Curso Eletricidade Automotiva

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APRESENTAO

Este curso completo de eletricidade automotiva apresenta de maneira objetiva e com

ilustraes detalhadas o funcionamento dos componentes eltricos do automvel.


Assim, o objetivo deste curso explicar o funcionamento desde a eletrnica bsica

eletrnica avanada de um veculo, bem como a funcionalidade dos principais


componentes eltricos e ainda, os meios de diagnosticar os defeitos mais recorrentes.

Este curso destinado tanto para iniciantes como profissionais experientes que queiram
aperfeioar seus conhecimentos na rea da eletricidade automotiva. Para isso, o curso
abrange o sistema de injeo eletrnica monoponto e multiponto, common rail,
sensores, atuadores, scanners, esquemas eltricos e tudo que o profissional necessita
para realizar diagnsticos eltricos em veculos.

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - tomos................................................................................................................................................ 8
Figura 2 - Eltrons atravessando a seo reta de um fio. .................................................................. 8
Figura 3 Caixa dgua. .................................................................................................................................... 9
Figura 4 Direo dos eltrons. ................................................................................................................ 10
Figura 5 Bateria de automvel. .............................................................................................................. 11
Figura 6 Multmetro. ................................................................................................................................... 12
Figura 7 Resistores. ..................................................................................................................................... 13
Figura 8 Equaes de Ohm. ...................................................................................................................... 14
Figura 9 Alternador. .................................................................................................................................... 15
Figura 10 Diagrama que demonstra uma maneira de induzir corrente eltrica em um
circuito independente. ................................................................................................................................... 15
Figura 11 Outro exemplo de circuito indutor de corrente eltrica. ....................................... 16
Figura 12 Bobina automotiva, capaz de elevar uma DDP de 12 Volts para valores
superiores aos 20.000 Volts. ....................................................................................................................... 16
Figura 13 Corrente alternada.................................................................................................................. 17
Figura 14 Grfico de corrente contnua. ............................................................................................. 17
Figura 15 Gerador. ....................................................................................................................................... 19
Figura 16 Sistema de injeo eletrnica. ............................................................................................ 20
Figura 17 Componentes do sistema Monoponto. ........................................................................... 22
Figura 18 Componentes do sistema multiponto............................................................................. 23
Figura 19 Componentes do sistema Common-rail......................................................................... 24
Figura 20 Componentes do sistema de alimentao diesel por unidade injetora. .......... 24
Figura 21 Sistema de sensores e atuadores. ..................................................................................... 25
Figura 22 Sensor de posio do acelerador. ..................................................................................... 26
Figura 23 Instalao do sensor em uma polia. ................................................................................ 27
Figura 24 Corrente eltrica na forma de pulso................................................................................ 28
Figura 25 Sonda lambda. ........................................................................................................................... 29
Figura 26 Grfico de tenso senoidal da sonda lambda. ............................................................. 29
Figura 27 Sensor de posio de borboleta. ....................................................................................... 31
Figura 28 Funcionamento do sensor. .................................................................................................. 31
Figura 29 Sensor capacitivo e sensor tipo membrana resistiva. ............................................. 32
Figura 30 Sensor de fluxo de ar.............................................................................................................. 33
Figura 31 Sensor de massa de ar. .......................................................................................................... 34
Figura 32 Sensor de temperatura da gua. ....................................................................................... 34
Figura 33 Sensor de Temperatura do Ar............................................................................................ 36
Figura 34 - Sensor de temperatura do leo. ......................................................................................... 36
Figura 35 - Sensor de presso do turbo. ................................................................................................ 37
Figura 36 Sensor de fase do comando. ................................................................................................ 38
Figura 37 Ondas geradas por sensor indutivo e por sensor de Efeito Hall. ........................ 38
Figura 38 Sensor de detonao. ............................................................................................................. 40

Figura 39 Eletromagnetismo................................................................................................................... 41
Figura 40 Campos magnticos. ............................................................................................................... 42
Figura 41 Hiptese de Faraday. ............................................................................................................. 42
Figura 42 - Faraday entendia a repulso e atrao entre cargas eltricas como efeitos
indiretos, produzidos pelas linhas de fora.......................................................................................... 43
Figura 43 Exemplos de solenoide. ........................................................................................................ 44
Figura 44 Funcionamento do solenoide. ............................................................................................ 44
Figura 45 Multmetros. .............................................................................................................................. 45
Figura 46 - Multmetro. ................................................................................................................................. 45
Figura 47 - Grfico de tenso senoidal da sonda lambda. .............................................................. 46
Figura 48 Sinal do sensor de fase. ......................................................................................................... 47
Figura 49 - Esquema de caneta de polaridade. ................................................................................... 48
Figura 50 - Caneta de polaridade. ............................................................................................................. 49
Figura 51 - Escner ou rastreador. ........................................................................................................... 50
Figura 52 Variador de fase. ...................................................................................................................... 51
Figura 53 - Esquema da vlvula de controle do turbo. .................................................................... 51
Figura 54 - Esquema de rel........................................................................................................................ 52
Figura 55 - Esquema de rel........................................................................................................................ 52
Figura 56 Esquema de rel simples de 4 pinos. .............................................................................. 53
Figura 57 - Diagrama de um rel............................................................................................................... 53
Figura 58 - Funcionamento de um rel. ................................................................................................. 54
Figura 59 - Esquema de funcionamento de uma vlvula EGR. ..................................................... 54
Figura 60 - Bico injetor. ................................................................................................................................. 55
Figura 61 - Bomba de combustvel........................................................................................................... 56
Figura 62 - Bobina de ignio. .................................................................................................................... 56
Figura 63 - Sinal de vela de ignio. ......................................................................................................... 57
Figura 64 - Vela de ignio. .......................................................................................................................... 58
Figura 65 Medidas ideais de distncia entre os eletrodos. ........................................................ 58
Figura 66 Lmpadas de faris................................................................................................................. 59
Figura 67 Kit Xenon. ................................................................................................................................... 60
Figura 68 Esquema de funcionamento de lmpadas de faris. ................................................ 60
Figura 69 - Diagrama eltrico. .................................................................................................................... 61
Figura 70 - Diagrama eltrico. .................................................................................................................... 62
Figura 71 - Diagrama eltrico de um Ecosport. .................................................................................. 63
Figura 72 - Diagrama eltrico Volkswagen........................................................................................... 64

SUMRIO
1.

INTRODUO .............................................................................................................................................. 7

2. ELETRICIDADE BSICA ............................................................................................................................... 7


2.1- Voltagem ................................................................................................................................................... 9

2.2- Resistncia............................................................................................................................................. 11
2.3- Amperagem ........................................................................................................................................... 13
2.4- Primeira Lei de Ohm ......................................................................................................................... 13
2.5- Corrente induzida .............................................................................................................................. 14
2.6- Corrente alternada............................................................................................................................. 16
2.7-Corrente contnua ............................................................................................................................... 17
2.8- Frequncia ............................................................................................................................................. 17
2.9- Acumuladores ou baterias.............................................................................................................. 18
2.10- Geradores ............................................................................................................................................ 18

3 - Sistema de Alimentao de Combustvel ........................................................................................ 19


3.1- Sistema Monoponto........................................................................................................................... 20
3.2- Sistema Multiponto ........................................................................................................................... 22
3.3- Sistemas de Alimentao Motores Diesel ................................................................................ 23
3.4- Sistema de Alimentao Diesel Common-rail. ....................................................................... 23
3.5- Sistema de Alimentao Diesel por Unidade Injetora ........................................................ 24

4- Sensores e Atuadores................................................................................................................................ 24
4.1- Sensores ................................................................................................................................................. 26
4.1.1- Sensor de Posio do Pedal Acelerador ........................................................................... 26

4.1.2- Sensor de Posio do Virabrequim ou Rotao ............................................................ 27


4.1.3- Sonda Lambda ............................................................................................................................. 28

4.1.4- Sensor de Posio de Borboleta ........................................................................................... 30

4.1.5- Sensor de presso absoluta MAP ..................................................................................... 31

4.1.6- Sensor de fluxo de ar ................................................................................................................ 32

4.1.7- Sensor de massa de ar .............................................................................................................. 33


4.1.8- Sensor de temperatura da gua ........................................................................................... 34

4.1.9- Sensor de Temperatura do Ar .............................................................................................. 35

4.1.10- Sensor de temperatura do leo ......................................................................................... 36


4.1.11- Sensor de presso do turbo ................................................................................................ 36

4.1.12- Sensor de fase do comando ................................................................................................. 37


4.1.13- Sensor de Detonao .............................................................................................................. 39

5- Eletromagnetismo ...................................................................................................................................... 40
5.1- Solenoide ................................................................................................................................................ 43

6 - Ferramentas Eletroeletrnicas............................................................................................................ 44
6.1- Multmetro ............................................................................................................................................ 44
6.2 - Osciloscpio automotivo ................................................................................................................ 46
6.3 Caneta de polaridade ...................................................................................................................... 47
6.4- Escner ou Rastreador ..................................................................................................................... 49

7- Atuadores ....................................................................................................................................................... 50
7.1- Variador de fase .................................................................................................................................. 50
7.2- Vlvula de controle do turbo ......................................................................................................... 51
7.3- Rel ........................................................................................................................................................... 52
7.4 Vlvula EGR ............................................................................................................................................ 54
7.5-Bico injetor ............................................................................................................................................. 54
7.6- Bomba de combustvel ..................................................................................................................... 55
7.7- Bobina de ignio ............................................................................................................................... 56
7.8- Vela de ignio ..................................................................................................................................... 57
7.9- Lmpadas ............................................................................................................................................... 58

8- Diagramas eltricos ................................................................................................................................... 61

1. INTRODUO
At meados da dcada de 90, os profissionais responsveis pela manuteno de

automveis no Brasil se dividiam basicamente em dois grupos: os que sabiam de

eletricidade e os que no sabiam. Dentre aqueles que sabiam, encontravam-se os


eletricistas, que resolviam somente problemas relacionados ao que circundava os
mecanismos eltricos contidos nos carros. J aos que no conheciam a fundo o sistema
eltrico, restava a manuteno das partes mecnicas.

Hoje, com o advento de novas tecnologias, a mecnica e a eletricidade de

automveis se misturam, e nesta associao nasce um novo reparador, que consegue

mesclar conhecimentos das duas reas. E justamente esse o objetivo do curso:


possibilitar a unio entre mecnico e eletricista, na qual o primeiro adquire

conhecimentos de eletricidade, para que os problemas no seu campo de estudo sejam

resolvidos com maior preciso, ao passo que o segundo tambm aplique o seu
conhecimento eltrico s partes mecnicas, possibilitando uma maior gama de servios.

2. ELETRICIDADE BSICA

A corrente eltrica a mgica mais bem realizada pela natureza, e embora no

possamos v-la, responsvel por diversos fenmenos, muitas vezes vitais para o ser
humano, a exemplo do simples bater do nosso corao, ou dos movimentos musculares

que nos permitem nos alimentar, ou ainda dos impulsos eltricos que conduzem as mais

belas imagens dos olhos at o crebro. Se no fosse pela eletricidade, muito

provavelmente voc no estaria lendo estas pginas.

Mas o que essa to intrigante corrente eltrica?

A primeira demonstrao de uma corrente eltrica foi realizada em 1800 por um

fsico italiano, que se utilizou de uma pilha qumica constituda por uma srie de pares
de placas metlicas, colocadas uma aps a outra e separadas por um tecido embebido

em cido. Ele produziu o que hoje nos possibilita falar ao celular, clarear um ambiente

escuro com uma lanterna e/ou ouvir uma boa msica atravs do rdio: construiu a
primeira bateria.

Sabemos que toda matria formada por molculas que, por sua vez, so

divididas em tomos, e justamente neste nvel atmico que acontece a mgica

transferncia que possibilita as mais variadas utilizaes, estamos falando da corrente


eltrica, a transferncia de eltrons de um tomo para outro.

Para evidenciar este fenmeno de transferncia, cabe observar a figura abaixo:

Figura 1 - tomos
Os tomos, por natureza, tendem a se manter estveis, ou seja, com a mesma

quantidade de eltrons e prtons. Quando perde esta estabilidade, o tomo tende a

fornecer ou adquirir eltrons de outro que esteja prximo, e este por sua vez fornecer ou
adquirir de um terceiro, e assim sucessivamente.

Esta transferncia normalmente se d de um tomo com mais eltrons para um

com menos eltrons. Em outras palavras, se colocarmos alinhada uma quantidade de

tomos e retirarmos eltrons do ltimo tomo da fila, deixando-o consequentemente

instvel, ele poder adquirir eltrons do mais prximo, que por sua vez faria o mesmo e
assim sucessivamente, formando a corrente eltrica.

Figura 2 - Eltrons atravessando a seo reta de um fio.

Uma vez descoberto como se d a mgica da corrente eltrica, passaremos a

estudar algumas caractersticas e efeitos produzidos por ela.


2.1- Voltagem

A voltagem uma caracterstica da corrente eltrica. muito comum ouvirmos as

pessoas questionando: Qual a voltagem desta TV? Ou Devo ligar este aparelho em 110

ou 220 volts? Comearemos a perseguir estas respostas neste momento.

A voltagem a presso que os eltrons fazem para atravessar a seo de um

determinado condutor eltrico, um fio de cobre, por exemplo. Deste modo, quanto maior

a presso destes eltrons, maior a voltagem; assim como o contrrio, quanto menor a

presso, menor a voltagem. Assim, inferimos que a voltagem a capacidade de

transferncia de eltrons ou presso exercida por estes. Em analogia a uma caixa dgua,

podemos imaginar que a gua exerce uma presso para sair pela torneira, e quanto
maior a altura em que esta caixa for colocada, maior a presso, e quanto menor a altura
menor a presso.

Veja na figura abaixo:

Figura 3 Caixa dgua.


como se a caixa estivesse cheia de eltrons instveis querendo descer cano

abaixo e quanto mais eltrons querendo descer, maior a voltagem.

Agora vamos estudar a direo destes eltrons. Existem duas direes, uma real e

outra didtica. A real a que vimos anteriormente, em que um eltron se desloca de um

tomo com mais eltrons para um com menos. Podemos dizer que um tomo com mais

eltrons est carregado negativamente e um tomo com menos eltrons est carregado
positivamente. Desta maneira, temos que a direo real dos eltrons se d do polo

carregado negativamente, simbolizado pelo sinal de subtrao (-), para o polo carregado
positivamente, simbolizado pelo sinal de adio (+). Veja figura abaixo:

Figura 4 Direo dos eltrons.


Deste modo, voltagem equivale presso e a diferena de potencial (DDP). Assim,

positivo e negativo so meramente referenciais, pois basta que se tenha diferena de


potencial entre dois polos para podermos designar qual ser chamado de positivo e qual

ser chamado de negativo. Podemos tambm designar o positivo como ctodo, que
onde se recebem eltrons, e o negativo como nodo, que perde eltrons.
Revendo:

Positivo + Ctodo

Negativo nodo

Uma bateria de automvel possui seus polos estrategicamente bem destacados, a

fim de que no sejam invertidas as ligaes dos cabos, o que poderia ocasionar srios

danos rede eltrica do automvel. Veja figura abaixo:

10

Figura 5 Bateria de automvel.


Quando carregada, uma bateria ou acumulador de energia, como chamada

comumente, possui em seu nodo (ou polo negativo) uma quantidade de eltrons maior
que no ctodo (ou polo positivo); esta quantidade estabilizada por processo qumico

interno, mantendo a bateria com uma DDP (diferena de potencial) que medida em
Volts. Para que ocorra o carregamento do acumulador, necessria uma DDP acima de
12 Volts, enquanto que nos veculos esta voltagem normalmente de 13,8 Volts,
ajustada pelo regulador de DDP contido no alternador.

Quando o acumulador est completamente descarregado, a quantidade de

eltrons a mesma nos dois polos. Se neste momento fizermos a medio com um
voltmetro, equipamento apropriado, encontraremos 0 Volts (carga nula).
2.2- Resistncia

Podemos definir a resistncia como sendo a dificuldade que os eltrons

encontram para percorrer o caminho do nodo at o ctodo. Esta resistncia pode variar

de acordo com o dimetro do material percorrido, com a sua temperatura e at mesmo


com a diversidade de materiais utilizados no circuito eltrico que existem na natureza.
Normalmente, para se levar cargas de um lugar para outro, utilizamos materiais

conhecidos como bons condutores de eletricidade e utilizamos como isoladores destes


componentes, materiais conhecidos como maus condutores de eletricidade. Assim,

podemos ter como bons condutores de eletricidade o alumnio e o cobre, e como maus
condutores a borracha, a madeira e a cermica.

Podemos utilizar novamente a caixa dgua como analogia. A resistncia poderia

ser entendida como o cano que leva a gua da caixa at a sada. Quanto maior o dimetro

11

do cano, mais fcil a gua ir percorr-lo e consequentemente ter uma menor

resistncia, ou seja, seguindo para zero (0) em resistncia. Por outro lado, quanto menor

o dimetro do cano, mais dificuldade a gua ter para escoar at a sada. Neste caso,

teremos uma maior resistncia passagem da gua.

A resistncia de um material dada em Ohms, e medimos com um ohmmetro.

Para medirmos a resistncia, devemos desligar o material a ser medido, ou seja, no

deve haver corrente eltrica percorrendo o material.

Podemos considerar que todos os materiais possuem resistncia passagem dos

eltrons, desta maneira, o valor de resistncia zero (0) apenas terico. Mas sabemos
que quanto mais prximos dele a resistncia estiver, mais livre se dar a passagem dos

eltrons. O curto-circuito ocorre quando se tem uma resistncia prxima de zero. Veja
um multmetro com as medies de resistncia:

Figura 6 Multmetro.
O resistor, propriamente dito, faz parte de qualquer circuito, j que a corrente

eltrica, ao atravess-lo, promove um acontecimento qualquer, por exemplo: gerar calor,


produzir eletrom, provocar movimentos, baixar tenses e etc.. Assim, podemos, de

uma maneira geral, considerar como resistor todo material percorrido por uma corrente

eltrica.

Abaixo exemplos de resistores:

12

Figura 7 Resistores.
2.3- Amperagem
A quantidade de eltrons que pode passar por uma seo de um material

conhecida como amperagem, mensurada com um ampermetro, e a unidade de medida


o Ampre simbolizado pela letra A.

necessrio que o circuito esteja em funcionamento para que se consiga medir a

amperagem. E na maioria dos equipamentos utilizados para esta medio, a corrente


dever percorr-lo, numa ligao conhecida como ligao em srie.

A amperagem est diretamente relacionada com os valores em Volts que o

circuito est submetido e com os valores da resistncia do circuito em questo. Esta

relao poder ser vista no prximo tpico.


2.4- Primeira Lei de Ohm

A relao matemtica existente entre os valores em Volts, Ohms e Ampre de um

dado circuito ficou conhecido como a 1 Lei de Ohm, veja abaixo:

13

Figura 8 Equaes de Ohm.


Com estas equaes podemos estabelecer valores antecipados de resistncia e

voltagem, de acordo com resultado pretendido. Por exemplo: se queremos que uma

lmpada ilumine com 500watts de potncia ligada a uma fonte de 12volts, devemos, por

intermdio das equaes de Ohm, chegar ao valor de resistncia ideal do filamento desta
lmpada.

Percebemos que podemos utilizar esta Lei para vrias operaes desejadas, como

exemplo, encontrar o fusvel de proteo ideal para um determinado circuito.

Podemos exemplificar com um simples chuveiro eltrico. A placa deste chuveiro

trs as seguintes identificaes:


220 Volts

5500watts

E segundo a lei de Ohm, qual a amperagem produzida pelo circuito deste

chuveiro?

Aplicando as frmulas de Ohm, teremos:


= . , assim, 5500watts = 220 x I

Em que, I = 5500/220, desta maneira I = 25, ou seja, 25 A.

Agora podemos perguntar, qual a resistncia eltrica deste chuveiro?


= /, assim, R = 220V/25A, que d, R = 8.8
2.5- Corrente induzida
Podemos, por intermdio de um circuito independente, induzir corrente eltrica

em outro circuito prximo. Este fenmeno fsico conhecido como induo eltrica, e

14

largamente utilizado principalmente na construo de transformadores e motores


eltricos. Veja abaixo um exemplo:

Figura 9 Alternador.
Neste caso temos uma aplicao muito comum em automveis. O alternador, pea

vital no sistema eltrico de veculos atuais, se utiliza do fenmeno da induo eltrica.

Figura 10 Diagrama que demonstra uma maneira de induzir corrente eltrica em um


circuito independente.

15

Figura 11 Outro exemplo de circuito indutor de corrente eltrica.

Figura 12 Bobina automotiva, capaz de elevar uma DDP de 12 Volts para valores
superiores aos 20.000 Volts.

2.6- Corrente alternada


Conhecemos como corrente alternada aquela que sofre variaes em sua DDP em

um determinado tempo. Podemos encontr-la comumente em circuitos residenciais. No


entanto, nos automveis pode ser encontrada na parte interna de um alternador e na
sada de alguns sensores como os indutivos e sonda lambda. Veja abaixo um grfico
representativo de corrente alternada:

16

Figura 13 Corrente alternada.


2.7-Corrente contnua
Ao contrrio da corrente alternada, a corrente contnua no sofre variaes em

um espao de tempo. Pode ser encontrada em acumuladores, pilhas, baterias e


geradores de corrente contnua. Veja abaixo um grfico que representa a corrente
contnua:

Figura 14 Grfico de corrente contnua.


2.8- Frequncia
Podemos medir as variaes de tenso em um circuito. Para tanto, utilizaremos

um equipamento conhecido como frequencmetro. O resultado nos dado em Hertz,


unidade de medida representada por Hz. Alguns sistemas no automvel nos fornecem
dados em Hz e, nestes casos, para um diagnstico mais preciso, se faz necessria a
utilizao deste equipamento.

17

A rede eltrica residencial possui corrente alternada e a frequncia da oscilao

desta corrente de 60Hz, ou seja, ela possui 60 ciclos de onda em um segundo.


2.9- Acumuladores ou baterias

Sua principal funo fornecer energia para o incio de funcionamento do

veculo, ou seja, alimentar o motor de arranque com energia eltrica para que o motor

inicie seu funcionamento. A bateria possui capacidade para armazenar energia por
vrios dias. Mas a bateria, alm da partida imediata, tambm auxilia na estabilizao da
energia fornecida pelo alternador, diminuindo os riscos de variaes bruscas de tenso.

A bateria possui dois terminais, um ctodo e um nodo, normalmente confeccionados

em chumbo.

Devemos tomar alguns cuidados na manuteno deste item, como manter os

terminais sempre limpos e livre de oxidao. E em caso de ter que dar partida,
utilizando-se de bateria auxiliar, tomar os seguintes cuidados: Ligar os cabos da bateria

auxiliar na bateria do veculo observando atentamente a polarizao, elas devem

coincidir, ou seja, positivo com positivo e negativo com negativo; ligar o veculo auxiliar

e deix-lo funcionando de 5 a 10 minutos, depois dar partida no veculo com problemas


e deix-lo funcionando de 5 a 10 minutos e, para finalizar, desligar os cabos. Esse

procedimento diminui as chances de ocorrer picos de tenso que podem danificar


componentes eletrnicos do veculo.
2.10- Geradores
A funo dos geradores eltricos pode ser fornecer energia para utilizao

imediata, como fazem os geradores de usinas hidreltricas, ou pode ser para utilizao
mista, ou seja, alm de suprir o consumo daquele instante, acumular energia para futura
necessidade. A segunda opo a que se faz presente nos automveis.

Nossos automveis so equipados com um acumulador (bateria) e um gerador

(alternador). Quando o motor entra em funcionamento, o gerador assume a dupla

funo de suprir a demanda de energia do automvel e ainda manter carregada a bateria


para partidas futuras.

Um gerador produz uma corrente eltrica induzida do ctodo para o nodo,

sentido inverso da corrente, veja na figura abaixo:

18

Figura 15 Gerador.

3 - Sistema de Alimentao de Combustvel

Nos veculos atuais, a alimentao de combustvel se faz por intermdio de

clculos eletrnicos. Este gerenciamento realizado por um computador, conhecido


como central de injeo, que calcula a quantidade de combustvel exata para cada
regime de funcionamento do motor. Ela consegue isto analisando dados provenientes de

sensores espalhados pelo automvel, que, no momento ideal, envia sinais aos atuadores,
e estes por sua vez, realizaro as ordens enviadas pela central.

No Brasil, temos vrios modelos de sistemas de injeo. Desde que estes sistemas

passaram a equipar nossos veculos, ainda na dcada de 90, eles vm evoluindo e se

utilizando das mais modernas tecnologias disponveis.

Por questo didtica, podemos dividir os sistemas de alimentao de

combustveis em dois grupos bsicos: os sistemas Monoponto, que possuem um injetor,


e os sistemas Multiponto, que possuem um injetor de combustvel para cada cilindro.

Veja abaixo uma figura que ilustra os principais componentes de um sistema de injeo
eletrnica.

19

Figura 16 Sistema de injeo eletrnica.


Nos prximos tpicos passaremos a analisar detalhadamente cada um dos dois

grupos.

3.1- Sistema Monoponto


O sistema de injeo eletrnica Monoponto, ou seja, aquele que possui apenas um

injetor, chegou ao Brasil posteriormente ao sistema Multiponto. A histria curiosa: j


que tnhamos sistemas Multiponto, por que ento retornar ao sistema Monoponto, que
por motivos diversos se coloca em condio inferior a ele?

Em 1988, a Volkswagen inaugura no Brasil a era da injeo eletrnica, e traz um

sistema Multiponto j ultrapassado na Alemanha, mas que significou um salto e tanto


para o Brasil, que ainda utilizava o carburador no sistema de alimentao.

20

Quase simultaneamente, em 1990, a abertura econmica coloca o Brasil em

contato com novas tecnologias. As montadoras nacionais precisavam se adaptar

rapidamente s mudanas do mercado e comearam a lanar sistemas de injeo


eletrnica que fossem ao mesmo tempo eficientes e mais baratos. Assim, surgem

incessantes adaptaes de sistemas de injeo Monoponto, que tanto j eram utilizados

em outros pases da Amrica Latina quanto tambm eram mais baratos, possibilitando a
concorrncia com veculos importados.

Em 1992, com as novas resolues de emisses de gases efeito estufa na

atmosfera, as montadoras se viram obrigadas a utilizar sistemas cada vez mais


avanados e retornaram imediatamente aos sistemas Multiponto. S que, em uma nova

fase, ao invs de utilizar sistemas Multiponto analgicos, como eram os que a

Volkswagen trouxe para o Brasil em 1988, passaram a utilizar sistemas digitais, com

velocidade de processamento muito superior.

O sistema Monoponto, como o nome j diz, possui apenas um injetor de

combustvel. Sabemos que os motores de automveis possuem ao menos quatro


cilindros. Por isto, este componente acaba tendo que se multiplicar em capacidade para
conseguir realizar um funcionamento perfeito. A prpria condio de montagem a qual

ele submetido, haja vista, distante da cmara de exploso, j uma barreira para o

funcionamento perfeito dos motores. De qualquer modo, devemos observar que o

sistema Monoponto ainda bem superior ao sistema Multiponto do Gol GTi, proposto

pela Volkswagen em 1988, e aos sistemas carburados que equipavam nossos

automveis.

Abaixo algumas ilustraes de componentes do sistema Monoponto.

21

Figura 17 Componentes do sistema Monoponto.


3.2- Sistema Multiponto
No sistema Multiponto, podemos ter os quatro injetores funcionando de maneira

simultnea, ou seja, injetando combustvel de uma s vez. Neste caso, ele no se mostra
to eficiente, j que despeja combustvel em todos os cilindros no momento em que

apenas um se mostra preparado para receb-lo, piorando o processo de atomizao do


combustvel. Este sistema pode ser conhecido como injeo simultnea.

Temos tambm o sistema Multiponto que despeja combustvel no modo semi-

sequencial. Este j bem mais eficiente que o simultneo, mas continua enviando

combustvel em pelo menos um cilindro em momento inoportuno.

O sistema atual, conhecido como sequencial, despeja combustvel em processo

individual, ou seja, coloca a quantidade exata de combustvel em cada cilindro,

melhorando o processo de atomizao e evitando que fique combustvel parado na


entrada do cilindro at ser sugado para a cmara.

Abaixo esto algumas ilustraes de componentes do sistema multiponto:

22

Figura 18 Componentes do sistema multiponto.


3.3- Sistemas de Alimentao Motores Diesel
Enquanto os sistemas de injeo eletrnica de automveis avanavam

rapidamente no quesito tecnologia, os sistemas de alimentao de combustvel dos

utilitrios e caminhes caminhavam a passos lentos, e a Bomba Injetora, equipamento


ineficiente para atender s novas regras de emisses de poluentes, ainda equipava
grande parte da nossa frota. claro que, dentre os veculos produzidos hoje,
praticamente todos saem da fbrica com sistemas de injeo comandados
eletronicamente.

A linha diesel brasileira no obteve um avano gradativo como a de veculos

leves. A linha diesel obteve sim um salto tecnolgico que deixou uma gama enorme de

reparadores desesperados em aprender tudo sobre eletricidade, a fim de conhecer


melhor os sistemas que chegavam para ser reparados em suas oficinas.

Podemos destacar dois sistemas de injeo eletrnica diesel que predominam

hoje em nosso mercado. Abordaremos nos tpicos abaixo.


3.4- Sistema de Alimentao Diesel Common-rail.

Este sistema se faz presente principalmente na linha diesel leve, embora possa

tambm equipar a linha pesada, em menor nmero. Caracteriza-se por alguns aspectos:
possui um injetor para cada cilindro, ligados uniformemente em um tubo comum (da o

nome common-rail); estes injetores so alimentados por uma bomba de alta presso; a

presso produzida pela Bomba de Alta pode chegar facilmente casa dos 1600 Bar, o
que melhora em grande escala a atomizao do combustvel, resultando numa queima

23

muito mais eficiente em relao ao que tnhamos no sistema alimentado por Bomba
Injetora.

Abaixo ilustrao dos principais componentes do sistema Common-rail.

Figura 19 Componentes do sistema Common-rail.


3.5- Sistema de Alimentao Diesel por Unidade Injetora
Este sistema se faz presente na linha pesada diesel, e mostra-se bastante

eficiente, embora as atualizaes demonstrem que ser substitudo em breve pelo


sistema Common-rail, que consegue realizar injees de combustvel mais precisas.
Abaixo ilustraes dos componentes principais deste sistema.

Figura 20 Componentes do sistema de alimentao diesel por unidade injetora.

4- Sensores e Atuadores

24

Para que a central eletrnica atue sobre o funcionamento de algum componente,

necessrio que ela consiga realizar a leitura do estado em que se encontra o veculo

naquele momento, ou seja, precisa saber se naquele determinado momento possvel,

de acordo com programaes pr-definidas pelo fabricante, realizar tal comando.

Para tanto, ela realiza leituras e comandos simultaneamente. Sempre por

intermdio de atuadores e sensores espalhados pelo veculo. Abaixo ilustrao de um

sistema.

Figura 21 Sistema de sensores e atuadores.

25

4.1- Sensores
Responsveis por enviar sinais eltricos para a central de injeo, estes

componentes esto espalhados pelo veculo, e so vitais para o perfeito funcionamento


do conjunto. A central eletrnica toma decises baseadas nas leituras destes
componentes. Desta maneira, se eles informarem algum dado errado para a central de

injeo, bem provvel que esta tomar decises erradas, o que podemos chamar de

anomalias do sistema de injeo. Deste modo, comeamos a perceber que nem sempre
quando um atuador funciona de maneira incorreta por um erro interno dele.
Vamos analisar detidamente cada componente.

4.1.1- Sensor de Posio do Pedal Acelerador

responsvel por informar para a central a posio instantnea do pedal do

acelerador, fazendo com que essa perceba as reaes do condutor e suas intenes.
Quando o condutor pretende realizar uma ultrapassagem, ele pisa mais forte no

acelerador e o sinal eltrico enviado pelo sensor modificado, logo, a central entende

que dever aumentar a quantidade de combustvel injetada, possibilitando que o veculo


ganhe velocidade e realize a ultrapassagem.

Possui normalmente dois potencimetros internos, que podem ser testados com

o uso do multmetro, tanto no modo resistncia quanto no modo voltagem. Este ltimo
mais recomendado devido a sua maior eficincia.

vivel utilizarmos o osciloscpio para testar estes componentes, pois algumas

falhas ocorrem de forma to rpida que o multmetro no consegue nos mostrar.

Figura 22 Sensor de posio do acelerador.

26

4.1.2- Sensor de Posio do Virabrequim ou Rotao

A central de injeo consegue, por intermdio do sensor de rotao, a posio

exata do eixo virabrequim. Este dado muito importante, tendo em vista que a hora

exata da injeo, o momento certo para o envio da centelha da vela e a preparao para o

prximo ciclo, somente possvel se a central obtiver esta informao de maneira


precisa.

O sensor de rotao normalmente instalado junto s extremidades do eixo

virabrequim, na polia dianteira ou no volante traseiro, porm nada impede que ele seja

instalado dentro do distribuidor, como ocorre em alguns veculos.

Veja abaixo uma ilustrao na qual a instalao do sensor se d em uma polia.

Figura 23 Instalao do sensor em uma polia.


Este nada mais que um gerador de energia, que possui em seu interior um m

permanente e um cilindro de ferro macio, envolvido por um enrolamento de fio de


cobre. Quando os ressaltos da polia passam frente do sensor, este induz uma corrente
eltrica na forma de pulso, que enviada diretamente central de injeo.
Veja o seu sinal capturado por um osciloscpio.

27

Figura 24 Corrente eltrica na forma de pulso.


Podemos observar na ilustrao anterior que existe uma sequncia de sinais

intercalada por um pequeno espao. Este espao a falha de dois dentes que existem

propositalmente na polia, a fim de que a central reconhea a posio exata do eixo


virabrequim. Por intermdio de programao pr-determinada pelo fabricante, a central
sabe qual a posio em que se encontra o eixo virabrequim quando ocorre a falha, e
inicia uma contagem de dente por dente, com valores em graus pr-estabelecidos.

Desta maneira, em um motor com quatro cilindros, a central calcula que, aps a

falha, ela dever esperar a contagem de 20 dentes e disparar uma centelha na vela de

ignio do 3 cilindro, passando para 19 ou 21, sabendo que precisa adiantar ou

atrasar o ponto de ignio.


4.1.3- Sonda Lambda

A mistura ar-combustvel de um motor deve ser calculada de maneira bem

precisa, para que este funcione de forma a utilizar o mximo de sua capacidade, evitando
desperdcio de combustvel.

Para tanto, instalada em alguns sistemas a sonda lambda, que nada mais do

que um gerador de corrente eltrica sensvel diferena do teor de oxignio resultante


da queima da mistura em relao ao ar atmosfrico.

Desta maneira, temos que, quanto mais oxignio resulta da queima da mistura ar-

combustvel, mais pobre est a mistura, fazendo com que a DDP gerada pela sonda
diminua e, quanto menor for o teor de oxignio resultante da mistura, maior a DDP
gerada pela sonda.

28

Com estes dados, a central de injeo poder aumentar ou diminuir a quantidade

de combustvel desejada para cada regime de funcionamento do motor.


Veja abaixo a ilustrao de uma sonda lambda.

Figura 25 Sonda lambda.

O sinal gerado pela sonda varia de 0 1 Volt, sendo que quanto mais pobre a

mistura, ou seja, menos combustvel em relao quantidade de ar, mais prximo de 0 a

voltagem estar.

Veja abaixo um sinal gerado por uma sonda lambda em um osciloscpio

eletrnico, equipamento ideal para realizar este tipo de leitura.

Figura 26 Grfico de tenso senoidal da sonda lambda.


A sonda lambda inicia seu funcionamento com preciso somente depois de

atingir uma temperatura de 300C, assim ela precisa passar pela fase de aquecimento
antes da central de injeo comear a considerar a sua leitura. Este aquecimento pode se

29

dar pelo prprio aquecimento da descarga do veculo, ou por resistncia de


aquecimento.

Temos dois tipos de sonda lambda, considerando o material sensvel empregado

na sua construo. Desta forma, temos a sonda a base de xido de zircnio e o xido de
Titnio.

Uma sonda pode possuir 1, 2, 3 ou 4 fios. Apesar da diferena de quantidade de

fios, o funcionamento em si no sofre alterao. o que veremos a seguir:

Sonda de 1 fio possui aquecimento proporcionado pelo cano de descarga e seu

aterramento realizado tambm pelo prprio cano de descarga.

Sonda de 2 fios possui aquecimento realizado pelo prprio cano de descarga e

aterramento pela central.

Sonda de 3 fios possui aquecimento realizado por resistncia eltrica inserida

no interior da sonda, com aterramento da resistncia na prpria descarga e aterramento


de funcionamento pela central.

Sonda de 4 fios possui aquecimento realizado por resistncia eltrica inserida

no interior da sonda, com aterramento da resistncia no circuito eltrico do veculo e


aterramento do circuito de funcionamento pela central de injeo.

Normalmente uma sonda tem as seguintes cores de fios, podendo variar em caso

de veculos originrios da sia:

Fio branco positivo para aquecimento.

Fio branco negativo para aquecimento.

Fio cinza aterramento proveniente da central de injeo.

Fio preto sinal gerado pela sonda lambda e enviado para central.

4.1.4- Sensor de Posio de Borboleta

Este sensor responsvel por informar central de injeo a posio em que se

encontra a borboleta de acelerao. Por meio de valores pr-determinados, a central

consegue saber a quantidade exata de ar que est entrando no motor em cada volta
completa do eixo-virabrequim.

sinais:

Ele est ligado diretamente central de injeo por 3 fios, e possuem os seguintes
Fio 1 5 Volts.

Fio 2 Aterramento, massa, ou 0 Volts.

30

Fio 3 Sinal enviado central de injeo, pode variar de 0 5 Volts.


Veja a ilustrao.

Figura 27 Sensor de posio de borboleta.


Ele nada mais do que um simples potencimetro, veja seu esquema de

funcionamento.

Figura 28 Funcionamento do sensor.


4.1.5- Sensor de presso absoluta MAP

Este sensor possui a funo de enviar central de injeo a presso instantnea

existente dentro do coletor de admisso do motor. A central de injeo, por intermdio

deste sensor, e com programao pr-determinada consegue enviar ao motor a


quantidade exata de combustvel.

Temos dois tipos de sensores de presso. O sensor capacitivo, que envia sinal de

pulso para central e deve ser testado com a utilizao de um frequencmetro ou

31

osciloscpio. E o sensor tipo membrana, que pode ser testado com um simples

multmetro, muito embora, como dissemos em outra oportunidade, devemos dar


prioridade a utilizao do osciloscpio que sempre mais confivel para este tipo de
teste.

Veja ilustrao de sensor capacitivo e sensor tipo membrana resistiva.

Figura 29 Sensor capacitivo e sensor tipo membrana resistiva.


Alguns sensores de presso utilizados normalmente em ar condicionado, so do

tipo capacitivo. No entanto, diferem deste apresentado, j que neste o sinal de

frequncia gerado sofre variao de acordo com a presso. J no sensor capacitivo mais
moderno, a frequncia permanece a mesma, modificando somente a largura do pulso
eltrico.

4.1.6- Sensor de fluxo de ar

Este sensor instalado na entrada de ar do motor, e tem o objetivo de enviar para

a central de injeo, sinal eltrico correspondente ao volume de ar aspirado pelo motor.

Ela pode ser de fio quente ou de filme quente. Para seu funcionamento um fio ou

um filme aquecido a 100C dentro do recipiente onde se quer medir a passagem de ar,

quando o ar mais frio passa pela resistncia aquecida acaba por alterar seu valor em
resistncia que altera tambm a voltagem que enviada a central.
Veja abaixo ilustrao.

32

Figura 30 Sensor de fluxo de ar.


4.1.7- Sensor de massa de ar

Possui o mesmo objetivo do sensor de fluxo de ar, qual seja, enviar para central

de injeo um sinal eltrico correspondente a quantidade de ar que o motor aspira


naquele momento. No entanto, possui funcionamento diferente do anterior, j que ao

invs do fio ou filme quente, este sensor se utiliza do movimento de uma palheta que,

por sua vez, move um potencimetro e que ao final altera o valor de uma resistncia.
Pela 1 Lei de Ohm, ao se alterar o valor da resistncia, altera-se tambm o valor da DDP
enviada central de injeo.

Este modelo de sensor equipava alguns sistemas Bosch j ultrapassados. Possui

pouca eficincia, tendo em vista que oferece resistncia passagem do ar, ou seja, o ar
ao passar por ele move uma palheta mecnica. Alm da resistncia, a sua velocidade de

envio de informao menor que de fio ou filme quente.


Veja abaixo ilustrao.

33

Figura 31 Sensor de massa de ar.


4.1.8- Sensor de temperatura da gua

Tem como objetivo enviar para central de injeo sinal eltrico referente a

temperatura da gua do motor. Nos veculos, este sensor do tipo NTC, possui

coeficiente negativo de temperatura, ou seja, quanto maior a temperatura, menor ser a


sua resistncia.

Veja abaixo ilustrao.

Figura 32 Sensor de temperatura da gua.


Possui duas conexes eltricas uma com 5 Volts e outra com Negativo, ambas

provenientes da central de injeo.

Quando ocorre a variao de temperatura, a resistncia interna tambm se

modifica, fazendo com que a DDP varie de 0 a 5 Volts.

34

Veja abaixo tabela de funcionamento de um sensor de temperatura do tipo NTC.


Tabela 1 Funcionamento de sensor de temperatura do tipo NTC.
Temperatura

Resistncia

DDP - Voltagem

20C

3730

3,06 Volts

10C
30C
40C
50C
60C
70C
80C
90C

100C
110C
120C

5870
2430
1620
1100
770
540
380
280
210
150
120

3,52 Volts

2,62 Volts
2,16 Volts
1,72 Volts
1,35 Volts
1,04 Volts
0,80 Volts
0,61 Volts
0,47 Volts
0,36 Volts

0,28 Volts

4.1.9- Sensor de Temperatura do Ar

Possui o objetivo de enviar para a central de injeo o valor da temperatura do ar

para que ela possa calcular com mais preciso a quantidade de massa de ar aspirada
pelo motor, aumentado sobremaneira sua eficincia.

Possui as mesmas caractersticas de funcionamento do sensor de temperatura da

gua. Veja ilustrao.

35

Figura 33 Sensor de Temperatura do Ar.


4.1.10- Sensor de temperatura do leo

Possui a funo de enviar para a central de injeo sinal correspondente

temperatura do leo do motor. Seu funcionamento idntico ao da temperatura da gua.

Veja ilustrao.

Figura 34 - Sensor de temperatura do leo.


4.1.11- Sensor de presso do turbo

Possui o objetivo de enviar sinal eltrico para a central de injeo correspondente

presso de ar injetada pela turbina, para que ela possa calcular com preciso a
quantidade de ar admitida pelo motor.

Seu funcionamento idntico ao do sensor de presso absoluta MAP, constante

do item 4.1.4.

36

Veja ilustrao.

Figura 35 - Sensor de presso do turbo.


4.1.12- Sensor de fase do comando

Possui o objetivo de enviar para a central de injeo a posio do comando de

vlvulas em relao ao eixo virabrequim, para que ela possa calcular com exatido qual

cilindro dever receber combustvel, centelha, e ainda, verificar em qual dos cilindros
est ocorrendo detonao.

Temos dois tipos de sensor de fase, o indutivo, que tem seu funcionamento

idntico a do sensor de rotao constante do item 4.1.2, e o tipo Efeito Hall, que merece
melhor dedicao.

O sensor de fase do tipo Efeito Hall, um genioso invento de um americano, o fsico

Edwin Herbert Hall, em1879.

Se tivermos uma corrente eltrica passando sobre um determinado material e

aplicarmos um campo magntico perpendicular a esta corrente, teremos o efeito Hall, no

qual parte da corrente eltrica se desviar perpendicularmente sobre a placa Hall.


Veja abaixo.

37

Figura 36 Sensor de fase do comando.


Os sinais de Efeito Hall formam ondas quadradas, de corte mais rpido que a dos

sensores indutivos, dando maior preciso aos dados enviados para a central de injeo.

Veja abaixo ilustrao de ondas de efeito Hall comparadas s geradas por sensor

indutivo.

Figura 37 Ondas geradas por sensor indutivo e por sensor de Efeito Hall.
O sensor Hall normalmente ligado em 3 fios, sendo um negativo, o outro

positivo (5 ou12 Volts) e o terceiro o sinal gerado, que normalmente encaminhado


central de injeo.

O teste rpido do sensor de Efeito Hall pode ser realizado com uma simples

caneta de polaridade. Testes mais precisos podem ser conseguidos utilizando-se um


osciloscpio.

38

4.1.13- Sensor de Detonao

O momento da queima de combustvel dentro da cmara de exploso nos

motores que operam com gasolina, gs e lcool rigorosamente controlado. No entanto,

descontroles podem ocorrer e a exploso acontecer antes do desejado pela central. Uma

vela de ignio aplicada de maneira errada, uma cmara de combusto com excesso de

carbonizao, um combustvel adulterado ou incompatvel para determinado motor, so


as causas mais comuns de descontrole da queima dentro do cilindro, e podem gerar
danos mecnicos srios s peas internas do motor.

A queima descontrolada normalmente ocorre antes de o pisto estar preparado

para receber o impacto da queima. Em seu movimento de subida, o pisto se desloca

para uma lateral do cilindro e, em um tempo muito pequeno, ele se desloca para o outro
lado do cilindro e imediatamente ocorre a exploso. Acontecendo desta forma, no

haver barulho excessivo nem desgaste prematuro do motor. O problema se d quando,

antes do pisto realizar sua passagem para o outro lado da cmara, ocorre uma exploso

descontrolada, a sim ouviremos um barulho metlico muito forte e as peas internas


sofrero um desgaste prematuro.

O sensor de detonao responsvel por enviar estes sinais para a central de

injeo indicando que algum pisto est sofrendo com o processo de detonao.

A resposta mais bvia da central de injeo seria retardar a centelha da vela do

cilindro correspondente. Se isto resolver o problema, tudo bem, est cumprido o seu
papel.

Um motor muitas vezes precisa operar nos limites, ou seja, muitas vezes seu

ponto de ignio precisa estar na posio mais adiantada possvel, e a central ir, nestes

casos, adiantando este ponto at perceber o sinal do sensor de detonao, momento em

que ela retarda alguns graus deixando o motor no limite da detonao.

Nos casos de detonao por centelha descontrolada, no resolveria a central de

injeo retardar o ponto de ignio, j que neste caso a falha proveniente de algo

externo ao sistema de injeo eletrnica. Nestes casos, ela acender uma luz de anomalia
no painel indicando algum problema no sistema de injeo do veculo.

O sensor de detonao funciona como se fosse um microfone, capturando sinais

especficos de sons produzidos por um motor. Possui em seu interior uma cpsula de
piezeltrico que produz uma corrente eltrica ao vibrar.

39

Veja ilustrao.

Figura 38 Sensor de detonao.


Devemos testar este sensor utilizando um osciloscpio. Para tanto, devemos ligar

o terminal que leva sinal at a central de injeo no osciloscpio, e dar leves batidas com

um objeto metlico prximo ao sensor. As ondas capturadas pelo osciloscpio devem

ultrapassar 0,6 Volts e, medida que formos aumentando a fora das batidas, esta
amplitude tambm dever aumentar.

5- Eletromagnetismo 1

O primeiro material magntico conhecido pelo homem foi a Magnetita, um

mineral abundantemente encontrado na regio da Magnsia, localizada no que hoje a


Turquia, ainda na idade antiga.
Veja ilustrao.

Adaptado de http://www.colegiosagrado.com.br/lereaprender/?p=2859, acesso em 29/03/2011.

40

Figura 39 Eletromagnetismo.
Aps utilizar a Magnetita at mesmo como mquinas de adivinhaes, acabaram

por descobrir que se esfregasse este material numa agulha, ela se magnetizava e
comeava a apontar para o Norte Magntico, criando assim a Bssola. A bssola,

inventada pelos chineses, foi utilizada na Europa pelo menos uns cem anos depois.

Mas importantes descobertas ainda estavam por vir. Peter Peregrinus ainda no

sculo XIII, foi o primeiro ocidental a descrever as propriedades magnticas da


Magnetita. Aps o trabalho de Peter Peregrinus, um novo tratado foi escrito por um
fabricante de instrumentos, Robert Normam, e seu livro apareceu em 1581. Mas o

trabalho mais importante veio em 1600 com o mdico Willian Gilbert. Por mais de um
sculo e meio, nada de mais importante foi escrito.

Mais tarde, em 1820, o professor dinamarqus Hans Christian Oersted conseguiu

provar que, quando uma corrente eltrica passava ao longo de um fio produzia um
campo magntico.

Logo aps, Ampre, um cientista francs, esclareceu o efeito de uma corrente

sobre um im e o efeito oposto, de um im sobre uma corrente.

Mas as descobertas principais vm aps a inveno do eletromagneto, pois, com

ele foi possvel introduzir campos magnticos bem mais poderosos que o existente na
magnetita.

41

Figura 40 Campos magnticos.


Michael Faraday, na Inglaterra, iniciou suas pesquisas argumentando que se uma

corrente num fio produzia efeitos magnticos, como Ampre tinha demonstrado, o
inverso poderia ser verdadeiro, isto , um efeito magntico poderia produzir uma
corrente eltrica.

Para testar essa hiptese, Faraday enrolou duas espiras de fio num anel de ferro,

uma ligada a uma bateria e a outra, ligada a um medidor de corrente eltrica, verificando
a existncia, na segunda espira, de uma corrente temporria quando ligava e desligava a
bateria.

Veja abaixo ilustrao.

Figura 41 Hiptese de Faraday.

42

Noutra experincia, Faraday usou uma espira enrolada em uma haste de ferro e

dois ms em forma de barra para demonstrar que os ms, por si s, podiam produzir
uma corrente.

Para explicar como a eletricidade e o magnetismo podiam afetar um ao outro no

espao vazio, Faraday props a ideia de um campo, imaginando linhas de fora


magntica que, quanto mais prximas umas das outras mais intenso era esse campo e

supondo que essas linhas tendiam a se encurtar sempre que possvel e a se repelir
mutuamente. Mais tarde, em 1837, Faraday introduziu tambm a ideia de linhas de fora
eltrica.

Veja Ilustrao.

Figura 42 - Faraday entendia a repulso e atrao entre cargas eltricas como efeitos
indiretos, produzidos pelas linhas de fora.

Aps as descobertas e o domnio do eletromagnetismo comeamos a utiliz-los

nas invenes posteriores. A juno eletricidade e magnetismo proporcionaram ao


homem uma evoluo tecnolgica sem precedentes na histria.
5.1- Solenoide
O solenoide, pela sua simplicidade, proporciona uma variedade imensa de

utilizao. Na linha automotiva, podemos produzir sons, acender luzes e realizar


movimentos precisos automatizando cada vez mais o automvel.
Veja ilustrao.

43

Figura 43 Exemplos de solenoide.


Podemos perceber que o solenoide participa de grande parte das solues

tecnolgicas que permeiam o automvel. Mas como funciona esta genialidade? Veja
ilustrao.

Figura 44 Funcionamento do solenoide.

6 - Ferramentas Eletroeletrnicas
Estudaremos nesta seo, as ferramentas eletroeletrnicas, companheiras de um

bom profissional da rea de eletricidade automotiva. Bom proveito.


6.1- Multmetro

Como o nome j diz, esta ferramenta nos proporciona ter em um mesmo aparelho

as mais variadas formas de medies. E cada multmetro pode ser especfico para cada

44

rea de atuao. Para um eletricista de automveis podemos utilizar o multmetro


automotivo, que possui algumas medies especficas para trabalhar com automveis.

Alm das medies especficas, existem formatos especficos e materiais resistentes


queles ambientes.

Figura 45 Multmetros.
O multmetro que utilizaremos em nosso curso este da ilustrao e possui as

seguintes capacidades de medio:

Figura 46 - Multmetro.
DCV mede DDP ou Voltagem do tipo contnua, variando de 200mV 1000V.

ACV mede DDP ou voltagem do tipo alternada, variando de 200V 750V.


- mede resistncia na unidade de Ohm e pode variar de 200 2000k.

DCA mede a amperagem de um circuito de corrente contnua de 200mA 10.

45

hFE teste de transistor.

BIP teste de continuidade com emisso de som (bip).


6.2 - Osciloscpio automotivo
Esta ferramenta essencial para o profissional que deseja realizar testes em

equipamentos veiculares com maior eficincia e confiabilidade. Os sinais eltricos


conseguem enganar nossos sentidos e por vezes enganar equipamentos como
voltmetros, mas enganar um osciloscpio muito difcil.

Se estivermos medindo uma tenso e ela comear a sofrer pequenas variaes no

tempo, provavelmente o voltmetro no conseguir nos mostrar estas variaes,


principalmente se elas forem rpidas. J o osciloscpio por realizar medies rpidas e

construir um grfico com ocorrncias passadas, pode nos mostrar as variaes e ainda
as frequncias com que elas ocorreram ou esto ocorrendo.

Desta maneira, um teste com uma sonda lambda realizado com um voltmetro

no vai conseguir nos dizer com certeza se aquela sonda est em boas condies. Isto
ocorre porque o voltmetro no consegue dizer com que velocidade a sonda lambda est
trabalhando.

Veja o grfico abaixo, em que a sonda lambda aumenta e diminui a DDP. Se no

lugar deste grfico originrio de um osciloscpio, tivssemos utilizado um voltmetro, a


nica coisa que saberamos era que ocorre uma variao na amplitude de 0,3 0,7V, mas

no saberamos com que frequncia, e no caso da sonda lambda a frequncia mais


importante que a amplitude.

Figura 47 - Grfico de tenso senoidal da sonda lambda.

46

Em um teste de sensor de rotao com a utilizao do osciloscpio podemos

saber at mesmo se existe uma deformao na parte mecnica de uma roda fnica, como

a falta de um dente, por exemplo, e at mesmo se o eixo de comando de vlvulas e o eixo


virabrequim esto corretamente alinhados, algo impossvel de se verificar em um teste
com o multmetro que no tenha esta ferramenta.

Na ilustrao abaixo podemos ver os sinais de rotao e de fase simultaneamente,

e os alinhamentos dos dois eixos. Observe que o sinal do sensor de fase gerado em
perfeita sincronia com sinal da falha do dente do sensor de rotao. Se os eixos
estivessem desalinhados, os sinais no coincidiriam.

Figura 48 Sinal do sensor de fase.


No Brasil, os profissionais da rea da manuteno automotiva encontram srias

dificuldades na utilizao deste mecanismo, primeiro devido ao preo ser um pouco alto,

e segundo porque a maioria dos nossos mecnicos no possui conhecimento suficiente

para saber da necessidade desta utilizao.


6.3 Caneta de polaridade

Este equipamento simples e de baixo custo a ferramenta mais utilizada pelos

profissionais da reparao eltrica automotiva. Com ela podemos chegar a respostas


rpidas no momento em que nos deparamos com algum defeito eltrico.
A sua construo bem simples, veja abaixo.

47

Figura 49 - Esquema de caneta de polaridade.


Pela lgica da construo d para se ter uma ideia de seu funcionamento. Quando

aplicamos corrente nos bornes das garras jacar, a corrente percorre o circuito
passando pelo resistor de 1k da direita, passa pelo led diodo amarelo (deixando-o

aceso) e fecha o circuito passando pelo resistor de 1k da esquerda.

Quando encostamos a ponta da agulha no positivo, a corrente muda para a direta

do circuito, deixando nula a carga do diodo amarelo e do diodo verde, deixando aceso o
diodo vermelho.

Quando encostamos a agulha em um ponto negativo, a corrente passa pela

esquerda do diagrama, deixando nula a carga do diodo amarelo e do diodo vermelho,


deixando aceso o diodo verde.

A ponta agulha serve para fazer perfuraes nos fios, para que no haja

necessidade de descasc-los. No entanto, deve ser utilizada com muita parcimnia para
no danificar o chicote eltrico do veculo e no causar problemas futuros.
Veja ilustrao.

48

Figura 50 - Caneta de polaridade.

6.4- Escner ou Rastreador

Esta ferramenta imprescindvel para um profissional que pretende trabalhar

com a manuteno de um automvel. Cada dia que passa, vai ficando mais difcil realizar
qualquer tipo de servio em um automvel, sem depois ser necessrio realizar a
reprogramao de componentes eletrnicos.

H algum tempo poderamos simplesmente soltar o parafuso do leo do motor,

despej-lo fora e depois adicionarmos leo novo e estava feita a troca do leo do motor.

Hoje, no entanto, esta realidade bem diferente. A maioria dos automveis requer que
seja feita programao da prxima troca de leo e, na maioria das vezes, isto somente
possvel com a utilizao de escner.

Existe no mercado uma gama de fabricantes destes equipamentos e para cada

demanda existente em uma oficina, existe tambm um escner que pode atender esta

demanda. Se a oficina trabalha somente com a linha Volkswagen, por exemplo, existe no

mercado equipamento que atende somente a esta linha. Assim tambm pode ocorrer
com oficinas que trabalham somente com veculos pesados, ou somente com veculos
importados. No importa, o negcio realizar a escolha correta para cada necessidade.

Estes equipamentos so oferecidos com uma grande quantidade de conectores,

sendo cada um para cada tipo de montadora de veculos e sistemas. Alguns sistemas que

atendem uma vasta gama de veculos podem vir equipados com mais de 100 tipos
diferentes de conectores. No entanto, estamos caminhando para a padronizao destes
conectores e praticamente todos os veculos fabricados hoje no Brasil atendem a norma

49

OBD-II. Desta maneira, a tendncia que no futuro um tipo de conector consiga acessar

um nmero grande veculos.


Veja ilustrao.

7- Atuadores

Figura 51 - Escner ou rastreador.

Como vimos anteriormente, as centrais computadorizadas do veculo recebem os

sinais provenientes dos sensores, realizam clculos com base em dados pr-

programados e enviam sinais para os atuadores realizarem determinadas aes.

Estudaremos neste tpico as caractersticas de alguns atuadores.


7.1- Variador de fase

A central de injeo eletrnica envia uma variao de tenso at uma vlvula

eletromagntica que aumenta ou diminui a passagem de leo de motor para o variador


de fase de acordo com cada regime e necessidade do motor.
Veja ilustrao.

50

Figura 52 Variador de fase.


A polia do eixo de comando se movimenta em relao ao eixo de comando,

alterando o sincronismo entre o comando de vlvulas e o eixo virabrequim.


7.2- Vlvula de controle do turbo

A central de injeo altera a largura do pulso enviado at o solenoide do turbo

fazendo com que aumente ou diminua o vcuo que atua sobre a vlvula de vcuo do

turbo, de acordo com aspectos pr-programados na central de injeo para aumento ou


diminuio da injeo de ar para dentro do motor. Veja ilustrao.

Figura 53 - Esquema da vlvula de controle do turbo.

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7.3- Rel
Por intermdio deste componente, os equipamentos eletrnicos do veculo

conseguem executar grandes feitos, como acionar o eletroventilador de arrefecimento


do motor, acender luzes, ligar o ar condicionado, entre outros.
Veja lustraes.

Figura 54 - Esquema de rel.

Figura 55 - Esquema de rel.

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Figura 56 Esquema de rel simples de 4 pinos.


O diagrama de um rel normalmente obedece ao padro de construo

internacional DIN. Veja abaixo.

Figura 57 - Diagrama de um rel.


Os rels possuem em sua carcaa um desenho tcnico que nos mostra como ele

foi programado para funcionar.


Veja ilustrao.

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Figura 58 - Funcionamento de um rel.


7.4 Vlvula EGR
Possui o objetivo de diminuir a emisso de gs NOx, nocivo para o ser humano.

Atua abrindo uma passagem entre o coletor de descarga e o coletor de admisso,


fazendo com que os gases queimados retornem para a cmara de exploso.

Seu funcionamento realizado por intermdio de um eletrom, presente em seu

interior que ao ser energizado abre uma passagem que liga dois dutos.
Veja ilustrao.

Figura 59 - Esquema de funcionamento de uma vlvula EGR.


7.5-Bico injetor
Possui em seu interior um eletrom que ao ser energizado aciona uma vlvula

que abre a passagem de combustvel de forma pulverizada para dentro do coletor do


motor.

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Veja ilustrao.

Figura 60 - Bico injetor.


Seu enrolamento possui uma resistncia que poder ser testada com o

multmetro na escala de ohm. Outra maneira, que mais confivel, realizar teste em
bancada apropriada de teste de bicos injetores, que alm de avaliar o funcionamento do
solenoide ainda consegue medir a vazo de combustvel.
7.6- Bomba de combustvel
composta por um conjunto motor e bomba, encapsulados por uma carcaa de

ao ou de alumnio, que normalmente se encontra imersa dentro do tanque de


combustvel.

Seu teste realizado medindo-se a presso mxima obtida, a vazo mxima com

bloqueio de presso de funcionamento e a estanqueidade. Para tanto, deve-se seguir

uma tabela fornecida pelo fabricante da pea ou do automvel.

Deve ser substituda se apresentar rudo excessivo, mesmo que as medidas

citadas anteriormente estejam dentro dos padres.


Veja a ilustrao.

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Figura 61 - Bomba de combustvel.


7.7- Bobina de ignio
Tem o objetivo de produzir uma tenso ou DDP em torno de 25000Volts. Para

tanto, possui em seu interior dois enrolamentos de fios, um primrio e um secundrio.

A energia enviada para o enrolamento primrio induz uma tenso no secundrio

que, por ter um valor maior de resistncia, acaba transformando a energia de baixa
tenso em alta tenso, ou seja, entram 12Volts e saem 25000Volts.

A tenso por ser muito alta consegue saltar pequenas distncias.


Veja ilustrao.

Figura 62 - Bobina de ignio.

sadas.

Os defeitos mais comuns so fuga de corrente interna ou prxima dos bornes de

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7.8- Vela de ignio


Possui a funo de descarregar centelha no interior do cilindro para inflamar a

mistura ar-combustvel. Deve ser testada com osciloscpio.

Figura 63 - Sinal de vela de ignio.


Normalmente as velas de ignio do pouco defeito, tendo em vista que so

substitudas de maneira preventiva em revises peridicas.

As velas aplicadas em veculos mais modernos que possuem componentes

eletrnicos devem ter a inscrio R em seu cdigo de fabricao. Esta inscrio indica

que a vela possui em seu interior um resistor antirrudo, que atenua as possibilidades de
interferncia eletromagnticas em componentes eletrnicos.

Veja abaixo ilustrao com as partes mais importantes da vela e os diferentes

tamanhos de rosca.

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Figura 64 - Vela de ignio.


Cada aplicao deve respeitar as medidas ideais de distncia entre os eletrodos.

Veja ilustrao.

Figura 65 Medidas ideais de distncia entre os eletrodos.


7.9- Lmpadas
A iluminao dos automveis vem sofrendo processo incessante de evoluo. As

ltimas novidades do mercado so as lmpadas de xennio, que possuem uma luz bem

mais eficiente que as comuns brancas. Quando lanamento, s eram aplicadas em


veculos de luxo, como as Mercedes, mas atualmente podemos encontrar kits de
instalao deste produto venda em lojas de acessrios para automveis. No entanto, o

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consumidor deve ter cuidado para no ser enganado: as lmpadas de xennio so


diferentes das lmpadas azuis, vendidas como se tambm fossem deste material.
Veja abaixo as trs lmpadas de faris disponveis no mercado.

Figura 66 Lmpadas de faris.


As lmpadas comuns possuem em seu interior um filamento de nquel que

quando atravessado por uma corrente eltrica se aquece e fica incandescente


produzindo aquela luz branca que nos comum.

Estas lmpadas podem ter dois filamentos internos, sendo um para a luz alta e o

outro para a luz baixa. No caso da luz alta, ela produzida livremente para toda sua rea
lateral. J o filamento responsvel pela produo da luz baixa possui um defletor que

rebate parte da luz emitida pelo filamento para a parte superior do farol, e este, por sua
vez, remete esta luz para baixo.

As lmpadas Xenon possuem em seu interior um gs, o xennio, que ao ser

atravessado por uma corrente eltrica com DDP alta, produz uma luz brilhante de cor

azulada. Desta maneira, as lmpadas Xenon necessitam de um transformador de tenso


para a sua alimentao eltrica, tendo em vista que os veculos produzem apenas
13.8Volts, DDP insuficiente para o funcionamento da lmpada.

Veja abaixo ilustrao do kit Xenon, composto por uma lmpada e um

transformador de tenso.

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Figura 67 Kit Xenon.


A aplicao deste kit deve obedecer s resolues 227 e 294 do Contran.

Para um bom funcionamento as lmpadas de faris devem receber corrente de 12

Volts. Muitas vezes esta tenso cai, devido s fugas nos componentes que levam a
eletricidade at as lmpadas. Quando isto acontece, as lmpadas tendem a emitir uma

intensidade menor de luz. Este inconveniente pode ser resolvido com a instalao de um
rel duplo de farol, acessrio bsico que qualquer eletricista deve conhecer.
Veja ilustrao.

Figura 68 Esquema de funcionamento de lmpadas de faris.

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Para sabermos se um farol est recebendo a tenso ideal, devemos realizar a

medio com as pinas do multmetro, no modo voltmetro, diretamente nas lmpadas


dos faris, eliminando todas as possibilidades de perdas anteriores.

8- Diagramas eltricos

Um bom profissional deve sempre ter a mo um diagrama eltrico confivel.

Estes diagramas podem ser produzidos por empresas especializadas neste segmento.

So vendidos no mercado em livros impressos e em formato digital. Eles so de extrema


importncia para o profissional que deseja realizar diagnsticos com mais preciso e
com maior rapidez.

Nossos veculos possuem fios das mais variadas cores, que se entrelaam por

debaixo do painel principal e habitculo do motor, levando informaes e corrente


eltrica para funcionamento de atuadores diversos. Muitas vezes, para descobrirmos a
qual circuito pertence um fusvel, teramos que ficar horas testando entradas e sadas de

correntes. No entanto, com o diagrama, podemos verificar somente a sua localizao na


caixa de fusveis e saber a qual circuito pertence aquele fusvel.
Veja ilustrao de alguns diagramas.

Figura 69 - Diagrama eltrico.

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Figura 70 - Diagrama eltrico.

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Figura 71 - Diagrama eltrico de um Ecosport.

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Figura 72 - Diagrama eltrico Volkswagen.

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