Apostila Hidráulica Geral

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HIDRULICA GERAL

Bibliografia Bsica
1. COIADO, Evaldo Miranda. Hidrulica Aplicada: condutos sob presso e condutos
livres canais. So Paulo: Apostila, 2007.
2. PORTO DE MELO, Rodrigo. Hidrulica Bsica. So Carlos: EESC-USP, 1998.
3. AZEVEDO NETTO, Jos M.; et al. Manual de Hidrulica. 8 ed. So Paulo: Edgard
Blcher, 2002.

Bibliografia Complementar
1. GRIBBIN, John E. Introduo Hidrulica e Hidrologia na Gesto de guas
Pluviais. So Paulo: CENGAGE LEARNING, 2009, v.1.
2. VIANNA, Marcos Rocha. Hidrulica: para engenheiros sanitaristas e
ambientalistas. Belo Horizonte: FUMEC, 2007.

1. INTRODUO

Teoricamente, o termo hidrulica advm do grego hydor (gua) e aulos


(tubo, conduo) significando conduo de gua.
Por definio, hidrulica o estudo do equilbrio e comportamento da gua e de outros
lquidos, quer em repouso, quer em movimento.
1.1 Subdivises da Hidrulica:
Hidrulica Geral ou terica: Estuda as leis tericas da mecnica dos
fluidos.
Hidrosttica: Trata dos fluidos em repouso ou equilbrio;
Hidrocinemtica: Estuda velocidades e trajetrias, sem considerar foras
ou energias aplicadas;
Hidrodinmica: Refere-se a velocidade, acelerao, e a foras que
atuam em fluidos em movimento.
Hidrulica aplicada: Aplica os princpios e leis estudadas na Hidrulica
geral(terica) nos diferentes ramos das tcnicas de engenharia Hidrulica.
- Dimensionamento de tubulaes e canais;
- Dimensionamento de redes de abastecimento;
- Projetos de sistemas de irrigao e drenagem.
1.2 De acordo com Azevedo Netto (1998), as reas de atuao da Hidrulica
Aplicada ou Hidrotcnica so:
I) Urbana:
a. Sistemas de abastecimento de gua;
b. Sistema de esgotamento sanitrio;
c. Sistemas de drenagem pluvial;
d. Canais;
II) Agrcola:

a. Sistemas de drenagem;
b. Sistema de irrigao;
c. Sistemas de gua potvel e esgotos;
III) Instalaes prediais:
a. Industriais;
b. Comerciais;
c. Residenciais;
d. Pblicas;
IV) Lazer e paisagismo
V) Estradas (drenagem)
VI) Controle de Enchentes e Inundaes;
VII) Gerao de energia
VIII) Navegao e obras martimas e fluviais
Os conhecimentos de hidrulica podem ser aplicados em diversos
empreendimentos como, por exemplo:
Aterros

Drenos

Barragens

Eclusas (slide 8 e 9)

Bombas

Canais
Comportas
. Diques
Dragagens (pode ser para aumentar a
profundidade de um canal, rio etc; como
extrao de areia em um porto de areia).

Enrocamentos

(conj.

de

pedras

sobrepostas a formar uma estrutura de


conteno).
Flutuantes (em canais, rios, mares)
Poos
Reservatrios
Tubos e canos

Vlvulas
Vertedores

Etc.

1.3 Conceitos de Hidrulica e algumas nomenclaturas tcnicas:

Barragem: Estrutura Hidrulica

ETA

Rio: Corpo hdrico com escoamento Turbulento

Estao elevatria

ETE
Dique, represa ou aude uma obra de engenharia hidrulica com a finalidade
de manter determinadas pores de terra secas atravs do represamento de guas
correntes. Sua estrutura pode ser de concreto, terra ou enrocamento (conj. De pedras
sobrepostas a formar uma estrutura de conteno).

Eclusa: pequeno canal, em guas onde h grandes desnveis, a fim de


possibilitar a descida ou a subida de embarcaes.
Curiosidade Canal do Panam
Atalho para a sia, o Canal do Panam foi a materializao de um antigo sonho
da navegao do mundo ocidental. Ligou os oceanos Atlntico e Pacfico e encurtou
distncias. O canal tem 80 quilmetros de extenso. Por ele passam anualmente 12 mil
navios, cargueiros e tambm luxuosos transatlnticos. Em suas extremidades ficam a
Cidade do Panam, no Pacfico, e Coln, no Atlntico (Mar do Caribe)
... Canal do Panam
A travessia do Canal do Panam feita por trs eclusas, onde a gua funciona como
um elevador. Vindo do Atlntico, por exemplo, o navio entra na comporta com a gua
no mesmo nvel do oceano. Os portes so fechados e as vlvulas de enchimento
abertas. A gua entra atravs de poos do piso, elevando o navio 26 metros, at o nvel
do Lago de Gatun. As vlvulas so fechadas e os portes superiores abertos.
O navio sai da comporta para o lago e segue para as outras comportas, onde
acontece o processo inverso de descida at o nvel do Oceano Pacfico.

1.4 Evoluo da Hidrulica


A Hidrulica esteve presente ao longo de praticamente toda a histria da humanidade,
em funo da necessidade essencial da gua para a vida humana.
De fato, tendo em vista que a gua distribui-se de forma irregular, no tempo e no
espao, torna-se necessrio o seu transporte dos locais onde est disponvel at os locais
onde o seu uso necessrio (BAPTISTA & LARA, 2003).

Na Mesopotmia, por exemplo, existiam canais de irrigao construdos na


plancie situada entre os rios Tigre e Eufrates e, em Nipur (Babilnia), existiam
coletores de esgoto desde 3.750 a.C.
Um tratado publicado em 1586 por Simon Stevin (1548 1620), e as
contribuies de Galileu Galilei (1564 1642), Evangelista Torricelli (1608 1647) e
Daniel Bernoulli (1700 1783) constituram a base para o novo ramo cientfico.
Apenas do sculo XIX, com o desenvolvimento da produo de tubos de ferro
fundido, capazes de resistir a presses internas relativamente elevadas e com o
crescimento das cidades que a Hidrulica teve um progresso rpido e acentuado
(AZEVEDO et al., 1998).
1.5 Interface com a Hidrologia e fenmenos do transporte:
Hidrologia estuda a gua na atmosfera que se transforma em chuvas e escoa
pelas montanhas, bacias e rios transformando em escoamento superficial;
Em uma Represa a barragem uma estrutura hidrulica.
Fenmenos de transporte refere-se ao estudo sistemtico da transferncia de
quantidade de movimento, energia e matria.
2. Sistema de unidades
2.1. Sistemas MLT e FLT
- Sistemas de definio de caractersticas fsicas de grandezas
- Baseados nas unidades fundamentais de medidas MASSA, FORA,
COMPRIMENTO, TEMPO
- Massa: quantidade de matria que um corpo contm.
- Peso: ao exercida no corpo pela gravidade.

MLT: Massa (MFora)


Comprimento (L)

Tempo (T)
FLT: Fora (F)
Comprimento (L)
Tempo (T)
2.2. Anlise dimensional de grandezas:

2.3. Quadro de unidades:

2.3. Quadro de unidades:

Exemplo: Qual a massa necessria para exercer uma fora de 1 kgf num local
cuja acelerao da gravidade de 1,1 m/s2?
Dados: a = 1,1 m/s2
F = 1 kgf = 9,81 N
m=?
Vamos analisar o slide anterior e resolver este exemplo.
2.3. Quadro de unidades:
Exemplo: Qual a massa necessria para exercer uma fora de 1 kgf num local
cuja acelerao da gravidade de 1,1 m/s2?
Dados: a = 1,1 m/s2
F = 1 kgf = 9,81 N
m=?
Resposta:
No sistema MKS:
F=mxa
9,81 N = m x 1,1 m/s2
9,81 kg . m/s2 = m x 1,1 m/s2
m=8,918Kg

No sistema MK*S:
F=mxa
1 kgf = m x 1,1 m/s2
m = 1 kgf / 1,1 m/s2
m = 0,909 Kgf/ m/s2
m=0,909 UTM

2.3. Quadro de unidades:


Exerccios - Transformar para o Sistema Internacional de Unidades (SI ou
MKS):
1) 3 UTM (massa) 1 UTM = 9,81 kg .: UTM = 3 x 9,81 = 29,43
R.: 29,43 kg

2) 36 km h-1 (velocidade)
R.: 10 m/s
3) 108 L h-1 (vazo)
R.: 0,00003 m3 /s
2.4 Propriedades dos fluidos:
Fluidos so substancias ou corpos cujas molculas ou partculas possuem a
propriedade de se mover, umas em relaes as outras, sob ao de foras de mnimas
grandezas.
-Os fluidos se dividem em lquidos e gases/vapores.
-Os lquidos possuem uma superfcie livre. Uma determinada massa de um
liquido a mesma temperatura ocupa determinado espao em um recipiente em que caiba
sem sobras.
-So pouco compressveis e resistem pouco a traes e muito pouco a foras
cortantes (por isso se movem facilmente).
-Os gases quando colocados em um recipiente, ocupam todo o volume independente de
sua massa ou do volume do recipiente.
- O estudo do escoamento dos gases ou vapores estaro presente em Hidrulica
Geral (nossa disciplina) somente nos problemas de enchimento e esvaziamento de
tubulaes ou reservatrios fechados, quando h de se passar ar por dispositivos como
ventosas, respiradores.
-Em alguns casos ser necessrio analises de problemas de descolamento de
coluna liquida em tubulaes por fenmenos transitrios hidrulicos (golpe de arete).
Ex. fechamento de registro de chuveiro e fechamento de um registro de maior calibre ou
capacidade.
- A forma com que um liquido responde na prtica, as varias situaes de
solicitaes, depende praticamente de suas propriedades fsico-qumicas, ou seja, de sua
estrutura molecular e energia interna.

Para passar de um estado fsico para outro, a gua apresenta uma caracterstica prpria,
que a quantidade de calor requerida: calor latente de vaporizao (liquido vapor) e
calor latente de cristalizao (slido liquido) .
-

Curiosidade: ao nvel do mar, a 45 de latitude e a temperatura de 20 C, a presso


atmosfrica de 0,1 Mpa(1,03 kgf/cm2). Se a gua for elevada at 100C e mantida
ela evapora (ebulio). Acima do nvel do mar a presso atmosfrica menor e a
temperatura de ebulio da gua menor que 100.

variao da presso da gua conforme a temperatura. Lousa!

Massa especfica ()

Peso especfico

Densidade relativa (d)

-Viscosidade dinmica (atrito interno): Propriedade dos fluidos responsvel pela sua
resistncia fora cisalhante.

-Viscosidade Cinemtica:

Tabela Anexo:

Coeso, adeso, tenso superficial e ngulo de contato


a) Coeso: atrao entre molculas do prprio lquido
b) Adeso: atrao entre molculas do lquido e do slido com que est em
contato:
Tenso superficial (): o trabalho por unidade de rea necessrio para trazer as
molculas s superfcie do lquido. Ocorre quando a atrao entre as molculas do
lquido maior que a atrao entre molculas do lquido e do ar. A superfcie de um
lquido comporta-se como se estivesse coberta por uma pelcula
Anlise dimensional:

Detergentes promovem reduo do ngulo de contato:

- Ceras protetoras aumentam o ngulo de contato


- gua no vidro: = 00
- Mercrio no vidro: = 1480

Capilaridade - Fenmeno que ocorre quando se introduz um tubo de pequeno


dimetro em um recipiente com gua. A gua se eleva no tubo, alm do nvel original.

Presso (tenso) de vapor


a presso na qual o lquido entra em ebulio. (Ver tabela de propriedades
fsicas da gua) . a mesma tabela que vimos no slide 25.
- Molculas escapam na superfcie (evaporao) e exercem uma presso sobre o
prprio lquido;
- Quando a presso na superfcie do lquido igual presso de vapor do
mesmo, o lquido entra em ebulio.
- Quanto menor a presso atmosfrica local, menor a temperatura de ebulio.
Aplicaes prticas:
- Panela de presso: cozimento acima da presso atmosfrica

Cavitao em bombas hidrulicas. Formao de cavidades (bolhas de vapor ou


de gs) num lquido por efeito de uma reduo da presso total [Pode ocorrer no
uso de bombas hidrulicas ou turbinas].

Exerccio 1 (Para entregar) .


-

Transformar as grandezas abaixo para o Sistema Internacional de Unidades:

a) 200 cm s-1 (velocidade)

b) 72 m3 h-1 (vazo)

c) 50 kgf m-2 (presso)

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