Manual Inca - Cabeça e Pescoço
Manual Inca - Cabeça e Pescoço
Manual Inca - Cabeça e Pescoço
DE CABEA E PESCOO
Rotinas Internas do INCA
Impresso
ESDEVA
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
B823r
Ministrio da Sade
Instituto Nacional de Cncer - INCA
SERVIO DE CIRURGIA
DE CABEA E PESCOO
Rotinas Internas do INCA
Rio de Janeiro, RJ
2007
ROTINAS INTERNAS DO INCA
Equipe de Elaborao
Fernando Luiz Dias
Mauro Marques Barbosa
Roberto Arajo Lima
Rossana Corbo
Terence Pires de Farias
Colaboradores
Emilson de Queiroz Freitas
Fernando Gonalves Botelho Jnior
Izabella Costa Santos
Jacob Kligerman
Jos Roberto Netto Soares
Klcius Leite Fernandes
Pedro Luiz de Oliveira Medeiros
Walber Matos Jurema
Edio
Tas Facina
rea de Edio/SDC/CEDC
Reviso Editorial
Maria Helena Rossi Oliveira
rea de Edio/SDC/CEDC
Reviso Cientfica
Maria Lcia Brando
rea de Edio/SDC/CEDC
Diagramao
Cecilia Pach
Seo de Multimeios/SDC/CEDC
Normalizao Bibliogrfica
Seo de Bibliotecas/SDC/CEDC
Capa e Projeto Grfico
Ana Soares (Cardume Design)
ILUSTRAES
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
SUMRIO
I-
II -
III -
10
REGIES ANATMICAS
A cavidade bucal est dividida nas seguintes reas:
Lbios;
2/3 anteriores da lngua;
Mucosa jugal;
Assoalho da boca;
Gengiva inferior;
Gengiva superior;
rea retromolar;
Palato duro.
Todas as reas apresentam drenagem linftica para o pescoo, sendo
que a primeira estao de drenagem inclui os linfonodos jgulo-digstricos,
ROTINAS INTERNAS DO INCA
11
PROGNSTICO
O prognstico de pacientes com cncer de cavidade oral depende da
rea da cavidade oral comprometida e do estadiamento do sistema TNM
(Classificao de Tumores Malignos). As leses situadas nas pores mais
anteriores e as leses iniciais (I-II) tm um prognstico melhor em
comparao com as leses avanadas (III - IV).
Figura 1 - Sobrevida em relao ao estadiamento
12
EXAMES DE AVALIAO
CONFIRMAO DIAGNSTICA
Exame fsico
O exame de toda a cavidade bucal deve ser feito de maneira metdica
para que todas as reas sejam analisadas e seja possvel a identificao
de prteses dentrias ou outras provveis causas de trauma contnuo. As
leses mais posteriores da cavidade bucal, por vezes, necessitam de
visualizao com o auxlio de instrumentos ou por espelho para a avaliao
de sua extenso. As leses, sempre que possvel, devem ser palpadas, a
fim de se confirmar seus reais limites e o acometimento de estruturas
adjacentes. A palpao das cadeias linfticas cervicais completar o exame,
sendo importante a determinao do tamanho dos linfonodos, sua
mobilidade e relao com estruturas vizinhas.
Ao ser identificado o tumor, importante registrar suas dimenses e
caractersticas: se ulcerado, infiltrativo, necrosado, com infeco
secundria, se ultrapassa a linha mdia, se h indcios de invaso ssea e/
ou da musculatura profunda. A presena de leucoplasias, eritroplasias e
possveis leses pr-neoplsicas simultneas devem ser investigadas. O
trismo, quando presente, pode ser decorrente da invaso tumoral da
musculatura pterigidea ou por dor local. Exames de imagem (como a
tomografia computadorizada ou a ressonncia magntica) so importantes
nesses casos, mas, s vezes, s o exame sob narcose, no centro cirrgico,
vai esclarecer essa dvida.
Aps meticuloso exame da cavidade oral, parte-se para o exame
endoscpico do cavum e a videolaringoscopia, a fim de avaliar possvel
prolongamento do tumor para essas reas ou diagnosticar a presena de
um segundo tumor primrio.
13
Bipsia da leso
Bipsia incisional que, dependendo da facilidade de acesso, pode ser
feita por pina de saca-bocado sob anestesia local. A puno aspirativa
por agulha fina (PAAF) indicada naquelas leses infiltrativas subjacentes
rea de mucosa normal.
EXTENSO DA DOENA
Sistema de estadiamento
So avaliaes clnico-radiolgicas baseadas na melhor determinao
possvel da extenso da leso antes do tratamento. Essa avaliao clnica
baseada na inspeo da leso e, quando possvel, palpao da mesma,
assim como por exame endoscpico indireto ou direto, quando necessrio.
A avaliao radiolgica ser complementar, mostrando comprometimento
sseo e/ou infiltrao de partes moles. As reas de drenagem devem ser
examinadas por palpao cuidadosa.
Estudo radiolgico
Quando indicado, faz-se o estudo radiolgico panormico da
mandbula (avaliao de acometimento sseo), Raios X simples (RX) de
seios da face (leses de palato duro) e, rotineiramente, RX de trax
(pesquisa de metstases distncia).
EXAMES DE EXCEO
A tomografia computadorizada e o exame de ressonncia
magntica so procedimentos de exceo, devendo ser usados para
avaliao da extenso da leso nos casos em que o exame clnico no
seja suficiente, ou quando o tamanho do tumor ou o status dos
linfonodos cervicais puserem em dvida a operabilidade ou a extenso
da cirurgia a ser proposta.
14
EXAMES PR-OPERATRIOS
Hemograma completo e coagulograma;
Eletrocardiograma;
Risco cirrgico (apenas em pacientes com idade maior do que 40 anos
ou com patologias prvias);
Protenas totais (pacientes desnutridos);
Funo heptica (bilirrubinas e transaminases) nos alcolatras;
Dosagem sangnea de eletrlitos (Na+ e K+) nos pacientes com
dificuldade alimentar (desidratados) ou aqueles que fazem uso crnico
de diurticos.
SUPORTE PR-OPERATRIO
Uma equipe multidisciplinar fundamental no pr-operatrio. Todos
os pacientes so encaminhados para o Servio de Odontologia, onde
feita a higienizao oral, e para o Servio de Nutrio, onde se avalia a
necessidade de sonda nasoenteral para maior suporte calrico.
A enfermagem fica responsvel pela orientao, assim como pela
troca do curativo no ps-operatrio mediato, aps alta hospitalar.
A psicologia de fundamental importncia no manejo tanto pr
como ps-operatrio, tendo em vista que o cncer acompanhado de
transtornos psicolgicos dos mais diversos e que as seqelas das cirurgias
muitas vezes implicam em perda do convvio social. Os alcolatras ou
aqueles pacientes que sero submetidos a grandes resseces com
reconstrues complexas tambm sero encaminhados aos Servios de
Psicologia e/ou Psiquiatria.
A fisioterapia respiratria ambulatorial pr-operatria fica destinada
aos pacientes com doena pulmonar obstrutiva crnica grave (DPOC).
A importncia do fonoaudilogo est em tentar minimizar os defeitos
15
17
18
19
TUMORES DO LBIO
O tumor maligno mais freqente o carcinoma epidermide da
mucosa labial. uma rea da cabea e pescoo que gera vrias
controvrsias, quer seja no tipo de reconstruo ou na indicao do
esvaziamento cervical eletivo em pescoo negativo.
De maneira geral, o tipo de reconstruo vai depender da experincia
do cirurgio. Os retalhos mais utilizados no INCA so:
a) Para tumores pequenos: os retalhos em "V", em V-Y, o de Abbe e a
vermelhectomia com avano mucoso;
b) Para reconstruo da comissura labial: o retalho de Abbe-Estlander;
c) Para tumores de lbio superior: os retalhos nasogenianos;
d) Para tumores maiores: os retalhos de Karapandzik e de Gillies, o retalho
de avano da bochecha de Webster e at mesmo os retalhos
microcirrgicos (sendo o retalho antebraquial ou chins o mais utilizado).
O esvaziamento cervical em pescoo negativo do tipo supra-omohiideo est indicado em pacientes com tumores T3 ou T4, tumores
agressivos (carcinomas indiferenciados), tumores recidivados e, dependendo
do caso, tumores da comissura labial e do lbio superior, onde a chance de
metstase cervical oculta maior.
21
REFERNCIAS
1. Bernier J, Domenge C, Ozsahin M, et al. Postoperative irradiation with
or without concomitant chemotherapy for locally advanced head and
neck cancer. N Eng J Med. 2004;350:1945-952.
2. Byers RM, Wolf PF, Ballantyne AJ. Rationale for elective modified neck
dissection. Head Neck Surg. 1988;10:160-67.
3. Dias FL, Lima RA. Cancer of the floor of the mouth. Operative
techniques. Otolaryngol Head Neck Surg. 2005;16:10-17.
4. Cooper JS, Pajak TF, Forastiere AA, et al. Postoperative concurrent
radiotherapy and chemotheraphy for hight-risk squamous cell carcinoma
of the head and neck. N Engl J Med. 2004;350:1937-944.
5. Dias FL. Levantamento epidemiolgico sobre o cncer de boca e
orofaringe. Rev Bras Cir Cabea e Pescoo. 1996;(20) 1/2/3:5-12.
6. Dias FL, Kligerman J, S GM, et al. The risk of regional metastasis in
early cancer of the oral cavity. [Abstract]. 1998 Combinaded Meeting
Program of the A.S.H.N.S. and S.H.N.S. May 14-16, 1998. Palm
Beach, Florida, USA ( Abstract).
7. Dias FL, Kligerman J, S GM, et al. Elective neck dissection versus
observation in stage N0 squamous cell carcinoma of the tongue and
floor of the mouth. Otolaryngol Head Neck Surg. 1999;125:23-29.
8. DiTroia JF. Nodal metastases and prognosis in carcinoma of the oral
cavity. Otolaryngol Clin North Am. 1972;5:333-41.
22
23
24
II - CNCER DA LARINGE
SUMRIO
INTRODUO .................................................................................... 27
REGIES ANATMICAS ...................................................................... 28
CLASSIFICAO HISTOPATOLGICA .................................................. 28
PROGNSTICO ................................................................................... 29
EXAMES DE AVALIAO ................................................................... 30
CONFIRMAO DIAGNSTICA ....................................................... 30
EXTENSO DA DOENA ............................................................... 30
TRATAMENTO .................................................................................. 31
ESTDIO I (T1 N0 M0) ................................................................ 33
TUMORES DA SUPRAGLOTE ................................................. 33
TUMORES DA GLOTE ............................................................. 33
TUMORES DA SUBGLOTE ...................................................... 34
ESTDIO II (T2 N0 M0) ............................................................... 34
TUMORES DA SUPRAGLOTE ................................................. 34
TUMORES DA GLOTE ............................................................. 35
TUMORES DA SUBGLOTE ...................................................... 35
ESTDIO III (T3 N0 M0/T1, T2 E T3 N1 M0) ............................ 36
TUMORES DA SUPRAGLOTE ................................................. 36
TUMORES DA GLOTE ............................................................. 37
TUMORES DA SUBGLOTE ...................................................... 38
25
26
II - CNCER DA LARINGE
INTRODUO
O cncer de laringe um dos mais comuns a atingir a regio da
cabea e pescoo, representando aproximadamente 25% dos tumores
malignos que acometem essa rea e 2% de todas as doenas malignas.
Aproximadamente 2/3 desses tumores surgem na corda vocal verdadeira
e 1/3 acomete a laringe supragltica. A associao entre o tabagismo, a
ingesto de lcool e o desenvolvimento de carcinoma epidermide do
tubo aerodigestivo superior tem se mostrado muito clara. Mesmo aps o
diagnstico de um tumor, a persistncia do tabagismo e do etilismo
diminui o ndice de cura do doente e aumenta a ocorrncia de segundo
tumor primrio, que deve sempre ser investigado em pacientes que tm
o cncer da laringe controlado.
A preservao da voz um importante parmetro de avaliao na
indicao do tratamento.
Devido aos problemas clnicos relacionados ao hbito de fumar e
ao etilismo, muitos pacientes morrem de doenas intercorrentes.
Pacientes que permanecem fumando durante a radioterapia parecem
apresentar menores ndices de resposta ao tratamento, assim como
sobrevida menor do que aqueles que param completamente de fumar.
Portanto, esses pacientes so aconselhados, antes do incio da radioterapia,
a parar de fumar.
Evidncias tm mostrado a alta incidncia de hipotireoidismo (30%
a 40%) em pacientes que receberam radiao externa na tireide e/ou
na hipfise. Provas de funo tireoideana devem ser consideradas antes
do incio da radioterapia e como parte do seguimento ps-tratamento.
ROTINAS INTERNAS DO INCA
27
REGIES ANATMICAS
A laringe dividida em trs regies anatmicas:
A laringe supragltica, que inclui epiglote, falsas-cordas, ventrculos de
Morgani, pregas ariepiglticas e aritenides;
A glote, que inclui as cordas vocais verdadeiras e as comissuras anterior
e posterior;
A subglote, que comea 1,0cm abaixo das cordas vocais verdadeiras e
se estende at a borda inferior da cartilagem cricide ou ao primeiro
anel traqueal.
A drenagem linftica da laringe varia de acordo com essas regies
anatmicas. A regio supragltica rica em drenagem linftica, atingindo
primeiramente os linfonodos jugulodigstricos e os jugulares mdios,
principalmente nas leses que comprometem o espao pr-epigltico e a
membrana tireidea. Entre 25% e 50% dos pacientes com tumores
supraglticos j apresentam metstases linfticas quando do diagnstico.
A regio gltica (cordas vocais verdadeiras) livre de linfticos, o que
faz com que seja muito rara a ocorrncia de metstases linfticas em
tumores confinados s cordas vocais.
A regio subgltica apresenta drenagem linftica atravs das
membranas cricotireidea e cricotraqueal, atingindo linfonodos pr-traqueais,
paratraqueais, jugulares inferiores e, ocasionalmente, do mediastino.
CLASSIFICAO HISTOPATOLGICA
Embora a laringe possa ser sede de outros tipos histolgicos de
tumores malignos como fibrosarcoma, condrosarcoma, rabdomiosarcoma
embrionrio e tumores das glndulas salivares, o mais freqente o
carcinoma epidermide, em seus variados graus de diferenciao,
correspondendo a cerca de 90% dos casos.
28
PROGNSTICO
O prognstico dos casos de leses iniciais que no se disseminaram
para linfonodos cervicais muito bom, de 75% a 95% em cinco anos,
dependendo da regio anatmica e do grau de infiltrao. Leses
localmente avanadas e aquelas com extensa invaso de linfonodos
cervicais so de difcil controle com cirurgia, radioterapia ou tratamento
combinado. As metstases distncia so comuns, mesmo em pacientes
com leso primria controlada.
Leses intermedirias T2/T3 tm prognstico intermedirio,
dependendo da regio, do estadiamento (T ou N), assim como do
performance status do doente. A recomendao teraputica para esses
pacientes baseada em uma variedade de parmetros anatmicos, clnicos
e sociais, os quais devem ser analisados caso a caso e discutidos em
reunies multidisciplinares.
Pacientes tratados de cncer da laringe tm alto risco de recidiva nos
primeiros dois ou trs anos ps-tratamento. As recidivas aps o quinto
ano so raras e, geralmente, significam um segundo tumor primrio. Um
seguimento cuidadoso crucial para a identificao das recidivas, alm de
aumentar as chances de resgate cirrgico.
Os diversos resultados teraputicos obtidos so:
29
EXAMES DE AVALIAO
CONFIRMAO DIAGNSTICA
Bipsia: laringoscopia direta com bipsia no pr-operatrio.
EXTENSO DE DOENA
Exame geral da cabea e pescoo: visa a identificar a presena
de outros tumores primrios na regio da cabea e pescoo, assim
como a deteco de linfonodos regionais metastticos;
Laringoscopia indireta: pode ser feita com uso de espelhos de
Garcia ou, preferencialmente, atravs de ticas de 70 ou 90, que
promovem melhor visualizao (amplificada) do tumor;
Laringoscopia direta com bipsia: utilizada em todos os
casos, na colheita de material para identificao histolgica, alm de
tambm ser empregada nos casos em que a laringoscopia indireta no
possvel, difcil ou em que desejvel melhor visualizao ou
avaliao da extenso da doena;
Exames de imagem, como a tomografia computadorizada
ou a rressonncia
essonncia ma
gntica: so de fundamental impor tncia
magntica:
30
TRATAMENTO
Pequenas leses superficiais sem fixao da laringe e sem linfonodos
metastticos so tratadas com sucesso por radioterapia ou cirurgia, incluindo
as resseces a laser. Embora a maioria das leses iniciais (T1) possa ser
31
curada tanto pela radioterapia como pela cirurgia, alguns autores consideram
o tratamento pelas irradiaes como o mais indicado, devido melhor
qualidade da voz ps-tratamento, deixando-se a cirurgia para o resgate
em casos de falha ou recidiva ps-radioterapia. Os campos e a dose de
radioterapia so determinados pela localizao e tamanho do tumor
primrio.
Uma grande variedade de procedimentos cirrgicos tambm
recomendada, sendo que alguns deles preservam a funo vocal.
Procedimentos cirrgicos adequados devem ser considerados
individualmente, conforme os problemas anatmicos identificados, a
capacidade funcional do doente (performance status) e a habilidade
individual dos profissionais envolvidos no tratamento.
O cncer avanado da laringe sempre tratado com a combinao
de cirurgia e radioterapia. Como os ndices de cura para leses avanadas
so muito baixos, podem ser tentados ensaios clnicos explorando a
quimioterapia, radioterapia hiperfracionada, radiosensibilizadores ou
radioterapia com feixe de partculas.
O risco de metstase linftica cervical em pacientes com tumor de
glote estdio I de at 2% e, para leses mais avanadas, como aquelas
em estdio II ou III, est em aproximadamente 10% e 15%,
respectivamente. Portanto, no h necessidade de se tratar eletivamente
o pescoo de pacientes com tumores glticos em estdio I ou pequenos
tumores glticos em estdio II. Entretanto, sempre deve ser considerada a
possibilidade do esvaziamento cervical eletivo para tumores glticos mais
avanados e nos tumores supraglticos.
Para pacientes com cncer da subglote, prefervel o tratamento
combinado, embora possa ser utilizada a radioterapia exclusiva em
pequenas leses (estdio I ou II).
32
33
35
37
Impor tante:
Pacientes com pescoo negativo devem ser tratados com esvaziamento
cervical seletivo lateral bilateral (nveis II, III e IV);
Pacientes com pescoo positivo devem ser tratados com esvaziamento
cervical radical ou radical modificado, dependendo da extenso da
doena cervical.
Indicaes para pesquisa em grupos cooperativos:
Em pacientes que requeiram laringectomia total para controle da
doena, pode-se tentar a combinao de quimioterapia pr ou
concomitante radioterapia. Nesses casos, a laringectomia deve ser
efetuada em pacientes com menos do que 50% de respostas
quimioterapia ou com doena persistente aps a radioterapia;
Uso de quimioterapia, radiossensibilizadores ou radioterapia com
partculas.
Tumores da subglote
Laringectomia total em campo alargado, seguida de radioterapia
complementar. A radioterapia aplicada atravs de campos paralelos
opostos laterolaterais, na dose de 6.600cGy, em 33 sesses. A regio
supraclavicular tratada com campo direto e a dose na medula espinhal
limitada a 4.500cGy;
A radioterapia exclusiva pode ser indicada em pacientes que no so
candidatos cirurgia e o seguimento dever ser cuidadoso, para permitir
cirurgia de resgate nos casos de recidivas locais ou cervicais. Dose de
6.600cGy, em 33 sesses, limitadas a 4.500cGy na medula espinhal.
Sob avaliao clnica:
A radioterapia hiperfracionada pode melhorar o controle local do tumor,
assim como diminuir a toxidade tecidual tardia;
Uso de quimioterpicos, radiossensibilizadores ou radioterapia por
partculas.
38
39
Ateno!
Todos os pacientes devero ser assistidos por fisioterapeuta,
fonoaudilogo e psiclogo na sua reabilitao ps-cirurgia.
CNCER RECIDIVADO
O tratamento do cncer recidivado da laringe inclui cirurgia ou estudos
investigacionais.
O tratamento de resgate possvel tanto para falhas no tratamento
cirrgico quanto no radioterpico exclusivo. Reintervenes cirrgicas ou
radioterpicas devem ser tentadas, quando possvel.
Pacientes selecionados podem ser candidatos laringectomia parcial
ou subtotal para tratamento de falhas da radioterapia.
DETALHES TCNICOS TRANS E PS-OPERATRIOS EM CIRURGIA PARCIAL
OU TOTAL DA LARINGE
Geralmente, o paciente com tumor de laringe chega ao ambulatrio
em estdios clnicos avanados (III/IV), necessitando de traqueostomia,
cujas principais indicaes so:
Cornagem;
Sufocao noturna;
Dispnia de moderada grave;
Tiragem intercostal;
Grave obstruo gltica vista por laringoscopia;
Social (paciente com tumor grande, morando longe do hospital, sem
condies financeiras de locomoo rpida em caso de urgncia).
A traqueostomia deve ser baixa para evitar disseminao tumoral
40
41
modo que fique bem compressivo. Se a fstula for de alto dbito, deve-se
orientar o trajeto fistuloso com drenos ou mesmo "confeccionar", no
centro cirrgico, um faringostoma. O tempo de epitelizao da fstula de
aproximadamente 30 dias e a radioterapia deve ser iniciada imediatamente
aps a epitelizao, para no comprometer o resultado oncolgico.
Se a fstula do tipo I no responder s medidas conservadoras, deve
ser corrigida com o uso de retalhos locais.
As fstulas dos tipos II e III so tratadas atravs de retalho local "em
folha de livro" ou pelo reavivamento das bordas mucosas e ressutura,
posicionando-se um retalho de cobertura do tipo deltopeitoral.
As fstulas do tipo IV necessitam de um retalho para forro, na maioria
das vezes um miocutneo de grande peitoral, e outro para cobertura, do
tipo deltopeitoral. Uma outra opo para estes casos o transplante
microcirrgico de jejuno.
EXAMES DE SEGUIMENTO
Os pacientes tratados de cncer da laringe devem manter uma rotina
de acompanhamento em busca da deteco, o mais precoce possvel, de
43
44
REFERNCIAS
1. Barbosa MM, Boasquevisque E, Carvalho R, et al. Anterior vocal
commissure invasion in laryngeal carcinoma diagnosis. Laryngoscope.
2005;115(4):724-30.
2. Byers RM, Wolf PF, Ballantyne AJ. Rationale for elective modified neck
dissection. Head Neck. 1988;10:160-67.
3. DeSanto LW. T3 Glottic cancer: options and consequences of the
options. Laryngoscope. 1984;94:1311-315.
4. Dias FL, Lima RA, Kligerman J, et al. Therapeutc options in advanced
laryngeal cancer: an overview. ORL-Head and Neck Nursing.
2005;67:311-18.
5. Dias FL, Manfro G, Lima RA, Barbosa MM, et al. Management of the
N0 neck moderately advanced/advanced squamous carcinoma of the
larynx. [Abstract]. Otolaryngol Head Neck Surg. 2005;133(2):119.
6. Eiband JD, Elias EG, Suter CM, et al. Prognostic factors in squamous
cell carcinoma of the larynx. Am J Surg. 1989;158:314-17.
7. Fagan JJ, DAmico F, Wagner RL, Johnson JT. Implications of cartilage
invasion in surgically treated laryngeal carcinoma. Head Neck.
1998;20:189-92.
8. Farias TP, Dias FL, Sa GM, et al. Valor prognstico da invaso de
car tilagem no cncer de laringe. Rev Col Bras Cirurgies.
2004;31(2):95-101.
ROTINAS INTERNAS DO INCA
45
16. Lima RA, Freitas EQ, Kligerman J, Dias FL. Near-total laryngectmy for
advanced laryngeal cancer. Am J Surg. 1997;174:490-91.
17. Lima RA, Freitas EQ, Kligerman J, et al. Near-total laryngectomy
functional results and outcome. [Abstract]. J Surg Oncol. 1999;70:139.
18. Lima RA, Soares JRN, Barbosa MM. Tumores malignos da laringe. In:
Barbosa MM, Sa GM, Lima RA. Diagnstico e tratamento dos tumores
de cabea e pescoo. So Paulo; Atheneu; 2001:107-18.
19. Lima RA, Freitas E Q, Dias FL, et al. Supracricroid laryngectomy with
CHEP: functional results and outcome. Otolaryngol Head Neck Surg.
2001;124:258-60.
20. Lima RA, Freitas EQ, Dias FL, et al. Management of advanced laryngeal
cancer: an overview. Rev Bras Cir Cabea e Pescoo. 2002;28(3):27-39.
21. Lima RA, Freitas EQ, Barbosa MM, et al. Supracricoid laryngectomy
with cricohyoidoepiglottopexy for advanced glottic cancer. [Abstract].
Head Neck; 2006.
22. Manni JJ, Terhaard CH, de Boer MF, et al. Prognstic factors for
survival in patients with T3 laryngeal carcinoma. Am J Surg.
1992;164:682-87.
23. Myers EN, Lima RA, Dias FL, et al. Controversies in the treatment of
advanced laryngeal cancer. [Abstract]. Otolaryngol Head Neck Surg.
2005;133(2):55.
47
49
50
51
52
REGIES ANATMICAS
A orofaringe possui quatro regies anatmicas, sendo limitada por
dois planos transversais: um passando na borda do palato e outro pelo
osso hiide:
Parede anterior: rea glossoepigltica, na qual se encontra a base da
lngua (1/3 posterior da lngua e a valcula);
Parede lateral: rea de localizao da loja amigdaliana, das amgdalas
palatinas, dos pilares e dos sulcos glossoamigdalianos;
Parede superior: na qual se encontram a superfcie inferior do palato
mole e a vula;
Parede posterior: que se continua com seus anlogos da naso e
hipofaringe, delimitada pelos planos transversais que limitam a
orofaringe.
CLASSIFICAO HISTOPATOLGICA
Apesar de encontrados os mais variados tipos histopatolgicos de
tumores malignos, desde os mesenquimais at os de glndulas salivares
53
PROGNSTICO
Como em outros tumores malignos, a sobrevida maior nos estdios
iniciais da doena.
Figura 5 Estdios e sobrevida em cinco anos
EXAMES DE AVALIAO
CONFIRMAO DIAGNSTICA
Bipsia: incisional com pina de saca-bocado. Em leses de difcil
acesso, na base da lngua, por exemplo, a bipsia poder ser realizada
com a ajuda da laringoscopia direta ou indireta.
EXTENSO DE DOENA
Oroscopia;
Palpao dos linfonodos cervicais, base da lngua e valcula;
Laringoscopia indireta (avaliao da base da lngua e valcula);
Palpao digital;
54
55
56
57
REFERNCIAS
1. Civantos FJ, Goodwin WJ. Cancer of the oropharynx. In: Myers EN, Suen
JY. Cancer of the head and neck. Philadelphia: W.B. Saunders;
1996:361-80.
2. Dias FL. Levantamento epidemiolgico sobre o cncer de boca e
orofaringe. Rev Bras Cir Cabea e Pescoo. 1996;20(1/2/3): 5-12.
3. Houck JR, Medina JE. Management of cervical lymph nodes in
squamous carcinoma of the head and neck. Semin Surg Oncol.
1995;11:228-39.
4. Kligerman J, Lima RA. Afeces cirrgicas da cabea e pescoo:
Tumores da faringe. In: Vinhes JC. Clnica e teraputica cirrgica. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997:322-29.
5. Kligerman J, Dias FL. Tumores malignos da orofaringe. In: Barbosa
MM, Sa GM, Lima RA. Diagnstico e Tratamento dos Tumores de
Cabea e Pescoo. So Paulo: Atheneu; 2001:89-94.
6. Mamelle G, Pampurik J, Luboinski B, et al. Lymph node prognostic
factors in head and neck squamous cell carcinomas. Am J Surg.
1994;168:494-98.
7. Moose BD, Kelly MD, Levine PA, et al. Definitive radiotherapy for T1
and T2 squamous cell carcinoma of the tonsil. Head Neck.
1995;17:334-38.
58
8. O'Brien CJ, Lee KK, Castle GK, Hughes CI. Comprehensive treatment
strategy for oral and orophar yngeal cancer. Am J Surg.
1992;164:582-86.
9. Parsons JT, Million RR. Treatment of tumors of the oropharynx Radiation therapy. In: Thawley SE, Panje WR. Comprehensive
management of head and neck tumors. Philadelphia: W.B.Saunders;
1987:684-99.
10. Pinsolle J, Demeaux H, Coustal B, et al. Results of surgical treatment
of T3 and T4 tumors of the oral cavity and oropharynx. Am J Surg.
1992;164:587-91.
11. Robbins KT, Medina JE, Wolfe GT, et al. Standardizing neck dissection
terminology: Official report of the Academy's Committee for Head
and Neck Surgery and Oncology. Arch Otolaryngol Head Neck Surg.
1991;117:601-605.
12. Shah JP, Medina JE, Shaha AR, et al. Cervical lymph node metastasis.
Curr Probl Surg. 1993;30(3):1-335.
13. Ministrio da Sade (MS). Secretaria de Ateno Sade. Instituto
Nacional de Cncer. TNM - Classificao dos Tumores Malignos. 6a
ed. Rio de Janeiro: INCA, 2004.
59
60
IV -CNCER DA NASOFARINGE
SUMRIO
INTRODUO .................................................................................... 63
CLASSIFICAO HISTOPATOLGICA .................................................. 64
TUMORES MALIGNOS ................................................................... 64
PROGNSTICO ................................................................................... 64
EXAME DE AVALIAO ..................................................................... 65
CONFIRMAO DIAGNSTICA ....................................................... 65
EXTENSO DA DOENA ............................................................... 65
TRATAMENTO POR ESTDIOS ......................................................... 65
ESTDIOS I (T1 N0 M0), II A (T2A N0 M0) E II B (T1 N1 M0,
T2A N1 M0, T2B N0 E N1 M0) ................................................. 66
ESTDIO III (T1 N2 M0/T2A E T2B N2 M0/T3 N0, N1 E
N2 M0) ........................................................................................ 66
ESTDIOS IV A, B E C (T4 N0, N1 E N2 M0/QUALQUER T N3 M0/
QUALQUER T QUALQUER N M1) .................................................... 67
TRATAMENTO DOS TUMORES AVANADOS .................................... 68
DOENA RECIDIVADA ........................................................................ 68
EXAMES DE ACOMPANHAMENTO .................................................... 69
REFERNCIAS .................................................................................... 70
61
62
IV - CNCER DA NASOFARINGE
INTRODUO
Os tumores malignos da nasofaringe constituem um desafio para os
cirurgies de cabea e pescoo, assim como para os oncologistas
interessados em tratar este tipo de doena, no s pelas dificuldades de
diagnstico precoce, como tambm pela proximidade dessa regio com a
base do crnio e o sistema nervoso central, o que implica em dificuldade
de acesso mesmo em tumores de pequenas dimenses.
Os carcinomas originados na nasofaringe podem, por invaso direta
e a partir das paredes laterais ou pstero-superiores, alcanar a fossa
cranial mdia e acometer estruturas nervosas ao nvel do seio cavernoso
e dos foramens a existentes e, em decorrncia disso, provocar uma
variedade de sintomas, constituindo quadros clnicos como:
Sndrome retroesfenoidal: caracterizada pela invaso que vai do I ao VI
par craniano e provoca sintomas, como oftalmoplegia unilateral, ptose
palpebral, dor e trigemialgias, associados paralisia unilateral dos
msculos da mastigao;
Sndrome do espao retroparotdeo: decorrente da compresso que vai
do IX ao X nervo craniano e do nervo simptico por linfonodos
metastticos, que resulta em dificuldade de deglutio, diminuio da
gustao e salivao, assim como disfonia associada paralisia do
msculo trapzio e esternocleidomastideo, musculatura unilateral da
lngua, palato mole e a sndrome de Claude-Bernard-Horner (enoftalmia,
ptose palpebral e miose unilateral).
Outros sinais e sintomas comuns so a presena de linfonodo cervical
aumentado unilateral ou bilateralmente, com caractersticas metastticas
(principal queixa em 90% dos casos); cefalia; epistaxe; obstruo nasal
ROTINAS INTERNAS DO INCA
63
CLASSIFICAO HISTOPATOLGICA
TUMORES MALIGNOS
Carcinomas - 85%
Tipo 1 - carcinoma epidermide diferenciado;
Tipo 2 - carcinoma no-queratinizado;
Tipo 3 - carcinoma linfoepitelioma.
Linfomas - 10%
Outros - 5%
- Adenocarcinoma;
- Sarcomas.
PROGNSTICO
O prognstico dos casos que se apresentam com metstase cervical
reservado, apesar das opes teraputicas disponveis. A sobrevida em
cinco anos de 65% a 95% para leses T1 (muito iniciais); 50% a 65%
para leses T2; 30% a 55% para leses T3; e 5% a 40% para leses
T4. O estadiamento do pescoo tambm afeta diretamente a sobrevida:
N1: 55% a 60%; N2: 30% a 50%, e N3: 5% a 40%.
64
EXAME DE AVALIAO
CONFIRMAO DIAGNSTICA
Bipsia: rinoscopia posterior com bipsia. Em caso de metstase cervical,
realizar a puno aspirativa por agulha fina (PAAF) do linfonodo cervical.
Exame direto atravs de ticas rgidas de 90 via cavidade oral, ou
ticas rgidas de 30 ou 0 atravs das fossas nasais, seguido de bipsia
para diagnstico histopatolgico.
EXTENSO DA DOENA
Exame da cavidade bucal e orofaringe;
Laringoscopia indireta;
Rinoscopia anterior;
Rinoscopia posterior ou exame indireto do cavum;
Exame do pescoo;
Exame criterioso dos pares cranianos;
Radiografia simples (RX) de trax;
Os exames de tomografia computadorizada ou de ressonncia magntica
esto indicados na avaliao da extenso da leso e seu estadiamento.
Em pacientes obesos com pescoo de difcil palpao, o estudo por
imagem pode ser utilizado para deteco de linfonodos cervicais.
65
67
Ateno!
O paciente dever ser assistido por fisioterapeuta, fonoaudilogo e
psiclogo na sua reabilitao aps cirurgia.
DOENA RECIDIVADA
Pacientes selecionados com carcinoma de rinofaringe recorrente
podem ser novamente tratados com radioterapia externa em dose
moderada, usando-se campos limitados e um reforo com irradiao
intersticial ou intracavitria no local da recidiva. Em situaes excepcionais,
pode-se utilizar a resseco cirrgica da recidiva e tambm a Radioterapia
de Intensidade Modular (IMRT).
Em pacientes com doena metasttica ou recidiva local no tratvel
por radioterapia ou cirurgia, a quimioterapia com cisplatina e 5-FU (ou
outras associaes quimioterpicas) pode ser indicada, principalmente
nos casos de carcinoma indiferenciado da rinofaringe.
68
EXAMES DE ACOMPANHAMENTO
O seguimento dos pacientes que alcanam o controle da doena
neoplsica deve ser feito mensalmente no primeiro ano, trimestralmente
no segundo ano, semestralmente a partir do terceiro ano e anualmente a
partir do quinto ano.
O acompanhamento deve incluir: exame completo da cavidade oral
e orofaringe; rinoscopia anterior e posterior; avaliao da funo dos
nervos cranianos e de queixas sistmicas que possam ser conseqentes
metstase a distncia.
A radiografia simples (RX) de trax deve ser realizada anualmente,
assim como a avaliao funcional da tireide, devido alta incidncia
(30% a 40%) de hipotiroidismo em pacientes irradiados.
69
REFERNCIAS
1. Al-Sarraf M, Leblanc M, Giri PG, et al. Chemoradiotherapy versus
radiotherapy in patients with advance nasopharyngeal cancer: phase
III randomized intergroup study 0099. J Clin Oncol.
1998;16(4):1310-317.
2. Farias TP, Lima RA, Dias FL, et al. Prognostic factors and outcome for
nasopharyngeal carcinoma. Arch Otolaryngol Head Neck Surg.
2003;129(7):794-99.
3. Fu KK. Treatment of tumors of the nasopharynx-radiation therapy. In:
Thawley SE, Panje WR. Comprehensive management of head and
neck tumors. Philadelphia: W.B. Saunders; 1987:649-62.
4. Houck JR, Medina JE. Management of cervical lymph nodes in
squamous carcinoma of the head and neck. Semin Surg Oncol.
1995;11:228-39.
5. Kligerman J, Lima RA. Afeces cirrgicas da cabea e pescoo:
Tumores da faringe. In: Vinhes JC. Clnica e teraputica cirrgica. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997:322-29.
6. Lima RA. Tumores malignos da nasofaringe. In: Barbosa MM, Sa GM,
Lima RA. Diagnstico e tratamento dos tumores de cabea e pescoo.
So Paulo: Atheneu; 2001:101-106.
7. Perez CA, Devinemi VR, Marcial-Vega V, et al. Carcinoma of the
nasopharynx: factors affecting prognosis. Int J Radiat Oncol Biol Phys.
1992;23(2):271-80.
70
8. Robbins KT, Medina JE, Wolfe GT, et al. Standardizing neck dissection
terminology: Official report of the Academy's Committee for Head
and Neck Surgery and Oncology. Arch Otolaryngol Head Neck Surg.
1991;117:601-605.
9. Shah JP, Medina JE, Shaha AR, et al. Cervical lymph nodes metastasis.
Curr Probl Surg. 1993;30(3):331-35.
10. Ministrio da Sade (MS). Secretaria de Ateno Sade. Instituto
Nacional de Cncer. TNM - Classificao dos Tumores Malignos. 6a
ed. Rio de Janeiro: INCA, 2004.
11. Turner SL, Tiver KW, Boyages SC. Thyroid dysfunction following
radiotherapy for head and neck cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys.
1992;23(2):457-67.
12. Wei WI, Sham JS. Cancer of the nasopharynx. In: Myers EN, Suen JY.
Cancer of the head and neck. Philadelphia: W.B. Saunders;
1996:277-93.
71
72
V - CNCER DA HIPOFARINGE
SUMRIO
INTRODUO .................................................................................... 75
REGIES ANATMICAS ...................................................................... 75
CLASSIFICAO HISTOPATOLGICA .................................................. 75
PROGNSTICO ................................................................................... 76
EXAME DE AVALIAO ..................................................................... 76
CONFIRMAO DIAGNSTICA .................................................... 76
EXTENSO DA DOENA ............................................................ 76
TRATAMENTO POR ESTDIOS ......................................................... 77
ESTDIOS I (T1 N0 M0) E II (T2 N0 M0) .................................. 77
ESTDIOS III (T1 E T2 N1 M0/T3 N0 E N1 M0) E IV A, B E C
(T4 N0 E N1 M0/QUALQUER T N2 M0/QUALQUER T N3 M0/
QUALQUER T QUALQUER N M1) ................................................. 77
SEGUIMENTO ..................................................................................... 79
REFERNCIAS .................................................................................... 80
73
74
V - CNCER DA HIPOFARINGE
INTRODUO
Cerca de 30% dos tumores da faringe comprometem a regio da
hipofaringe, apresentando predileo pelo sexo masculino e pela
localizao em seio piriforme (80%). Como nos demais tumores de
mucosa da cabea e pescoo, h estreita relao com o tabagismo e o
etilismo. A sideropenia e a sfilis so condies tambm relacionadas a
esses tumores.
REGIES ANATMICAS
A hipofaringe limitada por dois planos transversais: um passando
pelo osso hiide e o outro pela borda inferior da cartilagem cricide. Com
isso, a hipofaringe fica dividida em trs regies anatmicas:
rea ps-cricide (juno faringoesofageana): se estende das cartilagens
aritenides e dobras conectivas borda inferior da cartilagem cricide;
Seio piriforme: se estende das pregas faringoepiglticas extremidade
superior do esfago. Seu limite lateral a cartilagem tireide e o
medial a superfcie da prega aritenoepigltica;
Parede posterior da faringe: delimitada por plano que vai do assoalho
da valcula a outro plano, ao nvel das articulaes cricoaritenideas.
CLASSIFICAO HISTOPATOLGICA
O tumor maligno mais freqente da hipofaringe (90%) o carcinoma
epidermide, em seus variados graus de diferenciao. Atentar para a
possibilidade da ocorrncia de adenocarcinomas, linfoepiteliomas e tumores
mesenquimais variados.
ROTINAS INTERNAS DO INCA
75
PROGNSTICO
Os percentuais mdios de freqncia e sobrevida por estdios so:
Figura 6 - Estdios e sobrevida em cinco anos
EXAMES DE AVALIAO
CONFIRMAO DIAGNSTICA
Bipsia: por laringoscopia direta ou indireta, dependendo da facilidade
de acesso.
EXTENSO DA DOENA
Histria clnica;
Inspeo e palpao externa;
Laringoscopia indireta;
Laringoscopia direta (com bipsia);
Exames radiolgicos:
- Radiografia simples (RX) de trax;
- Tomografia computadorizada, em casos selecionados, para evidenciar
invaso de partes moles do pescoo e de cartilagens da laringe.
Esofagoscopia - busca de segundo tumor primrio concomitante, assim
76
77
78
SEGUIMENTO
O seguimento dos pacientes em que se alcanou o controle da
doena neoplsica deve incluir oroscopia, laringoscopia indireta, exame do
pescoo e radiografia simples de trax. A endoscopia digestiva alta deve
ser solicitada em casos de suspeita de segundo tumor primrio no esfago.
O seguimento deve ser mensal no primeiro ano, trimestral no segundo
ano, semestral a partir do terceiro ano e, aps o quinto ano, anual, ou alta
orientada para retorno em caso de novos sintomas.
79
REFERNCIAS
1. Clayman GL, Weber RS. Cancer of the hypopharynx and cervical
esophagus. In: Myers EN, Suen JY. Cancer of the head and neck.
Philadelphia: W.B. Saunders; 1996:423-38.
2. Houck JR, Medina JE. Management of cervical lymph nodes in
squamous carcinoma of the head and neck. Semin Surg Oncol.
1995;11:228-39.
3. Kligerman J, Lima RA. Afeces cirrgicas da cabea e pescoo:
tumores da faringe. In: Vinhes JC. Clnica e teraputica cirrgica. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997:322-29.
4. Mamelle G, Pampurik J, Luboinski B, et al. Lymph node prognostic
factors in head and neck squamous cell carcinomas. Am J Surg.
1994;168:494-98.
5. Marks JE. Treatment of tumors of the hypopharynx: radiation therapy.
In: Thawley SE, Panje WR. Comprehensive management of head and
neck tumors. Philadelphia: W. B. Saunders; 1987:756-74.
6. Robbins KT, Medina JE, Wolfe GT, et al. Standardizing neck dissection
terminology: Official Report of the Academy's Committee for Head
and Neck Surgery and Oncology. Arch Otolaryngol Head Neck Surg.
1991;117:601-605.
7. Spaulding CA, Hahn SS, Constable WC. The effectiveness of treatment
of lymph nodes in cancers of the pyriform sinus and supraglottis. Int
J Radiat Oncol Biol Phys. 1987;13:963-68.
80
8. Shah JP, Medina JE, Shaha AR, et al. Cervical lymph nodes metastasis.
Curr Probl Surg. 1993;30(3):331-35.
9. Soares JRN. Tumores malignos da hipofaringe. In: Barbosa M., Sa GM,
Lima RA. Diagnstico e Tratamento dos Tumores de Cabea e Pescoo.
So Paulo: Atheneu; 2001:95-99.
10. Thawley SE, Sessions DG. Treatment of tumors of the hypopharynx surgical therapy of hypopharyngeal tumors. In: Thawley SE, Panje WR.
Comprehensive management of head and neck tumors. Philadelphia:
W. B. Saunders; 1987:774-812.
11. Ministrio da Sade (MS). Secretaria de Ateno Sade. Instituto
Nacional de Cncer. TNM - Classificao dos Tumores Malignos. 6a
ed. Rio de Janeiro: INCA, 2004.
81
82
VI - CNCER DA TIREIDE
SUMRIO
INTRODUO .................................................................................... 85
EXAME DE AVALIAO ..................................................................... 86
CONFIRMAO DIAGNSTICA .................................................... 86
EXTENSO DA DOENA ............................................................ 87
CONDIES CLNICAS DO DOENTE (AVALIAO CLNICO
LABORATORIAL) ....................................................................... 87
INDICAO CIRRGICA ............................................................... 87
PROGNSTICO ................................................................................... 88
BAIXO RISCO .............................................................................. 89
RISCO INTERMEDIRIO .............................................................. 89
ALTO RISCO ............................................................................... 89
TRATAMENTO .................................................................................. 90
CARCINOMAS DIFERENCIADOS .................................................. 90
GRUPO DE BAIXO RISCO ................................................... 90
GRUPO DE ALTO RISCO ..................................................... 90
GRUPO DE RISCO INTERMEDIRIO .................................... 91
CARCINOMAS DE CLULAS DE HRTHLE ................................. 91
CARCINOMAS POUCO DIFERENCIADOS ..................................... 91
CARCINOMA MEDULAR ............................................................. 92
CARCINOMAS INDIFERENCIADOS (ANAPLSICOS) .................... 92
SEGUIMENTO ..................................................................................... 93
83
84
VI - CNCER DA TIREIDE
INTRODUO
O cncer da glndula tireide a neoplasia maligna mais comum do
sistema endcrino, afetando mais freqentemente mulheres do que homens,
sendo que a maioria dos casos ocorre entre 25 e 65 anos de idade.
Na anamnese, deve ser dada ateno para o desenvolvimento
embriolgico, irradiao prvia e histria familiar de cncer da tireide.
O prognstico quase sempre favorvel, sendo melhor nos casos de
carcinomas diferenciados, em que os fatores de risco tm papel importante
na conduta teraputica.
Os casos de carcinomas diferenciados de baixo risco tm excelente
resultado com tratamento conservador, sendo que apenas 10% dos
pacientes podem apresentar recidiva tumoral em dcadas de seguimento
e at 2% podem vir a falecer do tumor tireoideano. J os casos de alto
risco tm sobrevida em 10 anos, que varia de 0 a 60%.
Por sua vez, os carcinomas indiferenciados (anaplsicos) tm um
prognstico muito grave, sendo que a morte geralmente conseqncia
de doena incontrolvel no pescoo, com invaso de estruturas nobres, o
que, freqentemente, ocorre pouco tempo aps o diagnstico.
O carcinoma medular pode ocorrer nas formas familiar ou espordica.
A forma espordica quase sempre unilateral e sem outras manifestaes
endcrinas. J a forma familiar freqentemente bilateral, podendo estar
associada a outros tumores malignos e benignos do sistema endcrino,
situao referida como Sndrome da Neoplasia Endcrina Mltipla (MEN,
tipo II). As outras alteraes mais freqentes so feocromocitoma e hiperplasia
das glndulas paratireides. A capacidade do tumor medular de secretar
calcitonina pode facilitar a sua deteco, funcionando como marcador
biolgico. recomendada a investigao dos familiares dos pacientes, como
forma de identificao de outros casos da forma familiar. Metstases cervicais
ROTINAS INTERNAS DO INCA
85
EXAMES DE AVALIAO
CONFIRMAO DIAGNSTICA
A ultra-sonografia da glndula tireide fornece informao a respeito
do tamanho e da consistncia do ndulo (slido ou cstico). A ultrasonografia com Doppler colorido avalia a vascularizao intra e
extranodal, que auxilia na determinao do potencial de malignidade
do ndulo (ndice de Lagalla);
Puno aspirativa por agulha fina (PAAF) para exame citopatolgico,
geralmente guiado por ultra-sonografia;
Dosagem srica de tireoglobulina, nos casos de carcinoma bem
diferenciado;
Dosagem de calcitonina (se h suspeita de carcinoma medular).
86
Ateno!
Os carcinomas indiferenciados de pequenas clulas devem
ser cuidadosamente distinguidos dos linfomas por meio
de exames de imunoistoqumica.
EXTENSO DA DOENA
Palpao da glndula tireide e dos linfonodos cervicais;
Laringoscopia indireta (para estabelecer a mobilidade das cordas vocais);
Radiografia simples de trax;
Tomografia computadorizada de trax ou de mediastino (se h suspeita
de acometimento intratorcico);
Cintilografia de corpo inteiro com I131 (se h suspeita de metstases);
Endoscopia digestiva nos casos em que h suspeita de invaso de
esfago e broncoscopia se h suspeita de invaso traqueobrnquica.
CONDIES CLNICAS DO DOENTE (AVALIAO CLNICO-LABORATORIAL)
Exame fsico e exames laboratoriais de rotina;
Dosagem srica de T3, T4 e TSH, T4 livre, clcio e tireoglobulina.
INDICAO CIRRGICA
Ndulos maiores do que 1,5cm;
Microcalcificao;
Ndulo slido hipoecognico;
Ndulo com contorno irregular;
PAAF suspeito ou positivo para malignidade;
Histria de irradiao no pescoo;
Ndulo tireoidiano associado paralisia de corda vocal ou linfonodos
cervicais;
ROTINAS INTERNAS DO INCA
87
PROGNSTICO
A determinao dos grupos de risco, nos casos de tumores
diferenciados, facilita a seleo de pacientes para a cirurgia radical ou
parcial da tireide.
Os fatores de risco tm valor prognstico e apresentam algumas
diferenas entre os carcinomas papilferos e folicular.
A idade, na poca do diagnstico, constitui-se no fator de maior
importncia, mostrando que h um aumento da taxa de mortalidade no
grupo mais idoso e prognstico mais favorvel nos pacientes com menos
de 40 anos. O tamanho do tumor tambm adquire importncia nos mais
idosos, porm, no tem valor de mau prognstico nos mais jovens.
Nos carcinomas indiferenciados (anaplsicos), o prognstico
reservado, sendo que a morte geralmente conseqncia de doena
incontrolvel no pescoo, com invaso de estruturas nobres, o que
freqentemente ocorre pouco tempo aps o diagnstico.
Por outro lado, o prognstico do carcinoma medular depende da
extenso da doena, da presena ou da ausncia de linfonodos metastticos
e da totalidade da resseco cirrgica. A sobrevida em cinco anos varia de
40% a 95%, sendo melhor nos pacientes da forma espordica do que
nos portadores da forma familiar.
Os grupos de risco utilizados para os carcinomas diferenciados so
aqueles adotados pelo Memorial Sloan-Kettering Cancer Center de NovaYork
(EUA).
88
BAIXO RISCO
Idade menor do que 45 anos;
Carcinoma papilfero;
Carcinoma folicular, que no seja o de clulas de Hrthle;
Tamanho menor do que 4,0cm;
Tumor intraglandular;
Metstase ausente (M0).
RISCO INTERMEDIRIO
Idade maior do que 45 anos;
Carcinoma papilfero;
Carcinoma folicular, que no seja o de clulas de Hrthle;
Tumor menor do que 4,0cm;
Metstase ausente (M0).
ou
Idade menor do que 45 anos;
Carcinoma de clulas de Hrthle;
Tumor extraglandular;
Tumor maior do que 4,0cm;
Metstase ausente (M0).
ALTO RISCO
Idade maior do que 45 anos;
Carcinoma de clulas Hrthle;
Tumor maior do que 4,0cm;
Tumor extraglandular;
Metstase presente (M1).
89
TRATAMENTO
A modalidade teraputica dos tumores malignos da glndula tireide
varia com o tipo histolgico e o estadiamento do tumor.
A seguir, apresentam-se as indicaes cirrgicas e radioterpicas. No
INCA, no se indica quimioterapia nos carcinomas diferenciados da glndula
tireide. A iodoterapia est detalhada no captulo a seguir.
CARCINOMAS DIFERENCIADOS
O tratamento dos carcinomas diferenciados da glndula tireide ser
orientado pela anlise dos fatores de risco de cada caso, assim:
Grupo de baixo risco
Lobectomia mais istmectomia. Nos casos com metstases para
linfonodos cervicais, proceder tambm ao esvaziamento cervical seletivo
(nveis II, III, IV, V e linfonodos do compartimento central).
Grupo de alto risco
Tireoidectomia total e, quando indicado, associar:
Em casos de linfonodos cervicais metastticos: esvaziamento cervical
seletivo (nveis II, III, IV, V e linfonodos do compartimento central);
Complementao teraputica: I131 (tumor captante). Ver a seguir em
iodoterapia;
Radioterapia externa nos tumores no-captantes de iodo. A dose
requerida para controle local de 70Gy para doena macroscpica. Os
campos de tratamento incluem a regio cervical e o mediastino. A
dose total na medula espinhal tem que ser limitada em 45Gy;
Na presena de metstases distncia: I131em tumores captantes ou
radioterapia externa em tumores no-captantes de iodo. As leses
metastticas extranodais e as nodais irressecveis ao serem tratadas
90
91
SEGUIMENTO
A reposio de hormnio tiroidiano feita com L-tiroxina, sendo o
indivduo mantido sob seguimento clnico, cujo intervalo varia com suas
condies clnicas gerais e feito de acordo com o seu diagnstico.
CARCINOMAS DIFERENCIADOS
Baixo risco
Exame clnico trimestral;
Dosagem semestral de T3, T4, TSH e T4 livre.
Alto risco
Exame clnico trimestral;
Dosagem semestral de T3, T4, TSH;
Dosagem semestral de tireoglobulina;
ROTINAS INTERNAS DO INCA
93
94
REFERNCIAS
1. Anderson JB, Webb AJ. Fine-needle aspiration biopsy and the diagnosis
of thyroid cancer. Br J Surg. 1987;74:292-96.
2. Ballantyne AJ. Neck dissection for thyroid cancer. Semin Surg Oncol.
1991;7:100-106.
3. Barbosa MM. Tumores malignos da glndula tireide. In: Barbosa
MM, Sa GM, Lima RA. Diagnstico e tratamento dos tumores de
cabea e pescoo. So Paulo: Atheneu; 2001:49-60.
4. Brennan MD, Bergstralh EJ, van Heerden JA, et al. Follicular thyroid
cancer treated at the Mayo Clinic, 1946 through 1970: initial
manifestations, pathologic findings, therapy, and outcome. Mayo Clin
Proc. 1991;66:11-22.
5. Cady B, Rossi R. An expanded view of risk-group definition in
differentiated thyroid carcinoma. Surgery. 1988;104(6):947-53.
6. Cady B. Papillary carcinoma of the thyroid. Semin Surg Oncol.
1991;7:81-86.
7. Cunninghan MP, Duda RB, Recant W, et al. Survival discriminants for
differentiated thyroid cancer. Am J Surg. 1990;160:344-47.
8. De Groot LJ, Kaplan EL, Straus FH. Does the method of management
of papillary thyroid carcinoma malse a difference in outcome. World J
Surg. 1994;18:123-30.
95
17. McConahey WM, Hay ID, Woolner LB, et al. Papillary thyroid cancer
treated at the Mayo Clinic, 1946 through 1970: initial manifestations,
pathologic findings, therapy, and outcome. Mayo Clin Proc.
1986;61:978-96.
18. Mazzaferri EL. Treating differentiated thyroid carcinoma: where do
we draw the line? Mayo Clin Proc. 1991;66:105-11.
19. Rossi R, Cady B, Meissner WA, et al. Prognosis of undifferentiated
carcinoma and lymphoma of the thyroid. Am J Surg.
1978;135:589-96.
20. Rossi RL, Cady B, Silverman ML, et al. Surgically incurable welldifferentiated thyroid carcinoma. Prognostic factors and results of
therapy. Arch Surg. 1988;123:569-74.
21. Sa GM, Barbosa MM, Lima RA, et al. Carcinoma diferenciado da
tireide na infncia. Rev Col Bras Cirurgies. 2000;27(5):323-26.
22. Shah JP, Loree TR, Dharker D, et al. Prognostic factors in differentiated
carcinoma of the thyroid gland. Am J Surg 1992;164:658-61.
23. Shaha AR, Loree TR, Shah JP. Intermediate-risk group for differentiated
carcinoma of the thyroid. Surgery. 1994;116:1036-1041.
24. Shaha AR, Shah JP, Loree TR. Patterns of failure in differentiated
thyroid based on risk groups. Head Neck. 1997;20:26-30.
25. Sizemore GW. Medullary carcinoma of the thyroid gland. Semin in
Oncol. 1987;14(3):306-14.
ROTINAS INTERNAS DO INCA
97
98
99
100
101
102
103
104
105
ACOMPANHAMENTO
O seguimento do doente feito na clnica onde ele foi primeiramente
atendido. O acompanhamento tem por objetivo prevenir ou tratar possveis
seqelas de longo prazo, como:
Leucopenia, plaquetopenia ou alteraes da calcemia e da fosfatemia;
Alteraes das provas de funo respiratria;
Infertilidade;
Aparecimento de outras neoplasias;
Supresso do TSH endgeno.
A consulta de retorno prevista para ocorrer seis meses aps a
iodoterapia, quando se procede aos seguintes exames:
Cintilografia de tireide e captao de I131 nas 24 horas (somente em
casos excepcionais - se h massa cervical, por exemplo);
Cintilografia de corpo inteiro com 5 mCi de I131;
Dosagem srica de tireoglobulina, clcio e fsforo;
Hemograma completo.
Se os resultados forem alterados, aplicam-se as condutas apropriadas,
inclusive as de iodoterapia antes descritas. Se os resultados forem normais,
programa-se novo retorno dentro de um ano.
A reposio de hormnio tireoidiano feita com L-tiroxina, sendo o
indivduo mantido sob seguimento clnico, cujo intervalo varia de acordo
com as suas condies clnicas gerais.
106
REFERNCIAS
1. Ahmed SR, Shalet SM. Gonodal damage due to radiactive iodine
treatment for thyroid carcinoma. Postgrad Med J. 1985;61:361.
2. Ain KB. Papillary thyroid. Etiology, assessment, and therapy. Endocrinol
Metab Clin North Am. 1995;24(4):711-60.
3. Arad E, Flannery K, Wilson GA, O'Mara RE. Fractionated doses of
radoiodine for ablation of postsurgical thyroid tissue remnants. Clin
Nucl Med. 1990;15:675-77.
4. Brierly JD, Tsang RW. External radiation therapy in the treatment of
thyroid malignancy. Endocrinol Metab Clin North Am. 1996;25:1.
5. Burman KD, Anderson JH, Wartoffsky L, et al. Manegement of patients
with thyroid carcinoma: application of thalium-201 scintigraphy and
magnetic resonance imaging. J Nucl Med. 1990;31:1958-964.
6. Cady B, Rossi R. An expanded view of risk group definition in
differentiated thyroid cancer. Surgery. 1988;104:947.
7. Clark OH, Hoelting T. Management of patients with differentiated
thyroid cancer who have positive serum thyroglobulin levels negative
fradioioidine scans. Thyroid. 1994;4:501.
8. Dias FL. Radioterapia como tratamento exclusivo do cncer avanado
da tireide. Rev Col Bras Cirurgies. 2000;27(4):245-50.
107
108
109
110
PROGNSTICO
O prognstico dos tumores salivares, portanto, depende da localizao,
do tipo histolgico, do grau de diferenciao e do estdio clnico do tumor.
Figura 7 - Relao entre estdios e sobrevida
111
EXAMES DE AVALIAO
CONFIRMAO DIAGNSTICA
O diagnstico dos tumores das glndulas salivares clnico. Sinais como
a fixao do tumor, a indefinio em relao s estruturas adjacentes e a
presena de paralisia facial so fatores indicativos de malignidade. Dentre os
exames de rotina utilizados para avaliar as leses de glndulas salivares, h
a puno aspirativa com agulha fina (PAAF) para diagnstico citolgico.
Para diagnstico dos tumores das glndulas salivares menores, pode ser
necessria a puno por agulha fina ou a bipsia incisional. importante
ressaltar que a bipsia incisional s deve ser realizada quando o diagnstico
histopatolgico for imprescindvel para definir a extenso da cirurgia.
AVALIAO DA EXTENSO DA DOENA
Os critrios de avaliao da extenso dos tumores das glndulas
salivares so descritos de acordo com o tamanho, a mobilidade e, no caso
dos tumores parotdeos, o comprometimento do nervo facial. Outras
informaes podem ser obtidas atravs de exames complementares.
112
EXAMES COMPLEMENTARES
Na maioria dos casos eles so desnecessrios, mas pode-se fazer:
Radiografia simples de mandbula (para avaliao de invaso mandibular
pelos tumores de glndula submandibular ou partida);
Tomografia computadorizada (para avaliao de invaso das estruturas
profundas e tumores do lobo profundo da partida);
Radiografia simples dos seios da face (em tumores de palato);
Estudo radiolgico de osso temporal (tumores malignos da partida);
Ultra-sonografia para diagnstico diferencial entre linfonodo cervical,
processos inflamatrios, clculos e tumores;
Ressonncia magntica (exclusivamente quando a extenso da leso
for de difcil determinao clnica), principalmente nos tumores de lobo
profundo da partida.
TRATAMENTO
TUMORES BENIGNOS
Partida
Tumor do lobo superficial: parotidectomia superficial parcial ou completa,
com conservao do nervo facial;
Tumor do lobo profundo: parotidectomia total com conservao do
nervo facial.
Submandibular
Submandibulectomia.
Outras glndulas salivares
Resseco da leso com margem de segurana, podendo incluir
partes sseas nos casos de tumores no palato.
113
Submandibular
Estdios I (T1 e T2 N0 M0) e II (T2 N0 M0):
- Neoplasias de baixo grau de malignidade: submandibulectomia e
esvaziamento da regio submandibular;
- Neoplasias de alto grau de malignidade: esvaziamento cervical
supra-omo-hiideo e radioterapia. Os critrios para indicao e
aplicao ps-operatria da radioterapia so os mesmos mencionados
para os tumores da partida.
Estdio III (T1 e T2 N1 M0 e T3 N0 M0):
- Neoplasias de alto grau de malignidade: esvaziamento supra-omohiideo e radioterapia. Os critrios para indicao e aplicao de
radioterapia ps-operatria so os mesmos mencionados para os
tumores da partida.
Estdio IV (T4 N0 M0/T3 e T4 N1 M0/qualquer T, N2 e
N3 M0/qualquer T, qualquer NN,, M1):
- Os tumores avanados das glndulas salivares devero ser tratados
de acordo com a avaliao de ressecabilidade do tumor e as condies
clnicas do paciente.
Nos casos passveis de tratamento cirrgico, este dever ser realizado
sempre com a indicao de radioterapia complementar.
A radioterapia pr-operatria indicao de exceo, pois ela deve
ser feita como nica arma teraputica para os tumores neste estdio. Os
critrios para indicao e aplicao de radioterapia ps-operatria so os
mesmos mencionados para tumores de partida.
ESVAZIAMENTO CERVICAL
O esvaziamento cervical eletivo em pacientes com pescoo negativo
controverso na literatura. Na presena de linfonodos metastticos, est
115
EXAMES DE SEGUIMENTO
Os exames clnicos de seguimento incluem o exame da cavidade
oral, alm da palpao da regio parotdea ou submandibular e do pescoo.
A realizao anual de Raios X de trax dever ser efetuada no
seguimento de tumores malignos de alto grau de malignidade.
A laringoscopia dever ser efetuada em casos de queixas relativas
laringe ou hipofaringe.
O seguimento dever ser feito quadrimestralmente no primeiro e no
segundo ano; semestralmente no terceiro ano; e anualmente a partir do
quarto ano.
Os doentes tratados de tumores benignos e de baixo grau de
malignidade podem, depois de um ano, receber alta e serem orientados
para retorno, se necessrio.
117
REFERNCIAS
1. Armstrong JG, Harrison LB, Spiro RH, et al. Observation on the natural
history and treatment of recurrent major salivary gland cancer. J Surg
Oncol. 1990;44:138-41.
2. Armstrong JG, Harrison LB, Thaler HT, et al. The indication for elective
treatment of the neck in cancer of the major salivary glands. Cancer.
1992;69:615-19.
3. Barbosa MM, Lima RA. Doenas das glndulas salivares. In: Barbosa
MM, Sa GM, Lima RA. Diagnstico e tratamento dos tumores de
cabea e pescoo. Ed. So Paulo: Atheneu; 2001:65-77.
4. Batsakis JG. Staging of salivary gland neoplasms: role of histopathologic
and molecular factors. Am J Surg. 1994;168:386-90.
5. Beckhardt RN, Weber RS, Zane R, et al. Minor salivary gland tumors of
the palate: clinical and pathologic correlates of outcome. Laryngoscope.
1995;105:115-60.
6. Garden AS, Weber RS, Ang KK, et al. Postoperative radiation therapy
for malignant tumors of minor salivary glands. Cancer.
1994;73:2563-569.
7. Hanna DC, Dickason WL, Richardson GS, Gaisford JC. Management of
recurrent salivary gland tumors. Am J Surg. 1976;132:453-58.
8. Hicks MJ, el-Naggar AK, Byers RM, et al. Prognostic factors in
mucoepidermoid carcinoma of major salivary glands: a clinicopathologic
abd flow cytometric study. Eur J Cancer B Oral Oncol.
1998;30b(5):329-34.
118
9. Kline TS, Merrian JM, Shapshay SM. Aspiration biopsy cytology of the
salivary gland. AJCP. 1981;76(3):263-69.
10. Lima RA, Freitas EQ, Dias FL, et al. Tumor de Warthin: estudo retrospectivo
de 45 casos. Rev Col Bras Cirurgies. 1991;18-236-39.
11. Lima RA, Kligerman J. Glndulas salivares. In: Vinhaes JC. Clnica e teraputica
cirrgicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997:336-41.
12. Lima RA, Kligerman J, Barbosa MM, et al. Influence of clinical prognostic
factors in neck metastases from malignant parotid tumors. [Abstract].
Otolaryngol Head Neck Surg. 2004;76-76.
13. Lima RA, Tavares MR, Dias FL, et al. Clinical prognostic factors in
malignant parotid gland tumors. Otolaryngol Head Neck Surg.
2005;133:702-708.
14. Medina JE. Neck dissection in the treatment of cancer of the major
salivary glands. Otolaryngol Clin North Am. 1998;31:815-22.
15. Nascimento AG, Amaral ALP, Prado LAF, et al. Adenoid cystic carcinoma
of salivary glands: a study of 61 cases with clinicopathologic correlation.
Cancer. 1986;57:312-19.
16. Nascimento AG, Amaral ALP, Prado LAF, et al. Mucoepidermoid
carcinoma of salivary glands: a clinicopathologic study of 46 cases.
Head Neck. 1986;57: 409-17.
17. stman J, Anneroth G, Gustafsson H, Tavelin B. Malignant salivary
gland tumors in Sweden 1960-1989: an epidemiological study. Eur
J Cancer B Oral Oncol. 1997;33:169-76.
119
18. Pitts DB, Hilsinger Jr RL, Karandy E, et al. Fine-needle aspiration in the
diagnosis of salivary gland disorders in the community hospital setting.
Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 1992;118:479-82.
19. Shah JP, Ihde JK. Salivary gland tumors. Curr Probl Surg. 1990;27:775883.
20. Spiro RH. Salivary neoplasms: overview of a 35-year experience with
2807 patients. Head Neck. 1986;8:177-84.
21. Spiro RH. Changing trends in the management of salivary tumors.
Semin Surg Oncol. 1995;11:240-45.
22. Spiro RH. Management of malignant tumors of the salivary glands.
Oncology. 1998;12:671-83.
23. Spiro RH, Armstrong JG, Harrison LB, et al. Carcinoma of major
salivary glands - recent trends. Arch Otolaryngol Head Neck Surg.
1989;115:316-21.
24. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Instituto Nacional
de Cncer. TNM: classificao de tumores malignos 6a ed. Rio de
Janeiro: INCA, 2004.
25. Tran L, Sadeghi A, Hanson D, et al. Major salivary gland tumor:
treatment resuls and prognostic factors. Laryngoscope.
1986;96:1139-144.
120
121
122
123
PROGNSTICO
Segundo hmgren, o prognstico das neoplasias dos tumores
maxilares vai depender da sua localizao anatmica. Ele dividiu o seio
maxilar em duas estruturas, separadas por uma linha imaginria que
passa pelo canto interno da rbita at o ngulo da mandbula. Os tumores
mais favorveis so aqueles inferiores e anteriores a essa linha. Este um
principio que tambm observado na classificao TNM (INCA, 2004).
Em recente estudo do M.D. Anderson Hospital, a sobrevida, apesar dos
avanos diagnsticos e teraputicos, no mudou nos ltimos 20 anos. Nos
dados do Memorial Sloan Kettering Cancer Center de New York, a sobrevida
global em cinco anos encontra-se em 37%, sendo de 45% para tumores
da fossa nasal, 38% para os do seio maxilar e 13% para os do etmide.
DIAGNSTICO
O diagnstico feito pela histria clnica associada a exames de
imagem e bipsia. Os exames de imagem so:
Tomografia computadorizada (TC) dos seios da face;
Ressonncia magntica (RM) dos seios da face.
124
TRATAMENTO
A cirurgia associada radioterapia ps-operatria o tratamento
com melhores resultados. Em pacientes com tumores iniciais, pouco
agressivos, de infra-estrutura e mais anteriores, a cirurgia exclusiva est
indicada.
ROTINAS INTERNAS DO INCA
125
127
129
da cirurgia;
Separar o instrumental cirrgico de cabea e pescoo e de neurocirurgia;
Colocao da sonda nasoenteral (SNE) e tampes nasosinusais;
Antibitico: a profilaxia realizada com cefazolina 1g, intravenosa
(IV), de 6/6 horas e metronidazol 250mg, IV, de 8/8 horas, at a
retirada dos tampes ou a chegada do resultado das culturas colhidas;
Ao final do ato cirrgico, o paciente encaminhado ao CTI.
Ps-operatrio
Decbito a zero grau absoluto e sem travesseiro at a retirada dos
tampes, assim permanecendo por mais 24 horas (minimizar incidncia
de fstula liqurica);
Iniciar dieta pela SNE no primeiro dia de ps-operatrio (DPO) por
bomba de infuso;
Fisioterapia respiratria e motora. Se possvel, usar compressores
pneumticos de membros inferiores (profilaxia da trombose venosa
profunda);
Manter antibiticos at a retirada dos tampes. Se for detectada
sinusite purulenta ou grave contaminao de meninge e/ou crebro, os
antibiticos sero teraputicos at a chegada do resultado da cultura
com antibiograma;
Fenitona e corticides (Decadron) geralmente so prescritos para
minimizar a incidncia de convulso e edema cerebral;
Retirar tampes no terceiro ou quarto DPO e realizar lavagem rigorosa
das fossas nasais com soro fisiolgico, vrias vezes ao dia;
Levantar o decbito no quarto DPO e deambular no quinto DPO;
Atentar para as principais complicaes: fstula liqurica, infeco do
sistema nervoso central e distrbios sensoriais. Outras complicaes
possveis so osteomielite, abscesso cerebral e cerebrite (diagnosticadas
130
131
REFERNCIAS
1. Barbosa MM. Tumores malignos das fossas nasais e dos seios da
face. In: Barbosa MM, Sa GM, Lima RA. Diagnstico e tratamento dos
tumores de cabea e pescoo. So Paulo: Atheneu; 2001:119-32.
2. Batsaskis JG. Pathology of tumors of the nasal cavity and paranasal
sinuses. In: Thawley SE, Panje WR, Batsakis JG, Lindberg RD.
Comprehensive management of head and neck tumors. Philadelphia:
W.B. Saunders; 1999:522-39.
3. Carrau RL, Myers EM, Johnson JT. Paranasal sinus carcinoma: diagnosis,
treatment, and prognosis. Oncology. 1992;6:43-50.
4. Dias FL, Lima RA, Sa GM, et al. Patterns of failure and outcome in
esthesioneuroblastoma. Arch Otolaryngol Head Neck Surg.
2003;129(11):1182-186.
5. Grant RN, Silverberg E. Cancer statistics 1970. New York: American
Cancer Society; 1970.
6. Kraus DH, Lanzieri CF, Wanamaker JR, et al. Complementary use of
computed tomography and magnetic resonance imaging in assessing
skull base lesions. Laryngoscope. 1992;102:623-29.
7. Kraus DH, Roberts JK, Medendorp SV, et al. Non squamous cell
malignancies of the paranasal sinuses. Ann Otol Rhinol Laryngol.
1990;99:5-11.
8. Lanzieri CF, Shah JP, Kraus DH, Lavertu P. Use of gadolinium-enhanced
MR imaging for differentiating mucoceles from neoplasms in the
paranasal sinuses. Radiology. 1991;178:425-28.
132
133
134
X - ESVAZIAMENTO CERVICAL
SUMRIO
INTRODUO .................................................................................. 137
ESVAZIAMENTO CERVICAL SELETIVO X STIO ANATMICO DO
TUMOR PRIMRIO .......................................................................... 139
METSTASE CERVICAL BILATERAL ............................................... 141
MANUSEIO DA ARTRIA CARTIDA ............................................... 141
METSTASE CERVICAL COM TUMOR PRIMRIO OCULTO ............ 142
INVESTIGAO ................................................................................ 143
TRATAMENTO ................................................................................ 144
SEGUIMENTO ................................................................................... 144
INVESTIGAO DE LINFONODOS CERVICAIS NO-METASTTICOS ......... 145
REFERNCIAS .................................................................................. 146
135
136
X - ESVAZIAMENTO CERVICAL
INTRODUO
Os esvaziamentos cervicais podem ser classificados de acordo com a
inteno de sua realizao (profiltico ou teraputico) e de acordo com a
sua extenso (radical ou seletivo).
O esvaziamento cervical profiltico ou de princpio, em pacientes com
pescoo negativo, deve ser realizado naqueles tumores com chance de
apresentar metstase cervical oculta maior do que 20%. Caso haja
metstase cervical presente no pr-operatrio, realizado o esvaziamento
cervical teraputico (radical ou modificado).
Como forma de facilitar e uniformizar a descrio do comprometimento
linftico regional dos tumores da cabea e pescoo, o Memorial SloanKettering Cancer Center (Nova York) desenvolveu um Sistema de Nveis
Cervicais (Regies Linfonodais) que foi universalmente aceito (Figura 9).
137
139
140
Glndula submandib
ular
submandibular
ular: quando indicado (ver captulo), esvaziam-se
os nveis I, II e III (supra-omo-hiideo);
Tir
eide
Tireide
eide: o esvaziamento cervical profiltico s est indicado no
carcinoma medular da tireide. Esvazia-se o nvel VI bilateralmente e
o mediastino ntero-superior. Na presena de metstases cervicais de
todos os outros tipos histolgicos dos tumores da tireide, e inclusive
do carcinoma medular, indica-se o esvaziamento radical modificado
tipo III (nveis I, II, III, IV e V);
Demais stios anatmicos:
anatmicos pelo baixo ndice de metstases regionais,
no se indica o esvaziamento cervical profiltico.
141
INVESTIGAO
A ocorrncia de massa cervical persistente, endurecida, indolor e com
crescimento acelerado, indica um provvel tumor primrio na rea da
cabea e pescoo. Nesses casos, deve se proceder ao exame cuidadoso
da cabea e pescoo, associado ao exame endoscpico da vias areas e
digestiva superiores.
No sendo identificado o tumor primrio, procede-se puno
aspirativa por agulha fina (PAAF) e pesquisa de tumor primrio em
esfago, aparelho gastrintestinal, pulmo e rgos geniturinrios,
dependendo do laudo citopatolgico da PAAF.
Se a PAAF positiva para carcinoma epidermide metasttico, estando
o linfonodo nos nveis I, II ou III, o tumor primrio mais freqentemente
estar na rea da cavidade oral, orofaringe, hipofaringe ou laringe. No
nvel V, h grande probabilidade de se encontrar o stio primrio na
nasofaringe. No nvel IV, regio supraclavicular, pode-se tratar de um
tumor na hipofaringe ou na laringe, mas atentar tambm para a hiptese
de um tumor primrio infraclavicular, como os originrios em pulmo,
esfago ou estmago.
Portanto, os exames de rotina a realizar sero:
Oroscopia;
Laringoscopia;
Cavunscopia;
RX de trax;
Endoscopia digestiva (caso seja necessrio);
Broncoscopia (caso seja necessrio).
A tomografia computadorizada e/ou ressonncia magntica sero
solicitadas apenas como complementao da investigao diagnstica, e se
ainda persistir a no identificao de tumor primrio na cabea e pescoo.
ROTINAS INTERNAS DO INCA
143
TRATAMENTO
Se a doena no for sistmica (metstase de stio infraclavicular), o
tratamento vai depender da ressecabilidade da metstase cervical. Caso
seja ressecvel, realiza-se o esvaziamento cervical radical associado
radioterapia, que deve incluir nos seus campos nasofaringe, orofaringe e
hipofaringe, assim como todo o pescoo.
Em pescoo N1, a radioterapia tem o mesmo resultado que o
esvaziamento cervical radical. Em pescoo N2 ou N3, est indicado o
esvaziamento cervical radical com radioterapia complementar. Se a
metstase fixa ou no-ressecvel, indica-se a radioterapia exclusiva
com carter paliativo.
Os stios anatmicos mais freqentes de metstases cervicais com
tumor primrio oculto so a loja amigdaliana, o cavum, a base de lngua
e a hipofaringe. Esses stios devero ser tambm irradiados.
SEGUIMENTO
Deve ser rigoroso, sempre investigando os possveis stios anatmicos,
a cada consulta, com oroscopia, laringoscopia, cavunscopia. As consultas
so mensais no primeiro ano, bimestrais no segundo ano, semestrais no
terceiro ano e anuais aps o quinto ano. Solicitar RX de trax e endoscopia
digestiva anualmente. A identificao do tumor primrio durante o
seguimento implica a piora do prognstico.
144
145
REFERNCIAS
1. Andersen P, Cambronero E, Spiro RJ. The role of comprehensive neck
dissection with preservation of the spinal accessory nerve in the
clinically positive neck. Am J Surg. 1994;168:499-502.
2. Andersen P, Cambronero E, Shaha AR. The extent of neck disease
after regional failure during observation of the N0 neck. Am J Surg.
1996;172(6):689-91.
3. Ballantine AJ, Guinn GA. Reduction of shoulder disability after neck
dissection. Am J Surg. 1966;112:662-67.
4. Barbosa MM. Metstase cervical de tumor primrio oculto. In: Barbosa
MM, Sa GM, Lima RA. Diagnstico e tratamento dos tumores de
cabea e pescoo. Ed. So Paulo: Atheneu; 2001:165-70.
5. Butlin HI, Spencer WG. Disease of the tongue. 2nd ed. London: Cassel;
1900 .
6. Byers RM. Modified neck dissection: A study of 967 cases from
1970 to 1980. Am J Surg. 1985;150:414-21.
7. Byers RM, Wolf PF, Ballantyne AJ. Rationale for modified neck
dissection. Head Neck Surg. 1988;10:160-67.
8. Candela FC, Kothari K, Shah JP. Patterns of cervical node metastases
from squamous carcinoma of the oropharynx and hypopharynx. Head
Neck. 1990;12:197-203.
146
9. Candela FC, Shah JP, Jaques DP. Patterns of cervical nodes metastases
from squamous carcinoma of the larynx. Arch Otolaryngol Head Neck
Surg. 1990;116:432-35.
10. Crile G. Excision of cancer of the head and neck with special reference
to the plan of dissection based on one hundred and thirty-two
operations. JAMA. 1906;47:1780-786.
11. Davidson BJ, Kullarnyn V, Delacure MD, Shah JP. Posterior triangle
metastases of squamous cell carcinoma of the upper erodigestive
tract. Am J Surg. 1993;166:395-98.
12. Dias FL, Lima RA, Farias TP, et al. Distribution of metastatic lymph
nodes in early oral cancer. [Abstract]. Otolaryngol Head Neck Surg.
2004;131:76.
13. Dias FL, Manfro G, Lima RA, Barbosa MM, et al. Management of the
N0 neck moderately advanced/advanced squamous carcinoma of the
larynx. Otolaryngol Head Neck Surg. [Abstract]. 2005;133(2):119.
14. Dias FL. Relevance of skip metastases for squamous cell carcinoma
of the oral tongue and the floor of the mouth. Otolaryngol Head Neck
Surg. 2006;134:460-65.
15. Fisch UP, Sigel ME. Cervical lymphatics system as visualized by
lymphography. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1964;73:869-82.
16. Franceschi D, Gupta R, Spiro R, Shah JP. Improved survival in the
treatment of squamous carcinoma of the oral tongue. Am J Surg.
1993;166:360-65.
ROTINAS INTERNAS DO INCA
147
17. Friedman K, Shelton VK, Mafee K, et al. Metastatic neck disease. Arch
Otolaryngol Head Neck Surg. 1984;110:443-47.
18. Greenlee RT, Hill-Harman MB, Murray T, Thun M. Cancer statistics,
2001. CA Cancer J Clin. 2001;51:15-36.
19. Haagensen D, Feind CR, Merter FP, et al. The lymphatics in cancer.
Philadelphia: W.B. Saunders; 1972.
20. Hanasono W, Kunda LD, Segall GK, et al. Uses and limitations of FDG
positron emission tomography in patients with head and neck cancer.
Laryngoscope. 1999;109:880-85.
21. John DJ, Williams SR, Ahuja A, et al. Palpation compared with ultrasound
in the assessment of malignant cervical lymph nodes. J Otol Laryngol.
1993;107:821-23.
22. Kligerman J, Olivatto LO, Lima RA, et al. Elective neck dissection for
T3/T4 N0 squamous cell carcinoma of the larynx. Am J Surg.
1995;170(5):436-39.
23. Lima RA, Freitas EQ, Dias FL, Kligerman J. Squamous cell carcinoma
of occult origin metastatic to the neck. [Abstract]. J Surg Oncol.
1999;70:138.
24. Lindberg R. Distribution of cervical lymph node metastases from
squamous cell carcinoma of the upper respiratory and digestive tracts.
Cancer. 1972;29:1446-448.
148
149
34. Short SO, Kaplan JN, Laramore GE, Cummings CW. Shoulder pain and
function after neck dissection with or without preservation of the
spinal accessory nerve. Am J Surg. 1984;148:82.
35. Som PM. Detection of metastasis in cervical lymph nodes: CT and
MR criteria and differential diagnosis. Am J Roentgenol.
1992;158:9619.
36. Spiro RH, Huvos AG, Wong GY, et al. Predictive value of tumor thickness
in squamous carcinoma confined to the tongue and floor of the
mouth. Am J Surg. 1986;152:345-50.
37. Takes RP, Righi P, Meeuwis CA, et al. The value of ultrasound with
ultrasound-guided fine needle aspiration biopsy compared to compute
tomography in the detection of regional metastases in the clinically
negative neck. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 1998;40:1027-1032.
38. Teichgraeber JF, Clairmont AA. Incidence of occult metastases for
cancer of the oral tongue and floor of mouth: Treatment rationale.
Head Neck Surg. 1984;7:15-21.
39. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Instituto Nacional
de Cncer. TNM: classificao de tumores malignos 6a ed. Rio de
Janeiro: INCA, 2004.
40. Vandenbrouck C, Sancho-Garnier H, Chassagne D, et al. Elective versus
therapeutic radical neck dissection in epidermoid carcinoma of the
oral cavity. Cancer. 1980;46:386-90.
150
41. Weiss MH, Harrison LB, Isaacs RS. Use of decision analysis in planning
management strategy for the stage N0 neck. Arch Otolaryngol Head
Neck Surg. 1994;120:699-702.
42. Wong WL, Hussain K, Chevretton E, el al. Validation and clinical application
of computer-combined computed tomography and positron emission
tomography with 2-[18F] fluoro-2-deoxy-D-glucose head neck
images. Am J Surg. 1996;172(6):628-32.
151
152
153
154
MELANOMA DA CORIDE
DIAGNSTICO
O principal dilema nessa doena seu diagnstico diferencial com o
nevus de coride e o descolamento de retina. Enquanto estas duas ltimas
so doenas benignas, o melanoma de coride uma doena agressiva
que, na maioria das vezes, necessita de enucleao do globo ocular.
Segundo a literatura, em 99% dos casos, o diagnstico baseado
apenas na experincia do cirurgio e do radiologista em analisar a histria
clnica e os exames de imagem do paciente, sem a necessidade de um
laudo histopatolgico ou citopatolgico prvio.
Os nevus de coride so leses pigmentadas, geralmente menores
do que 10 mm de dimetro e com menos de 3 mm de espessura, e no
provocam distrbio visual.
No descolamento de retina, existe histria de perda parcial abrupta
da viso, enquanto que, no melanoma, a diminuio do campo visual
gradual e progressiva.
A ultra-sonografia do globo ocular considerada como um exame
fundamental no diagnstico diferencial dessas doenas, especialmente
para aqueles casos em que a leso maior do que 3 mm de espessura.
Avaliam-se a rea de invaso ou de descolamento da retina, o tamanho
155
156
SEGUIMENTO
Controle ambulatorial mensal no primeiro ano, bimestral no segundo
ano e semestral a partir do terceiro ano;
O pico de incidncia de metstase entre 24 e 36 meses aps o incio
do tratamento, porm, existem relatos de metstase aps 5 anos do
tratamento;
Solicitam-se RX de trax, provas de funo heptica e calcemia,
anualmente.
157
REFERNCIAS
1. Abramson DH, Servodidio CA, McCormick V, et al. Changes in height
of choroidal melanomas after plaque therapy. Br J Ophthalmol.
1990;74:359-62.
2. Bardenstein DS, Char DH, Irvine AR, Stone RD. Extramacular disciform
lesions simulating uvelatumors. Ophthalmology. 1992;99:944-51.
3. Butler P, Char DH, Zarbin N, Kroll S. Natural history of indeterminant
pigmented choroidal tumors. Ophthalmology. 1994;1901:710-17.
4. Byrne SF, Green RL. Ultrasound of the eye and orbit. St Louis: Mosby;
1992.
5. Char DH, Miller T. Accuracy of presumed melanoma diagnosis prior to
alternative therapy. Br J Ophthalmol. 1995;79:692-96.
6. Guthoff RF, Berger RW, Winkler P, et al. Doppler ultrasonography of malignant
melanomas of the uvea. Arch Ophthalmol. 1991;109:537-41.
7. Jensen PK, Hansen MK. Ultrasonographic three-dimensional scanning
for determination of intraocular tumor volume. Acta Ophthalmol.
1991;69:178-86.
8. Margo CE. The accuracy of diagnosis of posterior uveal melanoma.
Arch Ophthalmol. 1997;115:421-23.
9. Sa GM. Tumores da rbita e do globo ocular. In: Barbosa MM, Sa GM,
Lima RA. Diagnstico e tratamento dos tumores de cabea e pescoo.
So Paulo: Atheneu; 2001:133-51.
158
10. Sneed SR, Byrne SF, Mieler WF, et al. Choroidal detachment associated
with malignant choridal tumors. Ophthalmology. 1991;98:963-70.
11. Collaborative ocular melanoma study group. Mortality in patients with
small choroidal melanoma. COMS Report No. 4. Arch Ophthalmol.
1997;115:886-93.
12. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Instituto Nacional
de Cncer. TNM: classificao de tumores malignos 6a ed. Rio de
Janeiro: INCA, 2004.
13. Wolff-Kormann PG, Kormann BA, Hasenfratz GC, Spengel FA. Duplex
and color Doppler ultrasound in the differential diagnosis of choroidal
tumors. Acta Ophthalmologica. 1992;204(suppl):66-70.
14. Wolff-Kormann PG, Kormann BA, Riedel KG, et al. Quantitative color
Doppler imaging in untreated and irradiated choroidal melanoma.
Invest Ophthalmol Vis Sci. 1992;33:1928-933.
159
160
161
162
163
EXAMES DE AVALIAO
Histria clnica: nfase nas doenas da tireide, passado de tumores
malignos, rinosinusite, histria de trauma e doena auto-imune ou
inflamatria (tuberculose, granulomatose de Wegner etc.).
Exames Complementares:
Tomografia computadorizada e ressonncia magntica;
Campimetria e acuidade visual pr-operatria;
Puno aspirativa por agulha fina (PAAF) importante nos tumores
palpveis, podendo distinguir os tumores malignos dos benignos.
164
TRATAMENTO
Os tumores orbitrios devero ser tratados especificamente de acordo
com a sua natureza. Sendo assim, os tumores benignos, quer sejam de
origem cstica, da glndula lacrimal, vasculares ou mesenquimais, sero
submetidos terapia cirrgica para a retirada completa da tumorao via
orbitotomia. As especificidades de cada tumor e sua localizao dentro da
rbita devem ser muito bem estudadas, para o planejamento correto da
via de acesso e a preservao de todas as estruturas no envolvidas.
Os tumores malignos orbitrios freqentemente implicaro terapia
combinada e em uma abordagem multidisciplinar. Do ponto de vista
cirrgico, os procedimentos podero variar desde uma simples bipsia
para a definio do diagnstico histolgico at uma exenterao alargada,
que consiste no esvaziamento de toda a cavidade orbitria, podendo
haver ou no preservao das plpebras. Nas leses que apresentarem
comprometimento das estruturas da base do crnio, a abordagem poder
ser feita por um acesso crniofacial.
A radioterapia e a quimioterapia sero empregadas como forma
inicial de tratamento como, por exemplo, no rabdomiosarcoma, ou como
complementao cirurgia inicial nos casos em que a terapia cirrgica foi
a exenterao orbitria.
ACESSOS CIRRGICOS RBITA
Orbitotomia lateral
Descrita por Kroen Lein, em 1913;
Representa uma osteotomia, com posterior osteossintese, na parede
lateral da rbita;
Ideal para ressecar ou biopsiar tumores laterais ou intraconais.
165
Orbitotomia superior
Inciso logo abaixo da sobrancelha ou mesmo na sobrancelha, podendo
descer medialmente tipo inciso de Linch;
Tumores de glndula lacrimal (ideal para bipsia) e tumores extraconais;
No permite exposio adequada de grandes tumores.
Orbitotomia inferior
Os tumores no andar inferior da rbita so mais raros;
O acesso pode ser por apenas uma pequena inciso superficial.
Subciliar ou transconjutival
Tumores da poro posterior do cone e contguos ao canal ptico;
Para melhor acesso em leses mais superiores, adota-se um acesso
neurocirrgico combinado, atravs de uma craniectomia rbito-frontal,
retirando-se o teto da rbita.
Acesso medial
Para tumores da regio medial da rbita;
Inciso de Linch;
Pode ser realizado por via endoscpica.
A interveno cirrgica no caso de tumores benignos e de tumores
de baixa malignidade ter por objetivo a resseco completa da tumorao;
j em alguns tipos histolgicos agressivos de tumores malignos, a cirurgia
ter por finalidade a colheita de material para a confirmao histopatolgica
prvia ao tratamento por radioterapia e/ou quimioterapia.
Quando o tratamento cirrgico conservador no for possvel, pode-se
indicar a exenterao da rbita (a retirada de todo o contedo orbitrio).
O paciente deve ser adequadamante preparado para o procedimento, no
pr-operatrio, com todas as informaes a respeito do mesmo.
Em alguns casos, necessria uma abordagem crniofacial como,
por exemplo, quando o teto da rbita estiver envolvido ou destrudo.
166
167
REFERNCIAS
1. Balchunas WR, Quencer RM, Byrne SF. Lacrimal gland and fossa
masses: evaluation by computed tomography and A-mode echography.
Radiology. 1983;149:751-58.
2. Bernardino ME, Zimmerman RD, Citrin CM, Davis DO. Scleral thickening:
a CT sign of orbital pseudotumor. Am J Roentgenol. 1977;129:703706.
3. Byrne SF, Glaser JS. Orbital tissue differentiation with standardized
echography. Ophthalmology. 1983;90:1071-1090.
4. Candemi FE, Trempe CL, Walsh JB. Choroidal folds. Am J Ophthalmology.
1978;86:380-87.
5. Char DH, Miller T, O'Brien JM. Intraocular lymphomas: diagnosis and
therapy. Semin Ophthalmol. 1993;8:17.
6. Char DH, Norman D. The use of computed tomography and
ultrasonography in the evaluation of orbital masses. Surv Ophthalmol.
1982;2:49-63.
7. Char DH, Sobel D, Kelly WM. Nuclear magnetic resonance scanning in
orbital and intraocular tumor diagnosis. Ophthalmology.
1985;92:1305-310.
8. Char HH. Thyroid eye disease. 3rd ed. Boston: Butterworth Heinemann;
1997.
168
9. Coleman DJ, Jack RL, Jone IS, Franzen LA. II. Hemangiomas of the
orbit. Arch Ophthalmol. 1972;88:368-74.
10. Coleman DJ, Lizzi FL, Jack RL. Ultrasonography of the eye and orbit.
Philadelphia: Lea & Febiger; 1977.
11. Crooks LE, Hoenninger J, Arakawa M, et al. High-resolution of magnetic
resonance imaging. Radiology. 1984;154:163-71.
12. Crooks LE, Ortendahl DA, Kufman L, et al. Clinical efficiency of nuclear
magnetic resonance imaging. Radiology. 1983;146:123-38.
13. Demer JL, Kerman BM. Comparison of standardized echography with
magnetic resonance imaging to measure extraocular muscle size.
Am J Ophthalmol. 1994;118:351-61.
14. Forber GS, Sheedy PF, Waller RR. Orbital tumors evaluated by computed
tomography. Radiology. 1980;136:101-11.
15. Grove Jr AS. Evaluation of exophthalmos. N Engl J Med.
1975;292:1005-1013.
16. Han JS, Benson JE, Bonstelle CT, et al. Magnetic resonance imaging
of the orbit: preliminary experience. Radiology. 1984;150:775-79.
17. Hawkes RC, Holland GN, Moore WS, et al. NMR imaging in the evaluation
of orbital tumors. Am J Nucl Radiol. 1983;4:254-56.
18. Hilal SK. Computed tomography of the orbit. Ophthalmology.
1979;86:864-70.
ROTINAS INTERNAS DO INCA
169
171
172
173
174
ANATOMIA
Orelha externa (pavilho auricular mais canal auditivo externo);
Orelha mdia (ossculos do ouvido: martelo, bigorna, estribo);
Orelha interna (vestbulo e canais semicirculares);
Osso temporal (parte petrosa, escamosa e timpnica).
PAVILHO AURICULAR (ORELHA EXTERNA)
A extenso da rea cutnea do pavilho auricular em relao s
outras partes do ouvido faz com que o carcinoma seja a neoplasia
maligna mais freqente nessa regio.
O carcinoma do pavilho auricular guarda os mesmos indicadores
epidemiolgicos daqueles que se localizam na pele em geral. Assim, ele
mais freqente entre os homens, ocorre em maior nmero entre as
pessoas de pele, de olhos e cabelos claros e, principalmente, que tm suas
atividades ao ar livre e ao desabrigo do sol, tais como: agricultores,
pescadores, vendedores ambulantes etc. Essa neoplasia maligna mais
encontrada em pacientes com idade entre 60 e 70 anos, embora como
ROTINAS INTERNAS DO INCA
175
177
AVALIAO CLNICA
Principais sinais e sintomas a serem avaliados:
Ulcerao;
Endurao;
Dor;
Sangramento;
Obstruo do conduto auditivo externo;
Perda da audio;
Otite mdia secretora;
Colesteatoma;
Deficit de pares cranianos (V, IX, XI);
Paralisia do nervo facial;
Massa cervical ou parotdea.
178
EXAMES DE IMAGEM
Freqentemente, no possvel avaliar adequadamente a extenso
profunda dos tumores da regio auricular, conduto auditivo externo e pele
ROTINAS INTERNAS DO INCA
179
TRATAMENTO
O tratamento depende do tamanho da leso, da localizao, da
extenso da doena e das condies clnicas do paciente, variando desde
as resseces simples com fechamento primrio at a resseco completa
do osso temporal, com necessidade de reconstruo com microcirurgia:
Resseces simples (leses pequenas do pavilho auricular);
Amputao parcial da orelha externa;
Amputao total;
Sleeve ressection;
Resseco lateral do osso temporal (tipos I, II, III e IV);
Resseco subtotal do osso temporal;
Resseco total do osso temporal.
Quando o pavilho auricular no est comprometido, mas h invaso
comprovada do osso temporal, procede-se ao acesso de Fisch, que consiste
numa inciso retroauricular aciforme com extenso regio cervical e
que vai expor todo o campo operatrio, sem alterar a anatomia da orelha
externa, alm do aspecto esttico da inciso, que encoberta parcialmente
pelos cabelos do paciente.
180
SLEEVE RESSECTION
Est indicada para leses menores do que 1,0cm e laterais juno
osteocondral. a resseco do conduto auditivo externo.
RESSECO LATERAL DO OSSO TEMPORAL
Indicada nos tumores confinados ao conduto auditivo externo, com
ou sem extenso para partida ou partes moles, e nas leses do ouvido
mdio ou mastide. dividida em quatro tipos: I, II, III e IV.
A Resseco Lateral Tipo I est indicada quando o tumor for
restrito ao pavilho auricular externo ou pele pr-auricular, com ou sem
extenso para a partida ou partes moles e sem grande extenso para o
conduto auditivo externo (CAE). uma resseco do conduto auditivo
externo lateral membrana timpnica.
A Resseco Lateral Tipo II est indicada em tumores que
acometem o CAE e onde a membrana timpnica deve ser ressecada
como margem. Consiste numa resseco medial ao anel timpnico com
incluso do martelo e bigorna.
A Resseco Lateral Tipo III est indicada em leses que
acometem o ouvido mdio ou a mastide. Todo o osso temporal, lateral
artria cartida interna, ressecado. uma resseco medial ao forame
estilomastoideo, incluindo o ner vo facial, craniotomia temporal,
mandibulectomia parcial e parotidectomia.
A Resseco Lateral Tipo IV inclui resseco da ponta da
mastide.
RESSECO SUBTOTAL DO OSSO TEMPORAL
Inclui a resseco do ouvido interno.
181
PS-OPERATRIO
Decbito a zero grau absoluto e sem travesseiro;
Cobertura antibitica (cefazolina 1g intravenosa (IV), de 6/6horas, e
metronidazol 250mg IV, de 8/8 horas), fisioterapia respiratria e motora.
Se possvel, utilizar compressores pneumticos de membros inferiores
182
SEQELAS
importante citar que, pelo porte cirrgico, as seqelas no so to
infreqentes. Dentre elas, temos perda auditiva, perda completa da funo
do nervo facial, vertigem e perda do equilbrio.
PROGNSTICO
Sobrevida geral (50%), Estgios I e II (70%), Estgio III (50%),
Estgio IV (9%).
183
REREFNCIAS
1. Afzelius AE, Gunnarsson M, Nordgren H. Guidelines for prophylactic
radical lymph node dissection in cases of carcinoma of the external
ear. Head Neck Surg. 1980;2:361.
2. Arriaga M, Curtin H, Takahashi H, et al. Staging proposal for external
auditory meatus carcinoma based on preoperative clinical examination
and computed tomography findings. Ann Otol Rhinol Laryngol.
1990;99(9.1): 714-21.
3. Austin JR, Stewart KL, Fawzi N. Squamous cell carcinoma of the
external auditory canal: Therapeutic prognosis based on a proposed
staging system. Arch Otolaryngol. 1994;120:1228.
4. Fisch U. Infratemporal fossa approach to tumors of the temporal
bone and base of the skull. J Laryngol Otol. 1978;92:949-67.
5. Goodwin WJ, Jesse RH. Malignant neoplasms of the external auditory
canal and temporal bone. Arch Otolaryngol. 1980;106:675.
6. Medina JE, Park AO, Neely JG, Britton BH. Lateral temporal bone
resections. Am J Surg. 1990;160:427-33.
7. Sa GM. Tumores malignos do ouvido. In: Brando LG, Ferraz AR.
Cirurgia de cabea e pescoo. Livraria Roca; 1989:529-33.
8. Sa GM. Tumores malignos do pavilho auricular, conduto auditivo e
ouvido mdio. In: Barbosa MM, Sa GM, Lima RA. Diagnstico e
tratamento dos tumores de cabea e pescoo. So Paulo: Atheneu;
2001:153-63.
184
185
186
NOTA FINAL
Para o Instituto Nacional de Cncer (INCA), qualquer conduta aplicada
em suas unidades hospitalares que se encontre fora das aqui especificadas
deve ser considerada experimental e irregular.
Nos exames para diagnosticar a extenso da doena e o estadiamento,
para todos os tipos de cncer citados neste livro, utiliza-se o Sistema TNM
de Classificao dos Tumores Malignos da International Union Against
Cancer (UICC), que revisado a cada cinco anos.
187
188