Vidro

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Indice

Introdução................................................................................................................................................3
A arte de fazer vidro................................................................................................................................4
Tempos antigos: da Idade da Pedra à Renascença...............................................................................4
Tempos Modernos: da Renascença à atualidade.................................................................................6
Como são definidos os vidros?................................................................................................................7
TIPOS DE VIDRO..................................................................................................................................8
GRUPOS QUÍMICOS DE VIDRO.....................................................................................................8
Vidros de Soda-cal:..............................................................................................................................9
Vidros de Sílica Fundida ou Quartzo:..................................................................................................9
Vidros de Borossilicato:.......................................................................................................................9
Vidros de Chumbo:..............................................................................................................................9
Vidros de Silicato de Alumínio:..........................................................................................................9
PRODUTOS DO VIDRO PLANO..........................................................................................................9
Vidros com Lâminas (Impressos)........................................................................................................9
Vidro Antigo......................................................................................................................................10
Vidro Anti Reflectivo........................................................................................................................10
Vidros Temperados............................................................................................................................10
Vidros Quimicamente Reforçados.....................................................................................................11
Vidros Laminados..............................................................................................................................11
SISTEMAS DE VIDROS COMPOSTOS.............................................................................................12
Envidraçado Múltiplo........................................................................................................................12
Envidraçado com Cavidade Difusora................................................................................................13
Envidraçado À Prova de Fogo...........................................................................................................13
Membranas na Cavidade........................................................................................................................14
Envidraçado com Refracção na Cavidade.............................................................................................14
Envidraçado com Vácuo........................................................................................................................15
PROPRIEDADES E FUNÇÕES DO VIDRO.......................................................................................16
Propriedades Físicas..........................................................................................................................16
TRANSMISSÃO DA LUZ....................................................................................................................16
A Transparência e o Fóton.....................................................................................................................17
A Transmissão de Luz do Vidro............................................................................................................17
Capeamentos..........................................................................................................................................17
Tipos de Capeamento.............................................................................................................................18
ÍNDICE DE REFRACÇÃO...................................................................................................................19
PROPRIEDADES TÉRMICAS............................................................................................................19
RESISTÊNCIA......................................................................................................................................20
DUREZA...............................................................................................................................................21
DURABILIDADE QUÍMICA...............................................................................................................21
DURABILIDADE ÀS INTEMPÉRIES................................................................................................21
DENSIDADE.........................................................................................................................................21
RESISTÊNCIA AO FOGO...................................................................................................................21
ISOLAMENTO ACÚSTICO................................................................................................................22
Conclusão...............................................................................................................................................23
Referencias bibliográficas......................................................................................................................24

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Introdução
Os materiais vítreos têm uma característica extremamente interessante: seja qual for a nossa
necessidade, quase sempre temos a possibilidade de vir a utilizá-los nos mais diferentes
contextos. Basta, para isto, olharmos ao nosso redor para verificarmos quão grande é a sua
onipresença. Certamente, e até por isso, muitas vezes os vidros passam completamente
desapercebidos, uma vez que, naturalmente, fazem parte da paisagem. Muito desta situação
vem do fato de que os vidros são materiais conhecidos há bastante tempo. Alguns estudiosos
chegam mesmo a dizer que, provavelmente, estão entre os materiais mais antigos feitos pelo
homem, sendo utilizados desde o início dos primeiros registros históricos. Assim, é
praticamente impossível falarmos de tais materiais sem fazermos menção à própria História
da Civilização. Apesar desta convivência, desta familiaridade, o que realmente sabemos sobre
os vidros? Responder apenas que são materiais frágeis e que, em alguns casos, são
transparentes, não nos parece oferecer a dimensão verdadeira de sua importância na
sociedade moderna.

Este trabalho visa expandir os conhecimentos sobre estes fantásticos materiais, ao mesmo
tempo tão antigos e tão modernos, procurando contextualizá-los dentro da história, da ciência
e da tecnologia relacionadas à sua fabricação, aplicações e implicações, sejam elas do
cotidiano, da alta tecnologia ou da reciclagem

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A arte de fazer vidro
Tempos antigos: da Idade da Pedra à Renascença

Os vidros nem sempre foram fabricados pelo homem. Os chamados vidros naturais podem
ser formados quando alguns tipos de rochas são fundidas a elevadas temperaturas e, em
seguida, solidificadas rapidamente. Tal situação pode, por exemplo, ocorrer nas erupções
vulcânicas. Os vidros naturais assim formados, denominados obsidian e tektites, permitiram
aos humanos na Idade da Pedra confecionar ferramentas de corte para uso doméstico e para
sua defesa.

As características destes vidros naturais fizeram com que logo alcançassem


alto valor ao longo da história, a ponto dos egípcios os considerarem como material precioso,
sendo encontrados em adornos nas tumbas e engastados nas máscaras mortuárias de ouro dos
antigos Faraós. Como ocorre com grande parte dos materiais ditos antigos, o descobrimento
de sua fabricação é, geralmente, incerto. Plínio, o grande naturalista romano, nascido no ano
23 de nossa era, em sua enciclopédia Naturalis Historia atribui aos fenícios a obtenção dos
vidros. Segundo o relato, ao desembarcarem nas costas da Síria há cerca de 7000 anos a.C.,
os fenícios improvisaram fogões usando blocos de salitre sobre a areia. Observaram que,
passado algum tempo de fogo vivo, escorria uma substância líquida e brilhante que
se solidificava rapidamente. Admite-se que os fenícios dedicaram muito tempo à reprodução
daquele fenômeno, chegando à obtenção de materiais utilizáveis.

Shelby, em seu livro Introduction to Glass Science and Technology (Introdução à Ciência
e Tecnologia do Vidro), oferece-nos um cenário sugerindo que a combinação de sal marinho
(NaCl), e talvez ossos (CaO), presentes nos pedaços de madeira utilizados para fazer fogo
sobre a areia (SiO2), na beira da água salgada do mar (o Mediterrâneo?), reduziria
suficientemente o seu ponto de fusão, de tal modo que vidro bruto, de baixa qualidade,
poderia ser formado. Posteriormente, a arte vidreira teria sido difundida através do Egito e
Mesopotâmia, sendo desenvolvida e consolidada em todos os continentes. E o vidro segue
seu caminho através da civilização. A ação do homem, agora, faz-se sentir O casamento entre
cerâmica e vidro data já do Egito antigo, dado que, quando as cerâmicas eram queimadas, a
presença acidental de areias ricas em cálcio e ferro, combinadas com carbonato de sódio,
poderia ter sido o resultado das coberturas vitrificadas, observadas nas peças daquela época.

São também do Egito antigo a arte de fazer vidros (isentos de cerâmica) e a adição de
compostos de cobre e cobalto para originar as tonalidades azuladas. Um desenvolvimento
fundamental na arte de fazer objetos de vidro deuse por volta do ano 200 a.C., quando
artesãos sírios da região da Babilônia e Sidon desenvolveram a técnica de sopragem Através
desta, um tubo de ferro de aproximadamente 100 a 150 cm de comprimento, com uma
abertura de 1 cm de diâmetro, permitia ao vidreiro introduzi-lo no forno contendo a massa de
vidro fundida, e retirar uma certa quantidade que, soprada pela extremidade contrária, dava
origem a uma peça oca.

Data desta época, também, a utilização de moldes de madeira para a produção de peças de
vidro padronizadas. Os primeiros vidros incolores, entretanto, só foram obtidos por volta de
100 d.C., em Alexandria, graças à introdução de óxido de manganês nas composições e de
melhoramentos importantes nos fornos, como a produção de altas temperaturas e o controle

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da atmosfera de combustão, os quais tiveram marcada influência sobre a qualidade dos vidros
e permitiram uma fusão mais eficiente dos materiais constituintes.
Desde o princípio, os vidros fabricados tiveram um caráter utilitário, permitindo a construção
de ânforas, vasos, utensílios para decoração etc. Entretanto, a idade do luxo do vidro foi o
período do Império Romano. A qualidade e o refinamento da arte de trabalhar com vidro
permitiam criar jóias e imitações perfeitas de pedras preciosas. Recorremos à Tabela para
continuarmos contanto esta história, resumindo alguns aspectos apresentados e avançando
outros; tais informações permitemnos fazer alguns comentários adicionais sobre os vitrais.

Tratamse, em realidade, de pequenos pedaços de vidro polido, de até 15 cm de diâmetro,


rejuntados com tiras de chumbo e fixados nas construções formando janelas. O período de
ouro desta técnica deu-se no século XV. Catedrais, igrejas, palácios, átrios e residências
tinham janelas decoradas com vitrais. Na Figura 1 é mostrado um dos magníficos vitrais que
ornamentam a Catedral de Chartres, na França. Alguns historiadores consideram que a
expansão e difusão dos vitrais tenha sido conseqüência direta das altas janelas
utilizadas na arquitetura das catedrais góticas. Ao nos confrontarmos com a história dos
vidros, fica clara a importância dos povos que habitavam o Mediterrâneo e o Adriático.

Neste particular, Veneza teve papel fundamental, sobretudo na Idade Média, por contar com
um grande número vidreiros, fortemente influenciados pela arte islâmica. Na Renascença,
mais especificamente no século XVII, houve um declínio da arte de fazer vidros atribuído,
em parte, ao aparecimento das técnicas de corte. Muitos dos artesãos venezianos da época
expatriaram-se para a Alemanha, radicando-se nas florestas da Bavária e da Bohemia. Tais
artesãos passaram a produzir um vidro de cor esverdeada que, depois de polido, recebia o
nome de vidro florestal ou vidro da floresta, do alemão Waldglas.

Na Figura 2 é mostrado um dos fornos onde estes vidros eram fabricados, podendo, inclusive,
ser observadas algumas ferramentas. A arte da fabricação de vidros foi resumida em 1612 por
Neri, em uma famosa publicação denominada L’Arte Vetraria, traduzida para o latim e outras
línguas vernaculares. Não obstante este livro conter informações úteis, comenta Michael
Cable, não passava de um “livro de receitas”, onde as bases do entendimento da ciência do
vidro só poderiam surgir se acompanhadas de um melhor entendimento da química e da
física.

Desenvolvimentos da química eram necessários para permitir a análise tanto dos vidros
quanto das matérias-primas, e ainda o entendimento das diferenças entre os elementos, tais
como o sódio e potássio ou cálcio e magnésio. Desenvolvimentos da física, por outro lado,
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eram necessários para o entendimento do que era o calor, por alguns intuído como uma forma
de elemento químico. A esta altura, tanto o fundido resultante como a solidificação e a
formação dos vidros não eram entendidos.

Tempos Modernos: da Renascença à atualidade


Os séculos XVIII, XIX e XX marcaram importantes desenvolvimentos tanto na fabricação
quanto na aplicação dos vidros, os quais, por que não dizer, experimentaram a sua
popularização enquanto material de produção intensiva. Seria difícil e demandaria muito
espaço a descrição destes avanços. Por conseguinte, recorreremos à Tabela 2, onde
apresentamos aqueles que, ao nosso juízo, constituem-se nos pontos de destaque destes
últimos 300 anos.

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Nos últimos 20 anos foram desenvolvidos novos processos de fabricação de vidros, como o
processo sol-gel (totalmente químico em que não se usa a fusão) e os processos baseados na
deposição química de vapor. No que diz respeito às outras famílias de vidros que não os
óxidos, têm sido objeto de estudo os vidros haletos, calcogenetos e calcohaletos.

Como são definidos os vidros?


Do ponto de vista básico, os primeiros estudos sobre vidros foram realizados por Michael
Faraday, em 1830, o qual definiu vidros como sendo materiais “mais aparentados a uma
solução de diferentes substâncias do que um composto em si”. Inicialmente, as definições de
vidro basearam-se no conceito de viscosidade de sólidos, tendo em vista que, até então, os
vidros eram preparados unicamente por fusão/ resfriamento.

Segundo o critério de viscosidade, um sólido é um material rígido, que não escoa quando
submetido a forças moderadas. Quantitativamente, um sólido pode ser definido como um
material com viscosidade maior do que 1015 P (poises). Com base nesse conceito, definiu-se
vidro como “um material formado pelo resfriamento do estado líquido normal (ou fundido), o
qual exibe mudanças contínuas em qualquer temperatura, tornando-se mais ou menos rígido
através de um progressivo aumento da viscosidade, acompanhado da redução da temperatura
do fundido”. Tal definição poderia ser assim resumida: “vidro é um produto inorgânico
fundido, que atinge por resfriamento uma condição rígida, sem que ocorra cristalização.”

Na tentativa de explicar a estrutura dos vidros, Lebedev propôs, em 1921, a Hipótese do


Cristalito, a qual considerava os vidros como “um fundido comum consistindo de cristais
altamente dispersos”. A hipótese de Lebedev levava em conta a inter-relação entre as
propriedades e a estrutur interna dos vidros, sendo proposta muito antes dos primeiros
resultados provenientes dos métodos estruturais baseados na difração de raios-X. Hoje
em dia ninguém considera a Hipótese do Cristalito para explicar a estrutura dos vidros;
contudo, a mesma foi discutida e amplamente considerada por vários anos.

Em 1932, Zachariasen publicou o famoso artigo The Atomic Arrangement in Glass (O


Arranjo Atômico em Vidros), e afirmava que “deve ser francamente admitido que não
conhecemos praticamente nada sobre o arranjo atômico dos vidros”. A base estrutural para a
formação de vidros por fusão/resfriamento foi firmada por Zachariasen, que propôs que “o
arranjo atômico em vidros era caracterizado por uma rede tridimensional estendida, a qual
apresentava ausência de simetria e periodicidade” e que “as forças interatómicas eram
comparáveis àquelas do cristal correspondente”. Ainda segundo o pesquisador, a presença ou
ausência de periodicidade e simetria em uma rede tridimensional seria o fator de
diferenciação entre um cristal e um vidro.

A Figura se vale de uma representação bidimensional para apresentar o arranjo cristalino


simétrico e periódico de um cristal de composição A2O3, enquanto a Figura 3b mostra a rede
do vidro para o mesmo composto, onde fica caracterizada a ausência de simetria e
periodicidade. Englobando-se a Hipótese da Rede Aleatória de Zachariasen ao conceito de
vidro aceito na época da publicação do trabalho, poderíamos chegar à seguinte definição:
“vidro é um produto inorgânico fundido, baseado principalmente em sílica, o qual foi
resfriado para uma condição rígida sem cristalização, formam uma rede tridimensional
estendida aleatória, isto é, com ausência de simetria e periodicidade”.

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Relativamente a esta última definição, poderíamos fazer algumas importantes
indagações, cujas respostas surgiram com o próprio processo de evolução do conhecimento
científico:
• A sílica é um componente necessário para a formação de um vidro?
• Vidros são obtidos somente a partir de compostos inorgânicos?
• A fusão dos componentes é necessária para a formação de um vidro?
Para as três perguntas, temos uma única resposta: não!

Podemos formar um número quase ilimitado de vidros inorgânicos, os quais não contêm
sílica. Tradicionalmente, a maioria dos vidros são formados por compostos inorgânicos,
porém, atualmente, os vidros metálicos e os vidros orgânicos são bastante conhecidos.
É importante salientar que a natureza química do material não pode ser usada como critério
para definir vidro.

TIPOS DE VIDRO
GRUPOS QUÍMICOS DE VIDRO
O componente básico do vidro de soda-cal é a sílica. Entretanto, os problemas de
manufactura tem historicamente levado à introdução de outros materiais para facilitar a
produção e melhorar a qualidade. Infelizmente esses materiais trouxeram com eles um
declinador das propriedades que agora procuramos.

Considerando o número de materiais disponíveis e necessários para fabricar o vidro, pode-se


constatar que o número de tipos de vidro que podem ser feitos é infinito, com composições e
desempenhos muito variáveis. No entanto, os vidros mais usados em edifícios entram em
cinco grupos, quimicamente:

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Vidros de Soda-cal:
Estes são os vidros mais comuns, usados no vidro plano, lâmpadas, recipientes, etc...
Significantemente, a família de soda-cal é a usada no desenvolvimento do processo “float”.

Vidros de Sílica Fundida ou Quartzo:


Esses incluem o único componente do vidro realmente importante, e é caracterizado por altas
temperaturas de fusão e trabalho, um coeficiente de expansão térmica baixo (e assim
resistência ao choque térmico), e alta resistência química. O seu alto ponto de fusão o torna
caro e difícil de produzir como um vidro derretido primário. Os vidros dessa família são
aplicados em laboratórios de alta tecnologia.

Vidros de Borossilicato:
Esses vidros são muito resistentes à corrosão química, e têm um coeficiente de expansão
térmica baixo, um terço do coeficiente do vidro de soda-cal (ainda que seis vezes o da sílica
fundida). Esta família de vidros tem uma enorme gama de usos: utensílios domésticos (Pyrex)
e de laboratórios, lâmpadas e ainda é usado em vidros resistentes ao fogo aumentando a
resistência ao impacto e baixando o coeficiente de expansão.

Vidros de Chumbo:
É um vidro com baixas temperaturas de fusão e trabalho, possui um alto índice de
refratividade e densidade. A quantidade de óxido de chumbo pode variar muito (até três
vezes), e vidros com alto teor de chumbo (onde o óxido de chumbo compreende até 80% do
total) são usados como protectores de radiação.

Vidros de Silicato de Alumínio:


Enquanto ainda compreende mais de 50% de sílica, o alumínio, contudo, nesses vidros é dez
vezes maior do que nos de soda-cal. O óxido de boro também está presente, e o vidro
resultante tem uma grande durabilidade química.

PRODUTOS DO VIDRO PLANO


Vidros com Lâminas (Impressos)
Os vidros com lâmina distinguem-se dos vidros planos em razão do seu método de
manufactura, antes dos materiais que o contêm. Apesar disso esta é uma importante família a
se considerar, envolvendo a modificação de uma ou ambas superfícies durante o processo de
laminação, eles compreendem um grupo de vidros no qual a natureza da transparência é
alterada: distorções na superfície alteram o padrão de transmissão da radiação por refracção, e
resulta em obscurações visuais. O desenvolvimento recente no desenho e manufactura de
padrões abriram uma nova gama de produtos.

Vidros com lâminas convencionais incluem os seguintes produtos:

• Vidro Natural: Este é um produto laminado com ou sem uma forma padrão, produzido pelo
processo de laminação simples porque é opticamente plano, superfícies paralelas não são
exigidas. O padrão, se existe um, aparece em uma superfície somente.
• Vidro Ornamental: Esta categoria cobre o grupo de vidros desenhados para obscurecer tanto
para efeito decorativo como para alta dispersão e redução do brilho ofuscante.

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• Vidro “Greenhouse”: Essa é uma forma mais precisa, com uma superfície especialmente
desenhada para dispersar eventualmente a radiação solar.
• Vidro Aramado: Esse usa métodos de laminação para implantar uma malha de arame no
vidro para sustentá-lo junto no caso de quebra, por dano mecânico ou fogo. Pode ser natural
ou polido. Tradicionalmente vidros aramados tem tido um lugar importante no projecto de
edifícios, sendo um produto que foi cedo considerado conveniente para certos locais de risco.
• Vidro em Perfil: A forma mais comum de perfil é produzida em “U”, que tem a vantagem
de ser auto-portante. Esses vidros são geralmente translúcidos, antes de transparentes, dando
a natureza dispersiva da superfície criada durante a manufactura.

Todos os vidros citados acima podem ser claros ou tingidos.

Vidro Antigo
Essa família que compreende vidros fabricados pelos métodos de sopro, desenho ou outro
qualquer, mantém vivo os velhos métodos de produção na arte de fazer vidros.

Vidro Anti Reflectivo


A reflexão da luz golpeando perpendicularmente a superfície do vidro é de cerca de quatro
porcento, e essa aumenta a medida em que o ângulo torna-se oblíquo. A necessidade de boa
visão através de um vidro ininterrupta pela reflexão na superfície é usualmente requerida por
vidros de gravuras. Existe, entretanto, muitas aplicações onde tal vista é uma vantagem, ou
essencial como em lentes e óptica.

Vidros Temperados
Endurecido, ou temperado, é uma das duas maneiras geralmente usadas para melhorar a
resistência do vidro, ao mesmo tempo alterando as suas características de quebra. Os termos
diferem nas diferentes partes do mundo, mas uma distinção é geralmente feita entre o
temperado (totalmente temperado) e o semi-temperado. O temperado é necessário para dar
uma força genuína ao produto; o semi-temperado é usado para aumentar a resistência ao
esforço térmico.

O processo de temperamento envolve o aquecimento e rápido apagamento do vidro. A


temperatura atingida é em torno de 150ºC acima da temperatura de transformação, e o vidro é
assim plástico. O arrefecimento da superfície a solidifica, enquanto o interior do vidro ainda
está esfriando-se e contraindo-se. A medida em que o interior continua a contrair, ele coloca a
zona superficial em compressão, e é estendido em tensão. Num material típico 60% da parte
interior está em tensão, e a parte superficial, correspondendo a 20% em cada lado está em
compressão.

Um vidro produzido nesse estado exibe a característica de quando quebrado fragmenta-se em


pequenos pedaços, comparativamente seguro, sem bordas pontiagudas. Vidros temperados
podem ser produzidos com uma resistência à flambagem quatro à cinco vezes maior do que
um vidro não temperado. A decisão de especificar esse tipo de vidro deve balancear a
necessidade de um produto forte com o desejo de criar um produto seguro. O termo vidro
seguro deve ser usado com caução. A propriedade do vidro temperado que o faz parecer
seguro é que quando quebrado as bordas dos pedaços são arredondadas e as dimensões deles
são pequenas. Entretanto, 5m² de um vidro plano com 10 mm de espessura pesa 125 kg, e
essa quantidade de material fragmentado caindo de um andar ou mais de altura pode causar
grandes estragos, mesmo se as partículas sejam pequenas e arredondadas.

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Todos os vidros planos incluindo os vidros de borossilicato, podem ser temperados. O
processo sem dúvida transforma o vidro num produto superior em termos de resistência que
tem, entretanto, a desvantagem significante de não poder ser trabalhado (ser cortado, polir as
bordas, ser perfurado) depois do processo de temperamento e deve ser cuidadosamente
trabalhado antes do processo.

Vidros Quimicamente Reforçados


Esses vidros são produzidos substituindo íons pequenos da zona superficial do vidro por íons
grandes, assim colocando a superfície sob compressão como nos vidros temperados. O
processo é muito lento e mais indicado para vidros muito finos que não podem ou são muito
difíceis de serem temperados. O uso corrente é de lentes ópticas reforçadas e lâmpadas
eléctricas.

Vidros Laminados
Esses produtos estendem-se desde simples vidros de segurança até complexos sistemas
multicamadas e na combinação de vidros e plásticos, constituem um grupo de vidros
extremamente importante. O princípio básico por trás do uso do vidro laminado é a
combinação do vidro rígido e durável mas quebradiço, com as propriedades elásticas do
plástico. A chave para o sucesso é a adesão, e a técnica de manufactura convencional envolve
o uso de uma folha de polivinil butiral (PVB). Ele é colocado entre duas camadas de vidro,
comprimido e então autoclavando por em torno de quatro horas a 140ºC sob uma pressão de
120 lb/sq. O tratamento transforma o PVB numa camada adesiva clara e rija. Uma grande
gama de produtos está disponível e a técnica proporciona campo de acção para a criação, mas
o produto mais simples é a folha padrão de 6.4mm, compreendendo duas folhas de vidro de
3mm e uma intercamada de 0.4mm de PVB.

Tais vidros apresentam quatro principais vantagens sobre o uso do vidro plano sozinho:
- Segurança: o vidro numa vidraça quebrada permanecerá aderido à camada de PVB,
minimizando o risco de danos e ferimentos;
- Garantia: vidros laminados, particularmente produtos multilaminados, podem proporcionar
resistência à severos ataques armados ou explosão. Multicamadas de até 100mm ou mais
podem ser produzidos;
- Redução Sonora: A camada elástica de PVB proporciona um efeito de amortecimento na
pressão das ondas sonoras.
- Trabalhabilidade: vidros laminados podem ser cortados ao tamanho depois da manufactura,
o que o torna muito conveniente para o uso como envidraçado de segurança simples, onde o
tamanho das esquadrias podem variar.

Uma gama adicional secundária de características de desempenho pode ser introduzida pelo
uso de intercamadas tingidas que o transforma num produto laminado absorvente de calor.
Enquanto a laminação com PVB é a mais convencionalmente usada, o sucesso de produtos
manufacturados com combinação de camadas estende-se ao uso de outras técnicas e
materiais.

• Vidro Aramado: Uma malha ou filamentos de aço na camada interior pode acrescentar
segurança ao vidro.
• Vidros com Alarme: Uma fiação pode ser incorporada na camada interior, conectada ao
circuito eléctrico de alarme que dispara o alarme quando quebrado. Alternativamente uma
camada condutiva pode ser usada.

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• Vidros Temperados: A técnica de produzir camadas temperadas já foi descrita, mas um
método alternativo usa elementos aramados muito finos na camada intermediária.
• Vidros com Superfície Selada: Análogo ao reforço químico, mas totalmente diferente na
intenção e nos materiais, é uma processo novo que modifica quimicamente a superfície do
vidro e aumenta a durabilidade às intempéries.

SISTEMAS DE VIDROS COMPOSTOS


A laminação é baseada no princípio da combinação de finas camadas de material unidas para
proporcionar um produto que tem as propriedades e vantagens de um material, para servir a
dado propósito.
Entretanto, a combinação de propriedades é ainda melhor obtida na composição de sistemas
de vidros, na qual o vidro fornece um anteparo exterior durável para um interior desenhado
para uma função específica.

Envidraçado Múltiplo
A forma mais simples e mais usada de reunir uma unidade de envidraçado múltiplo é
usualmente presente através do vidro duplo e triplo.
Pelo simples recurso de capturar uma fina fatia de ar seco, com uma condutividade térmica de
0,025 W/mºC (comparado ao valor de 1,0 para o vidro sozinho, que já é um condutor pobre),
entre duas folhas de vidro, o valor da transmissão térmica de uma janela pode ser reduzido de
5W/m².K para 3W/m².K ou menos. O uso de vidros tingidos, camadas e de gases na cavidade
que tem um desempenho melhor que o ar, tem habilitado o vidro duplo a ser produzido com
valores de transmissão térmica de 1,4 W/m².K, quase o mesmo valor de uma parede dupla de
tijolos rebocada. A medida em que as pesquisas e desenvolvimentos prosseguem, é provável
que esses valores melhorem.

As técnicas de manufactura dos vidros duplos e triplos têm sido consideravelmente


melhoradas nos últimos vinte ou trinta anos. Os maiores problemas de desempenho são
físicos, relacionados com a manutenção do ar seco propriamente selado na cavidade.
Mais recentemente, técnicas que usam um agente secante perfurando extrusões de alumínio
têm sido criadas e sistemas selantes, usando epoxy, polisulfido ou selantes de butil, ou ainda

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sistemas de vidros duplos usando polisobutileno e um selante secundário de polisulfidio,
poliuretano ou silicone.

As cavidades podem variar de 4mm a 20mm ou mais, para satisfazer as exigências de


desempenho. A mistura de vidros claros e tingidos, temperados ou de outra maneira, e muitas
vezes com capas, em sistema de envidraçado múltiplo é o que mais tipifica o estado da arte
de envidraçados no presente, mas não é de maneira alguma a única técnica usada em vidros
compostos.
Produtos que, em resposta à uma exigência funcional, combinarem as propriedades
transparentes do vidro com outros materiais, num produto selado, estão agora aparecendo no
mercado. Eles tendem a ser caros, mas representam soluções à alguns dos problemas mais
intratáveis de um envidraçado, e estão entrando em uso.

Envidraçado com Cavidade Difusora


A difusão pode ser proporcionada num vidro por vários meios: opalizando o vidro, gravando
ou de outra maneira que modifique a superfície, ou introduzindo uma camada difusora num
vidro laminado. Dispositivos mais eficientes usam a cavidade de um vidro múltiplo para
proporcionar a difusão da luz, isolamento térmico, e sistemas absorvedores do som. Um
desenho típicoincorpora na cavidade tubos acrílicos claros com diâmetros variando poucos
milímetros agindo como uma fatia espaçadora entre duas folhas de vidro, com um
emaranhado de fibra de vidro branca ou colorida numa superfície interna. Valores de
transmissão térmica entre 3,4W/m².K para 8mm de malha, 2,6W/m².K para 12mm de malha e
1,0W/m².K para 48mm de malha são adquiridos.

Os valores de isolamento são assim em torno de 15% melhores do que um vidro duplo com a
mesma profundidade de cavidade, no entanto não é tão bom como vidros duplos com uma
camada de baixa emissividade (Low-E).

Envidraçado À Prova de Fogo


Vidros de borossilicato, pré-esforçados, temperados podem manter a sua integridade por até
duas horas ou mais, mas tem desvantagens, como folhas simples, de se tornarem
extremamente quentes em caso de fogo, possivelmente causando ignição no lado onde não
existia fogo. Eles podem assim conter um incêndio nos termos dos gases, de acções das
chamas, mas apresentam na superfície, do outro lado, com 800ºC, ao mesmo tempo quente e
deformada. Isso torna tais vidros inutilizáveis em, por exemplo, meios de rota de escape no
outro lado do vidro.

Criando um sistema múltiplo, tipicamente usando vidro temperado, com as cavidades


preenchidas com um gel polímero, o produto formado resiste à expansão do fogo e
proporciona isolamento térmico ao mesmo tempo.
Neste tipo de sistema a cavidade é preenchida com um gel polímero claro com uma alta
percentagem de água (cerca de 75%) e sais inorgânicos. No caso de incêndio, o gel
transformasse numa crosta, que é altamente isolante, e o calor latente da evaporação da água
absorve muito da energia calorífera.

O vidro no lado do fogo eventualmente quebra numa temperatura de aproximadamente de


500ºC, mas no momento a crosta é suficientemente forte para manter a integridade do painel.

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Quando a temperatura do lado do fogo atinge 700ºC, no outro lado do vidro a temperatura
está em torno dos 20ºC. Testes mostraram que mesmo após 30 minutos, com a temperatura
do lado do fogo acima do 800ºC, o outro lado está com 60ºC, e o painel ainda resiste ao teste
de impacto. Tais desempenhos são adquiridos com uma cavidade de 18mm para dar 30
minutos de resistência. Sessenta minutos são alcançados com uma cavidade preenchida de
28mm, e noventa minutos com vidro triplo e com as duas cavidades preenchidas. O peso de
um vidro duplo com gel na cavidade é de 50kg/m² contra 30kg/m² para uma unidade de vidro
duplo sem o gel.

Membranas na Cavidade
O uso potencial de uma cavidade bem vedada, limpa e seca é enorme. A instalação de uma
membrana fina dentro de tais cavidades apresentam problemas de manufactura, mas eles têm
sido vencidos com um produto engenhoso desenvolvido nos Estados Unidos pelo Instituto de
Tecnologia de Massachussets.

Um filme fino e claro de poliéster tem múltipla camada aspergida. O filme de poliéster é
instalado na cavidade em fábrica, para produzir um vidro triplo com a mesma ordem de peso
de uma unidade convencional de vidro duplo, mas com o valor de transmissão térmica de
1,25 W/m².ºC. O filme sozinho pode ser capeado para produzir vários desempenhos de
transmissão, e pode ser instalado dentro de qualquer sistema de vidro duplo com os vidros
disponíveis normalmente para produzir uma larga gama de características de transmissões
globais. Entretanto, é difícil de fabricar sem pregas. O esticamento do material é adquirido
instalando o filme num espaço de ar e então aquecer esticando-o, ambos processos são
morosos e longe de fáceis.

Envidraçado com Refracção na Cavidade


Um óbvio, mas até recentemente não adquirido, objectivo num sistema envidraçado é usar o
espaço da cavidade de um sistema de vidro múltiplo como o lugar onde a protecção solar e a
modificação da luz tem lugar. Problemas com o sobreaquecimento, vedação e custo têm
conspirado para prevenir o seu aparecimento. O Lightsystem Siemens tipifica o que tais
sistemas deveriam fazer. A injecção de uma placa moldada de polimetilmetacrilico (acrílico),
com espessura de 10mm ou mais, formado para ser plano de um lado e compreender prismas
paralelos lineares no outro lado, é colocado na cavidade do vidro duplo. Um conjunto de
faces de prismas é capeado com um filme fino de alumínio, para dar ao material que
transmite a luz ofuscante um conjunto de direcções, mas reflecte essa luz ofuscante para uma
direcção mais ou menos perpendicular.

Dando ângulos e profundidades diferentes ao prisma esse sistema motiva um leque de


produtos conhecidos como protectores solares ou direcionadores de luz. O sistema total não é
transparente no senso normal; tem o efeito de cortar a imagem transmitida em fatias.
Entretanto, é muito eficiente em redireccionar a luz assim como sendo um exemplo
iluminador do uso das propriedades do vidro, durável e forte, e do acrílico, muito claro e leve.
A tecnologia de capeamento com filme fino é usada nesse produto num componente plástico
antes dum componente de vidro. É um exemplo interessante e importante no modo como
tecnologias diferentes podem ser combinadas para criar um produto.

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O sistema “light-bending” demonstrou inadequabilidade num teste da British Building
Research Establishment no início da década de 1990 em proporcionar visão ininterrupta, e
problemas ópticos associados tais como o aparecimento de vistas inesperadas do solo e do
céu, e efeitos como aberrações cromáticas.

Envidraçado com Vácuo


A necessidade de melhorar a resistividade térmica do envidraçado é de evidente grande
importância, e os vidros de baixa emissividade tem ajudado muito nesse empreendimento.
Entretanto, a ideia de evacuar a cavidade é um acessório óbvio para qualquer sistema de
baixa transmissão, desde que ele iniba ou previna condução e convecção do calor através da
cavidade. A idéia já tem mais de cem anos, mas a dificuldade de manter o vácuo e dos panos
resistirem à deflecção um em direcção ao outro resultando da diferença de pressão entre a
pressão atmosférica exterior e o vácuo total ou parcial na cavidade. Trabalhos na Austrália
em 1992 demonstraram que uma disposição de pilares podem ser produzidos, os quais eram
verdadeiramente difíceis de ver e criam um meio plano com transmissão térmica de
0,6W/m².K ou melhor, dependendo da eficiência das camadas de baixa emissividade usadas.

O vencimento dos problemas de manufactura e vida estão ainda sendo discutidos, e extensa
literatura técnica tem descrito progresso. Protótipos de um dipositivo de um metro quadrado
desempenharam transmissões de 1,0W/m².K dos quais dois terços derivam da radiação e um
terço dos pilares de separação.

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PROPRIEDADES E FUNÇÕES DO VIDRO
Propriedades Físicas
As propriedades intrínsecas e essenciais do vidro são transparência e durabilidade. Outras
propriedades tornam-se significantes de acordo com o uso que é colocado ao material. Os
vários fluidos e modificadores que são introduzidos para facilitar a manufactura, tem efeito
nessas propriedades, e o desenvolvimento do design do vidro tem identificado uma larga série
decomposições para permitir a realização de específicas propriedades físicas. As principais
propriedades significantes são:

• Transmissão de luz/radiação, reflexão, absorção


• Índice de Refracção
• Propriedades Térmicas
• Resistência
• Dureza e Resistência à abrasão
• Durabilidade Química
• Durabilidade às Intempéries
• Densidade
• Resistência ao Fogo
• Isolamento Acústico

TRANSMISSÃO DA LUZ
A natureza da transmissão da luz e da radiação é a capacidade de transmitir radiação, em
geral, e luz visível, em particular, que dá ao vidro uma significância única. A transmissão da
luz tem sido descrito nos termos de teoria de ondas ou partículas, desse modo tem sido
continuamente enriquecida desde que James Clerck Maxwel postulou a sua teoria da radiação
electromagnética em 1864.

A ideia de comprimento de onda ajuda a explicar a natureza aparentemente periódica e


pulsante, visto no fenómeno da difracção e interferência. Pensar na luz como algo que se
propaga em ondas ajuda a explicar esse fenómeno, em termos da variação das distâncias entre
ondas, e a frequência que ela ocorre.

Considerando nos termos de partículas, podemos propor que, quando o átomos estão
extremamente excitados e vibrando, eles descarregam a sua energia na forma de fótons que
escapa dos átomos na velocidade da luz e interagem com o que eles chocarem-se, passando
facilmente através do espaço e “saltando fora” ou sendo absorvido por muitos gases e por
sólidos não transparentes. A medida em que a temperatura do corpo aumenta acima do que é
chamado zero absoluto (-273ºC), a temperatura que toda matéria para de se mover, a energia
associada com esse movimento é emitida como radiação electromagnética que pode ser
genericamente considerada como calor.

Quanto mais os átomos e moléculas tornam-se quentes, e quanto mais excitados eles ficam,
maior será a frequência da radiação, e menor o comprimento de onda. As características de
emissão e absorção de um material são proporcionais, e um corpo negro (um absorsor de
energia perfeito) também é um emissor perfeito. O Sol é o corpo mais atomicamente activo
no nosso sistema planetário e emite energia com uma curva similar em forma e posição de
um corpo negro com uma temperatura de 5.900ºK. É essa temperatura, em outros campos,
também chamada de temperatura colorida.

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O espectro solar estende-se entre comprimentos de onda de 300 e 2100nm. A luz é a banda de
radiação com comprimento de onda entre aproximadamente 400 e 780nm, os quais o olho
humano responde. Entre 300 e 400nm é a zona da radiação ultravioleta e entre 780 e 2100nm
é a infravermelha. O conteúdo efectivo do espectro solar varia em termos da quantidade e
distribuição espectral de acordo com o material que ele atravessa. A energia contida na
radiação solar é dividida da seguinte maneira:

•Ultravioleta 3%
•Visível 53%
•Infravermelha 44%

Toda essa energia, quando absorvida por um material, seja ele vidro, um edifício ou uma
pessoa é eventualmente convertido em calor. O vidro é quase um transmissor perfeito: o
comprimento de onda que transmite radiação coincide a maioria quase exactamente com o
comprimento de onda pico do Sol. É fácil de ver como o conhecimento da transparência
selectiva e absorvitiva num vidro é essencial para a compreensão do seu desempenho.

A Transparência e o Fóton
O conceito de transparência exige consideração nos termos de partículas interagindo com a
estrutura atómica dos materiais. Conhecer como os fótons viajam através do vidro, e mantêm
ou perdem a sua energia em relação ao comprimento de onda, é particularmente importante,
no desenvolvimento de novos materiais com o prognóstico de desempenhos de transmissão.

A Transmissão de Luz do Vidro


A transparência é um fenómeno complexo. A natureza da luz e a variação na transmissão e
absorção experimentada por materiais diferentes dão aos diferentes vidros seus desempenhos
e usos. Um vidro típico tem um coeficiente de transmissão de 60 a 80% entre 400 e 2500nm.

Os vidros coloridos ou tingidos têm uma aparência e desempenho derivando de graus


diferentes de absorção e transmissão fornecido por químicos no derretimento. O desempenho
de um vidro com um transmissor é um resultado da transmissão selectiva através de bandas
de ondas ultravioleta, luz visível e infravermelha. A gama de selectividade de transmissão
entre luz e calor é limitado pelo fato de que 53% de toda energia na radiação solar está no
espectro visível. Portanto não é possível diminuir a transmissão de radiação total abaixo de
50% sem afectar a transmissão de luz.

A cor aparente de um vidro é o resultado da absorção selectiva da gama visível espectral.


Assim um vidro verde aparece assim por causa da reflexão da luz em direcção ao observador
tem sofrido absorção da luz de outros comprimentos de onda espectral. Adicionando
colorantes, a transmissão da luz do vidro é reduzida. Vidros comerciais correntes usualmente
introduzem colorantes ao mesmo tempo que reduzem o conteúdo de óxido de ferro, e assim
diminuem a visão.

Capeamentos
As técnicas de modificação da superfície estão preocupadas com a mudança dos constituintes
ou da estrutura do vidro na face. Muitas das primeiras superfícies modificadas e produtos

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capeados estavam preocupados primeiramente com o melhoramento da reflectância do vidro
para diminuir o sobreaquecimento.

Desde o início da técnica, o uso comparativamente fino de camadas de materiais tais como
ouro, prata e cromo, tem sido substituídos substancialmente pelo uso de filmes extremamente
finos usando decomposição de vapor ou sputtering nos quais muitas substâncias, elementos
ou componentes podem ser literalmente vaporizados e depositados como um filme fino de
somente poucas centenas de átomos de espessura. Enquanto alguns filmes ainda são
vulneráveis ao dano mecânico, a capacidade da indústria do vidro de fornecer materiais nos
quais os filmes múltiplos podem ser colocados no topo de cada um e ainda ser relativamente
transparente tem mudado completamente o modo que o vidro pode ser produzido para
desempenhar.

Tipos de Capeamento
Capeamento Metálico: Estão entre os primeiros a serem produzidos muitas vezes por
deposição físico evaporativo do vapor e sputtering, usando cromo, prata e ouro. A
reflectância do metal tal como o ouro aumenta com o aumento do comprimento de onda. Se o
ouro está na segunda superfície de um vidro duplo, parte da radiação solar infravermelha é
reflectida e parte absorvida, e o vidro é aquecido. Entretanto, a emissão de radiação de onda
longa do interior da camada de ouro é menor do que do exterior do vidro, e a emissão da
energia calorífera para o edifício é baixo. Tais capas tem a desvantagem de apresentar uma
distorção espectral da transmissão da luz.

Capeamento Multi Camada: São usualmente aplicados por deposição evaporativa do vapor,
que permite a disposição de filmes excepcionalmente finos. Num capeamento reflectivo
típico, quatro materiais desempenham as funções primárias do sistema:

Camada 1: óxido de estanho, fornece uma camada adesiva e uma barreira de íons Na.
Camada 2: prata, fornece o desempenho de reflexão
Camada 3: “scavenger”, previne a oxidação da prata
Camada 4: óxido de estanho, fornece a camada dura final.

Capas de Baixa Emissividade (low-E): A camada múltipla mais importante dos últimos
anos tem sido a camada de baixa emissividade (low-E) selectiva tem transformado o
desempenho dos envidraçados na última década ou ainda. Camadas low-E usam materiais
que tem a propriedade intrínseca de baixa emissão para a radiação térmica.

Tais capas são definidas como aquelas que são predominantemente transparentes sobre o
comprimento de onda visível (300 a 700nm) e reflectiva na onda longa infravermelha. A rede
resultante desses sistemas low-E é que menos calor é perdido para o meio externo: o sistema
todo age, em efeito, para melhorar o efeito “greenhouse”. Isso está reduzindo os valores de
transmissão térmica significantemente.

Tecnicamente filmes low-E são de dois tipos: multicamada dieléctrica/metal/dieléctrica ou


semicondutores com acabamento altamente pigmentado. Os materiais multicamadas são mais
“afinados” e os materiais com acabamento pigmentado são mais duráveis. No filme
multicamada, materiais dieléctricos típicos são óxido de índio, óxido de estanho e óxido de
zinco. A prata é o 18 metal mais habitualmente colocado no meio. A espessura total de tal

18
sistema é da ordem de 70nm. As propriedades de transmissão desses filmes são criadas tanto
por propriedades ópticas das camadas individualmente, e pela interferência óptica entre eles.

Outros tipos de capa e tratamentos usados nos vidros:


- Camadas de Interferência
- Filtros dicróicos
- Vidros com transmissão variável
- Fotocromismo
- Termocromismo
- Cromogênico
- Electrocromismo

ÍNDICE DE REFRACÇÃO
É a medida da quantidade de luz que é “flexionada” quando passa através do vidro e é
comparativamente constante para os vidros. É de 1,52 para os vidros de soda-cal, e varia de\
1,47 para os vidros de borossilicato a 1,56 para os vidros de chumbo. O índice de refração
para o vidro varia de acordo com o comprimento de onda da radiação considerada e o índice
de todos os vidros diminui com o aumento do comprimento de onda. O índice de refracção é
mais importante para o uso óptico. Quando a luz passa de um matéria opticamente mais
denso ele é refraccionado da normal. Num ângulo crítico é reflectido de volta da superfície, e
retido dentro do material opticamente mais denso.

PROPRIEDADES TÉRMICAS
Propriedades térmicas significantes incluem:
• Temperatura máxima de trabalho
• Calor específico
• Condutividade térmica
• Expansão térmica
• Transmissão Térmica
O desempenho mecânico do vidro como um produto de uma fusão e como um material
naturalmente quebradiço, é altamente dependente das suas propriedades térmicas.

Todos os vidros são caracterizados por três pontos de temperatura, que relacionam-se com as
viscosidades exibidas:
- Ponto de Amolecimento: Nessa temperatura o vidro funde prontamente sob carga, e é
importante para o processo de manufactura. A viscosidade é de log n = 7,8 poises.
- Ponto de Recozimento: esse é o ponto sobre o qual a tensão do vidro é aliviada rapidamente.
A viscosidade é de log n = 13,0 poises
- Ponto de Tensão: é a temperatura sobre a qual é liberada a tensão e o fluxo começa a ter
efeito, é a temperatura efectiva de trabalho. A viscosidade é de log n = 14,5 poises.

• Temperatura máxima de trabalho


Pontos de tensão típicos são:
Vidros de soda-cal 520ºC
Vidros de borossilicato 515ºC
Sílica fundida (pyrex) 987ºC

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Deve-se notar que as vantagens do borossilicato não são devido à temperatura de trabalho
mas sim pela resistência ao choque térmico.

• Calor Específico
È a medida da quantidade de calor necessário para aumentar a temperatura do material em
1ºC para cada unidade do seu peso. È assim a medida de quanto calor pode ser armazenado
no material.

O calor específico dos vidros é praticamente constante, variando cerca de 25%. Os valores de
0,85-1,00 kJ/kgºC para o vidro comparado com 0,92 kJ/kgºC para o alumínio, 1,26 kJ/kgºC
para o policarbonato e 4,19 kJ/kgºC para a água.

• Condutividade Térmica
Expressa o quão rapidamente o calor passa através de um material, medido aqui em W/mºC.
Essa propriedade varia muito nos materiais. O valor para o vidro de soda-cal é de 1,02
W/mºC, 1,13 para o borossilicato e 1,38 para sílica fundida. São valores muito baixos
comparados com 71,0 W/mºC do ferro e 218,5 do alumínio.

• Expansão Térmica
É uma propriedade crítica no projecto, tanto por causa da necessidade de criar espaço em
torno dos elementos que expandem e por causa dos problemas de diferenças de expansão
entre materiais que são combinados para trabalharem juntos num elemento de construção.

• Transmissão Térmica - coeficiente U


As transferências térmicas através de uma parede por condução, convecção e radiação são
expressas pelo coeficiente U (antigo coeficiente K). Este representa o fluxo de calor que
atravessa 1m² de parede para uma diferença de temperatura de 1ºC entre o interior e o
exterior de um local. Quanto mais pequeno for o coeficiente U menor são as perdas térmicas.

A parede envidraçada constituída por vidro simples de 6mm apresenta um coeficiente U de


5,7W/m².K, já o vidro duplo tradicional (duas folhas de 6mm e caixa de ar com 16mm)
oferece um valor de U de 2,7W/m².K.

RESISTÊNCIA
A resistência de um material é uma propriedade que não pode ser descrita em termos de uma
característica. A capacidade de suportar compressão, tensão, flexão, torção e outros esforços,
não são uniformes nos materiais. O vidro, com sua composição química extraordinária, e seu
estado de pseudo-líquido não cristalizado, é um material quebradiço com qualidades de
resistência muito diferentes.

A rigidez é um conceito que depende das qualidades intrínsecas do material de resistir às


mudanças de forma, e na forma que o material é encontrado. Uma importante medida de
resistência é o esforço de tensão, isso é conhecido como o Módulo de Young (E), e é
expresso pela força sobre a unidade de área, ou seja, este módulo exprime a força de tracção
necessária a aplicar num provete de vidro para lhe provocar um alongamento igual ao seu
comprimento inicial.

O vidro tem um Módulo de Young no valor de 70.000 MN/m², para dar alguns exemplos o

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diamante tem o valor de 1.200.000 MN/m², um tecido biológico 0,2 MN/m², o alumínio
73.000 MN/m², o aço 210.000 MN/m². Com isso nota-se que o vidro apresenta uma
elasticidade bastante boa. O conceito de rigidez depende da forma do objecto assim como das
propriedades físicas inerentes do material com que ele é feito. A rigidez de um elemento ou
membro estrutural é o resultado do Módulo de Young e a forma expressa pela equação: R = E
x I, onde “I” é a inércia, o segundo momento da área, onde leva em consideração a forma da
secção transversal. Assim como o concreto, o vidro é muito resistente a compressão e pouco
resistente à tracção, sendo o valores de 1.000 N/mm² e 100 N/mm², respectivamente.

DUREZA
A dureza nos materiais, a resistência à abrasão e penetração, etc. são difíceis de definir. O
teste de “arranhão” usa a escala de dureza Moh. Os outros testes são uma medida de
resistência à penetração. O vidro é um material naturalmente duro, comparável com o aço, a
sua dureza é uma das propriedades mais importantes e a base do envidraçado. A escala Moh
de 1 a 10 estende do talco (silicato de magnésio) com 1 ao diamante com 10. O quartzo, uma
forma natural de sílica tem uma dureza de 7. O vidro de soda-cal tem uma dureza de 5,4-5,8.

DURABILIDADE QUÍMICA
A dureza do vidro corresponde à sua durabilidade química. Ela é usualmente medida na
escala de 1-4 e relata a resistência à água, ácido e intempéries de água e dióxido sulfúrico. A
corrosão natural provocada pelas intempéries pode ser da ordem de 8 microns por ano.
Borossilicatos duros são particularmente resistentes ao ácido, e os vidros de soda-cal podem
ser feitos para resistirem ao ataque alcalino. A maioria dos vidros, entretanto, são suscetíveis
ao cal e soluções concentradas de soda cáustica e são atacados também por ácido
hidrosulfúrico e fosfórico, que, como resultado, são usados na água-forte.

DURABILIDADE ÀS INTEMPÉRIES
É o resultado da combinação da dureza e durabilidade química, dependendo da resistência
natural do material ao ataque químico, e sua capacidade de suportar a limpeza necessária para
o desempenho de um transmissor de luz sem distorções.

DENSIDADE
Alta densidade nos materiais proporcionam vantagens em certos aspectos (por exemplo no
isolamento acústico), mas é geralmente desvantajoso quando se trata do manuseio, fixação e
suporte. O vidro é um material razoavelmente leve com uma densidade de 2,47 para o soda-
cal e 2,2 para a sílica fundida. Vidros com chumbo têm densidade entre 3 e 6. A adição de
fluidos e modificadores geralmente tem o efeito de aumentar a densidade.

RESISTÊNCIA AO FOGO
Os principais perigos para as pessoas quando um incêndio é declarado são:
• O desabamento das construções ou parte delas, bloqueando as pessoas em perigo;
• O fumo e os seus compostos tóxicos representam o principal perigo pelos riscos de asfixia
mas também pelos prejuízos e reacções de pânico que podem provocar,

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• A radiação calorífera intensa pode causar queimaduras graves e mortais.

Para se proteger é necessário dispor de elementos de construção adaptados. Assim, os


métodos de ensaio oficiais são utilizados em condições regulamentares. Os elementos de
construção são submetidos a um programa térmico convencional. A curva piloto
temperatura/tempo da ISO 834- 10 é largamente utilizada para os casos correspondendo a um
risco doméstico corrente.

Verifica-se que satisfaz três critérios principais durante uma duração mínima:
• Critério de Resistência ou de estabilidade (R),
• Critério de estanquidade às chamas e aos gases quentes (E);
• Critério de isolamento térmico durante o incêndio (I).

As classificações são atribuídas associando-se a satisfação dos critérios citados acima e


durações mínimas fixas. Assim, para um elemento portante e estanque durante 30 minutos
será RE 30, ou estanque e isolante durante 60 minutos EI 60. O desempenho ao fogo de
janelas de vidros convencionais é muito pobre. Até recentemente, o uso de vidro aramado
para obter integridade dos vidros sujeitos ao fogo, era o único modo efectivo de proporcionar
resistência. Agora, no entanto, o uso de materiais fortes de baixa expansão tais como os
vidros de borossilicato, e a criação e sistemas sanduíches incorporando intercamadas
resistentes ao fogo tem transformado o potencial do envidraçado como uma barreira ao fogo.

ISOLAMENTO ACÚSTICO
Como um componente de uma parede, o vidro deve satisfazer frequentemente exigências de
isolamento acústico. Instalado como uma folha simples o seu desempenho é limitado, mas em
sistema múltiplos podem proporcionar um bom isolamento, particularmente se forem
combinadas espessuras de vidro diferentes para controlar as vibrações das frequências críticas
e amortecimento selectivo do som em frequências diferentes. Espaçamento adequado
(substancialmente maior do que o dos vidros duplos convencionais) com uma camada\
absorvente do som é necessário para realizar um bom desempenho. Vidros laminados
acústicos também proporcionam um melhoramento do isolamento acústico comparado com
um envidraçado simples.

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Conclusão
Concluímos assim, que o vidro é um material com qualidades extraordinárias, as quais
ainda estão sendo aperfeiçoadas com o avanço da ciência, e indispensável na concepção
arquitectónica. Existe uma vasta gama de tipos de vidro disponíveis no mercado, mas é
necessário o seu profundo conhecimento para ter capacidade de tomar as decisões
correctas no momento da sua escolha tendo em vista o seu propósito, para tirar o máximo
proveito possível das suas particularidades. Além disso, constatamos que é de extrema
importância compreender as propriedades do vidro para que os seus limites sejam
respeitados e as suas qualidades optimizadas.

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Referencias bibliográficas
Michael Wigginton, Glass in Architecture, editora Phaidon 1996. • Manual do Vidro 2000.
Saint Gobain

CABLE, M. Classical Glass Technology. In: ZARZYCK, J., ed., Glasses and Amorphous
Materials, v. 9.

CAHN, R.W.; HAASEN, P.; KRAMER, E.J., eds., Materials Science and Technology. New
York:

VCH Publishers, 1991. DOREMUS, R.H. Glass Science. New York: John Wiley & Sons Inc,
1994.

ELLIOT, S.R. Physics of Amorphous Materials, Essex: Longman, 1989.

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