MA11 - Números e Funções Reais 2011 PDF
MA11 - Números e Funções Reais 2011 PDF
MA11 - Números e Funções Reais 2011 PDF
Conjuntos
Semana de 04/04 a 10/04
Recomendac
oes gerais
Exerccios recomendados
Recomendamos que voce resolva, prioritariamente, os Exerccios 1, 2, 3, 6 ate 11, 15 ate 18. Os
Exerccios 1, 2, 3, 15 ate 18 visam rever a linguagem basica de conjuntos. Os Exerccios 6 ate 11 tem
fortes relacoes com topicos importantes da matematica do Ensino Medio.
Para saber mais
Abaixo indicamos algumas referencias de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
Conjuntos
1 A Noo de Conjunto
Toda a Matemtica atual formulada na linguagem de conjuntos.
1
2 MA11 - Unidade 1
expressa por
y 2 3y + 2 = 0.
Por outro lado sejam
A = {. . . , 4, 2, 0, 2, 4, 6, . . .} e B = {1, 2}.
A (B C) = (A B) (A C) e A A B,
priedades e condies.
Recomendaes:
1. Evite dizer teoria dos conjuntos. Essa teoria existe mas, neste
2 A Relao de Incluso
Sejam A e B conjuntos. Se todo elemento de A for tambm elemento
A B.
Exemplo: sejam T o conjunto dos tringulos e P o conjunto dos
reexividade : A A;
anti-simetria : se AB e BA ento A = B;
transitividade : se AB e BC ento A C.
6 MA11 - Unidade 1
todo ser humano um animal, todo animal mortal, logo todo ser
H M.
Recomendaes:
4. Se a um elemento do conjunto A, a relao aA pode tambm
{a} A.
paralelogramos, logo A B .
x2 + x 1 = 0 x3 2x + 1 = 0.
raiz de
x3 2x + 1 = 0.
x3 2x + 1 = 0
mas no da equao
x2 + x 1 = 0.
z 2 = x2 + y 2 .
Ento P Q.
Recomendaes:
6. Nunca escreva (ou diga) coisas do tipo
se x2 + x 1 = 0 x3 2x + 1 = 0.
Conjuntos 9
denio.
cas:
ento a2 = b2 + c2 .
10 MA11 - Unidade 1
dizendo.
alunos que tiverem 5 metros de altura passaro com nota 10 sem pre-
que corrija suas provas com o mximo de rigor. Com efeito, sejam P a
a equao
x2 x 2 = 0
(P ) ...... x2 x 2 = 0;
(Q) . . . . . . (x 2)(x + 1) = 0;
(R ) . . . . . . x = 2 ou x = 1;
Conjuntos 11
postas sobre o nmero x em cada uma das linhas acima, os passos que
acabamos de seguir signicam que
P Q R S,
x2 x 2 = 0.
(S ) x {1, 1}.
Observao:
No raro que pessoas confundam necessrio com suciente. A.
bastante. Talvez isso tenha a ver com o fato de que uma condio su-
Por exemplo, para que um nmero seja par suciente que seja mlti-
plo de 4. (Ou basta ser mltiplo de 4 para ser par.) Por outro lado,
para P.
3 O Complementar de um conjunto
A noo de complementar de um conjunto s faz pleno sentido quando
ou x / A.
O fato de que, para todo x U , no existe uma outra opo alm
seguinte
AB B c Ac .
(3) AB B c Ac .
Esta equivalncia pode ser olhada sob o ponto de vista lgico,
usando-se as propriedades P
Q que denem respectivamente os con-
e
0
dizer que um objeto x goza da propriedade P signica (por denio)
P Q.
Sob o ponto de vista pragmtico, a contrapositiva de uma im-
termos.
propriedade que tem uma reta x, nesse mesmo plano de ser diferente
plano.)
Q P0
0
do que P Q. Noutras palavras, prova-se que P Q
por absurdo. O raciocnio bem simples: se as retas distintas s e x
perpendicular a r.
Figura 1:
Conjuntos 17
Observao:
Para provar que duas retas so paralelas, em geral se usa a demons-
tos em comum.)
Recomendao:
8. Muitas vezes (principalmente nos raciocnios por absurdo) neces-
4 Reunio e Interseo
Dados os conjuntos A e B, a reunio A B o conjunto formado pelos
x A, x B,
Mais concisamente:
x A B signica x A ou x B ;
x A B signica x A e x B .
x2 3x + 2 = 0.
x2 5x + 6 = 0.
Conjuntos 19
2
x 3x + 2 = 0 ou x2 5x + 6 = 0
equivale a
x {1, 2, 3},
e a armao
2
x 3x + 2 = 0 e x2 5x + 6 = 0
equivale a
x {2} ou x = 2.
Noutras palavras,
A B = {1, 2, 3} e A B = {2}.
A = {x Z; x > 10}
20 MA11 - Unidade 1
B = {x Z; x < 20}
ento A B = Z.
A diferena entre o uso comum e o uso matemtico do conectivo
AB =BA e AB =BA ,
e associativas
(A B) C = A (B C)
(A B) C = A (B C).
A (B C) = (A B) (A C)
A (B C) = (A B) (A C).
AB =B AB A B = A.
C.
E, nalmente, se A e B so subconjuntos do universo U, tem-se:
(A B)c = Ac B c e (A B)c = Ac B c
de P e Q no P ou no Q.
chamadas congruentes.
22 MA11 - Unidade 1
j foi usada num sentido at bem mais amplo. Euclides, que viveu h
o mesmo volume.
propriedades:
Reexividade : a = a;
propriedade era uma das noes comuns (ou axiomas) que Euclides
6 Recomendaes Gerais
cos ilustres viam com sria desconana as novas ideias lanadas nos
nos doou.
dos conjuntos. Isto, inclusive, vai facilitar nosso prprio trabalho, pois
questes do tipo {} =
6 {{}} ou mesmo naquele exemplo 6= {}
dado acima.
que vai dizer mas critique-se tambm depois: ser que falei bobagem?
mestre.
interceptao de r com .
Eis aqui outros erros comuns de linguagem que devem ser evitados:
intervalo de tempo.
Conjuntos 25
Exerccios
1. Sejam P1 , P2 , Q1 , Q2 propriedades referentes a elementos de um
conjunto-universo U . Suponha que P1 e P2 esgotam todos os casos
Prove que X1 = Y1 e X2 = Y2 .
Q1 P1 e Q2 P2 ?
26 MA11 - Unidade 1
7. Mostre que, para todo m > 0, a equao x+m = x tem exata-
x=1 x2 2x + 1 = 0
x2 2 1 + 1 = 0
x2 1 = 0
x = 1.
10. Expresses tais como para todo e qualquer que seja so cha-
a).
sua negao:
n > x.
conjuntos:
ras.
para:
outra
III. ....;
caso?
prove as igualdades:
a) (X Y ) Z = (X Z) (Y Z);
b) X (Y Z)c = X Y c Z c .
tenha A (B C) = (A B) C .
19. Prove que se um quadrado perfeito par ento sua raiz quadrada
mpar.
seja sobrejetiva.
Recomendac
oes gerais
Nesta aula, sera tratado o conceito de numero cardinal (isto e, numero de elementos de um con-
junto), considerando os casos de conjuntos finitos e de conjuntos infinitos. Para que este conceito seja
bem entendido, e preciso que esteja clara a ideia de funcao, especialmente de funcao bijetiva.
Sendo assim, para prosseguir nesta aula, tenha certeza de ter compreendido bem as ideias iniciais
sobre funcoes, discutidas na Secao 1. Func
oes (pp. 1 a 6 da Unidade 2). Varias dessas ideias tem
relacoes importantes com o ensino de funcoes no Ensino Medio.
Em primeiro lugar, observamos que uma funcao e definida por tres elementos fundamentais:
domnio, contradomnio e lei de correspondencia (ver pp. 1-3). Assim, duas funcoes sao iguais se
e somente se possuem mesmo domnio, mesmo contradomnio e mesma lei de correspondencia. Por
exemplo, as funcoes f : R R, f (x) = x2 e g : R [ 0, +[, g(x) = x2 sao diferentes, tanto
que a segunda e sobrejetiva e a primeira nao! Alem disso, mesmo nos casos em que o domnio e o
contradomnio sao conjuntos numericos (o que pode nao ocorrer), a lei de correspondencia pode nao
admitir uma expressao algebrica (leia com atencao os Exemplos 1 e 2, pp. 3-4 e a Recomendacao 3,
p. 5). Entretanto, em aulas e livros didaticos do Ensino Medio, costuma haver grande enfase nas ex-
pressoes algebricas para funcoes. Nao e recomendavel adotar-se abordagens excessivamente abstratas
no Ensino Medio, porem a reducao do conceito de funcao `a ideia de formula algebrica pode limitar
gravemente a aprendizagem dos estudantes. Uma consequencia comum e a confusao entre as ideias
de funcao e equacao ambas tendem a ser concebidas simplesmente como formulas. Neste sentido,
leia com atencao as Recomendacoes 1 e 2 (pp. 2-3). Para evitar tal confusao, a relacao entre funcao
e equacao (veja p. 5) pode ser explorada: deve-se enfatizar para os alunos o fato de que resolver uma
equacao nada mais e do que encontrar os valores do domnio de uma funcao cujas imagens sao iguais
a um valor fixo dado. A abordagem grafica pode ajudar muito nesse ponto.
Muitos livros apresentam exerccios do tipo determine o domnioe determine a imagemde uma
funcao dada. No entanto, os exerccios do segundo tipo sao matematicamente corretos (ver p. 5),
mas os primeiros nao (veja Recomendacao 2, p. 3). Como ja foi observado, o domnio e parte da
definicao de uma funcao. Assim, se a funcao e conhecida, nao faz sentido pedir que seu domnio
seja determinado. A formulacao mais correta seria: determine o maior subconjunto X R tal que
seja possvel definir uma funcao com uma lei de correspondencia dada(Recomendacao 2, p. 3). Em
sala de aula, pode-se tambem explorar a ideia de encontrar diferentes subconjuntos de R tais que seja
possvel definir diferentes funcoes com uma mesma lei de correspondencia. Isto pode ajudar os alunos
a entender que o domnio de uma funcao nao pode ser determinado a posteriori, mas ser escolhido
quando a funcao e definida (desde que seja compatvel com o contradomnio e a lei de
correspondencia, e claro).
Em seguida, certifique-se de entender bem as definicoes de funcao injetiva, sobrejetiva (p. 4) e
bijetiva (p. 6). Esta ultima e a base para a ideia de numero cardinal (Secao 2. A Noc
ao de N umero
Cardinal, pp. 6-11). Leia com atencao a subsecao A palavra n umerono dicion ario (p. 8).
Observe que numero cardinal e uma nocao abstrata que corresponde a uma propriedade comum a
todos os conjuntos que podem ser postos em correspondencia um a um com um conjunto dado. Nesta
linha, em 1883 o matematico alemao Georg Cantor conceituou o numero cardinal da seguinte forma:
Se abstramos a natureza dos elementos e a ordem em que eles sao dados, obtemos o numero cardinal
do conjunto.(para saber mais, veja [2]).
A ideia de verificar se dois conjuntos possuem o mesmo numero de elementos por meio do estabele-
cimento de uma correspondencia um a um (isto e, uma funcao bijetiva) entre eles e bastante intuitiva
e primitiva. De fato, esta ideia e historicamente anterior ao proprio conceito de numero (para saber
mais, veja [2]). Alem disso, se X e Y sao conjuntos finitos e existe uma injecao f : X Y , entao
o numero cardinal de X e menor do que ou igual ao de Y . Analogamente, se existe uma sobrejecao
f : X Y , entao o numero cardinal de X e maior do que ou igual ao de Y . Estas propriedades estao
relacionadas com o chamado princpio das casas dos pombos (ver Exemplos 13 e 14, pp. 11-12). A
Secao 3. Conjuntos Finitos, (pp. 10-12) fala sobre as propriedades basicas de numeros cardinais de
conjuntos finitos. Para saber mais sobre essas propriedades, veja [4]. Para saber mais sobre por que a
suposicao da existencia de um conjunto que contenha todos os conjuntos conduz a um paradoxo, veja
[3]. A ideia de correspondencia um a um e bastante intuitiva e conduz a resultados esperados para
conjuntos finitos, mas pode levar a surpresas no caso de conjuntos infinitos.
Passe entao `a Secao 4. Sobre Conjuntos Infinitos (pp. 13-15). Para comecar, uma importante
propriedade que caracteriza os conjuntos infinitos (isto e, e equivalente `a sua definicao) e a seguinte:
um conjunto e infinito se e somente admite uma bijecao com um subconjunto proprio (isto e, diferente
de vazio e do proprio conjunto). Isto significa dizer que todo conjunto infinito possui o mesmo numero
cardinal que uma parte propria sua ou, a grosso modo, e do mesmo tamanhoque um pedacoseu.
Esta surpreendente propriedade e ilustrada pelos Exemplos 7, 8 e 9 (pp. 6-8). Os dois primeiros
foram apontados por Galileu Galilei, como paradoxos do infinito, em sua celebre obra Discorsi e
Dimostrazioni Matematiche Intorno a Due Nuove Scienze (para saber mais, veja [2]). Reflita sobre
esses exemplos e procure pensar em outros as diversas areas da matematica sao ricas em exemplos
de conjuntos infinitos.
A natureza pouco intuitiva de conjuntos infinitos torna o ensino deste topico particularmente de-
licado. Muitos alunos tendem a conceber equivocadamente a nocao de infinito como um numero
muito grande(veja a Recomendacao 4, p. 15). O numero 10100 (chamado googol), por exemplo,
pode ser considerado muito grande, mas um conjunto com 10100 elementos nao pode ser posto em
correspondencia biunvoca com um conjunto com 10100 1 elementos. Por outro lado, o conjunto
N dos numeros naturais pode ser posto em correspondencia biunvoca com N \ {1}, como ilustra a
metafora do Grande Hotel Cantor (veja a subsecao Fantasia Matem atica, pp. 14-15), proposta pelo
matematico David Hilbert (para saber mais, veja [2]). Por muito tempo, a ideia de infinito nao foi aceita
como um conceito legitimamente matematico. Georg Cantor teve um papel decisivo na formalizacao
matematica de diversas propriedades dos conjuntos infinitos. Dentre estas, destaca-se a prova de que
nenhum conjunto pode ser posto em correspondencia biunvoca com o conjunto de suas partes P(X)
(para saber mais, veja [1]). Uma consequencia direta deste importante Teorema e o surpreendente fato
de que nem todos os conjuntos infinitos podem ser postos em correspondencia biunvoca portanto,
nao existe apenas uma classe de conjuntos infinitos, e sim infinitas classes de conjuntos (para saber
mais, veja [4]). O trabalho de Cantor marcou a Matematica de tal forma que foi descrito por Hilbert
por meio do comentario: Ninguem nos expulsara do paraso que Cantor criou para nos.
Exerccios recomendados
As ideias discutidas acima devem ser suficientes para resolver, sem obstaculos, os exerccios pro-
postos (pp. 15-18). Recomendamos que voce resolva os Exerccios de 1 a 8.
Os Exerccios 1 a 5 tratam de propriedades de funcoes injetivas, sobrejetivas e bijetivas. Como base
nos Exerccios 2 e 3, voce podera concluir que, para que exista a inversa de uma funcao, e necessario
e suficiente que esta seja injetiva e sobrejetiva. Observe tambem que, dada f : X Y , a existencia
de uma funcao h1 : Y X tal que h1 f = IdX (que e equivalente `a injetividade) e a existencia de
uma funcao h2 : Y X tal que f h2 = IdY (que e equivalente `a sobrejetividade) nao sao condicoes
equivalentes entre si. Procure pensar em exemplos de funcoes injetivas e sobrejetivas e verifique que
essas propriedades sao satisfeitas.
Os Exerccios 6 e 8 sao problemas importantes de contagem que podem ser resolvidos por argumento
de inducao. O Exerccio 7 apresenta uma falha sutil em um argumento de inducao.
Abaixo, indicamos algumas referencias de estudo futuro para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
Nmeros Cardinais
funo, que abordaremos de forma breve agora e com mais vagar posteriormente.
1 Funes
1
2 MA11 - Unidade 2
f (x).
Exemplos particularmente simples de funes so afuno identi-
dade f : X X , denida por f (x) = x para todo x X e as funes
constantes f : X Y , onde se toma um elemento c Y e se pe
f (x) = c para todo x X.
Recomendaes
funes num dado ponto x. Por outro lado, quando se trata de uma
a funo x2 5x + 6
que
p(x) = x2 5x + 6
Exemplos
conjunto das retas desse mesmo plano. A regra que associa a cada
x 6= x0 em X f (x) 6= f (x0 ).
f (x) = f (x0 ) x = x0 .
Recomendao
conjunto X como domnio, a regra deve fornecer f (x), seja qual for
x X dado.
b) No pode haver ambiguidades: a cada x X , a regra deve fazer
corresponder um nico f (x) em Y . Os exemplos a seguir ilustram essas
exigncias.
6 MA11 - Unidade 2
Exemplos
sobrejetiva.
Exemplos
conjunto prprio de N.
P x intersecta a base Y
Figura 1:
Figura 2:
ou de uma medida.
dessas regras probe que se forme conjuntos a no ser que seus elemen-
3 Conjuntos Finitos
1 6 k 6 n.
Seja X um conjunto. Diz-se que X nito, e que X tem n ele-
mentos quando se pode estabelecer uma correspondncia biunvoca
destacaremos as seguintes:
as ideias, seja 3 esse nmero. Vamos provar que todo nmero na-
algarismos iguais a 0.
Exemplo 14. Vamos usar o princpio das gavetas para provar que,
numa reunio com n pessoas (n > 2), h sempre duas pessoas (pelo
cartes pois se houver algum que no tem amigos ali, nenhum dos
princpio das gavetas, pelo menos uma das caixas vai receber dois ou
mais cartes. Isto signica que duas ou mais pessoas ali tm o mesmo
tos. Ele foi o primeiro a descobrir que existem conjuntos innitos com
sculo dezenove).
f (n) = n + 1,
g(n) = n + 30,
(1)
h(n) = 2n e
(n) = 3n
Fantasia Matemtica
tel estava com seus quartos todos ocupados, quando chega um via-
E ordena:
passageiros do nibus. Mas cou sem saber o que fazer quando, horas
Nmeros Cardinais 15
Recomendao
Exerccios
Prove que g = h.
a, b N e b mpar.)
idade.
demonstrar.
uma la com seus subconjuntos de tal modo que cada subconjunto
deles com innitos passageiros. Que deve fazer o gerente para hospedar
todos?
MA 11 - Unidade 3
A Reta Real
Semana de 11/04 a 17/04
Recomendac
oes gerais
Nesta unidade, comecaremos a estudar o conjunto dos numeros reais. Este e, sem duvida, um
dos pontos cuja abordagem no Ensino Medio envolve maiores dificuldades, que estao relacionadas
com as caractersticas especficas do conjunto dos reais. Em geral, na educacao basica, a motivacao
para a introducao de cada um dos conjuntos numericos se baseia nas limitacoes algebricas do conjunto
anterior. Isto e, a motivacao para a construcao de Z se baseia na impossibilidade de inverter a operacao
de adicao em N e, de forma analoga, a motivacao para a construcao de Q se baseia na impossibilidade de
inverter a operacao de multiplicacao em Z. A introducao dos numeros inteiros e dos numeros racionais
sao e ainda ilustrada por aplicacoes concretas: tipicamente, problemas envolvendo saldos bancarios,
ou variacoes de temperatura, para os inteiros; e divisoes de grandezas (apresentadas em problemas
numericos ou geometricos) que fornecem resultados nao inteiros. Ate mesmo a introducao de C tem
como base a impossibilidade de determinar razes reais para qualquer polinomio com coeficientes reais.
No entanto, quando se trata da construcao de R, o problema se torna particularmente complicado.
Em primeiro lugar, a construcao da expansao de Q para R nao e um salto puramente algebrico, pois en-
volve alguma nocao de convergencia. Alem disso, dificilmente se encontrarao aplicacoes concretasou
do dia-a-diaque justifiquem a necessidade dessa expansao. As medicoes empricas de segmentos, por
exemplo, sao totalmente resolvidas por numeros racionais, enquanto que os numeros reais atendem
ao problema teorico da proporcao de grandezas de mesma especie, isto e, `a construcao de uma teoria
consistente de medida. Por exemplo, ao medir a diagonal d do quadrado unitario com uma regua
graduada, encontraremos alguma aproximacao decimal finita para 2. Ao aplicarmos o Teorema de
Pitagoras para determinar a medida d (ou, de forma mais geral, a razao entre a diagonal e o lado de
um quadrado qualquer), concluiremos que ela e tal que d2 = 2, mas e necessario ainda mostrar que
nao existe um numero racional que satisfaca essa condicao. A maneira mais acessvel de mostrar esse
fato no Ensino Medio envolve um argumento de absurdo com base na decomposicao em fatores primos
do numerador e do denominador da fracao (ver p. 4 da Unidade 3). Alem disso, mesmo se conside-
rarmos todas as razes de equacoes polinomiais com coeficientes inteiros (como d2 = 2), chamados
numeros algebricos, nao obteremos todos os numeros reais aqueles que nao satisfazem esta condicao
sao chamados transcendentes. O exemplo mais conhecido de numero transcendente e sem duvida o
numero . Na educacao basica, definimos como a razao entre o permetro e o diametro de uma
circunferencia. Entretanto, as tecnicas necessarias para as demonstracoes de que nao e racional e
nao e algebrico extrapolam em muito a matematica do Ensino Medio (para saber mais, veja [2]).
Para desviar das dificuldades discutidas acima, os livros didaticos do ensino fundamental e do medio
em geral adotam abordagens em ciclo vicioso (baseadas na representacao decimal ou em problemas
geometricos): os irracionais sao apresentados como aqueles numeros que nao sao racionaise os reais,
como os numeros que sao racionais ou irracionais. Ou seja, a introducao dos numeros reais parte da
pressuposicao da existencia dos proprios numeros reais. Esse modelo de abordagem apresenta problemas
nao so do ponto de vista matematico, pois e logicamente inconsistente, como tambem do ponto de
vista pedagogico, pois a necessidade de criar novos numerosalem dos racionais fica oculta. De fato,
nao e razoavel esperar que, ao final do Ensino Medio, o aluno entenda toda a complexidade teorica
da construcao do conjunto dos numeros reais. Entretanto, isto nao justifica desviar completamente
de tais dificuldades. Para os estudantes do Ensino Medio, mais do que as complexidades teoricas de
sua construcao, talvez seja importante compreender os problemas matematicos que dao origem aos
numeros reais.
Sendo assim, para planejar adequadamente a abordagem dos numeros reais no Ensino Medio, e
fundamental que o professor conheca tais problemas, que remontam `a ideia de grandezas incomen-
suraveis, na Escola Pitagorica. Portanto, leia com atencao a Secao 1. Segmentos Comensur aveis
e Incomensur aveis (pp. 2 a 5). Os filosofos pitagoricos acreditavam que os numeros naturais expli-
cariam todos os fenomenos da natureza crenca expressa pelo lema: Tudo e Numero. Assim, qualquer
grupo finito de grandezas geometricas poderia ser expresso como multiplos inteiros de uma unidade
comum convenientemente escolhida. Equivalentemente, qualquer razao entre grandezas geometricas
poderia ser expressa como razoes entre numeros naturais. As grandezas com esta propriedade sao
chamadas comensuraveis (literalmente, que podem ser medidas juntas). A descoberta da existencia de
grandezas incomensuraveis (como o lado e a diagonal do quadrado, ou o permetro e o diametro do
crculo) provocou uma grande revolucao na matematica grega. Para saber mais sobre a problema das
grandezas incomensuraveis na matematica grega, veja [1].
Na matematica contemporanea, existem formas equivalentes de construir o conjunto dos numeros
reais (axioma do supremo, sequencias de Cauchy, cortes de Dedekind), de forma a caracteriza-lo como
corpo ordenado completo (ver p. 9). Ao ler a Secao 2. A Reta Real, certifique-se de entender
bem o que isto significa (para saber mais, veja [3]). O termo corpo refere-se `a estrutura algebrica
dos numeros reais: as operacoes de adicao e multiplicacao e suas propriedades. O corpo ordenado
refere-se `a existencia de relacao de ordem nos reais compatvel com as operacoes, isto e, que satisfaz a
propriedade de monotonicidade: x y x + z y + z x, y, z R e x y , z > 0 x z y z
x, y, z R. Finalmente, temos a importante propriedade de completeza dos reais, que diz respeito
ao fato da reta real nao ter buracos(falando grosso modo). Observe que o conjunto Q tambem
satisfaz todas as propriedades das operacoes e da ordem; portanto, Q tambem e um corpo ordenado.
a propriedade de completeza que diferencia o conjunto R do conjunto Q. Do ponto de vista intuitivo,
E
a diferenca entre as propriedades de completeza e densidade pode parecer sutil, pois podemos ter a
impressao de que a densidade e suficiente para preencher completamente a reta. No entanto, do ponto
de vista matematico, esta diferenca e crucial. A completeza dos reais e essencial para a construcao de
toda a teoria de analise real, inclusive a construcao das principais classes de funcoes reais, que veremos
mais adiante neste curso.
Para saber mais
Abaixo, indicamos algumas referencias de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
A Reta Real
rveis
u.
Na realidade, no muito importante que eles chamassem m/n de
nmero ou no, desde que soubessem, como sabiam, raciocinar com
esses smbolos. (Muito pior eram os egpcios que, com exceo de 2/3,
s admitiam fraes de numerador 1. Todas as demais, tinham que
A Reta Real 3
diferentes. Por exemplo, 7/10 no Egito era escrito como 1/3 + 1/5 +
1/6.)
O problema mais srio que por muito tempo se pensava que dois
Figura 1:
segmentos de reta.
Recomendao
2 A Reta Real
A m de ganhar uma ideia mais vivel dos novos nmeros, que denomi-
ou o eixo real.
Figura 2:
m/n, onde mZ e n N.
Se, agora, tomarmos um ponto X no eixo real de tal modo que os
Temos N Z Q R.
Observao.
nmero em alemo.
desde Euclides (300 anos antes de Cristo). Vale lembrar apenas que
deixaram claro que esta viso geomtrica, por mais importante que
tenha sido e ainda seja, precisa ser complementada por uma descrio
corpo ordenado porque existe a relao x < y , que est interligada com
a adio e a multiplicao pelas leis conhecidas de monotonicidade. E,
um nmero real.
10 MA11 - Unidade 3
nmero irracional.
MA 11 - Unidade 4
Representac
ao Decimal dos Reais
Semana de 11/04 a 17/04
Recomendac
oes gerais
S = x 0 + x1 + x2 + + xn + .
S0 = x0 , S1 = x0 + x1 , S2 = x0 + x1 + x2 , . . . , Sn = x0 + x1 + + xn ,
for convergente (para saber mais, veja [1]. O fato, que se assume tacitamente, de que as series como
em (1) sao sempre convergentes o que equivale a dizer que o conjunto dos numeros reais e completo.
Portanto, ao fazermos operacoes com dzimas periodicas para obter fracoes geratrizes, estamos na
verdade efetuando operacoes com limites que so sao legtimas porque sabemos de antemao que as
series envolvidas sao convergentes.
fundamental compreender bem a igualdade 1 = 0, 9999 . . . (p. 4), que e fonte de muitas duvidas.
E
Muitos estudantes concebem esta igualdade como nao exata, ou como uma aproximacao. Talvez estas
concepcoes estejam relacionadas com certa confusao entre os termos de uma sequencia e seu limite.
Nao e incomum ouvirmos comentarios do tipo o limite da sequencia tende a x. O limite de uma
sequencia e um numero fixo, portanto, nao pode tender a lugar algum! O correto e dizer que o limite
da sequencia e igual a x, ou entao que a sequencia tende a x. Neste caso, os termos da sequencia
se aproximam indefinidamente de seu limite. No caso da igualdade 1 = 0, 9999 . . ., observamos que o
smbolo 0, 9999 . . . representa o limite da sequencia cujos termos sao x1 = 0, 9, x2 = 0, 99, x3 = 0, 999,
e assim por diante. Mostramos facilmente que esta sequencia tende a 1 (ver p. 4). Assim, podemos
dizer que os termos x1 = 0, 9, x2 = 0, 99, x3 = 0, 999, . . . se aproximam de 1, mas o limite 0, 9999 . . .
e igual a 1!
Nas pp. 5 a 9, sao discutidos os procedimentos de conversao entre fracoes e representacoes decimais.
Para converter dzimas periodicas em fracoes, usamos o procedimento que envolve multiplicacoes por
potencias de 10 e adicoes (pp. 5-7). Como ja comentamos, esse procedimento envolve operacoes com
limites. Reciprocamente, para converter fracoes em representacoes decimais, empregamos divisoes
sucessivas. Como ha uma quantidade finita de restos possveis e, a partir da primeira vez que um
resto se repetir todos os algarismos do quociente se repetirao, obtemos necessariamente uma dzima
periodica. Em particular, se aparecer um resto 0, temos um decimal finito. Ao ler essas paginas,
observe que tais procedimentos, se devidamente organizados, constituem-se em provas matematicas
para o fato de que um numero real e racional se, e somente se, sua representacao decimal e finita ou
periodica.
Nas pp. 8-9, leia com atencao os comentarios sobre a correspondencia biunvoca entre os numeros
reais e as expressoes decimais, descartando-se aquelas que terminam com uma sequencia infinita de
algarismos 9.
Leia com atencao a subsecao Uma descoberta de George Cantor (pp. 10-11). A prova de que R
nao e enumeravel, argumento conhecido como Diagonal de Cantor, tambem se baseia na representacao
decimal (ou binaria) para os numeros reais (para saber mais, veja [1]). Como Q e enumeravel, uma
consequencia direta deste fato e que o conjunto dos numeros irracionais tambem e nao enumeravel.
Assim, em um certo sentido, existem muito mais numeros irracionais do que racionais. Este fato e
surpreendente e pode parecer anti-intuitivo, pois na escola, em geral, os alunos tem muito mais contato
com exemplos diversos de racionais do que de irracionais. No entanto, se pensarmos mais uma vez
na representacao decimal, como os racionais sao dzimas periodicas e os irracionais, nao, poderemos
verificar, de um ponto de vista intuitivo, o seguinte: se pudessemos formar uma expressao decimal
infinita, sorteando ao acaso dgito por dgito de 0 a 9, a probabilidade de obtermos um irracional e
muito maior que a de obtermos um racional. Isto seria como jogarmos um dado (honesto) infinitamente
e esperar que os dgitos obtidos aleatoriamente se repetissem em um mesmo padrao para sempre! De
fato, a probabilidade de obtermos um numero racional com este processo e igual a zero.
Exerccios recomendados
Abaixo, indicamos uma referencia para estudos futuros, para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
= a0 , a1 a1 . . . an . . . ,
1
2 MA11 - Unidade 4
a1 a2 an
() = a0 + + 2 + + n +
10 10 10
Na realidade, meio pedante usar uma notao diferente, , para
com innitas parcelas, mas isto uma coisa que no tem sentido,
a1 an
n = a0 + + + n . (n = 0, 1, 2, . . .).
10 10
Quando se substitui por n , o erro cometido no superior a
1
= 10n .
10n
Representao Decimal dos Reais 3
tal que
a1
a0 + 6
10
a2 maior dgito tal que
a1 a2
a0 + + 2 6 , etc.
10 10
Deste modo, tem-se uma sequncia no-decrescente de nmeros
racionais
0 6 1 6 2 6 6 n 6
que so valores (cada vez mais) aproximados do nmero real . Mais
n
precisamente, tem-se 0 6 n 6 10 para cada n = 0, 1, 2, 3, 4, . . .
Diz-se ento que o nmero real o limite desta sequncia de
nmeros racionais. O fato de que existe sempre um nmero real que
limite desta sequncia (isto , que tem os n como seus valores
reais completo.
radamente.
= a0 , a1 a2 , . . . , an 000 . . .
Ento
a1 an
= a0 + + + n
10 10
um nmero racional; na realidade uma frao decimal (frao cujo
4 2 8 13428
13, 42800 . . . = 13 + + + = .
10 100 1000 1000
Mais geralmente, mesmo que no termine em zeros, a expresso
nal, desde que seja peridica. Comecemos com o caso mais simples,
9 9 9
= 0, 999 . . . = + + +
10 100 1000
Armamos que = 1. Com efeito, os valores aproximados de so
1 = 0, 9, 2 = 0, 99, 3 = 0, 999, etc. Ora 11 = 0, 1, 12 = 0, 01,
1 3 = 0, 001 e, geralmente, 1 n = 10n . Vemos portanto que,
tomando n sucientemente grande, a diferena 1 n pode tornar-se
tm 1 como limite.
9 9 9
0, 999 . . . = + + n + = 1
10 100 10
resulta imediatamente que
1 1 1 1
0, 111 . . . = + + + n + = .
10 100 10 9
Representao Decimal dos Reais 5
a a a a
0, aaa . . . = + + + n + = .
10 100 10 9
Por exemplo,
7
0, 777 . . . = .
9
Podemos ir mais alm. Observando que
9 9 99 9 9 99
+ = , + = , etc.,
10 100 100 1000 10000 10000
Obtemos:
9 9 9 9
1= + + + +
10 102 103 104
99 99
= + +
100 1002
1 1
= 99 + + ,
100 1002
logo
1 1 1 1
+ 2
+ 3
+ = .
100 100 100 99
Dai resulta, por exemplo, que
37 37 37
0, 3737 . . . = + 2
+ +
100 100 1003
1 1
= 37 + +
100 1002
37
= .
99
Uma expresso decimal = 0, a1 a2 . . . chama-se uma dzima pe-
ridica simples , de perodo a1 a2 . . . ap , quando os primeiros p dgitos
aps a vrgula se repetem indenidamente na mesma ordem. Assim,
6 MA11 - Unidade 4
7 e 37 respectivamente.
mtica:
521
0, 521521521 . . . = .
999
Em particular, toda dzima peridica simples representa um n-
mero racional.
= 0, 35172172 . . .
172 35 999 + 172
100 = 35, 172172 . . . = 35 = =
999 999
35(1000 1) + 172 35000 + 172 35 35172 35
= = =
999 999 999
Portanto
35172 35
= .
99900
Representao Decimal dos Reais 7
mostraremos a seguir.
dica, com perodo 0, mas costume separar este caso, por ser muito
particular.
140 |27
14 050 0, 518
= 0, 518518 . . .
27 230
140
dizendo que
3, 275999 . . . = 3, 276000 . . .
0, 999 . . . = 1, 000 . . .
bos innitos mas ele mostrou que no pode existir nenhuma funo
pertence imagem f (N), isto , tal que f (n) 6= y , seja qual for n N.
Exerccios
1. Qual a aproximao de raiz cbica de 3 por falta com uma casa
decimal?
abertos?
si. Sob que condies este nmero admite uma representao decimal
Recomendac
oes gerais
Esta Unidade e dedicada `a reflexao por meio de uma lista de exerccios de certa forma, desafiadores
sobre os conceitos estudados ate o presente momento. O primeiro exerccio tem por objetivo mostrar
que nao se podem manipular somas infinitas, chamadas series, como se fossem meras somas finitas,
pois, ao fazer isto, somos facilmente conduzidos a paradoxos. Esses paradoxos em particular o
paradoxo do binomio, que sera apresentado no roteiro da Unidade 16 de MA12 foram explicados por
Gauss, o primeiro matematico a perceber que era necessario introduzir a nocao de convergencia de
series para manipular tais somas.
O segundo exerccio esta relacionado com a nocao de limite de sequencias, objetos que tambem
nao podem ser tratados com a algebra ordinaria sem que sua convergencia seja verificada a priori.
No caso das expansoes decimais dos numeros reais, e em particular dos numeros racionais, sabemos a
priori que as series sao convergentes (isto e, vale o axioma da completeza dos numeros reais, que foi
assumido tacitamente na Unidade 3) e, por isso, as operacoes que fazemos para achar geratrizes de
dzimas periodicas sao legtimas.
O Exerccio 3 propoe uma outra prova da incomensurabilidade do lado e da diagonal do quadrado,
de sabor mais geometrico do que a prova aritmetica do texto e, certamente, mais dentro do esprito
da geometria `a epoca de Euclides.
O Exerccio 4 nos ensina que nem todo corpo pode ser ordenado e que apenas munir um corpo de
uma relacao de ordem nao o faz automaticamente ser um corpo ordenado. De fato, ao contrario do
corpo dos numeros reais, o corpo dos numeros complexos nao pode ser ordenado por uma relacao de
ordem compatvel com a sua estrutura de corpo.
O Exerccio 5 pede para demonstrar a validez da regra (geralmente decorada) que permite achar a
geratriz de uma dzima periodica composta. Esta e uma boa aplicacao do uso da formula do limite de
uma soma de uma PG que se sabe ser a priori convergente.
O Exerccio 6 trata do calculo numerico aproximado de numeros irracionais que se expressam como
razes de numeros inteiros positivos. Calculo numerico (isto e, a determinacao de valores numericos
de expressoes ou de solucoes de equacoes por meio de aproximacoes cujos erros sao de alguma forma
controlados) e um assunto por si so muito importante, pois, na vida real, tudo e aproximado.
O Exerccio 8, ao propor o estudo de sistemas de numeracao diferentes do usual, tem por objetivo
mostrar que certas caractersticas da representacao dos numeros sao independentes da base escolhida
(isto e, sao intrnsecas, pois sao propriedades do proprio numero e nao apenas da representacao),
enquanto outras dependem da escolha da base (isto e, sao extrnsecas, pois sao apenas caractersticas
da representacao).
Finalmente, o Exerccio 9, um resultado de Cantor, vai nos mostrar que os numeros irracionais trans-
cendentes (por exemplo, e e) sao (muito) mais numerosos do que os numeros irracionais algebricos
algo certamente inesperado. Lembre-se que encontram-se includos no conjunto dos numeros algebricos
todos aqueles que admitem expressao por meio de radicais. Voce poderia citar mais algum numero
irracional transcendente?.
MA11 - Unidade 5
Atividade Especial
Exerccios propostos
n=1
1
2 MA11 - Unidade 5
k=1
verge?
Recomendac
oes gerais
Nesta secao, trataremos das principais nocoes que dependem da relacao de ordem do corpo dos
numeros reais: desigualdades, intervalos e valor absoluto. Estas nocoes estao relacionadas com alguns
topicos sobre os quais os alunos do ensino fundamental e do ensino medio, em geral, tem grandes
dificuldades: resolucao de inequacoes, funcoes e equacoes modulares. Para que possamos ajuda-los
a sanar tais dificuldades, a reflexao sobre alguns aspectos teoricos relacionados com essas ideias e
essencial.
Na secao 1. Desigualdades, preste bastante atencao nas propriedades (P1) e (P2), que definem
o conjunto R+ , dos numeros reais positivos (p. 2). O estabelecimento de um conjunto com essas
propriedades e uma das formas de dizer que R e um corpo ordenado, isto e, um corpo munido com
uma relacao de ordem compatvel com as operacoes algebricas, como foi observado na Unidade 3 (veja
tambem o exerccio 4 da Unidade 5). Certifique-se de compreender as demonstracoes das propriedades
basicas da relacao de ordem que se seguem (pp. 2-4) como observado na p. 4. Sao elas que garantem
a validez das ferramentas empregadas para resolver inequacoes em R.
Outra observacao importante diz respeito ao sinal menos (). E comum que os estudantes,
especialmente no ensino fundamental, tendam a considerar que qualquer smbolo precedido do sinal de
menos representa necessariamente um numero negativo. Assim, e importante frisar que este sinal pode
ter o significado de um operador que, a cada numero real x, associa seu simetrico, isto e, seu inverso
em relacao `a operacao de adicao: o unico numero real x tal que x + (x) = 0.
Na comeco da secao 1. Intervalos, observe que uma caracterizacao comum aos nove tipos
diferentes de intervalos dados (p. 6) e a seguinte: x, y I , x < z < y z I. Isto e, um
intervalo pode ser caracterizado como um subconjunto I R tal que todo numero localizado entre
dois elementos de I e tambem um elemento de I. Assim, um intervalo e um subconjunto de R que
nao tem buracos, ou, em termos matematicos, um subconjunto conexo de R.
de fundamental importancia a observacao quanto ao fato do smbolo (empregado na notacao
E
de intervalos infinitos) nao representar um numero real (p. 6). Ao contrario, este smbolo representa
o fato de nao existir nenhum numero real que seja cota superior ou inferior (conforme o caso) para o
intervalo em questao, isto e, o fato deste nao ser limitado superiormente ou inferiormente (conforme o
caso). Esta discussao pode ser empregada para ajudar os alunos a superarem a ideia conceitualmente
incorreta de infinito como um numero muito grande (ja comentada no Roteiro 2).
Como observado nas pp. 6-7, a ideia de intervalo tambem nos permite discutir a importante pro-
comum encontrarmos em livros didaticos
priedade de densidade dos numeros racionais e irracionais. E
comentarios do tipo: entre dois numeros reais quaisquer, existe um numero racional e um numero irra-
consequencia imediata desta propriedade o fato de que, entre dois numeros reais quaisquer,
cional. E
existem infinitos numeros racionais e infinitos numeros irracionais. No entanto, esta conclusao nem
sempre e imediata para os alunos. Assim, vale a pena frisar de forma mais contundente a distribuicao
de numeros racionais e irracionais na reta real.
Leia com bastante atencao a Recomendacao na p. 7. Como ja observamos no Roteiro 3, em livros
didaticos do ensino fundamental e medio, os numeros reais sao quase sempre apresentados por meio de
construcoes em que se pressupoe a existencia do proprio objeto que esta sendo construdo. Estas cons-
trucoes sao nao so matematicamente inconsistentes, como tambem pedagogicamente inapropriadas.
O conceito de modulo, abordado na secao 3. Valor Absoluto, envolve comumente dificuldades
de compreensao por parte dos alunos, especialmente quando o problema exige separar em casos uma
expressao algebrica envolvendo modulos (veja os comentarios sobre exerccios recomendados, a seguir).
Assim, e importante ter clara a equivalencia entre as duas definicoes de valor absoluto dadas na p. 8,
bem como sua interpretacao como distancia ate a origem, que se generaliza na interpretacao de |x y|
como distancia entre coordenadas.
Finalmente, leia com atencao a secao 4. Sequ encias e Progress
oes, e certifique-se de entender
a definicao de sequencia como funcao com domnio em N.
Exerccios recomendados
O exerccio 2 aponta um erro comum na resolucao de inequacoes por alunos no ensino medio. Muitos
erros em equacoes e inequacoes, especialmente naquelas que envolvem modulos, estao associados ao
emprego indevido das definicoes e propriedades discutidas nesta Unidade. Tambem e bastante comum
desenvolver uma expressao modular do tipo |x3| fazendo |x3| = x3 se x 0 ou |x3| = x3
se x < 0. Ao resolver os exerccios propostos, procure refletir sobre que estrategias voce adotaria para
ajudar seus alunos a entender e superar esses e outros erros comuns. No caso das equacoes e inequacoes
envolvendo modulo, a interpretacao geometrica pode contribuir muito, como propoe o exerccio 4.
Procure pensar com cuidado nas interpretacoes geometricas tambem ao resolver os exerccios 3 e 5. O
exerccio 6 discute um aspecto importante das aproximacoes decimais, pouco explorado na escola.
Para saber mais
Abaixo, indicamos uma referencia de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se apro-
fundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao cobrados
nas avaliacoes unificadas.
0.1 Desigualdades
relao.
1
2 MA11 - Unidade 6
Assim
R+ = {x R; x > 0}.
positivos.
tem-se x + z < y + z .
xz < yz .
A tricotomia resulta imediatamente de P1). Com efeito, ou a dife-
a seguinte:
so:
6) Se 0 < x < y ento 0 < 1/y < 1/x . (Quanto maior for um
nmero positivo 1/xy vem x/xy < y/xy , isto , 1/y < 1/x .
7) Se x<y e z negativo ento xz > yz . (Quando se multiplicam
portanto xz > yz .
so verdadeiras as armaes 3 6 3 e 5 6 7.
x = a0 , a1 . . . an . . . e y = b0 , b1 . . . bn . . .
Noutras palavras, vale x<y se, e somente se, existe um nmero real
0.2 Intervalos
toda parte em R.
Para a demonstrao da propriedade acima, veja Anlise Real, vol.
1, pg. 19. O leitor pode, sem grande diculdade, demonstr-la
presses decimais de a e b.
A propriedade acima destacada essencial para provar o Teorema
seguinte.
Recomendao 1.
nmero que pode ser expresso como quociente de dois inteiros, nmero
ensino mdio. Mas isto no deve ser motivo para escamoteaes. Pelo
contrrio, quando se tem que falar sobre nmeros reais para uma au-
x, se x>0
|x| =
x, se x < 0.
Outra maneira de se denir o valor absoluto consiste em pr:
quando x < 3.
mente raras) isto pode ser evitado usando-se esta outra caracterizao
de valor absoluto: |x| = x2 . Aqui estamos tirando partido da con-
veno que regula o uso do smbolo : para todo a > 0, a o
14.
Desigualdades, Intervalos e Valor Absoluto 9
Figura 1:
envolvendo mdulos.
estiver esquerda).
resoluo de desigualdades.
10 MA11 - Unidade 6
funes de N em R.
A notao usual para uma sequncia (x1 , x2 , . . . , xn , . . .) . Abre-
gresses.
x1 , x2 , . . . , xn , . . .
x2 = x1 + r, x3 = x2 + r = x1 + 2r, x4 = x1 + 3r, . . .
lista ) uma funo cujo domnio tem a forma In = {1, 2, . . . , n}. Ela
sobre uma reta, todos a igual distncia dos seus vizinhos imediatos.
x1 , x2 , . . . , xn , . . .
portanto:
x2 = x1 r, x 3 = x2 r = x1 r 2 , . . . , em geral, xn+1 = xn r
1 rn1
1 + r + r2 + + rn = se r 6= 1
1r
Da segue-se que, para uma progresso geomtrica nita qualquer
x1 , x2 , . . . , xn , de razo r 6= 1, tem-se
1 rn1 x1 xn r
x1 + x2 + . . . + xn = x1 (1 + r + + rn1 ) = x1 =
1r 1r
tradicional e conveniente escrever P.A. e P.G. em vez de pro-
Exerccios
reto:
5x + 3
(a) >2 5x + 3 > 4x + 2 x > 1
2x + 1
2x2 + x
(b) <2 2x2 + x < 2x2 + 2 x<2
x2 + 1
a c
3. Sejam a, b, c, d > 0 tais que < . Mostre que
b d
a a+c c
< < .
b b+d d
Interprete este resultado no caso em que a, b , c e d so inteiros posi-
duas fraes?)
a) |x 1| = 4
b) |x + 1| < 2
Desigualdades, Intervalos e Valor Absoluto 13
c) |x 1| < |x 5|
d) |x 2| + |x + 4| = 8
e) |x 2| + |x + 4| = 1
a + b 2 a2 + b 2
< .
2 2
Interprete geometricamente esta desigualdade.
Recomendac
oes gerais
A partir desta unidade, passaremos a tratar das principais classes de funcoes reais abordadas na
escola: polinomiais, exponenciais, logartmicas, trigonometricas. Nesta unidade, trataremos das ideias
basicas necessarias para o estudo de graficos de funcoes reais (produto cartesiano, pares ordenados,
etc.) e introduziremos o estudo de funcoes polinomiais do primeiro grau.
Ao ler a secao 0. Produto Cartesiano, observe a diferenca conceitual entre par ordenado e con-
junto com dois elementos (p. 2) da a razao do termo ordenado. Observe tambem os diferentes
exemplos de produtos cartesianos (pp. 2-4), diferentes do R2 , que e o mais explorado na escola basica
e que sera estudado em maiores detalhes na secao seguinte. Como comentado na p. 5, qualquer
subconjunto do produto cartesiano X Y pode ser visto como o grafico de uma relacao binaria R
entre os conjuntos X e Y . As condicoes (G1 e G2) para que um subconjunto de X Y seja grafico
de funcao sao dadas na p. 4. Essas condicoes serao interpretadas para o caso particular do R2 na p.
11.
A secao 1. O Plano Num erico R2 trata especificamente deste produto cartesiano, que e o mais
importante para a educacao basica. A correspondencia biunvoca f : R2 (p. 7) estabelece o
princpio fundamental da localizacao de pontos no plano por meio de pares ordenados de numeros reais,
chamados de coordenadas cartesianas (abscissa e ordenada): cada ponto P e representado por um
unico par ordenado (x, y) R2 e, reciprocamente, cada par ordenado (x, y) R2 representa um unico
ponto P . Este princpio fundamental e base da localizacao sem ambiguidades de pontos no plano
cartesiano e, portanto, a sua compreensao adequada e condicao indispensavel para a continuidade dos
estudos de diversos topicos de matematica: equacoes, funcoes, geometria analtica, algebra vetorial
e, futuramente, calculo diferencial e integral. Para ajuda-los a entender bem esta ideia, voce podera
empregar uma comparacao com outros exemplos de sistemas de localizacao sem ambiguidades, tais
como o sistema de latitudes e longitudes no mapa do planeta ou os assentos em um cinema ou teatro,
em geral identificados por numeros e letras. Este princpio fundamental, por meio do qual identificamos
pontos do plano com suas coordenadas, permite ainda que identifiquemos conjuntos de pontos do plano
por meio de condicoes algebricas entre duas coordenadas (de forma geral, igualdades, desigualdades,
ou sistemas de igualdades e desigualdades). Embora este fato possa parecer bastante basico, pode
ser fonte de dificuldades para os alunos. Nao e incomum que eles memorizem certos procedimentos
especficos para esboco de tipos de graficos de funcoes e outras curvas (tais como retas, parabolas ou
crculos), sem entender no entanto que a curva esbocada corresponde ao conjunto dos pontos do plano
cujas coordenadas satisfazem `a condicao algebrica dada. Assim, este ponto merece enfase especial na
abordagem. Ainda na secao 1, certifique-se de entender bem a deducao da equacao do crculo (pp.
9-10). Esta decorre da formula para distancia entre dois pontos no plano, que, por sua vez, e uma
aplicacao direta do Teorema de Pitagoras.
Na secao 2. A Func ao Afim, comecamos a estudar esta classe de funcoes reais, que sao as
mais simples e estao entre as mais importantes em matematica. Em Calculo Diferencial, as funcoes
lineares sao empregadas para aproximar funcoes quaisquer e, por meio dessas aproximacoes, descobrir
propriedades qualitativas das funcoes que seriam difceis de ser obtidas diretamente. Esta e uma tecnica
mais geral, presente em muitas areas mais avancadas da matematica: aproximacoes de objetos nao
lineares por objetos lineares fornecem informacoes qualitativas importantes dos objetos nao lineares.
Tenha certeza de entender bem a prova de que o grafico de toda funcao f : R R na forma
f (x) = a x + b, com a, b R, e uma reta (pp. 14-15). Embora esta demonstracao nao seja difcil, ela
e muitas vezes ignorada nos livros didaticos, e este fato e apresentado como dado. Note que este fato
nao e parte da definicao de funcao afim, e sim, um teorema, que, como tal, deve ser demonstrado.
Preste bastante atencao tambem no significado do coeficiente angular a e sua interpretacao geometrica.
Exerccios recomendados
Os exerccios propostos nesta Unidade apresentam diversas aplicacoes de funcoes afins, em situacoes
cotidianas, em outras areas e na propria matematica. Alem desses, sugerimos que voce resolva os
exerccios a seguir.
(a) D = {(x, y) R2 | x y = 0}
(b) D = {(x, y) R2 | x y > 0}
(c) D = (x, y) R2 | x 3 ou y < 32
Abaixo, indicamos uma referencia de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se apro-
fundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao cobrados
nas avaliacoes unificadas.
1
2 MA11 - Unidade 7
0 Produto Cartesiano
Um par ordenado p = (x, y) formado por um objeto x, chamado
a primeira coordenada de p e um objeto y , chamado a segunda co-
quando x = y.
O produto cartesiano X Y X e Y o conjunto
de dois conjuntos
Y . Simbolicamente:
X Y = {(x, y); x X, y Y }.
Se X = {x1 , . . . , xm } e Y = {y1 , . . . , yp } so conjuntos nitos
com m e p elementos respectivamente, ento o produto cartesiano
mente.
Figura 1:
Figura 2:
primeira coordenada x.
0 0
G2. Se p = (x, y) e p = (x, y ) so pares pertencentes a G com a
0 0
mesma primeira coordenada x ento y = y (isto , p = p ).
Grcos e Funo Am 5
(x, y) G.
O produto cartesiano X Y acha-se intimamente ligado ideia de
comum.
talvez abrir uma exceo para os lgicos, quando querem mostrar que
funo?
1 O Plano Numrico R2
R2 = R R o exemplo mais importante de produto cartesiano pois,
geral.
Figura 3:
reais.
8 MA11 - Unidade 7
Figura 4:
ou seja:
p
d(P, Q) = (x u)2 + (y v)2 .
Em particular, a distncia do ponto P = (x, y) origem O = (0, 0)
igual a
p
x2 + y 2 .
Exemplo 3. Se o centro de uma circunferncia C A = (a, b)
o ponto
(x a)2 + (y b)2 = r2
a equao da circunferncia de centro no ponto A = (a, b) e raio r.
10 MA11 - Unidade 7
Figura 5:
menos nos casos mais simples) como uma linha, formada pelos pontos
f (x) = 1 x2 ,
Figura 6:
Com efeito,
(x, y) G 1 6 x 6 1 e y = 1 x2
1 6 x 6 1, y > 0 e y 2 = 1 x2
(1)
y > 0 e x2 + y 2 = 1
(x, y) C+ .
G = {(x, y) R2 ; xy = c}.
Figura 7:
Grcos e Funo Am 13
2 A Funo Am
Uma funo f : R R chama-se am quando existem constantes
f (x1 ) = ax1 + b
f (x2 ) = ax2 + b,
obtemos
intervalo de extremos x, x + h.
14 MA11 - Unidade 7
dois ltimos tipos, pois negar (por exemplo) que uma funo seja
P3 = (x3 , ax3 + b)
p
d(P1 , P2 ) = (x2 x1 )2 + a2 (x2 x1 )2
= (x2 x1 ) 1 + a2 ,
d(P2 , P3 ) = (x3 x2 ) 1 + a2
e
d(P1 , P3 ) = (x3 x1 ) 1 + a2
Figura 8:
co uma linha reta e como uma reta ca inteiramente determinada
inteiramente determinada.
a resolver o sistema
ax1 + b = y1
ax2 + b = y2 ,
y2 y1 x2 y1 x1 y2
a= , b= .
x2 x1 x2 x1
Grcos e Funo Am 17
denominador na soluo.]
y2 y1
a= ,
x2 x1
onde (x1 , y1 ) e (x2 , y2 ) so dois pontos distintos quaisquer de r, tem
r.
Estas interpretaes nos levam a concluir imediatamente que a
y2 y1
y = y1 + (x x1 )
x2 x1
ou
y2 y1
y = y2 + (x x2 ).
x2 x1
(Os segundos membros destas equaes so iguais!) A primeira equao
y = y0 + a(x x0 ).
de f , o ngulo que ele faz com o eixo horizontal depende das unidades
do segundo grau.
Exerccios
1. Quando dobra o percurso em uma corrida de txi, o custo da nova
corrida original?
ao ponto assinalado.
Figura 9:
20 MA11 - Unidade 7
Celsius a seguinte:
N C
0 18
100 43
4. Uma caixa d'gua de 1000 litros tem um furo no fundo por onde
escoa gua a uma vazo constante. Ao meio dia de certo dia ela foi
pela metade?
utilizou?
Figura 10:
Grcos e Funo Am 21
item anterior?
nalidade direta ou inversa entre grandezas. Para cada uma das leis
temperatura.
1 1
x=i 2
e x=i+ 2
Figura 11:
Recomendac
oes gerais
Em continuidade `a Unidade anterior, agora passaremos a aprofundar nosso estudo sobre funcoes
lineares e funcoes afins. Na secao 1. A Func
ao Linear (pp. 1-8), funcoes lineares sao apresentadas
como modelos matematicos para proporcionalidade (p. 1). Por incrvel que possa parecer, esta ligacao
basica entre dois conceitos matematicos tao importantes e, na maior parte das vezes, negligenciada nos
livros didaticos. O estudo de proporcionalidade e as funcoes lineares sao, em geral, tratados em captulos
separados, ate mesmo em anos distintos, sem que nenhuma relacao seja explicitamente apontada.
Como ocorre em muitas outras situacoes, a abordagem da nocao de proporcionalidade representa
uma importante oportunidade para estabelecer relacoes entre diferentes campos da matematica, como
aritmetica, geometria e funcoes. A compreensao inadequada da nocao de proporcionalidade pode levar
`a sua generalizacao indevida pelos alunos, considerando uma proporcionalidade qualquer situacao em
que o crescimento da primeira implica no crescimento da segunda. Por exemplo, nao e incomum a
afirmacao de que a area de um quadrado e proporcional ao seu lado. E verdade que, quanto maior
for o lado de um quadrado, maior sera a sua area; porem, isto nao significa que estas grandezas sejam
proporcionais. De fato, se x R+ representa o lado de um quadrado, a area nao pode ser expressa
por uma funcao f : R+ R+ na forma f (x) = a x, com a R.
Procure refletir sobre esta questao ao estudar a primeira secao da Unidade. Na p. 2, observe como a
definicao de proporcao enunciada estabelece uma relacao de dependencia funcional entre as grandezas.
Certifique-se de entender bem as provas de que toda funcao com a propriedade de proporcionalidade
direta e da forma f (x) = a x, e de que toda funcao com a propriedade de proporcionalidade inversa e da
a
forma f (x) = (em que a = f (1), em ambos os casos). Na demonstracao do Teorema Fundamental
x
da Proporcionalidade (pp. 4-5), atente para a importancia da hipotese de monotonicidade para a
generalizacao do argumento no caso em que x e um numero irracional.
Na secao 2. Caracterizac ao da Func ao Afim (pp. 8-13), tambem sao discutidos alguns aspectos
importantes e pouco explorados na escola. Em geral, funcoes afins sao abordadas simplesmente com
base na sua expressao algebrica y = ax + b, mas pouca enfase e dada `a caracterizacao fundamental de
funcoes afins como aquelas em que acrescimos iguais na variavel independente implicam em acrescimos
iguais na variavel dependente (pp. 8-11). Esta caracterizacao permite que os alunos compreendam
mais claramente o comportamento qualitativo desta classe de funcoes. Alem disso, e muito importante
a relacao entre funcoes afins e progressoes aritmeticas, discutida nas pp. 11-13. Este e mais um
exemplo de conceitos que apresentam relacoes fundamentais entre si, mas que sao apresentados de
forma estanque nos livros didaticos.
Na secao 3. Func oes Poligonais, e apresentada uma classe de exemplos de funcoes que, embora
acessveis, sao pouco exploradas no Ensino Medio.
Exerccios recomendados
Dentre os exerccios propostos para esta Unidade, recomendamos que voce resolva prioritariamente
os seguintes. No ensino de funcoes, os problemas sao, em geral, resolvidos por meio de processos
puramente algebricos, e representacoes graficas tem pouca enfase. Por isso, recomendamos que voce
resolva o exerccio 9 com base no grafico dado, sem obter a formula algebrica da funcao f . Repre-
sentacoes graficas tambem podem ajudar a resolver os exerccios 10, 12, 13 e 14. Ao resolver o exerccio
11, procure refletir sobre erros comuns cometidos pelos alunos ao resolver este tipo de inequacao. O
exerccio 22 explora a relacao fundamental entre funcoes afins e progressoes aritmeticas. O exerccio
25 pode ajudar a compreender melhor esta relacao. Alem dos indicados acima, os exerccios 1 a 8 e 15
a 19 apresentam aplicacoes a situacoes concretas. Destes, recomendamos que resolva prioritariamente
os exerccios 7, 8, 15, 16, 17 e 18.
Abaixo, indicamos algumas referencias de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
Funo Linear
1 A Funo Linear
A funo linear, dada pela frmula f (x) = ax, o modelo matemtico
para os problemas de proporcionalidade. A proporcionalidade , pro-
pas pelas geraes que nos antecederam. Para isto, vamos consultar
1
2 MA11 - Unidade 8
nmeros reais, podemos traduzir o que est dito acima para nossa
f (1).
Fixaremos nossa ateno na proporcionalidade direta, que chamare-
est clara e, s vezes, nem mesmo tem relevncia alguma para o pro-
Por acaso, tem-se a = sen B/ sen C mas este valor no signica muito
no caso.
Figura 1:
de constatar na prtica).
logo
m
f (rx) = f (x) = r f (x).
n
Seja a = f (1) . Como f (0) = f (0 0) = 0 f (0) = 0, a monotoni-
riamente irracional) tal que f (x) 6= ax. Para xar ideias, admitamos
f (x) < ax. (O caso f (x) > ax seria tratado de modo anlogo.) Temos
f (x)
< x.
a
Tomemos um nmero racional r tal que
f (x)
< r < x.
a
Ento f (x) < ar < ax, ou seja, f (x) < f (r) < ax. Mas isto absurdo,
pois f crescente logo, como r < x, deveramos ter f (r) < f (x).
dade precisa ser aplicado a grandezas (como rea ou massa, por exem-
F (0) = 0, F (x) = f (x) e F (x) = f (x) para todo x > 0. Cada uma
+ + +
das armaes (1 ) , (2 ) e (3 ) para f equivale a uma das armaes
Figura 2:
d f (x) = lim f (rn ) = lim arn = ax. A razo pela qual optamos em
to explcito.
quaisquer x1 e x2 .
Ele atravessou a rua. Do outro lado havia uma papelaria, onde
5x + 28
f (x) = ,
4
que d o nmero do sapato de uma pessoa em funo do comprimento
do seguinte
(h + k) = f (x + h + k) f (x)
= f ((x + k) + h) f (x + k) + f (x + k) f (x)
= (h) + (k).
a x.
a posio inicial.
no depende de i:
h = x2 x1 = x3 x2 = = xi+1 xi = .
am.
que g linear.
3 Funes Poligonais
As funes poligonais surgem naturalmente, tanto na vida cotidiana
f (x) = |x + |
14 MA11 - Unidade 8
Figura 3:
ou
g(x) = |x | + |x |.
Figura 4:
Exerccios
1. Pessoas apressadas podem diminuir o tempo gasto em uma escada
percurso?
Se aps toda essa atividade ainda cou com R$ 20,00, que quantia ele
tinha inicialmente?
de sapatos.
aposentaria?
far prova nal. Sua mdia nal ser ento a mdia entre a nota da
prova nal, com peso 2 e a mdia das provas mensais, com peso 3.
viagem, cada um deles para por 10min e regressa, com a mesma ve-
no mesmo sentido que ele e com 23 trens que iam no sentido oposto ao
Figura 5:
a) g(x) = f (x) 1
b) g(x) = f (x 1)
c) g(x) = f (x)
d) g(x) = 2f (x)
e) g(x) = f (2x)
f ) g(x) = |f (x)|
g) g(x) = f (|x|)
a) 2x + 3 (x 1) < x + 1
b) 2x + 3 (x 1) < x + 5
c) min{x + 1; 5 x} > 2x 3
d) min{x + 1; 5 x} < 2x
e) min{2x 1; 6 x} = x
f ) 2|x + 1| |1 x| 6 x + 2
h) |x + 1 |x 1|| 6 2x 1
1 1
< .
2x + 1 1x
a) f (x) = min{4 x; x + 1}
b) f (x) = |x + 1| |x 1|
a) |x| + |y| = 1
b) |x y| = 1
prada.
prada.
funo do rendimento.
18. O imposto de renda y pago por uma pessoa que, em 1995, teve
5.000,00, qual ser seu imposto adicional (supondo que este acrscimo
faixa de taxao (que azar ter recebido este dinheiro a mais!). Este
de 20 a 49 R$ 0,08
50 ou mais R$ 0,06
Funo Linear 21
Figura 6:
Isto , f tem dois patamares [a, c] e [d, b], onde assume, respecti-
f (x) = [(d c) + |x c| + |x d|],
2
para todo x [a, b], onde
D
=
dc
a inclinao da rampa.
pode ser expressa como uma soma de uma funo constante (que pode
ser vista como uma funo rampa de inclinao zero) com um nmero
Figura 7:
f (x) = A + 1 |x a1 | + 2 |x a2 | + + n |x an |,
acima.
mostre que existe uma, e somente uma, funo am f :RR tal
rodado mais uma taxa de 100 reais xa. B cobra 80 centavos por
serem rodados.
(pg. 102)?
Roteiro em construo
Este roteiro ser substitudo pelo roteiro real antes da entrada da semana no ar.
MA11 - Unidade 9
Funo Quadrtica
1 Denio e Preliminares
Uma funo f : R R chama-se quadrtica quando existem nmeros
2
reais a, b, c, com a 6= 0, tais que f (x) = ax + bx + c para todo x R.
1
2 MA11 - Unidade 9
a0 = b 0 .
A observao acima permite que se identique uma funo qua-
jetiva.)
X 3 3X + 2 X4 + X3 X2 + X 2
e
X 2 2X + 1 X3 X2 + X 1
so expresses formalmente bem diferentes, que denem a mesma
x3 3x + 2 x4 + x3 x2 + x 2
= = x + 2.
x2 2x + 1 x3 x2 + x 1
Este exemplo serve para mostrar que, quando no se trata de
f (x) = ax2 + bx + c
ax2 + bx + c = a0 x2 + b0 x + c0
para todo x R . Basta supor que esta igualdade valha para trs
2
x1 + x1 + = 0
(S) x22 + x2 + = 0
x23 + x3 + = 0
(x1 + x2 ) + = 0
(x1 + x3 ) + = 0
ax21 + bx1 + c = y1
ax22 + bx2 + c = y2
ax23 + bx3 + c = y3 .
Funo Quadrtica 5
sistema. Ela
1 y3 y1 y2 y1
a= .
x3 x2 x3 x1 x2 x1
Podemos ento armar o seguinte: dados trs nmeros reais dis-
f (x) = ax2 + bx + c
y3 y1 y2 y1
= .
x3 x1 x2 x1
Se olharmos para os pontos A = (x1 , y1 ), B = (x2 , y2 ) e C =
2
(x3 , y3 ) em R , a condio acima signica que as retas AC e AB tm
a mesma inclinao, isto , que os pontos A, B e C so colineares.
6 MA11 - Unidade 9
Figura 1:
forma da equao
x1 y1 1
x2 y2 1 =0,
x3 y3 1
ou seja
y3 y1 y2 y1
() = .
x3 x1 x2 x1
Como vimos, esta ltima igualdade exprime que as retas AB e AC
tm a mesma inclinao. Ela constitui um critrio de colinearidade
que aquele adotado nos livros que nossos alunos usam, pois no requer
o conhecimento de determinantes.
igual a zero, isto quer dizer que dois dos pontos A, B , C tm a mesma
abcissa, logo esto sobre uma reta vertical. Basta ento olhar para a
C no so colineares.
p.
Em termos geomtricos, este problema pede que se determinem os
x2 sx + p = 0.
p = x(s x) = sx x2 ,
logo
x2 sx + p = 0.
Observe que se uma raiz desta equao, isto , 2 s + p = 0,
ento =s tambm raiz, pois
2 s + p = (s )2 s(s ) + p =
= s2 2s + 2 s2 + s + p =
= 2 s + p = 0.
1540 a 1603. Antes disso, o que se tinha era uma receita que ensinava
r r
s s 2 s s 2
x= + p e sx= p
2 2 2 2
para a equao x2 sx + p = 0.
Os autores dos textos cuneiformes no deixaram registrado o ar-
tivas fornecidas por sua regra. Mas certamente deviam ocorrer casos
10 MA11 - Unidade 9
equao do terceiro grau, que fornecia as razes reais por meio de uma
h b ci
ax2 + bx + c = a x2 + x + .
a a
As duas primeiras parcelas dentro do colchete so as mesmas do desen-
b 2
volvimento do quadrado (x+ 2a ). Completando o quadrado, podemos
Funo Quadrtica 11
escrever:
h b b2 b2 ci
ax2 + bx + c = a x2 + 2 x+ 2 2 +
2a 4a 4a a
ou:
h b 2 4ac b2 i
ax2 + bx + c = a x+ + .
2a 4a2
Esta maneira de escrever o trinmio do segundo grau (chamada a
b 2 4ac b2
ax2 + bx + c = 0 (x + ) + =0 (1)
2a 4a2
b b2 4ac
(x + )2 = 2
(2)
2a 4a
b b2 4ac
x+ = (3)
2a 2a
b b2 4ac
x= . (4)
2a
A passagem da linha (2) para a linha (3) s tem sentido quando o
discriminante
= b2 4ac
> 0. Caso tenhamos < 0, a equivalncia entre as linhas (1) e (2)
ax2 + bx + c = 0
e
= (b + )/2a,
com < , cuja soma s = b/a e cujo produto
h b 2 4ac b2 i
f (x) = ax2 + bx + c = a x + +
2a 4a2
exibe, no interior dos colchetes, uma soma de duas parcelas. A primeira
assumido por
f (x) = ax2 + bx + c
Funo Quadrtica 13
somente se,
b 2 0 b 2
x+ = x + .
2a 2a
0
Como estamos supondo x 6= x , isto signica que
0 b b
x + = x+ ,
2a 2a
isto
x + x0 b
= .
2 2a
2
Portanto, a funo quadrtica f (x) = ax +bx+c assume o mesmo
0 0 0
valor f (x) = f (x ) para x 6= x se, e somente se, os pontos x e x so
equidistantes de b/2a.
igualmente de F e de d.
Figura 2:
Funo Quadrtica 15
p
x2 + (x2 1/4)2 .
Figura 3:
entre estas duas distncias, basta ver que seus quadrados so iguais.
E, de fato, tem-se
y = 1/4a.
A m de se convencer deste fato, basta vericar que, para todo
x R, vale a igualdade
1 2 2 1 2
x2 + ax2 = ax + ,
4a 4a
onde o primeiro membro o quadrado da distncia do ponto genrico
y = 1/4a.
Figura 4:
Funo Quadrtica 17
Figura 5:
h 1 i2 h 1 i2
(x m)2 + a(x m)2 = a(x m)2 +
4a 4a
Figura 6:
quadrtica
f (x) = ax2 + bx + c
uma parbola, cuja diretriz a reta horizontal
4ac b2 1
y=
4a
e cujo foco o ponto
b 4ac b2 + 1
F = , .
2a 4a
Funo Quadrtica 19
ax2 + bx + c
nos d
onde
O ponto do grco de
f (x) = ax2 + bx + c
f (x) atinge seu valor mnimo quando a > 0 e seu valor mximo quando
a < 0. Ainda quando x = b/2a, o ponto (x, f (x)) o vrtice da
parbola que constitui o grco de f (x).
a funo quadrtica
f (x) = ax2 + bx + c
f (x) = ax2 + bx + c
20 MA11 - Unidade 9
ax2 + bx + c = 0.
Figura 7:
Figura 8:
Figura 9:
22 MA11 - Unidade 9
f (x) = ax2 + bx + c.
Sabemos que seu grco uma parbola, cujo vrtice tem abcissa igual
Figura 10:
tical (x, y) 7 (x, y k), obtendo uma nova parbola, cujo vrtice
Funo Quadrtica 23
Figura 11:
f (x) = ax2 + bx + c
(x) = ax2 + bx + c
Figura 12:
Se a0 = a ento
Podemos resumir a discusso acima enunciando:
Para mostrar isto, pelo que vimos acima, basta considerar as funes
Figura 13:
isto , se coincidirem.
5 Exerccios
1. Encontre a funo quadrtica cujo grco dado em cada gura
abaixo:
26 MA11 - Unidade 9
Figura 14:
Figura 15:
a) f (x) = x2 8x + 23
b) f (x) = 8x 2x2
Figura 16:
Figura 17:
a) [1, 4]
b) [6, 10]
a) Mostre que
x + x f (x ) + f (x )
1 2 1 2
f < .
2 2
b) Mais geralmente, mostre que se 0 < < 1, ento
Volta Tempo(s)
100 555
200 1176
300 1863
400 2616
Recomendac
oes gerais
Os exerccios propostos nesta secao exploram outras aplicacoes e interpretacoes de funcoes quadraticas.
Alem destes, propomos os seguintes exerccios extras.
1. Nesta secao, reta tangente a uma parabola em um ponto P e definida como uma reta satisfazendo
duas condicoes: (i) tem em comum com a parabola esse unico ponto P ; (ii) e tal que todos os
demais pontos da parabola estao do mesmo lado dessa reta.
(a) Para que a reta tangente `a parabola em P fique bem definida, seria suficiente exigirmos
apenas a condicao (i)? Ou a condicao (ii) e de fato necessaria? Justifique sua resposta.
(b) Esta definicao poderia ser generalizada diretamente para outros tipos de curvas planas,
como por exemplo graficos de funcoes f : R R? Justifique sua resposta.
3. Voce consegue ver alguma relacao entre a aplicacao das funcoes quadraticas `a fsica feita na secao
2, e a caracterizacao de funcoes quadraticas por meio de progressoes aritmeticas estabelecida na
secao 3? Justifique sua resposta.
Abaixo, indicamos uma referencia de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se apro-
fundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao cobrados
nas avaliacoes unificadas.
Funes Quadrticas
1
2 MA11 - Unidade 10
Figura 1:
Funes Quadrticas 3
Figura 2:
Figura 3:
Funes Quadrticas 5
x 6=x0
2
ax + bx + c [ax20 + bx0 + c + (2ax0 + b)(x x0 )] =
= a(xx0 )2 > 0
Isto mostra que a reta de inclinao 2ax0 + b que passa pelo ponto
(x0 , y0 ), com y0 = f (x0 ) tem este nico ponto em comum com a pa-
rbola que o grco de f e que todos os pontos da parbola esto
acima dessa reta. Logo esta reta tangente parbola neste ponto.
Quando a > 0, a parbola se situa acima de qualquer de suas tan-
gentes, conforme acabamos de ver. Se for a < 0 ento a parbola se
situa abaixo de todas as suas tangentes.
Observao: Todas as retas paralelas ao eixo de uma parbola tm
f (x) = ax2 + bx + c,
Figura 4:
Figura 5:
Figura 6:
Figura 7:
na sequncia
1, 4, 9, 16, . . . , n2 , n2 + 2n + 1, . . . ,
x1 , x2 , x3 , x4 , . . .
y1 , y2 , y3 , y4 , . . .
d1 = y2 y1 , d2 = y3 y2 , d3 = y4 y3 , . . .
Figura 8:
y2 y1 , y3 y2 , . . . , yn+1 yn , . . .
yn+1 yn = d + (n 1)r,
para todo n N.
Esta igualdade igualmente verdadeira quando n = 0, o que nos
16 MA11 - Unidade 10
permite escrever
(n 1)(n 2)
yn = (n 1)d + r + y1 ;
2
r 3r
= n2 + (d )n + r d + y1 ;
2 2
2
= an + bn + c,
4 Exerccios
Os exerccios a seguir dizem respeito tambm Unidade 9.
Figura 9:
d(x) = (x x1 )2 + (x x2 )2 + + (x xn )2 .
Figura 10:
Figura 11:
Exerccios recomendados
Nesta Unidade, faremos apenas exerccios de revisao sobre os conteudos de funcoes quadraticas
estudados nas duas Unidades anteriores. A maior parte dos exerccios (1 a 7, 12 a 14, 17 a 22) aborda
problemas de maximos e mnimos e outras situacoes concretas que podem ser resolvidos por meio
de funcoes quadraticas. Os exerccios de 8 a 11 envolvem a articulacao de representacoes graficas e
algebricas para funcoes quadraticas. Os exerccios 15 e 16 envolvem a interpretacao grafica da funcao
raz quadrada a partir do grafico de funcoes quadraticas. O exerccio 23 apresenta uma importante
caracterizacao das funcoes quadraticas. Em particular, recomendamos especial atencao para a relacao
entre esta caracterizacao e aquela apresentada na secao 3 da Unidade anterior. Finalmente, o exerccio
24 trata de outras importantes propriedades geometricas dos graficos de funcoes quadraticas.
Abaixo, indicamos algumas referencias de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
Funes Quadrticas
Problemas
Q?
2. Se x e y so reais tais que 3x + 4y = 12, determine o valor mnimo
de z = x2 + y 2 .
3. Um avio de 100 lugares foi fretado para uma excurso. A compan-
hia exigiu de cada passageiro R$ 800,00 mais R$ 10,00 por cada lugar
1
2 MA11 - Unidade 11
mxima?
4. Joo tem uma fbrica de sorvetes. Ele vende, em mdia, 300 caixas
ele deveria cobrar pela caixa para que sua receita fosse mxima?
Matemtica?
9,00, em mdia 300 pessoas assistem aos concertos e que, para cada
espectadores. Qual deve ser o preo do ingresso para que a receita seja
mxima?
reais o quilo. Uma pesquisa de opinio revelou que, por cada real de
Funes Quadrticas - Problemas 3
mdio de 500g cada. Qual deve ser o valor do quilo de comida para
por metro quadrado, mais uma taxa xa de 2.500 reais. A prefeitura
dio. Quais devem ser as medidas dos lados para que o imposto seja
do cercado, mais uma taxa xa de 200 reais para administrao. Por
150 para B.
18. Dados a, b, c positivos, determinar x e y tais que xy = c e que
seja mnimo.
20. Dois empresrios formam uma sociedade cujo capital de 100 mil
21. Nas guas paradas de um lago, Marcelo rema seu barco a 12km
por hora. Num certo rio, com o mesmo barco e as mesmas remadas,
22. Os alunos de uma turma zeram uma coleta para juntar 405 reais,
no-constante.
ele parece uma parbola. Se for, quais sero o foco e a diretriz? Por
Recomendac
oes gerais
Dando prosseguimento `as ultimas unidades, daremos continuidade ao estudo de algumas ideias
sobre funcoes afins e quadraticas, enfocando agora funcoes polinomiais em geral.
Um primeiro resultado importante, apresentado na secao 1. Func oes Polinomiais vs Polin omios
(pp. 1-5), e o fato de que um numero real e raiz de uma funcao polinomial p : R R se, e
somente se, x e fator de p(x) (p. 2). Este resultado, que relaciona razes com fatoracao, fornece
uma ferramenta importante e muito utilizada para determinar razes: se conseguimos determinar,
de alguma maneira (seja por algum metodo algebrico ou por inspecao) uma raz de um polinomio p,
podemos fatorar p em polinomios de grau menor, o que pode facilitar a tarefa de encontrar outras
razes. Decorre tambem deste resultado o fato de que um polinomio de grau n com coeficientes reais
tem, no maximo, n razes. Do ponto de vista do ensino, essas propriedades tem grande importancia.
De forma geral, na abordagem de polinomios no ensino basico, certas tecnicas particulares tem recebido
muito mais enfase que aspectos mais conceituais e qualitativos, como a aplicacao da fatoracao para a
determinacao de razes e a analise de sinais, o que possibilita o estudo de graficos em casos simples
(veja exerccio extra 1, a seguir).
Ainda na secao 1, observe o comentario sobre a relacao entre funcoes polinomiais e polinomios (pp.
3-5), ja discutida na Roteiro 09 (p. 1 e exerccio extra 1). Para entender a necessidade desse comentario,
e importante lembrar que, a princpio, funcoes polinomiais e polinomios sao objetos matematicos de
naturezas diferentes. Funcoes polinomiais sao, antes de mais nada, funcoes, portanto a igualdade entre
funcoes polinomiais (com mesmos domnio e contradomnio) e determinada pela igualdade de seus
valores em cada elemento do domnio. Por outro lado, polinomios sao expressoes formais e, portanto,
sua igualdade e determinada pela igualdade de seus coeficientes. E claro que um polinomio nao pode
gerar duas funcoes polinomiais diferentes. No caso de R, vale a recproca: uma funcao polinomial nao
pode ser gerada por polinomios diferentes (fato que pode nao ser verdadeiro em outros corpos ver
exerccio extra 1 do Roteiro 09). Assim, ha uma correspondencia biunvoca entre funcoes polinomiais
reais e polinomios reais e nao ha necessidade de fazer essa distincao.
A secao 2. Determinando um Polin omio a parir de seus Valores (pp. 5-7) tambem trata
de um fato ja abordado na Unidade 09 para o caso particular de funcoes quadraticas: dados n + 1
numeros reais x0 , . . . , xn , dois a dois distintos, e n + 1 numeros reais y0 , . . . , yn , quaisquer, existe um
unico polinomio p, de grau n, tal que p(xk ) = yk , k = 0, . . . , n. A unicidade de tal polinomio
decorre do fato de que um polinomio de grau n so pode ter no maximo n razes. Para a existencia, sao
apresentados dois argumentos. O primeiro deles se baseia na analise das solucoes de um sistema linear
(p. 6). Nesse sistema, observe que os numeros x0 , . . . , xn e y0 , . . . , yn sao conhecidos e os coeficientes
a0 , . . . , an sao as incognitas.
Na secao 3. Gr aficos de Polinomios (pp. 7-11), sao apresentados alguns fatos importantes
envolvendo o comportamento assintotico de funcoes polinomiais (pp. 7-9), isto e, seu comportamento
quando x tende a . Essencialmente, podemos dizer que o comportamento assintotico de uma
funcao polinomial e determinado pelo seu termo de maior grau, pois para |x| suficientemente grande
os demais termos tornam-se desprezveis (veja exerccio extra 4, a seguir). Para resolver esse exerccio,
voce devera usar o fato de que lim xn = +.
x+
Ainda na secao 3, e apresentado o metodo de Newton (pp. 10-11), que e um metodo numerico
para calculo de razes, isto e, um metodo de calculo de valores aproximados de razes. Para o ensino
medio, o metodo de Newton pode nao ser adequado, pois envolve o conceito de derivada. Entretanto,
o calculo aproximado de razes de polinomios pode ser desenvolvido por meio de metodos mais simples.
Por exemplo, o metodo da bissecao e acessvel ao ensino medio, com a ajuda de uma calculadora de
bolso simples, como descrevemos a seguir. Se encontramos dois numeros x1 e x2 tais que p(x1 ) e p(x2 )
possuem sinais distintos, digamos p(x1 ) < 0 e p(x2 ) > 0, podemos ter certeza de que existe (pelo
menos) uma raiz de p no intervalo ]x1 , x2 [. Tomamos entao um numero qualquer x3 nesse intervalo.
Se p(x3 ) = 0, temos a sorte de ter encontrado nossa raiz. Se p(x3 ) > 0, existe (pelo menos) uma raiz
no intervalo ]x1 , x3 [. Se p(x3 ) < 0, existe (pelo menos) uma raiz no intervalo ]x3 , x2 [. Podemos assim
continuar o processo indefinidamente. O calculo aproximado de razes e importante e acessvel para
aprofundar a ideia de raiz no ensino medio, complementando e ampliando os metodos convencionais,
que muitas vezes sao memorizados sem compreensao adequada.
Exerccios recomendados
Recomendamos que voce resolva atentamente todos os exerccios desta secao, que envolvem ideias
fundamentais sobre funcoes polinomiais. Os exerccios 1 e 2 tratam do algoritmo da divisao de
polinomios, que e uma ferramenta importante para a fatoracao quando encontramos uma raiz. Os
exerccios 3 e 4 abordam o conceito de multiplicidade. Os exerccios 8 e 9 envolvem calculo aproxi-
mado de razes.
Alem destes, propomos os seguintes exerccios extras.
1. Para cada um dos tens a seguir, use a fatoracao do polinomio p dado para responder as seguintes
questoes. (i) Determine todas as razes reais de p. (ii) Determine os intervalos em que p(x) > 0
e aqueles em que p(x) < 0. (iii) Qual e o numero de pontos de maximo local e de mnimo local
que p possui? Justifique sua resposta. (iv) E possvel ter certeza do numero exato de pontos
de maximo local e de mnimo local, e da localizacao exata desses pontos, apenas com base na
analise algebrica da fatoracao dos polinomios? Justifique sua resposta.
(a) p(x) = x3 4 x
(b) p(x) = x3 + x2 x 1
(c) p(x) = x4 2 x2
(d) p(x) = x4 1
2. Na secao 2, prova-se que, dados n + 1 pontos no plano, com abscissas duas a duas distintas,
existe uma unica funcao polinomial, com grau n, cujo grafico contem esses pontos (p. 5).
Explique por que so podemos concluir que essa funcao polinomial tem grau n, e nao grau = n.
Use esta expressao para provar os seguintes fatos (afirmados nas pp. 7-8):
(a) Se o grau de n e par, entao, M > 0 tal que p(x) tem o mesmo sinal de an , x com
|x| M .
(b) Se o grau de n e mpar, entao, M > 0 tal que p(x) tem o mesmo sinal de an , x > M
e o sinal oposto de an , x < M .
(c) lim p(x) = lim an xn e lim p(x) = lim an xn . Em particular, os limites no infinito
x+ x+ x x
de qualquer funcao polinomial sao infinitos.
Abaixo, indicamos uma referencia para estudo futuro, para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
Funes Polinomiais
(x )(xn1 + xn2 + + n2 x + n1 ) = xn n .
1
2 MA11 - Unidade 12
do que n razes.
Uma funo polinomial p chama-se identicamente nula quando se
razes. (Todo nmero real raiz de p.) Ento nenhum nmero natural
p(x) = an xn + + a1 x + a0 .
Funes Polinomiais 3
0xn + 0xn1 + + 0x + 0.
p(x) = an xn + + a1 x + a0
q(x) = bn xn + + b1 x + b0 ,
an = bn , . . . , a1 = b1 , a0 = b0 .
apresentaremos agora.
p(X) = an X n + + a1 X + a0
q(X) = bn X n + + b1 X + b0
so iguais (ou idnticos ) quando a0 = b0 , a1 = b1 , . . . , an = bn .
A cada polinmio
p(X) = an X n + + a1 X + a0
faz-se corresponder a funo polinomial p : R R, denida por
n
p(x) = an x + + a1 x + a0 , para todo x R. Esta correspon-
indicado:
an xn0 + + a1 x0 + a0 = y0
an xn1 + + a1 x1 + a0 = y1
.
.
.
an xnn + + a1 xn + a0 = yn .
p(x) = x3 2x2 + 5x + 1,
no tem grau. Excees como esta, e como vrias outras que ocorrem
3 Grcos de Polinmios
Quando se deseja traar, ao menos aproximadamente, o grco de
Sejap(x) = an xn + + a1 x + a0 , com a 6= 0.
Se n par ento, para |x| sucientemente grande, p(x) tem o
gundo, terceiro e quarto graus. Em cada caso, pode-se dizer logo qual
Figura 1:
pgina).
se p(x1 ) < 0 e p(x2 ) > 0 ento p deve possuir uma raiz entre x1 e x2 .
ao menos uma raiz real.) Mas como se localiza alguma dessas razes?
Figura 2:
p(xn )
xn+1 = xn ,
p0 (xn )
1 a
xn+1 = xn + .
2 xn
p(x) = an xn + + a0
para achar razes reais de uma equao algbrica. Para isso, con-
enquanto que p(2) = 13 positivo, logo deve haver uma raiz real de
p(x0 ) 13
x 1 = x0 = 2 = 1, 783.
p0 (x0 ) 60
p(x1 ) 3, 124
x2 = x1 0 = 1, 783 = 1, 687.
p (x1 ) 32, 703
p(x2 ) 0, 434
x3 = x2 0 = 1, 687 = 1, 667.
p (x2 ) 23, 627
110. E para exercitar-se em contas, notando que p(0) > 0 e p(1) < 0,
5 2
pode procurar a raiz de p(x) = x 5x + 1 localizada entre 0 e 1.
Exerccios
que existe ura polinmio q(x) tal que gr [P (x) p(x)q(x)] <
P (x). gr
e r(x) tais que P (x) = p(x)q(x) + r(x), com gr r(x) < gr p(x). Os
polinmios q(x) e r(x), tais que P (x) = p(x)q(x) + r(x) com gr r(x) <
para todo x R.
ou uma raiz dupla.) Prove que uma raiz simples de p(x) se, e
0
somente se, tem-se p() = 0 e p () 6= 0. Prove tambm que uma
0 00
raiz dupla de p(x) se, e somente se, p() = p () = 0 e p () 6= 0.
Generalize.
simples de p0 (x).
5. Determine o polinmio p(x) de menor grau possvel tal que p(1) =
2, p(2) = 1, p(3) = 4 e p(4) = 3.
6. Seja p(x) um polinmio cujo grau n um nmero mpar. Mostre
que existem nmeros reais x1 , x2 tais que p(x1 ) < 0 e p(x2 ) > 0.
Conclua da que todo polinmio de grau mpar admite pelo menos
1 5
xn1 = xn +
2 xn
para calcular 5 com trs algarismos decimais exatos. (Por exemplo:
sabemos que 1,414 uma aproximao de 2 com trs algarismos
2 2
decimais exatos porque 1, 414 < 2 < 1, 415 .)
9. Usando o mtodo de Newton, estabelea um processo iterativo para
3
calcular
3
a e aplique-o a m de obter um valor aproximado de 2.
MA 11 - Unidade 13
Func
ao Exponencial
Semana de 23/05 a 29/05
Recomendac
oes gerais
Nesta Unidade, daremos incio ao estudo de funcoes exponenciais, que sera aprofundado nas
Unidades seguintes. Na Introduc ao (pp. 1-4), e iniciada a discussao sobre a caracterizacao da funcao
exponencial a partir de sua variacao. Como ja foi discutido na Unidade 08, as funcoes afins podem
ser caracterizadas como aquelas para as quais a variacao da variavel dependente depende somente da
variacao da variavel independente. Assim, dada f : R R, temos que f e afim se, e somente se,
existe a R tal que f (x + h) f (x) = a h para qualquer variacao h da variavel x. Dizemos que
esta e uma caracterizacao das funcoes afins, pois todas as funcoes afins, e nenhuma outra, tem essa
propriedade.
Nesta primeira secao, comecamos a discutir uma caracterizacao para a funcao exponencial com base
na ideia de variacao: para cada variacao da variavel independente h fixada, a variacao correspondente
da variavel dependente f (x + h) f (x) e proporcional ao valor da propria variavel dependente f (x),
sendo a constante de proporcionalidade dependente de h. Equivalentemente, podemos dizer que a razao
f (x + h)
depende apenas de h, e nao de x. Uma importante consequencia para o calculo infinitesimal e
f (x)
que as funcoes exponenciais sao aquelas para as quais a taxa de variacao instantanea (isto e, a derivada)
e proporcional ao valor da propria funcao. Essas propriedades podem ser percebidas intuitivamente em
situacoes em que uma grandeza varia em funcao do tempo de tal forma que o acrescimo sofrido a
partir de um determinado instante e proporcional ao valor da propria grandeza naquele instante este
e o caso, por exemplo, dos juros compostos e do decaimento radioativo, tratados nesta secao. As
demonstracoes para essas propriedades serao dadas nas proximas Unidades.
Na secao 2. Pot encias de Expoente Racional (pp. 4-10), discute-se a extensao da definicao de
exponenciacao com expoente natural, que se baseia na ideia de multiplicacao de fatores repetidos,
para expoentes inteiros (p. 7), em primeiro lugar, e depois expoentes racionais (p. 8). Evidentemente,
a definicao de exponenciacao com base na ideia de multiplicacao de fatores repetidos nao pode ser
generalizada nem para expoentes inteiros, nem para expoentes racionais. Em ambos os casos, as
definicoes generalizadas sao as unicas possveis, de modo a preservar as propriedades fundamentais da
exponenciacao. Certifique-se de entender as demonstracoes para os fatos de que an tende a +, se
a > 1, e a 0, se 0 < a < 1 (pp. 6-7). Observe que lim an = + se a > 1 nao e consequencia
n+
imediata do fato de an ser estritamente crescente neste caso (como mostra o exemplo dado na p. 5).
No final da secao 2, e demonstrado um Lema (p. 9-10) que sera importante para a extensao da
exponencial para expoentes reais, que sera discutida na proxima Unidade. Observe que as extensoes
da exponenciacao de N para Z e de Z para Q baseiam-se em propriedades algebricas. Entretanto, a
extensao de Q para R envolve necessariamente alguma ideia de continuidade ou convergencia, o que
torna este passo conceitualmente mais delicado.
Exerccios recomendados
1
1. Como voce explicaria a um aluno no Ensino Fundamental que a0 = 1? E que an = ?
an
1 m
2. Como voce explicaria a um aluno no Ensino Fundamental que a 2 = a ? E que a n = m an =
n
( m a) ?
Abaixo, indicamos uma referencia para estudos futuros para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
Funo Exponencial
1 Introduo
Vimos no Captulo 5 que se f : R R uma funo am ento o
acrscimo f (x + h) f (x), sofrido por f quando se passa de x para
perodo o valor f (x). Constatou-se ali que f (x) uma funo linear
1
2 MA11 - Unidade 13
de x.
Neste captulo, consideraremos uma quantia c0 , aplicada a juros
renda.
Isto quer dizer que o tempo h necessrio para que um capital seja
Funo Exponencial 3
deve ser uma funo crescente c(t) tal que o acrscimo relativo [c(t +
h) c(t)]/c(t) dependa apenas de h mas no de t.
tempo que leva um grama da mesma substncia para ter sua metade
desintegrada.
horas.
naquela ocasio.
mas somente de h.
Mostraremos neste captulo que as nicas funes com essas pro-
priedades so as do tipo m(t) = b.at (com 0 < a < 1). Os exemplos que
expoente racional.
am an = am+n
Funo Exponencial 5
Alm disso,
Um exemplo disso
1 2 3 n
, , ,..., ,...
2 3 4 n+1
onde se tem
n
<1
n+1
para todo n N.
Entretanto, se a > 1, a sequncia formada pelas potncias an ,
mente, escrevemos
lim an =
n
b > 1. Logo, pelo que acabamos de ver, podemos achar n N tal que
Funo Exponencial 7
1 1
bn > 1/c, ou seja,
an
> c
, donde an < c.
Este resultado signica que limn an = 0 quando 0 < a < 1.
(A expresso limn an = 0 l-se o limite de an , quando n tende ao
1
an an = an+n = a0 = 1, logo an =
an
Assim, se quisermos estender o conceito de potncia do nmero
a igualdade fundamental
f (m + n) = f (m) f (n),
n Z.
r
Prosseguindo, vejamos que sentido pode ser dado potncia a
n
< < aM e 1<a< 1+ M
a
Da ltima relao decorrem sucessivamente
1 < a1/n < 1 + e 0 < aM (a1/n 1) < .
aM
Logo
m m 1 m+1 m
6 M 0 < a n (a n 1) < 0 < a n a n < .
n
Assim, as potncias
a0 = 1, a1/n , a2/n , , aM
10 MA11 - Unidade 13
[, ].
MA 11 - Unidade 14
Func
ao Exponencial
Semana de 30/05 a 05/06
Recomendac
oes gerais
Nesta Unidade, continuamos o estudo de funcoes exponenciais, iniciado na unidade anterior, onde
foi apresentada a definicao da exponenciacao apenas para expoentes racionais. Na secao 1. A Func
ao
Exponencial (pp. 1-6), e discutida a sua extensao para expoentes reais, necessaria para que possamos
definir a funcao exponencial com domnio em R. Fazer essa extensao significa que, para a > 0 fixado,
devemos definir uma funcao f , com domnio em R, que satisfaca as propriedades fundamentais 1, 2 e
3, enunciadas na p. 1, para todo x R.
Em primeiro lugar, observamos que tal funcao sera estritamente positiva (p. 2). Portanto, pode-
remos definir f : R R+ . Alem disso, para r Q, a funcao coincidira com a exponenciacao ar , ja
definida (p. 2). Por outro lado, fixado a > 1 (o caso 0 < a < 1 e analogo), gracas `a monotonicidade
da exponencial em Q, temos que, dado x irracional, existe um unico numero real y com a seguinte
propriedade:
De fato, se existissem dois numeros reais distintos A < B com esta propriedade, concluiramos que
ar < A < B r Q, r < x, e que A < B < as s Q, s > x. Isto e, nao existiria nenhuma potencia
ar , com r Q no intervalo [A, B], contradizendo o lema da secao anterior. Portanto, definimos o
unico numero real y com a propriedade acima como sendo o valor da funcao f em x. Assim, fica bem
definida a funcao f que satisfaz as propriedades 1, 2 e 3. A partir da, podemos estabelecer as outras
propriedades importantes da funcao exponencial f : R R+ (pp. 3-5): continuidade, injetividade,
sobrejetividade, limites em .
Com relacao ao grafico da funcao exponencial (pp. 5-6), recomendamos particular atencao `a
comparacao entre funcoes exponenciais e polinomiais: o crescimento exponencial, quando a > 1,
supera o de qualquer polinomio. No Ensino Medio, graficos de funcoes exponenciais sao muitas vezes
tracados de forma displicente, como se fossem arcos de parabola. Entretanto, e importante observar
que o crescimento exponencial e qualitativamente bastante diferente do crescimento polinomial. Para
entender bem esta diferenca qualitativa, releia a discussao sobre variacao da funcao exponencial na
unidade anterior: o crescimento exponencial se caracteriza pelo fato de que a variacao da variavel
dependente e proporcional ao seu proprio valor.
Na secao 2. Caracterizac ao da Funcao Exponencial (p. 6-9), sao demonstradas duas formas
de caracterizar este tipo de funcao. A primeira diz respeito a suas propriedades algebricas, e segunda
envolve a ideia de variacao. Ao ler essas demonstracoes, preste atencao `a importancia da hipotese
de monotonicidade (que pode ser substituda por continuidade) e do lema de densidade provado na
unidade anterior.
Exerccios recomendados
1. Como vimos nesta unidade, a definicao da funcao exponencial real envolve uma nocao de con-
vergencia, ou de continuidade. Evidentemente, estes conceitos nao sao adequados para o Ensino
Medio. Entretanto, podemos introduzir uma ideia intuitiva do significado de ax , com x irracional,
com base em uma nocao de aproximacao, com o apoio da calculadora ou do computador. Elabore
uma atividade para explicar aos seus alunos no Ensino Medio o significado de 2 (por exemplo).
2. Esboce os graficos das funcoes f : R R abaixo (sem usar tecnicas de calculo diferencial).
2
(a) f (x) = 2x
2
(b) f (x) = 2x
2
(c) f (x) = 21x
1
(d) f (x) = 2 x
Indicamos abaixo uma referencia para estudo futuro para aqueles que se interessarem em se apro-
fundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao cobrados
nas avaliacoes unificadas.
Funo Exponencial
1 A Funo Exponencial
Seja a um nmero real positivo, que suporemos sempre diferente de 1.
A funo exponencial de base a, f : R R+ , indicada pela notao
f (x) = ax , deve ser denida de modo a ter as seguintes propriedades,
para quaisquer x, y R:
1) ax .ay = ax+y ;
2) a1 = a;
1
2 MA11 - Unidade 14
e
x < y ax < ay ,
portanto x 6= y ax 6= ay .)
Tem-se ainda
lim ax = + se a > 1,
x+
lim ax = 0 se a > 1 e
x
Figura 1:
Figura 2:
Recomendac
oes gerais
Nesta unidade, conclumos o estudo das funcoes exponenciais, e nos preparamos para comecar a
estudar as funcoes logaritmicas.
Na secao 1. Func oes Exponenciais e Progress oes (pp. 1-3), sao exploradas as importantes
relacoes entre funcoes exponenciais e progressoes aritmeticas e geometricas muitas vezes negligen-
ciadas no Ensino Medio. Em primeiro lugar, observamos que uma progressao geometrica nada mais
e do que uma funcao exponencial discreta, isto e, uma funcao exponencial cujo domnio e N, em vez
de R. Observamos ainda que as funcoes exponenciais reais podem ser caracterizadas como aquelas
que transformam progressoes aritmeticas em progressoes geometricas. Isto e, todas as funcoes ex-
ponenciais tem essa propriedade, todas as funcoes com esta propriedade sao exponenciais. Assim, as
funcoes exponenciais caracterizam-se pelo fato de que, cada vez que somamos uma constante `a variavel
independente, a variavel dependente e multiplicada por uma constante; ou seja, saltos aditivos no eixo
horizontal correspondem a saltos multiplicativos no eixo vertical. Esta importante propriedade tambem
pode ajudar a entender (e a explicar para os alunos no Ensino Medio) a variacao global das funcoes
exponenciais e, consequentemente, o comportamento qualitativo de seus graficos (comentado no final
do Roteiro anterior).
Na secao 2. Func ao Inversa (pp. 3-6), apresentamos a definicao de funcao inversa e discutimos
condicoes para a sua existencia. Essencialmente, dada uma funcao f : X Y , para que exista a
funcao inversa f 1 : Y X, duas condicoes sao necessarias:
2. Cada elemento de Y nao pode estar associado por f 1 a mais de um elemento de X. Isto e,
nao pode haver elementos distintos do domnio de f cujas imagens sejam as mesmas. Portanto,
f precisa ser injetiva.
Conclumos desta forma que uma funcao e invertvel se, e somente se, e bijetiva.
Exerccios recomendados
(a) De um exemplo de uma funcao f : X Y sobrejetiva que nao seja injetiva. Verifique que
existe uma funcao g : Y X tal que f g = IY . Esta funcao e a funcao inversa de f ?
Justifique a sua resposta.
(b) De um exemplo de uma funcao f : X Y injetiva que nao seja sobrejetiva. Verifique que
existe uma funcao g : Y X tal que g f = IX . Esta funcao e a funcao inversa de f ?
Justifique a sua resposta.
(a) Mostre que existe uma g : Y X tal que f g = IY se, e somente se f e sobrejetiva.
Podemos garantir que esta funcao e a funcao inversa de f ? Justifique a sua resposta.
(b) Mostre que existe uma g : Y X tal que g f = IX se, e somente se f e injetiva.
Podemos garantir que esta funcao e a funcao inversa de f ? Justifique a sua resposta.
(a) Podemos afirmar que a composta f g e uma funcao crescente? Justifique sua resposta.
(b) Podemos afirmar que o produto f g e uma funcao crescente? Justifique sua resposta.
Abaixo indicamos uma referencia para estudos futuros para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
1
2 MA11 - Unidade 15
c0 , c0 A, c0 A2 , c0 A3 , . . . .
de Matemtica, SBM)
conforme o
2 Funo Inversa
Diz-se que a funo g : Y X a inversa da funo f : X Y
quando se tem g(f (x)) = x e f (g(y)) = y para quaisquer x X e
f (x) = y .
Se g(f (x)) = x para todo x X ento a funo f injetiva, pois
e
F (G(y)) = F ( y) = ( y)2 = y
para quaisquer x>0 e y > 0.
Mais geralmente, para todo n N, a funo x 7 xn uma cor-
g = f 1 .
Prova-se que uma funo contnua f : I R, denida num in-
decrescente).
Figura 1:
quadrado cujos vrtices so (x, y), (x, x), (y, x) e (y, y), enquanto
o prolongamento da outra diagonal.
Figura 2:
Recomendac
oes gerais
Nesta Unidade, comecamos a estudar as funcoes logartmicas, definidas como inversas das funcoes
exponenciais. No comeco da secao 1. Func
oes Logartmicas (pp. 1-6), sao apresentadas as relacoes
algebricas que decorrem diretamente da definicao como inversa da funcao exponencial:
(a) log10 9
(b) log10 40
(c) log10 200
(d) log10 3000
(e) log10 0, 003
(f) log10 0, 81
2. Uma interpretacao do logaritmo decimal e a sua relacao com a ordem de grandeza, isto e, com
o numero de algarismos na representacao decimal. As questoes a seguir exploram esta relacao.
3. Considere x, y R tais que x = 10k y, com k Z. Qual e a relacao entre log10 x e log10 y?
4. (a) Mostre que uma funcao logartmica transforma toda progressao geometrica em uma progressao
aritmetica.
(b) Interprete a propriedade acima com base no crescimento da funcao logartmica.
(c) A propriedade demonstrada no item (a) pode ser considerada uma caracterizacao para as
funcoes logartmicas, isto e, e verdade que uma funcao e logartmica se, e somente se,
transforma toda progressao geometrica em uma progressao aritmetica?
7. O acidente do reator nuclear de Chernobyl, URSS, em 1986, lancou na atmosfera grande quan-
tidade do isotopo radioativo estroncio-90, cuja meia-vida e de vinte e oito anos. Supondo ser
este isotopo a unica contaminacao radioativa e sabendo que o local podera ser considerado se-
1
guro quando a quantidade de estroncio-90 se reduzir, por desintegracao, a 16 da quantidade
inicialmente presente, em que ano o local podera ser habitado novamente?
9. Em algumas situacoes, para expressar certas grandezas, e mais conveniente empregar as chamadas
escalas logartmicas do que as escalas lineares convencionais. Este e o caso, por exemplo, da
escala Richter de terremotos. Na escala Richter, a intensidade I de um terremoto, expressa em
graus, e definida da seguinte forma:
2 E
I = log10
3 E0
Em que E representa a energia liberada pelo terremoto, medida em kW h, e E0 = 103 kW h.
(a) Qual e a energia liberada por um terremoto de 3 graus na escala Richeter? E por um
terremoto de 9 graus?
(b) Qual e a relacao entre a energia liberada por um terremoto de grau k e a energia liberada
por um terremoto de grau k + 1 na escala Richter?
(c) Por que voce acha que o uso de uma escala logartmica e conveniente, no caso da medicao
de intensidade de terremotos?
(d) Pesquise outros exemplos de situacoes em que o uso de escalas logartmicas e mais conve-
niente.
Abaixo, indicamos algumas referencias de leituras futuras para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
Funo Logartmica
1 Funes Logartmicas
f (x + y) = f (x) f (n).
1
2 MA11 - Unidade 16
loga : R+ R,
que associa a cada nmero real positivo x o nmero real loga x, chamado
o logaritmo de x na base a. Por denio de funo inversa, tem-se
y = loga x ay = x.
xy = au av = au+v ,
ou seja
instrumento de clculo.
fez com que essa utilidade inicial dos logaritmos perdesse o sentido.
Funo Logartmica 3
Figura 1:
x = au = 2v = (ac )v = acv
o outro menor do que 1 ento loga b < 0. A frmula acima diz que
a > 1:
lim loga x = +
x+
lim loga x = .
x0
sucientemente pequeno.
exemplo, se quisermos que log10 x seja maior do que mil, ser preciso
um algarismos.
Figura 2:
cas
1.)
f (am ) = f (a a . . . a)
= f (a) + f (a) + + f (a)
= 1 + 1 + + 1 = m,
0 = f (1) = f (am am )
= f (am ) + f (am ) = m + f (am ),
tem-se:
r < x < s ar < ax < as f (ar ) < f (ax ) < f (as ) r < f (ax ) < s.
Recomendac
oes gerais
Nos cursos superiores, principalmente nas disciplinas de Calculo, lidamos bastante com o numero
e e com as funcoes logaritmo e exponencial com esta base. Entretanto, esses conceitos sao pouco
explorados no Ensino Medio. Mesmo assim, devido ao seu papel central na teoria de exponenciais e
logaritmos, o conhecimento desses conceitos e importante para o professor de Matematica. Por isso,
nesta Unidade e na proxima, vamos rever algumas das principais ideias sobre logaritmos e exponenciais
de base e.
Nesta Unidade, construiremos a funcao logaritmo natural com base na area determinada por uma
hiperbole (pp. 1-6). Em seguida, mostraremos que o numero e, base desse logaritmo, coincide com o
limite de certa sequencia (pp. 7-10).
Em primeiro lugar, consideramos a funcao f : R+ R definida por f (x) = AREA H1x , isto e, a
funcao que a cada x > 0 associa a area (orientada) determinada entre a hiperbole x y = 1 e o eixo
horizontal, entre 1 e x. Mostramos que esta funcao satisfaz a propriedade algebrica:
Portanto, gracas `a caracterizacao demonstrada na Unidade anterior, temos certeza de que esta e
uma funcao logartmica, que chamaremos de logaritmo natural e denotaremos por ln. Isto e, existe
algum numero real, que chamaremos de e, tal que:
f (x) = loge x = ln x
Esta sera para nos a definicao do numero e. Em particular, decorre da que f (e) = 1; portanto
e e o numero tal que a area da regiao limitada entre a hiperbole x y = 1 e o eixo horizontal, para
1 x e, e igual a 1.
Resta entender melhor que numero e este. Podemos mostrar que e e um numero irracional e, alem
disso, transcendente. Isto significa que e nao e raiz de nenhum polinomio com coeficientes inteiros em
particular, o numero e nao admite representacao por meio de radicais. No entanto, essas demonstracoes
fogem ao escopo deste curso (para saber mais, veja [2]).
Nesta Unidade, mostramos que o numero e, definido como a base do logaritmo natural, coincide
com o limite: n
1
lim 1 +
n+ n
Em particular, esta sequencia nos fornece aproximacoes racionais para o numero e. A demonstracao
deste fato baseia-se na observacoes de propriedades geometricas da area sob a hiperbole. A partir da,
obtemos ainda outros limites importantes:
1
n
lim (1 + x) = e
x lim 1+ = e R
x0 n+ n
Exerccios recomendados
(a) Preencha a coluna A da planilha com a sequencia crescente dos numeros naturais ate 10.
Em seguida, escreva nas primeiras celulas das colunas B e C, respectivamente, =1+1/A1
e =B1A1. Arraste essas celulas ao longo das colunas, ate o final das celulas preenchidas
na coluna A. De que numero os valores encontrados na coluna C estao se aproximando?
Justifique sua resposta.
(b) Podemos repetir a experiencia do item anterior, aumentando a velocidade de convergencia.
Para isto, repita a numeracao da coluna A, e escreva nas primeiras celulas das colunas B, C
e D, respectivamente: =10A1, =1+1/B1 e =C1B1. Arraste essas celulas ao longo
das colunas, ate o final das celulas preenchidas na coluna A. De que numero os valores
encontrados na coluna C estao se aproximando? Agora, estenda a numeracao da coluna A
ate 20 e arraste as demais coluna ate essa posicao. O comportamento dos numeros que
aparecem na coluna D e o esperado? Explique o ocorrido.
Para saber mais
Abaixo, indicamos algumas referencias de pesquisas futuras para aqueles que se interessarem em
se aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
Logaritmos Naturais
1 Logaritmos Naturais
Nesta seo, mostraremos como os logaritmos naturais podem ser
1
2 MA11 - Unidade 17
as pags. 22 e 49.]
de hiprbole.
Logaritmos Naturais 3
Seja
Figura 2:
Figura 3:
4 MA11 - Unidade 17
Hab e bk
Hak tm a mesma rea.
b
REAHa ,
A rea usual, com valores > 0, ser escrita como rea Hab . Assim,
temos
seis possibilidades.
Logaritmos Naturais 5
Figura 4:
x > 0.
f (x) = REA H1x
Figura 5:
Mas, como vimos acima, REA Hxxy = REA H1y . Logo f (xy) =
x y
REA H1 + REA H1 , ou seja:
Figura 6:
Logaritmos Naturais 7
constante e = 2, 718281828459.
nitesimal.
Figura 7:
mede
1
1+x
, contido na faixa H11+x e esta faixa, por sua vez, contida no
retngulo maior, com a mesma base de medida x e altura igual a 1.
x > 0:
x
< ln (1 + x) < x.
1+x
Dividindo por x:
1 ln (1 + x)
< < 1.
1+x x
1
Tomando x= n
:
n 1 n
< ln 1 + < 1,
n+1 n
Portanto:
n
1 n
e n+1 < 1 + < e,
n
n
para todo n N. Quando n cresce indenidamente, se aproxima
n+1
n
de 1, logo e n+1 tende a e. Segue-se ento destas ltimas desigualdades
que
1 n
lim 1 + = e.
n n
Logaritmos Naturais 9
1 ln (1 + x)
() < < 1,
1+x x
vlida para todo x > 0. Se considerarmos 1 < x < 0, teremos
x > 0 e 1 + x > 0. Portanto vlido ainda falar de ln(1 + x).
Observamos que o retngulo cuja base mede x e cuja altura mede
1
1 est contido na faixa H1+x e esta, por sua vez, est contida no
x
x < ln(1 + x) < .
1+x
Dividindo os 3 membros pelo nmero positivo x obtemos
ln (1 + x) 1
() 1< < .
x 1+x
As desigualdades (*) e (**) nos do
1 1 1 1
< ln(1 + x) x < 1 ou 1 < ln(1 + x) x < ,
1+x 1+x
ou seja
1 1 1 1
e 1+x < (1 + x) x < e ou e < (1 + x) x < e 1+x ,
segue que
1
( ) lim (1 + x) x = e
x0
10 MA11 - Unidade 17
1
Isto signica que possvel tornar o valor da expresso (1+x) x to
n
e = lim 1 + ,
n n
vlida para todo R, obtemos
1 1 n
= lim 1 .
e n n
MA 11 - Unidades 18 e 19
Func
ao Exponencial na Base e
Semana de 13/06 a 19/06
Recomendac
oes gerais
1. Considere uma aplicacao que rende juros > 0 em uma unidade tempo T = 1 (por exemplo,
um mes, um ano, etc.). Isto e, se uma quantia c0 e investida nesta aplicacao pelo perodo T ,
entao o valor resgatado sera c = c0 (1 + ). Suponha que um investidor resgate a quantia c0 em
um tempo t < T .
(a) Qual sera o valor resgatado se a aplicacao rende juros simples para t < T ?
(b) Qual sera o valor resgatado se a aplicacao rende juros compostos para t < T ?
(c) Em qual das duas opcoes acima o investidor resgatara um valor maior?
(d) A conclusao do item anterior tambem e valida para t > T ?
2. Nesta secao, provamos que a derivada de uma funcao exponencial e proporcional ao valor da
propria funcao. Voce acha que a recproca desta afirmacao e verdadeira? Isto e, e verdade que
se a derivada de uma funcao e proporcional ao proprio valor da funcao, entao esta e uma funcao
exponencial? Que ferramentas matematicas sao necessarias para responder esta pergunta?
x2 xn
ex = 1 + x + + + + ,
2! n!
onde a serie da direita converge para ex , para todo numero real x. Esta e a chamada serie de
Taylor da funcao ex . Em particular,
1 1
e=1+1+ + + + .
2! n!
x2 xn
Sn (x) = 1 + x + + + .
2! n!
O que se prova e que Sn (x) aproxima ex , com erro estimado pela formula:
Existe uma formula que estima o erro quando x < 0, mas que nao vem ao caso escrever.
Como 0 < e < 3, deduzimos, para x = 1, que 0 < rn (1) < 3, ja que
rn (1) e 3
0< < < .
n! (n)! (n)!
Calcule, com o auxlio de uma calculadora, um valor aproximado de e com erro menor do que
104 .
4. Prova da irracionalidade de e.
Suponha por absurdo que e = pq . Escreva esta fracao na forma mn
, onde m = 3p e n = 3q (o
1
contrario de tomar uma fracao reduzida). Aproximando e = e por Sn1 (1), com o valor de n
acima (=3q), podemos escrever
m 1 1 rn (1)
= e = 1 + 1 + + + + ,
n 2! (n 1)! n!
5. Com extamente a mesma ideia, mostre que e2 e irracional. Este argumento pode ser generalizado
para mostrar que er , com r um numero natural, e irracional.
Abaixo, indicamos algumas referencias de pesquisas futuras, para aqueles que se interessarem em
se aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
1
2 MA11 - Unidades 18 e 19
Figura 1:
Figura 2:
proporcionalidade.
Assim, por exemplo, no caso do investimento, em que c(t) = c0
et , se, a partir de um dado instante t0 , considerarmos um intervalo
de tempo h muito pequeno, teremos aproximadamente [c(t0 + h)
= c(t0 ) , logo c(t0 + h) c(t0 ) = c(t0 ) h.
c(t0 )]/h
Usando a interpretao geomtrica do logaritmo natural, fcil
calcular a derivada da funo f (x) = b ex .
O ponto de partida consiste em mostrar que se tem
eh 1
lim = 1.
h0 h
Para ver isto, lembramos que a faixa de hiprbole H1e tem rea
h
eh 1
< h < eh 1.
eh
Figura 3:
eh 1, obtemos
1 h
h
< h < 1, para todo h > 0.
e e 1
Quando h 0, a potncia eh tende a 1. Segue-se das desigualdades
acima que limh0 [h/(eh 1)] = 1, logo
eh 1
lim = 1.
h0 h
O caso em que h 0 por valores negativos se trata de modo
anlogo.
Agora imediato ver que
ex+h ex eh 1
lim = ex lim = ex
h0 h h0 h
e, mais geralmente,
e(x+h) ex eh 1 eh 1
lim = ex lim = ex lim
h0 h h0 h h0 h
Escrevendo k = h, vemos que h 0 k 0. Portanto
e(x+h) ex x ek 1
lim = e lim = ex .
h0 h h0 k
Isto conclui a demonstrao de que a derivada da funo f (x) = ex
f 0 (x) = f (x), logo proporcional ao valor f (x) da funo f , sendo
o fator de proporcionalidade.
bvio que o mesmo vale para uma funo do tipo f (x) = b ex .
MA11 - Unidade 20
Atividade Especial
Semana de 20/06 a 26/06
Reservamos esta semana para propor uma reviso geral dos conceitos
estudados at agora neste curso. Desta forma, voc ter a oportunidade
de esclarecer eventuais dvidas e refazer os exerccios mais importantes.
2 Unidade 20
Bsica.
Nas Unidades 9 a 11, foram abordadas as funes quadrticas.
Uma propriedade particularmente importante dessas funes o fato de
que podem ser escritas na chamada forma cannica:
b 4 a c b2
f (x) = a (x x0 )2 + y0 , onde x0 = e y0 = .
2a 4a
Da decorre grande parte das propriedades das funes quadrticas estu-
dadas no Ensino Mdio: determinao das razes, mximos e mnimos,
eixo de simetria vertical. Reveja tambm as propriedades geomtricas
das funes quadrticas e sua importante aplicao ao movimento uni-
formemente variado.
Na Unidade 12, so generalizadas algumas das propriedades estu-
dadas anteriormente para funes polinomiais de grau superior. Uma
importante propriedade sobre a fatorao de polinmios, que muito
usada no Ensino Mdio para determinar razes, o fato de que um nmero
real raiz de uma funo polinomial p : R R se, e somente se, o
binmio x fator de p(x). Reveja tambm, com ateno, as discusses
sobre a determinao de um polinmio a parir de certo nmero de valo-
res dados, e sobre grficos, em particular o comportamento assinttico de
funes polinomiais.
Finalmente, nas Unidades 14 a 19, estudamos as funes exponen-
ciais e logartmicas. Em primeiro lugar, recomendamos que voc reveja
com ateno a construo da funo exponencial, particularmente as di-
Atividade Especial 5
Recomendac
oes gerais
Nesta unidade, comecamos a preparar o estudo de funcoes trigonometricas e que sera desenvolvido
nas unidades seguintes. De forma similar ao que ocorre no caso dos logaritmos, trigonometria e certa-
mente um dos topicos cuja abordagem no Ensino Medio e mais artificialmente mistificada. Em primeiro
lugar, observamos que, em geral, a abordagem de trigonometria em livros didaticos e fortemente calcada
por uma quantidade excessiva de formulas (em muitos casos redundantes) e procedimentos memoriza-
dos, apresentados com interpretacao geometrica insuficiente.
Um segundo problema esta relacionado com os dois contextos matematicos fundamentais em que
a trigonometria e desenvolvida: a trigonometria no triangulo retangulo e a trigonometria no chamado
crculo trigonometrico. No triangulo retangulo, o seno e o cosseno de um angulo agudo sao definidos
como razoes entre comprimentos de lados. Portanto, neste contexto, falamos de seno e cosseno de
angulos, definidos como razoes trigonometricas. No contexto do crculo trigonometrico, tomamos
como referencia um crculo unitario C, com centro na origem de um sistema de eixos cartesianos e
consideramos os angulos centrais que possuem um dos lados no eixo horizontal e o outro definido por
um segmento OB, em que B e um ponto sobre a circunferencia. Se B esta no primeiro quadrante,
os angulos determinados sao agudos e tudo ocorre como no contexto das razoes trigonometricas no
triangulo retangulo. Como as hipotenusas dos triangulos medem uma unidade, o seno e o cosseno
corresponderao `as medidas das suas projecoes sobre os eixos cartesianos. Existe uma correspondencia
entre os angulos centrais e os arcos correspondentes determinados por este angulos. Portanto, podemos
pensar que o seno e o cosseno dependem apenas do comprimento desses arcos por isso, o radiano
aparece como um unidade natural no contexto das funcoes trigonometrica. Agora, podemos mover
livremente o ponto B sobre a circunferencia, obtendo angulos obtusos, dando mais de uma volta
completa no crculo e andando no sentido negativo (horario). Desta forma, os conceitos inicialmente
construdos, tendo o triangulo retangulo como referencia, sao estendidos e, assim, passamos a tratar de
seno e cosseno de numeros reais. Isto nos possibilita definir as funcoes trigonometricas, com domnio
em R. O problema e que esses dois contextos sao tratados de forma completamente estanque, sem
que as relacoes entre eles sejam explicitadas e devidamente esclarecidas. Isto pode ate mesmo causar
nos alunos a impressao de que, quando falamos de seno e cosseno no triangulo retangulo, ou no
crculo trigonometrico, ou nas funcoes trigonometricas, estamos nos referindo a conceitos matematicos
inteiramente desconectados, que talvez por acaso tenham o mesmo nome.
Na Introduc ao da Unidade (pp. 1-6), tratamos da construcao das razoes trigonometricas no
triangulo retangulo. Antes de mais nada, e importante observar a importancia do conceito de seme-
lhanca para a boa definicao das razoes trigonometricas no triangulo retangulo (pp. 3-4). De fato, se
dois triangulos retangulos possuem um angulo agudo em comum, entao estes serao necessariamente
triangulos semelhantes. Portanto, as razoes entre seus lados correspondentes serao iguais. Isto nos
garante que o seno e o cosseno fiquem bem definidos, isto e, que seus valores dependam apenas do
angulo, e nao do triangulo retangulo escolhido. De forma geral, ao ler esta secao, procure atentar para
o fato de que todas as relacoes entre razoes trigonometricas sao na verdade expressoes algebricas de
propriedades geometricas envolvendo os triangulos retangulos, seus lados e angulos. Por exemplo, o
fato de que o seno de um angulo e igual ao cosseno de seu complementar e uma consequencia direta da
Lei Angular de Tales e das proprias definicoes das razoes trigonometricas. Chamar atencao para essas
interpretacoes geometricas, dando significado `as relacoes algebricas, deve ser uma atitude permanente
no ensino de trigonometria na Educacao Basica. Ainda nesta secao, sao brevemente discutidos alguns
aspectos das origens historicas da trigonometria (pp. 1-2). Para saber mais, veja [1] ou [2].
Na secao 2. A Func ao de Euler e a Medida de Angulos (pp. 6-13), discutimos a construcao
do crculo trigonometrico, por meio da funcao de Euler E : R C, que enrola a reta no crculo
a partir do ponto (1, 0) = E(0). Observe como o radiano surge naturalmente neste contexto como
uma unidade de medida linear de comprimento de arco (p. 9). Como ja observamos, o seno e o
cosseno sao representados geometricamente pelas projecoes do raio do crculo nos eixos coordenados.
A partir da, suas principais propriedades apresentam representacoes geometricas simples no crculo
trigonometrico, como ilustramos na p. 13. O crculo trigonometrico sera a base para a construcao das
funcoes trigonometricas, que sera feita na unidade a seguir.
Abaixo, indicamos algumas referencias de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
[1] Carmo, M.P.; Morgado, A.C., Wagner, E. & Pitombeira, J.B. Trigonometria e Numeros Com-
plexos
[2] Eves, H. Introducao `a Historia da Matematica
[3] Lima, E.L. Curso de Analise, vol. 1
MA11 - Unidade 21
Funes Trigonomtricas
1 Introduo
1
2 MA11 - Unidade 21
o termo jiba (corda) com jaib (dobra, cavidade, sinus em latim). [Cfr.
dessa gura (trs lados e trs ngulos) quando se conhecem trs deles,
uma ideia da relevncia deste fato, que deu origem chamada Anlise
c
cos B
b= = (cateto adjacente) (hipotenusa),
a
b = b = (cateto oposto) (hipotenusa),
sen B
a
e, analogamente, b = b , sen C
cos C b = c.
a a
Figura 1:
nas do ngulo B
b mas no do tamanho do tringulo retngulo do qual
B
b um dos ngulos agudos. Com efeito, dois quaisquer tringulos
Figura 2:
semelhana nos d
b0 b
0
=
a a
e
c0 c
= ,
a0 a
logo
c0 = sen B
sen B b e c0 = cos B.
cos B b
de Pitgoras
b= a2 c 2
comprimentos de segmentos.
Figura 3:
O Teorema de Pitgoras
a2 = b 2 + c 2 ,
2 2 2 2 2
b 2 = c + b = b + c = a = 1.
b 2 + (sen B)
(cos B)
a2 a2 a2 a2
um costume tradicional, que convm adotar, escrever cos2 B
b e
2 b 2 b 2
sen B
b em vez de (cos B) e (sen B) . A relao fundamental
cos2 B
b + sen2 B
b=1
mostra que, a rigor, basta construir uma tabela de senos para ter a de
cossenos, ou vice-versa.
compreendidos entre 0 e 1.
Figura 4:
los
A relao fundamental
cos2 + sen2 = 1
de R2 .
Indicaremos com a notao C essa circunferncia, que chamaremos
de circunferncia unitria , ou crculo unitrio. Temos, portanto C =
Funes Trigonomtricas 7
{(x, y) R2 ; x2 + y 2 = 1}.
Figura 5:
1 6 y 6 1.
A m de denir as funes cos : R R e sen : R R, devemos
inteiro de graus.
gio comum, ou seja, o sentido que nos leva de (1, 0) para (0, 1)
pelo caminho mais curto sobre C ). O ponto nal do caminho
Figura 6:
Figura 7:
Figura 8:
Figura 9:
r o raio do crculo.
2
G(t) = E( t)
360
para todo t R . Em particular, G(t0 ) = G(t) se, e somente se,
t0 = t + 360k , onde k Z.
Se A = (1, 0), O = (0, 0) e B = G(s), diz-se que o ngulo AOB
b
mede s graus. O ngulo AOB b mede 1 grau quando B = G(1), ou
_
seja, quando o arco AB tem comprimento igual a 2/360. Noutras
1/360 da circunferncia.
360
1 rad =( ) = 57, 3 graus.
2
bom ter em mente relaes como 180 = rad, 90 = 2 rad, etc.
As guras abaixo deixam claro que se E(t) = (x, y) ento E(t +
Figura 10:
Recomendac
oes gerais
g2 (h)
lim
h0 h
Conclua que em g2 e diferenciavel em x = 0.
5. A figura abaixo representa o grafico da funcao w : R+ R dada por w(x) = sen (log x),
tracado em um programa de computador para 0 < x < 10.
(a) Nesta figura, voce pode visualizar uma raiz real de w. Esta e a menor raiz da funcao? Caso
nao seja, encontre uma janela grafica em que seja possvel visualizar uma raiz de w menor
que aquela que voce enxerga na tela acima.
(b) Determine, se possvel, a menor raiz positiva de w.
(c) Voce conseguiria encontrar uma janela grafica na qual seja possvel visualizar, simultanea-
mente, duas razes de w?
6. Considere a funcao f : R R definida por f (x) = sen (a x) + sen (b x), em que a e b sao
constantes reais.
Abaixo, indicamos algumas referencias para estudos futuros para aqueles que se interessarem em
se aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
[1] Carmo, M.P.; Morgado, A.C., Wagner, E. & Pitombeira, J.B. Trigonometria e Numeros Com-
plexos
[2] Lima, E.L. Curso de Analise, vol. 1
MA11 - Unidade 22
Funes Trigonomtricas
1 As Funes Trigonomtricas
As funes cos : R R e sen : R R, chamadas funo cosseno e
cos2 t + sen2 t = 1.
1
2 MA11 - Unidade 22
mpar.
Figura 1:
Figura 2:
equaes
sen t = 0, cos t = 0,
sen t = 1, cos t = 1,
sen t = 1, cos t = 1,
sen t = cos t,
1 1
sen t = , cos t =
2 2
e outras semelhantes.
var que tais funes, sendo denidas por meio de quocientes, tm seus
diferente de zero.
R.
Figura 3:
Figura 4:
6 MA11 - Unidade 22
y1 = ax1 + b, y2 = ax2 + b,
teremos
y2 y1
a= = tg .
x2 x1
Figura 5:
MA 11 - Unidades 23
Func
oes Trigonom
etricas
Semana de 04/07 a 10/07
Recomendac
oes gerais
Nesta Unidade, estabelecemos as conhecidas formulas para seno e cosseno da soma de dois arcos.
Um roteiro mais detalhado para a demonstracao da p. 2 e proposto no exerccio 1 e uma prova
alternativa e proposta no exerccio 2, a seguir. Uma aplicacao importante dessas formulas e a formula
para a transformacao de rotacao no plano (p. 4).
Outra aplicacao apresentada e a parametrizacao racional da circunferencia unitaria (pp. 5-6). Para
entender bem a construcao dessa parametrizacao, observe que a identidade enunciada no comeco da
p. 5:
2 2
1 x2
2x
+ =1
1 + x2 1 + x2
2 2
2x 2
e de verificacao direta. Da decorre que 1x
1+x2
e 1+x 2 correspondem `as coordenadas de algum
ponto
2 pertencente ao crculo unitario. Portanto, para cada x R existe um angulo tal que cos =
2
1x 2x 2
. Por outro lado, existe um unico angulo , 2 < < 2 tal que tan = x.
1+x 2 e sen = 1+x 2
Podemos mostrar por meio de argumento algebrico que = 2 (ver exerccio 3, a seguir). Finalmente,
o argumento da p. 6 explica uma interpretacao geometrica para esta parametrizacao.
Exerccios recomendados
1 tan2 2 tan
= cos2 sen 2 = 2 sen cos
1 tan2 1 tan2
(b) Explique por que, a partir da, podemos concluir que, se e sao tais que:
1 tan2 2 tan
= cos = sen
1 tan2 1 tan2
entao = 2 (como afirmado na p. 5 desta Unidade).
5. Use as formulas de seno e cosseno da soma para determinar os senos e cossenos dos seguintes
3 5
angulos (medidos em radianos): , , , .
8 12 8 12
Para saber mais
Abaixo, indicamos algumas referencias de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
[1] Carmo, M.P.; Morgado, A.C., Wagner, E. & Pitombeira, J.B. Trigonometria e Numeros Com-
plexos
[2] Lima, E.L. Curso de Analise, vol. 1
MA11 - Unidade 23
Funes Trigonomtricas
1 As Frmulas de Adio
1
2 MA11 - Unidade 23
Figura 1:
OA = cos( + ),
OB 0 = cos ,
B 0 C = sen ,
AB = A0 B 0 = sen sen e
OB = cos cos .
Logo
Noutras palavras,
sen( + ) = cos ++
2
= cos + cos + sen + sen ,
2 2
ou seja,
cias diretas:
R2 .
4 MA11 - Unidade 23
Figura 2:
1 x2 2 2x 2
+ = 1.
1 + x2 1 + x2
Isto signica que, para todo x R, os nmeros dentro dos parn-
1 tg2 2 tg
= cos e = sen
1 + tg2 1 + tg2
1 tg2 2tg
= cos 2 e = sen 2.
1 + tg2 1 + tg2
Equivalentemente:
1 tg2 2 2tg 2
cos = , sen = .
1 + tg2 2 1 + tg2 2
6 MA11 - Unidade 23
Figura 3:
1 x2 2x
x 7 ,
1 + x2 1 + x2
uma parametrizao racional de C. Para todo x Q, o ponto que
Recomendac
oes gerais
Exerccios recomendados
1. No problema proposto nas pp. 5-7, sao apresentadas algumas situacoes em que o fato de serem
conhecidos alguns elementos de um triangulo dado permite-nos determinar todos os demais, por
meio da aplicacao da Lei dos Cossenos ou da Lei dos Senos. Voce observa alguma analogia entre
essas situacoes e os assim chamados casos de congruencia de triangulos? Essa analogia nao
e casual. Cada um dos casos de congruencia de triangulos estabelece um conjunto de condicoes
mnimas suficientes para um triangulo fique determinado, isto e, condicoes que garantam que
nao possa existir outro triangulo satisfazendo essas mesmas condicoes que nao seja congruente
ao triangulo dado. De forma analoga, em cada uma das situacoes do problema das pp. 5-7 sao
dadas condicoes suficientes para o que o triangulo dado fique (unicamente) determinado.
Na mesma linha desse problema, considere um triangulo ABC, com lados a, b e c e vertices
respectivamente opostos A, B e C.
(a) Se sao dados o lado a e o angulo A, voce espera ser capaz de determinar os demais elementos
do triangulo por meio da Lei dos Cossenos e/ou da Lei dos Senos? Justifique sua resposta.
(b) Se sao dados os lados a, b e c (satisfazendo as condicoes de existencia de triangulos) e
o angulo A (com uma medida qualquer), voce espera ser capaz de determinar os demais
elementos do triangulo por meio da Lei dos Cossenos e/ou da Lei dos Senos? Justifique
sua resposta.
Para saber mais
Abaixo, indicamos algumas referencias de estudos futuros para aqueles que se interessarem em se
aprofundar nos temas tratados nesta aula. Esses aprofundamentos nao sao prioritarios e nao serao
cobrados nas avaliacoes unificadas.
[1] Carmo, M.P.; Morgado, A.C., Wagner, E. & Pitombeira, J.B. Trigonometria e Numeros Com-
plexos
[2] Lima, E.L. Curso de Analise, vol. 1
MA11 - Unidade 24
Tringulos
1
2 MA11 - Unidade 24
Figura 1:
b2 = a2 + c2 2ac cos B.
b
b2 = a2 + c2 2ac cos B.
b
Tringulos 3
a2 = b2 + c2 2bc cos A
b
e
c2 = a2 + b2 2ab cos C.
b
h = c sen B
b = b sen C,
b
logo
b c
= .
sen B
b sen C
b
No segundo caso temos
h = b sen C
b
e
h = c sen( B)
b = c sen B,
b
logo, novamente:
b c
= .
sen B
b sen C
b
como antes.
Se tomarmos a altura baixada do vrtice B sobre o lado AC , ob-
teremos, com o mesmo argumento, a relao
a c
= .
sen A
b sen C
b
4 MA11 - Unidade 24
a b c
= = .
sen A
b sen B
b sen C
b
Esta a lei dos senos. Ela diz que, em todo tringulo, a razo entre
um lado e o seno do ngulo oposto constante, isto , a mesma
seja qual for o lado escolhido. H uma interpretao geomtrica para
a razo a/ sen Ab . Ela igual ao dimetro do crculo circunscrito ao
tringulo ABC .
Figura 2:
1. So dados os lados a, b, c.
Ento
a2 = b2 + c2 2bc cos A,
b
logo
2 2 2
b= b +c a
cos A
2bc
e isto nos permite determinar Ab.
Analogamente se obtm o ngulo B b ; o ngulo C
b pode ser mais
facilmente obtido a partir da relao Ab + B b+C b = 2 retos.
3. So dados os ngulos A,
bB b e o lado c.
6 MA11 - Unidade 24
Figura 3:
A Coordenacao Nacional de Material Didatico informa
que as Atividades de Revisao previstas nesta unidade
estao sob os cuidados de sua Coordenacao Local.
Cordiais saudacoes.
Coordenacao de Material Didatico
1
PROFMAT P1 MA 11 2011
Quest
ao 1.
Um pequeno barco a vela, com 7 tripulantes, deve atravessar o oceano em 42 dias. Seu suprimento de agua pot
avel
permite a cada pessoa dispor de 3,5 litros de
agua por dia (e e o que os tripulantes fazem). Apos 12 dias de viagem,
o barco encontra 3 n
aufragos numa jangada e os acolhe. Pergunta-se:
(1.0) (b) Se os 10 ocupantes de agora continuarem consumindo 3,5 litros de agua cada um, em quantos dias, no maximo,
ser
a necess
ario encontrar uma ilha onde haja agua?
UMA RESPOSTA
Uma soluc
ao concisa e a seguinte:
10 7
(a) O n
umero de pessoas aumentou em 7 . Portanto a agua disponvel para cada um deve ser 10 do que era antes
49
(3,5 litros), isto e, 20 = 2, 45 litros.
10
(b) As 7 pessoas teriam
agua pelos 30 dias restantes, mas agora ha 7 vezes o n
umero anterior de pessoas. Isso reduz
7
os dias a 10 30 = 21.
Outra forma de pensar e a seguinte. Primeiro calcula-se a quantidade Q de agua que resta apos 12 dias. Como
restam 30 dias de viagem, com 7 pessoas consumindo 3,5 litros por dia, sao Q = 3073, 5 litros (como a quantidade
de
agua e justa para os 42 dias e os primeiros 12 dias transcorreram como previsto, conclui-se que o que resta para
os outros 30 dias tambem e justo).
(a) Esse total deve ser consumido nos mesmos 30 dias, mas agora por 10 pessoas. Entao o consumo diario de cada
7
um e Q dividido por 30 10, que d
a 10 3, 5 = 2, 45 litros.
(b) Se todos consumirem 3,5 litros por dia, a cada dia transcorrido apos o decimo segundo dia serao consumidos 35
litros. Portanto, ap ao Q 35n litros. Queremos saber o maior n tal que Q 35n 0, isto e, o maior
os n dias restar
Q Q 7
n que seja menor ou igual a 35 . Mas 35 = 30 10 = 21, entao em 21 dias (exatamente) se esgotara o reservat
orio
de
agua.
1
PROFMAT P1 MA 11 2011
Quest
ao 2.
ao os valores de y para os quais existe uma funcao quadratica f : R R tal que f (1) = 3, f (2) = 5 e
(1.0) (a) Quais s
f (3) = y?
UMA RESPOSTA
(a) Para que exista uma func atica f : R R tal que f (1) = 3, f (2) = 5 e f (3) = y e necessario e suficiente
ao quadr
53 y5
que os pontos (1, 3), (2, 5) e (3, y) n
ao sejam colineares, isto e, que 21 6= 32 , ou seja, que y 5 6= 2, ou ainda,
y 6= 7.
Isto e feito de modo simples: basta subtrair a primeira equacao das duas seguintes. Tem-se
(
3a + b = 2
8a + 2b = 6
Por subtrac
ao (segunda menos duas vezes a primeira), ficamos com 2a = 2, de onde sai imediatamente a = 1.
Substituindo esse valor em 3a + b = 2, obtemos b = 1, e voltando `a equacao a + b + c = 3 obtemos c = 3. Portanto
x2 x + 3 e a func
ao quadr
atica procurada.
Coment
ario: H
a diversas outras formas de se resolver o problema. Por exemplo: tome primeiro a funcao g(x) = 1+2x,
ao afim tal que g(1) = 3 e g(2) = 5. Observe que f (x) = g(x) + a(x 1)(x 2) e uma funcao quadr
que e a func atica
que assume os mesmos valores que g nos pontos x = 1 e x = 2. Entao basta achar a que faca f (3) = y. Ora,
y7
Ent
ao 7 + 2a = y e, portanto, a = 2 . Por conseguinte,
y7
f (x) = 1 + 2x + (x 1)(x 2)
2
responde o problema para qualquer y. Em particular, para y = 9,
f (x) = 1 + 2x + (x 1)(x 2) = x2 x + 3 .
2
PROFMAT P1 MA 11 2011
Quest
ao 3.
UMA RESPOSTA
(a) Definic
ao da imagem de um subconjunto X de A:
Definic
ao da pre-imagem de um subconjunto Y de B:
f 1 (Y ) = {x A; f (x) Y } .
f 1 (3) e o conjunto dos pontos x tais que f (x) = 3, isto e, tais que 2x2 + 3x + 4 = 3. Entao e o conjunto das soluc
oes
de 2x2 + 3x + 1 = 0, que e igual a {1, 12 }.
(b) z f (X Y ) se, e somente se, existe w X Y tal que f (w) = z, que por sua vez ocorre se, e somente se, existe
x X tal que f (x) = z ou existe y Y tal que f (y) = z, que ocorre se, e somente se, z f (X) ou z f (Y ), que
ocorre se, e somente se, z f (X) f (Y ).
Tome f : R R com f (x) = x2 , X = [1, 0] e Y = [0, 1]. Neste caso, X Y = {0} e f (X) = f (Y ) = [0, 1]. Logo
f (X Y ) = {f (0)} = {0} e f (X) f (Y ) = [0, 1].
3
PROFMAT P1 MA 11 2011
Quest
ao 4.
(0.5) (a) Se r 6= 0 e um n
umero racional, prove que r 2 e irracional.
(1.0) (c) Mostre que todo intervalo [a, b], com a < b, contem algum n
umero irracional.
UMA RESPOSTA
ao r 2 = pq , para p, q Z, q 6= 0. Como r 6= 0, podemos dividir por r para obter 2 =
(a) Se r 2 e racional, ent p
rq ,
de que resulta 2 racional, contradicao.
2 2
(b) Escolha n um n
umero natural maior do que . Entao = n e positivo, irracional (pelo item (a)) e
2 2
= < = .
n 2/
4
PROFMAT P1 MA 11 2011
Quest
ao 5.
Sejam m e n n
umeros naturais primos entre si.
m
(1.0) (a) Mostre que n e equivalente a uma frac
ao decimal (isto e, com denominador potencia de 10) se, e somente se,
n n
ao tem fatores primos diferentes de 2 ou 5.
(1.0) (b) Mostre que se n tem outros fatores primos alem de 2 ou 5 entao a expansao decimal e infinita e, a partir de
um certo ponto, peri
odica.
UMA RESPOSTA
m mp
(a) Sendo m e n primos entre si, uma frac
ao equivalente a n deve ter a forma np (obtida multiplicando-se m e n
pelo mesmo n
umero natural p).
mp
Os fatores primos de uma potencia de 10 s
ao 2 e 5. Se np e fracao decimal para algum p entao np = 10r . Logo,
np s
o admite fatores primos iguais a 2 ou 5, e, portanto, n tambem.
Reciprocamente, se n possui apenas fatores primos iguais a 2 ou 5, entao podemos multiplicar n por p de forma
mp
que o resultado seja uma potencia de 10 (p pode ser ou uma potencia de 2 ou uma potencia de 5). Com esse p, np
e uma frac
ao decimal.
m
(b) Usando o processo tradicional da divis
ao continuada para transformar n em fracao decimal, como ha fatores
de n diferentes de 2 ou 5, em nenhuma etapa o resto da divisao e zero, logo a expansao nunca termina, ou seja, e
infinita. Alem disso, os diferentes restos (diferentes de zero) que ocorrem sao todos menores do que n, portanto o
n aximo n 1. Assim, algum resto deve repetir-se e, a partir da, o processo se repete: os restos
umero deles e no m
se sucedem na mesma ordem anterior e, portanto, os quocientes tambem, o que fornece a periodicidade (observe que
aximo, n 1 n
o perodo tem, no m umeros).
5
PROFMAT AV2 MA 11 2011
Quest
ao 1.
Calcule as seguintes express
oes:
qp
(1,0) (a) logn logn n n n n
(1,0) (b) xlog a/ log x , onde a > 0, x > 0 e a base dos logaritmos e fixada arbitrariamente.
UMA SOLUC
AO
qp
3
(a) Como n n n
n = n1/n , temos
rq
n 1
= n3 ,
n n
logn n=
n3
ao dada e 3.
logo o valor da express
log a
log xlog a/ log x = log x = log a .
log x
Como a func
ao log e injetiva, segue-se que
xlog a/ log x = a .
1
PROFMAT AV2 MA 11 2011
Quest
ao 2.
ao exponencial a partir da funcao logaritmo.) Seja f : R R uma funcao crescente, tal
(Como caracterizar a func
que f (x + y) = f (x) f (y) para quaisquer x, y R. Prove as seguintes afirmacoes:
UMA SOLUC
AO
(b) O Teorema Fundamental da Proporcionalidade diz que se g : R R e crescente e satisfaz g(x + y) = g(x) + g(y)
para quaisquer x, y R, ent
ao g e linear, isto e, g(x) = cx, com c > 0. No nosso caso, temos
g(x + y) = loga f (x + y) = loga [f (x) f (y)] = loga f (x) + loga f (y) = g(x) + g(y) ,
para quaisquer x, y R.
(c) Temos g(1) = loga f (1) = loga a = 1, portanto g(x) = x para todo x R.
(d) Como acabamos de ver, loga f (x) = x, para todo x R. Como loga ax = x e a funcao loga e injetiva, segue-se
que f (x) = ax .
2
PROFMAT AV2 MA 11 2011
Quest
ao 3.
tg(x) tg(y)
tg(x y) =
1 + tg(x) tg(y)
b
a
UMA SOLUC
AO
(a) A manipulac
ao e direta:
Dividindo o numerador e o denominador por cos(x) cos(y) (se tg(x) e tg(y) estao definidas, cos(x) e cos(y) sao n
ao
nulos), vem
sen(x) sen(y)
cos(x) cos(y) tg(x) tg(y)
tg(x y) = sen(x) sen(y) = 1 + tg(x) tg(y) .
1 + cos(x) cos(y)
angulo = 2 1 , onde 1 e 2 sao os angulos entre sua trajet
(b) Em cada instante, o jogador ve a meta sob o oria
e as retas que o ligam aos postes da meta. Temos
tg(2 ) tg(1 )
tg() = .
1 + tg(1) tg(2 )
3
a
Se x e a dist
ancia do jogador ao fundo do campo, temos tg(1 ) = x e tg(2 ) = xb , logo
b a
x x ba
tg() = ab
= .
1+ x2 x + ab
x
B B
O 2 O 2
A A
P x P x
4
PROFMAT AV2 MA 11 2011
Quest
ao 4.
(1,0) (b) Em quanto tempo a quantidade de droga no organismo se reduz a 50% da dose inicial?
(0,5) (c) Se a mesma droga for administrada em duas doses de 10 mg com um intervalo de 12h, qual e a quantidade
presente no organismo ap
os 24h da primeira dose?
UMA SOLUC
AO
c0
c0 a12 = .
10
Ent
ao a quantidade de droga ap
os 12h e a quantidade inicial dividida por 10.
a resposta e t = 24s, onde s e tal que 10s = 21 . Da segue que s = log10 2 e que t = 24 log10 2.
(c) A quantidade logo ap os a primeira dose e c0 . Apos 12h ela decai para c10
0
. Uma nova administracao a eleva para
c0
c0 + 10 = c0 (1 + 110 ). Apos mais 12h essa quantidade e dividida por 10, passando a ser
1 1
c0 + ,
10 10
logo, com c0 = 10 mg, restar
ao, ap
os 24h da primeira dose,
(1 + 10) mg.
5
PROFMAT AV3 MA 11 2011
Quest
ao 1.
UMA SOLUC
AO
2
p p
(a) Seja n N. Se q Q e tal que q ao p2 = nq 2 . Como os fatores primos de p2 e q 2 aparecem todos com
= n, ent
expoente par, o mesmo deve ocorrer com os fatores primos de n. Entao n e o quadrado de algum n
umero natural.
(b) Se 2+ 5 fosse racional ent
ao seu quadrado
q = ( 2 + 5)2 = 2 + 2 10 + 5 = 7 + 2 10
q7
tambem seria. Mas a 2 = 10 tambem seria racional, o que nao e possvel, pois 10 nao e o quadrado de um
n
umero natural.
1
PROFMAT AV3 MA 11 2011
Quest
ao 2.
(2,0) No instante em que uma pedra caiu (sem sofrer impulso inicial) ao momento em que se ouviu o som de seu
choque com a
agua no fundo do poco decorreram S segundos. Calcular a profundidade do poco. Dar a resposta
em func ao g da gravidade e da velocidade v do som. Usar a formula s = g2 t2 do espaco percorrido
ao da acelerac
no tempo t por um corpo em queda livre que partiu do repouso.
DUAS SOLUC
OES
Uma solu
cao. O tempo S = t1 + t2 e a soma do tempo t1 que a pedra levou para chegar ao fundo mais o tempo t2
que o som levou para vir ate o nvel da borda. Chamando de x a profundidade do poco, temos x = g2 t21 e, por outro
lado, x = vt2 = v(S t1 ). Logo
g 2
t = v(S t1 )
2 1
ou
gt21 + 2vt1 2vS = 0 ,
que e uma equac
ao quadr
atica na inc
ognita t1 . As solucoes desta equacao sao
p p
2v + 4v 2 + 8gvS 2v 4v 2 + 8gvS
, .
2g 2g
p
A segunda e negativa e neste problema n
ao faz sentido. A primeira e positiva, porque 4v 2 + 8gvS > 4v 2 = 2v.
Entao, dividindo por 2 o numerador e o denominador da fracao,
p
v + v 2 + 2gvS
t1 = ,
g
logo
v2 vp 2
x = vt2 = v(S t1 ) = Sv + v + 2gvS .
g g
Outra soluc
ao. A soluc
ao e essencialmente determinada por aquilo que escolhemos como
q incognita (t1 , t2 ou x).
2x x
Se equacionarmos diretamente em x iremos pelo seguinte caminho. Observe que t1 = g e t2 = v . Ent ao, de
t1 + t2 = S resulta uma equac
ao em x:
x p 1
+ 2g x S = 0.
v
Definamos y = x. Ent
ao precisamos achar solucoes positivas de
p
v 1 y 2 + 2g 1 y S = 0 .
Aunica soluc
ao positiva dessa equac
ao quadr
atica e
p p
2g 1 + 2g 1 + 4Sv 1
y= .
2v 1
Ent
ao " s #
v2 2
2 2 4S 4 8S
x=y = + + 2 + ,
4 g g v g2 vg
que equivale `
a express
ao obtida na primeira soluc
ao.
2
PROFMAT AV3 MA 11 2011
Quest
ao 3.
(2,0) Percorrendo, ao longo de uma reta horizontal, a distancia d = AB em direcao `a base inacessvel de um poste
e C BD
CD, nota-se (com o auxlio de um teodolito) que os angulos C AD medem, respectivamente, e
radianos. Qual e a altura do poste CD?
d
A B C
UMA SOLUC
AO
3
PROFMAT AV3 MA 11 2011
Quest
ao 4.
(2,0) Um reservat
orio contem uma mistura de
agua com sal (uma salmoura), que se mantem homogenea gracas a
um misturador. Num certo momento, s
ao abertas duas torneiras, com igual capacidade. Uma despeja agua no
reservat
orio e a outra escoa. Ap
os 8 horas de funcionamento, verifica-se que a quantidade de sal na salmoura
reduziu-se a 80% do que era antes que as torneiras fossem abertas. Que percentagem do sal inicial permanecer
a
na salmoura ap
os 24h de abertura das torneiras?
UMA SOLUC
AO
Seja M0 a massa de sal existente no incio da operacao. Decorrido o tempo t, essa massa sera M (t) = M0 at , onde
a e uma constante (0 < a < 1). Isto se justifica porque, sendo a salmoura da torneira de sada uma amostra da
salmoura do tanque, supostamente homogenea, a quantidade de sal que sai por unidade de tempo e proporcional `
a
quantidade de sal no tanque, e isto e o princpio que rege o decaimento exponencial.
No entanto, a constante a n
ao precisa ser calculada para se resolver o problema. O enunciado nos diz (supondo o
tempo t medido em horas) que M (8) = M0 a8 = 0, 8M0 , logo a8 = 0, 8. Apos 24 horas, a quantidade de sal e M0 a24 .
Ora, a24 = (a8 )3 = 0, 83 = 0, 512. Portanto a resposta e 51, 2%, isto e, pouco mais que a metade.
4
PROFMAT AV3 MA 11 2011
Quest
ao 5.
ao f : [1, +) R, definida por f (x) = x3 x2 .
Considere a func
(1,0) (a) Defina func
ao crescente e prove que f e crescente.
UMA SOLUC
AO
Outra solu
c umero positivo h = y x, ou seja, escrever y como x + h, e provar que
ao. Podemos definir o n
f (x + h) f (x) > 0. Temos
f (x + h) f (x) = (x + h)3 (x + h)2 x3 x2