados Unidos vem apresentando queda
do desemprego e recuperao no crescimento do PIB. Na Unio Europeia, a despeito da melhora de
1
A autoproduo de eletricidade desloca parcela do consumo final de energia e, dessa forma, reduz a demanda de
investimento na expanso do parque de gerao e da rede de transmisso do setor eltrico.
18
alguns indicadores econmicos, a taxa de desemprego ainda est elevada e o consumo das famlias,
baixo. Alm disso, o ritmo de recuperao no tem se dado de forma igualitria entre os pases do
grupo.
Com relao aos pases emergentes, observa-se reduo em seu ritmo de crescimento. Muitos destes
pases esto enfrentando problemas internos para retomar o crescimento econmico dos anos
anteriores. China, por exemplo, segue buscando reformular seu modelo de crescimento atravs de
estmulos ao consumo para manter suas elevadas taxas de crescimento econmico. A expectativa
de que o pas consiga fazer uma desacelerao suave e ainda apresente altas taxas de crescimento ao
longo dos prximos anos, ainda que num ritmo menor ao observado recentemente.
Nesse sentido, a economia brasileira apresenta um quadro conturbado, influenciada tanto pelo cenrio
internacional como por fatores internos. Dentre os aspectos internos, pode-se destacar o fraco
desempenho da indstria, a inflao e a questo fiscal.
Apesar da recente desvalorizao cambial, a indstria brasileira vem apresentando fraco desempenho,
influenciado pela menor demanda mundial e por problemas de competitividade. At maro de 2015, a
produo industrial recuou 5,9% no ano. A indstria automotiva vem sendo um dos setores mais
prejudicados, acumulando at maro de 2015 uma queda de produo de 16,1% no ano, fato que
pode ser explicado pela retrao da demanda tanto interna como externa.
Outro assunto que merece destaque a inflao que atingiu o teto2 da meta no ndice acumulado em
12 meses em alguns meses de 2015. Vale ressaltar que desde meados de 2013, o Banco Central vem
adotando uma poltica monetria mais restritiva, com elevao da taxa de juros bsica da economia Selic.
Em relao s contas pblicas, o governo vem obtendo baixos resultados primrios desde 2012. No
ltimo ano, o pas no alcanou a meta de supervit, apresentando um dficit primrio de 0,6% do
PIB. Dessa forma, muitos esforos devero ser feitos para que o pas retorne a uma trajetria
declinante para a dvida lquida do setor pblico, afastando, assim, o risco de perda de grau de
investimento pelas agncias de classificao de risco.
Alm das questes citadas anteriormente, o desempenho da economia vem sendo limitado por fatores
estruturais, como os gargalos de infraestrutura que limitam a competitividade da indstria e os
ganhos de produtividade da economia. Solucionar esses gargalos de extrema importncia para que
se possa observar um crescimento mais significativo da economia brasileira.
De modo geral, o desempenho futuro da economia brasileira depende da evoluo dessas questes
conjunturais e de como os problemas estruturais sero enfrentados e solucionados. A seguir ser
detalhado o cenrio econmico adotado pela EPE para os prximos dez anos.
2
O teto da meta de inflao de 6,5%, j que a meta de 4,5% com margem de tolerncia de dois pontos percentuais para
cima e para baixo.
19
Cenrio de referncia
O cenrio econmico elaborado pela EPE para os prximos dez anos se baseia em um perodo de
crescimento moderado da economia mundial, enquanto o Brasil passa por um perodo inicial de
ajustes que possibilitam um maior ritmo de crescimento nos anos posteriores.
Para a economia mundial, adota-se a premissa de que os pases desenvolvidos se recuperaro da
crise, no havendo uma ruptura da Unio Europeia. Alm disso, apesar de esperar uma desacelerao
suave da China, os pases em desenvolvimento, sobretudo os asiticos, permanecero contribuindo
fortemente para o crescimento do PIB mundial.
Assim, conforme apresentado na Tabela 1, o crescimento da economia mundial ser impactado pela
recuperao das economias desenvolvidas e pelo menor ritmo de crescimento das economias
emergentes.
Em relao economia brasileira, apesar das taxas mais modestas nos anos iniciais, a perspectiva de
maiores volumes de investimentos, bem como de aumento da produtividade da economia,
possibilitaro uma trajetria de crescimento mais forte, principalmente no segundo quinqunio. Ao
longo do horizonte, o Brasil crescer a uma taxa mdia de 3,2% a.a., enquanto o mundo cresce a
3,8% a.a.3
Tabela 1 Taxas de crescimento do nvel de atividade (mdias no perodo)
Indicadores Econmicos
Histrico
Projeo
2004-2008
2009-2013
2015-2019
2020-2024
4,9
3,2
3,8
3,8
7,7
2,8
4,8
5,1
4,8
2,6
1,8
4,5
Fontes:
importante destacar que, para elevar a produtividade da economia brasileira, fazendo com que ela
contribua mais fortemente para o crescimento econmico, os investimentos em P&D e na formao e
capacitao da mo-de-obra precisaro aumentar consideravelmente. No entanto, tais polticas
necessitam de um perodo maior que o horizonte considerado neste estudo para gerar efeitos
significativos.
Outro fator essencial para o crescimento econmico nacional aumentar a poupana de longo prazo.
Elevar a poupana interna algo complexo no mdio prazo, entretanto, espera-se que ao longo dos
prximos dez anos, haja um aumento da poupana externa.
3
Cabe ressaltar que a recente alterao metodolgica das Contas Nacionais do IBGE no foi incorporada nos modelos de
projeo utilizados no presente estudo.
20
Indicadores Econmicos
Taxa de Poupana (% PIB) (1)
PTF (% a.a.)
Notas:
Fontes:
(2)
Projeo
2004-2008
2009-2013
2015-2019
2020-2024
18,1
16,0
15,8
19,1
1,4
0,5
0,4
1,4
(1) As projees de taxa de poupana nos quinqunios dizem respeito aos seus valores de longo prazo; os valores histricos
representam as mdias das taxas correntes de poupana e, portanto, so mais afetadas por questes conjunturais.
(2) Para o clculo da PTF histrica, ver Souza Jr. (2005).
IBGE (dados histricos) e EPE (Projees).
Indicadores Econmicos
Investimento total (% PIB) (1)
Investimento pblico (% PIB)
Notas:
Fontes:
(1),(2)
Projeo
2004-2008
2009-2013
2015-2019
2020-2024
17,8
18,7
17,2
21,8
2,5
1,8
2,0
2,4
Com relao ao setor pblico, o ajuste fiscal permitir um aumento gradual do supervit primrio
ainda no atual governo mesmo que esta taxa se reduza no fim do horizonte, mantendo taxas
semelhantes nos dois quinqunios - e conduzir a uma reduo da trajetria da dvida lquida no
longo prazo.
O compromisso com o ajuste fiscal, aliado reverso das expectativas inflacionrias, trar a inflao
de volta ao centro da meta nos prximos anos e permitir um ciclo de afrouxamento de poltica
monetria. A consequente reduo do pagamento de juros pelo governo, em percentual do PIB,
sobretudo no segundo quinqunio, resultar em menores dficits nominais.
Os dados apresentados na Tabela 4 mostram a evoluo dos indicadores do setor pblico no perodo.
No fim do horizonte, a expectativa de uma dvida lquida do setor pblico brasileiro abaixo de 35%
do PIB.
21
Histrico
Projeo
2004-2008
2009-2013
2015-2019
2020-2024
3,5
2,4
2,0
2,1
3,0
2,8
2,8
1,0
46,1
37,3
39,3
34,3
Fontes:
As contas externas nacionais sofreram forte deteriorao nos ltimos anos. Em grande medida, isso
ocorreu devido retrao sentida no comrcio internacional em virtude da crise dos pases
desenvolvidos e da queda de ritmo de crescimento da economia chinesa.
Nos prximos anos, a lenta recuperao dos pases desenvolvidos e a menor demanda de
Projeo
2004-2008
2009-2013
2015-2019
2020-2024
38,0
18,9
10,3
16,1
142,3
170,8
238,3
273,4
104,3
151,8
228,0
257,3
26,3
41,3
49,1
65,7
0,6
-2,4
-3,5
-2,8
Histrico
22
opinio pblica mundial com as consequncias do efeito estufa e com a melhoria da eficincia no uso
da energia devem contribuir para reduzir o ritmo da retomada da demanda por petrleo.
No segundo quinqunio, a combinao de vrios fatores dever frear o crescimento dos preos do
petrleo. Entre estes fatores, destacam-se a retomada de alguns projetos de E&P, em particular no
Iraque, nas areias betuminosas do Canad, no pr-sal brasileiro e no tight oil norte-americano, a
manuteno de um crescimento econmico mundial entre 3,5% e 4% a.a. e a maturao de polticas
de substituio de derivados e de eficincia energtica.
Assim, para o primeiro quinqunio, projeta-se um preo mdio de US$ 77,00 por barril, crescendo
para uma mdia de US$ 88,00 por barril no segundo (a valores constantes de maio de 2014).
Tabela 6 Evoluo do preo do petrleo tipo Brent (mdias no perodo)
Indicadores Econmicos
Preo do Petrleo tipo Brent
(US$ maio 2014/barril)
Fontes:
Histrico
Projeo
2004-2008
2009-2013
2015-2019
80,03
100,84
77,11
2020-2024
87,75
2. Premissas demogrficas
As mudanas demogrficas no Brasil tem se destacado pela rapidez com que elas vm ocorrendo. A
populao brasileira vem crescendo a taxas cada vez menores e envelhecendo, tendncia que se
manter nos prximos anos. Com isso, espera-se que a contribuio demogrfica no PIB diminua j
na prxima dcada.
A populao brasileira atualmente cresce a uma taxa prxima a 1,0% a.a. No perodo entre 2015 e
2024 estima-se que o crescimento seja de 0,7% a.a. Com isso, em 2024, o pas passar a ter 218
milhes de habitantes, com um acrscimo, no perodo, de aproximadamente 13 milhes de pessoas.
Com relao ao perfil regional da populao brasileira, pode ser observado pela Tabela 7 que o maior
crescimento ocorre nas regies Norte (1,1%) e Centro-Oeste (1,2%), com variaes acima da mdia
nacional (0,7%). Esse crescimento, contudo, no capaz de induzir a uma mudana significativa na
estrutura da populao, que continua fortemente concentrada nas regies Sudeste (41,6%) e
Nordeste (27,2%).
23
Ano
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Brasil
mil habitantes
2015
17.590
56.738
86.051
29.335
15.552
205.266
2020
18.685
58.314
88.854
30.310
16.596
212.759
2024
19.451
59.314
90.688
30.957
17.353
217.762
2015-2019
1,2
0,5
0,6
0,7
1,3
0,7
2020-2024
1,0
0,4
0,5
0,5
1,1
0,6
2015-2024
1,1
0,5
0,6
0,6
1,2
0,7
2015
8,6
27,6
41,9
14,3
7,6
100
2020
8,8
27,4
41,8
14,2
7,8
100
8,9
27,2
41,6
14,2
8,0
100
Variao (% ao ano)
2024
Fonte:
Elaborao EPE.
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Brasil
mil unidades
2015
4.671
17.082
29.017
10.240
5.190
66.201
2020
5.194
18.541
31.742
11.135
5.865
72.478
2024
5.584
19.649
33.820
11.767
6.372
77.192
2015-2019
2,1
1,7
1,8
1,7
2,5
1,8
2020-2024
1,8
1,5
1,6
1,4
2,1
1,6
2015-2024
2,0
1,6
1,7
1,6
2,3
1,7
2015
7,1
25,8
43,8
15,5
7,8
100
2020
7,2
25,6
43,8
15,4
8,1
100
7,2
25,5
43,8
15,2
8,3
100
Variao (% ao ano)
2024
Fonte:
Elaborao EPE
24
Premissas setoriais
O cenrio setorial foi elaborado atravs de uma anlise qualitativa focada nos setores de interesse
energtico, mantendo, com auxlio do modelo de projeo setorial4, consistncia macroeconmica e
intersetorial. O fundamento da anlise tem origem no plano de longo prazo do planejamento
energtico adotado pela EPE, a partir do qual algumas premissas impactam o resultado da projeo
setorial para o decnio, tais como: altos investimentos na cadeia industrial de petrleo e no setor de
habitao; crescentes investimentos em infra-estrutura, facilitados por PPPs, e a consequente reduo
de gargalos logsticos; desenvolvimento econmico com ganho de participao dos setores de
servios; mudana no perfil do comrcio internacional, com reduo de crescimento da China e outros
pases em desenvolvimento e recuperao das economias desenvolvidas.
Ressalta-se que tais premissas tero impacto mais limitado no primeiro quinqunio tendo em vista a
necessidade de ajustes macroeconmicos para a retomada da estabilidade econmica e dos
indicadores de confiana de consumo e de investimento.
Contextualizando o cenrio setorial, nos ltimos dez anos (2004 a 2013) o PIB brasileiro cresceu a
uma taxa mdia de 3,8% a.a. Nesse perodo, o valor adicionado a preos bsicos da agropecuria
4
25
cresceu a uma mdia de 3,1% a.a., a indstria 2,9% a.a. e o setor de servios 3,8% a.a. Houve uma
reduo do peso da indstria em relao aos demais setores, sobretudo aos servios.
Essa evoluo tambm foi observada nas economias mais desenvolvidas, que exibem um perfil
setorial com maior participao dos servios no valor adicionado. Tais economias alcanaram um
padro de desenvolvimento onde a indstria e a agropecuria so competitivas e com padres
tecnolgicos prximos fronteira, alm de possurem um setor de servios como atividade principal
ou de apoio, capaz de absorver e propagar os efeitos do amadurecimento econmico (Chenery,
1982). Deve-se ressaltar que tal transio acontece naturalmente sem grandes inflexes, pois a
atividade de servios desempenha um papel de apoio indstria e agropecuria estando, por isso,
correlacionada a eles.
Perspectivas
O cenrio setorial projetado para o horizonte do plano decenal indica uma expanso mais significativa
da agropecuria, um crescimento prximo ao PIB dos setores de servios e, mais abaixo, o industrial,
conforme o Grfico 1.
Grfico 1 Projeo do crescimento setorial no PIB
3,7%
3,3%
3,2%
2,8%
PIBpm
Fonte:
Agro
Indstria
Servios
EPE
Agropecuria
A agropecuria tem uma lgica global de mercado, onde parte considervel dos seus produtos so
commodities comercializadas a preos referenciados pelo mercado internacional. O Brasil tem uma
grande fatia do comrcio mundial de alimentos sendo um dos maiores produtores de soja, milho, caf
e carne bovina do mundo. O pas tem condies bastante favorveis para atender a demanda por
alimentos e a cadeia dos bioenergticos nos prximos anos. A agropecuria j bem posicionada no
mercado global e pode aumentar sua competitividade com a maturao dos investimentos em
infraestrutura que esto sendo considerados. Alm disso, o Brasil est em um seleto grupo de pases
com disponibilidade de terra capaz de viabilizar esse crescimento. Projeta-se no perodo um
26
Servios
O setor de servios aproveitou-se da expanso do consumo das famlias brasileiras e liderou o
crescimento do valor adicionado nos ltimos dez anos. Espera-se que cresa, no horizonte desse
plano, a uma taxa mdia de 3,3% a.a. Isso significa que o aumento da participao no valor
adicionado observado na dcada anterior deve perder fora, mas a expectativa continua positiva, pois
o setor cresce ligeiramente acima do ritmo da economia, ainda que acompanhe uma trajetria de
elevao mais suave da renda e do consumo das famlias.
Indstria
A projeo de crescimento mdio do valor adicionado da indstria de 2,8% nos prximos 10 anos.
Esse crescimento ocorrer abaixo da variao do PIB, em funo das premissas econmicas em que
se baseia o Plano Decenal. Em linhas gerais, admite-se a soluo parcial dos gargalos de
infraestrutura no Brasil, fruto do aumento da taxa de investimento em logstica, assim como a
elevao das inverses no setor de petrleo e na construo civil. O setor externo continuar
favorvel para o crescimento dos setores exportadores mais competitivos, uma vez que assumir um
perfil de desacelerao suave do crescimento chins, compensado pela gradual recuperao das
economias desenvolvidas. O cmbio, por sua vez, ser mais favorvel para o produtor nacional do que
o observado na histria recente.
Dentre os setores que compem a atividade industrial, a indstria extrativa obter o maior ganho
relativo de participao, com taxa anual de expanso projetada em 5,6%, seguida da indstria de
energia eltrica, gua e gs, 3,5%, de transformao, 2,3% e de construo civil, 2,0%. A expanso
da participao destes setores pode ser vista no Grfico 2.
27
100%
90%
80%
13,7
13,5
13,6
13,8
19,2
18,7
18,6
18,6
55,0
53,9
53,5
53,0
12,2
13,9
14,3
14,6
2015
2018
2021
2024
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Extrativa
Fonte:
Transformao
ConstCivileInfra
ProdeDistdeEEguaeGas
EPE (projeo).
Indstria extrativa
Composta basicamente pela extrao de energticos fsseis e pela minerao e pelotizao de ferro,
a indstria extrativa apresenta grande potencial de crescimento em funo das boas condies de
expanso da oferta, e pela demanda mundial com crescimento estvel.
O pr-sal brasileiro possibilitar uma elevada expanso da produo de petrleo e gs com a
maturao dos investimentos realizados ou por realizar. A demanda mundial e brasileira por leo e
gs manter perspectiva de crescimento tanto para consumo energtico, como industrial na cadeia
petroqumica.
J a minerao no energtica brasileira altamente competitiva, pela qualidade de suas rochas e
pela estrutura logstica j existente, o que localiza o custo da extrao do minrio de ferro na posio
inferior das curvas de custo mundial. Tal vantagem de custos permanece mesmo ao se incorporar o
frete para o mercado asitico, grande fronteira de expanso da demanda. A suave diminuio do
crescimento chins reduzir a intensidade do crescimento da demanda global por ferro, tambm se
refletindo no preo do minrio, mas esse movimento tende a forar a sada de minas de custo mais
elevado, localizadas majoritariamente na China.
28
no Brasil bem inferior dos pases desenvolvidos e, tambm, a disponibilidade de quartos da rede
hoteleira brasileira bastante modesta quando comparada aos mesmos.
As condies para a indstria local atender a essa demanda contida so bastante favorveis e o setor
no sofre concorrncia externa o que permite um crescimento mais relacionado ao desempenho
econmico interno. O primeiro quinqunio ser marcado pela necessidade de ajustes no setor, que
apresentar grande recuo em 2015 como reflexo da queda de confiana do consumidor e da reduo
temporria de investimentos. J no segundo quinqunio espera-se um crescimento mais forte capaz
de solucionar parte das demandas habitacionais e de complexos comerciais reprimidas e de dotar o
pas de uma infraestrutura mais robusta e competitiva.
Indstria de transformao
A indstria de transformao compe a maior parte do valor adicionado industrial brasileiro,
abrangendo diversos setores que beneficiam a matria-prima e seus produtos intermedirios at
chegarem ao produto final na forma de bens de consumo ou de capital. Em sua cadeia produtiva
existem, mais a montante, setores de baixa tecnologia, cuja competitividade depende principalmente
da disponibilidade frtil de recursos primrios, e, mais a jusante, setores cujos processos adquirem
complexidade, onde os demais fatores de produo, como trabalho, capital e tecnologia, tendem a
adquirir mais relevncia para a competitividade da indstria.
A transformao, portanto, especialmente atingida pela presena de gargalos sistmicos, tanto em
termos de infraestrutura e logstica, como de qualificao e produtividade da mo de obra. A premissa
de que o Estado ser capaz de gradualmente solucionar parte desses gargalos nos prximos dez anos
refora a projeo de um maior crescimento no segundo quinqunio puxado pela oferta.
Ademais, muitos de seus produtos so tradables5, tornando a indstria sensvel competio
internacional. O cmbio, dessa forma, tambm age como fator relevante favorvel para o
desempenho da produo, pois o cenrio do PDE assume um cmbio desvalorizado ao longo do
horizonte.
A maioria dos produtos industriais consumidos internamente analisados neste estudo tem consumo
per capita abaixo das economias desenvolvidas. Isso indica que existe um espao considervel de
5
Tradables so bens tangveis cujos preos tendem a ser determinados pelo mercado global em funo dos diversos
movimentos de trocas entre os pases.
29
crescimento do consumo aparente6 desses produtos e a questo central ser a velocidade com que
cada setor acompanhar o aumento esperado da demanda. Ressalva-se que o crescimento da
indstria de transformao ser especialmente prejudicado no primeiro quinqunio, pois ser muito
impactada com o ano de 2015.
Dos diversos setores que compem a indstria da transformao, sero analisadas a seguir,
considerando a relevncia energtica e peso do crescimento projetado, as indstrias de metais no
ferrosos, de papel e celulose, de siderurgia, de minerais no metlicos e da qumica.
A indstria de no ferrosos diz respeito produo de metais que no tem o ferro na sua composio
ou que tem o ferro apenas em pequena quantidade. Compe-se principalmente da produo de
alumnio, alumina, cobre e zinco. Esses metais so utilizados principalmente na construo civil, em
embalagens, transportes e eletricidade. Projeta-se que a demanda por produtos do setor continuar
forte, pois o consumo per capita desses metais no Brasil baixo quando comparado aos padres dos
pases desenvolvidos e as perspectivas so positivas para os principais demandantes. Pelo lado da
oferta, a infraestrutura logstica e o fcil acesso matria prima do boas condies de
competitividade ao setor, mas essas vantagens vm sendo reduzidas pelo peso da energia eltrica na
planilha de custos, sobretudo no setor de alumnio primrio7.
Por outro lado, os potenciais substitutos de no ferrosos devem aliviar a presso de demanda sobre
esses metais e isso deve acontecer com mais intensidade no alumnio primrio que tem uso mais
disseminado e, dessa forma, a tendncia que a aplicao se d em reas mais nobres com menos
possibilidades de substituio. Espera-se, com isso, uma expanso limitada da oferta de alumnio no
Brasil.
O setor de papel e celulose um dos mais promissores da indstria de transformao no Brasil, que
possui vantagem natural para a plantao de rvores de fibra curta, como o eucalipto. O ramo de
celulose, especialmente, opera com baixo custo, em plantas de grande escala, e muito competitivo
internacionalmente, com grande potencial para exportar. A produo de papel a partir da celulose
mais voltada para o mercado interno, possuindo muito espao para expanso, dado o baixo consumo
per capita atual.
A indstria siderrgica nacional relativamente competitiva na porta da fbrica, pois est dotada de
boa integrao logstica, se beneficia da explorao de grandes quantidades de ferro de boa qualidade
no Brasil, alm de contar com mo de obra mais barata que competidores internacionais. A estrutura
tributria e a logstica de distribuio da produo para o mercado interno, no entanto, submetem a
produo nacional a presso competitiva de importados.
A maior parte da produo nacional ocorre em plantas integradas, e os grupos empresariais tendem
verticalizao, incorporando, em alguns casos, etapas desde a extrao de minrio de ferro at a
venda do bem final. Existe amplo espao para a ampliao da produo, dada a elevada capacidade
ociosa do parque siderrgico atual. Entretanto, isso depender em parte da capacidade do setor
continuar elevando sua eficincia, dado que o elevado nvel de ociosidade tambm um fenmeno
global, sobretudo na China, responsvel por quase a metade do ao produzido no mundo.
Consumo aparente igual produo domstica somada s importaes e deduzidas pelas exportaes. o que se consome
efetivamente no pas.
7
Assim como no resto do mundo, a energia representa boa parte dos custos de produo desses metais no Brasil.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Premissas bsicas
30
Setor
Projeo
2003-2008
2009-2013
2015-2019
2020-2024
Indstria (% a.a.)
3,8
1,5
1,2
4,4
Extrativa (% a.a.)
5,0
2,0
6,2
5,0
Transformao (% a.a.)
3,5
0,3
0,5
4,2
3,8
3,5
-0,4
4,4
4,8
3,8
2,0
4,9
Fontes:
31
Grandes consumidores
Na Tabela 10, mostra-se o cenrio de produo fsica dos grandes consumidores industriais de
energia. Os cenrios setoriais da indstria levaram em considerao os seguintes elementos:
para os setores cuja produo pode ser vista como homognea8, foram consideradas as
perspectivas de expanso da capacidade instalada de produo de cada setor, compatveis
com os investimentos setoriais previstos, com a dinmica dos mercados interno e externo dos
respectivos produtos e com o comportamento da demanda interna em face do cenrio
macroeconmico adotado como referncia;
2014
2018
2024
2014-2024
(% ano)
mil t
Alumnio
962
797
1.417
3,95
Alumina
10.429
11.778
14.612
3,43
Bauxita
35.895
44.204
51.519
3,68
33.912
39.058
49.578
3,87
Pelotizao
72.560
93.120
107.520
4,01
959
967
1.288
3,00
Ferroligas
Cobre
Soda-cloro (soda)
421
419
540
2,52
1.391
1.505
1.884
3,08
Petroqumica (eteno)
2.964
3.096
3.582
1,91
Celulose
16.461
26.832
33.720
7,43
Pasta Mecnica
516
516
516
0,00
Papel
10.395
11.564
15.626
4,16
Cimento
69.517
67.579
87.073
2,28
Fonte:
Elaborao EPE.
So exemplos neste caso: alumnio, alumina, cobre, siderurgia, ferroligas, cimento e papel e celulose.
So exemplos neste caso: qumica, alimentos e bebidas, txtil, cermica, outras indstrias, no ferrosos (exclusive alumnio,
alumina e cobre) e outros da metalurgia.
10
Essas avaliaes englobaram tanto as perspectivas de expanso da capacidade instalada de produo desses setores quanto
a projeo da produo fsica a eles associada e a evoluo dos respectivos consumos especficos de eletricidade.
9
32
reiterado a perda de competitividade da indstria de alumnio primrio no pas, sobretudo por conta
de condies mais atrativas de aquisio de energia eltrica oferecidas por outros pases. Nesse
horizonte, o Brasil dever se consolidar como um importante exportador de alumina, insumo
intermedirio para a obteno do alumnio primrio. A projeo da produo de cimento est em linha
com a evoluo da indstria de construo civil j comentada neste captulo.
Grande parte dos produtos bsicos industriais e de seus produtos derivados tem ainda um consumo
per capita baixo no Brasil, comparativamente aos padres das economias desenvolvidas,
apresentando, desse ponto de vista, um mercado interno com grande potencial de crescimento, dadas
as premissas macroeconmicas adotadas, o que refora a expectativa de elevao do consumo per
capta desses produtos no horizonte do estudo.
A expanso esperada da produo de insumos bsicos se traduzir em aumentos moderados no
consumo total de energia tanto pela representatividade dessas indstrias quanto pelo consumo
especfico elevado caracterstico desses setores. Esse aumento do consumo de energia dever ser
amenizado pelo potencial de eficincia energtica a ser cada vez mais explorado devido, inclusive, aos
imperativos ambientais que se colocam. Como resultado, espera-se uma queda da elasticidade-PIB da
demanda de energia.
Setor residencial
No setor residencial brasileiro, destacam-se os consumos de eletricidade, do gs liquefeito de petrleo
(GLP) e da lenha, sendo os dois ltimos destinados principalmente aos servios de coco de
alimentos e aquecimento de gua para banho.
A evoluo do consumo residencial de energia resulta, basicamente, da combinao dos seguintes
efeitos: o crescimento do nmero de domiclios, a evoluo da posse e do uso dos equipamentos
eletrodomsticos, a potncia de consumo de cada equipamento e a evoluo dos ndices de eficincia
energtica dos mesmos. Com relao ao nmero de domiclios atendidos pelo servio de energia
eltrica, o cenrio adotado admite sucesso pleno do Programa Luz para Todos ao longo do horizonte
de anlise. Nessas condies, o nmero de domiclios particulares permanentes com energia eltrica
passar de 65 milhes em 2014 para cerca de 77 milhes de unidades em 2024.
Com relao posse de eletrodomsticos11, apresentada na Tabela 11, considerou-se que o aumento
do estoque desses equipamentos nas residncias se d em funo do incremento no nmero de novas
ligaes rede e do aumento da renda das famlias e, de sua melhor distribuio.
11
Para efeito destes clculos, foram considerados os seguintes equipamentos: televisores, refrigeradores, lmpadas,
congeladores, condicionadores de ar e chuveiros eltricos, que respondem, hoje, por mais de 80% do consumo de uma
residncia (Procel, 2007)
33
Equipamento
2019
2024
(unidades/100 domiclios)
Ar condicionado
41
59
76
Refrigerador
104
103
103
Congelador
18
17
15
Chuveiro eltrico(1)
66
62
58
69
76
79
171
192
198
8,21
8,55
8,82
2014
2024
(kWh/ano)
Var. mdia
2014-2024
(% ano)
Ar condicionado
653
622
-0,5
Refrigerador
337
314
-0,7
Congelador
513
467
-0,9
Lmpadas
35
15
-5,7
493
516
0,5
66
62
-0,6
176
169
-0,4
Chuveiro eltrico
Mquina de lavar roupas
Televiso
Fonte:
Elaborao EPE.
Quanto utilizao de outros energticos nos domiclios, especialmente para usos trmicos, admitiuse que a lenha e o carvo vegetal sero parcialmente substitudos pelo GLP devido ao crescimento da
renda e sua melhor distribuio.
Como premissa, o gs natural desloca parcela do mercado de GLP na medida em que haja expanso
da malha de distribuio de gs natural. Pelo mesmo motivo, haver uma perda da participao de
chuveiros eltricos para aquecimento de gua, j que parte deste mercado passar a ser atendida por
aquecedores a gs natural. Conforme mostrado no Grfico 3, este movimento de perda de
participao da eletricidade para outras fontes, no caso do aquecimento de gua, tambm ocorrer
pela maior penetrao da energia solar para este fim. No entanto, em valores absolutos, todas as
fontes crescero, como mostra o Grfico 4.
34
Grfico 3 - Participao das fontes no aquecimento de gua para banho nos domiclios
100%
90%
80%
Domicliosqueaquecemde
outraforma(GLP+Outros)
70%
60%
Domiclioscomaquecedor
GNdegua
50%
Domiclioscom
aquecimentosolardegua
40%
30%
Domiclioscomchuveiro
eltrico
20%
10%
0%
2014
Nota:
Fonte:
2024
Os domiclios considerados como base para clculo so os domiclios particulares permanentes que possuem energia eltrica.
Elaborao EPE.
65.000
60.000
55.000
50.000
45.000
40.000
35.000
30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
Domicliosqueaquecemde
outraforma(GLP+Outros)
Domiclioscomaquecedor
GNdegua
Domiclioscomaquecimento
solardegua
Domiclioscomchuveiro
eltrico
2014
Nota:
Fonte:
2024
Os domiclios considerados como base para clculo so os domiclios particulares permanentes que possuem energia eltrica.
Elaborao EPE.
Setor de transportes
O setor de transportes composto pelos modais rodovirio, aerovirio, aquavirio e ferrovirio. O
segmento rodovirio, que inclui veculos leves, nibus e caminhes, preponderante tanto em
consumo de energia (cerca de 92%), quanto em atividade, representando cerca de 58% de ton-km
do modal de cargas e 92% de pass-km no modal de passageiros.
35
Fonte:
Elaborao EPE
A fim de contextualizar tal expanso, comum utilizar-se como parmetro de comparao o indicador
habitantes por veculo, associado a um respectivo patamar de renda per capita. Como mostra o
Grfico 6, a evoluo da frota total no Brasil projetada no cenrio de referncia compatvel com a
relao mdia existente entre patamar de PIB per capita (medida em US$ PPP de 2012) e o indicador
habitantes por autoveculo.
12
O Programa de Incentivo Inovao Tecnolgica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veculos Automotores (Inovar-Auto)
uma medida adotada pelo Governo Federal com o objetivo de estimular o investimento na indstria automobilstica nacional,
segundo a Lei n12.715, de 17 de setembro de 2012.
36
Fontes:
Elaborao EPE
37
II DEMANDA DE ENERGIA
Relativamente ao PDE anterior, foram revisadas algumas premissas, destacando-se uma diferena
significativa no cenrio de expanso dos segmentos industriais eletro-intensivos, nomeadamente no
caso das indstrias de celulose, petroqumica e alumnio primrio. H ainda premissas especficas,
referentes eficincia energtica. Adicionalmente, a projeo atual para o consumo de eletricidade na
rede considera a interligao de Macap a partir de maio de 2015 e de Boavista a partir de junho de
2017, enquanto o PDE 2023 considerava a interligao de Macap a partir de julho de 2014 e a
interligao do sistema Boavista a partir de abril de 2016.
O processo de previso da demanda de energia compreendeu as seguintes etapas:
(a) Diagnstico do ano base das projees, tendo como referncia os dados de oferta e demanda de
energia do Balano Energtico Nacional 2015 ano base 2014 (EPE, 2015) e de suas relaes
com o contexto macroeconmico;
(b) Avaliao do impacto do cenrio macroeconmico sobre o nvel de atividade dos setores
agropecurio, industrial e de servios, assim como sobre o perfil de consumo das famlias;
(c) Avaliao do impacto das premissas setoriais sobre o consumo industrial de energia, com a
participao das entidades de classe no apoio formulao dos cenrios setoriais;
(d) Elaborao da projeo da demanda de energia setorial por tipo de fonte;
(e) Anlise de consistncia e consolidao da demanda de energia, e
(f)
A Figura 1 exibe o esquema que representa a relao entre as etapas do processo de projeo da
demanda de energia.
38
Cenrios
Mundiais
Cenrios
Nacionais
Consistncia
Macroeconmica
Estudos da
Demanda
Premissas setoriais
Demografia
Eficincia
Meio Ambiente
Projees de demanda
Uso energtico:
Uso no energtico:
Indstria
Agropecuria
Comrcio/servios
Residencial
Transportes
Gerao termeltrica
Setor energtico
Gs natural
Nafta
No energticos de
petrleo (solventes,
lubrificantes, asfaltos e
outros)
A metodologia utilizada permite obter a demanda setorial de energia por fonte energtica, em mbito
nacional. Energticos como a eletricidade, o gs natural e alguns derivados de petrleo, como o leo
combustvel e o leo diesel, requerem nvel mais detalhado quanto localizao das respectivas
demandas, por conta de implicaes na logstica associada de suprimento. Nesses casos, procede-se
regionalizao das projees, de modo a subsidiar tais anlises especficas.
39
2015
2019
PIB
(R$ bilhes de 2010)
3.959
4.378
Populao Residente
(10 habitantes)
205.266
211.368
19.288
Consumo de Eletricidade
(TWh)
Consumo Final Energtico
(10 tep)
Consumo Final Energtico(1) per capita
(tep/hab/ano)
Consumo Final de Energia
(10 tep)
Consumo Final de Energia(1) per capita
(tep/hab/ano)
Intensidade Energtica da Economia
(tep/10R$ [2010])
2024
5.465
1,8
4,5
3,2
217.762
0,8
0,6
0,7
20.712
25.098
1,0
3,9
2,5
525,3
616,5
790,9
3,2
5,1
4,2
249.724
280.505
330.158
2,3
3,3
2,8
1,22
1,33
1,52
1,6
2,7
2,1
266.315
300.477
353.498
2,5
3,3
2,9
1,30
1,42
1,62
1,7
2,7
2,2
0,063
0,064
0,060
Elasticidade-renda do
consumo de eletricidade(2)
1,81
1,13
1,32
Elasticidade-renda do
consumo de energia(2)
1,31
0,73
0,90
Notas:
Fonte:
(1) Para que o primeiro ano dos perodos indicados seja representado, as variaes mdias anuais foram calculadas com base no ano
imediatamente anterior.
(2) Valor de elasticidade-renda refere-se sua mdia no perodo indicado.
EPE
O valor da elasticidade-renda do consumo final energtico obtido para o perodo 2019-2024 foi de
0,73, inferior ao valor do primeiro quinqunio (1,31), refletindo a premissa de eficincia energtica
crescente e o adiamento de diversos projetos de grandes consumidores de energia para alm do
horizonte decenal. Comportamento semelhante ocorre quando analisada a elasticidade-renda do
consumo de eletricidade, que passa de 1,81 para 1,13, quando calculada para os mesmos perodos.
No horizonte decenal, a elasticidade do consumo de eletricidade prxima de 1,3, sendo a
elasticidade do consumo de energia inferior a 1.
Alguns aspectos relativos ao cenrio adotado neste PDE merecem ser ressaltados, devido aos altos
impactos consequentes no consumo de energia do pas:
13
Em termos gerais, a eletricidade representa 18% do consumo total de energia na produo de alumina e mais de 95% no
caso da produo de alumnio primrio.
40
Na Tabela 14, com relao aos derivados de petrleo, continua se observando queda expressiva de
participao no consumo final energtico nacional, de 43,1%, em 2015, para 40,7%, em 2024. Entre
as razes para isso, destacam-se, a penetrao do etanol em detrimento da gasolina, o aumento do
teor de biodiesel na mistura com o diesel e a substituio de leo combustvel na indstria por gs
natural. O GLP diminui a sua importncia neste perodo, por conta da penetrao do gs natural no
setor residencial, passando de 3,2% para 2,8% na participao do consumo final energtico. E o leo
diesel (mineral) perde um pouco de participao no decnio em estudo, partindo de 18,4% em 2015 e
chegando em torno de 17,8% em 2024.
J a eletricidade mantm a tendncia prevista no PDE 2023: aumento de importncia na matriz
energtica brasileira, sendo o setor comercial o principal responsvel por isto. Desta forma, a
participao deste energtico na matriz sobe de 17,0% para 19,2% entre 2015 e 2024. Em relao ao
gs natural, espera-se que haja manuteno de sua importncia no consumo final15 de energia no
Pas ao longo do horizonte decenal, em torno de 7,5%.
14
Segundo a ABICLOR/ABIQUIM, no h informaes sobre intenes de investimentos no setor (exceto pelo acrscimo de
capacidade previsto com a unidade da Pan-americana, atual Katrium/RJ, para 75 mil kta), entretanto, foram consideradas
expanses mnimas de capacidade instalada de soda-cloro no pas por conta da dificuldade existente na importao de cloro.
15
Inclui uso como matria-prima para a produo de fertilizantes. No inclui uso para gerao termeltrica.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Demanda de energia
41
2019
2024
2014-2019
mil tep
Participao
relativa (%)
mil tep
Participao
relativa (%)
mil tep
Participao
relativa (%)
Gs natural
19.799
7,4
21.293
7,1
26.587
7,5
13.050
4,9
15.294
5,1
17.330
Lenha
15.019
5,6
15.651
5,2
16.809
Carvo vegetal
4.146
1,6
4.403
1,5
Bagao de cana
29.191
11,0
34.727
Eletricidade
45.173
17,0
53.015
Etanol
15.303
5,7
Biodiesel
3.372
Outros
6.498
2019-2024
2014-2024
Variao (% a.a.)
3,8
3,3
3,5
4,9
2,6
2,5
2,5
4,8
-1,3
1,4
0,1
5.506
1,6
2,1
4,6
3,3
11,6
37.786
10,7
4,0
1,7
2,8
17,6
68.014
19,2
3,0
5,1
4,1
18.526
6,2
21.795
6,2
6,4
3,3
4,8
1,3
3.696
1,2
4.302
1,2
11,0
3,1
7,0
2,4
9.140
3,0
11.410
3,2
5,9
4,5
5,2
114.765
43,1
124.731
41,5
143.959
40,7
1,5
2,9
2,2
leo diesel
48.881
18,4
53.904
17,9
63.090
17,8
2,5
3,2
2,8
leo combustvel
3.627
1,4
4.054
1,3
4.628
1,3
-0,2
2,7
1,3
Gasolina
24.794
9,3
24.811
8,3
27.705
7,8
-0,7
2,2
0,7
GLP
8.554
3,2
9.130
3,0
9.972
2,8
1,8
1,8
1,8
Querosene
3.661
1,4
4.079
1,4
5.164
1,5
2,2
4,8
3,5
25.249
9,5
28.753
9,6
33.401
9,4
1,7
3,0
2,4
266.315
100,0
300.477
100,0
353.498
100,0
2,6
3,2
2,9
Derivados de petrleo
EPE
42
2. Energia eltrica
A projeo do consumo de energia eltrica foi realizada de forma desagregada por subsistema eltrico
e por classe de consumo16, a partir de parmetros e indicadores tpicos do mercado de eletricidade e
considerando as premissas demogrficas, macroeconmicas, setoriais, de autoproduo17 e de
eficincia energtica.18 A metodologia utilizada, tanto nas projees do consumo quanto nas da carga
de eletricidade19, est descrita em maior detalhe em nota tcnica especfica20 (EPE, 2014). As
premissas econmicas e demogrficas adotadas no PDE 2024 e a correspondente projeo do
consumo total de energia eltrica resultaram em crescimento continuado do consumo per capita de
eletricidade, que registra expanso em torno de 3,5% no perodo decenal, concomitantemente a certa
estabilidade da intensidade eltrica da economia.
16
Residencial, comercial, industrial e outras classes (que englobam, Poder pblico, iluminao pblica, rural e consumo
prprio).
17
O termo autoproduo se refere gerao de energia eltrica de um consumidor com instalaes prprias de gerao
localizadas junto unidade de consumo, ou seja, para o auto suprimento de eletricidade, no utilizando, portanto, a rede
eltrica de distribuio ou transmisso.
18
A contribuio da eficincia energtica na reduo da demanda de eletricidade estimada levando em considerao dados do
Balano de Energia til (BEU) do MME, assim como os estudos especficos realizados pelo PROCEL e pela CNI (CNI, 2010),
entre outros.
19
Carga de energia a solicitao total ao sistema gerador. Isto , alm do consumo final, que corresponde maior parcela da
carga, so consideradas tambm as perdas no sistema eltrico. Como o consumo final estimado com base no faturamento
das concessionrias, as perdas ditas comerciais (energia consumida e no faturada) so incorporadas s perdas totais do
sistema. De uma forma simplificada, pode-se dizer que as perdas so a diferena entre a carga e o consumo final de energia.
20
Nota Tcnica EPE: Projees da Demanda de Energia Eltrica 10 anos (2015-2024). Disponvel em:
http://www.epe.gov.br/mercado/Paginas/Estudos_27.aspx.
43
Nota:
Ano
Consumo(1)
(TWh)
PIB
(R$ bilhes de 2010)
Intensidade
(kWh/R$[2010])
2015
524,6
3.959
0,132
2019
613,4
4.378
0,140
2024
790,4
5.465
0,145
Perodo
Variao (% a.a.)
Variao (% a.a.)
Elasticidade
2014-2019
3,1
1,8
1,76
2019-2024
5,2
4,5
1,15
2014-2024
4,2
3,2
1,32
A Tabela 16 apresenta a projeo do consumo nacional de energia eltrica na rede (isto , exclusive
autoproduo) desagregada por classe de consumo. Entre 2014 e 2024, a taxa mdia de crescimento
do consumo na rede de 3,9% ao ano, atingindo 692 TWh, sendo a classe comercial a que apresenta
maior expanso, seguida pela classe residencial. A indstria reduz a sua participao no consumo de
energia na rede, apresentando taxa de crescimento inferior mdia.
Residencial
Industrial
Comercial
Outros
Total
GWh
2015
135.346
170.173
92.275
73.125
470.918
2019
156.267
187.571
109.183
84.372
537.393
2024
197.193
239.587
147.806
107.551
692.137
Perodo
Variao (% a.a.)
2014-2019
3,4
1,0
4,0
2,8
2,6
2019-2024
4,8
5,0
6,2
5,0
5,2
2014-2024
4,1
3,0
5,1
3,9
3,9
Fonte:
EPE
A anlise da projeo do consumo por subsistema eltrico (Tabela 17) revela maior crescimento no
subsistema Norte, atribudo ao efeito conjugado da instalao de grandes cargas industriais na regio
e s interligaes de Macap e de Boavista a este subsistema21.
21
Retirando-se o efeito da interligao, a taxa mdia de crescimento do consumo no subsistema Norte no perodo decenal seria
de 5,4% ao ano.
44
Norte
Nordeste
Sudeste/CO
Sul
SIN
Sistemas
Isolados
Brasil
GWh
2015
34.177
72.617
276.678
85.070
468.542
2.377
470.918
2019
41.625
84.839
312.820
95.992
535.276
2.117
537.393
2024
58.598
110.954
399.410
119.706
688.668
3.468
692.137
Perodo
Variao (% a.a.)
2014-2019
4,3
3,4
2,3
2,5
2,7
-10,9
2,6
2019-2024
7,1
5,5
5,0
4,5
5,2
10,4
5,2
2014-2024
5,7
4,4
3,6
3,5
3,9
-0,8
3,9
Nota:
Fonte:
Considera as interligaes de Macap a partir de maio de 2015 e de Boavista a partir de junho de 2017 ao subsistema Norte.
EPE
Importa destacar aqui a relevncia, para a projeo do consumo de energia eltrica na rede, das
premissas de autoproduo, uma vez que se trata de parcela do consumo total de eletricidade que
no demandar investimento para a expanso do parque de gerao e de transmisso do sistema
eltrico brasileiro. A projeo da autoproduo parte de informaes existentes sobre novos
empreendimentos previstos no horizonte decenal e tambm de premissas gerais sobre as
potencialidades de sua expanso, em especial a cogerao.
Nesse processo, as perspectivas de expanso da capacidade instalada dos segmentos industriais so
basicamente em celulose e siderurgia. Por exemplo, no caso da indstria de celulose, a expanso de
capacidade dever ser integralmente atendida por cogerao. No setor siderrgico, levou-se em
considerao a expanso da capacidade instalada por tipo de rota tecnolgica, cada uma possuindo
caractersticas especficas de consumo de eletricidade e de potencial de cogerao. O potencial de
cogerao de cada rota tecnolgica teve como base os ndices especficos de cogerao observados
no atual parque siderrgico brasileiro.
A projeo da autoproduo de energia eltrica, para o horizonte de dez anos, mostra uma expanso
de 6,2% ao ano, atingindo 98 TWh em 2024 (Grfico 7). Apesar de mais branda que no PDE anterior,
tal projeo ainda se mantm mais vigorosa que a expanso do consumo de eletricidade na rede.
45
Nota:
Fonte:
Norte
Nordeste
Sudeste/CO
Sul
SIN
Perdas (%)
Nota:
Fonte:
2015
26,7
18,0
18,1
13,6
18,0
2019
24,0
17,2
17,5
13,6
17,3
2024
22,7
16,6
17,1
13,2
16,9
Considera as interligaes de Macap a partir de maio de 2015 e de Boavista a partir de junho de 2017 ao subsistema Norte.
EPE
46
Nessas condies, a projeo da carga de energia do SIN a apresentada na Tabela 19. A carga de
energia cresce taxa mdia de 3,8% ao ano, passando de 65.236 MW mdios em 2015, para 94.548
MW mdios em 2024.
Tabela 19 SIN e subsistemas: carga de energia
Subsistema
Norte
Ano
Nordeste
Sudeste/CO
SIN
Sul
MWmdio
2015
5.323
10.109
38.564
11.240
65.236
2019
6.253
11.693
43.261
12.681
73.888
2024
8.655
15.182
54.970
15.741
94.548
2014-2019
3,8
3,2
2,2
2,5
2,6
2019-2024
6,7
5,4
4,9
4,4
5,1
2014-2024
5,3
4,3
3,6
3,5
3,8
Perodo
Nota:
Fonte:
Variao (% a.a.)
Considera as interligaes de Macap a partir de maio de 2015 e de Boavista a partir de junho de 2017 ao subsistema Norte.
EPE
A projeo da carga de demanda22, desagregada por subsistema, foi feita a partir da projeo da
carga de energia e dos fatores de carga23, chegando-se, por composio, carga do SIN. Como as
demandas mximas dos subsistemas no so simultneas, a demanda mxima resultante da
agregao dos subsistemas em um nico sistema geralmente inferior soma das demandas
mximas individuais. Para obter a demanda agregada dos sistemas interligados, utilizaram-se fatores
de diversidade, que incorporam o efeito da no simultaneidade da ponta (demanda mxima) dos
diferentes subsistemas. As projees da carga de demanda obtidas dessa forma so apresentadas na
Tabela 20.
Tabela 20 SIN e subsistemas: carga de demanda instantnea
Subsistema
Norte
Ano
Nordeste
Sistema
Sudeste/CO
Sul
N/NE
S/SE/CO
SIN
MW
2015
6.222
12.913
52.585
17.415
19.091
69.452
87.225
2019
7.492
14.993
58.396
19.508
22.421
76.734
98.362
2024
10.237
19.340
73.758
24.079
29.516
96.419
125.029
Perodo
Variao (% a.a.)
2014-2019
3,7
3,9
2,4
1,5
4,1
1,9
2,5
2019-2024
6,4
5,2
4,8
4,3
5,7
4,7
4,9
2014-2024
5,1
4,6
3,6
2,9
4,9
3,3
3,7
Nota:
Fonte:
Considera as interligaes de Macap a partir de maio de 2015 e de Boavista a partir de junho de 2017 ao subsistema Norte.
EPE
Ressalta-se que o conceito de demanda instantnea utilizado neste estudo a demanda mxima
independente do horrio de sua ocorrncia. fato que, nos ltimos anos, a demanda mxima em
22
Em linhas gerais, carga de demanda a solicitao do sistema gerador nos horrios de maior consumo. Aqui, o conceito de
carga de demanda considerado o da demanda mxima instantnea coincidente, habitualmente expressa em MW.
23
Relao entre a carga mdia de energia e a carga nos horrios de maior consumo.
47
2.3 Carga de energia no SIN: comparao entre PDE 2024 e do PDE 2023
A comparao da carga de energia, para o horizonte de 2023, da atual projeo no SIN com aquela
do PDE 2023 est ilustrada no Grfico 8. Assim, a projeo atual situa-se entre 716 MW mdios
(2014) e 2.620 MW mdios (2023) abaixo da previso do PDE 2023. Ressalta-se que, semelhana
do que j havia ocorrido no PDE 2023 comparativamente ao PDE 2022, o cenrio atual de expanso
da indstria eletrointensiva, relativamente ao PDE 2023, sofreu nova reduo, principalmente no
segmento de petroqumica e de alumnio.
Nota:
Fonte:
A projeo atual considera as interligaes de Macap a partir de maio de 2015 e de Boavista a partir de junho de 2017 ao subsistema
Norte. J o PDE 2023 considerava a interligao de Macap ao subsistema Norte, a partir de julho de 2014, e a interligao do sistema
Boavista, a partir de abril de 2016.
EPE
3. Gs natural
A projeo da demanda de gs natural para os prximos dez anos resulta de anlise crtica de dados
obtidos em pesquisas realizadas pela EPE junto Associao Brasileira das Empresas Distribuidoras de
Gs Canalizado (ABEGS) e aos consumidores industriais de gs natural. Ademais, essa projeo
tambm levou em conta as perspectivas de expanso e a correspondente evoluo da malha de
gasodutos, bem como as respectivas restries de transporte do gs natural no horizonte decenal.
48
A demanda de gs natural no mbito do PDE parte dos estudos realizados no mbito do PEMAT
(Plano de Expanso da Malha de Transporte de Gs Natural), que, pelo lado da demanda, se propem
a identificar as regies com potencial suficiente de demanda de gs natural capaz de justificar o
interesse dos agentes econmicos na expanso ou ampliao de gasodutos de transporte.
Entre outros aspectos, os estudos do PEMAT geram o cenrio de de demanda setorial de gs natural
(indstria e seus segmentos, setor comercial/pblico, residncias, transportes e produo de energia)
no horizonte decenal, por unidade da federao e desagregada por localidade (municpio) e por rea
de concesso. Esse cenrio deriva, por sua vez, da anlise dos dados coletados dos agentes em um
processo que analisa os nveis de competitividade distintos do gs natural, anlise de projetos
especficos por unidade da federao e de consistncia energtica no horizonte decenal. O resultado
dessa anlise a projeo de mercado potencial existente de gs natural a ser atendido a partir de
expanses da malha de transporte de gs natural.
A demanda potencial estimada utilizada como referncia tanto para os estudos do PEMAT quanto do
PDE, com a diferena que este ltimo considerar somente o mercado passvel de ser atendido pela
infra-estrutura disponvel no horizonte decenal, incluindo a malha existente, bem como expanses
indicadas no PEMAT do ciclo anterior. Em uma situao onde no haja indicao de infraestrutura no
montante capaz de atender demanda potencial identificada de gs natural, a projeo de demanda
do PDE ser menor do que a do PEMAT, como foi o caso do PDE 2023. Contudo, quando essa
expanso de malha for indicada em nvel suficiente para atender demanda potencial identificada de
gs natural, a demanda do PDE ser igual apontada no PEMAT.
Adicionalmente, um aspecto fundamental na avaliao da penetrao do gs natural na indstria
consiste na competio direta deste com o leo combustvel. Assim, para efeito de projeo, so
fundamentais as hipteses sobre a relao de preo entre esses energticos. O cenrio adotado
considera iguais condies de competitividade entre o gs natural e o leo combustvel, no curto
prazo. H ainda outros elementos a serem levados em considerao, como, por exemplo, a
preferncia pelo gs natural em processos industriais que exigem elevado grau de pureza do produto
final, que o caso da fabricao de vidro e de determinados tipos de cermica, assim como no
segmento de fertilizantes, no qual esta fonte utilizada tanto com fim energtico quanto como
matria-prima.
A Tabela 21 apresenta a projeo de consumo final de gs natural, por regio geogrfica: estima-se o
volume de 77 milhes de m por dia, para o Brasil, em 2024.
49
Ano
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Brasil
2015
271
11.117
6.363
36.446
231
54.428
2019
386
12.683
6.718
38.562
1.811
60.159
2024
461
13.972
8.459
51.134
3.011
77.037
202
3.369
2.796
24.961
Perodo
2014-2024
2.892
Perodo
15.702
Variao (% a.a.)
2014-2019
8,4
3,6
3,8
1,7
53,1
2,9
2019-2024
3,6
2,0
4,7
5,8
10,7
5,1
2014-2024
6,0
2,8
4,3
3,7
30,2
4,0
Nota:
Fonte:
O Grfico 9 mostra a comparao das projees do consumo final de gs natural em relao ao PDE
anterior.
Grfico 9 Consumo final de gs natural: PDE 2024 x PDE 2023
120
100
83,1
64,6
106 m/dia
88,9
76,6
80
60
86,5
93,9
56,3
52,1
54,4
73,3
69,2
54,9
55,4
96,8
56,8
60,2
64,5
100,2
74,4
77,0
66,4
4,3
40
10,1
14,4
20
21,2
26,3
26,3
24,5
23,5
27,6
25,8
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024
Diferenas[BA]
Obs.:
Fonte:
PDE20142023[A]
PDE20152024[B]
Em termos mdios, espera-se que aos 52 milhes de m3 dirios de gs natural consumidos em 2014,
sejam adicionados cerca de 25 milhes de m3/dia at 2024, dos quais 40% no setor energtico e 35%
na indstria.
Para computarmos a demanda total de gs natural, adiciona-se o consumo para gerao de energia
eltrica. Trata-se de uma projeo que pode variar em funo do despacho das usinas termeltricas.
Contudo, a despeito da margem de incerteza, a indicao desta demanda total reveste-se de grande
importncia para fins de dimensionamento da infraestrutura de transporte, que deve estar preparada
50
para atender aos momentos de demanda mxima, a exemplo do que ocorre no caso do setor eltrico.
Cabe esclarecer que, a referncia utilizada para o clculo do consumo de gs natural previsto para o
decnio, a gerao termeltrica esperada. No so considerados fatores associados operao do
sistema ou fatores exgenos aos modelos de planejamento.
Considerando o nvel mximo de despacho termeltrico - informao relevante para o
dimensionamento da infraestrutura, a demanda total de gs natural em 2024 poderia atingir 170,6
milhes de m3/dia (mxima diria). Cabe ressaltar que este total no inclui o consumo proveniente
das atividades de E&P.
O Grfico 10 e a Tabela 22 mostram a projeo da demanda esperada e mxima de gs natural,
discriminada por setor consumidor.
Grfico 10 Brasil: Consumo total de gs natural
170,6
106 m/dia
127,0
108,6
79,4
2015
104,2
74,0
2019
2024
Geraoeltricaadicional(1)
29,3
53,0
66,4
Geraoeltricaesperada
22,3
11,2
24,4
Cogerao(2)
2,6
2,6
2,8
Matriaprima(3)
7,3
9,5
11,2
Setorenergtico(4)
9,8
11,5
19,1
Residencial
1,1
1,4
1,9
Comercial/Pub/Agro
0,7
0,8
1,1
Transportes
5,2
5,4
5,7
Industrial
30,4
31,6
38,0
DemandaTotalEsperada
79,4
74,0
104,2
DemandaMxima
108,6
127,0
170,6
Notas:
Fonte: EPE
(1)
(2)
(3)
(4)
51
Consumo
2019
2024
3
milhes de m /dia
22,3
11,2
24,4
2,6
2,6
2,8
7,3
9,5
11,2
Indstria
0,8
0,8
0,9
FAFENs e UFNs
1,6
2,9
4,4
Refinarias
4,9
5,7
5,9
9,8
11,5
19,1
Residencial
1,1
1,4
1,9
Comercial/Pblico/Agro
0,7
0,8
1,1
Transportes
5,2
5,4
5,7
30,4
31,6
38,0
Indstria em geral
29,2
30,2
36,3
FAFENs e UFNs
1,3
1,4
1,7
79,3
74,0
104,2
29,3
53,0
66,4
108,6
127,0
170,6
Cogerao
(1)
Matria prima
(2)
Setor energtico
Industrial
(3)
(4)
Demanda mxima
Notas:
Fonte:
4. Derivados de petrleo
4.1 leo diesel
A projeo da demanda de leo diesel para transporte deriva do uso de veculos rodovirios pesados
(nibus e caminhes), de veculos comerciais leves, e dos modais aquavirio (embarcaes nacionais)
e ferrovirio. A parcela referente demanda de diesel por embarcaes estrangeiras, alocada como
exportao no BEN, ser considerada apenas no Captulo VI.
Para o modal rodovirio, que concentra a maior demanda de diesel do transporte, foram estabelecidas
metodologias especficas por tipo de veculo (abordagem metodolgica do tipo bottom-up). Em linhas
gerais, so projetadas variveis-chave como frota, consumo especfico (l/km), quilometragem mdia
anual e fator de ocupao. No caso da projeo de frota, foram elaboradas curvas de sucateamento
para nibus e caminhes, bem como para os veculos comerciais leves. Alm de taxas diferenciadas,
os sucateamentos tiveram como premissa bsica uma vida til de 30 anos para os veculos pesados e
40 anos para os leves. As projees de vendas de veculos leves e pesados foram estabelecidas em
52
Cabe destacar, conforme definido em Acordo Judicial e na Resoluo n 403/2008, considerou-se que, a partir de 2013, os
novos veculos pesados com ciclo diesel tero que ser equipados com motores adequados para o uso de diesel com teor de
enxofre de 10 ppm.
25
Por falta de informaes adicionais a respeito da intensidade energtica para os modais ferrovirio e aquavirio de
passageiros, foram adotadas taxas similares s utilizadas em outros modais.
26
Considera-se que o transporte ferrovirio de cargas continuar utilizando exclusivamente leo diesel. A projeo do consumo
de eletricidade do modal ferrovirio continuar apenas no segmento de passageiros. Para maiores detalhes consultar a Nota
Tcnica Consolidao de Bases de Dados do Setor Transporte: 1970-2010 (EPE, 2012).
27
11 Balano dos 4 anos do PAC 2 (2011-2014) publicado em outubro de 2014.
28
Tonelada-quilmetro uma unidade que representa o trabalho relativo ao deslocamento de uma tonelada distncia de um
quilmetro.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Demanda de energia
53
O percentual em volume de biodiesel no leo diesel29, alterado em junho de 2014 para 6% e para 7%
em novembro de 2014, permanece neste nvel at 2024.
Com base nas premissas adotadas, a demanda de leo diesel atinge quase 72 bilhes de litros, em
2024. A projeo da demanda final regionalizada de leo diesel a que se apresenta na Tabela 23.
Tabela 23 Brasil e Regies: Demanda de leo diesel
Ano
Norte
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Brasil
milhes de litros
2015
5.970
8.636
10.467
23.724
7.388
56.185
2019
6.791
10.141
11.827
24.149
8.493
61.401
2024
7.997
11.546
13.366
28.852
9.804
71.566
691
3.034
2.971
2.587
13.768
2014-2019
-1,5
3,4
2,5
0,9
3,2
1,6
2019-2024
3,5
3,0
2,7
2,7
3,2
2,9
2014-2024
0,9
3,2
2,6
1,8
3,2
2,2
Perodo
2014-2024
Perodo
Nota:
Fonte:
4.485
Variao (% a.a.)
No inclui biodiesel, bunker de exportao autoproduo de energia eltrica e consumo do setor energtico; inclui o consumo
referente gerao termeltrica esperada.
EPE
29
Excluda a demanda de diesel do modal aquavirio, que no tem obrigatoriedade de uso do biodiesel.
54
Norte
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Brasil
mil m
2015
842
3.020
2.329
6.812
1.111
14.114
2019
921
3.231
2.499
7.292
1.210
15.152
2024
1.024
3.490
2.710
8.002
1.348
16.573
196
516
402
275
2.630
2014-2019
2,2
1,7
1,6
1,5
2,4
1,7
2019-2024
2,1
1,6
1,6
1,9
2,2
1,8
2014-2024
2,1
1,6
1,6
1,7
2,3
1,7
Perodo
2014-2024
Perodo
Nota:
Fonte:
1.240
Variao (% a.a.)
in) continuaro aumentando sua participao de forma progressiva no mercado brasileiro, porm
lenta, at atingir 4,6% dos licenciamentos em 2024, conforme a Figura 2. At 2017, ano do fim do
Programa Inovar-Auto30, considerou-se que os hbridos sero veculos importados a gasolina. A partir
de 2018, eles passariam a ser produzidos pelas montadoras nacionais, com tecnologia flex fuel.
30
55
Fonte:
EPE
Essa trajetria de licenciamento resulta em um incremento da frota nacional circulante, que cresce
numa taxa mdia anual de 3,8%, e dever atingir, em 2024, a marca de 54 milhes de unidades,
entre automveis e comerciais leves. Os veculos flex fuel a combusto interna representaro, neste
mesmo ano, 79% desta frota, correspondendo a um total de 42,7 milhes de unidades, conforme o
Grfico 11.
Grfico 11 Perfil da frota de veculos leves por combustvel
60
milhesdeveculos
50
40
30
45
46
48
39
40
41
43
3,1
2,4
2,6
2,7
2,9
3,2
2,8
9,3
0,0
8,8
0,1
7,5
0,3
9,9
0,0
7,9
0,2
10,5
0,0
8,3
0,1
32,7
34,6
36,5
20
10
25,0
26,9
28,8
30,7
50
3,4
7,2
0,4
38,5
54
52
3,6
6,9
0,6
40,5
3,8
6,7
0,7
42,7
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024
Flexfuel
Gasolina
Diesel
Fonte:
Hbrido
Etanol
TotaldeVeculosLeves
EPE
56
Com as premissas bsicas adotadas, a frota nacional de veculos leves, somada de nibus e
caminhes, dever corresponder, em 2024, a uma taxa de motorizao de 3,4 habitantes por veculo,
sendo que, atualmente, ela de 5.
Alm das premissas relacionadas ao perfil da frota, foram considerados outros aspectos, tais como:
Evoluo da eficincia veicular: admitiu-se um ganho de 1,0% a.a. na eficincia mdia dos
veculos novos que entram em circulao no pas, impulsionado pelo INOVAR-AUTO, que
estimula a introduo no mercado nacional de tecnologias j disponveis internacionalmente,
tais como o start stop, o uso de materiais mais leves e melhorias no sistema de propulso;
Escolha entre etanol hidratado e gasolina: a varivel preferncia do consumidor flex fuel
funo da evoluo do preo relativo entre estes combustveis que, por sua vez, resultante
da comparao entre a projeo da demanda total de combustveis para a frota nacional de
Ciclo Otto (medida em volume de gasolina-equivalente) e a projeo da oferta interna de
etanol carburante;
Assumiu-se que o teor de anidro obrigatrio adicionado gasolina A, que foi elevado de 25%
para 27% em maro de 201531, ser mantido neste valor no restante do perodo decenal.
Alm disso, em funo de levantamento de dados mais recentes de consumo especfico, procedeu-se
a uma recalibrao de alguns dos parmetros do modelo. Assim, para o perodo de 2014 a 2024,
estima-se um crescimento de 2,3% ao ano da demanda global de combustveis para a frota total de
veculos leves do Ciclo Otto32, expressa em milhes m de gasolina equivalente, conforme mostrada
no Grfico 12.
Grfico 12 Demanda total de energia para veculos leves do Ciclo Otto
CicloOtto*
milhesmgasolinaequivalente
70
65
60
55
56
2015
2016
57
58
61
60
63
64
66
68
55
50
45
40
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
*semGNV
Fonte:
EPE
31
Atravs da Portaria MAPA n 75, de 5 de maro de 2015, fixou-se, a partir da zero hora do dia 16 de maro de 2015, o
percentual obrigatrio de adio de etanol anidro combustvel gasolina em 27% na Gasolina Comum e 25% na Gasolina
Premium.
32
Excludos os veculos a GNV e a Diesel.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Demanda de energia
57
A partir da projeo da oferta interna total de etanol carburante, conforme apresentada no Captulo
de Oferta de Etanol, estimou-se a parcela da demanda de veculos flex fuel que ser atendida por
etanol hidratado e aquela que ser atendida por gasolina C (gasolina A + etanol anidro).
A demanda de gasolina A, no perodo avaliado, destina-se tanto ao atendimento frota dedicada a
gasolina, quanto parcela da frota flex fuel que consome este combustvel. Em 2014, esta demanda
foi de 33 milhes de m. Estima-se que, em 2024, o volume deste combustvel atinja 37 milhes de
m.
Tabela 25 Demanda de gasolina A
Fonte:
Ano
milhes de litros
2015
32.125
2019
32.140
2024
36.772
Perodo
Variao (% a.a.)
2014-2019
-0,7
2019-2024
2,7
2014-2024
1,0
EPE
Nordeste
2015
4.176
8.995
2.975
18.684
8.927
43.757
2019
4.125
9.986
3.284
17.417
9.215
44.027
2024
4.705
12.207
4.043
19.080
10.338
50.373
Ano
Norte
Sudeste
Sul
Brasil
milhes de litros
Perodo
Variao (% a.a.)
2014-2019
-0,3
3,0
2,5
-2,4
0,4
-0,2
2019-2024
2,7
4,1
4,2
1,8
2,3
2,7
2014-2024
1,2
3,5
3,4
-0,3
1,4
1,3
Fonte:
EPE
Para o atendimento total da demanda crescente de combustveis pela frota circulante de veculos do
ciclo Otto, considera-se tambm um crescimento da demanda de etanol hidratado, a taxas bem mais
elevadas (6,1% a.a.), como ser mostrado adiante.
58
aeronaves estrangeiras) elaborada a partir de uma correlao com o PIB brasileiro, considerando
tambm fatores exgenos, em perodos determinados, no captados pelo modelo base.
Alm disso, para fins de compatibilizao com o conceito empregado no BEN e na matriz energtica
nacional, ser referida nesta seo apenas a demanda das aeronaves nacionais. A demanda das
aeronaves estrangeiras, contabilizada no BEN e na matriz como exportao, ser tratada no Captulo
VI.
importante destacar que o potencial de ganhos em eficincia energtica em aeronaves por
inovaes em tecnologia de turbinas, aperfeioamentos aerodinmicos e redues de peso estimado
entre 1,0 a 2,2% ao ano na literatura especializada. Como os voos regionais aumentam no Brasil,
optou-se por uma abordagem conservadora no ganho de eficincia das aeronaves, pois voos regionais
so mais curtos e realizados com aeronaves menores (ou com menor fator de ocupao), o que piora
a eficincia energtica. Alm disso, no curto/mdio prazo, problemas de gerenciamento do espao
areo e dos aeroportos tambm reduzem o ganho de eficincia energtica na aviao (aguardar para
pousar e decolar gasta QAV, mas no gera o servio energtico principal, o deslocamento).
Nessas condies, projetou-se o consumo de QAV apresentado na Tabela 27, que passa de 4,4
bilhes de litros em 2015 para 6,3 bilhes de litros em 2024.
Tabela 27 Brasil e regies: Demanda de QAV
Norte
Nordeste
Sul
2015
377
1.067
479
2019
406
1.245
2024
501
1.630
Ano
Centro-Oeste
Brasil
1.939
578
4.441
568
2.086
644
4.949
752
2.570
815
6.269
230
1.769
milhes de litros
Perodo
2014-2024
Sudeste
561
Perodo
274
588
Variao (% a.a.)
2014-2019
1,1
3,1
3,5
1,0
1,9
1,9
2019-2024
4,3
5,5
5,8
4,3
4,8
4,8
2014-2024
2,7
4,3
4,6
2,6
3,4
3,4
Nota:
Fonte:
59
considerou-se a competitividade direta entre o leo combustvel e o gs natural que, em alguns casos,
deslocar, tambm, outros combustveis utilizados para gerao de calor.
A demanda de leo combustvel para transporte deriva, sobretudo, da demanda de bunker para
grandes embarcaes no transporte de carga. A metodologia proposta engloba apenas a parcela
referente demanda de leo combustvel por embarcaes nacionais33. Dessa forma, a demanda de
leo combustvel segue a metodologia do transporte aquavirio, que, conforme apresentado na seo
4.1 deste captulo, teve as projees de atividade correlacionadas com o PIB. A partir da atividade
projetada, da intensidade energtica do ano base e do ganho de eficincia estimado, chega-se
demanda de leo combustvel do setor transporte.
Nessas condies, a projeo da demanda de leo combustvel e de outros secundrios de petrleo
apresentada de forma consolidada na Tabela 28.
Ano
Outros Secundrios
Subtotal
Coque
Gs de
Refinaria
Outros
Total
mil tep
2015
4.214
13.142
5.309
5.136
2.697
17.356
2019
4.310
14.142
5.616
5.614
2.912
18.452
2024
4.881
16.167
6.921
6.030
3.216
21.048
1.288
531
Perodo
2014-2024
3.390
Perodo
881
1.220
Variao (% a.a.)
2014-2019
-11,0
2,1
-1,4
3,1
8,6
-2,1
2019-2024
2,5
2,7
4,3
1,4
2,0
2,7
2014-2024
-4,5
2,4
1,4
2,3
5,3
0,3
Nota:
Fonte:
Inclui demanda do setor energtico, bunker hidrovirio nacional, demanda para gerao termeltrica esperada e consumo no
energtico. No inclui bunker de exportao.
EPE
33
A demanda de leo combustvel por embarcaes estrangeiras, alocada em exportao no BEN, ser considerada apenas no
Captulo VI.
60
Norte
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Brasil
mil m
2015
1.042
949
298
1.388
393
4.069
2019
1.106
1.183
563
1.244
405
4.500
2024
1.385
1.448
417
1.459
376
5.085
360
498
-9
886
2014-2019
1,5
4,5
5,7
-2,7
1,6
1,4
2019-2024
4,6
4,1
-5,8
3,2
-1,5
2,5
2014-2024
3,1
4,3
-0,2
0,2
0,0
1,9
Perodo
2014-2024
Perodo
36
Variao (% a.a.)
Nota:
No inclui bunker de exportao e demanda para gerao termeltrica esperada. Inclui bunker hidrovirio nacional, demanda para
autoproduo e para gerao eltrica nos sistemas isolados.
Fonte:
EPE
Ano
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Brasil
mil tep
2015
55
3.250
2.433
6.908
12.645
2019
80
4.657
2.317
6.590
13.644
2024
87
5.209
2.497
7.902
15.695
3.220
Perodo
2014-2024
2.242
Perodo
243
702
Variao (% a.a.)
2014-2019
8,3
9,4
0,6
-1,8
1,8
2019-2024
1,6
2,3
1,5
3,7
2,8
2014-2024
4,9
5,8
1,0
0,9
2,3
Nota.:
Fonte:
61
Lubrificantes
Asfaltos
Solventes
Outros
Total
mil tep
2015
1.072
2.794
441
3.676
7.984
2019
1.225
3.402
437
3.905
8.969
2024
1.616
4.397
471
5.109
11.592
534
1.327
1.627
3.498
2014-2019
2,5
2,1
-1,0
2,3
2,1
2019-2024
5,7
5,3
1,5
5,5
5,3
2014-2024
4,1
3,7
0,2
3,9
3,7
Perodo
2014-2024
Perodo
Nota:
Fonte:
10
Variao (% a.a.)
34
Em no havendo projetos adicionais de produo, h que se desenvolver inclusive a infraestrutura logstica para importao
do asfalto no pas.
62
Norte
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Brasil
mil tep
2015
552
1.183
1.384
3.800
1.066
7.984
2019
667
1.387
1.490
4.162
1.262
8.969
2024
918
1.854
1.840
5.248
1.732
11.592
354
591
355
604
3.084
2014-2019
3,4
1,9
0,1
0,5
2,3
1,1
2019-2024
6,6
6,0
4,3
4,7
6,5
5,3
2014-2024
5,0
3,9
2,2
2,6
4,4
3,1
Perodo
2014-2024
Perodo
Nota:
Fonte:
1.181
Variao (% a.a.)
4.7 Nafta
A nafta petroqumica mantm-se, ao longo do horizonte decenal, como a matria-prima de maior
relevncia nos processos de obteno dos petroqumicos bsicos (eteno, propeno, butadieno, BTX e
demais produtos), insumos para a produo de resinas termoplsticas. A produo nacional se
concentra principalmente nos polos petroqumicos localizados em So Paulo, Bahia e Rio Grande do
Sul (unidades industriais da Braskem), alm da produo de insumos bsicos em determinadas
refinarias da Petrobras. No PDE 2024, projeta-se uma demanda crescente de nafta petroqumica, em
relao a 2014, alcanando 8.425 mil toneladas em 2024. Isto se deve retomada do nvel de
utilizao ao longo do perodo, alm da reviso da base com atualizao dos dados do BEN (EPE,
2015). Destaca-se a ausncia de ampliaes nas unidades existentes ou novas unidades baseadas em
nafta no horizonte decenal.
A projeo da demanda por nafta considera a implantao de projetos petroqumicos, usualmente
baseado em derivados do petrleo e a partir de fontes alternativas (gs natural, gases de refinarias,
etanol e etc.). A indefinio de preos desta matria prima no Brasil tem dificultado o planejamento
de novas expanses. A etapa petroqumica do COMPERJ, por exemplo, projeto petroqumico da
Petrobras a ser implantado em Itabora (RJ), teria como base o gs natural. Entretanto, considerando
um estudo de viabilidade efetuado pela prpria Braskem, este projeto se comparado a uma possvel
duplicao da unidade gs-qumica j existente (Riopol em Duque de Caxias/RJ), daria um menor
retorno econmico35. Assim, tal expanso, ainda encontra-se em avaliao por questes de
disponibilidade e de preo do gs e no est comtemplada no horizonte decenal. No perodo de 20152024, no h expanses confirmadas com base nafta nem outras matrias primas. A participao dos
diversos insumos petroqumicos na produo de eteno retratada no Grfico 13 abaixo.
35
63
100%
Gsderefinaria
Etanol
Etano/Propano
80%
60%
40%
Nafta
20%
0%
2014
Fonte:
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
EPE
5. Biocombustveis
5.1 Biocombustveis lquidos
Este item trata dos biocombustveis lquidos destinados ao abastecimento de veculos automotores do
Ciclo Otto: o etanol carburante hidratado e anidro.
A projeo da demanda de etanol carburante foi elaborada em conjunto com a da gasolina A, por
meio do modelo de demanda de combustveis para veculos leves desenvolvido pela EPE, conforme j
exposto. Como no caso da gasolina, o comportamento da demanda de etanol hidratado
determinado a partir das projees de oferta interna de etanol carburante e da comparao entre
estes volumes e as projees da demanda total de combustveis para a frota nacional de Ciclo Otto
(medida em volume de gasolina-equivalente), o que determina a preferncia de abastecimento dos
usurios de veculo flex fuel e, consequentemente, a parcela da demanda de energia dos veculos de
Ciclo Otto a ser atendida por este tipo de etanol.
A Tabela 33 apresenta as projees regionalizadas do etanol hidratado.
64
Norte
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Brasil
milhes de litros
2015
217
1.040
1.851
10.977
2.220
16.305
2019
315
1.476
2.203
14.979
3.182
22.155
2024
430
1.955
2.564
17.994
3.970
26.914
275
1.134
997
2.174
12.941
2014-2019
15,2
12,4
7,1
9,2
12,1
9,7
2019-2024
6,4
5,8
3,1
3,7
4,5
4,0
2014-2024
10,7
9,1
5,0
6,4
8,3
6,8
Perodo
2014-2024
Perodo
Fonte:
8.361
Variao (% a.a.)
EPE
Em 2014, a demanda nacional de etanol hidratado alcanou 14 bilhes de litros. Para o perodo de
2014 a 2024, estima-se um crescimento de 6,8% ao ano desta demanda, sendo que seu volume em
2024 dever atingir 27 bilhes de litros.
A projeo da demanda de etanol anidro calculada a partir da demanda de gasolina C e do teor de
anidro pr-estabelecido. A Tabela 34 apresenta as projees regionalizadas do etanol anidro.
Nordeste
Sul
791
2.391
2.373
2019
887
2.696
2024
1.065
3.216
Ano
2015
Centro-Oeste
Brasil
4.967
1.110
11.632
2.488
4.703
1.114
11.887
2.723
5.026
1.239
13.270
198
2.254
milhes de litros
Perodo
2014-2024
Sudeste
1.073
Perodo
486
152
Variao (% a.a.)
2014-2019
4,3
4,7
2,1
-0,7
1,4
1,5
2019-2024
3,7
3,6
1,8
1,3
2,2
2,2
2014-2024
4,0
4,1
2,0
0,3
1,8
1,9
Fonte:
EPE
Em 2014, o consumo brasileiro de etanol anidro foi de 11 bilhes de litros, considerando-se o teor
obrigatrio de 25% adicionado gasolina A. Ressalta-se que, para o ano de 2015, foi considerado um
percentual em valores entre 25% e 27% e, para o restante do perodo decenal, assumiu-se que o teor
de anidro na Gasolina C ser mantido em 27%. Projeta-se, para o perodo de 2014 a 2024, uma taxa
mdia de crescimento de 1,9% ao ano. Deste modo, em 2024, a demanda de etanol anidro atingir o
valor de 13 bilhes de litros.
Para o biodiesel, considerou-se que o teor obrigatrio de B100 no diesel mineral, atualmente de 7%
em volume, permanece neste nvel at 2024. Espera-se que, ao longo do decnio, a alta produo e
os ganhos de produtividade agrcola e industrial no complexo soja (a principal matria-prima) tenham
influncia direta sobre os preos desse leo e, consequentemente, no valor pago pelo biodiesel.
65
Contudo, considera-se que isto no ser suficiente para que os preos ao consumidor do biodiesel
passem a ser inferiores ao diesel fssil. Estima-se, assim, que os preos dos insumos graxos sigam
trajetria aproximadamente paralela ao do leo diesel, com algumas oscilaes para baixo.
Nestas condies, a projeo da demanda de biodiesel corresponde basicamente adio obrigatria
no diesel mineral, conduzindo aos nmeros apresentados na Tabela 35. Espera-se que a demanda
obrigatria nacional de biodiesel aumente de cerca de 4,4 bilhes de litros para 5,6 bilhes de litros,
entre 2015 e 2024.
Tabela 35 Brasil e regies: Demanda obrigatria de biodiesel
Norte
Ano
Nordeste
Sul
2015
473
670
2019
541
2024
642
Centro-Oeste
Brasil
812
1.829
576
4.359
794
926
1.879
669
4.809
906
1.049
2.252
774
5.623
252
397
337
2.212
2014-2019
6,7
9,3
8,4
5,2
8,9
7,1
2019-2024
3,5
2,7
2014-2024
5,1
5,9
2,5
3,7
3,0
3,2
5,4
4,5
5,9
5,1
Perodo
2014-2024
Perodo
Nota:
Fonte:
Sudeste
milhes de litros
432
795
Variao (% a.a.)
66
Setor industrial(1)
75.526
61.522
137.048
2019
89.191
73.847
163.038
2024
95.226
82.171
177.397
Perodo
Perodo
Fonte:
Total
mil toneladas
2015
2014-2024
Notas:
Setor energtico(2)
26.558
47.086
Variao (% a.a.)
2014-2019
3,6
5,8
4,6
2019-2024
1,3
2,2
1,7
2014-2024
2,5
4,0
3,1
36
Contrato n CT-EPE-002/2011 conforme especificaes do Projeto Bsico do Edital do Prego Eletrnico n PE.EPE.020/2010.
Notar que esse ndice refere-se aos domiclios com uso preponderante de lenha, portanto, subconjunto do conjunto de
domiclios totais.
37
67
Ano
Nordeste
Sudeste
Centro-Oeste
Brasil
mil unidades
2015
506
2.768
2.257
1.675
393
7.599
2019
509
2.760
2.260
1.669
396
7.594
2024
509
2.736
2.257
1.655
399
7.555
-3
-80
-154
Perodo
2014-2024
Fonte:
Sul
-46
EPE
2015
17.250
22.658
8.540
48.448
2019
15.726
26.596
8.166
50.488
2024
14.090
32.286
7.847
54.223
2014-2024
Total
mil toneladas
Perodo
6.786
Perodo
Nota:
Fonte:
Setor residencial
Ano
-844
2.113
Variao (% a.a.)
2014-2019
-2,6
0,8
-1,2
-0,6
2019-2024
-2,2
4,0
-0,8
1,4
2014-2024
-2,4
2,4
-1,0
0,4
68
Setor industrial
Total
mil toneladas
2015
5.662
757
6.419
2019
6.107
709
6.816
2024
7.861
663
8.524
Perodo
2014-2024
Perodo
Fonte:
Outros setores
-108
2.001
Variao (% a.a.)
2014-2019
1,2
-1,7
0,9
2019-2024
5,2
-1,3
4,6
2014-2024
3,2
-1,5
2,7
EPE
69
8.121
15.918
2019
9.002
7.998
17.001
2024
10.322
10.021
20.343
Perodo
Perodo
Fonte:
Total
mil tep
2015
2014-2024
Notas:
Carvo Vapor
2.450
5.001
Variao (% a.a.)
2014-2019
3,0
1,1
2,1
2019-2024
2,8
4,6
3,7
2014-2024
2,9
2,8
2,9
Perda de importncia dos consumos residenciais de lenha e de carvo vegetal, por conta da
trajetria declinante do nmero de domiclios com uso preponderante de lenha no Pas;
O Grfico 14 e o
70
Grfico 15 mostram as respectivas participaes dos setores e das fontes no consumo final de energia
em 2024.
Grfico 14 Participao das fontes no consumo final de energia em 2024
Nota:
Fonte:
Fonte:
EPE
71
IDENTIFICAO
UNIDADE: 10 tep
SETOR
ENERGTICO
RESIDENCIAL
COMERCIAL
PBLICO
AGROPECURIO
TRANSPORTES
INDUSTRIAL
CONSUMO FINAL
ENERGTICO
CONSUMO FINAL
NO ENERGTICO
2024
% a.a.
2024
% a.a.
2024
% a.a.
2024
% a.a.
2024
% a.a.
2024
% a.a.
2024
% a.a.
2024
% a.a.
2024
TOTAL
40.829
4,0
30.043
1,9
13.896
4,9
4.484
1,2
12.899
1,4
113.168
2,7
114.838
2,8
330.158
2,8
23.340
GS NATURAL
7.979
2,4
622
7,2
353
7,0
1.834
1,4
12.204
2,3
22.991
2,4
3.596
CARVO MINERAL
4.913
2,5
4.913
2,5
LENHA
4.368
-3,3
109
1,1
2.324
-1,4
10.009
2,5
16.809
17.502
3,5
20.283
2,3
11.410
5,2
212
1,3
1.601
BAGAO DE CANA
OUTRAS FONTES PRIMRIAS RENOVVEIS
GS DE COQUERIA
COQUE DE CARVO MINERAL
CONSUMO FINAL
% a.a.
2024
% a.a.
3,9
353.498
2,9
18,0
26.587
3,5
4.913
2,5
0,1
16.809
0,1
37.786
2,8
37.786
2,8
11.410
5,2
11.410
5,2
2,6
1.813
2,4
1.813
2,4
10.322
2,6
10.322
2,6
10.322
2,6
6.965
10,0
16.959
4,1
12.711
5,0
4.178
1,3
3.293
3,7
287
5,6
23.622
2,9
68.014
4,1
68.014
4,1
CARVO VEGETAL
325
-3,8
93
0,2
10
2,1
5.078
4,1
5.506
3,3
5.506
3,3
LCOOL ETLICO
18
5,0
20.812
4,8
20.830
4,8
965
5,2
21.795
4,8
ELETRICIDADE
ALCATRO
SUBTOTAL DERIVADOS DE PETRLEO
LEO DIESEL
119
2,6
119
2,6
161
2,7
281
2,7
8.171
3,5
7.769
1,7
631
3,0
307
1,2
7.254
1,6
90.236
2,3
15.277
1,8
129.644
2,3
18.617
2,5
148.261
2,3
2.752
6,2
0,3
-1,9
7.205
1,5
56.138
3,2
1.287
0,6
67.392
3,0
67.392
3,0
1,2
4.628
1,3
4.628
1,3
27.705
0,7
27.705
0,7
0,8
9.972
1,8
9.972
1,8
397
2,5
23
0,5
10
-0,6
35
3,8
1.240
0,9
2.922
GASOLINA
27.705
0,7
GS LIQUEFEITO DE PETRLEO
86
32,2
7.769
1,7
600
3,1
293
1,3
14
20,0
1.209
NAFTA
6.546
0,5
6.546
0,5
QUEROSENE
5.153
3,5
6,7
5.156
3,5
3,7
5.164
3,5
4.936
2,2
9.856
2,3
14.792
2,3
472
4,6
15.263
2,3
11.592
3,7
11.592
3,7
LEO COMBUSTVEL
Fonte:
EPE
72
1. Introduo
O incremento mdio anual da carga de energia eltrica no SIN (j incorporados os ganhos de
eficincia energtica e desconsiderando-se a parcela da autoproduo) ser de, aproximadamente,
2.900 MWmed no perodo 2015-2024. Desse montante, os subsistemas Sul, Sudeste/Centro-Oeste e
Acre/Rondnia respondem por 71%, ou, aproximadamente, 2.050MWmed ao ano, enquanto os
subsistemas Norte, Nordeste e Manaus/Amap/Boa Vista crescem, em mdia, 850 MWmed ao ano
neste perodo, representando 29%.
A expanso da gerao no horizonte decenal incorpora os resultados dos leiles de compra de energia
eltrica promovidos at abril de 2015, resultando em uma configurao de expanso parcialmente
definida a priori. A data de entrada em operao desses empreendimentos, considerada neste plano,
atualizada de acordo com as reunies de acompanhamento do Comit de Monitoramento do Setor
Eltrico CMSE38. De modo a garantir as condies de atendimento em todo o horizonte decenal, a
oferta indicativa leva em considerao os prazos estimados para entrada em operao das usinas
contratadas nos leiles futuros, alm da necessidade energtica, completando assim a configurao
de expanso do cenrio de referncia. A Figura 3 ilustra os leiles que contrataram energia para incio
de suprimento previsto no horizonte deste Plano Decenal e aqueles j programados, com portaria
publicada, que ocorrero em 2015. Nota-se que, assumindo as datas de compromisso de entrega de
38
Para o PDE 2024 foram utilizadas como referncia as datas de tendncia para a entrada em operao das usinas j
contratadas, estabelecidas na reunio do Departamento de Monitoramento do Sistema Eltrico DMSE de abril de 2015, que
subsidiou tambm a elaborao do Programa Mensal da Operao PMO de maio de 2015, pelo ONS.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Gerao de energia eltrica
73
energia previstas nestes leiles, no h oferta contratada para incio de suprimento aps 2021,
fazendo com que nesses anos finais a expanso seja totalmente indicativa.
Figura 3 Leiles de energia nova compromisso de entrega de certames j realizados e
programados
Fonte:
Elaborao EPE
No que se refere integrao energtica com outros pases latino-americanos, o governo brasileiro,
atravs de suas empresas, vem realizando acordos e participando de estudos em pases das Amricas
Central e do Sul. A integrao energtica do Brasil com estes pases proporcionar diversos benefcios
para ambas as partes, como, por exemplo, o aproveitamento da complementaridade dos regimes
hidrulicos, o aumento da confiabilidade e da segurana do suprimento, reduo da utilizao de
trmicas e da emisso de CO2. Apenas 25% da capacidade hidrulica dos pases que fazem fronteira
com o Brasil foi aproveitada. A associao a esses pases se verifica, predominantemente, com fontes
renovveis de gerao de energia e de baixo custo, como o caso das hidreltricas.
No Peru, existem projetos para a construo de seis usinas hidreltricas que totalizam cerca de 7 GW
de capacidade instalada. O aproveitamento de Inambari, de 2,2 GW, o que est em estgio mais
avanado, apesar de no haver novas informaes sobre sua construo, em relao ao publicado no
PDE anterior. Os estudos de inventrio e viabilidade para a construo da usina j esto concludos, e
encontra-se em anlise pelos governos dos dois pases um tratado de comercializao da energia
produzida. A usina de Inambari localiza-se a aproximadamente 260 km da fronteira com o Brasil.
Estes estudos, que priorizam o atendimento demanda local, indicam a possibilidade de exportao
de energia excedente para o Brasil com a interligao dos sistemas eltricos no estado de Rondnia.
O Brasil e a Bolvia planejam a construo de uma usina hidreltrica binacional, a qual se localizar
prxima fronteira, em territrio boliviano. Caso ocorra a associao entre os dois pases, o estudo
resultar em um empreendimento localizado montante das usinas de Jirau e Santo Antnio,
possibilitando a regularizao dessas usinas e de todo o rio Madeira. Parte da energia gerada ser
exportada para o Brasil e a usina ter, aproximadamente, 3.000 MW de potncia instalada.
74
Em 2013, a Guiana e o Brasil constituram uma comisso mista com a inteno de desenvolver
estudos que resultem na construo de duas usinas em territrio guianense, a longo do Rio Mazaruni
- Middle Mazaruni (1,5 GW) e Upper Mazaruni (3 GW). Os excedentes da energia produzida pelas
hidreltricas podero ser importados pelo Brasil, por meio de interligaes no estado de Roraima,
resultando em maior confiabilidade para o suprimento local.
Est em desenvolvimento pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) um estudo que visa
integrao energtica entre a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil. O estudo tem o objetivo de
mostrar a viabilidade da integrao e permitir o aproveitamento do potencial energtico inexplorado
das Guianas e Suriname, que deve estar em torno de 6 GW. Concludo, o estudo ser apresentado
aos governos envolvidos.
Entre Brasil e Argentina estuda-se a construo das hidreltricas Garabi e Panambi, no rio Uruguai,
para as quais as informaes constantes nesse PDE so as mesmas do ciclo anterior. Estes
empreendimentos binacionais podero ter capacidades instaladas total de 2,2 GW. Os estudos de
inventrio hidreltrico da bacia hidrogrfica do rio Uruguai j foram concludos. Os estudos de
viabilidade encontram-se em desenvolvimento - includos os estudos ambientais. A explorao
energtica do trecho do rio Uruguai entre Brasil e Argentina est prevista pelo Tratado para
Aproveitamentos dos Recursos Hdricos Compartilhados dos Trechos Limtrofes do Rio Uruguai e de
seu Afluente, o Rio Pepiri-Guau, assinado pelos governos dos dois pases em 1980. De acordo com o
Tratado, a energia gerada ser dividida igualmente entre os dois pases.
Todos os projetos acima indicados podero ser viabilizados por meio de Tratados Internacionais entre
o Brasil e os pases vizinhos. medida que os acordos se concretizem, os estudos ambientais e os
projetos de engenharia sejam concludos, as parcelas de energia excedente para exportao para o
Brasil podero passar a ser incorporadas nos estudos de planejamento da expanso da oferta do setor
eltrico brasileiro.
2. Sistema existente
De acordo com dados do Banco de Informaes de Gerao da ANEEL BIG a capacidade instalada
total do sistema eltrico brasileiro no final de 2014 era de, aproximadamente, 134 mil MW. Esse total
engloba no apenas as unidades geradoras do SIN, mas conta tambm com aquelas instaladas nos
sistemas isolados e a autoproduo clssica39, no contabilizando a parcela de importao da UHE
Itaipu.
Considerando os dados do PDE 2023, os despachos, resolues e relatrios de fiscalizao da ANEEL e
as reunies de acompanhamento do Departamento de Monitoramento do Sistema Eltrico DMSE, a
capacidade instalada dos empreendimentos de gerao do SIN, incluindo a parcela paraguaia de
Itaipu e a capacidade instalada nos sistemas isolados40 que sero interligados no horizonte deste
plano, totalizava cerca de 133 mil MW em dezembro de 2014. A distribuio da capacidade instalada
39
A autoproduo clssica representada nas simulaes energticas como abatimento da carga de energia. Dessa forma, a
autoproduo clssica no explicitada nos totais de oferta de energia apresentados neste captulo.
40
Foram considerados os montantes em operao em dezembro de 2014 das usinas hidreltricas Coaracy Nunes, Santo Antnio
do Jari e Ferreira Gomes e das termeltricas Santana 1 e Santana 2.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Gerao de energia eltrica
75
por tipo de fonte do parque gerador existente apresentada no Grfico 16, mostrando a grande
participao das fontes renovveis, principalmente da fonte hidrulica.
3. Metodologia e critrios
O planejamento da expanso da oferta de energia eltrica realizado com base em normas
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Poltica Energtica CNPE. Resolues do Conselho41
determinam que o custo marginal de operao (CMO) deve ser igual ao custo marginal de expanso
(CME) e que o risco mximo de dficit permitido, de qualquer magnitude, em cada ano de
planejamento, de 5% em cada subsistema do SIN, considerando-se todos os cenrios hidrolgicos
simulados42.
O valor do CME do PDE 2024 foi de R$ 139,00/MWh. A metodologia utilizada para o clculo do CME
apresentada em [25].
A composio da oferta de gerao teve como base os empreendimentos de gerao com viabilidade
tcnica, econmica e socioambiental, em diversos estgios de desenvolvimento, porm com reais
possibilidades de incio de operao no horizonte do estudo. O Captulo X apresenta a avaliao
processual e socioambiental desses empreendimentos.
41
42
76
4. Diretrizes e premissas
Para fazer frente ao seu crescimento, de forma segura, econmica e com respeito legislao
ambiental, o Brasil dispe de grande potencial energtico, com destaque para as fontes renovveis de
energia (potencial hidrulico, elico, de biomassa e solar).
A principal diretriz deste Plano foi a priorizao da participao dessas fontes renovveis para atender
ao crescimento do consumo de energia eltrica no horizonte decenal, compatibilizando esta
participao com o atendimento carga de forma segura e tendo em vista o compromisso brasileiro
de manter seu crescimento econmico apoiado em uma matriz energtica limpa.
Premissas gerais para a expanso da gerao
As anlises referentes ao sistema de gerao foram realizadas considerando as projees de carga de
energia para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste, Norte e Acre/Rondnia no perodo
2015-2024. Essas projees foram representadas em trs patamares da curva de carga e j incluem
as perdas eltricas na rede transmissora.
A expanso proposta neste Plano trata apenas do SIN e incorpora os sistemas isolados que sero
interligados no horizonte deste estudo. A expanso dos sistemas isolados sem previso de interligao
feita de acordo com as disposies do Decreto N 7.246/2010, que determina a realizao de
licitaes para atendimento ao mercado dessas localidades. As informaes referentes aos sistemas
Amap e Boa Vista foram consideradas a partir de suas datas de interligao ao SIN, respectivamente
em 2015 e 2017. Atualmente, a regio de Boa Vista atendida, em parte, pela importao de energia
da Venezuela. Apesar do contrato de suprimento com o pas vizinho continuar vlido aps a
interligao ao SIN, conservadoramente, optou-se por no considerar esse intercmbio internacional
nas simulaes.
43
Modelo de otimizao do despacho hidrotrmico desenvolvido pelo Centro de Pesquisas de Energia Eltrica Cepel. Neste
Plano, os estudos foram elaborados com a verso 19 desse modelo, ltima verso homologada pela ANEEL poca da
elaborao deste captulo.
44
Comisso Permanente para Anlise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Eltrico, instituda pelo MME, por
meio da Portaria n 47/2008, visando garantir a coerncia e a integrao das metodologias e programas computacionais
utilizados pelo MME, pela EPE, pelo ONS e pela CCEE, em atendimento s determinaes firmadas na Resoluo CNPE n 1, de
2007.
45
Adotou-se como referncia a taxa de 8% ao ano, em termos reais, coerente com o valor considerado para o clculo do custo
mdio de gerao de longo prazo no PNE 2030.
77
Administracin Nacional de Eletricidad, autarquia responsvel pela operao e planejamento do sistema eltrico paraguaio.
78
simulada em um subsistema parte (subsistema Itaipu). Alm disso, nas anlises realizadas neste
Plano, foram incorporadas mais divises, conforme descrito abaixo, para melhor representar o SIN no
modelo Newave, cuja simulao realizada a sistemas equivalentes.
O subsistema Sudeste/Centro-Oeste foi dividido em dois: um composto por todas as usinas
hidreltricas que compem a bacia do Rio Paran e outro com as demais UHE, conectados entre si
sem restries de intercmbio. Esta representao melhora a modelagem de acoplamento hidrulico48
do subsistema Sudeste/Centro-Oeste com o subsistema Itaipu.
Este Plano considera a interligao do sistema de Manaus e a interligao de Amap e Boa Vista
durante seu horizonte. No mbito deste estudo, esses sistemas foram considerados como um
subsistema adicional, levando em conta suas usinas e mercado, conectado ao subsistema Norte,
atravs do n de Xingu. Considerando as datas previstas para a entrada em operao das
interligaes, representou-se a partir de maio de 2015 o sistema do Amap e a partir de junho de
2017 o sistema de Boa Vista. Aps a inaugurao dessas interligaes, todas as capitais do Brasil
faro parte do SIN. Alm disso, essas interligaes ajudam a viabilizar a construo de hidreltricas
em rios localizados na margem esquerda do rio Amazonas, cujo regime hidrolgico praticamente
complementar ao do resto do pas.
Adicionalmente, de forma a melhor representar a operao da usina de Belo Monte, com cronograma
de motorizao total no horizonte coberto por este Plano, este aproveitamento hidreltrico ir compor
um subsistema parte, com previso de incio da operao em abril de 2016.
Da mesma forma, as usinas hidreltricas previstas ou em construo nas bacias dos rios Tapajs,
Juruena e Teles Pires, que constam do cronograma deste Plano, foram representadas em um novo
subsistema denominado Teles Pires/Tapajs, que tem previso de conexo ao subsistema
Sudeste/Centro-Oeste a partir de novembro de 2015. Entretanto, o sistema de transmisso para
escoar a energia produzida pelas usinas dos rios Tapajs e Juruena, ainda est sendo estudado e,
caso seja decidido por outra alternativa de conexo, ser considerada nos planos futuros.
A interligao eltrica entre subsistemas de diferentes caractersticas sazonais, e com predominncia
de fonte hdrica, possibilita maior flexibilidade nos intercmbios de energia, o que permite um melhor
aproveitamento das especificidades de cada regio, a partir da operao integrada. Esta operao
proporciona ganhos sinrgicos e aumenta a confiabilidade de suprimento, alm de reduzir o custo
total de operao do sistema.
A Figura 4 mostra a representao esquemtica considerada para as interligaes entre os
subsistemas nacionais, detalhando a forma prevista ao final do horizonte do estudo, para fins de
simulao energtica a subsistemas equivalentes. As interligaes e/ou ampliaes representadas em
traos pontilhados mostram as previses de incorporao ao SIN durante o horizonte decenal,
diferenciando as j licitadas daquelas indicativas. Novas conexes entre regies podem ser decididas,
principalmente, visando a confiabilidade do suprimento. To logo estudos sejam concludos, a
representao energtica incorporar esses novos troncos de transmisso.
48
Conforme recomendado no Relatrio de Validao do Modelo Newave Verso 15.5.4 de agosto de 2010 pela Fora Tarefa
Newave, com coordenao do ONS e CCEE e participao dos agentes do setor, da EPE e Cepel.
79
Nota: (a) Foi licitada a interligao entre Manaus e Boa Vista, que ser integrada a regio Norte, e est em estudo a
expanso do sistema de gerao de Roraima atravs da construo de usinas hidreltricas nessa regio.
Legenda
SE/CO SNE NMAN/AP/BV IV -
Sudeste/Centro-Oeste
Sul
Nordeste
Norte
Manaus/Amap/Boa Vista
Ivaipor
Itaipu
Acre/Rondnia
Belo Monte
Teles Pires/Tapajs
Imperatriz
Xingu
Fonte: EPE
A expanso ou antecipao de troncos de transmisso das interligaes foi utilizada para permitir
trocas de energia entre os subsistemas, de modo que todas as regies apresentem condies de
suprimento que atendam aos critrios estabelecidos pelo CNPE. Os resultados aqui apresentados
indicam a necessidade de estudos especficos para viabilizar a expanso nos prazos e montantes
demandados pelos estudos energticos. As perdas de energia nas interligaes j esto incorporadas
nas previses de carga de energia eltrica dos subsistemas.
As simulaes realizadas tiveram incio em maio de 201449, considerando o sistema existente
conforme dados do Programa Mensal da Operao PMO desse ms. Os nveis de armazenamento
dos reservatrios equivalentes, em percentual da capacidade mxima, verificados em 30/04/2014 so:
37,8% para Sudeste/Centro-Oeste, 44,5% para o Sul, 43,2% para o Nordeste e 90,9% para o Norte.
49
80
As datas previstas para entrada em operao das hidreltricas indicativas foram obtidas em
consonncia com os prazos estimados de todas as etapas de desenvolvimento do projeto e de
licenciamento ambiental, at o incio de operao da primeira unidade geradora, considerando
inclusive os prazos do processo de licitao vigente no Setor Eltrico;
A oferta de usinas elicas, usinas a biomassa com CVU nulo, pequenas centrais hidreltricas e
solares foi planejada de forma a respeitar, alm do potencial econmico destas fontes
renovveis de gerao, sua distribuio geogrfica de acordo com os recursos naturais de
cada regio do pas;
5. Expanso da gerao
5.1 Resumo da expanso
A expanso da capacidade instalada do SIN, desagregada por regies, apresentada no Grfico 18,
onde so mostrados os valores referentes ao ano de 2014 e aqueles previstos para o final de 2024,
resultantes dos estudos do planejamento decenal. Alm dos valores em MW, tambm indicada a
participao percentual por regio.
50
Para este plano, foram consideradas as datas de tendncia para entrada em operao comercial que subsisdiaram a
simulao do PMO de maio de 2015.
51
Para as usinas que entraram em operao comercial at dezembro/2014 foi considerado o critrio da Resoluo Normativa da
ANEEL N 440 de 5 de julho de 2011. Para as usinas tipo PCH e PCT que no inciaram a operao comercial, a expectativa foi
baseada na Resoluo Normativa da ANEEL N 476, de 13 de maro de 2012. J para as usinas elicas e solares contratadas
que no iniciaram a operao comercial, a expectativa de gerao foi a garantia fsica sazonalizada.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Gerao de energia eltrica
81
Deve-se ressaltar que o parque de gerao instalado em 2014 inclui a potncia dos empreendimentos
que j se encontram em operao comercial no estado do Amap e que sero interligados no
horizonte deste plano. Para efeito de anlise, neste documento, os sistemas Acre/Rondnia (AC+RO),
Manaus/Amap/Boa Vista (MAN+AP+BV), Belo Monte (BM) e Teles Pires/Tapajs (TP) so
considerados na regio Norte. Alm disso, a usina de Itaipu foi contabilizada como recurso da regio
Sudeste/Centro-Oeste.
Grfico 18 Participao regional na capacidade instalada do SIN
Notas:
Esse montantante se refere a evoluo da capacidade instalada no sistema, onde so consideradas as eventuais sadas de
unidades geradoras ou substituio de outorga.
82
com previso para entrada em operao nesse perodo, corresponde a aproximadamente 32.700 MW
(44% da expanso), conforme apresentado no Grfico 19, onde usinas termeltricas biomassa, PCH,
elicas e solares esto agregadas em outras fontes renovveis.
Nota:
Neste grfico so apresentados apenas os acrscimos de potncia devido expanso do sistema, no contemplando eventuais sadas de
usinas ou reduo de potncia. Essa informao, entretanto, est considerada nos grficos e tabelas referentes evoluo de
capacidade instalada do SIN.
A projeo de crescimento da carga de energia, utilizada como referncia para a elaborao deste
Plano Decenal, indica a perspectiva de um crescimento mais acentuado no segundo quinqunio. Para
atender a esse mercado dentro dos critrios de segurana e economicidade estabelecidos, o Grfico
20 apresenta o acrscimo de capacidade instalada por ano e por tipo de fonte.
83
Nota:
Neste grfico so apresentados apenas os acrscimos de potncia devido expanso do sistema, no contemplando eventuais sadas de
usinas ou reduo de potncia. Essa informao, entretanto, est considerada nos grficos e tabelas referentes evoluo de
capacidade instalada do SIN.
84
Ano
2015
Projeto
UHE Teles Pires
UHE Belo Monte
2016
2017
2018
2019
Rio
Teles Pires
(c)
Xingu
2022
2023
2024
UF
1.820
PA
11.233
PA
300
MT
UHE Colider
Teles Pires
Apiacs
45
MT
UHE So Roque
Canoas
135
SC
Araguari
219
AP
Iguau
350
PR
UHE So Manoel
Teles Pires
700
PA
UHE Sinop
Teles Pires
400
MT
Paraba do Sul
150
RJ
UHE Itaocara I
(c)
2021
Potncia(a)
(MW)
Tapajs
8.040
PA
UHE Tabajara
Jiparan
350
RO
UHE Apertados
Piquiri
139
PR
Piquiri
93
PR
Tibagi
118
PR
UHE Ercilndia
Piquiri
87
PR
UHE Comissrio
Piquiri
140
PR
UHE Paranhos
Chopim
67
PR
UHE Jatob
Tapajs
2.338
PA
UHE Castanheira
Arinos
192
MT
Branco
708
RR
UHE Itapiranga
Uruguai
725
SC/RS
28.349
Notas:
Fonte:
(a) Potncia total do empreendimento, em MW. No caso de usinas cuja motorizao total no ocorre dentro do ano indicado, esta
potncia no corresponde potncia incorporada no ano.
(b) Ano esperado de incio da operao do empreendimento segundo acompanhamento do DMSE reunio de abril de 2015.
(c) Potncia do empreendimento a soma das casas de fora principal e complementar.
EPE.
Os projetos hidreltricos que constam neste Plano somam 28.349 MW. No entanto, devido ao longo
perodo de motorizao de alguns empreendimentos de grande porte, esta capacidade total dever
estar disponvel para atendimento ao SIN apenas no ano de 2027. Como mostra o Grfico 21, a
viabilizao desses empreendimentos acrescentar 23.209 MW at dezembro de 2024, cerca de 82%
da sua capacidade instalada total.
85
86
Por meio da anlise dos dados de energias naturais afluentes53 desde 1931 em cada subsistema,
pode-se observar a incerteza hidrolgica e sua variao entre os perodos midos e secos, a
complementaridade entre regies, a necessidade de reforos nas interligaes e a possibilidade de
ganho energtico advindo da regularizao das vazes propiciada quando se dispe de reservatrios
de acumulao. Esses reservatrios, alm de regularizarem as vazes, trazem outros importantes
benefcios como o controle de cheias para proteger as comunidades e os bens a jusante, o aumento
da piscicultura, o efetivo controle da qualidade da gua dos rios e, um dos mais importantes do ponto
de vista energtico: o funcionamento como estoque de energia para o SIN, que conta com
participao cada vez maior de fontes intermitentes. Um estudo da evoluo da capacidade de
armazenamento do SIN apresentado no item 6, onde analisado o impacto nesta grandeza ao
considerarmos o crescimento da demanda por energia eltrica e a expanso do parque gerador.
Devido s dificuldades na obteno de licenas ambientais, a expanso do sistema conta com apenas
trs usinas hidreltricas com reservatrios de acumulao , para as quais, estima-se que os prazos
envolvidos no processo licitatrio esto aderentes ao horizonte deste plano.
A hidroeletricidade, que j a maior fonte de gerao do SIN, ainda apresenta grande potencial a ser
explorado. Especialmente nas bacias da regio Norte e Centro-Oeste, os inventrios hidreltricos
apontam projetos importantes que podero ser viabilizados nos prximos anos, a despeito da
crescente complexidade socioambiental que, normalmente, impe estgios de desenvolvimento
extensos, alm da perda de capacidade de armazenamento.
Alm dos empreendimentos indicados nesse PDE, os estudos de viabilidade de UHE aprovados ou com
aceite da ANEEL, em maio de 2015, totalizavam aproximadamente 4.200 MW, conforme apresentado
na Tabela 43. Destaca-se que a gerao hidreltrica uma tecnologia consagrada no pas e seu preo
53
Vazes afluentes a cada reservatrio transformadas em energias afluentes, considerando a produtibilidade das usinas
hidreltricas do subsistema analisado. Nesta anlise, foi considerado o parque instalado no final do horizonte (2024).
87
mdio nos ltimos leiles de expanso do sistema tem sido baixo quando comparado com as outras
fontes.
Tabela 43 UHE (50 MW) com Estudos de Viabilidade na ANEEL, aprovados ou com aceite
Potncia
(MW)
Usina
Rio
UF
Desenvolvedor do Projeto
gua Limpa(1)
Mortes
MT
320,00
Barra do Pomba(1)
Paraba do Sul
RJ
80,00
Cachoeira
Parnaba
PI/MA
63,00
Chesf/CNEC/Queiroz Galvo/ENERGIMP
EV
EV
PCE/Enercamp/EnergticaTech/Furnas/Alstom/Andrade
Gutierrez/Eletronorte
Empreendimentos Patrimoniais Santa
Gisele Ltda.
Situao
Ato ANEEL
EV em
andamento
Desp.
592/09
EV
Cambuci(1)
Paraba do Sul
RJ
50,00
Castelhano
Parnaba
PI/MA
64,00
Chesf/CNEC/Queiroz Galvo/ENERGIMP
EV
CEMIG/Neoenergia
EV em
andamento
Davinpolis
Paranaba
MG/GO
107,00
Estreito (Parnaba)
Parnaba
PI/MA
56,00
Chesf/CNEC/Queiroz Galvo/ENERGIMP
Foz do Apiacs
Apiacs
MT
275,00
Ira
Uruguai
SC/RS
330,00
Marab
Tocantins
PA/MA
2.160,00
Paran
Paran
GO/TO
90,00
Riacho Seco
So Francisco
BA/PE
276,00
Desenvix/Chesf/CNO/Engevix
Ribeiro Gonalves
Parnaba
PI/MA
113,00
Chesf/CNEC/Queiroz Galvo/ENERGIMP
Santa Branca
Uruui(1)
Volta Grande Baixa
Total
Notas:
Fonte:
58,00
Parnaba
PI/MA
Chopim
PR
134,00
54,70
Eletronorte/Camargo Corra
CELG, Alupar e TPI
EV
EV em
andamento
EV em
andamento
EV em
andamento
EV em
andamento
EV em
andamento
EV
EV em
andamento
EV em
andamento
EV em
andamento
Desp.
2161/06
Desp.
3809/10
Desp.
2162/06
Desp.
4771/11
Desp.
4462/09
Desp.
3808/10
Desp.
1242/10
Desp.
2302/11
Desp.
1141/12
Desp. 30/14
Desp.
2100/08
Desp.
3344/12
Desp.
175/15
Desp.
239/07
Desp.
3166/11
15 projetos
4.230,70
(1) Usinas com Licena Prvia cancelada ou indeferida.
(2) Para efeitos da simulao eletroenergtica, foram consideradas as caractersticas tcnicas cadastradas para o ltimo Leilo.
(3) EV EVTE aprovado pela ANEEL; EV em andamento EVTE com aceite ou em anlise pela ANEEL.
Despachos ANEEL (30/04/2015).
O Anexo I apresenta um diagrama esquemtico das bacias hidrogrficas que compem o SIN com a
representao de todos os projetos hidreltricos constantes deste Plano54.
Os diagramas apresentados no Anexo I foram elaborados de forma a representar, esquematicamente, a localizao das
usinas, apresentando a conectividade hidrulica entre os aproveitamentos.
88
No que se refere gerao termonuclear, a expanso no perodo decenal se dar pela implantao da
usina de Angra 3. Esta usina, com capacidade instalada de 1.405 MW, cuja contratao j foi
autorizada na modalidade de energia de reserva55, tem entrada em operao atualmente prevista para
janeiro de 2019, aumentando o parque nuclear existente em aproximadamente 71%, de 1.990 MW
para 3.395 MW.
O Grfico 24 ilustra a distribuio das usinas trmicas instaladas no SIN, em dezembro de 2024.
Fazem parte desse grfico UTE movidas a combustveis fsseis, biomassa com CVU diferente de zero
e nucleares, classificadas por CVU e por subsistema. As usinas nucleares, por possurem baixos custos
variveis, so responsveis pela alta capacidade instalada no sistema Sudeste/Centro-Oeste na
primeira faixa de CVU (0 a 50 R$/MWh), e as usinas indicativas, assim como as usinas contratadas
nos leiles mais recentes, pela concentrao na faixa entre R$ 200,00/MWh e R$ 250,00/MWh. O
despacho das usinas termeltricas realizado por ordem de mrito econmico, com base em seus
respectivos valores de CVU. Dessa maneira, obtm-se maiores expectativas de gerao para aquelas
usinas com menores valores de custo varivel unitrio.
55
A Portaria MME n 980/2010 autorizou a contratao da UNE Angra 3 na modalidade de energia de reserva.
89
O Anexo II apresenta a relao dos empreendimentos termeltricos, distribudos por estados e regies
do Brasil, que constam na configurao prevista para o ano de 2024.
56
Empreendimentos para os quais no existem impedimentos para entrada em operao (contrato de concesso assinado,
licena ambiental de instalao vigente e obras civis iniciadas e no interrompidas).
90
91
57
Considerando a potncia instalada dos inversores. A potncia nos painis fotovoltaicos foi de 1.048 MWp.
92
Distribuio da Capacidade
Instalada (MW)
140 000
1 40 0 00
dez/18
dez/24
56.7%
120 000
1 20 0 00
65.5%
100 000
1 00 0 00
80 000
8 0 00 0
60 000
27.3%
40 000
6 0 00 0
20.9%
4 0 00 0
14.4%
12.4%
20 000
0
NORTE
NORDESTE
SUL
SUDESTE / CO
SIN
2 0 00 0
1.6%
1.2%
UHE
32 318
10 831
15 264
49 941
108 354
OFR
987
14 505
4 948
14 178
34 618
UNE
0
0
0
1 990
1 990
UTEcf
3 970
5 505
2 993
8 035
20 503
UHE
39 852
10 831
16 198
50 091
116 972
OFR
1 531
26 409
7 191
21 314
56 445
UNE
0
0
0
3 395
3 395
UTEcf
3 970
8 259
4 571
12 835
29 635
Legenda:UHEusinashidreltricas; OFRoutrasfontesrenovveis;UNEusinasnucleares;UTEcfusinastermeltricas
FONTE:EPE.
Outra anlise dos fatores de participao das principais fontes de energia na capacidade instalada do
SIN pode ser observada no Grfico 27, onde se destaca a manuteno do perfil fortemente renovvel
da matriz eltrica brasileira.
ParticipaodasFontes
(%PotnciaInstalada)
FONTESRENOVVEIS
NUCLEAR
UTE
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024
Fonte:EPE.
A evoluo da capacidade instalada para diferentes fontes de gerao ao longo do perodo de estudo
apresentada no Grfico 28 e na Tabela 44. Nota-se que, com a configurao da expanso indicada
nesse Plano, o SIN sair de uma capacidade instalada de, aproximadamente, 133 GW em dezembro
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Gerao de energia eltrica
93
de 2014 e chegar a cerca de 206 GW no final de 2024. O Grfico 29 ilustra esta evoluo, tomando
como referncia os meses de dezembro de 2014 e 2024. No Grfico 30 so apresentadas as
expanses anuais acumuladas, por tipo de fonte.
94
FONTE
(c)
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
MW
RENOVVEIS
111.269
118.380
127.866
135.486
142.972
145.177
145.560
151.554
158.102
165.460
173.417
82.789
86.540
92.152
96.587
101.354
102.040
102.115
103.549
105.137
107.335
109.972
7.000
7.000
7.000
7.000
7.000
7.000
7.000
7.000
7.000
7.000
7.000
21.480
24.840
28.714
31.899
34.618
36.137
36.445
41.005
45.965
51.125
56.445
21.609
21.913
22.082
22.092
22.493
26.714
28.230
29.430
30.630
31.830
33.030
1.990
1.990
1.990
1.990
1.990
3.395
3.395
3.395
3.395
3.395
3.395
11.043
11.317
11.486
12.026
12.427
14.903
16.419
17.619
18.819
20.019
21.219
3.064
3.064
3.064
3.064
3.064
3.404
3.404
3.404
3.404
3.404
3.404
LEO COMBUSTVEL
3.586
3.586
3.586
3.201
3.201
3.201
3.201
3.201
3.201
3.201
3.201
LEO DIESEL
1.239
1.269
1.269
1.124
1.124
1.124
1.124
1.124
1.124
1.124
1.124
687
687
687
687
687
687
687
687
687
687
687
132.878
140.293
149.948
157.578
165.465
171.891
173.790
180.984
188.732
197.290
206.447
(a)
HIDRO
IMPORTAO
(b)
GS DE PROCESSO
TOTAL
83,7%
84,4%
85,3%
86,0%
86,4%
84,5%
83,8%
83,7%
83,7%
83,8%
84,0%
HIDRO(a)
67,6%
66,7%
66,1%
65,7%
65,5%
63,4%
62,8%
61,0%
59,3%
57,9%
56,7%
OUTRAS
16,2%
17,7%
19,1%
20,2%
20,9%
21,0%
21,0%
22,7%
24,4%
26,0%
27,3%
16,3%
15,6%
14,7%
14,0%
13,6%
15,5%
16,2%
16,3%
16,3%
16,2%
16,0%
1,5%
1,4%
1,3%
1,3%
1,2%
2,0%
2,0%
1,9%
1,8%
1,7%
1,6%
NO RENOVVEIS
URNIO
OUTRAS
TOTAL
Notas:
Fonte:
14,8%
14,2%
14,7%
14,1%
13,4%
12,5%
12,5%
13,0%
13,4%
13,7%
14,5%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
(a) Os valores da tabela indicam a potncia instalada em dezembro de cada ano, considerando a motorizao das UHE.
(b) Estimativa de importao da UHE Itaipu no consumida pelo sistema eltrico paraguaio.
(c) No considera a autoproduo, que, para os estudos energticos, representada como abatimento de carga. A evoluo da participao da autoproduo de energia descrita no Captulo II.
(d) Valores de capacidade instalada em dezembro de 2014, incluindo as usinas j em operao comercial nos sistemas isolados, com previso de interligao dentro do horizonte do estudo.
(e) Contabiliza as usinas que sero descomissionadas ao longo do perodo devido interligao de sistemas isolados.
EPE.
95
2 GW
1.5%
HIDRO
90 GW
67.6%
3 GW
1.6%
HIDRO
UTE
UTE
20 GW
14.8%
BIO
30 GW
14.3%
117 GW
56.7%
BIO
11 GW
8.3%
18 GW
8.7%
PCH
EOL
5 GW
3.7%
FONTE:EPE.
PCH
5 GW
4.1%
EOL
SOL
24 GW
11.6%
7 GW
3.3%
8 GW
3.8%
78 000
72 000
66 000
60 000
54 000
48 000
42 000
36 000
30 000
24 000
18 000
12 000
6 000
0
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
URNIO
2022
HIDRELTRICA
2023
2024
ACUMULADA - SIN
FONTE: EPE.
96
97
Crescimentoemrelaoa2014(MWmdios)
35000
CrescimentoMercado20142024:29.213MWmed(44,9%)
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
2015
Crescimento EnergiaArmazenvelMxima20142024:2.634MWmed(0,91%)
2016
2017
2018
2019
MercadodeEnergiaSIN
2020
2021
2022
2023
2024
EnergiaArmazenvelMximaSIN
Apesar de ser notrio que a variao do mercado muito maior que a variao da capacidade de
armazenamento, o Grfico 31 no suficiente para afirmar que a segurana do sistema ser
decrescente no horizonte decenal. Outras fontes de energia alm das fontes controlveis (hidreltricas
com capacidade de estoque e termeltricas flexveis) contribuem para o atendimento ao mercado e,
dentro das caractersticas de cada uma, possvel estimar uma contribuio para determinados nveis
de confiabilidade, embora seja inegvel a necessidade de aumentar a capacidade de armazenamento.
As fontes no controlveis foram divididas em trs grupos na considerao da oferta de energia: o
primeiro grupo considerando elica, solar, biomassa e PCH (chamadas de outras fontes renovveis
OFR neste PDE); o segundo grupo com a energia incremental s usinas a fio dgua e o terceiro
composto pela gerao trmica mnima (relacionada inflexibilidade contratual das usinas), visto que
no h deciso sobre seu despacho.
Nos cenrios crticos de gerao das fontes no controlveis, necessrio dispor de fontes
controlveis para garantir o atendimento ao mercado. O Grfico 32 apresenta o mercado total e as
parcelas de cada fonte de gerao no controlvel. Neste grfico, define-se o mercado lquido como o
mercado remanescente a ser atendido pelas fontes controlveis, ou seja, o mercado total do SIN
abatido das parcelas de gerao no controlvel. Observa-se que ocorre uma mudana no perfil da
curva do mercado total58 do SIN (curva cinza tracejada) para o mercado lquido (curva preta). Essa
mudana de perfil indica que, embora a maior demanda de energia do SIN ocorra no perodo mido,
a maior demanda a ser atendida por fontes controlveis ocorre no perodo seco. Dessa forma, ser
necessrio um maior deplecionamento dos reservatrios nesse perodo, tradicionalmente marcado por
baixa afluncia, e/ou maior acionamento de usinas termeltricas. J nos meses de maior afluncia, o
58
Mercado do SIN descontando a energia proveniente de usinas submotorizadas, somado aos suprimentos de energia previstos
ANDE e o consumo da usina Itaipu, assim como feito na simulao energtica.
98
mercado para as fontes controlveis tende a ser reduzido, aumentando assim a possibilidade de maior
enchimento dos reservatrios e tambm de vertimentos.
No Grfico 32, foi considerado um cenrio com baixa afluncia incremental s usinas a fio dgua.
Ressalta-se, entretanto, que o perfil do mercado lquido e as concluses so as mesmas para os
cenrios de alta afluncia.
Grfico 32 Mercado lquido de energia do SIN para fontes controlveis
MercadoLquidodeEnergianoSINparaFontesControlveisPDE2024
110000
100000
90000
MWmed
80000
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
Varivel
OFR SIN
P5 [EFIOL]
GTmin
OFRSIN
set/24
mai/24
set/23
jan/24
mai/23
set/22
jan/23
mai/22
set/21
jan/22
mai/21
set/20
MercadoTotal
jan/21
jan/20
mai/20
set/19
jan/19
GTmin
mai/19
set/18
mai/18
set/17
jan/18
mai/17
set/16
P5[EFIOL]
jan/17
mai/16
set/15
jan/16
jan/15
mai/15
MercadoOFRP5[EFIOL]GTmin
Descrio
Expectativa de Gerao de Outras Fontes Renovveis (gerao considerada no PDE 2024).
Cenrio de afluncia baixa: Energia Fio dgua Lquida, onde 5% dos cenrios de sries sintticas so aqum.
Total de Gerao Trmica Inflexvel, conforme configurao do PDE 2024.
Adotando-se cenrios de gerao termeltrica, obtm-se, para cada um deles, a carga a ser atendida
apenas pelos reservatrios, a partir da qual possvel estabelecer a relao estoque vs. mercado.
Uma tendncia decrescente sinaliza que a carga a ser atendida pelos reservatrios crescer mais que
sua capacidade de armazenamento, ou seja, que a energia armazenada poder ser consumida mais
rapidamente. J uma tendncia crescente sinaliza um maior atendimento do mercado por outras
fontes e menor dependncia da energia armazenada nos reservatrios.
Para a avaliao da capacidade de regularizao, foi realizada a anlise da razo estoque/mercado,
onde o numerador que representa o estoque, ou seja, a capacidade de armazenamento dos
reservatrios considera a energia armazenvel mxima do SIN, e o denominador que representa o
mercado de energia a ser atendido pelos reservatrios - considera o mercado total de energia abatido
das parcelas de gerao relativas contribuio das demais fontes de gerao. Neste contexto, cabe
ressaltar que o Plano de Operao Energtica 2014/2018 (PEN 2014) apontou a reduo do grau de
regularizao do SIN levando em considerao a expanso da oferta contratada e a projeo do
mercado de energia para os cinco anos do estudo.
O Grfico 33 apresenta 4 curvas, sendo cada uma com um perfil da relao entre a capacidade de
armazenamento e o mercado. A curva preta se diferencia das demais curvas coloridas pelo fato de
99
apresentar o mercado sem a contribuio da energia incremental das usinas fio dgua. No entanto,
considera o despacho mdio das UTE definido pela simulao com o modelo Newave. As trs curvas
coloridas apresentam diferentes cenrios de energia incremental de usinas fio dgua e,
consequentemente, de gerao trmica, a saber:
i.
Curva verde - cenrio mdio de afluncia s usinas a fio dgua e gerao trmica;
ii.
iii.
Ao analisar primeira curva, em preto, percebe-se que os vales (momentos de maior necessidade de
uso dos reservatrios) se encontram no perodo mido. Isso mostra que as maiores demandas a
serem atendidas pelos reservatrios tendem a ocorrer no perodo de maior afluncia, que coincidem
com operodo das maiores cargas totais de energia. Entretanto, ao considerar a energia incremental
s usinas a fio dgua, e assumindo premissas de gerao termeltrica, o perfil da relao muda ao
longo do tempo, como pode ser visto em cada curva colorida. Nota-se, primeiramente, que ocorrem
grandes variaes ao longo dos meses, do perodo mido para o seco, indicando que em alguns
momentos poder ser necessrio um uso intenso da energia armazenada, enquanto em outros haver
a maior possibilidade de reenchimento dos reservatrios.
Pela anlise do cenrio mdio, tanto de gerao trmica quanto de afluncia s usinas a fio dgua ,
observa-se que a relao estoque/mercado chega ao mximo no perodo mido de 2019, com o fim
da motorizao da UHE Belo Monte. Aps este ano, h uma ligeira reduo desta capacidade. O
mesmo observado no cenrio de afluncia alta, para o qual considerou-se gerao trmica mnima,
sendo que esses dois cenrios apresentam praticamente a mesma relao estoque/mercado no incio
e no final do horizonte decenal.
Pelo cenrio de afluncia baixa associado gerao trmica de todo o parque instalado no SIN, notase que, embora seja caracterizado por um custo de operao extremamente elevado, mesmo em
cenrios crticos de afluncia, possvel obter um acrscimo na relao estoque/mercado ao longo
dos anos, com o aumento da contribuio das fontes trmicas convencionais.
100
Estoque/Mercado
12.0
10.0
8.0
6.0
4.0
2.0
EARMAX/(MercadoOFRGTmedia)
EARMAX/(MercadoOFRGTmaxP5[EFIOL])
EARMAX/(MercadoOFRGTmediaMedia[EFIOL])
EARMAX/(MercadoOFRGTminP95[EFIOL])
Varivel
OFR SIN
P5 [EFIOL]
P95 [EFIOL]
GTmedia
GTmin
GTmax
set/24
jan/24
mai/24
set/23
jan/23
mai/23
set/22
mai/22
set/21
jan/22
mai/21
set/20
jan/21
mai/20
set/19
jan/20
mai/19
set/18
jan/19
mai/18
set/17
jan/18
mai/17
set/16
jan/17
mai/16
set/15
jan/16
jan/15
mai/15
0.0
Descrio
Expectativa de Gerao de Outras Fontes Renovveis (gerao considerada no PDE 2024).
Cenrio de afluncia baixa: Energia Fio dgua Lquida, onde 5% dos cenrios de sries sintticas so aqum.
Cenrio de afluncia alta: Energia Fio dgua Lquida, onde 95% dos cenrios de sries sintticas so aqum.
Cenrio de Gerao Trmica Mdia, conforme resultado da simulao do caso do PDE 2024.
Cenrio de inflexibilidade durante o ano todo.
Cenrio de Gerao Trmica Mxima durante o ano todo.
Diante do exposto acima, a atual configurao de expanso do sistema hidreltrico com usinas a fio
dgua, devido aos entraves ambientais associados construo de novos reservatrios de
regularizao, resulta, alm da reduo gradativa da relao estoque/mercado, em impactos mais
acentuados da sazonalidade ao longo dos meses, ou seja, necessidade de enchimento dos
reservatrios no perodo mido e rpido esvaziamento no perodo seco, a cada ciclo hidrolgico anual.
Neste sentido, torna-se necessrio a complementao com outras fontes de energia para atenuar o
efeito dos cenrios de afluncias ruins e garantir o nvel de segurana adequado.
Outras fontes renovveis, que possuem perfil de gerao superior no perodo seco, como elicas e
termeltricas biomassa, contribuem para essa complementao. Alm dessas fontes, as usinas
termeltricas sero de suma importncia para prover a garantia necessria ao atendimento do
mercado. A deciso da poltica operativa, a ser definida luz de informaes mais detalhadas da
operao a cada ano, definir os montantes de deplecionamento aceitveis dos reservatrios no
perodo seco. Mesmo nas situaes hidrolgicas mais crticas, a capacidade termeltrica indicada
neste PDE suficiente para no aumentar a dependncia dos reservatrios, elevando assim a
segurana operativa do SIN.
101
102
Nesse contexto, em 2018 est previsto a incorporao de um primeiro elo de corrente contnua que,
alm de auxiliar no escoamento da energia da UHE Belo Monte, permite tambm que os excedentes
de energia da regio Nordeste sejam direcionados ao SE/CO, principalmente entre os meses de julho
e dezembro, caracterizados pelas maiores expectativas de produo de energia das usinas elicas da
regio NE. A entrada em operao do segundo bipolo de corrente contnua interligando o n de Xingu
ao SE/CO, vem sendo indicada para 2019, quando termina a motorizao da UHE Belo Monte. A partir
de 2021 esto sendo indicadas outras ampliaes nessas interligaes de modo a atender cenrios
extremos de disponibilidade energtica. Para isso, foram analisadas situaes de grandes excedentes
de energia nas regies Norte/Nordeste simultaneamente a reduzida gerao das regies
Sudeste/Centro-Oeste/Sul.
As expanses das interligaes entre as regies N/NE e SE/CO previstas tambm cotemplam a
expectativa de incio da motorizao das usinas hidreltricas presentes na bacias dos rios Tapajs e
Jamanxim.
Adicionalmente, h previso de ampliao da capacidade dos intercmbios provenientes da regio
AC/RO. Destaca-se que, no Leilo de Energia Nova A-5 de 2014, houve usina termeltrica movida a
resduo de madeira vencedora, evidenciando assim o potencial de oferta de energia proveniente desta
fonte de gerao na regio.
Com relao regio Sul ressalta-se o aumento da sua capacidade de recebimento/fornecimento, que
comportar cerca de 14 GW em 2024, dentre os projetos j licitados e aqueles indicativos no
horizonte deste plano. As indicaes de ampliaes referentes ao subsistema Sul so necessrias
tanto pelo aumento da oferta trmica, verificada no Leilo de Energia Nova (A-5 de 2014), como pela
expanso da capacidade de recebimento do Sul via Sudeste, uma vez que uma parcela significativa da
energia excedente do N/NE pode ser alocada nesta regio.
O resumo das principais ampliaes apresentado na Tabela 45, com base nos valores descritos nos
Anexos III e IV.
Os montantes apresentados neste captulo referem-se avaliao eletroenergtica, com base na qual
foram determinados os requisitos de intercmbios para garantir a adequada transferncia de energia
entre as regies do pas. Esta anlise subsidiar a avaliao das alternativas de expanso da
infraestrutura de transmisso para atendimento dos fluxos energticos verificados, onde sero feitas
as estimativas dos investimentos, bem como incorporados os estudos de viabilidade tcnicoeconmica associados cada concepo de expanso da rede de transmisso, conforme ser descrito
no Captulo IV Transmisso de Energia Eltrica.
103
2015
Interligao
T.PIRES->SE/CO
AC/RO->SE/CO
IMP->SE/CO
Exp. NE
2016
2017
AC/RO->SE/CO
Imp. SE via N/NE
Imp. Sul
2018
Exp. Sul
T.PIRES/TP>SE/CO
AC/RO->SE/CO
Imp. Sul
2019
Exp. Sul
Exp. SE via N/NE
Imp. SE via N/NE
Imp. Sul
2020
6.000
Imp. NE
5.100
3.730
6.000
T.PIRES/TP>SE/CO
Imp. SE via N/NE
T.PIRES/TP>SE/CO
Imp. Sul
Fonte:
Exp. NE
2024
2.120
Exp. Sul
2023
Motivao
(MWmed)
AC/RO->SE/CO
2022
Montante
Exp. Sul
T.PIRES/TP>SE/CO
T.PIRES/TP>SE/CO
2.000
EPE.
104
A partir das capacidades das interligaes estimou-se a utilizao do sistema de transmisso para
atendimento carga de energia eltrica por meio de curvas de permanncia dos fluxos energticos
das principais interligaes do SIN. Estas curvas apontam os valores ordenados59 dos fluxos mensais
simulados para determinado ano do planejamento. A simulao no modelo Newave considera 2.000
cenrios de vazes afluentes. Os resultados so disponibilizados no Anexo V, onde so feitas as
anlises referentes aos anos de 2018 e 2024.
Para o ano de 2018, os fluxos energticos para o subsistema Sul mostram que, para o patamar de
carga pesada, a capacidade mxima de recebimento desta regio utilizada por aproximadamente
15% dos cenrios. Para o patamar de carga mdia, esse percentual equivale a 5% dos cenrios. J
para o patamar de carga leve, o limite atingido em torno de 20% do tempo e, diferentemente dos
demais patamares de carga, ocorre no fornecimento de energia por esta regio. A mesma anlise
feita em relao ao ano de 2024, onde nota-se que, para os trs patamares de carga, os fluxos de
energia no atingem os limites previstos para esse ano, que incorporam as ampliaes indicativas
deste PDE.
O fornecimento de energia da regio Nordeste utiliza a mxima capacidade do intercmbio, no
patamar de carga leve, em 1% dos cenrios simulados para o ano de 2018. J em 2024, aps a
incorporao das expanses previstas, os limites dos intercmbios, nos trs patamares de carga,
encontram-se dimensionados para o escoamento da energia desta regio. Destaca-se pelo fluxo
energtico simulado para a regio Nordeste, no ano de 2024, que este subsistema se caracteriza
como fornecedor de energia nos trs patamares de carga, sendo esta condio predominante no
patamar de carga leve, no qual em cerca de 80% dos cenrios simulados, o NE comportou-se como
exportador.
Por fim, os fluxos energticos da regio Sudeste/Centro-Oeste so apresentados. Em 2018, possvel
verificar que o recebimento do SE/CO via N/NE atinge seu limite nos trs patamares de carga,
evidenciando uma vez mais a necessidade de ampliao. A utilizao do intercmbio no patamar de
carga leve merece destaque pois, durante o perodo mido, o recebimento do SE/CO via N/NE atinge
o limite em cerca de 50% cenrios. Alm disso, no perodo seco, devido a elevada expectativa de
gerao das usinas elicas, a capacidade mxima de escoamento do N/NE para o SE/CO utilizada
em 20% dos cenrios. Para o ano de 2024 o fluxo energtico simulado para o patamar de carga leve,
no atinge a capacidade de recebimento/fornecimento de energia prevista. J para os patamares de
carga mdia e pesada, o recebimento de energia do SE/CO utilizado em sua capacidade, em um
percentual inferior a 1% dos cenrios simulados. Cabe ressaltar que, a regio SE/CO
predominantemente importadora dos excedentes de energia do N/NE. Assim, no patamar de carga
leve, a importao de energia por esta regio equivale a 95% e 80% do tempo dos perodos mido e
seco, respectivamente.
59
105
CMO (R$/MWh)
300
250
200
150
100
50
0
SE/CO
S
NE
N
CME
2015
281
286
228
226
139
2016
130
138
92
91
139
2017
89
90
49
49
139
2018
62
61
38
39
139
2019
47
48
37
38
139
2020
75
75
71
71
139
2021
98
98
93
93
139
2022
109
109
109
109
139
2023
120
120
120
120
139
2024
141
141
140
141
139
FONTE:EPE.
Os valores de CMO para os subsistemas Acre/Rondnia, Manaus/Amap/Boa Vista, Belo Monte e Teles
Pires/Tapajs se assemelham aos dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Norte, em funo das
caractersticas dos referidos subsistemas e das suas fortes interligaes aos principais centros de
carga. Desse modo, optou-se por no apresent-los nos grficos apontados nesta seo.
A partir dos resultados apresentados no Grfico 34, verifica-se que os valores de CMO das regies
SE/CO e Sul so superiores aos das regies Nordeste e Norte, durante os primeiros anos do horizonte
do plano. A diferena de CMO entre essas regies tambm pode ser verificada no Grfico 35, que
mostra os valores mdios mensais no perodo estudado. Destaca-se que com a efetivao da
60
A simulao energtica, realizada com o modelo Newave, teve incio em maio de 2014.
106
interligao que garante o escoamento da energia gerada pela UHE Belo Monte, em 2019, e dos
reforos previstos nos anos subsequentes, que ampliam a capacidade dos intercmbios entre as
regies N/NE e SE/CO, ocorre a equalizao dos custos marginais de operao a partir de 2021.
Ressalta-se assim a importncia da concluso destas ampliaes em datas compatveis com as
indicadas neste plano.
No Grfico 35, destaca-se tambm a oscilao existente, ainda que no muito ampla, entre as mdias
mensais de CMO do SE/CO e S. Nota-se uma sazonalizao destes valores, na qual o Sudeste/CentroOeste apresenta CMO superior ao Sul durante o perodo de julho a dezembro e inferior entre janeiro e
junho.
450
400
CMO(R$/MWh)
350
300
250
200
150
100
50
0
2015
FONTE:EPE.
2016
2017
2018
2019
Sudeste/CentroOeste
2020
Sul
2021
2022
Nodeste
2023
2024
Norte
Riscos de dficit
A probabilidade de ocorrncia de dficits, associada expanso da gerao, apresentada no
Grfico 36. Nota-se que o ano de 2015 apresenta risco de dficit mais elevado que os demais, onde a
maior probabilidade ocorre nas regies Sudeste e Sul. No entanto, nos anos seguintes, estes riscos
so menores em todos os subsistemas (Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte) e o critrio de
segurana no abastecimento atendido, uma vez que, com a expanso proposta, a probabilidade de
dficit inferior a 5% em todas as regies.
107
6.0
5.0
4.0
3.0
2.0
1.0
0.0
SE/CO
S
NE
N
Risco Mx
2015
4.05
5.70
1.15
0.90
5.0
2016
1.75
3.55
0.65
0.40
5.0
2017
1.70
1.95
0.45
0.45
5.0
2018
1.70
1.35
0.05
0.10
5.0
2019
0.60
0.30
0.00
0.20
5.0
2020
0.70
0.50
0.00
0.40
5.0
2021
0.55
0.30
0.00
0.25
5.0
2022
0.35
0.10
0.00
0.15
5.0
2023
0.75
0.40
0.00
0.25
5.0
2024
0.55
0.25
0.00
0.40
5.0
FONTE:EPE.
As probabilidades de dficits superiores a 1% e 5% do mercado, alm do valor de risco para qualquer
profundidade de dficit, so apresentadas no Grfico 37, onde se notam resultados muito prximos
entre as trs faixas.
qq.%
4.05
1.75
1.70
1.70
0.60
0.70
0.55
0.35
0.75
0.55
5
> 1%
SE/CO
4.00
1.70
1.70
1.55
0.50
0.70
0.40
0.35
0.50
0.50
5
> 5%
qq.%
3.35
1.50
1.35
0.85
0.45
0.65
0.20
0.20
0.25
0.30
5
5.70
3.55
1.95
1.35
0.30
0.50
0.30
0.10
0.40
0.25
5
> 1%
S
5.05
3.05
1.85
1.25
0.10
0.50
0.30
0.10
0.40
0.20
5
> 5%
qq.%
4.05
2.10
1.50
1.15
0.10
0.40
0.20
0.05
0.40
0.10
5
1.15
0.65
0.45
0.05
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
5
> 1%
NE
0.90
0.60
0.25
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
5
> 5%
qq.%
0.65
0.25
0.05
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
5
0.90
0.40
0.45
0.10
0.20
0.40
0.25
0.15
0.25
0.40
5
> 1%
N
0.90
0.35
0.45
0.10
0.20
0.40
0.20
0.15
0.25
0.35
5
> 5%
0.80
0.30
0.45
0.00
0.15
0.35
0.20
0.15
0.25
0.30
5
FONTE:EPE.
108
O balano dos recursos energticos para atendimento carga do SIN nos subsistemas
Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, bem como as necessidades de importao/exportao
destes subsistemas, so ilustrados no Grfico 38. A alocao destes recursos, impossibilitando o
atendimento integral carga, representada pelo dficit que, em valores mdios anuais, prximo
de 0% em percentual da carga atribuda para cada subsistema. Neste grfico, os subsistemas Itaipu,
Belo Monte, Acre/Rondnia e Teles Pires/Tapajs so considerados nos intercmbios para o
atendimento s quatro regies apresentadas, por serem predominantemente exportadores de energia.
Grfico 38 Gerao hidrotrmica por subsistema - mdia dos 2.000 cenrios hidrolgicos
Nota-se que o Sudeste/Centro-Oeste se caracteriza como importador de energia. Para o ano de 2024,
esperada uma importao da ordem de 37% da carga prevista para este subsistema.
Ao contrrio das hidreltricas, a contribuio das outras fontes renovveis BIO, PCH, EOL e SOL
para atendimento carga cresce significativamente ao longo do perodo de estudo, sobretudo nos
subsistemas Sul e Nordeste. Neste ltimo, destaca-se a expressiva expanso do parque elico. Alm
disso, nesta regio, essas fontes, que em 2015 supriam cerca de 17% da carga da regio, em 2024,
respondero por cerca de 63% da carga.
Os intercmbios negativos caracterizam exportao de energia para outras regies. A regio Norte,
por possuir predominncia hidrulica, consegue fornecer energia s outras regies durante o seu
perodo mido. Dessa maneira, as regies com maior capacidade de regularizao, como o
Sudeste/Centro-Oeste, podem reduzir a gerao de energia das usinas com reservatrios para tentar
maximizar seus despachos nos perodos nos quais as vazes afluentes so menos favorveis.
109
O Grfico 39 apresenta o superposio das demandas mximas de cada regio, utilizadas neste PDE,
sendo a sua envoltria superior a soma das demandas mximas no coincidentes. O grfico mostra
tambm os valores de demanda mxima coincidente do SIN, sempre abaixo da envoltria
anteriormente citada, em at 3%.
Grfico 39 Comparao entre demanda mxima coincidente e no coincidente
110
61
As simulaes energticas do Modelo Newave consideram que todos os meses possuem durao de 730,5 horas. Esse valor
tambm foi considerado no presente estudo. Como tempo de ponta foram consideradas 10 horas mensais. Entretanto, tal
parmetro objeto de estudo especfico.
62
Esta simulao executada com o modelo a subsistemas equivalentes NEWAVE e sries histricas de vazes afluentes.
63
Este clculo feito para cada usina. No caso especfico da UHE Tucuru, como existe variao da altura de acordo com o
conjunto turbina-gerador, o clculo foi feito por conjunto. Alm disso, para essa usina considera-se que a segunda casa de
fora no opera caso a cota operativa seja inferior a 62m, limitando assim sua disponibilidade mxima de potncia.
111
112
disponibilidade de potncia em cada usina, os custo varivel unitrio (CVU) das usinas termeltricas e
o custo do dficit. Esta anlise feita para verificar a capacidade do sistema planejado em atender
demanda mxima, e como esse atendimento realizado.
Alm do problema de otimizao formulado acima, a NT EPE-DEERE 037/2012-r0, de abril de
2012, apresenta a metodologia de anlise por um balano de potncia. Nessa Nota Tcnica, tambm
est detalhada a formulao do problema de otimizao utilizado nesta anlise. Os resultados
relacionados capacidade de atendimento carga so os mesmos pelas duas formas. A escolha de
utilizar a otimizao teve por objetivo uma melhor avaliao da utilizao dos fluxos de intercmbio e
do menor custo de atendimento ponta, alm de servir de subsdio para estudos futuros para a
indicao de oferta.
Considerando a expanso eletroenergtica prevista, os Grfico 40 a Grfico 43 apresentam a
disponibilidade de potncia esperada por fonte (mdia dos 83 cenrios hidrolgicos avaliados). Notase a grande predominncia da gerao hidreltrica neste horizonte, com destaque para a forte
sazonalidade das usinas da regio Norte. Na regio Nordeste, destaca-se a grande participao da
termeltrica, e a crescente participao das outras fontes renovveis (principalmente elica).
DisponibilidadedePotncia Sudeste
90000
80000
70000
MW
60000
50000
40000
30000
20000
10000
FONTE:EPE.
TrmicaInflexvel(GTMin)
OutrasFontesRenovveis
Hidreltricas
jul/24
jan/24
jul/23
jan/23
jul/22
jan/22
jul/21
jan/21
jul/20
jan/20
jul/19
jan/19
jul/18
jan/18
jul/17
jan/17
jul/16
jan/16
jul/15
jan/15
TrmicaFlexvel
113
DisponibilidadedePotncia Sul
25000
20000
MW
15000
10000
5000
TrmicaInflexvel(GTMin)
FONTE:EPE.
OutrasFontesRenovveis
Hidreltricas
jul/24
jan/24
jul/23
jan/23
jul/22
jan/22
jul/21
jan/21
jul/20
jan/20
jul/19
jan/19
jul/18
jan/18
jul/17
jan/17
jul/16
jan/16
jul/15
jan/15
TrmicaFlexvel
DisponibilidadedePotncia Nordeste
30000
25000
MW
20000
15000
10000
5000
TrmicaInflexvel(GTMin)
OutrasFontesRenovveis
Hidreltricas
jul/24
jan/24
jul/23
jan/23
jul/22
jan/22
jul/21
jan/21
jul/20
jan/20
jul/19
jan/19
jul/18
jan/18
jul/17
jan/17
jul/16
jan/16
jul/15
jan/15
TrmicaFlexvel
114
DisponibilidadedePotncia Norte
25000
20000
MW
15000
10000
5000
FONTE:EPE.
TrmicaInflexvel(GTMin)
OutrasFontesRenovveis
Hidreltricas
jul/24
jan/24
jul/23
jan/23
jul/22
jan/22
jul/21
jan/21
jul/20
jan/20
jul/19
jan/19
jul/18
jan/18
jul/17
jan/17
jul/16
jan/16
jul/15
jan/15
TrmicaFlexvel
115
RiscodeDficitdePotncia SIN
40%
ProbabilidadedeOcorrncia(%)
35%
30%
25%
20%
15%
10%
dez/24
jun/24
dez/23
jun/23
dez/22
jun/22
dez/21
jun/21
dez/20
jun/20
dez/19
jun/19
dez/18
jun/18
dez/17
jun/17
dez/16
jun/16
dez/15
FONTE:EPE.
jun/15
0%
dez/14
jan/15
5%
Fonte: EPE
O Grfico 46 apresenta uma classificao dos dficits de potncia e os maiores cortes de carga para
cada ms. As ocorrncias de dficit foram separadas em trs tipos:
116
i.
ii.
por restrio de intercmbio, quando ocorre dficit em uma regio e h sobra de potncia
disponvel maior que esse dficit em outra, porm toda capacidade das interligaes j foi
utilizada;
iii.
por oferta e intercmbio, quando a sobra existente em outra regio, que no pode ser
transmitida, no seria suficiente para resolver todo o corte de carga da regio importadora.
Observa-se que os dficits apresentados no incio do horizonte so, majoritariamente, por restrio de
intercmbio. No entanto, a partir de 2019, os dficits so ocasionados, principalmente, por
disponibilidade de oferta inferior demanda de ponta. A linha tracejada mostra o valor do maior
dficit apresentado em cada ms. Observa-se que os maiores dficits de cada ano ocorrem nos meses
de outubro a dezembro, apesar de tambm ocorrerem profundidades significativas em outros meses.
Grfico 46 Motivos de dficit de potncia
RiscodeDficitporOferta
RiscodeDficitporIntercmbio
RiscodeDficitporOfertaeIntercmbio
jul/24
MaiorDficitTotal(MW)
out/24
jan/24
abr/24
jul/23
out/23
jan/23
abr/23
jul/22
out/22
jan/22
abr/22
jul/21
out/21
jan/21
abr/21
jul/20
out/20
jan/20
abr/20
jul/19
out/19
jan/19
0
abr/19
0%
jul/18
1500
out/18
5%
jan/18
3000
abr/18
10%
jul/17
4500
out/17
15%
jan/17
6000
abr/17
20%
jul/16
7500
out/16
25%
jan/16
9000
abr/16
30%
jul/15
10500
out/15
35%
jan/15
12000
abr/15
RiscodeDficit
DficitsdePotncianoSIN
40%
MaiorDficitTotal
Para cada ano do horizonte de planejamento, as interligaes so estudadas atravs das suas
respectivas curvas de permanncia, nas quais o fluxo apresentado como percentual da capacidade
mxima do intercmbio avaliado. O Grfico 47 mostra que a utilizao mais significativa verificada
nas linhas que simulam o recebimento da regio Sudeste pelas regies Norte/Nordeste. Pode-se
observar que a capacidade mxima desta interligao atingida em, aproximadamente, 15% do
tempo no ano de 2017.
As restries no recebimento do Sudeste at o primeiro semestre de 2021 colocam em risco o
atendimento ao Sul e Sudeste, sendo esta a principal causa dos dficits nesse perodo. Com a entrada
em operao das ampliaes previstas para esta interligao, a partir do segundo semestre de 2021,
esta restrio ser resolvida. O limite do recebimento da regio Sul tambm atingido em um nico
117
cenrio em 2022, ocasionando um dficit, neste caso, de baixa profundidade. Por se tratar de uma
situao de baixo risco e impacto, considera-se que no h necessidade de expanso adicional para
esta interligao.
Grfico 47 Utilizao das interligaes
RecebimentodoSE
IntercmbioSE S
100%
90%
80%
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
PercentualdaCapacidadeMxima
PercentualdaCapacidadeMxima
100%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
90%
2015
2016
2017
2018
2019
80%
2020
2021
2022
2023
2024
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
100%
0%
20%
40%
IntercmbioN Imperatriz
80%
100%
80%
100%
FornecimentodoNE
100%
90%
80%
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
PercentualdaCapacidadeMxima
100%
PercentualdaCapacidadeMxima
60%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
90%
80%
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0%
20%
40%
60%
Assim, conclui-se que, para a configurao apresentada no PDE 2024, h a necessidade de indicao
de oferta adicional para o atendimento demanda mxima. Embora a oferta esteja dimensionada
para atender carga de energia dentro dos critrios estabelecidos, os valores mais elevados de CMO
de energia no perodo seco demonstram que a indicao de oferta para o atendimento ponta
tambm pode contribuir para um melhor atendimento demanda de energia. A indicao de oferta
que reduza a necessidade de deplecionamento dos reservatrios no segundo semestre, alm de
tornar o sistema menos dependente de perodos midos com afluncias suficientes para reenche-los,
tambm pode contribuir para o atendimento ponta ao evitar perdas por deplecionamento. Estudos
que avaliem tambm as consequncias nas operaes dos reservatrios, podem trazer benefcios ao
sistema ao no elevar os vertimentos no perodo mido e reduzir os riscos no perodo seco.
Dessa forma, analisando-se os montantes de dficits e utilizao dos intercmbios apresentados,
como tambm os prazos de contratao e implantao de novas usinas, prope-se a indicao de
oferta adicional para o atendimento ponta a partir do ano de 2021. Vale ressaltar que esta indicao
deve ser priorizada para as regies Sudeste e Sul, por se tratarem de regies importadoras de
potncia. Como em 2022 tambm ocorre cenrio de utilizao de toda capacidade de recebimento da
regio Sul, recomenda-se que pelo menos uma parcela desta expanso seja nessa regio. Os
montantes anuais de potncia, necessrios para que os riscos de dficit sejam inferiores a 5% em
todo o horizonte, so apresentados na Tabela 46.
118
2021
IndicaoAnual(MW)
2022
2023
2024
Total
500
1.000
6.000
2.000
2.500
Estudos mais aprofundados esto em desenvolvimento para definir a melhor alternativa para a
indicao de oferta para o atendimento demanda mxima. Ressalta-se que essa oferta deve garantir
o montante de potncia necessrio no momento em que o sistema precisar de complementao.
Assim, deve ser feita uma avaliao das fontes de energia especficas que podem contribuir, de forma
segura, para a ponta considerando seus custos e a probabilidade de despacho em poucas horas do
dia. Nesse caso, tambm devem ser analisados os benefcios relacionados ao incentivo de fontes que,
tecnicamente, possam aumentar sua contribuio na ponta e tambm maiores ganhos de eficincia
energtica, para a reduo dos riscos de dficit, atravs da menor variao entre as demandas mdia
e mxima.
Usinas contratadas e
autorizadas
Usinas planejadas
R$ bilhes
R$ bilhes
TOTAL
R$ bilhes
HIDRO
18,3
17,6
54,8
33,2
73,1
27,2
59,3
57,3
96,5
58,5
155,8
58,1
TERMELTRICA
26,0
25,1
13,6
8,3
39,6
14,7
Nuclear
11,0
10,6
11,0
4,1
Gs natural
12,7
12,3
13,6
8,3
26,3
9,8
Carvo
2,3
2,2
2,3
0,8
0,0
0,0
0,0
0,0
leo combustvel/diesel
TOTAL
Notas:
Fonte:
103,6
164,9
268,5
119
obtidos a partir das seguintes fontes: Base de Dados do AEGE66, Projetos Bsicos, Estudos de
Inventrio, Estudos de Viabilidade Tcnica e Econmica, etc. Para os blocos indicativos previstos no
PDE em que ainda no h projetos associados, foi considerado um custo mdio para cada fonte,
baseado nos valores observados nos ltimos leiles.
66
120
121
CAP. III - ANEXO I - DIAGRAMA ESQUEMTICO DE USINAS HIDRELTRICAS CONECTIVIDADE HIDRULICA - PARTE 2
122
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Gerao de energia eltrica
Fonte:
Elaborao EPE
123
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
SUL - SUDESTE
Expanso
Capacidade
SUDESTE - NORDESTE
Expanso
Capacidade
NORDESTE - SUDESTE
Expanso
Capacidade
0
3 665
0
3 919
0
750
0
638
0
3 665
0
3 919
168
918
1 333
1 971
642
4 307
0
3 919
0
918
0
1 971
894
5 201
610
4 529
0
918
0
1 971
851
6 052
848
5 377
4 982
5 900
6 003
7 974
1 966
8 018
2 031
7 408
0
5 900
0
7 974
0
8 018
0
7 408
0
5 900
0
7 974
0
8 018
0
7 408
0
5 900
0
7 974
1 700
9 718
1 700
9 108
0
5 900
0
7 974
0
9 718
0
9 108
0
5 900
0
7 974
SUL - ITAIPU
ITAIPU - SUL
SUL - IVAIPOR
IVAIPOR - SUL
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
0
81
0
1 905
0
1 726
0
2 110
0
81
0
1 905
0
1 726
0
2 110
0
81
95
2 000
0
1 726
53
2 163
0
81
0
2 000
264
1 990
63
2 226
104
185
0
2 000
317
2 307
132
2 358
0
185
0
2 000
0
2 307
0
2 358
0
185
0
2 000
0
2 307
0
2 358
0
185
0
2 000
0
2 307
0
2 358
0
185
0
2 000
0
2 307
0
2 358
0
185
0
2 000
0
2 307
0
2 358
SE/CO - IMPERATRIZ
IMPERATRIZ - SE/CO
N - IMPERATRIZ
IMPERATRIZ - N
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
0
4 000
0
3 319
0
6 580
0
6 580
598
4 598
1 051
4 370
0
6 580
0
6 580
0
4 598
0
4 370
1 938
8 518
1 938
8 518
0
4 598
0
4 370
0
8 518
0
8 518
0
4 598
0
4 370
0
8 518
0
8 518
1 500
6 098
2 405
6 775
0
8 518
0
8 518
0
6 098
0
6 775
0
8 518
0
8 518
0
6 098
0
6 775
0
8 518
0
8 518
0
6 098
0
6 775
0
8 518
0
8 518
0
6 098
0
6 775
0
8 518
0
8 518
XING - IMP/ IMP - XING
TP/TAPAJS - SE/CO
NE - IMPERATRIZ
IMPERATRIZ - NE
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
0
0
0
2 120
0
3 456
0
4 425
4 115
4 115
0
2 120
1 651
5 107
3 885
8 310
0
4 115
0
2 120
0
5 107
0
8 310
0
4 115
1 480
3 600
0
5 107
0
8 310
0
4 115
0
3 600
0
5 107
0
8 310
0
4 115
1 000
4 600
0
5 107
0
8 310
0
4 115
1 900
6 500
0
5 107
0
8 310
0
4 115
2 000
8 500
0
5 107
0
8 310
0
4 115
2 000
10 500
0
5 107
0
8 310
0
4 115
3 300
13 800
0
5 107
0
8 310
XING - SUDESTE
SUDESTE - XING
AC/RO - SE/CO
SE/CO - AC/RO
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
0
0
0
0
0
4 597
0
338
0
0
0
0
874
5 471
0
338
0
0
0
0
682
6 153
0
338
4 000
4 000
3 270
3 270
247
6 400
0
338
4 000
8 000
3 270
6 540
0
6 400
0
338
5 000
13 000
4 100
10 640
0
6 400
0
338
0
13 000
0
10 640
0
6 400
0
338
0
13 000
0
10 640
0
6 400
0
338
0
13 000
0
10 640
0
6 400
0
338
0
13 000
0
10 640
0
6 400
0
338
1
XIN- MAN / MAN - XIN
XING - N / N XING
BM - XING / XING - BM
ITAIPU - SUDESTE
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
0
2 700
0
2 700
0
0
0
5 500
0
2 700
0
2 700
11000
11000
0
5 500
0
2 700
0
2 700
0
11 000
0
5 500
0
2 700
0
2 700
0
11 000
0
5 500
0
2 700
0
2 700
0
11 000
0
5 500
0
2 700
0
2 700
0
11 000
0
5 500
0
2 700
0
2 700
0
11 000
0
5 500
0
2 700
0
2 700
0
11 000
0
5 500
0
2 700
0
2 700
0
11 000
0
5 500
0
2 700
0
2 700
0
11 000
0
5 500
124
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
Fonte:
SUDESTE - ITAIPU
Expanso
Capacidade
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
IVAIPOR - ITAIPU
Expanso
Capacidade
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
SUDESTE - IVAIPOR
Expanso
Capacidade
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
IVAIPOR - SUDESTE
ITAIPU - IVAIPOR
Expanso
Capacidade
Expanso
Capacidade
0
6.800
0
6.300
0
6.800
0
6.300
0
6.800
0
6.300
0
6.800
0
6.300
0
6.800
0
6.300
0
6.800
0
6.300
0
6.800
0
6.300
0
6.800
0
6.300
0
6.800
0
6.300
0
6.800
0
6.300
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Elaborao EPE
125
126
Perodo Seco
Expanso Capacidade
Perodo mido
Expanso Capacidade
Perodo Seco
Expanso Capacidade
Perodo mido
Expanso Capacidade
Perodo Seco
Expanso Capacidade
2015
4 500
4 300
4 900
4 300
5 100
4 300
2016
300
4 800
700
5 000
500
5 400
1 600
5 900
300
5 400
1 600
5 900
2017
4 428
9 228
5 000
3 828
9 228
5 900
3 828
9 228
5 900
2018
9 228
5 000
9 228
5 900
9 228
5 900
2019
9 228
5 000
9 228
5 900
9 228
5 900
2020
4 982
14 210
5 100
10 100
4 982
14 210
5 000
10 900
4 982
14 210
5 000
10 900
2021
14 210
10 100
14 210
10 900
14 210
10 900
2022
14 210
10 100
14 210
10 900
14 210
10 900
2023
14 210
10 100
14 210
10 900
14 210
10 900
2024
14 210
10 100
14 210
10 900
14 210
10 900
Perodo Seco
Expanso Capacidade
Perodo mido
Expanso Capacidade
Perodo Seco
Expanso Capacidade
Perodo mido
Expanso Capacidade
Perodo Seco
Expanso Capacidade
2015
4 500
4 800
3 900
4 200
3 600
3 600
2016
4 500
2 900
7 700
3 900
2 400
6 600
3 600
3 000
6 600
2017
2 900
7 400
7 700
3 000
6 900
6 600
3 300
6 900
6 600
2018
7 400
7 700
6 900
6 600
6 900
6 600
2019
7 400
7 700
6 900
6 600
6 900
6 600
2020
6 000
13 400
6 000
13 700
6 000
12 900
6 000
12 600
6 000
12 900
6 000
12 600
2021
13 400
13 700
12 900
12 600
12 900
12 600
2022
13 400
13 700
12 900
12 600
12 900
12 600
2023
13 400
13 700
12 900
12 600
12 900
12 600
2024
13 400
13 700
12 900
12 600
12 900
12 600
Perodo Seco
Expanso Capacidade
Perodo mido
Expanso Capacidade
Perodo Seco
Expanso Capacidade
Perodo mido
Expanso Capacidade
Perodo Seco
Expanso Capacidade
2015
3 900
4 000
3 900
3 900
3 900
3 900
2016
3 900
1 350
5 350
100
4 000
1 450
5 350
100
4 000
1 450
5 350
2017
3 900
5 350
4 000
5 350
4 000
5 350
2018
3 900
1 970
7 320
4 000
1 970
7 320
4 000
1 970
7 320
2019
6 969
10 869
880
8 200
7 501
11 501
880
8 200
7 501
11 501
880
8 200
2020
1 000
11 869
6 000
14 200
1 000
12 501
6 000
14 200
1 000
12 501
6 000
14 200
2021
11 869
8 120
22 320
12 501
8 120
22 320
12 501
8 120
22 320
2022
12 631
24 500
22 320
12 597
25 098
22 320
12 597
25 098
22 320
2023
24 500
22 320
25 098
22 320
25 098
22 320
2024
24 500
22 320
25 098
22 320
25 098
22 320
Perodo Seco
Expanso Capacidade
4 800
4 800
2016
4 800
1 150
2017
1 150
5 950
2018
5 950
2019
5 720
2020
2021
Perodo mido
Expanso Capacidade
Perodo Seco
Expanso Capacidade
4 800
4 800
5 950
4 800
1 150
5 950
1 150
5 950
2 450
8 400
5 950
11 670
3 270
11 670
5 720
3 730
15 400
3 730
15 400
15 400
4 600
20 000
2022
4 600
20 000
2023
20 000
20 000
2024
Fonte:
Perodo Seco
Expanso Capacidade
4 800
4 800
5 950
4 800
1 150
5 950
5 950
1 150
5 950
5 950
2 450
8 400
5 950
2 450
8 400
11 670
3 270
11 670
5 720
11 670
3 270
11 670
3 730
15 400
3 730
15 400
3 730
15 400
3 730
15 400
15 400
4 600
20 000
15 400
4 600
20 000
20 000
4 600
20 000
20 000
4 600
20 000
20 000
20 000
20 000
20 000
20 000
20 000
20 000
20 000
20 000
20 000
20 000
Elaborao EPE
127
Recebimento Nordeste
FONTE: EPE.
Fornecimento Nordeste
FONTE: EPE.
128
FONTE: EPE.
FONTE: EPE.
129
15 000
12 000
Carga Pesada
Carga Leve
9 000
6 000
6 000
3 000
0
-3 000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
-6 000
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Limite Fornecimento
Sul
-15 000
Carga Leve
Carga Mdia
Carga Pesada
Carga Leve
15 000
9 000
6 000
3 000
0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
-6 000
-9 000
Carga Mdia
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Limite Fornecimento
Nordeste
Carga Pesada
Carga Leve
20 000
0
-3 000 0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
MW mdio
3 000
-6 000
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Limite Fornecimento SE
(via N e NE)
Perodo Seco
Perodo mido
20 000
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
-6 000
MW mdio
0
10%
Limite Recebimento SE
(via N e NE)
15 000
3 000
Perodo Seco
25 000
Limite Recebimento SE
(via N e NE)
6 000
-3 000 0%
0%
-25 000
Perodo mido
9 000
0
-5 000
-20 000
-18 000
12 000
5 000
-15 000
Limite Fornecimento SE
(via N e NE)
-15 000
15 000
10 000
-10 000
-9 000
-12 000
18 000
Carga Pesada
Limite Recebimento SE
(via N e NE)
15 000
6 000
Carga Mdia
25 000
Limite Recebimento SE
(via N e NE)
9 000
10 000
5 000
0
-5 000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
-10 000
-9 000
-18 000
0%
-12 000
18 000
-15 000
0
-3 000
-15 000
Carga Leve
-12 000
3 000
-9 000
Limite Fornecimento
Nordeste
-15 000
12 000
6 000
-6 000
-12 000
15 000
Carga Pesada
Limite Recebimento
Nordeste
12 000
MW mdio
9 000
Carga Mdia
15 000
Limite Recebimento
Nordeste
12 000
MW mdio
0%
-12 000
-15 000
MW mdio
0
-3 000
-9 000
Limite Fornecimento
Sul
-12 000
MW mdio
3 000
-6 000
-9 000
-3 000
Carga Pesada
Limite Recebimento
Sul
12 000
9 000
Carga Mdia
15 000
MW mdio
MW mdio
Carga Mdia
Limite Fornecimento SE
(via N e NE)
-15 000
-20 000
Limite Fornecimento SE
(via N e NE)
-25 000
FONTE: EPE.
130
estudos.
1. Consideraes iniciais
As atividades relativas ao planejamento da transmisso em carter regional foram conduzidas pelos
Grupos de Estudos de Transmisso Regionais (GET) da EPE com a colaborao das concessionrias de
transmisso e de distribuio na sua rea de atuao.
131
O diagnstico assim elaborado para a rede eltrica leva a um conjunto de estudos complementares de
transmisso, que realimentam o processo de planejamento, contemplando, dentre outros:
Avaliao dos nveis de curto-circuito nas subestaes ao longo do perodo decenal, de modo
a caracterizar a superao dos limites de carregamento dos equipamentos e sua influncia na
definio da topologia das alternativas de transmisso;
Estudos adicionais tambm se fazem necessrios para dimensionar e especificar as obras a serem
includas pelo MME no programa de licitao da transmisso. Tais estudos focalizam particularmente
as obras a serem instaladas nos seis primeiros anos do perodo decenal.
132
A Figura 6 ilustra, ilustra, de forma esquemtica, a configurao do SIN referente ao ano de 2013
indicando tambm algumas instalaes a serem implantadas at 2015.
Figura 6 Diagrama do Sistema Interligado Nacional - SIN
Fonte:
ONS
133
Alm dessas expanses foram consideradas, principalmente para os anos finais do perodo decenal,
obras referenciais de integrao das usinas de grande porte e das consequentes ampliaes das
interligaes. Devem ser citadas, em particular, as instalaes associadas s usinas do rio Tapajs,
que estavam em estudo, quando da elaborao deste captulo.
Marab
Xingu
Manaus
Imperatriz
Itacaiaunas
17 km
Conexo do
AHE Belo Monte
Reforos no SIN
Colinas
AHE Belo Monte
Fonte:
EPE
Ressalta-se que foi necessria a ampliao das capacidades das interligaes Norte-Sudeste/CentroOeste e Norte-Nordeste para assegurar os requisitos de intercmbio indicados pelas anlises e
estudos energticos. Os reforos nas regies Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste, bem como a
ampliao das interligaes acima citadas, esto apresentados no item 2.3 a seguir.
134
Paranata (MT) at a SE Ribeirozinho (MT), constitudo por um circuito duplo e um circuito simples,
com uma extenso de aproximadamente 1.000 km como apresentado no diagrama unifilar da Figura
8.
Figura 8 Diagrama unifilar simplificado do sistema de transmisso para escoamento das usinas do
Rio Teles Pires
SE Paranata
500 kV
UHE T. Pires
G
1820 MW
SE Cludia
500 kV
UHE S. Manoel
G
700 MW
SE Parantinga
500 kV
UHE F. Apiacas
G
UHE SINOP
230 MW
SE Ribeirozinho
500 kV
G
400 MW
SIN
G
300 MW
UHE COLIDER
CE
SE Rio Verde
Norte
500 kV
SE Marimbondo II
500 kV
SIN
SIN
CE
Fonte:
EPE
Destaque-se que esse sistema ser dotado de compensao srie nas LT 500 kV Cludia
Paranatinga Ribeirozinho. Foi recomendado, ainda: a instalao de compensao srie nos dois
circuitos da LT 500 kV Ribeirozinho Rio Verde Norte; um terceiro circuito em 500 kV entre
Ribeirozinho e Rio Verde Norte; um circuito duplo em 500 kV entre Rio Verde Norte e a nova SE
Marimbondo II; e dois compensadores estticos, um na SE Paranatinga e outro na SE Rio Verde Norte
500 kV. O sistema de transmisso dimensionado para escoar a potncia das usinas Colider (300 MW)
e Teles Pires (1820 MW), j licitadas, composto pela LT 500 kV Paranata Cludia Paranatinga
Ribeirozinho, circuito duplo, LT 500 kV Ribeirozinho Rio Verde Norte C3 e LT 500 kV Rio Verde
Norte Marimbondo II circuito duplo fez parte do leilo 002/2012, realizado em 09 de maro de 2012.
O restante do sistema recomendado, ou seja, a LT 500 kV Paranata Cludia Paranatinga
Ribeirozinho, circuito simples, ser licitado em 2015, uma vez que as usinas Sinop e So Manoel
foram licitadas nos leiles de energia A-5 de agosto e dezembro de 2013, respectivamente.
135
futuras usinas visualizadas nas vizinhanas, como a UHE Jatob, com cerca de 2.300 MW, cujo estudo
de viabilidade est em fase de finalizao.
Ressalta-se que a configurao representada neste PDE 2024 referencial e consta do conjunto de
alternativas em anlise.
Tendo em vista a tendncia crescente de contratao deste e de outros tipos de fontes renovveis de
energia, alm da necessidade premente de expandir o sistema de transmisso das regies Sul e
Nordeste em prazos cada vez mais curtos, a EPE tem realizado estudos especficos, denominados
Estudos Prospectivos, que possuem o intuito de ampliar o sistema de transmisso para permitir a
integrao do potencial de fontes alternativas renovveis.
Esse potencial prospectivo, estimado com base nos cadastramentos dos leiles de energia, contempla
principalmente a integrao de empreendimentos elicos, dados os excelentes resultados obtidos por
essa fonte nos ltimos certames. Contudo, as expanses propostas nos estudos prospectivos podero
ser aproveitados para o escoamento da energia proveniente de quaisquer tipos de fontes.
136
Foram realizados at o momento quatro estudos prospectivos: (i) Estudo Prospectivo para Avaliao
da Integrao do Potencial Elico do Rio Grande do Sul (EPE-DEE-DEA-RE-006-2013-rev1); (ii)
Estudo para o Escoamento do Potencial Elico da Regio Central da Bahia (EPE-DEE-DEA-RE-0012014-rev0); (iii) Estudo para Escoamento do Potencial Elico da rea Leste da Regio Nordeste
(EPE-DEE-DEA-RE-0147-2014-rev2); e (iv) Estudo para Escoamento do Potencial Elico dos Estados
do Maranho, Piau e Cear (EPE-DEE-DEA-RE-021-2015-rev0). Esses estudos recomendaram a
implantao de diversos reforos nos nveis de tenso de 230kV, 500kV e 525kV. Os reforos
recomendados nos estudos (i) e (ii) foram objeto de licitao dos Leiles 004/2014 e 007/2014
realizados, respectivamente, nos dias 18/11/2014 e 09/01/2015.
A Figura 10 e a Figura 11 apresentam, respectivamente, diagramas unifilares com a representao
simplificada da expanso recomendada para os sistema de transmisso dos estados do Rio Grande do
Sul e da Bahia nos estudos (i) e (ii) citados anteriormente. Destaca-se que o conjunto completo das
obras recomendados nos quatro estudos no pode ser obtido no item 3 deste captulo.
525kV Planejado
230kV Planejado
Fonte:
EPE
137
500kV Planejado
230kV Planejado
Fonte:
EPE
138
Sudeste Centro-Oeste (SE/CO) Esprito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, So Paulo,
Gois, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre e Rondnia;
Norte (N) Par, Tocantins e Maranho, Amazonas, Amap e, a partir de 2017, Roraima
passar a fazer parte desse subsistema; e
Nordeste (NE) Piau, Cear, Rio Grande do Norte, Paraba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e
Bahia.
139
Fonte:
EPE
Com a identificao da necessidade de expanso dessa interligao, foi realizado um estudo, que
contou com a participao de empresas transmissoras do setor eltrico, sob coordenao da EPE.
Nesse estudo foram analisadas alternativas de transmisso buscando acomodar os aumentos de
intercmbio indicados nas anlises energticas, resultando na necessidade de adio de novos troncos
de transmisso. Tendo como base a conexo do AHE Belo Monte na SE Xingu 500 kV, como mostrado
anteriormente, os resultados das anlises realizadas, considerando inmeras alternativas de
expanso, incluindo alternativas em corrente alternada nas tenses de 765 kV, 1000 kV e meioonda+, alm de alternativas em corrente contnua nas tenses 600 kVCC e 800 kVCC, levaram
recomendao da expanso dessa interligao por meio de dois bipolos em corrente continua de
140
800 kV, com capacidade de 4.000 MW cada, sendo o primeiro indicado para 2018 e o segundo para
2019. Os pontos recomendados para essa interligao na regio sudeste so a SE Estreito, na
fronteira dos estados de Minas Gerais e So Paulo, e o Terminal RJ, no estado do Rio de Janeiro,
prximo a Nova Iguau. O bipolo entre Xingu e Estreito foi licitado em 07 de fevereiro de 2013, tendo
entrada em operao prevista para 2018. Quanto ao bipolo Xingu Terminal Rio, sua licitao est
prevista para julho de 2015. A Figura 14 ilustra as ampliaes acima mencionadas entre as regies
Sudeste e Norte.
Tucurui
Marab
Xingu
Manaus
Imperatriz
Itacainas
17 km
Conexo do
AHE Belo
Monte
Reforos N-NE
Colinas
Parauapebas
Reforos N-NE
REGIO NORTE
Miracema
2140 km
4000 MW
2439 km
4000 MW
Gurupi
Peixe
SE Estreito
Serra da Mesa
Terminal RJ
Fonte:
EPE
Adicionalmente aos estudos de expanso que recomendaram os bipolos Xingu Estreito e Xingu
Terminal Rio, foi elaborada a Nota Tcnica EPE-DEE-RE-146/2014-rev0, que apresenta uma anlise de
cenrios extremos de intercmbio entre as regies Norte/Nordeste para a regio Sudeste,
considerando-se o mximo excedente de oferta de gerao das regies Norte e Nordeste, alocvel na
regio Sudeste.
Dessa anlise, concluiu-se que existe, no patamar de carga mdia, uma restrio de recebimento do
Sudeste de cerca de 7.500 MW a partir do ms de fevereiro de 2019, que caracterizado pelo perodo
mido das regies Norte e Nordeste.
Encontra-se em andamento um estudo que recomendar reforos adicionais que permitiro o
aumento da capacidade de recebimento do Sudeste e consequente eliminao desta restrio de
intercmbio. Referencialmente, os reforos adicionais considerados como promissores so:
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Transmisso de energia eltrica
141
Interligao Norte-Nordeste
A interligao Norte-Nordeste atualmente constituda pelas linhas de transmisso em 500 kV:
Presidente Dutra Boa Esperana; Presidente Dutra Teresina C1 e C2; pela LT 500 kV Colinas
Ribeiro Gonalves So Joo do Piau Sobradinho; e pela LT 500 kV Colinas Ribeiro Gonalves
So Joo do Piau Milagres. Esse estgio atual da interligao mostrado na Figura 15.
Fortaleza
Sobral
P. Dutra
Imperatriz
B. Esperana
So Joo do Piau
Milagres
Colinas
Ribeiro Gonalves
Sobradinho
Fonte:
EPE
A definio da expanso dessa interligao, recomendada para 2016, alm de permitir a expanso da
interligao Norte Nordeste, tambm atende parte da necessidade de aumento da capacidade de
exportao da regio Nordeste para a regio Sudeste (conforme tratado no Captulo III Gerao de
Energia Eltrica). J foi licitada a expanso dos troncos em 500 kV, So Joo do Piau Milagres e
Bom Jesus da Lapa Ibicoara Sapeau, e o terceiro circuito P. Dutra Teresina Sobral III.
Adicionalmente, est em andamento a construo de mais dois elos, em 500 kV, sendo um entre as
subestaes Miracema e Bom Jesus da Lapa II e o outro entre Miracema e So Joo do Piau, com
incluso das subestaes intermedirias Gilbus e Barreiras, conforme ilustra a Figura 16.
142
Pecm
Aailndia
P. Dutra
Teresina
Fortaleza
Sobral
Imperatriz
B. Esperana
UHE Estreito
Colinas
R. Gonalves
Milagres
269 km
NE
S. J. Piau
Sobradinho
Miracema
Quixad
L. Gonzaga
Gilbus
Complexo
Paulo Afonso
300 km
Barreiras
S. Mesa
Fonte:
R. guas
B. J. Lapa
Ibicoara
Sapeau
EPE
Fonte:
EPE
143
A expanso dessa interligao contempla o elo em 500 kV Barreiras Rio das guas Luzinia
Pirapora, j licitado e com previso para entrar em operao em 2016, conforme apresentado na
Figura 18.
Figura 18 Diagrama unifilar simplificado da expanso da interligao Sudeste/Centro-Oeste
Nordeste
Miracema
Gilbus
So Joo do Piau
Gurupi
Barreiras
Peixe
Sapeau
Rio das
guas
B. J. Lapa
Ibicoara
S. Mesa
Luzinia
Samambaia
Pirapora
Paracatu
Fonte:
EPE
144
PotnciaporEstado(MW)
1.017,59
TotalGeral:3.507,35
700,00
684,70
212,30
120,00
213,13
168,00
171,00
29,80
BA
CE
PE
PI
RN
RS
SC
61,83
GO
60,00
MG
MS
14,00
MT
55,00
SP
PA
PotnciaporEstado(MW)
326,6
TotalGeral:867,60
240
120
83
BA
98
CE
PE
PI
RS
145
PotnciaporEstado(MW)
TotalGeral:1.265,48
494,18
239,00
150,00
150,00
5,00
BA
PE
PI
18,00
19,50
PR
SC
57,80
64,00
GO
MG
68,00
MS
MT
SP
567,80
PotnciaporEstado(MW)
TotalGeral:1.505,20
420,00
191,70
132,00
113,20
80,50
BA
CE
PE
PI
RN
RS
146
PotnciaporEstado(MW)
TotalGeral:867,60
418,00
302,00
117,00
84,00
48,00
CE
PE
RN
RO
RS
147
148
Fonte:
EPE
Fonte
EPE
149
Fonte:
EPE
150
Considerando a importncia de Cruzeiro do Sul como polo turstico e econmico do Estado, a EPE
desenvolveu um estudo eltrico na regio, avaliando a oportunidade de integrar os principais centros
urbanos ao SIN, propiciando qualidade de suprimento, maior confiabilidade e ainda a economia
resultante da eliminao da gerao trmica a diesel, de custo elevado para a sociedade como um
todo.
A soluo indicada uma linha de 230 kV, interligando Cruzeiro do Sul e Feij subestao Rio
Branco, licitada em novembro de 2013, com previso de entrada em operao em janeiro de 2017,
conforme mostrado a seguir.
Figura 28 Integrao de Cruzeiro do Sul e Feij ao SIN
Fonte:
EPE
151
152
Gerao Regional
O sistema interligado da regio Norte, em dezembro de 2014, contava com uma capacidade instalada
de cerca de 13.500 MW, representando 10% da capacidade instalada do Brasil. A maior parte deste
potencial correspondente aproveitamentos hidrulicos localizada no estado do Par (9.700 MW),
tambm merecendo destaque o parque trmico a gs natural instalado na regio metropolitana de
Manaus (650 MW).
Carga Regional
Os maiores centros de consumo da regio Norte esto localizados em So Lus, no Maranho, em Vila
do Conde, no Par, e Manaus, no Amazonas. O Grfico 48 mostra a evoluo da carga da regio
Norte, que no final do decnio corresponder a cerca de 8% da carga do Brasil.
153
Fonte:
3.1.1
2015
5.718
7.753
7.416
2016
6.560
8.720
8.545
2017
6.592
8.909
8.670
2018
6.958
9.481
9.259
2019
7.453
10.078
9.937
2020
7.684
10.424
10.280
2021
8.008
10.877
10.712
2022
8.244
11.248
11.063
2023
8.454
11.577
11.372
2024
8.668
11.913
11.687
EPE
Estado do Par
Sistema eltrico
O atendimento ao Sistema Interligado no estado do Par feito por instalaes da Rede Bsica nas
tenses de 500 KV e 230 KV, sendo os principais pontos de suprimento a SE Vila do Conde 500 KV, SE
Marab 500 KV, SE Xingu 500 kV, SE Jurupari 500 kV e SE Oriximin 500 kV, que so alimentadas por
linhas de transmisso provenientes da UHE Tucuru.
Como reforo estrutural do sistema de transmisso responsvel pelo atendimento da regio
Metropolitana de Belm e regio nordeste do Par, um novo ponto de suprimento, SE Marituba
500/230/69 kV, alimentado a partir da SE Vila do Conde 500 kV e SE Tucuru 500 kV. Este reforo
proporcionar o atendimento a essa regio com qualidade e confiabilidade at o ano de 2029, com
previso de entrada em operao no ano de 2019.
Na regio sudeste do Par, conhecida pelo seu grande potencial de produo mineral e consequente
consumo de energia eltrica, foi recomendada para o ano 2016 a construo de um novo ptio 500 kV
na subestao Integradora Sossego e uma linha de transmisso em 500 kV, circuito duplo, entre as
subestaes Parauapebas e Integradora Sossego.
Para o atendimento s cargas das regies de Paragominas e Tom-Au, foi indicada a implantao de
um novo ponto de suprimento 230/138 kV nesta localidade, seccionando a LT 230 kV Vila do Conde
Miltnia III, de propriedade da Vale. Visando o atendimento ao critrio N-1 para este novo ponto de
suprimento, foi recomendada a implantao do segunda LT 230 kV entre as SE Vila do Conde e TomAu, licitada em novembro de 2013.
Com o objetivo de atender ao critrio N-1 no Tramo Oeste do estado do Par, foi recomendada a
implantao das subestaes em 230 kV: Xingu, Transamaznica e Tapajs; alm das LT 230 kV
Xingu Altamira C1, Altamira Transamaznica C2 e Transamaznica Tapajs C1. Adicionalmente,
foi recomendada a implantao da SE Juruti 230/138 kV e da LT 230 kV Oriximin Juruti, circuito
duplo, propiciando o suprimento s cargas localizadas na margem direita do rio Amazonas.
154
Visando permitir o escoamento da potncia fornecida pelas UHE Santo Antnio do Jari, Ferreira
Gomes, Cachoeira Caldeiro e Coaracy Nunes II, foi indicada a implantao do 3 transformador
500/230 kV em Jurupari e da 3 LT 230 kV Jurupari Laranjal do Jari.
Finalmente, foi indicada a implantao de um novo ponto de suprimento 230/138 kV no municpio de
Santana do Araguaia tendo como objetivo principal o suprimento s cargas da regio de Santana do
Araguaia, regio Sul do estado do Par e regio nordeste do Mato Grosso. Para o atendimento
futura SE Santana do Araguaia 230/138 kV, foi indicada a implantao de uma linha de transmisso
em 230 kV, circuito duplo, oriunda da SE Xinguara II.
Carga local
Ainda no SIN, a evoluo da carga do estado do Par prevista para o ciclo de 2015-2024, referente
aos trs patamares (pesada, mdia e leve) apresentada no Grfico 49. Pode-se observar que
crescimento mdio anual da carga pesada da ordem de 5,7%.
Fonte:
2015
2.597,1
3.240,8
3.121,3
2016
2.920,0
3.614,6
3.497,1
2017
3.203,8
3.969,7
3.841,9
2018
3.414,4
4.233,9
4.096,2
2019
3.583,8
4.459,4
4.311,6
2020
3.718,9
4.638,1
4.481,5
2021
3.923,7
4.885,1
4.714,1
2022
4.031,0
5.032,1
4.848,9
2023
4.138,2
5.178,3
4.982,7
2024
4.246,0
5.328,5
5.120,3
EPE
Programa de obras
So apresentadas nas tabelas que se seguem as instalaes previstas para a Rede Bsica e Rede
Bsica de Fronteira do estado do Par, resultado dos estudos de planejamento realizados.
155
DESCRIO DA OBRA
Circuito Simples C1 500 kV, 6 x 795 MCM, 414 km
LT 500 kV
Xingu - Parauapebas,
C1 e C2
2016
LT 500 kV
Parauapebas - Miracema,
C1 e C2
2016
2016
2017
2017
2017
2017
2017
2018
Circuito Duplo 230 kV, 1 x 954 MCM (Rail), 67,3 km - Terreno Firme
Circuito Duplo 230 kV, 1 x 954 MCM (Rail), 8,5 km - rea Urbana
LT 230 kV Oriximin - Juruti,
C1 e C2
Circuito Duplo 230 kV, 1 x 954 MCM (Rail), 58,4 km - reas Inundveis
Circuito Duplo 230 kV, 1 x 954 MCM (Rail), 3,6 km - Travessia Rio
Amazonas
2018
Circuito Duplo 230 kV, 1 x 954 MCM (Rail), 31,3 km - reas Inundveis
Circuito Duplo 230 kV, 1 x 954 MCM (Rail), 3,3 km - Travessia Canal de
Parintins
2018
156
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
Circuito Duplo 230 kV, 1 x 795.0 MCM (Drake), 295 km
LT 230 kV Xinguara II Santana do Araguaia, C1 e C2
LT 230 kV Vila do Conde Tom-Au, C1
LT 230 kV
Xingu - Altamira, C1
2019
2019
2019
Circuito Simples 230 kV, 2 x 795.0 MCM (Drake), 185,8 km - Terreno Firme
LT 230 kV Altamira Transamaznica, C2
2019
2019
2020
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 24,2 km - Terreno Firme
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 2 km - rea Inundvel
LT 500 kV Vila do Conde Marituba, C1
LT 230 kV Seccionamento
(Lt Guam - Utinga) Marituba, C1 e C2
LT 230 kV
Marituba - Seccionamento
(Lt Guam - Utinga), C1 e C2
LT 230 kV Marituba - Utinga,
C3 e C4
LT 230 kV Marituba Castanhal, C1
2020
2020
2020
2020
Circuito Simples 230 kV, 1 x 795.0 MCM (Drake), 44,8 km - Terreno Firme
Circuito Simples 230 kV, 1 x 795.0 MCM (Drake), 18 km - reas com Torres
Alteadas
2020
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 317,9 km - Terreno Firme
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 29 km - rea Inundvel
LT 500 kV
Tucuru II - Marituba, C1
LT 800 kV
Paraupebas - Assis, C1, C2
LT 800 kV
Miritituba - Prata, C1, C2
Fonte:
2020
2021
2024
EPE
157
A LT 230 kV Utinga Miramar CD, que atualmente opera em 69 kV, passar a operar na sua
tenso nominal, estabelecendo a conexo do novo ponto de suprimento (SE Miramar
230/69 kV) SE Utinga para o atendimento regio metropolitana de Belm.
A LT Vila do Conde Tom-Au faz parte do cronograma de obras indicada para a regio de
Paragomians e Tom-Au.
DESCRIO DA OBRA
SE 230/69 kV Vila do Conde
2015
SE 69 kV Jurupari
2016
SE 500/230 kV Jurupari
2016
SE 230/138 kV Xinguara II
2016
SE 230/69 kV Altamira
2016
SE 500 kV Itacainas
2017
SE 500/138 kV
Parauapebas
2017
SE 500/230 kV Integradora
2017
SE 230/138 kV Tom-Au
2017
SE 138 kV Castanhal
2017
SE 800 kV Xingu
2018
2018
SE 230/138 kV Tom-Au
2018
SE 230/138 kV Juruti
2018
SE 230/138 kV
Santana do Araguaia
SE 230/138 kV Tom-Au
2019
SE 500/230 kV Xingu
2019
2019
158
DESCRIO DA OBRA
1 e 2 ATF 230/138 kV, 2 x 150 MVA 3
SE 230/138 kV Tapajs
2019
SE 230/138 kV Rurpolis
2019
SE 500/230 kV Oriximin
2019
SE 800 kV Xingu
2020
SE 500/230/69 kV
Marituba
2020
SE 230/69 kV Guam
2020
SE 800 kV Paraupebas
2021
SE 230/69 kV Miramar
2022
SE 230/138 kV
Santana do Araguaia
2022
SE 230/138 kV Itacainas
2022
SE 500/230/69 kV Marituba
2023
SE 230/69 kV Utinga
2023
SE 500/230/69 kV Marituba
2024
SE 800 kV Miritituba
2024
Fonte:
3.1.2
EPE
Estado do Maranho
Sistema eltrico
O atendimento ao estado do Maranho feito por instalaes da Rede Bsica nas tenses de 500 kV
e 230 kV, sendo os principais pontos de suprimento a SE Presidente Dutra 500 kV, SE Miranda II 500
kV e a SE So Lus II 500 KV, atendidas por linhas de transmisso provenientes da SE Imperatriz
500 kV e SE Aailndia 500 kV. O sistema em 230 kV, paralelo ao de 500 kV, ligando as regies Norte
e Nordeste, formado por um circuito passando pelas subestaes de Miranda II, Peritor e Coelho
Neto (MA) e outro ligando Coelho Neto a Teresina. Em 2011, entrou em operao a SE Balsas 230 kV,
alimentada a partir da SE Ribeiro Gonalves 230 kV, com o objetivo de suprir a regio sul do estado.
Por sua vez, em 2012, foi implantada a SE Encruzo Novo 230 kV, conectada SE Miranda II 230 kV,
para atender a regio nordeste do Maranho. O sistema de distribuio do estado de
responsabilidade da CEMAR. Por sua vez, em 2014 entrou em operao a LT 500 kV Aailndia
Miranda II, dotando o sistema de maior robustez.
Foi recomendado um novo ponto de suprimento em 230 kV no nordeste do Maranho, regio de
grande interesse turstico devido a presena dos Lenis Maranhenses. A nova subestao,
localizada no municpio de Chapadinha, se interligar s subestaes Miranda II e Coelho Neto atravs
de duas linhas de transmisso em 230 kV e possibilitar um melhor atendimento eltrico a essa
regio. A previso para entrada em operao o ano de 2018.
Com o objetivo de proporcionar o atendimento ao critrio N-1 nas SE Porto Franco 230 kV e Balsas
230 kV, foi indicada a duplicao das LT 230 kV ImperatrizPorto Franco e Ribeiro GonalvesBalsas.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Transmisso de energia eltrica
159
Para suprimento s cargas da regio de Caxias, foi indicada uma nova SE 230/69 kV no municpio de
Caxias, seccionando a LT 230 kV Peritor Coelho Neto, com previso de entrada em operao em
2018.
Com o objetivo de permitir o pleno escoamento do potencial elico do litoral dos estados do
Maranho, Piu e Cear, foi indicado um sistema de transmisso em 500 kV que se interligar ao
estado do Maranho na futura SE Bacabeira 500 kV, que tambm secccionar as duas LT 500 kV
Miranda II So Lus II.
Finalmente, visando o suprimento regio metropolitana de So Lus, foi indicada a implantao de
uma nova subestao 500/230/69 kV dentro da ilha, denominada SE So Lus IV.
Carga local
A carga do estado do Maranho prevista para o perodo 2015-2024, para os trs patamares (pesada,
mdia e leve) apresentada no Grfico 50. Observa-se que a taxa mdia de crescimento anual da
carga pesada de cerca de 3,9%.
Grfico 50 Evoluo da carga do Estado do Maranho
3.500,0
3.000,0
MW
2.500,0
2.000,0
1.500,0
1.000,0
500,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
1.656,9
2.131,6
2.121,2
2016
1.686,3
2.178,3
2.171,1
2017
1.771,0
2.293,3
2.288,3
2018
1.815,3
2.367,7
2.364,7
2019
2.061,9
2.643,5
2.689,2
2020
2.095,7
2.701,5
2.749,2
2021
2.127,7
2.756,3
2.805,9
2022
2.163,1
2.817,2
2.868,4
2023
2.193,1
2.867,9
2.921,0
2024
2.222,7
2.918,0
2.972,9
EPE
Programa de obras
As principais obras de Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira para o ciclo 2015-2024 esto
sumarizadas nas tabelas que se seguem.
160
DESCRIO DA OBRA
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 210 km
LT 500 kV
P. Dutra - Teresina II, C3
2017
2018
2018
2018
2018
2019
2019
2019
2019
2019
SECC LT 500 kV
Miranda II - So Lus II, C2, na
SE Bacabeira
LT 230 kV
So Joo do Arraial II Chapadinha II, C1
LT 800 kV
Presidente Dutra II - Silvnia, C1,
C2
2019
2019
2019
2021
161
DESCRIO DA OBRA
SE 230/69 kV Balsas
2016
SE 230/69 kV Chapadinha II
2018
2018
SE 230/69 kV Chapadinha II
2018
2018
SE 230/69 kV Caxias II
2019
SE 500/230 kV Miranda II
2019
2019
2019
2019
SE 500 kV Bacabeira
2019
2020
2021
SE 500/230/69 kV So Lus IV
2022
2023
SE 230/69 kV Balsas
2024
SE 500/230/69 kV So Lus IV
Fonte:
EPE
Sistema eltrico
O atendimento ao Sistema Interligado no estado do Tocantins feito por instalaes da Rede Bsica
nas tenses de 500 kV e 230 kV, sendo o principal ponto de suprimento a SE Miracema 500 KV. No
nvel da subtransmisso o suprimento feito a partir das SE Porto Franco e SE Imperatriz, ambas no
estado do Maranho. O sistema de distribuio do estado de responsabilidade de CELTINS.
Com o objetivo de proporcionar o atendimento ao critrio N-1 na SE Porto Franco 230 kV, foi
recomendada a duplicao das LT 230 kV Imperatriz Porto Franco.
Atualmente, a capital do estado, Palmas, suprida pela CELTINS atravs de LT em 138 kV, a partir da
SE Miracema. Visando aumentar a qualidade e a confiabilidade no suprimento capital do estado, foi
indicada implantao de um ponto de suprimento 230/138 kV em Palmas, sendo este alimentado por
uma linha de transmisso em 230 kV, a partir da SE Lajeado.
Carga local
A evoluo da carga para estado do Tocantins prevista para o perodo de 2015 2024, para os trs
patamares (pesada, mdia e leve), apresentada no Grfico 51. Observa-se que o crescimento mdio
anual da carga pesada da ordem de 5,2%.
162
600,0
500,0
400,0
300,0
200,0
100,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
276,9
493,7
435,4
2016
287,8
517,7
456,6
2017
299,4
543,2
479,3
2018
311,8
570,5
503,5
2019
325,0
599,6
529,3
2020
339,2
630,6
556,9
2021
354,2
663,7
586,3
2022
370,3
699,1
617,7
2023
387,6
736,9
651,4
2024
406,0
777,2
687,3
EPE
Programa de obras
As obras mais importantes de Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira para o decnio 2015-2024
esto sumarizadas nas tabelas a seguir:
Tabela 52 Linhas de Transmisso previstas Rede Bsica Tocantins
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
Circuito Simples C1 500 kV, 6 x 795 MCM, 409 km
Circuito Simples C2 500 kV, 6 x 795 MCM, 409 km
LT 500 kV Parauapebas - Miracema,
C1 e C2
2016
2016
2016
2017
2019
LT 230 kV
Lajeado - Palmas, C1, C2
2019
Fonte:
EPE
163
DESCRIO DA OBRA
SE 230/138 kV Palmas
2019
SE 500/230 kV Lajeado
2019
SE 500/138 kV Colinas
2021
Fonte:
3.1.4
EPE.
Estado do Amazonas
Sistema eltrico
At meados de 2013, o sistema eltrico da regio operava isolado do SIN, contando apenas com a
UHE Balbina, de 250 MW como gerao hidrulica de porte, sendo a maior parte da energia suprida
por usinas trmicas a leo.
Em 2010 foi desenvolvido, com coordenao da EPE, um estudo de planejamento para identificao
da soluo estrutural de longo prazo para atendimento regio metropolitana de Manaus (AM), a
partir da entrada em operao da interligao TucuruMacapManaus. No entanto, devido s
alteraes de topologia da rede de distribuio, demanda e gerao, em relao s consideradas no
estudo realizado em 2010, fez-se necessria a reavaliao do atendimento estrutural de longo prazo
regio metropolitana de Manaus, estudo este atualmente em desenvolvimento.
No entanto, em funo dos resultados preliminares obtidos pela EPE para o perodo compreendido
entre 2015 e 2018, foi constitudo um grupo de trabalho composto pelo MME, ONS, EPE, Eletrobras,
Eletrobras Amazonas Energia e Eletrobras Eletronorte. O trabalho desenvolvido por este grupo deu
origem indicao de obras para permitir que o sistema responsvel pelo suprimento eltrico
Manaus apresente desempenho satisfatrio no perodo compreendido entre 2015 e 2018, como
descrito a seguir:
164
Carga local
A evoluo da carga para o estado do Amazonas, atendida pelo SIN apresentada no Grfico 52,
para os trs patamares (pesada, mdia e leve). Observa-se que o crescimento mdio anual da carga
pesada da ordem de 5,3%.
Grfico 52 Evoluo da carga do Estado do Amazonas
3.000,0
2.500,0
MW 2.000,0
1.500,0
1.000,0
500,0
0,0
2015
976,7
1.576,1
1.446,4
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2016
1.037,0
1.675,6
1.539,9
2017
1.088,6
1.762,1
1.564,0
2018
1.178,2
1.953,5
1.773,8
2019
1.233,7
2.004,2
1.860,7
2020
1.271,4
2.066,3
1.922,1
2021
1.331,9
2.167,7
2.017,5
2022
1.397,7
2.277,1
2.120,4
2023
1.454,0
2.370,7
2.209,1
2024
1.511,4
2.466,0
2.299,2
EPE
Programa de obras
As obras previstas referentes Interligao Tucuru-Macap-Manaus esto ilustradas na Figura 26 e
apresentadas, junto com as demais obras previstas para o estado, nas tabelas a seguir.
Tabela 54 Linhas de transmisso previstas Amazonas - Rede Bsica
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
Circuito Duplo 500 kV, 3 x 954.0 MCM (Rail), 400,3 km
LT 500 kV
Lechuga - Equador,
C1
2017
LT 230 kV
Juruti - Parintins,
C1 e C2
Circuito Duplo 230 kV, 1 x 954 MCM (Rail), 31,3 km - reas Inundveis
Circuito Duplo 230 kV, 1 x 954 MCM (Rail), 3,3 km - Travessia Canal de Parintins
2018
EPE
DESCRIO DA OBRA
SE 230/138 kV
Parintins
3.1.5
2018
2018
Estado do Amap
Sistema eltrico
At o incio de 2014 o estado do Amap no possua instalaes nos nveis de tenso da Rede Bsica.
O sistema isolado que atendia ao estado do Amap perfazia 304 km de linhas em 138 kV e 195 km
165
em 69 kV, contando com uma capacidade instalada de 315 MW, sendo composto pelas seguintes
usinas: (i) UHE Coaracy Nunes; (ii) 41 trmicas a leo diesel das UTE Santana Wartsila, Santana LM e
Santana Expanso; (iii) 76 trmicas a leo diesel das UTE Santana I e II. Contudo, em novembro de
2014, foi iniciado o processo de motorizao da UHE Ferreira Gomes e da UHE Santo Antonio do Jari,
estando ainda prevista a entrada de UHE Cachoeira Caldeiro para o final de 2016.
Em janeiro de 2014 entraram em operao as LT 230 kV Jurupari Laranjal do Jari e Laranjal do Jari
Macapo, instalaes estas que fazem parte da Interligao Tucuru Macap Manaus. A partir de
fevereiro de 2015 comearam a entrar em operao as subestaes e linhas de distribuio
responsveis pela conexo do estado do Amap ao SIN. O sistema de distribuio do estado de
responsabilidade de CEA.
Finalmente, visando permitir o escoamento da potncia fornecida pelas UHE Santo Antnio do Jari,
Ferreira Gomes, Cachoeira Caldeiro e Coaracy Nunes II, foi indicada a implantao do 3
transformador 500/230 kV em Jurupari e da 3 LT 230 kV Jurupari Laranjal do Jari.
Carga local
A evoluo da carga do sistema isolado do estado do Amap que ser atendida pelo SIN a partir da
da sua interligao ao SIN, para os trs patamares (pesada, mdia e leve), apresentada no Grfico
53.
Grfico 53 Evoluo da carga do Estado do Amap
450,0
400,0
350,0
MW
300,0
250,0
200,0
150,0
100,0
50,0
0,0
2015
210,6
310,5
291,6
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2016
219,2
324,0
305,9
2017
229,6
340,5
323,2
2018
238,9
355,1
338,6
2019
248,8
370,8
355,1
2020
259,2
387,4
372,5
2021
270,1
404,7
390,7
2022
281,6
422,9
409,9
2023
281,6
422,9
409,9
2024
281,6
422,9
409,9
EPE
Programa de obras
As obras previstas referentes Interligao Tucuru-Macap-Manaus, ilustradas na Figura 26, e a
expanso entre Jurupari e Laranjal do Jaria so apresentadas na tabela a seguir.
Tabela 56 Linhas de transmisso previstas - Rede Bsica Amap
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV
Jurupari - Laranjal do Jari, C3
2018
166
3.1.6
Estado de Roraima
Atualmente, o suprimento eltrico Boa Vista e parte do estado de Roraima realizado a partir do
sistema de transmisso da interligao BrasilVenezuela. Os dois pases iniciaram entendimentos
bilaterais para compra, pelo Brasil, de energia eltrica gerada na Venezuela em 1994, culminando com
a assinatura de contrato de suprimento de energia eltrica em 1997. A operao do sistema de
transmisso da interligao BrasilVenezuela foi iniciada em 2001.
O sistema foi concebido com linhas de transmisso em circuito simples, sendo um trecho em 400 kV e
outro em 230 kV. O trecho em 400 kV, situado no territrio venezuelano, vai de Macgua at Las
Claritas (295 km), onde ocorre o abaixamento de tenso para 230 kV. Da SE Las Claritas 230 kV parte
uma linha de transmisso at a SE Santa Elena (215 km). Esta subestao est situada prxima
fronteira BrasilVenezuela e dista 195 km da SE Boa Vista, sendo que deste total, 190 km da LT 230
kV Santa Elena Boa Vista encontram-se em territrio brasileiro. Da SE Boa Vista partem linhas em
69 kV com destino s subestaes Centro, Distrito Industrial e Floresta, subestaes estas que so
responsveis pelo atendimento capital Boa Vista, de propriedade da Eletrobrs Distribuio Roraima.
As demais localidades so atendidas pela CERR Companhia Energtica de Roraima.
A partir de 2016, com a entrada em operao da linha de transmisso em 500 kV, circuito duplo, com
cerca de 715 km de extenso, desde a subestao de Lechuga at Boa Vista e uma subestao
seccionadora em Equador, o sistema isolado de atendimento a Boa Vista ser interligado ao SIN.
Carga local
A evoluo da carga para o estado de Roraima, os trs patamares (pesada, mdia e leve), a partir
data prevista para conexo ao SIN (2016), mostrada no Grfico 54.
Grfico 54 Evoluo da carga do Estado de Roraima
250,0
200,0
MW
150,0
100,0
50,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
0,0
0,0
0,0
2016
90,3
164,2
164,2
2017
95,1
172,8
172,8
2018
100,0
181,8
181,8
2019
104,9
190,9
190,9
2020
108,6
197,5
197,5
2021
108,6
197,5
197,5
2022
108,6
197,5
197,5
2023
108,6
197,5
197,5
2024
108,6
197,5
197,5
EPE
Programa de obras
As obras previstas, referentes Interligao Boa Vista - Manaus, esto ilustradas na Figura 27 e
apresentadas nas tabelas a seguir.
167
DESCRIO DA OBRA
LT 500 kV
Lechuga - Equador, C1
LT 500 kV
Equador - Boa Vista, C1
2017
2017
Reator de Linha Fixo 500 kV, (6+1R) x 45,5 Mvar 1 // SE BOA VISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 500/69 kV
Equador
SE 500/230 kV
Boa Vista
3.1.7
2017
2017
2023
Estudos complementares
So enumerados a seguir, por estado, os estudos especficos em desenvolvimento ou que devero ser
realizados pela EPE em conjunto com as empresas.
Estado do Maranho
Estado do Tocantins
Estado do Amazonas
Estado de Roraima
168
Gerao regional
O sistema da regio Nordeste, em dezembro de 2014, contava com uma capacidade instalada da
ordem de 21.000 MW, dos quais 10.900 MW em usinas hidrulicas e 3.500 MW em elicas. A maior
parte dos aproveitamentos hidrulicos est localizada nos estados da Bahia e Alagoas e a gerao
elica distribuda principalmente nos estados do Cear, Rio Grande do Norte e Bahia.
Carga regional
Os maiores centros de consumo da regio Nordeste esto localizados na Bahia, Pernambuco e Cear.
O Grfico 55 mostra a evoluo da carga da regio Nordeste. A evoluo da carga na regio
apresentou um crescimento de 34% no decnio 2015-2024, com uma participao de cerca de 15%
no total do Brasil.
Grfico 55 Evoluo da carga da Regio Nordeste
25.000
20.000
MW
15.000
10.000
5.000
0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
9.876
14.535
13.814
2016
10.308
15.049
14.307
2017
10.624
15.477
14.797
2018
10.945
15.947
15.300
2019
11.201
16.409
15.755
2020
11.528
16.952
16.299
2021
11.813
17.518
16.896
2022
12.229
18.123
17.488
2023
12.567
18.691
18.077
2024
12.901
19.183
18.576
EPE
Sistema eltrico
O sistema de transmisso que atende ao estado do Piau suprido a partir das subestaes
500/230 kV de Teresina II, Boa Esperana II, Ribeiro Gonalves e So Joo do Piau, alimentadas na
tenso de 500 kV atravs das linhas de transmisso Presidente Dutra - Teresina II C1 e C2, Teresina
II - Sobral III C1 e C2, Colinas Ribeiro Gonalves So Joo do Piau - Milagres e Presidente Dutra Boa Esperana - So Joo do Piau - Sobradinho e conectadas ao sistema de 230 kV, por meio dos
169
170
Carga local
A carga do estado do Piau prevista para o perodo 2015-2024 apresenta um crescimento mdio anual
na carga pesada da ordem de 5,7%. A evoluo da carga do Estado, que representa cerca de 6% do
total da regio Nordeste, apresentada no Grfico 56.
Grfico 56 Evoluo da carga do Estado do Piau
1.400,0
1.200,0
MW
1.000,0
800,0
600,0
400,0
200,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
474,1
756,3
2016
510,9
819,2
2017
562,8
834,7
2018
595,4
886,6
2019
622,7
920,8
2020
653,4
963,9
2021
630,7
1.011,0
2022
710,7
1.058,8
2023
743,7
1.111,5
2024
773,4
1.160,0
697,0
740,4
804,5
854,6
896,0
943,0
992,6
1.043,6
1.099,8
1.151,7
EPE
Programa de obras
As obras mais importantes da Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira para o perodo 2015-2024 esto
sumarizadas nas tabelas a seguir.
Tabela 59 Programa de obras linhas de transmisso - Piau
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV
Teresina II - Teresina III,
CD (C1, C2)
2016
2016
2016
2016
LT 500 kV
Gilbus II - So Joo do
Piau, C1
2016
(cont.)
171
DESCRIO DA OBRA
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 400 km
LT 500 kV So Joo do
Piau - Milagres II, C2
2016
LT 500 kV
So Joo do Paiu Milagres II, C1
LT 230 kV
Gilbus II - Bom Jesus
LT 230 kV
Bom Jesus II - Eliseu
Martins, C1
LT 500 kV
P. Dutra - Teresina II,
C3
2016
2016
2016
2017
LT 500 kV
Teresina II - Sobral III,
C3
LT 230 kV
Ribeiro Gonalves Balsas, C2
2017
LT 230 kV
Chapada I - Chapada
II, C1
2018
LT 230 kV
Chapada II - Chapada
III, C1
2018
2018
2019
LT 500 kV
Queimada Nova II Buritirama, C1
2019
(cont.)
172
DESCRIO DA OBRA
DATA
PREVISTA
2019
2019
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 66,6 Mvar 1 // SE RIBEIRO GONALVES
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 295 km
LT 500 kV
Bacabeira - Parnaba
III, C1
2019
2019
LT 500 kV
Parnaba III - Acara
III, C1
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 33,3 Mvar 1 // SE PARNABA III
2019
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 33,3 Mvar 1 // SE ACARA III
Circuito Simples 230 kV, 2 x 954.0 MCM (Rail), 139 km
LT 230 kV
Ibiapina II - So Joo
do Arraial II, C1
2019
2019
LT 230 kV So Joo do
Piau - Picos, C2
2020
173
DESCRIO DA OBRA
SE 230 kV Piripiri
2015
SE 500 kV Teresina II
2015
2016
2016
2016
SE 230 kV Piripiri
2016
SE 500 kV Gilbus II
2016
2016
2016
2016
2016
SE 500 kV Teresina II
2017
2017
SE 500/230 kV Gilbus II
2018
SE 230/138 kV Chapada I
2018
SE 230 kV Picos
2019
SE 500/230 kV
Queimada Nova II
SE 500/230 kV
Curral Novo do Piau II
SE 500/230 kV
Parnaba III
2019
2019
2019
2020
SE 500 kV Teresina II
2021
2021
2022
SE 230 kV Piripiri
2023
2024
174
Sistema eltrico
O estado do Cear suprido por trs troncos de 500 kV, sendo dois oriundos de Presidente Dutra (LT
500 kV Presidente Dutra - Teresina II - Sobral III Pecm II Fortaleza II C1 e C2) e o outro oriundo
da SE Luiz Gonzaga (LT 500kV Luiz Gonzaga Milagres Quixad - Fortaleza II), alm de um tronco
de transmisso, em 230 kV, composto por trs circuitos entre Paulo Afonso e Fortaleza (via Bom
Nome PE, Milagres, Ic, Banabui e Aquiraz II). Da subestao Fortaleza II parte um circuito duplo
em 230 kV at a SE Delmiro Gouveia. Entre as subestaes Fortaleza II e Caupe, onde esto
conectadas a UTE Termocear e a UTE Fortaleza, existem trs circuitos de 230 kV. Da SE Caupe
segue uma linha de transmisso, tambm em 230 kV at a SE Sobral II, e desta interligando-se com a
SE Piripiri, a 166 km, localizada no estado do Piau. A interligao com o estado do Rio Grande do
Norte feita pelas linhas de transmisso Banabui Russas II Mossor e Banabui Mossor C1,
ambas em 230 KV, enquanto a linha de transmisso 230 kV Milagres - Coremas C1 e C2 responsvel
pela interligao do estado do Cear com a Paraba. Alm disso, o estado conta ainda com as
subestaes de 500/230 kV de Fortaleza II (1800 MVA), Sobral III (600 MVA) e Milagres (600 MVA),
alm das linhas de transmisso em 230 kV Fortaleza - Fortaleza II C1 e C2, Fortaleza II - Pici C1 e C2
e Sobral III - Sobral II C1 e C2. O sistema de distribuio do estado de responsabilidade da Coelce.
Com a recomendao de construo do segundo e terceiro circuitos entre a subestao Russas II e
Banabui, do segundo circuito entre as subestaes Banabui e Mossor II e da LT 230 kV Aracati III
Russas II C1 e C2, ser possvel escoar a potncia advinda das usinas elicas vencedoras nos
ltimos leiles de energia localizadas na regio de Aracati.
Para o adequado escoamento da potncia gerada pelas usinas elicas localizadas no litoral norte do
estado vencedoras nos ltimos leiles de energia, foi recomendado um setor em 500 kV na
subestao de Ibiapina II e a construo de um circuito simples entre as subestaes Sobral III e
Ibiapina II 500 kV, previstos para 2016. Foi recomendada ainda a implantao da LT 230 kV Acara II
Sobral III C2 e C3, previstas para entrada em operao em 2015 e 2018.
Para escoar a energia elica gerada no estado do Rio Grande do Norte, foram recomendadas as LT
500 kV Ac III Quixad C1 e Au III - Milagres II C1, previstos para entrada em operao no ano
2018 e a LT 500 kV Au III Milagres II C2, prevista para 2019.
prevista ainda a entrada em operao da SE 230/69 kV Maracana, no seccionamento em loop da
LT 230 kV Fortaleza II Caupe C2, que auxiliar no atendimento s cargas da regio metropolitana
de Fortaleza a partir de 2017.
Carga local
A carga do estado do Cear prevista para o perodo 2015-2024 representa, em mdia, 20% do total
da regio Nordeste, com crescimento mdio anual da carga pesada da ordem de 4,7%. O Grfico 57
mostra a evoluo dos trs patamares de carga.
175
3.000,0
2.500,0
2.000,0
1.500,0
1.000,0
500,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
1.758,2
2.799,6
2.577,8
2016
2.005,2
3.088,9
2.888,9
2017
1.943,1
3.020,6
2.820,8
2018
2.026,3
3.167,9
2.959,3
2019
2.094,1
3.289,9
3.072,7
2020
2.190,4
3.463,1
3.235,7
2021
2.264,6
3.596,9
3.360,6
2022
2.377,9
3.800,7
3.549,3
2023
2.463,4
3.954,9
3.692,9
2024
2.575,8
4.158,2
3.881,1
EPE
Programa de obras
As obras mais importantes da Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira para o perodo 2015-2024 esto
sumarizadas nas tabelas a seguir.
Tabela 61 Programa de obras linhas de transmisso Rede Bsica - Cear
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SECC LT 230 kV
Banabuiu - Fortaleza, C1, na
SE Aquiraz
SECC LT 230 kV
Banabuiu - Fortaleza, C2, na
SE Aquiraz
SECC LT 230 kV
Piripiri - Sobral II, C1, na SE
Ibiapina
LT 500 kV
L. Gonzaga - Milagres II, C2
LT 500 kV
Milagres II - Au III, C1
2016
2016
2016
2016
2016
LT 500 kV
So Joo do Piau - Milagres
II, C2
2016
2016
LT 500 kV
Teresina II - Sobral III, C3
LT 230 kV
Aracati III - Russas II, CD
(C1, C2)
2017
(cont.)
176
DESCRIO DA OBRA
SECC LT 230 kV
Caupe - Fortaleza, C2, na SE
Maracana
LT 500 kV Ibiapina II - Sobral Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 110 km
III, C1
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 33,3 Mvar 1 // SE IBIAPINA II
LT 230 kV Banabuiu - Russas
Circuito Simples 230 kV, 2 x 795.0 MCM (Drake), 110 km
II, C3
LT 230 kV Acara II - Sobral
Circuito Simples 230 kV, 1 x 795.0 MCM (Drake), 97 km
III, C3
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 287 km
LT 500 kV Au III - Milagres
Reator de Linha Fixo 500 kV, 3 x 51,66 Mvar 1 // SE MILAGRES II
II, C2
Reator de Linha Fixo 500 kV, 3 x 51,66 Mvar 1 // SE AU III
LT 500 kV
Milagres II - Queimada Nova
II, C2
LT 500 kV
Parnaba III - Ibiapina II, C1
LT 500 kV
Parnaba III - Acara III, C1
2018
2018
2018
2018
2019
2019
2019
2019
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 33,3 Mvar 1 // SE ACARA III
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 158 km
LT 500 kV
Acara III - Pecm II, C1
LT 500 kV
Acara III - Tiangu II, C1
SECC LT 500 kV Teresina II Sobral III, C1, na SE Tiangu
II
SECC LT 500 kV Ibiapina II Sobral III, C1, na SE Tiangu
II
LT 230 kV
Ibiapina II - So Joo do
Arraial II, C1
2019
2019
2019
2019
2019
177
Tabela 62 Programa de obras subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira Cear
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230 kV Caupe
2015
SE 230 kV Tau
2015
SE 230 kV Aquiraz
2016
SE 230 kV Ibiapina
2016
SE 230 kV Banabuiu
2016
SE 500 kV Milagres
2016
2017
SE 500 kV Quixad
2017
SE 230 kV Maracana
2018
SE 500 kV Ibiapina II
2018
SE 230 kV Banabuiu
2018
SE 230 kV Russas II
2018
2018
2019
2019
SE 500/230 kV Ibiapina II
2019
2021
SE 500/230 kV Tiangu II
2021
Sistema eltrico
O suprimento ao estado do Rio Grande do Norte realizado atualmente por meio de seis circuitos na
tenso de 230 kV. Dois deles so provenientes da subestao Banabui, localizada no estado do
Cear, (LT Banabui Russas II Quixer Mossor II e Banabui Mossor II C1). Os demais
circuitos so responsveis pela principal interligao com o estado da Paraba (LT Campina Grande II
Nata II C1, C2, C3, C4), sendo dois circuitos seccionados na SE Natal III e dois seccionados na SE
Paraso a 98 km da SE Natal II. A SE Extremoz II alimentada a partir do seccionamento em loop da
LT 230 kV Campina Grande II Natal III, alm de se ligar com a SE Cear Mirim II atravs de dois
circuitos em 230 kV. Cabe destacar a existncia de uma interligao em 230 kV entre as subestaes
de Mossor II, Au II e Paraso. O sistema de distribuio do estado de responsabilidade da Cosern.
Devido ao elevado montante de energia elica na regio nordeste do estado, recomendou-se a
implantao da SE 500/138 kV Joo Cmara III e das subestaes coletoras 230/69 kV: Joo Cmara
II, Touros, Lagoa Nova II e Mossor IV.
Para a integrao desses empreendimentos, assim como de futuros parques elicos nessa regio, foi
recomendada a implantao de um sistema composto pelas linhas de transmisso em 500 kV:
Milagres II Au III (C1), Campina Grande III Cear Mirim II (C1) e Cear Mirim II Joo Cmara
III (C1). O sistema ainda ser composto pelas LT 230 kV: Mossor II Mossor IV (C1), Touros
178
Joo Cmara II (C1), Joo Cmara II Cear Mirim (C1 e C2), Au II Paraiso (C3), Lagoa Nova
Paraiso (C1) e seccionamento em loop da LT 230 kV Au II Paraiso (C1) na SE Lagoa Nova II.
Para o escoamento da energia eltrica proveniente dos futuros empreendimentos elicos do estado do
Rio Grande do Norte, destaca-se a recomendao das linhas de transmisso em 500 kV: Joo Cmara
III Au III (C1 e C2), Au III Quixad (C1), Au III Milagres II (C2) e Cear Mirim II Joo
Cmara III (C2).
Para o atendimento s cargas da Cosern, prevista a implantao da SE 230/69 kV Currais Novos II,
que ser alimentada partir da LT 230 kV Lagoa Nova II Currais Novos II C1 e C2.
Carga local
A carga do estado do Rio Grande do Norte prevista para o perodo 2015-2024 representa cerca de
7,5% do total da regio Nordeste, com crescimento mdio anual da carga pesada da ordem de 4,3%.
O Grfico 58 mostra a evoluo dos trs patamares de carga.
Grfico 58 Evoluo da carga do Estado do Rio Grande do Norte
1.800,0
1.600,0
1.400,0
MW 1.200,0
1.000,0
800,0
600,0
400,0
200,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
658,5
1.060,1
949,7
2016
703,3
1.130,0
1.006,8
2017
732,6
1.178,0
1.049,9
2018
761,7
1.226,9
1.092,9
2019
791,9
1.275,0
1.137,6
2020
823,2
1.326,5
1.184,4
2021
855,8
1.380,2
1.233,0
2022
889,8
1.436,2
1.283,5
2023
925,7
1.494,4
1.336,3
2024
962,4
1.555,5
1.391,5
EPE
Programa de obras
Os empreendimentos mais importantes para o perodo 2015-2024 na Rede Bsica e Rede Bsica de
Fronteira descritos anteriormente esto sumarizados nas tabelas a seguir.
179
Tabela 63 Programa de obras Linhas de Transmisso Rede Bsica - Rio Grande do Norte
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV Paraiso - Lagoa Nova,
C1
2015
2015
2015
2016
2016
2016
2016
2016
LT 500 kV
Milagres II - Au III, C1
SECC LT 230 kV
Au II - Mossor II, C2, na SE Au
III
2015
2016
2016
2016
2017
2017
2017
2017
LT 500 kV
Au III - Joo Cmara III, C2
2019
LT 500 kV
Au III - Milagres II, C2
2019
LT 230 kV
Cear Mirim II - Touros, C2
2021
2021
180
Tabela 64 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira - Rio
Grande do Norte
DESCRIO DA OBRA
DATA
PREVISTA
2015
2015
SE 230 kV Mossor IV
2016
SE 230 kV Touros
2016
SE 500 kV Au III
2016
SE 500 kV Au III
SE 230 kV Joo Cmara II
2016
2016
2017
2017
2018
2019
2019
2021
2021
Sistema eltrico
O suprimento ao estado da Paraba realizado por meio das subestaes de Mussur, Campina
Grande II, Coremas e Goianinha, sendo esta ltima localizada no estado de Pernambuco. O sistema
de transmisso composto por circuitos na tenso de 230 kV, destinados a atender a rea do agreste
paraibano, onde est localizada a cidade de Campina Grande. Da subestao de Campina Grande II
partem, atualmente, quatro circuitos em 230 kV para alimentar a subestao de Natal, no estado do
Rio Grande do Norte. A subestao de Mussur II, que atende regio litornea, polarizada pela
capital do Estado, suprida por meio de trs linhas de transmisso, em 230 kV, provenientes da
subestao de Goianinha, no estado de Pernambuco, sendo que uma delas seccionada na SE Santa
Rita II. A integrao dessa malha de transmisso com o sistema de distribuio da Energisa PB ,
distribuidora que atende ao estado da Paraba, feita atravs das subestaes 230/69 kV de Mussur
II, Santa Rita II, Coremas, Campina Grande II e Goianinha (PE).
Foi planejada a expanso do sistema de transmisso que atende a regio metropolitana de Joo
Pessoa atravs da LT 230 kV Pau Ferro Santa Rita II (C1) prevista para o ano 2016 e uma
subestao 500/230 kV, alimentada partir da SE Campina Grande III e recomendada
referencialmente para o ano 2022.
A soluo recomendada para integrao dos empreendimentos de gerao elica localizados no
estado do Rio Grande do Norte contempla a implantao das LT 500 kV: Garanhuns II Campina
Grande III (C1), Campina Grande III Cear Mirim II (C1 e C2) e Campina Grande III Pau Ferro
(C1), incluindo a nova subestao Campina Grande III 500/230 kV.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Transmisso de energia eltrica
181
Carga local
A carga do estado da Paraba prevista para o perodo 2015-2024 representa, em mdia, cerca de 6%
do total da regio Nordeste, com crescimento mdio anual da carga pesada da ordem de 4%. O
Grfico 59 mostra a evoluo dos trs patamares de carga.
Grfico 59 Evoluo da carga do Estado da Paraba
Paraba
1.400,0
1.200,0
MW
1.000,0
800,0
600,0
400,0
200,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
593,4
829,1
815,6
2016
619,4
863,7
849,6
2017
750,4
1.003,5
988,9
2018
761,8
1.021,2
1.006,3
2019
781,4
1.051,3
1.035,8
2020
799,1
1.077,9
1.062,0
2021
814,9
1.105,1
1.088,6
2022
834,1
1.134,2
1.117,1
2023
853,2
1.163,3
1.145,7
2024
869,9
1.187,3
1.169,1
EPE
Programa de obras
As obras mais importantes na Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira, para o perodo 2015-2024
esto sumarizadas nas tabelas a seguir.
Tabela 65 Programa de obras Linhas de Transmisso Rede Bsica Paraba
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 500 kV
Garanhuns II - Campina Grande III,
C1
2015
2015
2018
LT 500 kV
Campina Grande III - Santa Rita II, C1
2022
Tabela 66 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira Paraba
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 500/230 kV Santa Rita II
2022
182
Sistema eltrico
O estado de Pernambuco atendido por meio do sistema de transmisso composto por trs linhas de
transmisso em 500 kV e quatro linhas de transmisso em 230 kV, que partem do Complexo de Paulo
Afonso - Luiz Gonzaga - Xing e suprem a subestao de Angelim II 500/230/69 kV, contando, alm
disso, com um circuito de 500 kV existente entre as subestaes de Messias (AL) e Recife II. Entre as
subestaes de Angelim e Recife II, existem dois circuitos de 500 kV e trs de 230 kV (sendo dois
seccionados na SE 230/69 kV Ribeiro). O atendimento rea metropolitana da capital do estado
realizado a partir da subestao de Recife II atravs de circuitos em 230 kV que alimentam as
subestaes Pirapama II, Mirueira, Pau Ferro, Joairam e Bongi. A interligao com o estado da
Paraba feita atravs dos circuitos 230 kV Angelim - Campina Grande II C1, Tacaimb - Campina
Grande II C1 e C2, Pau Ferro - Campina Grande II C1 e C2, Goianinha - Mussur C1, C2 e C3 e
Goianinha - Campina Grande II. A interligao com o Estado de Alagoas efetuada a partir da SE
Angelim, por meio de trs linhas de transmisso em 230 kV que se interligam com a subestao de
Messias. O agreste do Estado atendido atravs de trs circuitos em 230 kV vindos de Angelim at a
subestao de Tacaimb, enquanto que o suprimento regio do serto pernambucano efetuado a
partir das subestaes de Juazeiro II 230/69 kV (BA) e Bom Nome 230/138/69 kV. A subestao de
Bom Nome alimentada atravs do seccionamento das trs linhas de transmisso em 230 kV que
partem da usina de Paulo Afonso para alimentar a subestao de Milagres II, localizada no Cear. O
sistema de distribuio do estado de responsabilidade da CELPE.A implantao da SE Suape II
500/230 kV, seccionando a LT 500 kV Messias - Recife II, possibilitou escoar a oferta de gerao
trmica vencedora dos ltimos leiles de energia que se conecta nesta subestao.
prevista para o ano 2015 a implantao da SE 500/230 kV Garanhuns II, que ser alimentada a
partir do seccionamento em loop da LT 500 kV L. Gonzaga Angelim II (C1), da LT 500 kV L.
Gonzaga Garanhuns II (C2) e da LT 500 kV Campina Grande III Garanhuns II (C1). Foi planejado
ainda que a SE Garanhuns II se interligue rede 230 kV atravs do seccionamento em loop das LT
230 kV Paulo Afonso Angelim (C1, C2, C3 e C4).
Tambm foi recomendada a implantao de um ptio 500 kV na SE Pau Ferro, que ser alimentada
atravs da LT 500 kV Garanhuns II Pau Ferro (C1) e do seccionamento em loop da LT 500 kV
Angelim II Recife II (C2). prevista ainda para o ano 2018 a implantao da LT 500 kV Campina
Grande III Pau Ferro (C1), com o objetivo de escoar a energia elica produzida pelas usinas
localizadas no estado do Rio Grande do Norte.
Para melhorar o atendimento ao Agreste de Pernambuco, foi recomendada uma nova subestao
230/69 kV no municpio de Arcoverde e as linhas de transmisso 230 kV Garanhuns II Arcoverde II
e Caets II Arcoverde II.
Foi recomendada ainda a implantao de dois transformadores 230/138 kV na subestao Chapada I
(PI), na regio do Serto do Araripe, que alimentar parte das cargas da CELPE que hoje so supridas
pela SE Bom Nome.
183
Carga local
A carga do Estado de Pernambuco prevista para o perodo 2015-2024 representa, em mdia, cerca de
20% do total da regio Nordeste, com crescimento mdio anual da carga pesada da ordem de 4%. O
Grfico 60 mostra a evoluo dos trs patamares de carga.
Grfico 60 Evoluo da carga do Estado de Pernambuco
4.000,0
3.500,0
3.000,0
MW
2.500,0
2.000,0
1.500,0
1.000,0
500,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
1.901,6
2.781,8
2.586,2
2016
1.950,9
2.858,2
2.664,7
2017
2.032,2
2.984,4
2.805,1
2018
2.086,4
3.067,8
2.895,0
2019
2.142,2
3.154,2
2.986,8
2020
2.200,6
3.247,1
3.092,2
2021
2.289,8
3.387,7
3.269,6
2022
2.354,2
3.490,2
3.384,3
2023
2.420,4
3.596,3
3.503,9
2024
2.484,9
3.699,7
3.625,5
EPE
Programa de obras
As obras mais importantes para o perodo 2015-2024 esto sumarizadas nas tabelas a seguir.
Tabela 67 Programa de obras Linhas de Transmisso Rede Bsica Pernambuco
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV Garanhuns II - Angelim, C4
SECC LT 230 kV P. Afonso III Angelim, C3, na SE Garanhuns II
SECC LT 230 kV P. Afonso III Angelim, CD (C1, C2), na SE
Garanhuns II
SECC LT 500 kV L. Gonzaga Angelim, CD (C1, C2), na SE
Garanhuns II
LT 500 kV Garanhuns II - L. Gonzaga,
C2
LT 500 kV Garanhuns II - Pau Ferro,
C1
SECC LT 500 kV Angelim - Recife II,
C1, na SE Pau Ferro
LT 500 kV Garanhuns II - Campina
Grande III, C1
SECC LT 230 kV Pau Ferro - Mirueira,
C1, na SE Mirueira II
SECC LT 230 kV Mirueira - Goianinha,
C1, na SE Pau Ferro
SECC LT 230 kV Recife II - Pirapama
II, C1, na SE Jaboato II
2015
2015
2015
2015
2015
2015
2015
2015
2016
2016
2016
184
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 500 kV Suape II - Recife II, C2
LT 230 kV
Garanhuns II - Arcoverde II, C1
LT 230 kV
Garanhuns II - Caets II, C1
LT 500 kV
Campina Grande III - Pau Ferro, C1
LT 500 kV Garanhuns II - Messias, C1
2017
2017
2017
2018
2021
DESCRIO DA OBRA
SE 500 kV Garanhuns II
2015
2015
SE 230 kV Mirueira II
2015
SE 230 kV Jaboato II
2016
SE 230 kV Arcoverde II
2017
SE 230 kV Garanhuns II
2018
SE 230/69 kV Goianinha
2018
SE 500/230 kV Suape II
2019
2019
SE 500/230 kV Garanhuns II
2021
Sistema eltrico
O Estado de Alagoas suprido a partir das usinas do Complexo de Paulo Afonso, que alimentam as
subestaes de Abaixadora 230/69 kV (BA) e Zebu 138/69 kV, e a partir da UHE Xing, por meio de
uma linha de transmisso em 500 kV que interliga esta usina subestao de Messias 500/230 kV
(1200 MVA). Da SE Messias parte o suprimento em 230 kV s subestaes de Macei (2 circuitos) e
Rio Largo (3 circuitos). O suprimento a regio sul de Alagoas efetuado atravs do eixo 230 kV Rio
Largo Arapiraca III Penedo e das subestaes Penedo 230/69 kV e Arapiraca III 230/69 kV. A
interligao com o estado de Pernambuco efetuada atravs de trs circuitos em 230 kV, entre as
subestaes de Messias e Angelim e um circuito em 500 kV que interliga as subestaes de Messias e
Suape II. A interligao com o estado de Sergipe ocorre atravs da LT 230 kV Jardim Penedo. O
sistema de distribuio do estado de responsabilidade da Eletrobras Distribuio Alagoas.
Estudos realizados sob coordenao da EPE recomendaram a expanso do sistema de transmisso de
Alagoas atravs da nova SE 230/69 kV Macei II, alimentada a partir da SE Messias 230 kV por dois
circuitos em 230 kV e da LT 230 kV N. S. Socorro Penedo C2, prevista para entrada em operao
em 2017.
185
Carga local
A carga do estado de Alagoas prevista para o perodo 2015-2024 representa, em mdia, cerca de 6%
do total da regio Nordeste, com crescimento mdio anual da carga pesada da ordem de 1%. O
Grfico 61 mostra a evoluo dos trs patamares de carga.
Grfico 61 Evoluo da carga do Estado de Alagoas
1.400,0
1.200,0
MW
1.000,0
800,0
600,0
400,0
200,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
Fonte:
2015
750,9
1.057,2
1.143,8
2016
679,6
899,6
980,3
2017
701,0
965,3
1.034,8
2018
728,7
951,0
1.061,3
2019
709,9
969,5
1.070,9
2020
718,4
986,3
1.085,2
2021
737,7
1.019,3
1.115,8
2022
754,2
1.043,1
1.134,9
2023
767,5
1.067,6
1.169,7
2024
824,9
1.093,0
1.197,4
EPE
Programa de obras
As obras mais importantes no estado para o perodo 2015-2024 esto sumarizadas nas tabelas a
seguir.
Tabela 69 Programa de obras Linhas de Transmisso Rede Bsica Alagoas
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV
Messias - Macei II, CD (C1, C2)
2016
LT 230 kV
Nossa Senhora do Socorro Penedo, C2
2017
LT 500 kV
Garanhuns II - Messias, C1
2021
Tabela 70 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira Alagoas
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230 kV Macei II
2016
2017
2019
SE 500 kV Messias
2021
SE 230 kV Macei II
2024
186
Sistema eltrico
O sistema de transmisso que atende ao estado de Sergipe alimentado a partir da subestao
500/230/69 kV de Jardim e das subestaes 230/69 kV de Itabaiana, Itabaianinha e Penedo (AL). A
subestao 500/230/69 kV de Jardim alimentada na tenso de 500 kV pelas linhas de transmisso
Xing Jardim (C1) e Jardim Camaari IV (C1) e conectada ao sistema de 230 kV atravs de dois
autotransformadores de 600 MVA, alm de duas linhas em 230 kV entre as subestaes de Jardim e
Itabaiana. As cargas da rea metropolitana de Aracaju, alm de parte da regio sul do estado so
alimentadas partir da SE Jardim 69 kV. A subestao de Itabaiana atende ao norte e ao sudoeste do
estado, sendo suprida atravs de trs linhas de transmisso em 230 kV, das quais duas so originrias
da SE Paulo Afonso e a outra da SE Catu, ambas localizadas na Bahia. A SE Itabaianinha, que atende
cargas da Sulgipe, localizadas ao sul do Estado, alimentada a partir de um seccionamento na linha
de transmisso 230 kV Itabaiana - Catu. Cabe ainda destacar que, parte do suprimento regio norte
do estado de Sergipe efetuado a partir da subestao de Penedo, localizada em Alagoas. O sistema
de distribuio do estado , majoritariamente, de responsabilidade de Energisa-SE: 63 dos 75
municpios do Estado so atendidos pela Energisa-SE e o restante, pela Sulgipe.
As principais obras de expanso da Rede Bsica recomendadas pela EPE no estado de Sergipe
incluem a nova subestao 230/69 kV Nossa Senhora do Socorro, alimentada a partir do
seccionamento da LT 230 kV Jardim Penedo, a LT 230 kV Nossa Senhora do Socorro Penedo C2, o
3 ATR 500/230 kV da SE Jardim e a LT 500 kV Xing Jardim C2, planejados respectivamente para
os anos 2015, 2017, 2017 e 2018.
Carga local
A carga do estado de Sergipe prevista para o perodo 2015-2024 representa, em mdia, cerca de 6%
do total da regio Nordeste, com crescimento mdio anual da carga pesada da ordem de 3%. O
Grfico 62 mostra a evoluo dos trs patamares de carga.
Grfico 62 Evoluo da carga do Estado de Sergipe
1.200,0
1.000,0
MW
800,0
600,0
400,0
200,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
558,2
740,7
825,1
2016
575,2
765,3
853,0
2017
585,2
782,7
873,8
2018
597,6
803,4
898,1
2019
610,5
824,9
923,3
2020
623,8
847,1
949,4
2021
637,9
870,5
976,9
2022
652,5
895,0
1.005,3
2023
667,7
920,3
1.035,2
2024
683,6
946,8
1.066,2
Programa de obras
As obras visualizadas para o perodo 2015-2024, correspondentes a ampliaes das capacidades de
transformao das subestaes supridoras existentes, esto sumarizadas nas tabelas a seguir.
187
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV
Jardim - Nossa Senhora do
Socorro, CD (C1, C2)
LT 230 kV
Nossa Senhora do Socorro
- Penedo, C2
LT 500 kV
Xing - Jardim, C2
2015
2017
2018
Tabela 72 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira Sergipe
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230 kV Nossa Senhora
do Socorro
2015
SE 230 kV Itabaianinha
2015
SE 230 kV Itabaiana
2016
SE 500/230 kV Jardim
2017
SE 230/69 kV
Itabaianinha
SE 230/69 kV Nossa
Senhora do Socorro
2017
2020
Sistema eltrico
O sistema de transmisso que atende ao estado da Bahia suprido a partir das subestaes
500/230 kV de Camaari II (2400 MVA), Sapeau (1200 MVA), Bom Jesus da Lapa II (600 MVA) e
Sobradinho (600 MVA). Essas subestaes so alimentadas na tenso de 500 kV atravs das linhas de
transmisso Presidente Dutra - Boa Esperana - So Joo do Piau - Sobradinho, Luiz Gonzaga Sobradinho C1 e C2, Paulo Afonso IV Olindina Camaari II, Luiz Gonzaga Olindina Camaari II,
Xing Jardim Camaari II, Serra da Mesa Rio das guas Bom Jesus da Lapa II Ibicoara Sapeau e Sapeau - Camaari II. As regies centro e oeste do estado so supridas pelo eixo que
parte de Sobradinho em 230 kV, atravs de dois circuitos no trecho Sobradinho Juazeiro - Senhor do
Bonfim e de um nico circuito no trecho Senhor do Bonfim Irec - Bom Jesus da Lapa - Barreiras.
Este eixo possui ainda uma segunda fonte de alimentao proveniente da interligao dos
autotransformadores instalados na subestao 500/230 kV de Bom Jesus da Lapa II (2 x 300 MVA)
com o barramento de 230 kV da subestao de Bom Jesus da Lapa. O nordeste do estado suprido
atravs de trs circuitos em 230 kV, que convergem para a subestao de Catu, sendo dois
provenientes de Paulo Afonso, seccionados em suas rotas para alimentar a subestao de Ccero
Dantas, e o terceiro oriundo da subestao de Itabaiana, localizada no estado de Sergipe. A
subestao de Catu interliga-se com o 230 kV da subestao de Camaari, atravs de duas linhas de
transmisso existentes entre elas. A subestao de Camaari II responsvel pelo suprimento de
toda a regio metropolitana de Salvador (subestaes de Pituau, Cotegipe, Jacaracanga e Matatu),
alm das cargas do Plo Petroqumico e do Centro Industrial de Aratu. A subestao de Governador
Mangabeira alimentada atravs de trs circuitos em 230 kV, sendo dois oriundos de Camaari II e
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Transmisso de energia eltrica
188
um de Catu, estando tambm interligada atravs de trs circuitos de 230 kV, com a subestao de
Sapeau, de onde deriva o suprimento regio sul do estado. Um dos circuitos da LT 230 kV
Camaari II Governador Mangabeira seccionado em sua rota para atendimento SE Tomba. O sul
da Bahia alimentado todo em 230 kV, atravs de trs circuitos existentes entre as subestaes de
Sapeau e Funil, sendo um deles seccionado em sua rota para alimentar a subestao de Santo
Antnio de Jesus. Alm disso, o sistema de atendimento a essa regio conta ainda com dois circuitos
de 230 kV que interligam as subestaes de Funil e Eunpolis, com seccionamento para interligao
da UHE Itapebi. O atendimento SE Brumado realizado atravs de uma linha de transmisso em
230 kV oriunda da SE Funil 230 kV. O sistema de distribuio do estado de responsabilidade da
Coelba.
Face expressiva contratao de energia elica nos ltimos leiles, foi recomendado, alm da SE
230 kV Igapor II j indicada para escoar a energia contratada no LER 2009, o seccionamento da LT
500 kV Bom Jesus da Lapa II - Ibicoara C1 e a construo do setor em 500 kV na SE Igapor III, de
modo a possibilitar o escoamento do potencial contratado no Sul da Bahia.
Para escoamento da energia eltrica proveniente dos futuros empreendimentos elicos da regio
central da Bahia, foram recomendadas as novas subestaes 500/230 kV Gentio do Ouro II e
Ourolndia e as linhas de transmisso 500 kV: Gilbus II Gentio do Ouro II (C1), Gentio do Ouro II
Ourolndia (C1), Ourolndia Morro do Chapu II (C1) e Morro do Chapu II Sapeau (C1).
Foram recomendados ainda dois compensadores estticos de potncia reativa (subestaes Gentio do
Ouro II e Morro do Chapu II), o seccionamento em loop da LT 230 kV Irec Senhor do Bonfim na
SE Ourolndia e a LT 230 kV Gentio do Ouro II Brotas de Macabas.
Para o atendimento s cargas da Coelba localizadas no sul da Bahia, foi recomendada a implantao
da LT 500 kV Ibicoara Poes II e um ptio 500 kV na SE Poes II, assim com transformao
500/230 kV.
Para o escoamento da gerao elica contratada no LER e A-3 2013, bem como do potencial da
regio de Pinda foi recomendada para 2018 a LT 230 kV Igapor III Pinda II CD (C2 e C3).
Estudos para aumento da capacidade de transmisso da interligao Nordeste Sudeste
recomendaram a implantao das LT 500 kV: Rio da guas Arinos II (C1), Bom Jesus da Lapa II
Janaba 3 (C1) Igapor III Janaba 3 (C1 e C2), Sapea Poes II (C1) e Poes II Padre
Paraiso 2 (C1 e C2). Todas estas obras foram planejadas para entrada em operao no ano 2019.
Estudos para escoamento do potencial elico da rea Leste da regio Nordeste recomendaram a
implantao de uma nova subestao 500 kV no municpio de Buritirama. Esta nova subestao ser
alimentada atravs das LT 500 kV: Queimada Nova II Buritirama (C1 e C2), Buritirama Barreiras II
(C1) e do seccionamento em loop da LT 500 kV Gilbus II Gentio do Ouro II. Foram recomendadas
ainda as LT 500 kV: Barreiras II Rio das guas (C2), Juazeiro III Ourolndia (C1) e Gentio do
Ouro II Bom Jesus da Lapa II (C1). Todas estas obras tambm foram planejadas para entrada em
operao no ano 2019.
189
Carga local
A carga do estado da Bahia prevista para o perodo 2015-2024 representa, em mdia, cerca de 27%
do total da regio Nordeste, com crescimento mdio anual da carga pesada da ordem de 2%. O
Grfico 63 mostra a evoluo do dos trs patamares de carga.
Grfico 63 Evoluo da carga do Estado da Bahia
6.000,0
5.000,0
MW 4.000,0
3.000,0
2.000,0
1.000,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
3.181,1
4.510,4
4.219,1
2016
3.263,3
4.624,7
4.322,9
2017
3.316,9
4.707,5
4.419,0
2018
3.387,1
4.822,1
4.532,3
2019
3.448,2
4.923,8
4.632,3
2020
3.518,9
5.039,7
4.747,1
2021
3.582,0
5.147,4
4.859,2
2022
3.655,6
5.264,6
4.969,7
2023
3.725,9
5.382,7
5.093,5
2024
3.726,0
5.382,7
5.093,5
Programa de obras
As obras visualizadas para o perodo 2015-2024, correspondentes a ampliaes das capacidades de
transformao das subestaes supridoras existentes, novas subestaes e linhas de transmisso
esto mostradas nas tabelas que se seguem.
Tabela 73 Programa de obras Linhas de Transmisso Rede Bsica Bahia
DESCRIO DA
OBRA
LT 230 kV Funil - Poes II,
C1
LT 230 kV Irec - Morro do
Chapu, C1
LT 230 kV Pinda - Igapor
III, C1
LT 230 kV Igapor III Igapor II, C1
LT 230 kV Igapor III Igapor II, C2
LT 230 kV Sapeau - Santo
Antnio de Jesus, C3
LT 230 kV Teixeira de
Freitas - Eunpolis, C1
LT 230 kV Teixeira de
Freitas - Eunpolis, C2
LT 500 kV Sapeau Camaari IV, C1
DATA
PREVISTA
Circuito Simples, 230 kV, 1 x 636.0 MCM (Grosbeak), 117 km
2015
2015
2015
2015
2015
2016
2016
2016
2016
2016
190
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 500 kV Barreiras II - Rio das guas, 6x795 MCM, C1
Capacitor Srie 500 kV, 1 x 176 Mvar 3 // SE BARREIRAS II
LT 500 kV Barreiras II - Rio
Das guas, C1
2016
2016
2016
2016
2016
2016
Reator de Linha Fixo 500 kV, 3 x 33,3 Mvar 1 // SE BOM JESUS DA LAPA II
2016
2016
2016
2016
2017
2017
2018
2018
2018
2018
(cont.)
191
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV Pinda II - Igapor
III, CD (C1, C2)
2018
2018
2019
2019
2019
2019
Reator de Linha Fixo 500 kV, 3 x 58,3 Mvar 1 // SE RIO DAS GUAS
2019
2019
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 60 Mvar 1 // SE BOM JESUS DA LAPA
II
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 60 Mvar 1 // SE GENTIO DO OURO
II
2019
2019
2019
2019
2019
2021
192
Tabela 74 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira Bahia
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230 kV Poes II
2015
2015
SE 230 kV Pinda
2015
2015
SE 230 kV Teixeira de
Freitas
SE 230 kV Piraj
2016
SE 500 kV Barreiras II
2016
2016
2016
SE 230 kV Igapor II
2016
2016
2016
SE 500/230 kV Ibicoara
2017
2018
2017
2018
2018
2018
2018
SE 500/230 kV Poes II
2018
SE 500 kV Buritirama
2019
SE 500 kV Barreiras II
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2021
SE 500/230 kV Ourolndia
2021
2021
SE 500/230 kV Poes II
2021
193
Estado do Piau
Estudo para Escoamento do Potencial Elico do Litoral dos Estados do Maranho, Piau e
Cear.
Estado do Cear
Estado da Paraba
Estado de Pernambuco
Estado de Alagoas
Estado da Bahia
194
Demais Instalaes de Transmisso (DIT). A regio, constituda pelos estados de So Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Esprito Santo, tem a maior malha interligada do pas, atendendo cerca de
50% da carga do SIN. Os maiores centros de consumo esto localizados nas reas metropolitanas de
So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, afastados das principais fontes de gerao, resultando a
necessidade de uma extensa rede de transmisso em alta tenso para o seu atendimento.
Gerao regional
A maior hidreltrica da regio Itaipu, que totaliza 14.000 MW. Metade desta potncia (7.000 MW)
gerada no setor de 50 Hz da usina, sendo cerca de 1.000 MW entregues ANDE, no Paraguai, e o
restante escoado para o Brasil pelo sistema de corrente contnua e entregue na SE Ibina. A outra
metade gerada no setor de 60 Hz da usina e se destina ao atendimento do Sistema Interligado
Sul/Sudeste/Centro-Oeste. O sistema de CC composto de 2 bipolos de 600 kV ligando a SE Foz do
Iguau SE Ibina, com cerca de 800 km de extenso. O sistema CA conta com trs circuitos de
765 kV de Foz do Iguau a Tijuco Preto, em uma extenso de cerca de 900 km, e duas SE
intermedirias, a SE Ivaipor, onde esse sistema se interliga com o sistema da regio Sul atravs da
transformao 765/500 kV e a SE Itaber.
A capacidade instalada em dezembro de 2014, considerando a regio Sudeste/Centro-Oeste e o
Acre/Rondnia, da ordem de 77.000 MW, o que corresponde a 58% da capacidade instalada do
Brasil.
Carga regional
As projees de mercado para os patamares de carga pesada, mdia e leve utilizadas neste ciclo de
planejamento esto mostradas no Grfico 64. A evoluo da carga na regio apresentou um
crescimento de 26% no decnio 2015-2024.
Grfico 64 Evoluo da carga da Regio Sudeste
70.000
60.000
50.000
MW
40.000
30.000
20.000
10.000
0
Leve
Mdia
Pesada
2015
29.156
48.208
47.590
2016
30.617
50.445
49.708
2017
31.294
51.292
50.531
2018
32.179
52.434
51.699
2019
32.866
53.768
52.996
2020
33.563
54.850
54.090
2021
34.397
56.403
55.701
2022
35.494
57.845
57.117
2023
35.992
59.175
58.482
2024
36.912
60.719
59.968
Sistema eltrico
A Rede Bsica em So Paulo composta por uma extensa malha nas tenses de 500, 440, 345 e
230 kV de FURNAS, CTEEP e outras transmissoras, alm de ser o ponto de chegada da energia
195
196
Bandeirantes C1, C2 e C3, alm de prover a SE Bandeirante de uma confiabilidade diferenciada, isto
devido ao significativo montante de carga da Capital que suprido por essa subestao.
Destaca-se, ainda, a finalizao de um estudo de compensao reativa para os sistemas de 440 kV e
500 kV do estado de So Paulo, cujo objetivo foi de garantir as condies de qualidade,
controlabilidade e confiabilidade praticadas no SIN, mesmo em cenrios mais severos de intercmbios
de energia entre o subsistema da regio Sudeste/Centro-Oeste e os demais subsistemas. Como
resultado desse estudo, tem-se a recomendao de instalao de trs compensadores sncronos de 180/300 Mvar, na SE 500 kV Araraquara II, totalizando -540/900 Mvar em 2018.
Carga local
A carga pesada do estado de So Paulo representa 56% da regio Sudeste/Centro-Oeste e 28% do
SIN em 2015. Esta carga mostra um crescimento mdio de cerca de 3% ao ano no perodo decenal.
O Grfico 65 a seguir apresenta a evoluo dos trs patamares de carga.
Grfico 65 Evoluo da carga do Estado de So Paulo
40.000,0
35.000,0
30.000,0
MW
25.000,0
20.000,0
15.000,0
10.000,0
5.000,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
15.661,3
26.856,7
25.826,7
2016
16.065,5
27.642,4
26.549,4
2017
16.461,7
28.436,4
27.327,0
2018
16.868,9
29.254,1
28.130,7
2019
17.285,3
30.087,2
28.943,6
2020
17.623,9
30.803,2
29.648,4
2021
18.057,7
31.642,1
30.469,2
2022
18.487,9
32.503,0
31.284,2
2023
18.925,5
33.314,8
32.130,4
2024
19.685,9
34.583,2
33.317,2
Programa de obras
As obras da Rede Bsica previstas para o estado de So Paulo so listadas nas tabelas a seguir.
Tabela 75 Programa de Linhas de Transmisso Rede Bsica - So Paulo
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 500 kV Marimbondo II - Assis,
C1
LT 230 kV Assis - Paraguau, C1 e
C2
SECC LT 440 kV
Jupi - Getulina, C1, na SE
Marechal Rondon
SECC LT 440 kV
Jupi - Taquaruu, C1, na SE
Marechal Rondon
SECC LT 345 kV
Embu Guau - Baixada Santista,
C1 e C2, na SE Sul
LT 500 kV Araraquara II Taubat, C1
2015
2015
2016
2016
2016
2016
(cont.)
197
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 500 kV Taubat - Nova Iguau, C1
2016
2017
2017
2017
2017
2017
2017
2017
2017
2017
2017
2017
2017
2017
2017
2018
2018
2018
2018
2018
2019
2019
198
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
Circuito Simples 500 kV, 6 x 795.0 MCM (Drake), 340 km
LT 500 kV Estreito - Cachoeira Paulista, C1 e
C2
2020
2021
2020
Tabela 76 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira - So Paulo
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 500/345 kV Ibina
SE 500/440/230 kV Assis
2015
2015
2015
SE 440/138 kV Araras
2015
2015
SE 440/138 kV Getulina
2015
SE 440/138 kV Piracicaba
2015
SE 440/138 kV Bauru
2016
2016
2016
2016
SE 440/138 kV Bauru
2016
SE 440/230/138 kV Cabreva
2016
2016
SE 440/88 kV Salto
2016
2017
2017
2017
2017
2017
2017
SE 500/138 kV Itatiba
2017
2017
2017
SE 500/345 kV Campinas
2017
199
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 345/88 kV Norte
SE 345/88 kV Nordeste
SE 500/440/230 kV Taubat
2017
2017
2017
2017
2018
SE 345/88 kV Leste
2018
SE 500/440 kV Araraquara II
2018
2018
SE 440/138 kV Bauru
2019
2019
SE 440/138 kV Araraquara
2019
2019
2019
SE 500/345 kV Campinas
2020
2020
SE 500/440/230 kV Taubat
2020
SE 440/138 kV Mirassol II
2020
SE 800 kV Assis
2021
SE 440/138 kV Piracicaba
2021
SE 440/230 kV Cabreva
2022
2023
SE 500/345/138 kV Campinas
2023
Sistema eltrico
O sistema eltrico do estado de Minas Gerais constitudo por uma vasta malha de transmisso (500,
345 e 230 kV), tendo por principais proprietrias CEMIG e ELETROBRS FURNAS, com uma extenso
superior a 7.000 km. O sistema de transmisso responsvel pela interligao das grandes usinas,
situadas principalmente na regio do Tringulo Mineiro, por importantes interligaes com outras
empresas e pelo transporte de grandes blocos de energia para as diferentes regies do estado de
Minas Gerais e, tambm, para os estados de So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo. O sistema de
distribuio do estado de responsabilidade das seguintes distribuidoras: CEMIG-D, DME Distribuio
S/A e Energisa - MG.
Foram recomendados reforos para o sistema de transmisso de energia do estado que promovem a
ampliao da capacidade de intercmbio entre regies, como a construo do circuito em 500 kV
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Transmisso de energia eltrica
200
entre Luzinia e Pirapora 2 e complementada com a determinao do eixo de 500 kV Pirapora2Presidente Juscelino(nova SE) e Itabira 5. Para atendimento a regio metropolitana de Belo Horizonte
foi recomendada a nova SE 345/138 kV Betim 6.
Para a regio norte do estado foram indicadas novas linhas de transmisso, bem como uma nova
fonte de suprimento s cargas regionais: SE Janaba 3 230/138 kV. Para esta regio tambm foram
recomendadas duplicaes de linhas e transformadores para atendimento ao critrio N-1.
Para o atendimento a regio da Mantiqueira foi prevista a nova SE 345/138 kV Varginha, bem como
as novas LTs 345 kV Itutinga-Jeceaba e Jeceaba-Itabirito 2, alm da construo da LT 345 kV Itabirito
2 Barro Branco para atendimento ao critrio N-1.
O estado ser o ponto receptor, na SE Estreito, do primeiro bipolo proveniente de Xingu em +800 kV
DC para escoamento da energia eltrica oriunda da UHE Belo Monte. Alm disso, outros reforos
associados a este empreendimento foram recomendados, com vistas a escoar a energia a partir deste
ponto com diversos circuitos em 500 kV.
Devido expanso da capacidade de transmisso da interligao Nordeste-Sudeste, o Estado ser
contemplado com uma extensa malha de 500 kV, o que permitir futuras inseres regionais,
principalmente nas regies Norte e Leste, conforme mostrado no item Interligaes Regionais.
Carga local
O Estado de Minas Gerais tem a segunda maior carga do Brasil, representando cerca de 22% da carga
da regio Sudeste. O patamar de carga apresenta um crescimento mdio de 2,5% ao ano no perodo
decenal. A evoluo dos trs patamares de carga pode ser vista no Grfico 66.
Grfico 66 Evoluo da carga do Estado de Minas Gerais
14.000,0
12.000,0
MW
10.000,0
8.000,0
6.000,0
4.000,0
2.000,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
6.608,4
10.156,1
10.642,6
2016
7.323,9
11.048,4
11.542,8
2017
7.698,3
11.260,5
11.745,8
2018
8.174,9
11.487,9
11.966,0
2019
8.266,7
11.696,6
12.184,9
2020
8.537,4
11.917,9
12.418,9
2021
8.688,6
12.265,1
12.787,8
2022
9.117,5
12.449,4
12.983,7
2023
8.984,5
12.634,8
13.178,0
2024
9.008,4
12.689,3
13.255,4
Programa de obras
Nas tabelas a seguir mostrado o Programa de Obras para o sistema de transmisso no estado de
Minas Gerais.
201
DESCRIO DA OBRA
Circuito Duplo 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 347 km
LT 500 kV
Rio Verde Norte - Marimbondo II, C1
e C2
Reator de Linha Fixo 500 kV, (6+1R) x 63,33 Mvar 1 // SE RIO VERDE
NORTE
Reator de Linha Fixo 500 kV, (6+1R) x 63,33 Mvar 1 // SE
MARIMBONDO II
2015
2015
2016
2016
2017
LT 500 kV
Campinas - Marimbondo II, C1
2018
2018
2019
2017
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
202
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 172 km
LT 500 kV Pirapora 2 - Presidente
Juscelino, C1, C2
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
2019
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 33,3 Mvar 1 // SE JOO NEIVA 2
LT 500 kV Janaba 3 - Pirapora 2, C1
LT 500 kV Arinos - Pirapora 2, C1
LT 500 kV Janaba 3 - Presidente
Juscelino 2, C1, C2
SECC LT 230 kV
Mesquita - Governador Valadares 2,
C2, na SE Governador Valadares 6
LT 500 kV
Presidente Juscelino - Itabira 5, C2
LT 500 kV
Padre Paraso 2 - Governador
Valadares 6, C1, C2
LT 500 kV Governador Valadares 6 Mutum, C1, C2
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2020
203
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 500 kV Mutum - Rio Novo do Sul,
C1
2020
2020
2024
Tabela 78 Programa de obras Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira - Minas Gerais
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 500/345 kV Itabirito 2
2015
SE 500/345/138 kV So Gotardo 2
2015
2015
2015
SE 500/138 kV Emborcao
2016
SE 230/69 kV Timteo 2
2016
SE 345/230 kV Irap
2016
SE 500/345 kV Pirapora 2
2017
SE 345/138 kV Pimenta
2018
SE 345/138 kV Barbacena
2018
SE 800 kV Estreito
2019
SE 345/138 kV Varginha 4
2019
SE 230/138 kV Branas
2019
SE 230/138 kV Ipatinga 1
2019
SE 500/230 kV Itabira 5
2019
2019
2019
SE 500 kV Marimbondo II
2019
SE 230/138 kV Janaba 3
2019
SE 345/138 kV Barreiro 1
2019
SE 345/138 kV Betim 6
2019
SE 500/230 kV Itabira 5
2019
SE 500/345/138 kV Neves 1
SE 500/345 kV Presidente
Juscelino
2019
2019
204
2019
SE 345/230/138 kV Taquaril
2019
SE 500/138 kV Vespasiano 2
2019
SE 500 kV Janaba 3
2019
SE 500/230 kV Governador
Valadares 6
SE 500/230 kV Itabira 5
2019
SE 500 kV Arinos 2
2019
SE 500/345/138 kV
Poos de Caldas
2020
2020
SE 500 kV Mutum
2020
2020
SE 800 kV Prata
2024
2019
Sistema eltrico
Atualmente o Esprito Santo suprido por trs linhas em 345 kV, duas em 230 kV e um circuito duplo
em 138 kV, alm do parque gerador local.
Duas linhas de transmisso em 345 kV, que tm origem na SE Campos, no Estado do Rio de Janeiro,
se conectam s SE Vitria e Viana, ambas na regio da Grande Vitria, as quais possuem
transformaes 345/138 kV e so os pontos onde se concentra a maior parte do atendimento s
cargas da regio. A terceira linha em 345 kV conecta a SE Ouro Preto 2, em Minas Gerais, SE
Vitria.
No sul do Estado, a SE Cachoeiro, da ESCELSA, o ponto de chegada de duas linhas provenientes do
setor de 138 kV da SE Campos.
O atendimento em 230 kV feito via conexo entre a SE Aimors, na divisa com Minas Gerais, e a SE
Mascarenhas 230 kV, de onde parte uma linha em 230 kV para a SE Verona e outra para a nova SE
Linhares 2 230 kV. As SE Mascarenhas, Verona e Linhares 2 possuem transformaes de fronteira e
atendem em 138 kV s regies central e norte do Estado, respectivamente.
A ESCELSA a maior distribuidora regional, com uma rea de concesso que abrange cerca de 90%
do Estado do Esprito Santo. A Regio Centro-Norte do Estado rea de concesso da Empresa Luz e
Fora Santa Maria - ELFSM, que suprida pela ESCELSA em 138 kV e em 69 kV, nas subestaes de
distribuio So Gabriel, Duas Vendinhas e So Roque.
Os principais reforos estruturais atualmente previstos para a rea consistem de nova linha em 500 kV
entre as subestaes de Mesquita, em Minas Gerais, e Viana 2, no Esprito Santo; construo de nova
SE 230/138 kV em So Mateus, conectada SE Linhares 2 em 230 kV e em 138 kV s subestaes
Jaguar e So Mateus existente; nova subestao de Rio Novo do Sul 345/138 kV, no sul do Estado, e
suprida atravs do seccionamento das linhas de Campos para Viana e Vitria 345 kV; nova subestao
205
Joo Neiva 2 500/345/138 kV, conectada SE Joo Neiva da Escelsa por dois circuitos em 138 kV,
SE Viana por um circuito em 345 kV e SE Mesquita por um circuito em 500 kV.
Carga local
A carga pesada do estado do Esprito Santo representa, em mdia, 4% do total da regio Sudeste,
com crescimento mdio anual de 4% no perodo decenal. O Grfico 67 ilustra a evoluo dos trs
patamares de carga.
Grfico 67 Evoluo da carga do Estado do Esprito Santo
3.000,0
2.500,0
MW
2.000,0
1.500,0
1.000,0
500,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
1.353,6
1.907,1
1.824,5
2016
1.430,2
2.010,5
1.910,8
2017
1.488,0
2.093,4
1.991,4
2018
1.545,1
2.175,2
2.074,2
2019
1.604,4
2.260,3
2.153,5
2020
1.668,0
2.352,6
2.240,5
2021
1.730,6
2.441,4
2.329,9
2022
1.797,6
2.537,5
2.423,7
2023
1.867,3
2.637,6
2.520,8
2024
1.939,9
2.741,7
2.622,1
Programa de obras
As principais obras da Rede Bsica previstas para o estado do Esprito Santo no perodo 2015-2024
so apresentadas nas tabelas a seguir.
Tabela 79 Programa de obras Linhas de Transmisso Rede Bsica Esprito Santo
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV
Linhares 2 - So Mateus 2, C1
SECC LT 138 kV
Jaguar - So Mateus 1, C1, na SE
So Mateus 2
LT 138 kV
So Mateus 1 - So Mateus 2, C1
LT 345 kV
Viana 2 - Joo Neiva 2, C1
LT 500 kV
Mesquita - Joo Neiva 2, C1
SECC LT 345 kV
Campos - Viana, C1, na SE Rio Novo
do Sul
SECC LT 345 kV
Campos - Vitria, C1, na SE Rio
Novo do Sul
LT 500 kV
Mutum - Rio Novo do Sul, C1
2019
2019
2019
2019
2019
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 33,3 Mvar 1 // SE JOO NEIVA 2
Circuito Simples 345 kV, 2 x 954.0 MCM (Rail), 2 km
2019
2019
2020
206
Tabela 80 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira - Esprito
Santo
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230/138 kV So Mateus 2
SE 345 kV Joo Neiva 2
2019
2019
2019
2019
SE 345/138 kV Vitria
2019
2019
2019
2020
Sistema eltrico
O sistema eltrico do estado do Rio de Janeiro se interliga ao SIN por linhas em 500 kV, 345 kV, 230
kV e 138 kV. Da SE Cachoeira Paulista, em So Paulo, saem linhas em 500 kV e 138 kV e da SE
Itutinga, em Minas Gerais, partem duas linhas em 345 kV, que chegam ao estado do Rio de Janeiro
em diversas subestaes. H ainda uma linha em 230 kV, proveniente da SE Santa Cabea em So
Paulo, ligada em Nilo Peanha, prxima regio metropolitana do estado. No norte do estado, via SE
Campos, duas linhas em 345 kV e um circuito em 138 kV conectam o estado do Rio de Janeiro ao
Esprito Santo.
Internamente o sistema eltrico do estado do Rio de Janeiro formado basicamente por subestaes
e linhas em 500 kV na regio sul e metropolitana, alm de um sistema em 345 kV que vai desde a SE
Adrianpolis at a fronteira com o Esprito Santo, passando pelas subestaes de Venda das Pedras,
Maca e Campos.
As empresas Light, Ampla e Energisa Nova Friburgo so as concessionrias de distribuio do estado.
Na regio metropolitana, as transformaes de Graja, So Jos, Jacarepagu, Adrianpolis so
pontos de suprimento s distribuidoras Light e Ampla. H outras transformaes de fronteira nas
subestaes de Nilo Peanha, Angra, Venda das Pedras e Campos. A Energisa Nova Friburgo
atendida via conexes com outras distribuidoras.
Os principais reforos que esto sendo incorporados ao SIN so a subestao 500/345 kV de Nova
Iguau, com 1800 MVA de transformao em seu estgio inicial, a subestao Zona Oeste 500/138
kV, com 900 MVA de transformao, definida para atender critrios diferenciados durante a Copa do
Mundo de 2014.
207
A partir de 2019, para permitir o aumento de intercmbio indicado pelos estudos energticos para a
regio sudeste, mostrou-se necessrio o segundo elo de corrente contnua entre as Regies Norte e
Sudeste (Xingu-Terminal Rio), sendo indicada a implantao da SE Terminal Rio nas proximidades de
Nova Iguau.
Carga local
O estado do Rio de Janeiro importador de energia eltrica e sua carga representa, em mdia, cerca
de 18% do total da Regio Sudeste. O patamar de carga pesada apresenta um crescimento mdio
anual de 1,7% no perodo decenal. A evoluo dos trs patamares de carga mostrada no Grfico 68.
Grfico 68 Evoluo da carga do Estado do Rio de Janeiro
12.000,0
10.000,0
MW 8.000,0
6.000,0
4.000,0
2.000,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
5.532,8
9.287,7
2016
5.797,1
9.743,7
2017
5.646,2
9.501,4
2018
5.590,1
9.516,3
2019
5.709,2
9.724,1
2020
5.733,9
9.776,0
2021
5.920,2
10.054,5
2022
6.091,2
10.355,2
2023
6.214,6
10.587,8
2024
6.277,9
10.704,7
9.296,5
9.705,4
9.466,5
9.528,2
9.713,9
9.782,5
10.114,4
10.425,3
10.652,3
10.773,2
Programa de obras
As principais obras da Rede Bsica previstas para o estado do Rio de Janeiro no perodo 2015-2024
so apresentadas nas tabelas a seguir.
Tabela 81 Programa de obras Linhas de Transmisso Rede Bsica - Rio de Janeiro
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 500 kV
Taubat - Nova Iguau, C1
2016
LT 800 kV
LINHA CC 800 KV, 4000 MW, 6X1590 MCM, 2439 km
Xingu - Terminal Rio, C1 e C2
SECC LT 500 kV
Cachoeira Paulista - Adrianpolis, C1 e C2, Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 4 km
na SE Terminal Rio
LT 500 kV
Nova Iguau - Terminal Rio, C1 e C2
2019
2020
2020
2020
208
Tabela 82 Programa de obras Subestaes Rede Bsica Rede Bsica de Fronteira Rio de
Janeiro
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 500/138 kV Nova Iguau
2016
2018
2020
2020
Estado de So Paulo
3.4
209
atendimento ao Centro-Oeste conta com um extenso sistema em 138 kV e 69 kV, referente s DIT.
Com a entrada das UHE Jirau e Santo Antonio, a capacidade instalada da regio aumentar
significativamente, e o Estado de Rondnia passar para a condio de grande exportador de energia.
Gerao regional
Os Estados do Acre e Rondnia, em dezembro de 2014, acrescia capacidade instalada da Regio
Centro-Oeste cerca de 4.400 MW, distribudos entre as usinas hidreltricas de Samuel, Santo Antnio
e Jirau (em fase de entrada em operao), pequenas centrais hidreltricas e usinas trmicas a leo
combustvel.
Carga regional
As projees dos patamares de carga pesada, mdia e leve utilizadas neste ciclo de planejamento
esto mostradas no Grfico 69.
Grfico 69 Evoluo da carga da Regio Centro-Oeste e Acre e Rondnia
12.000
10.000
MW
8.000
6.000
4.000
2.000
0
Leve
Mdia
Pesada
2015
4.360
7.393
7.312
2016
4.611
7.818
7.710
2017
4.826
8.207
8.072
2018
5.087
8.649
8.477
2019
5.273
8.343
8.908
2020
5.598
9.557
9.329
2021
5.897
10.068
9.801
2022
6.169
10.539
10.252
2023
6.441
11.012
10.711
2024
6.631
11.326
11.009
Sistema eltrico
A Rede Bsica que compe o sistema desta regio formada por linhas nas tenses de 500, 345 e
230 kV de FURNAS, 500 kV da Expansin e CELG (230 kV). Esta regio, onde situam-se as
distribuidoras CEB e CELG e alguns consumidores livres, suprida por FURNAS nas SE Braslia Sul,
Bandeirantes, Braslia Geral, Barro Alto, Niquelndia, Serra da Mesa e SE Samambaia, atravs de um
sistema de transmisso composto de 3 linhas de transmisso de 345 kV que partem da SE Itumbiara
e de trs linhas de 500 kV provenientes da SE Serra da Mesa at a SE Samambaia. Nesse tronco de
345 kV que interliga as SE Itumbiara, Bandeirantes, Braslia Sul e Samambaia, tambm est
conectada a UHE Corumb I de FURNAS.
Foram recomendados importantes reforos estruturais no sistema de transmisso de energia do
Distrito Federal, com destaque para a recomendao de um novo ponto de suprimento para esta
regio: SE Braslia Leste 500/138 kV. Esse novo ponto de suprimento, associado s obras de
distribuio em execuo e planejadas, proporcionar maior equilbrio entre as fontes que atendem
210
atualmente a Capital Federal, ao mesmo tempo que trar aumento da confiabilidade no suprimento s
cargas atendidas.
Alm disso, foram recomendados diversos reforos nas linhas de transmisso e transformaes que
atendem o Distrito Federal para atendimento ao critrio diferenciado para a Capital do pas. O
conjunto de obras abrange as subestaes de Samambaia, Braslia Sul, Braslia Geral alm da SE
Luzinia.
No Estado de Gois, destaque para as ampliaes das transformaes que atendem a regio
metropolitana de Goinia: Subestaes de Anhanguera, Bandeirantes, Goinia Leste, Trindade e
Xavantes. Outros importantes reforos foram recomendados para a eliminao de circuitos radiais de
Rede Bsica que atendem as regies sul, oeste e norte do estado, atravs das subestaes de
Paranaba, Firminpolis e Itapaci.
Destaca-se a licitao do compensador esttico da SE 500 kV Luzinia que permitir no s uma
melhora do controle de potncia reativa da regio, bem como da interligao Norte-Sul.
Carga local
A carga do estado de Gois e do Distrito Federal representa, em mdia, 54% do total da regio
Centro-Oeste. A evoluo desta carga apresenta um crescimento mdio anual de 4,3% e
reproduzida no Grfico 70 para os trs patamares de carga.
Grfico 70 Evoluo da carga do Estado de Gois e do Distrito Federal
7.000,0
6.000,0
MW
5.000,0
4.000,0
3.000,0
2.000,0
1.000,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
2.300,0
3.774,8
4.038,9
2016
2.460,2
4.005,5
4.281,5
2017
2.559,3
4.186,6
4.474,4
2018
2.675,9
4.387,4
4.669,0
2019
2.724,4
3.836,3
4.874,6
2020
2.886,3
4.766,7
5.076,1
2021
3.006,6
4.977,3
5.301,4
2022
3.130,3
5.195,2
5.531,4
2023
3.250,8
5.408,1
5.757,5
2024
3.325,7
5.530,7
5.892,2
Programa de obras
O plano de obras para o sistema de transmisso em Gois e no Distrito Federal apresentado nas
tabelas a seguir.
211
DESCRIO DA OBRA
Circuito Duplo 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 347 km
LT 500 kV
Rio Verde Norte - Marimbondo II,
C1 e C2
Reator de Linha Fixo 500 kV, (6+1R) x 63,33 Mvar 1 // SE RIO VERDE
NORTE
Reator de Linha Fixo 500 kV, (6+1R) x 63,33 Mvar 1 // SE
MARIMBONDO II
LT 230 kV
Niquelndia - Barro Alto, C2
LT 500 kV
Luzinia - Pirapora II, C1
2015
2015
2016
2016
2016
2016
2018
2019
2021
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV
Braslia Sul - Braslia Geral, C1
LT 345 kV
Braslia Sul - Samambaia, C1
LT 500 kV
Luzinia - Braslia Leste, C1
LT 500 kV
Luzinia - Braslia Leste, C2
Circuito subterrneo
2016
2016
2016
2016
Tabela 85 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira - Gois
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230/13,8 kV Goinia Leste
2015
SE 230/138 kV Pirineus
2015
SE 230 kV Itapaci
2015
2016
SE 230/69 kV Palmeiras
2016
SE 230/69 kV Anhanguera
2016
SE 230/138 kV Xavantes
2016
2016
SE 230/69 kV Paranaba
2017
SE 230/69 kV Planalto
2017
SE 230/138 kV Firminpolis
2018
SE 230/138 kV Anhanguera
2018
SE 230/138 kV Anhanguera
2018
SE 230/69 kV Planalto
2018
212
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 500/230 kV Rio Verde Norte
2018
2019
SE 500/138 kV Luzinia
2019
SE 800 kV Silvnia
2021
SE 230/138 kV Xavantes
2022
SE 500/230 kV Trindade
2024
Tabela 86 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira - Distrito
Federal
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 500/345 kV Samambaia
2015
2015
2016
2016
Sistema eltrico
A transmisso do Estado de Mato Grosso formada por mais de 2000 km de linhas nas tenses de
138 kV, 230 kV e 500 kV. O Estado exporta energia por linhas em 500 kV, 230 kV e 138 kV, para o
Centro-Oeste via subestaes de Rio Verde, no Estado de Gois, e para o sistema Acre/Rondnia, via
subestao de Vilhena, em Rondnia. Para atendimento local, h subestaes no tronco em 500 kV,
230 kV e 138 kV que atravessa a regio sul do Estado. Para atender regio norte, existe ainda, a
partir da SE Coxip em Cuiab, uma linha em 230 kV com 450 km de extenso, circuito simples, at a
SE Sinop, com seccionamento na SE Nobres onde est conectada a UHE Manso. A partir da SE Sinop
o atendimento s regies de Colder, Matup e Alta Floresta (CEMAT) feito em 138 kV. A regio da
Grande Cuiab suprida pela transformao de Coxip 230/138 kV, pelo tronco de 138 kV
proveniente de Rondonpolis e pela Usina Trmica Mario Covas (480 MW). Devido ao esgotamento da
SE Coxip (5 x 100 MVA), foi indicado um novo ponto de atendimento ao anel em 138 kV de Cuiab
por meio do seccionamento de dois circuitos 230 kV Jauru - Coxip na SE Nova Vrzea Grande
230/138 kV, instalao de dois transformadores defasadores nessa SE e a substituio de trs
transformadores de Coxip por unidades de 150 MVA.
Novos estudos indicaram reforos no atendimento ao sistema suprido por Sinop via conexo com a
futura subestao de Paranata 500 kV, atravs de transformao 500/138 kV e ligao com o sistema
de distribuio da CEMAT, e ao sistema suprido por Barra do Peixe (Baixo Araguaia), por conexo via
transformador 500/230 kV na nova subestao de Paranatinga e ligao em circuito simples, 230 kV,
entre essa subestao e a SE Canarana, da CEMAT, onde tambm ser implantada transformao de
fronteira 230/138 kV. Para reforar esse suprimento, foi indicada a instalao de trs transformadores
defasadores (uma unidade reserva) na subestao de Santana do Araguaia, no Par, e sua conexo
por duas linhas de distribuio SE Vila Rica, no norte do Mato Grosso, ponto extremo do sistema do
Baixo Araguaia.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Transmisso de energia eltrica
213
Carga local
A carga do estado de Mato Grosso representa, em mdia, cerca de 20 % do total da regio CentroOeste e estados do Acre e Rondnia, com crescimento mdio anual de 5,5% para o patamar de carga
pesada. Sua evoluo mostrada no Grfico 71 para os trs patamares de carga.
Grfico 71 Evoluo da carga de Estado de Mato Grosso
3.000,0
2.500,0
MW 2.000,0
1.500,0
1.000,0
500,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
1.015,0
1.641,1
1.374,6
2016
1.046,8
1.711,6
1.442,6
2017
1.117,4
1.818,2
1.528,6
2018
1.190,9
1.929,2
1.619,9
2019
1.255,2
2.043,4
1.720,4
2020
1.321,6
2.152,4
1.811,8
2021
1.397,0
2.267,7
1.908,3
2022
1.475,4
2.389,5
2.007,7
2023
1.557,4
2.517,8
2.113,7
2024
1.641,4
2.653,5
2.230,7
Programa de obras
O plano de obras para o sistema de transmisso em Mato Grosso apresentado nas tabelas a seguir.
Tabela 87 Programa de obras Linhas de transmisso Rede Bsica Mato Grosso
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
Circuito Simples 500 kV, 4 x 954.0 MCM (Rail), 243 km
Capacitor Srie 500 kV, 1 x 480 Mvar 3 // SE RIO VERDE NORTE
LT 500 kV Ribeirozinho - Rio
Verde Norte, C3
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 33,33 Mvar 1 // SE RIO VERDE
NORTE
2015
2016
2018
2019
LT 500 kV Cludia - Paranatinga, Capacitor Srie 500 kV, 1 x 430 Mvar 3 // SE PARANATINGA
C3
Reator de Linha Fixo 500 kV, (3+1R) x 63,33 Mvar 1 // SE PARANATINGA
2019
2019
2019
214
Tabela 88 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira Mato
Grosso
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230/138 kV Nova
Vrzea Grande
2016
SE 138 kV Santana
2018
SE 500/230 kV Jauru
2018
SE 500 kV Paranata
2019
SE 500 kV Cludia
2019
SE 500 kV Paranatinga
2019
SE 500 kV Ribeirozinho
2019
SE 500/138 kV Paranata
2019
SE 500 kV Paranatinga
2019
Sistema eltrico
Os sistemas eltricos dos estados do Acre e Rondnia so interligados ao restante do SIN em 230 kV.
Com o incio da entrada em operao das UHE Jirau e Santo Antonio, parte do suprimento da regio
vir da gerao local das usinas, e parte via sistema interligado.
O sistema de transmisso do estado do Acre constitudo de dois circuitos em 230 kV, Abun - Rio
Branco, alimentado a partir da SE Abun, em Rondnia. Alm do ptio de 230 kV, a SE Rio Branco
possui setores em 69 kV e em 138 kV. A transformao 230/69 kV supre as SE Tangar e So
Francisco, e um circuito em 69 kV atende a SE Sena Madureira. O setor 138 kV de Rio Branco,
conectado SE Epitaciolndia 138 kV. Existem ainda algumas cargas do Estado do Acre que so
isoladas e que passaro a ser supridas pela Rede Bsica, com previso de integrao das localidades
de Cruzeiro do Sul, Taurac e Feij ao SIN atravs de linha de 230 kV entre Cruzeiro do Sul, Feij e
Rio Branco.
O sistema de transmisso de Rondnia atende, por meio de linhas de transmisso em 230 kV, s
regies de Vilhena, Pimenta Bueno, Ji-Paran, Jauru, Porto Velho, Ariquemes e Abun. Da subestao
Ji-Paran parte uma linha de transmisso em 138 kV, com destino cidade de Rolim de Moura, na
regio centro-sul do estado.
Em Rondnia, est prevista a integrao do sistema isolado da regio de Machadinho do Oeste,
atravs de sistema de Distribuio em 138 kV que ser suprido via nova transformao 230/138 kV na
subestao de Jaru.
Alm dessas obras, esto indicados reforos de transmisso em 230 kV e de compensao reativa
adicional, para permitir o escoamento das unidades adicionais previstas na UHE Santo Antnio, do rio
Madeira.
215
Carga local
A evoluo dos trs patamares de carga para os estados do Acre e Rondnia prevista para o decnio
apresentada no Grfico 72 de onde se deduz, para o patamar de carga pesada, um crescimento
mdio anual de 5,3% no perodo decenal.
Grfico 72 Evoluo da carga dos Estados do Acre e Rondnia
1.800,0
1.600,0
1.400,0
MW 1.200,0
1.000,0
800,0
600,0
400,0
200,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
547,9
901,6
849,4
2016
577,5
963,5
876,1
2017
600,7
1.017,4
913,5
2018
634,0
1.084,7
971,6
2019
675,8
1.152,9
1.035,2
2020
738,2
1.263,0
1.099,7
2021
804,4
1.382,1
1.185,7
2022
836,0
1.446,6
1.243,0
2023
870,1
1.511,3
1.303,2
2024
901,6
1.564,7
1.348,0
Programa de obras
O programa de obras para a Rede Bsica destes estados mostrado nas tabelas a seguir.
Tabela 89 Programa de obras obras - Linhas de Transmisso Rede Bsica - Acre e Rondnia
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV
Vilhena - Jauru, C1, C2, C3
LT 230 kV
Ariquemes - Ji-Paran, C4
LT 230 kV
Samuel - Ariquemes, C4
2017
2018
2018
Tabela 90 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira - Acre e
Rondnia
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230/69 kV Jaru
2015
2016
SE 230 kV Ji-Paran
2017
SE 230 kV Ariquemes
2017
SE 230/138 kV Jaru
2018
2020
216
Sistema eltrico
O atendimento eltrico ao estado do Mato Grosso do Sul feito por instalaes da Rede Bsica nas
tenses de 230 kV e 138 kV. O estado conta com seis SE 230/138 kV: a SE 230/138 kV Corumb 2
(2 x 150 MVA), com linhas a partir de Anastcio; a SE 230/138 kV Anastcio (2 x 75 MVA), com linhas
para Dourados, Sidrolndia 2 e Corumb 2; a SE 230/138 kV Sidrolndia 2, com linhas para Anastcio
e Imbiruss; a SE 230/138 kV Imbiruss (3 x 150 MVA), que se liga a linhas advindas de
Sidrolndia 2, Chapado e Rio Brilhante; a SE 230/138 kV Chapado (2 x 150 MVA) com linhas
provindas de Inocncia, Imbiruss e Jata; e a SE 230/138 kV Dourados (4 x 75 MVA), com linhas
provindas de Anastcio, Ivinhema 2 e Guara (Paran).
Para os prximos anos, est prevista a expanso do sistema do estado ao nvel de 230 kV, com a
implantao da SE 230/138 kV Campo Grande 2, que agregar qualidade e confiabilidade no
atendimento capital do estado. Est prevista tambm a SE 230/138 kV Ivinhema 2, que agregar
qualidade e confiabilidade s regio central do estado. Finalmente, h a previso da SE 230/138 kV
Paraso 2 e da LT 230 kV Campo Grande 2 Paraso 2 Chapado C2, que sero importantes no s
para o atendimento regio nordeste do estado mas tambm para a integrao do potencial de PCHs
da regio.
Carga local
A ENERSUL a principal concessionria de distribuio do Mato Grosso do Sul, sendo responsvel
pelo atendimento a 94% dos municpios do estado. A carga do estado do Mato Grosso do Sul, que
representa cerca de 14% do total da regio Centro-Oeste e estados do Acre e Rondnia, apresenta
um crescimento anual mdio de 4,4% ao ano no perodo decenal. A previso para os trs patamares
de carga pode ser vista no Grfico 73.
Grfico 73 Evoluo da carga do Estado de Mato Grosso do Sul
1.800,0
1.600,0
1.400,0
MW 1.200,0
1.000,0
800,0
600,0
400,0
200,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
506,0
1.075,7
1.048,9
2016
536,2
1.137,6
1.109,4
2017
558,4
1.184,6
1.155,3
2018
587,9
1.247,4
1.216,5
2019
617,9
1.310,2
1.277,8
2020
648,5
1.375,2
1.341,1
2021
679,6
1.441,1
1.405,4
2022
710,9
1.507,6
1.470,3
2023
742,8
1.575,2
1.536,1
2024
743,7
1.577,4
1.538,4
Programa de obras
As principais obras de atendimento ao estado de Mato Grosso do Sul previstas nos estudos so
apresentadas nas tabelas a seguir:
217
Tabela 91 Programa de obras Linhas de Transmisso Rede Bsica Mato Grosso do Sul
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SECC LT 230 kV Imbirussu - Circuito Simples 230 kV, 2 x 795.0 MCM (Drake), 13 km
Chapado, C1, na SE Campo
Circuito Simples 230 kV, 2 x 795.0 MCM (Drake), 13 km
Grande 2
LT 230 kV Paraso 2 Chapado, C2
2016
2016
2016
2018
2018
2020
2020
2020
2015
2020
2020
2020
2024
2024
2024
2024
Tabela 92 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira Mato
Grosso do Sul
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230/138 kV Campo Grande 2
2015
2016
SE 230/138 kV Paraso 2
2016
SE 230/138 kV Ivinhema 2
2016
SE 230/138 kV Corumb
2020
SE 230/138 kV Dourados
2020
SE 230/138 kV Dourados 2
2020
2020
SE 230/138 kV Imbirussu
2022
218
2022
SE 230/138 kV Dourados 2
2024
SE 230/138 kV Imbirussu
2024
SE 230/138 kV Maracaj 2
2024
Estado de Gois:
Verificar o atendimento ao critrio n-1 nas SEs de fronteira: 230/138 kV Rio Verde, 230/138
kV Serra da mesa, 230/69 kV guas Lindas, 230/138 kV Carajs, 230/69 kV Itapaci, 230/69
kV Palmeiras, 230/138 kV Pirineus e 230/138 kV Xavantes.
Verificar sobrecargas nas LTs 230 kV Braslia Sul-guas Lindas, Braslia Sul-Pirineus e PirineusXavantes e na transformao 345/230 kV Brasla Sul, quando de contingncias no sistema de
500 kV local.
Conforme a Portaria MME 276/2013, dever ser verificado o desempenho para a Cidade de
Braslia com critrio diferenciado (n-2) no longo prazo.
Analisar o escoamento de gerao de PCHs e biomassa para a regio de Iaciara, uma vez que
o sistema de distribuio no comporta a gerao prevista.
Analisar o desempenho do tronco de 230 kV existente entre Coxip e Rio Verde, em Gois.
219
subestaes de 525/230 kV, a partir das quais se desenvolve a malha em 230 kV. Alm do
atendimento ao mercado regional, esse sistema participa da otimizao energtica entre as regies
Sul e Sudeste atravs de conexes do estado do Paran com os estados de So Paulo e Mato Grosso
do Sul. As interligaes internacionais tambm constituem caracterstica marcante da Regio Sul,
destacando-se as interligaes com a Argentina atravs da Conversora de Garabi (2.100 MW) e da
Conversora de Uruguaiana (50 MW), a interligao com o Uruguai atravs da Conversora de Rivera
(70 MW), e a interligao com o Paraguai atravs de um conversor de 55 MW. As empresas CEEE-GT,
ELETROSUL e COPEL-GT so as principais responsveis pela Rede Bsica, e as empresas CEEE-D,
AES-Sul, RGE, CELESC e COPEL-D so as principais concessionrias de distribuio que atendem
Regio Sul.
Gerao regional
O sistema da regio Sul conta com uma capacidade instalada da ordem de 22.000 MW, com 76% de
participao de usinas hidreltricas e 24% de trmicas. A maior parte dos aproveitamentos hidrulicos
est localizada nas bacias dos rios Iguau, Uruguai e Paran.
Carga regional
O Grfico 74 mostra evoluo dos patamares de carga pesada, mdia e leve utilizadas neste ciclo de
planejamento para a Regio Sul. Verifica-se, para o patamar de carga pesada, um crescimento mdio
anual de 3,8% no perodo 2015-2024.
Grfico 74 Evoluo da carga na Regio Sul
30.000
25.000
MW
20.000
15.000
10.000
5.000
0
Leve
Mdia
Pesada
2015
9.972
18.720
17.061
2016
10.253
19.430
17.741
2017
10.665
20.267
18.526
2018
11.024
21.047
19.198
2019
11.455
21.925
20.026
2020
11.867
22.870
20.807
2021
12.284
23.767
21.637
2022
12.734
24.690
22.507
2023
13.160
25.630
23.353
2024
13.466
26.293
23.949
Sistema eltrico
O atendimento eltrico ao estado do Rio Grande do Sul feito por instalaes da Rede Bsica nas
tenses de 525 kV e 230 kV. O estado conta com quatro subestaes 525/230 kV: a SE 525/230 kV
Caxias (3x672 MVA), atendida por linhas oriundas de It (Santa Catarina), Campos Novos (Santa
Catarina) e Gravata; a SE 525/230 kV Gravata (3x672 MVA), onde chegam linhas provenientes de
Nova Santa Rita e Caxias; a SE 525/230 kV Nova Santa Rita (3x672 MVA), suprida por linhas
conectadas a It, Gravata e Campos Novos; e a SE 525/230 kV Santo ngelo (2x672 MVA), atendida
220
pelo seccionamento da linha de 525 kV que serve conexo do primeiro mdulo da Conversora de
Garabi com It.
Para os prximos anos, est prevista a expanso do sistema do estado tanto no nvel de tenso de
525 kV quanto de 230 kV.
No caso especfico da malha de 525 kV, os segundos circuitos das LTs 525 kV Nova Santa Rita Povo
Novo Marmeleiro Santa Vitria do Palmar sero fundamentais para viabilizar o aproveitamento do
potencial elico do sul do estado e propiciar um aumento na confiabilidade do atendimento ao
mercado dessa regio.
Tambm esto previstas duas novas subestaes 525/230kV, denominadas Guaba 3 (2x672MVA) e
Capivari do Sul (2x672MVA), interligadas s subestaes Gravata 2 e Nova Santa Rita, formando um
sistema em anel em torno da regio metropolitana de Porto Alegre, aumentando a confiabilidade no
atendimento capital do estado e agregando capacidade de transmisso malha de 525kV. Essas
subestaes serviro ainda como pontos de conexo para a integrao do potencial elico local.
Adicionalmente, a implantao da linha de transmisso em 525kV, circuito duplo, entre as
subestaes Guaba 3 e Candiota 2 tambm contribuir para permitir o aumento na capacidade de
transmisso da regio sul do estado. Esses reforos sistmicos possuem grande importncia para
viabilizar o aproveitamento do potencial elico e trmico do estado.
Carga local
A carga do estado do Rio Grande do Sul prevista para o perodo 2015-2024 apresenta um crescimento
mdio de cerca de 3,7% ao ano, para o patamar de carga pesada. O Grfico 75 sumariza a evoluo
para os trs patamares de carga.
Grfico 75 Evoluo da carga do Estado do Rio Grande do Sul
10.000,0
9.000,0
8.000,0
7.000,0
MW
6.000,0
5.000,0
4.000,0
3.000,0
2.000,0
1.000,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
3.540,9
6.701,4
6.074,9
2016
3.614,3
6.953,1
6.334,1
2017
3.745,2
7.205,8
6.564,3
2018
3.861,7
7.449,9
6.786,1
2019
3.994,2
7.714,4
7.027,5
2020
4.119,5
8.001,0
7.255,9
2021
4.261,6
8.297,9
7.526,4
2022
4.419,2
8.617,7
7.817,0
2023
4.572,9
8.938,0
8.109,0
2024
4.731,8
9.269,7
8.410,5
Programa de obras
As principais obras de atendimento ao estado do Rio Grande do Sul previstas nos estudos so
apresentadas nas tabelas a seguir.
Tabela 93 Programa de obras - Linhas de Transmisso Rede Bsica - Rio Grande do Sul
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
LT 230 kV Porto Alegre 9 - Nova Santa
Rita, C1
2015
221
2015
2015
2015
2015
2015
2015
2015
2015
2016
2016
2016
SECC LT 230 kV
Nova Santa Rita - Itaba, C1, na SE
Candelria 2
2016
2016
2017
2017
2017
2017
2017
2018
2017
2018
2018
2018
2018
2018
222
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
223
2021
2021
2021
Tabela 94 Programa de obras - Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira - Rio
Grande do Sul
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230/23 kV Scharlau
2015
SE 525 kV Marmeleiro 2
2015
2015
2015
SE 230/69 kV Viamo 3
2015
SE 230/69 kV Restinga
2015
SE 230/69 kV So Borja 2
2015
SE 230/69 kV Guarita
2015
2015
2015
SE 230/23 kV Canoas 1
2016
2016
SE 230/69 kV Lajeado 3
2016
2016
SE 230/69 kV Uruguaiana 5
2016
SE 230/69 kV So Borja 2
2016
2016
2016
SE 230/138/69 kV Quinta
2016
SE 230/138/69 kV Quinta
2016
SE 230/138 kV Pelotas 3
2016
SE 230/69 kV Candelria 2
2016
2016
SE 230/69 kV Alegrete 2
2016
2016
2017
SE 230/69 kV Torres 2
2017
2017
224
2017
2017
SE 230/138 kV Cachoeirinha
2018
2018
1 e 2 Reator de Barra 525 kV, (6+1R) x 33,3 Mvar 1
SE 230 kV Livramento 3
2018
SE 525/230 kV Candiota 2
2018
SE 230/69 kV Viamo 3
2018
SE 230/69 kV Guaba 2
2018
2018
SE 525/230 kV Gravata
2018
2019
SE 230/69 kV Tapera 2
2019
SE 525 kV Marmeleiro 2
2021
SE 230 kV Livramento 3
2021
2021
2021
Sistema eltrico
O atendimento eltrico ao estado de Santa Catarina feito por instalaes da Rede Bsica nas
tenses de 525 kV e 230 kV, e por Demais Instalaes de Transmisso na tenso de 138 kV. O estado
conta com trs subestaes 525/230 kV: a SE 525/230 kV Biguau (2 x 672 MVA), atendida por linhas
advindas de Blumenau e Campos Novos; a SE 525/230 kV Blumenau (3 x 672 MVA), atendida por
linhas provenientes de Campos Novos, Curitiba (Paran) e Biguau; e a SE 525/230 kV Campos Novos
(3 x 672 MVA), conectada a linhas provindas de Machadinho, Blumenau, Biguau, Areia (Paran),
Caxias (Rio Grande do Sul) e Nova Santa Rita (Rio Grande do Sul). Para os prximos anos, est
prevista a expanso do sistema do estado tanto no nvel de tenso de 525 kV quanto de 230 kV.
No caso da malha de 525 kV, a LT 525 kV Curitiba Leste Blumenau agregar qualidade e
confiabilidade no atendimento regio do Vale do Itaja. Por sua vez, a SE 525/230 kV Abdon Batista,
que seccionar a LT 525 kV Campos Novos Biguau, ser importante para a integrao das UHEs
Garibaldi, So Roque e Pai Quer, alm de representar um novo ponto para o atendimento rede de
230 kV.
Tambm est prevista a implantao da SE 525/230 kV Siderpolis 2, que ser suprida por linhas de
525 kV provenientes de Abdon Batista e Biguau. Essa nova subestao ter grande importncia para
a rede de transmisso da regio sul do pas, eliminando a sua dependncia em relao operao da
UTE Jorge Lacerda. H ainda a previso de uma nova subestao 525/230 kV em Joinville, que ser
fundamental para o atendimento local.
No caso especfico da malha de 230 kV que atende capital Florianpolis, h a indicao da expanso
da nica subestao existente SE 230/138 kV Desterro e a implantao de um novo ponto de
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Transmisso de energia eltrica
225
suprimento 230/138 kV em Ratones, sendo este alimentado por uma linha de transmisso em 230 kV
(dois circuitos simples) a partir da SE 525/230 kV Biguau.
Carga local
A carga do estado de Santa Catarina, a qual representa cerca de 26% do total da regio, apresenta
um crescimento anual mdio de 4,7% no perodo decenal para o patamar de carga pesada. O Grfico
76 resume os valores previstos para os trs patamares de carga.
Grfico 76 Evoluo da carga do Estado de Santa Catarina
8.000,0
7.000,0
6.000,0
MW
5.000,0
4.000,0
3.000,0
2.000,0
1.000,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
2.262,9
4.602,1
4.065,2
2016
2.333,1
4.773,0
4.225,1
2017
2.465,0
5.061,9
4.508,9
2018
2.565,4
5.304,2
4.693,7
2019
2.715,8
5.610,4
4.998,1
2020
2.841,3
5.898,2
5.242,6
2021
2.977,4
6.203,9
5.537,6
2022
3.115,2
6.512,4
5.818,1
2023
3.260,1
6.838,7
6.114,9
2024
3.260,8
6.839,6
6.115,6
Programa de obras
As principais obras de atendimento ao estado de Santa Catarina so apresentadas nas tabelas a
seguir.
Tabela 95 Programa de obras - Linhas de Transmisso Rede Bsica - Santa Catarina
Data
Prevista
Descrio da Obra
SECC LT 525 kV Campos Novos Biguau, C1, na SE Abdon Batista
SECC LT 230 kV Blumenau Palhoa, C1, na SE Gaspar 2
LT 230 kV Foz do Chapec Pinhalzinho, C1
LT 525 kV Curitiba Leste Blumenau, C1
2015
2016
2016
2018
2018
2018
2018
2018
2018
2018
226
Data
Prevista
Descrio da Obra
LT 230 kV Foz do Chapec Pinhalzinho, C2
2018
2020
2020
2020
2020
2021
2021
Tabela 96 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira Santa
Catarina
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230/138 kV Foz do Chapec
2015
2015
2016
2016
SE 230/69 kV Forquilhinha
2016
SE 230/138 kV Canoinhas
2016
SE 230/138 kV Biguau
2016
2016
SE 230/138 kV Videira
2016
SE 230/138 kV Pinhalzinho
2016
SE 525/230/138 kV Blumenau
2018
SE 525/230/138 kV Biguau
2018
SE 525/230 kV Siderpolis 2
2018
2018
SE 230/138 kV Canoinhas
2018
SE 230/138 kV Pinhalzinho
2018
SE 230/138 kV Desterro
2020
SE 230/138 kV Ratones
SE 525/230/138 kV Biguau
SE 525/230 kV Siderpolis 2
2020
2021
2021
2021
2021
SE 525/230 kV Joinville 2
2021
227
2022
SE 230/138 kV Palhoa
2022
SE 230/138 kV Itaja
2023
Sistema eltrico
O atendimento eltrico ao estado do Paran feito por instalaes da Rede Bsica nas tenses de
525 kV e 230 kV. O estado conta com cinco subestaes 525/230 kV: a SE 525/230 kV Areia
(1 x 672 MVA), conectada a linhas advindas de Segredo, Bateias, Curitiba, Ivaipor e Campos Novos
(Santa Catarina); a SE 525/230 kV Bateias (3 x 600 MVA), suprida por linhas de Areia, Ibina (So
Paulo) e Curitiba; a SE 525/230 kV Cascavel Oeste (2 x 600 MVA), atendida por linhas de Foz do
Iguau, Salto Caxias e Ivaipor; SE 525/230 kV Curitiba (3 x 672 MVA), atendida por linhas de Areia,
Bateias e Blumenau (Santa Catarina); e a SE 525/230 kV Londrina (3 x 672 MVA), suprida por linhas
provenientes de Assis (So Paulo) e Ivaipor.
Para os prximos anos, est prevista a expanso do sistema do estado tanto no nvel de tenso de
525 kV quanto de 230 kV.
No caso especfico da malha de 525 kV, a LT 500 kV Itatiba Bateias viabilizar o aumento da
capacidade de intercmbio entre as regies sul e sudeste/centro-oeste e, juntamente com a
SE 525/230 kV Curitiba Leste e a LT 525 kV Bateias Curitiba Leste Blumenau, tambm agregar
qualidade e confiabilidade no atendimento regio de Curitiba.
Tambm est prevista a implantao da SE 525/230 kV Sarandi, que ser suprida por linhas de
525 kV provenientes de Londrina e que dividir o abastecimento das regies norte e noroeste do
estado com a atual SE 525/230 kV Londrina, garantindo um aumento de confiabilidade no
atendimento a essa regio.
Carga local
A carga do estado do Paran, que corresponde a 39% do total da regio, apresenta um crescimento
anual mdio de 3,5% no perodo decenal para o patamar de carga pesada. A previso para os trs
patamares de carga pode ser vista no Grfico 77.
Grfico 77 Evoluo da carga do Estado do Paran
12.000,0
10.000,0
MW
8.000,0
6.000,0
4.000,0
2.000,0
0,0
Leve
Mdia
Pesada
2015
4.167,8
7.416,3
6.920,6
2016
4.305,3
7.703,5
7.182,2
2017
4.454,7
7.999,3
7.453,0
2018
4.596,5
8.292,9
7.717,9
2019
4.744,5
8.600,6
8.000,4
2020
4.906,2
8.971,3
8.309,0
2021
5.045,5
9.264,8
8.573,3
2022
5.199,4
9.560,2
8.872,0
2023
5.327,3
9.853,4
9.128,8
2024
5.472,9
10.183,9
9.423,4
228
Programa de obras
As principais obras de atendimento ao estado do Paran previstas nos estudos so apresentadas nas
tabelas a seguir.
DESCRIO DA OBRA
SECC LT 230 kV Salto Grande Assis, C1, na SE Andir Leste
SECC LT 230 kV Pilarzinho Ccpr, C1, na SE Curitiba Norte
LT 230 kV Curitiba Norte Bateias, C1
Circuito Simples 230 kV, 2 x 477.0 MCM (Hawk), 20 km (Base 636 MCM)
Circuito Simples 230 kV, 2 x 477.0 MCM (Hawk), 20 km (Base 636 MCM)
2015
2016
2016
2017
2017
2017
2018
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2017
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2020
2021
229
2023
2023
Tabela 98 Programa de obras Subestaes Rede Bsica e Rede Bsica de Fronteira Paran
DATA
PREVISTA
DESCRIO DA OBRA
SE 230/138 kV Guara
2016
SE 230/138 kV Foz do
Iguau Norte
2016
2016
SE 230/138 kV Realeza
2017
SE 750/500 kV Foz do
Iguau
2019
2020
2020
2020
SE 230/138 kV Paranava
Norte
SE 230/138 kV Paranava
Norte
SE 230/138 kV Umuarama
Sul
SE 230/138 kV Sarandi
2020
SE 525/230/138 kV Sarandi
2020
SE 230/138 kV Apucarana
2020
2020
2020
2020
2020
SE 525/230/138 kV Sarandi
2020
2020
SE 230/138 kV Guara
2020
SE 230/138 kV Medianeira
2020
SE 230/138 kV Realeza
2020
2020
2020
2020
SE 230/138 kV Capanema
SE 230/138 kV Curitiba Sul
SE 525/230/138 kV Sarandi
SE 525/230/138 kV Bateias
SE 525/230/138 kV Curitiba
Leste
SE 230/138 kV Campo
Mouro
2022
2023
2023
2023
230
Atendimento ao Estado do Rio Grande do Sul com Critrio Diferenciado de Confiabilidade (em
curso: objetiva viabilizar o suprimento eltrico do estado mesmo em condies crticas de
gerao local, com hidraulicidade baixa e as usinas trmicas fora de operao).
Estado do Paran
231
440 kV
345 kV
230 kV
TOTAL
40.656
6.728
10.303
52.647
125.833
20.110
42.783
353
1.666
20.870
85.782
Evoluo 2015-2019
4.280
25.755
196
885
9.352
40.468
Evoluo 2020-2024
15.830
17.028
157
781
11.518
45.315
83.439
7.081
11.969
7.3517
211.615
Tenso
Evoluo 2015-2024
Estimativa 2024
Fonte:
600 kV
500 kV
km
Existente em 2014
Notas:
750 kV
2.683
20.110
2.683
12816
12.816
(1) Nos casos de linhas de transmisso em circuito duplo ou biplos de corrente contnua, as extenses foram computadas por circuito
e por polo.
(2) Dados de 2014 do DMSE/MME
EPE
500kV
440kV
Existente em 2014**
23.247
129.095
23.916
Evoluo 2015-2024
3.650
105.425
3.650
58.339
47.086
5.950
6.400
21.973
81.409
26.897
234.520
34.947
70.942
126.471
493.776
Tenso
Evoluo 2020-2024
Estimativa 2024
Fonte:
230kV
TOTAL
49.795
79.565
305.618
11.031
21.147
46.906
188.158
5.081
14.747
24.933
106.750
MVA
Evoluo 2015-2019
Notas:
345kV
Investimentos
Nos grficos a seguir, so mostrados os investimentos totais de forma desagregada por nvel de
tenso, considerando o valor acumulado no perodo 2015-2024, computando-se nesse total as
instalaes j licitadas que entram em operao no perodo decenal. O valor total atinge a cerca de
R$ 107,8 bilhes, sendo R$ 78,3 bilhes em linhas de transmisso e R$ 29,5 bilhes em subestaes,
incluindo as instalaes de fronteira. Cabe destacar que o adicional de cerca de R$ 30 bilhes em
relao ao PDE anterior se deve principalmente pela alterao da base de referncia de preos,
passando a ser utilizado o banco de preos da ANEEL em substituio aos custos modulares
ELETROBRAS, referncia 2006. O impacto desta alterao se concentra na previso de investimentos
das linhas de transmisso.
Sem o cmputo das instalaes j licitadas, ou seja, considerando apenas as novas instalaes de
linhas de transmisso e subestaes previstas, o valor total resulta da ordem de R$ 69,4 bilhes,
sendo cerca de R$ 49,7 bilhes em linhas de transmisso e R$ 19,7 bilhes em subestaes, incluindo
as instalaes de fronteira.
232
Total=78,28bilhes
345kV
2%
800kV(CC)
15%
230kV
16%
440kV
1%
500kV
66%
Fonte:
EPE
Total=29,52bilhes
800kV(CC)
17%
750kV
1%
230kV
27%
345kV
5%
440kV
7%
Fonte:
500kV
44%
EPE
233
De forma geral, o clculo da TUST realizado a partir de simulao do Programa Nodal, que utiliza
como dados de entrada a configurao da rede, representada por suas linhas de transmisso,
subestaes, gerao e carga, e a RAP total a ser arrecadada no ciclo.
No PDE 2024, a estimativa da TUST foi efetuada considerando as seguintes premissas:
Foi utilizado o Programa Nodal, verso 5.0, que disponibilizado pela ANEEL e considera os
quatro submercados energticos: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
A configurao de rede adotada foi aquela constante nos casos de fluxos de potncia
analisados neste ciclo do PDE, considerando as informaes referentes evoluo das
configuraes de gerao e da rede eltrica associadas ao crescimento da demanda a ser
atendida.
A Receita Anual Permitida (RAP) contemplada no primeiro ano do PDE (ano 2015, que
corresponde ao ciclo tarifrio 2014-2015) foi de R$ 10,25 bilhes, conforme o disposto
Resoluo Homologatria n 1.758/2014
A evoluo da RAP no perodo decenal foi estimada a partir dos investimentos calculados para
as obras de transmisso cadastradas no Sistema de Gesto da Expanso da Transmisso
(SGET) da EPE. A respeito do total de investimentos obtido para o decnio, destaca-se um
adicional de cerca de R$ 30 bilhes em relao ao PDE anterior, o que decorre,
principalmente, das seguintes questes:
o
234
Quanto TUST de carga, em 2024, foi obtido o valor mdio geral de R$ 7,2/kW.ms, considerando
todas as regies. Individualmente, os resultados foram: Sul R$ 6,7/kW.ms, Nordeste
R$ 7,3/kW.ms, Norte R$ 8,3/kW.ms e Sudeste/Centro-Oeste R$ 6,5/kW.ms.
Na sequncia, esses resultados so apresentados com maior detalhe.
Fonte:
EPE
235
Fonte:
EPE
Fonte:
EPE
236
Fonte:
EPE
237
2018
2020
2022
2024
Submercado
Sul
Sudeste/Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Sul
Sudeste/Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Sul
Sudeste/Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Sul
Sudeste/Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Mxima
3,6
3,6
3,4
3,3
4,4
3,1
4,2
3,8
4,0
3,6
4,5
3,7
3,7
3,7
4,8
3,7
6,5
6,7
6,6
6,5
7,7
8,0
8,3
7,9
8,4
8,6
9,2
9,3
9,1
9,3
10,1
10,3
Mdia
5,0
4,9
4,9
5,4
5,8
5,8
6,1
6,7
6,2
6,1
6,7
7,6
6,7
6,5
7,3
8,3
O Grfico 85 mostra a estimativa da evoluo da tarifa mdia de carga dos submercados no perodo
2018-2024.
Grfico 85 TUST mdia de carga
238
1. Introduo
As previses de produo do PDE representam produes potenciais de petrleo e gs natural dentro
do territrio nacional. No caso do GN, o comportamento do mercado consumidor no considerado,
explicitamente, na previso, exceto em algumas situaes onde h confirmada destinao do gs para
regies especficas, ao longo perodo estudado. Portanto, de modo geral, principalmente no
mdio/longo prazo, a produo de GN apresentada potencial e poder superar a estimativa da
demanda efetiva, que reflete o comportamento vigente do mercado. Prev-se a produo potencial no
PDE considerando a realizao de todas as etapas tcnicas da cadeia produtiva do petrleo e do GN,
levando-se em conta estimativas de volumes mnimos econmicos e de prazos mdios previstos para
cada etapa.68 A produo potencial est condicionada hiptese plausvel de existncia de mercado
consumidor e/ou de infraestrutura. No caso do GN, tal hiptese relevante na elaborao do Plano
Decenal de Expanso da Malha de Transporte Dutovirio (PEMAT). As previses de produo tambm
consideram restries pelo lado da oferta de equipamentos, bem como a questo do cumprimento das
exigncias contratuais de Contedo Local.
As estimativas de produo de recursos convencionais de petrleo e gs natural baseiam-se em
Unidades Produtivas (UP), que correspondem s jazidas em produo, desenvolvimento ou avaliao,
no caso de recursos descobertos (RD). No caso dos recursos no descobertos (RND), as unidades
68
As principais etapas de atividades de E&P consideradas so: a) explorao at a realizao de descoberta de acumulao de
petrleo ou gs; b) avaliao de descoberta at a declarao de comercialidade; c) desenvolvimento at o incio da produo
de petrleo e/ou gs natural a ser disponibilizada para refinarias de petrleo e/ou unidades de processamento de gs natural;
d) produo durante a vida til do campo.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Produo de petrleo e gs natural
239
produtivas correspondem a prospectos ainda no perfurados por poos pioneiros. Consideram-se UP,
com RD ou RND, tanto nas reas contratadas (por concesso at a Rodada 12, cesso onerosa com a
Petrobras, ou por partilha de produo) quanto em parte das reas da Unio ainda no contratadas
com empresas de E&P.
Neste PDE, ratifica-se a possibilidade de a produo de gs natural ser ampliada pela contribuio dos
recursos no convencionais, nos ltimos anos do perodo. Embora sejam reconhecidas vrias fontes
de incertezas e riscos, incluindo embargos jurdicos, para explorao e produo de gs em
reservatrios de baixssima permeabilidade, dos tipos gs em formao fechada (tight gas) e gs de
folhelho (shale gas), as descobertas em avaliao exploratria na Bacia de So Francisco69 e
expectativas geolgicas nas Bacias do Parnaba e Recncavo sustentam a hiptese de aumento de
produo de GN no Brasil com recursos no convencionais.
Para organizao espacial das UP em reas contratadas, utilizaram-se dados georreferenciados de
campos e blocos exploratrios disponveis na pgina eletrnica do Banco de Dados de Explorao e
Produo (BDEP) da ANP (2014). Para as UP em reas da Unio, utilizaram-se mapas de bacias
efetivas do estudo Zoneamento Nacional dos Recursos de leo e Gs (EPE, 2012), combinados com
critrios exploratrios70.
Os volumes (produzveis) de petrleo e gs natural convencional, para efeito das previses de
produo, foram estimados com as seguintes bases, conforme a categoria de UP:
UP de recursos descobertos com comercialidade comprovada (RT): reservas totais (soma das
provadas, provveis e possveis) de cada campo de petrleo ou gs, conforme registros da
ANP referentes a 31 de dezembro de 2013;
69
Os plays exploratrios na Bacia do So Francisco so tratados neste PDE como exclusivos de recursos no convencionais.
Os principais critrios exploratrios utilizados para definio de uma unidade produtiva na rea da Unio (UPU) ainda no
contratada so: ambiente de E&P (se terra interior, terra costeira, margem costeira, gua rasa, gua profunda ou gua
ultraprofunda); mapas das reas das bacias efetivas (reas com interesse exploratrio, delimitadas pela ocorrncia de plays
efetivos) do estudo Zoneamento; e setores das bacias sedimentares brasileiras delineados pela ANP a partir da Quinta Rodada
de Licitaes, em 2003.
71
O recurso petrolfero do bloco de Libra, oferecido em outubro de 2013 na primeira licitao no regime de partilha no Brasil,
est considerado na categoria de recurso contingente em rea contratada.
72
No caso da Rodada 12, neste PDE, foram considerados todos os 75 blocos arrematados nas bacias do Recncavo, Alagoas e
Acre, mas no foram considerados como contratados os 16 blocos na Bacia do Paran e o bloco PN-T-597 na Bacia do
Parnaba.
70
240
Fonte:
EPE
73
O Captulo X trata dos aspectos socioambientais considerados no PDE. Especificamente, reas em Unidades de Conservao,
Terras Indgenas e Quilombolas foram desconsideradas para fins de previso de produo. Uma classificao completa das
reas de cada bacia sedimentar, quanto sensibilidade para atividades de explorao e produo de petrleo e gs natural,
dever resultar da aplicao da Portaria Interministerial N 198, de 05 de abril de 2012, que instituiu a Avaliao Ambiental de
rea Sedimentar - AAAS no processo de outorga de blocos exploratrios de petrleo e gs natural.
74
A Bacia do So Francisco, neste PDE, avaliada como exclusivamente de recursos no convencionais de gs natural.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Produo de petrleo e gs natural
241
2. Previses de produo
O modelo bsico utilizado para as previses de produo de cada UP, em rea j contratada, envolve
a caracterizao de trs fases: crescimento, produo estabilizada (patamar) e declnio. No caso dos
recursos descobertos na categoria de reservas, so considerados como balizadores, para os primeiros
anos deste PDE, os Planos Anuais de Produo (PAP) submetidos pelas empresas concessionrias
ANP, para o perodo 2014-2018. O modelo tambm envolve a previso do ano da descoberta e do
incio da produo, para as UP contratadas e ainda sem descobertas ou produo.
As previses de produo dos recursos contingentes, embora sejam de recursos descobertos,
envolvem incertezas adicionais com relao categoria das reservas atuais, quanto economicidade,
prazo para incio de produo, perfil de produo e volume total possvel de ser produzido. Nesse
contexto, aplica-se para a categoria de RC, o conceito da Probabilidade de Descoberta Comercial
(PDC), pelo qual se avalia o risco de uma acumulao contingente no ter sua comercialidade
declarada.
O modelo utilizado para as projees de produo de petrleo e gs natural em reas ainda no
contratadas, onde so definidas as Unidades Produtivas da Unio (UPU), quando comparado ao
modelo para as reas j contratadas, relativamente flexvel quanto ao incio das atividades de
explorao (e produo) de cada UPU e, por conseguinte, quanto produo agregada no tempo e
distribuda no espao das UPUs. Tal caracterstica permite projetar a produo agregada por meio de
um processo de otimizao, sujeito a restries e objetivos tanto em escala de UPU quanto de
agregado, envolvendo os seguintes componentes:
242
simulao de produo agregada de possveis novos campos, para cada UPU, baseada num
modelo de processo de descarga (Bettini e Silva, 2010); e,
75
243
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
Unio
0,009
0,026
0,045
0,069
0,084
0,150
RND-E
0,008
0,045
0,059
0,055
0,089
0,122
RC
0,004
0,014
0,053
0,133
0,294
0,546
0,832
1,053
RT
2,504
2,723
2,732
3,280
3,388
3,828
3,911
3,842
3,844
3,784
2,504
2,723
2,736
3,294
3,458
4,032
4,309
4,513
4,849
5,109
TOTAL
Nota:
Fonte:
Unio = recursos no descobertos em reas no contratadas; RND-E = recursos no descobertos em reas contratadas com
empresas; RC = recursos contingentes e RT = reservas totais.
EPE
Fonte:
EPE
78
Alm das incertezas tcnicas e econmicas que afetam as projees da contribuio dos recursos de petrleo e gs da Unio,
em reas a contratar, h ainda incertezas advindas dos resultados das avaliaes ambientais no contexto da Portaria
Interministerial N 198 (05 de abril de 2012).
79
A produo mdia diria de petrleo realizada em 2014 foi de 2,255 milhes de bpd, segundo dados disponibilizados pela
ANP.
80
Classificao do petrleo segundo portaria ANP n 9/2000, conforme o grau API: leve (oAPI 31), mediano (22 oAPI < 31)
e pesado (10 oAPI < 22).
244
2015 para 75% em 2024, e uma significativa queda de participao do petrleo pesado, de 44% em
2015 para 14% em 2024.
Tabela 103 Produo de petrleo nacional, a partir de recursos descobertos em reas contratadas,
classificada pela densidade (leve, mediano e pesado)
RECURSO:
PETRLEO
2015
2016
2017
2018
2019
LEVE
0,344
0,383
0,402
0,371
0,389
MEDIANO
1,047
1,239
1,341
2,008
2,210
2020
2021
2022
2023
2024
0,410
0,451
0,504
0,527
0,514
2,690
2,932
3,112
3,395
3,635
PESADO
1,113
1,101
0,993
0,915
0,842
0,861
0,822
0,772
0,754
0,688
TOTAL
2,504
2,723
2,736
3,293
3,441
3,961
4,205
4,388
4,676
4,837
Fonte:
EPE
A Tabela 104 e o Grfico 87 representam a previso de produo bruta potencial nacional diria de
gs natural convencional at 2024. Considerando-se que a maior proporo do gs a ser produzido no
decnio de gs associado, a tendncia de crescimento coerente com a descrita anteriormente para
a produo de petrleo.
Contando-se apenas com as reservas totais (RT) referidas a 31 de dezembro de 2013, prev-se uma
tendncia crescente significativa at 2021, quando se atingiria um pico de produo prximo de 115
milhes de metros cbicos dirios, seguido de um declnio suave compensado pela contribuio dos
RC, dos RND-E e, mais ao final do perodo, pelos recursos na rea da Unio. Em relao ao total,
estima-se que a produo bruta potencial, em 2024, poder ser 98% maior que a produo bruta
efetiva realizada em 201481. De modo anlogo ao petrleo, notria a dominncia da participao dos
recursos j descobertos (RT e RC) na produo de gs natural convencional ao longo de todo o
perodo deste PDE.
Tabela 104 Produo bruta potencial nacional de gs natural convencional por nvel de incerteza
dos recursos
RECURSO:
GS
2015
2016
2017
RND-E
RC
0,013
0,116
RT
84,875
89,523
91,021
84,875
89,536
91,137
Nota:
Fonte:
81
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2,093
3,408
6,793
Unio
TOTAL
2018
0,072
0,416
0,827
0,009
0,182
2,427
3,149
3,539
15,820
21,348
0,420
3,025
7,327
12,767
21,152
30,376
37,575
102,178
104,033
113,936
115,045
111,793
110,310
105,950
102,607
107,313
124,106
131,788
138,577
159,914
171,666
Unio = recursos no descobertos em reas no contratadas; RND-E = recursos no descobertos em reas contratadas com
empresas; RC = recursos contingentes e RT = reservas totais.
EPE
A produo (bruta) mdia diria de gs natural realizada em 2014 foi de 86,87 milhes de m/d, segundo dados disponibilizados pela ANP.
245
Fonte:
EPE
Tabela 105 Produo bruta potencial nacional de gs natural convencional a partir de recursos
descobertos em reas contratadas (reservas e contingentes)
RECURSO:
GS
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
GA (RT + RC)
59,078
62,469
63,398
77,808
83,924
97,163
103,499
110,146
119,322
124,399
25,797
27,067
27,739
24,790
23,134
24,101
24,313
22,799
21,364
19,126
TOTAL
84,875
89,536
91,137
102,598
107,059
121,263
127,812
132,945
140,686
143,525
Nota:
Fonte:
Quando se comparam as previses de produo bruta de gs natural convencional deste PDE com as
do PDE 2023, alm do efeito decorrente da alterao da relao entre RC e RT considerada no caso
do petrleo, h significativa reduo de expectativas de produo ao longo de todo o perodo. Tal
reduo causada, principalmente, por revises de reservas de gs (associado e no associado; em
jazidas terrestres e no pr-sal) e por devoluo de vrios blocos exploratrios nas bacias de Campos e
Santos, da parte das empresas concessionrias. Alm disso, neste PDE, no h mais expectativa de
produo de gs convencional da Bacia do So Francisco. A previso de produo lquida potencial
nacional diria de gs natural convencional, representada na Tabela 106 e no Grfico 88, corresponde
246
aos volumes de gs natural potencialmente disponibilizveis para UPGNs, obtidos a partir da previso
de produo bruta (conforme a Tabela 104) e de estimativas de injeo nos reservatrios, perdas ou
queimas e consumo prprio (para E&P) de gs natural. Com relao ao PDE 2023, alm da reduo
observada acima para a produo bruta, confirmam-se nveis superiores de injeo de gs natural em
jazidas do Pr-Sal Geolgico, o que reduz ainda mais a previso de produo lquida de gs neste
PDE.82
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
Unio
0,028
0,228
0,472
1,334
2,404
5,027
RND-E
0,005
0,095
1,664
2,116
2,527
13,783
18,523
RC
0,004
0,041
0,185
2,177
5,147
7,936
12,378
16,764
20,029
RT
53,327
59,038
58,328
61,202
57,675
65,984
65,835
63,464
60,489
55,575
53,327
59,042
58,369
61,392
59,975
73,023
76,359
79,703
93,440
99,153
TOTAL
Nota:
Fonte:
Unio = recursos no descobertos em reas no contratadas; RND-E = recursos no descobertos em reas contratadas com empresas;
RC = recursos contingentes e RT = reservas totais.
EPE
Fonte:
EPE
82
No caso do pr-sal geolgico da Bacia de Santos, a parcela anmala de CO2 (acima de 3%) no computada neste PDE para
efeito de projeo de produo (bruta ou lquida) de gs natural. Contudo, admite-se que seja injetada nas jazidas,
separadamente ou junto com o gs hidrocarboneto.
247
Legenda: TI = terra interior; TC = terra costeira; MC = mar costeiro; AR = gua rasa; AP = gua profunda; AUP = gua ultraprofunda
Fonte:
EPE
248
A Tabela 107 e o Grfico 89 apresentam a produo nacional de petrleo prevista para os RD, RND-E
e Unio, segmentada por ambiente de E&P83. Os ambientes de AP e AUP (principalmente) dominam
todo o perodo deste PDE, tanto no volume a ser produzido, 89% do total previsto, quanto no
crescimento da participao em nvel nacional, de 81% em 2014 a 90% em 2024.
Tabela 107 Produo de petrleo por ambiente de E&P
2015
2016
2017
2018
AUP
1,647
1,899
1,969
2,524
2,669
RECURSO:
PETRLEO
2020
2021
2022
2023
2024
3,196
3,449
3,651
3,992
4,199
AP
0,439
0,423
0,386
0,411
0,408
0,406
0,401
0,397
0,375
0,383
AR
0,213
0,199
0,184
0,169
0,179
0,175
0,170
0,162
0,181
0,204
MC
0,025
0,025
0,027
0,031
0,041
0,058
0,078
0,082
0,077
0,071
TC
0,150
0,153
0,150
0,141
0,144
0,174
0,185
0,191
0,190
0,190
TI
0,029
0,024
0,020
0,018
0,017
0,023
0,025
0,030
0,034
0,061
2,504
2,723
2,736
3,294
3,458
4,032
4,309
4,513
4,849
5,109
TOTAL
Nota:
Fonte:
2019
AUP = gua ultraprofunda; AP = gua profunda; AR = gua rasa; MC = mar costeiro; TC = terra costeira; TI = terra interior.
EPE
Nota:
Fonte:
AUP = gua ultraprofunda; AP = gua profunda; AR = gua rasa; MC = mar costeiro; TC = terra costeira; TI = terra interior.
EPE
83
Historicamente, o primeiro ambiente de E&P a sustentar a produo nacional de petrleo foi o de terra costeira (TC), principalmente na Bacia
do Recncavo, dos anos 1950 aos anos 1970. Nos anos 1980 e 1990, os ambientes de gua rasa (AR) e de gua profunda (AP), principalmente
na Bacia de Campos, passaram a contribuir significativamente com a produo nacional. No final do sculo XX, iniciado o papel preponderante
do ambiente de gua ultraprofunda (AUP), na Bacia de Campos (Roncador, Parque das Baleias e Parque das Conchas) e, mais recentemente, na
rea do Pr-Sal da Bacia de Santos.
249
Tabela 108 Produo bruta potencial nacional de gs natural por ambiente de E&P
RECURSO:
GS
2015
2016
2017
AUP
34,645
41,026
43,733
59,284
65,047
78,872
AP
16,564
15,731
15,660
14,097
14,382
14,632
Nota:
Fonte:
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
86,257
94,000
106,201
114,548
15,193
14,269
13,368
12,908
AR
8,458
8,002
7,125
6,219
6,882
6,522
6,237
5,959
6,885
7,256
MC
3,672
3,109
2,654
2,525
2,543
2,347
2,431
2,685
2,899
3,095
TC
4,235
3,777
3,162
2,748
2,562
3,394
3,667
4,069
8,180
9,133
TI
17,301
17,891
18,802
17,734
15,896
18,340
18,001
17,595
22,380
24,726
TOTAL
84,875
89,536
91,137
102,607
107,313
124,106
131,788
138,577
159,914
171,666
AUP = gua ultraprofunda; AP = gua profunda; AR = gua rasa; MC = mar costeiro; TC = terra costeira; TI = terra interior.
EPE
Grfico 90 Produo bruta potencial nacional de gs natural convencional por ambiente de E&P
Nota:
Fonte:
AUP = gua ultraprofunda; AP = gua profunda; AR = gua rasa; MC = mar costeiro; TC = terra costeira; TI = terra interior.
EPE
250
Fonte:
EPE
84
Do ponto de vista geolgico, o pr-sal brasileiro foi descoberto em 2005 pela operadora Petrobras no bloco BM-S-10, no
prospecto Parati. Contudo, tal descoberta no foi considerada comercial e o bloco foi devolvido para Unio em 2014.
85
O termo seo usado no PDE como correspondente aos termos horizonte e camada: horizonte, termo cronolgico,
tem sido aplicado pela ANP nos boletins de produo; o termo camada tem sido utilizado pela Petrobras nas divulgaes da
produo do Pr-Sal.
86
O Pr-Sal Geolgico (PSG), at o PDE 2020, era considerado como a seo geolgica definida somente por rochas
carbonticas depositadas nas fases sag basin e rifte das bacias de Santos e Campos, formadas antes dos depsitos evaporticos
(salinos) do Aptiano. A partir do PDE 2021, j com a nova Lei do Petrleo, o PSG passou a ser considerado como toda a seo
anterior ao sal, no restrita aos carbonatos (embora no PDE 2022 ainda haja meno de destaque a esse tipo de reservatrio).
Desse modo, o PSG envolve diversos tipos de reservatrios carbonticos (microbiais e coquinas) e siliciclsticos. Quanto aos
selantes das jazidas do PSG, h predomnio de espessos depsitos evaporticos (muralhas), principalmente na Bacia de
Santos; as acumulaes seladas por rochas evaporticas podem ser classificadas como do tipo subsal. Porm, h situaes onde
o sal j no est presente, nas ditas janelas de sal, ou de espessura pouco efetiva, devido evoluo geolgica das bacias,
especialmente no sentido onshore; nesse caso, as acumulaes no so do tipo subsal.
251
A previso de produo das UP dentro dos limites do PSL baseada numa concepo desagregada de
jazidas e prospectos pela qual cada bloco, em fase de explorao ou de produo, ou rea a ser
contratada com a Unio, pode conter uma ou duas unidades produtivas, dependendo da combinao
de recursos descobertos ou no descobertos no PSG e no POS.
A Tabela 109 destaca a contribuio prevista dos recursos do Pr-Sal Legal (PSL) e do Extra Pr-Sal
Legal (EPSL), nas reas contratadas, produo nacional de petrleo, no perodo 2015-2024,
classificados por nvel de incerteza; o Pr-Sal Geolgico (PSG) e o Ps-Sal (POS) esto includos no
Pr-Sal Legal87.
Tabela 109 Produo nacional de petrleo em reas contratadas, relativa rea do Pr-Sal
RECURSO:
PETRLEO
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
0,045
0,051
0,047
0,044
0,039
RND-E (EPSL)
RND-E (PSL)
0,008
0,008
0,008
0,045
0,083
RD (EPSL)
0,311
0,297
0,280
0,261
0,267
0,261
0,274
0,314
0,353
0,363
RD (PSL)
2,193
2,426
2,456
3,033
3,174
3,700
3,931
4,074
4,323
4,474
TOTAL
2,504
2,723
2,736
3,293
3,449
4,006
4,263
4,443
4,765
4,959
Nota:
Fonte:
EPSL = Extra Pr-Sal Legal; PSL = Pr-Sal Legal; RD = recursos descobertos (reservas + contingentes); RND-E = recursos no
descobertos em reas contratadas com empresas.
EPE
De modo anlogo ao petrleo, a Tabela 110 apresenta a previso de produo bruta potencial
nacional de gs natural convencional, classificada por nvel de incerteza, com a contribuio do PrSal Legal (POS + PSG) e do Extra Pr-Sal Legal nas reas contratadas.
Tabela 110 Produo bruta potencial nacional de gs natural em reas contratadas, relativa
rea do Pr-Sal
RECURSO:
GS
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
RND-E (EPSL)
0,009
0,182
2,427
2,799
3,188
13,903
17,620
RND-E (PSL)
0,351
0,351
1,917
3,728
RD (EPSL)
42,828
41,740
40,796
36,857
34,780
34,080
32,734
31,978
29,650
25,415
RD (PSL)
42,047
47,796
50,341
65,741
72,279
87,183
95,077
100,967
111,036
118,110
84,875
89,536
91,137
102,607
107,241
123,690
130,961
136,484
156,506
164,873
TOTAL
Nota:
Fonte:
EPSL = Extra Pr-Sal Legal; PSL = Pr-Sal Legal; RD = recursos descobertos (reservas + contingentes); RND-E = recursos no
descobertos em reas contratadas com empresas.
EPE
A Lei estabelece Pr-Sal Legal como o prisma que agrega tanto o Ps-Sal (POS) quanto o Pr-Sal
Geolgico (PSG). Contudo, a produo que efetivamente provm de jazidas pr-sal refere-se somente
ao PSG. Ao final de 2014 conforme divulgado pela ANP, a produo dos campos com reservatrios na
camada pr-sal foi cerca de 600 mil barris de petrleo por dia principalmente dos campos de Lula e
Sapinho, na Bacia de Santos, e da regio do Parque das Baleias, na Bacia de Campos. Neste PDE, as
87
Os recursos das reas objeto dos contratos de Cesso Onerosa encontram-se contabilizados no RD (PSL), exceto a rea de
Peroba, que foi devolvida Unio em 2014 e que, no PDE 2023, constava como recurso no descoberto.
252
previses de produo referidas ao PSG referem-se s jazidas cujo incio de produo ocorre a partir
de 2008, quando o campo de Jubarte, na Bacia de Campos, iniciou a produo do pr-sal brasileiro88.
A Tabela 111 e o Grfico 91 apresentam as previses de produo de petrleo no Pr-Sal Legal,
desagregada em POS e PSG, para reas contratadas. O Grfico 91 destaca ainda as previses no
incio e no fim do PDE, alm do total previsto a ser produzido no perodo.89 Estima-se que
praticamente toda a produo no PSL ser proveniente dos recursos descobertos, incluindo-se as
grandes descobertas de Libra e da Cesso Onerosa, especialmente o campo de Bzios. A produo do
POS, com tendncia declinante no perodo do PDE, domina at 2017 e depois passa a ser superada
pelo PSG.
2015
POS
1,494
1,543
1,506
1,450
1,344
PSG
0,699
0,883
0,950
1,582
1,829
2,193
2,426
2,456
3,033
3,174
TOTAL
Nota:
Fonte:
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
1,364
1,306
1,253
1,215
1,116
2,336
2,633
2,830
3,154
3,440
3,700
3,939
4,083
4,368
4,557
POS = Ps-Sal (camada depositada depois dos evaporitos na rea definida na Lei 12.351/2010); PSG = Pr-Sal Geolgico (camada
depositada antes dos evaporitos na rea definida na Lei 12.351/2010).
EPE
88
Os campos de Linguado, Trilha e Pampo, embora no PSG, no so do tipo subsal e nem de reservatrios microbiais. A
produo de tais campos, relativamente pequena, includa nos boletins de produo do horizonte Pr-sal da ANP,
entretanto, no fazem parte da camada Pr-sal referida pela Petrobras.
89
A produo de petrleo do PSG em 2014, de acordo com dados da ANP, foi em mdia 602 mil bpd.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Produo de petrleo e gs natural
253
Nota:
Fonte:
POS = Ps-Sal (camada depositada depois dos evaporitos na rea definida pela Lei 12.351/2010); PSG = Pr-Sal Geolgico (camada
depositada antes dos evaporitos na rea definida pela Lei 12.351/2010).
EPE
90
No caso do PSG da Bacia de Santos, no est includa a parcela de CO2 anmala (acima de 3%) nas projees de produo
de gs natural.
91
A produo (bruta) de gs natural do PSG em 2014, de acordo com dados da ANP, foi em mdia 20,875 MM m/d.
254
2015
2016
2017
POS
22,966
24,250
24,290
22,711
21,734
22,400
PSG
19,081
23,546
26,051
43,030
50,544
42,047
47,796
50,341
65,741
72,279
TOTAL
Nota:
Fonte:
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
22,322
20,869
19,774
17,950
64,783
73,106
80,448
93,179
103,888
87,183
95,428
101,317
112,953
121,838
POS = Ps-Sal (camada depositada depois dos evaporitos na rea definida na Lei 12.351/2010); PSG = Pr-Sal Geolgico (camada
depositada antes dos evaporitos na rea definida na Lei 12.351/2010).
EPE
Nota:
Fonte:
POS = Ps-Sal (camada depositada depois dos evaporitos na rea definida pela Lei 12.351/2010; PSG = Pr-Sal Geolgico (camada
depositada antes dos evaporitos na rea definida pela Lei 12.351/2010).
EPE
As previses apresentadas neste PDE relativas ao pr-sal incorporam atrasos para o incio das
operaes de plataformas de produo (especialmente FPSOs) sinalizados durante a elaborao deste
plano, devido crise nas empreiteiras envolvidas na Operao Lava Jato. Contudo, ainda que novos
atrasos ocorram, e venham a ser incorporados em novo ciclo do PDE, a expectativa de que a
produo do PSG supere 3 milhes bpd at 2024, com o esforo da Petrobras na superao de
desafios e das vrias outras empresas, nacionais e internacionais, do segmento de E&P, que possuem
interesses econmicos e estratgicos no pr-sal brasileiro.
255
Fonte:
92
EPE
A produo brasileira de leo no convencional da Petrobras no est includa nas tabelas e grficos deste PDE.
256
Contudo, vivel a expectativa de que ao final do prazo deste PDE a produo de gs natural
brasileira possa ser acrescida pela contribuio do gs no convencional, principalmente o gs em
formao fechada (tight gas) e o gs de folhelho (shale gas) nas Bacias de So Francisco, Parnaba e
Recncavo.93 A projeo de produo de gs natural no convencional tem incio previsto para 2022,
atingindo valor significativo de cerca de 16 MM m/d em 2024. A Tabela 113 e o Grfico 93
apresentam a projeo de produo nacional de gs natural agregando produo bruta
convencional a possvel contribuio do gs no convencional. 94
Com relao ao PDE 2023, registra-se uma postergao95 da expectativa de incio da produo do gs
no convencional no Brasil, de 2020 para 2022, e uma reduo do volume de produo previsto.
Tabela 113 Produo bruta potencial nacional de gs natural convencional e no convencional
2015
2016
2017
Gs RNC
2,767
8,803
15,954
Gs RCC
84,875
89,536
91,137
102,607
107,313
124,106
131,788
138,577
159,914
171,666
84,875
89,536
91,137
102,607
107,313
124,106
131,788
141,344
168,716
187,620
RECURSO:
GS
TOTAL
Nota:
Fonte:
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
Nota:
Fonte:
93
Neste PDE, inclui-se a possibilidade de produo, na Bacia do Parnaba, da rea do bloco PN-T-597 arrematado na R12,
embora no tenha sido contratado at a referncia de 30 de junho de 2014; considera-se tambm a possibilidade de produo
de gs no convencional nas reas dos blocos da R12 na Bacia do Recncavo.
94
Neste PDE, considerando-se a grande incerteza ainda existente sobre a produo de gs no convencional no Brasil, no
foram realizadas estimativas anlogas s feitas para o gs convencional, quanto queima, consumo de E&P e injeo. Desse
modo, a projeo de produo de gs no convencional no est qualificada em bruta e lquida, contudo inclui o sentido do
conceito potencial utilizado para o gs convencional.
95
A previso dos primeiros anos de produo dos recursos no convencionais de gs natural do PDE 2024 est fortemente
associada s descobertas da Bacia de So Francisco, sob avaliao nos blocos SF-T-132 e SF-T-133 e para as quais se
estimaram curvas de produo com base em informaes declaradas nos Planos de Avaliao de Descoberta que no haviam
sido incorporadas para o PDE 2023.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Produo de petrleo e gs natural
257
para o longo prazo, realizao da produo com base apenas na reserva provada.
96
Considera-se projeo de produo de longo prazo aquela com horizonte maior que 5 anos. Os Planos Anuais de Produo
(PAP) submetidos pelas empresas ANP tm o perodo de 5 anos, envolvendo o curto e mdio prazo.
97
A disperso envolvendo curvas de produo em PDE foi primeiramente representada para o caso de recursos no
descobertos em reas (blocos exploratrios) contratadas no PDE 2007-2016.
98
O conceito da disperso das projees de produo no possui a propriedade de unicidade nas definies de curvas inferior e
superior. Portanto, outras definies so passveis de serem adotadas, principalmente para aperfeioar a combinao de
incertezas em diferentes categorias de recursos e prazos (curto/mdio e longo).
99
15% o valor da variao admitida nos contratos da ANP com empresas concessionrias, para mais ou para menos, entre a
previso do PAP e a realizao da produo em um campo. Para estimar o efeito cumulativo no conjunto (portflio) dos
campos, aplica-se o Teorema Central do Limite. No PDE 2023 era assumida incerteza, no caso dos campos, somente depois do
ltimo ano do PAP submetido ANP.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Produo de petrleo e gs natural
258
Desse modo, a curva inferior e a curva superior expressam, respectivamente, hipteses do que pode
ser esperado como valor baixo e valor alto da realizao da curva de produo.
A Tabela 114 e o Grfico 94 apresentam as trs curvas (inferior, referncia e superior) para o caso do
petrleo. Conforme visto em item anterior, a produo de recursos no convencionais de petrleo no
projetada no horizonte deste PDE.
2015
2016
2017
2018
Superior
2,583
2,817
2,838
3,474
3,691
Referncia
2,504
2,723
2,736
3,294
3,458
Inferior
2,425
2,629
2,637
3,147
3,305
PETRLEO
Fonte:
2019
2020
2021
2022
2023
2024
4,213
4,630
5,000
5,559
5,910
4,032
4,309
4,513
4,849
5,109
3,267
3,217
3,156
3,224
3,217
EPE
Fonte:
EPE
A Tabela 115 e o Grfico 95 apresentam as trs curvas (inferior, referncia e superior) para o caso da
produo bruta de gs natural. Conforme visto em item anterior, considera-se a possvel contribuio
de recursos no convencionais de gs natural.
259
RECURSO:
GS
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
88,3
93,2
95,0
113,4
130,1
178,4
226,5
289,5
384,0
447,3
84,9
89,5
91,1
102,6
107,3
124,1
131,8
141,3
168,7
187,6
81,4
85,8
87,4
97,7
97,2
101,3
100,1
99,0
108,5
109,2
Nota:
Fonte:
Nota:
Fonte:
100
Para todas as unidades produtivas foram consideradas estimativas atemporais de volumes. Entretanto, para elaborao das
projees de produo, considerou-se o horizonte do ano 2050. Por esta razo, por coerncia, os volumes recuperveis
expressos neste PDE correspondem s projees de produes acumuladas at 2050, conforme o PNE 2050.
260
Referncia
Superior
470
milhes de barris
3.702
9.464
RND
5.245
18.329
31.269
RD
24.116
44.607
47.129
29.831
66.638
87.862
RECURSO:
PETRLEO
RNC
(1)
TOTAL
Notas:
Fonte:
(1) Produo projetada para depois do horizonte do PDE 2024, de acordo com o PNE 2050.
(2) RNC: recursos no convencionais; RND = recursos no descobertos em reas contratadas e no contratadas (Unio);
RD = recursos descobertos (reservas + contingentes).
EPE
Inferior
Referncia
Superior
RNC
89
1.329
4.427
RND
547
1.482
2.732
809
1.310
1.482
1.445
4.121
8.641
RD
TOTAL
Nota:
Fonte:
RNC: recursos no convencionais; RND = recursos no descobertos em reas contratadas e no contratadas (Unio); RD = recursos
descobertos (reservas + contingentes).
EPE
A curva inferior da projeo aqui apresentada, especialmente nos primeiros anos do plano, em parte
incorpora possveis redues de produo no sinalizadas durante a elaborao deste PDE, devido aos
desdobramentos da conjuntura crtica na indstria brasileira de fornecedores de equipamentos e das
restries de investimentos no setor de E&P, no mundo e no Brasil, em particular da Petrobras.
O modelo de evoluo de reservas aplicado neste PDE pressupe o estabelecimento de metas e restries compatveis com
nveis histricos da razo R/P e da relao entre reservas totais e provadas do agregado Brasil.
261
agregado Brasil, nos ltimos 20 anos. O resultado da aplicao de tal modelo, no caso do petrleo,
apresentado na Tabela 118 e no Grfico 96. O aumento da reserva provada nacional de petrleo ao
longo de praticamente todo o perodo deste PDE, com relevantes incrementos previstos para 2015 e
entre 2018 e 2020, est associado a recentes declaraes de comercialidade de campos com
reservatrios no pr-sal, bem como aos volumes das descobertas em reas sob Cesso Onerosa.
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
Reserva Provada
(bilhes de barris)
20,91
25,49
27,01
32,52
34,14
39,81
42,54
41,41
42,75
41,32
23
26
27
27
27
27
27
25
24
22
R/P (anos)
Fonte:
EPE
Fonte:
262
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
Reserva Provada
(bilhes de m3)
605
844
988
1.112
1.163
1.345
1.429
1.502
1.734
1.861
20
26
30
30
30
30
30
30
30
30
R/P (anos)
Fonte:
EPE
Fonte:
263
Fonte:
A R/P prevista para os prximos anos, no horizonte deste PDE, dever atingir nveis relativamente
altos, para petrleo (entre 22 e 25 anos) e gs (entre 20 e 28 anos), tanto em comparaes
internacionais quanto em comparao com o histrico nacional. De fato, de acordo com a BP (2014),
a R/P para petrleo em 2013 era 14 anos na sia-Pacfico, 12 anos nos Estados Unidos, 24 anos na
Europa-Eursia e 41 anos na frica; a R/P para gs natural era 31 anos na sia-Pacfico e 14 anos nos
Estados Unidos. Com base em informaes pblicas da ANP, em 31/12/2014 a R/P para petrleo no
Brasil era 20 anos e, para gs natural, 15 anos.
Como referncia de valores, conforme o Plano de Negcios 2015-2019 (verso 29 de junho de 2015), a Petrobras previa
investir US$ 104 bilhes em E&P no Brasil at 2019, aproximadamente US$ 21 bilhes por ano, em mdia; esses valores
correspondem a 67% do previsto no Plano de Negcios 2014-2018.
103
Considerando-se que a produo prevista para o perodo deste PDE depende mais dos recursos descobertos, portanto mais
dos investimentos no segmento do desenvolvimento e produo, possveis redues de investimentos na explorao de
petrleo e gs trariam maiores consequncias na produo da Petrobras depois do horizonte 2024.
264
Tabela 120 - Comparao entre a previso de produo e a demanda estimada de petrleo no Brasil
RECURSO:
PETRLEO
2015
2016
2017
2018
Produo Potencial
2,504
2,723
2,736
3,294
3,458
Demanda Estimada
2,343
2,380
2,420
2,475
Excedente
0,161
0,342
0,316
0,818
Fonte:
2019
2020
2021
2022
2023
2024
4,032
4,309
4,513
4,849
5,109
2,531
2,597
2,675
2,760
2,857
2,956
0,928
1,435
1,634
1,752
1,992
2,153
EPE
104
A demanda considerada para o propsito de avaliar excedentes de produo corresponde a uma estimativa do volume de
petrleo que seria necessrio para atender demanda nacional de derivados, caso fosse possvel produzir todo esse volume de
derivados no pas. Como a capacidade nacional de refino menor do que a necessria, o volume excedente efetivo (produo
de petrleo menos a carga das refinarias) dever ser maior que o apresentado neste item do PDE.
265
Fonte:
EPE
105
Alm de FPSO, demandas especficas para outros tipos de Unidades Estacionrias de Produo (UEP) no foram estimadas
neste PDE.
106
No foram consideradas as FPSOs destinadas a testes de longa durao (TLD) devido ao seu carter transitrio de curto
prazo, com relao vida til dos campos.
266
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
FPSO com CL
% CL mdio
50
30
51
30
64
57
53
64
45
65
FPSO sem CL
Acumulado
10
13
21
29
41
45
47
51
FPSOs
Nota:
Fonte:
107
Para o perodo 2015-2024, prev-se a necessidade de 51 novas FPSOs, com um pico de demanda em
2021, quando se faz necessria a entrada em operao de 12 novas unidades. Em relao ao plano
anterior, identifica-se uma reduo108 na necessidade total de FPSO, principalmente devido a um
decrscimo na previso de produo de petrleo e gs natural, conforme a curva de referncia.
Admite-se que parte dessa demanda possa ser atendida por meio da tendncia atual de padronizao
dos projetos109 de futuras FPSOs, da converso de navios existentes e do projeto de fabricao de
cascos em srie, permitindo, assim, a otimizao de prazos e custos de construo. Admite-se
tambm a possibilidade de afretamento para os casos de atrasos na entrega de FPSOs, sob a
premissa de cumprimento das regras ou dos percentuais de contedo local estabelecidos nos
contratos.
As estimativas na Tabela 121 incluem as FPSOs previstas no PAC e nos Planos de Negcios110 das
empresas operadoras vigentes durante a elaborao deste PDE. Conforme esses planos, at 2020,
esto previstas a entrada em operao das seguintes FPSOs:
2015:
o
2016:
o
o
o
2017:
o
o
o
o
o
o
2018:
o
107
Contratos de concesso da ANP com a Petrobras, celebrados de acordo com o Art. 34 da Lei 9.478/1997.
Comparando-se este PDE com o PDE 2023, entre os anos de 2015 e 2023, a reduo prevista de 16 FPSOs.
109
Conforme a Petrobras, FPSOs do tipo replicante formam um conjunto de plataformas que utilizam o mesmo projeto de
engenharia.
110
Em alguns casos, as operadoras no informam a capacidade das FPSOs, a exemplo de Atlanta entre outras. As previses
relativas s FPSOs do Plano de Negcios 2015-2019 da Petrobras esto consideradas neste PDE.
108
267
o
o
2019:
o
o
o
o
o
2020:
o
111
Reconhece-se que atrasos na disponibilizao desses equipamentos afetam diretamente os cronogramas de perfurao e,
por conseguinte, a realizao dos planos de avaliao de descobertas e de desenvolvimento de campos que sustentam as
previses de produo de petrleo e gs natural. Contudo, o modelo de projeo de produo de petrleo e gs utilizado neste
PDE no incorpora incertezas quanto ao cumprimento de cronogramas de entrada em operao de sondas de perfurao que
compem planos de avaliao e de desenvolvimento.
112
A Petrobras j tem contratos para a maior parte das sondas de perfurao necessrias para a explorao e produo at
2020, principalmente para o pr-sal. A empresa Sete Brasil, central nessas contrataes, tem previso de iniciar em 2015 as
entregas de sondas para a Petrobras. Embora as investigaes da Operao Lava Jato possam envolver empresas contratadas
pela Sete Brasil, admite-se neste PDE o cumprimento dos prazos e das regras de contedo local na construo e entrega das
sondas.
113
Contribuies de recursos de gs no convencional, especialmente da R7 (So Francisco) e da R12, no esto computadas
nos grficos de rodadas e tipos de contratos deste PDE.
114
A Rodada 0 refere-se contratao exclusiva da Petrobras em 1998.
268
Fonte:
EPE
Fonte:
EPE
269
Capacidade Ociosa de
Produo Mundial de Petrleo
Crescimento
Econmico
Mundial
Crescimento da
Oferta Mundial de
Petrleo
Preo Internacional
do Petrleo Brent
Preos
Internacionais de
Outros Petrleos
Preos
Internacionais de
Derivados
Preos Nacionais de
Derivados
Fonte:
EPE
270
Cabe ressaltar que as variveis envolvidas na projeo de preos so muitas e com um amplo leque
de possibilidades de evoluo, fazendo com que a resultante final tenha alto grau de incerteza.
Projees de preos
Na Tabela 122 e no Grfico 102 so consolidadas as projees dos preos dos petrleos considerados
para o perodo decenal.
Tabela 122 Perspectivas de preos internacionais de petrleo
Ano
Fonte:
Brent
rabe Leve
Bonny Light
Marlim
Kissanje
2015
60,00
58,60
60,56
53,60
58,51
2016
75,00
73,40
75,96
67,76
73,64
2017
80,00
78,33
81,11
72,52
78,71
2018
85,00
83,27
86,26
77,29
83,79
2019
85,55
83,81
86,83
77,81
84,34
2020
86,13
84,39
87,42
78,37
84,93
2021
87,55
85,79
88,89
79,72
86,38
2022
87,66
85,91
89,01
79,84
86,50
2023
88,41
86,64
89,78
80,55
87,25
2024
89,02
87,25
90,41
81,13
87,87
EPE
115
De acordo com a ANP (2015a), o petrleo dos campos do Pr-Sal do tipo mdio, em torno de 30 API. Diante da falta de
sries histricas de preo dos petrleos do Pr-sal, decidiu-se projetar tambm preos de um leo com caractersticas
assemelhadas. Em funo das informaes disponveis, assumiu-se o petrleo angolano Kissanje (28 API) como proxy para o
petrleo do Pr-sal.
271
US$ (maio2014)/b
90
85
80
75
70
65
60
55
50
2015
Fonte:
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
EPE
116
117
Livre a bordo no porto designado, quando todas as despesas passam a correr por conta do comprador.
O principal ajuste nas projees decorre do recente desequilbrio entre oferta e demanda do leo combustvel. A oferta de
leo combustvel diminuiu nos ltimos anos, em funo de investimentos realizados no parque de refino mundial (atravs, por
exemplo, da implantao de uma grande quantidade de unidades de coqueamento retardado), para ampliar a margem de
refino, ao aumentar a produo de derivados mais caros. Em meio a este contexto, a Rssia ajustou seu regime tributrio no
setor, de forma a aumentar a tributao incidente sobre a exportao de leo combustvel, como ferramenta para estimular
investimentos na modernizao de seu parque de refino. Dessa forma, grande parte do comrcio internacional de leo
combustvel foi inflacionada. No que tange demanda, destaca-se o aumento da demanda mundial de bunker e a substituio
da gerao nuclear de Fukushima (Japo), aps o acidente no incio de 2011, por usinas trmicas movidas a leo combustvel
(o mesmo ocorreu com as trmicas a gs natural). Estes fatos contriburam para a sobrevalorizao do leo combustvel e
consequente reduo do spread entre os preos deste derivado e do petrleo tipo Brent. No sentido inverso, o GLP perdeu
valor no mercado internacional, devido a sua maior oferta, oriunda do aumento da produo de gs natural no mercado norteamericano. A reduo do preo elevou o spread do GLP em relao ao preo do petrleo tipo Brent.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de derivados de petrleo
272
Realizados esses ajustes, a perspectiva de mdio e longo prazo a de reequilbrio dos balanos de
oferta-demanda dos diversos derivados, fazendo com que os diferenciais tendam a se redirecionar
para os patamares histricos. Destaque-se que, face s conexes entre os mercados de petrleo e
derivados (refletida na correlao entre as respectivas sries histricas de preos), as projees dos
preos dos derivados tambm esto sujeitas s inmeras incertezas que aumentam a complexidade
das estimativas dos preos de petrleo.
Os mercados de referncia de preos utilizados nas projees foram: US Gulf Coast (Costa do Golfo
americana) para gasolina, leo diesel, leo combustvel BTE e QAV, Mont Belvieu (Texas, Estados
Unidos) para o GLP e ARA (Amsterdam-Rotterdam-Antwerp) para a nafta.
Projees de preos
Na Tabela 123 e no Grfico 103, so consolidadas as projees dos preos internacionais dos
principais derivados de petrleo, para o perodo 2015-2024.118
Ano
GLP
Nafta
Gasolina
QAV
Diesel
leo
Combustvel
BTE
31,90
61,10
66,36
70,27
69,05
58,10
2016
37,22
75,08
81,26
88,21
85,89
68,69
2017
40,12
79,68
85,64
94,45
91,14
70,78
2018
44,01
84,27
89,99
100,74
95,82
72,64
2019
46,13
84,78
90,22
101,69
96,96
71,74
2020
47,01
85,31
90,48
102,69
98,14
72,16
2021
48,28
86,61
91,28
104,68
99,76
73,18
2022
48,97
86,71
91,34
105,13
99,89
73,26
2023
49,95
87,40
91,74
106,34
100,75
73,80
2024
50,56
87,95
92,31
107,49
101,66
73,87
Fonte: EPE
118
No caso da projeo do GLP, cabe destacar que, em termos de preos por unidade volumtrica (US$/b), os valores
projetados so inferiores aos do Brent, j que sua densidade (550 kg/m) bem mais baixa que a do petrleo referido (887
kg/m). O mesmo no ocorreria, se as comparaes de preos fossem feitas por unidade de massa ou de energia.
273
US$ (maio2014)/b
100
90
80
70
60
50
40
30
2015
Fonte:
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
EPE
119
A Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP) apresenta os preos mdios ponderados semanais
praticados pelos produtores (refinarias, centrais petroqumicas e formuladores) e importadores de gasolina A, leo diesel A,
QAV, GLP, leo combustvel A1, leo combustvel A2, leo combustvel B1, nafta petroqumica, e outros. Nesses preos, esto
includas as parcelas relativas CIDE (Contribuio de Interveno no Domnio Econmico), PIS / PASEP (Contribuio para o
Programa de Integrao Social do Trabalhador e de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico) e COFINS (Contribuio Social
para o Financiamento da Seguridade Social). O preo de realizao aqui apresentado obtido pela frmula: A = D B C,
onde A o preo de realizao, D o preo de faturamento, B a CIDE e C so as contribuies sociais (PIS/PASEP e COFINS)
(ANP, 2015b).
120
Vale notar que, no mdio prazo, os preos domsticos de diesel, gasolina e GLP variam numa faixa menor que os demais
derivados, no acompanhando diretamente a volatilidade dos preos internacionais. As projees assumem que a Petrobras
buscar a recuperao das perdas ocorridas em perodos de preos internacionais mais elevados que o aplicado no mercado
interno, durante os perodos de preos internacionais mais baixos (PETROBRAS, 2003; PETROBRAS, 2010).
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de derivados de petrleo
274
histrico e a expectativa de preos para estes derivados121. O mtodo da paridade tambm foi
aplicado projeo de preo da nafta, utilizando-se como referncia o custo mdio de frete para
claros no trajeto Rotterdam Rio de Janeiro.
Para a projeo dos preos do leo combustvel BTE e do QAV, foi adotada uma abordagem
economtrica, com as correlaes estabelecidas entre os preos internacionais e os preos nacionais
ex-refinaria122.
Na medida em que o preo domstico do GLP vem sendo mantido desatrelado dos preos
internacionais desde meados de 2002123, devido a seu impacto no oramento das famlias de baixa
renda, adotou-se, para sua projeo, um cenrio compatvel com tal situao. Desta forma, assumiuse que o preo mdio do GLP no Pas ainda dever ser mantido abaixo de sua paridade de
importao, pelo menos at o horizonte da projeo.
Projees de preos
Na Tabela 124 e no Grfico 104 que se seguem, so consolidadas as projees dos preos nacionais
dos derivados de petrleo para o perodo decenal.
Tabela 124 Perspectivas de preos nacionais de derivados de petrleo
Ano
GLP
Nafta
Gasolina
QAV
Diesel
leo
Combustvel
BTE
90,04
60,82
Fonte:
2015
34,39
64,88
78,73
2016
36,84
79,73
91,55
95,17
96,34
69,76
2017
38,65
84,63
96,13
101,56
101,16
71,49
2018
40,80
89,50
99,02
107,98
105,20
73,02
2019
43,90
90,04
99,02
108,95
106,25
72,28
2020
47,01
90,60
99,02
109,96
106,44
72,62
2021
48,28
91,98
99,02
112,00
106,44
73,46
2022
48,97
92,09
99,02
112,45
106,44
73,53
2023
49,95
92,81
99,02
113,68
106,44
73,97
2024
50,56
93,41
99,02
114,85
106,44
74,02
76,67
EPE
121
No mercado brasileiro, adota-se uma poltica de amortecimento da volatilidade conjuntural dos preos internacionais dos
combustveis de maior sensibilidade socioeconmica, como GLP (botijo de 13 kg), gasolina e leo diesel, porm, com
tendncia de convergncia com os preos internacionais no mdio e longo prazo.
122
Recentemente, a j mencionada valorizao mundial de leo combustvel no foi repassada aos preos domsticos. Dessa
forma, assumiu-se que a projeo do preo deste derivado no Brasil tambm no deve acompanhar sua precificao do
mercado internacional no curto prazo, retornando-se aderncia aos preos internacionais no longo prazo.
123
s vsperas da abertura do mercado de derivados, o Conselho Nacional de Poltica Energtica (CNPE) publicou a Resoluo
n 4/2001, que substitua o mecanismo preexistente de subsdio ao preo do GLP por um pagamento s pessoas que tivessem
cadastro nos programas sociais do governo federal, tendo como fonte de recursos a Contribuio de Interveno do Domnio
Econmico (CIDE) (CNPE, 2002). Posteriormente, a Resoluo CNPE n 4/2005 reconheceu, como de interesse para a poltica
energtica nacional, a adoo de preos diferenciados para o GLP destinado ao uso domstico e acondicionado em recipientes
transportveis de capacidade de at 13 kg (CNPE, 2005).
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de derivados de petrleo
275
US$ (maio2014)/b
leoDiesel
100
90
80
70
60
50
40
30
2015
Fonte:
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
EPE
276
124
As correntes de petrleos nacionais que compem os grupos de petrleo esto relacionadas no Anexo II da Portaria ANP n
206/2000 (ANP, 2000a), atualizada pelo Despacho ANP n n 847/2015 (ANP, 2015a).
125
Atualmente, apesar de a produo nacional exceder a totalidade da capacidade instalada de refino no pas, uma parcela do
petrleo refinado ainda de origem importada, especialmente em funo do consumo compulsrio de petrleo rabe Leve na
REDUC, visando produo de leos bsicos lubrificantes. Existe tambm a necessidade de adequao da qualidade da carga
ao parque de refino existente, o que pode exigir alguma importao de petrleos mais leves, representados no modelo pelo
grupo de petrleo Bonny Light, visando o aumento da produo de derivados leves e mdios. No entanto, a tendncia de
reduo deste ltimo tipo de importao, medida que a produo de correntes de petrleos medianos, com cerca de 30 API
(p.ex. Lula, Bana e Sapinho), for aumentando, conforme previsto neste estudo.
126
Quanto densidade, referida a 20C/20C, o petrleo pode ser classificado em leve - todo petrleo com densidade igual ou
inferior a 0,87 (ou grau API igual ou superior a 31), mediano - todo petrleo com densidade superior a 0,87 e igual ou inferior
a 0,92 (ou grau API igual ou superior a 22 e inferior a 31), pesado - todo petrleo com densidade superior a 0,92 e igual ou
inferior a 1,00 (ou grau API igual ou superior a 10 e inferior a 22), e extrapesado - todo petrleo com densidade superior a
1,00 (ou grau API inferior a 10) (ANP, 2000b). O grau API uma escala hidromtrica criada pelo American Petroleum Institute
(API) e utilizada para medir a densidade relativa de lquidos.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de derivados de petrleo
277
Fonte:
EPE
Demanda de derivados
A Tabela 125 apresenta, com base no Captulo II, a projeo da demanda nacional de derivados,
incluindo-se a demanda de bunker para avies e navios estrangeiros abastecidos no Pas127, a ser
atendida pela produo do parque nacional de refino ou, complementarmente, por importao, assim
como excluindo-se o consumo prprio das refinarias.
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
45,0
mil m3/d
GLP
38,3
39,0
39,7
40,4
41,1
41,9
42,7
43,5
44,3
Nafta
27,1
27,8
28,3
29,0
29,7
30,2
30,8
31,3
31,8
32,9
Gasolina A
88,0
88,3
88,5
88,1
88,1
88,7
90,1
93,8
97,8
100,7
QAV
20,2
21,0
21,2
22,0
22,9
23,8
24,9
26,1
27,4
28,7
163,3
167,1
170,6
175,9
180,6
186,2
191,9
197,9
204,7
211,9
leo combustvel
20,7
20,6
21,3
22,1
23,0
23,8
24,7
25,7
26,8
27,9
Coque
16,7
16,7
16,8
17,2
17,7
18,5
19,5
20,2
21,0
21,8
Outros(1)
25,3
25,4
26,3
27,2
28,2
29,4
30,9
32,6
34,5
36,4
399,6
405,9
412,6
421,9
431,3
442,5
455,5
471,1
488,1
505,3
leo diesel A
Total
Nota:
(1) Inclui gs de refinaria, outros derivados energticos de petrleo, lubrificantes, asfaltos, solventes e outros derivados no
energticos.
Fonte:
EPE
127
O atendimento da demanda de bunker para aeronaves estrangeiras obrigatrio, enquanto que, para navios estrangeiros
opcional, sendo limitado aos eventuais excedentes de produo nacional de leo combustvel.
278
Especificaes de produtos
A gasolina e o leo diesel passaram a ter especificaes mais rgidas de teor de enxofre128, visando ao
atendimento dos limites de emisses veiculares preconizados no Programa de Controle da Poluio do
Ar por Veculos Automotores (PROCONVE). Considerando que o limite mximo do teor de enxofre da
gasolina foi reduzido para 50 ppm129, desde 2014, segundo definio da Agncia Nacional de Petrleo,
Gs Natural e Biocombustveis (ANP, 2009), assumiu-se neste estudo que este valor manter-se- o
mesmo, durante todo o horizonte coberto pelo PDE.
O teor de enxofre mximo do leo diesel B para uso rodovirio comercializado no territrio brasileiro
de 500 ppm (leo diesel B S500130), salvo as excees previstas na legislao vigente. Para novos
veculos pesados e utilitrios produzidos a partir de 2012 (veculos ciclo Diesel das fases L-6 e P-7 do
PROCONVE) e para frotas cativas de nibus urbanos dos municpios e regies metropolitanas,
conforme determinado pela ANP, alm dos muncipios de Belm, Fortaleza e Recife e suas regies
metropolitanas, o teor de enxofre mximo permitido de 10 ppm (ANP, 2013). Para os segmentos
agrcola, de construo e industrial tambm se utiliza o leo diesel B de uso rodovirio. Alm desses
tipos de leo diesel, existe, ainda, o leo diesel de uso no rodovirio, internacionalmente conhecido
como off-road, que do tipo S1800 para uso ferrovirio, minerao e gerao eltrica, adicionado de
biodiesel no teor estabelecido pela legislao vigente (ANP, 2012). No caso dos combustveis
martimos, atualmente, o teor de enxofre do leo diesel martimo de 5.000 ppm e o do bunker de
3,5% em peso (ANP, 2010).
Para este estudo, assumiu-se que, quanto ao leo diesel rodovirio, a regra j citada permanecer
vlida at 2024. Note-se que, em funo disso, a demanda por leo diesel rodovirio do tipo S500
desaparecer gradativamente, com o sucateamento dos veculos pesados produzidos at 2011.
Ademais, foi adotada uma substituio gradual do leo diesel off-road S1800 pelo S500 at 2019,
quando o primeiro ser totalmente substitudo e deixar de existir. No que concerne aos combustveis
martimos, assumiu-se ainda que, a partir de 2020, o leo diesel martimo passar a ter, como teor de
enxofre mximo, 500 ppm.
Nessa perspectiva, em 2024, coexistiro apenas os tipos de leo diesel S10 e S500. Alm do teor de
enxofre, outras caractersticas relacionadas ao desempenho do motor ciclo Diesel tambm devero
evoluir no tempo, como o caso do nmero de cetano e da densidade. No presente estudo, todavia,
apenas o teor de enxofre foi considerado como limitante de qualidade, relacionado produo de leo
diesel.
Os resultados apresentados no consideram a premissa de reduo de teor de enxofre no bunker para
navegao de 3,5% para 0,5% prevista para o ano de 2020, podendo ser adiada para 2025, conforme
indicado pela Organizao Martima Internacional (IMO, 2015). Embora o tema esteja sendo discutido
no setor (PRADA JUNIOR, 2014), ainda incipiente.
128
O teor de enxofre especificado para a gasolina C comercializada, formada por gasolina A e etanol anidro (ANP, 2009), em
que a mistura mandatria de etanol anidro na gasolina pode variar de 18-27,5% em volume (BRASIL, 1993; BRASIL, 2014a).
Atualmente, o percentual est em 27% para a gasolina comum e 25% para a gasolina premium (MAPA, 2015). No caso do
diesel rodovirio e off-road, o teor de enxofre especificado para o diesel B comercializado, formado por diesel A e biodiesel,
em que a mistura mandatria de 7%, desde novembro de 2014 (BRASIL, 2005a; BRASIL, 2005b; BRASIL, 2014a). O diesel
martimo no contm adio de biodiesel. Cabe destacar que doravante, neste captulo, o termo gasolina sempre ser
referente gasolina A e o termo leo diesel ao leo diesel A.
129
O termo ppm corresponde a partes por milho, expresso em mg/kg.
130
Segundo a nomenclatura da ANP, o leo diesel S500 possui teor de enxofre mximo de 500 ppm, o S10 de 10 ppm e assim
sucessivamente (ANP, 2013).
279
Outros parmetros
Assumiu-se como premissa que, no horizonte deste estudo, os investimentos em modernizao e
expanso do parque nacional de refino foram previamente definidos. Alm disso, o modelo tambm
considera outros parmetros, tais como:
A Petrobras vem incrementando sua produo de derivados por meio do aumento do fator de utilizao de suas refinarias
(ANP, 2015c; ANP, 2015d). Adotou-se como premissa um fator de utilizao de 96% para o parque de refino atual e para as
novas refinarias planejadas pela Petrobras. Caso o fator de utilizao adotado em um determinado perodo seja diferente, o
valor ser explicitado.
132
Para fins do presente relatrio, todas as capacidades de processamento esto expressas em metros cbicos por dia ou barris
por dia de operao.
133
A efetiva homologao das capacidades adotadas no planejamento da expanso do parque de refino, seja em ampliaes ou
em novas unidades, depende de autorizaes dos rgos competentes.
134
A REMAN possui obras de modernizao em execuo (BRASIL, 2014b), que no foram consideradas nesse estudo.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de derivados de petrleo
280
(PETROBRAS, 2014a). Esse programa baseia-se no aumento da capacidade e eficincia das unidades
de processo existentes, evitando ou minimizando a importao desses derivados. O acrscimo
gradual, de 2014 a 2016, da capacidade de processamento de petrleo, devido ao PROMEGA, ser de
165 mil b/d (PETROBRAS, 2014a). Assim, adotou-se como premissa que a capacidade do parque atual
de refino ser ampliada de 2,3 para 2,4 milhes de b/d135.
As unidades de converso e tratamento tambm tero sua capacidade ampliada em funo do aumento da capacidade de
processamento primrio de petrleo. As capacidades nominais das unidades consideradas neste estudo foram estabelecidas
para fins de planejamento, considerando as previses de implantao dos projetos do PROMEGA. Entretanto, sua efetiva
homologao depender das autorizaes dos rgos competentes, no momento oportuno.
136
Devido descontinuidade do contrato sob responsabilidade do Consrcio EBE-ALUSA, esta unidade encontra-se em processo
de recontratao para concluso do escopo remanescente (PETROBRAS, 2015d).
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de derivados de petrleo
281
(PETROBRAS, 2015a). O 1 trem, com capacidade de aproximadamente 26 mil m3/d (165 mil b/d),
ser composto de unidades de destilao atmosfrica e a vcuo, coqueamento retardado,
hidrocraqueamento cataltico, hidrotratamento de nafta de coqueamento e de instveis, ofertando
derivados de petrleo, tais como: GLP, nafta, QAV, leo diesel e coque. No est prevista a produo
de gasolina. O 2 trem est fora do horizonte deste PDE.
Investimento
Planejado
ps 2014
Total
(2)
COMPERJ - 1 trem
Total
Notas:
(2)
1,9
8,4
10,3
35,7
1,7
37,4
20,8
7,0
27,8
58,4
17,1
75,5
(1) Valores estimados para as unidades de hidrotratamento de instveis e de reforma cataltica (programadas e em reavaliao)
consideradas na evoluo do parque de refino deste estudo. O valor referente ao parque atual de refino foi estimado. Os demais
constam de Brasil (2014b).
(2) Brasil (2014b).
137
Note-se que o PROMEGA consiste num conjunto de intervenes de curta durao, basicamente aes operacionais, sem
grandes investimentos e, por isso, no explicitados.
282
Fonte:
mil b/d
367,2
2.310
RNEST
36,6
230
COMPERJ - 1 trem
26,2
165
430,0
2.705
Total
Nota:
mil m3/d
A capacidade nominal de refino do parque atual considera as capacidades de planejamento incluindo o PROMEGA. Cabe ressaltar que
sua efetiva homologao depende de autorizaes dos rgos competentes, no momento oportuno
EPE
2.6 Resultados
2.6.1 Balano entre oferta e demanda de derivados e perfil de produo
O Grfico 106 e a Tabela 128 mostram, respectivamente, a evoluo do perfil da produo e o
balano entre oferta e demanda dos principais derivados.
Grfico 106 Perfil da produo de derivados (%) 2015 a 2024
Fonte:
EPE
283
Discriminao
GLP
Nafta
Gasolina
QAV
leo Diesel
leo
Combustvel
Coque
Total
Notas:
Fonte:
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
mil m3/d
Produo
Refinarias(1)
UPGN(2)
Demanda
Saldo lquido
Produo
Demanda
Saldo lquido
Produo(3)
Demanda
Saldo lquido
Produo
Demanda
Saldo lquido
Produo
Demanda
Saldo lquido(4)
Produo
Demanda
Saldo lquido
Produo
Demanda
Saldo lquido
Produo
Demanda
Saldo lquido
Importao
Exportao
32,6
24,9
7,7
38,3
(5,7)
16,4
27,1
(10,7)
81,8
88,0
(6,2)
16,7
20,2
(3,5)
137,3
163,3
(26,0)
39,9
20,7
19,2
13,4
16,7
(3,3)
338,1
374,4
(36,3)
55,5
19,2
33,8
25,0
8,8
39,0
(5,2)
16,2
27,8
(11,6)
81,9
88,3
(6,4)
16,9
21,0
(4,1)
140,5
167,1
(26,6)
40,8
20,6
20,2
13,6
16,7
(3,1)
343,7
380,5
(36,8)
57,1
20,3
34,4
25,1
9,3
39,7
(5,3)
16,4
28,3
(11,9)
81,9
88,5
(6,6)
15,5
21,2
(5,7)
144,1
170,5
(26,4)
40,7
21,3
19,4
14,2
16,8
(2,6)
347,2
386,3
(39,1)
58,6
19,5
37,4
25,4
12,0
40,4
(3,0)
16,2
29,0
(12,8)
81,8
88,1
(6,3)
17,0
22,0
(5,0)
147,7
175,8
(28,1)
41,4
22,1
19,3
15,8
17,2
(1,4)
357,3
394,7
(37,4)
56,7
19,3
38,6
26,1
12,4
41,1
(2,5)
16,9
29,7
(12,8)
79,8
88,1
(8,3)
18,0
22,9
(4,9)
156,4
180,6
(24,2)
43,1
23,0
20,1
17,7
17,7
0,0
370,3
403,0
(32,7)
52,9
20,2
42,0
26,3
15,6
41,9
0,1
18,4
30,2
(11,8)
79,9
88,7
(8,8)
19,4
23,8
(4,4)
158,1
186,2
(28,1)
41,4
23,8
17,6
18,1
18,5
(0,4)
377,3
413,1
(35,8)
53,6
17,8
43,0
26,5
16,5
42,7
0,3
17,6
30,8
(13,2)
81,1
90,1
(9,0)
20,0
24,9
(4,9)
158,6
191,9
(33,3)
42,7
24,7
18,0
18,1
19,5
(1,4)
381,1
424,6
(43,5)
61,8
18,3
45,9
27,8
18,1
43,5
2,4
20,9
31,3
(10,4)
83,5
93,8
(10,3)
24,3
26,1
(1,8)
173,1
197,8
(24,7)
42,2
25,7
16,5
19,4
20,2
(0,8)
409,2
438,4
(29,2)
48,2
19,0
48,6
28,0
20,5
44,3
4,3
19,6
31,8
(12,2)
86,3
97,8
(11,5)
24,7
27,4
(2,7)
174,8
204,7
(29,9)
41,8
26,8
15,0
19,4
21,0
(1,6)
415,0
453,7
(38,7)
58,0
19,3
50,9
28,5
22,4
45,0
5,9
21,0
32,9
(11,9)
86,9
100,7
(13,8)
25,6
28,7
(3,1)
175,4
211,9
(36,5)
42,0
27,9
14,1
18,9
21,8
(2,9)
420,8
468,9
(48,1)
68,0
19,9
(1) Inclui a produo das centrais petroqumicas e da Usina Industrial do Xisto (SIX). No considera a produo de GLP oriunda de gs natural, nem o GLP no energtico.
(2) Inclui tambm o total da produo de GLP oriundo das Unidades de Fracionamento de Lquidos de Gs Natural (UFL) e das UPGNs que esto localizadas nas refinarias. Estes valores podero sofrer variaes significativas, dependendo
da decomposio efetiva do gs processado e da tecnologia das UPGNs, da intensidade do despacho das usinas termeltricas a gs natural, bem como do crescimento do mercado no trmico deste combustvel e da necessidade de
injeo de gs nas unidades produtoras de petrleo.
(3) Inclui a produo nas refinarias e centrais petroqumicas.
(4) Ocorrem importaes de leo diesel S500 em todo o perodo, atingindo um volume mximo de 37,0 mil m3/d em 2024, alm de importaes de 2,5 a 4,1 mil m/d de leo diesel S10 de 2015 a 2017.
EPE
284
285
Fonte:
EPE
Nafta
O dficit de nafta para petroqumica mantm-se praticamente constante at 2020, em torno de 12 mil
m3/d (75 mil b/d), suportado pelo incremento de produo da RNEST. Em 2022, com o incio de
operao do 1 trem do COMPERJ, as importaes caem para 10 mil m3/d, mas, j no ano seguinte, o
dficit retorna aos patamares do incio do perodo. Isto se deve premissa adotada no Captulo II, de
aumento gradativo da demanda por nafta para as centrais petroqumicas, decorrente da elevao da
utilizao das suas unidades. Vale ressaltar que a capacidade instalada das centrais que usam nafta
como matria-prima no ter acrscimo no decnio.
Note-se que a adoo de algumas alternativas para aumentar a produo nacional de gasolina, como,
por exemplo, a implantao de novas unidades de reforma cataltica, ter influncia direta na oferta
de nafta, aumentando a necessidade de importao da mesma.
Cabe destacar que, alm da nafta, a indstria nacional de petroqumicos consome tambm gs natural
e outras matrias-primas.
286
Fonte:
EPE
Gasolina
O parque nacional de refino planejado no tem condies de atender totalmente o mercado de
gasolina projetado para o prximo decnio. A restrio de oferta de etanol carburante vivida pelo Pas
nos primeiros anos do presente estudo, somada ao aumento da demanda de combustvel pela frota
crescente de veculos de Ciclo Otto, mostra seus efeitos j em 2015, atravs de importaes de
gasolina da ordem de 6 mil m/d (38 mil b/d), correspondendo a cerca de 7% da demanda nacional
deste derivado. Embora haja recuperao da produo de etanol ao longo do perodo e a demanda de
gasolina permanea praticamente estvel at 2020, o mercado permanece importador de gasolina at
2024, j que no h aumento significativo da produo desse derivado. No final do perodo, as
importaes chegam a 14 mil m/d (88 mil b/d), o que corresponde aproximadamente a 14% da
demanda interna.
Cabe destacar que, em suas concepes atuais, as novas refinarias a serem implantadas no esto
projetadas para produzir gasolina. A expanso da oferta de gasolina observada a partir de 2022
decorre, basicamente, do aumento da utilizao das unidades de reforma cataltica existentes no
parque atual de refino, alm da entrada de uma nova unidade de reforma cataltica em 2022. Com
isso, a produo de gasolina passa a crescer at o final do decnio, resultando um incremento de 5
mil m/d (31 mil b/d)138.
Note-se que, neste estudo, buscou-se, sempre que possvel, limitar as importaes de gasolina em
10% da demanda, como forma de garantir a segurana do abastecimento, o que, de fato, ocorreu em
138
Cumpre ressaltar que as plantas formuladoras tambm podem ofertar gasolina, porm no foram consideradas neste
estudo.
287
todos os anos analisados, exceto 2024. Nesse sentido, possvel concluir que, dada a demanda
nacional de gasolina projetada neste PDE, os nveis de importao deste produto no oferecem
maiores preocupaes, pois podem ser facilmente atendidos pelo mercado internacional, j que o
cenrio de oferta mundial de gasolina tende a ser favorvel (a Europa estruturalmente exportadora
e h expectativas de estabilizao, ou mesmo reduo, da demanda de gasolina nos EUA - tradicional
destino para o excedente europeu) (IEA, 2014; OPEC, 2014; EIA, 2015).
Fonte:
EPE
288
Fonte:
EPE
leo diesel
Em 2015, o leo diesel, que corresponde ao derivado de maior mercado no Brasil, apresenta tambm
o maior volume de importao, dentre todos os derivados. Sua produo nacional aumenta
consideravelmente a partir de 2019, com a concluso das obras do 2 trem da RNEST, mas o
mercado nacional permanece deficitrio durante todo o horizonte decenal, mesmo aps o 1 trem do
COMPERJ entrar em operao.
Com o cancelamento dos projetos das refinarias Premium no Nordeste, o Pas, que antes seria um
potencial exportador deste produto, passa a permanecer importador at o final do decnio. O pico de
importao alcanado em 2024, sendo de aproximadamente 37 mil m/d (233 mil b/d), o que
corresponde a um nvel de dependncia externa de 17%. Note-se que, embora este percentual seja
menor do que o registrado em 2014 (18%), os volumes importados em 2024 sero superiores aos de
2014 (31 mil m/d ou 195 mil b/d), o que pode trazer alguma preocupao quanto segurana do
abastecimento.
Conforme j detalhado nas premissas adotadas para este estudo, o teor de enxofre no leo diesel
ser reduzido gradativamente. Em vista disso e em funo do volume requerido pelo mercado, haver
necessidade de importaes de leo diesel S500 durante todo o perodo. Contudo, observa-se a
necessidade de importao de leo diesel S10 apenas nos trs primeiros anos, j que a entrada das
unidades de hidrotratamento de instveis no parque atual e das novas refinarias garante plenamente
o atendimento da demanda deste tipo de leo diesel nos anos subsequentes.
289
Fonte:
EPE
leo Combustvel
Conforme mencionado anteriormente, o mercado de leo combustvel pode ser separado em trs
parcelas:
mercado internacional de leo combustvel, que pode absorver todos os eventuais excedentes
de produo em relao aos dois mercados anteriores.
Com relao ao balano, verifica-se que o mercado interno obrigatrio e o mercado opcional de
bunker internacional so integralmente atendidos em todo o perodo, havendo excedentes exportveis
de leo combustvel (em particular, as novas refinarias so dotadas de alta capacidade de converso,
o que permite redues considerveis de produo de leo combustvel, em benefcio de uma maior
oferta de derivados mdios QAV e leo diesel).
290
Fonte:
EPE
Coque
A produo de coque cresce significativamente at 2019, apresentando um aumento mais expressivo
em 2022, devido operao das unidades de coqueamento retardado das novas refinarias,
mantendo-se estvel a partir de ento. O Pas permanece como importador lquido de coque durante
todo o perodo estudado, com exceo de 2019, em que h um equilbrio no balano desse derivado.
Cabe ressaltar que o objetivo principal das unidades de coqueamento retardado no o atendimento
do mercado nacional de coque, mas, sim, a converso de resduos em destilados mais nobres (como o
leo diesel, o QAV e a gasolina). Assim, o coque obtido apenas um subproduto decorrente do
processo e o pequeno dficit constatado ao longo do perodo no deve ser motivo de preocupao.
291
Fonte:
EPE
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
mil m /d
Produo
398
433
435
524
550
641
685
717
771
812
Processamento
329
336
336
344
358
362
366
392
396
401
Importao
30
42
34
35
18
23
19
16
22
24
Exportao
99
139
133
215
210
302
338
342
397
436
Exportao Lquida
69
97
99
180
192
279
319
326
375
412
5,2%
4,1%
5,6%
6,0%
9,1%
12,5%
10,1%
10,2%
5,0%
6,4%
EPE
O parque refinador brasileiro foi adaptado para o processamento de petrleos mais pesados, que
possuem menor valor de mercado. Com isso, ser possvel exportar crus do tipo mediano, de maior
valor, previstos de serem encontrados na regio do Pr-sal e que constituiro a maior parcela do
petrleo nacional, conforme projeo de produo apresentada anteriormente no Grfico 105. A
exportao lquida de petrleo atinge aproximadamente 412 mil m3/d (2,6 milhes b/d) em 2024.
292
293
existentes e de novos projetos especficos para este fim, que j foram concludos ou que se
encontram em andamento ou reavaliao.
importante notar que as datas adotadas neste cenrio para incio de operao a plena carga do 1
trem da RNEST e para a partida do 1 trem do COMPERJ podero ocorrer antes do previsto, em
funo de diversos fatores. No que se refere ao 1 trem da RNEST, caso as exigncias ambientais
sejam satisfatoriamente atendidas, seu processamento a plena carga poderia ser antecipado. A
entrada do 1 trem do COMPERJ tambm poderia ser adiantada, caso seja efetivada uma parceria da
Petrobras com eventuais investidores privados, o que permitiria a retomada imediata de suas obras.
Nessas circunstncias, sua entrada em operao poderia ser antecipada em at dois anos.
Caso o incio de operao do COMPERJ ocorresse antes do previsto, a importao lquida total dos
principais derivados diminuiria consideravelmente em 2021, reduzindo um dos maiores dficits
apontado no perodo. Ainda assim, permaneceriam os elevados dficits de derivados em 2017 e 2018.
J a antecipao da operao a plena carga do 1 trem da RNEST reduziria a necessidade de
importao em 2017, mas, em 2018, a questo permaneceria inalterada. Independentemente de tais
possibilidades, a necessidade de volumes considerveis de importao de derivados nesses anos
continuar exigindo ateno do ponto de vista operacional dos processos logsticos, de forma a se
garantir o suprimento em todo o territrio nacional.
Alm disso, deve-se tambm considerar que, dado o dficit de derivados indicado no final do decnio,
principalmente de mdios, cujo crescimento da demanda maior que a dos demais, haveria espao
para a construo de mais uma refinaria ao final do horizonte de estudo, o que levaria reduo do
nvel de dependncia externa do Pas, podendo alcanar at mesmo a autossuficincia de derivados.
De qualquer forma, dada a elevada incerteza relacionada evoluo do mercado nacional de
combustveis, a melhor estratgia parece ser monitorar sua tendncia para que, caso se confirme uma
necessidade futura de maiores volumes desses derivados, novos investimentos sejam direcionados na
expanso do parque de refino, de forma a se preservar a segurana do abastecimento do Pas.
294
Funo
Derivados
Total
422
5.951
Transferncia
324
1.157
Transporte
98
4.794
Total
32
1.985
Transferncia
32
1.985
Total
454
7.936
Transferncia
356
3.142
98
4.794
Petrleo
Total Geral
N de Dutos
Transporte
Fonte:
Extenso (km)
ANP (2015c).
Nmero de
Terminais
Nmero de
Tanques
Petrleo(1)
Derivados(2)
GLP
Total
mil m
Aquavirios
56
1442
3.857
5.204
283
9.344
Terrestres
43
476
1.465
2.424
87
3.976
Total
99
1.918
5.322
7.628
370
13.320
Notas:
Fonte:
(1) H tambm armazenamento de petrleo nas refinarias e nos campos de produo (terra e mar).
(2) Exceto GLP.
ANP (2015c).
295
Regies
Derivados
GLP
Total
mil m
Regio Norte
46
539
17
556
Regio Nordeste
38
692
28
720
Regio Sudeste
94
1.448
61
1.509
Regio Sul
64
635
26
661
Regio Centro-Oeste
49
280
289
291
3.594
141
3.735
Total
Nota:
Fonte:
Exceto GLP
ANP (2015c).
4.115.942
18
2.174.741
Petrleo
788.500
308.500
387.900
15
456.301
Gases
35.800
Rebocador
1.920
53
4.153.662
Produtos Claros
Total
Fonte:
TPB(1)
47
Aliviadores
Nota:
N de Navios
Tonelada de Porte Bruto (TPB) a tonelagem total que pode ser embarcada por tipo de navio. Alm da carga comercial, inclui
combustvel, tripulao, etc.
Transpetro (2015a).
139
296
3.3.1
Petrobras (2015e).
297
Paulo/Braslia (OSBRA) de 1.200 m/h para 1.450 m/h a fim de atender o aumento de demanda na
rea de abrangncia do poliduto.
PROMEF 1(1)
Quantidade
PROMEF 2
Tipo de navio
Quantidade
Tipo de navio
Atlntico Sul
10
Suezmax
Suezmax DP
Atlntico Sul
Aframax
Aframax DP
Ilha S.A.
Panamax
Produtos
Mau
Produtos
Vard Promar
Gaseiros
A ser licitado
Bunker
Total
Notas:
Fonte:
23
26
(1) At julho de 2015 entraram em operao 11 navios do PROMEF 1 e 2: os suezmax Andr Rebouas, Henrique Dias, Drago do
Mar, Zumbi dos Palmares e Joo Cndido; o panamax Anita Garibaldi; os navios de produtos Jos Alencar, Rmulo Almeida, Srgio
Buarque de Holanda e Celso Furtado; e o gaseiro Oscar Niemeyer.
(2) Produtos transportados por tipo de navio: Suezmax (petrleo); Aframax (petrleo); Panamax (petrleo e produtos escuros);
Bunker (combustvel para navios); Gaseiros (GLP); Produtos (produtos claros ou escuros).
Transpetro (2015a)
298
Extenso
Dimetro
Origem
Destino
Capacidade mx.
(Km)
(Pol.)
OPASC
200
10
REPAR
TT Itaja
2.078
OPASC
66
TT Itaja
TT Biguau
1.116
(Mm/a)
Os resultados do PLANDEPE mostram que o OPASC 10 ser utilizado em sua capacidade mxima em
todo o perodo do estudo, confirmando a saturao que j vem ocorrendo atualmente. (TRANSPETRO,
2015b).
Extenso
Dimetro
Origem
Destino
Capacidade mx.
(Km)
(Pol.)
ORSUB
225
10
TA Temadre
Estao Ipia
1.601
ORSUB
75
Estao Ipia
TT Jequi
1.282
ORSUB
94
Estao Ipia
TT Itabuna
1.306
(Mm/a)
299
responsveis pela movimentao de derivados de petrleo (gasolina, leo diesel, querosene e nafta) e
ainda etanol. A Tabela 138 apresenta as caractersticas deste duto:
Tabela 138 Principais caractersticas do oleoduto OSPLAN
Nome
Extenso
Dimetro
(Km)
(Pol.)
Origem
Destino
Capacidade mx.
OSPLAN
82
24
TA So Sebastio
TT Guararema
7.549
OSPLAN
153
24
TT Guararema
REPLAN
8.813
OSPLAN
153
18
REPLAN
TT Guararema
4.340
(Mm/a)
OSBRA
Extenso
Dimetro
(Km)
(Pol.)
964
20/12
Origem
Destino
Capacidade mx.
(Mm/a)
REPLAN
TT Braslia
8.813
As projees do modelo de abastecimento indicam saturao deste duto no perodo analisado, caso o
investimento previsto pela Petrobras na ampliao desse duto no se concretize.
300
Nota:
Fonte:
Observa-se que as importaes de gasolina A ocorrem pelo Nordeste (em grande medida pelo TA So
Lus), o qual, por sua vez, abastece parte da Regio Norte. Destaca-se, ainda, que o excedente de
oferta previsto para o Sudeste, no s abastece a Regio Centro-Oeste, como ainda complementa as
demandas das regies Sul e Nordeste. Vale notar que o volume de importao em 2024 (13,8 mil
m/d ou 86,8 mil b/d) supera o pico histrico, ocorrido em 2012, em 33% (ANP, 2015d).
Em relao ao leo diesel A, o estudo sinaliza a importao de 17% da demanda nacional em 2024. A
Figura 35 apresenta as principais movimentaes inter-regionais, as importaes e a relao
percentual entre produo e demanda de leo diesel A projetada para cada regio.
301
Nota:
Fonte:
302
Vale destacar, que a necessidade de volumes considerveis de importao de derivados exigir, alm
dos investimentos descritos anteriormente, maior eficincia operacional nos processos logsticos, uma
vez que tais operaes sero de fundamental importncia para o pleno atendimento do mercado de
combustveis no Pas.
Ateno especial deve ser dada operao em portos pblicos, tais como Santos, Suape e Itaqui,
onde as operaes de importao, transbordo e cabotagem podero se tornar mais crticas, pois,
nestes terminais, poder haver gargalos nas movimentaes de combustveis vis--vis a
movimentao dos outros produtos no combustveis. Vale ressaltar que tais movimentaes devero
ser regidas sob a tica das novas concesses de operao de portos pblicos, de que trata a Lei n
12.815/2013 (Lei dos Portos) (BRASIL, 2013).
303
este captulo so apresentados os resultados dos estudos da evoluo do balano entre a oferta
de gs natural nacional e importado e a demanda, no perodo de 2015 a 2024.
Visando uma melhor apresentao das anlises realizadas para a oferta de gs natural nacional,
promoveu-se uma reestruturao do Captulo VII em relao aos ciclos anteriores do PDE.
Inicialmente, discorre-se sobre a infraestrutura existente e em construo. No que concerne
atividade de processamento de gs natural, passou-se a utilizar o conceito de Polos de Processamento
para tratar de conjuntos de Unidades de Processamento, as quais, por sua vez, so compostas por
mdulos (mdulo de remoo de mercrio, mdulo de remoo de H2S, etc.), conforme a Resoluo
ANP n 17/2010. A seo de projeo de preos de gs natural tambm foi reestruturada,
apresentando uma abordagem que abrange, alm da faixa mais provvel de preos nacionais, outras
projees de preos (GNL spot e a termo/longo prazo, preo de oferta nacional, preo de realizao e
preo mximo competitivo).
O captulo apresenta ainda, a perspectiva de oferta potencial de gs natural seco no Brasil (composto
pela oferta nacional e pelo gs natural importado), o balano entre a oferta e demanda de gs natural
da malha integrada e, ainda, a simulao termofluido-hidrulica para a malha integrada de gasodutos
de transporte. Finalmente, so apresentadas estimativas dos investimentos previstos, no decnio em
estudo, para projetos de expanso da infraestrutura de transporte de gs natural no Pas.
304
ii.
141
O gasoduto Serra do Mel - Pecm (GASFOR II) ser implantado em duas fases. A primeira consiste na construo do trecho
Horizonte-Caucaia, denominado trecho I (extenso de 83 km), o qual ser interligado ao gasoduto existente GASFOR I. A
segunda fase consiste na construo do trecho Serra do Mel-Horizonte (ANP, 2011).
305
iii.
iv.
v.
Consrcio Malhas Sudeste Nordeste: formado entre a TAG, a Nova Transportadora do Sudeste
S/A (NTS), a Nova Transportadora do Nordeste S/A (NTN) e a Petrobras Transporte S.A.
(Transpetro). Detm os contratos do restante dos gasodutos localizados nas Regies Nordeste
e Sudeste.
306
307
308
309
Cabe ressaltar que os gasodutos Uruguaiana-Porto Alegre (trecho 1) e Lateral-Cuiab, assim como as
usinas termeltricas Uruguaiana/RS e Governador Mrio Covas/MT, fazem parte de sistemas isolados,
e no esto conectados malha integrada de gasodutos de transporte de gs natural. Portanto, os
volumes referentes a estes sistemas no foram considerados no balano de gs natural apresentado
nos itens subsequentes.
310
2. Preos de gs natural
2.1 Mercado internacional de gs natural liquefeito - GNL
Nos ltimos anos, o mercado mundial de gs natural, assim como o de petrleo, tem apresentado
grande instabilidade em seus preos. Essa instabilidade encontra-se associada tanto a fatores
conjunturais quanto estruturais, como: conjuntura e transformaes na dinmica da economia
mundial (crise financeira/econmica mundial); geopoltica do petrleo e do gs natural (Organizao
dos Pases Exportadores de Petrleo, conflito Rssia-Ucrnia, etc.); revoluo do gs no
convencional; acidente nuclear em Fukushima; dentre outros.
Com relao ao GNL, prev-se que a sua oferta sofrer um substancial incremento. A Austrlia, com
sete terminais de liquefao em construo, poder se tornar um dos maiores exportadores de GNL
at 2035 (Ripple, 2014; BP, 2015). Os Estados Unidos e Canad tem grande quantidade de projetos
propostos, apesar de apenas um (Sabine Pass, nos EUA) ter iniciado as construes at outubro de
2014 (IEA, 2014). O leste africano tambm tem grande potencial de exportao de GNL a partir dos
campos descobertos em Moambique e Tanznia (IEA, 2014).
Ressalte-se que parte importante dessa oferta adicional de GNL tem alto custo (E&P, terminais de
liquefao e frete), o que se refletir em seu preo de oferta. Estima-se, por exemplo, que a Austrlia
tenha um custo do gs natural na boca do poo de US$ 4,46/MMBtu, implicando um preo de oferta
(break-even) do GNL para o Japo de US$ 11,51/MMBtu, incluindo neste valor os custos de
movimentao do gs natural da boca do poo at o terminal de liquefao, o custo de liquefao, o
frete martimo (shipping), o custo de regaseificao no Japo e o custo de movimentao do gs
natural do terminal de regaseificao at a entrada do citygate (Baron et al., 2014). O Canad
tambm apresenta estimativas de custo do gs natural na boca do poo da ordem de US$
3,25/MMBtu, implicando em preo de oferta do GNL para o Japo de US$ 10,16/MMBtu (Baron et al.,
2014). Mesmo no caso dos EUA, o preo de oferta do GNL no mercado japons tem sido estimado na
faixa de US$ 9,81/MMBtu. Ou seja, espera-se maior oferta de GNL, mas no necessariamente a
patamares de custos reduzidos.
Por outro lado, espera-se tambm o aumento da demanda por GNL no mundo. A China se apresenta
como o maior demandante potencial de novos incrementos da oferta de GNL mesmo se houver o
desenvolvimento de seu potencial de recursos no convencionais e expanso de importao por
gasodutos de pases vizinhos (Corbeau et al., 2014). O Japo, que hoje o maior demandante de GNL
do mundo, deve manter um papel destacado nesse mercado, ainda que haja incertezas acerca da
magnitude dos volumes importados devido possibilidade de retorno da gerao nuclear e da
utilizao de carvo mineral para gerao de energia (Cornot-Gandolphe, 2014; Credit Suisse, 2014).
A Europa pretende diversificar suas fontes de obteno de gs natural e, para isso, a importao de
GNL poder ter um incremento nos prximos anos (Comisso Europeia, 2014).
Embora ainda haja incertezas, tanto pelo lado da oferta quanto pelo lado da demanda de GNL,
provvel que o mercado de GNL se mantenha balanceado no decnio. At porque, se houver uma
queda acentuada dos preos de gs natural (choque de oferta), o mercado tender a se reequilibrar
com a postergao ou o cancelamento dos projetos de liquefao de maior custo (visto que estes
teriam sua atratividade econmica afetadas). Alis, essa dinmica de mercado tambm se impe no
caso da queda dos preos do GNL induzidas pela queda dos preos do petrleo, podendo afetar a
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de gs natural
311
312
ocorreria numa faixa mais estreita para boa parte do volume demandado. O limite inferior desta faixa
foi definido como o preo de realizao142, e como limite superior foi adotada uma estimativa para o
preo do GNL a termo (contrato de longo prazo), assumindo-se um desconto de 30% sobre o preo
do GNL spot (Mahajan, 2012; Gomes, 2014).
Ressalve-se, contudo, que a precificao a termo bastante varivel, havendo diversas frmulas de
reajuste que podem ser distintas de contrato para contrato, e que h conjunturas em que podem
haver inverses (preos spot menores que os a termo/longo prazo). Apenas como exemplo, os preos
definidos em contratos de GNL de longo prazo podem ser indexados ao Henry Hub, NBP ou ao JCC143,
ou a uma combinao destes144, o que resultaria em preos de GNL a termo nesta mesma ordem de
grandeza.
De qualquer forma, para fins de planejamento, razovel assumir que, ao garantir a viabilidade
econmica do projeto do ofertante de GNL e conferir maior regularidade e menor incerteza no fluxo
de caixa para o empreendedor, o comprador obtenha na negociao preos de longo prazo menores
do que no caso de se manter como comprador no mercado spot. Tambm apresentado no grfico,
apenas para referncia, o preo do leo Combustvel com Alto Teor de Enxofre (OC-ATE)
imediatamente na sada da Refinaria, excluindo PIS/COFINS e ICMS.
O Grfico 114 mostra a faixa provvel de oscilao de preos do gs natural (molcula) no Brasil, sem
tributos, tarifa de transporte e margens de distribuio, dados os condicionantes considerados neste
ciclo do PDE, at 2024, assim como as projees de preo de oferta e de GNL spot e a termo.
142
O preo de realizao do gs natural superior a seu preo de oferta, sendo consideradas nesse estudo premissas de
alocao de custos entre o gs e o leo a partir do teor energtico, assim como uma taxa de sucesso exploratrio tipicamente
alcanada pelas companhias petrolferas em atividade do mundo. O preo de realizao foi estimado para cada tipo de gs e
ponderado pela participao na oferta nacional.
143
Acrnimo para Japan Customs-Cleared Crude Oil, ou Japan Crude Cocktail.
144
Tradicionalmente, os contratos firmados na sia utilizam o JCC, que uma cesta de leos importados pelo Japo.
Entretanto, os altos preos que este tipo de precificao causou, nos ltimos anos, levaram-no a ser questionado pelos pases
importadores Asiticos (Rogers ; Stern, 2015). Outras formas de precificao esto surgindo, principalmente dos projetos de
exportao americanos, em que o Henry Hub utilizado como a base para o clculo (Maugeri, 2014). H casos em que os
acordos preveem uma combinao entre os preos do JCC e do Henry Hub (Credit Suisse, 2014; Quantum, 2013).
313
Grfico 114 Faixa provvel de preos do gs natural excluindo ICMS e PIS/COFINS, transporte e
margem de distribuio
Nota:
Fonte:
O preo de oferta o custo econmico do gs natural; o limite inferior da faixa provvel de preos dado pelo preo de realizao,
enquanto o superior dado pelo preo do GNL a termo; o preo OC ex-refinaria refere-se ao leo Combustvel com Alto Teor de
Enxofre (OC-ATE) imediatamente na sada da Refinaria, excluindo PIS/COFINS e ICMS.
Elaborao prpria EPE.
Dessa forma, a trajetria do preo do gs natural no Brasil dentro da faixa provvel que baliza os
preos ser definida em funo da competitividade com combustveis substitutos, da necessidade de
monetizao do gs natural associado, da competio entre os agentes e seu poder de negociao
nas diferentes etapas de negociao da cadeia de valor, e do balano entre oferta e demanda. Estes
fatores, por sua vez, podem se refletir em descontos maiores ou menores em relao ao preo
definido pelos contratos, ou na celebrao de novos contratos partindo de preos menores.
No obstante, a maior quantidade de importao de GNL nos ltimos anos e a entrada de novos
terminais de regaseificao podem ampliar o papel do mercado internacional de GNL na dinmica de
formao de preos de gs natural no Pas.
Cabe ressalvar que a estratgia comercial dos ofertantes pode resultar tanto na definio de um preo
mdio para a cesta de gs natural (origem diversas) disponibilizada ao mercado quanto em uma
curva de preos em degrau (preo por volume) por origem do gs natural (preos distintos por
volume). Outro fator que tambm pode influenciar os preos internos de gs natural a forma de
precificao de GNL, que pode considerar indexao ao Henry Hub, ao NBP, ao JCC, ou a uma
combinao destes.
314
ii.
iii.
145
Outras fontes, menos destacadas, so biogs e biometano (biogs purificado). H tambm pesquisas no Brasil,
acompanhadas pelo MME, com o metano em camadas de carvo (coalbed methane ), ainda sem utilizao comercial.
315
Alm da maior riqueza do gs natural produzido, as UPGNs que entraro em operao nos prximos
anos possuem tecnologias mais novas e mais eficientes, como a turboexpanso, alm de possurem a
capacidade de gerar maiores quantidades dos produtos de maior valor agregado a partir do GNU
(etano, propano, GLP e C5+).
Sendo assim, a nova metodologia utiliza coeficientes tcnicos especficos para cada tipo de gs,
levando em conta sua composio mdia, e para cada tipo de UPGN, levando em conta sua eficincia
de recuperao para cada frao. Esta mudana metodolgica acarretou em diferenas pequenas na
oferta potencial de gs natural seco. Porm, no que se refere produo de GLP e outras fraes,
foram verificados resultados superiores aos apresentados no PDE 2023. Estes resultados foram
incorporados no Captulo VI Oferta de Derivados de Petrleo, nas projees de balano de GLP e de
outros derivados de petrleo.
Cabe destacar que se trata de uma produo potencial, visto que: pode haver variao na composio
esperada; a especificao do gs natural admite uma tolerncia de lquidos; e, em funo de questes
econmicas, as fraes pesadas do processamento podem ser incorporadas carga de petrleo ou
vendidos como intermedirios petroqumicos. Assim, a projeo de etano, propano, GLP e C5+ do PDE
2015-2024 assume uma premissa de recuperao comercial dessas fraes, no havendo, contudo,
indicao da estratgia comercial a ser seguida pelos agentes da indstria.
O clculo da oferta potencial na malha integrada, por sua vez, feito descontando-se os volumes de
gs natural processado em Polos de Processamento que atendem a sistemas isolados, sendo eles o
polo existente em Urucu/AM e os polos hipotticos considerados na Bacia do Parecis/MT e em Santo
Antnio dos Lopes/MA. O Grfico 116 apresenta esquematicamente o clculo da oferta potencial com
base nas previses de produo lquida.
316
146
A TBG mantm os seguintes contratos de servios de transporte de gs natural, na modalidade ship-or-pay, para o GASBOL:
(i) Contrato de transporte de quantidades bsicas (TCQ) - para 18 milhes de m3/dia, com prazo de durao de 20 anos e
vigncia at dezembro de 2019; (ii) Contrato de transporte de quantidades adicionais (TCO) - para 6 milhes de m3/dia, com
pagamento antecipado e prazo de durao de 40 anos e vigncia at setembro de 2041; (iii) Contrato de transporte de
quantidades complementares (TCX) - para 6 milhes de m3/dia, com prazo de durao de 20 anos e vigncia at dezembro de
2021; (iv) Contrato de transporte resultante do Concurso Pblico de Alocao da Capacidade - CPAC 2007 - para uma
capacidade adicional de 5,2 milhes de m/dia no trecho sul do gasoduto, entre Paulnia e Araucria, com prazo de durao de
20 anos e vigncia at setembro de 2030 (TBG, 2015).
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de gs natural
317
Apesar da previso de crescimento mdio de 3,5% a.a., para o decnio de 2015 a 2024, o consumo domstico de gs
natural na Bolvia continua baixo (cerca de 20% do gs boliviano direcionado para o mercado domstico), permitindo
disponibilizar gs natural para ampliar as exportaes para mercados prximos, como Brasil e Argentina (BMI Research, 2015).
318
possuir projeto de gasoduto de transporte j definido e em estgio de maturao compatvel com sua
incluso nas projees do presente ciclo (foi submetido ao MME um requerimento de construo de
gasoduto de transporte por provocao de terceiros, conforme estabelecido na Portaria MME n.
94/2012). Assim, considera-se premissa razovel contabilizar o gs natural, proveniente do terminal
de regaseificao de GNL de Rio Grande/RS, no balano de gs natural da malha integrada de
gasodutos.
Alm desse terminal, h a possibilidade de outros dois novos terminais de regaseificao de GNL no
Brasil, no decnio 2015-2024, serem interconectados malha integrada de gasodutos de transporte.
O primeiro tambm est associado a um projeto termeltrico vencedor do 20 Leilo de Energia Nova
A-5: UTE Novo Tempo/PE (1.238 MW, com consumo previsto de 5,9 milhes de m3/dia), cujo terminal
de regaseificao associado ser instalado no Porto de Suape, em Pernambuco, com capacidade de
regaseificao de 14,0 MM m3/dia de gs natural, com possvel entrada em operao em 2019. O
segundo terminal (tambm com capacidade de regaseificao de 14,0 milhes de m3/dia) est
ancorado a uma termeltrica que obteve sucesso no 21 Leilo de Energia Nova A-5, realizado em 30
de abril de 2014: UTE Porto de Sergipe I (1.516 MW, com consumo previsto de 6,1 milhes de
m3/dia). A previso de entrada de operao deste projeto est estimado para 2020.
Apesar dos projetos de terminais de regaseificao de Suape/PE e Sergipe I/SE estarem cogitados no
horizonte estratgico das empresas vencedoras dos leiles de energia, eles no foram contabilizados
no balano de gs natural do PDE 2015-2024 (foram considerados como sistemas isolados, juntos s
respectivas UTEs), pois as estratgias dos empreendedores ainda no estavam completamente
definidas at o momento de elaborao do plano (disponibilizao do excedente ao mercado da malha
integrada ou aproveitamento em eventuais expanses nos projetos originais de gerao eltrica em
outros Leiles de Energia Nova).
319
Para o PDE 2024, considerou-se que a produo de GNA das bacias da regio ocorrer aps o
horizonte do decnio 2015-2024. Ressalte-se tambm que, a partir de 2022, a projeo de queda da
oferta potencial oriunda da RD Reserva mais do que compensada pela oferta dos recursos RND
Empresas. Em 2024, a oferta potencial total, considerando, inclusive os recursos RND Unio,
projetada em 13,7 milhes de m3/dia.
J as projees de Oferta Potencial para a Malha Integrada so apresentadas no Grfico 118, a
seguir. A oferta potencial prevista apresentou uma taxa de crescimento mdio de 5,0% a.a. no
decnio em estudo, totalizando 169,4 milhes de m3/dia no ano de 2024.
Grfico 118 Oferta potencial (malha integrada)
320
321
trmicas a gs natural e as trmicas bicombustveis, em sua capacidade nominal efetiva, para efeito
de impactos em termos de infraestrutura. Adicionalmente, os grficos indicam o despacho mdio
previsto para as termeltricas (gs natural e bicombustvel), de maneira a possibilitar a visualizao
dos valores, que sero alcanados pela demanda efetiva nesse setor. Ademais, foram considerados
4,8 GW em trmicas indicativas em 2024, conforme mencionado no Captulo III Gerao de Energia
Eltrica, consumindo o equivalente a 20,6 milhes m/dia de gs natural.
So apresentados, nas sees que se seguem, os balanos de gs natural da Regio Norte e o
balano da malha integrada, elaborado com base nos cenrios de ofertas e demandas previstos, para
as regies que esto interligadas por gasodutos de transporte.
322
Nota:
A capacidade autorizada do Gasoduto Coari-Manaus, pela ANP, de 6,85 MM m3/dia sendo a vigente 5,5 MMm3/dia.
No obstante, a capacidade desse gasoduto pode alcanar 10 MM m3/d, considerando a construo de novas
estaes de compresso conforme projeto informado ANP (Despacho do Superintendente No 201/2008 DOU
07/03/2008 e Despacho do Superintendente No 930/2009 DOU 26/05/2009). Essas informaes de projeto no
implicam em autorizao prvia da ANP, estando sujeito ao disposto na Lei 11.909, de 04/03/2009.
Alm da Regio Norte, outras regies so consideradas sistemas isolados, para efeito de balano de
gs natural (como o Maranho e do trecho Lateral Cuiab/MT), os quais totalizam uma oferta de 7,9
milhes de m3/dia em 2024. No so apresentados aqui balanos desses sistemas isolados, uma vez
que os mesmos tem foco no atendimento exclusivo, respectivamente, das UTEs do Complexo do
Parnaba (ENEVA) e Governador Mario Covas (Pantanal Energia).
No caso dos Polos de Processamento de Gs Natural, alm dos quinze j existentes, foram
considerados um Polo de Processamento adicional a ser instalado no COMPERJ e trs UPGNs
indicativas (hipotticas), sendo uma em Joo Pinheiro/MG, na Bacia do So Francisco e outras duas
em sistemas isolados, a saber: Bacia do Parecis (MT) e Santo Antnio dos Lopes, na Bacia do
Parnaba, devido s projees de produo potencial de gs natural nestas regies. Ressalve-se,
contudo, que essas projees ainda tem por base recursos contingentes e/ou no descobertos.
323
Nota:
Fonte:
148
valido mencionar que, em 18 de agosto de 2014, a Petrobras firmou acordo com a YPBF, solucionando as divergncias
existentes na execuo do contrato de importao de gs natural boliviano para o mercado brasileiro (GSA). O acordo
contempla a soluo para as diferentes interpretaes do GSA, por meio de pagamentos e compensaes de parte a parte,
alm da celebrao de um contrato de fornecimento de gs natural para viabilizar a operao da UTE Cuiab at dezembro de
2016 (Petrobras, 2015).
149
Para este ciclo do PDE, os volumes de gs natural oriundos dos novos terminais de GNL de Suape/PE e Sergipe I/SE no
foram incorporados contabilidade do gs natural disponvel na malha integrada, uma vez que, apesar de j terem avanado
no estgio de planejamento, no h, at o momento, um posicionamento formal de que os excedentes de oferta sero
interligados e disponibilizados malha integrada de gasodutos de transporte ou se sero utilizados na prpria estratgia
empresarial dos empreendedores.
324
Para as Regies Sudeste, Sul e Centro-Oeste, a oferta local (composta pela oferta interna, importao
da Bolvia e importao de GNL) superior demanda em todo o perodo analisado, permitindo
exportar o excedente para as Regies Nordeste (atravs do gasoduto GASENE) e Centro Oeste-Sul.
Com relao demanda, o destaque a elevao do consumo previsto para Regies Sudeste e Sul,
devido ampliao, tanto da demanda termeltrica quanto da demanda no termeltrica. Nesse
contexto, relevante a incluso do consumo de gs natural para o Complexo Petroqumico do Rio de
Janeiro (COMPERJ), em Itabora, a partir do ano de 2022 e a previso da implantao de duas novas
unidades de fertilizantes durante o perodo decenal em estudo. Todavia, cabe ressaltar que foram
consideradas postergaes de investimentos e do cronograma de projetos da Petrobras nas reas de
Fertilizantes e Refino (downstream), a saber: (i) postergao da entrada de operao da UFN III
(unidade de produo de ureia e amnia em Trs Lagoas/MS) para 2019 e da UFN V (unidade de
amnia em Uberaba/MG, visando atendimento da regio do Tringulo Mineiro) para 2020; e (ii)
postergao da entrada de operao do primeiro trem do COMPERJ para 2022 e retirada da entrada
do 2 trem do COMPERJ do horizonte decenal em estudo.
Na Regio Nordeste, no perodo aps 2018, h uma tendncia de crescimento da demanda de gs
natural, alavancado principalmente pelo aumento da demanda de gs para gerao termeltrica. Essa
necessidade adicional ser atendida no somente pelo intercmbio com a Regio Sudeste, por
intermdio do GASENE, mas tambm pelo gs natural oriundo dos terminais de regaseificao de GNL
existentes (Terminal de Regaseificao da Bahia/BA e Pecm/CE).
Apesar de ter sido adotada a premissa da entrada de somente um novo terminal de regaseificao
(Rio Grande/RS, em 2019, com capacidade de 19,5 milhes de m3/dia) na malha integrada, h a
possibilidade, caso a estratgia de interconexo malha integrada de gasoduto de transportes seja
decidida pelos empreendedores, de se incorporar no prximo ciclo do PDE os volumes adicionais de
gs natural oriundo de importaes de GNL dos novos terminais de Pernambuco (14 milhes de
m3/dia a partir de 2019) e Sergipe (14 milhes de m3/dia a partir de 2020). Isto representaria,
aproximadamente, at 29,6 milhes de m3/dia adicionais a partir de 2020, tornando o balano de gs
natural ainda mais favorvel no horizonte decenal. O Grfico 121 mostra uma anlise de sensibilidade
do balano de gs natural da malha integrada, considerando tambm os terminais de regaseificao
de Pernambuco e Sergipe, bem como as demandas por gs natural das termeltricas associadas aos
mesmos.
325
Grfico 121 Anlise de sensibilidade para o balano de gs natural no Brasil Malha Integrada
(incluso de trs novos terminais de regaseificao)
Nota:
Fonte:
Observa-se que, com a entrada dos outros dois novos terminais de regaseificao em Pernambuco e
Sergipe, o saldo entre a oferta e a demanda total a partir de 2020 significativo, totalizando, ao final
do decnio, 38,7 milhes de m3/dia. A oferta total estimada seria de 197,4 milhes de m3/dia em
2024, neste caso.
Em suma, com os condicionantes considerados no presente ciclo do PDE, a situao do balano de
demanda e oferta de gs natural da malha integrada extremamente confortvel em todo o horizonte
decenal, havendo, inclusive, a possibilidade de ampliar a oferta potencial caso os novos terminais de
regaseificao de GNL do Nordeste sejam interconectados malha integrada.
326
327
Nota:
Considerou-se para fins de simulao da malha que os terminais de GNL de Suape/PE e do Sergipe, assim como as respectivas usinas
termeltricas Novo Tempo e Porto de Sergipe I, no iriam se conectar malha integrada.
Como pode-se verificar na Figura 41, o somatrio das ofertas potenciais so superiores aos da
demanda mxima projetada para o perodo, indicando que as demandas do Nordeste poderiam ser
atendidas pelas ofertas da prpria regio. Portanto, no h necessidade de grandes movimentaes
de gs natural vindo da malha Sudeste para a malha Nordeste, resultando em um atendimento mais
localizado das demandas regionais. Observa-se que a entrada em operao do terminal de
regaseificao de GNL na Bahia em 2014 contribuiu para o atendimento dessa demanda. Portanto, a
malha Nordeste no apresentou restries de infraestrutura para o atendimento das demandas
projetadas no horizonte de tempo analisado para o caso base. Vale ressaltar que, com o aumento das
demandas no Sudeste e aumento de pontos de oferta no Nordeste, verifica-se a tendncia de
formao de gargalos na infraestrutura.
Ademais, devido s caractersticas dos terminais de GNL e suas demandas associadas (capacidades de
regaseificao superiores s demandas trmicas associadas), foram realizadas anlises de
sensibilidade de modo a determinar o efeito da eventual entrada destes pontos de oferta e demanda
na malha simulada.
No primeiro caso da anlise de sensibilidade simulado considerou-se a malha existente e a incluso
dos terminais de GNL e demandas trmicas a eles associados (terminal de GNL em Suape, associado
UTE Novo Tempo e; terminal de GNL em Sergipe UTE Porto de Sergipe). Nesta situao, as trmicas
foram abastecidas com o gs natural disponibilizado apenas pelos terminais e o excedente do GNL
disponibilizado para a malha. Assim, em razo de proximidade, a entrada do GNL aumenta as
possibilidades de suprimento de oferta, diminuindo a necessidade de movimentao de gs de outras
regies e aumentando a tendncia de atendimento das demandas localmente. Para este caso, no
foram observadas restries movimentao.
328
Nota:
No final do horizonte de estudo, foi considerada a instalao de um Polo de Processamento indicativo na bacia do So Francisco para o
processamento do gs natural proveniente de campos em terra. Porm, a disponibilidade de gs natural nesta regio est associada
confirmao dos volumes de gs natural previstos, alm da instalao de infraestrutura de escoamento e/ou transporte nesta rea.
Como pode-se verificar, o total de oferta inferior ao de demanda mxima em 2015, indicando a
possibilidade de movimentao de gs vindo do GASBOL ou do Nordeste para a regio. O mesmo no
deve se verificar em 2024, onde a oferta potencial estimada supera a demanda mxima prevista e,
dessa forma, menor ou nenhuma movimentao das outras malhas (GASBOL e Nordeste) para a
regio seria necessria.
329
No ano de 2019 haveria necessidade de complementao das ofertas para a regio Sudeste por meio
do GASENE e por meio do GASBOL, caso a malha opere nas condies mximas. Observa-se que o
atendimento demanda da UFN V, possivelmente atravs do gasoduto de distribuio Queluzito/MGUberaba/MG, com origem na regio metropolitana de Belo Horizonte, no impediria o atendimento
das demais demandas da regio. Destaque-se que, com o patamar de demanda identificados no
presente ciclo, dados os condicionantes considerados (vide Captulo 2 Demanda de Energia),
verificou-se que a infraestrutura tem folga para o atendimento das demandas ao longo da malha
Sudeste. Assim, diferentemente das perspectivas apontadas em ciclos anteriores, no foi identificada
restrio de infraestrutura nessa regio da malha integrada. relevante observar que a entrada de
recursos provenientes da Bacia do So Francisco (MG), prevista pra ocorrer a partir de 2022, contribui
para reduzir a possibilidade de ocorrncia de gargalos de infraestrutura no final do perodo.
Considerando os casos analisados, observa-se a tendncia de crescimento da disponibilidade de gs
natural na regio da malha do Nordeste (pelo crescimento da oferta) ao contrrio do que ocorre no
Sudeste (que apresenta maiores demandas). Dessa forma, h possibilidade de intercmbio de gs
natural vindo do Nordeste (ou do GASBOL) para a Regio Sudeste, em especial, no incio do perodo
analisado. Porm, as ofertas disponveis no Sudeste so suficientes, ao final do perodo analisado,
para o atendimento das demandas.
330
Notas:
(1) Os gasodutos Lateral Cuiab e GASUP trecho 1 no foram levados em conta na simulao da malha integrada, por se tratarem de
sistemas isolados.
(2) O gasoduto que liga o terminal de GNL de Rio Grande/RS malha integrada por meio do GASBOL trecho Sul encontra-se
atualmente em fase de avaliao.
Em uma anlise de sensibilidade na qual o terminal de GNL no fosse conectado malha do GASBOL,
verificou-se que haveria necessidade, a partir do meio do perodo, de a trmica bicombustvel SepTiaraju (Canoas/RS), despachar com combustvel substituto devido a limitaes de infraestrutura.
Adicionalmente, ocorreriam dificuldades de pleno atendimento dos outros pontos de entrega na
extremidade sul do gasoduto, como a REFAP, com a aproximao do fim do perodo decenal analisado
nessa sensibilidade.
Portanto, verificou-se que, para o caso base simulado, no houve restrio de infraestrutura no
sentido de atendimento das demandas projetadas para o perodo. Tal resultado foi possvel devido a
insero do ponto oferta do terminal de GNL, uma vez que a anlise de sensibilidade realizada
mostrou que restries de atendimento ocorreriam caso no houvesse tal oferta. Ressalva-se ainda
331
que existe a possibilidade de ampliao de capacidade do trecho sul do GASBOL. No PEMAT 2022,
foram estudadas cinco alternativas por meio de gasodutos de transporte, que no foram
aprofundadas devido a condies restritivas de balano de demanda-oferta de gs natural naquele
estudo. Essas solues poderiam atuar de maneira complementar interligao do terminal do Rio
Grande, ampliando a abrangncia geogrfica da infraestrutura de oferta.
6. Estimativa de investimentos
Os investimentos previstos nesse item incluem aqueles contemplados pelo Programa de Acelerao do
Crescimento (PAC), aqueles j previstos e que no so considerados no PAC, bem como os projetos
indicativos relacionados ao setor de infraestrutura de oferta e transporte de gs natural.
Ao final de 2014, a Petrobras reavaliou seus projetos futuros e em andamento, implementando aes
que visavam preservar o caixa e reduzir o volume de investimentos. A Tabela 140 mostra o resumo
dos investimentos previstos para os projetos do PAC, para os que esto fora do PAC e para os
projetos indicativos a partir de 2015 com foco em infraestrutura de oferta de gs natural (UPGNs,
gasodutos de transporte e terminais de GNL).
Tabela 140 Investimentos previstos em projetos de expanso da infraestrutura
Classificao
PAC
Fora do PAC
Indicativo
Projetos
R$ bilhes
Projetos
R$ bilhes
Projetos
R$ bilhes
Gasodutos de Transporte
0,12
0,11
Em avaliao
GNL
1,50
UPGN
2,12
3,40
2,24
4,90
Total
Nota:
Fontes:
0,11
Os investimentos do PAC contemplam apenas o perodo de 2015-2017, j os indicativos englobam o horizonte de 2015-2024, e no
incluem aqueles que j esto previstos no PAC. O investimento indicativo em gasoduto de transporte refere-se ao Gasoduto Rio
Grande-Triunfo encaminhado ao MME por meio de requerimento de Provocao de Terceiros, que se encontra em processo de
avaliao.
PAC MME, (2014); Fora do PAC - ANP ; indicativo - estimativas EPE.
No que tange aos gasodutos de transporte, o PAC prev investimentos na construo do gasoduto
GASFOR II, entre os municpios de Horizonte e Caucaia no Estado do Cear.
Os investimentos do PAC para Unidades de Processamento de Gs Natural contemplam a instalao
no site do COMPERJ de unidades para processamento de at 21 milhes de m/dia provenientes do
polo Pr-Sal da Bacia de Santos.
Consideraram-se, tambm, os projetos no contemplados pelo PAC. Dessa forma, o gasoduto de
transporte denominado Itabora-Guapimirim, em processo de licitao pela ANP, foi considerado neste
item. O investimento previsto tambm consta na Tabela 140. Esse duto de transporte ir interligar as
Unidades de Processamento de Gs Natural (UPGNs) do COMPERJ estao de entrega de
Guapimirim, no Gasoduto Cabinas-REDUC (GASDUC III). Sua extenso alcanar 11 km, sua
capacidade nominal ser de 17 milhes de m/dia e o dimetro nominal ser de 24 polegadas. O
investimento total estimado pela EPE para o gasoduto de R$ 112,32 milhes (valor de referncia).
332
333
1. Etanol
1.1 Projees da demanda total de etanol
A demanda total de etanol constituda pelas parcelas nacional (carburante e outros usos) e
internacional (a ser atendida pelo Brasil). A seguir, so apresentados as premissas consideradas e os
resultados obtidos.
1.1.1
No Captulo II deste plano, j foi apresentada a projeo da demanda de etanol carburante anidro e
hidratado para o Brasil, no perodo decenal150, a qual parte de aproximadamente 29 bilhes de litros
em 2015 e atinge cerca de 39 bilhes de litros em 2024.
No Brasil, estima-se que a demanda de etanol para uso no carburante, concentrada basicamente na
produo de bebidas, cosmticos, produtos farmacuticos, petroqumicos e compostos
oxigenados151, alcanar 1,5 bilhes de litros em 2024, o que representa uma taxa de crescimento
de 3,1% ao ano, no perodo compreendido entre 2014 e 2024.
150
151
334
5,1
5,0
4,0
3,4
2,4
3,3
2,0
1,0
3,1
2,6
1,9
2,0
2011
3,0
3,5
2010
Bilhes de litros
6,0
2,9
1,4
0,7
Fonte:
2014
2013
2012
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
0,0
MDIC [188].
Brasil e Estados Unidos concentram, atualmente, cerca de 80% da produo mundial e devem
permanecer nesta situao durante todo o perodo decenal.
Apresenta-se, a seguir, uma perspectiva do mercado internacional de etanol para os prximos dez
anos, com nfase nos EUA e Unio Europeia, de forma a embasar a avaliao do potencial de
exportao brasileira do produto.
Estados Unidos
Os Estados Unidos devem manter sua poltica de independncia e segurana energtica, traduzida na
forma da lei Energy Independence and Security Act de 2007 (EISA) e cujo elemento mais expressivo
o Padro de Combustveis Renovveis (Renewable Fuels Standard - RFS), que determina a
participao de biocombustveis em volumes crescentes no consumo final de combustveis fsseis, no
perodo de 2007 a 2022.
No entanto, o governo americano j se declarou comprometido com a melhoria na eficincia
energtica do pas, o que pode, no longo prazo, resultar numa estagnao ou diminuio da demanda
de combustveis pela frota de veculos leves, com consequncias na demanda final de etanol. A
prpria demanda americana de gasolina j tem se mantido estvel, em torno dos 520 bilhes de
litros, pelos ltimos 10 anos. Estando o volume de etanol consumido atrelado ao da gasolina atravs
da mistura E10, no h indicao de que a demanda pelo biocombustvel tenha um aumento
significativo para os prximos anos.
A restrio do uso do etanol em funo da adoo da mistura E10 nos EUA, chamada de Blend Wall,
est no centro das discusses acerca da efetividade da RFS. Atualmente, os volumes de etanol
misturados gasolina so suficientes apenas para o cumprimento da parcela de biocombustvel
convencional (o etanol de milho) estabelecida pela RFS, a qual dever permanecer constante em
cerca de 50 bilhes de litros, a partir de 2015. As prprias projees do relatrio Annual Energy
Outlook de 2014, da Energy Information Administration EIA [175], indicam um consumo de etanol
carburante praticamente constante em torno de 50 bilhes de litros, at 2040.
335
Em 29 de maio de 2015 a Agncia de Proteo Ambiental dos EUA (Environmental Protection Agency EPA) publicou os volumes mandatrios para biocombustveis para os anos de 2015 e 2016 sendo que
o etanol total a ser misturado na gasolina nestes anos , respectivamente, 54,8 e 58,2 bilhes de
litros. O etanol de cana foi contemplado com volumes de 0,9 bilho e 1,9 bilho de litros para os
respectivos anos [177].
Segundo a EIA, em 2014, a produo e o consumo de etanol nos EUA foram de 54,3 e 51,0 bilhes de
litros, respectivamente, e a exportao lquida foi de 2,9 bilhes de litros, tendo inclusive o Brasil
como comprador [176]. Em janeiro de 2015, a capacidade operacional de produo de etanol era de
57 bilhes de litros/ano [201].
Para a projeo do volume de etanol a ser exportado pelo Brasil para os Estados Unidos, tomaram-se
como referncia as estimativas de importao total americana do produto, elaboradas pela EIA, e
novas diretivas da EPA, ajustadas por anlises de mercado, como por exemplo, as restries na
produo brasileira de etanol.
Unio Europeia
A Unio Europeia tem a Diretiva 2009/28/CE como principal instrumento de promoo utilizao de
fontes renovveis, para as quais estabelece metas indicativas de 10% e 20%, respectivamente, do
consumo final automotivo e da matriz energtica total, a serem atingidas em 2020 [207]. Alm disso,
o bloco mantm metas, tambm de 20%, de mitigao de Gases de Efeito Estufa - GEEs (em relao
aos nveis de 1990) e de aumento da eficincia energtica, ambas para o mesmo ano de 2020. Este
conjunto de medidas denominado Triplo 20 ou Climate and Energy Package [206].
Recentemente, os pases do bloco concordaram com um novo plano de mitigao de GEEs de 40%
(em relao a 1990) e de participao de renovveis em 27% no consumo final de energia at 2030,
o qual foi divulgado em um comunicado da Comisso Europeia de 22 de janeiro de 2014 [208]. Este
plano se soma s metas anteriores estabelecidas para 2020.
Entretanto, h um forte questionamento quanto ao papel dos biocombustveis de primeira gerao
nos planos de independncia energtica do bloco europeu. O novo conjunto de metas no especifica o
papel dos biocombustveis tradicionais e, alm disso, ainda existe discusso quanto sua participao
nas metas antigas. Recentemente, trs propostas elaboradas por diferentes rgos da Unio Europeia
sugerem reduzir a meta de 10% de biocombustveis tradicionais no consumo automotivo para 5%,
6% ou 7%. O restante seria oriundo de fontes tecnologicamente mais avanadas, como os
biocombustveis de segunda gerao.
Ainda so sentidos os efeitos das crises poltico-econmicas recentes na regio e os pases tm
dirigido esforos para a recuperao de suas economias, em detrimento de aes de incentivo s
fontes renovveis. O aprofundamento da crise no bloco e a inteno de limitar a participao dos
biocombustveis tradicionais so fatores decisivos para que no haja grandes expectativas quanto
utilizao de biocombustveis importados, principalmente o etanol.
Para a projeo do volume de etanol a ser exportado pelo Brasil para a Unio Europeia, foram
realizadas anlises de mercado, que consideraram, entre outras, as restries na produo brasileira
de etanol.
336
Outros pases
Na sia, Japo, China, Coria do Sul e ndia se destacam no consumo de combustveis lquidos.
O Japo, tradicionalmente, no um grande consumidor de biocombustveis e, hoje, a penetrao de
novas tecnologias de propulso de veculos leves j se encontra em estgio avanado em relao aos
demais pases industrializados. Os deslocamentos mdios realizados no pas por veculos leves so
curtos, o que favorece o uso de tecnologias hbridas e, no futuro, eltricas. Assim, sua estratgia est
muito mais voltada para a reduo do consumo total de combustveis automotivos, do que para o uso
de biocombustveis.
Embora a extenso territorial da China permita que grandes deslocamentos possam ser feitos em
veculos leves, a tendncia que os incentivos governamentais priorizem outros modais, mais
eficientes que o automvel. Dessa forma, assumiu-se que a utilizao de biocombustveis no dever
ser estimulada e que os incentivos sero dirigidos principalmente para os modais ferrovirios, para
deslocamentos de longo curso, e para a utilizao de tecnologias hbridas e, principalmente, eltricas,
para deslocamento dentro das megalpoles.
Notadamente, a Coria do Sul tem se destacado como um importante polo importador de etanol
brasileiro nos ltimos anos, mantendo-se entre os trs maiores importadores desde 2010. No entanto,
o pas no apresenta uma poltica mandatria de mistura carburante e praticamente todo o etanol
importado insumo para a alcoolqumica.
A ndia atualmente no adota polticas firmes de consumo de biocombustveis, mas apresenta grande
potencial para a produo de etanol, uma vez que um grande produtor de cana-de-acar.
Entretanto, no h expectativa de que o pas se torne no futuro um importante player no mercado
internacional, direcionando sua produo domstica para o consumo interno.
No horizonte decenal, alguns pases, principalmente africanos e latino-americanos, podero se tornar
produtores relevantes de etanol. Entretanto, sua participao no mercado internacional ainda ser
modesta, quando comparada dos dois maiores produtores: Estados Unidos e Brasil.
1.1.3
Considera-se que as restries demanda internacional de etanol, por efeito das crises econmicas e
do tradicional protecionismo de mercado, aliadas s restries de oferta de etanol no Brasil, fazem
com que as perspectivas de exportao deste produto sejam modestas, sem expectativas de grandes
variaes no horizonte decenal (com crescimento anual de 9,6%). Com isso, mesmo o volume
exportado em 2024 (3,5 bilhes de litros) continuar inferior ao recorde histrico de 2008 (5,1 bilhes
de litros). No perodo em estudo, o pas se limitar praticamente a atender os contratos j existentes
de exportao, principalmente entre empresas brasileiras e americanas. O Grfico 123 consolida as
projees de exportao do etanol brasileiro.
337
Fonte:
1.1.4
Demanda total
O Grfico 124 consolida as demandas nacional (carburante e outros usos) e internacional de etanol no
horizonte decenal.
Grfico 124 Projeo da demanda total de etanol
338
Situao atual
As aes conjuntas do governo com o setor privado proporcionaram a retomada dos investimentos na
renovao e expanso dos canaviais, com a consequente recuperao dos indicadores de
produtividade no pas, que saram de 67,1 tc/ha na safra 2011/12 para 74,8 tc/ha na safra 2013/14.
Porm, devido seca ocorrida em 2014, este ndice caiu para 70,5 tc/ha na safra 2014/15, segundo a
Conab [171]. Esta queda reduziu a quantidade de cana-de-acar moda nesta safra para
aproximadamente 635 milhes de toneladas, ainda segundo a Conab. O Centro-Sul respondeu por
aproximadamente 575 milhes de toneladas e o Nordeste por cerca de 59 milhes de toneladas.
A parcela de acar total recupervel (ATR) direcionada para a produo de acar sofreu nova
reduo, caindo de 45% na safra 2013/14 para 43% na safra 2014/15. O motivo foi a manuteno da
trajetria de queda de seu preo mdio152, consequncia de quatro anos de sucessivos supervits no
balano mundial, o que proporcionou a criao de altos estoques desta commodity em diversos
pases. Em valores absolutos, a produo de acar para a safra 2014/15 de 37,3 milhes de
toneladas [171]. Consequentemente, a parcela de ATR para a produo de etanol aumentou,
resultando em uma produo de 29,2 bilhes de litros na safra 2014/15, com incremento de
aproximadamente 540 milhes de litros em relao safra anterior (aumento de 1,8%). Deste total,
12,7 bilhes foram de etanol anidro e 16,5 bilhes de litros, de etanol hidratado.
Os ndices pluviomtricos registrados nas regies canavieiras do Centro-Sul, entre dezembro de 2014
e maro de 2015153, ocorreram dentro da normalidade e no prejudicaram o desenvolvimento da
planta [171]. Desta forma, a safra 2015/16 dever retomar a trajetria de melhoria da produtividade
da cana, atingindo 72,2 tc/ha.
As perspectivas para a safra 2015/16 so de aumento do consumo de anidro carburante, devido ao
aumento de seu teor de mistura na gasolina e ao aumento da frota de veculos leves, assim como
manuteno de preos do acar no mercado internacional em patamares baixos, devido ao pequeno
supervit esperado em seu balano mundial (cerca de 1 milho de toneladas).
1.2.2
A metodologia utilizada para realizar as projees da oferta de etanol considera uma srie de
premissas, tais como:
152
153
ciclo da cana;
339
produo de acar;
Foi considerada uma mdia de cinco cortes para o ciclo da cana-de-acar, aps os quais a respectiva
rea dever ser reformada. A partir de um ano base e do conhecimento do ciclo da cana, possvel
projetar, para os anos subsequentes, as reas plantadas por estgio de corte, sendo tambm
necessrio estimar as reas em reforma e reincorporadas154.
A rea ocupada pela cana planta, ou cana de primeiro corte, calculada a partir das reas de plantio
das novas unidades industriais, da expanso das existentes e da rea reincorporada. A rea relativa
ao segundo corte ser igual ao primeiro corte do ano anterior, e assim sucessivamente, at o sexto
ano, no qual a rea em reforma ser igual de quinto corte do ano anterior. As reas em reforma
sero reincorporadas dentro de dois anos, dependendo do tipo de cana.
A cana bisada aquela que no foi colhida na safra anterior por motivos climticos ou econmicos e
ser colhida na safra corrente. Teoricamente, as canas mais velhas (4 e 5 cortes) so as que tm
maior probabilidade de no serem colhidas, pois tm menor produtividade e, com isso, traro menor
rentabilidade ao produtor.
Segundo a UNICA [209], a quantidade de cana bisada e de sexto corte tem apresentado mdias
histricas correspondentes a 1% e 9,6% da rea total, respectivamente. Entretanto, em momentos de
crise financeira e/ou problemas climticos, podem ocorrer alteraes desses valores.
Para se determinar a projeo de etanol de primeira gerao, necessrio calcular a produo total
de cana a partir da rea colhida e da produtividade, ambas estimadas por estgio de corte. Sobre este
total, aplica-se o rendimento esperado a cada ano, em kg ATR/tc, para obter o ATR total disponvel.
A diviso do ATR entre o acar e o etanol feita a partir dos estudos dos mercados internacional e
nacional de acar. Considerando a importncia do Brasil no comrcio mundial desta commodity,
retira-se do ATR total a quantidade necessria para atender s demandas interna e externa de acar,
obtendo-se, como resultado, a parcela destinada ao etanol.
Para se obter a projeo da oferta de etanol, aplicam-se os ndices de transformao industrial para o
anidro e o hidratado sobre o ATR destinado ao biocombustvel. A eficincia de converso do ATR para
etanol depende do estgio tecnolgico da indstria.
No cenrio considerado, assume-se que a penetrao da tecnologia de lignocelulose (segunda
gerao) no ser representativa at 2024, embora existam, no perodo decenal, duas unidades
operando e outros projetos em implantao.
154
rea em reforma aquela que no ser colhida, pois se encontra em perodo de recuperao para o replantio da cana ou
outros usos. rea reincorporada aquela recuperada no ano da safra anterior e que j est disponvel para colheita.
340
1.2.3
As projees de produo de acar e de ATR/tc utilizadas neste estudo foram elaboradas a partir de
dados fornecidos pelo MAPA [187], conforme descrito a seguir.
Produo de acar
A projeo da produo brasileira de acar, apresentada na Tabela 141, composta por duas partes:
a parcela para consumo interno e a parcela a ser exportada.
A projeo do consumo interno de acar considerou a evoluo do consumo per capita brasileiro
(kg/hab/ano), relacionado ao aumento da renda e ao envelhecimento da populao [187].
A projeo de exportao de acar foi estimada a partir da premissa de que o Brasil atender de
41% a 48% do fluxo de comrcio mundial, no perodo decenal, com base em trs fatores:
O fim das restries (cotas) para produo de acar a partir de 2017 pela Unio Europeia,
que poder aumentar sua produo de acar de beterraba;
Assumiu-se ainda que o setor sucroalcooleiro do Brasil investir em ganhos de rendimento (ATR/tc) e
de produtividade da cana (tc/ha) para melhorar sua competitividade.
A partir das consideraes anteriores, estimou-se que a taxa mdia de crescimento da produo
nacional de acar no perodo dever ser de 3% ao ano.
Tabela 141 Projeo de produo brasileira de acar
Ano
Acar
Fonte:
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
45,5
46,2
46,9
47,6
milhes de toneladas
35,6
36,5
37,3
39,3
41,7
43,8
44,8
Rendimento (ATR/tc)
Quanto projeo dos valores de ATR/tc, o MAPA [187] estima que, em 2015 e 2016, seu
crescimento ser pequeno, pois no haver total adequao do plantio ao sistema de colheita
mecanizada, permanecendo numa mdia de 136,9 kg de ATR/tc. J entre 2017 e 2024, admite-se que
o rendimento mdio ser de 142,8 kg de ATR/tc.
Produtividade (tc/ha)
A produtividade da cana atingir 85,3 tc/ha em 2024, resultado das aes iniciadas na safra 2012/13
e que se estendero at o fim do perodo decenal, tais como: tratos culturais adequados, introduo
341
de novas variedades mais produtivas e aumento da rea de cana planta (expanso e renovao). O
ganho esperado de produtividade torna necessria a expanso da capacidade instalada de moagem
de cana das unidades existentes, para atender quantidade total de cana produzida.
ndice de transformao industrial
O aumento da eficincia na rea industrial dever ocorrer, principalmente, no processo de
fermentao, a partir da disseminao do uso da tecnologia de alto teor alcolico e da viabilizao da
fermentao a vcuo. Ao longo do perodo decenal, o fator de converso do hidratado variar de
1,672 para 1,657 kg ATR/litro e o do anidro, de 1,749 para 1,734 kg ATR/litro, ambos por
eficientizao do processo de transformao do ATR em etanol. J o fator de converso do acar
permanecer constante, em 1,049 kg ATR/kg [169].
1.2.4
Premissas adotadas
Em abril de 2015, o MAPA [185] registrou 369 unidades produtoras de etanol e acar em seu
cadastro. Pesquisas adicionais junto a agentes do setor evidenciaram que somente 362 estavam
efetivamente operando em 2015. Posteriormente realizou-se um estudo sobre a capacidade instalada
de moagem de cana do Brasil, tendo como base a Conab, consultorias especializadas do setor e
contatos diretos com as empresas, a partir do qual estimou-se que a capacidade total de moagem, ao
final do primeiro trimestre de 2015, seria de cerca de 720 Mtc155 [172]. Considerando a moagem
realizada na safra 2014/15, conclui-se que sua utilizao est em torno de 88%.
A utilizao da capacidade instalada de produo de etanol e de acar varia de acordo com a
remunerao dos produtos. A partir de dados da ANP [162], estimou-se que a capacidade brasileira
de produo de etanol hidratado das unidades em operao seria de 37,9 bilhes de litros156, sendo
que parte desta capacidade - estimada em 19,3 bilhes de litros - passvel de ser utilizada para a
produo do etanol anidro. Assim, caso fosse atingida a produo mxima de anidro, a capacidade
resultante de hidratado seria de 18,6 bilhes de litros.
Vinte e trs unidades em operao estavam em recuperao judicial ao fim do primeiro trimestre de
2015, representando um montante de 34 milhes de toneladas de cana.
A seguir, a projeo da capacidade de produo de etanol analisada em dois perodos distintos: de
2015 a 2017 e de 2018 a 2024.
Perodo 2015-2017
Entre 2015 e 2017, os investimentos para expanso da capacidade podem ser identificados com
razovel preciso, pois o tempo mdio para construo e partida de uma usina de trs anos. Alm
desse horizonte, incertezas do mercado de etanol e de acar impedem uma quantificao precisa da
expanso da capacidade industrial do setor atravs de unidades greenfield.
155
156
342
Neste perodo, est prevista a implantao de apenas trs novas usinas, reflexo da crise global de
crdito em 2008 e 2009 e de consecutivas margens de lucro negativas. Estes projetos devem
acrescentar uma capacidade nominal de moagem de aproximadamente 8 milhes de toneladas de
cana. Ressalta-se que, na entrada em operao, uma usina no utiliza imediatamente sua capacidade
mxima de moagem, levando, em mdia, quatro anos para atingi-la.
Por outro lado, espera-se que, entre 2015 e 2017, ocorra a reativao de sete unidades produtoras,
como resultado do processo de recuperao judicial157, adicionando mais 14 milhes de toneladas em
capacidade nominal de moagem de cana.
Perodo 2018-2024
Entre 2018-2024, o cenrio de expanso da capacidade de moagem da indstria sucroenergtica
adotado neste estudo considera a implantao de 9 unidades, com capacidade de moagem especfica
de cerca de 3,7 milhes de tc/ano/usina [192], [205] e [209], baseada em observaes de mercado.
Alm disso, considera-se que haver uma expanso da capacidade instalada de moagem das usinas
existentes, num total de cerca de 66 milhes de toneladas para atender o total de cana produzido em
2024. Aps a anlise das unidades do setor, estratificadas por data de implantao e capacidade
mdia, estimou-se que essa expanso da indstria plausvel.
Ressalta-se que a construo das novas usinas e das expanses das unidades existentes pode ser
perfeitamente atendida pela indstria de base brasileira, que tem capacidade de fornecer
equipamentos e recursos necessrios expanso do setor.
A Figura 44 mostra a distribuio georreferenciada das usinas existentes, das que devem entrar em
operao at 2017, alm de 44 projetos divulgados nos ltimos anos. O cenrio de mdio prazo
considera que apenas 9 unidades deste universo de projetos sero implantadas entre 2018 e 2024.
Ainda continua o movimento de expanso para a regio central do Pas, fato que motiva a
implantao de novos projetos de logstica para o etanol.
157
Resultado, principalmente, de aes dos governos estaduais de Pernambuco e Rio de Janeiro, assim como da reativao de
unidades em outros estados que paralisaram suas atividades temporariamente, indicando seu retorno em uma data especfica.
343
Fonte:
1.2.5
Resultados
Esse tpico apresenta os resultados das projees de rea colhida, produtividade, cana colhida, tipo e
quantidade de usinas implantadas e oferta de etanol, a partir da metodologia e das premissas
expostas anteriormente.
rea e Produtividade
O Grfico 125 mostra que a rea colhida aumentar de 9,1 Mha em 2015 para 9,9 Mha em 2024,
correspondendo a um crescimento de 0,9% a.a., tendo como base a rea da safra 2014/15. No
horizonte de estudo, a produtividade sair de 70,5 tc/ha em 2014 para 85,3 tc/ha em 2024. Vale
ressaltar que o ganho de produtividade (tc/ha) e de qualidade (ATR/tc) da cana-de-acar ser
suficiente para atender ao crescimento da produo de acar, sem um grande aumento da rea
destinada sua produo.
344
100
16
85,3
9,9
9,0
8
4,0
3,9
40
4
5,8
5,1
0
2014
60
2015
2016
reaparaEtanol
2017
2018
2019
2020
2021
2022
reaparaAcar
reaTotal
ton.cana/ha
MilhesdeHectares
80
70,5
12
20
0
2023
2024
Produtividade
807
821
841
792
831
776
329
331
335
338
342
325
900
800
MilhesdeToneladas
700
635
654
675
702
600
500
299
741
313
274
280
285
451
463
493
360
428
499
404
486
390
476
374
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
400
300
200
100
0
CanaparaEtanol
CanaparaAcar
CanaTotal
Atualmente, 19% da capacidade instalada de moagem de cana pode produzir somente etanol e 2%, somente acar. A
capacidade total de moagem das unidades mistas corresponde a 79%. Considerando que as unidades mistas tenham sua
produo dividida igualmente entre acar e etanol, o percentual destinado ao etanol seria de cerca de 58%. Caso tivessem um
mix de produo maior que 50%, o percentual do parque sucroalcooleiro nacional destinado ao etanol seria ainda maior.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de biocombustveis
345
Considerando que, em 2024, o plantio mecanizado j estar implantado em quase todo o canavial, a
quantidade de mudas utilizadas nesse sistema (18 t cana/ha) ser de 27 milhes de toneladas [198].
No entanto, considerando a implantao do sistema de Mudas Pr-Brotadas MPB (2 t cana/ha), a
produo de mudas poder cair para 3 milhes de toneladas em 2024, disponibilizando uma maior
quantidade de cana para moagem e aumentando o faturamento do produtor.
Para que se alcancem os resultados desejados de produtividade e um melhor aproveitamento do
ATR/tc disponvel, necessrio realizar o manejo varietal e agronmico adequados, assim como
reduzir a defasagem entre mecanizao do plantio e a da colheita. Pelos dados registrados at 2013,
88,8% da cana processada no Centro-Sul foi colhida mecanicamente [173]. Esse avano na colheita
no foi devidamente acompanhado pela mecanizao do plantio, que atingiu 71% em 2013 nessa
regio [191].
Total de unidades
Fonte:
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
Elaborao EPE
346
1.2.6
Etanol celulsico
O Brasil comea a se inserir na realidade mundial dos biocombustveis avanados, como o etanol
celulsico, produzido a partir do bagao da cana-de-acar. O Pas conta atualmente com duas
plantas em escala comercial para produo de etanol celulsico, nos estados de Alagoas e So Paulo.
O Plano Conjunto BNDES-FINEP de Apoio Inovao Tecnolgica Industrial dos Setores
Sucroenergtico e Sucroqumico PAISS, lanado em 2011 pelo Governo Federal, procurou estimular
a indstria sucroalcooleira com um oramento de um bilho de reais de crdito para o
desenvolvimento, implementao e avano das tecnologias referentes produo de etanol de
segunda gerao, eficincia da cogerao e aos novos bioprodutos [167].
A capacidade de produo de etanol celulsico do Brasil poder atingir, nos prximos anos, 429
milhes de litros (cerca de 1% da produo total em 2024), distribudos em sete plantas construdas e
em construo [156]. As capacidades, as datas de entrada em operao e as localizaes podem ser
conferidas na Tabela 143.
347
Cidade (UF)
Capacidade Nominal
(milhes de litros)
Operao
Investimentos
(milhes de reais)
Granbio/Carlos Lyra
82
2014/15
350
Razen(1)
Piracicaba (SP)
160
2015/16
710(2)
Odebrecht Agroindustrial
Sem definio
80
2016/17
Sem definio
Petrobras/So Martinho
Quirinpolis (GO)
40
Sem definio
240(2)
CTC
So Manoel (SP)
2014/15
71
Abengoa
Pirassununga (SP)
64
2017
310
Total
Notas:
Fonte:
429
1.680
(1) Duas plantas da Razen. A empresa anunciou, no fim de 2014, o projeto de sua segunda planta de etanol 2G. A previso um
incremento na capacidade adicional de 120 milhes de litros anuais. A companhia pretende operar, at 2024, oito plantas de etanol
2G. No total, os aportes previstos at 2024 devero chegar a R$ 2,5 bilhes, entretanto este valor ainda no possui financiamento
governamental garantido, o que um condicionante no planejamento da empresa. A capacidade total das oito usinas em operao
ser de 1 bilho de litros, correspondendo a 50% da capacidade atual das plantas de primeira gerao da empresa, segundo a prpria
Razen [156] e [199].
(2) Valor estimado a partir do investimento total.
Elaborao prpria.
O principal desafio para o gerenciamento destas usinas, durante o perodo em estudo, permanece
sendo a mudana da atual configurao do processo de produo de acar, etanol convencional e
bioeletricidade, para outra em que se produza, alm destes, o etanol celulsico. O projeto que se
julga mais econmico aquele que integra a produo convencional de segunda gerao.
As usinas que implantaram a cogerao de alta eficincia podero ter dificuldades para fabricar o
etanol de segunda gerao em plantas comerciais, num horizonte de dez anos, pois, neste caso,
quase todo o bagao j est comprometido. Para faz-lo, tero que utilizar a palha e ponta ou a cana
energia. No primeiro caso, a viabilidade econmica ter que ser avaliada, devido aos custos adicionais
com equipamentos para enfardamento e processamento da palha.
1.2.7
A Tabela 144 apresenta o investimento mdio industrial estimado para a construo de uma nova
unidade de produo mista e de uma destilaria.
Tabela 144 Investimento mdio para construo de novas unidades produtoras
Custo Industrial
USD/tc
R$/tc
Usina Mista
100
265
Destilaria
85
225,3
Cogerao
25
66,3
Despesas Pr-operacionais
2,7
Equipamentos Agrcolas
25
66,3
151
400,2
136
360,4
Nota:
Fonte:
348
ser da ordem de R$ 17,1 bilhes referentes s novas unidades e de R$ 14,2 bilhes referentes s
expanses necessrias, totalizando R$ 31,3 bilhes [193]. 160
1.3.1
A Logum Logstica S.A., cuja composio acionria integrada por grandes produtores de etanol,
Petrobras e outras empresas, foi criada com o objetivo de transportar etanol por polidutos e hidrovias
para o mercado interno e externo.
Apesar de prever a construo de uma longa extenso de dutos, o projeto utiliza-se tambm de uma
infraestrutura j existente e operada pela Transpetro. Existe ainda a possibilidade de integrao deste
sistema com ferrovias tambm existentes. Quando todos os trechos estiverem concludos, o sistema161
atravessar cinco estados e 45 municpios, conforme a Figura 45.
160
O valor dispendido em formao do canavial e trato cultural das unidades existentes considerado como custo operacional.
A Logum Logstica S.A. divulgou no incio de 2015 o cronograma de inaugurao das prximas etapas do programa. No
entanto, devido lenta ocupao dos dutos em funcionamento, s incertezas no setor sucroalcooleiro e ao no cumprimento do
cronograma, a empresa poder redefinir as datas e prioridades na implantao do sistema.
161
349
Fonte:
Logum [164].
Extenso total
(km)
Incio de
Operao
1.330
22
2013
662
2015
Investimento
(R$ bilhes)
7
Para Dutos,considera-se a soma dos trechos entre Ribeiro Preto Paulnia e Anhembi - Paulnia. Para Hidrovia, considera-se o trecho
Araatuba Anhembi.
Logum [164]
162
O volume total de etanol movimentado por dutos em 2014 foi de 1.275 mil m, sendo 556 mil m pela Transpetro [204] e o
restante pela Logum.
350
1.3.2
Ferrovias
No Brasil, o volume de etanol movimentado pelo modal ferrovirio cresceu fortemente de 2006 a
2009, juntamente com o aumento da produo nacional, mas se estabilizou na casa dos 2,5 bilhes
de litros/ano, devido s oscilaes de safra ocorridas desde 2010. A Tabela 146 apresenta os volumes
de etanol movimentados por ferrovia no Brasil de 2006 a 2013.
Tabela 146 Movimentao ferroviria de etanol no Brasil
Ano
Etanol
Fonte:
2006
2007
2008
2009
m
1.553.209
1.922.477
2.733.876
3.485.604
2010
2011
2012
2013
2.996.086
2.694.803
2.434.957
2.750.552
163
Estabelecimento de uma cota para o transporte de suas prprias cargas, devendo o restante ser oferecido a outras
empresas; determinao de que seus concorrentes tero prioridade de uso, caso haja ociosidade da malha ferroviria; fixao
das tarifas de transporte ferrovirio em sua malha e destinao a seus concorrentes de 40% do volume total de uso de dois de
seus terminais no porto de Santos.
351
1.3.3
Portos
164
Os principais projetos so: expanso da Ferrovia Norte-Sul at Barcarena (PA), a partir de Aailndia (MA); Ferrovia
Transcontinental, que integra a FNS, ligando Campinorte (GO) a Porto Velho (RO); Extenso da FNS, ligando as cidades de
Estrela dOeste (SP), Panorama (SP), Chapec (SC) e Rio Grande (RS).
352
Santos
Paranagu
Ilha
Dgua
Vitria
Macei
Suape
Cabedelo
Itaqui
Total
milhes de litros
Tancagem
Capacidade de
movimentao
por ano
Fonte:
295
102,5
40
24,6
30
43,4
37,8
15
588,3
5.300
1.800
1.000
600
500
800
700
400
11.100
PMCC [173]
Os portos de Santos e Paranagu so responsveis por 97% das exportaes brasileiras, sendo que o
primeiro exportou 1,3 bilhes de litros em 2014, 90% do volume total [188]. Por ser a principal via de
escoamento martimo de etanol, o Porto de Santos tem recebido investimentos em terminais e peres
de atracao.
Para a importao de etanol, os principais portos, responsveis por 86% do volume total mdia
entre 2011 e 2014 so Itaqui (32,7%), Santos (33%) e Suape (20,6%) [188]. A partir de 2013,
Itaqui e Suape apresentaram maiores volumes importados de etanol que o porto de Santos.
353
2. Biodiesel
2.1 O consumo obrigatrio de biodiesel
De 2005 a 2014, foram adicionados 17,1 bilhes de litros de biodiesel ao diesel fssil. O percentual
mandatrio de adio de biodiesel ao leo diesel comercializado ao consumidor final, que era de 5%
em volume desde janeiro de 2010, foi alterado pela Lei n 13.033, de 24 de setembro de 2014. Tal
regulamentao estabeleceu que a adio obrigatria de biodiesel passou para 6%, a partir de 1 de
julho e 7%, a partir de 1 de novembro de 2014. Para garantia de suprimento, o CNPE (Conselho
Nacional de Poltica Energtica) poder reduzir o percentual de 7% para 6%, caso haja algum fator
que possa desequilibrar a oferta do biocombustvel [195].
Para este PDE, assumiu-se, como premissa de cenrio, que a mistura obrigatria permanecer em 7%
at o ano de 2024. Desta forma, considerando a previso do consumo regional de leo diesel
apresentada no Captulo II, foram obtidas as estimativas de consumo mandatrio de biodiesel
apresentadas na Tabela 148.
Tabela 148 Brasil e regies: Consumo obrigatrio de biodiesel
2015
2016
2017
2018
Norte
473
482
499
519
541
Nordeste
670
699
730
761
794
Regio
2020
2021
2022
2023
2024
564
583
602
621
642
818
841
863
885
906
milhes de litros
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Brasil
Fonte:
2019
812
839
865
895
926
955
980
1.003
1.027
1.049
1.829
1.843
1.839
1.867
1.879
1.925
1.984
2.053
2.148
2.252
576
595
615
643
669
692
714
735
755
774
4.359
4.459
4.547
4.685
4.809
4.954
5.102
5.257
5.436
5.623
Elaborao EPE
A Instruo Normativa n 01, de 19 de fevereiro de 2009, dispe sobre os critrios e procedimentos relativos ao
enquadramento de projetos de produo de biodiesel ao Selo Combustvel Social.
354
35
36
37
38
39
40
41
42
550
464
638
626
645
668
699
671
1.965
1.880
1.884
1.914
2.105
2.194
1.975
2.022
O volume comercializado no leilo complementar foi de 56,1 milhes de litros ao preo mdio de R$ 2.051,00 por metro cbico. Estes
valores no foram computados acima.
Elaborao EPE a partir de dados ANP [160].
O 39 leilo, primeiro realizado aps a implantao do B7, foi marcado pela baixa oferta de biodiesel
em relao ao volume demandado. Com isso, houve a necessidade de se realizar um leilo
complementar para atender a demanda.
A portaria MME n116 (04/04/2013) incluiu a modalidade de leilo com opo de compra,
possibilitando a transferncia de responsabilidade sobre o estoque regulador e estratgico para as
usinas de biodiesel, sendo aplicada desde julho de 2013 [190].
Para os prximos anos, espera-se que a soja seja ainda o insumo mais importante para a produo
de biodiesel, o que acontece desde a implantao do Programa Nacional de Produo e Uso de
Biodiesel (PNPB), em 2005. Nesse perodo, o sebo bovino foi o segundo insumo mais utilizado,
seguido pelo leo de algodo. No horizonte decenal, o sebo dever manter posio de destaque,
embora possa ter seu percentual de participao diminudo, devido entrada de novos insumos e ao
aumento da participao do leo de soja. As demais culturas produtoras de leo (mamona, dend e
girassol) no foram expressivas, desde o incio do Programa. O Grfico 128 apresenta a evoluo da
participao das diferentes matrias-primas utilizadas na produo de biodiesel nos ltimos anos,
segundo informaes prestadas pelos produtores ANP.
355
Fonte:
ANP [161].
2.4.2
166
O Programa tem por objetivo ordenar a expanso da cultura da palma, garantir a competitividade do setor com
investimentos em pesquisa e aumentar a renda de agricultores familiares. Institui, ainda, o Zoneamento Agroecolgico para sua
cultura, indicando como reas aptas expanso produtiva somente terras onde h ocupao do homem exercendo diversas
atividades (antropizadas).
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Oferta de biocombustveis
356
8
7
7,5
7,5
BilhesdeLitros
6
5,6
5
4
4,4
3
2
1
2015
2016
2017
2018
2019
DemandadeBiodiesel
Fonte:
2020
2021
2022
2023
2024
Capacidadeinstalada(Maro2015)
Aproximadamente 95% das usinas autorizadas pela ANP para operao possuem licena para
comercializao. A capacidade de processamento de biodiesel, a projeo do consumo obrigatrio e
os balanos regionais e nacional para 2015 e 2024 so indicados na Tabela 150. Para esta avaliao,
considerou-se as usinas que j possuem autorizao para comercializao, fornecida pela ANP at
maro de 2015. Para 2024, foram tambm consideradas aquelas j autorizadas para construo e
ampliao.
Tabela 150 Capacidade instalada processamento de biodiesel e consumo obrigatrio
2015
Capacidade
Instalada
Regio
Consumo
Obrigatrio
2024
Balano
Capacidade
Instalada
milhes de litros/ano
Consumo
Obrigatrio
Balano
milhes de litros/ano
Norte
191
473
-282
242
642
-400
Nordeste
476
670
-194
476
906
-430
Sul
2.653
812
1.842
2.887
1.049
1.838
Sudeste
1.044
1.829
-785
1.044
2.252
-1.208
Centro-Oeste
3.143
576
2.567
3.228
774
2.454
Brasil
7.507
4.359
3.148
7.876
5.623
2.254
Fonte:
De acordo com a Tabela 150, as regies Norte e Nordeste e Sudeste no sero autossuficientes em
2015, condio que deve perdurar at 2024. Quanto ao balano nacional entre a capacidade instalada
e a demanda obrigatria, este mostra-se positivo em todo o horizonte decenal, restando uma
capacidade adicional de 3.148 e 2.254 milhes de litros, em 2015 e 2024, respectivamente.
Note-se que essa significativa capacidade excedente de produo vem sendo observada desde a
introduo do biodiesel na matriz energtica brasileira, visto que havia a expectativa de sucessivos
aumentos do mandatrio, por parte do setor. Tal expectativa se traduziu em aumento da capacidade
instalada, mesmo aps 2010, quando o mandatrio ficou estacionado em 5% por quatro anos. Nesse
357
2.4.3
2.4.4
Algumas iniciativas locais, visando aes de mobilidade sustentvel, podero impulsionar o uso
adicional de biodiesel. Assim que governos estaduais e prefeituras de grandes cidades devero
manter os incentivos para o aumento da participao de biocombustveis, alm dos mandatrios, no
transporte pblico, por meio de polticas pblicas para o setor.
As cidades de So Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR) j possuem leis ou acordos voltados
s mudanas climticas e melhoria da qualidade do ar, que procuram minimizar as emisses de gases
de efeito estufa (GEE) e outros poluentes locais. Nessas trs capitais, circula uma frota de
aproximadamente 26 mil nibus, com um consumo mdio de 1.000.000 m/ano de diesel (base
358
2013). Apenas a capital paulista possui o compromisso em lei de, at 2018, movimentar toda a frota
com alguma parcela de energia renovvel.
As opes para o cumprimento dessas metas adicionais ainda no esto definidas e podem envolver
vrias alternativas, dentre elas o aumento da porcentagem de biodiesel no diesel fssil alm do
mandatrio.
O uso de combustveis que se enquadram no escopo da Lei 11.097 de 2005, porm no especificados
pela ANP como biodiesel167 (diesel de cana, leos vegetais hidrotratados168 e biomass to liquids BTL), tambm se configuram como alternativas, porm de mais longo prazo. Dessa forma, no se
considerou seu uso nas projees de demanda e oferta de biodiesel no horizonte decenal.
2.4.5
Fonte:
167
O termo biodiesel refere-se ao ster de cido graxo, conforme Resoluo ANP 42/2004: combustvel composto de alquilsteres de cidos graxos de cadeia longa, derivados de leos vegetais ou de gorduras animais.
168
Obtidos por processos termoqumicos.
169
As usinas detentoras do Selo Combustvel Social (SCS) possuem benefcios fiscais, por utilizarem matria-prima oriunda de
agricultura familiar.
359
2.4.6
Glicerina
250
200
150
100
50
0
2008
2009
2010
US$FOB(milhes)
2011
2012
2013
PesoLquido(x1.000ton)
2014
Segundo dados do MDIC, em 2014, o valor por tonelada da glicerina purificada para exportao foi o
dobro do valor pago pela glicerina bruta. O mercado do produto purificado tem crescido
substancialmente, o que aumenta sua importncia como coproduto da produo de biodiesel. Assim,
o setor poder direcionar investimentos para obteno de glicerina de melhor qualidade, o que
contribuir para a melhoria da rentabilidade da indstria de biodiesel.
360
2.4.7
Metanol
O metanol (lcool metlico) o lcool mais utilizado pela indstria do biodiesel no processo de
transesterificao. Obtido a partir do gs natural, esse produto , em quase sua totalidade,
importado, principalmente dos EUA, onde hoje se concentra grande parte da produo mundial,
devido ao baixo preo do gs natural. As importaes de metanol dobraram desde o incio do PNPB,
em 2005, saindo de 263 mil toneladas para 850 mil em 2014. O Grfico 131 mostra o movimento de
importao de metanol desde 2005. No h perspectivas, no mdio prazo, de que haja um substituto
brasileiro para este produto.
Grfico 131 - Importao de metanol
900
851
800
638
1.000ton
600
563
500
458
400
296
300
200
750
671
700
317
361
263
100
0
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Metanol(lcoolmetlico)
Fonte: EPE a partir do MDIC [188].
2.4.8
361
362
Embora alguns passos j tenham sido dados neste sentido, ainda h grande nmero de caldeiras de
baixo rendimento que poderiam ser trocadas por outras mais eficientes.
Dentro desse contexto, a insero da cogerao a partir do bagao de cana-de-acar vem se
mostrando uma alternativa competitiva no mercado de eletricidade, alm de contribuir para a
diversificao do setor sucroalcooleiro e o aumento de sua receita. Contudo, ainda possvel ampliar
consideravelmente o aproveitamento da energia da cana na matriz eltrica nacional, conforme ser
mostrado adiante, quando se estimar o potencial de bioeletricidade que pode ser produzido a partir
desta biomassa, sob diferentes pontos de vista.
Alm do bagao, a cana-de-acar tambm gera biomassa residual composta por palhas e pontas.
Devido prtica tradicional de queima antes do corte, grande parte desse resduo quase
integralmente descartada. No entanto, a atual legislao ambiental estabeleceu prazos para a
mecanizao da colheita, o que tornar possvel disponibilizar esta biomassa residual para o
aproveitamento energtico. Acredita-se que, dentro do horizonte decenal, os principais estados
produtores j tero sua colheita feita de forma mecanizada na totalidade de seu canavial, produzindo
uma quantidade significativa de palhas e pontas passveis de aproveitamento energtico [173].
A expanso da gerao de energia com biomassa de cana sofreu o reflexo das dificuldades financeiras
enfrentadas pelo setor. Contudo, a contribuio desta fonte para o cenrio energtico nacional pode
vir a ser mais relevante, caso seu potencial tcnico venha a ser plenamente aproveitado.
Cabe ainda acrescentar que, no futuro, a biomassa de cana poder ser destinada em parte
produo de etanol lignocelulsico. A tecnologia de segunda gerao est evoluindo e possvel que
uma quantidade dessa fonte j seja destinada ao aumento da produo de etanol ao fim do perodo
decenal analisado. A biomassa para este fim poder ser advinda das palhas e pontas, do bagao
excedente, decorrente do processo de eficientizao das usinas ou, ainda, do plantio de cana energia.
A seguir, so apresentados o montante de bioeletricidade contratado atravs dos leiles de energia, o
potencial tcnico de gerao de eletricidade que poderia ser alcanado com biomassa de cana e a
quantidade que poderia ser disponibilizada, considerando-se o comportamento histrico da oferta de
bioeletricidade.
363
At outubro de 2015, foram realizados trinta e dois leiles de energia170, ocorrendo venda de energia
de usinas sucroalcooleiras em dezenove deles. A energia total contratada pelas usinas sucroalcooleiras
no ACR atingir aproximadamente 1,8 GWmd ao fim de 2020, valor que poder ser ampliado com a
realizao de futuros leiles.
Tabela 151 Energia do bagao de cana comercializada nos certames (exclusive PROINFA)
Ano de
realizao do
Leilo
Tipo
Energia Negociada
(MW mdio)
Participao
(%)
2005
A-3
91,6
5,66
2006
A-3
58,0
3,58
2006
A-5
61,0
3,77
2008
A-5
35,0
2,16
Leilo
1o Leilo de Energia Nova
o
2009
A-3
10,0
0,62
2008
A -1
1,0
0,06
2011
A-3
58,1
1,30
2011
A-5
21,0
3,59
2013
A-5
133,6
8,25
2013
A-5
69,3
4,28
2014
A-5
89,7
5,54
2015
A-5
37,1
2,29
2015
A-3
14,5
0,90
2007
FA
115,0
7,10
2010
FA
22,3
1,38
2015
FA
67,2
4,15
2008
ER
543,0
33,54
2010
ER
168,3
10,40
2011
ER
TOTAL
Notas:
Fonte:
23,3
1,44
1.619,0
100,0
A energia eltrica contratada das usinas vencedoras dos leiles inferior sua garantia fsica171 total.
Dessa forma, ainda existe um montante extracertame que pode ser comercializado no ACL, superior a
900 MWmd, em 2020.
O Grfico 132 apresenta a quantidade de energia j contratada no ambiente regulado e aquela
passvel de comercializao no mercado livre, em acordos bilaterais. A energia comercializada atravs
de contratos anteriores ao novo modelo do setor eltrico, estabelecido em 2004, no foi considerada.
170
364
Grfico 132 Energia contratada e extracertame das usinas vencedoras nos leiles de energia
3.000
2.500
MWmd
2.000
767,5
1.500
1.000
500
918,2
918,2
215,4
204,5
215,4
204,5
552,1
641,8
678,9
886,2
857,0
857,0
215,4
204,5
215,4
204,5
215,4
204,5
334,7
334,7
734,6
734,6
734,6
734,6
734,6
734,6
2015
2016
2017
2018
2019
2020
215,4
137,3
313,7
0
LeilesdeEnergiadeReserva
LeilesdeEnergiaNova
Proinfa
ExtraCertame
LeilesdeFonteAlternativa
365
Cana-de-acar
Bagao
Palhas e pontas
2015
654
177
101
2016
675
182
105
2017
702
190
109
2018
741
200
115
2019
776
209
120
2020
792
214
123
2021
807
218
125
2022
821
222
127
2023
831
225
129
2024
841
227
130
2014-2024
206
56
32
Acrscimo (Mt)
Variao (% a.a.)
Nota:
Fonte:
2014-2019
4,1
2019-2024
1,6
2014-2024
2,9
Considerou-se que cada tonelada de cana de acar d origem a 270 kg de bagao e disponibiliza 155 kg de palhas e pontas para uso
[174].
EPE
366
usinas do parque sucroalcooleiro, a cada ano, resultou na obteno do potencial tcnico de energia
eltrica advinda do bagao da cana-de-acar que poderia ser adicionado ao SIN.
Curva de converso
A curva de converso baseada no histrico considerou o montante de energia exportada pelo setor
sucroalcooleiro (em kWh) e a quantidade de cana processada (em tc) anualmente, no perodo de
2007 a 2014, o que possibilitou calcular um fator de exportao de energia (kWh/tc) para cada ano e
analisar sua evoluo neste perodo. Verificou-se que, em todos os anos, houve um aumento deste
fator. Para esta projeo decenal, optou-se por adotar o menor crescimento anual observado.
Aplicando os fatores de exportao projetados quantidade de cana estimada para cada ano, obtevese uma curva mais moderada para o decnio.
O Grfico 133 contrape a curva de potencial tcnico de energia eltrica advinda do bagao que pode
ser adicionado ao SIN, a curva de converso baseada no histrico e a energia das usinas que j est
contratada no ambiente regulado. A diferena entre o potencial tcnico e a energia contratada sinaliza
uma possvel oferta adicional de energia cujo valor mximo superior a 5 GWmd em 2024.
Pode-se tambm observar que, de acordo com o estudo, em 2024, a exportao de eletricidade ao
SIN, a partir do aproveitamento do bagao de cana, poder variar entre 1,8 GWmd e 7,1 GWmd.
Grfico 133 Energia contratada x potencial de exportao de eletricidade gerada por bagao
8
7,1
7
6
5,6
GWmd
5
4
3,7
3
2
2,3
1,4
1,8
0
2015
2016
2017
2018
2019
2020
CurvadeConversoBaseadonoHistrico
2021
ACR
2022
2023
2024
PotencialTcnico
Alm disso, elaborou-se uma estimativa do potencial tcnico de aproveitamento das palhas e pontas,
considerando que esta biomassa estar disponvel apenas para as usinas da regio Centro-Sul172,
dado que, neste horizonte, a maior parte da regio Nordeste no estar utilizando a colheita
mecanizada. Para o clculo deste potencial, foram utilizados dois fatores de exportao de energia
172
As usinas do Centro-Sul processaram cerca de 90% do total de cana do Brasil, na safra 2014/2015.
367
368
legislaes estaduais com cronogramas mais rgidos em relao a esse tema. H de se considerar,
contudo, que parte desta biomassa poder ser direcionada para a produo de etanol lignocelulsico.
Dentre os principais fatores que inibem a maior contribuio da bioeletricidade no cenrio nacional,
destaca-se a localizao de algumas usinas, longe dos pontos de distribuio de energia e os
problemas de licenciamento, por descasamento entre os prazos de leiles e as respostas dos rgos
ambientais.
Por outro lado, como fator positivo, vale ressaltar que uma significativa vantagem para as indstrias
do setor, associada bioeletricidade, a garantia de aporte financeiro constante propiciado pela
comercializao de energia, em contraposio sazonalidade da produo de cana a que as mesmas
esto sujeitas.
369
s aes pelo lado do consumidor final de energia consideram tanto os ganhos de eficincia
energtica quanto a penetrao de gerao distribuda nestes consumidores finais. Juntas, tais
alternativas contribuem com parcela importante do atendimento da demanda de energia no
horizonte decenal e permitem reduzir a necessidade de expanso da gerao centralizada no SIN.
Esta contribuio pode ser visualizada atravs da representao estilizada apresentada na Figura 47.
Figura 47 Representao esquemtica da projeo da demanda de energia
Nota:
Fonte:
EPE
Neste ciclo de estudos do PDE, a incluso da anlise mais detalhada acerca da gerao distribuda
decorre da crescente importncia que a mesma dever desempenhar nos prximos anos: de fato, o
pas tem caminhado na direo de incentivar a penetrao da gerao distribuda de pequeno porte,
por exemplo, com a Resoluo Normativa no 482/2012, que, entre outras, estabelece as condies
gerais para o acesso de microgerao e minigerao distribuda aos sistemas de distribuio de
energia eltrica, alm do sistema de compensao de energia eltrica. Ademais, tambm este captulo
explicita melhor a contribuio de setores que tradicionalmente j investem em alternativas de
gerao distribuda de grande porte, como as grandes indstrias, citando-se como exemplos, as
produes siderrgica, qumica, celulose e papel e de acar e lcool.
370
1. Conceitos e definies
1.1 Eficincia energtica
Para efeito da quantificao dos ganhos de eficincia energtica neste estudo, os seguintes conceitos
foram utilizados:
1. Eficincia energtica est associada quantidade efetiva de energia final utilizada e no
quantidade mnima necessria para realizao de determinado servio ou produo de um
bem o que se aproximaria de um potencial tcnico.
2. O conceito de eficincia aplicvel tanto manufatura, onde h um bem fsico cujo contedo
energtico pode ser delimitado, quanto para servios, onde a energia contida no servio no
to claramente definida, sendo mais prprio considerar a energia requerida mnima para a
prestao do servio.
Assim, os valores de energia conservada apresentados neste captulo indicam a diferena entre a
projeo do consumo final de energia, incorporando ganhos de eficincia energtica, e o consumo de
energia que ocorreria caso fossem mantidos os padres tecnolgicos observados no ano base, 2014.
Dessa forma:
1. As premissas descritas e os resultados apurados consideram um mesmo volume de sadas
produo fsica de bens industriais, prestao de servios e conforto, sendo varivel apenas a
quantidade de energia necessria a sua produo ou realizao;
2. No so consideradas mudanas de hbitos de consumo ou de regimes de operao de
equipamentos, mas apenas ganhos associados ao consumo especfico de cada equipamento
ou processo avaliado.
Outra considerao importante que efeitos sistmicos advindos de alteraes na estrutura de cada
setor no foram contabilizados nos ganhos de eficincia energtica estimados no PDE 2024,
excetuando-se o caso do setor de transportes de carga, em que o impacto do Plano Nacional de
Logstica de Transporte (PNLT) foi incorporado estimativa dos ganhos de eficincia energtica.
Cumpre destacar tambm que o Plano Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) no teve o impacto
quantificado nos ganhos de eficincia energtica, uma vez que as aes especficas sero mais bem
detalhadas futuramente pelos rgos e instituies com competncia e delegao formal para essa
atividade.
As avaliaes prospectivas da eficincia energtica consideraram a existncia de dois movimentos: o
primeiro, denominado aqui de progresso tendencial, corresponde ao aumento da eficincia em uma
trajetria do tipo business-as-usual e inclui a reposio tecnolgica pelo trmino da vida til de
equipamentos e os efeitos de programas e aes de conservao j em execuo no Pas; o segundo,
denominado progresso induzido, refere-se instituio de programas e aes adicionais orientados
para determinados setores, refletindo polticas pblicas; programas e mecanismos ainda no
implantados no Brasil. Portanto, os montantes de conservao indicados so decorrentes dos efeitos
combinados dos progressos tendencial e induzido, ainda que com predominncia do progresso
371
tendencial, no qual o impacto de novos programas e polticas foi considerado limitado, dado o
horizonte do perodo de anlise.
Outras expresses sero utilizadas neste captulo para eficincia energtica, a despeito de
questionamentos sobre a convenincia ou atualizao. Assim, a expresso energia conservada, por
exemplo, utilizada como sinnimo de consumo evitado ou reduzido. Embora no se busque a
conservao de energia, no sentido fsico da expresso, mas sim a reduo efetiva do consumo,
expresses como conservao de energia e energia conservada so utilizadas para indicar o
processo (conservao) ou resultado da reduo no consumo final de energia, tendo em vista sua
larga aplicao na literatura.
Por fim, deve-se salientar que os resultados aqui apresentados so consistentes com os valores
considerados no Plano Nacional de Eficincia Energtica (PNEf), mesmo levando em conta as
diferenas metodolgicas e de extenso do horizonte temporal de anlise existentes entre o PNEf e o
PDE 2024.
372
geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a distribuidora local. As condies do
regulamento so vlidas para geradores que utilizem fontes incentivadas de energia: hdrica, solar,
biomassa, elica e cogerao qualificada173 (ANEEL, 2012b). Contudo, o CONFAZ orientou aos
estados que a energia compensada seja tambm tributada. Da publicao da Resoluo em 2012 at
maio deste ano, segundo a ANEEL, j foram instaladas 670 centrais geradoras, sendo 631 com a fonte
solar fotovoltaica, 22 elicas, 11 hbridas (solar/elica), 4 biogs, 1 biomassa e 1 hidrulica.
Consumo(1)
2019
2024
mil tep
247.450
287.815
350.174
Energia conservada
391
6.045
16.583
Energia conservada, %
0,2
2,1
4,7
249.350
281.769
333.591
92
3.471
8.754
Setor transporte
76
1.155
4.606
148
467
935
Setor residencial
53
638
1.632
Setor agropecurio
22
314
655
Setor servios
(3)
Notas:
Fonte:
mil tep
(1) Corresponde ao consumo total de eletricidade em todos os setores somado ao consumo de combustveis nos setores industrial,
energtico, agropecurio, comercial, pblico e de transportes. No inclui, portanto, o consumo de combustveis no setor residencial.
(2) Inclui setor energtico.
(3) Compreende consumo de energia nos domiclios urbanos e rurais.
EPE
173
Cogerao Qualificada: Atributo concedido a cogeradores que atendem os requisitos definidos na Resoluo Normativa n
235 de 14.11.2006, da ANEEL, segundo aspectos de racionalidade energtica, para fins de participao nas polticas de
incentivo cogerao. Resoluo Normativa ANEEL n. 235, de 14 de novembro de 2006 (Dirio Oficial, de 22 nov. 2006, seo
1, p. 78).
373
Consumo(1)
2019
2024
GWh
527.637
635.845
835.121
2.366
19.390
44.254
0,4
3,0
5,3
525.271
616.455
790.867
GWh
(2)
Setor industrial
6.074
13.445
Setor transporte
12
75
171
1.721
5.435
10.874
620
7.423
18.982
14
384
781
Setor servios
(3)
Setor residencial
Setor agropecurio
Notas:
Fonte:
Como se considerou como base o ano de 2014, o efeito da conservao de energia foi contabilizado a
partir de 2015. Observe-se ainda que, a partir dessas informaes, pode-se projetar a eficincia
energtica no consumo de combustveis em 12 milhes de tep em 2024. O volume de combustvel
poupado nesse mesmo ano, se expresso em barris equivalentes de petrleo, de cerca de 255 mil
barris por dia, ou aproximadamente 12% da mdia do consumo de petrleo no Pas em 2014.
Nessas condies, a energia eltrica conservada em 2024, 44 TWh, corresponde gerao de uma
usina hidroeltrica com potncia instalada de cerca de 11.700 MW, equivalente a uma UHE de Itaipu
(parte Brasileira) e uma UHE Xing.
Outra forma de avaliar a importncia ou o impacto da eficincia energtica nas projees de consumo
a apresentada na Tabela 155, na qual se indica, para cada setor, a proporo dos ganhos de
eficincia obtidos no ano de 2024 e o incremento de consumo no horizonte decenal. A eficincia
energtica intrinsecamente considerada nas projees do consumo representam 20% do aumento da
demanda de combustveis, 17% do aumento da demanda de eletricidade e 19% do aumento da
demanda energtica total.
Tabela 155 Eficincia energtica e aumento da demanda
Energia conservada em 2024 / Aumento do consumo entre 2014 e 2024
Setor
Indstria
(1)
Eletricidade (%)
Combustveis (%)
11
20
18
Transportes
13
18
18
Servios
17
Residencial(2)
29
28
TOTAL
17
20
19
Notas:
Fonte:
374
Indicador
2024
sem conservao
com conservao
Energia total
Intensidade, tep/ R$ mil de 2010
Consumo per capita, tep/hab
63
64
61
1,217
1,608
1,532
Eletricidade
Intensidade, kWh / R$ mil de 2010
Consumo per capita, kWh/hab
Consumo residencial mdio mensal,
kWh/ms/cons.
Fonte:
133
153
145
2.571
3.835
3.631
167
214
196
EPE
2015
2019
2024
tep/t
Cimento
0,074
0,073
0,071
Ferro-Gusa e Ao
0,483
0,465
0,446
Ferro-Ligas
1,743
1,698
1,642
Papel e Celulose
0,414
0,412
0,402
Nota:
Fonte:
174
Compreende o consumo prprio em atividades industriais de produo de energia a saber: produo de petrleo e gs
natural, refinarias de petrleo, UPGNs, destilarias de lcool, coquerias, carvoarias e plantas de gerao eltrica.
375
2015
2019
Consumo
2024
mil tep
111.659
135.062
167.770
92
3.471
8.754
0,1
2,6
5,2
111.567
131.591
159.017
Intensidade energtica
Sem conservao
131
142
142
Com conservao
131
139
135
Nota:
Fonte:
Projeta-se, para o agregado industrial, conservao de 5,2% em relao demanda de energia final
prevista para 2024, equivalente a aproximadamente 8,7 milhes de tep.
O mesmo tipo de abordagem metodolgica foi aplicado para a anlise da eficincia energtica no
consumo de eletricidade na indstria. Na Tabela 159 so mostrados os principais resultados obtidos.
Como se observa destes resultados, a intensidade eltrica apresenta, no horizonte decenal, trajetria
descendente, derivada do contnuo crescimento de eficincia energtica em todos os segmentos
industriais.
Tabela 159 Setor industrial: consumo de eletricidade e eficincia energtica
Discriminao
2015
2019
Consumo
2024
GWh
225.627
278.155
369.109
6.074
13.445
2,2
3,6
225.627
272.081
355.664
Intensidade eltrica
Sem conservao
264
293
313
Com conservao
264
287
302
Nota:
Fonte:
376
bottom-up. Tais projees foram obtidas por segmento (cargas e passageiros), por modal (rodovirio,
aquavirio, ferrovirio e areo), segundo os principais energticos empregados, em um processo
iterativo e convergente.
De forma geral, na abordagem bottom-up (ou contbil) so empregados modelos do tipo tcnicoparamtricos, que partem de dados e informaes desagregadas para a obteno das projees de
demanda para cada segmento, modal e energtico, tais como: vendas de veculos, curvas de
sucateamento, consumo especfico e quilometragem mdia.
Na abordagem top-down utilizam-se formulaes economtricas e dados agregados para a obteno
das projees de demanda por segmento, modal e energtico, expressos em funo de variveischave, tais como nvel de atividade e intensidade energtica. Destaca-se que, nesta abordagem, tanto
para o segmento de cargas quanto para o segmento de passageiros, o nvel de atividade (a saber:
tonelada-quilmetro e passageiro-quilmetro, respectivamente) determinado, basicamente, a partir
de sua correlao com o PIB do Pas.
Ressalte-se, adicionalmente, que a metodologia empregada nas projees de demanda de energia
para o setor de transportes considera o incremento de eficincia tcnica (veculos novos com melhor
desempenho no rendimento energtico).
Para estimar a energia conservada no setor transporte, subtrai-se a projeo de consumo de energia
realizada por fonte do consumo que ocorreria na ausncia dos ganhos de eficincia energtica (ou
consumo sem conservao). O consumo sem conservao obtido aplicando-se a mesma
intensidade energtica por fonte registrada no ano-base175 projeo da atividade de transporte por
modal176.
Os ganhos de eficincia calculados para o setor de transportes so apresentados na Tabela 160.
Tabela 160 - Setor de transportes: consumo de energia e eficincia energtica
Consumo
Consumo sem conservao
Energia conservada
Energia conservada (%)
Consumo com conservao
Fonte:
2015
2019
2024
mil tep
89.163
98.515
117.858
76
1.155
4.606
0,1
1,2
3,9
89.088
97.360
113.252
EPE
Por isso, o consumo sem conservao tambm chamado consumo com intensidade energtica congelada.
Cabe destacar que, ao se optar por uma abordagem de energia conservada por fonte e por modal, no se consegue
mensurar todo o ganho sistmico de eficincia energtica (como ocorreria numa abordagem agregada para o total de energia
do setor transporte). Todavia, para que as emisses de CO2 evitadas fossem avaliadas, foi necessrio desagregar estimar a
energia economizada por fonte.
176
377
mdia e o consumo especifico dos equipamentos varivel que internaliza possveis ganhos de
eficincia. Ambas as metodologias foram aplicadas simultaneamente, obtendo-se a convergncia dos
resultados por meio de processo iterativo, envolvendo ajustes de parmetros e calibragem de
indicadores, sempre de forma consistente com o cenrio macroeconmico e com as premissas bsicas
adotadas.
Ressalta-se que os valores aqui reportados correspondem ao consumo de energia na totalidade dos
domiclios, contemplando, portanto, o uso da energia consumida nas residncias urbanas e rurais.
Considerando a metodologia de anlise desagregada, a energia conservada calculada como a
diferena entre o consumo previsto com base nas premissas adotadas para a projeo da demanda e
o consumo que ocorreria na hiptese de no haver alterao no rendimento energtico dos
equipamentos. Dessa forma:
O clculo da energia conservada tem por referncia a mesma base de nmero de domiclios e
atendimento pela rede eltrica;
Ganho Anual
(%)
Ar condicionado
0,2
Geladeira
0,2
Freezer
0,2
0,2
Televiso
0,2
Fundamentao geral
Lmpadas
5,2
Chuveiro eltrico
-0,5
Fonte:
EPE
Adotou-se como ponto de partida o consumo especfico por equipamento em 2005, estimado com
base nos dados da Pesquisa de Posse de Eletrodomsticos e Hbitos de Uso do PROCEL (Eletrobras,
2007), das tabelas de eficincia do PBE Programa Brasileiro de Etiquetagem (INMETRO, 2015), alm
de dados de potncia e tempo de uso, disponibilizados pelas concessionrias de energia eltrica. Na
Tabela 162 so apresentados os resultados obtidos para o setor residencial.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Eficincia energtica
378
2015
2019
2024
GWh
135.966
163.690
216.175
Energia conservada
620
7.423
18.982
0,5
4,5
8,8
135.346
156.267
197.193
Com relao ao ao uso de combustveis, o aquecimento direto (energia trmica) o mais importante
uso final da energia nas residncias (MME, 2005) sendo a finalidade principal o processamento de
alimentos (coco). O equipamento tpico do aquecimento direto residencial o fogo e os principais
energticos so a lenha, o gs natural e o GLP. Admitiu-se que, nesse uso, parte da lenha ser
substituda pelo GLP devido ao crescimento da renda e a melhorias na logstica de distribuio. Tais
premissas se justificam pelo fato de que, enquanto o crescimento de renda aumenta o poder
aquisitivo propiciando o acesso a combustveis mais nobres, a infraestrutura mais eficiente expande o
nmero de pontos de oferta de GLP. Sups-se tambm que, ao mesmo tempo, o gs natural
promover deslocamento do GLP, em decorrncia da expanso da malha de distribuio,
especialmente em reas urbanas.
Adicionalmente, no caso do GLP, admitiu-se a hiptese de reduo do consumo especfico (consumo
por domiclio) devido ao aumento de eficincia energtica em razo da etiquetagem compulsria, com
rendimento mnimo estabelecido, de fornos e foges. Esse efeito, contudo, em parte compensado
pelo aumento no consumo de alimentos nos domiclios, especialmente daqueles que demandam mais
energia em seu preparo, como o caso de carnes, em decorrncia do ganho de renda das famlias ao
longo do horizonte de anlise.
Para o aquecimento de gua para banho, estimou-se o consumo evitado de eletricidade de 6,7 TWh
em 2024. Alm do maior uso de gs natural em substituio a chuveiros eltricos, admitiu-se forte
crescimento na utilizao de sistemas de aquecimento solar (SAS) atingindo uma penetrao de
13,6% em 2024, resultado conjunto do mercado autnomo de SAS no Brasil, do Programa Minha
Casa Minha Vida e do Programa de Eficincia Energtica do PEE da ANEEL, com instalao de SAS em
mais de 3 milhes de residncias at 2018, meta da terceira fase do Programa. Aps 2018, o
incremento anual mantido at que o pas atinja 3 m de painel solar por domiclio que usa o sistema
de aquecimento solar (SAS), que considerado como meta conservadora para a Europa em 2020.
Ressalte-se, por fim, que, conforme j salientado, a substituio entre fontes no foi contabilizada
neste estudo como ganho de eficincia energtica, ainda que tenha sido intrinsecamente considerada
na projeo de demanda.
379
iluminao, refrigerao e fora motriz, usos mais relevantes neste setor, praticamente exclusivo
desta fonte.
As projees de demanda do setor servios decenal foram obtidas utilizando o MIPE (Modelo
Integrado de Planejamento Energtico). A metodologia empregada compreendeu duas etapas
sequenciais: obteno da projeo da demanda de energia til e o clculo da demanda de energia
final.
O montante de racionalizao de eletricidade foi estimado utilizando os coeficientes de rendimento do
BEU (MME, 2005). Admitiu-se a mesma dinmica histrica com relao a esses ganhos no horizonte
decenal.
As projees do consumo de eletricidade indicam forte crescimento at 2024. A energia conservada
foi calculada em 5,2% do consumo projetado em 2024, reduzindo o consumo final em
aproximadamente 10,8 TWh nesse ano. Observa-se uma leve queda da intensidade eltrica,
conforme apresenta a Tabela 163.
Tabela 163 Setor de servios: consumo de energia eltrica e eficincia energtica
Discriminao
2015
2019
2024
136.652
158.987
207.259
1.721
5.435
10.874
1,3
3,4
5,2
134.931
153.552
196.385
Sem conservao
58,7
61,7
64,1
Com conservao
57,9
59,6
60,8
Consumo (GWh)
Consumo sem conservao
Energia conservada
Energia conservada (%)
Consumo com conservao
Intensidade eltrica (kWh/R$ mil de 2010)
Fonte:
EPE
Quanto utilizao de outros energticos, fundamentalmente para usos trmicos, foram admitidas
premissas similares ao caso do setor residencial. Para coco, admitiu-se que parte da lenha tende a
ser substituda pelo GLP, refletindo as melhorias na logstica de distribuio. Ao final do horizonte,
restaria lenha apenas os usos cativos dessa fonte. Considerou-se tambm que o gs natural
promover deslocamento do GLP, em decorrncia da expanso da malha de distribuio,
especialmente em reas urbanas. A projeo de conservao de energia no setor servios
considerando, alm da eletricidade, as demais fontes, foi calculada em 4,8% do consumo projetado
em 2024, reduzindo o consumo final para aproximadamente 935 mil tep nesse ano, conforme
apresentada na Tabela 164.
380
2015
2019
2024
12.912
14.935
19.315
148
467
935
1,1
3,1
4,8
12.764
14.467
18.380
Sem conservao
5,5
5,8
6,0
Com conservao
5,5
5,6
5,7
Fonte:
EPE
2015
2019
2024
11.404
12.267
13.554
22
314
655
0,2
2,6
4,8
11.382
11.953
12.899
EPE
381
177
A descrio geral das premissas consideradas na expanso industrial detalhada na Nota Tcnica: "Anlise da Insero da
Gerao
Solar
na
Matriz
Eltrica
Brasileira",
disponvel
em:
http://www.epe.gov.br/geracao/Paginas/Notat%C3%A9cnicaAn%C3%A1lisedaInser%C3%A7%C3%A3odaGera%C3%A7%C3
%A3oSolarnaMatrizEl%C3%A9tricaBrasileira.aspx?CategoriaID=
382
Em sistemas de grande porte : estima-se que em 2024, 99 TWh, instalada em indstrias tais
como produo siderrgica, celulose e papel, petroqumica, refino, produo de acar e
lcool, entre outras. Cabe destacar que este valor embute a estimativa realizada no setor
comercial.
Grfico 134 Autoproduo de eletricidade
Nota:
Fonte:
Fonte:
EPE
383
2015
2019
2024
249.741
287.815
350.174
391
6.045
16.583
0,2
2,1
4,7
249.350
281.769
333.591
4.674
6.799
8.491
2,0
13
137
528.065
638.012
836.667
2.366
21.649
48.937
0,4
3,4
5,8
525.699
616.363
787.730
54.352
79.061
98.731
22
148
1.593
10
13
13
EPE
384
X ANLISE SOCIOAMBIENTAL
reduo dos impactos locais e globais na utilizao das fontes de energia, em especial na
gerao hidreltrica;
a anlise das emisses de gases de efeito estufa (GEE), decorrentes da oferta de energia
adotada no PDE 2024. A anlise dos resultados toma por referncia as negociaes
internacionais sobre mudana do clima e os compromissos assumidos pelo pas, tendo em
vista a importncia do PDE178 como plano setorial de mitigao e de adaptao s mudanas
climticas;
Este captulo composto pela projeo e avaliao das emisses de gases de efeito estufa, pela
anlise socioambiental da oferta de energia eltrica (gerao hidreltrica, gerao termeltrica,
gerao de outras fontes renovveis e transmisso de energia eltrica), pela anlise socioambiental da
oferta de petrleo, gs natural e biocombustveis (produo de petrleo e gs natural, oferta de gs
natural, etanol e biodiesel) e, ainda, pela anlise socioambiental integrada da expanso como um
todo.
178
O Decreto n 7.390/2010, que regulamenta os arts. 6, 11 e 12 da Lei n 12.187/2009 (Poltica Nacional sobre Mudana do
Clima PNMC), elenca o PDE como o plano de mitigao e de adaptao s mudanas climticas do setor energtico.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Anlise Socioambiental
385
1. Premissas e critrios
A Figura 48 apresenta as premissas consideradas no desenvolvimento da anlise socioambiental do
PDE 2024:
Figura 48 Premissas da anlise socioambiental do PDE
Atendimentos
metasdeemisso
deGEE
estabelecidaspara
oano2020
Opopor
projetosque
evitemreas
sensveisdoponto
devista
socioambiental
Prefernciapor
projetosque
apresentem
menoresimpactos
emaiores
benefciossociais,
ambientaise
econmicos
No PDE 2024 foi considerada a mesma metodologia utilizada no PDE 2022 e no PDE 2023. A
abordagem metodolgica adotada diferenciada para cada fonte energtica em razo de suas
particularidades. Destaca-se neste ciclo de planejamento uma anlise socioambiental para a expanso
termeltrica e um aprimoramento na abordagem socioambiental da expanso das seguintes fontes
renovveis: elica, solar, trmicas a biomassa e pequenas centrais hidreltricas.
386
Estudosde
oferta
Matrizes
energticas
consolidadas
Estimativa
dasemisses
deGEE
Estudosde
demanda
Verificaodo
atendimento
smetas
sim
Anlisese
Concluses
no
[reviso]
Para o clculo das emisses de GEE dos diferentes combustveis foram utilizados os fatores aplicados
pelo IPCC [277]. Como a matriz consolidada tem como unidade-padro a tonelada equivalente de
petrleo tep, os fatores foram convertidos para a unidade tCO2-eq/10tep. Todos os resultados finais
so expressos em MtCO2-eq (milhes de toneladas de CO2 equivalente).
179
387
Sigla em ingls da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima (United Nations Framework Convention
on Climate Change).
388
O Brasil, apesar de no estar vinculado ao compromisso de reduo, tem empreendido esforos para
mitigar suas emisses como forma de contribuir para o objetivo global e princpio basilar da
Conveno, de estabilizar a concentrao de GEE na atmosfera. Neste sentido, em dezembro de 2009,
na 15 Conferncia das Partes (COP-15) da UNFCCC, realizada em Copenhague, o Brasil anunciou a
meta voluntria de reduzir, em 2020, entre 36,1 e 38,9%, suas emisses totais de GEE projetadas
para aquele ano. Essa meta foi formalizada pela Lei n 12.187/09 [238] promulgada naquele mesmo
dezembro que, entre outras providncias, instituiu a Poltica Nacional sobre Mudana do Clima (PNMC)
e pelo Decreto n 7.390/10. [239]
De acordo com esses dispositivos legais, o PDE constitui o plano para mitigao e adaptao s
mudanas climticas do setor energtico. Portanto, o PDE o instrumento para a formulao da
estratgia de atendimento meta no que se refere produo e ao uso da energia, assim como para
seu monitoramento (art. 3 do Decreto n 7.390/10 [239])181.
Desde ento, os Planos Decenais de Energia tm entre seus objetivos182 atingir uma meta
previamente fixada de emisses de GEE na produo e no uso da energia. Essa meta foi definida em
conformidade com a Comunicao Nacional do Brasil na COP-15, a Lei n 12.187/09 e o Decreto n
7.390/10. Assim, foi considerado que, em 2020, as emisses de GEE no podero ultrapassar 680
milhes de toneladas de CO2eq. Com isso, pretende-se manter a grande participao das fontes
renovveis na matriz energtica e, como consequncia, que a intensidade de carbono na economia
(emisses/PIB) no ultrapasse aquela calculada para o ano 2005 com os dados do 2 Inventrio
Brasileiro de Emisses e Remoes Antrpicas de Gases de Efeito Estufa183 [286]. A Tabela 167
resume os valores considerados.
Tabela 167 Meta setorial para emisses de GEE no setor de energia em 2020
Emisses de GEE
Cenrio de referncia
Meta de emisses
Notas:
Fonte:
(1)
Abatimento (2)
868
Limite inferior
Limite superior
(3)
634
234
680
188
Dessa forma, o PDE incorpora as medidas necessrias para alcanar os objetivos bsicos postos desde
sua formulao, entre os quais se insere a reduo das emisses de GEE. De acordo com a
classificao do IPCC, o PDE reconhecido como um cenrio de mitigao ou de interveno, uma
vez que incorpora meta especfica de emisses de CO2eq e compreende, explcita e implicitamente,
polticas e medidas no sentido de viabilizar o atingimento da meta.
181
A escolha do PDE como plano de mitigao e adaptao s mudanas climticas do setor de energia se apoia no processo de
elaborao do plano que, alm de adotar metodologia de ampla aceitao tcnico-cientfica, incorpora medidas e aes que
contribuem para o controle ou mitigao das emisses de GEE e submetido consulta pblica. Como exemplo de medidas e
aes preconizadas no PDE, podem ser citadas: aumento na participao dos biocombustveis na matriz de transportes;
expanso hidreltrica; expanso de outras fontes renovveis; estmulo eficincia energtica. Em seu conjunto, essas medidas
tem por objetivo manter a participao das fontes renovveis na matriz energtica nacional, mitigando as emisses de GEE no
setor de energia.
182
Outros objetivos so: segurana energtica no atendimento da demanda, modicidade de preos e tarifas e universalizao
do acesso energia.
183
A Lei n 12.187/09 estabeleceu o segundo inventrio como referncia para as iniciativas brasileiras de reduo de emisses
de GEE. O ano de 2005 o ltimo do perodo abrangido por este inventrio.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Anlise Socioambiental
389
2.1 Projeo
A Tabela 168 apresenta as estimativas de emisses de GEE em decorrncia da queima de
combustveis fsseis na produo, transformao e uso da energia e tambm as emisses fugitivas.
Tabela 168 Brasil: evoluo das emisses de GEE na produo, transformao e no uso de energia
2014
Setores (1)
Setor Eltrico
2020
2024
MtCO2eq
(2)
2014
2020
2024
85,2
46,3
62,4
68,9
29,9
42,6
Autoproduo
16,3
16,4
19,8
Setor Energtico
33,5
36,3
Residencial
18,5
Comercial
Pblico
17,4
9,2
10,7
45,0
6,9
7,2
7,7
20,9
22,2
3,8
4,2
3,8
1,7
2,1
2,5
0,3
0,4
0,4
0,8
0,8
0,8
0,2
0,1
0,1
18,0
19,9
21,0
3,7
4,0
3,6
Transportes
211,2
234,4
267,9
43,1
46,6
45,8
Industrial
100,1
112,8
127,2
20,5
22,4
21,8
92,0
100,1
113,2
8,2
12,8
14,0
20,5
29,4
35,5
4,2
5,8
6,1
490
503
585
100
100
100
Agropecurio
Consumo energtico
Consumo no energtico
Emisses fugitivas
TOTAL
Notas:
Fonte:
(3)
184
390
Vale destacar o aumento da gerao eltrica a partir das novas energias renovveis, sobretudo a
elica. Com isto, mesmo que se observe reduo na expanso hidreltrica ao longo do horizonte, a
participao das outras renovveis compensa essa questo e os resultados da oferta de energia
eltrica (simulao da operao) mostram que a gerao eltrica a partir de fontes renovveis
alcanar 89% em 2024. Ao se considerar a fonte nuclear, tem-se que a gerao a partir de fontes
no emissoras de GEE somam 92% do total da gerao de energia eltrica em 2024.
Nos demais setores permanecem as mesmas tendncias observadas no Plano anterior, com a ressalva
da queda na demanda energtica, comum a todos os setores. O Grfico 136 apresenta a participao
setorial nas emisses de GEE no incio e no final do horizonte decenal.
Grfico 136 Evoluo da participao setorial nas emisses de GEE pela produo e uso de energia
Fonte:
EPE
Os dados apresentados no Grfico 136 mostram que os principais responsveis pelas emisses de GEE
na produo e consumo de energia so os setores de Transportes e Industrial, que respondiam em
2014 por 43% e 21% do total de emisses, respectivamente. Ao longo do horizonte, esses setores
continuaro, em conjunto, responsveis pela maior parte das emisses do setor de Energia, somando
quase 68% em 2024. O aumento da atividade de explorao e produo de petrleo e gs natural se
reflete no ganho de participao de quase 1 p.p. na rubrica Setor Energtico e cerca de 2 p.p. na
rubrica Emisses Fugitivas. A expectativa que as participaes dos demais setores no variem
significativamente ao longo do horizonte.
Tomando como base o segundo inventrio brasileiro de emisses [286], o crescimento das emisses
devido produo e consumo de energia ser de 76% entre 2005 e 2024185. Esse incremento
menor que o esperado para a oferta interna bruta186 no mesmo perodo (80%). Isso significa que o
cenrio do PDE 2024 permite que o indicador de Intensidade de Emisses de GEE no uso da energia
185
De acordo com o 2 inventrio, em 2005 as emisses de GEE do setor energtico foram de 329 MtCO2eq, utilizando a
mtrica de GWP do AR2, ou seja, 21 para o metano e 310 para o xido nitroso. O valor de 332 MtCO2eq no ano 2005
corresponde atualizao desse valor para o GWP recomendado no AR5 do IPCC, qual seja: de 28 para o metano e 265 para o
xido nitroso.
186
Oferta Interna Bruta Quantidade de energia que se coloca a disposio do pas para ser submetida aos processos de
transformao e/ou consumo final.
391
(kgCO2eq/tep) seja menor em 2024 que aquele verificado no ano de 2005. O indicador de Intensidade
de emisses da economia (kgCO2eq/PIB) tambm dever fechar o horizonte decenal ligeiramente
abaixo daquele verificado para o ano de 2005, chegando em 2024 a 105,5 kgCO2eq/R$ mil [2010].
Esse valor est bem abaixo, porm, daquele verificado no ano de 2014, quando esse indicador atingiu
122 kgCO2eq/R$ mil [2010] em virtude, principalmente, do aumento expressivo do uso das
termeltricas com base fssil para cobrir a menor gerao hidreltrica naquele ano. Os indicadores de
emisses de GEE so apresentados na Tabela 169.
Tabela 169 Intensidade de carbono na economia brasileira devido produo e ao uso da energia
Item
Unidade
2005
2014
2020
2024
106tCO2eq
332
490
503
585
PIB
R$ bilhes [2010]
3.033
4.007
4.542
5.465
106 tep
217,9
305,6
343,2
397,4
kgCO2eq/tep
1.524
1.602
1.465
1.471
109,5
122,2
110,7
107,0
Intensidade de carbono no
uso da energia
Intensidade de carbono na
kgCO2eq/R$ mil
economia
[2010]
Nota:
Fonte:
A equivalncia de CO2 dada pela mtrica do GWP para 100 anos conforme AR5 do IPCC (CH4=28 e N2O=265).
EPE, considerando dados do MCT e IBGE (dados realizados de emisses e PIB).
392
Fontes:
Para o PDE 2024 foi mantida a metodologia da anlise socioambiental de UHEs utilizada no ciclo de
planejamento anterior, a qual composta primeiramente por uma avaliao processual [258] e, num
segundo momento, por uma avaliao socioambiental do conjunto previsto no decnio [259].
393
Avaliao processual
A avaliao processual tem como objetivo estimar o ano possvel para entrada em operao das UHEs
que compem o conjunto de projetos hidreltricos na fase de estudos. A avaliao considera os
prazos necessrios para o desenvolvimento dos estudos tcnicos de engenharia e ambientais, para o
licenciamento ambiental e para a construo da UHE. O resultado da avaliao contribui para a
definio das UHEs que faro parte da expanso decenal no perodo 2020-2024, uma vez que as
UHEs do perodo 2015-2019 tm sua data de entrada em operao determinada pelo contrato de
concesso.
Para a estimativa da data de entrada em operao das UHEs foram considerados os prazos para
desenvolvimento dos estudos anteriores ao leilo adicionados do prazo posterior ao leilo (cinco
anos). Os prazos anteriores ao leilo representam o tempo necessrio para a emisso do termo de
referncia (TR) pelo rgo ambiental para a elaborao do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), para a
concluso do Estudo de Viabilidade Tcnico-Econmica (EVTE) e do EIA e para a obteno da licena
prvia (LP). De acordo com as caractersticas de cada projeto, foram ainda acrescentados prazos
necessrios para as tratativas de projetos com interferncia em unidades de conservao (UC) ou em
terra indgena (TI), e atendimento a eventuais demandas judiciais ou complementaes solicitadas
pelo rgos ambientais e demais rgos intervenientes.
O fato do potencial hidreltrico localizar-se predominantemente na regio Amaznica, onde se tem
tambm a maior extenso de reas legalmente protegidas do pas, UC e TI, aumenta a probabilidade
de haver interferncias das UHEs planejadas nestas reas. A falta de regulamentao quanto aos
dispositivos legais e normativos referentes aos povos e comunidades tradicionais, alm da incerteza
quanto aos encaminhamentos do processo de licenciamento ambiental de UHEs com interferncia em
unidades de conservao, influencia de forma expressiva o prazo para a entrada em operao das
usinas planejadas. Dessa forma, de modo a estimar uma data para a entrada em operao das UHEs
considerado um prazo adicional para tratativas de projetos que interfiram nessas reas. Em muitos
casos, a viabilizao dessas UHEs implica em estudos adicionais, consultas diversas e processos
complexos de licenciamento ambiental, dentre outras demandas. Tais casos explicam o motivo de
certas usinas, mesmo com estudos em andamento, no terem operao prevista para o horizonte
decenal.
Observa-se tambm que, independentemente da UHE interferir com rea protegida, a data de entrada
em operao das UHEs reflete os longos prazos verificados ultimamente no processo de licenciamento
ambiental. Entre outros fatores, contribuem para a morosidade do processo as solicitaes de
complementaes dos estudos cada vez mais frequentes, a demora dos rgos intervenientes em
manifestar-se, a demora na emisso do parecer tcnico conclusivo do rgo licenciador e a tendncia
judicializao do processo, evidenciada pelos diversos inquritos e aes civis pblicas movidos.
Das 12 UHEs do perodo 2020-2024, trs usinas esto com o EIA/Rima finalizado, aguardando
complementaes para a obteno da licena prvia. Outro grupo de quatro usinas est com o
EIA/Rima finalizado, atendendo s complementaes solicitadas pelo rgo ambiental ou na etapa de
realizao de audincias pblicas. Trs projetos esto com EIA/RIMA em elaborao. Por fim, duas
usinas esto na etapa de discusso do TR, logo, ainda no iniciaram os estudos.
394
Avaliao socioambiental
A avaliao socioambiental contemplou as UHEs consideradas na expanso do PDE 2024. A avaliao
considerou as caractersticas dos projetos e das regies onde esto inseridos, atentando para os
impactos e benefcios associados a cada UHE. Como na metodologia utilizada nos ciclos de
planejamento anteriores, a avaliao foi baseada em nove indicadores de impactos (ambientais e
socioeconmicos) e benefcios socioeconmicos mais frequentemente associados implantao de
UHEs. Os indicadores podem ser observados na Tabela 170.
Tabela 170 Indicadores da avaliao socioambiental de UHEs
Classificao
Indicadores
perda de vegetao nativa
Impactos ambientais
Impactos socioeconmicos
Benefcios socioeconmicos
Fonte:
EPE
Todos os indicadores foram avaliados em uma escala entre 0 e 1. Considera-se, portanto, que quanto
mais prximo de um, melhor a avaliao do projeto em relao quele indicador. Os indicadores
foram agrupados em impactos ambientais e socioeconmicos e benefcios socioeconmicos. Em cada
grupo, os trs indicadores foram consolidados em um nico ndice, variando entre 0 e 1,
representando a mdia aritmtica dos trs indicadores.
Os indicadores de impactos foram tratados separadamente dos de benefcios. A composio dos
indicadores de impactos resultou em um ndice variando entre 0 e 2. Assim, a quantidade de
indicadores aplicados na avaliao dos impactos socioambientais foi o dobro da quantidade de
indicadores utilizados na avaliao dos benefcios socioeconmicos. Com tal procedimento, conferiu-se
peso dois aos impactos e peso um aos benefcios.
Os resultados foram apresentados graficamente pela relao entre impactos socioambientais e
benefcios socioeconmicos, conforme mostra o Grfico 137. Os impactos so localizados no eixo x,
variando de 0 a 2 e os benefcios no eixo y, variando de 0 a 1. Atravs dessa representao possvel
estabelecer faixas que permitem agrupar as UHEs de acordo com seus impactos e benefcios, obtendo
uma viso da avaliao socioambiental do conjunto de usinas.
H que se comentar que o grfico apresentado possui limitaes, pois considerando a complexidade
de uma UHE, ele mostra a combinao apenas de algumas variveis relacionadas aos impactos e aos
benefcios de uma usina hidreltrica. Destaca-se, por exemplo, que a avaliao no levou em
considerao os efeitos das medidas compensatrias e mitigadoras que necessariamente sero
realizadas na implantao das UHEs, uma vez que grande parte dos projetos previstos para o perodo
2020-2024 ainda esto na fase de elaborao do EIA. Sendo assim, utilizou-se como referncia para a
avaliao socioambiental dessas UHEs os dados provenientes dos estudos da fase anterior, o
395
inventrio hidreltrico. A abordagem dos inventrios, em escala regional e com foco no conjunto de
aproveitamentos da bacia hidrogrfica, no oferece o mesmo detalhamento dos EIAs e no aborda as
medidas compensatrias e mitigadoras.
Alm disso, a avaliao teve como foco os efeitos locais provocados pelas UHEs, em que predominam
os efeitos negativos sobre os positivos. Dessa forma, benefcios de mbito regional ou nacional, como
a gerao de energia, e at globais, como a contribuio do projeto para o controle das emisses de
GEE, no foram considerados.
Os resultados da avaliao socioambiental do conjunto de UHEs previsto no PDE 2024 esto
representados no Grfico 137.
Grfico 137 Impactos socioambientais e benefcios socioeconmicos das UHEs do PDE 2024
Fonte:
EPE
396
semelhantes, duas usinas se distanciam quando se analisa o ndice de impactos, o que faz com que se
situem na faixa C. Os indicadores ambientais foram determinantes para esta diferena.
Na parte central da faixa B, em geral, esto projetos com grandes potncias e reservatrios, tambm
situados na Amaznia, mas que no se destacaram tanto nos benefcios, por estarem prximos a
ncleos urbanos mais estruturados. Nesses casos, os benefcios so um pouco menos expressivos.
Isso se deve ao fato dos municpios em que esto inseridos possurem maiores receitas municipais,
no destacando tanto o valor arrecadado pela compensao financeira.
As usinas com menor impacto do conjunto esto localizadas em regies mais antropizadas, em sua
maioria na bacia do Paran. Essas usinas no interferem em unidades de conservao e tm as
menores perdas de rea de vegetao nativa do conjunto. Na dimenso socioeconmica destacam-se
por no interferirem em terras indgenas. Alm disso, esto situadas em municpios mais estruturados,
exercendo menor demanda por servios locais de infraestrutura. Ao mesmo tempo, essas usinas so
as que possuem os menores benefcios do conjunto uma vez que geram menos empregos e menores
incrementos de arrecadaes para os municpios em que esto inseridas. Ressalta-se que, embora
no tenham sido considerados pelo indicador, benefcios relacionados gerao de energia prximo
aos centros de carga so significativos para o sistema interligado. As usinas deste conjunto esto
situadas na parte inferior do grfico entre as faixas B e C.
Ao observar os indicadores utilizados na avaliao socioambiental para o conjunto de UHEs previstas
no PDE 2024, conforme apresentado na Tabela 171, alguns resultados podem ser destacados. Ainda
que a expanso hidreltrica planejada seja predominantemente na Amaznia, regio repleta de reas
legalmente protegidas, das 22 UHEs previstas na expanso decenal, apenas uma UHE interfere em UC
de uso sustentvel. Em relao s terras indgenas, nenhuma UHE planejada interfere diretamente em
TI.
Embora cada UHE tenha suas peculiaridades, todas abordam questes complexas envolvendo
aspectos socioambientais, levando diversos setores da sociedade a questionarem seus impactos e
benefcios. Nesse contexto, nos ltimos anos, o setor energtico vem enfrentando desafios para
desenvolver as UHEs planejadas. Alguns desafios surgiram em funo do potencial estar localizado em
reas preservadas. Parte decorreu da maior participao da sociedade nas discusses socioambientais
relacionadas sobretudo aos grandes empreendimentos, o que provocou alteraes na dinmica do
processo de licenciamento ambiental. Por fim, outros desafios se do em funo da necessidade cada
vez maior de articulao entre diferentes rgos governamentais para realizao de projetos
intersetoriais.
Diante desse quadro, o governo iniciou um processo de articulao entre ministrios, promovendo
discusses e estudos estruturantes, com objetivo de definir estratgias que conciliem a conservao
ambiental e a gerao de energia [293]. Como exemplo, podem ser destacados os estudos de
potencial hidreltrico e conservao da biodiversidade na bacia hidrogrfica Tapajs-Juruena,
desenvolvido pelo MME e MMA, e a tentativa de conciliar a implantao de hidreltricas e a
conservao ambiental em situaes em que se alterou UCs187. Observa-se ainda o empenho do MME
187
Lei n 12.678, de junho de 2012 - Dispe sobre alteraes nos limites dos Parques Nacionais da Amaznia, dos Campos
Amaznicos e Mapinguari, das Florestas Nacionais de Itaituba I, Itaituba II e do Crepori e da rea de Proteo Ambiental do
Tapajs; altera a Lei n 12.249, de 11 de junho de 2010; e d outras providncias.
397
188
O conceito de usina plataforma tem por objetivo promover a compatibilizao das polticas pblicas setoriais de meio
ambiente e gerao de energia eltrica, com vistas a implantao de UHEs em reas de relevante sensibilidade ambiental.
189
Portaria Interministerial n 60, de 24 de maro de 2015 Estabelece procedimentos administrativos que disciplinam a
atuao dos rgo e entidades da administrao pblica federal em processos de licenciamento ambiental de competncia do
Ibama. Essa Portaria substituiu a Portaria n 419, de 26 de outubro de 2011. As Instrues Normativas especficas de cada
rgo ou entidade tambm foram publicadas.
190
Decreto n 7.342, de 26 de outubro de 2010 - Institui o cadastro socioeconmico para identificao, qualificao e registro
pblico da populao atingida por empreendimentos de gerao de energia hidreltrica, cria o Comit Interministerial de
Cadastramento Socioeconmico, no mbito do Ministrio de Minas e Energia, e d outras providncias e Portaria Interministerial
n 340, de 1 de junho de 2012 Estabelece competncias e procedimentos para a execuo do Cadastro Socioeconmico para
fins de identificao, quantificao, qualificao e registro pblico da populao atingida por empreendimentos de gerao de
energia hidreltrica, nos termos previstos no Decreto n 7.342, de 26 de outubro de 2010. At o momento foram apresentados
os planos cadastrais dos aproveitamentos: AHE So Luiz do Tapajs, AHE Jatob, AHE Tabajara, AHE Garabi e AHE Panambi.
191
No Brasil, o Decreto n 5.051, de 19 de abril de 2004, promulgou a Conveno n 169 da OIT sobre povos indgenas e
tribais. O artigo 6 informa que os governos devero consultar os povos interessados, mediante procedimentos apropriados,
cada vez que sejam previstas medidas legislativas ou administrativas suscetveis de afet-los diretamente. Entretanto ainda no
existe regulamentao sobre o procedimento de consulta. A Portaria Interministerial n 35, de 27 de janeiro de 2012 - Institui
Grupo de Trabalho Interministerial com a finalidade de estudar, avaliar e apresentar proposta de regulamentao da Conveno
n 169 da OIT sobre Povos Indgenas e Tribais, no que tange aos procedimentos de consulta prvia dos povos indgenas e
tribais.
192
O artigo 231 da CF trata do reconhecimento dos direitos originrios dos ndios sobre as terras tradicionalmente ocupadas. A
falta de regulamentao do 3, sobre a explorao dos recursos hdricos em Terras Indgenas, deixa em aberto o
procedimento de consulta e a forma de compensao s comunidades afetadas, exigindo atualmente a autorizao do
Congresso Nacional para a instalao de projetos nessas terras. Desde 2011 o MME vem discutindo a regulamentao deste
artigo com a Presidncia da Repblica e outros entes do Governo Federal.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Anlise Socioambiental
398
0,13
(UHE existentes: 0,46 km/MW)
2.241
(0,045% da rea da Amaznia Legal)
0,08
SOCIOECONMICOS
Populao diretamente afetada, hab.
aproximadamente 38 mil
1,4
(1)
77 mil
10 de 22 UHEs
(2) (3)
2,7
499
(30% da compensao financeira paga em 2014
por todas as UHEs em operao)
1.996
1.996
1.795
Notas:
Fonte:
(1) Esse dado considera apenas os empregos gerados no perodo de pico das obras para 22 UHEs, ou seja, h empregos gerados ao
longo do perodo que no esto sendo considerados.
(2) Considera somente a gerao das usinas cuja operao se inicia no horizonte deste PDE.
(3) Mdia anual do montante de arrecadao da compensao financeira definida pela Lei n 9.884/2000, considerando as parcelas
destinadas aos estados, municpios e Unio.
EPE
193
Para efeito de simulao, foram considerados somente usinas a gs natural. Contudo, possvel a participao de outros
combustveis de acordo com a sua viabilidade.
399
Gs Natural
O gs natural, em funo da baixa presena de contaminantes em sua composio e da elevada
eficincia dos processos atuais de gerao de energia, considerado o combustvel fssil menos
impactante ao meio ambiente, quando comparado ao carvo mineral ou ao leo combustvel,
comumente utilizados. Comparativamente a estes, emite menor quantidade de GEEs e poluentes
atmosfricos, alm de no oferecer riscos diretos de contaminao de recursos hdricos.
400
Sua natureza gasosa tambm reduz os riscos ambientais associados ao transporte e gerenciamento
do combustvel, que no precisa ser estocado e se dispersa rapidamente no ambiente em caso de
vazamento.
Como mostrado na Figura 51, as usinas contratadas a gs natural esto distribudas nas regies Sul,
Norte e Nordeste. J na segunda metade do horizonte indica-se a instalao de unidades na regio
Sudeste.
Carvo
Dentre os principais aspectos e impactos ambientais se destacam a emisso de GEEs e poluentes
atmosfricos, assim como o uso e a possibilidade de contaminao de recursos hdricos.
Em virtude da baixa qualidade do carvo nacional, que apresenta alto teor de inertes e enxofre,
essencial que novas UTEs utilizem tecnologias focadas em reduzir a emisso de poluentes
atmosfricos e em reaproveitar os resduos gerados (clean coal tecnologies). Alm disso, muito
importante o correto gerenciamento do combustvel e dos resduos, de modo a evitar possvel
contaminao de recursos hdricos.
Atualmente, observam-se exigncias ambientais crescentes. Por exemplo, foram exigidos pelo Ibama
estudos mais abrangentes de disperso atmosfrica para a regio de Candiota/RS, onde h projetos
termeltricos em processo de licenciamento.
O Estudo da Capacidade de Suporte da Bacia Area de Candiota/RS, coordenado pela EPE, teve como
principal objetivo subsidiar o planejamento setorial e avaliar a viabilidade tcnica e locacional para
implantao de novas usinas termeltricas a carvo na regio. O estudo foi realizado em cumprimento
clusula 12 do Aditamento do Termo de Ajuste de Conduta firmado entre a Unio, Ibama,
Eletrobras-CGTEE e outros em de 16 de agosto de 2013. Para tal, foi utilizada como ferramenta a
modelagem matemtica de disperso de poluentes atmosfricos.
Os resultados indicaram que Candiota apresenta condies meteorolgicas favorveis disperso de
poluentes e que os projetos planejados, por utilizarem tecnologias mais modernas, possurem
equipamentos de controle ambiental e estarem espacialmente bem distribudos, no comprometeriam
a qualidade do ar da regio. Dessa forma, a concluso do estudo foi de que a insero de novos
empreendimentos vivel no que diz respeito capacidade de suporte da bacia area.
Nuclear
Diferentemente das outras UTEs, a termonuclear no emite diretamente gases poluentes, como
xidos de enxofre e GEEs, j que o calor necessrio para a gerao de energia eltrica no provm da
queima de combustveis fsseis, e sim da fisso nuclear.
Os aspectos mais crticos ambientalmente so a disposio de resduos radioativos e a percepo em
relao ao risco de acidente. Em relao aos combustveis nucleares irradiados de Angra 3 (alta
atividade), estes sero armazenados em piscina, prximo ao reator. A estimativa de quantidade
gerada durante toda sua vida til (40 anos) de 10.880 kg de urnio 235 e 12.640 kg de plutnio
total [253], existe ainda a possibilidade de reciclagem futura desse material atravs de
reprocessamento [249]. Os demais resduos de mdia e baixa atividade so armazenados em
depsitos locais. A Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN) responsvel pela administrao e
a operao de depsitos intermedirios e finais, e tem a incumbncia legal de construir o Repositrio
Nacional de Rejeitos Radioativos de Baixo e Mdio Nveis de Radiao (RBMN) at 2018 [249]. Sobre
os riscos, as usinas devem cumprir rgidos padres de segurana internacionais em todas as etapas,
de forma a minimizar a possibilidade de ocorrncia de acidentes.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Anlise Socioambiental
401
Aspectos socioeconmicos
A influncia socioeconmica dos empreendimentos est relacionada, especialmente, aos potenciais
postos de trabalho gerados e arrecadao de tributos destinados ao estado e municpio em que
esto inseridos.
Quanto aos postos de trabalho gerados no decnio, estima-se que a somatria dos empregos diretos
gerados na implementao dos empreendimentos seja de cerca de 27 mil194, considerando o pico de
trabalhadores de cada projeto, e aproximadademente 2 mil durante a operao. Ressalta-se que deve
ser considerada nos programas de mitigao, a sobrecarga na infraestrutura e servios gerada pela
massa de trabalhadores e pessoas atradas para a regio em busca de oportunidades, mesmo que no
vinculadas s obras.
A Tabela 172 apresenta os principais indicadores socioambientais da expanso termeltrica.
Tabela 172 - Indicadores socioambientais da expanso termeltrica
AMBIENTAIS
Emisses de GEE no SIN (mdia anual, 2015-2024)
29,2
SOCIOECONMICOS
Empregos diretos gerados no pico das obras
(1)
27 mil
2 mil
(1) Esse dado considera apenas os empregos gerados no perodo de pico das obras, ou seja, h empregos gerados ao longo do
perodo que no esto sendo considerados.
EPE
A estimativa considerou os valores apresentados nos estudos ambientais dos empreendimentos j contratados e o fator
mdio de empregos gerados por unidade de potncia para o perodo indicativo.
402
A Figura 52 apresenta a localizao dos projetos relacionados a outras fontes renovveis considerados
no PDE 2024. Foram georreferenciados e mapeados os projetos em construo e j contratados nos
ltimos leiles de energia, cuja integrao ao sistema se dar entre 2015 e 2019. Os projetos
indicativos, que no possuem local definido de instalao, apenas indicao por subsistema, por esta
razo no foram mapeados.
Figura 52 Localizao das outras fontes renovveis no horizonte de 2015 a 2019
Fontes:
3.3.1
Elicas
A expanso elica no PDE 2024 prev 18.909 MW de potncia, distribudos no Nordeste e Sul do
Brasil conforme a Figura 52. A maior parte dessa energia tem previso de ser instalada nos primeiros
cinco anos do horizonte decenal (10.909 MW). Os estados do Nordeste vo agregar a maior
quantidade de MW instalados com 9.297 MW. Para a regio Sul est prevista a instalao de 1.351
MW.
Apesar dos baixos impactos relacionados gerao elica, h aspectos socioambientais diretamente
relacionados a essa atividade [237] que merecem destaque no PDE 2024. As questes ambientais
mais relevantes esto contempladas na Resoluo n 462/2014 [290], do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), que estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental de
empreendimentos de gerao de energia eltrica a partir de fonte elica em superfcie terrestre.
importante destacar que o empreendimento no ser considerado de baixo impacto se estiver
localizado em: reas regulares de rota, pousio, descanso, alimentao e reproduo de aves
migratrias, constantes no Relatrio Anual de Rotas e reas de Concentrao de Aves Migratrias no
Brasil [291]; formaes dunares; bioma Mata Atlantica e implicar cortes e supresso vegetal; zona
Costeira e implicar alteraes significativas das suas caractersticas naturais; locais que provoquem
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Anlise Socioambiental
403
Observa-se que alguns parques elicos contratados para o perodo se sobrepem s reas indicadas
pelo estudo como importantes para a avifauna, o que pode aumentar a complexidade nos ritos
processuais para o licenciamento ambiental.
Algumas aes podem ser feitas de modo a mitigar os impactos dos aerogeradores sobre a avifauna
tais como o uso de sinalizao noturna com luzes intermitentes e de estruturas tubulares compactas
para as torres, alm da utilizao de radares que detectem a aproximao de bandos e dispositivos
que paralisem as hlices durante a passagem desses bandos [291].
Tambm recomendado que as instalaes sejam feitas em paisagens ocupadas, seja por agricultura,
pasto ou outras atividades que j estejam em desenvolvimento, evitando-se a implantao de
empreendimentos elicos em paisagens no antropizadas [291].
Nesta conjuntura, o grande desafio conciliar a expanso da fonte elica com a conservao dos
stios especiais, sendo importante ampliar o dilogo com a sociedade, contribuindo para promover
estudos acerca dos impactos, medidas mitigatrias e compensatrias.
404
Quanto gerao de empregos no horizonte decenal, estima-se a criao de 141 mil vagas de
trabalho, considerando que para cada MW elico instalado sejam geradas 7,5 vagas de trabalho ao
ano [248], em especial na fase de construo dos parques [307].
A Tabela 173 apresenta os principais indicadores socioambientais da expanso elica.
Tabela 173 - Indicadores socioambientais da expanso elica
AMBIENTAIS
rea dos parques elicos
(1)
(km)
3.403
0,18
83 de 484 parques elicos
SOCIOECONMICOS
N de parques elicos que interferem diretamente em TI
Empregos diretos gerados no perodo
3.3.2
405
277
0,12
(PCHs existentes: 0,14 km/MW)
SOCIOECONMICOS
Empregos diretos gerados no pico das obras
Notas:
Fonte:
3.3.3
(1)
58 mil
(1) Esse dado considera apenas os empregos gerados no perodo de pico das obras, ou seja, h empregos gerados ao longo do
perodo que no esto sendo considerados.
EPE
Termeltricas a biomassa
Adotado o valor de 25 empregos para cada unidade de potncia instalada (1 MW) [263].
406
O bagao hoje considerado um subproduto valioso que pode ser utilizado tanto para a gerao de
energia eltrica quanto para a produo de etanol lignocelulsico (Etanol de Segunda Gerao ou 2G).
H inclusive variedades genticas de cana especialmente desenvolvidas para maior aproveitamento
energtico, a chamada Cana Energia, que possui menores teores de acar e maiores teores de fibras
(bagao e palha) e maior produtividade de biomassa por unidade de rea. Alm disso a Cana Energia
pode ser plantada em reas degradadas por exigir menos gua e insumos para crescer.
Com a colheita mecanizada, a palha tambm pode ser utilizada como combustvel para cogerao. O
uso de at 50% da palha pode aumentar a disponibilidade das usinas, o que permite o despacho por
perodos maiores que a safra. A outra parte da palha deve ficar no campo para proteger e melhorar a
fertilidade do solo.
O uso de caldeiras mais eficientes contribui para a diminuio dos impactos ambientais das usinas
sucroalcooleiras a medida que se consome menos combustvel e consequentemente emite-se menos
poluentes atmosfricos locais, alm de se obter um maior aproveitamento dos recursos naturais, o
que por si s corrobora com o princpio da sustentabilidade.
Estimativas da EPE com base nas usinas vencedoras dos leiles de energia apontam para um fator
mdio de exportao de 76 KWh/t.cana, conforme descrito no captulo VIII. Porm, possvel
aumentar esse fator. Dentre os projetos vencedores dos leiles h usinas com excedentes entre 60
kWh/t.cana at 130 kWh/t.cana. Estudos recentes apontam que com as novas tecnologias de
caldeiras com maior presso e temperatura e no concorrncia do bagao com a produo de etanol
lignocelulsico, pode se chegar a excedentes de energia eltrica de at 160 kWh/t.cana196 [297].
Alm da eletricidade gerada a partir do bagao da cana, outras fontes de biomassa tm se mostrado
competitivas nos leiles de energia. o caso do cavaco de madeira. A expanso contratada j conta
com cinco projetos de termeltrica a cavaco de madeira nos primeiros cinco anos do plano, que juntas
totalizam quase 678 MW, e o cenrio indicativo de expanso de 800MW, totalizando 1.478 MW ao
longo do decnio a partir dessa fonte.
Diferentemente das usinas sucroalcooleiras que aproveitam subproduto (bagao) para gerao de
energia, as trmicas de cavaco de madeira utilizam insumos florestais. Para a produo de biomassa
so cultivadas espcies que apresentam rpido crescimento e alta produtividade. Tradicionalmente as
florestas energticas so implantadas em reas j degradadas ou subutilizadas, apesar de serem
observados casos em que h supresso de vegetao nativa. Tambm podem ser destacados
impactos decorrentes da implantao de grandes reas de monocultura. Nesse sentido, ressalta-se a
importncia do adequado licenciamento ambiental das reas de silvicultura necessrias para a
obteno do cavaco que ser utilizado nas termeltricas.
Os principais impactos a serem observados na operao das termeltricas a cavaco so a emisso de
poluentes atmosftricos, que devem ser devidamente controlados para atender a legislao, e
gerao de emprego e renda com crescimento da economia local, especialmente quando instalados
em regies pouco desenvolvidas.
A expanso indicativa prev que tanto as usinas a bagao de cana quanto as usinas a cavaco de
madeira sejam alocados no subsistema Sudeste (inclui regio Centro-Oeste), o que tem como
196
Aproveitando o bagao e 50% do palhio com gerao de vapor a 90 bar e 520 C e turbinas de extrao-condensao
[297].
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Anlise Socioambiental
407
vantagem a proximidade com os centros de carga, que se traduz em menores extenses de linhas de
transmisso e menores impactos ambientais dessas linhas e menores perdas de energia.
Em termos de empregos, uma usina termeltrica a cavaco de madeira de 150 MW gera cerca de 500
empregos diretos no pico das obras e cerca de 60 na fase de operao. Sendo assim, estima-se a
gerao de 5.600 empregos diretos ao longo do decnio nas usinas a cavaco de madeira, alm dos
empregos no manejo da silvicultura. J as usinas de cogerao do setor sucroalcooleiro no agregam
quantidade expressiva de empregos diretos, j que trata-se de atividade anexa produo de acar
e etanol. Porm, o nmero de empregos gerados no setor sucroalcooleiro como um todo bastante
significativo como mostra a anlise do item 4.3.
3.3.4
Solar
A expanso da participao da energia solar na matriz eltrica mundial est acontecendo de forma
acelerada. Desde 2010, observa-se que a capacidade instalada de energia solar fotovoltaica mundial
cresceu mais do que nas quatro dcadas anteriores [270]. No Brasil, no ano de 2014, aconteceu o
primeiro leilo em que foi contratada a energia proveniente de plantas fotovoltaicas centralizadas. O
resultado desse leilo pode ser observado no PDE 2024 com a entrada em 2017 de 891 MW no
Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do pas. O reflexo observado numa expanso indicativa de solar
de 6.000 MW at 2024 tambm nessas regies.
No leilo de 2014, a EPE habilitou tecnicamente 331 projetos de plantas fotovoltaicas, totalizando 8,87
GW [261]. O fato de o licenciamento ambiental ter sido o principal motivo das inabilitaes tcnicas
deste leilo [261] sinaliza a importncia que a dimenso ambiental assume nesse momento inicial de
expanso da fonte. Portanto, possvel constatar a existncia de alguns aspectos em fase de
consolidao no licenciamento ambiental, tais como, a diversidade de procedimentos dos rgos
ambientais e a prpria curva de aprendizagem das instituies envolvidas no processo.
As reas de maior incidncia de Irradiao Global Horizontal (IGH) esto localizadas, principalmente,
no interior da Bahia e na parte central da regio Nordeste do pas, alm de estarem presentes em
praticamente todo o Centro-Oeste, grande parte do interior do Sudeste, assim como algumas reas da
regio Norte [299].
Observando a localizao das plantas fotovoltaicas previstas no decnio, conforme a Figura 52, os
empreendimentos tendem a se concentrar nas reas de maior incidncia de IGH. Destaca-se, nesse
quesito, os municpios do semirido nordestino, onde est a maior parte dos empreendimentos
contratados (cerca de 58 % da potncia contratada). O restante localiza-se entre as regies CentroOeste e Sudeste. As plantas fotovoltaicas previstas na expanso indicativa deste PDE 2024 tendem,
assim como a expanso contratada, a ser construdas em locais afastados das grandes cidades,
geralmente no meio rural ou prximo a cidades de pequeno porte. Dessa forma, estima-se que no
devem ocorrer interaes com reas urbanas densamente ocupadas. No entanto, a infraestrutura
necessria, tanto para a construo das plantas fotovoltaicas, quanto para a distribuio da energia
gerada nestes locais mais distantes dos centros urbanos, poder ser um desafio.
Ainda cabe destacar que, em geral, h alternativas locacionais para a instalao das plantas
fotovoltaicas e da infraestutura associada o que confirma a tendncia observada de implantar os
projetos em reas j antropizadas. Assim, em princpio, a interferncia em vegetao nativa e reas
protegidas no uma questo crtica para esta fonte.
408
Em relao aos benefcios socioeconmicos vale destacar a gerao de empregos, que pode ser
avaliada tanto localmente, nas fases de construo e operao das plantas fotovoltaicas, quanto numa
escala nacional considerando toda a cadeia da indstria. No mbito local, a implantao desses
empreendimentos, poder gerar oportunidades de emprego para a populao, o aumento na renda
por meio do arrendamento de terras, o incremento de alguns segmentos da economia e a ampliao
da arrecadao de impostos. Isto pode ser importante para a economia local, j que, grande parte
das cidades que devem receber as plantas fotovoltaicas, como a regio do semirido nordestino,
apresenta baixo desempenho nos indicadores socioeconmicos.
Numa abordagem ampliada, considerando toda a cadeia de produo da indstria fotovoltaica,
incluindo a indstria de silcio, o benefcio socioeconmico poder ser tambm obtido com a gerao
de empregos qualificados, treinamentos, o desenvolvimento de um parque industrial competitivo
internacionalmente e a criao de uma cadeia de servios. Por fim, estima-se, para o decnio, que
22.700197 empregos diretos sero criados nas fases de implantao e operao, e que a relao da
rea das plantas fotovoltaicas por potncia instalada ser de 0,03 km por MW.
A Tabela 175 sintetiza os principais indicadores socioambientais da expanso da gerao por energia
solar no decnio.
Tabela 175 Indicadores socioambientais da expanso solar fotovoltaica
AMBIENTAIS
rea das plantas fotovoltaicas (km)
23
0,03
SOCIOECONMICOS
Empregos diretos gerados no pico das obras
Notas:
Fonte:
(1)
22,7 mil
(1) Esse dado considera apenas os empregos gerados no perodo de pico das obras, ou seja, h empregos gerados ao longo do
perodo que no esto sendo considerados.
EPE
A anlise socioambiental da expanso da transmisso neste PDE 2024 considera o conjunto de linhas
de transmisso (LTs) da rede bsica (tenso igual ou superior a 230 kV) previsto para entrar em
operao nos prximos 10 anos. Em razo da escala de anlise, no foram consideradas LTs com
extenso inferior a 10 km e projetos de recapacitao e recondutoramento.
Dessa forma, a expanso aqui compreende, no horizonte decenal, 267 novas LTs a serem agregadas
ao SIN, que perfazem uma extenso de aproximadamente 46.000 km. Desse conjunto de
empreendimentos, 250 (mais de 90%), esto previstos para entrar em operao at 2019, ou seja, no
primeiro quinqunio do horizonte decenal, dos quais metade (125) j foram licitados [229].
A Figura 54 apresenta a distribuio espacial dessas linhas, considerando os diferentes biomas no
territrio nacional, bem como as terras indgenas e as unidades de conservao de proteo integral e
de uso sustentvel.
197
409
Nesse cenrio, destacam-se as grandes interligaes que se prestaro tambm para escoamento da
energia de usinas hidreltricas situadas na Amaznia (UHE Belo Monte e usinas do rio Teles Pires e da
bacia do Tapajs), a maioria em corrente contnua e com extenso superior a 2.000 km. Tambm na
regio Amaznica, destaca-se a interligao com a Venezuela, a partir de Manaus. Observa-se que na
Regio Nordeste e no Rio Grande do Sul as LTs planejadas para o decnio esto associadas
majoritariamente ao escoamento da energia de parques elicos.
Fontes:
EPE, 2015; IBGE, 2009 [267]; Funai, 2014 [264] e MMA, 2014 [287].
A presente anlise contempla a distribuio espacial das interligaes previstas para entrar em
operao nos prximos 10 anos e sua incidncia nos biomas, no tipo de uso e ocupao do solo
(vegetao nativa, pastagem e agropecuria, agricultura, silvicultura, reas urbanas e outras) e em
reas com restrio socioambiental (UCs e TIs), alm de assentamentos rurais do Incra e reas
Prioritrias para Conservao da Biodiversidade - APCBs.
A anlise socioambiental dos projetos de LTs foi realizada com base na rea ocupada pelas
respectivas faixas de servido, cujas larguras variam segundo a tenso da linha e o nmero de
circuitos. A Tabela 176 apresenta a largura das faixas de servido utilizadas como referncia.
410
230
40
44(2)
68
345
50
55
85
440
Fonte:
largura (metros)
60
(2)
(2)
100
66
500
60
66
600
72
800
Nota:
Circuito duplo
Tenso
kV
(3)
100
As informaes relativas incidncia das LTs nos biomas, no tipo de uso e ocupao do solo e em
reas com restrio socioambiental foram obtidas por meio dos seguintes procedimentos:
Georreferenciamento das 267 LTs previstas tomando como base o relatrio R1 (corredor
preliminar, do qual se utilizou o eixo) ou o relatrio R3 (traado preliminar), documentos
tcnicos bsicos para o processo licitatrio da Aneel, ou ainda o Estudo de Impacto Ambiental
(EIA). Foi considerado para cada LT sempre o ltimo relatrio (EIA, R3 ou R1, nessa ordem),
o que significa ter sido considerada a melhor informao disponvel. Nos casos das LTs
previstas para o segundo quinqunio (2020 a 2024), para as quais ainda no se dispe do
EIA, do R3 ou do R1, as faixas de servido foram delineadas por meio do aplicativo ArcGIS e
imagens de satlite do software Google Earth Pro, com o traado referencial desviando das
reas com restries socioambientais.
Sobreposio dos traados das LTs, no ambiente ArcGIS, s informaes das bases
cartogrficas de TI [264], UC e APCB [287], uso e ocupao do solo e vegetao [267] e
assentamentos rurais [273].
Estimativa das reas das faixas de servido das LTs nos biomas, TI, UC, APCB, reas
com vegetao nativa, assentamentos rurais, reas urbanas, reas ocupadas por agricultura e
pecuria e exploradas por silvicultura, com os quantitativos obtidos e tabulados por meio do
software ArcGIS.
A rea total abrangida pelas faixas de servido das futuras LTs corresponde a 5.582 km2. Desse total,
2.567 km2 (46%) so reas com vegetao nativa, das quais 46% se localizam no Cerrado, 20% na
411
Amaznia, 20% na Caatinga, 12% na Mata Atlntica e 2% nos Pampas. Cerca de 41% da rea das
faixas de servido atravessam pastagem e agropecuria. Os restantes 13% atravessam reas de
agricultura e de outros usos, inclusive ocupao urbana. A Tabela 177 resume as incidncias nos
biomas e em reas com diferentes ocupaes.
Tabela 177 rea ocupada pela expanso das LTs por bioma e uso do solo (faixa de servido)
Cobertura vegetal e
uso do solo
Amaznia
Caatinga
Mata
Atlntica
Cerrado
Pampas
Total
62
2.567
rea (km2)
Vegetao nativa
514
507
Pastagem e agropecuria
1.176
308
595
408
753
440
86
2.282
Agricultura
42
81
204
278
53
658
Silvicultura
19
14
38
rea urbana
Outros
(1)
Total
Nota:
Fonte:
13
24
1.161
998
2.159
1.053
211
5.582
(1) Inclui gua, dunas e reas no classificadas e/ou degradadas por minerao
EPE
Cerca de 11% da rea ocupada pelas faixas de servido, ou o equivalente a 635,4 km2, incide em
reas com algum tipo de restrio socioambiental, destacando-se entre elas assentamentos do Incra
(57%) e UC de uso sustentvel (39%), conforme indica a Tabela 178. Alm disso, mesmo tomando o
cuidado para que fossem mnimas as interferncias com reas protegidas, tem-se que 11% da rea
total requerida para a implantao das faixas de servido das novas LTs incidem sobre reas assim
classificadas.
A incidncia em APCBs expressiva, pois essas reas ocupam parcela significativa do territrio
nacional. Assim, natural que uma proporo importante da rea total das faixas de servido das
novas LTs atravessem reas assim classificadas (equivalente a 2.212 km2 ou 39% do total). Porm,
deve-se ressaltar que APCBs no constituem, legalmente, reas com restrio socioambiental.
Tabela 178 rea ocupada pela expanso das LTs (faixas de servido) em reas com restrio
socioambiental e APCB
Tipo de rea
Amaznia
Caatinga
Mata
Atlntica
Cerrado
Pampas
Total
rea (km2)
UC proteo integral
0,4
3,4
UC uso sustentvel
26
48
62
105
10
251
Terra indgena
16
16
Assentamento do Incra
262
46
47
365
APCB
511
405
906
317
73
2.212
Nota:
Fonte:
(1) Valores j incorporados na rea ocupada pela expanso das LT (faixa de servido) mostrados na Tabela 177.
EPE
Do conjunto de LTs considerado, apenas uma, j licitada, atravessa TI, e 16 passam a menos de 8 km
de TI na Amaznia Legal ou a menos de 5 km nas demais regies. De acordo com a Portaria
Interministerial n 60/2015, que estabelece procedimentos administrativos que disciplinam a atuao
dos rgos e entidades da administrao pblica federal envolvidos no licenciamento ambiental
federal, tais distncias so consideradas como referncia para a realizao de estudo especfico sobre
as comunidades indgenas em questo, que inclui diagnstico, avaliao de impactos, medidas e
412
programas (Estudo do Componente Indgena ECI). A Tabela 179 sintetiza os principais indicadores
socioambientais da expanso da transmisso no decnio.
Tabela 179 Indicadores socioambientais da expanso da transmisso de energia eltrica
AMBIENTAIS
Extenso total das LTs (km)
rea das faixas de servido
46.252
(1)
(km2)
5.582
(2)
(km)
3,4
251
SOCIOECONMICOS
rea de faixas de servido incidente em assentamento do Incra
365
1 de 267 LTs
(16 km)
Fonte:
16 de 267 LTs
(aproximadamente 30 km2)
(4)
130.000
(1) A largura da faixa de servido varia de 40 a 100 m, de acordo com a tenso da linha de transmisso e o nmero de circuitos.
(2) A rea da faixa de servido no corresponde rea de supresso de vegetao; dentro de UC e em reas com vegetao nativa a
supresso de vegetao se limitar s reas sob as torres.
(3) Distncias definidas no Anexo II da Portaria Interministerial n 419, de 26 de outubro de 2011.
(4) Esse dado considera apenas os empregos gerados no perodo de pico das obras para as 267 LTs, ou seja, h empregos gerados ao
longo do perodo que no esto sendo considerados.
EPE
4. Anlise socioambiental
biocombustveis
da
oferta
de
petrleo,
gs
natural
413
produo relativas aos Recursos Convencionais de Petrleo e Gs Natural (RC) quanto aos Recursos
No Convencionais (RNC). Alm disso, seria necessria a adio de critrios relativos aos RNC devido
s suas especificidades de explorao e produo e impactos potenciais associados. Entretanto, as
previses iniciais de produo, que consideraram aspectos tcnicos e logsticos, j previam incio da
produo destes recursos somente a partir de 2022. Portanto, considerou-se que o tempo necessrio
para a viabilizao econmica da produo j seria suficiente para desenvolvimento de estudos
ambientais e minimizao de riscos.
Para 966 UPs contratadas (Blocos Exploratrios e Campos de Produo), foi realizada uma anlise da
complexidade esperada para o Licenciamento Ambiental, utilizando os seguintes critrios: nvel de
exigncia estabelecido pelo Ibama para a 9 Rodada de Licitaes, interferncia em UC, TI e APCB.
De acordo com a sobreposio da UP com estes critrios, foi atribuda a cada uma delas uma
complexidade alta, mdia ou baixa e um prazo esperado para o Licenciamento Ambiental, de acordo
com a Portaria do Ministrio do Meio Ambiente n 422/2011. Tal procedimento foi utilizado para
estimar um eventual perodo de atraso no incio da produo de UPs que estivessem inseridas em
reas de alta complexidade, atraso este atribudo s previses de produo das operadoras. Nessas
reas de alta complexidade, quando as previses de incio de produo feitas pela EPE j incluem
atrasos de razo tcnica, com relao ao padro de referncia assumido para a viso da empresa
operadora, no h superposio com o atraso previsto por razes ambientais.
A aplicao destes critrios socioambientais contribuiu para previses de produo de Petrleo e Gs
Natural compatveis com a conservao de espaos territoriais sensveis.
Anlises de riscos socioambientais regionais
Aps a elaborao das previses de produo constantes deste PDE (Captulo V) e para as quais
contriburam as anlises explicadas no item anterior, observaram-se 279 UPs planejadas para iniciar a
produo durante o decnio 2015-2024 (recursos contingentes e no descobertos RND-E). Destas
UPs, 45% (126) apresentaram complexidade ambiental baixa e 45% (125) mdia. prevista a
contribuio crescente de UPUs na produo de petrleo e gs natural a partir de 2020, no entanto,
elas no foram classificadas por grau de complexidade ambiental. Isso deve-se ao fato de ocuparem
uma rea muito extensa e, por isso, no poderem ser classificadas em somente uma faixa de
complexidade, segundo os critrios utilizados.
A anlise de riscos socioambientais regionais busca sinalizar os principais riscos de abrangncia
regional associados s atividades de E&P e que devero ser foco de gesto por parte do poder pblico
e dos empreendedores. A distribuio espacial das UPs planejadas e dos critrios socioambientais
considerados pode ser observada no mapa apresentado na Figura 55. A sobreposio desses fatores
subsidiou a classificao de complexidade.
Observa-se que as unidades ofertadas procuram evitar interferncia em reas sensveis
socioambientalmente, em concordncia com a Resoluo CNPE 08/2003, que estabelece que a
seleo de reas para licitao deve ser sustentada por manifestao conjunta da ANP, do Ibama e de
rgos Ambientais Estaduais, adotando eventuais excluses de reas por restries ambientais.
414
Notas:
Fontes:
(1) As fontes para o mapeamento de Unidades Produtivas esto referenciadas no Captulo V- Produo de Petrleo e Gs Natural.
UPs planejadas incluem recursos descobertos e recursos no descobertos contratados.
(2) Os graus de Nvel de Exigncia representam nveis crescentes de sensibilidade ambiental e consequentemente nveis crescentes
de exigncia no Licenciamento Ambiental da atividade de perfurao
(3) Unidades de Conservao incluem RPPNs, conforme includo na base do MMA
ANP/Ibama, 2007 [234]; Eletrobras, 2011 [252]; Funai, 2014 [264]; IBGE, 2009 [267]; Incra, 2014 [274]; e MMA, 2014 [287].
De maneira geral, os impactos reais e potenciais no ambiente marinho sero mais evidentes nos
litorais Norte, Nordeste e Sudeste, tendo em vista diferentes aspectos. No litoral Norte, os esturios
so ecossistemas de relevncia regional, habitats de crescimento de espcies aquticas marinhas e de
gua doce. Alm disso, as bacias de Par-Maranho e de Foz do Amazonas so pouco conhecidas
quanto sua biota. No Nordeste, o fato de a plataforma continental ser mais estreita resulta em
atividades de explorao e produo (E&P) realizadas mais prximas costa. Nesse caso, os impactos
reais sobre a paisagem e a pesca artesanal so evidentes. O leo produzido nessa regio tende a ser
pouco denso (maior degradabilidade), com menores impactos em caso de vazamento. Entretanto, os
impactos potenciais no podem ser negligenciados, dado que o tempo de toque do leo na costa, no
caso de um possvel acidente relativamente baixo. Por outro lado, no Sudeste, apesar de as UPs
estarem posicionadas mais distantes da costa, a maior quantidade de empreendimentos majora a
probabilidade de ocorrncia de vazamentos. Impactos na pesca comercial e na concentrao urbana
tambm so esperados nessa regio.
As UPs de produo onshore esto localizadas nas regies Norte (AM), Nordeste (MA, PI, RN, AL e
BA) e Centro-Oeste (MT). No ambiente terrestre, as UPs do Norte podem apresentar impactos
potenciais aos ecossistemas e unidades de conservao prximas. Como o caso da Bacia do Solimes,
caso haja vazamentos de leo em grandes propores nos corpos hdricos destas regies, mas a
probabilidade tende a ser baixa porque a explorao em geral realizada distante dos corpos hdricos.
Na regio Nordeste, caso haja derramamento em corpos hdricos, pode haver impactos
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Anlise Socioambiental
415
socioeconmicos expressivos, tendo em vista a disponibilidade limitada de recursos hdricos para essa
regio.
Est prevista uma contribuio dos RNC, destacando-se neste PDE 2024 os recursos de gs de
formao fechada (tight gas) da Bacia do So Francisco, a partir de 2022. Esses recursos demandam
a utilizao de fraturamento hidrulico como mtodo de extrao que, apesar de j ser conhecido da
explorao convencional, aplicado de forma mais intensiva e invasiva, potencializando os riscos
socioambientais. Seus principais riscos esto associados ao alto consumo de gua e ao risco de
contaminao de aquferos, o que tem suscitado preocupao por parte da sociedade, especialmente
devido sobreposio dos RNC com aquferos brasileiros importantes. Nesse sentido, a ANP elaborou
a Resoluo n 21/2014 [233] que estabelece os requisitos a serem cumpridos pelos detentores de
direitos de Explorao e Produo de Petrleo e Gs Natural que executaro a tcnica de
Fraturamento Hidrulico em Reservatrio No Convencional, buscando minimizar os riscos dessa
explorao.
Benefcios socioeconmicos
Consideraram-se apenas as arrecadaes consolidadas dos Estados e Municpios provenientes de
Royalties e Participaes Especiais (PE) sobre as receitas das atividades de E&P relativas s unidades
produtivas de recursos descobertos dentro do horizonte deste PDE 2024 (Captulo V). Ressaltamos
que as referidas arrecadaes variam em funo dos volumes produzidos, do regime fiscal, dos preos
praticados nos mercados nacionais e internacionais de petrleo e gs natural e da taxa de cmbio.
Sendo assim, dadas as premissas assumidas neste horizonte, a estimativa potencial de cerca de R$
266 bilhes.
A estimativa de gerao de empregos foi realizada com base no crescimento esperado na produo
nacional de petrleo e gs natural para o perodo de 2015-2024. Ou seja, abordou-se a expectativa de
gerao de benefcios diretos, em funo da demanda por profissionais para atuar em empresas
operadoras ou consorciadas nos contratos de concesso, cesso onerosa ou partilha de produo.
Ressalta-se que para efeito de clculo foram considerados recursos descobertos e no descobertos,
incluindo reas ainda no ofertadas. Nessas condies, em funo das atividades de E&P planejadas
para decnio, estima-se a gerao entorno de 50 mil empregos diretos. A gerao de empregos
indiretos deve sofrer uma postergao na demanda por vagas, como consequncia da perspectiva de
volatilidade econmica dos prximos anos.
Desafios socioambientais associados expanso de petrleo e gs natural
O aumento previsto das atividades de E&P requer a gesto das interferncias ambientais negativas e
positivas, de modo a garantir desenvolvimento sustentvel associado ao setor. Buscando amenizar as
interferncias ambientais e as incertezas no Licenciamento Ambiental, esto sendo realizadas as
primeiras Avaliaes Ambientais de reas Sedimentares (AAAS) (ver [240] e [241]). A Tabela 180
sintetiza os principais indicadores socioambientais da expanso de E&P de petrleo e gs natural no
decnio.
416
SOCIOECONMICOS
N de UPs que interferem diretamente em TI
Empregos diretos gerados (valor mximo)
(1)
(2)
50.000
, R$ bilhes
26,6
(1) Estimativa de demanda por profissionais para atuar em empresas operadoras ou consorciadas nos contratos de concesso, cesso
onerosa ou partilha de produo.
(2) Royalties e participaes especiais calculados apenas para os recursos descobertos.
417
atravessa reas alagadas e leitos de rios que desaguam na Lagoa dos Patos, alm de margear cidades
de mdio porte como Pelotas e Guaba, sempre evitando as reas mais edificadas dos municpios. O
gasoduto passa nas proximidades da TI Guarani de guas Brancas, que se encontra em fase de
planejamento de demarcao.
4.3 Etanol
O cenrio de oferta de etanol do PDE 2024 prev expanso da produo em aproximadamente 45%
no horizonte decenal, passando de cerca de 30 bilhes de litros, em 2015, para aproximadamente 44
bilhes de litros, em 2024.
Em 2014, a rea colhida de cana no pas foi de 9,9 milhes de hectares, registrando leve decrscimo
em relao a 2013, quando essa rea foi de 10,2 Mha. Desse total, a maior parte se concentra na
regio Sudeste (64%) e Centro-Oeste (18%), perfazendo mais de 80% da produo [268]. A Figura
56 indica as reas plantadas com cana-de-acar no ano 2014, de acordo com o mapeamento do
projeto CANASAT198 ([225]; [224] e [303]).
Figura 56 - rea plantada com cana-de-acar e usinas de acar e etanol em operao
Fontes:
198
O CANASAT realiza o mapeamento por imagens de satlite do plantio de cana no territrio nacional. At o momento, o
projeto cobre somente a Regio Centro-Sul, embora haja cultivo de cana representativo na regio nordeste (7% da rea
cultivada com cana). O projeto sob iniciativa do INPE foi descontinuado a partir da safra 2013 e atualmente conduzido pela
empresa Agrosatlite.
418
A Figura 57 apresenta a localizao das usinas previstas para entrada em operao nos primeiros
anos do horizonte decenal, a rea necessria para cada uma delas e a sobreposio com o
Zoneamento Agroecolgico da Cana de Acar ZAE Cana [254]199.
Figura 57 reas de expanso da cana-de-acar
Fontes:
Conforme mostrado no captulo VIII, a rea plantada com cana-de-acar para produo de acar e
etanol estimada em 9,85 Mha em 2024. O conjunto de usinas planejadas mostrado na Figura 57,
exigiria, para atendimento pleno da capacidade instalada, cerca de 1 Mha.
As usinas planejadas esto localizadas no tringulo mineiro, sul de Gois, leste de Mato Grosso,
noroeste do Paran e sudeste do Mato Grosso do Sul. Em sua maioria ocupam reas de alta e mdia
aptido agrcola para cana-de-acar ocupadas atualmente com pecuria, o que indica a possvel
substituio de pastagens por plantios de cana.
Alm do uso do solo atual e futuro na rea de expanso e da disponibilidade e aptido das terras
conforme o ZAE-cana, discutido acima, outros fatores socioambientais devem ser analisados na
produo de etanol a partir da cana-de-acar como: a qualidade do ar, a disponibilidade hdrica, a
gerao de resduos e subprodutos e as questes associadas mo de obra.
199
Ressalva-se que, na prtica, a rea de expanso pode no coincidir com a rea indicada no buffer devido a aspectos como
relevo, questes fundirias, reas legalmente protegidas, cursos dgua, entre outros. No entanto, o tamanho do buffer
fornece uma indicao da ordem de grandeza do raio de ao de cada usina.
419
Aspectos ambientais
A prtica da queima da palha da cana para a facilitao da colheita danosa para a qualidade do ar.
Tal prtica tem sido inibida por meio de legislao e de acordos firmados entre a iniciativa privada e o
poder pblico. Com efeito, o objetivo de reduzir o uso do fogo na colheita tem sido alcanado e os
ndices de mecanizao da colheita j se encontram bastante elevados na regio Centro-Sul, na
ordem de 90% em mdia. Estima-se que ao final do horizonte decenal a mecanizao atinja toda a
rea mecanizvel da regio Centro-Sul.
No que diz respeito ao consumo de gua, o cultivo da cana no Brasil feito sem a prtica da
irrigao, ocupando reas que apresentam pluviosidade adequada para a cultura. Mesmo com o
cenrio de expanso indicando o crescimento para reas de menor pluviosidade, espera-se que a
irrigao permanea prescindvel.
J na fase industrial, o consumo de gua decresceu rapidamente por fora da legislao ambiental e
da implantao do sistema de cobrana pela utilizao de recursos hdricos [250]. O consumo que j
esteve no patamar de 5 m/t.cana, atualmente da ordem de 1,2 m/t.cana [305]. Essa reduo foi
viabilizada pelo fechamento de circuitos com reuso de gua, aprimoramento dos processos industriais
e avano da colheita crua e limpeza de cana a seco e a expectativa que novas tecnologias em
desenvolvimento possam lavar o consumo a patamares abaixo de 0,5 m/t.cana.
Ainda que a evoluo nos ndices de consumo de gua do setor seja notria preciso considerar que
o cenrio de expanso prev aumento significativo no processamento de acar e lcool e que as
usinas esto localizadas em reas com bastante ocupao humana urbana e rural. Portanto a questo
dos recursos hdricos deve ser vista sob um prisma maior, considerando os mltiplos usos do recurso.
No que diz respeito aos subprodutos da cana, a indstria sucroalcooleira tem sido bem sucedida no
seu reaproveitamento, melhorando sua sustentabilidade e competitividade do setor. O bagao,
principal resduo slido, empregado na cogerao de energia. Sua queima gera energia trmica e
eltrica, cujo excedente pode ser comercializado para a rede.
A vinhaa o principal efluente industrial e apresenta forte potencial poluidor caso disposto
inadequadamente nos recursos hdricos. Seu volume de produo de cerca de 12 / de etanol, em
mdia. Mantidos esses ndices, em 2024 o volume estimado de produo de vinhaa ser de 526
bilhes de litros. A principal soluo que vem sendo adotada para sua destinao seu uso na
fertirrigao dos canaviais, muito embora essa tcnica apresente limitantes ambientais200 e
econmicos, como o custo do transporte para o local de aplicao. A fetirrigao traz ganhos de
produtividade agrcola com reduo do emprego de fertilizantes. Para isso, sua dosagem deve ser
adequada ao tipo de solo e a variedade da cana para no causar desiquilbrio de nutrientes e
contaminaes [227]. Alm disso, h novas tecnologias em fase de desenvolvimento, que tm como
objetivo minimizar o volume de vinhaa produzido, como a utilizao da fermentao com alto teor
alcolico e a fermentao a vcuo [236]. H tambm a possibilidade de se produzir biogs em
reatores anaerbicos e ainda se aproveitar o digestato como fertilizante (mais facilmente transportvel
que a vinhaa lquida). Outros subprodutos como torta de filtro, cinzas e fuligens tambm so
reaproveitados na lavoura.
200
420
Aspectos socioeconmicos
O potencial de gerao de empregos e as condies de trabalho na cadeia produtiva do etanol
consistem nos aspectos relevantes para a compreenso dos aspectos socioeconmicos implicados na
atividade, especialmente no que diz respeito s condies de trabalho, consideradas, muitas vezes,
como de alto risco para a sade.
Em relao aos empregos gerados no setor, a maior parte se concentra no processamento,
respondendo por 73% em 2013. A colheita mecanizada tem efeito na supresso de postos de
trabalhos insalubres (colheita manual). Por outro lado, os trabalhadores dispensados tm baixa
qualificao e, portanto, podero ter dificuldades para encontrar oportunidades em outras reas. Esse
cenrio requerer tanto o setor pblico quanto do privado aes para reorientao das funes dos
trabalhadores, como, por exemplo, a oferta de cursos de qualificao profissional [302]. Entretanto,
mesmo com o efeito da colheita mecanizada, estima-se crescimento mdio anual de 2% a.a do
nmero de empregos do setor sucroalcooleiro na regio Centro-Sul, impulsionado pelo incremento do
processamento industrial. Somando-se os empregos do cultivo aos empregos do processamento,
estima-se que o setor, que hoje conta com cerca de 425 mil empregos na regio Centro-sul, possa
atingir cerca de 512 mil empregos em 2024 na mesma regio. A Tabela 181 apresenta a estimativa de
empregos ao longo do horizonte decenal para os principais estados produtores201.
Tabela 181 Estimativa de empregos no cultivo de cana Centro-Sul (SP, PR, MG, MT, MS, GO).
Ano
Produo
(106 t) (1)
Colheita
mecanizada
(106 t) (2)
Colheita
manual
(106 t)
Estimativa de
empregados na
colheita (mil) (3)
Empregos no
processamento
(mil) (4)
Total de
empregos
(mil)
2015
654
532
47
55
378
433
2020
792
688
13
29
458
486
841
736
26
486
512
2024
Notas:
Fonte:
(1) Considera-se estvel no decnio a participao desses estados na produo nacional de cana em 2012, 88%, sendo 56% SP e
32% demais estados (IBGE: Produo Agrcola Municipal, 2012).
(2) Considera-se a variao do ndice de mecanizao de 89% em 2013 para SP (UNICA, 2013) at 100% a partir de 2017; e 88%
em 2013 para os demais estados (UNICA, 2013), atingindo 97% em 2024.
(3) Considera-se os seguintes dados de produtividade: colheita mecanizada: 300 t/dia por empregado; colheita manual: 8,7 t/dia por
empregado; safra de 130 dias (Fonte: Instituto de Economia Agrcola, IEA/SP.
(4) Considera-se indicador de 0,00065 emprego por tonelada de cana processada, mdia do perodo 2003-2012 (RAIS/MTE,2013).
Elaborao EPE, com base em MTE, 2014 [296]; IBGE, 2015 [269]; e IEA/SP, 2015 [272].
1,0
SOCIOECONMICOS
Empregos diretos no cultivo da cana (mdia anual)
(2)
32.870
(2)
(2)
0,05
441.500
201
Ressalva-se que essa projeo pode estar subestimada pois no considera todos os estados da federao e no inclui outras
atividades que fazem parte do cultivo de cana, alm da colheita.
421
4.4 Biodiesel
Em dezembro de 2004, o Governo Federal lanou o Programa Nacional de Produo e Uso de
Biodiesel (PNPB) objetivando a implementao da produo e uso do biodiesel no Brasil, com enfoque
na incluso social e no desenvolvimento regional, via gerao de emprego e renda [294]. Sendo
assim, estabeleceu-se a obrigatoriedade da adio de percentual mnimo de biodiesel ao leo diesel
comercializado em qualquer parte do territrio nacional, ficando definida a meta de adio de 5% de
biodiesel ao diesel mineral (B5) num prazo de 8 anos. O bom desenvolvimento do setor levou
antecipao da meta de 5% para 2010. Atualmente, desde 1 de novembro de 2014, a adio
obrigatria de biodiesel ao leo diesel passou a ser de 7%, conforme a lei n 13.033 de 2014.
Na poltica de promoo do biodiesel ainda permanecem alguns desafios a serem superados, tais
como: a diversificao da matriz de matrias-primas graxas e o aumento da participao da
agricultura familiar na cadeia produtiva.
O biodiesel pode ser produzido a partir de diferentes materiais graxos, entretanto no Brasil h grande
predominncia do uso de leo de soja, principalmente por questes econmicas. De acordo com o
MME202, em 2014, no acumulado at setembro, o leo de soja respondeu por 75,4% da matria-prima
para produo de biodiesel, seguido pelo sebo bovino com 20,1% e leo de algodo 2,3%. As demais
matrias-primas atingiram 2,8% do mercado, cerca de 1% superior ao ano de 2012. As regies
Centro-Oeste e Sul correspondem a mais de 80% da produo do pas [292].
Recentemente a Lei n 13.033 de 2014 reforou, em seu Art. 3, que o biodiesel necessrio adio
obrigatria ao leo diesel dever ser fabricado preferencialmente a partir de matrias-primas
produzidas pela agricultura familiar, e caber ao Poder Executivo federal estabelecer mecanismos para
assegurar sua participao prioritria na comercializao no mercado interno.
A Figura 58 apresenta a localizao das usinas de biodiesel em operao com selo combustvel
social203 e a produo de soja por municpio no ano de 2013.
202
422
Nota:
Fonte:
Em outubro de 2014, o setor contava com 54 usinas autorizadas a operar comercialmente, com a
capacidade instalada para a produo de biodiesel de 7,5 bilhes de litros por ano. Dessa capacidade,
78% so referentes s empresas detentoras do Selo Combustvel Social [292]. Deve-se ressaltar que
no est previsto no horizonte decenal acrscimo de capacidade instalada, j que o setor opera com
ociosidade relativamente alta.
Aspectos ambientais
Os principais impactos ambientais da cadeia produtiva esto na fase agrcola, especialmente quando
se considera a monocultura de soja, e so associados a fatores como desmatamento extensivo,
contaminao de guas e de solos por defensivos agrcolas e herbicidas, eroso e compactao de
solos. Apesar disso, preciso considerar que a soja no plantada exclusivamente para produo de
biodiesel. Na realidade, o leo de soja utilizado para produo de biodiesel um subproduto do setor
de sojicultura e, portanto, no se pode atribuir os impactos da agricultura da soja integralmente a
produo de biodiesel.
Na etapa industrial os impactos e riscos esto relacionados ao manuseio de compostos perigosos
(como cidos, bases e metanol altamente txico), possibilidade de contaminao de recursos
hdricos e solo por efluentes lquidos ou vazamentos de produtos e insumos, destinao inadequada
de resduos, efluentes e co-produtos, principalmente a glicerina que gerada em quantidades
expressivas. Ressalta-se que os impactos diretos relativos unidade industrial so de abrangncia
local e, em geral, de fcil gerenciamento.
423
424
90
90
83
75
milempregos
80
70
60
50
48
40
30
20
10
0
2014
2015
2016
Empregosdiretos
2017
2018
2019
Empregosindiretos
2020
2021
2022
2023
2024
Potencialdeempregos
Ressalta-se que a participao da agricultura familiar no PNPB tem sido apontada como um
importante vetor de incluso social na medida em que permitiria o desenvolvimento econmico de
famlias rurais empobrecidas204.
Por outro lado, ainda h barreiras que fazem com que essa participao evolua em ritmo lento. Citamse a necessidade de maior gerao e difuso de tecnologias para a produo de outras oleagionosas
alm da soja, estruturando uma rede de pesquisas e propiciando um cenrio favorvel para o
aumento da produtividade da agricultura familiar no setor; a necessidade de reformulao tributria
beneficiando empresas detentoras do Selo Combustvel Social; e o estabelecimento de iniciativas de
organizao econmica da agricultura familiar em regies mais fragilizadas.
Nesse sentido, o MDA, por meio da Portaria MDA n 81/2014, adotou novos procedimentos para a
concesso do Selo Combustvel Social de forma a estimular a regionalizao da compra de oleaginosas
oriundas da produo de agricultores familiares. Acredita-se que com essas medidas seja possvel
diversificar a matria-prima na produo do biocombustvel e reduzir as desigualdades regionais.
Tambm foi criada a Cmara Tcnica de Avaliao e Acompanhamento do Selo Combustvel Social
(Portaria MDA n 80/2014) que ter a participao de representantes do MDA, movimentos sociais,
associaes e empresas do setor. O objetivo monitorar a participao da agricultura familiar no
PNPB e auxiliar no aperfeioamento do Selo e nas avaliaes de demandas e propostas.
Em 2014, 42 empresas de biodiesel possuam a concesso do Selo Combustvel Social e
comercializavam em torno de 99% da produo nacional. Eram cerca de 85 mil agricultores familiares
e 77 cooperativas beneficiadas pelo Programa. A Tabela 183 sintetiza os principais indicadores
socioambientais da expanso do biodiesel no decnio.
204
Algumas pesquisas apontam como principais resultados do programa: o aumento do nmero de Declaraes de Aptido ao
Pronaf (DAP) dos agricultores por intermdio da realizao de mutires para emisso do documento; a concesso de crdito do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); o aumento de portarias de zoneamento agrcola para
diferentes oleaginosas; maior adensamento das reas de produo de oleaginosas; maior qualidade e intensidade da
assistncia tcnica; aumento da produtividade; ampliao da renda com melhor remunerao pelos produtos gerados; impactos
positivos no sistema de preos locais; possibilidade de criao de subprodutos para a agricultura familiar (como rao animal,
tortas).
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Anlise Socioambiental
425
508
SOCIOECONMICOS
Empregos diretos na produo de biodiesel (mdia anual)
12.250
61.260
90.000
Notas: (1) O conjunto de usinas previstas abrange somente o horizonte de 2015 a 2019
(2) Corresponde produo de acar e etanol na regio Centro-Sul (SP, PR, MG, MS, MT e GO)
Fonte:
EPE
426
ANLISESOCIOAMBIENTAL
DAEXPANSO
ANLISEINTEGRADA
1Parte:Sistematizaodasinformaes
INTERFERNCIAS
DOSPROJETOS
MAPEAMENTO
DOSPROJETOS
TEMASSOCIOAMBIENTAIS
SENSIBILIDADESREGIONAIS
2Parte:Integrao
Fonte:
INTERFERNCIASXSENSIBILIDADES
Tabela Sntese+Mapa Temtico
TEMASPRIORITRIOSPARAGESTOAMBIENTAL
EPE
427
Fontes:
possvel constatar que a distribuio espacial do conjunto de projetos do PDE 2024 est fortemente
condicionada pela disponibilidade dos recursos energticos e a configurao do territrio. Observa-se
o caso da concentrao da expanso hidreltrica na regio Norte do pas por conta da maior parte do
potencial remanescente estar localizado na Amaznia; a localizao dos parques elicos no Nordeste e
no Sul, regies que se destacam pelas caractersticas mais favorveis dos ventos; a expressividade da
explorao offshore de petrleo e gs natural na costa da regio Sudeste, que abriga a maior parte
das reservas descobertas; e as plantas fotovoltaicas situadas nas reas com os melhores ndices de
irradiao solar, principalmente no semirido nordestino.
Outra relao interessante se estabelece em relao aos centros de carga. As PCHs so construdas
em rios de menor porte e tm a vantagem de poder estar mais prximas aos centros de carga. As
trmicas tambm apresentam a vantagem da proximidade dos centros de carga, mas sua localizao
est condicionada disponibilidade do combustvel utilizado. Nesse contexto, observa-se que as
termeltricas biomassa esto junto s usinas de produo de acar e etanol nas regies Sudeste e
Centro-oeste, e as usinas carvo se localizam na regio Sul, onde se concentram as jazidas desse
mineral. Compreender essa dinmica importante para a definio da localizao das usinas trmicas
gs natural e para o planejamento da malha de gasodutos entre as unidades produtivas de petrleo
e gs e os locais de consumo.
Neste decnio est previsto um aumento da participao das usinas trmicas na expanso. Na medida
em que se torna cada vez mais complexo o aproveitamento do potencial hidreltrico remanescente e
cada vez menor a possibilidade de construo de reservatrios de regularizao, o aumento da
428
gerao trmica se torna necessrio para garantir a segurana do sistema. No mesmo sentido, pesa o
fato da maior penetrao de outras fontes renovveis intermitentes, como solar e elica, reforando a
necessidade de expanso da capacidade trmica.
Esse cenrio dinmico de expanso da gerao condiciona o planejamento das linhas de transmisso
necessrias para o escoamento da energia eltrica para as diferentes regies do pas por meio do SIN.
As grandes distncias seguiro como um obstculo a ser vencido para a ampliao da malha de
transmisso, pois mesmo com a tendncia de reduo da participao da hidroeletricidade na
composio da matriz, uma grande quantidade de energia continuar sendo gerada longe dos centros
de carga. importante observar, ainda, a necessidade de adaptao s especificidades e ao
dinamismo das novas fontes renovveis, como o caso da elica e solar. Alm do carter disperso
dos parques, o tempo de licenciamento e construo menor do que o dos empreendimentos de
grande porte, o que impe novos desafios ao planejamento da transmisso. Ao mesmo tempo, tornase cada vez mais evidente a importncia de medidas voltadas para a reduo de perdas e para a
busca da eficincia desde a gerao at o consumidor final de energia.
Recursos hdricos. Esse tema est associado disponibilidade do recurso hdrico. No contexto
da expanso da produo de etanol nas regies Sudeste e Centro Oeste nota-se tendncia de
diminuio dos ndices de consumo de gua pelas usinas, mas o tema merece destaque pela
intensidade e pelos usos mltiplos desse recurso nessas duas regies. Um novo desafio ao
uso racional dos recursos hdricos est associado ao fraturamento hidrulico, mtodo utilizado
na explorao de recursos no convencionais de petrleo, que compem unidades produtivas
na regio Nordeste com previso de incio de produo no decnio em estudo.
429
Vegetao nativa. A vegetao pode ser afetada diretamente por projetos energticos de
diversos tipos, seja por alagamento ou supresso, o que implica em perda de habitat e
eventualmente de biodiversidade. Adicionalmente, alguns projetos podem funcionar como
vetores de desmatamento, induzindo a abertura de clareiras e estradas em reas
preservadas. Merecem destaque os empreendimentos de grande porte, como as UHEs e os
projetos lineares, como as linhas de transmisso e gasodutos. Esse tema se destaca na regio
Norte, em funo da integridade e diversidade da vegetao, sensvel degradao por
vetores de ocupao associados a novos empreendimentos. Nas outras regies do Brasil, a
importncia se d pela fragmentao, que confere maior importncia aos remanescentes de
vegetao nativa.
reas protegidas. Esse tema abrange Unidades de Conservao (UCs) e reas de Preservao
Permanente (APPs), que podem apresentar restries ou incompatibilidades com a
implantao e operao de empreendimentos energticos. Essas reas podero sofrer
interferncias diretas ou indiretas dos projetos planejados, especialmente de UHEs nas
regies Norte e Centro-Oeste, em funo da concentrao e do porte das UCs. No caso das
LTs, sobressaem as interferncias em APPs nas regies Norte e Sul do pas. No Norte, a
importncia se d com as grandes extenses de APPs de margens de cursos dgua devido
ao porte dos rios. J no Sul, destacam-se as interferncias das LTs em regies serranas e em
banhados, ambientes considerados frgeis. Nos parques elicos das regio Nordeste e Sul
importante observar a sobreposio ou proximidade com reas de rotas e de concentrao de
aves migratrias e endmicas. Alm disso, na instalao de aerogeradores, merecem ateno
as APPs de dunas e restingas, no litoral, e topos de morros, nas regies serranas, dada a
importncia e fragilidade dessas reas.
Paisagem. Esse tema especialmente relevante na regio Nordeste, por conta da implantao
de parques elicos e linhas de transmisso na faixa litornea e no interior, e tambm pelas
atividades de E&P de petrleo e gs natural prximas costa, em regies de baixa
profundidade da plataforma continental. A concentrao de empreendimentos energticos
nessas reas pode ocasionar alteraes na paisagem, sensvel por suas praias e campos de
dunas e lagoas de grande beleza cnica, na regio costeira, e por chapadas e escarpas, na
regio serrana, o que lhe atribui reconhecida vocao para as atividades de turismo e lazer.
Essas atividades esto consolidadas em diversos municpios e apresentam importncia
econmica para a regio.
430
Populaes indgenas. Esse tema est vinculado s diferenas culturais e sua relao com o
territrio. As regies Norte e Centro-Oeste se destacam por abrigarem as mais extensas TIs e
concentrarem a maior parte das etnias e das populaes indgenas do pas. Em funo das
incertezas sobre os dispositivos legais e normativos que regem esse tema o Estatuto do
ndio, as consultas conforme a Conveno n 169 da Organizao Internacional do Trabalho
- OIT205 e o artigo 231 da Constituio Federal206 , a instalao de projetos previstos no PDE
2024 que interfiram ou estejam prximos a terras indgenas exigiro esforos adicionais de
gesto.
Vale lembrar que o conjunto de temas apresentados tem como objetivo sintetizar as interferncias
socioambientais mais crticas associadas aos projetos previstos no Plano, tendo em vista as
sensibilidades mais importantes identificadas para cada regio. A anlise no tem o objetivo de
contemplar todos os possveis impactos socioambientais de cada projeto, mas indicar aqueles que
merecem maior ateno no mbito do horizonte decenal.
A Tabela 184 apresenta de forma sistematizada os temas socioambientais relacionados aos projetos
do plano e s regies onde esto localizados. A partir dessa matriz foi possvel visualizar a
interferncia de diferentes projetos sobre uma mesma regio.
205
No Brasil, determinou-se que a consulta prvia, livre e informada prevista na Conveno n 169 da OIT se aplica aos povos
indgenas e quilombolas afetados diretamente por medidas legislativas ou administrativas. Entretanto ainda no existe
regulamentao sobre o procedimento de consulta.
206
O artigo trata do reconhecimento dos direitos originrios dos ndios sobre as terras tradicionalmente ocupadas. A falta de
regulamentao do 3, sobre a explorao dos recursos hdricos em Terras Indgenas, deixa em aberto o procedimento de
consulta e a forma de compensao s comunidades afetadas, exigindo atualmente a autorizao do Congresso Nacional para a
instalao de projetos nessas terras.
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024 Anlise Socioambiental
431
NORTE
NORDESTE
SUL
SUDESTE
CENTRO-OESTE
UHE
reas protegidas
Biodiversidade aqutica
Organizao territorial
Populaes indgenas
Vegetao nativa
Biodiversidade aqutica
Organizao territorial
Vegetao nativa
PCH
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
Biodiversidade aqutica
Vegetao nativa
Biodiversidade aqutica
Vegetao nativa
Biodiversidade aqutica
Populaes indgenas
UTE
(biomassa)
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia sobre
as sensibilidades
UTE
(fssil)
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
Qualidade do Ar
Qualidade do ar
UTE
(nuclear)
No h interferncia
sobre as sensibilidades
Elica
reas protegidas
Paisagem
Solar
No h interferncia
sobre as sensibilidades
reas protegidas
reas protegidas
Biodiversidade aqutica
Organizao territorial
Populaes indgenas
Vegetao nativa
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia sobre
as sensibilidades
Vegetao nativa
Organizao territorial
No h interferncia sobre
as sensibilidades
Biodiversidade aqutica
reas protegidas
Populaes indgenas
Vegetao nativa
Paisagem
Petrleo e
gs natural
Biodiversidade aqutica
Biodiversidade aqutica
Paisagem
Recursos Hdricos
Biodiversidade aqutica
Gs
(gasoduto)
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
Etanol
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
Recursos hdricos
Recursos hdricos
Biodiesel
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia
sobre as sensibilidades
No h interferncia sobre
as sensibilidades
Transmisso
Notas:
Fonte:
reas protegidas
Vegetao nativa
Biodiversidade aqutica
Organizao territorial
Vegetao nativa
(1) O fato de no haver interferncias sobre as sensilidades significa que apesar dos impactos existirem, no so to expressivos
diante da expanso e das sensibildiades regionais.
(2) As clulas em branco significam que no h projetos planejados.
EPE
432
Fonte:
EPE
433
Vegetao nativa. Este tema se destaca na medida em que tambm necessrio aprofundar
o conhecimento sobre as funes ecolgicas dos ambientes terrestres, de modo a
compreender melhor e avaliar os reais impactos dos grandes projetos de energia.
Vale observar que a gesto socioambiental dos temas prioritrios acontece na maior parte dos casos
em mbito local/regional. Entretanto, espera-se que o somatrio das medidas adotadas propicie um
resultado de alcance global. Isto porque a expectativa de uma matriz energtica conforme
apresentada neste PDE, com uma grande participao de fontes renovveis de energia ao final do
horizonte, permitindo que o pas atinja as metas de emisso de gases de efeito estufa estabelecidas
na PNMC e nos acordos internacionais sobre clima.
No sentido de reforar as recomendaes apresentadas nas verses anteriores, importante destacar
que o desafio da gesto adequada dos temas prioritrios deve ser enfrentado por meio da construo
de um dilogo que possa subsidiar e integrar o planejamento de diferentes setores e possibilite a
participao, em diferentes graus, das diversas entidades envolvidas direta e indiretamente no
processo de planejamento, implantao e operao dos empreendimentos energticos. O dilogo
antecipado com as partes interessadas pode fornecer informaes importantes para o planejamento e
a tomada de deciso, alm de minimizar futuros conflitos e resolver questes que sobrecarregam de
forma equivocada o processo de licenciamento dos empreendimentos planejados.
Alm da articulao poltica e institucional, importante que sejam adotadas medidas e aes de
acompanhamento e avaliao tcnica orientadas para os temas prioritrios nas fases de estudo,
construo e operao os empreendimentos, de forma a possibilitar a futura retroalimentao do
proceso de planejamento.
O setor de energia continuar enfrentando uma srie de desafios que, de alguma forma, esto
relacionados a outros setores. O desenvolvimento do pas pode ser impulsionado por uma melhor
integrao e compatibilizao das diferentes polticas setoriais. Ressalta-se, assim, a pertinncia da
discusso das questes socioambientais em uma escala mais ampla que permita avaliar os reais riscos
e oportunidades associadas s decises sobre as diversas possibilidades de uso dos recursos
disponveis.
434
Economia e Energia
Os principais indicadores relativos ao cenrio econmico, oferta e ao consumo de energia no
horizonte decenal esto resumidos na Tabela 185. Importante destacar que as taxas de crescimento
do 1 quinqunio e do decnio so calculadas tendo como referncia o ano base de 2014.
Estima-se que, ao fim do perodo decenal, a oferta interna de energia atinja, aproximadamente, 400
milhes de toneladas equivalentes de petrleo (tep), que representa um crescimento mdio anual de
2,7%. A oferta interna de eletricidade evolui a uma taxa mdia de 4,2%, chegando ao fim de 2024
com uma oferta estimada em, aproximadamente, 940 TWh.
O consumo final energtico determinante para a evoluo da oferta interna e apresenta-se, ao final
de 2024, superior a 350 milhes de tep e com uma taxa mdia de crescimento de 2,9% ao ano.
435
Discriminao
Populao
Residente
PIB
Consumo final
de energia
Fonte:
2014-2024
2024
(106 hab)
205,3
211,4
217,8
0,8%
0,6%
0,7%
(109 R$)
3.959
4.378
5.465
1,8%
4,5%
3,2%
19,3
20,7
25,1
1,0%
3,9%
2,5%
(10 tep)
299,4
334,0
399,5
1,9%
3,6%
2,7%
0,076
0,076
0,073
0,1%
-0,9%
-0,4%
1,458
1,580
1,834
1,1%
3,0%
2,0%
(TWh)
637,6
739,3
940,8
3,4%
4,9%
4,2%
161,0
168,9
172,1
1,6%
0,4%
1,0%
Oferta interna
de eletricidade
2019-2024
2019
Oferta interna
de energia
2014-2019
2015
Variao (% a.a.)
3.106
3.498
4.320
2,7%
4,3%
3,5%
(106 tep)
266,3
300,5
353,5
2,6%
3,3%
2,9%
1,297
1,422
1,623
1,8%
2,7%
2,2%
0,067
0,069
0,065
0,8%
-1,2%
-0,3%
EPE
Matriz Energtica
A Tabela 186 apresenta a consolidao da evoluo da oferta interna de energia nos dois quinqunios
do perodo decenal. As energias renovveis exibem um crescimento mdio anual de 4,5%,
destacando-se o crescimento de 11,8% na oferta de outras fontes renovveis (energia elica, solar e
biodiesel, entre outros).
Tabela 186 Evoluo da oferta interna de energia no horizonte decenal
2015
2019
2024
2014-2024
mil tep
mil tep
mil tep
Variao
(% a.a.)
172.074
57,5
183.717
55,0
218.793
54,8
1,7
114.319
38,2
122.109
36,6
139.250
34,9
1,5
Gs Natural
33.949
11,3
33.305
10,0
46.956
11,8
1,3
17.941
6,0
19.320
5,8
22.991
5,8
2,7
4.038
1,3
6.858
2,1
6.986
1,7
5,6
Outras No renovveis
1.827
0,6
2.125
0,6
2.609
0,7
3,7
127.289
42,5
150.246
45,0
180.659
45,2
4,1
Hidrulica e Eletricidade
40.417
13,5
45.073
13,5
53.270
13,3
4,3
22.403
7,5
22.993
6,9
27.444
6,9
1,0
50.212
16,8
60.171
18,0
67.586
16,9
3,5
14.256
4,8
22.009
6,6
32.358
8,1
9,9
299.362
100,0
333.964
100,0
399.452
100,0
2,7
Energia No Renovvel
Petrleo e Derivados
Energia Renovvel
Derivados
Acar
da
Outras Renovveis
Total
Fonte:
Cana-de-
EPE
436
Destaca-se a reduo da participao do petrleo e seus derivados na oferta interna total de energia,
de 38% em 2015 para 35% em 2024. Apesar do incremento na produo de petrleo bruto, as
perspectivas de substituio da gasolina por etanol e do leo combustvel por gs natural so os
principais determinantes da diminuio da participao ilustrada no Grfico 139.
Grfico 139 Composio da oferta interna de energia por fonte nos prximos dez anos
2015
4,8
16,8
38,2
2024
8,1
GsNatural
34,9
16,9
CarvoMineraleDerivados
Urnio(U3O8)eDerivados
7,5
OutrasNoRenovveis
6,9
13,5
6,0
0,6
HidrulicaeEletricidade
LenhaeCarvoVegetal
13,3
11,3
11,8
5,8
0,7
1,3
Fonte:
PetrleoeDerivados
DerivadosdaCanadeAcar
OutrasRenovveis
1,7
EPE
2015
42,5
57,5
2019
45,0
55,0
2024
45,2
54,8
EnergiaRenovvel
Fonte:
EnergiaNoRenovvel
EPE
No decorrer das ltimas dcadas, a diferena entre a demanda total de energia e a produo de
energia primria vem mantendo uma trajetria decrescente. Consequentemente, ao longo dos
prximos 10 anos, o Brasil passa a registrar energia excedente em sua matriz energtica, de quase
100 milhes de tep em 2024, o que equivale a aproximadamente 20% da produo total de energia
no Pas. Em outras palavras, neste horizonte, o Brasil deixa de ser importador lquido de energia e
passa ao status de autossuficiente (ver Tabela 187).
437
Discriminao
2019
2024
2014-2019
mil tep
2019-2024
2014-2024
Variao (% a.a.)
306.198
347.142
412.162
2,1
3,5
2,8
Consumo Final
266.315
300.477
353.498
2,5
3,3
2,9
Perdas(1)
39.883
46.665
58.664
0,0
4,7
2,3
295.485
379.603
509.968
6,8
6,1
6,5
-10.714
32.462
97.806
A Tabela 188 mostra a evoluo da oferta de energia na cadeia do petrleo, onde se observa um
importante incremento na produo de petrleo bruto, com mdia anual de 8,2%. Portanto, h um
descolamento em relao demanda energtica de derivados de petrleo, que apresenta 1,6% de
crescimento mdio anual. Com isso, ao final do decnio, apresenta-se energia excedente de,
aproximadamente, 120 milhes de tep na cadeia de petrleo brasileira.
Tabela 188 Evoluo da oferta de petrleo e derivados
2015
Discriminao
2019
2024
2014-2019 2019-2024
mil tep
2019-2024
Variao (% a.a.)
122.717
133.083
153.543
0,4
2,9
1,6
118.137
128.427
148.261
1,7
2,9
2,3
4.581
4.657
5.282
-17,7
2,6
-8,1
98
147
151
-32,7
0,4
-17,8
134.090
183.705
270.030
8,5
8,0
8,2
129.328
178.603
263.844
8,9
8,1
8,5
Lquidos de Gs Natural
1.213
1.212
1.658
-18,6
6,5
-6,9
Biodiesel(3)
3.550
3.890
4.528
11,0
3,1
7,0
11.373
50.622
116.487
Consumo Final
(1)
Transformao
Perdas
A Tabela 189 apresenta o balano de gs natural projetado, onde se destaca o decrescimento nas
importaes e o expressivo crescimento na oferta de gs natural oriundo de Unidades de
Processamento de Gs Natural (UPGN) na segunda metade do decnio.
Quanto ao consumo, pode-se ressaltar o expressivo aumento do consumo de gs natural como
matria-prima (consumo no energtico) para fabricao de fertilizantes e produo de hidrognio em
refinarias de petrleo. Com mdia de crescimento anual de 18%, projeta-se que o consumo no
energtico supere 11 milhes de m/dia em 2024.
Assim, estima-se que o consumo final de gs natural aumentar, em mdia, 4,1% ao ano nos
prximos dez anos, atingindo 77 milhes de m/dia em 2024.
438
Discriminao
2019
2024
2014-2019
mil m/dia
2019-2024
2014-2024
Variao (% a.a.)
79.336
73.973
104.203
-6,5%
7,1%
0,1%
UPGN
48.556
51.311
81.328
0,3%
9,6%
4,9%
Importao
30.780
22.662
22.875
-15,6%
0,2%
-8,0%
79.336
73.973
104.203
-5,5%
7,1%
0,6%
24.908
13.813
27.166
-21,6%
14,5%
-5,3%
54.428
60.159
77.037
3,2%
5,1%
4,1%
Consumo no energtico
7.288
9.477
11.195
34,8%
3,4%
18,0%
Consumo energtico
47.141
50.682
65.842
0,6%
5,4%
3,0%
9.766
11.454
19.104
-1,5%
10,8%
4,5%
Residencial
1.076
1.409
1.936
7,9%
6,6%
7,2%
Transportes
5.167
5.385
5.709
1,6%
1,2%
1,4%
Industrial
30.424
31.593
37.995
0,9%
3,8%
2,3%
708
842
1.098
4,3%
5,5%
4,9%
Setor energtico
(2)
(3)
Outros
Notas:
Fonte:
(1)
439
2014(*)
2019
2024
1 Quinqunio
Incremento
2 Quinqunio
Decnio
Incremento
Incremento
Parmetros Macroeconmicos
PIB (109 R$ [2010])
4.007
4.378
5.465
371
9%
1.087
25%
1.459
36%
Populao
203,6
211,4
217,8
7,8
4%
6,4
3%
14,2
7%
19,7
20,7
25,1
1,0
5%
4,4
21%
5,4
28%
1,50
1,58
1,83
0,1
5%
0,3
16%
0,3
22%
76,3
76,3
73,1
0,0
0%
-3,2
-4%
-3,2
-4%
155,7
168,9
172,1
13,1
8%
3,3
2%
16,4
11%
76,3
76,3
73,1
0,0
0%
-3,2
-4%
-3,2
-4%
265,9
300,5
353,5
34,6
13%
53,0
18%
87,6
33%
57,8
65,6
82,1
7,8
14%
16,5
25%
24,3
42%
18,7
23,5
26,5
4,8
26%
3,0
13%
7,9
42%
Lenha (106 t)
53,8
50,5
54,2
-3,3
-6%
3,7
7%
0,4
1%
6,1
6,8
8,5
0,7
11%
1,7
25%
2,4
39%
134,3
163,0
177,4
28,7
21%
14,4
9%
43,1
32%
Eletricidade (TWh)
530,9
616,5
790,9
85,6
16%
174,4
28%
260,0
49%
26,1
35,7
42,1
9,6
37%
6,3
18%
15,9
61%
2,6
4,4
5,1
1,8
69%
0,7
16%
2,5
96%
114,7
119,9
131,0
5,2
5%
11,1
9%
16,3
14%
leo Diesel
58,9
63,6
67,6
4,7
8%
4,0
6%
8,8
15%
4,3
4,2
4,8
0,0
-1%
0,6
14%
0,6
13%
Gasolina
33,4
32,2
36,0
-1,2
-4%
3,8
12%
2,6
8%
GLP
13,7
14,9
16,3
1,3
9%
1,4
9%
2,6
19%
4,4
5,0
6,3
0,5
11%
1,3
27%
1,8
41%
305,6
334,0
399,5
28,4
9%
65,5
20%
93,9
31%
2.255
3.450
5.097
1.196
53%
1.647
48%
2.843
126%
1433%
(1)
(10 hab)
6
Etanol (106 m)
Biodiesel (10 m)
6
leo Combustvel
Querosene
Oferta Interna de Energia (106 tep)
1,40
0,71
0,91
Petrleo
(10 barris/dia)
- Produo
- Exportao (**)
-168
-1.203
-2.582
-1.034
614%
-1.379
115%
-2.413
Gs Natural
(106 m/dia)
- Produo (4)
87,4
106,6
144,4
19,2
22%
37,7
35%
57,0
65%
- Importao
52,9
22,7
22,9
-30,3
-57%
0,2
1%
-30,1
-57%
- Produo
50,1
57,1
64,0
7,0
14%
6,9
12%
13,9
28%
- Importao/Exportao
10,3
7,0
11,2
-3,3
-32%
4,2
59%
0,8
8%
- Produo
16,8
15,8
15,3
-1,0
-6%
-0,4
-3%
-1,5
-9%
- Exportao
-8,1
-11,3
-10,2
-3,2
40%
1,0
-9%
-2,2
27%
- Produo
30,2
29,4
32,9
-0,7
-2%
3,5
12%
2,8
9%
1,7
2,8
3,1
1,0
60%
0,3
9%
1,3
75%
- Produo
10,1
14,3
18,6
4,2
42%
4,3
30%
8,5
84%
- Importao
3,7
0,6
-2,3
-3,1
-83%
-2,9 -465%
-6,0
-161%
(**)
- Exportao
- Produo
6,1
6,6
9,4
0,5
8%
2,8
43%
3,3
54%
- Exportao
-1,5
-1,6
-3,1
0,0
3%
-1,5
93%
-1,5
99%
- Produo
28,5
37,7
43,9
9,2
32%
6,2
16%
15,4
54%
- Exportao
-0,5
-2,0
-1,8
-1,5
302%
0,1
-7%
-1,3
275%
624,0
739,3
940,8
115
18%
201
27%
317
51%
- Produo+importao
440
2014(*)
2019
2024
1 Quinqunio
2 Quinqunio
Incremento
Incremento
Decnio
Incremento
132,9
171,9
206,4
39,0
29%
34,6
20%
73,6
55%
89,8
109,0
117,0
19,3
21%
7,9
7%
27,2
30%
2,0
3,4
3,4
1,4
71%
0,0
0%
1,4
71%
19,6
23,3
29,6
3,7
19%
6,3
27%
10,0
51%
21,5
36,1
56,4
14,7
68%
20,3
56%
35,0
163%
119.427
157.755
195.155
38.328
32%
37.400
24%
75.728
63%
Subestaes (MVA)
305.618
412.368
493.776
106.750
35%
81.408
20%
188.158
62%
9.410
9.815
9.815
405
4%
0%
405
4%
Hidrulica (6)
Nuclear
Trmica
(7)
PCH+Biomassa+Elica+Solar
Transmisso de Energia Eltrica (8)
(*) Os valores de consumo final e de oferta interna de energia correspondem a resultados do Balano Energtico Nacional 2013.
(**) Valores de importao e exportao tm sinal positivo e negativo, respectivamente.
(1) Estimativa para a populao residente em 31 de dezembro de cada ano.
(2) O valor de elasticidade-renda refere-se sua mdia nos perodos indicados.
(3) Consumo final nos setores industrial, agropecurio, transportes, residencial, comercial, pblico. Tambm inclui consumo no setor energtico
(E&P, refinarias e movimentao do sistema) e consumo como matria-prima. No inclui o consumo para gerao de eletricidade.
(4) Produo esperada, estimada com base na disponibilidade projetada de gs natural seco em UPGNs.
(5) Valores de capacidade instalada em dezembro de 2014, incluindo as usinas j em operao comercial nos sistemas isolados, com previso de
interligao dentro do horizonte do estudo e considerando a motorizao das usinas. No inclui a capacidade instalada nos pontos de consumo
(autoproduo).
(6) Inclui as parcelas nacional e importada da gerao da UHE Itaipu.
(7) Contempla a gerao a gs natural, carvo mineral, leos combustvel e diesel, gs industrial.
(8) Os valores se referem a instalaes da Rede Bsica do SIN, incluindo subestaes de fronteira com a rede de distribuio.
(9) No inclui gasodutos de transporte em fase de planejamento que ainda no foram propostos pelo MME.
376
26,7%
268
19,0%
(1)
Transmisso
(2)
108
7,7%
Petrleo e Gs Natural
993
70,6%
961
68,3%
25
- Refino
- Infraestrutura de transporte
Oferta de Gs Natural
17
8
1,8%
1,2%
0,6%
0,5%
39
2,6%
31
2,2%
0,5%
TOTAL
Notas:
1.407
100%
(1) Inclui usinas j concedidas e autorizadas, entre elas, as usinas com contratos assinados nos leiles de energia nova.
(2) Inclui instalaes j licitadas que entraro em operao no perodo decenal.
(3) Taxa de cmbio referencial: R$ 2,65 / US$ (comercial fim de perodo, mdia de compra e venda, dezembro/2014).
441
PRODUO
TOTAL
ENERGIA SECUNDRIA
TOTAL
ALCATRO
PRODUTOS NO
ENERGTICOS DE
PETRLEO
OUTRAS
SECUNDRIAS
DE PETRLEO
ETANOL
ANIDRO E HIDRATADO
CARVO VEGETAL
ELETRICIDADE
URNIO CONTIDO
NO UO2
COQUE DE CARVO
MINERAL
GS DE COQUERIA
QUEROSENE
NAFTA
GLP
GASOLINA
LEO COMBUSTIVEL
LEO DIESEL
OUTRAS FONTES
PRIMRIAS
ENERGIA
PRIMRIA TOTAL
LENHA
ENERGIA HIDRULICA
URNIO U3O8
CARVO
METALRGICO
GS NATURAL
PETRLEO
CARVO VAPOR
263.844
52.319
4.089
6.986
51.786
27.444
68.532
34.967
509.968
509.968
7.857
7.347
6.119
11.267
32.590
10.627
2.351
3.313
928
1.517
1.484
281
1.722
5.925
28.150
60.739
OFERTA TOTAL
271.701
59.667
10.207
11.267
6.986
51.786
27.444
68.532
34.967
542.558
10.627
2.351
3.313
928
1.517
1.484
281
1.722
5.925
28.150
570.708
EXPORTAO
-141.494
-141.494
-1.166
-9.813
-1.386
3.459
-1.227
-17.051
158.546
IMPORTAO
VARIAO DE ESTOQUES
NO-APROVEITADA
-1.671
-1.671
-1.671
REINJEO
-11.040
-11.040
-11.040
130.207
52.327
10.207
11.267
6.986
51.786
27.444
68.532
34.967
388.353
9.461
-9.813
2.351
-1.386
3.313
2.531
1.517
1.484
-946
1.722
5.925
11.099
399.452
TOTAL TRANSFORMAO
-130.207
-25.740
-5.294
-11.267
-6.986
-51.786
-10.635
-30.747
-23.558
-290.849
57.931
14.441
25.354
11.357
3.233
7.695
1.813
8.805
79.421
5.506
22.741
13.541
5.667
281
257.786
-33.062
-130.207
-1.658
-131.865
54.290
14.694
24.634
6.193
5.868
7.695
13.599
4.794
131.767
-98
-7.759
980
-6.779
4.977
873
5.850
-929
USINAS DE GASEIFICAO
COQUERIAS
-11.267
-11.267
2.415
8.805
-830
281
10.671
-595
-6.986
-6.986
6.881
6.881
-105
REFINARIAS DE
PETRLEO
PLANTAS DE GAS
NATURAL
CICLO DO COMBUSTVEL
NUCLEAR
CENTRAIS ELTRICAS DE
SERVIO PBLICO
CENTRAIS ELTRICAS
AUTOPRODUTORAS
-7.838
-5.107
-51.251
-4.978
-13.540
-82.713
-5
-26
6.881
71.646
64.734
-17.979
-4.095
-187
-535
-246
-2.994
-5.717
-13.773
-656
-227
-602
7.775
-903
5.387
-8.386
CARVOARIAS
-10.389
-10.389
5.506
5.506
-4.883
DESTILARIAS
-22.776
-22.776
22.741
22.741
-34
OUTRAS
TRANSFORMAES
PERDAS NA DISTRIBUIO E
ARMAZENAGEM
CONSUMO FINAL
CONSUMO FINAL NO
ENERGTICO
CONSUMO FINAL
ENERGTICO
-678
-3.624
-4.301
4.301
719
187
2.635
1.676
4.249
-53
12.891
-12.891
-12.891
26.587
4.913
16.809
37.786
11.410
97.504
67.392
4.628
27.705
9.972
6.546
5.164
1.813
10.322
68.014
5.506
21.795
15.263
11.592
281
255.994
353.498
3.596
3.596
6.546
965
472
11.592
161
19.744
23.340
22.991
4.913
16.809
37.786
11.410
93.909
67.392
4.628
27.705
9.972
5.156
1.813
10.322
68.014
5.506
20.830
14.792
119
236.249
330.158
SETOR ENERGTICO
7.979
17.502
25.481
2.752
397
86
212
6.965
4.936
15.348
40.829
RESIDENCIAL
622
4.368
4.990
7.769
16.959
325
25.053
30.043
COMERCIAL
353
109
461
23
600
12.711
93
13.435
13.896
PBLICO
10
293
4.178
4.484
4.484
AGROPECURIO
2.324
2.324
7.205
35
14
3.293
10
18
10.575
12.899
TRANSPORTES
1.834
1.834
56.138
1.240
27.705
5.153
287
20.812
111.334
113.168
INDUSTRIAL
12.204
4.913
10.009
20.283
11.410
58.819
1.287
2.922
1.209
1.601
10.322
23.622
5.078
9.856
119
56.019
114.838
AJUSTES
Notas:
442
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
N
REFERNCIA - TTULO
Captulo I Premissas bsicas
[1]
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demanda de energia eltrica do Sistema Interligado Nacional 2013-2017. ( EPE/ONS, 2013a)
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EPE/ONS. Nota Tcnica DEA 17/13 ONS 114/2013 (setembro/2013) 2 Reviso Quadrimestral das Projees
da Demanda de Energia Eltrica do Sistema Interligado Nacional 2013-2017. (EPE/ONS, 2013b).
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[25]
EPE. Custo Marginal de Expanso CME: Metodologia e Clculo 2014. Nota Tcnica n EPE-DEE-RE-052/2014r1. Rio de Janeiro, 2014.
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N
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CPAMP. Desenvolvimento, implementao e testes de validao das metodologias para internalizao de
mecanismos de averso a risco nos programas computacionais para estudos energticos e formao de preo,
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ANEEL. Audincia Pblica ANEEL 086/2013: Disponvel em:
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/dspListaDetalhe.cfm?attAnoAud=2013&attIdeFasAud=811&id_ar
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EPE. Atualizao do Valor para Patamar nico de Custo de Dficit - 2013. Nota Tcnica n EPE-DEE-RE007/2013-r0.
Captulo IV Transmisso de energia eltrica
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EPE- DEE-DEA-RE-001_2014-rev0 Estudo para Escoamento do Potencial Elico da Regio Central da Bahia
[31]
[32]
[33]
[34]
EPE-DEE- RE-003_2014-rev0 Estudo de Acesso da CPFL Piratininga para atendimento SABESP Sistema
Produtor So Loureno
[35]
[36]
EPE-DEE- RE-021_2014-rev1 Estudo de Atendimento Eltrico s Regies Sul e Oeste de Minas Gerais
[37]
[38]
EPE-DEE- RE-030_2014-rev0 - Estudo de Atendimento Eltrico ao Litoral Norte do Rio Grande do Sul
[39]
[40]
[41]
[42]
[43]
[44]
[45]
[46]
[47]
[48]
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REFERNCIA - TTULO
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EPE-DEE-RE-136-2014-rev0 Expanso da Interligao entre as Regies Norte/Nordeste e Sudeste/CentroOeste - Elo de Corrente Contnua 800 kV Xingu Terminal Rio- Relatrio R2
[62]
EPE-DEE-RE-147_2014-rev0 Estudo para Escoamento do Potencial Elico da rea Leste da Regio Nordeste
[63]
[64]
[65]
[66]
EPE-DEE-RE-188_2014-rev0 Estudo de Suprimento Regio do Alto Mdio Canind (PI) e Serto do Araripe
(PE)
[67]
[68]
[69]
EPE-DEE-RE-024_2015-rev0 - Atendimento eltrico ao estado do Rio Grande do Sul Regio do Vale dos Sinos
[70]
EPE-DEE-RE-021_2015-rev0 Estudo para Escoamento do Potencial Elico dos Estados do Maranho, Piau e
Cear
[71]
[72]
[73]
[74]
[75]
[76]
[77]
EPE-DEE-RE-146/2014-rev0 Expanso das Interligaes NSE e NESE para Atender a Cenrios Extremos de
Exportao das Regies N e NE Concepo Inicial de Alternativas.
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EPE (2014). Plano Decenal de Expanso de Energia PDE 2023. Rio de Janeiro: EPE, 2014. Disponvel em:
<http://www.epe.gov.br/default.aspx>.
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[84]
PETROBRAS (2015). Plano de Negcios e Gesto 2015-2019. Apresentao... Rio de Janeiro: [], 29 junho 2015.
Captulo VI Oferta de derivados de petrleo
[85]
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BRASIL. 11 Balano do PAC 2. Braslia: Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, 2014b. Disponvel
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N
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[105]
[106]
[107]
[108]
[109]
[110]
[111]
[112]
[113]
[114]
[115]
[116]
[117]
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LISTA DE TABELAS
Captulo I
Tabela1Taxasdecrescimentodonveldeatividade(mdiasnoperodo)........................................................20
Tabela2Principaisvariveisexgenasdocenriodereferncia(mdiasnoperodo)......................................21
Tabela3InvestimentoePIB(taxasmdiasnoperodo).....................................................................................21
Tabela4Indicadoreseconmicosdosetorpblico(mdiasnoperodo)...........................................................22
Tabela5Indicadoreseconmicosdosetorexterno(mdiasnoperodo)...........................................................22
Tabela6EvoluodopreodopetrleotipoBrent(mdiasnoperodo)..........................................................23
Tabela7Projeodapopulaototalresidente................................................................................................24
Tabela8Projeodonmerodedomiclios.......................................................................................................24
Tabela9TaxasmdiasdecrescimentodoVAdaindstria................................................................................31
Tabela10Grandesconsumidoresindustriais:produofsica...........................................................................32
Tabela11Possemdiadeequipamentos...........................................................................................................34
Tabela12Consumomdiodoestoquedeequipamentos..................................................................................34
Captulo II
Tabela13Economiaeconsumofinaldeenergia...............................................................................................40
Tabela14Consumofinalenergticoeparticipaoporfonte...........................................................................42
Tabela15Elasticidaderendadoconsumodeenergiaeltrica..........................................................................44
Tabela16Consumodeeletricidadenaredeporclasse......................................................................................44
Tabela17Consumodeeletricidadenaredeporsubsistema.............................................................................45
Tabela18SINesubsistemas:ndicedeperdas...................................................................................................46
Tabela19SINesubsistemas:cargadeenergia..................................................................................................47
Tabela20SINesubsistemas:cargadedemandainstantnea..........................................................................47
Tabela21BrasileRegies:consumofinalenergticodegsnatural................................................................50
Tabela22Brasil:Consumototaldegsnaturalporsetor.................................................................................52
Tabela23BrasileRegies:Demandadeleodiesel.........................................................................................54
Tabela24BrasileRegies:DemandadeGLP....................................................................................................55
Tabela25DemandadegasolinaA..................................................................................................................58
Tabela26BrasileRegies:DemandadegasolinaC.......................................................................................58
Tabela27BrasileRegies:DemandadeQAV....................................................................................................59
Tabela28Demandadeleocombustveledeoutrossecundriosdepetrleo.................................................60
Tabela29BrasileRegies:Demandadeleocombustvel................................................................................61
Tabela30BrasileRegies:Demandadeoutrosderivadosdepetrleo.........................................................61
Tabela31Demandadeprodutosnoenergticosdepetrleo..........................................................................62
Tabela32BrasileRegies:Demandatotaldeprodutosnoenergticosdepetrleo......................................63
Tabela33BrasileRegies:Demandaenergticadeetanolhidratado..............................................................65
Tabela34BrasileRegies:Demandaenergticadeetanolanidro...................................................................65
Tabela35BrasileRegies:Demandaobrigatriadebiodiesel..........................................................................66
Tabela36Demandadebagaodecanadeacar...........................................................................................67
Tabela37BrasileRegies:Nmerodedomicliosqueutilizamlenha...............................................................68
Tabela38BrasileRegies:Demandadelenha..................................................................................................68
Tabela39Demandadecarvovegetal..............................................................................................................69
Tabela40Demandadecarvomineralecoque................................................................................................70
Tabela41Consumofinaldeenergiaporfonteesetor.......................................................................................72
Captulo III
Tabela42Expansohidreltricaentre2015e2024..........................................................................................85
Tabela43UHE(>50MW)comEstudosdeViabilidadenaANEEL,aprovadosoucomaceite............................88
Tabela44Evoluodacapacidadeinstaladaporfontedegerao..................................................................95
Tabela45Principaisexpansesdasinterligaes............................................................................................104
Tabela46IndicaodePotncia......................................................................................................................119
Tabela47Estimativadeinvestimentosemgeraodeenergia......................................................................119
Captulo IV
Tabela48LinhasdeTransmissoprevistasRedeBsicaPar....................................................................156
Tabela49SubestaesprevistasRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraPar........................................158
Tabela50LinhasdetransmissoprevistasRedeBsicaMaranho...........................................................161
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024
456
Tabela51SubestaesprevistasRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraMaranho................................162
Tabela52LinhasdeTransmissoprevistasRedeBsicaTocantins...........................................................163
Tabela53SubestaesprevistasRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraTocantins................................164
Tabela54LinhasdetransmissoprevistasAmazonasRedeBsica............................................................165
Tabela55SubestaesprevistasRedeBsicaAmazonas..........................................................................165
Tabela56LinhasdetransmissoprevistasRedeBsicaAmap.................................................................166
Tabela57LinhasdetransmissoprevistasRoraimaRedeBsica...............................................................168
Tabela58SubestaesprevistasRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraRoraima..................................168
Tabela59ProgramadeobraslinhasdetransmissoPiau.........................................................................171
Tabela60ProgramadeobrassubestaesPiau........................................................................................174
Tabela61ProgramadeobraslinhasdetransmissoRedeBsicaCear................................................176
Tabela62ProgramadeobrassubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraCear...................178
Tabela63ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaRioGrandedoNorte........................180
Tabela64ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraRN.........................181
Tabela65ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaParaba...........................................182
Tabela66ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraParaba................182
Tabela67ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaPernambuco...................................184
Tabela68ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraPernambuco........185
Tabela69ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaAlagoas...........................................186
Tabela70ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraAlagoas................186
Tabela71ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaSergipe............................................188
Tabela72ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraSergipe.................188
Tabela73ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaBahia...............................................190
Tabela74ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraBahia...................193
Tabela75ProgramadeLinhasdeTransmissoRedeBsicaSoPaulo...................................................197
Tabela76ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraSoPaulo..............199
Tabela77ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaMinasGerais...................................202
Tabela78ProgramadeobrasRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraMinasGerais...............................204
Tabela79ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaEspritoSanto..................................206
Tabela80ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraEspritoSanto.......207
Tabela81ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaRiodeJaneiro..................................208
Tabela82ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaRedeBsicadeFronteiraRiodeJaneiro......209
Tabela83ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaGois...............................................212
Tabela84ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaDistritoFederal...............................212
Tabela85ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraGois....................212
Tabela86ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraDistritoFederal.....213
Tabela87ProgramadeobrasLinhasdetransmissoRedeBsicaMatoGrosso......................................214
Tabela88ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraMatoGrosso........215
Tabela89ProgramadeobrasobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaAcreeRondnia....................216
Tabela90ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraAcreeRondnia...216
Tabela91ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaMatoGrossodoSul........................218
Tabela92ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraMS.......................218
Tabela93ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaRioGrandedoSul.............................221
Tabela94ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraRioGrandedoSul..224
Tabela95ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaSantaCatarina.................................226
Tabela96ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraSantaCatarina.....227
Tabela97ProgramadeobrasLinhasdeTransmissoRedeBsicaParan.............................................229
Tabela98ProgramadeobrasSubestaesRedeBsicaeRedeBsicadeFronteiraParan.................230
Tabela99SIN:EstimativadaevoluofsicadosistemadetransmissoLinhasdetransmisso(km).........232
Tabela100SIN:EstimativadaevoluofsicadosistemadetransmissoTransformao(MVA)...............232
Tabela101Tarifasdecarga.............................................................................................................................238
Captulo V
Tabela102Produoanualdepetrleo,pornveldeincertezadosrecursos..................................................244
Tabela103Produodepetrleo,apartirderecursosdescobertosemreascontratadas,pordensidade...245
Tabela104Produobrutapotencialdegsnaturalconvencional,pornveldeincertezadosrecursos........245
Tabela105Produobrutapotencialdegsnaturalconvencionalemreascontratadas............................246
Tabela106Previsodeproduolquidapotencialnacionaldegsnaturalconvencional.............................247
Tabela107ProduodepetrleoporambientedeE&P..................................................................................249
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024
457
Tabela108ProduobrutapotencialnacionaldegsnaturalporambientedeE&P.....................................250
Tabela109Produodepetrleoemreascontratadas,relativareadoPrSal......................................252
Tabela110Produobrutapotencialdegsnaturalemreascontratadas,relativareadoPrSal.......252
Tabela111ProduodepetrleonoPrSalLegal..........................................................................................253
Tabela112ProduobrutapotencialdegsnaturalnoPrSalLegal............................................................255
Tabela113ProduoBrutaPotencialdeGsNaturalConvencionaleNoConvencional..............................257
Tabela114DispersodaProjeodaProduoNacionaldePetrleo............................................................259
Tabela115DispersodaProjeodaProduoBrutaNacionaldeGsNatural............................................260
Tabela116VolumesRecuperveisdePetrleonoBrasil.................................................................................261
Tabela117VolumesRecuperveisdeGsNaturalnoBrasil...........................................................................261
Tabela118EvoluodaReservaProvadaedaR/Pdepetrleo......................................................................262
Tabela119EvoluodaReservaProvadaedaR/Pdogsnaturalnacional...................................................263
Tabela120ComparaoentreaprevisodeproduoeademandaestimadadepetrleonoBrasil...........265
Tabela121PrevisodeentradadenovasFPSOs.............................................................................................267
Captulo VI
Tabela122Perspectivasdepreosinternacionaisdepetrleo........................................................................271
Tabela123Perspectivasdepreosinternacionaisdederivadosdepetrleo...................................................273
Tabela124Perspectivasdepreosnacionaisdederivadosdepetrleo..........................................................275
Tabela125Demandanacionaldederivados....................................................................................................278
Tabela126Investimentosprogramadosnasrefinariasexistenteseemnovasplantas...................................282
Tabela127Capacidadenominalderefinoem2024........................................................................................283
Tabela128BalanoProduoxDemandadosPrincipaisDerivados..............................................................284
Tabela129BalanoNacionaldePetrleo........................................................................................................292
Tabela130Quantidadeeextensodedutosemoperao,porfuno..........................................................295
Tabela131Capacidadedearmazenamentodepetrleoeseusderivadosemterminais................................295
Tabela132Capacidadedearmazenamentodederivadosembasesdedistribuio......................................296
Tabela133FrotadenaviosdaTranspetro.......................................................................................................296
Tabela134PrincipaisinvestimentosdoGrupoPetrobras...............................................................................297
Tabela135NaviosdoPROMEFjencomendados...........................................................................................298
Tabela136PrincipaiscaractersticasdooleodutoOPASC................................................................................299
Tabela137PrincipaiscaractersticasdooleodutoORSUB................................................................................299
Tabela138PrincipaiscaractersticasdooleodutoOSPLAN..............................................................................299
Tabela139PrincipaiscaractersticasdooleodutoOSBRA................................................................................300
Captulo VII
Tabela140Investimentosprevistosemprojetosdeexpansodainfraestrutura............................................332
Captulo VIII
Tabela141Projeodeproduobrasileiradeacar....................................................................................341
Tabela142Estimativadenovasunidadesprodutorasaseremconstrudas....................................................346
Tabela143Capacidadeprodutivadeetanolcelulsico...................................................................................348
Tabela144Investimentomdioparaconstruodenovasunidadesprodutoras...........................................348
Tabela145Principaiscaractersticasdoprojeto..............................................................................................350
Tabela146MovimentaoferroviriadeetanolnoBrasil..............................................................................351
Tabela147Caractersticasdosprincipaisportosparaetanol..........................................................................353
Tabela148Brasileregies:Consumoobrigatriodebiodiesel.......................................................................354
Tabela149ResultadodosleilesdecompradebiodieselpelaANP................................................................355
Tabela150Capacidadeinstaladaprocessamentodebiodieseleconsumoobrigatrio..................................357
Tabela151Energiadobagaodecanacomercializadanoscertames(exclusivePROINFA)...........................364
Tabela152Projeodaofertadebiomassadecanadeacar......................................................................366
Captulo IX
Tabela153Consumofinaldeenergiaeeficinciaenergtica..........................................................................373
Tabela154Consumodeenergiaeltricaeeficinciaenergtica.....................................................................374
Tabela155Eficinciaenergticaeaumentodademanda...............................................................................374
Tabela156Indicadoresdoconsumodeenergia..............................................................................................375
Tabela157Setorindustrial:consumoespecficodeenergia............................................................................375
Tabela158Setorindustrial:consumodeenergiaeeficinciaenergtica........................................................376
Tabela159Setorindustrial:consumodeeletricidadeeeficinciaenergtica.................................................376
458
Tabela160Setordetransportes:consumodeenergiaeeficinciaenergtica................................................377
Tabela161Aumentodaeficinciadeequipamentoseletrodomsticosnohorizontedecenal........................378
Tabela162Setorresidencial:consumodeeletricidadeeeficinciaenergtica...............................................379
Tabela163Setordeservios:consumodeenergiaeltricaeeficinciaenergtica........................................380
Tabela164Setordeservios:consumodeenergiaeeficinciaenergtica.....................................................381
Tabela165Setoragropecurio:consumodeenergiaeeficinciaenergtica.................................................381
Tabela166Brasil:eficinciaenergticaegeraodistribuda........................................................................384
Captulo X
Tabela167MetasetorialparaemissesdeGEEnosetordeenergiaem2020...............................................389
Tabela168Brasil:evoluodasemissesdeGEEnaproduo,transformaoenousodeenergia.............390
Tabela169Intensidadedecarbononaeconomiabrasileiradevidoproduoeaousodaenergia.............392
Tabela170IndicadoresdaavaliaosocioambientaldeUHEs........................................................................395
Tabela171Indicadoressocioambientaisdageraohidreltrica...................................................................399
Tabela172Indicadoressocioambientaisdaexpansotermeltrica.................................................................402
Tabela173Indicadoressocioambientaisdaexpansoelica...........................................................................405
Tabela174IndicadoressocioambientaisdaexpansodePCHs.......................................................................406
Tabela175Indicadoressocioambientaisdaexpansosolarfotovoltaica.......................................................409
Tabela176Larguradafaixadeservidodaslinhasdetransmisso...............................................................411
Tabela177reaocupadapelaexpansodasLTsporbiomaeusodosolo(faixadeservido).......................412
Tabela178reaocupadapelaexpansodasLTsemreascomrestriosocioambientaleAPCB...............412
Tabela179Indicadoressocioambientaisdaexpansodatransmissodeenergiaeltrica............................413
Tabela180IndicadoresdeE&Pdepetrleoegsnatural...............................................................................417
Tabela181EstimativadeempregosnocultivodecanaCentroSul.............................................................421
Tabela182Indicadoressocioambientaisdoetanol..........................................................................................421
Tabela183Indicadoressocioambientaisdobiodiesel......................................................................................426
Tabela184Matrizsntesedaanlisesocioambientalintegrada.....................................................................432
Consolidao dos Resultados
Tabela185Economiaeenergia20152024..................................................................................................436
Tabela186Evoluodaofertainternadeenergianohorizontedecenal........................................................436
Tabela187Evoluodaofertadeenergiaprimria........................................................................................438
Tabela188Evoluodaofertadepetrleoederivados..................................................................................438
Tabela189Balanodegsnaturalseco..........................................................................................................439
459
LISTA DE GRFICOS
Captulo I
Grfico1ProjeodocrescimentosetorialnoPIB.............................................................................................26
Grfico2Projeodaparticipaosetorialnaindstria...................................................................................28
Grfico3Participaodasfontesnoaquecimentodeguaparabanhonosdomiclios...................................35
Grfico4Domiclioscomguaquenteparabanho...........................................................................................35
Grfico5Evoluodafrotatotaldeautoveculos..............................................................................................36
Grfico6ComparaodamotorizaonoBrasileempasesselecionados......................................................37
Captulo II
Grfico7Autoproduodeenergiaeltrica.......................................................................................................46
Grfico8CargadeenergianoSIN:PDE2024xPDE2023.................................................................................48
Grfico9Consumofinalenergticodegsnatural:PDE2024xPDE2023.......................................................50
Grfico10Brasil:Consumototaldegsnatural................................................................................................51
Grfico11Perfildafrotadeveculoslevesporcombustvel..............................................................................56
Grfico12DemandafinaldeenergiaparaveculoslevesdoCicloOtto............................................................57
Grfico13Evoluodaparticipaodasmatriasprimasparaaproduodeeteno......................................64
Grfico14ParticipaodasFontesnoConsumoFinaldeEnergiaem2024......................................................71
Grfico15ConsumoFinaldeEnergiaporsetorem2024...................................................................................71
Captulo III
Grfico16Capacidadeinstaladaportipodefonteemdezembrode2014.......................................................76
Grfico17EvoluodacargadeenergiaeltricanoSIN...................................................................................78
Grfico18ParticipaoregionalnacapacidadeinstaladadoSIN.....................................................................82
Grfico19Acrscimodecapacidadeinstaladacontratadaeplanejadaat2024............................................83
Grfico20Acrscimoanualdecapacidadeinstaladaporfonte........................................................................84
Grfico21Evoluodacapacidadeinstaladadehidreltricas..........................................................................86
Grfico22Acrscimodacapacidadeinstaladahidreltrica...............................................................................87
Grfico23Acrscimodecapacidadeinstaladatermeltrica.............................................................................89
Grfico24DistribuiodoparquetrmicoporfaixadeCVUeporsubsistema.................................................90
Grfico25Acrscimodecapacidadeinstaladadeelica,PCH,biomassaesolar..............................................91
Grfico26Participaodasfontesdeproduoaofinalde2018ede2024.....................................................93
Grfico27EvoluodaparticipaodasfontesnacapacidadeinstaladadoSINemdezembro......................93
Grfico28EvoluodacapacidadeinstaladadoSIN.........................................................................................94
Grfico29Evoluodacapacidadeinstaladaporfontedegerao.................................................................96
Grfico30Acrscimoacumuladodecapacidadeinstaladaporfonte...............................................................96
Grfico31CrescimentodoMercadodeEnergiadoSINxEnergiaArmazenvelMxima.................................98
Grfico32MercadoLquidodeEnergiadoSINparaFontesControlveis.........................................................99
Grfico33RelaoCapacidadedeArmazenamentoxMercado......................................................................101
Grfico34Customarginaldeoperaoporsubsistema..................................................................................106
Grfico35Valoresmensaisdecustomarginaldeoperaoporsubsistema...................................................107
Grfico36Riscodedficitporsubsistema.......................................................................................................108
Grfico37Anlisedaprofundidadedoriscodedficitporsubsistema...........................................................108
Grfico38Geraohidrotrmicaporsubsistemamdiados2.000cenrioshidrolgicos............................109
Grfico39Comparaoentredemandamximacoincidenteenocoincidente............................................110
Grfico40DisponibilidadeEsperadadePotnciaSudesteMdiadoscenrioshistricos.........................113
Grfico41DisponibilidadeEsperadadePotnciaSulMdiadoscenrioshistricos................................114
Grfico42DisponibilidadeEsperadadePotnciaNordesteMdiadoscenrioshistricos.......................114
Grfico43DisponibilidadeEsperadadePotnciaNorteMdiadoscenrioshistricos............................115
Grfico44Riscodedficitdepotncia.............................................................................................................116
Grfico45Profundidadedosdficitscomrelaodemanda........................................................................116
Grfico46MotivosdeDficitdePotncia........................................................................................................117
Captulo IV
Grfico47UtilizaodasInterligaes............................................................................................................118
Grfico48EvoluodacargadaRegioNorte................................................................................................154
Grfico49EvoluodacargadoEstadodoPar.............................................................................................155
Plano Decenal de Expanso de Energia 2024
460
Grfico50EvoluodacargadoEstadodoMaranho...................................................................................160
Grfico51EvoluodacargadoEstadodoTocantins.....................................................................................163
Grfico52EvoluodacargadoEstadodoAmazonas....................................................................................165
Grfico53EvoluodacargadoEstadodoAmap.........................................................................................166
Grfico54EvoluodacargadoEstadodeRoraima.......................................................................................167
Grfico55EvoluodacargadaRegioNordeste..........................................................................................169
Grfico56EvoluodacargadoEstadodoPiau............................................................................................171
Grfico57EvoluodacargadoEstadodoCear...........................................................................................176
Grfico58EvoluodacargadoEstadodoRioGrandedoNorte...................................................................179
Grfico59EvoluodacargadoEstadodaParaba........................................................................................182
Grfico60EvoluodacargadoEstadodePernambuco................................................................................184
Grfico61EvoluodacargadoEstadodeAlagoas.......................................................................................186
Grfico62EvoluodacargadoEstadodeSergipe........................................................................................187
Grfico63EvoluodacargadoEstadodaBahia...........................................................................................190
Grfico64EvoluodacargadaRegioSudeste.............................................................................................195
Grfico65EvoluodacargadoEstadodeSoPaulo.....................................................................................197
Grfico66EvoluodacargadoEstadodeMinasGerais...............................................................................201
Grfico67EvoluodacargadoEstadodoEspritoSanto..............................................................................206
Grfico68EvoluodacargadoEstadodoRiodeJaneiro..............................................................................208
Grfico69EvoluodacargadaRegioCentroOesteeAcreeRondnia......................................................210
Grfico70EvoluodacargadoEstadodeGoisedoDistritoFederal..........................................................211
Grfico71EvoluodacargadeEstadodeMatoGrosso................................................................................214
Grfico72EvoluodacargadosEstadosdoAcreeRondnia.......................................................................216
Grfico73EvoluodacargadoEstadodeMatoGrossodoSul.....................................................................217
Grfico74EvoluodacarganaRegioSul....................................................................................................220
Grfico75EvoluodacargadoEstadodoRioGrandedoSul........................................................................221
Grfico76EvoluodacargadoEstadodeSantaCatarina............................................................................226
Grfico77EvoluodacargadoEstadodoParan.........................................................................................228
Grfico78Investimentototalemlinhasdetransmisso,pornveldetenso.................................................233
Grfico79Investimentototalemsubestaes,pornveldetenso................................................................233
Grfico80DistribuiodaTUSTdeGeraoparaoano2018.........................................................................235
Grfico81DistribuiodaTUSTdeGeraoparaoano2020.........................................................................236
Grfico82DistribuiodaTUSTdeGeraoparaoano2022.........................................................................236
Grfico83DistribuiodaTUSTdeGeraoparaoano2024.........................................................................237
Grfico84TUSTmdiadegerao..................................................................................................................237
Grfico85TUSTmdiadecarga......................................................................................................................238
Captulo V
Grfico86Produonacionaldepetrleo.......................................................................................................244
Grfico87Produobrutapotencialnacionaldegsnaturalconvencional...................................................246
Grfico88Produolquidapotencialnacionaldegsnatural.......................................................................247
Grfico89ProduodepetrleoporambientedeE&P...................................................................................249
Grfico90ProduobrutapotencialnacionaldegsnaturalconvencionalporambientedeE&P................250
Grfico91ProduodepetrleonoPrSalLegal...........................................................................................254
Grfico92ProduobrutapotencialdegsnaturalnoPrSalLegal.............................................................255
Grfico93ProduoBrutaPotencialNacionaldeGsNaturalConvencionaleNoConvencional................257
Grfico94DispersodaProjeodaProduoNacionaldePetrleo.............................................................259
Grfico95DispersodaProjeodaProduoBrutaNacionaldeGsNatural..............................................260
Grfico96Evoluodareservaprovadadepetrleo.......................................................................................262
Grfico97EvoluodaReservaProvadadegsnatural.................................................................................263
Grfico98EvoluodarazoR/Pdepetrleoedegsnatural......................................................................264
Grfico99ComparaoentreprevisodeproduoedemandaestimadadepetrleonoBrasil..................266
Grfico100ProduodepetrleoconformecontratosdeE&P.......................................................................269
Grfico101ProduobrutadegsnaturalconformecontratosdeE&P........................................................269
Captulo VI
Grfico102Perspectivasdepreosinternacionaisdepetrleo.......................................................................272
Grfico103Perspectivasdepreosinternacionaisdederivadosdepetrleo..................................................274
Grfico104Perspectivasdepreosnacionaisdederivadosdepetrleo.........................................................276
461
Grfico105Evoluodoperfildaproduonacionaldepetrleo...................................................................278
Grfico106Perfildaproduodederivados(%)2015a2024......................................................................283
Grfico107BalanodeGLP..............................................................................................................................286
Grfico108Balanodenafta...........................................................................................................................287
Grfico109Balanodegasolina......................................................................................................................288
Grfico110BalanodeQAV.............................................................................................................................289
Grfico111Balanodeleodiesel...................................................................................................................290
Grfico112Balanodeleocombustvel.........................................................................................................291
Grfico113Balanodecoque..........................................................................................................................292
Captulo VII
Grfico114Faixaprovveldepreosdogsnaturalexcl.tributos,transporteemargemdedistribuio....314
Grfico115Riquezamdiadetrstiposdegsnatural..................................................................................316
Grfico116Produolquidaeofertapotencialnacionaisdegsnatural......................................................317
Grfico117OfertapotencialdosistemaisoladodaRegioNorte..................................................................320
Grfico118Ofertapotencial(malhaintegrada)..............................................................................................320
Grfico119RegioNorte:Projeodobalanodegsnatural.......................................................................323
Grfico120BalanodegsnaturalnoBrasilMalhaintegrada....................................................................324
Grfico121AnlisedesensibilidadeparaoBalanodegsnaturalnoBrasilMalhaIntegrada.................326
Captulo VIII
Grfico122Histricodeexportaobrasileiradeetanol................................................................................335
Grfico123Exportaesbrasileirasdeetanol.................................................................................................338
Grfico124Projeodademandatotaldeetanol...........................................................................................338
Grfico125reacolhidaeevitadaeprodutividadedosetorsucroenergtico................................................345
Grfico126Canacolhidaedestinaoparaetanoleacar..........................................................................345
Grfico127Projeodaofertadeetanol(produobrasileiraeimportao)................................................347
Grfico128Matriasprimasutilizadasparaproduodebiodiesel...............................................................356
Grfico129Demandadebiodieselvs.capacidadeinstalada...........................................................................357
Grfico130Exportaodeglicerinabruta.......................................................................................................360
Grfico131ImportaodeMetanol.................................................................................................................361
Grfico132Energiacontratadaeextracertamedasusinasvencedorasnosleilesdeenergia......................365
Grfico133Energiacontratadaxpotencialdeexportaodeeletricidadegeradaporbagao.....................367
Captulo IX
Grfico134Autoproduodeeletricidade.......................................................................................................383
Grfico135Evoluodecapacidadeinstaladaeenergiasolargerada...........................................................383
Captulo X
Grfico136EvoluodaparticipaosetorialnasemissesdeGEEpelaproduoeusodeenergia............391
Grfico137ImpactossocioambientaisebenefciossocioeconmicosdasUHEsdoPDE2024........................396
Grfico138Estimativadegeraodeempregospelaproduodebiodiesel.................................................425
Consolidao dos Resultados
Grfico139Composiodaofertainternadeenergiaporfontenosprximosdezanos................................437
Grfico140Matrizenergticabrasileira:energiarenovvelenorenovvel.................................................437
462
LISTA DE FIGURAS
Captulo II
Figura1RepresentaoesquemticadaprojeodademandadeenergiadoPDE2024................................39
Figura2MapadePenetraodeNovasTecnologias.........................................................................................56
Captulo III
Figura3Leilesdeenergianovacompromissodeentregadecertamesjrealizadoseprogramados..........74
Figura4Representaoesquemticadasinterligaesentresubsistemas.......................................................80
Figura5MetodologiadeClculodaDisponibilidadeMximadePotnciaporUsina.....................................112
Captulo IV
Figura6DiagramadoSistemaInterligadoNacionalSIN...............................................................................133
Figura7ConexodoAHEBeloMontenaSEXingu..........................................................................................134
Figura8Diagramaunifilarsimplificadodosist.transmissoparaescoamentodasusinasdoTelesPires......135
Figura9Localizaodosempreendimentoselicoscontratadosnosleilesdeenergia.................................136
Figura10SistemadetransmissoplanejadoparaoestadodoRioGrandedoSul..........................................137
Figura11SistemadetransmissoplanejadoparaoestadodaBahia.............................................................138
Figura12LocalizaodosempreendimentossolaresfotovoltaicoscontratadosnoLERde2014..................139
Figura13DiagramaeltricodainterligaoNSE/COcomoterceirocircuitoeosreforosnaRegioSE......140
Figura14ReforosnainterligaoNorteSudeste/CentroOeste....................................................................141
Figura15DiagramaesquemticodainterligaoNorteNordeste2015...................................................142
Figura16ReforosindicadosparaampliaodaInterligaoNNEereforosnaInterligaoNESE..........143
Figura17DiagramaesquemticodainterligaoSudeste/CentroOesteNordeste.....................................143
Figura18DiagramaunifilarsimplificadodaexpansodainterligaoSudeste/CentroOesteNordeste....144
Figura19MontantevencedornoleiloA5de2013porUF..........................................................................145
Figura20MontantevencedornoleiloA3de2013porUF...........................................................................145
Figura21MontantevencedornoleiloA5de2013porUF...........................................................................146
Figura22MontantevencedornoleiloLERde2013porUF............................................................................146
Figura23MontantevencedornoleiloA3de2014porUF...........................................................................147
Figura24ExpansodaInterligaoNordesteSudeste/CentroOeste...........................................................148
Figura25DiagramaesquemticodaexpansodainterligaoSulSudeste/CentroOeste..........................149
Figura26InterligaoTucuruMacapManausUnifilar.............................................................................149
Figura27InterligaoManausBoaVistaUnifilar.......................................................................................150
Figura28IntegraodeCruzeirodoSuleFeijaoSIN....................................................................................151
Captulo V
Figura29BaciasefetivasnasreasdaUnioecomasUPemreascontratadascomrecursosdescobertos
(RTeRC)enodescobertos(RNDE)convencionais...........................................................................................241
Figura30MapadosambientesdeE&P............................................................................................................248
Figura31PrismaesquemticodareadoPrSal...........................................................................................251
Figura32MapadosPlaysdeRecursosNoConvencionaisemTerra..............................................................256
Captulo VI
Figura33Esquemageraldosistemadeprojeodepreosdepetrleoederivados.....................................270
Figura34AtendimentodemandaeprincipaismovimentaeseimportaesdegasolinaAem2024.......301
Figura35AtendimentodemandaeprincipaismovimentaeseimportaesdeleodieselAem2024...302
Captulo VII
Figura36Infraestruturaexistenteeemconstruodeofertaetransportedegsnatural............................305
Figura37InfraestruturadeofertaetransportedegsnaturaldaRegioNorte............................................307
Figura38InfraestruturadeofertaetransportedegsnaturaldaRegioNordeste......................................308
Figura39InfraestruturadeofertaetransportedegsnaturaldaRegioSudeste.........................................309
Figura40InfraestruturadeofertaetransportedegsnaturaldaRegioCentroOesteSPSul.....................310
Figura41Condiesdecontornoparaasimulaoem2015e2024paraaRegioNordeste.......................328
Figura42Condiesdecontornoparaasimulaoem2015e2024paraaRegioSudeste..........................329
Figura43Condiesdecontornoparaasimulaoem2015e2024paraoGASBOL....................................331
Captulo VIII
Figura44PlantasprodutorasdeetanoleacarnoBrasil..............................................................................344
463
Figura45Sistemaintegradodelogsticadeetanol..........................................................................................350
Figura46Usinasdebiodieseleinfraestruturaatualdetransporte.................................................................359
Captulo IX
Figura47Representaoesquemticadaprojeodademandadeenergia.................................................369
Captulo X
Figura48PremissasdaanlisesocioambientaldoPDE...................................................................................386
Figura49ProcessodeanlisedasemissesdeGEE.........................................................................................387
Figura50LocalizaodausinashidreltricasplanejadasnoPDE2024...........................................................393
Figura51Usinastermeltricasplanejadas.......................................................................................................400
Figura52Localizaodasoutrasfontesrenovveisnohorizontede2015a2019..........................................403
Figura53Localizaodeparqueselicosereasimportantesparaaavifaunaameaadaouendmica.....404
Figura54LinhasdetransmissoprevistasnoPDE2024ereaslegalmenteprotegidas................................410
Figura55SensibilidadesocioambientaldasUPsplanejadas...........................................................................415
Figura56reaplantadacomcanadeacareusinasdeacareetanolemoperao................................418
Figura57reasdeexpansodacanadeacar.............................................................................................419
Figura58Produodesojapormunicpioeusinasdebiodieselemoperaoem2013.................................423
Figura59Metodologiadaanlisesocioambientalintegrada..........................................................................427
Figura60LocalizaodosprojetosprevistosnoPDE2024..............................................................................428
Figura61Mapasntesedaanlisesocioambientalintegrada.........................................................................433
464
AGRADECIMENTOS
A elaborao deste Plano Decenal de Energia e dos estudos que o subsidiaram no teria sido possvel
sem a colaborao das empresas e agentes do setor energtico, bem como de outros rgos e
entidades, a seguir listados, efetivada, principalmente, por meio de participao em grupos de
trabalho, reunies e seminrios tcnicos coordenados pela EPE, alm do provimento de dados e
informaes para os estudos, o que permitiu conferir a eficcia, eficincia e qualidade necessrias a
este importante instrumento para o planejamento energtico do pas. Alm das entidades listadas,
deve-se tambm destacar a colaborao recebida dos Consumidores Livres. A todas estas instituies
os agradecimentos do MME e da EPE.
Agrosatlite
AES Eletropaulo S.A. - ELETROPAULO
AES Sul Distribuidora Gacha de Energia S.A. - AES SUL
AES Tiet S.A. - AES TIET
Agncia Goiana de Gs Canalizado S.A. GOIASGS
Agncia Nacional das guas - ANA
Agncia Nacional de Aviao Civil - ANAC
Agncia Nacional de Transportes Aquavirios - ANTAQ
Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis - ANP
Agncia Nacional de Transportes Terrestres - ANTT
Amrica Latina Logstica - ALL
Ampla Energia e Servios S.A. - AMPLA
Associao Brasileira da Indstria de lcalis e Cloro
Derivados - ABICLOR
Associao Brasileira das Indstrias de leos Vegetais
ABIOVE
Associao Brasileira da Indstria Qumica - ABIQUIM
Associao Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gs
Canalizado - ABEGAS
Associao Brasileira de Celulose e Papel - BRACELPA
Associao Brasileira de Distribuidores de Energia Eltrica ABRADEE
Associao Brasileira de Geradoras Termeltricas ABRAGET
Associao Brasileira de Grandes Consumidores Industriais
de Energia e Consumidores Livres - ABRACE
Associao Brasileira de Produtores de Ferroligas e de Silcio
Metlico - ABRAFE
Associao Brasileira do Alumnio - ABAL
Associao Brasileira dos Produtores Independentes de
Energia - APINE
Associao Nacional dos Consumidores de Energia - ANACE
Associao Nacional dos Fabricantes de Celulose e Papel BRACELPA
Associao Paulista de Cogerao de Energia COGEN-SP
Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social BNDES
Bandeirante Energia S.A. - BANDEIRANTE
Braskem Petroqumica Brasileira S.A. - BRASKEM
BRAZILSHIP SCANBRASIL Comrcio Martimo Ltda.
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